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<p>Marcadores moleculares</p><p>Apresentação</p><p>Os marcadores moleculares, pontos de referência dos cromossomos, são formados por</p><p>polimorfismos, ou seja, alterações na sequência de nucleotídeos do DNA. Essas alterações são</p><p>passadas de geração em geração, por isso nos permitem avaliar as diferenças genéticas entre dois</p><p>ou mais indivíduos, por exemplo. Esses marcadores podem ser utilizados para as mais diversas</p><p>aplicações, como determinação de paternidade, construção de mapas genéticos e seleção assistida.</p><p>Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender o que são os marcadores moleculares e como</p><p>eles podem ser utilizados no melhoramento genético de plantas e animais, bem como em estudos</p><p>de variabilidade e conservação das espécies.</p><p>Bons estudos.</p><p>Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p>Descrever os marcadores moleculares em biotecnologia e seus tipos.•</p><p>Relacionar as aplicações dos marcadores moleculares com o melhoramento genético.•</p><p>Distinguir as aplicações dos marcadores moleculares nos estudos de diversidade genética e</p><p>conservação das espécies.</p><p>•</p><p>Desafio</p><p>Você está trabalhando em um laboratório de melhoramento de plantas alimentícias e a empresa</p><p>contrata um novo funcionário para auxiliá-lo com as técnicas de genética molecular. O seu novo</p><p>ajudante sabe muito pouco sobre marcadores moleculares.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/ee7fc120-2ca7-4948-98c4-12f7bc5ad8a0/ebad6bde-5b4e-45e0-b63a-0cff9f3a8f2a.jpg</p><p>a) Diga quais são os marcadores cujos fenótipos moleculares você esquematizou a seu colega e</p><p>justifique.</p><p>b) Além das explicações sobre 3 marcadores moleculares, você desenhou ao seu ajudante o perfil</p><p>de bandas de 2 desses marcadores. Quais são eles? Eles são dominantes ou codominantes?</p><p>Justifique.</p><p>Infográfico</p><p>O ser humano pratica o melhoramento de plantas há milhares de anos. Foi mais recentemente,</p><p>porém, que as técnicas de melhoramento genético tornaram-se mais sofisticadas e precisas,</p><p>principalmente com o surgimento dos marcadores moleculares. O objetivo final é selecionar e</p><p>propagar as plantas com características mais interessantes.</p><p>Acompanhe no Infográfico o passo a passo para fazer o melhoramento genético em plantas.</p><p>Aponte a câmera para o</p><p>código e acesse o link do</p><p>conteúdo ou clique no</p><p>código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f67170c3-348f-4cd5-ae0c-ae2b4174542c/bae60745-1b2e-408d-9b30-ca9372bc34da.jpg</p><p>Conteúdo do livro</p><p>Os polimorfismos podem ser usados para beneficiar a agricultura e a pecuária, tendo importante</p><p>papel em estudos de variabilidade e conservação de espécies.</p><p>No capítulo Marcadores moleculares, da obra Biotecnologia, base teórica para esta Unidade de</p><p>Aprendizagem, você vai estudar a importância dos marcadores moleculares no campo da genética</p><p>molecular e os diversos tipos desses marcadores disponíveis.</p><p>Boa leitura.</p><p>BIOTECNOLOGIA</p><p>Isabele Cristiana Iser</p><p>Marson</p><p>Marcadores moleculares</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Descrever os marcadores moleculares em biotecnologia e seus tipos.</p><p> Relacionar as aplicações dos marcadores moleculares com o melho-</p><p>ramento genético.</p><p> Distinguir as aplicações dos marcadores moleculares nos estudos de</p><p>diversidade genética e conservação das espécies.</p><p>Introdução</p><p>Marcadores moleculares são sequências de DNA que apresentam poli-</p><p>morfismos entre indivíduos geneticamente relacionados. Esses marca-</p><p>dores foram responsáveis pelo desenvolvimento dos primeiros mapas</p><p>genéticos de muitas espécies que cultivamos, além da descoberta de</p><p>genes e de inúmeros estudos de diversidade genética. Além disso, eles</p><p>são amplamente utilizados para estudo populacional, mapeamento e</p><p>análises de similaridade, filogenia, diagnósticos de doenças genéticas,</p><p>testes de paternidade, entre outras tantas aplicações.</p><p>Neste capítulo, você vai aprender sobre o que são os marcadores mo-</p><p>leculares e como eles podem ser utilizados no melhoramento genético e</p><p>em estudos de diversidade e conservação das espécies. Esse conhecimento</p><p>é muito importante, pois é uma das bases da biotecnologia moderna.</p><p>Marcadores moleculares</p><p>Genes alelos são genes que ocupam o mesmo lócus (região) em cromossomos</p><p>homólogos e que determinam a mesma característica (por exemplo, a cor da</p><p>semente de uma planta). Entretanto, os genes alelos podem, ou não, determinar</p><p>o mesmo aspecto (fenótipo), ou seja, um alelo pode determinar a cor da semente</p><p>amarela e o outro gene determinar a cor esverdeada.</p><p>Dentro de uma espécie, os cromossomos homólogos guardam alta si-</p><p>milaridade entre si, mas, em determinadas regiões do cromossomo, pode</p><p>haver variabilidade na sequência do DNA, ou seja, mudanças na sequência</p><p>de nucleotídeos. Se a variação é encontrada em uma frequência superior a 1%</p><p>da população, denomina-se polimorfismo. Se a frequência for menor que 1%,</p><p>chamamos de mutação. As mutações, em geral, são prejudiciais, o que explica a</p><p>sua baixa frequência. Já o polimorfismo tem frequência maior, ou porque não é</p><p>prejudicial ou porque é prejudicial, mas não atrapalha tanto o desenvolvimento</p><p>normal. Polimorfismos são uma fonte muito rica de variabilidade genética, o</p><p>que gera as diferenças entre você e seu vizinho, por exemplo.</p><p>O desenvolvimento de marcadores moleculares para a detecção de polimor-</p><p>fismos de DNA tem revolucionado a genética molecular. Já foram descritos</p><p>diversos tipos de marcadores moleculares na literatura e todos possuem van-</p><p>tagens e desvantagens. A escolha do marcador mais apropriado vai depender</p><p>das questões biológicas relacionadas com o organismo-alvo, da quantidade de</p><p>DNA disponível, das considerações de custos, dos equipamentos disponíveis,</p><p>do objetivo da análise, entre outros fatores. A seguir, você vai conhecer as</p><p>características dos principais marcadores moleculares existentes.</p><p>Microssatélites ou sequências simples repetidas (SSR)</p><p>Os genomas dos eucariotos apresentam inúmeras regiões repetidas. Mi-</p><p>crossatélites, sequências simples repetidas ou SSR (single sequence repeat)</p><p>consistem em pequenas sequências com 1 a 6 nucleotídeos de comprimento,</p><p>repetidas em tandem, ou seja, várias vezes uma atrás da outra (por exemplo,</p><p>a sequência AATG repetida em tandem seria: AATGAATGAATGAATG...).</p><p>Essas sequências são distribuídas ao acaso no nosso genoma e são regiões</p><p>altamente variáveis, ou seja, regiões ricas em polimorfi smos, multialélicas e</p><p>codominantes. A codominância é uma característica importante, pois fornece</p><p>um elevado nível de informação genética por lócus. Potencialmente, todos os</p><p>alelos de um lócus podem ser detectados e discriminados numa população</p><p>de estudo. Regiões contendo SSR são amplifi cadas individualmente por meio</p><p>da técnica de PCR, utilizando-se um par de “primers” específi cos, comple-</p><p>mentares a sequências únicas que fl anqueiam o microssatélite (ELLEGREN,</p><p>2004; POLIDO et al., 2012; STRACHAN; READ, 2014).</p><p>Qualquer mudança no número de repetições dessas sequências gera um</p><p>polimorfismo contendo diferentes números de elementos simples repetidos.</p><p>Marcadores moleculares2</p><p>Esses segmentos podem ser amplificados, e cada segmento amplificado de</p><p>tamanho diferente (geralmente, de várias dezenas até algumas centenas de</p><p>pares de bases) representa um alelo diferente do mesmo lócus.</p><p>Os microssatélites apresentam taxas mais altas de mutação genética em</p><p>relação a outras partes do DNA, de modo que são perfeitos para estudar</p><p>ancestralidade humana. Entre as aplicações desse marcador, podemos citar:</p><p>mapeamento genético, genética de populações, identificação e proteção de</p><p>variabilidade, monitoramento de sementes e qualidade, estudos filogenéticos,</p><p>conservação das espécies e genética forense (POLIDO et al., 2012).</p><p>Polimorfismo de nucleotídeo único (SNP)</p><p>A variação em um único par de bases do nosso cromossomo é denominada SNP</p><p>(single</p><p>nucleotide polymorphism). O nosso corpo produz milhões de células novas</p><p>todos os dias, em geral, para repor as células velhas que vão morrendo. Durante</p><p>esse processo, erros podem acontecer. Às vezes, quando o genoma é copiado</p><p>para fazer uma nova célula, um único nucleotídeo é deixado de fora, adicionado</p><p>ou substituído. Substituições de nucleotídeos únicos criam SNPs. Alguns SNPs</p><p>causam diferenças na aparência física, podem afetar o modo como desenvolve-</p><p>mos doenças ou o modo como respondemos a fármacos. Entretanto, a maioria</p><p>dos SNPs não geram diferenças observáveis entre as pessoas. Mesmo assim,</p><p>essas variações são passadas de uma geração para outra. Esses marcadores são</p><p>muito abundantes no nosso genoma e, normalmente, eles são bialélicos, ou seja,</p><p>são encontradas apenas dois variantes em uma espécie. A técnica mais usada</p><p>na identifi cação de SNPs é a PCR-RFLP (em português, reação em cadeia da</p><p>polimerase-polimorfi smo do comprimento de fragmento de restrição), seguida de</p><p>eletroforese. Na PCR-RFLP, o gene de interesse no qual existe o polimorfi smo é</p><p>amplifi cado, criando milhares de cópias do mesmo. Em seguida, ele é cortado por</p><p>uma enzima de restrição que reconhece uma sequência de DNA bem no ponto</p><p>em que ocorre o SNP. O corte da enzima vai gerar fragmentos de DNA com</p><p>tamanhos diversos, e é pelo tamanho dos fragmentos que se identifi ca se há, ou</p><p>não, o polimorfi smo por meio da técnica de eletroforese. Esse marcador pode ser</p><p>usado em testes de genotipagem, identifi cação de genes e diferenças genéticas</p><p>que podem determinar a resposta de pacientes a uma doença ou tratamento, ma-</p><p>peamento genético, perfi l de risco e melhoramento genético (CAETANO, 2009).</p><p>E importante lembrar que a técnica de PCR-RFLP, embora seja ainda muito</p><p>utilizada, tem sido, aos poucos, substituída pela PCR em tempo real para genotipa-</p><p>gem de SNP. Na PCR em tempo real, o gene-alvo é amplificado com a utilização</p><p>de primers específicos e você pode monitorar o produto da reação em tempo real.</p><p>3Marcadores moleculares</p><p>Polimorfismo no comprimento dos fragmentos</p><p>de restrição (RFLP)</p><p>Os RFLPs (restriction fragment length polymorphism) podem ser causados</p><p>por mudanças de pares de bases, rearranjo de DNA, inserção e/ou deleção</p><p>ou diversidade natural na sequência de nucleotídeos entre ou dentro de po-</p><p>pulações. Para que o polimorfi smo seja detectado, são utilizadas enzimas de</p><p>restrição que fragmentam a fi ta dupla de DNA. Esses fragmentos são, então,</p><p>hibridizados com sequências homólogas de DNA (sondas) marcadas com</p><p>radioatividade ou por luminescência. Posteriormente, por eletroforese, as</p><p>diferenças de comprimento de fragmentos de DNA são observadas. Quando</p><p>um indivíduo apresenta um polimorfi smo (inserções ou deleções ou, ainda,</p><p>substituições de base na sequência de nucleotídeos) na sequência de nucleo-</p><p>tídeos que é reconhecida por uma determinada enzima de restrição, haverá</p><p>alteração no número de sítios de clivagem em seu DNA e, consequentemente,</p><p>alteração no tamanho dos fragmentos gerados. Os RFLPs apresentam expressão</p><p>codominante, isto é, permitem a identifi cação de alelos maternais e paternais</p><p>em indivíduos heterozigotos. Isso gera mais informações e permite uma</p><p>análise detalhada da ação gênica e da interação entre os alelos. Entretanto,</p><p>a técnica possui inúmeras limitações, entre elas, o uso intensivo da mão de</p><p>obra, o tempo necessário para a análise genômica e a necessidade do uso de</p><p>sondas (POLIDO et al., 2012; STRACHAN; READ, 2014). Devido a essas</p><p>limitações, o RFLP tem sido substituído pela eletroforese capilar ou análise</p><p>de fragmentos. A análise de fragmentos utiliza a eletroforese capilar para</p><p>detecção do tamanho de fragmentos amplifi cados por PCR, utilizando primers</p><p>marcados com fl uorescência.</p><p>O RFLP pode ser utilizado no estabelecimento de uma “impressão digital</p><p>de DNA” (DNA fingerprint), que permite diferenciar dois indivíduos. Essa</p><p>técnica é bastante utilizada na medicina forense, na identificação de suspeitos</p><p>e em teste de paternidade (ZAHA; FERREIRA; PASSAGLIA, 2014).</p><p>Polimorfismo de DNA amplificado ao acaso (RAPD)</p><p>O polimorfi smo detectado por RAPD é gerado por mutações ou por rearranjos</p><p>entre dois sítios do DNA. Diferenças em apenas um par de bases podem ser</p><p>sufi cientes para inibir a amplifi cação. Marcadores RAPD são dominantes,</p><p>havendo apenas dois fenótipos moleculares, presença ou ausência de bandas.</p><p>Portanto, a presença de banda na comparação de dois indivíduos indica que</p><p>ambos compartilham o mesmo alelo naquele lócus. Por outro lado, a ausência</p><p>Marcadores moleculares4</p><p>da banda representa o fenótipo recessivo, não sendo possível a distinção</p><p>entre homozigoto e heterozigoto (SARTORETTO; FARIAS, 2010,). O RAPD</p><p>permite avaliar a presença de polimorfi smos espalhados por todo o genoma,</p><p>incluindo regiões constituídas por sequências repetitivas, usando primers</p><p>aleatórios em reações de amplifi cação por PCR (GROVER; SHARMA, 2013;</p><p>TURCHETTO-ZOLET et al., 2017).</p><p>Como esses marcadores são baseados na amplificação do DNA, não re-</p><p>querem conhecimento da sequência do DNA-alvo nem a utilização de sondas.</p><p>Além disso, quando comparados com o RFLP, os RAPD necessitam cerca de</p><p>100 vezes menos DNA, não é necessária digestão com enzimas de restrição e</p><p>podem ser observados diretamente no gel (NATIONAL..., 2017). Outra van-</p><p>tagem da técnica de RAPD está na sua capacidade de detectar polimorfismo</p><p>de modo simples e rápido (TURCHETTO-ZOLET et al., 2017).</p><p>Polimorfismo no comprimento de fragmento</p><p>amplificado (AFLP)</p><p>Os marcadores AFLPs (amplifi ed fragment length polymorphism) constituem</p><p>um dos mais recentes marcadores de DNA e combinam as vantagens dos</p><p>RFLPs e RAPDs. A técnica dos AFLP consiste, primeiramente, na clivagem</p><p>do DNA genômico do indivíduo usando duas enzimas de restrição, seguida</p><p>do emprego de adaptadores específi cos, que são ligados aos terminais dos</p><p>fragmentos de DNA que foram clivados. Após, são feitas as amplifi cações</p><p>via PCR dos fragmentos do DNA. Por último, é realizada eletroforese em gel</p><p>de poliacrilamida para visualização dos fragmentos gerados. A vantagem</p><p>desses marcadores é sua capacidade multiplex, ou seja, o elevado número</p><p>de marcadores polimórfi cos analisados em um único gel, fazendo com que,</p><p>apesar de serem marcadores essencialmente dominantes, sejam capazes de</p><p>analisar o maior número de lócus em um único gel, de modo que, atualmente,</p><p>são considerados a mais efi ciente entre as tecnologias de marcadores já de-</p><p>senvolvidas. Estão sendo usados em fi ngerprinting, na construção de mapas</p><p>genéticos, na caracterização da diversidade genética, na detecção de mutações</p><p>testes de identidade/paternidade e em estudos populacionais (TURCHETTO-</p><p>-ZOLET et al., 2017).</p><p>Polimorfismo de caráter único (SFP)</p><p>Há també m aqueles marcadores que dependem da té cnica de hibridizaç ã o por</p><p>microarranjo, como o SFP (single feature polymorphisms). O microarranjo de</p><p>5Marcadores moleculares</p><p>DNA é um conjunto de pontos microscópicos formados por sequências de DNA</p><p>fi xados em uma superfície sólida. Milhares desses segmentos de DNA (sondas)</p><p>são ligados ao suporte, formando um pequeno chip, que será utilizado como</p><p>plataforma para a realização de reações de hibridização que possibilitarão a</p><p>detecção da sequência ou sequências-alvo no material analisado. Polimorfi smos</p><p>genéticos afetam essa efi ciência de hibridização e essas diferenças nas efi ciências</p><p>de hibridização são analisadas. Essa técnica permite a observação simultânea de</p><p>várias centenas de lócus polimó rfi cos espalhados pelo genoma. Os polimorfi smos</p><p>detectados por essa técnica sã o consequência de variaç õ es alé licas que vã o desde</p><p>polimorfi smos em um único nucleotídeo até grandes deleções existentes. A</p><p>grande vantagem do SFP é a facilidade da genotipagem, que é feita in loco nos</p><p>arranjos de expressã o, alé m de nã o exigir conhecimento pré vio das sequê ncias</p><p>a serem analisadas (GUIMARÃ ES et al., 2009; LAPERUTA, 2008).</p><p>Você sabe o que significa dizer que um</p><p>gene é dominante ou codominante?</p><p>Tome como exemplo o gene B, que determina a presença de pontos azuis nas asas</p><p>de borboletas. Esse gene possui dois alelos: B e b. O alelo b determina a ausência de</p><p>pontos azuis, e o alelo B determina a presença de pontos azuis. Essa característica</p><p>apresenta perfil dominante, ou seja, mesmo que no lócus exista um alelo B e outro b</p><p>(Bb), a borboleta apresentará a característica manifestada pelo alelo dominante, que,</p><p>no caso, é o mesmo fenótipo do homozigoto dominante (BB). Já na codominância,</p><p>não existe relação de dominância. O indivíduo heterozigoto que apresenta dois genes</p><p>funcionais produz os dois fenótipos, ou seja, ambos alelos do gene são expressos.</p><p>Marcadores moleculares</p><p>no melhoramento genético</p><p>O melhoramento genético serve para aumentar a frequência de alelos desejáveis</p><p>em uma população animal ou vegetal. Para que isso seja possível, é preciso</p><p>que haja variabilidade genética na população; assim, poderão ser selecionadas</p><p>as melhores características dos indivíduos que irão cruzar. O ato de selecionar</p><p>indivíduos com as melhores características chama-se seleção artifi cial e nos</p><p>permite obter um aumento tanto na produção agrícola quanto na animal, seja</p><p>por selecionarmos gado com mais carne, vacas que produzam mais leite,</p><p>ovelhas com mais lã ou, até mesmo, frutas mais saborosas e vistosas.</p><p>Marcadores moleculares6</p><p>Os marcadores moleculares existentes são uma excelente amostra do nosso</p><p>genoma. Com eles, podemos avaliar a diversidade genética de uma população</p><p>e aplicar esses conhecimentos no melhoramento genético (GUIMARÃ ES</p><p>et al., 2009).</p><p>Por meio do uso dos marcadores moleculares, pode-se avaliar o perfil de</p><p>bandas dos indivíduos. As bandas comuns a todos são interpretadas como</p><p>semelhanças genéticas, enquanto as bandas diferentes representam as dife-</p><p>renças genéticas entre os indivíduos. Dessa forma, pode-se ter informações</p><p>detalhadas sobre os perfis genéticos de cada um, o que permite a seleção</p><p>dos genótipos de interesse para produtores. Os genitores escolhidos serão</p><p>cruzados e, nas gerações seguintes, faz-se o mesmo tipo de seleção. Como</p><p>consequência, aumentará a frequência dos genes responsáveis pelas carac-</p><p>terísticas escolhidas e, desse modo, eles tenderão a se tornar homozigotos</p><p>(GUIMARÃ ES et al., 2009).</p><p>Uma vez que se tenha em mente o gene contendo a característica de interesse</p><p>— por exemplo, um gene que aumente a produção de leite em vacas —, utiliza-</p><p>-se mapas genéticos para identificar quais são os polimorfismos dentro desses</p><p>genes. Os polimorfismos dentro desses genes podem ser identificados a partir</p><p>das técnicas de marcadores moleculares. Uma vez detectados os marcadores</p><p>associados a uma determinada característica de interesse, é possível selecionar</p><p>os indivíduos com base no marcador, sendo essa estratégia denominada “seleção</p><p>assistida por marcadores” (TURCHETTO-ZOLET et al., 2017).</p><p>Como os marcadores moleculares podem ser usados no melhoramento genético?</p><p>Suponha que um determinado boi possui, em um determinado gene, um SNP que</p><p>faz com que esse animal produza mais carne, menos gordura ou qualquer outra carac-</p><p>terística de interesse econômico. O produtor, com certeza, vai desejar ter outros animais</p><p>no seu rebanho com essas mesmas características. Então, esse animal é selecionado</p><p>para reprodução, com a intenção de que seus descendentes também tenham esse</p><p>polimorfismo e também produzam a característica de interesse.</p><p>O melhoramento genético na pecuária</p><p>O Brasil é um dos principais produtores e exportadores de carne bovina e possui</p><p>o maior rebanho comercial do mundo, com mais de 200 milhões de bovinos,</p><p>7Marcadores moleculares</p><p>segundo o Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) (CRESPOLINI</p><p>et al., 2017). Nesse sentido, o melhoramento genético do rebanho bovino revolu-</p><p>cionou a pecuária brasileira, permitindo a seleção das melhores características</p><p>genéticas por meio do cruzamento entre as diversas raças existentes. Na pecuária,</p><p>a ideia é sempre melhorar a qualidade dos animais, seja para obter uma vaca</p><p>que produza mais leite ou um bezerro que esteja em ponto de abate mais rápido.</p><p>Além disso, pode-se obter animais que produzam carne mais macia, que sejam</p><p>mais férteis ou que produzam leite de melhor qualidade.</p><p>Bons exemplos são os genes halotano e miostatina relacionados à qualidade</p><p>de carne em suínos e à formação da musculatura em bovinos, respectivamente.</p><p>Hoje, praticamente todos os suínos em programas de melhoramento são testados</p><p>para a mutação do gene halotano por meio de um teste genético simples, que</p><p>permite, a partir de uma amostra de pelo do animal, identificar os indivíduos</p><p>normais, heterozigóticos e recessivos, o que permite estabelecer linhagens</p><p>livres dessa mutação. Outros exemplos são as mutações identificadas nos</p><p>genes que codificam a calpaína e a calpastatina, que são, hoje, comercialmente</p><p>utilizadas para a seleção de animais para melhor maciez de carne (COUTINHO;</p><p>ROSARIO; JORGE, 2010).</p><p>Conheça outros estudos sobre melhoramento genético e a influência na maciez da</p><p>carne, acessando os links a seguir.</p><p>https://goo.gl/gCYJmm</p><p>https://goo.gl/iziHM2</p><p>Milhares de características desejáveis no gado, relacionadas à qualidade</p><p>de carne e ao aumento de produção, já foram associadas com determinados</p><p>marcadores moleculares de DNA. Diante disso, muitas empresas privadas</p><p>surgiram, disponibilizando, no mercado, testes genéticos para selecionar os</p><p>animais. Assim, é possível identificar o genótipo desejável para essas carac-</p><p>terísticas em qualquer bovino mediante a análise de uma amostra de DNA</p><p>obtida de seu sangue ou tecido. Por fim, o produtor pode saber já desde o</p><p>nascimento quantas arrobas de carne os bois deverão produzir (COUTINHO;</p><p>ROSARIO; JORGE, 2010).</p><p>Marcadores moleculares8</p><p>O melhoramento genético nas plantas</p><p>A população mundial tem aumentado exponencialmente nos últimos anos. A</p><p>previsão, segundo relatório da ONU, é que, no ano de 2050, o planeta terá 10</p><p>bilhões de habitantes. Como consequência, os produtores teriam que produzir</p><p>70% a mais do que é produzido, hoje, em alimentos. Além disso, teríamos</p><p>que vencer algumas barreiras, como o aumento de pragas que acometem as</p><p>plantações, as condições climáticas extremas que têm surgido nos últimos</p><p>anos e a pressão por maior área cultivável. Nesse contexto, a biotecnologia e</p><p>o melhoramento genético de plantas surgem como ferramentas efi cazes e úteis</p><p>para aumentar a produção e melhorar a qualidade dos alimentos.</p><p>Os programas de melhoramento vegetal visam beneficiar tanto o agricultor</p><p>quanto a indústria e o consumidor, e seus principais objetivos são: aumento</p><p>da produtividade, aumento da qualidade do produto, proteção contra pragas,</p><p>entre outros.</p><p>Germoplasma é o conjunto de material genético de uma espécie disponível</p><p>ao melhoramento genético. Toda a espécie que é cultivada pelo ser humano</p><p>possui um banco de germoplasma para preservar a diversidade genética da</p><p>espécie. Desse modo, bancos de germoplasma são repositórios de material</p><p>genético (sementes e plantas, por exemplo) e auxiliam na manutenção da</p><p>variabilidade genética de determinada espécie, sendo a “fonte genética” usada</p><p>pelo melhorista para desenvolver novas cultivares (BRAMMER, 2002).</p><p>Os seres vivos são afetados diretamente pelas mudanças pelas quais o</p><p>planeta passa, e muitos deles perdem ou correm o risco de perder sua identi-</p><p>dade genética. A Embrapa guarda, hoje, mais de 68 mil espécies de sementes</p><p>diferentes e pode ser acessada como uma espécie de biblioteca no banco de</p><p>germoplasma. Fontes de genes para o melhoramento genético de plantas</p><p>estã o disponí veis nesses bancos. Quando o objetivo do melhoramento é uma</p><p>caracterí stica qualitativa, como resistê ncia a uma determinada doenç a, a es-</p><p>colha recai em cultivares e linhagens adaptadas e genó tipos fontes de gene(s)</p><p>para resistê ncia. Para caracterí stica quantitativa, como a produtividade, maior</p><p>sucesso pode ser obtido entre cruzamentos envolvendo genó tipos produtivos.</p><p>No Brasil, estudos já têm sido feitos para avaliar quais são os genes rela-</p><p>cionados com a adaptação e a resistência das plantas à seca. Essa capacidade</p><p>de adaptaç ã o e tolerância das plantas é determinada pelo acú mulo de alelos</p><p>favorá veis à produtividade nas condiç õ es de seca. A ideia é selecionar plantas</p><p>que transpirem menos e que captem água das camadas mais profundas do</p><p>solo, para que se mantenham vivas durante períodos de escassez de chuvas</p><p>(MORAIS, 2014).</p><p>9Marcadores moleculares</p><p>Além disso, também no contexto brasileiro, tem-se feito o melhoramento</p><p>genético de diversos cultivos importantes economicamente, como é o caso do</p><p>milho e da soja. Em termos de área semeada e de produção de grãos, o milho</p><p>é o segundo cereal de maior importância no Brasil, vindo atrás somente da</p><p>soja. Os primeiros trabalhos com ênfase na obtenção de cultivares de soja mais</p><p>adaptadas às condições do Brasil começaram na década de 1930.</p><p>Antes da década de 1960, as cultivares de milho utilizadas no Brasil tinham</p><p>diversas desvantagens, como o fato de serem pouco produtivas, excessivamente</p><p>altas, muito sensíveis ao ataque de pragas e não suportarem altas densidades</p><p>de semeadura. Com os trabalhos de melhoramento genético, foram atingidas</p><p>mudanças importantes não só na produtividade, mas na redução do porte das</p><p>plantas, produzindo, assim, maior adaptabilidade a condições de escassez de</p><p>água, maior capacidade de resposta ao adubo, maior resistência a doenças</p><p>e pragas e aprimoramento da qualidade nutritiva dos grãos. Além disso,</p><p>obtiveram-se plantas mais adaptadas as diversas regiões do Brasil, como o</p><p>Cerrado, onde hoje é uma das principais culturas (VILARINHO, 2005).</p><p>Já em relação à soja, o melhoramento genético propiciou resistência às</p><p>doenças e aos insetos, tolerância a solos ácidos, penetração profunda das raízes</p><p>e alta qualidade fisiológica das sementes, permitindo que as plantas tolerem</p><p>os fatores adversos que podem comprometer a produção. Vá rias linhagens</p><p>resistentes a insetos tê m sido desenvolvidas no programa de melhoramento</p><p>da Embrapa Soja. Entretanto, esses cultivares têm potencial produtivo menor</p><p>que as cultivares comercialmente em uso. A Empraba Soja também têm obtido</p><p>progressos na obtenç ã o de cultivares de sementes resistentes em ambientes</p><p>desfavorá veis, como as regiões úmidas de clima tropical no Brasil, que apre-</p><p>sentam temperatura e umidade elevadas durante o ciclo da cultura. A maioria</p><p>dos solos cultiváveis aqui no país também apresentam subsolo ácido, o que</p><p>prejudica as plantações, mas, felizmente, diversos genó tipos de soja já são</p><p>relatados como tendo tolerâ ncia ao alumí nio e ao manganê s tó xicos, sendo,</p><p>então, usados como fonte de genes no melhoramento (ALMEIDA et al., 1999).</p><p>Marcadores moleculares na diversidade</p><p>genética e conservação das espécies</p><p>A diversidade genética se refere a toda variação biológica hereditária acumulada</p><p>durante o processo evolutivo e é gerada por mutações na sequência nucleotídica</p><p>durante a replicação do DNA. Quando essa variação ocorre entre indivíduos</p><p>da mesma espécie e é hereditária, chamamos de polimorfi smos. Desse modo,</p><p>Marcadores moleculares10</p><p>todas as formas de vida do planeta são caracterizadas por variações genéticas</p><p>que podem ser estudadas para a investigação de aspectos biológicos e graus de</p><p>conservação da espécie. Portanto, quando nosso interesse é saber o parentesco</p><p>entre indivíduos, se existe, ou não, fl uxo gênico entre populações ou qual é</p><p>o status de conservação de uma espécie em particular, estudamos a variação</p><p>genética da população (SANTOS, 2009).</p><p>Um dos pontos mais importantes para a manutenção da variabilidade</p><p>genética das espécies é o controle da endogamia. A otimização de acasala-</p><p>mentos visando o controle da endogamia é crucial para o planejamento de</p><p>programas de conservação de espécies ou raças ameaçadas de extinção, além</p><p>de programas de melhoramento animal. Isso porque a endogamia favorece</p><p>a perda da diversidade genética, o acúmulo de mutações deletérias, além de</p><p>redução nas taxas de reprodução e sobrevivência (ROSA; PAIVA, 2009,).</p><p>Não podemos deixar de lembrar que o impacto causado pela ação do homem</p><p>também tem contribuído para a perda da diversidade genética, gerando frag-</p><p>mentação de habitats, invasões de espécies exóticas, erosão dos solos, poluição</p><p>de aquíferos, alterações nos regimes de queimadas e desequilíbrios no ciclo</p><p>do carbono. Além disso, a conservação da diversidade genética é importante</p><p>para que a população tenha a capacidade de se adaptar às mudanças ambientais</p><p>que vêm ocorrendo em todo o planeta (KLINK; MACHADO, 2005).</p><p>Recentes avanços no campo da genética molecular na ultimas décadas</p><p>permitiram a geração de conhecimento e ferramentas para que fossem rea-</p><p>lizados estudos populacionais, evolutivos, ampliando a capacidade de iden-</p><p>tificação de espécies, a melhor caracterização da biodiversidade, bem como</p><p>a avaliação da variabilidade genética de animais e plantas de importância</p><p>econômica (ROSA; PAIVA, 2009). Entretanto, o primeiro marcador genético</p><p>baseado em DNA desenvolvido foi o RFLP, que precisa de conhecimentos</p><p>prévios sobre a sequência de nucleotídeos da espécie a ser estudada, ou seja,</p><p>o genoma da espécie precisa estar sequenciado. Além disso, RFLPs tem</p><p>baixo rendimento em função da grande quantidade de DNA necessária. Essa</p><p>característica também dificulta o uso dessa técnica no estudo de espécies</p><p>raras ou ameaç adas, nas quais é bastante difícil obter grandes quantidades</p><p>de amostra para a extração de DNA.</p><p>Com o avanço de técnicas de amplificação de DNA utilizando primers de</p><p>sequência arbitrária, o uso da PCR se espalhou por todo o mundo, permitindo a</p><p>análise genética de diversas espécies a um custo relativamente baixo e de forma</p><p>simples. Foi assim que a técnica de RAPD se popularizou no mundo todo, por</p><p>ser rápida, simples, econômica e, principalmente, por não requerer nenhum</p><p>conhecimento prévio da genética da espécie sob investigação (SANTOS, 2009).</p><p>11Marcadores moleculares</p><p>A técnica de RAPD também é muito útil para estudos de espécies raras</p><p>ou ameaçadas, uma vez que ela necessita de poucas quantidades de DNA</p><p>para as análises. Entretanto, apesar dessas vantagens, a RAPD não permite</p><p>a diferenciação entre indivíduos homozigotos e heterozigotos devido ao seu</p><p>caráter dominante, dificultando, assim, a obtenção de informações relevantes</p><p>para estudos genéticos (LACERDA et al., 2012).</p><p>A técnica de AFLP é muito útil para estimar diversidade gené tica em função</p><p>de sua ampla cobertura do genoma. Ela tem sido empregada com sucesso na</p><p>aná lise de diversidade gené tica em populaç õ es naturais, espécies arbóreas</p><p>e em espé cies medicinais, entre outras (MENDONÇA, 2011). Apesar disso,</p><p>trata-se de uma técnica trabalhosa, de custo elevado para a obtenção de dados</p><p>(SARTORETTO; FARIAS, 2010).</p><p>Mais recentemente, os marcadores SSRs passaram a ser utilizados em</p><p>estudos de diversidade genéticas. Comparados com as demais técnicas de</p><p>marcadores moleculares, os microssatélites são eficientes para detectar poli-</p><p>morfismo em espécies ou indivíduos de uma mesma população, apresentando</p><p>como principal vantagem o fato de serem codominantes. Isso é de fundamental</p><p>importância para a sua utilização em análises genéticas e para a evolução de</p><p>populações altamente heterozigóticas. Além disso, essa característica permite</p><p>o fornecimento de dados que possibilitam que se investigue mais a fundo a</p><p>estrutura da população. Dessa forma, os SSR estão substituindo rapidamente</p><p>outros marcadores em diversos estudos genéticos devido a sua replicabilidade e</p><p>simplicidade técnica. Entretanto, esses marcadores exigem o desenvolvimento</p><p>de primers específicos para cada espécie, gerando alto investimento financeiro,</p><p>de trabalho e de tempo (MENDONÇA, 2011).</p><p>SNPs também permitem estudos de diversidade genética e são as fontes de</p><p>variação genética mais comuns, de modo que se têm tornado marcadores de</p><p>preferência por sua grande abundância e pelo desenvolvimento de tecnologias</p><p>de genotipagem em larga escala, além de permitirem a detecção de polimor-</p><p>fismos em praticamente todo o genoma (ROSA; PAIVA, 2009).</p><p>Marcadores moleculares12</p><p>ALMEIDA, L. A. et al. Melhoramento da soja para regiões de baixas latitudes. In: QUEIROZ,</p><p>M. A.; GOEDERT, C. O.; RAMOS, S. R. R. Recursos genéticos e melhoramento de plantas para</p><p>o Nordeste brasileiro. Petrolina: Embrapa Semi-árido, 1999. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>BRAMMER, S. P. Variabilidade e diversidade genética vegetal: requisito fundamental em</p><p>um programa de melhoramento. Passo Fundo: Embrapa Trigo, 2002. Disponível em:</p><p>.</p><p>Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>CAETANO, A. R. Marcadores SNP: conceitos básicos, aplicações no manejo e no me-</p><p>lhoramento animal e perspectivas para o futuro. Revista Brasileira de Zootecnia, v.</p><p>38, p. 64-71, jul. 2009. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>COUTINHO, L. L.; ROSARIO, M. F.; JORGE, E. C. Biotecnologia animal. Estudos Avançados, v.</p><p>24, n. 70, p. 123-147, 2010. Disponível em: . Acesso em: 13 out.</p><p>CRESPOLINI, M. et al. Pecuária de corte no Pantanal: análise temporal e de escala, do</p><p>sistema modal de produção em Corumbá-MS. Embrapa Pantanal, out. 2017. Dispo-</p><p>nível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>ELLEGREN, H. Microsatellites: simple sequences with complex evolution. Nature Reviews</p><p>Genetics, v. 5, n. 6, p. 435-445, jun. 2004. Disponível em: . 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Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>MENDONÇA, P. C. Caracterização da diversidade genética de Stryphnodendron adstrin-</p><p>gens (Mart.) Coville por marcador molecular AFLP e transferência de microssatélites. 2011.</p><p>74 f. Tese (Doutorado em Agronomia)- Unviversidade Estadual Paulista, Faculdade de</p><p>Ciências Agronômicas de Botucatu, Botucatu, 2011. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>MORAIS, L. Novas rotas para o melhoramento de plantas. XXI Ciência para a vida Em-</p><p>brapa: semeando água, n. 8, set./dez. 2014. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>NATIONAL CENTER FOR BIOTECHNOLOGY INFORMATION. Random Amplified Polymor-</p><p>phic DNA (RAPD). 2017. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>POLIDO, P. B. et al. Marcadores moleculares aplicados no melhoramento genético de</p><p>bovinos. Arquivos de Ciências Veterinárias e Zoologia da UNIPAR, v. 15, n. 2, p. 161-169,</p><p>jul./dez. 2012. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>ROSA, A. J. M.; PAIVA, S. R. Marcadores moleculares e suas aplicaç õ es em estudos popu-</p><p>lacionais de espé cies de interesse zooté cnico. Planaltina, DF: Embrapa Cerrados, 2009.</p><p>Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>SANTOS, F. R. et al. Diversidade Genética. IN: Drummond, G. M. et al. (Ed.). Biota Minas:</p><p>diagnóstico do conhecimento sobre a biodiversidade no Estado de Minas Gerais. Belo</p><p>Horizonte: Fundação Biodiversitas, 2009. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>SARTORETTO, L. M.; FARIAS, P. C. M. Diversidade genética e técnicas biotecnológicas.</p><p>Unoesc & Ciências - ACET, v. 1, n. 2, p. 155-162, jul./dez. 2010. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>STRACHAN, T.; READ, A. Genética molecular humana. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.</p><p>TURCHETTO-ZOLET, A. C. et al. (Org.). Marcadores moleculares na era genômica: metodo-</p><p>logias e aplicações. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética, 2017. Disponível</p><p>em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>VILARINHO, A. A. A importância do melhoramento genético na cultura do milho.</p><p>2005. Disponível em: . Acesso em: 13 out. 2018.</p><p>ZAHA, A.; FERREIRA, H. B.; PASSAGLIA, L. M. P. Biologia molecular básica. 5. ed. Porto</p><p>Alegre: Artmed, 2014.</p><p>Marcadores moleculares14</p><p>Conteúdo:</p><p>Dica do professor</p><p>Os marcadores moleculares são polimorfismos muito frequentes no genoma humano. Em geral, eles</p><p>não causam nenhum prejuízo à saúde. Entretanto, alguns polimorfismos, localizados em regiões</p><p>codificantes do DNA, podem acarretar consequências em relação à expressão clínica, como é o</p><p>caso da doença chamada anemia falciforme.</p><p>Assista ao vídeo da Dica do Professor para saber como ocorre a anemia falciforme.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/deef23debd6abdce73b77d3079571c6b</p><p>Exercícios</p><p>1) O surgimento dos marcadores moleculares revolucionou os estudos de genética molecular</p><p>envolvendo variabilidade genética, conservação de espécies, melhoramento genético, etc.</p><p>Sobre esses marcadores, é possível afirmar:</p><p>A) SSR consiste de regiões contendo sequências repetidas em tandem, de perfil dominante, o</p><p>que permite obter mais informações.</p><p>B) As técnicas de RAPD e de AFLP não exigem conhecimento prévio da informação genética de</p><p>sequências-alvo, como no caso dos marcadores SSR.</p><p>C) SFP utiliza a técnica de PCR, que permite a observação simultânea de várias centenas de loci</p><p>polimórficos espalhados pelo genoma.</p><p>D) O marcador SSR apresenta limitações, como a impossibilidade de desenvolver “primers</p><p>específicos”, ou seja, é necessário que sejam desenvolvidos primers universais para todas as</p><p>espécies.</p><p>E) A técnica de RAPD não é boa ferramenta para estudos de conservação, uma vez que requer</p><p>conhecimento da sequência do DNA-alvo.</p><p>2) Uma característica que difere os marcadores moleculares é o seu perfil dominante ou</p><p>codominante. Essas diferenças podem impactar nos resultados obtidos a partir de</p><p>determinada técnica empregada. Sobre o perfil dos marcadores moleculares,</p><p>está correto</p><p>afirmar:</p><p>A) Uma característica dos marcadores RAPD e AFLP, diferente dos marcadores RFLP e SSR, é</p><p>sua dominância, não permitindo a distinção entre genótipos homozigóticos e heterozigóticos.</p><p>B) Uma característica dos marcadores RFLP e AFLP, diferente dos marcadores SFP e SSR, é sua</p><p>dominância, não permitindo a distinção entre genótipos homozigóticos e heterozigóticos.</p><p>C) Uma característica dos marcadores microssatélites e AFLP, diferente dos marcadores SFP e</p><p>SSR, é sua dominância, permitindo a distinção entre genótipos homozigóticos e</p><p>heterozigóticos.</p><p>D) Uma característica dos marcadores RAPD e AFLP, diferente dos marcadores RFLP e SSR, é</p><p>sua codominância, permitindo a distinção entre genótipos homozigóticos e heterozigóticos.</p><p>CACM ACER</p><p>Realce</p><p>CACM ACER</p><p>Realce</p><p>E) Uma característica dos marcadores SSR e AFLP, diferente dos marcadores RFLP e SFP, é sua</p><p>codominância, não permitindo a distinção entre genótipos homozigóticos e heterozigóticos.</p><p>3) O melhoramento genético serve para aumentar a frequência de alelos desejáveis em uma</p><p>população animal ou vegetal, visando a benefícios ao produtor e ao consumidor. Sobre o</p><p>melhoramento genético, podemos afirmar:</p><p>A) O melhoramento genético serve para diminuir a frequência de alelos desejáveis em uma</p><p>população animal ou vegetal.</p><p>B) Para que o melhoramento genético seja possível, um dos requisitos básicos é que não haja</p><p>variabilidade genética na população.</p><p>C) O uso de marcadores moleculares permite a seleção de cruzamentos entre indivíduos com as</p><p>melhores características, chamada reprodução artificial.</p><p>D) Uma vez detectados os marcadores associados a determinada característica de interesse, é</p><p>possível selecionar os indivíduos com base no marcador.</p><p>E) Como consequência do melhoramento genético, os genes responsáveis pelas características</p><p>escolhidas tenderão a se tornar heterozigotos.</p><p>4) A aplicação do melhoramento genético na pecuária e na agricultura tem representado</p><p>enorme avanço econômico ao nosso país. Sobre essa aplicação, é correto afirmar:</p><p>A) A indústria ainda está lutando para um dia poder identificar o genótipo desejável para</p><p>determinada característica em bovinos mediante a análise de amostras de DNA.</p><p>B) Em programas de melhoramento, os animais podem ser testados para a mutação de</p><p>determinados genes, permitindo o estabelecimento de linhagens livres dessa mutação.</p><p>C) Apesar de todos os avanços, os pesquisadores ainda não conseguiram identificar os genes</p><p>relacionados com a adaptação e a resistência das plantas à seca.</p><p>D) Germoplasma é o conjunto de sementes de uma espécie disponíveis ao melhoramento</p><p>genético.</p><p>E) Aqui no Brasil ainda não se tem feito o melhoramento genético de cultivos importantes</p><p>economicamente, como é o caso do milho e da soja.</p><p>5)</p><p>CACM ACER</p><p>Realce</p><p>CACM ACER</p><p>Realce</p><p>Os marcadores moleculares têm sido amplamente utilizados em estudos para analisar a</p><p>diversidade genética e a conservação das espécies. Sobre esse aspecto, é possível afirmar:</p><p>A) Todas as formas de vida do planeta são caracterizadas por estabilidade genética, que pode ser</p><p>estudada para investigar aspectos biológicos e graus de conservação da espécie.</p><p>B) Um dos pontos mais importantes para a manutenção da variabilidade genética das espécies é</p><p>o controle da monogamia.</p><p>C) Marcadores que demandam o uso de primers específicos para a amplificação dificilmente</p><p>poderiam ser usados para o estudo de espécies sobre as quais há pouca informação genética.</p><p>D) A técnica de RAPD não é útil para o estudo de espécies raras ou ameaçadas, uma vez que</p><p>necessita de grande quantidade de DNA para as análises.</p><p>E) Os microssatélites são eficientes para detectar polimorfismos em espécies ou indivíduos de</p><p>uma mesma população, apresentando como principal vantagem o fato de serem dominantes.</p><p>CACM ACER</p><p>Realce</p><p>Na prática</p><p>Os seres humanos compartilham 99,9% do código genético entre si. O que nos torna únicos é</p><p>justamente o 0,1% de DNA restante, composto por polimorfismos – os marcadores genéticos – que</p><p>refletem as características que nos diferenciam das demais pessoas. Mediante o perfil de expressão</p><p>desses marcadores genéticos, são feitos os testes de paternidade.</p><p>Confira abaixo como são feitos os testes de paternidade.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/1a6d0fbd-8057-4b8b-bf3d-481e20f2c421/7a26ac9e-4384-4271-8d89-c5e7f6449ba3.jpg</p><p>Saiba +</p><p>Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:</p><p>Os genes do gado</p><p>Você sabia que pesquisadores brasileiros já estão fazendo melhoramento genético em gado de</p><p>corte, a fim de gerar carne mais macia? Características desejáveis, como a qualidade da carne e a</p><p>eficiência alimentar da raça, são selecionadas mediante análise das variações do genoma do gado.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Embrapa desenvolve técnica para melhoramento genético de</p><p>vegetais</p><p>A Embrapa está desenvolvendo uma técnica para fazer melhoramento genético em plantas. A</p><p>técnica é automatizada e funciona por meio de imagens fotográficas e espectroscópicas dos</p><p>vegetais, gerando grande gama de parâmetros e dados.</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>Embrapa completa 41 anos e inaugura o maior banco genético</p><p>da América Latina</p><p>A Embrapa conta com o maior banco de germoplasma da América Latina, reunindo coleções de</p><p>plantas, animais e microrganismos. Todas essas informações reunidas permitem o avanço de</p><p>estudos sobre melhoramento genético no país.</p><p>http://revistapesquisa.fapesp.br/2017/04/19/os-genes-do-gado/</p><p>https://www.youtube.com/embed/zDNKLo11Rh4</p><p>Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.</p><p>http://www.ebc.com.br/tecnologia/2014/04/embrapa-completa-41-anos-e-inaugura-maior-banco-genetico-da-america-latina</p>