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<p>1. Contexto da infância</p><p>O que é infância? A infância é uma fase crucial do desenvolvimento humano que envolve transformações físicas, cognitivas,</p><p>emocionais e sociais. Ela passou a ser reconhecida como um período distinto com necessidades específicas, especialmente a</p><p>partir do século XVII, deixando de ser vista como uma mera "miniatura" do adulto.</p><p>Questões que intercedem o ser criança: As crianças enfrentam desafios únicos no desenvolvimento, como a formação de</p><p>identidade, socialização e compreensão das emoções. Elas também são moldadas por fatores familiares, culturais e</p><p>educacionais.Criança como "mini-adulto": Durante a Idade Média e até meados do século XVIII, as crianças eram tratadas como</p><p>adultos em miniatura, sem o reconhecim…</p><p>1. A construção da identidade infantil contemporânea está fortemente marcada pela influência da tecnologia e da mídia.</p><p>Analise como essas influências moldam o comportamento e a subjetividade das crianças e discuta os desafios que isso</p><p>apresenta para a psicoterapia infantil.</p><p>RESP.A resposta deve abordar a relação entre a exposição das crianças à tecnologia (como smartphones, redes sociais e jogos</p><p>digitais) e o desenvolvimento de comportamentos consumistas, expectativas irreais e a constante comparação social. A mídia</p><p>molda a visão de mundo e influencia a percepção de valores, muitas vezes alienando a criança de seu entorno imediato e</p><p>criando dificuldades em processos de autoconhecimento. Isso apresenta desafios para a psicoterapia infantil, que precisa lidar</p><p>com a influência desses fatores no desenvolvimento da subjetividade, na construção de identidade e na expressão emocional da</p><p>criança. A resposta pode incluir ainda o papel da família e da escola em contrabalancear esses efeitos.</p><p>2. Na psicanálise infantil, a relação entre o terapeuta, a criança e os pais é frequentemente marcada por dinâmicas</p><p>transferenciais. Explique o que é a transferência e contratransferência na psicanálise infantil e como essas dinâmicas podem</p><p>influenciar a efetividade do tratamento.</p><p>RESP.Transferência é o fenômeno em que o paciente (no caso, a criança) projeta sentimentos e expectativas inconscientes em</p><p>relação ao terapeuta, muitas vezes relacionadas a figuras parentais. A contratransferência ocorre quando o terapeuta, por sua</p><p>vez, responde emocionalmente a essas projeções, consciente ou inconscientemente. Na psicoterapia infantil, essas dinâmicas</p><p>são complexas, uma vez que a criança frequentemente envolve seus pais no processo terapêutico, e as projeções podem incluir</p><p>as expectativas e ansiedades dos próprios pais em relação ao terapeuta. O manejo adequado dessas dinâmicas é crucial para o</p><p>sucesso da terapia, evitando que o terapeuta atue de forma inconsciente ou que a transferência negativa da criança interfira no</p><p>vínculo terapêutico.</p><p>3. A anamnese infantil é uma ferramenta fundamental para o processo terapêutico, mas difere de uma simples coleta de</p><p>dados na primeira sessão. Comente sobre o conceito de anamnese contínua na psicoterapia infantil e explique como ela se</p><p>desenvolve ao longo do tratamento.</p><p>RESP.A resposta deve enfatizar que a anamnese infantil não é estática, mas se desenvolve ao longo de todo o processo</p><p>terapêutico. A coleta de informações acontece de forma dinâmica, à medida que a criança se sente mais confortável para revelar</p><p>aspectos de sua vida e de suas emoções, muitas vezes através do brincar, das histórias ou dos desenhos. Além disso, as</p><p>interações com a família e com a escola oferecem novas informações que podem alterar ou complementar a compreensão inicial</p><p>do terapeuta. Isso permite que o terapeuta ajuste suas intervenções conforme novos dados surgem, criando uma visão mais</p><p>ampla e profunda da criança e de seu contexto de vida.</p><p>4. No contexto da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), a conceitualização de caso é uma etapa fundamental. Discuta a</p><p>importância dessa conceitualização para o tratamento infantil e descreva como ela orienta as estratégias terapêuticas,</p><p>considerando a complexidade do desenvolvimento infantil.</p><p>RESP.A conceitualização de caso na TCC envolve a identificação de padrões de pensamento, emoção e comportamento da</p><p>criança, bem como os fatores contextuais que influenciam esses padrões. No caso infantil, essa conceitualização é especialmente</p><p>importante porque as crianças muitas vezes não possuem a linguagem ou a capacidade cognitiva para articular seus problemas</p><p>de maneira direta. Assim, o terapeuta utiliza o brincar e outras formas de expressão indireta para compreender esses padrões. A</p><p>conceitualização ajuda a estruturar as intervenções, como reestruturação cognitiva, modelagem comportamental e técnicas de</p><p>enfrentamento, de forma adequada ao desenvolvimento da criança. Além disso, ela permite monitorar a evolução do</p><p>tratamento e fazer ajustes conforme necessário.</p><p>5. A resistência é um fenômeno frequente na psicoterapia infantil. Disserte sobre as possíveis origens da resistência nas</p><p>crianças e como o terapeuta pode trabalhar para superá-la, considerando a dinâmica familiar e a demanda parental.</p><p>RESP.A resistência na psicoterapia infantil pode ter várias origens. Muitas vezes, a criança não entende por que precisa de</p><p>terapia ou sente que está sendo forçada a comparecer por demanda dos pais, o que pode gerar sentimentos de desconfiança,</p><p>medo ou raiva. Outras vezes, a resistência pode estar relacionada ao fato de que a criança não possui as ferramentas emocionais</p><p>e cognitivas para processar o que está sentindo, expressando sua angústia através de comportamentos como recusa a brincar ou</p><p>falar. O terapeuta pode superar essa resistência ao criar um ambiente acolhedor e seguro, utilizando atividades lúdicas para</p><p>facilitar a expressão. Também é importante trabalhar com os pais para garantir que a demanda terapêutica seja compreendida</p><p>pela criança como um processo benéfico e não uma punição.</p><p>6. Explique o papel do brincar na psicoterapia infantil, comparando as abordagens do brincar livre e do brincar estruturado.</p><p>Qual é a relevância dessas formas de brincar para a expressão emocional e o desenvolvimento terapêutico?</p><p>RESP.O brincar na psicoterapia infantil é uma forma central de comunicação. O brincar livre permite que a criança explore suas</p><p>emoções e conflitos internos de forma espontânea, expressando medos, ansiedades e desejos de maneira simbólica. Já o brincar</p><p>estruturado envolve atividades com regras ou temas orientados pelo terapeuta, que podem ser usadas para observar como a</p><p>criança lida com frustrações, limites ou desafios específicos. Ambas as formas de brincar são importantes, pois enquanto o</p><p>brincar livre favorece a expressão emocional autêntica, o brincar estruturado ajuda a criança a trabalhar questões específicas de</p><p>comportamento ou cognição, como autocontrole ou resolução de problemas.</p><p>7. A subjetividade humana está em constante construção, e na infância, o papel da família e da escola é essencial nesse</p><p>processo. Comente sobre como esses ambientes influenciam o desenvolvimento da subjetividade infantil e como o terapeuta</p><p>deve integrar essas influências no tratamento.</p><p>RESP.A subjetividade infantil é moldada pelas experiências e interações que a criança vivencia no ambiente familiar e escolar. Na</p><p>família, a criança aprende valores, normas sociais e modelos de comportamento, que influenciam como ela vê a si mesma e os</p><p>outros. Na escola, ela é exposta a diferentes pontos de vista, hierarquias e regras sociais que complementam seu</p><p>desenvolvimento. O terapeuta precisa integrar essas influências no tratamento, considerando os conflitos ou alinhamentos</p><p>entre os valores familiares e escolares. É essencial que o terapeuta reconheça que, em muitos casos, os problemas da criança</p><p>podem ser reflexo de tensões nesses ambientes, e o tratamento pode envolver tanto a criança quanto o contexto familiar e</p><p>escolar.</p><p>8. A distinção entre subjetividade e subjetivismo pode ser complexa no campo da psicologia.</p><p>Explique as diferenças entre</p><p>esses conceitos e como eles podem impactar a prática terapêutica na psicoterapia infantil.</p><p>RESP.Subjetividade refere-se à maneira como os indivíduos experienciam e interpretam o mundo ao seu redor, influenciada por</p><p>fatores emocionais, cognitivos e sociais. Já o subjetivismo é a postura filosófica que afirma que a verdade e a realidade</p><p>dependem exclusivamente da percepção individual, sem a existência de uma verdade objetiva. Na psicoterapia infantil,</p><p>compreender a subjetividade da criança é fundamental, pois permite ao terapeuta entender o mundo a partir de sua</p><p>perspectiva, respeitando suas emoções e experiências. No entanto, o subjetivismo extremo pode ser perigoso, pois nega a</p><p>existência de uma realidade compartilhada que precisa ser considerada no tratamento, especialmente ao abordar questões</p><p>familiares ou escolares que afetam a criança.</p><p>9. A prática da psicoterapia infantil pode variar conforme a abordagem adotada pelo terapeuta. Compare a visão de três</p><p>abordagens distintas – psicodrama, Gestalt-terapia e terapia centrada na pessoa – no tratamento infantil, destacando suas</p><p>principais diferenças e semelhanças.</p><p>RESP.A resposta deve destacar que no psicodrama, o terapeuta utiliza o jogo dramático para permitir que a criança externalize</p><p>seus conflitos internos através de representações simbólicas, promovendo a catarse e a resolução de conflitos. Na Gestalt-</p><p>terapia, o foco está na consciência do momento presente e na responsabilidade da criança sobre suas emoções e</p><p>comportamentos, utilizando o brincar como uma forma de explorar essas experiências. Já a terapia centrada na pessoa enfatiza</p><p>a criação de um ambiente de aceitação incondicional, empatia e autenticidade, permitindo que a criança se desenvolva a partir</p><p>de sua própria capacidade de autorrealização. Enquanto todas essas abordagens utilizam o brincar como ferramenta</p><p>terapêutica, suas ênfases diferem, com o psicodrama focado na ação, a Gestalt na consciência e a terapia centrada na pessoa no</p><p>vínculo emocional.</p><p>10. Discuta como os jogos e brinquedos podem ser utilizados de maneira terapêutica na psicoterapia infantil, diferenciando-</p><p>os do brincar livre, e explique como essas práticas podem auxiliar no diagnóstico e tratamento de transtornos psicológicos.</p><p>RESP.Os jogos e brinquedos podem ser utilizados de forma estruturada para observar como a criança reage a regras, desafios e</p><p>frustrações, oferecendo uma visão sobre seu comportamento e padrões emocionais. Jogos</p>