Buscar

LÓGICA DO RAZOÁVEL..

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

LÓGICA DO RAZOÁVEL: definida como uma razão impregnada de pontos de vista estimativos, de critérios de valorização, de pautas axiológicas, que além de tudo traz consigo os ensinamentos colhidos da experiência própria e também do próximo através da história.
Segundo a intenção de emprego deste método, como único, poderia o intérprete deixar de lado, de uma vez por todas, a referência à pluralidade de diferentes formas de interpretação, fosse literal, subjetivo-objetivo, consuetudinário, histórico, analógico, por eqüidade, etc.. .
Recaséns Siches defendia então que, assim como a Ciência Jurídica, a Filosofia do Direito não tinha condições de escolher um método ou uma tábua de prioridades entre os vários métodos de interpretação.
Decorre daí, que a única regra que se poderia formular, com universal validade, era a de que o juiz sempre deveria interpretar a lei de modo e segundo o método que o levasse à solução mais justa dentre todas as possíveis.
Defendia ele que esta atitude não se consubstanciaria em desrespeito à lei, porque segundo seu pensamento, ao legislador cabe emitir mandamentos, proibições, permissões, mas não lhe compete o pronunciamento sobre matéria estranha à legislação e referente apenas à função jurisdicional. Quando o legislador ordena um método de interpretação, quando invade o campo hermenêutico, esses ensaios científicos colocam-se no mesmo plano das opiniões de qualquer teórico e não têm força de mando.
A Nova Retórica: Após uma tentativa frustrada de tentar explicar a questão da justiça, valendo-se, para isso, de elementos da lógica-formal, Perelman, juntamente com Lucie Olbrecht-Tyteca, criam um verdadeiro tratado sobre a argumentação. Neste tratado, Perelman faz ressurgir a Retórica aristotélica com uma nova roupagem. Perelman busca um novo tipo de raciocínio capaz de lidar com incertezas, em outras palavras, a Retórica seria incumbida de responder àquelas questões deixadas de lado pelo pensamento matemático de Descartes.
A Retórica cria um vínculo entre o orador, interessado em persuadir, e o auditório, interessado em ouvir. Nesse viés, o que garantirá a adesão do auditório a tese do retor é justamente a fundamentação com base em argumentos fortes. Por conseguinte, a Retórica seria um processo dialógico, ou melhor, intersubjetivo e não um processo individual, onde o ouvinte vê-se "obrigado" a concordar com o retor, como assevera Margarida Maria Lacombe: "estabelece-se uma ligação pessoal ou intersubjetiva, ao contrário do que ocorre nas explicações analíticas, em que o ouvinte está fadado a se submeter à evidência".
Perelman deixa claro que a nova retórica não pretende substituir a teoria da demonstração, nem tampouco formalizar o raciocínio valorativo, dando-lhe uma certa lógica.
Para a Nova Retórica, a técnica mais apropriada ao orador não depende tanto de sua performance, mas da qualidade de seus argumentos e, principalmente, do auditório ao qual ele se dirige.
Contudo, a Nova Retórica de Perelman surgiu como uma técnica complementar, detentora dos meios de persuasão e de convencimento, que cobre todo campo discursivo, seja qual for o auditório e a matéria a ser tratada.
Circulo hermenêutico: a expressão "círculo hermenêutico" quer significar, em breves palavras, que o horizonte do intérprete envolve necessariamente pré-conceitos e esses se defrontam constantemente com novos espaços de compreensão. Deste confronto, o pré-conceito retorna ao intérprete já modificado. A circularidade hermenêutica funda-se na compreensão, apoiada sobre o sentido daquilo que buscamos compreender. Sentido, é aquilo em que se sustenta a compreensibilidade de alguma coisa; é a perspectiva em função da qual se estrutura o projeto pela posição prévia, visão prévia e concepção prévia. É a partir dela que algo se torna compreensível como algo. Assim, toda perspectiva que se tem à vista já é em si mesma uma compreensão e interpretação. E ambas partem de uma estrutura prévia caracterizada (posição prévia, visão prévia, concepção prévia) adstrita a circunvisão do intérprete.
No pensamento de Gadamer o pré-juízo funciona como pressuposto que preside toda a compreensão. A tarefa de interpretação é um constante projetar como antecipações que devem se confirmar “nas coisas”. 
A partir do momento que um intérprete se propõe a interpretar um texto ele estará concretizado um projeto. Concretizar um projeto é ir ao texto e fazer dele uma fonte para interpretar, de forma tal que à medida que se interpreta um texto, o projeto se modifica e se estrutura de forma mais consistente e mais livre de possíveis erros.
Auditório Universal:
Auditório, consoante Perelman, seria o elemento a que o discurso se refere, objetivando, com isso, um maior número possível de adeptos. Nestes termos, diz o autor: "Com efeito, como a argumentação visa obter a adesão daqueles a quem se dirige, ela é, por inteiro, relativa ao auditório que procura influenciar".
Desta forma, o auditório se transforma no elemento fundamental da retórica, ou seja, seu referencial. Pois, é a partir dele e é para ele a que o discurso se dirige. Todavia, de acordo com Margarida Maria Lacombe, diante de uma tese considerada inquestionável, cabe ao orador apenas a simpatia do auditório, enquanto as teses baseadas em opiniões razoáveis provocam uma variação na intensidade da adesão.
A noção de Auditório, nestes termos, torna-se de suma importância na obra de Perelman, pois um discurso só pode ser eficaz se for adaptado ao tipo de auditório que se quer persuadir.
A partir disso, torna-se clara a importância, para Perelman, do Auditório Universal, que representa um verdadeiro aglomerado, no qual o orador pretende persuadir com seus argumentos. Porém, este conceito de universalidade proposto por Perelman possui aspecto relativista, ou melhor, qualquer Auditório especializado pode se tornar Universal, desde que se acreditem na universalidade de seus argumentos.
Contudo, Perelman não considera que os argumentos dirigidos ao Auditório Universal sejam irrefutáveis; ao contrário, deve-se sempre considerar a possibilidade de uma tese oposta surgir, por mais fortes que sejam seus argumentos.
Pós-positivismo: No pós-positivismo há uma compreensão do Direito muito além da "letra fria da lei", porém sem desprezar o direito positivo. Trata-se de uma leitura ética, moral do Direito; todavia, sem recorrer ao abstrato, ao metafísico. No pós-positivismo, além haver a limitação do poder do governante, também ocorre o surgimento do conceito de direito fundamental, tendo como base a dignidade da pessoa humana, promovendo, desse modo, a aproximação do Direito aos princípios, à Filosofia. O pós-positivismo frisa a necessidade de conectar o Direito à moral e à política. Não há como fazer referência ao Direito sem o fazer a valores; isto é uma abstração que o distancia demasiado da sociedade. Tem-se de conectar o Direito e a sociedade, pois ele existe essencialmente vinculado a aspectos da vida social.

Outros materiais