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<p>W</p><p>BA</p><p>08</p><p>59</p><p>_V</p><p>1.</p><p>1</p><p>GERÊNCIA DE RISCOS</p><p>2</p><p>Marcos Antonio Dias</p><p>São Paulo</p><p>Platos Soluções Educacionais S.A</p><p>2021</p><p>GERÊNCIA DE RISCOS</p><p>1ª edição</p><p>3</p><p>2021</p><p>Platos Soluções Educacionais S.A</p><p>Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César</p><p>CEP: 01418-002— São Paulo — SP</p><p>Homepage: https://www.platosedu.com.br/</p><p>Diretor Presidente Platos Soluções Educacionais S.A</p><p>Paulo de Tarso Pires de Moraes</p><p>Conselho Acadêmico</p><p>Carlos Roberto Pagani Junior</p><p>Camila Braga de Oliveira Higa</p><p>Camila Turchetti Bacan Gabiatti</p><p>Giani Vendramel de Oliveira</p><p>Gislaine Denisale Ferreira</p><p>Henrique Salustiano Silva</p><p>Mariana Gerardi Mello</p><p>Nirse Ruscheinsky Breternitz</p><p>Priscila Pereira Silva</p><p>Tayra Carolina Nascimento Aleixo</p><p>Coordenador</p><p>Nirse Ruscheinsky Breternitz</p><p>Revisor</p><p>Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Editorial</p><p>Alessandra Cristina Fahl</p><p>Beatriz Meloni Montefusco</p><p>Carolina Yaly</p><p>Mariana de Campos Barroso</p><p>Paola Andressa Machado Leal</p><p>Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_________________________________________________________________________________________</p><p>Dias, Marcos Antonio</p><p>D541g Gerência de riscos / Marcos Antonio Dias, – São Paulo:</p><p>Platos Soluções Educacionais S.A., 2021.</p><p>44 p.</p><p>ISBN 978-65-89965-13-8</p><p>1. Conceito de risco. 2. Segurança de sistemas e</p><p>subsistemas. 3. Categorização de risco. I. Título.</p><p>CDD 621.389</p><p>____________________________________________________________________________________________</p><p>Evelyn Moraes – CRB: 8 SP-010289/O</p><p>© 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A.</p><p>Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser</p><p>reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio,</p><p>eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de</p><p>sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização,</p><p>por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.</p><p>https://www.platosedu.com.br/</p><p>4</p><p>SUMÁRIO</p><p>Os riscos no ambiente de trabalho ___________________________ 05</p><p>Engenharia de segurança e a identificação de riscos ________ 19</p><p>Categorização de riscos pela sinalização _____________________ 34</p><p>Controle de riscos ___________________________________________ 47</p><p>Gerenciamento de riscos ocupacionais ______________________ 60</p><p>Programa de gerenciamento de risco ________________________ 77</p><p>GERÊNCIA DE RISCOS</p><p>5</p><p>Os riscos no ambiente de trabalho</p><p>Autoria: Marcos Antonio Dias</p><p>Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Objetivos</p><p>• Discutir de forma normativa os fundamentos da</p><p>teoria da gerência de riscos.</p><p>• Mostrar a evolução da gerência de riscos e revisar as</p><p>melhores práticas.</p><p>• Estudar a natureza dos riscos empresariais e a</p><p>classificação dos riscos puros e riscos especulativos.</p><p>6</p><p>1. Introdução</p><p>A palavra risco tornou-se comum e amplamente usada no vocabulário</p><p>do século XXI, considerando circunstâncias pessoais (saúde, pensões,</p><p>seguros, investimentos etc.), a sociedade (terrorismo, desempenho</p><p>econômico, segurança alimentar etc.) e negócios (governança</p><p>corporativa, estratégia, continuidade de negócios etc.). Muitas das</p><p>instituições que a humanidade também construiu, podem ser vistas</p><p>como uma forma de abordar incertezas, incluindo política, religião,</p><p>filosofia, tecnologia, leis, ética e moralidade (HILLSON, 2006).</p><p>Portanto, parece que a sabedoria humana foi capaz de identificar</p><p>padrões de incerteza e desenvolver heurísticas para confortá-los. Como</p><p>resultado, não só o risco está em todos os lugares, mas também o</p><p>gerenciamento de risco. Como afirmado por Hillson (2006), assim como</p><p>a presença de risco é reconhecida e aceita como inevitável em todos os</p><p>campos da atividade humana, então, há uma unidade correspondente</p><p>para abordar o risco na medida do possível.</p><p>1.1 A evolução histórica</p><p>Alguns historiadores acreditam que o conceito de risco surgiu por meio</p><p>dos jogos. As pessoas em civilizações antigas jogavam, com dados e</p><p>ossos, jogos que evoluíram para xadrez e damas há mais de 2.000</p><p>anos. Há algumas evidências históricas de que o jogo deu origem à</p><p>probabilidade, a teoria vem dos escritos de Dante e Galileu (muitos</p><p>outros). Os matemáticos Pascal e Fermat escreveram sobre jogos de</p><p>azar nos anos 1600 – uma correspondência que se acredita ter dado</p><p>origem à moderna teoria da probabilidade.</p><p>O Código de Hamurabi é um código babilônico bem preservado, da</p><p>antiga Mesopotâmia, que remonta a cerca de 1754 AC. É um dos escritos</p><p>7</p><p>decifrados mais antigos de extensão significativa. Quase 300 preceitos</p><p>de grande interesse:</p><p>• Se um construtor construir incorretamente uma casa para alguém</p><p>e essa casa cair e matar o seu dono, então, esse construtor será</p><p>condenado à morte.</p><p>• Se matar o filho do dono, o filho daquele construtor será morto.</p><p>• Se estragar os bens, ele fará uma indenização por tudo o que foi</p><p>arruinado, e se ele não construiu corretamente a casa e ela cair,</p><p>ele deve reerguê-la com seus próprios recursos.</p><p>O conceito de risco e as avaliações de risco têm uma longa história. Mais</p><p>de 2.400 anos atrás, os atenienses ofereceram sua capacidade de avaliar</p><p>o risco antes de tomar decisões (BERNSTEIN, 1996). Contudo, avaliação</p><p>de risco e gerenciamento de risco como campo científico é algo novo,</p><p>possuindo não mais do que 30–40 anos. Nesse período, os fundamentos</p><p>ideias e princípios sobre como avaliar e gerenciar adequadamente o</p><p>risco são abordados primeiramente em revistas científicas, artigos e</p><p>conferências.</p><p>Em grande medida, essas ideias e princípios ainda formam a base para</p><p>o campo nesse início de século XXI – eles são os blocos de construção</p><p>para a avaliação de risco e prática de gerenciamento que são vistos</p><p>desde os anos 1970 e 1980. No entanto, o campo se desenvolveu</p><p>consideravelmente desde então.</p><p>O que se segue tem como objetivo fornecer uma breve cronologia das</p><p>principais mudanças no gerenciamento de riscos que ocorreram desde</p><p>o seu início. Essas mudanças são discutidas em termos das diferentes</p><p>fases ou idades do gerenciamento de risco: a era tecnológica, a era</p><p>humana, a era organizacional e a era dos sistemas.</p><p>8</p><p>1.1.1 Primeira era do gerenciamento de risco – a tecnologia</p><p>A primeira era do gerenciamento de risco começou com a Revolução</p><p>Industrial, em 1750-1760, e a invenção da máquina a vapor. A</p><p>maioria dos acidentes foi devido à falha de tecnologia, ferindo os</p><p>trabalhadores e o público. O foco do gerenciamento de risco era</p><p>garantir que a tecnologia fosse segura para uso. “Se a tecnologia for</p><p>segura, então estaremos seguros”. Essa visão de gerenciamento de</p><p>risco tornou-se parte do que é conhecido como era técnica ou a era</p><p>da tecnologia.</p><p>Essa era técnica viu melhorias na capacidade de identificar a parte</p><p>quebrada –a parte da tecnologia que falhou – e evitar falhas de um</p><p>único componente. Técnicas sofisticadas, como avaliação de risco</p><p>probabilística, para o gerenciamento de tecnologia de risco, foram</p><p>desenvolvidas para esse fim.</p><p>Falhas tecnológicas, problemáticas por tanto tempo, agora podiam</p><p>ser projetadas para fora do sistema. Isso é o que a maioria das</p><p>pessoas pensava até o colapso do reator de Three Mile Island (TMI).</p><p>O acidente foi uma surpresa para engenheiros e gerentes. Apesar</p><p>de todas as avaliaç��es de risco e recursos de segurança tecnológica,</p><p>o reator derreteu. A Comissão do Presidente em TMI descobriu</p><p>que as causas eram problemas relacionados com as pessoas e não</p><p>problemas de equipamento.</p><p>À medida que o hardware e o software se tornaram cada vez mais</p><p>confiáveis, a contribuição humana para os acidentes tornou-se</p><p>cada vez mais aparente. Em resposta, foi necessário que o foco do</p><p>gerenciamento de risco se expandisse para que o elemento humano</p><p>– o fator humano –, assim como a tecnologia, fosse abordado, criando</p><p>assim a segunda era do gerenciamento de risco: a idade dos fatores</p><p>humanos.</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>9</p><p>1.1.2 Segunda era do gerenciamento de risco–o ser humano</p><p>Essa era de gerenciamento de risco se expandiu para enfocar tanto</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm</p><p>http://://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm</p><p>http://://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm</p><p>http://://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>46</p><p>trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-</p><p>09-atualizada-2020.pdf/view>. Acesso em: 3 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Secretaria do Trabalho. NR-17:</p><p>Ergonomia. Brasília, DF: 2018. Disponível em: . Acesso</p><p>em: 16 set. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Secretaria do Trabalho. NR-26:</p><p>Sinalização de segurança. Brasília, DF: 2015. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2021.</p><p>BRASIL. Portaria SSST nº 25 DE 29 de dezembro de 1994. Aprova a Norma</p><p>Regulamentadora nº 9–Riscos Ambientais, e dá outras providências. Brasília, DF:</p><p>Presidência da República, 1994. Disponível em: https://www.legisweb.com.br/</p><p>legislacao/?id=181316. Acesso em: 28 ago. 2021.</p><p>JOSÉ FILHO, W. L. CLT Organizada para Anotações. 4. ed. São Paulo: Editora</p><p>Magistrados Trabalhistas, 2021. Disponível em: http://www.magistradotrabalhista.</p><p>com.br/2017/04/clt-organizada-para-anotacoes.html. Acesso em: 12 maio 2021.</p><p>PONZETTO, G. Mapa de Riscos Ambientais: aplicado à Engenharia de Segurança</p><p>do Trabalho. 3. ed. São Paulo: Editora LTR. 152 p.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=181316</p><p>https://www.legisweb.com.br/legislacao/?id=181316</p><p>http://www.magistradotrabalhista.com.br/2017/04/clt-organizada-para-anotacoes.html</p><p>http://www.magistradotrabalhista.com.br/2017/04/clt-organizada-para-anotacoes.html</p><p>47</p><p>Controle de riscos</p><p>Autoria: Marcos Antonio Dias</p><p>Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Objetivos</p><p>• Explicar o controle de riscos.</p><p>• Conhecer a hierarquia de controle de riscos.</p><p>• Compreender a qualidade no controle de riscos.</p><p>48</p><p>1. Introdução</p><p>O risco é um elemento que ocorre em toda organização, principalmente</p><p>na área operacional. Detectar e gerenciar o risco deve ser prioridade</p><p>para as empresas. O risco vem em muitas formas e afeta todas as</p><p>funções de uma organização, portanto, eles precisam ser mitigados – e</p><p>as implicações para organizações que não o fazem podem ser muito</p><p>significativas.</p><p>O nível de risco que as empresas enfrentam muda continuamente, com</p><p>novos riscos emergindo e outros se tornando menos críticos. Por ser</p><p>proativo e monitorar regularmente sua exposição, o responsável pelo</p><p>gerenciamento de risco estará pronto para agir em todo momento. Pelo</p><p>fato de o risco está em toda parte, é muito importante ter um processo</p><p>de gerenciamento de risco em vigor. Assim, é fundamental treinar os</p><p>funcionários sobre o que constitui risco, para que saibam o que procurar</p><p>e como podem contribuir para a gestão de riscos.</p><p>2. O controle de risco</p><p>O controle de risco é uma medida para eliminar ou reduzir o risco</p><p>associado a um perigo. Ou seja, o intuito é que o perigo não represente</p><p>um risco ou que esse risco seja minimizado para os funcionários que</p><p>têm que entrar em uma área ou trabalhar em equipamentos durante a</p><p>jornada de trabalho.</p><p>O controle fornece um meio pelo qual os riscos podem ser avaliados</p><p>sistematicamente em relação a um conjunto de ações (a hierarquia de</p><p>controles) a serem definidas. Esse processo envolve a análise dos dados</p><p>coletados durante as etapas de identificação de perigos e avaliação de</p><p>riscos, além do desenvolvimento de um plano estratégico para controlar</p><p>os riscos identificados.</p><p>49</p><p>O processo de controle de risco começa considerando os riscos</p><p>classificados como mais altos, indo até os menos significativos. Cada</p><p>risco deve ser examinado levando em consideração a hierarquia de</p><p>controles. Isso fornece um método de avaliação sistemático de cada</p><p>risco para determinar, em primeiro lugar, se o perigo causal pode</p><p>ser eliminado e, caso contrário, para encontrar o método de controle</p><p>mais eficaz para cada risco.</p><p>2.1 Hierarquia de controle</p><p>A hierarquia de controle cria uma abordagem sistemática para a</p><p>gestão da segurança e saúde ocupacional no local de trabalho,</p><p>fornecendo uma estrutura para selecionar as medidas de controle</p><p>mais eficazes a fim de eliminar ou reduzir o risco de certos perigos</p><p>que foram identificados como sendo causados pelas operações e</p><p>processos da empresa.</p><p>A hierarquia de controle tem cinco níveis de medidas de controle.</p><p>A medida mais eficaz está no topo da hierarquia e a menos eficaz</p><p>está na parte inferior. Portanto, a ideia é começar do topo da</p><p>hierarquia ao escolher a medida de controle apropriada. Quando a</p><p>eliminação não for viável, medidas devem ser tomadas para reduzir</p><p>o risco seguindo a hierarquia na ordem recomendada. A ideia é não</p><p>atuar/passar simplesmente para a medida de controle mais fácil de</p><p>implementar. A hierarquia de controle é mostrada na Figura 1.</p><p>50</p><p>Figura 1 – Pirâmide da hierarquia de riscos</p><p>Fonte: adaptada de Niosh (2015, [s.p.]).</p><p>O controle de risco pode ser aplicado na origem do perigo, por meio de</p><p>controles de engenharia, controles administrativos e equipamentos de</p><p>proteção individual (EPI).</p><p>Quando os controles ocorrem na origem do perigo, eles podem ser</p><p>classificados como:</p><p>a. Eliminação – Remoção total de atividades de trabalho perigosas,</p><p>ferramenta, processo, máquina ou substância. Essa é a melhor forma</p><p>de proteger os funcionários. Por exemplo, a marcação a laser de</p><p>semicondutores elimina o uso de solvente para marcação com tinta,</p><p>e o corte a laser elimina o risco de ruído das serras elétricas.</p><p>b. Substituição – Envolve a substituição do perigo por outro que</p><p>apresente um baixo risco. Por exemplo, substituição de solventes</p><p>orgânicos por desengraxantes à base de água ou substituição da</p><p>pulverização manual por processos de automação.</p><p>Eliminação e substituição são as medidas mais eficazes de redução de</p><p>riscos e as melhores formas de proteger os funcionários. Essas medidas</p><p>51</p><p>de controle devem ser implementadas durante a fase de concepção ou</p><p>desenvolvimento da atividade de trabalho ou projeto.</p><p>Quando os controles de engenharia são aplicados, eles podem ser</p><p>classificados como:</p><p>a. Redesenho – Trabalhos e processos podem</p><p>ser retrabalhados para</p><p>se tornarem mais seguros. Por exemplo, os contêineres podem</p><p>ser mais fáceis de segurar e levantar.</p><p>b. Isolamento – Se um perigo não pode ser eliminado ou substituído,</p><p>ele deve ser isolado, contido ou mantido afastado de funcionários.</p><p>Por exemplo, uma sala de controle isolada e com ar condicionado</p><p>pode proteger os operadores de um produto químico tóxico ou</p><p>emissões de gases perigosos.</p><p>c. Automação – Processos perigosos podem ser automatizados ou</p><p>mecanizados. Por exemplo, robôs controlados por computador</p><p>podem lidar com soldagem por pontos em operações em</p><p>fábricas de automóveis. Deve-se tomar cuidado para proteger os</p><p>funcionários de riscos robóticos.</p><p>d. Barreiras – Um perigo pode ser bloqueado antes de atingir os</p><p>funcionários. Por exemplo, cortinas especiais podem evitar</p><p>ferimentos nos olhos causados pela radiação do arco de</p><p>soldagem. A proteção adequada do equipamento protegerá os</p><p>funcionários de entrar em contato com peças móveis.</p><p>e. Absorção – Os defletores podem bloquear ou absorver o ruído. Os</p><p>sistemas de bloqueio podem isolar as fontes de energia durante o</p><p>reparo e a manutenção. Normalmente, quanto mais um controle</p><p>mantém um perigo longe dos funcionários, mais eficaz ele é.</p><p>f. Diluição – Alguns perigos podem ser diluídos ou dissipados. Por</p><p>exemplo, os sistemas de ventilação podem diluir os gases tóxicos</p><p>antes que eles cheguem aos operadores.</p><p>Os controles de engenharia devem ser priorizados em relação às medidas</p><p>administrativas e às proteções individuais. Proteções individuais (EPI)</p><p>52</p><p>não neutralizam e nem reduzem o risco de acidentes, apenas diminuem</p><p>o dano em caso de acidente. Por esse motivo, essa deverá ser a última</p><p>medida a ser adotada em um processo de gestão de risco. Os controles de</p><p>engenharia conseguem neutralizar ou reduzir o risco com mais eficiência.</p><p>Os controles administrativos que podem ser aplicados para controle</p><p>de risco são os seguintes:</p><p>a. Procedimentos de trabalho seguro – Os funcionários são orientados</p><p>a utilizar de práticas de segurança padronizadas. Espera-se que o</p><p>empregador garanta que os funcionários sigam essas práticas. Os</p><p>procedimentos de trabalho devem ser revisados periodicamente.</p><p>b. Supervisão e treinamento – Treinamento inicial em procedimentos</p><p>de trabalho seguro e treinamento de atualização devem ser</p><p>fornecidos. Assim como uma supervisão apropriada para auxiliar</p><p>os funcionários na identificação de possíveis perigos e na avaliação</p><p>do trabalho e dos procedimentos.</p><p>c. Revezamento de trabalho e outros procedimentos podem reduzir o</p><p>tempo que os funcionários estão expostos a um perigo. Por exemplo,</p><p>os funcionários podem fazer revezamento de atividades quando elas</p><p>envolverem movimentos repetitivos de tendões e músculos para</p><p>evitar lesões por trauma cumulativo. Processos ruidosos podem ser</p><p>programados quando não há ninguém no local de trabalho.</p><p>d. Programas de limpeza, reparo e manutenção (Housekeeping)</p><p>incluem limpeza, eliminação de resíduos e limpeza de</p><p>derramamento. Importante lembrar que ferramentas,</p><p>equipamentos e máquinas são menos propensas a causar</p><p>ferimentos se forem mantidas limpas e prontas para uso.</p><p>e. Higiene – As práticas de higiene no ambiente laboral, reduzem</p><p>os riscos de contaminação, além de contribuir para um ambiente</p><p>mais saudável entre os colaboradores. Uniformes e vestimentas</p><p>utilizadas nas atividades laborais devem ser higienizadas</p><p>corretamente, levando em consideração as recomendações</p><p>dos fabricantes. As boas práticas não permitem o consumo de</p><p>alimentos nos setores produtivos, devendo ser consumidos em</p><p>locais apropriados, indicados pelo empregador.</p><p>53</p><p>E por fim, o controle de riscos pode ser feito com o uso dos equipamentos</p><p>de proteção individual (EPI). Além dos já amplamente conhecidos, como</p><p>luvas, óculos de proteção, protetores auriculares, capacetes ou toucas</p><p>descartáveis, botas, entre outros, há também as roupas especiais. Essas</p><p>roupas podem ser usadas, por exemplo, quando a atividade exige trabalho</p><p>em abatedouros e câmara térmica. É importante lembrar, no entanto, que</p><p>os EPIs são usados quando outras medidas de controle não são viáveis</p><p>e quando uma proteção adicional é necessária. Os funcionários devem</p><p>ser treinados para usar e manter o equipamento de maneira adequada.</p><p>O empregador e os funcionários devem compreender as limitações do</p><p>equipamento de proteção individual.</p><p>Espera-se que o empregador exija que os funcionários usem</p><p>corretamente seus equipamentos sempre que necessário. Deve-se ter</p><p>cuidado para garantir que o equipamento esteja em boa condição de</p><p>uso. Caso contrário, o EPI pode colocar a saúde do funcionário em risco,</p><p>fornecendo uma ilusão de proteção.</p><p>2.2 A qualidade e o controle de riscos</p><p>Os produtos de qualidade consistentes não são sustentáveis, a menos</p><p>que sejam apoiados, implementados, unificados e correlacionados com</p><p>outros sistemas de gestão da qualidade nas áreas de segurança e saúde</p><p>ocupacional, meio ambiente, recursos humanos, finanças e gestão</p><p>de projetos. Os processos das organizações modernas são baseados</p><p>na implementação das normas e padrões relacionados à qualidade,</p><p>segurança e saúde ocupacional, e meio ambiente.</p><p>Esses três pilares são fortemente administrados por abordagens no</p><p>campo da gestão de riscos e isso é definido por uma abordagem de</p><p>gestão integrada. Com o foco na qualidade pode-se apresentar uma</p><p>comparação do sistema de qualidade, definido conforme a ABNT NBR</p><p>ISO 9.001 (ABNT, 2015a), com o sistema de Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho amparado pela OHSAS 18001:2007 e/ou ABNT NBR ISO 45.001.</p><p>54</p><p>É geralmente reconhecido que, as normas da série ISO 9.000 (ABNT,</p><p>2015b) são baseadas na abordagem de processo e oito princípios</p><p>de gestão da qualidade: foco no cliente, liderança, envolvimento de</p><p>pessoas, abordagem de processo, abordagem de sistema para gestão,</p><p>melhoria contínua, abordagem factual para tomada de decisão e</p><p>relações mutuamente benéficas com fornecedores.</p><p>No contexto da NBR ISO 9.001 (ABNT, 2015a), os requisitos do sistema</p><p>de gestão são descritos em cinco capítulos: sistemas de gestão da</p><p>qualidade, responsabilidade da gestão, gestão de recursos, realização do</p><p>produto e medição, análise e melhoria. Como uma síntese da literatura</p><p>e dos requisitos da família das normas ISO 9.000, foram resumidos os</p><p>benefícios da gestão da qualidade (assimilados com efeitos positivos)</p><p>com relação aos oito princípios. A síntese dos benefícios desses</p><p>princípios pode ser usada pela gestão da organização como uma</p><p>estrutura para orientar as abordagens de desempenho aprimorado.</p><p>O Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SSO) fornece</p><p>um conjunto de ferramentas que aumentam a eficiência da gestão de</p><p>riscos e segurança relacionada a todas as atividades de trabalho da</p><p>organização, e os objetivos mais importantes da implementação de</p><p>estratégias e as táticas no campo são:</p><p>• Princípios fundamentais para orientar as políticas de promoção,</p><p>ação e gestão de SSO.</p><p>• Medidas gerais de proteção, por exemplo, guarda de máquinas,</p><p>exame médico de trabalhadores jovens ou limitação do peso das</p><p>cargas a serem transportadas por um único trabalhador.</p><p>• Proteção em ramos específicos da atividade econômica.</p><p>• Proteção de profissões e categorias específicas de trabalhadores</p><p>com necessidades específicas de saúde ocupacional (como</p><p>mulheres ou jovens trabalhadores);</p><p>• Proteção contra riscos específicos.</p><p>55</p><p>• Medidas e procedimentos organizacionais relativos à inspeção do</p><p>trabalho ou indenização por lesões e doenças ocupacionais.</p><p>Em relação aos objetivos identificados anteriormente, o Quadro 1</p><p>mostra as vantagens e as desvantagens da implementação de um</p><p>sistema de gestão de SSO.</p><p>Quadro 1 – Vantagens da implementação de um sistema de gestão</p><p>1. VANTAGENS</p><p>1.1 Suporte para gestão de risco:</p><p>- Priorizar o planejamento, organização, controle, monitoramento</p><p>e revisão das medidas de mitigação de risco.</p><p>- Ajudar na alocação dos recursos corretos, alcançando eficácia e eficiência.</p><p>1.2 Foco</p><p>em Segurança e Saúde Ocupacional</p><p>- Apoiar os funcionários com uma maior compreensão dos riscos de SSO.</p><p>- Obter o equilíbrio certo no controle de todos os riscos.</p><p>1.3 Os objetivos devem ter a mesma importância que outros objetivos do negócio:</p><p>- Implementar de forma correta a área de segurança de modo que haverá</p><p>garantia que os objetivos de Segurança e Saúde Ocupacional sejam</p><p>bem definidos, concentrando-se na política e no processo de definição</p><p>de objetivos e sua entrega por meio do programa de gestão.</p><p>1.4 Comprovar a conformidade legal:</p><p>- Demonstrar conformidade legal e comprovar integração com outros</p><p>sistemas de gestão como qualidade e meio ambiente.</p><p>1.5 Integração do sistema de suporte:</p><p>- Fornecer uma abordagem holística de gestão de riscos de negócios.</p><p>- Formalizar a abordagem sistemática para conformidade, no sentido</p><p>de encorajar a confiança na abordagem interna da organização.</p><p>1.6 Melhoria contínua:</p><p>- Permitir que as organizações melhorem áreas que não estão operando</p><p>de forma eficaz ou eficiente, usando revisões de processo e auditorias</p><p>para identificar sistematicamente as oportunidades de melhoria.</p><p>- Aprimorar os processos de conhecimento e estimular a participação</p><p>dos colaboradores nas questões de saúde e segurança.</p><p>- Rever regularmente a gestão dos relatórios e resultados de auditoria,</p><p>com o objetivo de atender aos requisitos de governança.</p><p>Fonte: adaptado de Who [...] (2015).</p><p>56</p><p>Quadro 2 – Desvantagens da implementação de um sistema de gestão</p><p>2. DESVANTAGENS</p><p>2.1 Burocracia e tempo para implementar:</p><p>- O sistema gera papelada excessiva;</p><p>- Desenhar e implementar um sistema de gestão de SST pode ser muito demorado;</p><p>2.2 Grande demanda de recursos:</p><p>- SSO exige que os recursos sejam alocados em todas as</p><p>funções e em todos os níveis da organização;</p><p>- Isso pode ser compensado pela inclusão e envolvimento de</p><p>funcionários, entre eles gerentes e representantes de segurança;</p><p>- Se parte do trabalho for terceirizado, certificar-se de verificar se os</p><p>resultados correspondem às necessidades da organização;</p><p>2.3 O comportamento humano pode não ser totalmente abordado:</p><p>- A mudança de comportamento humano pode ser difícil se houver</p><p>muita ênfase nos requisitos de burocracia/papelada de uma</p><p>implementação formal do sistema de gestão de SSO;</p><p>2.4 Os organismos de certificação e garantia ainda estão aprendendo:</p><p>- Pode haver conflito quando as interpretações dos auditores de saúde e segurança</p><p>são diferentes daquelas do setor ou organização que está sendo auditada;</p><p>- A pressão para obter a certificação para o sistema de gestão de SST</p><p>pode criar estresse em gerentes e funcionários; Integração:</p><p>- Existe o risco de diluição dos esforços de saúde e segurança ou de criação de</p><p>desigualdade entre a gestão da qualidade, saúde e segurança e meio ambiente;</p><p>2.5 Resistência à mudança:</p><p>- Barreiras à mudança são invariavelmente erguidas na forma de novos sistemas;</p><p>2.6 Os gerentes não entendem o sistema SSO:</p><p>- Exigem tempo, treinamento e motivação para garantir que se</p><p>tornem defensores do sistema e não inimigos internos;</p><p>- Requerem comunicação eficaz para conquistar as pessoas;</p><p>- Há uma tendência de anotar o que é feito em tempo real</p><p>e adotar por meio do sistema de gestão de SSO</p><p>Fonte: adaptado de Who [...] (2015).</p><p>A partir do momento que as empresas adotam a ISO 9.001, ISO</p><p>14.000 e ISO 45.001, elas colocam sob um mesmo teto todas as áreas</p><p>da qualidade, meio ambiente e saúde e segurança do trabalho. As</p><p>empresas estão selecionando um único gestor como responsável pelas</p><p>três áreas, uma vez que existe a integração entre elas. Como resultado,</p><p>57</p><p>ocorre o cumprimento dos padrões de produção estabelecidos, o</p><p>cumprimento das obrigações legais, bem como o envolvimento nos</p><p>processos organizacionais, no sentido de promover a melhoria contínua</p><p>das condições de saúde e segurança. Partindo do princípio de que os</p><p>sistemas serão auditados, as empresas podem ter os seus sistemas</p><p>certificados (BARSANO; BARBOSA, 2013).</p><p>2.3 As instalações e o controle de riscos</p><p>As atividades desenvolvidas nas empresas exigem que os trabalhadores</p><p>se envolvam em atividades de risco, como soldagem oxiacetileno,</p><p>soldagem a laser, corte de metal, processamento da matéria-</p><p>prima, movimentação e levantamento de peso. Além disso, campos</p><p>magnéticos, gases comprimidos e radiações prejudiciais podem impactar</p><p>negativamente a saúde de um trabalhador. Os riscos do local de trabalho</p><p>podem levar a uma serie de mortes por dia no Brasil e no mundo.</p><p>Além de causar danos irreparáveis aos trabalhadores, os acidentes de</p><p>trabalho causam prejuízos indiretos às máquinas, ao meio ambiente</p><p>e impactam negativamente a produtividade do trabalho. Portanto, é</p><p>vital identificar os riscos ocupacionais potenciais e tomar medidas para</p><p>minimizar os acidentes de trabalho.</p><p>A maioria dos acidentes ocorre por falta de ações e equipamentos de</p><p>segurança, treinamento inadequado ou inconsistente dos funcionários</p><p>ou segurança comprometida. A segurança no local de trabalho, em uma</p><p>fábrica, é alcançável, desde que sejam conhecidas as fontes potenciais</p><p>de riscos ocupacionais e as formas de evitá-los. A avaliação de risco</p><p>eficaz pode ajudá-los a ficar ciente dos perigos presentes na planta e</p><p>esclarecer a necessidade de manutenção e reparos de equipamentos.</p><p>Os fabricantes podem adotar os Modos de Análise de Efeitos da Falha</p><p>(FMEA) para prever as falhas potenciais e problemas de segurança no</p><p>processo de fabricação. A técnica usa fatores como a gravidade do</p><p>58</p><p>problema, sua ocorrência e facilidade de detecção para conduzir uma</p><p>avaliação de risco abrangente do piso da instalação.</p><p>Por vezes, algumas áreas de fabricação costumam ser confusas e</p><p>desorganizadas. Uma área de trabalho desorganizada, com piso</p><p>molhado ou gorduroso e cabos de alimentação espalhados, ou</p><p>mangueiras de cilindro de gases de soldagem (oxigênio, acetileno,</p><p>argônio etc.), pode aumentar o risco de acidentes de trabalho evitáveis.</p><p>Como resultado, é fundamental manter os corredores, passarelas e</p><p>a estação de trabalho limpos e livres de objetos e equipamentos que</p><p>possam causar escorregões, quedas e incêndios.</p><p>Se o piso ao redor da estação de trabalho estiver molhado ou gorduroso,</p><p>coloque uma barricada com fita isolante ao redor dessa área. Também</p><p>é importante eliminar a sucata, aparas de metal e materiais inflamáveis,</p><p>colocando-os em caixas designadas. As passarelas devem estar livres de</p><p>racks, paletes, mangueiras, cabos de alimentação e outros equipamentos.</p><p>Além disso, deve-se organizar todos os equipamentos e acessórios de</p><p>forma ordenada, reduzindo, assim, o risco de acidentes graves.</p><p>Da mesma forma, é fundamental exigir que os trabalhadores usem o</p><p>equipamento de segurança necessário. Ademais, independentemente</p><p>do colaborador ser aprendiz ou especialista, ele deve ser treinado para</p><p>seguir o protocolo de segurança, reduzindo, assim, o risco de acidentes</p><p>e lesões. Além disso, como as diretrizes nacionais de segurança para a</p><p>indústria de manufatura estão sempre mudando, é necessário ministrar</p><p>treinamentos periódicos aos trabalhadores, garantindo que apenas</p><p>pessoal qualificado opere as máquinas.</p><p>Além de educar os trabalhadores sobre como evitar os acidentes</p><p>comuns de trabalho, o treinamento certo pode ajudá-los a descartar</p><p>sucata com segurança, relatar defeitos no equipamento e gerenciar os</p><p>requisitos de manutenção, se houver.</p><p>59</p><p>O controle de risco na segurança do trabalho sempre será um desafio</p><p>para as empresas, uma vez que é necessário a adoção, ou adaptação, de</p><p>uma nova cultura para apoiar as novas realidades do local de trabalho.</p><p>O estilo e o método de liderança em segurança precisam mudar à</p><p>medida que novas tecnologias são adotadas. Os líderes precisarão</p><p>desenvolver e melhorar os métodos de trabalho dos funcionários, não</p><p>apenas direcioná-los.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 9001:</p><p>sistema de gestão da qualidade: requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS</p><p>(ABNT). ABNT NBR ISO 9000:</p><p>Sistema de Gestão da Qualidade: Fundamentos e Vocabulário. Rio de Janeiro, ABNT,</p><p>2015b.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 31.000:</p><p>gestão de riscos: diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 45.001:</p><p>sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional: requisitos com orientações</p><p>de uso. Rio de Janeiro, ABNT, 2018b.</p><p>BARSANO, P. R.; BARBOSA, R. P. Controle de riscos: prevenção de acidentes no</p><p>ambiente ocupacional. São Paulo: Editora Erica, 2013.</p><p>NATIONAL INSTITUTE FOR OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH (NIOSH).</p><p>Hierarchy of controls. 2015. Disponível em: https://www.cdc.gov/niosh/topics/</p><p>hierarchy/. Acesso em: 29 ago. 2021.</p><p>WHO European Centre for Environment and Health. Guidelines on Quality</p><p>Management in Multidisciplinary Occupational Health Services. 2015.</p><p>Disponível em: https://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0006/119778/</p><p>E68239.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021.</p><p>https://www.amazon.com.br/s/ref=dp_byline_sr_book_1?ie=UTF8&field-author=Paulo+Roberto+Barsano+e+Rildo+Pereira+Barbosa&text=Paulo+Roberto+Barsano+e+Rildo+Pereira+Barbosa&sort=relevancerank&search-alias=stripbooks</p><p>https://www.cdc.gov/niosh/topics/hierarchy/</p><p>https://www.cdc.gov/niosh/topics/hierarchy/</p><p>https://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0006/119778/E68239.pdf</p><p>https://www.euro.who.int/__data/assets/pdf_file/0006/119778/E68239.pdf</p><p>60</p><p>Gerenciamento de riscos</p><p>ocupacionais</p><p>Autoria: Marcos Antonio Dias</p><p>Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Objetivos</p><p>• Conhecer a Gestão de Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho.</p><p>• Definir o Gerenciamento de Riscos Operacional.</p><p>• Estudar a avaliação de riscos.</p><p>61</p><p>1. Gerenciamento de riscos operacionais</p><p>As Normas Regulamentadoras foram criadas por uma Comissão</p><p>Tripartite Paritária Permanente (CTPP) através da Portaria nº 11 de 17 de</p><p>maio de 2002, que nessa época, eram da responsabilidade do Ministério</p><p>do Trabalho. A Secretaria do Trabalho (2021, p. 1) comenta que:</p><p>[...] A elaboração e a revisão das normas regulamentadoras são realizadas,</p><p>em 2021, pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, adotando o</p><p>sistema tripartite paritário, preconizado pela Organização Internacional</p><p>do Trabalho (OIT), por meio de grupos e comissões compostas por</p><p>representantes do governo, de empregadores e de trabalhadores. Nesse</p><p>contexto, a Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP) é a instância</p><p>de discussão para construção e atualização das normas regulamentadoras,</p><p>com vistas a melhorar as condições e o meio ambiente do trabalho.</p><p>Em resumo, o governo precisa arrecadar impostos para cuidar da saúde</p><p>e educação das pessoas. Os cidadãos precisam ter trabalho para gerar</p><p>renda e pagar tributos ao governo, e trabalhar com segurança com a</p><p>finalidade de evitar acidentes. Os empresários, por sua vez, precisam</p><p>ter máxima produção a um custo mínimo, no sentido de cumprir todas</p><p>as obrigações legais e ter lucro. A partir da CTPP são criadas e revisadas</p><p>as Normas Regulamentadoras e, numa análise crítica, nem sempre as</p><p>Normas Regulamentadoras atendem as exigências e necessidades dos</p><p>três atores da CTPP.</p><p>1.1 Fundamentos jurídicos</p><p>Os pilares desse estudo estão centrados nas normas:</p><p>A NR-01: Disposições gerais e gerenciamento de riscos ocupacionais, no</p><p>item 1.1.1, destaca que:</p><p>62</p><p>[...] O objetivo desta Norma é estabelecer as disposições gerais, o</p><p>campo de aplicação, os termos e as definições comuns às Normas</p><p>Regulamentadoras - NR relativas a segurança e saúde no trabalho e as</p><p>diretrizes e os requisitos para o gerenciamento de riscos ocupacionais</p><p>e as medidas de prevenção em Segurança e Saúde no Trabalho – SST.</p><p>(BRASIL, 2020, p.1)</p><p>A NBR ISO 31000: Gestão de riscos: Princípios e diretrizes, na introdução,</p><p>faz o seguinte comentário:</p><p>[...] Gerenciar riscos é iterativo e auxilia as organizações no</p><p>estabelecimento de estratégias, no alcance de objetivos e na tomada de</p><p>decisões fundamentadas...Gerenciar riscos considera os contextos externo</p><p>e interno da organização, incluindo o comportamento humano e os fatores</p><p>culturais. (ABNT, 2018a, p.vi)</p><p>A NBR 45001: Sistemas de gestão de saúde e segurança ocupacional:</p><p>Requisitos com orientação para uso tem como fator de sucesso:</p><p>[...] A implementação de um sistema de gestão de SSO é uma decisão</p><p>estratégica e operacional para uma organização. O sucesso do sistema de</p><p>gestão de SSO depende de liderança, compromisso e participação de todos</p><p>os níveis e funções da organização. (ABNT, 2018b, p. v)</p><p>1.2 Fluxograma de trabalho e dimensionamento do</p><p>SESMT</p><p>Nesse primeiro momento, é importante tratar de forma abrangente</p><p>a gestão de saúde e segurança operacional, isto é, elaborar um</p><p>fluxograma que, teoricamente, atenda a todas as empresas, como</p><p>mostrado na Figura 1. Na prática, uma grande parte das empresas não</p><p>possuem a Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (GSSO).</p><p>63</p><p>Figura 1 – Fluxograma do gerenciamento de risco</p><p>Fonte: elaborada pelo autor.</p><p>Dependendo do porte da empresa e complexidade dos seus processos</p><p>produtivos, é necessário efetivar um corpo de profissionais com</p><p>atribuições específicas na área de segurança e saúde ocupacional. Os</p><p>profissionais que compõem os Serviços Especializados em Engenharia</p><p>de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) são os responsáveis</p><p>diretos pela gestão de saúde e segurança ocupacional. O Quadro 1</p><p>dimensiona o SESMT em relação ao número de funcionários e o grau de</p><p>risco da empresa.</p><p>Quadro 1 – Dimensionamento do SESMT</p><p>Grau de</p><p>risco</p><p>Nº dos empregados no</p><p>estabelecimento</p><p>50 a</p><p>100</p><p>101</p><p>a</p><p>250</p><p>251</p><p>a</p><p>500</p><p>501</p><p>a</p><p>1.000</p><p>1001</p><p>a</p><p>2000</p><p>2001</p><p>a</p><p>3500</p><p>3501</p><p>a</p><p>5000</p><p>Acima de 5000</p><p>para cada grupo</p><p>de 4000 ou fração</p><p>acima de 2000 **</p><p>Técnicos</p><p>1</p><p>Técnico seg.do trabalho 1 1 1 2 1</p><p>Engenheiro seg. do trabalho 1* 1 1*</p><p>Aux. enfermagem do trabalho 1 1 1</p><p>Enfermeiro do trabalho 1*</p><p>Médico do trabalho 1* 1* 1 1*</p><p>64</p><p>2</p><p>Técnico seg.do trabalho 1 1 2 5 1</p><p>Engenheiro seg. do trabalho 1* 1 1 1*</p><p>Aux. enfermagem do trabalho 1 1 1 1</p><p>Enfermeiro do trabalho 1</p><p>Médico do trabalho 1* 1 1 1</p><p>3</p><p>Técnico seg.do trabalho 1 2 3 4 6 8 3</p><p>Engenheiro seg. do trabalho 1* 1 1 2 1</p><p>Aux. enfermagem do trabalho 1 2 1 1</p><p>Enfermeiro do trabalho 1</p><p>Médico do trabalho 1* 1 1 2 1</p><p>4</p><p>Técnico seg.do trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3</p><p>Engenheiro seg. do trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1</p><p>Aux. enfermagem do trabalho 1 1 2 1 1</p><p>Enfermeiro do trabalho 1</p><p>Médico do trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1</p><p>(*) Tempo parcial (mínimo de 3 h).</p><p>(**) O dimensionamento total deverá ser feito</p><p>levando-se em consideração o dimensionamento</p><p>de faixas de 3501 a 5000 mais o dimensionamento</p><p>do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.</p><p>Obs.: hospitais, ambulatórios, maternidades, casas.</p><p>Saúde e repouso. Clínicas e estabelecimentos similares.</p><p>com mais de 500 (quinhentos) empregados, deverão</p><p>contratar um enfermeiro em tempo integral.</p><p>Fonte: Brasil (2016, p. 35).</p><p>Nota: o grau de risco é encontrado no Quadro I da NR-04 (BRASIL, 1978)</p><p>e está relacionado ao Cadastro Nacional de Atividades Econômicas</p><p>(CNAE), que, por sua vez, é encontrado no Cartão do Cadastro Nacional</p><p>da Pessoa Jurídica (CNPJ).</p><p>1.3 Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho</p><p>O Sistema de Gestão de Saúde e Segurança pode ser definido como um</p><p>conjunto de ações e procedimentos com objetivo de reduzir os riscos</p><p>ocupacionais, mantendo uma cultura de segurança e melhorando a</p><p>produtividade. Gerenciar saúde e segurança não precisa ser complicado,</p><p>caro ou demorado. A certificação em um padrão internacional de saúde</p><p>65</p><p>e segurança ocupacional sinaliza que uma determinada organização</p><p>implantou um sistema de gestão visando controlar os riscos a níveis</p><p>aceitáveis, garantido a saúde e integridade de seus colaboradores.</p><p>Os padrões são baseados no processo de gerenciamento “planejar–</p><p>fazer–verificar–agir” e foram projetados para serem compatíveis com</p><p>os padrões de gerenciamento ISO 9.001 (ABNT, 2015a) (qualidade), ISO</p><p>14.001 (ABNT, 2015b) (ambiental) e ISO 45.001 (ABNT, 2018b) (saúde</p><p>e</p><p>segurança).</p><p>Com vistas a melhoria do desempenho e em um clima de valorização da</p><p>saúde ideal, organizações de todos os tamanhos e setores da indústria</p><p>estão implementando sistemas de gestão, uma vez que entenderam que</p><p>segurança e a saúde ocupacional são essenciais para o sucesso geral</p><p>de qualquer organização. Deixar de assumir a responsabilidade pela</p><p>saúde e segurança ocupacional dentro de sua organização pode levar</p><p>a consequências sérias, como multas e interdições, além de passivos</p><p>trabalhistas, desgastando a imagem da empresa perante a sociedade e</p><p>seus clientes.</p><p>1.3.1 Elementos-chave de um sistema de gestão de saúde e</p><p>segurança</p><p>Independentemente do tamanho ou tipo da organização, os melhores</p><p>sistemas de gestão de saúde e segurança aplicam em uma abordagem</p><p>de bom senso, baseada em uma compreensão completa dos perigos e</p><p>riscos específicos que a organização enfrenta diariamente. Isso requer</p><p>liderança e gerenciamento proativos, incluindo o desenvolvimento de</p><p>processos apropriados, levando em consideração plano de atendimento</p><p>de emergências (PAE). Também é necessária uma força de trabalho</p><p>competente e bem treinada, operando em um ambiente de confiança.</p><p>Além do mais, é necessária uma abordagem de entrega consistente e</p><p>sustentada.</p><p>66</p><p>Um sistema de gestão de saúde e segurança verdadeiramente eficaz</p><p>estabelece e mantém uma cultura de segurança que permeia toda</p><p>a organização. A atitude e os comportamentos da gerência e dos</p><p>trabalhadores devem exibir um forte compromisso com um ambiente</p><p>de trabalho mais seguro, ou o sistema não produzirá os resultados</p><p>desejados.</p><p>A estrutura de sistemas de gestão de saúde e segurança envolve:</p><p>identificação de requisitos legais e outros; uma estrutura clara para</p><p>autoridade e responsabilidade; objetivos mensuráveis para melhoria</p><p>contínua; abordagem estruturada para avaliação de risco; abordagem</p><p>planejada e documentada para saúde e segurança; e o monitoramento</p><p>de questões de saúde e segurança e auditoria de desempenho.</p><p>Um sistema de gestão de saúde e segurança pode trazer diversos</p><p>benefícios, entre os quais, pode-se destacar: redução de acidentes</p><p>e doenças ocupacionais; redução no estresse e um aumento na</p><p>produtividade; redução na probabilidade de pagar custas judiciais e</p><p>indenizações; melhoria no risco de subscrição (está relacionado aos itens</p><p>com seguro da empresa). A conscientização de toda organização garante</p><p>o atendimento legal da legislação referente à saúde e à segurança</p><p>ocupacional.</p><p>O fato de a empresa colocar um foco mais forte na gestão de saúde</p><p>e segurança ajuda a gerar consciência sobre a importância da</p><p>segurança no local de trabalho em toda a organização. Por sua vez, os</p><p>trabalhadores farão da segurança o foco principal enquanto realizam</p><p>suas atividades diárias.</p><p>1.3.2 Melhoria da moral dos funcionários</p><p>Quando os trabalhadores sabem que seu empregador está preocupado</p><p>com sua saúde e segurança, eles se sentem melhor em vir para o</p><p>67</p><p>trabalho todos os dias e são mais propensos a encarar seus empregos</p><p>com uma atitude positiva. A moral elevada tende a melhorar a satisfação</p><p>no trabalho, o que pode, em última análise, diminuir a rotatividade de</p><p>funcionários.</p><p>As pessoas querem trabalhar para empresas que valorizem seus</p><p>funcionários. Implementar um sistema de gestão de saúde e segurança</p><p>demonstra que a organização se preocupa com o bem-estar de seus</p><p>funcionários, o que pode ajudá-lo a atrair candidatos com melhor</p><p>capacitação.</p><p>1.4 Gestão de risco</p><p>A gestão de risco é o processo de formulação e implementação</p><p>de uma série de ações para mitigar os perigos identificados como</p><p>sendo importantes no processo de avaliação de risco. O programa de</p><p>gerenciamento de riscos vai ao encontro da identificação dos riscos, e</p><p>o processo de determinação do risco associado a eles é a avaliação de</p><p>risco.</p><p>Os perigos reconhecidos podem ser gerenciados com uma variedade</p><p>de ajustes nas práticas de trabalho, equipamentos e instalações,</p><p>evitando gaps na trajetória da empresa, de modo que ela não caia</p><p>perante os cliente e concorrentes, como ilustrado na Figura 2.</p><p>Dependendo da situação, as principais modificações se concentram</p><p>nos controles de engenharia (instalações e equipamentos), ou nas</p><p>mudanças administrativas (como delegação de autoridade de tomada</p><p>de decisão para o nível correto ou revisão dos procedimentos de</p><p>segurança estabelecidos), e em outros casos, ainda, na adoção de</p><p>dispositivos relacionados à segurança, equipamentos de proteção ou</p><p>métodos de pesquisa.</p><p>68</p><p>Figura 2 – Os riscos na empresa</p><p>Fonte: LeoWolfer/iStock.com.</p><p>Os programas de treinamento devem ser ajustados de acordo com essas</p><p>mudanças para garantir sua eficácia. Claramente, diferentes pessoas</p><p>devem estar envolvidas para alcançar avanços apropriados nos vários</p><p>elementos que contribuem para a melhoria da saúde e segurança do</p><p>trabalhador. A pesquisa básica e aplicada também pode ser necessária</p><p>para identificar, avaliar e desenvolver os meios para lidar com novos</p><p>perigos específicos e para garantir sua praticidade e uso do local de</p><p>trabalho.</p><p>É importante reconhecer que muitos fatores influenciam o</p><p>gerenciamento de riscos. Fatores externos, tais como valores públicos,</p><p>política, economia, questões jurídicas e questões técnicas podem</p><p>influenciar o processo de gerenciamento de risco localmente (como no</p><p>ajuste de procedimentos operacionais padrão) ou nacionalmente (como</p><p>no ajuste de diretrizes e regulamentos). Em alguns casos, as influências</p><p>externas forçam decisões e ações excessivamente conservadoras</p><p>de gerenciamento de risco; mais frequentemente, essas influências,</p><p>especialmente as restrições fiscais, levam a decisões e ações de gestão</p><p>de risco aquém das ideais.</p><p>69</p><p>Para ser eficaz, a gestão de riscos deve ter dois elementos: um</p><p>plano específico de saúde e segurança ocupacional e uma cultura de</p><p>segurança e ambiente de trabalho adequados. A cultura de segurança</p><p>é frequentemente considerada um dado adquirido, embora seja</p><p>fundamental na construção de um sistema de gerenciamento de risco</p><p>eficaz e um ambiente de trabalho saudável. Em um nível básico, a</p><p>cultura de segurança é a maneira como a administração institucional</p><p>e os funcionários de uma organização se sentem em relação ao risco;</p><p>sentimentos, atitudes e percepções sobre o risco, influenciarão a</p><p>forma como ele é gerenciado. A cultura de segurança dá o tom de uma</p><p>organização, influenciando a consciência de seu pessoal na condução</p><p>de suas atividades diárias. A cultura de segurança abrange a tolerância</p><p>de uma organização ao risco em suas atividades operacionais diárias e</p><p>processos de tomada de decisão.</p><p>Quanto maior o grau em que a administração reconhece a necessidade</p><p>de gerenciamento de risco, maior será seu compromisso com o</p><p>estabelecimento de padrões e protocolos para identificar, avaliar e</p><p>gerenciar riscos, e mais benéfico será o programa de gerenciamento de</p><p>risco.</p><p>1.5 Gerenciamento de riscos ocupacionais</p><p>Desde o século XXI é reconhecido que a causa mais comum de acidentes</p><p>é a variabilidade do desempenho humano. Essa abordagem é diferente</p><p>do paradigma de erro humano tradicional. No entanto, deve-se destacar</p><p>que apesar da mudança de paradigma, o fator mais importante para</p><p>a melhoria da segurança do trabalho ainda é a conscientização dos</p><p>colaboradores. Uma opção consiste em moldar atitudes seguras no local</p><p>de trabalho por meio de treinamento adequado e implementação de</p><p>procedimentos de prevenção de risco. A Figura 3 exemplifica a condição</p><p>segura de trabalho, mostrando trabalhadores usando os EPIs e EPCs</p><p>necessários para a execução do trabalho.</p><p>70</p><p>Figura 3 – Funcionário trabalhando na condição segura</p><p>Fonte: RainStar/iStockphoto.com.</p><p>Na avaliação de risco ocupacional, o principal problema é a alta</p><p>subjetividade e a necessidade resultante de combinar informações</p><p>quantitativas e qualitativas nas avaliações de segurança. Os métodos</p><p>utilizados para avaliar o risco ocupacional foram mais frequentemente</p><p>adotados na área de estimativa quantitativa</p><p>de riscos, o que exigiu o</p><p>ajuste do seu sistema de classificação para efeitos de avaliação dos</p><p>riscos ocupacionais.</p><p>O objetivo geral de uma avaliação de risco é garantir que ninguém</p><p>sofra danos como resultado das atividades no local de trabalho. As três</p><p>principais razões para avaliar e gerir o risco são:</p><p>• Dano humano: o motivo mais forte para a avaliação de risco no</p><p>local de trabalho é evitar que ocorram danos às pessoas como</p><p>resultado das atividades no local de trabalho. As atividades do local</p><p>de trabalho são inerentemente perigosas, no entanto, ninguém</p><p>71</p><p>espera arriscar a vida ou a saúde física ou psicológica como</p><p>consequência de executar um trabalho. Existe, portanto, o dever</p><p>moral dos empregadores de tomar as medidas adequadas para</p><p>garantir a saúde e a segurança de seus empregados. A avaliação</p><p>de risco é o principal meio pelo qual isso pode ser planejado com</p><p>eficácia.</p><p>• Efeitos legais: os empregadores têm obrigações legais em relação</p><p>à saúde e segurança, e caso elas não sejam cumpridas eles podem</p><p>sofrer severas penalidades, até mesmo multas ou prisão. Uma</p><p>avaliação de risco adequada pode fornecer evidências de que</p><p>um empregador tomou as medidas corretas para cumprir essas</p><p>obrigações. A legislação afirma que os empregadores devem assumir</p><p>total responsabilidade pelas medidas de bem-estar, segurança e</p><p>saúde de todos os empregados. De acordo com a lei, o empregador</p><p>é obrigado a fornecer ferramentas e equipamentos de segurança</p><p>adequados, além de garantir a capacitação desses trabalhadores.</p><p>• Efeitos econômicos: os empregadores desejarão minimizar os</p><p>custos financeiros, em consequência dos acidentes no local de</p><p>trabalho. Os prejuízos incluem não apenas o custo direto de</p><p>danos a máquinas e equipamentos, mas a perda de produção, a</p><p>diminuição nas vendas e o aumento do prêmio de seguro etc.</p><p>Um requisito fundamental para o gerenciamento de riscos no local de</p><p>trabalho é consultar os trabalhadores afetados por questões de saúde e</p><p>segurança. Os trabalhadores devem estar envolvidos na identificação de</p><p>perigos, avaliação de riscos e processos de controle de riscos. Quando os</p><p>trabalhadores são representados pela Comissão Interna de Prevenção</p><p>de Acidentes (CIPA), os seus representantes devem estar envolvidos no</p><p>processo de consulta.</p><p>A identificação, avaliação e controle de perigos no local de trabalho é</p><p>um processo contínuo que deve ser realizado em vários momentos,</p><p>incluindo:</p><p>72</p><p>• No início de um ciclo produtivo ou atividade.</p><p>• Sempre que identificado um novo perigo e risco.</p><p>• Quando uma mudança no local de trabalho pode introduzir ou</p><p>alterar um perigo. Por exemplo, quando ocorrem mudanças no</p><p>equipamento, nas práticas, nos procedimentos ou no ambiente de</p><p>trabalho.</p><p>• Como parte da resposta a um incidente no local de trabalho,</p><p>mesmo quando não ocorreu um ferimento.</p><p>• Onde novas informações sobre um risco se tornam disponíveis ou</p><p>preocupações sobre um risco são levantadas pelos trabalhadores</p><p>• Em horários programados regularmente e apropriados para o local</p><p>de trabalho.</p><p>Frequentemente, é mais fácil e eficaz eliminar os perigos se as</p><p>abordagens de gerenciamento de risco forem usadas nos estágios de</p><p>planejamento e projeto de produtos, processos e locais de trabalho.</p><p>O procedimento para gerenciamento de risco (envolvendo identificação de</p><p>perigo, avaliação de risco e controle) é um guia prático para ajudar a tornar</p><p>todos os locais de trabalho da empresa mais seguros para trabalhadores,</p><p>contratados e visitantes. Isso ajudará a gerência e os trabalhadores, por</p><p>meio de consultas, a cumprir as normas regulamentadoras. As normas</p><p>regulamentadoras exigem que as empresas identifiquem, avaliem e</p><p>controlem os perigos no local de trabalho com o objetivo de eliminá-los ou</p><p>minimizá-los, até onde for razoavelmente praticável.</p><p>1.5.1 Etapas de avaliação de risco ocupacional</p><p>Embora muitas vezes não haja regras fixas sobre como uma avaliação</p><p>de risco deve ser realizada, é importante a adoção de uma abordagem</p><p>73</p><p>estruturada que permitirá que todos os riscos ou perigos relevantes</p><p>sejam considerados.</p><p>A Engenharia de Segurança categorizou as etapas das avaliações de risco</p><p>ocupacional no local de trabalho em cinco etapas, conforme indicado a</p><p>seguir:</p><p>Etapa 1: identificar os perigos. Esse é o processo de identificação de</p><p>todos os perigos que existem no local de trabalho. Os empregadores e</p><p>os funcionários devem estar cientes de todos os riscos possíveis, mas</p><p>são os significativos que são importantes. As equipes que realmente</p><p>executam as tarefas são provavelmente as melhores pessoas para</p><p>avaliá-las, embora a familiaridade com o trabalho possa torná-las menos</p><p>objetivas quanto aos perigos potenciais. O perigo pode ser identificado</p><p>por uma pesquisa passo a passo para identificar a substância e os</p><p>materiais no local de trabalho, como produtos químicos usados,</p><p>máquinas etc.</p><p>Etapa 2: decidir quem pode ser prejudicado e como. Esse é o</p><p>processo de determinar quem pode estar em risco, ou seja, os grupos de</p><p>funcionários e outros que podem ser afetados no caso de um incidente</p><p>ou acidente envolvendo o perigo. Atenção especial deve ser dada a</p><p>uma equipe inexperiente, trabalhadores individuais ou temporários, e</p><p>às necessidades particulares de funcionários com deficiência, mulheres</p><p>grávidas e crianças.</p><p>Etapa 3: avaliar os riscos e decidir sobre as precauções. É nessa</p><p>etapa que é avaliada a importância dos riscos e sugerido o que deve ser</p><p>feito para proteger as pessoas. Devem ser implementados sistemas e</p><p>procedimentos de trabalho adequados para verificar a probabilidade de</p><p>um acidente ocorrer.</p><p>Etapa 4: registrar as descobertas. Os resultados significativos da</p><p>avaliação devem ser registrados e mantidos. Deve haver registros de</p><p>User</p><p>Realce</p><p>74</p><p>todos os perigos, os riscos que eles apresentam e quais precauções</p><p>existem para proteger as pessoas de perigos. Esses registros escritos</p><p>são uma referência importante para uso futuro, não apenas como base</p><p>para análise de riscos, mas também como informações para agentes de</p><p>fiscalização, ou mesmo como evidências em qualquer processo judicial</p><p>decorrente de acidente envolvendo o risco.</p><p>1.6 Os dados estatísticos no gerenciamento de riscos</p><p>O desempenho da segurança é tradicionalmente avaliado através da</p><p>aplicação de métodos estatísticos para a análise de dados de acidentes</p><p>e lesões. Os indicadores de acidentes ou lesões incluem o número,</p><p>frequência, gravidade, taxas e seus custos, que geralmente são referidos</p><p>como indicadores defasados (retrospectivos). Esses indicadores enfocam</p><p>os resultados de segurança e medem as falhas dos programas de</p><p>segurança.</p><p>Indicadores principais (prospectivos), como auditorias de segurança,</p><p>análise de risco e clima de segurança, são aplicados por organizações</p><p>que adotam a NBR 45001 (2018b) para medir o sucesso de um sistema</p><p>(COOPER; PHILLIPS, 2004).</p><p>O clima de segurança normalmente é um indicador importante para</p><p>avaliar o desempenho de segurança nas organizações. Embora seja</p><p>comum empregar separadamente os indicadores de atraso e de avanço</p><p>para medir o desempenho de segurança, Cooper e Phillips (2004)</p><p>sugeriram a aplicação de uma combinação desses indicadores para</p><p>medir os impactos dos programas de segurança em uma organização.</p><p>A avaliação da eficácia das intervenções de Saúde e Segurança</p><p>Ocupacional ajudará as organizações a determinar se eles usaram seus</p><p>recursos para atingir os objetivos de Saúde e Segurança Ocupacional.</p><p>O objetivo final das organizações na condução das intervenções</p><p>é a prevenção de lesões e doenças ocupacionais. As organizações</p><p>75</p><p>tentam aplicar estratégias de prevenção de forma eficaz; no entanto,</p><p>algumas empresas não medem sua eficácia. Vários fatores, incluindo a</p><p>participação dos funcionários em atividades de segurança, treinamento</p><p>de segurança, o comprometimento dos gestores e seu envolvimento</p><p>com a segurança, bem como a boa comunicação entre gestores e</p><p>funcionários estão relacionados a menores taxas de acidentes de</p><p>trabalho</p><p>nas organizações.</p><p>As organizações que normalmente investigam seus acidentes têm bons</p><p>sistemas de registro e recompensa, usam regras e procedimentos de</p><p>segurança para realizar atividades de maneira segura e empregam um</p><p>sistema de feedback para práticas de gestão de segurança que afetam</p><p>o desempenho da segurança. A identificação de perigos, a proteção</p><p>da máquina, a existência de um comitê de segurança, limpeza e o</p><p>fornecimento de equipamentos de proteção individual aumentam o</p><p>desempenho da segurança nos locais de trabalho.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 9001:</p><p>Sistema de Gestão da Qualidade: Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2015a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 14001:</p><p>sistema de gestão ambiental: requisitos com orientações para uso. Rio de Janeiro:</p><p>ABNT, 2015b.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 31.000:</p><p>Gestão de riscos: Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 45.001:</p><p>Sistemas de gestão de segurança e saúde ocupacional: Requisitos com orientações</p><p>de uso. Rio de Janeiro, ABNT, 2018b.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. Normas Regulamentadoras - NR.</p><p>2021. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/</p><p>orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/</p><p>ctpp-nrs/normas-regulamentadoras-nrs. Acesso em: 8 set. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-01: disposições gerais e</p><p>gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, DF: 2020. Disponível em:</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>76</p><p>. Acesso em 31 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-04: serviços especializados</p><p>em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. Brasília, DF:</p><p>2016a. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2021.</p><p>COOPER, M. D.; PHILLIPS R. A. Exploratory analysis of the safety climate and safety</p><p>behavior relationship. 2004. Journal of Safety Research, v. 35, p. 497-512, 2004.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/search?SearchableText=nr%2004</p><p>77</p><p>Programa de gerenciamento de</p><p>risco</p><p>Autoria: Marcos Antonio Dias</p><p>Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Objetivos</p><p>• Conhecer o programa de gerenciamento de riscos.</p><p>• Descrever o inventario de riscos e o plano de ação</p><p>do programa de gerenciamento de riscos.</p><p>• Analisar o processo formal de avaliação de riscos</p><p>ocupacionais.</p><p>78</p><p>1. Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)</p><p>O objetivo principal de uma empresa é gerar lucro para continuar</p><p>existindo. Dependendo da atividade, pessoas passam a interagir</p><p>com máquinas e instalações, a partir daqui entra uma variável não</p><p>controlada, que é a possibilidade da ocorrência de acidentes. Como</p><p>as empresas crescem, contratam mais pessoas e compram mais</p><p>máquinas, a quantidade de acidentes pode crescer também. Portanto,</p><p>independentemente do tamanho da empresa, é necessário reduzir ao</p><p>máximo possível os acidentes, justificando a grande importância de ter</p><p>um Programa de Gerenciamento de Riscos.</p><p>Para um Programa de Gerenciamento de Riscos ser implantado, dois</p><p>itens são essenciais: o inventário de riscos e o plano de ação. Ambos são</p><p>maneiras de garantir que uma ação seja tomada antes que ocorra um</p><p>acidente.</p><p>1.1 Programa de Gerenciamento de Riscos Ocupacionais</p><p>(PGRO)</p><p>Uma empresa pode ter mais de um PGR, por exemplo, PGR financeiro,</p><p>PGR patrimonial. Recomenda-se, quando o assunto é destacar o PGR</p><p>na área de Segurança do Trabalho, incluir o “O” de ocupacional, ou seja,</p><p>PGRO.</p><p>O gerenciamento de risco é uma atividade contínua, não tem validade,</p><p>pois a vigência do PGRO termina quando a empresa encerra as</p><p>atividades. Um outro item que é muito questionado está relacionado</p><p>ao tipo de risco que o programa abrange. Na prática, a empresa precisa</p><p>incluir todo tipo de risco que afeta a saúde do trabalhador, o qual esteja</p><p>relacionado com as atividades desenvolvidas, como os fatores de risco</p><p>psicossociais.</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>79</p><p>O Programa de Gerenciamento de Risco determina a forma como o</p><p>gerenciamento de risco será realizado dentro da instituição, sendo</p><p>estabelecido pela NR-01 (BRASIL, 2020a), e pelo Sistema de Gestão da</p><p>Segurança e Saúde no Trabalho da empresa.</p><p>Os documentos mínimos que foram criados pela NR- 01 (BRASIL, 2020a)</p><p>são o inventário de riscos ocupacionais e o plano de ação. Cabe lembrar</p><p>que o gerenciamento de riscos tem uma série de outros documentos</p><p>previstos em outras Normas Regulamentadoras (NRs), como o Programa</p><p>de Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO) (BRASIL, 2020b),</p><p>sendo interpretado como um subprograma do gerenciamento de risco,</p><p>além do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRQ) (NR-09)</p><p>(BRASIL, 2020c) e a Ergonomia (NR-17) (BRASIL, 2018).</p><p>O inventário de riscos é uma ferramenta gerencial e de comunicação de</p><p>riscos. Não é laudo de avaliação de ambiente de trabalho, nem relatório,</p><p>é um documento que sintetiza todas as informações referentes aos</p><p>riscos existentes no ambiente de trabalho e quais medidas de proteção</p><p>estão sendo adotadas relacionadas a esses riscos. É uma ferramenta</p><p>gerencial e de comunicação de risco. De posse desse documento as</p><p>pessoas sabem quais são os riscos existentes e o que a empresa de fato</p><p>está fazendo para eliminar ou reduzir os riscos.</p><p>O plano de ação informa as ações prevista pela empresa, além da</p><p>determinar o prazo de implantação das ações. A norma não estabelece</p><p>o prazo, mas é recomendado que a empresa execute o plano de ação</p><p>em conjunto com os outros planos existentes, implantados ou em</p><p>implantação na empresa. A recomendação é que o inventario de risco e</p><p>o plano de risco sejam revistos a cada 2 anos.</p><p>Cabe aqui um questionamento aos empregadores, no cenário do</p><p>início do século XXI: quais são as maiores desvios e preocupações dos</p><p>responsáveis por organizações em matéria de Saúde e Segurança do</p><p>Trabalho (SST), no Brasil?</p><p>80</p><p>Entre as várias respostas tem-se: insalubridade, periculosidade,</p><p>Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) (devido à</p><p>estabilidade no emprego), justiça do trabalho, exames médicos,</p><p>aposentadoria especial, EPIs, PPP, LTCAT, eSocial, treinamentos, e,</p><p>finalmente, a prevenção. Nota-se uma inversão de valores, tanto por</p><p>parte dos empregadores como dos empregados, onde a prevenção</p><p>deveria ser o primeiro item.</p><p>A NR-01 (BRASIL, 2020a), tem a pretensão de tentar mudar a realidade</p><p>enraizada nas empresas. Na NR-01 (BRASIL, 2020a, [s.p.]), item 1.5</p><p>Gerenciamento de riscos ocupacionais, subitens:</p><p>[...] 1.5.1 O disposto neste item deve ser utilizado para fins de prevenção e</p><p>gerenciamento de riscos ocupacionais.</p><p>1.5.2 Para fins de caracterização de atividades ou operações insalubres</p><p>ou perigosas, devem ser aplicadas as disposições previstas na NR-15</p><p>– Atividades e operações insalubres e NR-16 – Atividades e operações</p><p>perigosas.</p><p>No mundo real, é impossível separar a prevenção do gerenciamento de</p><p>riscos. Na prática e na maioria das empresas, os funcionários procuram</p><p>os direitos, com atenção à insalubridade</p><p>e à periculosidade, e não na</p><p>prevenção.</p><p>1.1.1 Objetivos e resultados da avaliação de risco</p><p>A avaliação de riscos cria conhecimento, consciência e preparo dentro</p><p>de uma organização. O conhecimento dos perigos e suas implicações é</p><p>necessário para prevenir e lidar com ocorrências perigosas.</p><p>Os principais objetivos e resultados da avaliação de risco são:</p><p>(i). Fornecer aos colaboradores, conhecimento, consciência e</p><p>compreensão suficientes dos riscos de perigos para a segurança e</p><p>81</p><p>saúde e, em particular, os riscos de eventos de acidentes graves, a</p><p>fim de serem capazes de gerenciar as instalações com segurança.</p><p>(ii). Conscientizar os colaboradores dos riscos de perigos de</p><p>mercadorias perigosas que podem causar danos a pessoas,</p><p>propriedades e meio ambiente e, em particular, os riscos</p><p>de incidentes graves, a fim de serem capazes de gerenciar a</p><p>instalação com segurança.</p><p>(iii). Fornecer uma base para identificar, avaliar, definir e justificar</p><p>a seleção ou rejeição de medidas de controle para eliminar ou</p><p>reduzir o risco e estabelecer as bases para demonstrar que</p><p>os riscos foram reduzidos a um nível que é tão baixo quanto</p><p>razoavelmente praticável.</p><p>(iv). Fornecer as informações específicas exigidas pela legislação.</p><p>As avaliações de risco são fundamentais para projetar e operar</p><p>uma instalação com segurança. O desenvolvimento sistemático, a</p><p>implementação, o uso e o acompanhamento da avaliação de risco são</p><p>contribuições importantes para o gerenciamento de risco em todas as</p><p>fases do ciclo de vida de uma instalação.</p><p>Uma avaliação de risco detalhada para a instalação deve abranger:</p><p>(i). Todos os potenciais eventos de acidentes graves e todos os</p><p>aspectos de risco às pessoas, propriedade e meio ambiente</p><p>(ii). Todos os riscos associados a emergências, como inundação e</p><p>vendaval.</p><p>(iii). Todos os riscos associados a incêndios e explosões.</p><p>(iv). Todos os aspectos do projeto, construção, instalação, manutenção</p><p>e modificação da instalação.</p><p>(v). Todo o ciclo de vida de uma instalação ou um período</p><p>explicitamente definido.</p><p>82</p><p>Uma avaliação de risco contínua é realizada em uma base regular como</p><p>resultado de:</p><p>(vi). Problemas relatados pela força de trabalho.</p><p>(vii). Lições aprendidas com relatórios de acidentes ou quase acidentes,</p><p>tanto localizados quanto externos.</p><p>(viii). Quaisquer mudanças ou melhorias significativas que precisem ser</p><p>feitas.</p><p>(ix). Mudanças na tecnologia ou outros fatores que significam</p><p>controles de risco melhores e mais eficazes.</p><p>1.1.2 Temas vinculados</p><p>Os seguintes temas foram desenvolvidos para fornecer informações</p><p>no sentido de auxiliar terceiros e operadores com avaliação e</p><p>gerenciamento de risco, e o desenvolvimento da avaliação de segurança</p><p>do trabalho formal:</p><p>• Identificação de perigo.</p><p>• Eventos de acidentes graves, medidas de controle e padrões de</p><p>desempenho.</p><p>• Demonstração de redução dos riscos a um nível que é tão baixo</p><p>quanto razoavelmente praticável.</p><p>Esses três temas, juntamente desse material, fornecem informações</p><p>para a identificação eficaz de perigos, avaliação e gestão de riscos,</p><p>incluindo a identificação de eventos de acidentes graves e medidas</p><p>de controle. O Quadro 1 dá um exemplo do processo de avaliação</p><p>de segurança formal geral que pode ser usado por terceiros e</p><p>operadores para identificar e gerenciar os perigos e riscos dentro de</p><p>suas organizações e para atender aos requisitos dos regulamentos</p><p>relevantes.</p><p>83</p><p>Quadro 1 – Processo de avaliação de riscos</p><p>Identificação</p><p>dos perigos</p><p>Inventário de riscos Medidas de controle Performance padrão</p><p>Identificar os</p><p>perigos e as</p><p>prováveis causas.</p><p>Documente os</p><p>controles já em vigor.</p><p>Avalia as</p><p>consequências e a</p><p>probabilidade de</p><p>identificar o nível</p><p>de risco inicial.</p><p>Identificar e</p><p>documentar medidas</p><p>de controle de</p><p>mitigação adicionais.</p><p>Avaliação de risco</p><p>para garantir que</p><p>controles adicionais</p><p>trarão o risco para</p><p>o nível tão baixo</p><p>quanto razoavelmente</p><p>praticável.</p><p>Reveja os perigos</p><p>para identificar</p><p>potenciais eventos</p><p>de acidentes graves.</p><p>Avaliar o nível de risco</p><p>para verificar se todos</p><p>os controles reduzirão</p><p>a probabilidade do</p><p>evento ocorrer e</p><p>reduzir o nível de risco.</p><p>Desenvolver padrões de</p><p>desempenho para todos</p><p>os eventos de acidentes</p><p>graves, juntamente de</p><p>procedimentos de apoio/</p><p>processo de auditoria,</p><p>a fim de garantir a</p><p>viabilidade contínua das</p><p>medidas de controle.</p><p>Estabeleça um</p><p>processo para</p><p>avaliação de risco</p><p>contínua – certifique-</p><p>se de que os controles</p><p>permaneçam no lugar</p><p>e todos os níveis de</p><p>risco sejam tão baixos</p><p>quanto razoavelmente</p><p>praticáveis.</p><p>Comunicar às partes</p><p>interessadas relevantes</p><p>e fornecer orientações</p><p>sobre procedimentos e</p><p>processos associados aos</p><p>padrões de desempenho.</p><p>Fonte: adaptado de ABNT (2018).</p><p>84</p><p>O Quadro 1 mostra como o processo de identificação de perigo,</p><p>avaliação de risco, identificação de eventos de risco, medidas de controle</p><p>identificadas, redução de riscos e gerenciamento de risco contínuo</p><p>podem ser alcançados.</p><p>1.1.3 Avaliação de risco</p><p>A avaliação de risco é o elemento-chave de uma avaliação formal de</p><p>segurança.</p><p>Uma avaliação de risco visa informar e melhorar o conhecimento</p><p>do terceiro ou do operador e compreender a natureza dos riscos na</p><p>instalação e o que pode ser necessário para eliminar ou minimizar esses</p><p>riscos e reduzi-los.</p><p>O processo de avaliação de risco leva em consideração o objetivo da</p><p>avaliação de risco, o nível de risco previsto, os detalhes necessários nos</p><p>resultados da avaliação.</p><p>Para que terceiros e operadores adquiram o nível necessário de</p><p>informações e entendam os riscos que afetam suas instalações e os</p><p>gerenciem de acordo, a técnica de avaliação de riscos deve ser crítica.</p><p>Algumas técnicas comuns de avaliação de risco e os pontos-chave de</p><p>cada abordagem estão listados no Quadro 2.</p><p>85</p><p>Quadro 2 – Técnicas de análise de risco</p><p>Técnica Método de</p><p>avaliação de risco.</p><p>Aspectos principais da técnica de análise de risco</p><p>Qualitativo Método da</p><p>matriz de risco.</p><p>• Probabilidade e consequências expressas</p><p>em uma escala descrita em palavras.</p><p>• Produção de risco não é expressa</p><p>como um valor numérico.</p><p>• Ênfase é colocada no agrupamento</p><p>relativo de perigos (por exemplo, em</p><p>insignificante, tolerável e intolerável)</p><p>ou na classificação aproximada de</p><p>perigos do mais alto ao mais baixo.</p><p>• Os participantes do workshop de avaliação</p><p>de risco estimam o risco específico do</p><p>local/instalação, resultando em uma maior</p><p>propriedade dos resultados de risco.</p><p>• Com base em julgamento subjetivo,</p><p>portanto, um maior potencial de incerteza.</p><p>• Difícil de calcular o risco cumulativo.</p><p>• Frequentemente usado como uma avaliação</p><p>de risco preliminar ou ferramenta de triagem.</p><p>• Frequentemente usado para operações ou</p><p>avaliações de risco baseadas em tarefas.</p><p>• Adequado para instalações simples ou onde</p><p>a exposição da força de trabalho é baixa.</p><p>• Pode levar em consideração questões</p><p>intangíveis, como impacto sobre o</p><p>público e a reputação da empresa.</p><p>Semiquantitativo Método de</p><p>matriz de risco.</p><p>• Gera um valor de risco numérico (embora esse</p><p>valor não seja um valor absoluto de risco).</p><p>• Fornece maior capacidade de discriminar</p><p>os perigos na base do risco.</p><p>• Melhor para avaliar o risco cumulativo,</p><p>embora ainda grosseiro e difícil</p><p>para grandes instalações.</p><p>• Alguns métodos fornecem uma técnica</p><p>mais estruturada para compreender</p><p>a eficácia dos controles.</p><p>Quantitativo Árvore de falha.</p><p>Árvore de eventos.</p><p>Método de</p><p>matriz de risco.</p><p>Avaliação</p><p>quantitativa</p><p>de riscos.</p><p>• Confirmar a o grau de risco da atividade.</p><p>• A dificuldade em criar soluções universais.</p><p>Fonte: adaptado de Fonseca (2020).</p><p>86</p><p>O Quadro 2 apresenta os métodos utilizados para avaliação de riscos.</p><p>No entanto, a entrada usada para o processo de identificação de perigo</p><p>deve estar disponível durante a avaliação e análise do risco para fins de</p><p>referência e qualquer esclarecimento das atividades que ocorrem na</p><p>empresa incluindo:</p><p>• Desenhos do local, contendo fluxos de processo, leiaute, pipeline</p><p>e</p><p>diagramas de processo e instrumentação (P&IDs).</p><p>• Descrição detalhada dos equipamentos instalados e seu modo</p><p>de operação. Novos equipamentos e atividades devem ser</p><p>identificados e, caso necessário, nova avaliação deverá ser</p><p>executada.</p><p>• Detalhes dos perigos associados aos produtos químicos utilizados,</p><p>armazenados ou produzidos nos processos da empresa.</p><p>• Informações sobre os incidentes e acidentes já ocorridos no</p><p>processo.</p><p>Se já houver várias avaliações de risco conduzidas para a instalação</p><p>em análise, por exemplo, estudo de perigo e operabilidade (HAZOP</p><p>- Hazard and Operability Study), e/ou o Programa de Prevenção de Riscos</p><p>Ambientais (PPRA), então, os resultados dessas avaliações de risco</p><p>podem precisar ser levados em consideração para dar profundidade</p><p>geral à avaliação de risco.</p><p>Todas essas avaliações de risco fazem parte da avaliação formal,</p><p>identificação dos eventos de acidentes graves e as medidas de controle</p><p>relevantes e elementos críticos de segurança que precisam ser</p><p>documentados dentro de um caso de segurança.</p><p>87</p><p>1.1.4 Equipe de avaliação de risco</p><p>O conhecimento e a competência dos participantes do trabalho são</p><p>essenciais para o resultado bem-sucedido de qualquer processo de</p><p>avaliação de risco.</p><p>Os itens a seguir devem ser considerados ao selecionar os participantes:</p><p>• O escopo geral do processo proposto e as atividades a serem</p><p>conduzidas durante a fase da instalação sob revisão, por exemplo,</p><p>projeto, construção, operacional ou desativação.</p><p>• Quais especialistas no assunto serão convidados a participar do</p><p>trabalho, por exemplo, liderança, engenharia, design, operacional,</p><p>entre outros.</p><p>• Incluir pessoal com conhecimento profundo da instalação, ou</p><p>instalações semelhantes, se apropriado.</p><p>• Quais áreas da força de trabalho em geral precisam atender,</p><p>levando em consideração quaisquer áreas interativas dentro das</p><p>instalações, escalas de serviço, operações simultâneas e impactos</p><p>de terceiros.</p><p>Considere nomear um facilitador do trabalho para orientar os</p><p>participantes durante o processo de avaliação de risco. Um facilitador</p><p>deve ter o nível apropriado de independência, experiência e</p><p>conhecimento da técnica adotada para o processo de avaliação de risco</p><p>e quaisquer padrões ou códigos de prática aplicáveis.</p><p>1.1.5 Envolvimento da força de trabalho na avaliação de risco</p><p>O envolvimento da força de trabalho deve ser parte integrante do</p><p>processo de avaliação de risco. No caso de um processo de avaliação de</p><p>risco proposto se referir a uma nova instalação, onde a força de trabalho</p><p>88</p><p>ainda não foi totalmente identificada e implementada, o envolvimento</p><p>de membros da força de trabalho de uma instalação semelhante deve</p><p>ser considerado.</p><p>A avaliação de risco considera a experiência dos operadores, aliada ao</p><p>conhecimento técnico e ao conhecimento do trabalho, principalmente se</p><p>for uma instalação nova.</p><p>Os membros da força de trabalho convidados a participar do processo</p><p>de avaliação de risco devem estar envolvidos:</p><p>• No desenvolvimento do processo de avaliação de risco.</p><p>• Na formação da equipe e agendamento do trabalho.</p><p>• Nos trabalhos relevantes realizados.</p><p>• Na revisão dos resultados do trabalho.</p><p>• Na implementação de quaisquer ações decorrentes do processo.</p><p>• Auxiliar no fornecimento de feedback dos resultados do trabalho</p><p>para o resto da força de trabalho.</p><p>1.1.6 Processo de avaliação de risco</p><p>Todas as avaliações de risco precisam considerar a probabilidade</p><p>e as consequências de cada evento de acidentes potencialmente</p><p>graves e todos os outros riscos não avaliados como muito baixos ou</p><p>insignificantes.</p><p>Para garantir a consistência dos resultados em uma avaliação de risco,</p><p>é essencial que as suposições sejam documentadas e registradas desde</p><p>o início ou quando identificadas no processo de avaliação de risco.</p><p>89</p><p>Convém que isso inclua as definições de limite ou categoria e os critérios</p><p>de aceitabilidade de risco da organização.</p><p>Uma matriz de risco é uma ferramenta-chave para a avaliação de risco.</p><p>O mesmo formato de matriz deve ser usado em todo o processo, caso</p><p>contrário, existirá uma inconsistência nos resultados da avaliação.</p><p>A probabilidade de ocorrência de um evento precisa ser estimada</p><p>durante a avaliação de risco. Ao usar um processo de avaliação de risco</p><p>qualitativo, isso geralmente se baseia na seleção de uma categoria em</p><p>uma matriz de risco. Os participantes do trabalho frequentemente</p><p>basearão a seleção em sua experiência e justificarão sua decisão usando</p><p>dados históricos de eventos de acidentes.</p><p>Para um processo de avaliação de risco quantitativo mais complexo, a</p><p>frequência pode ser selecionada usando um banco de dados de falha e</p><p>dados de eventos históricos, cujos detalhes devem ser documentados</p><p>na avaliação de risco. A análise da árvore de eventos pode ser usada</p><p>para determinar a probabilidade provável de eventos crescentes, como</p><p>incêndios e explosões, após um evento inicial.</p><p>O material de orientação para a estimativa de probabilidade deve ser</p><p>documentado para garantir a consistência em várias avaliações de risco.</p><p>Para uma matriz de risco, sugere-se que as categorias de probabilidade</p><p>sejam atribuídas a frequências quantitativas (por exemplo, pelo menos</p><p>uma vez por ano, 1:10 anos, 1:100 anos) para permitir a correlação</p><p>com o histórico de eventos de acidentes e bancos de dados de falhas. A</p><p>estimativa da probabilidade de eventos de frequência muito baixa pode</p><p>ser difícil e não confiável.</p><p>As seguintes opções podem ser usadas para facilitar a estimativa da</p><p>probabilidade de ocorrência de eventos de frequência extremamente</p><p>baixa:</p><p>90</p><p>• Referindo-se às frequências em termos de experiência na</p><p>instalação, em outras áreas da organização, na indústria local e</p><p>internacionalmente.</p><p>• Referindo-se ao material de orientação da indústria ou bancos de</p><p>dados de frequência de falha.</p><p>• Uso de árvores de falhas para analisar a combinação de fatores</p><p>contribuintes que podem levar a um evento perigoso.</p><p>A probabilidade deve ser determinada com base no perigo, não na</p><p>confiabilidade dos controles instalados. Caso contrário, a probabilidade</p><p>pode ser determinada como baixa com base na premissa de que o</p><p>controle é confiável quando, de fato, pode não ser.</p><p>Todas as suposições feitas e referências usadas durante a determinação</p><p>da estimativa de probabilidade devem ser totalmente documentadas.</p><p>Isso fornece evidências de uma análise robusta e pode ser benéfico para</p><p>riscos futuros.</p><p>A gravidade e a magnitude de um evento de acidente grave são</p><p>definidas como:</p><p>• A gravidade de um evento de acidente grave no contexto dos</p><p>requisitos regulamentares é um evento conectado a uma</p><p>instalação, incluindo um evento natural, com potencial para causar</p><p>múltiplas fatalidades de pessoas na instalação ou perto dela.</p><p>• A magnitude do evento de acidente grave é o tamanho ou escala</p><p>do efeito criado pelo evento de acidente grave dentro do qual uma</p><p>série de fatalidades podem ocorrer.</p><p>Os resultados possíveis precisam incluir a consideração do que pode</p><p>dar errado se as medidas adotadas para eliminar ou prevenir eventos</p><p>de acidentes não estiverem presentes ou forem implementadas</p><p>incorretamente e deixarem de funcionar como previsto.</p><p>91</p><p>A possibilidade do evento se intensificar ou acelerar, ou de um evento</p><p>desencadear outro, deve ser levada em consideração ao se considerar</p><p>os eventos mais prováveis, pois isso pode afetar a adequação das</p><p>medidas de controle em vigor. Isso é importante ao avaliar a adequação</p><p>do gerenciamento de emergência.</p><p>Os resultados da análise de consequências podem ser usados para</p><p>influenciar aspectos de projeto, bem como procedimentos e controles</p><p>operacionais e na definição de arranjos de resposta a emergências.</p><p>As estimativas de consequência podem ser qualitativas ou quantitativas.</p><p>Para avaliação qualitativa de risco, a consequência precisa ser definida,</p><p>como “lesão com perda de tempo”, “fatalidade única” ou “mortes</p><p>múltiplas”.</p><p>Estimativas quantitativas de consequências podem ser produzidas por</p><p>meio de modelagem de consequências. É preciso certificar-se de que</p><p>esse tipo de modelagem seja executado por pessoal com treinamento</p><p>e experiência adequados. Exemplos de consequências que podem ser</p><p>modeladas incluem:</p><p>• Incêndios na casa de bombas de piscina.</p><p>• Explosões confinadas e parcialmente confinadas.</p><p>• Liberação de fumaça tóxica e efeitos.</p><p>• Dispersão de gás (inflamável ou tóxico).</p><p>• Queda de objetos.</p><p>• Impacto de colisão.</p><p>• Perda de estabilidade estrutural.</p><p>92</p><p>• Perda de contenção resultando em incêndio e/ou explosão.</p><p>• Explosão do processo.</p><p>• Busca e resgate.</p><p>• Equipamento operando com pressão acima da pressão máxima de</p><p>trabalho.</p><p>Os resultados da modelagem de consequências podem ser usados em</p><p>conjunto com a análise de risco qualitativa para justificar a consequência</p><p>das categorias selecionadas.</p><p>De acordo com a NR-01 (BRASIL, 2020a), o gerenciamento de risco</p><p>deve constituir o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que,</p><p>por sua vez, deve ter o inventario de riscos e o plano de ação. Portanto,</p><p>o levantamento dos riscos ocupacionais, que tem como constituinte</p><p>a identificação, avaliação e controle de riscos precisa ser conhecido e</p><p>providenciada a sua eliminação, quando possível. Consequentemente,</p><p>cada operação precisa entender suas limitações e base de habilidades.</p><p>Este trabalho é baseado na experiência e não pretende esgotar o</p><p>assunto. Recomenda-se que o aluno busque explorar as indicações de</p><p>leitura e se aprofunde no tema.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ABNT NBR ISO 31.000:</p><p>Gestão de riscos: Diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018a.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-01: disposições gerais e</p><p>gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, DF: 2020a. Disponível em:</p><p>. Acesso em 31 ago. 2021.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>93</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-07: programa de controle</p><p>médico de saúde ocupacional. Brasília, DF: 2020b. Revisão: Portaria SEPRT n.º</p><p>6.734, de 10 de março de 2020b. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho/</p><p>pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07_</p><p>atualizada_2020.pdf. Acesso em: 29 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-09: Avaliação e controle das</p><p>exposições ocupacionais a agentes físicos, químicos e biológicos. Brasília,</p><p>DF: 2020c. Portaria SEPRT nº 6.735, de 10 de março de 2020. Disponível em: . Acesso em: 3 jan. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-17: Ergonomia. Brasília, DF: 2018.</p><p>Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2021.</p><p>FONSECA, C. T. M. Avaliação dinâmica de riscos. 2020. Dissertação (Mestrado em</p><p>Engenharia de Segurança do Trabalho) – Faculdade de Engenharia da Universidade</p><p>do Porto, Portugal, 2020.</p><p>https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07_atualizada_2020.pdf</p><p>https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07_atualizada_2020.pdf</p><p>https://www.gov.br/trabalho/pt-br/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-07_atualizada_2020.pdf</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>94</p><p>BONS ESTUDOS!</p><p>Sumário</p><p>Os riscos no ambiente de trabalho</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>Referências</p><p>Engenharia de segurança e a identificação de riscos</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>Referências</p><p>Categorização de riscos pela sinalização</p><p>Objetivos</p><p>1. Sinalização de segurança</p><p>Referências</p><p>Controle de riscos</p><p>Objetivos</p><p>1. Introdução</p><p>2. O controle de risco</p><p>Referências</p><p>Gerenciamento de riscos ocupacionais</p><p>Objetivos</p><p>1. Gerenciamento de riscos operacionais</p><p>Referências</p><p>Programa de gerenciamento de risco</p><p>Objetivos</p><p>1. Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR)</p><p>Referências</p><p>o</p><p>ser humano – desempenho humano – quanto a tecnologia. Os sistemas</p><p>foram projetados para serem tolerantes a erros humanos, de modo que</p><p>nem a ação humana, nem as falhas isoladas resultariam em acidentes.</p><p>Muito desse trabalho se concentrou em interfaces homem-máquina</p><p>e leiaute de espaço de trabalho. “Se o humano estiver seguro, então</p><p>estaremos seguros”.</p><p>Essa visão de gerenciamento de risco continuou até acidentes como o</p><p>acidente do ônibus espacial Challenger e o derretimento do reator de</p><p>Chernobyl. Os profissionais de segurança foram novamente solicitados</p><p>a repensar sua abordagem para gerenciar os riscos. Mais do que</p><p>simplesmente falhas técnicas ou erro humano, também foi encontrada/</p><p>identificada uma propensão dentro do gerenciamento para conter</p><p>problemas potencialmente sérios.</p><p>Esses acidentes e outros, geraram outra mudança de paradigma no</p><p>gerenciamento da segurança. Não era mais suficiente simplesmente</p><p>focar na tecnologia ou no ser humano. Fatores organizacionais, como</p><p>cultura de gerenciamento e segurança, também precisam ser tratados</p><p>para manter as operações seguras. Isso marcou o início da terceira era</p><p>do gerenciamento de risco: a era organizacional.</p><p>1.1.3 Terceira era do gerenciamento de risco–a organização</p><p>Essa era de gerenciamento de risco se expandiu para se concentrar</p><p>na organização, bem como no ser humano e na tecnologia. O</p><p>gerenciamento de risco nessa era organizacional via o erro humano e as</p><p>falhas técnicas mais como consequência do que como causa. Os erros</p><p>eram vistos como a ponta do iceberg para condições latentes mais sérias</p><p>e problemas superiores na organização, por exemplo, liderança fraca</p><p>para segurança/risco ou cultura de segurança/risco.</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>10</p><p>Sem remover esses problemas e outros existentes em níveis mais altos</p><p>na organização, as falhas na ponta aguda continuariam, ou seja, os</p><p>erros e as falhas técnicas continuarão a aparecer. Novos modelos de</p><p>gerenciamento de segurança e avaliações surgiram, o que permitiu aos</p><p>gestores de segurança encontrar e, em seguida, remover os pontos</p><p>fracos superiores na organização que poderiam levar a acidentes graves</p><p>no futuro. “Se a organização estiver segura, então estaremos seguros”.</p><p>Essa visão continuou até acidentes como o desastre do ônibus espacial</p><p>Columbia, em 2003. Mais do que simplesmente falhas isoladas no nível</p><p>organizacional ou falhas humanas e tecnológicas evidentes, o Columbia</p><p>Accident Investigation Board (CAIB) encontrou causas nas interações</p><p>humanas, tecnológicas e organizacionais complexas e interdependentes</p><p>presentes no momento do acidente. “Sistemas falham de maneiras</p><p>complexas”.</p><p>Ao tentar descrever com precisão essa complexidade, esse acidente</p><p>considerou que as medidas de controle poderiam ser mais bem</p><p>delineadas para evitar que tais acidentes voltassem a ocorrer. Esse</p><p>e outros acidente provocaram outra mudança de paradigma no</p><p>gerenciamento de risco. Não era mais suficiente simplesmente focar</p><p>nos fatores tecnológicos, humanos e organizacionais de forma isolada.</p><p>A interação e a interdependência complexas também precisam ser</p><p>descritas, sinalizando o nascimento da era atual do gerenciamento de</p><p>segurança: a era de sistemas.</p><p>1.1.4 Quarta era do gerenciamento de risco – os sistemas</p><p>Essa abordagem (sistema) visa compreender a complexidade do</p><p>trabalho do dia a dia, descrevendo as muitas vezes complexas inter-</p><p>relações e interdependências entre a tecnologia, o ser humano e a</p><p>organização. Isso permite que a descrição da organização reflita mais de</p><p>perto a verdadeira realidade do trabalho no início do século XXI: pessoas</p><p>11</p><p>trabalhando juntas usando tecnologia complexa em vários locais e</p><p>divisões dentro da organização.</p><p>Sem usar essa abordagem de risco por sistema, as pessoas efetivamente</p><p>estão vendo apenas parte da imagem, ou apenas algumas peças do</p><p>quebra-cabeça. Adotar a abordagem sistêmica, significa ver mais</p><p>claramente como cada peça do quebra-cabeça se encaixa, afeta e é</p><p>dependente de outras peças.</p><p>Isso não só fornece uma imagem mais completa ou real do contexto,</p><p>mas também significa que as medidas de controle e as medidas</p><p>tomadas serão mais eficientes e eficazes para evitar acidentes. Isso é</p><p>diferente das outras idades do gerenciamento de risco, em que falhas</p><p>isoladas ou de componentes eram identificadas, e a última pessoa na fila</p><p>da cadeia do acidente era considerada culpada. Identificar a montante,</p><p>os fatores contextuais como errôneos, por exemplo, era uma cultura</p><p>de gerenciamento de risco e de segurança pobre, que não descrevia</p><p>realmente por quais motivos eles apareciam.</p><p>1.2 Natureza dos riscos empresariais/corporativos</p><p>A ABNT NBR 1SO 31.000/2018 (Gestão de Risco–Princípios e Diretrizes),</p><p>define risco como o efeito da incerteza sobre os objetivos, e gestão</p><p>de risco como as atividades coordenadas para dirigir e controlar uma</p><p>organização em relação ao risco (ABNT, 2018). O conceito de risco tem</p><p>mais de uma linha de desenvolvimento. A primeira é uma abordagem</p><p>financeira centrada na administração de empresas e seguros, e a</p><p>segunda é orientada para a engenharia de segurança. Além disso,</p><p>existem a terceira e a quarta abordagens que são orientadas pela ciência</p><p>do gerenciamento de desastres e pela lei. O conceito de gerenciamento</p><p>de risco está se espalhando não apenas entre empresas, mas em vários</p><p>campos, incluindo nação, administração, sociedades locais, institutos</p><p>educacionais, institutos médicos, residências e indivíduos.</p><p>12</p><p>J. H. Fayol (1916), da França, primeiro apontou a importância</p><p>do gerenciamento de risco na administração de empresas. Ele</p><p>abordou a função de segurança como uma atividade corporativa e</p><p>a definiu como proteção de recursos e funcionários em seu artigo</p><p>de 1916, Administration Industrielle et Générale. Desde esse artigo, o</p><p>gerenciamento de risco passou a significar gerenciamento, know-how,</p><p>sistemas e contramedidas para superar o risco.</p><p>Na década de 1960, os campos de engenharia de segurança no Japão</p><p>começaram a adotar métodos de gerenciamento de risco. O principal</p><p>motivo foi que, na época, os sistemas das máquinas rapidamente</p><p>se tornaram complexos e eles precisavam de outras maneiras para</p><p>analisar os riscos. Para sistemas de engenharia reais, os engenheiros</p><p>desenvolveram métodos de análise, por exemplo, a análise de árvore</p><p>de falhas, que estima a probabilidade de falha funcional com base</p><p>em eventos causais e dados de confiabilidade; além da análise de</p><p>árvore de eventos, que analisa o progresso de eventos dos sistemas.</p><p>Após a eclosão do acidente TMI nos EUA, em 1979, os métodos de</p><p>gerenciamento de risco mostraram um maior desenvolvimento desde a</p><p>primeira metade da década de 1980.</p><p>As análises do acidente TMI mostraram que os fatores humanos e</p><p>o erro humano apresentam sérios efeitos na segurança do sistema.</p><p>Assim, a avaliação de risco e a análise de acidentes passaram a envolver</p><p>pessoas e organizações, além dos aspectos técnicos e de engenharia dos</p><p>sistemas de máquinas, na avaliação geral do sistema.</p><p>Os sistemas de máquina têm funções complexas interligadas e, ao</p><p>mesmo tempo, apresentam funções distribuídas em amplas áreas</p><p>na Internet. O avanço das tecnologias em comunicação mecânica e</p><p>de informação impulsionou mais pesquisas no desenvolvimento de</p><p>métodos de gerenciamento de risco, e o gerenciamento de risco, agora,</p><p>desempenha um papel central na engenharia de resiliência.</p><p>13</p><p>O gerenciamento de risco foi originalmente iniciado e desenvolvido em</p><p>campos de desastres provocados pelo homem, portanto, a sua história no</p><p>tratamento de desastres naturais é relativamente nova. É difícil para o ser</p><p>humano controlar fenômenos naturais que causam desastres naturais.</p><p>Além disso, terremotos e erupções vulcânicas têm baixa frequência</p><p>de ocorrência, assim, seus mecanismos, necessários para avaliar as</p><p>magnitudes das forças externas, não foram bem esclarecidos, mesmo</p><p>na década de 1980. Por esse motivo, na prevenção de desastres para se</p><p>preparar contra desastres naturais, era comum estabelecer</p><p>os padrões,</p><p>ao máximo, nos registros anteriores. Esse método só funciona para evitar</p><p>o mesmo desastre novamente e não segue a linha de gerenciamento de</p><p>risco. O gerenciamento de riscos contra desastres naturais se espalhou no</p><p>Japão após o Grande Terremoto Hanshin-Awaji de 1995.</p><p>Em caso de desastres sísmicos, por exemplo, o gerenciamento de risco</p><p>leva a estimativa de danos com o seguinte procedimento: i) Estabelecer</p><p>o modelo de origem para analisar o terremoto; ii) Estimar a força do</p><p>movimento do solo ou intensidade sísmica em cada ponto de interesse;</p><p>iii) Estimar a magnitude dos danos causados por diferentes resistências</p><p>do movimento do solo; iv) Coletar estimativas de danos em locais de</p><p>interesse e mostrá-las em um mapa.</p><p>O desenvolvimento das teorias de geociências desde a década de 1970</p><p>e o acúmulo de dados de medição permitiram chegar a um modelo</p><p>razoável de fonte de terremotos no item (i). O rápido avanço das</p><p>teorias e da tecnologia de simulação da propagação das ondas sísmicas</p><p>também fez a estimativa da distribuição espacial das intensidades do</p><p>movimento sísmico em (ii), com base nos modelos de origem em (i). Uma</p><p>série de equações empíricas práticas foram propostas para relacionar</p><p>a taxa de danos de edifícios com as intensidades de movimento do</p><p>terremoto. Portanto, multiplicar a taxa de danos estimada pelo número</p><p>de edifícios ou pelo número de pessoas que vivem em áreas específicas</p><p>dá a magnitude dos danos necessários para (iii). A coleta dos resultados</p><p>de (iii) leva a (iv), que são de fato publicados na forma de mapas de</p><p>14</p><p>perigo ou estimativa de danos. Organizações locais e corporações</p><p>começaram a se preparar contra desastres em estilos de gerenciamento</p><p>de risco com base nas estimativas de danos de (iv).</p><p>Nesse início do século XXI, o significado de gerenciamento de risco tem uma</p><p>grande variedade, dependendo de quem o executa, contra qual risco e das</p><p>diferenças no conceito de gerenciamento. No campo do gerenciamento de</p><p>riscos corporativos, a estrutura de gerenciamento de riscos corporativos</p><p>(ERM–Enterprise Risk Management), anunciada em 2004 pelo Comitê de</p><p>Organizações Patrocinadoras da Comissão Treadway – COSO – e revisada</p><p>em 2016, é amplamente aceita (COSO, 2017).</p><p>O conceito de risco, no passado, era definido como combinação das</p><p>consequências de um evento e a probabilidade de ocorrência associada</p><p>(ABNT, 20091) ou combinação da probabilidade de ocorrência de dano</p><p>e a gravidade desse dano (ISO, 2014). A ABNT NBR ISO 31000:2018 e</p><p>o ABNT ISO Guia 73:2009 adicionaram a essas definições o efeito da</p><p>incerteza sobre os objetivos. No pano de fundo da mudança na definição</p><p>de risco está o conceito de gerenciamento de risco para lidar não só com</p><p>os riscos que causam efeitos negativos, mas também com os riscos com</p><p>efeitos positivos quando são tomadas decisões para assumir os riscos.</p><p>1.3 Riscos puros e riscos especulativos</p><p>Uma melhor compreensão e gestão de todos os riscos que podem</p><p>afetar a organização levarão a um melhor desempenho e vantagem</p><p>competitiva, especialmente quando os perigos e ameaças são</p><p>identificados, e os riscos avaliados e controlados, da mesma forma que</p><p>para oportunidades e recompensas. O gerenciamento de riscos pode</p><p>ser definido como a mitigação dos efeitos adversos de riscos puros e</p><p>especulativos aos quais uma organização está exposta. Temos dois tipos</p><p>de risco, a saber: risco puro e risco especulativo.</p><p>1 Temos duas normas técnicas Guia 73. A AMN ISO Guia 73/2019 é uma norma Mercosul e tem adaptações</p><p>para o Mercosul, por isso 2019. A ABNT ISO GUIA 73:2009 atende a ABNT e sua última alteração foi em 2009.</p><p>15</p><p>O risco puro, também conhecido como risco absoluto, é uma categoria</p><p>de risco em que os resultados são uma perda ou nenhuma perda e não</p><p>há oportunidade de ganho. São exemplos de risco puro:</p><p>• Morte prematura.</p><p>• Incêndio.</p><p>• Crime.</p><p>• Desastres naturais.</p><p>• Impactos ambientais.</p><p>• Doenças ocupacionais.</p><p>• Produto e obrigações contratuais.</p><p>Existem produtos disponíveis para mitigar perigos de risco puro, como</p><p>o seguro residencial, que ajuda a proteger os proprietários contra a</p><p>destruição de propriedades e/ou bens. Nota-se que os riscos puros podem</p><p>resultar apenas na preservação do status quo ou perda para a organização.</p><p>Riscos especulativos podem resultar em ganho ou perda – como na</p><p>frase especular para acumular. É uma opção consciente, portanto,</p><p>requer a opinião da pessoa que está procurando assumir o risco, logo,</p><p>é um ato voluntário. Ao mesmo tempo, é difícil prever o resultado do</p><p>risco especulativo, uma vez que a quantidade exata de ganho ou perda é</p><p>desconhecida. Seguem exemplos de risco especulativo:</p><p>• Novos produtos.</p><p>• Mudança de fornecedores.</p><p>• Novas restrições comerciais.</p><p>• Novas condições de mercado.</p><p>16</p><p>O gerenciamento de risco é usado em organizações para considerar os</p><p>possíveis impactos de riscos significativos previsíveis no desempenho</p><p>da organização; para responder adequadamente a mudanças internas e</p><p>externas na percepção de risco; para conceber opções estratégicas a fim</p><p>de eliminar ou controlar todos os riscos significativos e seus impactos;</p><p>para vincular essas opções à estrutura geral de decisão e controle usada</p><p>pela organização. Em um mundo de incertezas, pode-se considerar o</p><p>risco como abrangendo a provisão potencial tanto de uma oportunidade</p><p>de ganhos quanto de uma perspectiva negativa de perdas.</p><p>Para uma empresa e para os indivíduos, o risco é um componente</p><p>a ser considerado dentro de um objetivo geral de maximizar o valor</p><p>associado ao risco. Como alternativa, tem-se o desejo de minimizar os</p><p>prejuízos associados ao colapso financeiro ou outras consequências</p><p>adversas. A Figura 1 mostra os objetivos do controle de risco, utilizando</p><p>um diagrama de Venn para ajudar a visualizar os resultados de risco e a</p><p>recompensa.</p><p>Figura 1 – Objetivos do controle de risco</p><p>Fonte: adaptada de Fonseca e França (2011).</p><p>17</p><p>Um diagrama de Venn é uma ilustração que usa círculos para mostrar</p><p>as relações entre coisas ou grupos finitos de coisas. Círculos que se</p><p>sobrepõem têm algo em comum, enquanto os círculos que não se</p><p>sobrepõem não compartilham essas características. Os diagramas de</p><p>Venn ajudam a representar visualmente as semelhanças e diferenças</p><p>entre dois conceitos. Nota-se que na área de sobreposição como</p><p>o conjunto em que minimizamos, o risco é minimizado e o valor</p><p>maximizado.</p><p>As medidas de controle de risco incluem ações que podem ser tomadas</p><p>para reduzir o potencial de exposição ao perigo, ou a medida de controle</p><p>pode ser remover o perigo ou reduzir a probabilidade de realização</p><p>do risco de exposição a esse perigo. Uma medida de controle simples</p><p>seria a proteção segura das partes móveis do maquinário, eliminando o</p><p>potencial de contato, maximizando o seu valor e minimizando o prejuízo.</p><p>Neste capítulo, foi desenvolvida inicialmente, a evolução histórica</p><p>da gerência de riscos, e numa breve viagem no tempo, comentou-</p><p>se também sobre o Código de Hamurabi, de 1754 a.C., mostrando as</p><p>consequências que um construtor teria a depender da maneira que</p><p>atuaria na construção de uma casa. A partir desse ponto comentou-se</p><p>sobre as eras sob a ótica do gerenciamento de riscos, e foram citadas</p><p>as eras tecnológica, humana, a organizacional e os sistemas. O uso</p><p>operacional da gestão de risco no modelo de negócios torna os gestores</p><p>muito mais focados na identificação de questões problemáticas (“saber o</p><p>que fazer”) e na implementação de planos e cronogramas explícitos para</p><p>resolver/reduzir riscos identificados de classificação alta e média (“saber</p><p>como e quando fazer”).</p><p>Uma das ferramentas utilizadas pelas empresas é o Enterprise Risk</p><p>Management (ERM), que foi definido como um processo, efetuado por</p><p>uma entidade tipo conselho de administração, gestão e outro pessoal.</p><p>O gerenciamento de riscos corporativos foi projetado para identificar</p><p>eventos potenciais que podem afetar a entidade. Sua função também</p><p>18</p><p>é gerenciar os riscos para estar dentro de seu apetite ao risco,</p><p>a fim de</p><p>fornecer garantia razoável em relação ao cumprimento dos objetivos</p><p>da entidade. Neste ponto foram apresentados os conceitos de risco</p><p>empresarial, risco puro e risco especulativo.</p><p>Referências</p><p>ASOCIACIÓN MERCOSUR DE NORMALIZACIÓN (AMN). AMN ISO Guia 73: Gestão de</p><p>riscos: Vocabulário. Rio de Janeiro: AMN, 2019.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). ISO GUIA 73: Gestão de</p><p>Riscos: Vocabulário. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 31000: Gestão de</p><p>riscos: diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.</p><p>BERNSTEIN, P. L. Against the Gods: The Remarkable Story of Risk. John Wiley and</p><p>Sons, New York, 1996.</p><p>COMMITTEE OF SPONSORING ORGANIZATIONS OF THE TREADWAY COMMISSION</p><p>(COSO). Enterprise risk management: Integrating with strategy and performance–</p><p>Executive summary. COSO, 2017. Disponível em: https://www.coso.org/</p><p>Documents/2017-COSO-ERM-Integrating-with-Strategy-and-Performance-Executive-</p><p>Summary.pdf. Acesso em: 28 ago. 2021.</p><p>FAYOL, H. Administração industrial e geral. São Paulo: Atlas, 1964 [1916].</p><p>FONSECA, R. V.; FRANÇA, A. S. de. Pré-cálculo. Pará: Centro de Ciências Sociais e</p><p>Educação/UEPA–Universidade do Pará, 2011.</p><p>GOMES, P. Conheça as competências para o século XXI. Porvir, 2012. Disponível em:</p><p>https://porvir.org/conheca-competencias-para-seculo-21/. Acesso em: 28 ago. 2021.</p><p>HILLSON, D. The Risk Management Universe: a guide tour. BSI Standards. 2006.</p><p>INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION (ISO). ISO/IEC Guide 51:</p><p>Safety aspects: guidelines for their inclusion in standards. Suíça: ISO, 2014.</p><p>https://www.coso.org/Documents/2017-COSO-ERM-Integrating-with-Strategy-and-Performance-Executive-Summary.pdf</p><p>https://www.coso.org/Documents/2017-COSO-ERM-Integrating-with-Strategy-and-Performance-Executive-Summary.pdf</p><p>https://www.coso.org/Documents/2017-COSO-ERM-Integrating-with-Strategy-and-Performance-Executive-Summary.pdf</p><p>https://porvir.org/conheca-competencias-para-seculo-21/</p><p>19</p><p>Engenharia de segurança e a</p><p>identificação de riscos</p><p>Autoria: Marcos Antonio Dias</p><p>Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Objetivos</p><p>• Conhecer a engenharia de segurança.</p><p>• Identificar os riscos no ambiente de trabalho.</p><p>• Analisar as consequências dos riscos.</p><p>20</p><p>1. Introdução</p><p>A engenharia passou por uma revolução tecnológica, mas as técnicas</p><p>básicas de engenharia aplicadas na engenharia de segurança, criadas</p><p>em um mundo analógico mais simples, mudaram muito pouco ao longo</p><p>dos anos. Uma nova abordagem relacionada à segurança, baseada no</p><p>pensamento sistêmico, que é mais eficaz, menos custosa e mais fácil</p><p>de usar do que as técnicas atuais, procura melhorar a segurança e</p><p>gerenciar riscos.</p><p>Em essência, o esforço consciente da engenharia de segurança e da</p><p>administração para implementar medidas de segurança e garantir que</p><p>as regras sejam cumpridas obriga os funcionários a estarem sempre</p><p>conscientes da segurança. Uma visão mais ampla da segurança é</p><p>necessária para que a gestão da fábrica possa formular políticas corretas</p><p>em relação à segurança industrial que sejam proporcionais aos padrões</p><p>internacionais, compatíveis com as políticas nacionais e, ao mesmo</p><p>tempo, atendam aos objetivos organizacionais de prestação de cuidados</p><p>de saúde de qualidade e satisfação pessoal.</p><p>1.1 Engenharia de segurança</p><p>A formação de um engenheiro de segurança do trabalho deve ser</p><p>caracterizada por uma sólida formação básica nas áreas de matemática,</p><p>estatística, física e química, e pelos conhecimentos necessários para</p><p>aplicar nas especialidades da engenharia pertinente. Por isso, esse</p><p>profissional deve possuir conhecimentos para a prática dos atos de</p><p>engenharia, que se baseiam na capacidade de conceber soluções,</p><p>gerir, planejar, executar e supervisionar, interligando-se com outras</p><p>especialidades e profissionais (coordenação em segurança e saúde</p><p>no trabalho) e na elaboração de projetos relacionados às áreas de</p><p>segurança, higiene e saúde do trabalho.</p><p>21</p><p>1.2 Identificação de riscos</p><p>O governo do Brasil, como muitos outros países, delega o controle</p><p>técnico dos perigos àqueles que os criam, concentrando seu papel na</p><p>formulação de políticas e avaliação dos sistemas de gestão relacionados</p><p>à segurança. A resposta da indústria é o uso de processos de</p><p>gerenciamento de risco (BRASIL, 2020).</p><p>Entre as normas relativas a esse assunto, tem-se a ABNT NBR</p><p>31000/2018, Gestão de Riscos – Diretrizes; a Norma Regulamentadora</p><p>NR 01 – Disposições Gerais e Gerenciamento de Riscos Ocupacionais;</p><p>o PMBOK–7ª Edição – A Consolidação das Metodologias Híbridas (PMI,</p><p>2021); a Norma Regulamentadora NR 17 – Ergonomia, entre outras.</p><p>Com a finalidade de melhor entender e interpretar os termos, cabe aqui as</p><p>seguintes definições, de acordo com a ABNT NBR 31000 (BRASIL, 2018):</p><p>• Danos – lesões físicas ou danos à saúde, à propriedade ou ao meio</p><p>ambiente.</p><p>• Perigo – uma fonte de dano potencial ou uma situação com</p><p>potencial para dano.</p><p>• Identificação de perigo–o processo de reconhecimento de que</p><p>existe um perigo e a definição de suas características.</p><p>• Risco – combinação da frequência, ou probabilidade, de ocorrência</p><p>e a consequência de um evento perigoso especificado.</p><p>• Avaliação de risco – o processo geral de análise de risco (identificação</p><p>e estimativa) e avaliação de risco (medição e tolerância).</p><p>• Gestão de risco – a aplicação sistemática de políticas de gestão,</p><p>procedimentos e práticas para as tarefas de análise, avaliação e</p><p>controle de risco.</p><p>22</p><p>De acordo com a OIT (2013), a identificação de risco no local de trabalho</p><p>é uma das principais ferramentas para melhorar as condições de</p><p>segurança e saúde ocupacional no trabalho. Assim, ela desempenha um</p><p>papel importante na proteção dos trabalhadores e empresas, bem como</p><p>no cumprimento das leis em muitos países. A identificação de risco</p><p>ajuda a todos a se concentrarem nos riscos que realmente importam no</p><p>local de trabalho – aqueles com potencial para causar danos reais.</p><p>Uma avaliação de risco bem conduzida no local de trabalho contribuirá</p><p>para a proteção dos trabalhadores, eliminando ou minimizando os perigos</p><p>e riscos relacionados ao trabalho. Essa avaliação de risco deve, também,</p><p>beneficiar as empresas por meio de uma melhor organização das práticas</p><p>de trabalho, aumentando potencialmente a produtividade (OIT, 2013).</p><p>Para fornecer uma visão geral do gerenciamento de risco para</p><p>estabelecimentos industriais, será de grande importância ter a</p><p>compreensão dos elementos-chave do gerenciamento de risco,</p><p>procurando compreender e familiarizar com as principais abordagens,</p><p>como mostra a Figura 1, embora esses conceitos sejam unilaterais para</p><p>muitas disciplinas, categorias de risco e grupos de perigo.</p><p>Figura 1 – Uma visão da gerência de risco</p><p>Fonte: adaptada de Campbell (2007, p. 74).</p><p>23</p><p>Para garantir que o risco tenha sido minimizado e um outro perigo não</p><p>tenha sido criado, as novas medidas de segurança precisam ser testadas</p><p>cuidadosamente antes do trabalho começar novamente. A consulta</p><p>entre o empregador e outras pessoas no local de trabalho ajudará a</p><p>chegar a uma decisão segura.</p><p>O Ciclo de Gerenciamento de Risco estabelecido é mostrado na Figura</p><p>2 (BRASIL, 2018). Embora não expresse cada uma dessas etapas, as</p><p>definições deste são parafraseadas abaixo:</p><p>Figura 2 – Ciclo do gerenciamento de risco</p><p>Fonte: elaborada pelo autor.</p><p>A identificação de riscos é formalizada após perigos significativos terem</p><p>sido identificados. A análise de perigos inclui a identificação, classificação</p><p>e avaliação de técnicas de mitigação associadas para estabelecer se os</p><p>perigos podem ser evitados ou se eles não afetarão a confiabilidade</p><p>de um sistema de trabalho. Onde os perigos são eliminados e/ou suas</p><p>consequências são consideradas insignificantes, a análise pode ser</p><p>interrompida nesse ponto e as suposições e julgamentos decisórios</p><p>documentados.</p><p>24</p><p>A estimativa do risco (ou o cálculo do risco) pode ser expressa</p><p>como taxas de mortalidade previstas, gráficos de frequência versus</p><p>consequência</p><p>e/ou taxas de perdas esperadas. Um método comum é</p><p>determinar um nível de risco combinando a frequência do evento de</p><p>perigo e a gravidade das consequências associadas. A atribuição de</p><p>valores de frequência e gravidade, além das ponderações associadas,</p><p>permite que o nível de risco seja estimado como o produto desses dois</p><p>termos, por exemplo:</p><p>1.2.1 Gravidade versus frequência = nível de risco</p><p>Os valores de frequência e gravidade podem ser estimados por métodos</p><p>qualitativos ou quantitativos. Os métodos qualitativos são classificados</p><p>por argumentos descritivos, como um intervalo “baixo a alto”, ou</p><p>enumerados em uma escala predefinida, enquanto os exemplos</p><p>quantitativos incluem: análise estatística, por exemplo, regressão e/ou</p><p>mínimos quadrados; métodos de inteligência artificial, como sistemas</p><p>especialistas; teoria da probabilidade; Inferência Bayesiana.</p><p>A avaliação de risco determina se o risco é tolerável ou garante uma</p><p>resposta. Essa fase pode ser conduzida usando métodos quantitativos,</p><p>qualitativos ou uma combinação dos dois.</p><p>A tolerância ao risco, ou evolução do risco, ainda é uma área em</p><p>desenvolvimento na pesquisa da dinâmica humana. Um exemplo</p><p>de tolerância ao risco é se as empresas decidem ou não fazer novos</p><p>projetos/ampliações. A tolerância ao risco foi associada a um melhor</p><p>desempenho de tomada de decisão e eficiência de recursos, além de</p><p>custos mais baixos e durações de projeto mais curtas. No entanto, há,</p><p>sem dúvida, um ato de malabarismo entre resultados bons e ruins,</p><p>assumindo grandes riscos para possibilitar a oportunidade, equilibrando</p><p>o resultado.</p><p>25</p><p>A resposta ao risco inclui prevenção ou eliminação de perigo; retenção,</p><p>em que o risco cai abaixo de um determinado nível ou intervalo,</p><p>considerado aceitável ou tolerável, nenhuma outra resposta é</p><p>necessária; transferência do risco para um terceiro (ou seja, contratando</p><p>subcontratado ou prêmios de seguro); redução da gravidade ou</p><p>frequência associada a um determinado perigo, isso pode produzir um</p><p>risco residual que fica dentro de uma zona tolerável.</p><p>O monitoramento de riscos garante que as respostas estejam sendo</p><p>executadas de forma adequada durante todo o ciclo de vida do sistema,</p><p>instalação ou atividade. Isso pode ser alcançado por meio de auditorias</p><p>e/ou análises de avaliação.</p><p>A identificação de riscos na produção está relacionada aos fios expostos,</p><p>trabalhadores cansados, equipamento malconservado. As instalações</p><p>de manufatura estão repletas de riscos, tanto ocultos quanto expostos.</p><p>Esses perigos podem resultar em ferimentos graves ou morte. A seguir</p><p>estão algumas das maiores preocupações de segurança em qualquer</p><p>ambiente de fabricação.</p><p>Máquinas e equipamentos sem manutenção adequada podem ser muito</p><p>perigosos. Mesmo o equipamento com proteção contra falhas pode</p><p>funcionar mal se não realizar verificações de manutenção regulares.</p><p>Para minimizar o risco, é necessário ter o equipamento inspecionado</p><p>regularmente por um profissional, interno ou contratado. Além disso,</p><p>não se deve depender apenas dessas inspeções espaçadas, mas</p><p>certificar-se de que os funcionários saibam como fazer uma inspeção</p><p>rápida antes e depois de usar cada peça do maquinário.</p><p>As pessoas que têm contato regular com o seu equipamento devem</p><p>saber como é a aparência de uma máquina, como “cheira” e qual o</p><p>barulho típico quando está funcionando corretamente. Eles devem</p><p>saber como detectar sinais de alerta imediatamente, como fios expostos,</p><p>odores de queimado ou panes elétricos, oscilações anormais, ruídos</p><p>26</p><p>de trituração ou raspagem, ou quaisquer outros sons irregulares. Se</p><p>uma máquina for considerada potencialmente insegura, ela deve ser</p><p>desligada imediatamente para reparos.</p><p>Os trabalhadores do setor não devem tentar consertar equipamentos</p><p>com defeito por conta própria, sem primeiro alertar um supervisor. A</p><p>manutenção adequada só o levará até certo ponto. Muitas máquinas,</p><p>quando em produção, são perigosas, independentemente de estarem</p><p>funcionando exatamente como deveriam.</p><p>Considerando os produtos químicos, por exemplo, não é possível</p><p>simplesmente remover o risco de um produto químico perigoso fazendo</p><p>uma verificação rápida, mas é necessário ter certeza de que todos os</p><p>produtos químicos estão devidamente rotulados e que os funcionários</p><p>estão equipados para manuseá-los adequadamente. Muitas máquinas</p><p>aquecem rapidamente e apresentam risco de incêndio, mesmo quando</p><p>operando de forma correta. É responsabilidade do empregador</p><p>conhecer os limites do equipamento e comunicá-los a todos os</p><p>trabalhadores.</p><p>Os espaços confinados são outro perigo permanente que pode ser difícil</p><p>de tratar. Como existem espaços confinados na maioria dos ambientes</p><p>de manufatura, é importante que seus funcionários entendam os riscos</p><p>de ficarem presos ou se encontrarem em uma área sem oxigênio.</p><p>O ideal é abordar esse risco com treinamento, incluir exaustores e</p><p>equipamentos de resgate em espaço confinado, e sempre certificar-</p><p>se de que os funcionários nessas condições trabalhem em pares. O</p><p>treinamento adequado é a melhor defesa contra esse tipo de perigo.</p><p>As instalações de uma empresa são tão seguras quanto as pessoas que</p><p>nela trabalham. Os funcionários devem receber treinamento regular</p><p>em todos os equipamentos com os quais possam entrar em contato.</p><p>Deve-se considerar incluir e/ou reciclar vários tipos de operações,</p><p>como também verificar se tudo está funcionando como deveria.</p><p>User</p><p>Realce</p><p>User</p><p>Realce</p><p>27</p><p>Conforme as máquinas são atualizadas e substituídas, o treinamento</p><p>deve ser repetido. Os trabalhadores também devem ser submetidos a</p><p>treinamentos periódicos de segurança, para que conheçam as melhores</p><p>práticas, e mais atuais, para manter a segurança deles próprios e de</p><p>seus colegas de trabalho. Isso deve incluir resposta de emergência para</p><p>queimaduras ou outros ferimentos, como reconhecer os sintomas de</p><p>exposição a gás ou produtos químicos e quem contatar durante uma</p><p>emergência. Além disso, todos os funcionários devem saber como e</p><p>quando evacuar uma instalação.</p><p>Em caso de emergência, o fácil acesso ao equipamento médico é crucial.</p><p>A instalação deve ser abastecida com uma variedade de equipamentos</p><p>de primeiros socorros, incluindo itens gerais de resposta a primeiros</p><p>socorros, bem como alguns adaptados ao ambiente de trabalho</p><p>específico, e devem ser bem identificados. Todos os funcionários devem</p><p>ter pelo menos um treinamento mínimo para usar o equipamento de</p><p>primeiros socorros. Em muitos casos, é necessário ter funcionários</p><p>especialmente treinados em primeiros socorros e em resgate em espaço</p><p>confinado. Um funcionário que se torna complacente com a segurança</p><p>pode ser um grande risco para a empresa.</p><p>1.2.2 A identificação de riscos no transporte, armazenagem</p><p>e manuseio de materiais</p><p>Os sistemas de transporte de materiais são usados em ambientes de</p><p>manufatura e produção para levar materiais de um local para outro. O</p><p>manuseio de materiais consiste na movimentação, no armazenamento,</p><p>na proteção e no controle de materiais durante todo o processo de</p><p>fabricação e distribuição, incluindo seu consumo e descarte.</p><p>Coordenação e controle são necessários para mover materiais que</p><p>atuam como entradas para o processo e movimentar/remover materiais</p><p>como saídas do processo. O manuseio de materiais é frequentemente</p><p>28</p><p>esquecido no esquema geral de produção. O custo de manuseio de</p><p>materiais é significativo e custa em média cerca de 20-25% da despesa</p><p>total da mão de obra de fabricação.</p><p>Os fatores que podem influenciar o projeto e identificação do risco de</p><p>um sistema de manuseio de materiais são: as características do material</p><p>a ser manuseado; questões de vazão, roteamento e programação;</p><p>considerações decorrentes do layout da planta escolhido; e a aplicação</p><p>do princípio de carga unitária.</p><p>Entre os vários tipos de equipamentos de transporte de materiais</p><p>que podem ser identificados, tem-se: caminhões industriais; veículos</p><p>guiados automatizados; monotrilhos e veículos guiados por trilhos;</p><p>empilhadeiras;</p><p>talhas e guindastes.</p><p>Os veículos guiados por sistemas automáticos usam tipos específicos</p><p>de tecnologia de orientação (de veículos) para realizar a operação do</p><p>sistema, incluindo: fios-guia embutidos; tiras de pintura; e veículos</p><p>autoguiados ou autônomos.</p><p>Dois pontos surgem com o gerenciamento e coordenação de veículos</p><p>não tripulados, são eles: o controle de tráfego e o despacho de veículos.</p><p>O controle de tráfego minimiza a interferência entre os veículos e evita</p><p>colisões. Dois sistemas podem ser usados para atingir esses objetivos:</p><p>detecção a bordo dos veículos e controle de zona. Em um veículo guiado</p><p>por sistemas automáticos, quando em funcionamento, os veículos</p><p>devem ser despachados em tempo hábil, da maneira que estiverem e</p><p>quando forem necessários.</p><p>Os recursos de segurança associados aos veículos guiados por sistemas</p><p>automáticos incluem: velocidades de movimento menores que o ritmo</p><p>de caminhada; parada automática do veículo; sensores de detecção de</p><p>obstáculos; para-choques de emergência; luzes de aviso e sirenes.</p><p>29</p><p>A identificação de riscos em tanques, silos e tubulações, na maioria</p><p>das vezes, está vinculada à aplicação da NR-33 – Segurança e saúde</p><p>nos trabalhos em espaços confinados (BRASIL, 2019). Para trabalho em</p><p>espaço confinado é recomendada a Análise Preliminar de Risco (APR):</p><p>avaliação inicial dos riscos potenciais, suas causas, consequências</p><p>e medidas de controle, sendo obrigatório possuir o documento de</p><p>Permissão de Entrada e Trabalho (PET) – documento escrito contendo o</p><p>conjunto de medidas de controle, visando à entrada e desenvolvimento</p><p>de trabalho seguro, além de medidas de emergência e resgate em</p><p>espaços confinados.</p><p>Na maioria das vezes, a segurança do local de trabalho afeta</p><p>diretamente a produtividade e o bem-estar de sua força de trabalho,</p><p>o que afeta diretamente a qualidade da produção de seu negócio.</p><p>Portanto, os empregadores devem se esforçar para criar um ambiente</p><p>seguro que ofereça um nível de risco aceitável para todos os</p><p>funcionários.</p><p>Além disso, os funcionários devem ser rápidos na identificação de</p><p>situações e condições no local de trabalho que possam comprometer</p><p>sua segurança ou expô-los a níveis de risco inaceitáveis.</p><p>Um exemplo prático pode ser associado aos acidentes elétricos</p><p>uma vez que são muito comuns no local de trabalho e são causados</p><p>pela exposição desprotegida a tomadas elétricas de alta tensão.</p><p>Queimaduras elétricas, incêndios elétricos e choques elétricos são</p><p>três tipos principais de acidentes elétricos. Choques elétricos ocorrem</p><p>quando o contato corporal com a eletricidade faz com que a corrente</p><p>passe pelo corpo e, em casos graves, pode causar insuficiência cardíaca</p><p>ou respiratória.</p><p>Muitas vezes, as queimaduras elétricas são consequências de choques</p><p>elétricos e podem ser internas ou externas. Incêndios elétricos ocorrem</p><p>quando uma fiação não isolada ou circuitos quebrados entram em</p><p>30</p><p>contato com materiais inflamáveis no local de trabalho, como algodão e</p><p>aparas de madeira.</p><p>Quando os trabalhadores precisam fazer uso de cabos de extensão</p><p>defeituosos ou trabalhar em ambientes repletos de linhas de energia</p><p>expostas, eles correm o risco direto de acidentes elétricos. Essa</p><p>exposição pode resultar em ferimentos leves a graves, especialmente</p><p>queimaduras, parada cardíaca e até mesmo morte (por eletrocussão),</p><p>em muitos casos.</p><p>Outros cenários que podem resultar em acidentes elétricos incluem o</p><p>seguinte: tomadas elétricas ocultas na área de trabalho; equipamento ou</p><p>instalação insegura; falta de equipamento de proteção individual; fraco</p><p>controle das atividades de trabalho; fiação elétrica não isolada; falta de</p><p>treino e falha em isolar circuitos antes de trabalhar.</p><p>Aqui estão algumas coisas a fazer em caso de acidentes elétricos:</p><p>Especialmente choques e queimaduras acontecem no local de trabalho,</p><p>é necessário, então, evitar tocar na vítima com as mãos, evitar remover</p><p>bolhas ou carne queimada do corpo da vítima e evitar esfregar pomadas</p><p>nas queimaduras.</p><p>Para proteger os funcionários e impedir acidentes por choque</p><p>elétrico no local de trabalho, empregadores e funcionários devem</p><p>tomar cuidado extra para praticar hábitos de segurança no local de</p><p>trabalho. Especificamente, aqui estão algumas precauções: sempre</p><p>inspecionar a área de trabalho com antecedência para ver se há fios</p><p>não isolados, cabos quebrados e circuitos elétricos expostos; não fazer</p><p>uso de equipamento elétrico defeituoso em todos os momentos; os</p><p>trabalhadores devem usar equipamento de proteção individual e isolar</p><p>os equipamentos elétricos antes de trabalhar neles, além de ter um</p><p>sistema rápido para relatar e documentar incidentes de choque elétrico</p><p>no local de trabalho.</p><p>31</p><p>Um outro exemplo, que ocorre com frequência nas empresas, são os</p><p>acidentes com produtos químicos. Os produtos químicos tóxicos no local</p><p>de trabalho também podem prejudicar a segurança dos funcionários,</p><p>especialmente quando são expostos a essas substâncias sem os devidos</p><p>cuidados. A exposição a produtos químicos pode resultar em uma série</p><p>de efeitos, desde câncer e falência de órgãos, até em morte.</p><p>Existem diferentes produtos químicos tóxicos aos quais os funcionários</p><p>podem ser expostos ao realizar as tarefas diárias no local de trabalho.</p><p>Normalmente, esses produtos químicos são classificados de acordo com</p><p>o tipo de dano que podem causar ao corpo, conforme segue:</p><p>• Corrosivos: são produtos químicos que podem causar danos</p><p>corporais irreversíveis, como o ácido clorídrico.</p><p>• Irritantes: a exposição a produtos químicos irritantes pode</p><p>resultar em inflamação reversível da área de contato da pele.</p><p>Exemplos de produtos químicos irritantes incluem solventes fortes.</p><p>• Teratógenos: essa classe de produtos químicos pode causar</p><p>defeitos de nascença quando os funcionários são expostos a eles.</p><p>Um teratógeno popular no local de trabalho é a talidomida.</p><p>• Sensibilizantes: um sensibilizador, como um isocianato, pode</p><p>desencadear reações alérgicas após a exposição.</p><p>• Mutagênicos: a exposição a esse tipo de produtos químicos pode</p><p>levar a mutações gênicas negativas e danos aos cromossomos. Um</p><p>bom exemplo desse produto químico é o benzeno.</p><p>• Carcinógenos: um carcinógeno é uma substância química que</p><p>pode desencadear o crescimento maligno nas células do corpo,</p><p>potencialmente causando câncer. O amianto é um agente</p><p>cancerígeno comum.</p><p>32</p><p>Os funcionários podem ser expostos a esses produtos químicos por</p><p>inalação, contato direto ou indireto com a pele, ingestão e injeção. Ao</p><p>contrário de outros acidentes de trabalho, os efeitos das exposições</p><p>químicas são geralmente graduais e de longo prazo e seus impactos são</p><p>de longo alcance.</p><p>Algumas dicas de segurança no local de trabalho para evitar a exposição</p><p>a produtos químicos perigosos: usar equipamento de proteção pessoal</p><p>ao manusear produtos químicos no local de trabalho; monitorar a</p><p>segurança diária dos funcionários usando o formulário de revisão de</p><p>segurança dos funcionários.</p><p>Os funcionários que trabalham em indústrias que exigem o uso de</p><p>máquinas e ferramentas, como construção ou transporte, correm o</p><p>risco de acidentes com máquinas e ferramentas. Em muitos casos,</p><p>esses acidentes são causados pelo uso de equipamentos defeituosos,</p><p>falta de conhecimento adequado, defeitos do produto ou negligência</p><p>das precauções de segurança estipuladas. Exemplos comuns de</p><p>acidentes com máquinas e ferramentas no local de trabalho são: uma</p><p>queimadura causada por um aquecedor defeituoso na fábrica; quedas</p><p>de uma escada com defeito ou andaime instável; cortes de ferramentas</p><p>quebradas ou arestas de ferramentas afiadas; lesões causadas pelo</p><p>uso de ferramenta errada; perda auditiva por trabalhar na fábrica</p><p>sem protetores de ouvido; lacerações ou amputações em decorrência</p><p>do uso de equipamentos sem mecanismos de segurança; lesões por</p><p>esmagamento devido ao emaranhamento da máquina.</p><p>A cultura de segurança abrange a tolerância de uma organização ao</p><p>risco em suas atividades operacionais diárias e processos</p><p>de tomada</p><p>de decisão. Quanto maior o grau em que a administração reconhece</p><p>a necessidade de gerenciamento de risco eficaz na organização, maior</p><p>será seu compromisso com o estabelecimento de padrões e protocolos</p><p>para identificar, avaliar e gerenciar riscos</p><p>User</p><p>Realce</p><p>33</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO 31000: Gestão de</p><p>riscos: diretrizes. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-01: disposições gerais e</p><p>gerenciamento de riscos ocupacionais. Brasília, DF: 2020. Disponível em:</p><p>. Acesso em 31 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-33: segurança e saúde nos</p><p>trabalhos em espaços confinados. Brasília, DF: 2019. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2021.</p><p>CAMPBELL, J. M.; SMITH, S. Safety hazard and risk identification and</p><p>management in infrastructure management: a project overview. Edinburgh.</p><p>Scotland: School of Engineering and Electronics. The University of Edinburgh, 2007.</p><p>INTERNATIONAL LABOUR OFFICE (OIT). Training Package on Workplace Risk</p><p>Assessment and Management for Small and Medium-Sized Enterprises.</p><p>Génova, Itália: Programme on Safety and Health at Work and the Environment</p><p>(SafeWork), 2013.</p><p>PROJECT MANAGEMENT INSTITUTE (PMI). PMBOOK Guide – A guide to the Project</p><p>Management Body of Knowledge. 7. ed. São Paulo: Global Standard, 2021.</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho</p><p>34</p><p>Categorização de riscos pela</p><p>sinalização</p><p>Autoria: Marcos Antonio Dias</p><p>Leitura crítica: Joubert Rodrigues dos Santos Júnior</p><p>Objetivos</p><p>• Apresentar os conceitos sobre os fundamentos</p><p>jurídicos da caracterização de riscos.</p><p>• Descrever a identificação dos riscos na caraterização</p><p>de riscos.</p><p>• Conhecer a sinalização dos riscos através das cores.</p><p>35</p><p>1. Sinalização de segurança</p><p>Os empresários estão sendo forçados a se adaptar aos novos riscos</p><p>apresentados pelas mudanças climáticas, legislação, normas técnicas,</p><p>clientes e demandas dos investidores por produtos e processos mais</p><p>sustentáveis. A fim de se manterem competitivas, as organizações</p><p>estão trabalhando para conhecer o cenário de risco e entender como as</p><p>novas tecnologias, incluindo processos, podem ajudar a reduzir o risco.</p><p>Embora o risco seja central para qualquer tipo de negócio, as empresas</p><p>estão apenas começando a entender e responder de forma proativa aos</p><p>riscos encontrados nas empresas.</p><p>O gerenciamento de risco na perspectiva da segurança do trabalho é</p><p>amplamente creditado por reduções no risco de acidentes graves e</p><p>melhor desempenho da indústria de processos. Práticas de segurança</p><p>de processo e sistemas formais de gerenciamento de segurança já</p><p>existem em algumas empresas há muitos anos. No entanto, após</p><p>um aumento inicial, as atividades de gerenciamento de segurança</p><p>de processo parecem ter estagnado em muitas organizações. As</p><p>investigações continuam a identificar o desempenho inadequado</p><p>do sistema de gestão como um dos principais contribuintes para o</p><p>incidente/acidente. E as auditorias revelam um histórico de descobertas</p><p>repetidas, indicando problemas crônicos cujos sintomas são corrigidos</p><p>continuamente, sem abordar com eficácia as causas técnicas e culturais.</p><p>1.1 Os fundamentos juridicos</p><p>O tema classificação de riscos está suportado em fundamentos jurídicos,</p><p>que estabelecem qualificações e dispositivos legais, infralegais e</p><p>regulamentadores, proporcionando a validade jurídica ao tema. Os</p><p>principais fundamentos da classificação de riscos são:</p><p>36</p><p>• Constituição da República Federativa do Brasil (atualizada até a</p><p>edição da Emenda Constitucional nº 109 de 15 de março de 2021).</p><p>• Norma regulamentadora NR-26 – Sinalização de segurança.</p><p>• Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sancionadas pelo Decreto</p><p>lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, com a redação dos artigos</p><p>154 a 201 CLT dada pela Lei 6.154 de 22 de dezembro de 1977,</p><p>revisada pela Lei nº 13.647 de 13 de julho de 2017.</p><p>1.2 Identificação e análise de riscos</p><p>Identificação de perigos e análise de riscos é um termo coletivo que</p><p>abrange todas as atividades envolvidas na identificação de perigos. Seu</p><p>objetivo é avaliar o risco nas instalações, ao longo de seu ciclo de vida,</p><p>para garantir que os riscos aos funcionários, ao público e/ou ao meio</p><p>ambiente sejam controlados de forma consistente dentro da tolerância</p><p>de risco da organização. Esses estudos geralmente abordam três</p><p>questões de risco principais em um nível de detalhe compatível com os</p><p>objetivos da análise, estágio do ciclo de vida, informações disponíveis e</p><p>recursos. As três principais questões de risco são:</p><p>• Perigo – O que pode dar errado?</p><p>• Consequências – O quão ruim poderia ser?</p><p>• Probabilidade – Com que frequência isso pode acontecer?</p><p>Os riscos ambientais para um fabricante estão relacionados à sua</p><p>posição geográfica e à localização de suas fábricas, que podem estar</p><p>expostas ao aumento do nível do mar, inundações, ventos fortes e</p><p>eventos climáticos imprevisíveis. Os locais de fabricação também podem</p><p>ser vulneráveis a interrupções na cadeia de suprimentos e instabilidade</p><p>na rede elétrica e na infraestrutura de transporte. Todos esses fatores</p><p>podem desvalorizar os ativos existentes.</p><p>37</p><p>Os riscos de transição estão associados à mudança de tecnologia ou</p><p>processos, como integração de inteligência artificial (IA) e robótica em</p><p>operações de manufatura avançadas, mudança de fontes de energia</p><p>ou combustível ou mudança para matérias-primas mais sustentáveis</p><p>ou novas fontes de materiais. A utilização de novas tecnologias e</p><p>processos também pode exigir que a equipe seja treinada novamente</p><p>ou tenha seus conhecimentos reciclados e as cadeias de suprimentos</p><p>reestruturadas para aumentar a resiliência, levar em consideração as</p><p>geopolíticas e atender às necessidades de políticas e regulamentos.</p><p>Os riscos operacionais estão relacionados à eficiência das operações</p><p>do processo. As medidas de risco operacional incluem o consumo de</p><p>recursos por unidade de produção, rendimento do produto, geração de</p><p>resíduos ou emissões e manutenção necessária e tempo de inatividade.</p><p>O risco operacional pode ser reduzido garantindo que as operações</p><p>sejam robustas, o que pode ser habilitado por meio de redundância e</p><p>gerenciamento da cadeia de suprimentos.</p><p>O gerenciamento da segurança do processo, também chamado de</p><p>gerenciamento de risco, é amplamente creditado por reduções no risco</p><p>de acidentes graves e melhor desempenho da indústria de processos.</p><p>Práticas de segurança de processo e sistemas formais de gerenciamento</p><p>de segurança já existem em muitas empresas há muitos anos.</p><p>No entanto, após um aumento inicial, as atividades de gerenciamento de</p><p>segurança de processo parecem ter estagnado em muitas organizações.</p><p>As investigações de incidentes continuam a identificar o desempenho</p><p>inadequado do sistema de gestão como um dos principais contribuintes</p><p>para o incidente/acidente. E as auditorias revelam um histórico de</p><p>descobertas repetidas, indicando problemas crônicos cujos sintomas</p><p>são</p><p>corrigidos continuamente, sem abordar com eficácia as causas técnicas</p><p>e culturais.</p><p>38</p><p>Os seguintes princípios-chave devem ser abordados ao desenvolver,</p><p>avaliar ou melhorar qualquer sistema de gestão de risco:</p><p>i) Manter uma prática confiável: quando uma empresa identifica</p><p>ou define uma atividade a ser realizada, essa empresa provavelmente</p><p>deseja que a atividade seja realizada de forma correta e consistente ao</p><p>longo da vida desse processo e de outros processos semelhantes. Para</p><p>que o sistema de gestão de risco seja executado de forma confiável em</p><p>uma instalação envolvendo uma variedade de pessoas e situações, os</p><p>seguintes recursos essenciais devem ser considerados:</p><p>• Documentar o sistema de gestão de risco pretendido.</p><p>• Integrar as atividades da identificação de perigos e análise de</p><p>riscos (hazard identification and risk analysis–HIRA) ao ciclo de vida</p><p>de projetos ou processos.</p><p>• Definir claramente o escopo analítico da identificação de perigos e</p><p>análise de riscos e garantir uma cobertura adequada.</p><p>• Determinar o escopo físico do sistema de risco.</p><p>• Envolver pessoal competente.</p><p>• Fazer julgamentos de risco consistentes.</p><p>• Verificar se as práticas de identificação de perigos e análise de</p><p>riscos permanecem eficazes.</p><p>ii) Avaliar riscos e tomar decisões baseadas em riscos: uma vez</p><p>que os perigos foram identificados e os riscos associados analisados, a</p><p>aceitabilidade do risco deve ser avaliada. Algumas empresas podem julgar</p><p>um risco aceitável se o sistema estiver em conformidade com um padrão</p><p>mínimo, como um regulamento ou código, enquanto outras empresas</p><p>podem exigir que os riscos atendam aos critérios de risco toleráveis</p><p>internos ou mesmo sejam reduzidos ao mínimo razoavelmente praticável.</p><p>Algumas empresas podem julgar o risco inaceitável em quaisquer</p><p>circunstâncias e exigir que o processo seja realocado ou abandonado,</p><p>39</p><p>a menos que uma alternativa inerentemente mais segura possa ser</p><p>encontrada. A International Occupational Hygiene Association (IOHA)</p><p>descreve os agentes químicos, físicos, biológicos e ergonômicos.</p><p>Um perigo químico é um tipo de risco ocupacional causado pela</p><p>exposição a produtos químicos no local de trabalho, podendo causar</p><p>efeitos prejudiciais à saúde, em curto, médio ou longo prazo. Existem</p><p>muitos tipos de produtos químicos perigosos, incluindo neurotoxinas,</p><p>agentes imunológicos, agentes dermatológicos, carcinógenos,</p><p>toxinas reprodutivas, toxinas sistêmicas, agentes pneumoconióticos,</p><p>sensibilizantes, entre outros. Esses perigos podem causar riscos</p><p>físicos e/ou para a saúde. Dependendo do produto químico, os riscos</p><p>envolvidos podem ser variados.</p><p>Os perigos biológicos, também conhecidos como riscos biológicos,</p><p>referem-se a substâncias biológicas que representam uma ameaça à</p><p>saúde dos organismos vivos, principalmente dos humanos. Isso pode</p><p>incluir amostras de um microrganismo, vírus ou toxina (de uma fonte</p><p>biológica) que podem afetar a saúde humana. Também pode incluir</p><p>substâncias prejudiciais a outros animais.</p><p>Um perigo físico é um agente, fator ou circunstância que pode causar</p><p>danos com ou sem contato. Eles podem ser classificados como tipo de</p><p>risco ocupacional ou risco ambiental. Os riscos físicos incluem riscos</p><p>ergonômicos, radiação, estresse por calor e frio, riscos de vibração e</p><p>riscos de ruído.</p><p>Riscos ergonômicos são condições físicas que podem representar risco de</p><p>lesão ao sistema musculoesquelético, como os músculos ou ligamentos</p><p>da parte inferior das costas, tendões ou nervos das mãos/pulsos ou</p><p>ossos ao redor dos joelhos, entre outros, resultando em um distúrbio</p><p>musculoesquelético. Os riscos ergonômicos incluem posturas inadequadas,</p><p>posturas estáticas, demanda de forças excessivas, movimentos repetitivos</p><p>ou intervalos curtos entre as atividades. O risco de um distúrbio</p><p>musculoesquelético é frequentemente ampliado quando vários fatores</p><p>estão presentes ou quando a vibração do corpo inteiro ou da mão/braço,</p><p>iluminação insuficiente ou ferramentas, equipamentos ou estações de</p><p>40</p><p>trabalho mal projetados produzem interações negativas adicionais com</p><p>o trabalhador/usuário. Os riscos ergonômicos ocorrem em ambientes</p><p>ocupacionais e não ocupacionais, como em oficinas, canteiros de obras,</p><p>escritórios, casa, escola ou espaços e instalações públicas.</p><p>No sentido de fornecer informações sobre os riscos descritos, um dos</p><p>recursos está em utilizar a sinalização de segurança, que é um indicador</p><p>visual e/ou sonoro para uma determinada atividade ou situação.</p><p>1.3 A sinalização dos riscos</p><p>A NR-01 (BRASIL, 2020)–Disposições gerais e gerenciamento de riscos</p><p>ocupacionais, no item 1.5.7.3.2, Inventário de riscos ocupacionais, na</p><p>letra d, apresenta dados da análise preliminar ou do monitoramento das</p><p>exposições a agentes fisicos, químicos e biológicos e os resultados da</p><p>avaliação de ergonomia nos termos da NR-17 (BRASIL, 2018)</p><p>A NR-05 define a atribuição da Comissão Interna de Prevenção de</p><p>Acidentes – CIPA, como:</p><p>[...] A CIPA terá por atribuição: a) identificar os riscos do processo de</p><p>trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior</p><p>número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver.</p><p>(BRASIL, 2019a, item 5.16)</p><p>O Quadro 1, com base na Portaria n.º 25, de 29 de dezembro de 19941</p><p>(DOU de 30/12/94 – Seção 1 – páginas 21.280 a 21.282, republicada em</p><p>15/12/95 – Seção 1 – páginas 1.987 a 1.989), da Secretaria de Segurança</p><p>e Saúde no Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego, descreve a</p><p>Classificação dos principais riscos em grupos, de acordo com a sua natureza</p><p>e a padronização das cores correspondentes. Nota: essa é a primeira</p><p>publicação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA).</p><p>1 Republicada por ter saído com incorreção, do original, no D.O. de 30-12-94, Seção 1, páginas 21.280 a</p><p>21.282.</p><p>41</p><p>Quadro 1 – Classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de</p><p>acordo com sua natureza e a padronização das cores correspondentes.</p><p>Grupo 1</p><p>Verde</p><p>Grupo 2</p><p>Vermelho</p><p>Grupo 3</p><p>Marrom</p><p>Grupo 4</p><p>Amarelo</p><p>Grupo 5</p><p>Azul</p><p>Riscos</p><p>físicos</p><p>Riscos</p><p>químicos</p><p>Riscos</p><p>Biológicos</p><p>Riscos</p><p>ergonômicos</p><p>Riscos de</p><p>acidentes</p><p>Ruídos.</p><p>Vibrações.</p><p>Radiações</p><p>ionizantes.</p><p>Radiações não</p><p>ionizantes.</p><p>Frio.</p><p>Calor.</p><p>Pressões</p><p>anormais.</p><p>Umidade.</p><p>Poeiras.</p><p>Fumos.</p><p>Névoas.</p><p>Neblinas.</p><p>Gases.</p><p>Vapores.</p><p>Substâncias,</p><p>compostos</p><p>ou produtos</p><p>químicos.</p><p>Vírus.</p><p>Bactérias.</p><p>Protozoários.</p><p>Fungos.</p><p>Parasitas.</p><p>Bacilos.</p><p>Esforço físico</p><p>intenso.</p><p>Levantamento</p><p>e transporte</p><p>manual de peso.</p><p>Exigência</p><p>de postura</p><p>inadequada.</p><p>Controle rígido</p><p>de produtividade.</p><p>Imposição</p><p>de ritmos</p><p>excessivos.</p><p>Trabalho em</p><p>turno e noturno.</p><p>Jornadas</p><p>de trabalho</p><p>prolongadas.</p><p>Monotonia e</p><p>repetitividade.</p><p>Outras situações</p><p>causadoras de</p><p>stress físico e/</p><p>ou psíquico.</p><p>Arranjo físico</p><p>inadequado.</p><p>Máquinas e</p><p>equipamentos</p><p>sem proteção.</p><p>Ferramentas</p><p>inadequadas</p><p>ou defeituosas</p><p>Iluminação</p><p>inadequada.</p><p>Eletricidade.</p><p>Probabilidade</p><p>de incêndio</p><p>ou explosão.</p><p>Armazenamento</p><p>inadequado.</p><p>Animais</p><p>peçonhentos.</p><p>Outras situações</p><p>de risco que</p><p>poderão</p><p>contribuir para</p><p>a ocorrência</p><p>de acidentes.</p><p>Fonte: adaptado de Brasil (1994).</p><p>Partindo do princípio de que os grupos de riscos são identificados por</p><p>cores, o mesmo raciocínio foi utilizado para as cores de segurança e</p><p>cores de tubulações.</p><p>A sinalização nas empresas obedece as normas da ABNT (Associação</p><p>Brasileira de Normas Técnicas), e pode-se citar as ABNT NBR</p><p>42</p><p>7.195/2018–Cores para segurança, e a ABNT NBR 6.493/2019–Emprego</p><p>das cores para identificação de tubulações, representadas nos Quadros</p><p>2 e 3, respectivamente.</p><p>Quadro 2 - Cores para segurança conforme NBR 7.195</p><p>Cor</p><p>Normal</p><p>Cor de</p><p>Contraste Onde deve-se empregar</p><p>3.1.1 Vermelha</p><p>3.1.1.1 É a cor empregada para identificar e distinguir equipamentos</p><p>de proteção e combate a incêndio, e sua localização, bem como os</p><p>acessórios destes equipamentos (válvulas, registros, filtros etc.).</p><p>3.1.1.2  A cor vermelha não pode ser utilizada para indicar perigo.</p><p>3.1.1.3   A cor vermelha também</p><p>é utilizada em sinais de parada</p><p>obrigatória e de proibição, bem como nas luzes de sinalização de</p><p>tapumes, barricadas etc., e em botões para paradas de emergência.</p><p>3.1.1.4 Nos equipamentos de soldagem oxiacetilênica, a mangueira</p><p>de acetileno deve ser de cor vermelha (e a de oxigênio de cor verde).</p><p>3.1.2 Laranja</p><p>3.1.2.1 É a cor utilizada para indicar “perigo”, podendo ser</p><p>utilizada na pintura completa ou com contraste (faixa).</p><p>3.1.2.2 Deve ser utilizada em equipamentos de salvamento</p><p>aquático, como boias circulares, coletes salva-vidas, flutuadores</p><p>salva-vidas, baleeiras, botes de resgate e similares.</p><p>3.1.2.3 Recomenda-se a utilização quando a apreciação</p><p>de riscos indicar e for tecnicamente viável. Por exemplo,</p><p>em partes móveis de máquinas e equipamentos.</p><p>3.1.3 Amarela</p><p>3.1.3.1 É a cor utilizada para indicar “advertência”.</p><p>3.1.3.2 Recomenda-se a utilização, por exemplo, em:</p><p>a) corrimãos, parapeitos e rodapé de escadas;</p><p>b) faixas no piso de entrada de elevadores</p><p>de carga e plataformas de carga;</p><p>c) meios ou diferenças de nível onde haja</p><p>necessidade de chamar atenção;</p><p>d) faixas de circulação conjunta de pessoas e empilhadeiras,</p><p>máquinas de transporte de cargas e outros veículos similares;</p><p>e) faixas em torno das áreas de sinalização dos</p><p>equipamentos de combate a incêndio;</p><p>f) partes superiores e laterais de passagens que apresentem risco;</p><p>g) equipamentos de transporte e movimentação de</p><p>materiais, pontes rolantes, pórticos e caçambas;</p><p>h) pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de</p><p>estruturas e equipamentos que apresentem risco de colisão;</p><p>i) cavaletes, cancelas e outros dispositivos</p><p>para bloqueio de passagem;</p><p>j) faixas de delimitação de áreas destinadas à armazenagem;</p><p>k) fundos de letreiros em avisos de advertência.</p><p>43</p><p>3.1.4 Verde</p><p>3.1.4.1 É a cor utilizada para caracterizar “condição segura”.</p><p>3.1.4.2 Deve ser utilizada para identificar, por exemplo:</p><p>a) localização de caixas de equipamentos de</p><p>primeiros socorros e emergência;</p><p>b) caixas contendo equipamentos de proteção individual;</p><p>c) chuveiros de emergência e lava-olhos;</p><p>d) localização de macas;</p><p>e) faixas de delimitação de áreas seguras quanto a riscos mecânicos;</p><p>f) sinalização de portas de entrada das salas</p><p>de atendimento de urgência;</p><p>g) sinalização para rota de fuga.</p><p>3.1.4.3 Nos equipamentos de soldagem oxiacetilênica, a mangueira</p><p>de oxigênio deve ser de cor verde (e a de acetileno de cor vermelha).</p><p>3.1.5 Azul</p><p>É a cor utilizada em sinais de ação obrigatória, por exemplo, uso de</p><p>equipamento de proteção individual (EPI) ou outras ações similares.</p><p>3.1.6 Violeta</p><p>É a cor utilizada para indicar os perigos provenientes das radiações</p><p>penetrantes e partículas nucleares. É empregada, por exemplo, em:</p><p>a) portas e aberturas que dão acesso a locais onde se</p><p>manipulam ou armazenam materiais radioativos ou que</p><p>foram contaminados por materiais radioativos;</p><p>b) locais onde tenham sido enterrados materiais radioativos</p><p>e equipamentos contaminados por materiais radioativos;</p><p>c) recipientes de materiais radioativos ou refugos de materiais</p><p>radioativos e equipamentos contaminados por materiais radioativos;</p><p>d) sinais luminosos para indicar equipamentos produtores de</p><p>radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares.</p><p>3.1.7 Branca</p><p>É a cor utilizada, por exemplo em:</p><p>a) faixas para demarcar passadiços, passarelas e corredores</p><p>pelos quais circulam exclusivamente pessoas;</p><p>b) áreas em torno dos equipamentos de primeiros</p><p>socorros e outros equipamentos de emergência.</p><p>Fonte: adaptado de ABNT (2018).</p><p>Quadro 3 – Cores para identificação de tubulações, conforme ABNT</p><p>NBR 6.493/2019</p><p>Alaranjado Produtos químicos não gasosos.</p><p>Amarelo Gases não liquefeitos.</p><p>44</p><p>Verde Água, exceto a destinada a combater incêndio.</p><p>Azul Ar comprimido.</p><p>Branco Vapor.</p><p>Preto</p><p>Inflamáveis e combustíveis de alta</p><p>viscosidade (por exemplo, óleo</p><p>combustível, asfalto, alcatrão, piche).</p><p>Marrom Materiais fragmentados (minérios), petróleo bruto.</p><p>Cinza-Claro Vácuo.</p><p>Cinza-Escuro Eletroduto.</p><p>Alumínio</p><p>Gases liquefeitos, inflamáveis e</p><p>combustíveis de baixa viscosidade</p><p>(por exemplo, óleo Diesel, gasolina,</p><p>querosene, óleo lubrificante, solventes).</p><p>Fonte: adaptado de ABNT (2019a).</p><p>Um sistema de cores consistente, denotando a relação cor-risco, alerta</p><p>os funcionários sobre riscos à segurança. Conhecer o sistema aumenta a</p><p>segurança do funcionário. Um exercício de integração dos funcionários</p><p>é fazer um tour pela operação, apontando os diferentes exemplos de</p><p>cores usados e os perigos identificados. Todos os funcionários devem</p><p>estar familiarizados com o sistema de codificação de cores</p><p>A sinalização do local de trabalho é um processo simplificado e</p><p>padronizado, e tem como objetivo a identificação dos riscos, no sentido</p><p>de evitar acidentes, preservar a vida dos trabalhadores e os ativos da</p><p>empresa. O uso das cores foi a solução encontrada para atender às</p><p>45</p><p>necessidades da area da Segurança do Trabalho, e a padronização das</p><p>cores através das normas técnicas teve abrangência mundial, facilitando,</p><p>desse modo, a interpretação do risco por parte dos trabalhadores.</p><p>Referências</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 6.493: Emprego das</p><p>cores para identificação de tubulações. Rio de Janeiro: ABNT, 2019a.</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 7.195: Cores para</p><p>segurança. Rio de Janeiro: ABNT, 2019b.</p><p>BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil</p><p>de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2020]. Disponível em: http://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 22 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Constituição (1988). Emenda Constitucional nº 109, de 15 de março</p><p>de 2021. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: http://www.</p><p>planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc109.htm. Acesso em: 28</p><p>ago. 2021.</p><p>BRASIL. Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. Aprova a Consolidação das</p><p>Leis do Trabalho. Brasília, DF: Presidência da República, 1943. Disponível em: http://</p><p>www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 28 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977. Altera o Capítulo V do Titulo II da</p><p>Consolidação das Leis do Trabalho, relativo a segurança e medicina do trabalho e</p><p>dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1977. Disponível em:</p><p>http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6514.htm. Acesso em: 28 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017. Altera a Consolidação das Leis do</p><p>Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, e as Leis</p><p>n º 6.019, de 3 de janeiro de 1974, 8.036, de 11 de maio de 1990, e 8.212, de 24 de</p><p>julho de 1991, a fim de adequar a legislação às novas relações de trabalho. Brasília,</p><p>DF: Presidência da República, 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/</p><p>ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/l13467.htm. Acesso em: 28 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-05: comissão interna de</p><p>prevenção de acidentes. Brasília, DF: 2019a. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2021.</p><p>BRASIL. Ministério do Trabalho e Previdência. NR-09: programa de prevenção</p><p>de riscos ambientais. Brasília, DF: 2019b. Disponível em:</p>

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