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<p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>1</p><p>Laser</p><p>1 – Considerações:</p><p> Obtido através da energia luminosa amplificada, que possui grande quantidade de fótons.</p><p> Apoia-se no “Princípio físico da emissão estimulada”, de Albert Einstein.</p><p>2 – Histórico:</p><p> Em 1955 foi construído o laser a rubi.</p><p> Em 1961 foi realizada a primeira cirurgia a laser para a extirpação de um tumor de retina.</p><p> Em 1962 construiu-se o primeiro laser semicondutor.</p><p>3 – Tipos de laser:1</p><p> Há uma boa variedade de meios ativos que geram raios laser.</p><p> A classificação envolvendo os laseres na área da saúde é dada através dos níveis de</p><p>potência.</p><p> Em fisioterapia, utilizamos “Laseres de baixa potência”, que antes eram batizados como</p><p>soft-laser e mid-laser.</p><p> Atualmente há os power-laseres e os LBPs.</p><p> Laseres vermelhos apresentam maior poder de espalhamento inicial, sendo indicados a</p><p>tratamentos mais superficiais.</p><p> Laseres infravermelhos apresentam espalhamento progressivo após refratado, sendo mais</p><p>indicados a tratamentos mais profundos.</p><p>4 – Laseres fisioterapêuticos:1,2,3</p><p> Comparativo de qualidade: Regime de emissão e profundidade.</p><p> Há variações no entendimento dos níveis de profundidade, relacionados com diferentes</p><p>modelos de aparelhos.</p><p> HeNe – Espectro – V/Regime – Contínuo / - 632,8nm .</p><p> InGaAlP – Espectro – V/Regime – Contínuo / - 670nm.</p><p> AsGa – Espectro – IV/Regime – Pulsátil / - 908nm.</p><p> AsGaAl – Espectro – IV/Regime – Contínuo / - 830nm.</p><p>5 – Técnicas de aplicação:1,2,3,4</p><p> O aplicador deve ser sempre posicionado com incidência perpendicular em relação à</p><p>superfície de tratamento.</p><p> Aplicação por varredura:</p><p> Deslocamento do aplicador como pincelamento.</p><p> Realizada por contato direto ou indireto.</p><p> Não assegura melhor eficiência.</p><p> Ocorre perda energética até a superfície corporal.</p><p> Aplicação por leds:</p><p> Aplicação única de forma competente.</p><p> Realizada em contato direto.</p><p> Aplicadores com pontos variados de emissão.</p><p> Aplicação pontual:</p><p> Aplicações em um ponto a cada vez.</p><p> Assegura total perpendicularidade e garante distribuição efetiva de energia.</p><p> Quando em contato direto, representa a melhor forma de aplicação.</p><p> Caso possível, o aplicador deverá ser pressionado de forma suportável contra o local de</p><p>tratamento.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>2</p><p> Aplicação por contato indireto dificulta refração e atenua energia.</p><p> Distar 1cm entre cada ponto de aplicação em áreas maiores, realizando gradeamento.</p><p>6 – Especificidades físicas:</p><p> Energia – Medida em J (Joules).</p><p> Densidade de Energia – Caracteriza a energia(J) depositada em uma área (cm²).</p><p> Monocromaticidade – Característica de apresentar somente uma coloração.</p><p> Colimação – Disposição dos raios em paralelo.</p><p> Coerência – Viajem das ondas em uma direção no espaço.</p><p>7 – Teoria do bioplasma:5</p><p> Experimentos demonstram que há um relacionamento eletromagnético entre as células do</p><p>corpo humano.</p><p> Observou-se um intercâmbio energético entre as colônias com radiações débeis.</p><p> Bioplasma é o contingente energético pertinente a cada indivíduo.</p><p> Alterações físicas levam a um desequilíbrio bioplasmático, onde o laser entra em ação</p><p>reequilibrando tal alteração.</p><p>8 – Penetração e absorção:6</p><p> Os estudos específicos encontram-se em desenvolvimento e em constante atualização.</p><p> A radiação Laser interage com moléculas denominadas cromóforos.</p><p> Água</p><p> Melanina</p><p> Carotenos</p><p> Hemoglobina</p><p> Proteínas</p><p> Sofre ação dos fenômenos ópticos.</p><p> Comprimentos de onda entre 600nm e 700nm podem ser absorvidos por fotorreceptores</p><p>no ciclo respiratório celular, incrementando o movimento de elétrons, aumentando a</p><p>produção do ATP mitocondrial.7</p><p> Estímulo dos complexos mitocondriais II (Succinato-Ubiquinona Redutase) e IV (Citocromo-</p><p>C-Oxidase). 8</p><p>9 – Efeitos fisiológicos da radiação laser:</p><p>Efeitos primários:</p><p>a) Bioquímico:</p><p> Não promove síntese, e sim liberação de substâncias pré-formadas.</p><p> Histamina9</p><p> Serotonina10</p><p> Bradicinina11</p><p> ACTH12</p><p> b – endorfina12</p><p> FGF-b13</p><p> TGF14</p><p> ATP7,8,11</p><p> Modifica reações enzimáticas, estimulando ou inibindo.</p><p> Histamina9,11</p><p> Óxido nítrico14</p><p> Prostaglandinas11,15</p><p>b) Bioelétrico:16</p><p> Estímulo ao equilíbrio elétrico da bomba Na/K por ação do ATP.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>3</p><p>c) Bioenergético:5,11,16</p><p> Estimula energeticamente células e tecidos, reequilibrando o bioplasma,</p><p>consequentemente trofismo e fisiologismo adequados.</p><p> Efeitos secundários:</p><p>a) Estímulo à microcirculação:17</p><p> Ocorre pela ação da radiação nos esfíncteres pré-capilares, que distribuem o fluxo</p><p>sanguíneo e determinam as regiões a serem irrigadas.</p><p> O Laser provoca paralização dos esfíncteres pela agregação da histamina a estes.</p><p> Tal mecanismo NÃO é termoterápico e SIM enzimático.</p><p> Não promove abertura de porosidades capilar e celular como no calor.</p><p>b) Estímulo ao trofismo tissular:7,11,13,15</p><p> O estímulo da produção de ATP leva a uma maior atividade mitótica, aumentando assim a</p><p>velocidade de reparação tecidual, consequentemente também a concentração celular local.</p><p> Estímulo de cicatrização.</p><p> Também facilitado pela angiogênese.18</p><p>10 – Efeitos terapêuticos:</p><p>a) Antiinflamatório:</p><p> Inibe síntese de Prostaglandinas, refletindo em menor dor e efeitos reflexos da</p><p>inflamação.11</p><p> Aceleração da reação inflamatória devido aos fatores cicatrizantes.7,8,10,12,14</p><p>b) Analgésico:</p><p> Estímulo de fibras de tato e pressão.</p><p> Diminuindo a resposta inflamatória, diminui-se a sensação de dor.</p><p> A regularização no potencial de membrana, promove equilíbrio do pH tecidual.</p><p> Estímulo na manutenção do gradiente em membranas nervosas, evitando despolarizações.</p><p> Estímulo à liberação de b-endorfina e serotonina.12</p><p> O controle na atividade da bradicinina leva a um estímulo de manutenção do limiar</p><p>doloroso no sentido fisiológico.11</p><p>c) Antiedematoso:</p><p> A diminuição na atividade de prostaglandinas vem a coibir uma maior permeabilidade</p><p>venular.11,15</p><p> Inibe a formação do edema quando aplicado após 1 hora após lesão.19</p><p> Equilíbrio homeostásico colabora com o fluidosmótico.</p><p>d) Antinecrótico:20</p><p> Fornece energia para o tecido lesado, atuando sobre a perfusão vascular, evitando uma</p><p>maior morte celular.</p><p>e) Cicatrizante:</p><p> Aumento na produção de ATP, aumenta quantidade de mitoses.21</p><p> Uma maior nutrição leva a uma neo-formação tecidual mais qualitativa.7,15,20</p><p> Ação angiogênica17 e facilitação na formação de circulação colateral,10 aumentam o aporte</p><p>sanguíneo até a região lesionada.9,14</p><p> Aumento na síntese do colágeno.13</p><p> Estímulo à atividade de fatores de crescimento.13</p><p>11 – Evidências específicas:</p><p>12 – Dosimetria:</p><p> Dosagem:</p><p> Baseia-se na quantidade de energia (J) a ser distribuída para o local de tratamento.</p><p> Tempo:</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>4</p><p> Os aparelhos mais modernos trabalham com maior potência útil (30 a 200mW),</p><p>realizando a terapêutica em menos tempo.</p><p> Quanto maior a área a ser tratada, maior a necessidade de irradiação.</p><p> Aparelhos:</p><p> Aparelhos de emissão contínua são os mais recomendados.</p><p> Operam com um microprocessador que estipula o tempo de aplicação e a dose.</p><p> Tais parâmetros referem-se às terapêuticas pontuais.</p><p> Os aparelhos também possuem a opção de tempo livre para aplicações por varredura.</p><p> Parâmetros:6</p><p> Para aplicações de acordo com diferentes sítios, devemos considerar as recomendações</p><p>da WALT (World association for photobiomodulation therapy).</p><p> Devemos levar alguns fatores específicos em consideração, como fase de cicatrização,</p><p>concentração local de músculo ou gordura, e etnia.</p><p> Deve ser respeitado um intervalo de 24hs entre cada sessão.</p><p> Deve-se haver estipulação do tempo de aplicação da dose em energia (J) caso</p><p>necessário.</p><p> T: Tempo de tratamento; E: Energia desejada para tratamento (Colher de fontes de</p><p>informação), P: Potência média do aparelho (Contida no manual de operação. Converter</p><p>de mW para W). T=E/P.</p><p> No caso de necessidade de se conhecer a densidade de energia, deverá ser observada a</p><p>seguinte fórmula: DE=E/A, onde a área é correspondente ao diâmetro de saída do feixe.</p><p>13 – Indicações:</p><p> Distúrbios em ATM / Neuralgia de trigêmeo</p><p> Lesões musculares / Entorses / Tendinites / Escoriações / Úlceras de pressão</p><p> Lesões de nervos periféricos22</p><p> Resistência à Fadiga23</p><p> Doenças reumatológicas</p><p> Antiofídico24</p><p> Transtornos cervicais / dorsais / lombares</p><p> DORT’s</p><p> Pós-operatórios – Osteossínteses, tonsilectomias25 e safenectomias26</p><p> Hemorróidas / Erosões em colo de útero / Prostatites</p><p> Estrias / Celulite / Acne3</p><p> Lesões em qualquer fase de cicatrização27</p><p>14 – Contra-Indicações:</p><p> Irradiação a nível ocular</p><p> Aplicação em feridas infectadas</p><p> Aplicação de doses elevadas em lesão aguda</p><p> Fotosensibilidade</p><p> Indivíduos em fase de crescimento27</p><p> Aplicações sem uso dos óculos de proteção</p><p>15 – Referências:</p><p>1. Veçoso MC. Laser em Fisioterapia. São Paulo: Lovise, 2003.</p><p>2. Robertson V, Ward A, Low J, Reed A. Eletroterapia explicada. 4a ed. Barueri: Elsevier, 2009.</p><p>3. Guirro EG, Guirro RJ. Fisioterapia dermato-funcional – Fundamentos, recursos, patologias.</p><p>3ª ed. São Paulo: Manole, 2002.</p><p>4. Hopkins JT, et al. Low-level laser therapy facilitates superficial wound healing in humans: a</p><p>triple-blind, sham-controlled study. J Athl Train. 2004 Jul-Set; 39(3): 223–9.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>5</p><p>5. Colls J, Villacampa XA. La terapia laser hoy. 2ª ed. Barcelona: Centro de Documentación</p><p>Laser de Meditec, 1984. 164 p.</p><p>6. Catorze MG. Laser: fundamentos e indicações em dermatologia. Med Cutan Iber Lat Am.</p><p>2009; 37(1):5-27.</p><p>7. Wilden L, Karthein R. Import of radiation phenomena of electrons and therapeutic low-level</p><p>laser in regard to the mitochondrial energy transfer. J Clin Laser Med Surg. 1998 Jun;</p><p>16(3):159-65</p><p>8. Silveira PC, et al. Evaluation of mitochondrial respiratory chain activity in wound healing by</p><p>low-level laser therapy. J Photochem Photobiol B. 2007 Mar; 86(3):279-82.</p><p>9. Wu ZH, et al. Mitochondrial signaling for histamine releases in laser-irradiated RBL-2H3</p><p>mast cells. Lasers Surg Med. 2010 Ago; 42(6):503-9.</p><p>10. Ceylan Y, Hizmetli S, Siliğ Y. The effects of infrared laser and medical treatments on pain</p><p>and serotonin degradation products in patients with myofascial pain syndrome. A</p><p>controlled trial. Rheumatol Int. 2004 Sep; 24(5):260-3.</p><p>11. Piva JA, et al. Ação da terapia com laser de baixa potência nas fases iniciais do reparo</p><p>tecidual: princípios básicos. An Bras Dermatol. 2011 Set-Out; 86(5):947-54.</p><p>12. Laakso EL, et al. 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[dissertação]. São</p><p>José dos Campos: Universidade do Vale do Paraíba. Instituto de Pesquisa e</p><p>Desenvolvimento; 2003.</p><p>17. Queiroz LS, et al. Efeito da terapia com laser de baixa potência (TLBP) na microcirculação.</p><p>VII Encontro Latino Americano de Pós-Graduação. 2007. Universidade do Vale do Paraíba.</p><p>São José dos Campos; 2007. 1037-9.</p><p>18. Parizoto NA, et al. Estudo dos efeitos do Laser de baixa potência na inflamação em lesões</p><p>do tendão calcanear de ratos. Fisioter Bras. 2004 Nov-Dez; 5(6 Supl 1):27.</p><p>19. Albertini, et al. Análise do efeito do laser de baixa potência no modelo de inflamação de</p><p>edema de pata em ratos. Fisioter Bras. 2002 Jan-Fev; 3(1):5-15.</p><p>20. Prado RP, et al. Modelo experimental para laserterapia de baixa intensidade em retalho</p><p>cutâneo randômico isquêmico em ratos. Acta Cir Bras. 2006 Jul-Ago; 21(4):258-62.</p><p>21. Henriques AC, et al. Ação da laserterapia no processo de proliferação e diferenciação</p><p>celular: Revisão da literatura. Rev Col Bras Cir. 2010 Jul-Ago; 37(4):295-302.</p><p>22. Oliveira TH. Efeito da laserterapia 830nm sobre o processo de reparação neuronal em ratos</p><p>[Dissertação]. São José dos Campos (SP): Universidade do Vale do Paraíba; 2006.</p><p>23. Santos RV, et al. Efeitos do laser de baixa intensidade (808nm) sobre o desempenho</p><p>muscular isocinético de mulheres jovens sob treinamento físico. Ciência & Saúde. 2009</p><p>Nov. Edição especial: 32.</p><p>24. Santos CM, et al. Efeito do laser de baixa intesidade e led na atividade hemorrágica</p><p>induzida pelo veneno da serpente bothrops jararaca. X Encontro Latino Americano de Pós-</p><p>Graduação. 2010. Universidade do Vale do Paraíba. São José dos Campos; 2010. 1-4.</p><p>25. Neiva FC, et al. Analgesia com laser terapêutico após tonsilectomia. Rev Paul Pediatr. 2010</p><p>Jul-Set; 28(3):322-8.</p><p>Eletrotermofototerapia</p><p>Material de Apoio</p><p>P r o f . F e r n a n d o C a m p b e l l</p><p>6</p><p>26. Pinto NC, et al. Laser de baixa intensidade em deiscência aguda de safenectomia: Proposta</p><p>terapêutica. Rev Bras Cir Cardiovasc. 2009 Jan-Mar; 24(1):88-91.</p><p>27. Parizoto NA, et al. Alterações estruturais do colágeno da placa de crescimento irradiado por</p><p>Laser de baixa intensidade: uma investigação por microscopia de força atômica. Fisioter</p><p>Bras. 2006 Set-Out; 7(5):367-70.</p>