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<p>Livro Didático Digital</p><p>Organização,</p><p>Sistemas e</p><p>Métodos</p><p>Diretor Executivo</p><p>DAVID LIRA STEPHEN BARROS</p><p>Gerente Editorial</p><p>CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA</p><p>Projeto Gráfico</p><p>TIAGO DA ROCHA</p><p>Autoria</p><p>JOSÉ LUCIANO S. DE ALENCAR</p><p>AUTORIA</p><p>José Luciano S. de Alencar</p><p>Sou formado em Administração de Empresas com Habilitação em</p><p>Comércio Exterior, MBA em Gestão de Produtos e Serviços Bancários</p><p>e Mestrado em Engenharia Urbana. Meu propósito acadêmico é o</p><p>aperfeiçoamento e a disseminação do conhecimento com foco na</p><p>integridade e ética. Sou um profissional com experiência de mais de 25</p><p>anos no setor privado no segmento bancário, administrativo, financeiro e</p><p>comercial, em funções nos níveis tático de supervisão e coordenação e</p><p>estratégico gerencial e direção em empresas de médio e grande porte.</p><p>Meu foco profissional é a eficiência na gestão dos recursos organizacionais,</p><p>por meio da superação das expectativas de negócios, com foco no</p><p>cliente e nos princípios empresariais. Passei por empresas como o Banco</p><p>Bamerindus S/A e HSBC Bank Brasil.</p><p>Sou extremamente dedicado e apaixonado pelo que faço e adoro</p><p>transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas</p><p>profissões. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a integrar seu</p><p>elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você</p><p>nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!</p><p>ICONOGRÁFICOS</p><p>Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez</p><p>que:</p><p>OBJETIVO:</p><p>para o início do</p><p>desenvolvimento de</p><p>uma nova compe-</p><p>tência;</p><p>DEFINIÇÃO:</p><p>houver necessidade</p><p>de se apresentar um</p><p>novo conceito;</p><p>NOTA:</p><p>quando forem</p><p>necessários obser-</p><p>vações ou comple-</p><p>mentações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>IMPORTANTE:</p><p>as observações</p><p>escritas tiveram que</p><p>ser priorizadas para</p><p>você;</p><p>EXPLICANDO</p><p>MELHOR:</p><p>algo precisa ser</p><p>melhor explicado ou</p><p>detalhado;</p><p>VOCÊ SABIA?</p><p>curiosidades e</p><p>indagações lúdicas</p><p>sobre o tema em</p><p>estudo, se forem</p><p>necessárias;</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>textos, referências</p><p>bibliográficas e links</p><p>para aprofundamen-</p><p>to do seu conheci-</p><p>mento;</p><p>REFLITA:</p><p>se houver a neces-</p><p>sidade de chamar a</p><p>atenção sobre algo</p><p>a ser refletido ou dis-</p><p>cutido sobre;</p><p>ACESSE:</p><p>se for preciso aces-</p><p>sar um ou mais sites</p><p>para fazer download,</p><p>assistir vídeos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>RESUMINDO:</p><p>quando for preciso</p><p>se fazer um resumo</p><p>acumulativo das últi-</p><p>mas abordagens;</p><p>ATIVIDADES:</p><p>quando alguma</p><p>atividade de au-</p><p>toaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>TESTANDO:</p><p>quando o desen-</p><p>volvimento de uma</p><p>competência for</p><p>concluído e questões</p><p>forem explicadas;</p><p>SUMÁRIO</p><p>História e Evolução da Teoria Administrativa .................................. 10</p><p>A Evolução Histórica da Administração .......................................................................... 10</p><p>As Influências Filosóficas e Organizacionais na</p><p>Administração...............................................................................................20</p><p>A Influência da Igreja Católica................................................................................................24</p><p>A Influência da Organização Militar ....................................................................................26</p><p>A Influência da Revolução Industrial .................................................................................27</p><p>A Administração como Ciência Social Aplicada .......................................................29</p><p>Abordagens Clássicas das Relações Humanas e Estruturalista</p><p>da Administração ........................................................................................ 33</p><p>Abordagem Clássica da Administração – Taylorismo e Fayolismo ............35</p><p>Abordagem das Relações Humanas ................................................................................ 41</p><p>Abordagem Estruturalista .........................................................................................................44</p><p>Abordagem Sistêmica da Administração..........................................49</p><p>7</p><p>UNIDADE</p><p>01</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>8</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>Atualmente, grande parte das organizações são administradas,</p><p>ainda, com base em princípios administrativos com mais de 50, 70 e</p><p>até 100 anos de existência. Você sabia que as primeiras iniciativas da</p><p>administração científica ocorreram entre as décadas de 1910 a 1950?</p><p>Esses conhecimentos científicos e metodologias podem até não ser</p><p>apropriados para o mundo dinâmico em que se encontram as empresas,</p><p>mas muitas organizações procuram aperfeiçoá-los e adequá-los a</p><p>sua realidade. Dessa forma, nesta unidade, abordaremos o contexto</p><p>histórico das principais teorias de administração, como também sobre as</p><p>perspectivas e tendências da administração, para que possamos entender</p><p>onde estamos, como chegamos aqui e para onde podemos ir.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>9</p><p>OBJETIVOS</p><p>Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 01. Nosso objetivo é auxiliar</p><p>você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o</p><p>término desta etapa de estudos:</p><p>1. Entender como surgiu a administração e como sua teoria evoluiu.</p><p>2. Compreender as principais influências sobre o pensamento</p><p>administrativo.</p><p>3. Entender as principais escolas da administração em seus</p><p>respectivos contextos históricos.</p><p>4. Conhecer a abordagem sistêmica aplicada e suas aplicações</p><p>dentro das organizações modernas.</p><p>Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?</p><p>Pois aquele que não luta pelo futuro que quer, deve aceitar o futuro que</p><p>vier. Ao trabalho!</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>10</p><p>História e Evolução da Teoria</p><p>Administrativa</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo você será capaz de compreender</p><p>como ocorreu a evolução da administração no tempo, suas</p><p>influências, principais pensadores, o surgimento e quais</p><p>os motivos para existir diversas teorias administrativas</p><p>e sua aplicabilidade. Esse contexto será fundamental</p><p>para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentam</p><p>aplicar o caráter empírico, isto é, a experiência sem um</p><p>embasamento conceitual e sem a devida instrução teve</p><p>problemas, dificuldades e dúvidas e, por consequência,</p><p>resultados não desejados ao longo de sua vida profissional.</p><p>E então? Motivado para desenvolver esta competência?</p><p>Então vamos lá. Avante!.</p><p>A Evolução Histórica da Administração</p><p>A administração em uma empresa se refere ao processo gerencial que</p><p>possui como premissas básicas as funções de Planejar, Organizar, Dirigir e</p><p>Controlar (PODC) e todos os recursos e processos organizacionais. Nessa</p><p>perspectiva, deve-se incluir a elaboração formal e sistemática de regras</p><p>e regulamentos, a tomada de decisões, o gerenciamento e a organização</p><p>de sistemas e métodos visando a melhoria das atividades empresariais a</p><p>fim de se atingir o objetivo social da organização.</p><p>O conhecimento histórico de qualquer assunto se faz necessário</p><p>para entender sobre a origem do assunto, quais foram seus antecedentes</p><p>e suas perspectivas e possíveis convergências. A administração não</p><p>é exceção. A compreensão da evolução histórica contribui para o</p><p>entendimento do contexto da época, como, por exemplo, entender por</p><p>que as abordagens gerenciais que funcionaram em épocas anteriores</p><p>não, necessariamente, funcionam no cenário atual.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>11</p><p>Assim, na perspectiva de Rabelo, Zanatta, Baldino (2014), as</p><p>atividades administrativas têm sua evolução no contexto científico recente</p><p>na história da humanidade. Todavia, sempre permaneceu presente como</p><p>atividade prática sendo considerada uma arte realizada em qualquer de</p><p>organização. Dessa forma, perceba a extrema relevância da administração</p><p>para “impulsionar o crescimento das nações, mas sua reconstituição</p><p>histórica não é tarefa fácil porque os registros, quando existem, são</p><p>confusos e remotos”. (IBIDEM, 2014, p. 121).</p><p>Neste contexto, Silva (2001) afirma que a administração é uma</p><p>atividade que se pode ser encontrada e aplicada em qualquer categoria</p><p>de empreendimentos,</p><p>Weber usou o termo burocracia para se referir a uma organização</p><p>racional, cujas regras e regulamentos criam a base para um trabalho</p><p>eficaz e nos permitem combater o favoritismo. Ele via a burocracia como</p><p>uma espécie de imagem ideal, uma ferramenta mais eficaz para gerenciar</p><p>estruturas sociais e unidades estruturais individuais. Os objetos de análise</p><p>no estudo da burocracia são:</p><p>• Contradições decorrentes da implementação de funções de</p><p>gestão.</p><p>• Gestão como processo de trabalho.</p><p>• Interesses dos grupos sociais envolvidos nas relações burocráticas.</p><p>De acordo com Weber, a natureza rigidamente formalizada</p><p>das relações burocráticas, a clareza da distribuição das funções de</p><p>papel, o interesse pessoal dos burocratas em atingir os objetivos da</p><p>organização leva à adoção de decisões oportunas e qualificadas com</p><p>base em informações cuidadosamente selecionadas e verificadas. Weber</p><p>propôs os seguintes princípios para o conceito burocrático de estrutura</p><p>organizacional:</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>47</p><p>• Organização hierárquica da organização.</p><p>• Uma hierarquia de ordens com base na autoridade legal.</p><p>• Especialização e divisão do trabalho por função.</p><p>• Um sistema claro de procedimentos e regras para garantir a</p><p>uniformidade na execução dos processos produtivos.</p><p>• Um sistema de promoção e estabilidade baseado em habilidades</p><p>e experiência e medido por padrões.</p><p>• A orientação do sistema de comunicação, tanto na organização</p><p>como fora dela, para as regras escritas.</p><p>Enquanto a Teoria Clássica caracteriza o homo economicus, e a</p><p>Teoria das Relações Humanas caracteriza o homo socialis, esta escola</p><p>caracteriza o homem organizacional, ou seja, aquele que desempenha</p><p>funções em diferentes organizações que precisam possuir as seguintes</p><p>características de personalidade para serem bem-sucedidos:</p><p>• Flexibilidade face às diversidades que ocorrem na organização.</p><p>• Paciência para evitar o esgotamento emocional derivado do</p><p>conflito nas organizações entre as necessidades individuais e</p><p>organizacionais.</p><p>• Adaptação ao trabalho de rotina da organização em detrimento das</p><p>preferências pessoais e vocações para outros tipos de atividades</p><p>profissionais.</p><p>• Desejo de realização para assegurar o cumprimento e a</p><p>cooperação com as regras que controlam e asseguram o acesso a</p><p>posições na organização, que proporcionam recompensas e atém</p><p>mesmo sanções materiais e sociais.</p><p>Max Weber acreditava que o uso da burocracia na gestão das</p><p>organizações contribuiria para o seu funcionamento eficaz garantindo a</p><p>adoção de decisões de gestão eficaz e qualificadas. Ele tinha em mente,</p><p>antes de tudo, uma organização racional, cujas regras e regulamentos</p><p>permitem combater o favoritismo e formar a base de um trabalho eficaz.</p><p>Em essência, a burocracia dentro da estrutura da teoria de Max Weber</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>48</p><p>foi considerada a ferramenta mais eficiente para gerenciar estruturas</p><p>organizacionais.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo</p><p>tudinho? Agora, só para termos certeza de que você</p><p>realmente entendeu o tema de estudo desta unidade letiva,</p><p>vamos resumir tudo o que vimos. Nesta unidade você teve</p><p>a oportunidade de conhecer os primórdios das teorias</p><p>administrativas, seus principais expoentes e como e por que</p><p>eles desenvolveram suas pesquisas. Soube mais sobre as</p><p>gêneses da administração, ou seja, a Abordagem Clássica</p><p>da Administração baseada nas escolas Taylorista e Fayolista.</p><p>Conheceu também a transição da abordagem clássica mais</p><p>mecanicista para a 2.2 Abordagem das Relações Humanas,</p><p>uma compressão mais humanizada da administração que</p><p>possibilitou desenvolvimento das Ciências Sociais, de</p><p>maneira especial da Psicologia. E finalmente compreendeu</p><p>a abordagem estruturalista que também representou</p><p>uma nova transição das teorias administrativas. Saiba que</p><p>transições em corrente de pensamento são normais tendo</p><p>em vista que a administração sempre se confronta com</p><p>novas situações e, dessa forma, precisam ser aperfeiçoadas</p><p>para continuarem a serem úteis e aplicáveis.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>49</p><p>Abordagem Sistêmica da Administração</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo você será capaz de entender</p><p>como surgiu a abordagem sistêmica na administração,</p><p>bem como as definições, conceitos e as premissas</p><p>sistêmicas. Conhecerá quais são os tipos de sistemas, as</p><p>classificações hierárquicas dos sistemas e conseguirá</p><p>compreender como essa abordagem se aplica nas</p><p>organizações modernas e como sua metodologia contribui</p><p>para que essas organizações consigam se manter ativas e</p><p>dinâmicas pois sem o devido embasamento poderiam ter</p><p>problemas os elementos e fatores que permeio seu meio</p><p>prejudicando, assim, sua sobrevivência. E então? Motivado</p><p>para desenvolver esta competência? Então vamos lá.</p><p>Avante!.</p><p>Um sistema “é um conjunto de partes interagentes e</p><p>interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com</p><p>determinado objetivo e efetuam determinada função” (OLIVEIRA, 2002, p.</p><p>6). Para Chiavenato (2011, p. 380), sistema é “um conjunto de elementos,</p><p>dinamicamente relacionados, formando uma atividade para atingir</p><p>um objetivo, operando sobre dados/energia/ matéria para fornecer</p><p>informação/energia/matéria”.</p><p>No entanto, para Carpejani e Souza (2013, p. 136), esclarecem que a</p><p>definição mais apropriada, é quando se considera o sistema como “qualquer</p><p>entidade conceitual ou física, composta por partes inter-relacionadas,</p><p>interatuantes ou interdependentes, dotada de um objetivo”. Assim, os</p><p>autores esclarecem que a Abordagem Sistêmica na administração é uma</p><p>área específica da teoria geral de sistemas e fundamenta-se em três</p><p>premissas básicas (IBIDEM, 2013, p, 136):</p><p>i. Os sistemas existem dentro de sistemas.</p><p>ii. Os sistemas são abertos, caracterizados por um processo de</p><p>intercâmbio com o ambiente.</p><p>iii. As funções de um sistema dependem de sua estrutura.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>50</p><p>O ponto de vista sistêmico busca demonstrar que a organização</p><p>necessita ser administrada como um todo complexo, em oposição a</p><p>focar as partes em separado, onde os parâmetros de um sistema são</p><p>classificados com: entrada, processamento, saída, retroação e ambiente</p><p>(Ibidem, 2013).</p><p>NOTA:</p><p>Empresas são sistemas compostos por muitos subsistemas.</p><p>Cada subsistema também é um sistema. Os gestores</p><p>de uma empresa devem ter a visão do conjunto e de</p><p>suas partes, bem como do inter-relacionamento entre as</p><p>mesmas. Também precisam levar em consideração que,</p><p>em um sistema, um evento altera e afeta o todo. Como os</p><p>sistemas se deterioram, é preciso conhecer as medidas</p><p>necessárias para evitar a degradação e fazer com que</p><p>o conjunto sobreviva e obtenha êxito. Verifica-se que as</p><p>noções sistêmicas, quando presentes nas empresas, as</p><p>tornam mais preparadas para lidar com suas questões</p><p>internas, seja qual for seu porte – micro, pequena, média ou</p><p>grande empresa. Fonte: Silva, Santos e Konrad (2016, p. 1).</p><p>Richter e Vicenzi (2016, p. 157) argumentam que, para</p><p>compreendermos efetivamente esse conceito, Caravantes, Caravantes</p><p>e Kloeckner (2005) defendem que é necessário conhecermos os seus</p><p>componentes (Figura 6) e suas principais características, sendo eles:</p><p>a. Insumos (entradas, inputs) – energia utilizada para o</p><p>funcionamento do sistema: recursos humanos, matérias,</p><p>financeiros e tecnológicos.</p><p>b. Processamento (throughput) – é o tipo de estrutura ou arrumação</p><p>adotada pela organização, que viabilize a transformação dos</p><p>insumos recebidos em algum produto ou item predeterminado.</p><p>Essa estrutura pode variar de organização para organização</p><p>em função do tipo, natureza e da tecnologia empregada nos</p><p>processos.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>51</p><p>c. Saídas (produto, output) – é o insumo, após ser processado, em</p><p>forma de produtos para ser colocado no ambiente.</p><p>Figura 6 – Estrutura e Componentes de um Sistema</p><p>Homeostase</p><p>Entropia</p><p>Entradas</p><p>Matéria-prima</p><p>Talentos humanos</p><p>Capital</p><p>Equipamento</p><p>Tecnologia</p><p>Informação</p><p>Dados</p><p>Ambiente</p><p>Saídas</p><p>Produtos</p><p>Serviços</p><p>Resultado financeiro</p><p>Informação</p><p>Satisfação do</p><p>colaborador</p><p>Resíduos, refugos</p><p>Pesquisa e</p><p>desenvolvimento</p><p>Transformação</p><p>Atividade operacional</p><p>Atividade gerencial</p><p>Tecnologia</p><p>Métodos operacionais</p><p>Sistema</p><p>Subsistema Subsistema</p><p>Subsistema Subsistema</p><p>Feedback</p><p>Ambiente</p><p>Fonte: Carpejani e Souza (2013).</p><p>d. Entropia – tendência que os organismos têm em desagregar,</p><p>diferentemente de uma máquina, que se ao ser usada</p><p>exaustivamente vai romper e parar de funcionar, sistema fechado,</p><p>gerando a entropia negativa, sem condições de adequações e/</p><p>ou transformações, apenas a ruptura em si.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>52</p><p>e. Homeostase – é o inverso da entropia, comparado ao sistema</p><p>biológico ou social, chamado de sistema aberto, o processo de</p><p>homeostase sempre está presente de forma automática, quando</p><p>ocorre algum problema no sistema, similar ao nosso organismo,</p><p>pois quando temos alguma doença o nosso organismo nos avisa</p><p>com sintomas e imediatamente inicia a produção de anticorpos.</p><p>Nas organizações esse processo de homeostase também ocorre,</p><p>porém não de forma automática, como em nosso corpo, cabe</p><p>à organização criar mecanismos e dispositivos para perceber o</p><p>problema e efetuar a correção ou reabilitação do processo.</p><p>f. Retroalimentação (realimentação, feedback) – é a sua capacidade</p><p>de resposta em relação a um problema já ocorrido.</p><p>Nesse contexto, Carvalho (2008), que na abordagem administrativa</p><p>sistêmica, as organizações agem como um sistema, em que o contexto</p><p>geral se sobrepuja ao individual, permitindo uma visão mais abrangente</p><p>e, dessa forma, permitindo uma análise, que ao mesmo tempo profunda</p><p>e mais ampla das organizações. Todavia, Chiavenato (2014, p. 465.)</p><p>esclarece que existem diversos tipos de sistemas e múltiplas tipologias</p><p>para classificá-los, no qual, os tipos de sistemas são:</p><p>Quanto à sua constituição, os sistemas podem ser físicos ou</p><p>abstratos:</p><p>a. Sistemas físicos ou concretos – são compostos de equipamentos,</p><p>maquinaria, objetos e coisas reais. São denominados hardwares.</p><p>Podem ser descritos em termos quantitativos de desempenho.</p><p>• Sistemas abstratos ou conceituais – são compostos de</p><p>conceitos, filosofias, planos, hipóteses e ideias. Aqui, os símbolos</p><p>representam atributos e objetos, que, muitas vezes, só existem no</p><p>pensamento das pessoas. São denominados softwares.</p><p>b. Quanto à sua natureza, os sistemas podem ser fechados ou</p><p>abertos:</p><p>• Sistemas fechados – não apresentam intercâmbio com o meio</p><p>ambiente que os circunda, pois são herméticos a qualquer</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>53</p><p>influência ambiental. Sendo assim, não recebem influência do</p><p>ambiente nem o influenciam. Não recebem nenhum recurso</p><p>externo e nada produzem que seja enviado para fora. A rigor,</p><p>não existem sistemas fechados na acepção exata do termo.</p><p>A denominação sistemas fechados é dada aos sistemas cujo</p><p>comportamento é determinístico e programado e que operam</p><p>com pequeno e conhecido intercâmbio de matéria e energia com</p><p>o meio ambiente. Também o termo é utilizado para os sistemas</p><p>estruturados, em que os elementos e as relações combinam-se de</p><p>maneira peculiar e rígida, produzindo uma saída invariável. São os</p><p>chamados sistemas mecânicos, como as máquinas e os equipamentos.</p><p>• Sistemas abertos – apresentam relações de intercâmbio com o</p><p>ambiente por meio de inúmeras entradas e saídas. Os sistemas</p><p>abertos trocam matéria e energia regularmente com o meio</p><p>ambiente. São adaptativos, isto é, para sobreviver, devem</p><p>reajustar-se constantemente às condições do meio. Mantêm um</p><p>jogo recíproco com o ambiente e sua estrutura é otimizada quando</p><p>o conjunto de elementos do sistema se organiza por meio de uma</p><p>operação adaptativa. A adaptabilidade é um contínuo processo de</p><p>aprendizagem e de auto-organização.</p><p>Richter e Vicenzi (2016, p. 159) têm ”como base estudos em conceitos</p><p>e princípios de várias ciências, que são estudados para compreender</p><p>como um determinado fenômeno”. Assim, Pizza Junior (1986, p. 78) ressalta</p><p>que, quanto à abordagem hierárquica clássica do enfoque sistêmico, são</p><p>divididos:</p><p>• Ecossistema – o universo, da maneira mais ampla, e que, como</p><p>sistema, faz de todos os demais sistemas partes suas.</p><p>• Metassistema – o sistema que está além do sistema; tratando-se</p><p>de organizações, o metassistema e as instituições.</p><p>• Sistema – conjunto de partes interdependentes que desempenha</p><p>uma função determinada.</p><p>Subsistema – menor conjunto significativo integrante do sistema.</p><p>Conceito fundamental para os que se utilizam da abordagem sistêmica</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>54</p><p>para a análise e compreensão das organizações; todo sistema é, ao</p><p>mesmo tempo, sistema e subsistema; todo subsistema é, ao mesmo</p><p>tempo, subsistema e sistema, sendo uma coisa ou outra, dependendo</p><p>da referência. De acordo com Chiavenato (1993, p. 409), na abordagem</p><p>sistêmica, as leis universais que regem os sistemas são:</p><p>• Todo sistema é composto por subsistemas, ou seja, ele pode ser</p><p>decomposto em várias partes.</p><p>• Todo sistema se expande, ou seja, faz parte de um sistema maior.</p><p>• Homeostase – o sistema sempre tende ao equilíbrio.</p><p>• Sinergia – as partes do sistema podem interagir para fazer algo</p><p>que as partes trabalhando isoladamente não conseguiriam.</p><p>Em complemento, para Araujo e Gouveia (2016, p. 11), genericamente,</p><p>todos os sistemas apresentam quatro propriedades que estão diretamente</p><p>inter-relacionadas com a sua própria acepção, sendo:</p><p>1. Propósito ou objetivo – todo sistema tem um ou alguns</p><p>propósitos ou objetivos. As unidades ou elementos, bem como</p><p>os relacionamentos, definem um arranjo que visa sempre a um</p><p>objetivo a alcançar. Sem esse objetivo definido, as unidades que</p><p>desempenham tarefas e papéis específicos frutos justamente</p><p>do objetivo não sabem porque realizar seu trabalho. Por meio</p><p>do objetivo de um sistema, as atividades a serem realizadas são</p><p>definidas e realizadas. Não podemos trabalhar sem um propósito,</p><p>senão o sistema corre o risco de não existir. A figura a seguir ilustra</p><p>com humor a dificuldade em realizar tarefas quando o objetivo</p><p>não está claramente definido e entendido por todos os elementos</p><p>integrantes do sistema.</p><p>2. Globalismo ou totalidade – qualquer estimulação em qualquer</p><p>unidade do sistema afetará todas as demais unidades, devido</p><p>ao relacionamento existente entre elas. O efeito total dessas</p><p>mudanças ou alterações se apresentará como um ajustamento de</p><p>todo o sistema.</p><p>3. Entropia – originalmente, “entropia” (troca interior) surgiu do</p><p>grego entrope = uma transformação; em (en – em, sobre, perto</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>55</p><p>de...) e sqopg (tropêe – mudança, o voltar-se, alternativa, troca,</p><p>evolução...). É a tendência que os sistemas têm para o desgaste,</p><p>para a desintegração, para o afrouxamento dos padrões e para um</p><p>aumento da aleatoriedade. À medida que a entropia aumenta, os</p><p>sistemas se decompõem em estados mais simples, levando-os à</p><p>degradação, desintegração e ao seu desaparecimento. Segundo</p><p>Bertalanffy (1977), entropia é um fato observado que, por meio</p><p>do Universo, a energia tende a ser dissipada de tal modo que a</p><p>energia total utilizável se torna cada vez mais desordenada e mais</p><p>difícil de captar e utilizar.</p><p>4. Homeostasia – de origem grega, a palavra homeostasia significa</p><p>equilíbrio, homeos = semelhante; statis = situação. Hipócrates</p><p>acreditava que o organismo possuía uma forma de ajuste para</p><p>manter sua estabilidade, afirmando que as doenças eram curadas</p><p>por poderes naturais, isto é, dentro dos organismos existiriam</p><p>mecanismos que tenderiam a ajustar as funções quando desviadas</p><p>de seu estado natural.</p><p>Na perspectiva moderna da administração a palavra-chave, e a</p><p>principal dica é possuir uma visão aberta sobre as organizações. Sendo assim,</p><p>Pizza Junior (1986) afirma que a respeito do conceito de sistema aberto, vital</p><p>para a aplicação</p><p>da Teoria Geral de Sistemas nas organizações, Buckley</p><p>(1981, p. 81) destaca que o fato de um “sistema ser aberto significa não apenas</p><p>que ele se empenha em intercâmbios com o meio, como também que esse</p><p>intercâmbio é um fator essencial, que lhe sustenta a viabilidade, a capacidade</p><p>reprodutiva ou continuidade e a capacidade de mudar”.</p><p>Reconhecendo as significações da abordagem sistêmica, pode-se</p><p>inferir que, analisando a Figura 7, que a empresa é um sistema aberto, em</p><p>razão da sua interação com o meio ambiente externo.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>56</p><p>Figura 7 – Organização Moderna – Sistema Aberto</p><p>OBJETIVOS</p><p>METAS</p><p>1-ADMINISTRAÇÃO</p><p>2-INDUSTRIAL</p><p>3-MARKETING</p><p>4-CONTROLE</p><p>5-FINANCEIRO</p><p>6-SISTEMAS</p><p>SISTEMA E SUBSISTEMA</p><p>ORGANIZACIONAL</p><p>HIERARQUIA</p><p>EMPRESARIAL</p><p>ALTA ADMINISTRAÇÃO</p><p>OPERACIONAL</p><p>GERÊNCIA/SUPERVISÃO</p><p>SI</p><p>ST</p><p>EM</p><p>AS</p><p>RE</p><p>CU</p><p>RS</p><p>O</p><p>S</p><p>H</p><p>U</p><p>M</p><p>AN</p><p>O</p><p>S</p><p>AD</p><p>M</p><p>IN</p><p>IS</p><p>TR</p><p>AÇ</p><p>ÃO</p><p>G</p><p>ER</p><p>AL</p><p>PL</p><p>A</p><p>N</p><p>EJ</p><p>A</p><p>M</p><p>EN</p><p>TO</p><p>E</p><p>C</p><p>O</p><p>N</p><p>TR</p><p>O</p><p>LE</p><p>D</p><p>E</p><p>PR</p><p>O</p><p>D</p><p>U</p><p>Ç</p><p>ÃO</p><p>SU</p><p>PR</p><p>IM</p><p>EN</p><p>TO</p><p>S</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>D</p><p>U</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>M</p><p>A</p><p>N</p><p>U</p><p>T</p><p>E</p><p>N</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>D</p><p>E</p><p>S</p><p>E</p><p>N</p><p>V</p><p>O</p><p>LV</p><p>IM</p><p>E</p><p>N</p><p>TO</p><p>D</p><p>E</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>D</p><p>U</p><p>TO</p><p>S</p><p>E</p><p>M</p><p>E</p><p>R</p><p>C</p><p>A</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>P</p><p>R</p><p>O</p><p>PA</p><p>G</p><p>A</p><p>N</p><p>D</p><p>A</p><p>/P</p><p>R</p><p>O</p><p>M</p><p>O</p><p>Ç</p><p>Ã</p><p>O</p><p>V</p><p>E</p><p>N</p><p>D</p><p>A</p><p>S</p><p>D</p><p>IS</p><p>T</p><p>R</p><p>IB</p><p>U</p><p>IÇ</p><p>Ã</p><p>O</p><p>C</p><p>O</p><p>N</p><p>TA</p><p>B</p><p>IL</p><p>ID</p><p>A</p><p>D</p><p>E</p><p>O</p><p>R</p><p>Ç</p><p>A</p><p>M</p><p>EN</p><p>TO</p><p>-C</p><p>U</p><p>ST</p><p>O</p><p>S</p><p>PL</p><p>A</p><p>N</p><p>EJ</p><p>A</p><p>M</p><p>EN</p><p>TO</p><p>–</p><p>F</p><p>IN</p><p>A</p><p>N</p><p>C</p><p>IA</p><p>M</p><p>EN</p><p>TO</p><p>TE</p><p>SO</p><p>U</p><p>RA</p><p>RI</p><p>A</p><p>O</p><p>RG</p><p>AN</p><p>IZ</p><p>AÇ</p><p>ÃO</p><p>&</p><p>M</p><p>ÉT</p><p>O</p><p>D</p><p>O</p><p>S</p><p>PR</p><p>O</p><p>CES</p><p>SA</p><p>M</p><p>EN</p><p>TO</p><p>D</p><p>E</p><p>DAD</p><p>O</p><p>S</p><p>SISTEM</p><p>AS</p><p>1 2 3 4 5 6</p><p>Fonte: Adaptado pelo autor de Silva, Santos e Konrad (2016, p. 8).</p><p>“As organizações são abordadas como sistemas abertos, com</p><p>interação e independência entre as partes e com o ambiente que o</p><p>envolve” (CHIAVENATO, 2003, p. 496). Assim, Silva, Santos e Konrad (2016,</p><p>p. 8), esclarecem que:</p><p>• Sistema aberto em um dinâmico relacionamento com seu</p><p>ambiente, recebendo vários insumos (entradas), transformando</p><p>esses insumos de diversas maneiras (processamento ou</p><p>conversão) e exportando os resultados na forma de produtos ou</p><p>serviços (saídas).</p><p>• A empresa capta no meio externo os recursos brutos, processa</p><p>e devolve ao ambiente externo em forma de bens, serviços</p><p>prestados, ou informações, atendendo às necessidades da</p><p>sociedade.</p><p>• No decorrer desse processo, podem ocorrer desvios e</p><p>resultados insatisfatórios; a retroalimentação permite a correção</p><p>desses desvios, a fim de que se possam alcançar os objetivos</p><p>satisfatoriamente.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>57</p><p>• O planejamento estratégico é elaborado sob condições e variáveis</p><p>ambientais, esse fato só é possível devido à empresa ser um</p><p>sistema aberto e estar em constante interação com o ambiente.</p><p>Todo e qualquer tipo de organização criado pode ser considerado</p><p>um sistema no qual necessita de uma dinâmica interativa com o meio que</p><p>a cerca, sejam com o governo, sociedade, clientes ou fornecedores. Um</p><p>sistema em constante integração deve trabalhar de maneira harmoniosa a</p><p>fim de que se possa atingir os objetivos pela qual foi criada.</p><p>Modelo de Homem</p><p>O homem funcional, presente na teoria sistêmica, comporta-se</p><p>em um dos papéis dentro da organização, inter-relacionando-se com</p><p>os demais indivíduos, como um sistema aberto. Em suas ações, em um</p><p>conjunto de funções, mantém expectativas quanto ao papel dos demais</p><p>participantes e procura enviar aos outros as suas expectativas. Seu</p><p>comportamento organizacional é traduzido como interativo, participativo</p><p>e grupal, pois interage como elemento do sistema social existente, de</p><p>acordo com seus valores, normas e função. O sistema de motivação a ser</p><p>adotado para incentivar o homem funcional deverá ser o multimotivacional,</p><p>buscando, dessa forma, satisfazer a suas necessidades, expectativas</p><p>dentro do contexto organizacional em que se encontra.</p><p>RESUMINDO:</p><p>E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo</p><p>tudinho? Agora, só para termos certeza de que você</p><p>realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,</p><p>vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido</p><p>que, na abordagem sistêmica, um sistema constitui um</p><p>conjunto de partes interagentes e interdependentes</p><p>formando um todo com a finalidade pré-determinada para</p><p>realizar uma função estabelecida. Soube que nessa teoria</p><p>os sistemas visam evidenciar que uma organização precisa</p><p>ser administrada como sendo um organismo complexo,</p><p>focada na individualidade de suas em detrimento de seu</p><p>todo.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>58</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ALFAYA, T. V. Teoria Geral da Administração. IMES. Instituto</p><p>Mantenedor de Ensino Superior Metropolitano. 2015. Disponível em: http://</p><p>bit.ly/2UIIgxb. Acesso em: 18 jan 2020.</p><p>ARAUJO, A. C. M. GOUVEIA, L. B. Uma revisão sobre os princípios</p><p>da teoria geral dos sistemas. Estação Científica. Juiz de Fora, nº 16, julho</p><p>– dezembro / 2016. Disponível em: http://bit.ly/2SHDRrs. Acesso em 02</p><p>fev. 2020.</p><p>BOTEON, M. Abordagem estruturalista da administração. USP –</p><p>Universidade de São Paulo. 2017. Disponível em: http://bit.ly/39soqdG.</p><p>Acesso em: 19 jan 2020.</p><p>CARPEJANI, E. SOUZA, D. T. B. Teoria Geral da Administração.</p><p>Aracaju: UNIT - Universidade Tiradentes, 2013.</p><p>CESAR, R. Influências. Teoria Básica da Administração. 2011.</p><p>Disponível em: http://bit.ly/2UMtB4c. Acesso em: 12 jan 2020.</p><p>CHIAVENATO, I. Administração geral e pública. 2.ed. Rio de Janeiro:</p><p>Elsevier, 2008.</p><p>CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria Geral da Administração. 4. ed.</p><p>São Paulo: Makron, 1993.</p><p>CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 6. ed.</p><p>Rio de Janeiro: Campus, 2000.</p><p>CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed.</p><p>São Paulo: Manole, 2014. Acesso em: 12 jan. 2020.</p><p>CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração: uma</p><p>visão abrangente da moderna administração das organizações. 7. ed. Rio</p><p>de Janeiro: Elsevier, 2003.</p><p>CHIBENI, S. S. O que é ciência? Departamento de Filosofia. IFCH.</p><p>Unicamp. 2008. Disponível em: http://bit.ly/2vGHO8h. Acesso em: 15 jan</p><p>2020.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>http://bit.ly/2vGHO8h</p><p>59</p><p>COSTA, I. L. S. A transição da idade média para a idade moderna:</p><p>uma análise crítica. Revista Tempo de Conquista. 2016. Disponível em:</p><p>http://bit.ly/2Sp24El. Acesso em: 12 jan 2020.</p><p>SILVA, O. V. da. A idade moderna e a ruptura cultural com a tradição</p><p>medieval: reflexões sobre o renascimento e a reforma religiosa. Revista</p><p>Científica Eletrônica Da Pedagogia. Ano XVI. Número 28. Jan. 2017. ISSN:</p><p>1678-300. Disponível em: http://bit.ly/2wf4dtH. Acesso em: 12 jan 2020.</p><p>SILVA, R. C. da. Estruturalismo. UNESP. Faculdade de Filosofia e</p><p>Ciências. Câmpus de Marília. 2018. Disponível em: http://bit.ly/31SzNcb.</p><p>Acesso em: 19 jan 2020.</p><p>FERREIRA, A. Os primórdios da administração: Teoria geral da</p><p>administração. Faculdade de Ciências Jurídicas e Gerenciais Alves Fortes.</p><p>2009a. Disponível em: http://bit.ly/3btrFn7. Acesso em: 11 jan 2020.</p><p>FERREIRA, A. Os primórdios da administração: Teorias das</p><p>Relações Humanas. Faculdade de Ciências Jurídicas e Gerenciais Alves</p><p>Fortes. 2009b. Disponível em: http://bit.ly/2HeAF1t. Acesso em: 19 jan.</p><p>2020.</p><p>GOMES, L. P. História e evolução da Administração. 2011. Disponível</p><p>em: http://bit.ly/2UIJnwR. Acesso em: 11 jan 2020.</p><p>HERNÁNDEZ Y RODRÍGUEZ, S. J. MARTÍNEZ, A. P. Fundamentos</p><p>de gestión empresarial: Enfoque basado em competências. México:</p><p>Mcgraw-Hill/Interamericana, 2011.</p><p>LOPES, C. Hierarquia da Igreja Católica. 2017. Disponível em: http://</p><p>bit.ly/2SHF7Lc. Acesso em: 12 jan 2019.</p><p>MARCON, M. F. Teorias da administração. Centro Universitário</p><p>Dinâmica das Cataratas. 2017. Disponível em: http://bit.ly/2HeAMdp.</p><p>Acesso em 14 jan 2020.</p><p>MATTOS, P. L. C. L. Administração é ciência ou arte?” O que podemos</p><p>aprender com este mal-entendido? ERA. Revista de Administração</p><p>de Empresas. Escola de Administração de Empresas de São Paulo da</p><p>Fundação Getúlio Vargas (EAESP). P. 349-360. jul./set. 2009. n. 3. v. 49. São</p><p>Paulo. Disponível em: http://bit.ly/2OPxyRD. Acesso em 15 jan 2020.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>http://bit.ly/2HeAF1t</p><p>http://bit.ly/2SHF7Lc</p><p>http://bit.ly/2SHF7Lc</p><p>60</p><p>MAXIMIANO, A. C. A. Introdução à Administração. 5.ed. São Paulo:</p><p>Editora Atlas, 2000.</p><p>MOTA, F. C. P. O Estruturalismo na Teoria das Organizações.</p><p>Fundação Getúlio Vargas. RAE. Rev. Adm. Emp., Rio de Janeiro, 10(4): 23-</p><p>41, out./dez. 1970. Disponível em: http://bit.ly/2HuqV3n. Acesso em: 19 jan</p><p>2020.</p><p>NICKEL, G. B. et al. Origens da gestão e as teorias administrativas.</p><p>Centro Universitário Leonardo da Vinci. 2016. Disponível em: http://bit.</p><p>ly/31PZYQE. Acesso em 14 jan. 2020.</p><p>OLIVEIRA, D. P. R. Sistemas de informação gerenciais: estratégias,</p><p>táticas, operacionais. São Paulo: Atlas, 2002.</p><p>PIZZA JUNIOR, W. Considerações sobre a teoria geral de sistemas.</p><p>Revista de Administração Pública. Rio de Janeiro, 20(2):71-89, abr./Jun.</p><p>1986. Disponível em: http://bit.ly/37gARru. Acesso em 20 jan 2020.</p><p>PORTUGAL, A. Introdução à administração. Sobral. 2017. Disponível</p><p>em: http://bit.ly/2OO6hPo. Acesso em: 12 jan 2020.</p><p>RABELO, R. C. ZANATTA, B. A. BALDINO, J. M. O desenvolvimento</p><p>histórico da administração e a gestão do ensino superior. Revista CAMINE:</p><p>Caminhos da Educação, Franca, v. 6, n. 1, 2014. P. 118 – 145. ISSN 2175-4217.</p><p>RIBEIRO, E. J. PAVARINI, S. Organização e gestão da igreja católica, e</p><p>o impacto social. EIICS ��� Evento Interinstitucional de Iniciação Cientifica.</p><p>2018. Disponível em: http://bit.ly/37nwkUd. Acesso em: 12 jan 2020.</p><p>RICHTER, R. VICENZI, T. K. Fundamentos e teoria organizacional.</p><p>Centro Universitário Leonardo Da Vinci. UNIASSELVI, 2016. 214 p.</p><p>SILVA, A. P. SANTOS, J. C. KONRAD, M. R. Teoria geral dos sistemas:</p><p>diferencial organizacional que viabiliza o pleno entendimento da empresa.</p><p>Educação, Gestão e Sociedade: revista da Faculdade Eça de Queirós,</p><p>ISSN 2179-9636, Ano 6, número. Junho/2016. Disponível em: http://bit.</p><p>ly/2SofArQ. Acesso em: 20 jan 2020.</p><p>SILVA, R. O. Teorias da administração. São Paulo: Pioneira</p><p>Thompson Learning, 2001.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>61</p><p>SOBRINHO, M. P. Gestão de recursos humanos e gestão de</p><p>projetos como aliados de sucesso. Universidade Cândido Mendes. Pós-</p><p>graduação gestão de projetos. 2010. Disponível em: http://bit.ly/31LwaF5.</p><p>Acesso em: 11 jan 2020.</p><p>SOUZA, H. Teoria geral da administração. Rio de Janeiro: SESES,</p><p>2015.</p><p>TAVARES, S. C. Fundamentos da. Administração. 2012. Disponível</p><p>em: http://bit.ly/3bzjnda. Acesso em 14 jan 2020.</p><p>TAYLOR, F. W. Os princípios da administração científica. São Paulo:</p><p>Atlas. 1990. Disponível em: http://bit.ly/2ON5H4I. Acesso em: 02 fev. 2020.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>http://bit.ly/2ON5H4I</p><p>História e Evolução da Teoria Administrativa</p><p>A Evolução Histórica da Administração</p><p>As Influências Filosóficas e Organizacionais na Administração</p><p>A Influência da Igreja Católica</p><p>A Influência da Organização Militar</p><p>A Influência da Revolução Industrial</p><p>A Administração como Ciência Social Aplicada</p><p>Abordagens Clássicas das Relações Humanas e Estruturalista da Administração</p><p>Abordagem Clássica da Administração – Taylorismo e Fayolismo</p><p>Abordagem das Relações Humanas</p><p>Abordagem Estruturalista</p><p>Abordagem Sistêmica da Administração</p><p>de todos os povos, em todos os tempos históricos.</p><p>O autor ainda enfatiza historicamente os grandes líderes da humanidade</p><p>foram administradores, administrando países, coordenando explorações,</p><p>dirigindo guerras, gerindo os esforços de outros homens.</p><p>No entanto, de acordo com Gomes (2011), a administração teve seu</p><p>contexto histórico iniciado em um tempo muito distante, mais exatamente</p><p>no ano 5.000 A.C., na região da Suméria (Figura 1), quando os antigos</p><p>sumerianos buscavam aprimorar a maneira de resolver seus problemas</p><p>práticos, exercitando assim o método de administrar. Ainda, segundo</p><p>a autora, posteriormente no Egito antigo, quando Ptolomeu começou</p><p>“a dimensionar um sistema econômico planejado que não poderia ter-</p><p>se operacionalizado sem uma administração pública sistemática e</p><p>organizada” (GOMES, 2011, p. 1).</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>12</p><p>Figura 1 – Sumério</p><p>Fonte: Wikimedia</p><p>Para Sobrinho (2010, p. 13), para dar prosseguimento a um “processo</p><p>de desenvolvimento e adequação do mundo ao processo evolutivo, na</p><p>China no ano de 500 a. C. houve a necessidade de ser implantado um</p><p>sistema de governo organizado para o Império Chinês”. Nesse período</p><p>são conhecidos “oito regulamentos e as Regras de Administração</p><p>Pública de Confúcio exemplificaram a tentativa chinesa de definir regras</p><p>e princípios de administração” (GOMES, 2011, p. 1). Rossés (2014) afirma</p><p>que a administração, tal como conhecemos hoje, é resultado histórico e</p><p>integrado de numerosos precursores, onde menções históricas mostram</p><p>que até no contexto contemporâneo, diversos conceitos administrativos</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>13</p><p>de mais de 1.200 a.C. ainda são frequentes e utilizados na civilização</p><p>moderna. No entendimento de Chiavenato (2003):</p><p>Referências pré-históricas acerca das magníficas</p><p>construções erigidas durante a Antiguidade no Egito, na</p><p>Mesopotâmia, na Assíria testemunharam a existência</p><p>em épocas remotas de dirigentes capazes de planejar</p><p>e guiar os esforços de milhares de trabalhadores em</p><p>monumentais obras que perduram até nossos dias, como</p><p>as pirâmides do Egito. Os papiros egípcios atribuídos à</p><p>época de 1300 a.c. já indicam a importância da organização</p><p>e da administração da burocracia pública no Antigo Egito.</p><p>Na China, as parábolas de Confúcio sugerem práticas para</p><p>a boa administração pública. (CHIAVENATO, 2003, p. 26).</p><p>De acordo com Ferreira (2009a), indícios pré-históricos a respeito das</p><p>extraordinárias construções edificadas durante a Antiguidade no Egito, na</p><p>Mesopotâmia, na Assíria, atestam a existência, em épocas longínquas, de</p><p>dirigentes (administradores) com alta capacidade de planejar e conduzir</p><p>os esforços de milhares de trabalhadores em monumentais obras que</p><p>perduram até os nossos dias. Os papiros egípcios atribuídos à época de</p><p>1300 a.C. indicavam a relevância da organização e a administração da</p><p>burocracia pública no Antigo Egito. Já na antiga China, “as parábolas de</p><p>Confúcio sugerem práticas para a boa administração pública” (FERREIRA,</p><p>2009a, p. 1).</p><p>Segundo Chiavenato (2000, p. 21), a administração representa</p><p>a consequência histórica e integrada de esforços e contribuições</p><p>cumulativas de “numerosos precursores, filósofos, físicos, economistas,</p><p>estadistas e empresários que, no decorrer dos tempos, foram, cada</p><p>qual em seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando suas</p><p>obras e teorias”. O Quadro 1 descreve os principais eventos históricos da</p><p>administração.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>14</p><p>Quadro 1 – Contexto histórico da administração</p><p>CRONOLOGIA DOS PRINCIPAIS EVENTOS DOS PRIMÓRDIOS DA</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>Anos Autores Eventos</p><p>4.000 a.C. Egípcios Necessidade de Planejar, Organizar e</p><p>Controlar</p><p>2.600 a.C. Egípcios Descentralização da organização</p><p>2.000 a.C. Egípcios Necessidade de ordens escritas. Uso de</p><p>consultorias.</p><p>1.800 a.C. Hamurabi</p><p>(Babilônia) Uso de controle escrito e documental.</p><p>1.491 a.C. Hebreus Conceito de Organização. Princípio</p><p>escolar.</p><p>600 a.C. Nabucodonosor</p><p>(Babilônia) Controle de produção. Incentivo salariais.</p><p>400 a.C. Sócrates (Grécia)</p><p>Platão (Grécia)</p><p>Universidade da administração</p><p>Enunciado do princípio da especialização.</p><p>175 a.C. Cato (Roma) Uso de descrição de funções</p><p>284 Dioclécio (Roma) Delegação da autoridade</p><p>1436 Arsenal de Veneza Contabilidade de custos, inventários,</p><p>padronização</p><p>1525 Niccoló</p><p>Machiavelli</p><p>Princípio do consenso, lideranças, táticas</p><p>políticas</p><p>1767 Sir James Stuart Teoria da fonte de autoridade, automação,</p><p>especialização</p><p>1776 Adam Smith Princípio de especialização dos operários,</p><p>conceito de controle</p><p>1799 Eli Whitney Método científico, controle de qualidade,</p><p>amplitude de comando</p><p>1800 Mathew Boulton Padronização da produção,</p><p>especializações, métodos de trabalho</p><p>1810 Robert Owen Práticas de RH, treinamento para</p><p>operários, casas para operários</p><p>1832 Charles Babbage Abordagem científica, divisão do trabalho,</p><p>estudo do tempo</p><p>1856 Daniel C.</p><p>McCallum Organograma, administração em ferrovias</p><p>1886 Henry Matcalfe Arte e Ciência da administração</p><p>1900 Frederick W. Taylor Princípios da administração científica</p><p>Fonte: Chiavenato (2000).</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>15</p><p>Para compreender a administração, deve-se ter um embasamento</p><p>teórico por meio da perspectiva da história dessa área, bem como quais</p><p>os fatos, acontecimentos e situações e relacioná-las com as necessidades</p><p>e o contexto da época. Além do mais, quais foram os legados, práticas,</p><p>experiências e conhecimentos deixados por tais situações e suas</p><p>respectivas contribuições.</p><p>Nessa visão, os eventos cronológicos são corroborados por Souza</p><p>(2015), quando enfatiza que a história da administração se iniciou num</p><p>tempo muito remoto, mais precisamente no ano 5000 a.C., na Suméria,</p><p>quando esses povos antigos buscavam exercitar a arte de administrar. A</p><p>autora ainda elenca e descreve que:</p><p>• Os babilônios deixaram à humanidade poderoso legado com o</p><p>Código de Hamurabi (governador da Babilônia – 2000 a 1700 a.C.).</p><p>Tratava-se de um texto de leis orientadoras do povo no princípio</p><p>do trabalho; criaram o princípio da paga mínima, os primeiros</p><p>modelos de contratos de trabalho e recibos de pagamento que</p><p>permitiam as transações comerciais da época. O Código de</p><p>Hamurabi cobre assuntos sobre vendas, empréstimos, contratos,</p><p>sociedades, acordos e notas promissórias.</p><p>• Dos romanos (Figura 2), herdamos os princípios do sistema semi-</p><p>industrial de produção, o sistema de manufatura armamentista, a</p><p>produção de cerâmica para o mercado mundial, a indústria têxtil</p><p>para exportação, a criação do sistema rodoviário para distribuição</p><p>de bens. Destacaram-se como grandes administradores, tendo</p><p>relevante papel nas áreas de Direito, Administração e estratégias</p><p>de guerra. O Império Romano e a Igreja Católica são exemplos de</p><p>administração e competência desse povo.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>16</p><p>Figura 2 – Senado Romano</p><p>Fonte: Wikimedia (2020).</p><p>O Estado romano regulava todos os aspectos da vida econômica:</p><p>determinava as tarefas comerciais, armazenagem, regulava corporações</p><p>e usava estes rendimentos para a guerra. Era um Estado autoritário e partia</p><p>de dois conceitos fundamentais: disciplina e funcionalidade; por isso, a</p><p>grande contribuição romana está afeta às leis, à ação governamental,</p><p>manifesta no conceito de ordem. O código do direito romano ainda é</p><p>modelo para todas as civilizações.</p><p>• Os gregos, cuja grande contribuição à humanidade se deu nas Artes,</p><p>na Literatura, na Dramaturgia, na Língua e na Filosofia, copiaram</p><p>modelos de Administração, Direito e Disciplina dos romanos. Isso</p><p>porque sua filosofia de vida era ser contra a atividade econômica,</p><p>considerada indigna para o ideal grego de homem. Assim como o</p><p>trabalho manual (suar, cansar-se era impróprio de um nobre grego!),</p><p>o comércio era inconcebível para a aristocracia e os filósofos gregos.</p><p>Essas atividades eram consideradas inferiores e, por isso, eram</p><p>realizadas por escravos. Mas foram</p><p>pródigos em deixar exemplos de</p><p>liderança, luta, poder, hierarquia, todos aplicados à administração. A</p><p>Grécia colaborou com vários conceitos da administração:</p><p>• Democracia – administração participativa e direta.</p><p>• Ética – deveria ser garantida pelos executivos.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>17</p><p>• Método – investigação e análise deveriam ser os principais</p><p>instrumentos para desenvolver conhecimento.</p><p>• Estratégia – organizar os meios para chegar aos fins.</p><p>• Qualidade – a busca incessante do ideal.</p><p>A China foi sempre uma nação de homens sábios e proporcionou</p><p>ao mundo grandes lições de administração. A Constituição CHOW WU</p><p>KING (fundador da dinastia CHOW), escrita entre 1122 e 1116 a.C. pelo</p><p>seu fundador, foi um exemplo de competência administrativa. Continha</p><p>a relação de todo o quadro de pessoal do mais alto escalão até o mais</p><p>baixo serviçal que trabalhava para o Império, com nome, função e</p><p>descrição detalhada de tarefas, deveres e responsabilidades de cada</p><p>um. Chow escreveu A arte da guerra de Sun Tzu, obra que tem inspirado</p><p>a administração ao longo dos séculos. Mencius, 129 a.C., deixou sua</p><p>contribuição por meio da elaboração de modelos de administração</p><p>(processos) e seleção científica de trabalhadores (habilidade, traços de</p><p>personalidade, conhecimento, experiência).</p><p>Os hebreus, por meio da Bíblia, demonstraram princípios básicos</p><p>de administração. O êxodo de Moisés, por exemplo, é uma grande</p><p>demonstração de competência gerencial, pois foi utilizado como política</p><p>de descentralização de decisões com as primeiras ideias de núcleos</p><p>organizacionais. Os 10 Mandamentos, por sua vez, trazem regras de</p><p>conduta e comportamento que preservam a possibilitam a vida e a</p><p>solidariedade do grupo.</p><p>O conselho de Jetro</p><p>A história mostra que a maioria dos empreendimentos militares,</p><p>sociais, políticos, econômicos e religiosos teve uma estrutura orgânica</p><p>piramidal que retrata uma estrutura hierárquica, concentrando no vértice</p><p>as funções de poder e de decisão. A teoria da estrutura hierárquica não é</p><p>nova: Platão, Aristóteles e Hamurabi já tratavam dela.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>18</p><p>A Bíblia relata os conselhos de Jetro, sogro de Moisés (Figura 3) e</p><p>sacerdote de Midiã, que, notando as dificuldades do genro em atender</p><p>ao povo e julgar suas lides, após aguardar o líder durante o dia inteiro em</p><p>uma fila, à espera de suas decisões para cada caso, disse a Moisés: Não</p><p>é bom o que fazes, pois tu desfalecerás, bem como este povo que está</p><p>contigo pois isto é pesado demais para ti; tu não o podes fazer assim,</p><p>sozinho.</p><p>Figura 3 – Moisés</p><p>Fonte: Pixabay (2020).</p><p>E Jetro continua:</p><p>Eu te aconselharei, e Deus seja contigo. Representa o povo</p><p>perante Deus. Leva a Deus as suas causas, ensina-lhes os</p><p>estatutos e as leis, e faze-lhes saber o caminho em que</p><p>devem andar e a obra que devem fazer. Procura dentre</p><p>o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de</p><p>verdade, aos quais aborreça a avareza. Põe-nos sobre elas,</p><p>por chefes de 1.000, chefes de 100, chefes de 50 e chefes</p><p>de 10, para que julguem este povo em todo tempo. Toda</p><p>causa grave, trá-la-ão a ti, mas toda causa pequena, eles</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>19</p><p>mesmos a julgarão. Será, assim, mais fácil para ti, e eles</p><p>levarão a carga contigo. Se isso fizeres, e assim Deus te</p><p>mandar, poderás então suportar e, assim, também, todo</p><p>este povo tomará em paz ao seu lugar – ÊXODO, cap. 18, v.</p><p>13-27. (CHIAVENATO, 2000, p. 21)</p><p>A partir desse contexto bíblico, Moisés atendeu aos aconselhamentos</p><p>do seu sogro estabelecendo uma pirâmide hierárquica escolhendo</p><p>homens capazes de todo o Israel, delegando-lhes autoridade como se</p><p>fossem os seus representantes. “Todas as causas simples, julgaram-nas</p><p>eles mesmos, enquanto apenas as mais graves trouxeram-nas a Moisés”</p><p>(CHIAVENATO, 2000, p. 46).</p><p>Podemos aprender com os conselhos de Jetro sobre delegação. A</p><p>delegação parece diferente dependendo da situação, mas fica claro pela</p><p>passagem que nossa maneira de fazer as coisas pode não ser a melhor</p><p>maneira! Afinal, Moisés estava liderando o caminho que julgava melhor,</p><p>mas foi capaz de mudar com base no conselho de Jetro. Moisés se</p><p>cansaria liderando sozinho os israelitas. Assim, Jetro deu a Moisés alguns</p><p>conselhos realmente práticos sobre liderança. No mais, podemos destacar</p><p>nesse contexto histórico o princípio de gerenciamento. A abordagem de</p><p>gerenciamento de mudança de Jetro começa identificando a fonte e, em</p><p>seguida, completando a forma de mudança organizacional. E você, como</p><p>um futuro líder, você será um centralizador ou usará suas habilidades</p><p>gerenciais para delegar? O que prefere? E por quê?</p><p>RESUMINDO:</p><p>Conhecer as contribuições históricas de civilizações e</p><p>personalidades por trás das atividades da administração</p><p>permite criar um contexto a despeito da evolução das</p><p>teorias administrativas. Caso você esteja familiarizado</p><p>com isso, esse tópico veio reforçar seus conhecimentos,</p><p>incluindo o desenvolvimento de práticas administrativas</p><p>ao longo da história que trouxeram exemplos contributivos</p><p>para os campos dos negócios relacionados à gestão</p><p>organizacional. Dessa forma, pode-se compreender</p><p>melhor os princípios da administração contemporânea, o</p><p>qual permitirá auxiliar na eficiência gerencial.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>20</p><p>As Influências Filosóficas e</p><p>Organizacionais na Administração</p><p>OBJETIVO:</p><p>A teoria moderna da administração está diretamente</p><p>ligada aos conceitos desenvolvidos ao longo da história da</p><p>humanidade, principalmente nas gêneses do pensamento</p><p>humano ocorridos na Grécia antiga nas figuras de Sócrates,</p><p>Platão e Aristóteles. De tempos em tempos surgem novos</p><p>protagonistas que, imbuídos de senso crítico, buscam</p><p>entender a realidade que os circundam. Esse contexto</p><p>pode-se ser aplicado aos pensadores “modernos”</p><p>renascentistas como Karl Max, René Descartes e Friedrich</p><p>Engels. Não menos importante estão as contribuições de</p><p>organizações seculares, que com base na organização</p><p>e hierarquia para se atingir a eficiência organizacional,</p><p>contribuirão com seus exemplos para o aperfeiçoamento</p><p>das práticas administrativas. Por fim, eventos disruptivos,</p><p>como, por exemplo, a Revolução Industrial, ocorridos na</p><p>Inglaterra e propagada pelo, no final do século XIX e início</p><p>do século XX, também podem causar uma transformação</p><p>conjuntural. Ao término deste capítulo você será capaz de</p><p>compreender todo esse contexto que será fundamental</p><p>para o exercício de sua profissão. E então? Motivado para</p><p>desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!.</p><p>Cronologicamente, a Idade Antiga corresponde ao período histórico</p><p>que se estendeu desde da criação da escrita, que corresponde aos anos de</p><p>4000 a.C. a 3500 a.C., estendendo-se até a queda do Império Romano do</p><p>Ocidente no ano de 476 d.C. dando início à Idade Média no século V.</p><p>O que chamamos de Grécia Antiga ocorreu por volta do período</p><p>de 800 a.C. a 300 a.C., e possivelmente um pouco mais tarde. Nos</p><p>tempos antigos, a administração recebeu forte influência da filosofia. A</p><p>filosofia continua sendo uma doutrina de estudo muito importante hoje. É</p><p>preciso lembrar que tem como foco a busca racional de um conjunto de</p><p>conhecimentos para estabelecer os princípios que regem o conhecimento</p><p>humano.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>21</p><p>A filosofia dá origem às principais ciências humanísticas, sociais e</p><p>científicas que nos têm permitido expandir os nossos conhecimentos,</p><p>desenvolver conceitos básicos, teorias e metodologias de estudo. Na</p><p>Grécia antiga, o filósofo grego Sócrates que, na sua célebre contenda com</p><p>Nicodemos, expõe seu entendimento sobre administração como sendo</p><p>uma habilidade pessoal separada do conhecimento e da experiência</p><p>técnica.</p><p>O sucesso ou o fracasso de uma organização depende muito da</p><p>qualidade da liderança dentro da organização. Isso ocorre principalmente</p><p>porque a liderança tem a tarefa de tomar decisões relativas ao</p><p>funcionamento da empresa. Consequentemente,</p><p>a liderança eficaz</p><p>deve conduzir uma organização na direção de atingir os objetivos da</p><p>organização. A teoria de Sócrates é uma teoria clássica desenvolvida pelo</p><p>filósofo grego e consiste em questões bem estruturadas que encorajam a</p><p>autorreflexão e a conclusão. Primeiramente, o método Sócrates facilita os</p><p>líderes a considerarem e avaliarem as atividades nas quais eles devem se</p><p>envolver. Além disso, o método incute habilidades de pensamento crítico</p><p>que são valiosas para qualquer líder organizacional. O Método Socrático</p><p>pode ser aplicado no ambiente de trabalho, pois é conhecido por conter</p><p>efeito persuasivo e motivacional aos funcionários, potencializando assim</p><p>o desempenho. Além disso, o método pode ser utilizado para promover</p><p>a obediência às normas e regulamentos dentro das organizações pelos</p><p>líderes e seus subordinados. Nessa perspectiva, você consegue perceber</p><p>essa aplicabilidade ao seu ambiente de trabalho? Que tal refletir a esse</p><p>respeito?</p><p>“Desde a antiguidade, a filosofia sugeriu muitos dos conceitos atuais</p><p>de administração” (CHIAVENATO, 2014, p. 26). Segundo Cesar (2011, p. 2),</p><p>Sócrates observa a “administração como uma habilidade pessoal separada</p><p>do conhecimento técnico e da experiência” e Platão (429 a.C. – 347 a.C.),</p><p>discípulo de Sócrates, atentou-se aos problemas políticos e sociais, inerente</p><p>ao desenvolvimento sociocultural do povo, expondo sua visão acerca da</p><p>democracia de governo e de administração dos negócios públicos. Em</p><p>seu trabalho denominado de A República pode conhecer a sua opinião</p><p>sobre o estilo democrático que teve o governo da época, bem como sobre</p><p>a gestão dos negócios públicos. Platão vê uma organização como uma</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>22</p><p>instituição, que deve estar em harmonia com suas partes. Muitos teóricos</p><p>organizacionais modernos seguiram Platão, quando enfatizam a natureza</p><p>unitária e bem equilibrada das organizações complexas modernas. Platão</p><p>pensa sobre o mal e o bem maior dentro das organizações. Em sua opinião,</p><p>o mal é discórdia e distração. Por outro lado, o maior bem é unidade entre</p><p>todas as partes (setores/departamentos/seções). Para ele tem que haver</p><p>uma integração harmônica na organização, onde todos os membros/</p><p>funcionários devem ter experiências comuns.</p><p>Já Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão, de acordo com</p><p>Chiavenato (2014), foi o filósofo mais influente até o princípio da Idade</p><p>Moderna, contribuindo com impulso inicial à filosofia, à lógica e às ciências</p><p>naturais, abrindo as perspectivas do atual conhecimento humano. Para se</p><p>ter uma pequena noção, Aristóteles escreveu durante sua vida sobre tudo,</p><p>desde o mundo natural até a área da política. Esse filósofo também escreveu</p><p>sobre questões éticas e acredita-se que tenha sido escrita entre 335-25 a.C.</p><p>Atualmente é considerado um tratado sobre filosofia moral. O texto é uma</p><p>estrutura para uma vida ética e tem sido a base do pensamento moral no</p><p>qual podemos levar tanto para nossa vida pessoal, mas, principalmente,</p><p>para a vida profissional.</p><p>Com a filosofia moderna, a administração deixa de receber</p><p>contribuições e influências, uma vez que o objeto de estudo da filosofia</p><p>se afasta das questões organizacionais. De acordo com Da Silva (2017, p.</p><p>2), “a Idade Moderna representou uma ruptura com as estruturas sociais,</p><p>econômicas, políticas, religiosas e culturais da Idade Média” e, conforme</p><p>o autor, “esse período foi marcado pelo desenvolvimento da ciência e da</p><p>técnica”. “O Renascimento foi palco de inegáveis avanços, especialmente</p><p>artísticos – na pintura, na escultura, na arquitetura – mas também científicos</p><p>e culturais” (COSTA, 2016, p. 4).</p><p>Segundo Chiavenato (2003, p. 30), “durante os séculos que vão da</p><p>Antiguidade ao início da Idade Moderna, a Filosofia voltou-se para uma</p><p>variedade de preocupações distanciadas dos problemas administrativos”.</p><p>Conforme o autor, os principais dentre os principiais filósofos da idade</p><p>moderna, destacam-se:</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>23</p><p>• Francis Bacon (1561-1626) – filósofo e estadista inglês e fundador</p><p>da Lógica Moderna baseada no método experimental e indutivo,</p><p>mostra a preocupação prática de se separar experimentalmente o</p><p>que é essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-</p><p>se ao princípio conhecido em Administração como princípio da</p><p>prevalência do principal sobre o acessório.</p><p>• René Descartes (1596-1650) – filósofo, matemático e físico</p><p>francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna, criou as</p><p>coordenadas cartesianas e deu impulso à Matemática e à Geometria</p><p>da época. Na área da Filosofia, alcançou grande destaque pela</p><p>publicação do livro chamado de “Discurso do Método”, no qual</p><p>descreve seu método filosófico no qual, hoje, conhecemos com</p><p>o método cartesiano. Nessa publicação definiu quatro princípios</p><p>influenciaram a administração. O primeiro princípio, que se baseia</p><p>na dúvida ou evidência sistemática, tenta não aceitar qualquer</p><p>informação até que a informação necessária esteja disponível.</p><p>No segundo princípio de análise ou decomposição concentra-se</p><p>em dividir os problemas e fazer a solução separadamente. Para o</p><p>terceiro princípio da síntese ou composição que tenta ordenar os</p><p>pensamentos inicialmente pelos objetivos fáceis para alcançar os</p><p>mais difíceis. O quarto e último princípio citado da enumeração</p><p>ou verificação é uma contagem, verificações e revisões para</p><p>contemplar tudo o que for necessário. Que tal?! Perceba que</p><p>mesmo no século XVI esse método é atual e representa uma boa</p><p>ferramenta para soluções de problemas nas organizações. Então,</p><p>você seria capaz de aplicar no seu trabalho?</p><p>• Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) – propõem</p><p>uma teoria da origem econômica do Estado. O poder político e do</p><p>Estado nada mais é do que o fruto da dominação econômica do</p><p>homem pelo homem.</p><p>O Estado vem a ser uma ordem coativa imposta por uma classe</p><p>social exploradora. No Manifesto Comunista, afirmam que a história da</p><p>humanidade é uma história da luta de classes. Homens livres e escravos,</p><p>patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, em uma palavra,</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>24</p><p>exploradores e explorados, sempre mantiveram uma luta, oculta ou</p><p>manifesta. Marx afirma que os fenômenos históricos são o produto das</p><p>relações econômicas entre os homens. O marxismo foi a primeira ideologia</p><p>a afirmar o estudo das leis objetivas do desenvolvimento econômico da</p><p>sociedade, em oposição aos ideais metafísicos.</p><p>Tais expoentes filosóficos proporcionaram diversos avanços</p><p>para o pensamento administrativo para sua época, constituindo-se nos</p><p>divisores temporais entre a filosofia antiga e a moderna. No entanto,</p><p>Chiavenato (2014) salienta que a partir dos filósofos modernos, o campo</p><p>da administração não recebeu mais suas relevantes contribuições e</p><p>influências, porquanto o campo dos estudos filosóficos se distanciou dos</p><p>problemas organizacionais.</p><p>A Influência da Igreja Católica</p><p>Entre as principais organizações sociais, a Igreja Católica colaborou</p><p>para o aperfeiçoamento das atividades administrativas com a sua</p><p>estrutura, seu método de organização. Silva (2001, p. 19) salienta que a</p><p>Igreja Católica, através dos séculos, “vem mostrando e provando a força</p><p>de atração de seus objetivos, a eficácia de suas técnicas organizacionais e</p><p>administrativas, espalhando-se por todo o mundo e exercendo influência”,</p><p>acerca dos comportamentos das pessoas, seus fiéis.</p><p>De acordo com Portugal (2017, p. 26), através dos tempos “as</p><p>normas administrativas e os princípios de organização pública foram se</p><p>transferindo das instituições dos Estados para as instituições da nascente</p><p>Igreja Católica e para as organizações militares”.</p><p>Ribeiro e Pavarini (2018) esclarecem que esta organização</p><p>denominada de Igreja Católica tem seu próprio estado de governo,</p><p>constituindo-se em uma monarquia de poder absoluto com característica</p><p>de um estado teocrático,</p><p>possuindo suas próprias leis, tendo como poder</p><p>soberano o Papa, que é nomeado para direcionar, organizar e distribuir</p><p>funções entre seus subordinados conforme ilustrado na Figura 4.</p><p>Essa fundamentação baseia-se porque a integração de propósitos</p><p>e objetivos, que constitui os princípios fundamentais na organização</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>25</p><p>eclesiástica, na maioria das vezes não são encontradas na ação política</p><p>governamental, motivada por objetivos conflitantes de cada partido,</p><p>dirigente ou classe social. Perceba que para uma empresa ter sucesso</p><p>nos seus objetivos há a necessidade de unidade e harmonia, onde todos</p><p>são responsáveis por uma parte que se constitui em um todo, mas sempre</p><p>sendo orientado por uma figura de autoridade. Dentro dessa abordagem</p><p>podemos afirmar que igreja proporciona experiências significativas no</p><p>qual se constitui um pensamento tradicional da administração.</p><p>Figura 4 – Hierarquia da Igreja Católica</p><p>Fonte: Lopes (2017).</p><p>Por fim, podemos indagar: e o que isso significa? A resposta é</p><p>clara, a administração como atividade é tão antiga como as organizações</p><p>tradicionais, como por exemplo a da Igreja Católica. A questão é que não</p><p>há organizações sem uma atividade administrativa, e não há administração</p><p>sem organizações.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>26</p><p>No decorrer do século XX, o desenvolvimento de organizações</p><p>industriais e de grandes corporações, levou à modernização e</p><p>especialização do trabalho de gestão, ao surgimento da teoria da</p><p>administração ou gestão, e à nova profissão de gestor ou administrador.</p><p>A Influência da Organização Militar</p><p>A organização linear tem suas origens na organização militar dos</p><p>exércitos da antiguidade e da época medieval. O princípio da unidade</p><p>de comando, segundo o qual cada subordinado pode ter apenas um</p><p>superior, é o núcleo das organizações militares (CHIAVENATO, 2003).</p><p>De acordo com Portugal (2017), a escala hierárquica, ou níveis</p><p>hierárquicos de comando, com grau de autoridade e responsabilidade,</p><p>constitui um componente característico da organização militar, que é</p><p>utilizada em diversas organizações. Ao longo do tempo, e à medida que a</p><p>quantidade das operações militares cresceu, aumentou a necessidade de</p><p>se transmitir comando para os níveis mais baixos da organização militar.</p><p>Nesse contexto, podemos inferir que a organização militar</p><p>influenciou diretamente no desenvolvimento de teorias da administração,</p><p>como, por exemplo, da organização linear que possui suas origens na</p><p>organização militar dos exércitos da Antiguidade e na Idade Média. O</p><p>princípio da unidade de comando, conforme o qual cada subordinado só</p><p>pode ter um superior, fundamental para a função de liderança, representa</p><p>o cerne de todas as organizações militares da época.</p><p>Tavares (2012, p. 5) corrobora com essa argumentação quando</p><p>afirma que “os fundamentos militares exerceram enorme influência no</p><p>desenvolvimento das teorias da administração”. De acordo com a autora,</p><p>podemos citar:</p><p>• O princípio da unidade de comando,</p><p>• A escala hierárquica.</p><p>• O princípio da centralização do comando.</p><p>• A descentralização da execução; a evolução do princípio de</p><p>assessoria e a formação de um estado-maior na Prússia, com</p><p>Frederico II.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>27</p><p>• O princípio de direção: “Todo soldado deve saber perfeitamente</p><p>o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer “, que foram os</p><p>principais legados das organizações militares.</p><p>Quando se aborda as organizações militares, não se pode ponderar</p><p>em modelo melhor de organização e administração, uma vez que a séculos</p><p>vem evidenciando a eficácia de um grupo estrategicamente treinado,</p><p>e quando bem gerido, se torna capaz de proezas impressionantes,</p><p>conquistas e vitorias que surpreendem até hoje (NICKEL et al, 2016).</p><p>Para Chiavenato (2014), a organização militar influenciou fortemente</p><p>o surgimento das teorias da administração, onde o general filósofo chinês</p><p>Sun Tzu (544-496 a.C.), que ainda é venerado nos dias de hoje, escreveu</p><p>um livro a respeito da arte de guerrear. Esta obra trata das estratégias para</p><p>preparação dos “planos, da guerra efetiva, da espada embainhada, das</p><p>manobras, da variação de táticas, do exército em marcha, do terreno, dos</p><p>pontos fortes e fracos do inimigo e da organização do exército” (Ibidem,</p><p>2014, p. 37).</p><p>ACESSE:</p><p>Caro aluno, leia o artigo Estratégia de negócios x arte da</p><p>guerra: como tornar a empresa competitiva para constatar</p><p>a importância da definição de estratégias e o valor da</p><p>liderança. Acesse aqui.</p><p>A Influência da Revolução Industrial</p><p>A Revolução Industrial ocorrida na Europa, mais precisamente</p><p>na Inglaterra no final dos anos 1700 e início do século XIX, constituiu a</p><p>transição de um processo fabril artesanal para um sistema produtivo</p><p>dinâmico, mecanizado e em massa e se espalhou rapidamente por todo</p><p>o mundo.</p><p>Nesse panorama, infere-se que a Revolução Industrial acarretou o</p><p>desenvolvimento do sistema fabril, a ampliação dos mercados, a criação</p><p>de novas tecnologias e a produção em larga escala. Esse novo paradigma</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/artigogestrategico.pdf</p><p>28</p><p>incorporou grandes concentrações de trabalhadores e matérias-primas,</p><p>impondo os problemas de organização, direção e controle do trabalho.</p><p>Tavares (2012, p. 6) afirma que as “teorias e práticas gerenciais de</p><p>hoje começaram a surgir apenas a partir da Revolução Industrial, no</p><p>século XVIII”. Assim, para compreender sua concepção e evolução, uma</p><p>imagem deve vir à mente: a máquina (Ibidem, 2012). Na perspectiva de</p><p>Chiavenato (2014, p. 40), “a revolução Industrial surgiu como uma bola</p><p>de neve em aceleração crescente e alcançou todo seu ímpeto a partir</p><p>do século XIX” possuindo duas fases: i) 1780 a 1860: Primeira Revolução</p><p>Industrial ou revolução do carvão e do ferro; e ii) 1860 a 1914: Segunda</p><p>Revolução Industrial ou revolução do aço e da eletricidade. Os principais</p><p>destaques dessas fases estão descritos no Quadro 2.</p><p>Quadro 2 – Principais destaques da Revolução Industrial</p><p>1ª</p><p>REVOLUÇÃO</p><p>INDUSTRIAL</p><p>• Mecanização da indústria e agricultura, os destaques ficam</p><p>para as: máquina de fiar, o tear hidráulico, o tear mecânico,</p><p>o descaroçador de algodão, todas máquinas grandes,</p><p>porém, foram relevantes para substituir o processo manual</p><p>pelos primeiros processos industriais.</p><p>• Adoção da máquina a vapor criada por James Watt.</p><p>Iniciam-se grandes transformações nestas empresas</p><p>recém-saídas dos processos manuais, que agora ganham</p><p>ainda mais agilidade para sua produção.</p><p>• Desaparecem os artesões, que até então auxiliavam de</p><p>forma significativa no abastecimento de produtos; aparece</p><p>a produção em larga escala nas organizações, que iniciam</p><p>o processo de divisão de tarefas, um grande marco para a</p><p>ciência administrativa.</p><p>• Os transportes e as comunicações utilizaram a navegação</p><p>a vapor e logo em seguida surgiram as hélices que</p><p>substituíram as rodas propulsoras, que foram utilizadas</p><p>em larga escala. Na comunicação destacou-se a criação</p><p>do telégrafo elétrico, que foi o grande propulsor do</p><p>rápido desenvolvimento econômico, tecnológico, social e</p><p>industrial.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>29</p><p>2ª</p><p>REVOLUÇÃO</p><p>INDUSTRIAL</p><p>• Substituição do ferro pelo aço nos processos de</p><p>industrialização.</p><p>• Utilização do vapor, em detrimento da eletricidade e dos</p><p>derivados de petróleo.</p><p>• Surgem as primeiras máquinas automáticas e a mão de</p><p>obra torna-se mais especializada.</p><p>• Evolução drástica nas comunicações e nos meios de</p><p>transporte.</p><p>• Novos modelos organizacionais começam a surgir.</p><p>• Da Europa ao Extremo Oriente, agora, já, praticamente,</p><p>com todos os seus processos industrializados.</p><p>Fontes: Adaptado de Richter e Vicenzi (2016).</p><p>Para Richter e Vicenzi (2016), essas fases motivaram a celeridade</p><p>do desenvolvimento dos processos produtivos fabris, como também</p><p>na dinâmica do crescimento econômico</p><p>e, consequentemente, no</p><p>aperfeiçoamento das práticas administrativas nas organizações.</p><p>Em resposta a todo esse contexto revolucionário, Marcon (2017, p. 22)</p><p>salienta que a administração aparece em resposta a duas consequências</p><p>provocadas pela Revolução Industrial.</p><p>a. Crescimento acelerado e desorganizado das empresas que</p><p>passaram a exigir uma administração cientifica capaz de substituir</p><p>o empirismo e a improvisação.</p><p>b. Necessidade de maior eficiência e produtividade das empresas,</p><p>para fazer face à intensa concorrência e competição no mercado</p><p>(Ibidem, 2017, p. 22).</p><p>A Administração como Ciência Social</p><p>Aplicada</p><p>Na Antiguidade, o entendimento conceitual sobre a administração</p><p>era que representa um estado de uma arte, tendo em vista que o que</p><p>se acreditava seria realizar obras e feitos por meio de uma determinada</p><p>habilidade. Dessa forma, tinha-se o entendimento que a arte de administrar</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>30</p><p>seria a conquista de resultados por meio da aplicação de certas habilidades</p><p>para atingir os objetivos pretendidos. Nesse contexto, a administração era</p><p>definida como sendo uma das artes mais criativas dos seres humanos, pois</p><p>reunia, organizava e utilizava seus talentos e potenciais.</p><p>Assim, Mattos (2009, p. 3) indaga “Administração é ciência ou arte?”.</p><p>O autor esclarece que a dúvida ou necessidade de explicação se justifica,</p><p>pois não se trata de matéria evidente e que não explicasse dissenso, uma</p><p>vez que “a assimilação do desempenho de um administrador não se faz</p><p>clara nem imediata para atestar a natureza de seu saber, ao contrário de</p><p>outros saberes profissionais” (Ibidem, 2009).</p><p>Na concepção de Chiavenato (2014), o administrador necessita</p><p>compreender e agrupar ao mesmo tempo conceitos e ação, isto é, atrelar</p><p>teoria e prática, saber e aplicar, pensar e agir, pois os conceitos sem a</p><p>necessária atitude não dão resultados e, na mesma relação, a ação sem</p><p>conceitos necessários não produz efeitos. O autor vai mais longe ao incluir</p><p>o conceito tecnológico ao caráter cientifico da administração retratando,</p><p>assim, a evolução e modernização dessa área do conhecimento conforme</p><p>ilustrado na Figura 5.</p><p>Figura 5 – A administração como ciência aplicada</p><p>ADMINISTRAÇÃO</p><p>TECNOLOGIA</p><p>Aplicação prática</p><p>e metódica de</p><p>princípios de teorias</p><p>científicas.</p><p>CIÊNCIA</p><p>Análise metódica</p><p>e sistematizada de</p><p>fatos e evidências</p><p>ARTE</p><p>Visão, intuição,</p><p>abordagem criativa e</p><p>inovadora.</p><p>Fonte: Chiavenato (2014 p. 18)</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>31</p><p>Ao fazer essa nova contextualização, Chiavenato (2014, p 18)</p><p>argumenta que “além do mais, pela sua complexidade, a administração é</p><p>simultaneamente ciência, tecnologia e arte”, esclarecendo que:</p><p>• Como ciência – a administração repousa em fundamentos</p><p>científicos e em metodologias e teorias sobre fatos e evidências</p><p>que são analisados, experimentados e testados na prática</p><p>cotidiana. Como ciência, ela define o que causa o que, por que</p><p>causa e quando causa, isto é, as relações de causa e efeito.</p><p>• Como tecnologia – a administração utiliza técnicas, modelos,</p><p>práticas e ferramentas conceituais baseadas em teorias científicas</p><p>que facilitam a vida do administrador e tornam seu trabalho mais</p><p>eficaz. E como se mede isso? Por meio de resultados.</p><p>• Como arte – a administração requer do administrador a leitura</p><p>de cada situação em uma visão abrangente, com intuição e</p><p>abordagem criativa e inovadora não somente para resolver</p><p>problemas, mas, principalmente, para criar, mudar, inovar e</p><p>transformar as organizações.</p><p>Dessa forma, Lacerda (2010) afirma que, em um período dinâmico</p><p>e permeados de complexidades, mudanças e incertezas os atuais, a</p><p>administração torna-se uma das mais importantes áreas de atividade</p><p>humana.</p><p>EXPLICANDO MELHOR:</p><p>Perceba que as técnicas são geralmente transmitidas</p><p>de pessoa para pessoa e cada pessoa adapta-se aos</p><p>seus gostos ou necessidades e pode melhorá-las. Já a</p><p>tecnologia é um conceito amplo que engloba um conjunto</p><p>de técnicas, conhecimentos e processos, que é utilizado</p><p>para a concepção e construção de objetos para satisfazer</p><p>às necessidades da empresa. Finalmente definimos a arte</p><p>como sendo um componente da cultura organizacional</p><p>que reflete na sua concepção o valor, a missão e a visão,</p><p>transmitindo-os para todos os colaboradores. Nesse</p><p>contexto, você consegue lembrar o seu primeiro dia de</p><p>trabalho em uma nova empresa? Reflita se essas questões</p><p>lhe foram passadas.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>32</p><p>Em complemento, podemos destacar o declara Idalberto Chiavenato</p><p>(2014, p. 18), um dos principais expoentes dos estudos administrativos</p><p>contemporâneos brasileiros: “cada vez mais, a administração está sendo</p><p>envolvida por assuntos abstratos e complexos. No seu começo, foram</p><p>eficiência e eficácia. Depois vieram a produtividade e a lucratividade.</p><p>Mais adiante, mercado, excelência, estratégia, competitividade,</p><p>sustentabilidade e responsabilidade social”.</p><p>RESUMINDO:</p><p>No contexto moderno, as Ciências Sociais Aplicadas</p><p>abrangem os estudos das relações sociais, como,</p><p>por exemplo, os relacionamentos interpessoais e o</p><p>comportamento das relações com seus meios, sejam</p><p>internos ou externos.</p><p>Devemos considerar que a administração como ciência</p><p>constitui em uma matéria de extrema importância para</p><p>a vida acadêmica e, por consequência, na trajetória</p><p>profissional, tendo em vista que, direta ou indiretamente,</p><p>aplica-se no contexto pessoal e dos negócios empresariais/</p><p>organizacionais. Isso porque as ciências sociais incluem,</p><p>entre outras, Economia, Política, Administração, Psicologia,</p><p>Sociologia, Antropologia e Jurisprudência, História e</p><p>Linguística.</p><p>As Ciências Administrativas possibilitam a criação e o</p><p>aperfeiçoamento das organizações sociais, formais ou informais, mais</p><p>eficientes e organizadas. Dessa forma, desenvolver estruturas sociais</p><p>baseadas na ciência, na arte e na tecnologia contribui para que as</p><p>organizações, por meio dos seus recursos, em especial o humano,</p><p>consigam a continuidade de suas atividades em um cenário competitivo.</p><p>As Ciências Sociais, por meio de suas teorias e métodos, contribuem</p><p>para um melhor entendimento do contexto sistemático da realidade que</p><p>envolve a sociedade contemporânea.</p><p>A finalidade principal da administração como Ciência Social Aplicada</p><p>é preparar os indivíduos para que sejam profissionais competentes</p><p>por meio do desenvolvimento de suas habilidades e competências,</p><p>proporcionando os conhecimentos necessários para que cumpram</p><p>eficazmente suas atividades ao longo de sua carreira profissional.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>33</p><p>Abordagens Clássicas das Relações</p><p>Humanas e Estruturalista da</p><p>Administração</p><p>OBJETIVO:</p><p>Ao término deste capítulo você será capaz de compreender</p><p>os principais conceitos das teorias da administração, sua</p><p>evolução e aperfeiçoamento ao longo da história, as suas</p><p>diferentes abordagens, bem como suas aplicações para</p><p>um melhor entendimento de suas práticas no ambiente das</p><p>organizações. Este capítulo permitirá dar embasamento</p><p>para discutir os fundamentos das teorias administrativas,</p><p>como também analisar situações reais do seu cotidiano,</p><p>seja na empresa ou na vida social. Por fim, você conhecerá</p><p>as tendências atuais dessas abordagens compreendendo,</p><p>assim, a evolução dos estudos e das práticas administrativas.</p><p>E então? Motivado para desenvolver esta competência?</p><p>Então vamos lá. Avante!</p><p>A administração desde a Antiguidade vem se constituindo</p><p>como uma área de estudos organizacionais muito importantes para o</p><p>desenvolvimento e aperfeiçoamento de todo tipo, segmento e tamanho</p><p>de empresas públicas e privadas, bem como para a manutenção do</p><p>crescimento dos negócios de qualquer organização.</p><p>Sendo assim, o campo dos estudos da administração constitui uma</p><p>área do conhecimento que tem por finalidade despertar a você, caro</p><p>aluno, para as competências gerenciais, proporcionando uma abordagem</p><p>introdutória da evolução do pensamento administrativo, bem como dos</p><p>principais conceitos,</p><p>dando os embasamentos necessários relacionados</p><p>ao campo da administração e apresentando-lhe seus fundamentos.</p><p>Chiavenato (2014, p. 21) esclarece que à medida que a administração</p><p>se “defronta com novas situações no decorrer do tempo e do espaço, as</p><p>doutrinas e as teorias administrativas precisam adaptar suas abordagens</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>34</p><p>ou modificá-las para continuarem úteis e aplicáveis”. Ainda segundo o</p><p>autor, isso esclarece a constante evolução do pensamento e dos estudos</p><p>administrativos, bem como a sua abrangência e complexidade. Com</p><p>efeito, o Quadro 3 elenca as principais teorias administrativas a partir da</p><p>Revolução Industrial ocorridas no século XIX.</p><p>Quadro 3 – Evolução das Teorias Administrativas</p><p>ANO TEORIAS ADMINISTRATIVAS PRINCIPAIS AUTORES</p><p>1903</p><p>Escola da Administração</p><p>Científica</p><p>Frederick Winslow Taylor, Frank e</p><p>Lilian Gilbreth</p><p>1909 Teoria da Burocracia Karl Emil Maximilian Weber</p><p>1916</p><p>Escola dos Princípios de</p><p>Administração</p><p>Jules Henri Fayol</p><p>1932</p><p>Teoria das Relações</p><p>Humanas</p><p>Elton Mayo e Kurt Lewin</p><p>1947 Teoria das Decisões Herbert Alexander Simon</p><p>1951 Teoria dos Sistemas</p><p>Ludwing Von Bertalanffy, Kast e</p><p>Rosenzweig</p><p>1953</p><p>Teoria dos Sistemas</p><p>Sociotécnicos</p><p>Eric Trist, Ken Bamforth e Fred</p><p>Emery</p><p>1954</p><p>Teoria Neoclássica da</p><p>Administração</p><p>Drucker, Koontz, O’Donnell e</p><p>Newman,</p><p>1957</p><p>Teoria Comportamental da</p><p>Administração</p><p>Herbert Alexander Simon. Chester</p><p>Barnard, Douglas McGregor, Rensis</p><p>Likert, Chris Argyris</p><p>1962</p><p>Desenvolvimento</p><p>Organizacional</p><p>Richard Beckhard, Warren Bennis e</p><p>Edgar Schein.</p><p>1972 Teoria da Contingência Paul Lawrence e Jay Lorsch</p><p>1990 Novas Abordagens</p><p>Peter Ferdinand Drucker, Frederick</p><p>Herzberg, Philip Kotler, Michael</p><p>Porter e Henry Mintzberg</p><p>Fonte: Adaptado de Chiavenato (2014).</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>35</p><p>Abordagem Clássica da Administração –</p><p>Taylorismo e Fayolismo</p><p>A Abordagem Clássica da Administração teve seu início a partir do</p><p>século XX, por meio dos estudos de dois engenheiros Frederick Winslow</p><p>Taylor (1856-1915), nos Estados Unidos com a Administração Cientifica, e</p><p>Jules Henri Fayol (1841-1925), na França com a Teoria Clássica.</p><p>Mesmo sem possuir nenhuma forma de comunicação e com</p><p>perspectivas e visões diferentes, conseguiram desenvolver teorias que</p><p>constituíram a base da abordagem clássica da administração. Ambos</p><p>procuraram aumentar a eficiência das empresas, embora enfrentassem a</p><p>tarefa sob diferentes perspectivas.</p><p>Em função dessas duas correntes, a Abordagem Clássica da</p><p>Administração é desdobrada em duas orientações diferentes e, até</p><p>certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com relativa</p><p>coerência (CHIAVENATO, 2008, p. 23), onde:</p><p>De um lado, a Escola da Administração Cientifica, desenvolvida</p><p>nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. Essa escola era</p><p>formada principalmente por engenheiros, como Frederick Winslow Taylor</p><p>(1856- 1915), Henry Lawrence Gantt (1861-1919), Frank Bunker Gilbreth</p><p>(1868-</p><p>1924), Harrington Emerson (1853-1931) e outros. Henry Ford (1863-</p><p>1947) costuma ser incluído entre eles pela aplicação desses principios em</p><p>seus negócios.</p><p>De acordo com Hernández y Rodríguez (2011), Frederick W. Taylor</p><p>investigou sistematicamente o trabalho humano de operações produtivas</p><p>em empresas por meio de um método científico e observava que as</p><p>pessoas, quando elaboraram partes ou peças de metal para construção</p><p>de edifícios (lingotes), naquele momento, realizavam as tarefas a sua</p><p>maneira e que cada lingote era diferente um do outro em forma e custo.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>36</p><p>Não havia padrões. Hoje eles são conhecidos como padronização</p><p>de operações para qualidade, para a produção de um objeto e o serviço</p><p>que facilita sua medicação. Taylor afirmou assinado:</p><p>• Não existe um sistema de trabalho eficaz.</p><p>• Não há incentivos econômicos para os trabalhadores melhorarem</p><p>seu trabalho.</p><p>• As decisões são tomadas militarmente e empiricamente, e não</p><p>pelo conhecimento científico.</p><p>• Os rabalhadores são contratados independentemente de suas</p><p>habilidades e aptidões.</p><p>Para resolver esse problema, ele selecionou os melhores</p><p>trabalhadores e métodos de trabalho e determinou os tempos que cada</p><p>movimento ou sub- operação do processo de produção deveria ocupar,</p><p>para que os fabricantes fossem bem executados, apesar da velocidade. Da</p><p>mesma forma, estabeleceu postos-chaves ou requisitos de conformidade</p><p>de qualidade e chamou padrão de indicação de como e em quanto tempo</p><p>algo deve ser feito a critério da empresa (Hernández y Rodríguez, 2011).</p><p>No entanto, Maximiano (2000) afirma que, em 1903, Taylor</p><p>apresentou à Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos o estudo</p><p>Shop Management, um pequeno livro de que foi publicado oito anos</p><p>antes de seu famoso livro Princípios de Administração Científica, sendo</p><p>considerado um verdadeiro clássico das teorias da administração, no</p><p>qual propunha sua filosofia de administração, que compreendia quatro</p><p>princípios (Ibidem, 2000, p. 56):</p><p>i)O objetivo da boa administração era pagar salários altos e ter</p><p>baixos custos de produção.</p><p>ii) Com esse objetivo, a administração deveria aplicar métodos de</p><p>pesquisa para determinar a melhor maneira de executar tarefas.</p><p>iii) Os empregados deveriam ser cientificamente selecionados e</p><p>treinados, de maneira que as pessoas e as tarefas fossem compatíveis.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>37</p><p>iv) Deveria haver uma atmosfera de íntima e cordial cooperação</p><p>entre a administração e os trabalhadores, para garantir um ambiente</p><p>psicológico favorável à aplicação desses princípios.</p><p>Tais premissas foram melhor expostas no livro, de 1911, sob o título</p><p>de The Principles of Scientific Management. Nesse livro, Maximiano</p><p>(2000, p. 57), enfatiza que Taylor ao mesmo tempo apresentou um conceito</p><p>extremamente importante: “ele insistiu na distinção entre a filosofia (ou</p><p>conjunto de princípios) e as técnicas (ou mecanismos) da administração</p><p>científica”, onde os mecanismos, ou técnicas, seriam: os estudos de</p><p>tempos e movimentos, a padronização de ferramentas e instrumentos, a</p><p>padronização de movimentos e o sistema de pagamento de acordo com</p><p>o desempenho.</p><p>A administração científica se constitui na aplicação de uma maneira</p><p>para melhorar a eficiência econômica por meio de estudos científicos para</p><p>analisar, otimizar e padronizar o fluxo de trabalho. Você pode trabalhar em</p><p>uma função gerencial em algum momento de sua carreira e precisar tomar</p><p>decisões cruciais sobre as operações para aumentar a eficiência. Usar o</p><p>gerenciamento científico no local de trabalho pode ajudá-lo a otimizar o</p><p>fluxo de trabalho e aumentar a produtividade. Também pode ajudá-lo a</p><p>pensar criticamente sobre os processos de trabalho e experimentar novos</p><p>métodos para encontrar o que melhor se adapta à organização, ao seu</p><p>setor ou suas tarefas. Você pode usar os princípios da gestão científica no</p><p>local de trabalho, seguindo estas etapas:</p><p>1. Analise os processos de trabalho.</p><p>2. Defina e delegue tarefas.</p><p>3. Use as habilidades dos funcionários e ofereça incentivos.</p><p>4. Estabeleça uma hierarquia profissional.</p><p>Embora Taylor tenha desenvolvido originalmente a teoria científica</p><p>de gerenciamento para trabalhos de manufatura nas indústrias, você</p><p>pode usar esses princípios em muitos setores para ajudá-lo a otimizar</p><p>processos complicados e aumentar a produtividade.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>38</p><p>Para levar o trabalhador a cooperar, Taylor e os seus seguidores</p><p>desenvolveram os esquemas de incentivos salariais e de recompensa da</p><p>produção. Com a administração científica foi implantado o conceito de</p><p>homo economicus, ou seja, toda pessoa é profundamente influenciada</p><p>pelas recompensas salariais, econômicas e materiais. Em outras palavras,</p><p>o homem procura trabalho não porque gosta, mas como meio de ganhar</p><p>a vida com o salário que ele proporciona. O homem é motivado a trabalhar</p><p>exclusivamente pela fome e pela necessidade</p><p>de dinheiro para viver.</p><p>1. De outro lado, a corrente dos Anatomistas e Fisiologistas da</p><p>organização, desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros</p><p>de Fayol Essa escola teve como expoentes: Henri Fayol (1841-</p><p>1925), James D. Mooney, Lyndall F. Urwick (1891-1979), Luther</p><p>Gulick, entre outros. A essa corrente chamaremos Teoria Clássica.</p><p>A preocupação básica era aumentar a eficiência da empresa</p><p>por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da</p><p>organização (departamentos) e de suas inter-relações estruturais.</p><p>A Teoria Clássica da Administração está focada em princípios que</p><p>poderiam ser usados pelos gestores para coordenar as atividades internas</p><p>das organizações. O mais proeminente dos teóricos administrativos foi</p><p>Jules Henri Fayol (1849-1925).</p><p>Ele observou uma paralisação no trabalho e a julgou uma falha de</p><p>gerenciamento. Ele acreditava que as práticas de gestão organizacional</p><p>são importantes para impulsionar a previsibilidade e a eficiência nas</p><p>organizações. Alfaya (2015, p. 27) relata que Fayol “identificou 14 princípios</p><p>que devem ser adotados para que a administração seja eficaz, se</p><p>constituindo uma condição prescritiva para a administração universal, que</p><p>segundo Fayol devem ser aplicadas de modo flexível”. Maximiano (2000,</p><p>p. 61/62) afirma que “Fayol completa sua teoria com essas 14 principios</p><p>que devem ser seguidos para que a administração da empresa se torne</p><p>eficaz”. São eles:</p><p>1. Divisão de trabalho, a designação de tarefas especificas para cada</p><p>indivíduo, resultando na especialização das funções e separação</p><p>dos poderes.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>39</p><p>2. Autoridade e responsabilidade, sendo a primeira o direito de</p><p>mandar e o poder de se fazer obedecer, e a segunda, a sanção</p><p>– recompensa ou penalidade – que acompanha o exercício do</p><p>poder.</p><p>3. Disciplina, o respeito aos acordos estabelecidos entre a empresa</p><p>e seus agentes.</p><p>4. Unidade de comando, de forma que cada indivíduo tenha apenas</p><p>um superior.</p><p>5. Unidade de direção, um só chefe e um só programa para um</p><p>conjunto de operações que visam ao mesmo objetivo.</p><p>6. Subordinação do interesse individual ao interesse geral.</p><p>7. Remuneração do pessoal, de forma equitativa e com base tanto</p><p>em fatores externos quanto internos.</p><p>8. Centralização, o equilíbrio entre a concentração de poderes</p><p>de decisão no chefe, sua capacidade de enfrentar suas</p><p>responsabilidades e a iniciativa dos subordinados.</p><p>9. Cadeia de comando (linha de autoridade), ou hierarquia, a série</p><p>dos chefes desde o primeiro ao último escalão, dando-se aos</p><p>subordinados de chefes diferentes a autonomia para estabelecer</p><p>relações diretas (a ponte de Fayol).</p><p>10. Ordem, um lugar para cada pessoa e cada pessoa em seu lugar.</p><p>11. Equidade, o tratamento das pessoas com benevolência e justiça,</p><p>não excluindo a energia e o rigor quando necessários.</p><p>12. Estabilidade do pessoal, a manutenção das equipes como forma</p><p>de promover seu desenvolvimento.</p><p>13. Iniciativa, que faz aumentar o zelo e a atividade dos agentes.</p><p>14. Espirito de equipe.</p><p>Esses princípios da administração são usados para gerenciar uma</p><p>organização e são benéficos para previsão, planejamento e tomada de</p><p>decisões, organização e gestão de processos, controle e coordenação.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>40</p><p>Enquanto os proponentes da administração científica desenvolveram</p><p>princípios que poderiam ajudar os trabalhadores individuais a realizar</p><p>suas tarefas de forma mais eficiente, a teoria administrativa se concentrou</p><p>em princípios que poderiam ser usados pelos gerentes para coordenar</p><p>as atividades internas das organizações. Muitos dos conceitos da</p><p>administração que constituem a base do pensamento gerencial moderno</p><p>foram articulados pela primeira vez por Fayol.</p><p>Esse estudioso acreditava que, com previsões científicas e métodos</p><p>adequados de gerenciamento, resultados previsíveis satisfatórios</p><p>certamente viriam. De acordo com Fayol, as operações de uma</p><p>organização podem ser divididas em seis atividades amplas:</p><p>1. Técnico – produção e fabricação de produtos.</p><p>2. Comercial – compra, venda e troca.</p><p>3. Financeiro – procure o uso ideal de capital.</p><p>4. Segurança – protegendo funcionários e propriedade.</p><p>5. Contabilidade – registro e balanço de custos, lucros, passivos,</p><p>manutenção de balanços e compilação de estatísticas.</p><p>6. Gerencial – planejar, organizar, comandar, coordenar e controlar.</p><p>Os estudos de Fayol focaram principalmente na última atividade,</p><p>que é a “Atividade Gerencial”. No ano de 1916, Fayol publica o livro sob o</p><p>título de “Administration Industrielle et Générale”. De acordo com Marcon</p><p>(2017), nessa obra Fayol expôs as funções universais da Administração,</p><p>por meio das quais determina o ato de administrar como sendo: Prever,</p><p>Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar.</p><p>Ele identificou esses cinco elementos principais de gerenciamento</p><p>que descrevem os comportamentos esperados nos quais os gerentes</p><p>devem se engajar para atingir os objetivos de negócios da organização</p><p>de forma eficaz.</p><p>Fayol destacou enfaticamente que a administração, seus princípios,</p><p>processos e técnicas têm aplicação universal, não importando qual seja o</p><p>tipo ou segmento, o tamanho de organização ou empresa, se é pública ou</p><p>privada, nacional ou internacional, sendo possível aplicar seus princípios e</p><p>processos administrativos.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>41</p><p>Vimos que Taylor e Fayol contribuíram para a ciência da</p><p>administração. O trabalho de Taylor e Fayol foram complementares entre</p><p>si. Eles perceberam que o problema do pessoal e de sua gestão em</p><p>todos os níveis é a chave para o sucesso organizacional. Ambos aplicaram</p><p>métodos científicos a este problema. Podemos, assim, concluir que os</p><p>autores:</p><p>• Sentiram a universalidade da gestão.</p><p>• Os métodos científicos aplicados aos problemas de gestão.</p><p>• Observaram a importância do pessoal e de sua gestão em todos</p><p>os níveis.</p><p>• Queriam melhorar as práticas de gestão.</p><p>• Desenvolveram suas ideias por meio da experiência prática.</p><p>• Explicaram suas ideias por meio de seus estudos.</p><p>• Enfatizaram a cooperação mútua entre empregadores e</p><p>empregados.</p><p>O fato de Taylor trabalhar principalmente no nível operacional, da</p><p>base da hierarquia empresarial, ou seja, dos níveis de baixo para cima,</p><p>Fayol se concentrava nos níveis mais altos hierárquicos para os níveis mais</p><p>baixos, foi meramente um reflexo de suas carreiras muito diferentes e das</p><p>realidades em que viviam.</p><p>Abordagem das Relações Humanas</p><p>A Teoria das Relações Humanas, também chamada Escola</p><p>Humanística da Administração, tevê seu início nos Estados Unidos e</p><p>possibilitou o desenvolvimento das Ciências Sociais, de maneira especial</p><p>da Psicologia. Surgiu, basicamente, como um movimento de reação e</p><p>oposição à Teoria Clássica da Administração. A principal desvantagem da</p><p>escola de administração e da escola clássica era a atitude para com uma</p><p>pessoa. Em certa medida, isso se deveu ao fato de que essas escolas</p><p>nasceram quando a psicologia estava no seu início. Mesmo esse pouco</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>42</p><p>conhecimento sobre as necessidades humanas não estava de forma</p><p>alguma relacionado com os problemas do trabalho.</p><p>Embora os autores da administração científica e da abordagem</p><p>clássica reconheçam a importância do fator humano, suas discussões</p><p>se limitaram a aspectos como pagamento, incentivos econômicos e</p><p>estabelecimento de relações funcionais formais. As deficiências da escola</p><p>clássica e, em primeiro lugar, a atitude para com a pessoa causaram um</p><p>movimento operário muito significativo contra os gerentes na década de</p><p>1920.</p><p>A maior contribuição para o desenvolvimento da escola das</p><p>relações humanas foi feita por Mary Parker Follett e George Elton Mayo</p><p>durante as décadas de 1930 a 1950. O principal mérito na criação da teoria</p><p>e prática das relações humanas pertence ao psicólogo Elton Mayo, que</p><p>conduziu uma série de atividades de pesquisa, chamadas de famoso</p><p>Experimento Hawthorne. Tais estudos demonstraram que é possível</p><p>influenciar a psicologia das pessoas e mudar sua atitude em relação ao</p><p>trabalho organizando um pequeno grupo informal. Os experimentos de</p><p>Hawthorne lançaram as bases para inúmeros estudos de relacionamento</p><p>na organização, levando em consideração fenômenos psicológicos em</p><p>grupos, identificando a motivação para o trabalho de relacionamento</p><p>interpessoal, enfatizando o papel de um indivíduo e de um pequeno</p><p>grupo em uma organização.</p><p>Essa teoria, desenvolvida a partir de estudos empíricos realizados nas</p><p>décadas de 1920 e 1930, sustenta que atitudes, relacionamentos e estilos</p><p>de liderança desempenham um papel fundamental no desempenho de</p><p>uma organização. Segundo Ferreira (2009b, p. 1), o advento da Teoria das</p><p>Relações Humanas se deve aos seguintes fatos:</p><p>• A necessidade de humanizar e democratizar a Administração,</p><p>libertando-a dos conceitos rígidos e mecanicistas da Teoria</p><p>Clássica e adequando-a aos novos padrões de vida do povo</p><p>americano. Nesse sentido, a Teoria das Relações Humanas</p><p>constitui um movimento tipicamente americano e voltado para a</p><p>democratização dos conceitos administrativos.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>43</p><p>• O desenvolvimento das Ciências Humanas – principalmente a</p><p>Psicologia e a Sociologia – sua crescente influência intelectual</p><p>e suas primeiras aplicações à organização industrial. As Ciências</p><p>Humanas vieram demonstrar a inadequação de alguns princípios</p><p>da Teoria Clássica.</p><p>As conclusões da Experiência de Hawthorne, realizada entre</p><p>1927 e 1932, sob a coordenação de Elton Mayo, punham em xeque</p><p>alguns postulados da Teoria Clássica da Administração. O Experimento</p><p>Hawthorne levou às seguintes conclusões:</p><p>• As normas sociais de comportamento afetam a produtividade do</p><p>trabalho.</p><p>• Os incentivos sociais têm um impacto significativo no</p><p>comportamento dos membros da organização; assim, no decorrer</p><p>do experimento, foram registrados casos em que os incentivos</p><p>sociais bloquearam completamente o efeito dos incentivos</p><p>econômicos.</p><p>• Os fatores de comportamento do grupo prevalecem sobre os</p><p>pessoais.</p><p>• A liderança informal é importante para todo o grupo.</p><p>A partir desses resultados, Elton Mayo desenvolveu um conceito</p><p>de homo socialis, ou seja, o homem social. Ele disse que o homem é</p><p>basicamente motivado por necessidades sociais e obtém sua percepção</p><p>de identidade por meio do relacionamento com os outros. Ele é mais</p><p>sensível às forças sociais do grupo informal do que aos incentivos e</p><p>controles gerenciais. Ele também relacionou a produtividade a um</p><p>fenômeno social.</p><p>Essa nova abordagem buscou auxiliar o funcionário na realização de</p><p>suas próprias capacidades a partir da aplicação dos conceitos científicos</p><p>do comportamento humano para o desenvolvimento e uma gestão nas</p><p>organizações. O principal objetivo da escola era melhorar a eficiência</p><p>da organização, aumentando a eficiência dos seus recursos humanos. A</p><p>ideia principal era que a aplicação correta da psicologia comportamental</p><p>sempre aumentará a eficiência tanto do funcionário quanto da organização.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>44</p><p>SAIBA MAIS:</p><p>A Hawthorne da Western Electric era uma cidade dentro de</p><p>uma cidade. Uma fábrica com departamentos de polícia e</p><p>bombeiros, casa de força, usinas de gás e abastecimento</p><p>de água. A Hawthorne Works era um grande complexo</p><p>fabril da Western Electric Company em Cicero, Illinois foi</p><p>inaugurada em 1905 e operou até 1983. No auge de suas</p><p>operações, Hawthorne empregava 45.000 trabalhadores,</p><p>produzindo grandes quantidades de equipamentos</p><p>telefônicos, mas também uma grande variedade de</p><p>produtos de consumo. Essencialmente, “essas conclusões</p><p>diziam que o desempenho das pessoas era determinado</p><p>não apenas pelos métodos de trabalho, segundo a visão da</p><p>administração cientifica, mas também pelo comportamento”</p><p>(IBIDEM, 2000).</p><p>Abordagem Estruturalista</p><p>Ao término da década de 1950, a abordagem das relações humanas</p><p>começou entrar em decadência, permitindo o começo da abordagem</p><p>estruturalista, o que consiste uma visão crítica da organização formal.</p><p>Essas transições entre correntes de pensamentos são normais pois,</p><p>à medida que a administração se defronta com novas conjunturas no</p><p>decorrer do tempo e do espaço, as doutrinas e as teorias administrativas</p><p>necessitam aperfeiçoar suas abordagens ou modificá-las para</p><p>permanecerem úteis e aplicáveis.” Isso explica, em parte, os gradativos</p><p>passos da administração, bem como a sua abrangência e complexidade”</p><p>(CHIAVENATO, 2014, p. 22).</p><p>Assim, Motta (1970, p. 24) afirma que o termo estrutura pode ser</p><p>utilizado “tanto nas ciências físicas quanto nas sociais e em termos amplos</p><p>significa tudo o que a análise interna de uma totalidade revela, ou seja,</p><p>elementos, suas inter-relações, disposição” e que a definição de estrutura</p><p>é, de maneira especial, relevante para a ciência já que pode ser aplicado</p><p>a coisas diferentes, permitindo a comparação.</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>45</p><p>Da Silva (2018) conceitua o estruturalismo como sendo uma</p><p>metodologia analítica e comparativa que analisa os elementos e os</p><p>fenômenos correlacionando com a uma totalidade, salientando o seu</p><p>valor de posição além de que:</p><p>• Faz uma análise interna de uma totalidade em seus elementos</p><p>constitutivos, sua disposição, suas inter-relações.</p><p>• O todo é maior do que a simples soma das partes – para que haja</p><p>estrutura é necessário que existam entre as partes outras relações</p><p>que não a simples justaposição, e que uma das partes manifeste</p><p>propriedades que resultam da sua dependência à totalidade.</p><p>A estrutura de uma organização é seu próprio modelo, mais ou</p><p>menos estável, onde fatores como autoridade (hierarquias) e comunicação</p><p>aparecem. Assim, de acordo com Boteon (2017, p. 10), a abordagem</p><p>estruturalista se classifica em:</p><p>• Modelo Burocrático de Organização (Em Busca da Organização</p><p>Ideal – 1909) – Teoria da Burocracia – ainda considera o sistema</p><p>fechado (preocupada apenas com os aspectos internos da</p><p>organização), forte ênfase na divisão racional do trabalho (regras</p><p>e normas).</p><p>Teoria Estruturalista da Administração (Ampliando os Horizontes</p><p>da Empresa – 1947) – Teoria Estruturalista – começa a considerar a</p><p>relação organização‐ambiente e a concepção de uma organização de</p><p>sistema aberto, utilizando as visões da teórica clássica, humanística e</p><p>burocrata.</p><p>Com o aumento da produção industrial, foi necessário criar</p><p>modelos para garantir o processo da industrialização, e um dos autores,</p><p>o economista e sociólogo Max Weber, considerado o “pai” da Teoria</p><p>Burocrática, teve relevante importância para novos administradores na</p><p>busca de inspirações para a nova fase da administração.</p><p>Quando sugeriu esta abordagem, tinha em mente demonstrar que</p><p>a burocracia continha amplos benefícios e que considerava um modelo</p><p>para organizar os trabalhos que tinha como propósito de facilitar e</p><p>Organização, Sistemas e Métodos</p><p>46</p><p>melhorar as rotinas trabalho. Devido aos problemas que Weber via com</p><p>autoridade tradicional, ele favorecia uma abordagem mais racional para</p><p>administrar uma organização e ajudá-la a alcançar seus objetivos. Há duas</p><p>partes na Teoria Burocrática de Max Weber:</p><p>1. Uma hierarquia organizacional específica – uma hierarquia</p><p>organizacional define como as pessoas são estruturadas e se</p><p>encaixam dentro de uma organização. Weber queria que cada</p><p>hierarquia tivesse o que chamava de autoridade legal-racional. Isso</p><p>constitui que a autoridade definida fica com uma posição, não com</p><p>uma pessoa e, dessa forma, autoridade vem da posição que você</p><p>ocupa na hierarquia.</p><p>2. Regras pré-estabelecida para tomada de decisão – Weber se</p><p>referiu a isso como regras de tomada de decisão racional-legal. Isso</p><p>significa que deve haver um conjunto de regras e procedimentos</p><p>explícitos que definam como a organização funciona e que essas</p><p>regras devem ser consistentes com as regras e leis da sociedade</p><p>em geral.</p>

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