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1_HISTOLOGIA[1]

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - CESNORS 
CAMPUS DE PALMEIRA DAS MISSÕES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTOLOGIA 
Roteiro de estudo 
 
 
 
 
LUÍZA LOEBENS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Palmeira das Missões, RS, Brasil 
 2010 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
PARTE I 
1 HISTOLOGIA ................................................................................................. 4 
2 TECIDO EPITELIAL....................................................................................... 4 
3 TECIDO CONJUNTIVO ................................................................................. 9 
4 TECIDO ADIPOSO ...................................................................................... 13 
5 TECIDO SANGUÍNEO ................................................................................. 15 
7 TECIDO ÓSSEO.......................................................................................... 21 
8 TECIDO MUSCULAR .................................................................................. 25 
9 TECIDO NERVOSO.................................................................................. 28 
PARTE II 
10 SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................... 34 
11 SISTEMA DIGESTÓRIO........................................................................ 43 
12 SISTEMA URINÁRIO ............................................................................ 56 
13 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO .............................................. 62 
14 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO .................................................. 68 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................ 75 
 
 
 
3 
 
 
 
PARTE I 
 
 
 
4 
 
 
1 HISTOLOGIA 
 
 
A histologia estuda as células e o material extracelular que constituem os 
tecidos do corpo, os quais apresentam uma variedade de padrões de organização. 
Os tecidos são a unidade funcional do organismo, isso devido ao trabalho conjunto 
das células que os compõem. Os quatro tipos fundamentais de tecidos que 
constituem o organismo são; 
 Tecido Epitelial; 
 Tecido Muscular; 
 Tecido Conjuntivo; 
o Tecido Adiposo; 
o Tecido Sanguíneo; 
o Tecido Cartilaginoso; 
o Tecido Ósseo; 
o Tecido Muscular; 
 Tecido Nervoso; 
Cada um desses tecidos básicos é definido segundo um conjunto de 
características morfológicas gerais ou segundo propriedades funcionais. Além disso, 
cada tipo de tecido pode ser ainda subdividido com base em características mais 
específicas. 
 
 
2 TECIDO EPITELIAL 
 
 
Os epitélios formam membranas/folhetos de células contíguas firmemente 
aderidas que revestem as superfícies corporais ou constituem os elementos 
secretores. Formam os revestimentos externos do corpo, de alguns órgãos internos 
ou o revestimento das cavidades do corpo, tubos ou ductos, tanto os que se 
comunicam com o exterior do corpo quanto os que ficam no seu interior. 
 
5 
 
 
2.1 Características gerais 
 
 
 Origem: mesoderma, endoderma e ectoderma embrionários. 
 Espaço extracelular pequeno: pouca substância extracelular. 
 Justaposição: íntima proximidade das suas células constituintes. 
 Polarização do núcleo: central, apical ou basal. 
 Superfície apical livre: sem contato com outros elementos morfológicos. 
 Superfície basal: em contato com o tecido subjacente. 
o Membrana basal: delgada camada acelular (formada por fibras 
protéicas) que faz a interface entre o epitélio do tecido conjuntivo. É 
constituída pela fusão das lâminas basal (rica em colágeno) do epitélio 
e a lâmina reticular do tecido conjuntivo. 
 Nutrição: recebe nutrientes do tecido conjuntivo subjacente por difusão, pois 
não apresenta vascularização própria. 
 Alta capacidade de recuperação. 
 Funções: revestimento, proteção, secreção e outras especiais. 
 
 
2.2 Classificação morfológica 
 
 
 Pavimentoso: células achatadas com núcleo elíptico. 
o Queratinizado: com camada superficial de queratina para proteção 
nas porções de revestimento mais externas (superfícies secas). 
 Cúbico/poliédrico: células com perfil quadrado e núcleo central. 
 Cilíndrico/prismático/colunar : células altas retangulares com núcleo 
ovóide. 
 De transição (vias urinárias): epitélio estratificado cuja camada superficial 
permite distendibilidade. 
o Em repouso: células grandes em forma de cúpula. 
o Distendido: células achatadas. 
6 
 
 
 
2.3 Estratificação 
 
 
 Simples: apresenta uma camada de células. 
 Estratificado: apresenta várias camadas de células, de modo que a 
denominação do epitélio se dê pela morfologia da camada celular mais apical. 
 Pseudo-estratificado: apresenta camadas de células com núcleos em 
diferentes alturas, dando a impressão de que o epitélio é estratificado (falso). 
Todas as células se apóiam na lâmina basal, mas nem todas alcançam a 
superfície apical. 
 
 
2.4 Junções intecelulares 
 
 
2.4.1 Estruturas Contínuas 
 
 
Estendem-se ao longo de todo perímetro apical da célula. 
 Zônula de Oclusão: junção mais apical da superfície lateral, onde as 
membranas plasmáticas justapostas se fundem, impedindo o movimento de 
substâncias na rota intercelular, de modo que não haja comunicação entre o 
tecido conjuntivo subjacente e o lúmen. 
 Zônula de Adesão: localizada imediatamente abaixo da zônula de oclusão, 
caracteriza-se por estar ligada ao citoesqueleto, apresentando uma trama de 
filamentos de actina trasmembrana. Contribui para aderência entre as células 
vizinhas. 
 
 
2.4.2 Estruturas de Comunicação 
 
7 
 
 
 Junção comunicante (gap): são junções de comunicação que podem ocorrer 
em qualquer local da membrana lateral da célula e permitem a passagem de 
água, íons e moléculas entre as células adjacentes. São formadas por 
proteínas conexinas que se alinham formando canais entre as células 
adjacentes (conexomas). 
 
 
2.4.3 Estruturas Descontínuas 
 
 
Ocorrem em partes independentes da membrana celular. 
 Desmossomos (mácula de adesão): estrutura de adesão que pode ocorrer em 
qualquer local do domínio celular lateral. São formados por placas protéicas 
de ancoragem com filamentos de queratina inseridos que ocorrem 
internamente à membrana das células vizinhas. 
 Hemidesmossomos (“meio desmossomo”): estrutura de adesão que ocorre no 
domínio basal, ligando a célula à lâmina basal. Corresponde a uma placa 
protéica com integrinas inseridas. 
 
 
2.5 Especializações de membrana livre 
 
 
 Microvilosidades: projeções digitiformes da membrana plasmática que 
aumentam a superfície de absorção do epitélio (intestino, túbulos renais). 
Podem formar uma planura estriada/ borda de escova. 
 Cílios: estruturas fixas a corpúsculos basais da superfície celular, com 
microtúbulos internos que promovem seu batimento a fim de produzir o 
movimento de fluídos e partículas (vias respiratórias). 
 Estereocílios: prolongamentos longos e imóveis que ocorrem apenas nos 
ductos testiculares e facilitam o movimento dos espermatozóides. 
8 
 
 
 
2.6 Epitélio Glandular 
 
 
As glândulas são formadas a partir de epitélios cujas células proliferam e 
invadem o tecido conjuntivo subjacente, sofrendo diferenciação adicional posterior. 
 Glândulas exócrinas: são aquelas que mantêm conexão com o epitélio do 
qual se originam, ou seja, tem ducto secretor (simples e ramificados). A 
classificação se dá pela ramificação dos ductos e também por sua morfologia: 
o Tubulosa: secreção mucosa. 
o Alveolar/acinosa: secreção serosa. 
o Túbulo- alveolar: secreção mista (serosa e mucosa). 
As glândulas exócrinas podem ser classificadas também de acordo com 
modo de secreção: 
o Merócrina: apenas lança o produto de secreção. Exemplo: glândula 
salivar. 
o Apócrina: junto ao lançamento da secreção sai o ápice das células 
que compõem a glândula. Exemplo: glândula mamária. 
o Holócrina: a célula glandularmorre e é liberada junto com a 
secreção. Exemplo: glândula sebácea. 
 
 Glândulas endócrinas: são aquelas que perderam a conexão com o 
epitélio do qual se originaram, logo secretam seus produtos na corrente 
sanguínea para que seja levada até o órgão-alvo. São classificadas de 
acordo com a morfologia. 
o Vesicular: as células se agregam formando vesículas ao redor das 
quais se dispõe os vasos sanguíneos. 
o Cordonal: as células se agregam ao redor dos vasos sanguíneos. 
 
 Glândulas Mistas: apresentam células endócrinas e exócrinas em uma 
mesma glândula. 
 
9 
 
 
2.7 Epitélios especiais 
 
 
 Neuroepitélios: epitélio associado a células nervosas especializadas, como 
na região gustativa e olfatória. 
 Mioepitélios: epitélio com função muscular, que promove a ejeção dos 
ácinos glandulares. 
 
 
3 TECIDO CONJUNTIVO 
 
 
Os tecidos conjuntivos são constituídos principalmente por elementos 
intercelulares com um número limitado de células. Além do tecido conjuntivo 
propriamente dito, são também tecidos conjuntivos os tecidos cartilaginoso, ósseo, 
adiposo e sanguíneo. 
 
 
3.1 Características gerais 
 
 
 Origem: mesoderma embrionário. 
 Funções: suporte, defesa, transporte, armazenamento e reparação. 
 Constituição: células e material intercelular organizado (fibras) e 
desorganizado (substância fundamental amorfa). Os tipos de tecido 
conjuntivo refletem variações nesses três constituintes. 
 
 
3.2 Material intercelular organizado 
 
 
 É composto por fibras do tecido conjuntivo. 
10 
 
 Fibras de colágeno: correm nos ossos, cartilagens, tendões, ligamentos, 
músculo liso, lâmina basal, dentre outros locais. As fibras de colágenos são 
inelásticas e sua sintetize ocorre no retículo endoplasmático granuloso (REG) 
de fibroblastos, condrócitos, odontoblastos e epitélio. 
1. Trasncrição do RNA no núcleo. 
2. Tradução do pré-procolágeno no REG. 
3. Hidroxilação no REG. 
4. Glicosilação no REG. 
5. Formação da tripla-hélice de procolágeno no REG. 
6. Secreção de procolágeno através da rede cis do complexo de Golgi. 
7. Clivagem dos polipeptídeos formando a molécula de tropocolágeno. 
8. Auto-agregação espontânea do tropocolágeno formando a fibrila de 
colágeno. 
9. As moléculas de tropocolágeno se agrupam para formar fibrilas, 
fibras e feixes inelásticos, esse arranjo resulta em regiões de 
sobreposição e regiões lacunares que formam estrias transversais. 
 
 Fibras elásticas: formadas por um sistema de fibras eulamínica, oxitalâmico e 
elástica, esta última lhe conferem alta capacidade de deformação, permitindo 
que sejam distendidas sem que ocorra ruptura. São sintetizadas por 
fibroblastos e músculo liso. 
 
 Fibras reticulares: são fibras delgadas e ramificadas constituídas de colágeno 
tipo III associadas a carboidratos (glicoproteínas e proteoglicanos). De 
distribuição restrita, se dispõem de forma frouxa, formando uma rede flexível 
ao redor de células e órgãos que mudam de forma/volume (músculo, 
intestino, adipócitos, fibras nervosas e artérias, baço, fígado, útero, etc.). São 
sintetizadas por fibroblastos, células reticulares, células de Schwann e 
músculo liso. 
 
 
3.3 Material intercelular desorganizado 
 
 
11 
 
Ocorre entre as células e fibras. 
 Substância fundamental amorfa: é uma matriz gelatinosa sintetizada pelos 
fibroblastos na qual as fibras e células estão embebidas. É composta por 
água de solvatação, proteoglicanos (PG’s) e glicosaminoglicanos (GAG’s) e 
ácido hialurônico, que lhe conferem capacidade de resistir a compressão. 
Permite o trânsito vascular no tecido para nutrição. Também funciona como 
barreira, pois diminui a progressão dos agentes infecciosos auxiliando na 
atuação das células de defesa. 
 
 
3.4 Células do Tecido Conjuntivo 
 
 
3.4.1 Células residentes/fixas 
 
 
São as células que se desenvolvem e permanecem no local do tecido 
conjuntivo onde exercem suas funções. 
 Fibroblastos: são responsáveis pela síntese das fibras colágenas, elásticas e 
reticulares, e da maior parte da substância fundamental amorfa. Sua 
morfologia e organelas são bem desenvolvidas quando em alta atividade 
celular, mas atrofiam quando a célula diminui a atividade e passa a ser 
denominada fibrócito. 
 Miofibroblasto: são células constituídas de miofibrilas que se associam ao 
tecido vascular para participar da coagulação sanguínea através de suas 
propriedades contráteis. 
 Macrófagos: células derivadas dos mastócitos que circulam no sangue, 
migram ao tecido conjuntivo e sofrem maturação formando macrófagos. 
Atuam na digestão de moléculas estranhas (fagocitose ou pinocitose), 
podendo ser fixas ou movimentar-se pela emissão de pseudópodes. 
Apresentam denominações particulares de acordo com a localização: 
o Células de Kupffer no fígado. 
o Células gigantes de Langerhans na pele (com mais de 200 núcleos, 
formada pela fusão de muitos macrófagos). 
12 
 
o Micróglia no sistema nervoso. 
o Osteoclastos no tecido ósseo. 
o Alveolares nos pulmões. 
 Mastócitos: são células originadas de células-tronco da medula óssea que 
contém grânulos citoplasmáticos de histamina, heparina e substância de 
reação lenta (SRLEos), que atuam conjuntamente nas reações de 
hipersensibilidade imediata (choque anafilático) e inflamação. A histamina 
atua na vasodilatação para aumentar a velocidade de transporte das células 
de defesa até os antígenos, a heparina tem ação anticoagulante e as SRLEos 
estimulam os eosinófilos que vem para regular a ação dos mastócitos. 
 Plasmócitos: células originadas nos linfócitos que atuam na produção de 
anticorpos. Ocorrem em locais sujeitos à penetração de corpos estranhos e 
inflamação. 
 Adipócitos: células especializadas no armazenamento de triglicerídeos. 
 Pericitos (fixa/transitória): célula mesenquimal indiferenciada (células-tronco) 
que pode se diferenciar em fibroblasto. Envolvem as células endoteliais dos 
capilares e pequenas vênulas. 
 
 
3.4.2 Células transitórias 
 
 
São células originadas principalmente na medula óssea que circulam na 
corrente sanguínea para migrar ao tecido conjuntivo e exercer suas funções. 
Linfócitos, neutrófiulos, eosinófilos, basófilos, leucócitos, etc. 
 
 
3.5 Classificação do tecido conjuntivo propriamente dito 
 
 
 Tecido conjuntivo frouxo: é um tecido conjuntivo pouco resistente que 
apresenta alta quantia de substância fundamental amorfa, mas sem 
predominância de nenhum dos outros componentes típicos. 
13 
 
 Tecido conjuntivo denso: é um tecido conjuntivo mais resistente que 
apresenta maior quantia de fibras. 
o Modelado (regular): as fibras são organizadas em feixes sem uma 
orientação definida. 
o Não-modelado (irregular): as fibras se organizam em feixes de que se 
dispõe de forma paralela uns aos outros e alinhados aos fibroblastos. 
 
 
4 TECIDO ADIPOSO 
 
 
É uma forma especializada de tecido conjuntivo composto por células 
armazenadoras de gordura (triglicerídeos), os adipócitos. 
 
 
4.1 Tecido adiposo unilocular (branco/amarelo) 
 
 
No tecido adiposo unilocular, os adipócitos apresentam apenas uma gotícula 
de gordura que ocupa todo citoplasma, pois as gotículas primárias coalecem. O 
núcleo celular fica na periferia (excêntrico). Apresenta septos de tecido conjuntivo 
com vasos e nervos. 
 
 
4.1.1 Funções 
 Proteção mecânica (coxins plantares e palmares). 
 Reserva energética. 
 Isolamento térmico. 
 Diferenciação sexual. 
 Modelação da superfície da pele para diferenciação sexual por estímulos 
hormonais. 
 Formação do panículo adiposo, uma camada de gordura sob a pele do 
recém-nascido. 
14 
 
 Síntese de hormônios. 
 
 
4.1.2 Histogênese 
 
 
Formação das células do tecido adiposo unilocular ocorre na seguinte 
sequência: 
Célula mesenquimal > lipoblasto > lipoblasto intemediário > 
 lipoblasto tardio > adipócito 
 
Os fibroblastos também podem sediferenciar em adipócitos em determinadas 
condições. Em dietas os adipócitos podem regredira a lipoblasto tardio, que ainda 
pode ser considerado saudável, e até mesmo a lipoblasto intemediário, 
 
 
4.2 Tecido adiposo multilocular (pardo) 
 
 
O tecido adiposo multilocular apresenta adipócitos com numerosas gotículas 
de gordura e muitas mitocôndrias, sendo que este se organiza de forma epitelióide 
com vasos sanguíneos circundantes. Esse tecido está em regressão em humanos, 
tendo função restrita aos primeiros meses de vida e período fetal recém-nascidos 
para produção de calor. Outra função deste tecido em animais está associada ao 
despertar da hibernação, que ocorre devido a estímulos nervosos neste tecido que 
então distribui sangue aquecido ao corpo. 
A liberação de calor pelo tecido adiposo multilocular ocorre por ação de um 
hormônio, a termogenina, que é liberada pela mitocôndria e promove a queima dos 
triglicerídeos produzindo calor que aquece o sangue circulante. 
 
 
4.2.1 Histogênese 
 
 
15 
 
Formação das células do tecido adiposo multilocular ocorre na seguinte 
sequência: 
Célula mesenquimal/fibroblasto > lipoblasto > adipócito 
 
 
5 TECIDO SANGUÍNEO 
 
 
O tecido sanguíneo é um tipo especializado de tecido conjuntivo composto de 
células e plasma, uma matriz extracelular fluida. 
 
 
5.1 Características gerais 
 
 
 Origem: mesoderma embrionário. 
 Funções: transporte de gases (O2 e CO2), nutrientes, hormônios, células e 
outras substâncias. 
 
 
5.2 Hematopoiese 
 
 
A hematopoiese é a formação das células do sangue que tem vida curta e 
necessitam ser substituídas continuamente. Durante o período embrionário o fígado 
e o baço assumem função hematopoiética temporária, sendo que após o período 
fetal a medula óssea adquire essa função. As células sanguíneas se desenvolvem a 
partir de uma célula precursora pluripotente, a célula-tronco (stem-sell) que pode ser 
de dois tipos básico: 
 Embrionária: célula-tronco que ocorre na fase embrionária de blastômero, as 
quais apresentam alta plasticidade sendo capazes de se diferenciar em 
qualquer tipo de tecido. Como ainda não apresenta marcadores de membrana 
16 
 
(clusters differentiation), não promove reação aintígeno-anticorpo quando 
transplantada. 
 Adulta: célula-tronco retirada de estruturas em estágio de desenvolvimentos 
mais avançado, sendo as mais comuns: 
o Umbilical: célula-tronco com plasticidade razoavelmente alta, mas que 
já apresenta marcadores de membrana, logo sua utilização depende 
da compatibilidade. 
o Medula óssea: célula-tronco com plasticidade significativa, mas que 
apresenta todos os marcadores de membrana, sendo totalmente 
característica de cada indivíduo. Essa célula pode ser manipulada a fim 
de atuar na restauração de locais específicos, caso contrário depois de 
implantada ela volta à medula (Homing). 
 
As células-tronco adultas sofrem atividade mitótica dando origem a dois tipos 
de células-tronco multipotenciais: 
 Mielóide: dá origem a grande maioria das células sanguíneas 
(eritrócitos, eosinófilos, basófilos, neutrófilo, monócitos) com exceção 
das células linfóides. 
 Linfóide: dão origem as células da linhagem linfóide (linfócitos). 
 
 
5.3 Células sanguíneas 
 
 
5.3.1 Eritrócitos/hemácias/glóbulos vermelhos 
 
 
Eritrócitos são células anucleadas especializadas no transporte de gases (O2 
e CO2), acoplados a hemoglobina, uma proteína que contém ferro e ocorre na 
superfície celular. As hemácias podem sofrer deformações para passar pelos 
capilares sanguíneos, essa propriedade também aumenta a área de contato com os 
microcapilares do pulmão tornando as trocas gasosas mais eficazes. Quando as 
hemácias perdem a capacidade de deformação são digeridas por macrófagos, que 
reutilizam seus constituintes (ferro da hemoglobina volta à medula óssea). 
17 
 
A formação/substituição dos eritrócitos conhecida como eritropoiese, ocorre 
quando o organismo percebe uma diminuição da pressão de oxigênio, e então 
estimula as células do rim a produzirem eritropoietina, um hormônio que atua sobre 
a medula óssea. A eritropoietina cria um microclima propício à diferenciação de 
células-tronco em hemácias. 
 
 
5.3.2 Leucócitos/glóbulos brancos 
 
 
Os leucócitos são células que utilizam a circulação sanguínea como meio de 
transporte, mas saem dos vasos sanguíneos por diapedese para realizar suas 
funções. Essas células apresentam clusters de diferenciação na membrana celular, 
que lhes conferem especificidade (compatibilidade). Existem duas categorias de 
leucócitos, os granulócitos e agranulócitos. 
 
 
5.3.2.1 Leucócitos Agranulócitos 
 
 
 Linfócitos: células responsáveis pela defesa imunológica 
o Linfócitos T: células que após produção na medula sofrem maturação 
no timo. Atuam em reações de histocompatibilidade (rejeição), 
promovendo a destruição de células estranhas e infectadas por vírus e 
irregularidades mitóticas (câncer/tumor) por ação das tubulinas. 
Indivíduos com estresse têm a imunidade baixa devido à liberação de 
corticóides que promovem a destruição de linfócitos e inibem sua 
formação na medula óssea. 
o Linfócitos B: são formados e maturados na medula óssea. Produzem 
imunoglobilinas (IgB’s) que ficam aderidas a membrana celular e atuam 
como anticorpos eliminando antígenos sobre os quais guardam 
informações (memória imunológica).Em resposta a um estímulo 
antigênico, os linfócitos B se diferenciam em plasmócitos, que são 
18 
 
células secretoras de IgB’s, com apenas 10% destas aderidas a 
membrana. 
 Monócitos: células polinucleadas que deixam a circulação sanguínea e 
entram no tecido conjuntivo onde se tornam macrófagos. Atuam na fagocitose 
de materiais estranhos. 
 
 
5.3.2.2 Leucócitos Granulócitos 
 
 
 Neutrófilos: células que atuam na fagocitose de bactérias migrando por 
diapedese pelas junções epiteliais dos vasos sanguíneos. Percebem os 
antígenos pelo efeito quimiotáxico que estes exercem sobre as células no 
tecido invadido. Apresentam grânulos com enzimas muito potentes que 
liberados no tecido invadido, digerem antígenos e células resultando em pus. 
 Eosinófilos: células com função associada a reações alérgicas e 
antiparasitárias. Também regulam a ação dos mastócitos. 
 Basófilos:células que liberam agentes farmacológicos. 
 
 
5.3.3 Trombócitos/ plaquetas 
 
 
Os megacariócitos são células da medula óssea que projetam porções 
citoplasmáticas para dentro dos vasos sanguíneos, os quais são liberados 
originando as plaquetas, que são na verdade fragmentos celulares. As plaquetas 
atuam nos mecanismos de coagulação sanguínea, pois se depositam em locais de 
lesões formando um trombo, que é eliminado após reconstituição do tecido lesado. 
 
 
6 TECIDO CARTILAGINOSO 
 
19 
 
 
É um tipo especializado de tecido conjuntivo que forma o arcabouço de 
sustentação de tecidos moles. É um tecido avascular, resistente e um tanto flexível 
 
 
6.1 Características gerais 
 
 
 Origem: mesoderma embrionário. 
 Localização: superfícies articulares, esqueleto fetal e sustentando órgãos. 
 Funções: sustentação, revestimento de articulações evitando atrito e choques 
mecânicos. 
 
 
6.4 Células 
 
 
 Fibroblastos: essas células ocorrem no tecido conjuntivo adjacente a 
cartilagem e podem originar condroplastos. 
 Condroblastos: células que dão origem as células da cartilagem, os 
condrócitos. 
 Condrócitos: células da cartilagem, as quais apresentam baixa atividade e 
ficam alojadas nas lacunas da matriz cartilaginosa. 
 
 
6.3 Matriz Cartilaginosa 
 
 
A matriz cartilaginosa é composta por proteoglicanos (PG’s), 
glicosaminoglicanos (GAG’s), colágeno tipo II, proteínas de ligação e ácido 
hialurônico. 
 Matriz territorial: locais entre duas lacunas onde a matriz se apresenta mais 
densa. 
20 
 
 Matriz interterritorial: restante da matriz, menos densa. Lacuna: cavidade da matriz ocupada pelo condrócito. 
 Cápsula: região da matriz que circunda a lacuna. 
 Grupo isógeno/ninhos celulares: agrupamentos de dois ou mais condrócitos 
em uma mesma lacuna. 
 
 
6.4 Pericôndrio 
 
 
O pericôndrio é uma membrana de tecido conjuntivo que reveste a cartilagem, 
sendo formada por duas camadas: 
 Pericôndrio fibroso: composta por fibroblastos. 
 Pericôndrio condrógeno: composto por condroblastos. 
É a partir do pericôndrio que a cartilagem recebe lentamente os nutrientes por 
difusão. 
 
 
6.5 Tipos de cartilagem 
 
 
 Cartilagem Hialina: é o tipo de cartilagem mais abundante, ocorre nas 
articulações (único local sem pericôndrio), brônquios, anéis da traquéia, 
cartilagens costais e nasais, e também forma o molde para formação 
endocondral do osso em crescimento. 
 Cartilagem elástica: apresenta fibras elásticas que lhe conferem capacidade 
de deformação. É encontrada na epiglote, tuba auditiva, pavilhão da orelha e 
laringe. 
 Cartilagem fibrosa/fibrocartilagem: é uma cartilagem mais resistente que 
ocorre em locais restritos, como nos discos intervertebrais, sínfise púbica e 
áreas de inserção dos tendões nos ossos. Não apresenta pericôndrio e os 
condrócitos são menores e dispostos em fileiras longitudinais. 
21 
 
 
 
6.6 Crescimento da Cartilagem 
 
 
 Aposicional: crescimento que ocorre a partir do pericôndrio (de dentro pra 
fora), os condroblastos secretam fibras e matriz ao redor de si, até que se 
tornam encarcerados em suas próprias secreções e se tornam condrócitos. 
 Intersticial: Os condrócitos se multiplicam por mitose formando grupos 
isógenos, então secretam matriz e se separam formando novas lacunas, 
promovendo o crescimento da cartilagem (de dentro pra fora). 
 
 
7 TECIDO ÓSSEO 
 
 
É um tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células e uma matriz 
extracelular calcificada. 
 
 
7.1 Características gerais 
 
 
 Origem: mesoderma embrionário. 
 Funções: sustentação, proteção de órgãos vitais, movimentação por um 
sistema de alavancas com os músculos e tendões, armazenamento de 
minerais (cálcio) e hematopoiese. 
 Nutrição: apresenta vascularização, havendo difusão dos nutrientes a partir 
de um sistema de canalículos presentes na matriz óssea. 
 Ossos curtos: apresentam centro com tecido ósseo esponjoso e compacto na 
superfície. 
 Ossos chatos: apresentam uma camada interna e externa de osso compacto 
separadas por osso esponjoso (diploé). 
22 
 
 Ossos longos: apresentam uma cavidade interna com osso esponjoso 
circundada por osso compacto. 
o Epífise: extremidade dos ossos longos 
o Diáfise: parte cilíndrica dos ossos longos. 
 
 
7.2 Células 
 
 
 Osteoprogenitoras: células indiferenciadas que migram através da corrente 
sanguínea e são precursoras dos osteoblastos. 
 Osteoblastos: células que ocorrem nas membranas proliferativas e sintetizam 
a parte orgânica da matriz óssea na qual acabam aprisionadas após ocorrer a 
calcificação, tornando-se então osteócitos. 
 Osteócitos: são as células da matriz óssea que ficam alojados em lacunas e 
tem prolongamentos de dentro de canalículos da matriz que servem para 
comunicação intercelular e com os canais de Havers. Apresentam pouca 
atividade celular. 
 Osteoclastos (macrófagos): são células multinucleadas derivadas dos 
monócitos que atuam na reabsorção óssea estimulados por hormônios da 
paratireóide no momento que há pouco cálcio na circulação sanguínea. Os 
osteoclastos apresentam uma região em borda de escova através da qual se 
fixam na matriz óssea em uma depressão rasa chamada de Howship e 
secretam hidrolases ácidas que digerem a matriz óssea. 
 
 
7.3 Membranas proliferativas 
 
 
As membranas proliferativas são constituídas de um tecido conjuntivo fibroso 
que reveste as superfícies ósseas e apresentam células osteogênicas, sendo 
importantes no crescimento e reparação do osso. 
23 
 
 Periósteo: reveste a superfície externa dos ossos, sendo fixada ao tecido 
ósseo por Fibras de Sharpey. 
 Endósteo: reveste as cavidades internas dos ossos, como o as cavidades dos 
ossos esponjosos, o canal medular e os canais de Volkamnn e de Havers. 
 
 
7.4 Tecido ósseo primário 
 
 
É o primeiro tecido ósseo a se formar (“imaturo”), tanto no desenvolvimento 
embrionário, quanto na reparação de fraturas, sendo pouco frequente em adultos já 
que é substituído por tecido ósseo secundário Apresenta uma matriz óssea 
desorganizada. 
 
 
7.5 Tecido ósseo secundário 
 
 
É o tecido ósseo considerado como maduro, pois apresenta a matriz óssea 
organizada em lamelas concêntricas entre as quais ficam aprisionados os 
osteócitos. 
 Sistema de Havers/ósteons: estrutura cilíndrica formada pela disposição 
paralela e concêntrica das lamelas ósseas, sendo que no centro apresenta 
um canal (canal de Havers). 
 Canal de Havers: canal formandos no centro do sistema de lamelas 
concêntricas (sistema de Havers/ósteon) revestido por endósteo, dentro do 
qual transitam vasos e nervos. Esses canais se dispõem de forma paralela ao 
eixo longitudinal dos ossos longos. 
 Canais de Volkmann: canais que fazem a comunicação transversal entre os 
canais de Havers, portanto não é circundado por lamelas concêntricas já que 
as atravessa. 
 Sistemas circunferenciais: sistemas formados pela disposição de lamelas 
ósseas paralelas. 
24 
 
o Interno: ocorre em volta do canal medular próxima ao endósteo. 
o Externo: ocorre na superfície externa do osso, próxima ao periósteo. 
 Sistema intermediário: constituído por lamelas intersticiais desorganizadas 
que se formam entre os ósteons/Sistemas de Havers. 
 
 
7.6 Crescimento ósseo por aposição 
 
 
Formação óssea a partir das membranas proliferativas, promovendo a 
expansão do osso em espessura. No periósteo há proliferação no tecido e no 
endósteo ocorre digestão do tecido para que haja expansão do canal medular. 
 
 
7.7 Osteogênese/formação óssea 
 
 
7.7.1 Ossificação Intramembranosa 
 
 
Ossificação que tem lugar no interior de membranas de tecido conjuntivo, no 
centro de ossificação primária. Permite a formação de ossos achatados e irregulares 
(díploé), e também o crescimento de ossos curtos e espessamento de ossos longos. 
O processo ocorre a partir da migração de células osteoprogenitoras até a 
membrana conjuntiva originando osteoblastos. Os osteoblastos por sua vez 
sintetizam matriz óssea, e se tornam osteócitos a partir do momento em que a matriz 
se torna calcificada. Sendo assim, a membrana conjuntiva é totalmente substituída 
por tecido ósseo, restando apenas endósteo e perióteo não calcificados. 
 
 
7.7.2 Ossificação Endocondral 
 
 
25 
 
Ossificação que se baseia na presença de um molde de cartilagem hialina 
sobre o qual o osso é formado. Permite a formação de ossos longos e curtos. Neste 
processo a cartilagem hialina sofre modificações ocorrendo hipertrofia e morte dos 
condrócitos e redução e mineralização da matriz. As células osteogênicas migram 
pela corrente sanguínea e se depositam na matriz mineralizada originando 
oesteoblastos, que por sua fez se diferenciam em osteoclastos. Assim pode-se dizer 
que existe substituição da cartilagem em tecido ósseo. 
Na ossificação endocondral é possível observar zonas distintas de 
desenvolvimento: 
 Zona de repouso: apresenta cartilagem hialina em repouso. 
 Zona de proliferação: os condrócitos são estimulados a se proliferar por 
mitose formando fileiras de células achatadas. 
 Zona de hipertrofia: os condrócitos começam a sofrer hipertrofia e a matriz 
se reduz a tabiques. 
 Zona de calcificação: quando hipertrofiam os condrócitos liberam fosfatase 
alcalina que favorece a calcificação da matriz, e então acabam sofrendo 
apoptose. 
 Zona de ossificação: os vasos sanguíneos trazem macrófagos que digerem 
os condrócitos, e também células osteoprogenitoras que se diferenciamem 
osteoblastos que irão originar o tecido ósseo. 
 
 
8 TECIDO MUSCULAR 
 
 
É tipo especializado de tecido conjuntivo formado por células com capacidade 
de contração gerando movimento. 
 
 
8.1 Características gerais 
 
 
 Origem: mesoderma embrionário. 
26 
 
 Excitabilidade e elasticidade. 
 Células musculares: apesar de serem elementos vivos são comumente 
denominadas fibras musculares por seu formato alongado. Apresentam 
organelas e estruturas com denominação específicas: 
o Sarcolema: membrana celular. 
o Sarcoplasma: citoplasma. 
o Retículo sarcoplasmático: retículo endoplasmático, o qual atua na 
regulação do fluxo de cálcio disponível para a contração. 
o Sarcossomos: ribossomos numerosos que atuam na produção de ATP. 
 Placa motora/junção mioneuronal: é o local de interação entre um nervo motor 
e uma fibra muscular. Neste local o nervo perde sua bainha de mielina e 
forma uma dilatação que se coloca dentro de uma depressão na superfície da 
fibra muscular. 
 
 
8.2 Miofibrilas/miofilamentos 
 
 
Miofilamentos são elementos contráteis da fibra muscular, os quais se 
dispõem de forma paralela produzindo estriações transversais que caracterizam os 
sarcômeros. Os sarcômeros são as unidades fundamentais da célula para a 
contração muscular. 
 Actina G: é formada por duas cadeias de polímeros de aminoácidos torcidas 
uma sobre a outra em dupla hélice. Apresenta regiões de interação com a 
miosina. 
 Tropomiosina: molécula longa e fina que se dispõe em sulco ao longo da 
molécula de actina. 
 Troponina: é um composto de três polipeptideos: 
o TnC:apresenta afinidade pelos íons Ca++. 
o TnI: cobre o sítio ativo da actina, onde esta interage com a miosina. 
o TnT: fica associada a molécula de tropomiosina. 
27 
 
A troponina é considerada o gatilho da contração muscular, pois no 
estímulo ela altera sua forma, afundando a tropomiosina no seu sulco e assim 
liberando os locais de interação da actina com a molécula de miosina. 
 Miosina: é formada por dois fragmentos: 
o MMP (Meromiosina pesada): contém uma saliência globular (cabeça) e 
parte da cauda/bastão. É a cabeça que se combina com ATP para 
liberar energia para a contração e também se combina com a actina. 
o MML (Meromiosina leve): corresponde a maior parte da cauda/bastão. 
 
 
8.3 Contração Muscular 
 
 
A contração muscular se deve ao deslizamento dos filamentos uns sobre os 
outros, o que aumenta a zona de sobreposição entre os filamentos e diminui o 
tamanho dos sarcômeros, sendo essencial que haja interação entre actina e 
miosina. 
Passos da contração muscular: 
1. A fibra muscular recebe estímulo nervoso para contração muscular pela 
despolarização do sarcolema. 
2. O retículo sarcoplasmático libera íons Ca++ para o sarcoplasma. 
3. Os íons Ca++ se combinam a subunidade TnC da troponina que muda sua 
conformação, movimentando a tropomiosina de modo a expor o sítio ativo do 
filamento de actina. 
4. A cabeça da miosina se aproxima da actina permitindo que o ATP ligado a 
miosina seja hidrolisado em ADP+Pi liberando energia. 
5. A cabeça da miosina interage com o filamento de actina promovendo sua 
movimentação em direção ao centro do sarcômero. 
A contração é resultado de milhões de ciclos de interação entre actina e 
miosina 
 
 
8.4 Tipos de tecido muscular 
 
28 
 
 
 Estriado: tecido muscular que apresenta miofilamentos organizados em um 
arranjo ordenado específico que origina uma sequência replicada de 
estriações. 
o Esquelético: tecido muscular que contém em feixes de fibras longas e 
multinucleadas com núcleos na periferia, e ocorre associado ao 
esqueleto ósseo. Apresenta contração rápida, vigorosa e voluntária. 
o Cardíaco: tecido muscular com células normalmente uninucleadas que 
se unem por meio de discos intercalares, junções especializadas onde 
as células se interdigitam umas as outras. Ocorre no coração e 
apresenta contração involuntária rítmica e vigorosa. 
 Liso: tecido muscular que não apresenta estrias transversais, já que os 
miofilamentos se dispõem em arranjo desorganizados dando aspecto de 
saca-rolha à célula quando se contrai. Ocorre nas vísceras e apresenta 
contração lenta e involuntária. 
 
 
8.5 Membranas conjuntivas 
 
 
As membranas de tecido conjuntivo envolvem os grupos de fibras musculares 
fazendo com que a contração ocorra em um músculo inteiro. 
 Epimísio: recobre o músculo inteiro 
 Perimísio: deriva de septos do epimísio e recobre feixes de fibras musculares. 
 Endomísio: envolve cada fibra muscular. 
As extremidades afiladas dos músculos apresentam células com dobras no 
sarcolema onde se inserem fibras colágenas dos tendões, os quais fazem a inserção 
do músculo no esqueleto ósseo. 
 
 
9 TECIDO NERVOSO 
 
 
29 
 
É um tecido especializado no recebimento, processamento e transmissão de 
informações. 
 
 
9.1 Características gerais 
 
 
 Funções: detectar, analisar, transmitir e utilizar informações. Coordenar e 
analisar o funcionamento de quase todas as funções sistêmicas. 
 Divisão anatômica: 
o Sistema nervoso central (SNC): encéfalo, cerebelo e medula espinhal. 
Atua na integração, análise e resposta às informações. 
 Substância branca: corresponde as porções do sistema nervoso 
que contém corpos de neurônios. Localiza-se centralmente a 
medula espinhal e externamente ao encéfalo. 
 Substância cinzenta: corresponde as porções do sistema 
nervoso que contém prolongamentos de neurônios. Localiza-se 
perifericamente a medula espinhal e internamente ao encéfalo. 
o Sistema nervoso periférico (SNP): nervos, gânglios e terminações 
nervosas. Corresponde a extensão no SNC que atua na recepção da 
informação e transmissão da resposta ao órgão efetor. 
 Componentes celulares: nervos e células da glia. 
 
 
9.2 Neurônio 
 
 
O neurônio é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso. É uma célula 
excitável, pois tem capacidade de responder a alterações e estímulos do meio, e 
que apresenta condutibilidade para propagação de estímulos nervosos a outros 
neurônios, músculos e glândulas. Partes do neurônio: 
 Pericário/corpo celular: é a região da célula que contém o núcleo, Complexo 
de Golgi e corpúsculos de Nissil (REG), sendo responsável pela síntese de 
neurotransmissores. Além disso, recebe, transmite e processa informações. 
30 
 
 Dentritos: são prolongamentos do pericário especializados na recepção de 
estímulos do meio através de células epiteliais ou de outros neurônios. 
 Axônio: prolongamento celular único especializado na condução do estímulo 
nervoso transmitindo informações a outras células. As porções do axônio: 
o Cone de implantação: estrutura piramidal onde nasce o axônio. 
o Segmento inicial: parte do axônio logo após o cone de implantação que 
não é mielinizado e pode originar ramificações colaterais 
o Telodendro: porção final do axônio. 
O transporte dos impulsos nervosos dentro de um neurônio ocorre de forma 
unidirecional, no sentido, dentrito > pericário > axônio. 
 
 
9.2.1 Classificação funcional 
 
 
 Sensitivos/aferentes: neurônios que recebem estímulos e transmitem ao SNC. 
 Motores/eferentes: neurônios que conduzem impulso do SNC a células 
efetoras (placa motora). 
 Interneurônios: neurônios que fazem a conexão entre dois neurônios. 
 
 
9.2.2 Classificação morfológica 
 
 
 Bipolar: neurônio que apresenta dois prolongamentos, um axônio e um 
dentrito. 
 Multipolar: neurônio que apresenta mais de dois prolongamentos, um axônio e 
vários dentritos. 
 Pseudo-unipolar: neurônio com apenas um prolongamento próximo ao 
pericário que se divide em dois na periferia (axônio e dentrito), dando a 
aparência de ser unipolar. 
 
 
31 
 
9.3 Sinapse 
 
 
A sinapse corresponde a um espaço intercelular através do qual a informação 
é transferida entre dois neurônios, ou uma região especializada entra as membranas 
de um neurônioe uma célula-alvo. Dependendo da região dos neurônios que 
participam na formação da sinapse ela pode ser: 
 Axo-somática: sinapse entre um axônio e um corpo celular. 
 Axo-dendrítica: sinapse entre um axônio e um dendrito. 
 Axo-axônica: sinapse entre dois axônios. 
A sinapse é caracterizada por transformar um sinal elétrico (impulso) do 
neurônio pré-sináptico em um sinal químico que atua sobre o neurônio pós-sináptico, 
esse sinal químico é o neurotransmissor. 
 Terminal pré-sináptico: terminal do axônio que traz o impulso nervoso através 
dos neurotransmissores. 
 Fenda sináptica: espaço muito delgado entre os dois terminais neuronais. 
 Terminal pós-sináptico: região da célula que recebe o impulso nervoso. 
 Neurotransmissor: é um sinal químico sintetizado pelo pericário e armazenado 
em vesículas no terminal pré-sináptico. O neurotransmissor despolariza 
membrana do neurônio pré-sináptico promovendo a exocitose de vesículas 
sinápticas com neurotransmissores na fenda sináptica. Então, o 
neurotransmissor reage com receptores de membrana da pós-sináptica 
transmitindo o impulso nervoso. 
 
 
9.4 Neuroglia/Células da Glia 
 
 
As células da glia atuam no metabolismo e sustentação dos neurônios. 
 Oligodendrócitos (SNC) células de Schwann (SNP): células que ennvolvem os 
axônios formando a bainha de mielina que atua como isolante aumentando a 
velocidade de condução do impulso. O local onde um segmento da bainha de 
32 
 
mielina termina e outro começa (estrangulamentos) é chamado Nodo de 
Ranvier. 
 Astrócitos: células com prolongamentos estrelados que ligam neurônios aos 
capilares sanguíneos formando a barreira hematocefálica que controla o 
recebimento de nutrientes a partir do sangue. 
 Células ependimárias: células com características epitelióides que revestem 
os ventrículos do cérebro e o canal da medula. 
 Micróglia: células fagocitárias derivadas dos monócitos que participam dos 
processos de inflamação, na reparação do sistema nervoso, regulam o 
processo imunitário e removem restos celulares de lesões. 
 
 
9.5 Fibra Nervosa 
 
 
A fibra nervosa é composta de um axônio envolto em sua bainha de mielina. 
A fibra nervosa pode ser: 
 Mielínica: axônio envolvido por várias dobras concêntricas (espiral) de célula 
formadora da bainha de mielina, formando as incisuras de Schmidt-
Lantermann. 
 Amielínica: axônio envolvido por uma única dobra da célula formadora da 
bainha de mielina. 
 
 
9.6 Membranas conjuntivas 
 
 
As fibras nervosas são envolvidas por membranas de tecido conjuntivo que 
permitem sua vascularização. 
 Endoneuro: envolve cada fibra nervosa. 
 Perineuro: envolve os feixes de fibras nervosas. 
 Epineuro: envolve os agrupamentos de feixes nervosos (nervos). 
 
33 
 
 
 
PARTE II 
 
 
 
 
34 
 
10 SISTEMA RESPIRATÓRIO 
 
 
O sistema respiratório atua no processo de respiração que permite as trocas 
gasosas nos pulmões a fim de suprir os demais tecidos corporais. O aparelho 
respiratório pode ser dividido em porções: 
 Porção condutora: tem como função básica transportar o ar inspirado, além 
de o aquecer e umidificar, bem como filtrar partículas indesejadas. 
 Porção de transição: além de transportar o ar já dá início às trocas gasosas. 
 Porção respiratória: funciona efetivamente nas trocas gasosas. 
 
 
10.1 Trocas gasosas 
 
 
O principal objetivo do sistema respiratório é atuar nas trocas gasosas, 
disponibilizado O2 às células e retirando CO2. O transporte de O2 no sangue ocorre 
acoplado à hemoglobina das hemácias. O CO2, entretanto, é transportado de duas 
formas principais: ligado à hemoglobina na forma de carboxi-hemoglobina ou 
dissolvido no plasma sanguíneo na forma de íons bicarbonato HCO3
- que se formam 
por ação da enzima anidrase carbônica. 
 Respiração ou ventilação: movimento perceptível de entrada e saída de ar 
nos pulmões. 
 Respiração externa: troca gasosa que ocorre entre os alvéolos e os capilares 
sanguíneos. 
 Transporte de gases: transporte de O2 para as células através dos capilares. 
 Respiração interna: troca de CO2 por O2 à nível celular. 
 
 
10.2 Funções 
 
 
 Respiração (trocas gasosas). 
35 
 
 Fonação e olfação. 
 Regulação da temperatura corporal em animais sem glândulas sudoríparas 
(exemplo, o cachorro). 
 Proteção contra invasão de corpões estranhos. 
 Excreção de metabólitos (corpos cetônicos, CO2). 
 Regulação da pressão sanguínea. 
 
 
10.3 Organização mural em camadas 
 
 
A organização tecidual dos órgãos cavitários (“ocos”) em geral apresenta 
características estruturais básicas. Comumente podemos observar a disposição 
tecidual pela presença de camadas, sendo que dependendo do órgão algumas 
podem ser ausentes. As camadas: 
 Mucosa: 
o Revestimento epitelial. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo altamente vascularizado 
(vasos sanguíneos e linfáticos), podendo apresentar glândulas. 
o Muscular da mucosa: delgada camada de músculo liso. 
 Submucosa: tecido conjuntivo mais denso, vascularizado. 
 Muscular: várias camadas musculares. 
 Adventícia ou Serosa 
o Serosa: tecido conjuntivo coberto pelo mesotélio, que corresponde a 
um epitélio pavimentoso simples que evita fricção dos órgãos. Ocorre 
nas regiões intraperitoneais (suspensas pelo peritônio). 
o Adventícia: tecido conjuntivo sem mesotélio. Ocorre nas regiões de 
contato com outros órgãos. 
 
 
10.4 Porção Condutora 
 
 
36 
 
10.4.1 Cavidades nasais 
 
 
As cavidades nasais devem aquecer e umedecer o ar inspirado. Apresentam 
vibrissas (“pêlos”) que permitem filtrar as partículas indesejadas. 
 Região vestibular: porção anterior mais dilatada revestida por epitélio 
pavimentoso estratificado que perde gradualmente sua queratinização. 
 Região respiratória: comporta a maior parte das fossas nasais. 
o Mucosa: epitélio cilíndrico pseudo-estratificado ciliado com variados 
graus de células caliciformes (esse epitélio predominante no trato 
respiratório é denominado epitélio respiratório). As conchas, turbinados 
ou cornetos ósseos das fossas nasais formam um turbilhão de modo 
que todo ar inspirado entre em contato com o epitélio que retém as 
impurezas. 
 Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo apoiado ao periósteo, 
promovendo a formação de uma estrutura denominada muco-
periósteo (formado por epitélio respiratório+lâmina 
própria+periósteo). Contém glândulas de secreção mista 
(seromucosas) para proteção do aparelho respiratório. A rede 
vascular atua como tecido erétil modulando a temperatura do ar 
inspirado. 
 Região olfatória: localizada na região superior das fossas nasais, sendo 
responsável pela sensibilidade olfatória. O epitélio olfatório é do tipo colunar 
pseudo-estratificado ciliado, com os seguintes tipos celulares: 
o Células de sustentação: células que isolam e sustentam as células 
olfatórias. 
o Células basais: células encontradas na região basal do epitélio entre as 
células de sustentação e as olfatórias. São células-tronco com função 
regenerativa. 
o Neurônios olfatórios maduros (células-olfatórias): são neurônios 
bipolares que se distribuem entre as células de sustentação. Seus 
dentritos projetam-se como cílios quimiorreceptores de substâncias 
odoríferas. Os axônios que nascem nas porções basais reúnem-se em 
37 
 
feixes e atravessam a lâmina crivosa do osso etmóide se dirigindo ao 
SNC, sendo que fazem parte do I par craniano (nervo olfatório). 
o Neurônios olfatórios imaturos ou indiferenciados: células que evoluem 
para repor os neurônios olfatórios maduros. 
A lâmina própria de tecido conjuntivo vascularizado adere ao periósteo 
(muco-periósteo). E apresenta: 
o Glândulas de Bowman: são glândulas túbulo-alveolares ramificadas se 
secreção serosa que permitem a formação de uma corrente líquida 
contínua que limpa os cílios das células olfatórias, facilitando o acesso 
de novas substâncias odoríferas. A secreçãoapresenta OBP (proteína 
ligada ao odorante) a qual se liga a substâncias odoríferas e as fixa 
aos cílios das células olfatórias. Além disso, a OBP também trabalha 
na retirada das moléculas de odor dos receptores neuronais. Na 
secreção serosa das glândulas também encontramos lisozina, que tem 
ação bactericida, e imunoglobulinas, que atuam como anticorpos. 
 
 
10.4.2 Seios paranasais 
 
 
Os seios paranasais são espaços aéreos situados no interior dos ossos 
cranianos que se abrem na cavidade nasal. São revestidos por epitélio respiratório e 
apresentam a lâmina própria aderida ao periósteo (muco-periósteo). 
 
 
10.4.3 Nasofaringe 
 
 
A faringe é a estrutura que liga a cavidade nasal a laringe, sendo que serve 
também ao sistema digestório, contudo a porção da faringe que interessa ao sistema 
respiratório é apenas a nasofaringe. Atua como câmara de ressonância para a fala. 
 Epitélio respiratório. 
 Lâmina própria: tecido conjuntivo aderido ao periósteo (muco-periósteo). 
38 
 
o Anel de Waldeyer: rede vascular linfática que drena a linfa até as 
tonsilas, que são os nódulos linfáticos que constituem o primeiro 
elemento imunológico do sistema. 
o Glândulas submucosas: glândulas mistas (seromucosas). 
 
 
10.4.4 Laringe 
 
 
Tubo irregular que une a faringe à traquéia, composto por peças 
cartilaginosas irregulares unidas por tecido conjuntivo. 
 Epitélio de revestimento 
o Pavimentoso estratificado: nas regiões sujeitas a desgaste. 
o Respiratório. 
 Lâmina própria: tecido conjuntivo com fibras elásticas e glândulas mistas. 
o Rede linfática difusa que se conecta as tonsilas faríngeas. 
o Pregas vocais e vestibulares: sua movimentação ocorre por ação de 
musculatura esquelética estriada. 
 Adventícia: tecido conjuntivo frouxo com vasos e nervos. 
 
 
10.4.5 Traquéia 
 
 
Tubo contínuo com a laringe que se ramifica em dois brônquios 
extrapulmonares. 
 Mucosa: epitélio respiratório (colunar pseudo-estratificado ciliado com 
variados graus de células caliciformes) apoiado sobre uma lâmina própria de 
tecido conjuntivo fibroelástico. O epitélio respiratório é composto pelos 
seguintes tipos celulares: 
o Célula colunar ciliada (30%) apresenta cílios e microvilosidades em sua 
superfície apical que atuam na movimentação do muco a fim de 
eliminar partículas retidas (aparelho muco-ciliar). 
39 
 
o Célula caliciforme (30%) apresenta microvilosidades apicais e atua na 
secreção de muco. 
o Célula basal (30%) célula arredondada que se dispõe sobre a 
membrana basal do tecido e não alcança o lúmen. É indiferenciada, 
atuando como célula-tronco para regeneração do epitélio, já que pode 
substituir os demais tipos celulares. 
o Célula em borda de escova (3%) célula colunar com microvilosidades 
apicais e terminações nervosas aferentes. 
o Célula serosa (3%) célula colunar com microvilosidades apicais e 
grânulos de secreção com fluido seroso. 
o Célula DNES (3-4 %) célula produtora de hormônios do sistema neuro-
endócrino difuso, assim liberam agentes farmacológicos. 
 Submucosa: tecido conjuntivo denso irregular com vascularização abundante, 
glândulas mucosas e seromucosas. 
 Adventícia: 
o Tecido conjuntivo fibroelástico. 
o Anéis de cartilagem hialina em forma de C. 
o Tecido conjuntivo frouxo: circunda a traquéia e a liga ao esôfago. 
 
 
10.4.6 Brônquios 
 
 
 Brônquios extrapulmonares: formam-se após a bifurcação da traquéia, tendo 
características histológicas semelhantes a esta. 
 Brônquios intrapulmonares: porção dos brônquios que penetram o 
parênquima pulmonar e vão se ramificando. 
o Mucosa: epitélio respiratório com lâmina própria de tecido conjuntivo. 
o Muscular: existem duas camadas de músculo liso que se organizam e 
forma helicoidal ao redor da mucosa. 
o Cartilagem: a estrutura em C das cartilagens vai se fragmentando em 
placas irregulares de cartilagem. 
 
 
40 
 
10.4.7 Bronquíolos terminais 
 
 
Os bronquíolos se originam das divisões dos brônquios, sendo que não 
apresentam cartilagem e glândulas. O epitélio de revestimento é cilíndrico simples 
que diminui de espessura até se tornar cúbico. As células caliciformes diminuem nos 
bronquíolos, enquanto a camada muscular lisa se torna mais espessa. Os 
bronquíolos terminais correspondem aos últimos elementos da porção condutora do 
sistema respiratório. As cartilagens em forma de C desaparecem, assim como as 
glândulas. 
 Epitélio cilíndrico/cúbico simples. 
o Célula da Clara: célula não-ciliada com superfície em cúpula e 
microvilos. Secreta substâncias que protegem o revestimento 
bronquiolar, uma desta seria a enzima citoplasmática P-450 que atua 
na inativação de impurezas e toxinas inaladas. Produz também, 
substância surfactante que reduz a tensão superficial dos bronquíolos, 
impedindo se colabamento. 
 Lâmina própria: tecido conjuntivo fibroelástico. 
 Muscular: músculo liso. 
 
 
10.5 Porção de Transição 
 
 
10.5.1 Bronquíolos respiratórios 
 
 
Esses bronquíolos possuem projeções saculiformes em suas paredes, os 
alvéolos, onde já se iniciam algumas trocas gasosas. 
 Epitélio cúbico simples. 
 Epitélio pavimentoso nas projeções saculiformes. 
 Lâmina própria: tecido conjuntivo denso. 
 Muscular: músculo liso disposto de forma helicoidal. 
41 
 
 
10.6 Porção Respiratória 
 
 
10.6.1 Ductos alveolares 
 
 
Os ductos alveolares são formados por ramificações dos bronquíolos 
respiratórios que formam condutos longos e tortuosos com numerosos alvéolos e 
sacos alveolares ao longo de suas paredes. Apresentam fibras colágenas e elásticas 
para sustentação. 
 Epitélio cúbico baixo/pavimentoso. 
 
 
10.6.2 Sacos alveolares e Alvéolos 
 
 
Os sacos alveolares são compostos por grupos de alvéolos aglomerados ao 
redor de um mesmo espaço aéreo. 
Os alvéolos são invaginações em forma de saco de parede adelgaçada que 
permitem as trocas gasosas. A manutenção da estrutura alveolar se dá por ajuda de 
uma rede de elastina que acompanha os capilares alveolares. Os alvéolos são 
constituídos de um epitélio pavimentoso simples constituído dos seguintes tipos 
celulares: 
 Macrófagos alveolares (células da poeira): são células que se movimentam 
pela emissão de pseudópodes de função fagocitária eliminando inclusive 
debris celulares (restos mortais do epitélio). Quando essas células estão 
carregadas de partículas de carbono e poeira são transportadas a faringe e 
deglutidas. 
 Pneumócito tipo I: é a célula alveolar pavimentosa de revestimento que tem 
papel atuar nas trocas gasosas. 
 Pneumócito do tipo II: essas células ocorrem agrupadas nos locais onde as 
paredes alveolares se tocam (septos interalveolares). Essas células fazem 
42 
 
mitose para repor tanto pneumócitos do tipo I quanto do tipo II. Além disso, 
produzem surfactante pulmonar que reduz a tensão superficial dos alvéolos, 
Os poros alveolares ocorrem nos septos interalveolares permitindo a 
comunicação entre os alvéolos adjacentes. Assim, equalizam a pressão do ar nos 
alvéolos, pois proporcionam a circulação colateral de ar, além de permitirem a 
migração dos macrófagos. 
O surfactante pulmonar é produzido e constantemente renovado pelos 
pneumócitos do tipo II. Atua diminuindo a força necessária para a inspiração e 
impedindo o colapso dos alvéolos durante a expiração, pois diminui sua tensão 
superficial, o que impede as paredes alveolares de colabarem. A maturidade fetal 
está relacionada com a capacidade do feto em produzir surfactante pulmonar e, 
portanto, respirar. 
 
 
10.6.3 Barreira Hematoaérea 
 
 
A barreira hamatoaérea corresponde à região do septo interalveolar que é 
cruzada por O2 e CO2, quando estes gases vão do sangue para a luz do alvéolo e 
vice-versa. É constituída por: epitélio alveolar+ lâmina basais do epitélio alveolar e 
vascular fundidas + endotélio vascular. 
 
 
10.7 Pleura 
 
 
A pleura que recobre o pulmão é formadapor uma camada serosa (tecido 
conjuntivo) revestida por mesotélio (epitélio pavimentoso). A pleura é composta por 
dois folhetos contínuos com o hilo pulmonar: 
 Pleura visceral: em contato com o pulmão. 
 Pleura parietal: em contato com a parede torácica. 
Entre os dois folhetos há um liquido lubrificante para deslizamento, pois evita 
o atrito durante os movimentos de expansão pulmonar. 
 
43 
 
 
11 SISTEMA DIGESTÓRIO 
 
 
O sistema digestório atua na obtenção das moléculas necessárias ao 
organismo a partir da ingestão, digestão e absorção dos alimentos, além de eliminar 
os restos não-utilizáveis destes materiais. O sistema de origem endo e ectodérmica 
é composto por: 
 Cavidade oral. 
 Canal alimentar: faringe, esôfago, estômago, intestinos delgado e grosso, reto 
e ânus. 
 Glândulas anexas: glândulas salivares, pâncreas e fígado. 
 
 
11.1 Estrutura geral das camadas histológicas 
 
 
Em geral, os componentes do sistema digestório apresentam características 
histológicas comuns. A estrutura geral corresponde e um tubo oco, composto por 
uma luz, circundado por quatro camadas distintas: 
 Mucosa 
o Epitélio de revestimento: com função secretora e absortiva. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo subjacente altamente vascularizado 
(vasos sanguíneos e linfáticos), podendo apresentar glândulas. 
o Muscular da mucosa: delgada camada de músculo liso, nem sempre 
presente. Promove os movimentos da mucosa aumentando o contato 
com o alimento. 
 Submucosa: 
o Tecido conjuntivo mais denso, com glândulas, vasos sanguíneos e 
linfáticos. 
o Plexo submucoso de Meissner: suprimento nervoso que recebe 
informações sobre o conteúdo do trato digestivo (quimiorreceptores). 
44 
 
Dirige as funções secretoras e movimentos da mucosa, bem como 
regula o fluxo sanguíneo. 
 Muscular: 
o Músculo liso orientado em camadas, geralmente duas, circular interna 
e longitudinal externa. 
o Plexo mioentérico de Auerbach: suprimento nervoso eu ocorre entre 
as camadas musculares e dirige a motibilidade peristáltica do trato 
digestório. 
 Adventícia ou Serosa 
o Serosa: tecido conjuntivo coberto pelo mesotélio, que corresponde é 
um epitélio pavimentoso simples que evita fricção dos órgãos. Ocorre 
nas regiões intraperitoneais (suspensas pelo peritônio). 
o Adventícia: tecido conjuntivo sem mesotélio. Ocorre nas regiões de 
contato com outros órgãos. 
 
 
11.2 Cavidade oral 
11.2.1 Lábios 
Os lábios dão acesso à cavidade oral e permitem a apreensão do 
alimento. 
 Região cutânea (externa) 
o Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado com pequena deposição de 
queratina. Lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo vascularizado 
com glândulas sebáceas, sudoríparas e folículos pilosos. 
o Submucosa: bastante delgada e também vascularizada. 
o Muscular: músculo estriado esquelético. 
 Região vermelha/ zona de transição 
o Epitélio pavimentoso estratificado desqueratinizado. Lâmina própria de 
tecido conjuntivo frouxo com rica vascularização, mas com glândulas e 
folículos pilosos ausentes. 
o Papilas dérmicas: são interdigitações entre o epitélio e o tecido 
conjuntivo da submucosa aumentando sua aderência. Assim, as alças 
de capilares da submucosa ficam próximas a superfície o que confere 
a cor avermelhada. 
45 
 
 Região da mucosa oral: porção labial interna. 
o Epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. Lâmina própria de 
tecido conjuntivo denso irregular com glândulas salivares. 
 
 
11.2.2 Bochechas 
 
 
 Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado 
o Lamina própria: tecido conjuntivo frouxo com fibras elásticas e 
vascularização. 
 Submucosa: tecido conjuntivo denso irregular vascularizado que penetra em 
meio à camada muscular. 
 Muscular: músculo estriado esquelético. 
 
 
11.2.3 Gengivas 
 Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado levemente queratinizado. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo vascularizado. 
 Submucosa: delgada camada de tecido conjuntivo aderido ao periósteo dos 
alvéolos dentários (muco-periósteo). 
 
 
11.2.4 Palato duro 
 
 
 Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo. 
 Submucosa: tecido conjuntivo delgado vascularizado que adere ao periósteo. 
 
 
11.2.5 Palato mole e úvula 
 
46 
 
 
 Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. 
 Lâmina própria e submucosa: as duas camadas ocorrem fundidas. Tecido 
conjuntivo com vascularização e glândulas mucosas. Apresenta nódulos 
linfáticos que drenam para as tonsilas palatinas, linguais e faríngeas, as quais 
formam a rede tonsilar denominada Anel de Wldeyer. 
 Muscular: músculo estriado esquelético. 
 
 
11.2.6 Língua 
 
 
 Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado não-queratinizado. 
 Lâmina própria e submucosa: tecido conjuntivo penetra entre os feixes 
musculares aderindo fortemente ao músculo. Apresentam glândulas serosas 
e mucosas. 
 Muscular: feixes musculares estriados entrelaçados em vários sentidos que 
permitem sua alta mobilidade. 
A região ventral (inferior) da língua é lisa, enquanto a dorsal (superior) é 
irregular e recoberta por papilas. As papilas são elevações do epitélio e da lâmina 
própria. 
 Papilas filiformes: papilas queratinizadas de formato alongado e afilado que 
se distribuem por toda superfície dorsal da língua. Estão relacionadas à 
função mecânica de fricção e atrito mecânico com o bolo alimentar. 
 Papilas fungiformes: papilas em formato de cogumelo que apresentam 
poucos botões gustativos e se espalham entre as papilas filiformes. 
 Papilas foliadas: essas papilas ocorrem nos sulcos longitudinais das 
superfícies laterais da língua. São de pouca importância na espécie humana, 
sendo que seus botões gustativos degeneram em idade precoce. 
 Papilas circunvaladas: são papilas grandes circundadas por uma vala, cujas 
paredes apresentam corpúsculos gustativos. 
o Glândulas serosas de Von Ebler: tem seus ductos abertos nas valas 
das papilas circunvaladas. Essas glândulas produzem um fluxo 
47 
 
contínuo de líquido para expulsão das substâncias que entram na vala 
para reagir com os botões gustativos. Também secretam lipases que 
previnem a formação de uma camada hidrofóbica sobre as células 
gustativas. 
Os botões/corpúsculos gustativos são formados por um agrupamento de 60-
80 células fusiformes que se dispõem em uma estrutura oval que se abre em um 
poro gustativo na extremidade superior. Cada botão gustativo corresponde a um 
órgão sensorial intra-epitelial para percepção gustativa. Os tipos celulares que 
compõem o botão gustativo são: 
 Células gustativas: são neurônios aferentes que recebem as informações 
gustativas e as transferem aos nervos cranianos lingual, glossofaríngeo e 
laríngeo superior. 
 Células de sustentação (epitelial): células que sustentam e estimulam as 
células gustativas. 
 Células basais (células-tronco): são células indiferenciadas responsáveis pela 
reposição das demais células do botão gustativo. 
 
 
11.2.7 Dentes 
 
 
Os dentes são compostos por tecidos mineralizados, o esmalte, o cemento e 
a dentina, e um eixo de tecido conjuntivo frouxo, a polpa dentária. 
 Coroa: superfície branca do dente que fica fora da gengiva. 
 Raiz: fica inserida nos alvéolos dentários do sulco gengival. 
 Polpa: cavidade óssea interna preenchida por tecido conjuntivo ricamente 
dotado de vasos e nervos. 
 Ligamento periodontal: tecido conjuntivo denso regular rico em colágeno que 
fixa o dente no tecido ósseo do alvéolo dentário. 
 Esmalte: tecido mineralizado que recobre a coroa do dente. O esmalte é 
produzido por células denominadas amelobastos. 
 Cemento: tecido mineralizado que recobre a raiz do dente. 
48 
 
 Dentina: tecido mineralizado que fica abaixo do esmalte (na coroa) e do 
cemento (na raiz). A dentina é produzida por células denominadas 
odontoblastos. 
A formaçãodos dentes, também denominada de odontogênese ocorre pela 
formação de uma lâmina dentária a partir do epitélio oral, e posterior diferenciação 
dos tecidos odontogênico. Os estágios da odontogênese: 
 Estágio de broto: lâmina dentária sofre mitose e origina o broto dentário. 
 Estágio de capuz: o broto dentário se desenvolve mais nas duas 
extremidades envolvendo o tecido conjuntivo subjacente em uma estrutura 
semelhante a um capuz 
 Estágio de canpânula: à medida que o órgão dentário continua crescendo ele 
se assemelha a um sino/canpânula e se desprende do epitélio oral. Neste 
momento a cripta óssea do alvéolo dentário também começa a se organizar. 
 Estágio de coroa (aposição): os odontoblastos e ameloblastos jádiferenciados 
iniciam a formação de dentina e esmalte, respectivamente, indicando o 
desenvolvimento da coroa dentária. 
 Início da formação da raiz (rizogênese): o osso alveolar se organiza para 
abrigar a raiz que será sustentada pelo ligamento periodontal e pelo cemento, 
enquanto a polpa dentária termina de se desenvolver. 
 Erupção: quando o dente está fixado no alvéolo dentário a coroa rompe o 
epitélio gengival e se projeta para fora. 
Os animais braquidontes apresentam duas dentições uma decídua e outra 
permanente, sendo que após a dentição permanente não ocorrem mais 
substituições dentárias pois os ameloblastos e odontoblastos degeneram. Já nos 
hixodontes, as células odontogênicas permanecem por toda vida, assim os dentes 
podem ser constantemente renovados. 
 
 
11.3 Canal alimentar 
 
 
11.3.1 Faringe 
 
49 
 
 
A faringe é uma estrutura comum aos tratos respiratório (nasofaringe) e 
digestório (orofaringe). A orofaringe inicia-se posteriormente à língua e vai se ligar 
ao esôfago. 
 Mucosa: epitélio pavimentoso estrtificado 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo com tecido linfóide e 
leucócitos. A rede linfóide (tonsilas farínges) da orofaringe é o local 
onde se pode identificar a hiperemia (vermelhidão) decorrente da placa 
bacteriana. 
 Submucosa: tecido conjuntivo com glândulas túbulo-alveolares. 
 Muscular: músculo estriado esquelético 
 Adventícia: tecido conjuntivo frouxo com vasos e nervos. 
 
 
11.3.2 Esôfago 
 
 
O esôfago é um tubo muscular para condução do bolo alimentar até os 
estômago. As dobras/pregueamentos das camadas mucosa e submucosa permitem 
a expansão do órgão. 
 Mucosa: epitélio pavimentoso estratificado. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo fibroelástico. 
o Muscular da mucosa: musculatura lisa. 
 Submucosa: tecido conjuntivo denso irregular com glândulas mucosas 
esofágicas (túbulo-alveolares). 
 Muscular: mistura de musculatura estriada e lisa. 
 Adventícia e Serosa: 
o Adventícia: tecido conjuntivo frouxo que fixa o esôfago a traquéia. 
o Serosa: tecido conjuntivo frouxo com células pavimentosas (mesotélio). 
Reveste a parte do esôfago que fica na cavidade peritoneal. 
 
 
11.3.3 Estômago 
50 
 
 
 
O estomago é a estrutura que recebe o alimento do esôfago e, 
posteriormente, libera seu conteúdo no intestino delgado. 
A região esofágica fica próxima a cárdia, sendo revestida por epitélio 
pavimentoso estratificado. 
Região glandular (corpo) apresenta revestimento em forma de 
fossetas/criptas gástricas onde desembocam as glândulas gástricas. 
 Mucosa: epitélio cilíndrico simples, composto pelas células mucosas do 
revestimento superficial, as quais secretam muco. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo denso irregular com fibras elásticas e 
vascularização. 
o Muscular da mucosa: 2-4 camadas de músculo liso, normalmente 3 
camadas musculares (circular interna, longitudinal média e circular 
externa). 
 Submucosa: tecido conjuntivo denso regular com vasos sanguíneos e 
linfáticos. 
o Plexo submucoso de Meissner. 
 Muscular: músculo liso com tecido conjuntivo entre os feixes musculares. A 
camadas muscular é composta por 3 camadas (oblíqua, circular e 
longitudinal). 
o Plexo mioentério de Auerbach. 
 Serosa: tecido conjuntivo denso irregular com fibras colágenas e células 
pavimentosas associadas (mesotélio). 
 
As células que compõem as glândulas gástricas são: 
 Células principais/zigomênicas: essas células secretam precursores de 
enzimas (pepsina, lípase e renina). 
 Células parietais/oxíticas: essas células produzem HCl e o secretam dentro 
de um sistema de canalículos intracelulares. Durante a secreção suas 
microvilosidades aumentam e são projetadas para dentro desses canalículos. 
51 
 
 Células mucosas do colo: células secretoras de muco que protege o 
revestimento gástrico da ação das enzimas (suco gástrico). Sua secreção é 
diferente daquele das células mucosas do revestimento superficial. 
 Células SNED/entero-endócrinas: são células do sistema neuro-endócrino 
difuso que produzem hormônios que promovem a comunicação entre os 
diversos órgãos do sistema digestório. Seus hormônios podem ter ação local 
(parácrina) ou sobre outros órgãos até os quais eles chegam pela corrente 
sanguínea (endócrina). 
As diferentes porções do estômago apresentam variações quanto à 
constituição celular das glândulas gástricas: 
 Glândulas cárdicas: apresentam células principais e parietais. 
 Glândulas fúndicas: apresentam células principais, parietais, mucosas do colo 
e SNED. 
 Glândulas pilóricas: apresentam células principais e parietais. 
 
 
11.3.4 Intestino delgado 
 
 
O intestino delgado corresponde a um tubo músculo-membranoso com 
pregueamentos que aumentam o contato com o bolo alimentar. As pregas/rugas são 
dobras longitudinais da mucosa e submucosa que desaparecem em momentos de 
expansão do órgão. 
 Mucosa: epitélio cilíndrico simples. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo fibroelástico com glândulas 
intestinais (tubulosas). 
o Muscular da mucosa: músculo liso em duas camadas (circular interna e 
longitudinal externa). 
A camada mucosa apresenta vilosidades que são protrusões 
digitiformes permanentes da lâmina própria coberta por epitélio que dão 
aspecto aveludado ao revestimento epitelial. Na base das vilosidades podem 
se abrir glândulas intestinais chamadas criptas de Lieberkühn, as quais são 
compostas pelos seguintes tipos celulares: 
52 
 
o Células de reserva (célula-tronco): responsáveis pela reposição dos 
demais tipos celulares. 
o Células caliciformes: secretam muco protetor do revestimento 
intestinal. 
o Células absortivas superficiais (enterócitos): células responsáveis por 
internalizar as moléculas digeridas. Apresentam microvilosidades 
formando uma planura estriada com espesso glicocálix onde se 
encontram as enzimas para absorção de lipídios, aminoácidos e 
carboidratos. 
o Células de Paneth: essas células contêm grânulos de secreção com 
lisozina, uma enzima de ação bacteriostática controlando a população 
bacteriana da flora intestinal. 
o Células M: essas células internalizam antígenos transferindo-os para 
os macrófagos e linfócitos dispostos em cavidades amplas do seu 
citoplasma. Os macrófagos e linfócitos por sua vez, migram para 
órgãos linfáticos, onde a resposta imunológica é iniciada pela produção 
de imunoglobulinas. 
 Submucosa: tecido conjuntivo denso irregular. Apresenta gânglios autônomos 
do plexo submucoso de Meissner. 
o Placa de Peyer: sistema linfático desenvolvido entre a lâmina própria e 
a submucosa, que atua como condutor de linfócitos. Apresenta 
interação com as células M. 
o Glândulas mucosas de Brunner (duodeno): produzem um fluido alcalino 
que protege o intestino do PH ácido do quimo proveniente do 
estômago. 
 Muscular: duas camadas de músculo liso (circular interna e longitudinal 
externa). Apresenta gânglios autônomos do plexo mioentérico de Auerbach. 
 Serosa: tecido conjuntivo associado a um epitélio pavimentoso (mesotélio). 
 
 
11.3.5 Intestino grosso 
 
 
53 
 
 Mucosa: epitélio cilíndrico simples com menos vilosidades. Criptas de 
Lieberkühn bem menos desenvolvidascomposto por células caliciformes, 
absortivas de revestimento (com microvilosidades curtas e irregulares), 
regenerativas e SNED. 
o Lâmina própria: tecido conjuntivo frouxo com rico suprimento linfóide. 
o Muscular da mucosa: duas camadas de músculo liso (circular interna e 
longitudinal externa). 
 Submucosa: tecido conjuntivo denso irregular 
 Muscular: camadas musculares lisas descontínuas, as quais formam as tênias 
do colo. 
 Serosa: tecido conjuntivo associado a um epitélio pavimentoso (mesotélio). 
Na região anal a submucosa apresenta vilosidades mais espessas formando 
as colunas retais, as quais se associam para constituir as valvas anais. A camada 
muscular é estriada. 
 
 
11.4 Glândulas anexas 
 
 
11.4.1 Glândulas Salivares 
 
 
As glândulas salivares são responsáveis pela produção de saliva e liberação 
na cavidade oral para limpeza e lubrificação. A saliva é composta por uma fina 
suspensão de enzimas (amilases), muco, íons inorgânicos e anticorpos (lisozina e 
IgA’s). 
As glândulas salivares são: 
 Parótida: composta por glândulas acinosas de secreção serosa 
 Submandibular: composta por glândulas túbulo-acinosas de secreção 
mista/seromucosa. 
 Sublingual: composta por glândulas túbulo-acinosas de secreção 
mista/seromucosa. 
 
54 
 
As glândulas são compostas por uma unidade glandular e os ductos 
secretores. 
 Unidade glandular 
o Células mucosas: células secretoras de muco, seu núcleo é oval e fica 
pressionado junto à porção basal. 
o Células serosas: células que produzem secreção serosa, seu núcleo é 
arredondado e se posiciona centralmente. 
o Células mioepiteliais: células que promovem a ejeção do ácino 
glandular. Dispõem-se ao redor da glândula em torno da lâmina própria 
das células. 
 Ductos secretores 
o Ductos intralobulares: ductos localizados dentro dos lóbulos 
glandulares. 
 Ductos intercalares: células epiteliais cubóides. 
 Ductos estriados: células cubóides altas a colunares baixas 
pregueadas. 
o Ductos extra/interlobulares: ductos localizados nos septos de tecido 
conjuntivo que separam os lóbulos. Epitélio cubóide. 
o Ductos intralobares. 
o Ducto terminal. 
 
 
11.4.2 Pâncreas 
 
 
O pâncreas é uma glândula de secreção mista, já que apresenta porção 
exócrina e endócrina mescladas. O órgão é envolvido por uma cápsula de tecido 
conjuntivo rico em fibras colágenas que envia septos para dividir o parênquima em 
lóbulos. 
 Porção endócrina: produz hormômios. 
o Ilhotas de Langerhans. 
 Porção exócrina: produz enzimas digestivas. A porção secretora é uma 
glândula acinosa com células altas. A porção ductal apresenta-se da seguinte 
forma: 
55 
 
o Células centro-acinosas: constituem a porção intra-acinar dos ductos, 
ou seja, a porção inicial dos ductos que se dispõe dentro do ácino 
glandular. 
o Ductos intercalacalares e intralobares: epitélio colunar. 
o Ducto pancreático (principal). 
o Ducto biliar (comum): com o qual o ducto pancreático se une. 
o Papila de Valter (duodeno): comum ao pâncreas e vesícula biliar. 
 
 
11.4.3 Fígado 
 
 
As principais funções do fígado relacionadas ao sistema digestório são a 
secreção exócrina da bile e o armazenamento de subprodutos da digestão. 
 Cápsula de Glisson: tecido conjuntivo que reveste o órgão e envia septos ao 
interior do parênquima dividindo os lóbulos. 
 Lóbulos hepáticos: são formados por hepatócitos agrupados em placas 
hexagonais com a veia centro-lobular correndo centralmente. Na periferia dos 
lóbulos vemos o espaço porta onde se dispõem a veia e artéria hepática e o 
ducto biliar que constituem a tríade portal. 
 Hepatócitos: são as células parenquimatosas do fígado, que atuam na 
detoxificação por ação da enzima P450. Cada hepatócito se liga a um capilar 
sinusóide e a outros hepatócitos. 
 Espaço de Disse: espaço que ocorre capilar sinusóide entre as 
microvilosidades do hepatócito, permitindo a comunicação. Nesse espaço 
encontramos células de Kuppfer (macrófagos) que atuam na remoção de 
hemácias senescentes e materiais indesejados da corrente sanguínea. 
 
 
11.4.4 Vesícula biliar 
 
 
A vesícula biliar é um pequeno órgão que atua no armazenamento da bile 
produzida pelo fígado. A bile emulsifica gorduras, facilitando sua digestão. 
56 
 
 Mucosa: epitélio cilíndrico simples em borda de escova. A mucosa é 
pregueada para permitir expansão do órgão. 
 Lâmina própria e Submucosa: tecido conjuntivo. 
 Muscular: músculo liso em duas camadas (oblíqua interna e longitudinal 
externa) que promove a ejeção da bile na Papila de Valter. 
 Adventícia/ serosa: 
o Adventícia: tecido conjuntivo frouxo nas porções em contato com o 
fígado. 
o Serosa: tecido conjuntivo com células pavimentosas (mesotélio). 
 
 
12 SISTEMA URINÁRIO 
 
 
O sistema urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. A 
localização dos componentes é na região abdominal se estendendo até o períneo, 
na mulher, ou até a região inguinal no homem. 
 
 
12.1 Rim 
 
 
 Cápsula: tecido conjuntivo denso irregular fibroso. A coloração se dá pela 
camada muscular. 
 Hilo: ocorre na superfície côncava do rim, sendo o local de vascularização 
(artéria e veia renal), inervação e escoamento (ureter). As artérias renais se 
ramificam a estruturas microscópicas no córtex renal. 
 Córtex: tecido conjuntivo frouxo. Região mais externa que circunda o rim, e 
contém os corpúsculos renais, os túbulos contorcidos proximais e distais e 
os raios medulares(extensões da medula). 
 Medula: região mais interna composta por pirâmides renais que desembocam 
nos cálices renais, os quais por sua vez se comunicam com o ureter. 
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 Pirâmides renais: as pirâmides são separadas por colunas derivada do córtex. 
O vértice de cada pirâmide chamado papila renal volta-se para a pelve renal 
que é o local que drena ao ureter. Nas pirâmides podemos encontrar 
porções da alça de Henle e túbulos coletores. 
 Funções do rim: 
o Regulação da temperatura corporal. 
o Regulação da pressão sanguínea. 
o Formação da urina (filtração). 
o Regulação da quantia de fluido corporal. 
o Indução da produção de hemácias pela secreção de eritropoietina. 
O néfron é a unidade funcional do rim, responsável por todas as suas funções 
fisiológicas. Podem ser classificados de acordo com sua localização: 
 Corticais: apresentam alças de Henle curtas. 
 Justamedulares: apresentam alças de Henle longas que adentram a medula. 
As estruturas que compõem o néfron são: 
 Arteríola aferente: traz sangue ao néfron com grande pressão vascular 
induzindo seu funcionamento. 
 Arteríola eferente: leva o sangue filtrado do rim. 
 Glomérulo: tufo de capilares fenestrados que permitem a filtração do sangue. 
 Cápsula de Bowman: envolve o glomérulo e armazena o filtrado no espaço de 
Bowman. 
 Túbulo contorcido proximal: recebe o filtrado do glomérulo. 
 Alça de Henle: contínua aos túbulos contordidos. 
 Túbulo contorcido distal: recebe o filtra do da alça de Henle e também se 
comunica com o glomérulo indiretamente pela macula densa. 
 
 
12.1 Glomérulo ou Corpúsculo Renal 
 
 
O glomérulo corresponde a um tufo de capilares fenestrados envolvidos na 
filtração do sangue. 
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 Células mesangiais intraglomerulares: células que se associam às células dos 
capilares glomerulares, tendo função fagocítica e envolvimento com a 
produção de eritropoietina. 
 Cápsula de Bowman: envolve os capilares do glomérulo. 
o Folheto visceral: porção da cápsula de Bowman que fica aderida aos 
capilares. É composto por podócitos, células com prolongamentos 
citoplasmáticos, os pedicélos, que promovem a formação de fendas de 
filtração entre os pedicelos adjacentes. Nessas fendas existe uma 
membrana formada pela fusão das lâminas basais do endotélio do 
capilar e dos podócitos, constituindo a barreira de filtração glomerular 
(diafragma da fenda). Essa barreira de filtração

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