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<p>TEORIA GERAL DO PENA</p><p>Funções da Pena</p><p>Professor Lucas Morgado</p><p>TEORIA DO CRIME</p><p>TEORIA DA PENA</p><p>DOGMÁTICA PENAL</p><p>É o programa oficial de controle do crime e da criminalidade</p><p>As funções da pena criminal são o principal instrumento do programa oficial de controle do crime (discurso de retribuição) e da criminalidade (discurso de prevenção).</p><p>Há contradição entre funções oficias e reais da pena criminal, segundo estudos críticos do Direito Penal e da Criminologia.</p><p>POLÍTICA CRIMINAL</p><p>É o sistema de normas que define crimes e comina penas, bem como estabelece princípios e regras para interpretação e aplicação da Lei Penal.</p><p>DIREITO PENAL</p><p>Foi com a modernidade que a prisão assumiu o seu papel de instituição-fim, para além do significado que até então tinha enquanto instituição-meio (ou seja, a prisão era utilizada</p><p>A PRISÃO servia somente como contenção e guarda de réus para preservá-los fisicamente até o momento de serem julgados (BITTENCOURT, 2020).</p><p>As penas-fim eram a pena de morte, corporais e infamantes: a prisão era, geralmente, o deposito da pessoa física do reu, que esperava, geralmente em condições subhumandas,a celebraçaod e sua execução. A prisão garantiria a custodia dos réus até a execução da condenação ou da obrigação referidas.</p><p>Grécia e Roma, pois, expoentes do mundo antigo, conheceram a prisão com finalidade eminentemente de custodia, para impedir que o culpado pudesse substrair-se ao castigo (BITTENCOURT, 2020).</p><p>HISTÓRIA DAS PRISÕES</p><p>As prisões nos Estados Unidos e na Europa datam do século XVIII enquanto que no Brasil datam no século XIX, principalmente em Recife e no Rio de Janeiro.</p><p>CONTEXTOS NO NORTE E NO SUL</p><p>Foi forjado no final do século XVIII. A primeira prisão foi construída em 1776.</p><p>Foi inspirado na concepção religiosa Quaker e correspondeu ao período da produção manufatureira nos Estados Unidos.</p><p>Houve influência também de pensadores da Escola Clássica, como Beccaria e Howard.</p><p>SISTEMA FILADÉLFIANO</p><p>Foi forjado no início do século XIX. A primeira prisão foi autorizada a ser construída em 1816.</p><p>Correspondeu ao período da produção industrial nos Estados Unidos, ou seja, reproduzia o ambiente da fábrica no cárcere.</p><p>SISTEMA AUBURNIANO</p><p>Fonte: mapa.an.gov.br</p><p>Lucas Morgado () -</p><p>SISTEMA FILADELFIANO</p><p>Isolamento celular (solitary confinement).</p><p>Constantes orações e meditações.</p><p>Abstinência de bebidas alcoólicas.</p><p>Reproduz aspectos de vigilância que podem ser observados em outras instituições, como fábricas e escolas (BITTENCOURT, 2020).</p><p>SISTEMA AUBURNIANO</p><p>Isolamento celular durante a NOITE.</p><p>Trabalho em comum durante o DIA num contexto de silêncio absoluto (silente system).</p><p>Os detentos só podiam se comunicar com os guardas, com prévia licença e em voz baixa (BITTENCOURT, 2020).</p><p>É durante o século XIX que a pena privativa de liberdade se consolida como a pena por excelência do mundo ocidental.</p><p>Há uma queda da pena de morte como pena principal e um progressivo aumento da prisão enquanto pena central.</p><p>Abandona-se, então, os sistemas filadelfiano e auburniano, assumindo o SISTEMA PROGRESSIVO.</p><p>Há uma distribuição do tempo de cumprimento da pena em períodos, com crescentes possibilidades de benefícios e privilégios aos detentos a depender de boa vontade e disciplina.</p><p>Há um estímulo à boa vontade, à adesão ao regime aplicado, à disposição dos detentos, reforma moral e preparação para a vida em sociedade (BITTENCOURT, 2020).</p><p>SISTEMA PROGRESSIVO</p><p>É durante o século XIX que a pena privativa de liberdade se consolida como a pena por excelência do mundo ocidental.</p><p>Há uma queda da pena de morte como pena principal e um progressivo aumento da prisão enquanto pena central.</p><p>Abandona-se, então, os sistemas filadelfiano e auburniano, assumindo o SISTEMA PROGRESSIVO.</p><p>Há uma distribuição do tempo de cumprimento da pena em períodos, com crescentes possibilidades de benefícios e privilégios aos detentos a depender de boa vontade e disciplina.</p><p>Há um estímulo à boa vontade, à adesão ao regime aplicado, à disposição dos detentos, reforma moral e preparação para a vida em sociedade (BITTENCOURT, 2020).</p><p>SISTEMA PROGRESSIVO</p><p>FUNÇÕES OFICIAIS DA PENA CRIMINAL</p><p>Função de RETRIBUIÇÃO</p><p>Função de PREVENÇÃO geral positiva</p><p>Função de PREVENÇÃO geral negativa</p><p>Função de PREVENÇÃO especial negativa</p><p>Função de PREVENÇÃO especial positiva</p><p>FUNÇÃO DE RETRIBUIÇÃO</p><p>PENA como imposição de um mal JUSTO contra um mal INJUSTO que é o CRIME.</p><p>Pena é necessária para realizar a justiça e restabelecer o Direito.</p><p>Postulações religiosas.</p><p>Filosofia idealista ocidental de Kant e de Hegel.</p><p>Para Kant, a justificação da pena é de ordem ÉTICA (de modo a se contrapor ao utilitarismo).</p><p>Para Hegel, a justificação da pena é de ordem JURÍDICA.</p><p>FUNDAMENTOS DA RETRIBUIÇÃO</p><p>Kant afirma que não há nada melhor do que o ius talionis (“olho por olho, dente por dente”) para expressar a qualidade e a (2) quantidade da pena, mas com a condição de ser apreciada por um tribunal (BITTENCOURT, 2020).</p><p>Hegel afirma que a pena é a negação da negação do Direito 🡪 trata-se de uma forma de restabelecer a vigência da vontade geral.</p><p>PENA EM KANT E EM HEGEL</p><p>FUNÇÃO DE PREVENÇÃO ESPECIAL</p><p>Voltada ao INDIVIDUAL, seja para neutralizar (especial negativa) seja para ressocializar (especial positiva).</p><p>Houve um OTIMISMO inicial que foi se transformando em PESSIMISMO sobre os objetivos reabilitadores.</p><p>Função oficial da pena que dominou nos séculos XIX e XX foi a de prevenção especial positiva, que foi utilizada como complementar, geralmente, da negativa.</p><p>Segundo o art. 1º da LEP, o objetivo da pena é promover a harmônica integração social do condenado (pena) e do internado (medida de segurança).</p><p>A neutralização é a incapacitação para praticar novos crimes durante a execução da pena (SANTOS, 2014).</p><p>A ressocialização é a correção realizada por ortopedistas da moral, como assistentes sociais, pedagogos, psicólogos e sociólogos (SANTOS, 2014).</p><p>CONSIDERAÇÕES SOBRE PREVENÇÃO ESPECIAL</p><p>FUNÇÃO DE PREVENÇÃO GERAL</p><p>Voltada ao COLETIVO, seja para intimidar (geral negativa) seja para estabilizar expectativas normativas (geral positiva).</p><p>A negativa (com foco na coletividade) veio antes e a positiva (com foco na normatividade) veio depois.</p><p>A prevenção geral negativa parece em Feuerbach, no século XIX, como coação psicológica para evitar que as pessoas pratiquem crimes.</p><p>A prevenção geral positiva, surgida no final do século XX, busca estabilizar o sistema social, orientar as ações, institucionalizar expectativas normativas. Aparecem em penalistas como Roxin e Jákobs, mas com desenhos diferenciados sob a base sociológica de Luhmann (SANTOS, 2014).</p><p>As críticas dirigem-se ao quanto a pena tem sido ineficaz para que outras pessoas deixem de cometer crimes, como a sociologia e a antropologia tem demonstrado que outros fatores estão relacionados a isso e à irrealidade do papel do direito e das instituições com que se postula nos trabalhos de Roxin e de Jákobs.</p><p>CONSIDERAÇÕES SOBRE PREVENÇÃO GERAL</p><p>TEORIAS UNIFICADAS</p><p>Unifica as funções de RETRIBUIÇÃO e de PREVENÇÃO atribuídas à pena criminal.</p><p>As soluções monistas são incapazes de dar conta do fenômeno complexo das penas.</p><p>Atualmente, as teorias unificadas predominam na legislação, na jurisprudência e na literatura (SANTOS, 2014).</p><p>A prevenção GERAL NEGATIVA estaria presente na cominação da pena no tipo penal;</p><p>A prevenção GERAL POSITIVA e a retribuição estariam presentes na aplicação judicial da pena;</p><p>A PREVENÇÃO ESPECIAL (POSITIVA E NEGATIVA) estariam presentes na execução penal.</p><p>As críticas à unificação estão relacionadas à incapacidade de solucionar os problemas de cada função nas teorias monistas e a incompatibilidade de fundamentos entre as funções (SANTOS, 2014).</p><p>TEORIAS UNIFICADAS</p><p>Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento</p><p>da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para REPROVAÇÃO e PREVENÇÃO do crime:</p><p>CÓDIGO PENAL</p><p>O ordenamento jurídico brasileiro adota um critério DUALISTA ALTERNATIVO, expresso em dois binômios excludentes:</p><p>CULPABILIDADE: que fundamenta especificamente as penas criminais (abrange as penas criminais do art. 32 do CP).</p><p>PERICULOSIDADE: que fundamenta especificamente a medida de segurança (abrange as espécies do art. 96 do CP).</p><p>SISTEMA PENAL BRASILEIRO</p><p>Art. 32. As penas são: I - privativas de liberdade; II - restritivas de direitos; III - de multa.</p><p>Art. 96. As medidas de segurança são: I - Internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou, à falta, em outro estabelecimento adequado; II - sujeição a tratamento ambulatorial.</p><p>CÓDIGO PENAL</p><p>PENA CRIMINAL NO BRASIL</p><p>Pena PRIVATIVA de liberdade</p><p>Pena de MULTA</p><p>Pena RESTRITIVA de direitos</p><p>PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE</p><p>Existe sob as formas de (1) reclusão e de (2) detenção.</p><p>PENA RESTRITIVA DE DIREITOS</p><p>Existe nas espécies dos incisos do art. 43 do Código Penal.</p><p>PENA DE MULTA</p><p>Trata-se de pagamento feito ao fundo penitenciário.</p><p>BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal. Vol. 1. 26. Ed. São Paulo: Saraiva, 2020.</p><p>TAVAREZ, Juarez. Fundamentos de teoria do delito. 2. Ed. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2020.</p><p>CIRINO DOS SANTOS, Juarez. Direito penal: parte geral. 9. Ed. São Paulo: Tirant lo Blanch, 2020.</p><p>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</p><p>image1.jpg</p><p>image5.png</p><p>image4.png</p><p>image2.jpg</p><p>image3.png</p>