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<p>CULTURA</p><p>ORGANIZACIONAL</p><p>E EDUCAÇÃO</p><p>Pablo Bes</p><p>A cultura organizacional</p><p>e a sociedade</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Apreender o conceito de cultura e sua relação com a sociedade.</p><p> Identifi car como a cultura organizacional produz e é produzida pela</p><p>sociedade.</p><p> Refl etir sobre as características da cultura organizacional.</p><p>Introdução</p><p>Mesmo antes de nascermos, já nos encontramos inseridos em grupos</p><p>sociais que procuram nos passar seu estilo de vida, as formas como de-</p><p>vemos agir e aquilo que é reconhecido como importante e determinante</p><p>em nossas condutas. Ao mesmo tempo, enquanto vive, o ser humano</p><p>vai em busca de suprir suas necessidades por meio da manipulação, do</p><p>uso, da invenção e da criação dos artefatos que lhe proporcionarão viver</p><p>e/ou sobreviver neste mundo.</p><p>Dessa forma, ao utilizarmos o conceito de cultura, tanto podemos en-</p><p>volver essas ideias e práticas que diariamente pautam nossa vida cotidiana</p><p>e que nos são ensinadas e transmitidas a partir dos grupos quanto aquilo</p><p>que somos capazes de realizar em busca da materialidade de nossas vidas.</p><p>Neste capítulo, você vai estudar o conceito de cultura, articulando este</p><p>com o conceito de cultura organizacional, percebendo como ambos se</p><p>relacionam e se afetam de forma recíproca.</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 63 23/11/2017 14:35:36</p><p>A cultura e a sociedade</p><p>O conceito de cultura vem se reconfi gurando nas últimas décadas, acompa-</p><p>nhando a própria evolução da sociedade. Por isso, em nossos estudos nesta</p><p>disciplina, nos cabe realizar um rápido resgate do percurso histórico da so-</p><p>ciedade e da própria ciência em relação a esse conceito central.</p><p>As primeiras aparições do conceito de cultura na literatura surgiram no</p><p>século XV, relacionando-a com as questões agrícolas. Percebemos, ainda hoje,</p><p>algumas palavras dessa área que carregam o radical cultura em sua formação,</p><p>como agricultura, floricultura, bovinocultura, etc. Utilizamos esse resgate</p><p>histórico para perceber que, já nos primórdios do uso da palavra, existia im-</p><p>plícito o aspecto da intervenção do homem na natureza e no “cultivar” algo.</p><p>O conceito também irá se aproximar da religião por meio da utilização da</p><p>palavra cultus, que ainda hoje é utilizada para nomear as reuniões de algumas</p><p>denominações religiosas. Logo, analisando por este aspecto, a religião, o culto</p><p>religioso, também estará ensinando aos seus seguidores conceitos em relação</p><p>a sua vida e estabelecendo regras por meio de suas doutrinas.</p><p>A partir do século XVI, as ideias iniciais de cultura, sobretudo aquelas</p><p>relacionadas ao cultivo agrícola, serão transpostas para a mente humana, vista</p><p>como o terreno fértil em que o conhecimento pode ser semeado e cultivado.</p><p>Ideia esta que virá a ser reforçada pelos movimentos históricos que chegam e</p><p>introduzem a Modernidade, como o Positivismo, o Iluminismo, o Renascimento</p><p>e a Reforma Protestante. Esses movimentos influem diretamente na construção</p><p>de um tipo de Cultura, com C maiúsculo, que definiria e classificaria como</p><p>melhores e mais importantes aqueles que tinham uma educação civilizada</p><p>europeia (logo, culta) em detrimento de todas as demais etnias.</p><p>“No século XVIII, consolida-se o caráter classista da ideia de cultura, evidente na ideia</p><p>de que somente as classes privilegiadas da sociedade europeia atingiram o nível</p><p>de refinamento que as caracterizaria como cultas” (MOREIRA; CANDAU, 2007, p. 26).</p><p>Essa forma de entender a cultura como algo pertencente a uma elite e com</p><p>valores superiores ficou muito evidenciada durante o período das grandes</p><p>navegações, quando as nações europeias procuraram expandir seus territórios</p><p>para outros continentes, impondo sua cultura sobre as demais. No Brasil,</p><p>A cultura organizacional e a sociedade64</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 64 23/11/2017 14:35:36</p><p>mais especificamente, as etnias indígenas foram, neste período, consideradas</p><p>bárbaras, selvagens e sem cultura, necessitando, por isso, educá-los em busca</p><p>de civilizá-los.</p><p>Esse conceito de cultura se estende por muitos séculos e ainda ressoa</p><p>até os dias atuais, sobretudo no senso comum, quando percebemos que a</p><p>associação com a palavra cultura se refere às pessoas que tiveram acesso aos</p><p>livros clássicos da educação, à música erudita, à ópera, ao mundo letrado e</p><p>às mais diversas produções culturais, enquanto outros, considerados “menos</p><p>cultos”, não tiveram essas vivências, por exemplo.</p><p>Como podemos perceber até o momento, o conceito de cultura se aproxima</p><p>muito com a ideia de educação, pois por meio desta podem ser ensinadas as</p><p>ideias que irão fazer parte das mentes dos indivíduos e, de certa forma, conduzir</p><p>seus passos na sociedade. Logo, dentro do projeto de sociedade proposto pela</p><p>Modernidade, a educação escolarizada irá servir como ferramenta importante</p><p>para que se propague a cultura europeia aos mais distantes recantos do planeta.</p><p>Claro que essa forma de pensar a cultura, articulando-a entre uma alta</p><p>cultura (elites) e uma baixa cultura (massa popular), hoje está ultrapassada.</p><p>Mas, então, como é o conceito de cultura aceito na atualidade?</p><p>Somente no século XX é que o mundo irá presenciar aquilo que alguns</p><p>teóricos chamam de virada cultural, em que o conceito de cultura se estende</p><p>a todos os estratos sociais.</p><p>Peter Burke (1987) traz um conceito simples para definir cultura, posicio-</p><p>nando-a como um sistema de integração, de diferenciação e de referência que</p><p>organiza e dá um sentido à atividade dos seus membros. Ou seja, por meio</p><p>da cultura dos grupos em que participamos, construímos nossa identidade</p><p>cultural e, a partir daí, nos sentimos integrados a esses grupos e passamos a</p><p>organizar nossa vida e nossas ações diárias por meio daquilo que aprendemos</p><p>com esses membros.</p><p>Reforçando ainda mais o conceito, Moreira e Candau (2007, p. 27) co-</p><p>menta que “cultura se identifica, assim, com a forma geral de vida de um</p><p>dado grupo social, com as representações da realidade e as visões de mundo</p><p>adotadas por esse grupo”. Aqui, nos cabe refletir que existem várias culturas</p><p>nas quais nos inserimos no decorrer das diversas fases de nossa vida e dos</p><p>papéis sociais que vamos assumindo em sociedade. Essas experiências</p><p>culturais vão nos constituindo, definindo quem nós somos, e farão parte</p><p>de nossas experiências profissionais também. Logo, tanto as organizações</p><p>podem afetar nosso modo de viver como as diversas culturas dos membros</p><p>da organização precisam ser geridas para que se construa uma cultura</p><p>organizacional comum e compartilhada.</p><p>65A cultura organizacional e a sociedade</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 65 23/11/2017 14:35:36</p><p>Os aspectos culturais adquiriram na contemporaneidade uma importância</p><p>como nunca antes visto na história da humanidade. Vamos acompanhar agora</p><p>o que nos diz Stuart Hall (1997, p. 5) sobre a centralidade da cultura na vida</p><p>contemporânea:</p><p>A expressão “centralidade da cultura” indica aqui a forma como a cultura</p><p>penetra em cada recanto da vida social contemporânea, fazendo proliferar</p><p>ambientes secundários, mediando tudo. A cultura está presente nas vozes e</p><p>imagens corpóreas que nos interpelam das telas, nos postos de gasolina. Ela</p><p>é um elemento chave no modo como o meio ambiente doméstico é atrelado,</p><p>pelo consumo, pelas tendências e modas mundiais. É trazida para dentro de</p><p>nossos lares através dos esportes e das revistas esportivas, que frequentemente</p><p>vendem uma imagem de íntima associação ao lugar e ao local através da</p><p>cultura do futebol contemporâneo.</p><p>A partir da ideia trazida pelo autor, podemos perceber como a cultura hoje</p><p>faz parte ativa e importante de nossas vidas, pois, principalmente após a globa-</p><p>lização e o avanço das comunicações digitais em rede, podemos influenciar e</p><p>ser influenciados por ideias, pensamentos e práticas que ocorram em qualquer</p><p>lugar do planeta. Podemos, então, afirmar que hoje somos sujeitos constituídos,</p><p>produzidos no interior das práticas culturais nas quais</p><p>participamos.</p><p>A globalização se refere àqueles processos, atuantes numa escala global, que atra-</p><p>vessam fronteiras nacionais, integrando e conectando comunidades e organizações</p><p>em novas combinações de espaço-tempo, tornando o mundo, em realidade e em</p><p>experiência, mais interconectado (HALL, 2006, p. 67).</p><p>A cultura organizacional e a sociedade</p><p>As implicações entre a cultura organizacional e a sociedade em que uma</p><p>organização se encontra inserida são diversas, uma vez que os indivíduos se</p><p>constituem e trazem consigo seu modelo de vida – envolvendo ideias, con-</p><p>ceitos, símbolos e signifi cados, que se traduzem nas suas ações – para o seu</p><p>interior. Essas ideias e esses atos nem sempre irão se alinhar com aquilo que</p><p>a organização estabelece para si própria como visão de negócios ou valores</p><p>a serem compartilhados com seus membros. Embora vivamos na atualidade</p><p>A cultura organizacional e a sociedade66</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 66 23/11/2017 14:35:36</p><p>em um mundo que pretende ser global, ainda assim existem características</p><p>regionais e até mesmo locais que podem diferenciar os grupos que adentram</p><p>às organizações.</p><p>Dessa forma, nos cabe realizar uma análise da cultura organizacional,</p><p>conceito típico da ciência da Administração, nos valendo dos ensinamentos</p><p>da Sociologia e da Antropologia para que possamos perceber como sociedade</p><p>e cultura organizacional se encontram diretamente relacionadas. Reforçando</p><p>essa ideia, vamos acompanhar o que nos diz o antropólogo Geertz (1989, p. 15):</p><p>(...) acreditando, como Max Weber, que o homem é um animal amarrado a</p><p>teias de significados que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo</p><p>estas teias e sua análise; portanto, não como uma ciência experimental em</p><p>busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura do significado.</p><p>O autor traz a ideia de Weber, de sua Sociologia compreensiva, que entendia,</p><p>por meio do conceito de ação social, que os homens não vivem simplesmente</p><p>compelidos a agir pelas regras e normas em sociedade, mas também participam</p><p>de escolhas e acabam participando na criação dos regulamentos que irão reger</p><p>a vida social. Logo, dentro da ideia trazida por Geertz, citada acima, o homem</p><p>vive amarrado a um próprio estilo de viver que ele mesmo produz por meio</p><p>de sua participação/imersão nas práticas culturais de seus grupos sociais.</p><p>Porém, temos que perceber que tanto o homem produz hoje a sua cultura</p><p>– uma vez que participa, interage e relaciona-se nos grupos que frequenta –</p><p>quanto é por esta produzido, poisos conceitos e as práticas desses grupos</p><p>acabam afetando quem ele é e sua identidade e projetam sua existência no</p><p>presente e para o futuro.</p><p>Ao trazer o conceito de cultura para o campo da Administração e voltá-lo</p><p>para a cultura organizacional, percebemos um esforço positivista por parte dos</p><p>teóricos dessa ciência em afirmar que “não podemos construir um conceito de</p><p>cultura, se não concordarmos em como defini-la, medi-la, estudá-la e aplicá-</p><p>-la ao mundo real das organizações” (SCHEIN, 1991, p. 248). A ideia é esta,</p><p>aplicar o conceito de cultura, ou seja, levar as teias de significados tecidas pelo</p><p>homem para dentro da realidade das organizações, afinal, as organizações</p><p>também afetam e são afetadas pela sociedade e por suas regras e valores.</p><p>Partindo desse pressuposto, vamos estudar algumas características da</p><p>sociedade atual que permeiam nossas culturas e que se inserem e, até mesmo,</p><p>são produzidas/reforçadas no interior das organizações.</p><p>Freitas (2014, p. 44) aponta cinco características antropológicas culturais</p><p>que são consideradas mais influentes no âmbito organizacional no Brasil:</p><p>67A cultura organizacional e a sociedade</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 67 23/11/2017 14:35:37</p><p>“hierarquia, personalismo, malandragem, sensualismo e espírito aventureiro”.</p><p>Vamos comentar um pouco sobre cada uma delas.</p><p>A hierarquia nas organizações apresenta centralização do poder nos</p><p>grupos sociais, bem como passividade e certo nível de aceitação dos grupos</p><p>inferiores. Esses aspectos foram sendo construídos socialmente a partir da</p><p>colonização e dos aspectos de dominação, escravidão e regimes de governo</p><p>impostos a todos.</p><p>O personalismo diz respeito ao enfoque nas relações pessoais para a ascen-</p><p>são e a ocupação de cargos mais proeminentes ao invés do estabelecimento</p><p>de critérios como competência ou mérito.</p><p>A malandragem, por sua vez, está relacionada à arte do jeitinho com que</p><p>nosso povo brasileiro aprende a resolver situações em que a flexibilidade de</p><p>raciocínio e a criatividade parecem unir-se em busca de uma solução nem</p><p>sempre ética ou moralmente correta para situações ou problemas encontrados.</p><p>O sensualismo relaciona-se com a forma como o brasileiro procura relacio-</p><p>nar-se de maneira afetuosa, por meio do toque e da proximidade, característica</p><p>que nos projeta internacionalmente como um povo acolhedor.</p><p>O espírito aventureiro relaciona-se com a tendência produzida historica-</p><p>mente em nosso país e reforçada, principalmente, pelas práticas coloniais,</p><p>nas quais as tarefas manuais e artesanais se colocam em segundo plano em</p><p>relação às tarefas intelectuais. Ou seja, o aventureiro é aquele que vai atrás</p><p>da criação de ideias, de inovações, e não propriamente do engajamento, da</p><p>ação para concretizá-las.</p><p>Uma das formas de olharmos para as organizações é entendendo que estas irão ser</p><p>influenciadas pelas características culturais que contribuíram para a formação da</p><p>sociedade, uma vez que as pessoas que ali ocupam seus cargos tiveram sua formação,</p><p>sua constituição pessoal e sua identidade a partir das ideias e práticas que aprende-</p><p>ram nos grupos que participam desde o seu nascimento, e esses ensinamentos os</p><p>acompanharão dentro das organizações.</p><p>Características da cultura organizacional</p><p>Como viemos estudando, sabemos que a cultura organizacional pode ser</p><p>entendida como “o conjunto dos pressupostos básicos (...) considerados válidos</p><p>A cultura organizacional e a sociedade68</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 68 23/11/2017 14:35:37</p><p>e ensinados a novos membros como a forma correta de perceber, pensar e</p><p>sentir” (SCHEIN, 1989, p. 3).</p><p>Isso significa que, por meio do desempenho diário de suas tarefas no</p><p>interior das organizações, a partir da interação com os grupos nos quais</p><p>participam, seus membros vão reconhecendo e legitimando algumas formas</p><p>de pensar e agir, alguns modelos que irão pautar suas rotinas a partir de</p><p>então. Essa aprendizagem e esse sentimento, que apontam na direção do</p><p>que fazer e como fazer para que se tenha sucesso ou não, constituem-se em</p><p>parte forte e integrante da cultura organizacional e vêm a se estabelecer</p><p>dentro da lógica dos pressupostos básicos propostos no conceito. Aqui,</p><p>precisamos destacar o aspecto referente ao conceito de cultura, pois esses</p><p>pressupostos passam a ser ensinados e irão constituir os novos membros</p><p>da organização. A Figura 1 apresenta a proposta de Schein (1989) para</p><p>cultura organizacional.</p><p>Figura 1. Níveis da cultura organizacional.</p><p>Fonte: Adaptada de Schein (1989).</p><p>Neste caso, os artefatos visíveis são aqueles em que a cultura, o jeito de ser</p><p>e agir da organização se manifestam na sua materialidade. Percebemos isso</p><p>nas configurações do layout da mesma, nos comportamentos de seus membros,</p><p>na formalização de seus cargos e hierarquias, nas rotinas, nos processos e nas</p><p>tarefas que são executadas cotidianamente.</p><p>Já os valores representam aquilo que a organização projeta como importante,</p><p>como essencial para nortear o trabalho de seus colaboradores. Salientamos</p><p>que nem sempre os valores que são estipulados acabam sendo aqueles que</p><p>realmente serão colocados em prática no dia a dia.</p><p>Os pressupostos básicos representam as maneiras como os membros da</p><p>organização percebem, pensam, sentem e acreditam que suas ações poderão</p><p>surtir efeito satisfatório ou não. Ou seja, esse conjunto de pressupostos é a</p><p>forma como, por meio das experiências anteriores, os profissionais acabam</p><p>criando maneiras</p><p>e formas de agir que acreditam dar certo ou que devem evitar</p><p>ao realizar suas tarefas. Assim, as características da cultura organizacional</p><p>estão organizadas conforme apresenta a Figura 2 a seguir.</p><p>69A cultura organizacional e a sociedade</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 69 23/11/2017 14:35:37</p><p>Figura 2. Características da cultura organizacional.</p><p>Fonte: Adaptada de Schein (1989).</p><p>Cada organização irá apresentar uma forma específica de lidar com o ambiente,</p><p>que se apresenta na forma de distribuição de seus layouts físicos, aproveitamento</p><p>ou não do espaço, cuidados dispendidos nas relações com as pessoas, etc. A</p><p>questão da realidade e da verdade é percebida quando as pessoas costumam dizer</p><p>aquilo que acreditam ser o correto para realizar, ou até mesmo isso possa estar</p><p>estabelecido numa norma ou num padrão da organização, porém, na prática,</p><p>outra ação é que se torna real. A natureza humana, de caráter singular e único,</p><p>apresenta o grande desafio da cultura organizacional, pois fazer com que todos</p><p>compartilhem da mesma visão e de um modelo mental específico exige um trabalho</p><p>árduo. Esse item envolve, da mesma forma, a percepção que o homem tem de</p><p>suas atividades e do valor que cede ao trabalho, e se busca realização com o que</p><p>faz ou não. Finalizando, temos os relacionamentos humanos, que também devem</p><p>ser tematizados para que as relações interpessoais ocorram de forma harmoniosa</p><p>e produtiva, minimizando conflitos em busca dos objetivos organizacionais.</p><p>Como podemos perceber, são inúmeras as características e os itens que</p><p>se relacionam com a cultura organizacional. Aprender sobre ela nos dias</p><p>atuais é essencial para que as organizações realmente se estabeleçam como</p><p>organizações que aprendem.</p><p>Assista ao vídeo Cultura organizacional – 3 níveis de Schein</p><p>(MAGNO, 2016) no link a seguir para entender mais sobre</p><p>a influência das características da sociedade na cultura</p><p>organizacional.</p><p>https://goo.gl/FnMEQX</p><p>A cultura organizacional e a sociedade70</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 70 23/11/2017 14:35:37</p><p>FREITAS, A. B. Traços brasileiros para uma análise organizacional. In: MOTTA, F. C. P.;</p><p>CALDAS, M. P. (Org.). Cultura Organizacional e Cultura Brasileira. São Paulo: Atlas, 2014.</p><p>GEERTZ, C. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1989.</p><p>HALL, S. A centralidade da cultura: notas sobre as revoluções culturais do nosso tempo.</p><p>Educação & realidade, Porto Alegre, v. 22, n. 2, 1997.</p><p>HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. Rio de Janeiro: DP&A, 2006.</p><p>MAGNO, A. Aula 20: Cultura Organizacional - 3 Níveis de cultura Schein. YouTube,</p><p>2016. Disponível em: . Acesso</p><p>em: 24 out. 2017.</p><p>MOREIRA, A. F. B.; CANDAU, V. M. Currículo, conhecimento e cultura. In: BEAUCHAMP, J.;</p><p>PAGEL, S. D.; NASCIMENTO, A. R. (Org.). Indagações sobre currículo. Brasília, DF: MEC, 2007.</p><p>A cultura organizacional e a sociedade72</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 72 23/11/2017 14:35:40</p><p>SCHEIN, E. Organizational culture and leadership. San Francisco: Jossey-Bass, 1989.</p><p>SCHEIN, E. What is culture? In: FROST, P. et al. (Org.). Reframing organizational culture.</p><p>London: Sage, 1991.</p><p>Leituras recomendadas</p><p>BARRETO, L. M. T. S. et al. Cultura organizacional e liderança: uma relação possível?</p><p>Revista de Administração, São Paulo, v. 48, n. 1, 2013. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2017.</p><p>CHU, R. A.; WOOD JR., T. Cultura organizacional brasileira pós-globalização: global ou</p><p>local? Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 42, n. 5, p.969-991, set./out.</p><p>2008. Disponível em: . Acesso</p><p>em: 24 out. 2017.</p><p>MASCARENHAS, A. O. Etnografia e cultura organizacional: uma contribuição da An-</p><p>tropologia à Administração de Empresas. RAE - Revista de Administração de Empresas,</p><p>São Paulo, v. 42, n. 2, p. 88-94, 2002. Disponível em: . Acesso em: 24 out. 2017.</p><p>SILVA, R. S. Controle organizacional, cultura e liderança: evolução, transformações e</p><p>perspectivas. Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro, v. 37, n. 4, 2003. Dis-</p><p>ponível em: .</p><p>Acesso em: 24 out. 2017.</p><p>73A cultura organizacional e a sociedade</p><p>Cap_5_Cultura_Organizacional_Educacao.indd 73 23/11/2017 14:35:40</p>

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