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<p>1</p><p>NATAÇÃO ASPECTOS PEDAGÓGICOS E</p><p>APROFUNDAMENTOS</p><p>2</p><p>SUMÁRIO</p><p>A natação na sua expressão psicomotriz ......................................................................................... 5</p><p>Fundamentos básicos .................................................................................................................... 6</p><p>O Homem Nada Por Necessidade ................................................................................................... 6</p><p>Hidrostática do Corpo Humano ...................................................................................................... 8</p><p>Fatores Comuns aos Movimentos do Corpo na Água e em Terra ...................................................... 9</p><p>Mecânica natatória e sua fundamentação em leis e princípios físicos ............................................. 11</p><p>Os pulmões do Homem como Elemento Flutuador Improvisado .................................................... 13</p><p>Centro de Gravidade ................................................................................................................... 13</p><p>Condições para a Flutuação ......................................................................................................... 14</p><p>Sustentação em superfície e em movimento ................................................................................. 15</p><p>Estabilidade ................................................................................................................................ 16</p><p>Hidrodinâmica do corpo humano ................................................................................................. 17</p><p>Resistência oposta ao movimento ................................................................................................ 17</p><p>Princípio da ação e reação ........................................................................................................... 19</p><p>Forças de Resistência Útil ............................................................................................................ 19</p><p>Resistência Frontal ...................................................................................................................... 19</p><p>Inércia ........................................................................................................................................ 21</p><p>Inércia e seus Pontos Principais .................................................................................................... 22</p><p>Planos aplicados à mecânica natatória.......................................................................................... 22</p><p>Eixos ........................................................................................................................................... 23</p><p>Propulsão ................................................................................................................................... 23</p><p>Lei teórica do quadrado ............................................................................................................... 25</p><p>Aceleração .................................................................................................................................. 26</p><p>Cadência ..................................................................................................................................... 26</p><p>Ritmo ......................................................................................................................................... 26</p><p>Comportamento das alavancas humanas na natação .................................................................... 27</p><p>Braçadas ..................................................................................................................................... 28</p><p>Batimentos ................................................................................................................................. 28</p><p>Ondulação do tronco no nado borboleta- golfinho ........................................................................ 29</p><p>Trabalho dos Braços .................................................................................................................... 30</p><p>Trabalho das Pernas .................................................................................................................... 31</p><p>Fase da Tração ............................................................................................................................ 31</p><p>3</p><p>Recuperações ............................................................................................................................. 32</p><p>Batimentos ................................................................................................................................. 33</p><p>Respiração do nadador ................................................................................................................ 34</p><p>O problema em função da técnica ................................................................................................ 34</p><p>Fisiologia da respiração aquática .................................................................................................. 36</p><p>Aspectos físicos da respiração ...................................................................................................... 36</p><p>Expiração .................................................................................................................................... 37</p><p>Inspiração ................................................................................................................................... 37</p><p>Tempo de apneia ........................................................................................................................ 38</p><p>Pedagogia da respiração .............................................................................................................. 38</p><p>Princípios fundamentais da aprendizagem .................................................................................... 39</p><p>Idade favorável para o aprendizado.............................................................................................. 40</p><p>Sistema de ensino ....................................................................................................................... 40</p><p>Recursos para o ensino e a aprendizagem ..................................................................................... 41</p><p>Formas de organização do ensino ................................................................................................ 41</p><p>Aprendizagem da natação ........................................................................................................... 42</p><p>Objetivos parciais do primeiro objetivo da aprendizagem .............................................................. 43</p><p>Organização didática para o ensino da natação ............................................................................. 44</p><p>Grupo de alunos .......................................................................................................................... 44</p><p>Tempo de aprendizagem ............................................................................................................. 44</p><p>Aparelhos de treinamento ........................................................................................................... 45</p><p>Primeiro estilo a ser ensinado ...................................................................................................... 45</p><p>Considerações básicas ................................................................................................................. 46</p><p>Objetivos operacionalizados ........................................................................................................ 46</p><p>Metodologia dos estilos de natação ............................................................................................. 46</p><p>Fundamentação</p><p>assim como os da respiração, estão necessariamente</p><p>ligados aos movimentos dos braços, segundo uma certa coordenação.</p><p>De harmonia com estudos efetuados por Demeny sobre o esforço e relacionados com</p><p>a tensão arterial, os esforços ou bloqueios repetidos alteram a respiração, produzindo a fadiga</p><p>cardíaca. A respiração contínua evita este inconveniente.</p><p>Como dissemos anteriormente, os nadadores de golfinho nas provas de 100 ou de 200</p><p>metros têm formas distintas para respirar. Deste modo, a distância e a potência solicitadas</p><p>permitem uma fase de equilíbrio entre a necessidade e o consumo de oxigênio; portanto, o</p><p>nadador de fundo e o nadador de velocidade terão formas fisiologicamente distintas de</p><p>respirar.</p><p>Aspectos físicos da respiração</p><p>O valor da capacidade vital do nadador joga um importante papel sobre sua flutuação,</p><p>mas a noção de densidade média é uma consideração que devemos ter em conta.</p><p>Sabemos que a fase respiratória do nadador se situa na zona de reserva inspiratória ou</p><p>na de reserva expiratória, e em vista disso o nadador vê variar seu volume em vários litros e,</p><p>em consequência, seu "empuxo" em vários quilos.</p><p>37</p><p>Uma posição naturalmente alta sobre a água favorece a propulsão aquática. Isto é</p><p>devido ao fato de se ter uma caixa torácica bem cheia, mas os fatores favoráveis para uma</p><p>boa flutuação são mecânica ou fisiologicamente desfavoráveis à propulsão.</p><p>Entre a inspiração e a expiração, alguns nadadores, seja consciente ou</p><p>inconscientemente, marcam um tempo de apneia em bloqueio inspiratório.</p><p>Expiração</p><p>A expiração exige nas condições habituais mais tempo que a inspiração, pois nesta se</p><p>trata de um movimento passivo. Em natação, parece ser aconselhável conservar um ritmo</p><p>semelhante, ainda que, para vencer a pressão não desprezível da "coluna d'água" que separa</p><p>o nível da boca do da superfície da água, a expiração deva tomar o caráter de um motivo ativo</p><p>voluntário. O nadador controla com efeito a duração e a intensidade de sua expiração. Esta se</p><p>faz quase que exclusivamente pela boca, mas inicia-se pelo nariz.</p><p>Alguns técnicos de natação pensaram que a excepcional capacidade vital dos</p><p>nadadores poderia ser atribuída em parte a esta resistência que era necessária compensar</p><p>permanentemente e vencer na expiração.</p><p>Inspiração</p><p>De todos os desportistas, o nadador de competição (especialmente o velocista) é</p><p>certamente o que tem um tempo de inspiração mais curto.</p><p>Vinculado ao ciclo do movimento de braço, a inspiração é paradoxalmente tanto mais</p><p>curta quanto maior for a velocidade do nadador e a necessidade de oxigênio, a mais</p><p>importante.</p><p>A utilização “de uma “via de passagem” que permite uma quantidade de a» máxima</p><p>se impõe imperiosamente durante a totalidade da duração da fase determinada pela cadência</p><p>do nado: a respiração do nadador é bucal e é tecnicamente falso querer expirar e inspirar</p><p>durante a emergência das vias respiratórias. O nadador dispõe de alguns décimos de segundos</p><p>para "ingerir" vários litros de ar.</p><p>Rapidez e amplitude são geralmente termos opostos. Veremos que pela extrema</p><p>brevidade de tempo de inspiração, os nadadores não respiram com a máxima amplitude, por</p><p>esta razão não experimentam o melhor coeficiente de ventilação pulmonar. Relação entre o</p><p>38</p><p>volume de ar que se renova com o volume de ar expirado. Embora o tempo inspiratório seja</p><p>particularmente breve e intenso, se converte num tempo ativo e com movimento de</p><p>expiração voluntário.</p><p>Tempo de apneia</p><p>Os músculos motores do braço são peritorácicos. Para obter uma certa potência, a</p><p>caixa torácica deve oferecer um ponto de apoio sólido a uma das extremidades dos músculos</p><p>motores do braço, o que se realiza no bloqueio do esforço.</p><p>Alguns nadadores como, por exemplo, os velocistas podem tirar alguma vantagem com</p><p>relação ao bloqueio torácico na obtenção de um máximo da potência. E, deste modo,</p><p>diminuem o número de inspirações na primeira parte da prova.</p><p>Em resumo: a respiração do nadador é essencialmente bucal e acessoriamente nasal.</p><p>O mecanismo fisiológico habitual se encontra modificado; a fase da expiração passiva se</p><p>converte num tempo ativo, voluntário, prolongado; a fase de inspiração se torna</p><p>particularmente breve e intensa.</p><p>A adição eventual de um tempo de apneia em bloqueio respiratório, suscetível de</p><p>conduzir um aumento da potência motora dos braços, é acompanhada certamente de uma</p><p>fadiga cardíaca suplementar.</p><p>A regulação nervosa de mecanismo respiratório não se faz segundo um automatismo</p><p>inato, sem passar durante o período de aprendizagem por um estado de regulação voluntária,</p><p>antes de converter-se, no campeão, num automatismo adquirido.</p><p>Estes problemas, em sua grande maioria, não passam despercebidos ao técnico, em</p><p>qualquer situação. Por isso, é necessário respirar bem, flutuar bem e utilizar a potência</p><p>máxima do nadador.</p><p>Pedagogia da respiração</p><p>É justamente na fase da aprendizagem que as falhas sucessivas devem ser sanadas</p><p>pelo técnico ou professor. Mas é importante dedicar muito, muito tempo mesmo às correções</p><p>durante a aprendizagem dos exercícios elementares; são indispensáveis as repetições das</p><p>séries dos exercícios, com a finalidade de adquirir a cadência e os ritmos respiratórios.</p><p>39</p><p>No ensino da natação o estudo da respiração não deve constituir capítulo à parte. Em</p><p>todo o programa de iniciação devemos encontrar uma hábil dose de exercícios de flutuação,</p><p>respiração e propulsão, sem a qual o estudo seria certamente enfadonho.</p><p>Todo o cuidado e a atenção dados na fase da aprendizagem propriamente dita ainda</p><p>serão poucos.</p><p>Princípios fundamentais da aprendizagem</p><p>A aprendizagem da natação caracteriza-se por uma variedade de possibilidades de</p><p>movimentação na água. Devido às várias mudanças existentes da posição do corpo na água, a</p><p>aprendizagem da habilidade técnica motora da natação apresenta diferenças fundamentais</p><p>em relação à movimentação diária do ser humano.</p><p>O aprendizado, segundo Aebli (1971), é a soma de todas as experiências, reflexões e</p><p>exercícios que se modificam em cada processo de aprendizagem.</p><p>No aprendizado motor, a experiência, que o antecede, surge de um campo de ação e</p><p>revela se positiva. Por exemplo, numa técnica natatória, ela também é positiva, da mesma</p><p>forma, em procedimentos de movimentação afins, proporcionando modificações no processo</p><p>da movimentação.</p><p>A motricidade é o total de todas as possibilidades de movimento do homem. As</p><p>possibilidades do sistema neuromuscular delimitam a capacidade motora de rendimento. A</p><p>motricidade individual depende da constituição física, do sexo, do tipo: imorfológico, da idade,</p><p>do temperamento e da velocidade de reação.</p><p>No âmbito da motricidade desportiva e da motricidade comum, o aprendizado de</p><p>novos movimentos primeiramente será processado de forma rudimentar. A mesma forma</p><p>rudimentar cor responde à estrutura básica do movimento ordenado do ponto de vista</p><p>técnico mecânico, sendo, no entanto, incompletas na qualidade do movimento e na</p><p>quantidade de rendimento.</p><p>Embora o movimento rudimentar seja inicialmente impreciso, apresenta gasto</p><p>supérfluo de energia no trabalho executado. Não há, ainda, equilíbrio entre os processos de</p><p>excitação e de inibição realizados a nível cortical.</p><p>40</p><p>Na aquisição da forma rudimentar, é de suma importância a aprendizagem do</p><p>movimento que leva à coordenação ou, em outras palavras, os movimentos parciais</p><p>natatórios são inicialmente coordenados num movimento total, sem respiração, antes de</p><p>serem trabalhados.</p><p>Por intermédio de insistente correção, o movimento rudimentar aperfeiçoa-se e vai</p><p>firmando-se na segunda fase da aprendizagem motora.</p><p>Com a repetição em treinamentos de pequenos percursos, o movimento assimilado</p><p>transforma-se em movimento mais correto. Desta forma, vamos conseguindo o máximo de</p><p>rendimento com um mínimo</p><p>de esforço.</p><p>Idade favorável para o aprendizado</p><p>A capacidade de aprender as habilidades técnico-motoras é bastante influenciada pelo</p><p>estado de desenvolvimento físico do aluno.</p><p>A aceleração ou retardamento da aprendizagem depende da constituição do grupo de</p><p>alunos, conforme suas capacidades de rendimento e a experiência adquirida anteriormente.</p><p>As passagens para novos períodos de desenvolvimento no organismo infantil ocorrem</p><p>normalmente.</p><p>Na idade dos 10 aos 13 anos, a criança atinge o seu ponto culminante em termos de</p><p>desenvolvimento motor, pois a harmonia e a utilidade da motricidade geral caracterizam-se</p><p>adequadamente nesta idade.</p><p>Os movimentos são equilibrados, com nítida transferência de movimentos,</p><p>apresentam se bem caracterizados e se processam dinamicamente.</p><p>Neste período, a criança pode ser conduzida pelo caminho da melhor movimentação</p><p>técnica, pois deve ter aprendido os processos motores em sua coordenação rudimentar e em</p><p>suas linhas básicas. Os seus movimentos parciais já correspondem às melhores técnicas atuais.</p><p>Em princípio, aprende-se a nadar em qualquer idade. Diferenças ocorrerão em termos</p><p>de qualidade dos movimentos relacionados com a idade e com a formação física.</p><p>De acordo com Hollmann, aos oito anos poderá haver uma diferença entre a idade</p><p>cronológica e a biológica de até três anos. Portanto, é possível formar grupos de aprendizagem</p><p>com alunos contando sete, oito e nove anos.</p><p>Sistema de ensino</p><p>41</p><p>Das três fases do aprendizado motor resultam três etapas do sistema de ensino. Cada</p><p>etapa da metodologia tem a correspondente fase de aprendizado dos movimentos.</p><p>O processo de ensino pode ser selecionado dedutivamente, utilizando-se o</p><p>aprendizado estruturado em programas. Estabelece-se a meta dos movimentos e procura-se</p><p>chegar ao objetivo final desejado, mediante etapas pequenas e exatas. O aluno sentir-se-á</p><p>orientado em todas as fases do processo de aprendizado pelas leis dos movimentos: ele</p><p>somente imita. Demonstrando e imitando, o processo é enriquecido por informação verbal e</p><p>audiovisual.</p><p>Por processo indutivo o aluno passa para o plano da experiência.</p><p>Aprende a partir do erro, colhendo experiências, de que se conscientiza</p><p>imediatamente.</p><p>Apoiado em apresentações verbais e audiovisuais, o sistema indutivo oportuniza ao</p><p>aluno larga margem de experiências.</p><p>A metodologia tenta facilitar o processo de aprendizado com:</p><p>a) recursos;</p><p>b) forma rudimentar de um movimento;</p><p>c) parcelamento funcional das metas do aprendizado.</p><p>Recursos para o ensino e a aprendizagem</p><p>São as providências que o professor utiliza durante as aulas para iniciar o processo de</p><p>ensino, a fim de facilitar e apressar a aquisição de novas formas de comportamento.</p><p>Os auxílios mais utilizados no aprendizado são: educativos, correção de movimentos,</p><p>duplas, formas de jogo e exercício. Alguns elementos materiais para auxiliar a flutuação</p><p>também são utilizados, mas são considerados os "apêndices psicológicos" do aprendiz.</p><p>Formas de organização do ensino</p><p>São todos os casos que dizem respeito à forma externa da unidade de ensino e da</p><p>aprendizagem. Este conceito não encerra formas fixas de ordem, pois os alunos podem</p><p>trabalhar em grupos independentemente do sentido pedagógico e também formar</p><p>comportamentos sociais.</p><p>42</p><p>Outro aspecto, que nos interessa, é a organização que nos ajuda a realizar o</p><p>aprendizado de forma parcelada. Nas estruturas formais preestabelecidas desenvolvem-se</p><p>relações humanas informais que levam, espontaneamente e não planejadamente, a um</p><p>comportamento efetivo.</p><p>As formas de organização preenchem, pois, tarefas didático- pedagógicas</p><p>(comportamento social, independência, motivação como meta do aprendizado, planejamento</p><p>do ensino).</p><p>Aprendizagem da natação</p><p>A aprendizagem da natação compreende três objetivos:</p><p>1. adaptação ao meio líquido e seu domínio. Idade propícia: primeira série escolar ou</p><p>mesmo antes;</p><p>2. aprendizagem dos nados crawl, costas, golfinho, nado de peito, saídas e viradas;</p><p>3. aperfeiçoamento da aprendizagem e treinamento. Idade propicia: alunos do</p><p>primeiro e segundo graus extensivos ao desporto extracurricular.</p><p>Considerações básicas</p><p>As considerações deste objetivo são o conhecimento fundamental no campo da</p><p>experiência sobre a água e o comportamento a ser adquirido nela. De um modo geral, é</p><p>necessário que se conheça o meio líquido, como por exemplo, suas propriedades físicas</p><p>(empuxo, densidade, pressão).</p><p>As reações psíquicas em pessoas que não sabem nadar, por mais fortes que sejam,</p><p>devem ser eliminadas ou evitadas.</p><p>Objetivos funcionais</p><p>Os objetivos funcionais são a adaptação ao meio líquido, domínio e sua superação.</p><p>Adaptação à pressão, ao empuxo, à resistência (resultante da densidade), à excitação</p><p>provocada pelo frio e pelo líquido nas aberturas da cabeça (nariz, boca, ouvidos, olhos).</p><p>Domínio dos reflexos do fechamento das pálpebras ao mergulhar o rosto na água e do</p><p>reflexo da posição da cabeça ao modificar a posição do corpo.</p><p>Superação, utilização das propriedades físicas da água (empuxo e densidade) para o</p><p>aprendizado das técnicas. A densidade da água como delimitante da velocidade locomotora</p><p>43</p><p>oferece ao mesmo tempo a possibilidade de impulsionar o corpo para frente, através de</p><p>planos de apoio e de pressão colocados correspondentemente e movimentados</p><p>contrastantemente.</p><p>O efeito do empuxo, da respiração (retenção do ar e expiração), posição da cabeça e</p><p>das extremidades (na e sobre a água) influem positiva ou negativamente e alternadamente</p><p>na posição do corpo.</p><p>Orientação pedagógica</p><p>Procurar executar jogos movimentados e pequenas competições; solicitar atitude que</p><p>proporcione experiência, de tal modo que a tarefa de abrir os olhos ao mergulhar fique</p><p>esquecida; procurar, ainda, dar tarefas intensivas de movimentos e experiências que</p><p>sobrepujem as reações psíquicas como, por exemplo, o medo.</p><p>Como a tarefa imposta visa proporcionar experiências, deve-se evitar o uso de</p><p>aparelhos flutuantes no ensino aos iniciantes. Seu uso pouca vantagem posteriormente trará.</p><p>No segundo objetivo do aprendizado considera se adequado o uso de aparelhos</p><p>auxiliares dos movimentos e da correção.</p><p>Objetivos parciais do primeiro objetivo da aprendizagem</p><p>1. Imersão, como expressão de boa adaptação à água e sua segurança.</p><p>Imersão de olhos abertos e orientação do nadador. Parte da escolha dos exercícios</p><p>será orientada ao domínio dos reflexos do fechamento das pálpebras e da posição da cabeça.</p><p>2. Expiração. A expiração na água acompanha tanto a imersão como as fases</p><p>subsequentes do aprendizado. A expiração para vencer a pressão da água é facilitada pela</p><p>imersão, a fim de apanhar objetos e preparar a posterior respiração alternada na locomoção</p><p>na água com o auxílio das técnicas natatórias.</p><p>3. Imersão provocada. Salto de pé, nível da água na altura dos quadris ou do peito. Esta</p><p>forma de entrar na água está intimamente ligada à imersão total, exigindo consequentemente</p><p>o aprendizado da orientação subaquática e este complementar-se-á com a aprendizagem da</p><p>imersão.</p><p>Para dar continuidade às etapas subsequentes devem ser efetuados testes para</p><p>verificar o aproveitamento dos alunos.</p><p>44</p><p>4. Flutuação. O empuxo do corpo para a flutuação resulta forçosamente dos exercícios</p><p>de imersão, quando a expiração não foi efetuada durante a mesma. Os pulmões cheios de ar</p><p>impedem a descida completa para o fundo. Através dessa experiência, conscientiza-se o aluno</p><p>a manter o corpo próximo da superfície da água sem tocar o fundo da piscina (empuxo</p><p>estático). Depois da execução dos exercícios de flutuação de costas, procurando atingir como</p><p>objetivo final da flutuação: a rolha, a tartaruga, a flexa decúbito ventral e dorsal.</p><p>5. Deslizamento ou impulso como o peixe na água resulta naturalmente da capacidade</p><p>de nadar estaticamente.</p><p>Ao mero empuxo segue a total extensão do corpo com o rosto na água e um só impulso</p><p>de saída que inicialmente auxilia o aluno a deslocar se. Formas de execução: impulso da</p><p>posição de pé do fundo da piscina; impulso com um ou dois pés na parede depois de profunda</p><p>inspiração e com o rosto na água.</p><p>Os deslocamentos de três metros no mínimo são importantes pré-requisitos para a</p><p>etapa seguinte que é abordada na movimentação.</p><p>Organização didática para o ensino da natação</p><p>Local de aula e treinamento</p><p>Piscina com profundidade de 0,30m a 1,30m. Temperatura da água: 27°C. Em piscinas</p><p>cobertas, a temperatura ambiente deverá estar a dois graus acima da temperatura da água</p><p>da piscina. Equipamento para treinamento. Evitar outros grupos presentes no mesmo local de</p><p>aula.</p><p>Grupo de alunos</p><p>Ideal: no máximo de 15 alunos e no mínimo de 4 a 6, para que haja possibilidade de</p><p>jogos em grupo. Procurar diferenciar os grupos conforme a capacidade de rendimento e</p><p>experiência anterior.</p><p>Tempo de aprendizagem</p><p>A periodicidade mais favorável é de três a cinco vezes por semana, com 45 minutos de</p><p>aula para cada unidade.</p><p>45</p><p>Aparelhos de treinamento</p><p>Utilizados como elementos coadjuvantes, bem como auxílio de movimentos e de</p><p>correção. Não se deve utilizar aparelhos para auxiliar o empuxo.</p><p>Outro elemento auxiliar é o audiovisual, que poderá melhorar a concepção do</p><p>movimento.</p><p>Primeiro estilo a ser ensinado</p><p>Se partimos para um rápido rendimento de resistência e do nado de salvamento (auto</p><p>salvamento e de outros), deve-se, então, decidir pelo nado de peito. Contudo, este precisa ser</p><p>seguido de um segundo estilo, mas de forma rudimentar.</p><p>O nado de crawl, exemplo típico do aprendizado, dá compreensão das possibilidades</p><p>de deslocamento na água.</p><p>Este se apresenta como primeiro estilo de natação a ser ensinado, pois, como</p><p>comparativo analítico-motor, pode valer como exemplo para o aprendizado dos estilos de</p><p>nado. Pode servirá explanação mecânica fisiológica e biomecânica, no que se refere aos</p><p>objetivos funcionais da aula.</p><p>Na comparação analítico-motora, reconhece-se claramente afinidade de movimentos</p><p>com o nado crawl de costas (alternância do processo- movimento, movimento das pernas,</p><p>coordenação do movimento global) e o nado borboleta golfinho (amostra espacial do</p><p>movimento de braços e pernas); a alternação de movimentos conduz a uma propulsão. Com</p><p>a transferência do movimento do corpo para as pernas, a coordenação do movimento do</p><p>corpo com as pernas e a coordenação do movimento global é relativamente facilitada. A</p><p>atividade dos músculos principais de impulsão se processa numa troca fisiológica favorável de</p><p>contração e relaxamento.</p><p>A rápida experiência natatória, favorecida pelo rendimento loca motor havido</p><p>anteriormente, apoia o processo do aprendizado, do ponto de vista da motivação.</p><p>Finalmente, os movimentos próximos do corpo (na periferia) facilitam a constatação e</p><p>o controle do desenrolar dos movimentos através dos quais a correção se aperfeiçoa e se</p><p>simplifica. Assim, no processo motor do aprendizado, o crawl é notável ponto de partida para</p><p>se efetuar uma aprendizagem consciente dos outros estilos.</p><p>Segundo objetivo da aprendizagem: o aprendizado dos estilos.</p><p>46</p><p>Assunto: crawl.</p><p>Considerações básicas</p><p>1. Técnicas de movimentos comprovadas mecânica e biomecanicamente.</p><p>2. Considerações básicas biológicas.</p><p>3. Considerações básicas psicossociológicas.</p><p>Objetivos operacionalizados</p><p>1. Domínio consciente das características físicas da água e aprendizagem partindo do</p><p>reconhecimento de um comportamento para um:</p><p>a) bloqueio consciente da respiração, auxiliado pelo empuxo. Faz parte do que foi dito</p><p>sobre a expiração e inspiração rítmicas, bem como o bloqueio respiratório coordenado com o</p><p>movimento de braços;</p><p>b) comportamento do corpo, evitando resistências desnecessárias na direção do nado;</p><p>c) comportamento dirigido dos movimentos, levando em conta as leis físicas na</p><p>obtenção de uma técnica eficaz de movimentos de propulsão.</p><p>2. Utilização anatomofuncional das extremidades (estendendo-se ao campo</p><p>biomecânico; por exemplo, lei das alavancas).</p><p>3. Modo econômico de proceder do ponto de vista fisiológico (conhecimento da</p><p>fisiologia do rendimento: necessária troca de contração e relaxamento da musculatura ativa);</p><p>conhecimento das funções cardiovascular e respiratória.</p><p>4. Aprendizagem de formas úteis de organização como elementos auxiliares.</p><p>5. Comportamento dos grupos como fatores de socialização; aprendizado dos</p><p>comportamentos de interação social e criadora.</p><p>Metodologia dos estilos de natação</p><p>Para os quatro estilos de competição, temos na sequência os objetivos parciais da</p><p>aprendizagem:</p><p>1. Movimento das pernas.</p><p>2. Movimento dos braços.</p><p>3. Movimento global sem respiração.</p><p>4. Respiração.</p><p>47</p><p>5. Movimento global com respiração.</p><p>6. Mergulhos da cabeça.</p><p>7. Saídas, virada simples e com cambalhota.</p><p>8. Natação submarina.</p><p>Sendo o trabalho de pernas o primeiro objetivo parcial da aprendizagem, resulta da</p><p>coordenação pouco diferenciada dos processos de movimentação da motricidade do dia-a-</p><p>dia. O tempo de aprendizagem da movimentação das pernas é mais prolongado do que o da</p><p>dos braços.</p><p>Ao aprender a movimentação de braços, em primeiro lugar, os alunos iriam</p><p>experimentar uma sensação de locomoção antecipada mais rápida, o que não se poderia é</p><p>esperar uma concentração tão acentuada nas pernas, se fosse a etapa seguinte.</p><p>Fundamentação mecânica</p><p>A primeira função dos movimentos de pernas é a estabilização lateral e vertical da</p><p>posição do corpo; a segunda é a propulsão (exceto no nado de peito). Portanto, justifica-se</p><p>inicialmente o seu ensino, apesar da visível função que é atribuída à ação dos braços em</p><p>termos de movimentação e propulsão.</p><p>A partir da execução do terceiro objetivo parcial da aprendizagem, segue-se para a</p><p>coordenação rudimentar dos movimentos sem respiração, antes de uma formação refinada</p><p>dos movimentos parciais e antes que os próximos objetivos parciais de aprendizagem deem</p><p>lugar ao processo seguinte.</p><p>Os objetivos da aprendizagem da movimentação motora são adquiridos por uma</p><p>sincronização entre as etapas da aprendizagem.</p><p>Para se compreender um movimento e empregá-lo no aprendizado seguinte, é preciso</p><p>conhecer os fundamentos da aprendizagem. No método do ensino indutivo, o aluno fará suas</p><p>próprias experiências e suas tarefas de observação no companheiro e no modelo</p><p>cinematográfico, através do controle da percepção e através da verbalização de tarefas</p><p>motrizes que encerram objetivos funcionais.</p><p>Diversidade das sensações e percepções na natação</p><p>A prática da natação pressupõe múltiplas sensações, percepções e representações.</p><p>Têm um significado especial as seguintes:</p><p>48</p><p>Sensações Motrizes</p><p>As sensações motrizes são as contrações que ocorrem nos músculos, quando sofrem</p><p>um estímulo. Desempenham um enorme papel na coordenação dos movimentos natatórios</p><p>que exigem, em geral, uma diferenciação de seus elementos.</p><p>A alteração da sensibilidade motora produz a imprecisão dos movimentos.</p><p>Se um nadador tem que realizar um movimento natatório, partindo de uma posição</p><p>inicial, ver-se-á obrigado a organizar o trabalho muscular de forma distinta para alcançar o</p><p>objetivo proposto. Embora variando a posição inicial, graças à sensação do movimento</p><p>(proprioceptiva), há um reflexo preciso no córtex cerebral, onde se produz a coordenação dos</p><p>impulsos nervosos (de preferência nos centros subtalâmicos e opto-estriados).</p><p>Durante a realização das atividades físicas, as sensações das tensões musculares</p><p>desempenham um grande papel. Tais sensações são:</p><p>a) a sensação do esforço muscular, isto é, o grau de força física empregada;</p><p>b) a sensação de resistência que se experimenta ao</p><p>se produzir a tensão muscular;</p><p>c) a sensação da duração da tensão muscular e de suas variações que diferenciamos</p><p>com toda clareza em relação às variações da força;</p><p>d) a sensação da velocidade do movimento e, neste caso, percebe- se que o aumento</p><p>da energia empregada ao realizar o movimento que se opera, de uma maneira especial, é</p><p>distinto do esforço que é feito no caso da tensão estática;</p><p>e) a sensação de resistência que implica na superação de algumas forças mecânicas</p><p>atuantes no sentido do movimento realizado.</p><p>Percepções Especializadas No Esporte</p><p>O êxito de muitas ações desportivas depende, em grande parte, da precisão de</p><p>percepções das diversas condições do meio em que se efetuam essas ações.</p><p>A base destas percepções é uma diferenciação muito elevada da atividade dos</p><p>analisadores que participam na realização do exercício físico dado. Na prática desportiva,</p><p>estas percepções especiais são designadas, em geral, como "sentido da água" nos nadadores.</p><p>O "sentido da água". A análise desta percepção especializada, segundo dados de S.</p><p>Zhekulin (1935), mostra ser uma percepção cinestésica altamente diferenciada e precisa da</p><p>49</p><p>resistência da água ao nela realizar movimentos, é percebida pelo nadador, principalmente,</p><p>com o auxílio das sensações recebidas ao efetuar movimentos semelhantes aos do remo.</p><p>De acordo com o estilo empregado, a resistência da água será sentida</p><p>preferentemente pelas extremidades que cumprem o papel mais importante no avanço.</p><p>Nas percepções da resistência da água não só figuram as sensações musculo-motoras</p><p>do nadador, mas também as sensações de pressão da água e do atrito.</p><p>Atenção e memória</p><p>Nos desportos e, em especial na natação, a memória motora tem grande importância,</p><p>pois permite ao nadador formar uma representação exata da posição do corpo e dos</p><p>movimentos que realiza (sua forma, orientação, velocidade, etc.). Um aspecto muito</p><p>importante no treinamento é a lembrança dos movimentos, que se aprendem o que não é</p><p>exequível sem o desenvolvimento da memória motora.</p><p>A lembrança e a aprendizagem do movimento é sempre processo ativo que requer</p><p>participação consciente.</p><p>Nas diversas etapas de aprendizagem dos movimentos, a repetição tem caráter</p><p>distinto. No período inicial da aprendizagem da natação, a tarefa da repetição consiste em</p><p>comprovar o acerto das representações motoras, a fim de alcançar sua maior clareza e</p><p>precisão. No período final de treinamento, a finalidade da repetição consiste em fixar na</p><p>memória a forma ideal e precisa do movimento.</p><p>As representações motoras, que constituem a base da memória motora, são</p><p>extraordinariamente importantes no processo de aprendizagem do movimento, já que</p><p>asseguram seu máximo acerto e precisão.</p><p>Reações</p><p>Chamamos de reação à ação consciente de resposta, aquela que o desportista conhece</p><p>antecipadamente, as excitações que deve experimentar e se preparar previamente para</p><p>respondê-las de certa forma.</p><p>Estrutura do Processo de Reação</p><p>Consta, em seu tipo mais corrente, da percepção, da excitação condicional sabida</p><p>previamente, da compreensão desta excitação e da execução dos movimentos de respostas</p><p>correspondentes.</p><p>50</p><p>Em conformidade com a estrutura do processo de reação, se estabelecem três</p><p>períodos, a saber:</p><p>Período de Reação Preliminar</p><p>No exemplo da natação, compreende o período de tempo que fica entre a voz de</p><p>comando prévio "aos seus lugares" e a execução (tiro) e é formado pela espera do sinal e a</p><p>preparação para o movimento de resposta.</p><p>Período de Reação Central ou Latente</p><p>Compreende o período que fica entre o sinal executivo e o movimento de resposta.</p><p>Neste período de espera, se operam no córtex cerebral intensos processos nervosos que</p><p>preparam o movimento de resposta:</p><p>a) o momento sensorial do período de reação latente consiste na percepção da</p><p>excitação do sinal;</p><p>b) o momento associativo da reação, consiste na compreensão da excitação percebida;</p><p>c) o momento psicomotor do período de reação latente, consiste na execução dos</p><p>impulsos psicomotores no setor motor do córtex e no envio destes impulsos pelos neurônios</p><p>eferentes dos músculos correspondentes.</p><p>Período de Reação ou Efetor</p><p>Compreende o período que medeia entre o momento em que se inicia o movimento</p><p>de resposta e a sua plena realização.</p><p>Tipos de Reações</p><p>Os tipos de reação sensorial psicomotor e neuromotor se diferenciam pelo caráter dos</p><p>processos psíquicos que se desenvolvem no período preliminar e vêm determinados pelo</p><p>período de reação efetor.</p><p>Tipo de Reação Sensória</p><p>Caracteriza-se pela orientação da atenção do nadador no período de reação preliminar</p><p>à percepção do sinal de execução. O nadador aguarda este sinal num estado de tensão.</p><p>51</p><p>Tipo de Reação Motora</p><p>Caracteriza-se pela orientação da atenção do nadador no período de reação preliminar</p><p>à percepção do movimento resposta.</p><p>De acordo com que foi exposto, estão fortemente excitados os centros nervosos do</p><p>córtex, com uma inibição simultânea ou com um grau de debilitação dos processos de</p><p>excitação nos demais setores do córtex.</p><p>Durante o período preliminar, o tipo neutro de reação caracteriza-se pela</p><p>uniformidade dos processos de excitação nos setores sensoriais e psicomotores do córtex. A</p><p>atenção está dirigida, simultaneamente e em igual medida, à espera do sinal e à preparação</p><p>do movimento de resposta.</p><p>As reações podem ser classificadas ainda em simples e complexas.</p><p>As reações simples são aquelas em que o processo de reação é muito elementar: existe</p><p>apenas um agente excitador previamente conhecido (o sinal) e, ao relacionar, haverá apenas</p><p>um movimento de resposta já conhecido e aprendido perfeitamente. A saída da natação é um</p><p>exemplo típico. Outro exemplo seria o de efetuarmos o exercício de deslizar na aprendizagem,</p><p>ao comando do professor.</p><p>As reações complexas são aquelas nas quais têm lugar várias excitações possíveis e</p><p>vários movimentos de resposta, com a particularidade de que se desconhece previamente</p><p>que excitações surgirão e com que movimento se reagirá, é o caso de um jogador de polo</p><p>aquático que irá reagir segundo a situação apresentada.</p><p>Particularidades do Processo de Reação</p><p>As reações caracterizam-se não só pela rapidez com que transcorrem os processos</p><p>nervosos, mas também por certa inversão de energia necessária para realizar o movimento</p><p>ao reagir.</p><p>Para responder a uma mesma excitação, dois nadadores ou dois aprendizes, por</p><p>exemplo, podem reagir com igual velocidade, mas um deles pode efetuar o movimento com</p><p>menos energia que o outro, com menos amplitude.</p><p>A diferença pode ser explicada pela distinta inversão de energia; o movimento</p><p>efetuado pelo segundo nadador é tão rápido como o do primeiro, mas a quantidade de</p><p>energia dispendida é maior, porque ele efetua o movimento com mais vigor.</p><p>52</p><p>Esforços Voluntários no Processo da Atividade Desportiva</p><p>Qualquer ação voluntária requer certo esforço, embora mínimo, ao ser realizada.</p><p>O desenvolvimento dos esforços voluntários conduz nestes casos ao estabelecimento</p><p>de certa correlação entre o caráter do esforço voluntário e o grau de dificuldade que se deve</p><p>superar nesse tipo de atividade.</p><p>Em consequência, no nadador pode criar-se o hábito de empregar no desporto da</p><p>natação esforços voluntários de determinada força e caráter que são pouco eficazes ao</p><p>aumentaras exigências de velocidade, intensidade ou complexidade dos movimentos</p><p>natatórios.</p><p>Tipos de atividades que requerem a superação das sensações emocionais negativas</p><p>(medo, perturbação, falta de confiança em si mesmo, etc.) são manifestadas, normalmente,</p><p>por aquele que já apresentou sinais de afogamento. Os mecanismos fisiológicos destes</p><p>estados psicológicos consistem em altas excitações em determinados centros corticais</p><p>(situam-se na frente e atrás da zona pré-central e ainda</p><p>no lóbulo frontal) e subcorticais.</p><p>Tais excitações obedecem a sensações emocionais negativas e à intensa inibição dos</p><p>centros que intervêm na atividade prevista.</p><p>No processo da atividade que requer a superação dos estados emocionais negativos,</p><p>o atleta realiza esforços para anular conscientemente o excesso de excitação emocional e</p><p>inibir os centros motores que participam no tipo dado de atividade física. Nisto desempenha</p><p>um importante papel o segundo sistema de excitações que intervém nas emoções de alto nível</p><p>(sentimento do dever, de honra desportiva, da responsabilidade, etc.) e o sentimento de</p><p>sucesso que surge nos casos em que se consegue realizar os objetivos da ação solicitada.</p><p>53</p><p>Referências</p><p>ARMBRUSTER, David A. et alii. Swimming and diving. Saint Louis, Morby, 1973.</p><p>BENITEZ, Américo R. Natacion apuntamientos. Montevideo, s.ed., 1974.</p><p>BIOLCHINI, Ary. A Natação Vista por um Engenheiro. Revista da ESEFEX, (94), jun. 1964.</p><p>BIRD, Juan Carlos. Natacion, metodologia para su ensefíanza. Buenos Aires, Instituto Nacional</p><p>de Deportes, 1971.</p><p>CARLILE, Forbes. Natacion. Buenos Aires, Paidos, 1967.</p><p>COUNSILMAN, James E. La natacion ciência y técnica. Barcelona, Hispano Europea, 1971.</p><p>CSIK, Ladislao. La natacion. Buenos Aires, Marathon, 1959.</p><p>DANIEL, Klaus. Resumo das Aulas do Curso de Aperfeiçoamento de Natação. Bahia, MEC/DED,</p><p>1976.</p><p>ENGELMAYER, Otto. Psicologia evolutiva de Ia infância y de Ia adolescência. Buenos Aires,</p><p>Kapelusz, 1970.</p><p>HOCHMUTH, Gerhard. Biomecânica de los movimentos deportivos. Madrid, INEF, 1973.</p><p>LEMMI, Ottavio et alii. Medicina e Saúde. São Paulo, Abril, 1970.</p><p>MENAUD, Marc et alii. Natacion, téchnique et entrainement Paris, Amphora, 1966.</p><p>MIDTLYING, Joanna. Natacion. México, Interamericana, 1975.</p><p>MOREHOUSE, Laurence E. et alii. Fisiologia deiejercício. Buenos Aires, El Ateneo, 1970.</p><p>PEREIRA, Celestino Feliciano Marques. Tratado de Educação Física. Lisboa, s.ed., 1962, v.2.</p><p>REIS, Jayme Werner dos. Apontamentos sobre a Respiração do Nadador. Porto Alegre, s. ed.,</p><p>1971.</p><p>RUDIK, P. A. Psicologia de Ia educacion física y dei deporte. Buenos Aires, Stadium, 1976.</p><p>SANDINO, Alejandro. Natacion deportiva. Madrid, Tutor, 1968.</p><p>AUTOAVALIAÇÃO - Natação Aspectos Pedagógicos e</p><p>Aprofundamentos</p><p>1- O tecido adiposo excessivo prejudica o atleta:</p><p>a) Mais na prática da natação do que em outros esportes.</p><p>54</p><p>b) Menos na prática da natação do que em outros esportes.</p><p>c) Igualmente na prática da natação do que em outros esportes.</p><p>d) Todas estão incorretas</p><p>2- Todo o estudo do movimento humano compreende, tanto na água como em</p><p>terra, exceto:</p><p>a) Fluxo migratório das pessoas.</p><p>b) Movimento temporal do corpo.</p><p>c) Espaço através do qual o corpo pode mover-se.</p><p>d) Movimento do fluxo dependente.</p><p>3- As piscinas onde são realizadas as competições têm uma temperatura de:</p><p>a) 15°C.</p><p>b) 30°C.</p><p>c) 8°C</p><p>d) 24°C</p><p>4- O valor médio da densidade da água não quimicamente pura é de:</p><p>a) 1,3</p><p>b) 1,026.</p><p>c) 1,8</p><p>d) 2</p><p>5- O peso específico de um corpo é obtido:</p><p>a) Multiplicando dividindo seu peso pela perda que experimenta ao ser submerso</p><p>na água.</p><p>b) Subtraindo seu peso pela perda que experimenta ao ser submerso na água.</p><p>c) Dividindo seu peso pela perda que experimenta ao ser submerso na água.</p><p>d) Somando seu peso pela perda que experimenta ao ser submerso na água.</p><p>6- O método direto para se determinar o centro da gravidade foi preconizado por:</p><p>a) Demeny.</p><p>b) Dungan.</p><p>55</p><p>c) Delle Alli.</p><p>d) Duarte Siqueira.</p><p>7- Na natação a força de resistência útil é representada pelo:</p><p>a) Densidade da água.</p><p>b) Peso do corpo do nadador.</p><p>c) Densidade do nadador.</p><p>d) A quantidade de cloro na água.</p><p>8- Na mecânica natatória temos que considerar:</p><p>a) Quatro planos.</p><p>b) Cinco planos.</p><p>c) Dois planos.</p><p>d) Três planos.</p><p>9- Os planos horizontal, sagital e frontal definem quantos eixos de movimento:</p><p>a) Três eixos.</p><p>b) Dois eixos.</p><p>c) Seis eixos.</p><p>d) Cinco eixos.</p><p>10- O diâmetro biacromial é a distância que separa:</p><p>a) Os dois acrômios.</p><p>b) Os dois binômios.</p><p>c) Os dois trocanteres.</p><p>d) Os dois acrônimos.</p><p>mecânica ........................................................................................................... 47</p><p>Diversidade das sensações e percepções na natação ..................................................................... 47</p><p>Sensações Motrizes ..................................................................................................................... 48</p><p>Percepções Especializadas No Esporte .......................................................................................... 48</p><p>Atenção e memória ..................................................................................................................... 49</p><p>Reações ...................................................................................................................................... 49</p><p>Período de Reação Preliminar ...................................................................................................... 50</p><p>Período de Reação Central ou Latente .......................................................................................... 50</p><p>Período de Reação ou Efetor ........................................................................................................ 50</p><p>4</p><p>Tipos de Reações......................................................................................................................... 50</p><p>Tipo de Reação Sensória .............................................................................................................. 50</p><p>Tipo de Reação Motora ............................................................................................................... 51</p><p>Particularidades do Processo de Reação ....................................................................................... 51</p><p>Esforços Voluntários no Processo da Atividade Desportiva ............................................................ 52</p><p>Referências ................................................................................................................................. 53</p><p>5</p><p>A natação na sua expressão psicomotriz</p><p>O homem se desloca no meio líquido por ação de braços e pernas, baseando-se em leis</p><p>físicas para seu melhor aproveitamento na superfície. Seu corpo representa um peso e que</p><p>necessariamente dispenderá força e energia para deslocar-se.</p><p>A arte de nadar significa a técnica de deslocar-se na água por intermédio da</p><p>coordenação metódica de certos movimentos.</p><p>Esta ação coordenadora começa a atuar no momento em que o homem entra na água.</p><p>Entram, então, em ação a hidrostática, a cinemática e a dinâmica.</p><p>O homem, como ser terrestre, respira ar e é bípede na posição vertical. Para nadar é</p><p>obrigado a adotar a posição horizontal, utilizando seus braços e pernas como meios de</p><p>deslocamento, trocando, portanto, seus hábitos naturais.</p><p>Na flutuação, em posição estática, não há problemas; em movimento, a água oferece</p><p>resistência ao avanço, qualquer que seja a direção adotada. Assim, em relação ao homem</p><p>atuam várias leis e princípios de física (gravidade, densidade, equilíbrio e flutuabilidade). No</p><p>meio líquido, temos por um lado a densidade e resistência; por outro, na ação de</p><p>deslocamento, a inércia, a fricção, o peso, a força (ação e reação), a pressão, a compressão e</p><p>a tração.</p><p>A flutuação depende não só das densidades relativas da água, e do homem. Outro fator</p><p>que não podemos deixar de citar é a maior superfície de sustentação apresentada pelo</p><p>nadador que melhora sensivelmente suas condições de flutuabilidade.</p><p>Na propulsão entram em ação as forças de pressão, compressão tração e impulsão que</p><p>o homem utiliza para encontrar melhor rendimento em sua progressão.</p><p>No movimento propulsor (tração e empurrada) age uma força positiva, exercida pelo</p><p>homem, e outra negativa, a resistência da água.</p><p>No conhecimento das leis e princípios da física que permitem a obtenção de melhores</p><p>resultados, os fundamentos tomam importância primordial. Uma base científica é essencial à</p><p>natação como arte e como técnica.</p><p>O ensino e a aprendizagem da natação em moldes científicos obrigam a um trabalho</p><p>constante, na ação sobre cada caso e cada aluno, requerendo correções constantes,</p><p>repetindo, repetindo sempre. Só desta maneira poderá o aluno adquirir o domínio cinestésico,</p><p>a consciência do movimento que executa e das atitudes do corpo e de seus segmentos, a fim</p><p>6</p><p>de tornar-se um bom nadador. Quando isso for alcançado, ou seja, o total domínio</p><p>neuromuscular, pode obter se qualquer característica de nado que o professor desejar.</p><p>Fundamentos básicos</p><p>O Homem Nada Por Necessidade</p><p>Como elemento, a água foi o segundo a ser dominado pelo homem. A necessidade de</p><p>alimentar-se e conseguir outros meios de comunicação induziram-no a atravessar pequenos</p><p>cursos de água e, à medida que foi dominado o elemento em si, maiores percursos foram</p><p>vencidos. Deste modo, o homem foi se especializando até se tornar praticante desta</p><p>modalidade, como desporto.</p><p>Muitos foram os estudos e alterações efetuados nos estilos, os quais nos possibilitam</p><p>admirar em praias e piscinas os graciosos e rítmicos movimentos, que permitem ao nadador</p><p>avançar em velocidades nunca imaginadas.</p><p>Embora na vida qualquer definição seja consequência da experiência, nas teorias, que</p><p>facilitam melhor a prática posterior, a definição deve preceder qualquer outra explicação de</p><p>função ou comportamento.</p><p>Baseados nestes princípios e considerações, não devemos desde já esquecer que, do</p><p>ponto de vista mecânico e em suas últimas conseqüências, a ciência e a arte de nadar em</p><p>qualquer estilo, com fins desportivos ou não, consistem em satisfazer dois objetivos</p><p>fundamentais:</p><p>1° - procurar nas ações propulsoras (braços, pernas, mãos e pés) proporcionar ao</p><p>nadador a melhor sustentação possível e um deslocamento satisfatório, sem o desvio</p><p>desnecessário da trajetória em relação à linha e ao plano de progressão;</p><p>7</p><p>2° - diminuir os possíveis atritos e as resistências dos segmentos corporais,</p><p>nomeadamente dos de ação propulsora nos momentos de recuperação e deslizamento.</p><p>Necessário também que os ângulos formados pelo corpo e os membros, durante as fases</p><p>enumeradas, se tornem mais próximos possíveis dos planos possíveis de serem alcançados.</p><p>Todos os movimentos natatórios das técnicas modernas tendem à consecução destes</p><p>propósitos. Se, em certas fases dos diferentes estilos, isto não é plenamente alcançado,</p><p>procurar-se-á determinar forças componentes, cujas resultantes atuam, tanto quanto</p><p>possível, segundo os planos em que há interesse em trabalhar cada uma destas fases, segundo</p><p>os princípios referidos.</p><p>Diz-se que o homem nada ao mover braços e pernas de forma coordenada e metódica.</p><p>Tal afirmativa é erro grosseiro, visto que as experiências de física efetuadas e demonstradas</p><p>por Arquimedes, Pascal e outros mostram-nos haver algo mais a considerar. As experiências,</p><p>as leis físicas e de biomecânicas imutáveis explicam porque o corpo flutua, porque, com</p><p>movimentos de braços e pernas, não fazemos mais do que deslocarmo-nos, aproveitando as</p><p>leis atuantes, que são a hidrostática, pressões e densidade.</p><p>Para que as exigências hidrodinâmicas sejam atendidas dentro das possibilidades</p><p>anátomo-fisiológicas e em função dos necessários princípios de economia de esforço, as</p><p>técnicas dos estilos chegaram às modernas versões dos estilos.</p><p>O corpo humano mergulhado na água sofre determinadas alterações do ponto de vista</p><p>termodinâmico.</p><p>O calor, por intermédio dos pulmões, é expelido para a atmosfera, mas a água absorve</p><p>o calor da pele com muito mais intensidade, porque o calor passa mais facilmente para a água</p><p>do que para o ar. Desaparece, pois, a necessidade de transpirar dentro da água e a perda de</p><p>peso nessas condições ficam reduzidas.</p><p>Se a água for muito fria, há a possibilidade de cãibras,</p><p>e em águas muito quentes, a de</p><p>transpiração, cujo efeito é menos benéfico que em contato com o ar, dado que a regulação</p><p>térmica se realiza em más condições.</p><p>A camada adiposa existente sob a pele atua como isolante térmico, dificultando a</p><p>transferência de calor dos músculos para a pele e para a água ou o ar. Dentro da água o</p><p>resfriamento da pele é mais intenso do que ao ar.</p><p>A camada de gordura limita a percentagem de transferência de calor. Quanto mais</p><p>espessa for à camada de gordura, menor será tal percentagem. Uma camada de gordura</p><p>8</p><p>razoável, além das vantagens apresentadas posteriormente na hidrostática e na</p><p>hidrodinâmica, contribui para manter os músculos corretamente aquecidos.</p><p>Assim, o tecido adiposo excessivo prejudica menos o atleta na prática da natação do</p><p>que em outros desportos. Isto não significa que a natação é o desporto dos "gordos", mas</p><p>podemos afirmar que é um desporto também dos "gordos".</p><p>O gordo, por apresentar uma menor densidade média do que uma pessoa magra tem</p><p>sua flutuação favorecida. Embora favorecido, de um lado, deverá, por outro, efetuar um</p><p>trabalho mais intenso para o seu deslocamento, acarretando, desta maneira, maior atividade</p><p>cardiopulmonar.</p><p>Hidrostática do Corpo Humano</p><p>Qualquer corpo mergulhado num fluido sofre uma impulsão vertical de baixo para</p><p>cima igual ao peso do volume do fluido deslocado (princípio de Arquimedes). A densidade do</p><p>corpo humano é muito próxima da água doce, pois o nosso corpo tem em sua composição</p><p>elevada taxa de água e os demais componentes também apresentam densidade média pouco</p><p>superior à unidade. Por esta razão, o corpo, embora tendendo a mergulhar, regressa à</p><p>superfície pelo enchimento dos pulmões. De resto, movimentos adequados podem mantê-lo</p><p>à superfície, sem grande esforço.</p><p>Ao flutuar, grande parte do volume do corpo mantém-se abaixo da linha da água.</p><p>Apenas pequena parcela do seu volume fica fora da água. É o que ocorre com os icebergs.</p><p>9</p><p>Fatores Comuns aos Movimentos do Corpo na Água e em Terra</p><p>Os praticantes de natação e os de competição sabem perfeitamente que alguns fatores</p><p>comuns afetam o movimento do homem tanto na água como na terra. Estes fatores são o</p><p>espaço, o tempo, a força e a continuidade de ação.</p><p>Espaço</p><p>O conceito de espaço compreende elementos como a direção e o movimento. Na água,</p><p>o homem move-se em diversas direções: para frente para trás, para cima, para baixo ou ainda</p><p>utiliza estes mesmos movimentos combinando-os. Para mover-se para frente ou para trás, o</p><p>corpo fica totalmente estendido na superfície, em posição horizontal. Na posição vertical, o</p><p>movimento é exercido para cima e para baixo.</p><p>A água que sustenta o corpo do homem permite uma reação de apoio em seu favor,</p><p>permitindo nadar em diversos níveis, sob a água e â superfície. A recuperação dos braços fora</p><p>da água no nado borboleta e a recuperação dos mesmos sob a água na braçada do peito são</p><p>exemplos de técnicas de braçadas que utilizam níveis distintos.</p><p>Tempo</p><p>Necessitam-se somente de frações de segundo para mover o corpo ou partes do</p><p>mesmo através da água; pode efetuar-se este movimento num ritmo rápido, lento ou à meia</p><p>velocidade. Quando uma braçada contém uma impulsão e uma fase de recuperação sob a</p><p>10</p><p>água, o nadador deverá utilizar movimentos ligeiramente mais lentos ao recuperar do que ao</p><p>impulsionar e progredir.</p><p>Esta norma geralmente auxilia o nadador a reduzir ao mínimo a resistência da água,</p><p>retardando os movimentos de recuperação e reservando os movimentos mais rápidos para a</p><p>impulsão ou tempo de aplicação da força. Nos movimentos de braços no crawl ou no nado de</p><p>costas, a velocidade nas fases de recuperação fora da água, a impulsão deverá ser uniforme,</p><p>seja de forma rápida, lenta ou média. O nadador de competição utiliza somente movimentos</p><p>rápidos. Aquele que, porém, nada por pura recreação, utiliza movimentos relativamente mais</p><p>lentos.</p><p>Força</p><p>O corpo humano serve-se da força das contrações musculares para mover-se na água.</p><p>Esta força é aplicada na direção que se quer seguir e numa razoável distância, auxiliado por</p><p>diversos grupos musculares dos braços e das pernas numa sucessão ordenada.</p><p>A força deverá aplicar-se paralelamente ao eixo central do corpo no sentido dos pés.</p><p>A impulsão na fase subaquática da força dos braços deverá começar justamente sob a</p><p>superfície da água e prosseguir durante uma determinada distância. No crawl, por exemplo,</p><p>os braços movimentam-se sob a água de um determinado ponto à frente da cabeça até a coxa.</p><p>Se os braços interromperem seu movimento no meio de sua passagem durante a tração e não</p><p>empurram até a coxa, a força resultante é bastante diminuída.</p><p>Quando é utilizado um grande número de grupos musculares para mover braços e</p><p>pernas, isto deverá ocorrer em sucessão apropriada, da frente para a retaguarda.</p><p>Continuidade</p><p>Algumas braçadas constituem exemplos de movimento contínuo, porque braços e</p><p>pernas se movem de tal forma continua para aplicar a força. Quando o movimento é</p><p>sequencial, como no crawl ou nado de costas, é chamado de fluxo livre. As braçadas do nado</p><p>de peito ou as do nado elementar de costas ou as do nado de lado são exemplos de fluxo</p><p>dependente, porque necessitam de uma interrupção do movimento para o deslizamento e,</p><p>por um certo tempo, temos que manter o corpo numa posição equilibrada. Alguns estilos e</p><p>braçadas utilizam-se de uma combinação de ambos os fluxos.</p><p>11</p><p>Resumindo, tanto na água como em terra, todo o estudo do movimento humano</p><p>compreende:</p><p>a) espaço, isto é, ar ou água, através do qual o corpo pode mover- se;</p><p>b) movimento temporal do corpo ou de suas partes em diversas velocidades;</p><p>c) energia de contração de grupos musculares do corpo, em graus diversos, para</p><p>produzir o movimento;</p><p>d) movimento livre do fluxo contínuo do corpo, caracterizado pelas sequências suaves</p><p>dos braços e das pernas ou;</p><p>e) movimento do fluxo dependente, que não é contínuo e necessita a conservação de</p><p>uma posição equilibrada do corpo.</p><p>Mecânica natatória e sua fundamentação em leis e princípios físicos</p><p>Os que aprendem a nadar devem saber porque uma braçada é eficiente, pois certos</p><p>princípios mais evidentes de mecânica baseiam-se numa técnica eficaz que auxiliará o</p><p>nadador a melhorar sua execução.</p><p>Flutuabilidade</p><p>Deslocando praticamente um peso de água igual ao seu, o corpo humano depende da</p><p>quantidade de ar nos pulmões para flutuar ou afundar. Sob os aspectos desportivo e</p><p>recreativo, isso é uma vantagem, pois o homem não tem dificuldade em nadar à superfície ou</p><p>submerso.</p><p>12</p><p>Pela lei das pressões, esta à aumentam na mesma proporção que a profundidade;</p><p>assim, se duplicarmos a profundidade, o mesmo ocorrerá com a pressão.</p><p>Segundo o princípio de Pascal o corpo submerso sofre pressão em todos os lados. Isso</p><p>significa que em maiores profundidades a pressão de baixo para cima aumenta, melhorando,</p><p>portanto a flutuabilidade. O resultado é um impulso para cima e o corpo tendendo a subir,</p><p>com maior ou menor facilidade, conforme sua densidade. O já citado e conhecido princípio de</p><p>Arquimedes estabelece que um corpo submerso num líquido recebe um impulso debaixo para</p><p>cima com uma força igual ao peso do líquido que desloca, e que se acelera em relação a este</p><p>mesmo deslocamento.</p><p>Sendo a densidade do corpo menor, o empuxo para cima é maior do que o peso e o</p><p>corpo flutuam isto quer dizer que sai em parte fora do líquido, até que o peso da água</p><p>deslocada seja igual ao peso de todo o corpo.</p><p>Com relação ao ato de nadar, em primeiro lugar, devemos levar em conta a</p><p>flutuabilidade do corpo humano, em consequência disso, temos que considerar:</p><p>- Conceito de densidade relativa ou peso específico;</p><p>- Densidade da água;</p><p>- Peso específico do corpo humano.</p><p>Densidade Relativa ou Peso Específico</p><p>Denomina-se</p><p>densidade relativa ou peso específico a comparação entre o peso de uma</p><p>substância qualquer com o volume igual ao da referida substância na água. A esta última</p><p>chamamos de densidade padrão e recebe o valor da unidade. Para isso é necessário que a</p><p>água seja quimicamente pura e se encontre a uma temperatura de 40°C acima de zero.</p><p>Densidade da Água</p><p>Quando a água não é quimicamente pura, possuindo sais e impurezas, sua densidade</p><p>relativa ultrapassa o valor unitário da água pura. Por esse motivo, a água salgada e as salobras</p><p>são muito mais densas do que a água doce. Ex.: Lago Salgado nos Estados Unidos da América,</p><p>águas dos rios e de piscinas.</p><p>Esta diferença é bastante variável, dependendo inclusive do grau de evaporação do</p><p>lugar e de outros fatores. O valor médio dessa densidade é 1,026.</p><p>13</p><p>Outro exemplo: águas termais, por serem de uma pureza especial podem ter a</p><p>densidade inferior a da água doce.</p><p>As piscinas onde são realizadas as competições têm uma temperatura de 24°C e são</p><p>tratadas quimicamente com normas e procedimentos ultramodernos, possuindo, às vezes,</p><p>uma densidade relativa muito próxima à da unidade.</p><p>Peso Específico do Corpo Humano</p><p>A densidade relativa do corpo humano com os pulmões em expiração forçada, e</p><p>muscularmente descontraídos em posição equilibrada (horizontal ou mais ou menos vertical),</p><p>é sempre superior ao da água variando de indivíduo para indivíduo.</p><p>Estas variações dependem da idade, sexo, desenvolvimento muscular e gordura (tipo</p><p>morfológico) e o valor dessa densidade está orçado em 1,065. Devido ao que acabamos de</p><p>evidenciar, sem ar inspirado (não levando em consideração o ar residual dos pulmões), o</p><p>homem não tem sustentação, não flutua nem em água doce e nem em água salgada.</p><p>Obtenção do Peso Específico</p><p>O peso específico de um corpo é obtido dividindo seu peso pela perda que experimenta</p><p>ao ser submerso na água.</p><p>Os pulmões do Homem como Elemento Flutuador Improvisado</p><p>Os pulmões modificam o aspecto da questão, possibilitando ao corpo humano - pelo</p><p>menos a porção torácica - tornar-se menos pesado do que a água, e, por conseguinte,</p><p>capacitando sua flutuação, permitindo que saia da água em cerca de 2% do seu volume total,</p><p>sem que necessite efetuar qualquer movimento sustentador. Esta situação está condicionada</p><p>a uma maior inspiração ou expiração do ar dos pulmões.</p><p>A fim de evitar a imersão total, é necessário que o ar seja expirado de forma explosiva,</p><p>de modo que se efetuem também inspirações rápidas e amplas antes que a boca seja coberta</p><p>pela superfície da água, como consequência da diminuição do ar dos pulmões. Para que haja</p><p>o nível desejável da flutuação, torna-se necessário intercalar bloqueios entre a inspiração e a</p><p>expiração.</p><p>Centro de Gravidade</p><p>14</p><p>O centro de gravidade de um corpo é o ponto pelo qual passa a resultante de todas as</p><p>ações que o peso exerce sobre o corpo, e que é igual ao ponto de aplicação de seu peso.</p><p>No centro de gravidade se pode considerar aplicado todo o peso do corpo, mesmo</p><p>parado ou em movimento. No segundo caso, a situação do centro de gravidade pode variar</p><p>em função do primeiro.</p><p>O centro de gravidade de um sólido homogêneo é independente de sua natureza e</p><p>está em função unicamente da forma que adota.</p><p>O centro de gravidade do corpo na posição horizontal; seja de decúbito ventral ou</p><p>dorsal, situa-se aproximadamente ao nível das três últimas vértebras lombares, mas também</p><p>é variável de indivíduo para indivíduo.</p><p>O centro de gravidade de cada segmento do corpo humano, também na posição</p><p>horizontal, coincide da mesma forma, com o eixo de equilíbrio do segmento de que estamos</p><p>tratando e dependendo também do comprimento do segmento e da distribuição do peso e</p><p>forma de suas distintas porções.</p><p>Existem dois procedimentos para se determinar o centro de gravidade:</p><p>a - o método direto, preconizado por Demeny; é o menos utilizado, porque requer</p><p>certos meios e conhecimentos relativamente complexos;</p><p>b - o método indireto, de O. Fischer, o mais utilizado pelos professores.</p><p>Sendo conhecidos os centros de gravidade dos diversos segmentos do corpo, a</p><p>determinação do centro de gravidade dos segmentos mais próximos é efetuada da seguinte</p><p>forma: unem-se os centros de gravidade dos segmentos a se considerar sobre uma reta e</p><p>assinala-se o ponto que divide esta reta em duas partes inversamente proporcionais ao peso</p><p>dos mencionados segmentos. Este ponto da reta coincidirá com o centro de gravidade que se</p><p>queria determinar. Da mesma forma será determinado o centro de gravidade do grupo</p><p>seguinte.</p><p>No final, podemos determinar o centro de gravidade de todo o corpo numa concreta</p><p>fase de movimento.</p><p>Por esta razão, os técnicos devem saber determinar os diversos momentos do centro</p><p>de gravidade do atleta em ação, que corresponde a cada fase ou constante de um movimento.</p><p>Condições para a Flutuação</p><p>Ao introduzir um corpo num líquido pode ocorrer:</p><p>15</p><p>a) que o sólido seja mais denso que o líquido; isto é, que o empuxo seja menor que o</p><p>peso d corpo e nestas condições o corpo afunda- se;</p><p>b) que o sólido submerso seja de igual densidade que o líquido; isto é, que o empuxo</p><p>seja igual ao peso, então o corpo se mantém entre duas águas (equilíbrio indiferente);</p><p>c) que a densidade do sólido seja menor que a do Iíquido; isto é, que o empuxo seja</p><p>maior que o peso e neste caso o sólido flutua.</p><p>Sustentação em superfície e em movimento</p><p>Um nadador, cujo peso específico é de um valor médio, ao desejar manter as</p><p>extremidades inferiores ao nível da superfície sem compensar sua densidade maior do que a</p><p>água, bem como manter o segmento superior numa posição horizontal adequada, deverá</p><p>efetuar movimento ou movimentos com os membros inferiores. A melhor forma, portanto, é</p><p>efetuar movimentos alternados muito semelhantes aos de andar.</p><p>O movimento para ser econômico e conseguir o resultado desejado deverá ser</p><p>executado com grande relaxamento muscular e com parcial extensão da perna.</p><p>No movimento alternado temos duas fases: uma ascendente e outra descendente. A</p><p>fase ascendente no nado de costas é a mais ativa e mais rápida; ela sustenta os pés e as pernas</p><p>ao nível da superfície. A fase descendente é a menos ativa e mais lenta.</p><p>Os braços também colaboram na elevação geral do corpo e pernas, ocasionando</p><p>movimentos sustentadores de si mesmo e do resto do corpo.</p><p>Todos os movimentos, de uma forma ou de outra, são executados de maneira natural</p><p>e descontraidamente, produzindo um deslocamento do indivíduo no meio líquido de modo</p><p>elementar e rudimentar. Assim, podemos dizer que "nadar é deslocar-se na água a seu nível</p><p>ou através da força e adaptações naturais do próprio nadador".</p><p>O que vimos nos obriga a considerar tais técnicas como continuação e complemento</p><p>útil de flutuabilidade estática. O nadador não pode sustentar-se na água sem movimentos</p><p>voluntários de seus membros. Deve equilibrar seu corpo mediante a adoção de posições mais</p><p>adequadas de cada parte, neutralizando, assim, diferenças de densidades e o efeito de todas</p><p>as circunstâncias já mencionadas, que intervêm no fenômeno, mediante gestos ou</p><p>movimentos voluntários e concretos, dirigidos para tal fim.</p><p>Além do fator importantíssimo que é a flutuabilidade, temos que considerar a</p><p>sustentação do nadador em plena ação, fator que juntamente com a densidade da água ou</p><p>16</p><p>peso específico médio do ser humano e o ar inspirado e expirado totalizam as três</p><p>determinantes do coeficiente de elevação ou flutuabilidade do nadador em progressão ou</p><p>flutuabilidade dinâmica.</p><p>Estabilidade</p><p>Se compararmos o homem em sua posição horizontal a um submarino, veremos que</p><p>existe semelhança muito grande em termos de estabilidade.</p><p>No submarino o centro de empuxo e o centro de gravidade continuam ocupando a</p><p>mesma posição em relação ao casco, para qualquer atitude do navio.</p><p>Para que o submarino</p><p>tenha estabilidade positiva é necessário que o centro de gravidade fique localizado abaixo do</p><p>centro de empuxo.</p><p>O equilíbrio de um submarino assemelha-se, portanto, ao de um pêndulo: seu centro</p><p>de gravidade está no plano vertical, passando pelo eixo de rotação e abaixo deste. Um dos</p><p>maiores problemas na construção de um submarino é o de assegurar-lhe boa estabilidade em</p><p>ambas as condições (superfície e submerso). No primeiro caso que o empuxo seja maior que</p><p>o peso e no segundo que o empuxo seja igual ao peso.</p><p>Portanto, é preciso desenhar o casco e prever manobras de esgotamento e</p><p>alagamento de tanques, de tal forma que, na imersão, o centro de empuxo suba e o centro de</p><p>gravidade desça; e na emersão, o inverso. A troca de posição é perigosa; o submarino deve,</p><p>pois, atravessá-la rapidamente porque a sua estabilidade neste momento é nula.</p><p>O homem comporta-se praticamente como um submarino. Com os pulmões cheios de</p><p>ar. O centro de empuxo fica situado acima do centro de gravidade. Sua estabilidade é</p><p>pequena, positiva, mas do tipo pendular. Com os pulmões vazios o centro de empuxo baixa e</p><p>o centro de gravidade sobe, reduzindo, anulando ou mesmo invertendo a disposição anterior.</p><p>A situação do homem é idêntica a do submarino, na fase de transição, na qual perde a</p><p>sua estabilidade. Assim, o homem ao respirar alterna a posição do corpo de uma condição de</p><p>pequena estabilidade positiva para uma estabilidade nula ou negativa, considerando-se sua</p><p>cabeça sempre para cima. Se ele não aplicar movimentos adequados, com dificuldade poderá</p><p>manter a cabeça permanentemente fora da água.</p><p>Acreditamos que esta falta de estabilidade do corpo humano é até necessária, pois</p><p>graças a ela pode-se mergulhar, deslocar-se na água, girar o corpo, fazer evoluções e toda</p><p>série de manobras impossíveis a um navio ou a um submarino. Se possuíssemos uma notável</p><p>17</p><p>estabilidade seria impossível ou penoso executar tais manobras: na natação, na caça</p><p>submarina, no bale aquático haveria muito maior restrição de movimentos, perdendo-se</p><p>bastante em beleza e harmonia.</p><p>Aqueles que quiserem usufruir das vantagens da natação deverão fazer pleno uso da</p><p>pouca estabilidade que Deus lhes deu.</p><p>Hidrodinâmica do corpo humano</p><p>Qualquer sólido em presença de um fluido, e deslocando-se em relação a ele, sofre</p><p>reações que são estudadas e medidas pela mecânica dos fluidos.</p><p>Como uma embarcação, o corpo do homem ao deslocar-se encontra uma resistência</p><p>que pode ser decomposta em duas partes principais para efeito de estudo. A primeira é</p><p>chamada de resistência de atrito, causada pelo atrito da água ao deslizar ao longo do corpo;</p><p>a segunda parcela é chamada de resistência residual, influenciada pela movimentação da</p><p>água.</p><p>O corpo humano, ao nadar, tem forma, deslocamento, dimensões, resistência ao</p><p>atrito, velocidade, propulsão e controle; assim como já vimos, tem flutuabilidade e</p><p>estabilidade.</p><p>Resistência oposta ao movimento</p><p>Como vimos, o corpo humano encontra uma resistência que pode também ser</p><p>decomposta em duas partes. A resistência de atrito depende, quanto à superfície molhada,</p><p>do quadrado da velocidade e da aspereza da pele. Portanto, pele lisa e roupas adequadas</p><p>melhoram o rendimento do nadador. Para as velocidades mais baixas, a influência percentual</p><p>18</p><p>da resistência de atrito é maior; à medida que aumenta a velocidade do nadador, a resistência</p><p>residual cresce rapidamente, acentuando-se cada vez mais.</p><p>A resistência é de uma complexidade enorme. O corpo humano não tem forma fixa,</p><p>ele se movimenta e altera continuamente. A cabeça é a "proa"; mergulha e emerge, gira para</p><p>um lado e retorna (respiração do crawl); o tórax infla e desinfla alternada mente como o</p><p>abdômen; os braços e as pernas estão em contínuo movimento.</p><p>Quanto menor for à marcha produzida, menor dispêndio de energia será exigido do</p><p>nadador. Deve-se, portanto, evitar de bater violentamente com os pés e braços na superfície</p><p>da água ou deixar que os pés aflorem à tona. O ideal será que a recuperação dos braços se</p><p>efetue sobre a superfície.</p><p>Outro fator a anotar consiste nas provas de velocidade. A parte superior do tronco</p><p>tende a elevar-se consideravelmente em relação à superfície da água. Essa posição mais</p><p>elevada tende a diminuir a resistência do atrito e a reduzir a esteira, o que é aspecto favorável</p><p>quanto ao consumo de energia. Por outro lado, os braços não podem trabalhar tão</p><p>profundamente (decréscimo de eficiência da braçada) e a produção de marolas aumenta</p><p>(resistência residual).</p><p>O nado submerso reduz a velocidade residual na parte da produção de marolas na</p><p>superfície, efeito mais importante nas maiores velocidades.</p><p>A necessidade de respirar e a impossibilidade de efetuar movimentos aéreos</p><p>recuperadores impedem que se possa tirar pleno proveito dessa vantagem real. Pelo menos</p><p>nas viradas obtemos excelentes resultados, mormente quando efetuadas de forma submersa,</p><p>porque reduzimos a marola, evitamos a esteira da vinda que, nas provas de velocidade, é</p><p>grande. Consideramos este pormenor muito importante.</p><p>Quando nadamos em piscina de pouca profundidade e largura há um prejuízo devido</p><p>à reflexão do fundo e das paredes laterais. Da mesma forma, a marola de um nadador na raia</p><p>adjacente pode ser prejudicial pela interferência com a marola do nadador mais próximo, por</p><p>modificar a esteira e gerar oscilações inesperadas. Assim, para longas travessias, será</p><p>proveitoso nadar atrás de outro atleta porque se obterá o benefício da sua esteira.</p><p>A importância da esteira não deve ser desprezada. O deslocamento dessa massa de</p><p>água que acompanha o nadador é conseguido a custo de esforço (consumo de potência).</p><p>19</p><p>Todo o proveito que se puder obter da esteira é importante. O abdômen e as pernas</p><p>situam-se numa posição na qual a esteira já é considerável e, portanto, os movimentos</p><p>motores dos membros inferiores beneficiam-se desse fato, como as hélices dos navios.</p><p>O deslocamento da água, resultante do movimento dos braços, tem efeito contrário</p><p>ao da esteira; é necessário evitar o impacto desse movimento da água, a alta velocidade</p><p>contra as pernas ou qualquer parte do corpo do nadador, pelo grande efeito de frenagem que</p><p>pode proporcionar.</p><p>Princípio da ação e reação</p><p>Sempre que há uma força aplicada a um corpo ela provoca outra força igual e de</p><p>sentido oposto, denominada reação. Este princípio é resultante de três forças:</p><p>a) forças de resistência útil, propriamente ditas;</p><p>b) resistência frontal, fator importante da mecânica natatória;</p><p>c) inércia, idem ao anterior.</p><p>Forças de Resistência Útil</p><p>Na natação a força de resistência útil é representada pelo peso do corpo do nadador.</p><p>Resistência Frontal</p><p>20</p><p>O corpo, ao se deslocar num líquido, experimenta uma determinada pressão, contrária</p><p>ao seu avanço, proporcional à densidade do líquido, à forma e à superfície frontal desse corpo</p><p>e ainda à velocidade de deslocamento/Tal pressão/também denominada resistência ao</p><p>avanço, proporciona constantemente um choque contínuo, direta ou indiretamente, entre o</p><p>corpo e as moléculas de água/Esta pressão recebe o nome de fricção ou atrito.</p><p>Só poderemos falar em pressão no momento em que houver avanço do corpo na água,</p><p>já que haverá uma pressão na água que aumentará à medida que aumentar a velocidade.</p><p>Segundo o célebre técnico Ladislão Cfík, no momento em que o nadador alcança a velocidade</p><p>de dois metros por segundo, à resistência chega a ser proporcional ao quadrado da</p><p>velocidade, embora a densidade da água não varie. Assim, quando se tratar de um nadador,</p><p>as moléculas de água aderem ao corpo e são as responsáveis pela compressão das outras,</p><p>causadas pela velocidade do nado e não por seu corpo.</p><p>A configuração do corpo em movimento é de suma importância, com referência ao</p><p>coeficiente de atrito.</p><p>Em princípio, os corpos</p><p>para terem um melhor deslocamento deverão ter a forma de</p><p>uma "gota de água", isto é, um contorno suave e curvilíneo com um comprimento superior a</p><p>três diâmetros máximos de largura. Com tal conformação, podemos reduzir a resistência</p><p>frontal e aproveitar a fácil saída dos filetes de água, que oferecem melhor deslocamento e</p><p>que reúnem as características mais hidrodinâmicas.</p><p>Para que um nadador possa usufruir das vantagens ideais nos deslocamentos</p><p>natatórios, temos de considerar três posições fundamentais:</p><p>1ª Posição básica - a que o nadador adota nas saídas e voltas e nas ações do nado. E</p><p>ideai, porque apresenta menor atrito. O nadador nesta posição (flexa) procura explorar ao</p><p>máximo o alongamento do corpo, tanto em decúbito ventral como dorsal.</p><p>2ª Deslocamento em posições assimétricas - apresenta-se no crawl de frente e no</p><p>crawl de costas. No momento da ação característica do nado, um dos braços se encontra</p><p>estendido, deslizando à frente no prolongamento do corpo, bloqueando a cabeça (diminuindo</p><p>a resistência frontal da cabeça), enquanto o outro se encontra em fase de empurrada,</p><p>estendido ou quase estendido.</p><p>Os membros inferiores, neste momento, tomam posições em plano paralelo em</p><p>relação à superfície; os pés se cruzam como consequência de seus movimentos ascendentes</p><p>e descendentes.</p><p>21</p><p>3ª Deslocamento em posição simétrica - manifesta-se no nado borboleta golfinho.</p><p>Quando o nadador entra com os braços na água, há uma imersão da cabeça, do tórax</p><p>e batimento das pernas, como consequência uma elevação de quadril e o abaixamento das</p><p>pernas.</p><p>No momento da tração e fase inicial da impulsão, o corpo se horizontaliza; no final da</p><p>impulsão há uma rápida flexão das pernas, seguida de um batimento e abaixamento dos</p><p>quadris e de elevação da cabeça e tórax.</p><p>Inércia</p><p>A primeira lei do movimento, de Newton, diz que inércia é a incapacidade de qualquer</p><p>corpo alterar a sua situação de repouso ou de movimento sem causa exterior.</p><p>O nadador produz força ao nadar. A pressão da superfície dos braços e das pernas</p><p>durante as sucessivas braçadas provoca o movimento do corpo e altera a velocidade ou a</p><p>direção do movimento.</p><p>Quando o corpo está imóvel na água, temos que vencer a inércia estacionária,</p><p>efetuando qualquer trabalho, com braços ou pernas para movimentar o corpo. Uma vez que</p><p>este começa, o nadador em forma rítmica e contínua procura conservar a continuidade do</p><p>movimento. Se a aplicação da força é de pouca consistência, o impulso do corpo para diante</p><p>não pode ser mantido. E a perda de impulso para frente, chamada "retardamento da inércia",</p><p>é prejudicial ao nadador, porque passa a requerer energia extra para voltar a pôr o corpo em</p><p>seu andamento anterior.</p><p>As braçadas, em termos da velocidade, requerem aplicação contínua de força.</p><p>O crawl de frente constitui exemplo de um tipo de movimento de braços de uma</p><p>natação de competição em que as mãos se alternam entre si para aplicar uma força contínua.</p><p>Devem evitar-se pausas no movimento cíclico dos braços, porque criam retardamentos de</p><p>inércia.</p><p>Alguns movimentos de braços, tais como a braçada do nado elementar de costas,</p><p>compreendem uma fase de deslizamento que permite. ao nadador descansar de cada</p><p>movimento. Durante esta fase, a impulsão da braçada executada conserva o movimento do</p><p>nadador. Mas se o deslizamento se prolonga, o impulso para frente decresce gradualmente e</p><p>as pernas tendem a descer mais. Isto aumenta a resistência da superfície do corpo e reduz,</p><p>22</p><p>portanto, o avanço do nadador. No caso das braçadas contidas em fase de deslizamento, o</p><p>nadador deverá começar uma nova, antes de perder o impulso em frente do corpo.</p><p>Inércia e seus Pontos Principais</p><p>Supera-se a inércia estacionária executando movimentos iniciais de braço. Mantém-se</p><p>a inércia do movimento e evita-se a volta ao repouso, em provas competitivas, executando</p><p>movimentos contínuos de braços.</p><p>Inicia-se a segunda braçada antes que diminua a velocidade do movimento, através</p><p>das braçadas que contêm uma fase de deslizamento.</p><p>Planos aplicados à mecânica natatória</p><p>Na mecânica natatória temos que considerar três planos: horizontal, sagital e frontal.</p><p>a) Plano horizontal - para estudar-se as posições do corpo na água, segundo as</p><p>adotadas na fase do deslizamento (ventral ou dorsal); isto é, de extensão horizontal, vamos</p><p>inicialmente destacar este plano.</p><p>b) Plano sagital - aquele que corta o plano horizontal longitudinalmente em sua</p><p>linha mediana.</p><p>c) Plano frontal - aquele que, por igual, é perpendicular aos planos horizontal e</p><p>sagital, formando ângulos retos, respectivamente.</p><p>23</p><p>Eixos</p><p>Os planos, horizontal, sagital e frontal definem três eixos de movimento: longitudinal</p><p>(no sentido do deslocamento), transversal (que lhe é perpendicular) e perpendicular ou de</p><p>rotação.</p><p>Eixo Horizontal ou Longitudinal</p><p>É a linha de intersecção dos planos horizontal e vertical. Teoricamente, deverá coincidir</p><p>com a linha média do corpo paralela à superfície da água.</p><p>Eixos Transversais</p><p>São os menores eixos considerados. São os pontos de intersecção entre o plano</p><p>horizontal e os transversais.</p><p>Em natação consideramos o diâmetro biacromial (distância que separa os dois</p><p>acrômios, também denominado de diâmetro dos ombros) e o diâmetro bicoxal (linha média</p><p>entre os quadris); outros consideram também importante o eixo ou diâmetro bitrocanteriano</p><p>(linha média entre os dois trocanteres maiores).</p><p>Eixos de Rotação</p><p>Estão representados em cada caso por um só ponto e assim dizemos que o eixo</p><p>rotativo da parte superior do tronco é o ponto de intersecção do eixo ou diâmetro biacromial</p><p>com o eixo longitudinal; e de eixos rotativos da parte inferior do tronco, o ponto de</p><p>intersecção do diâmetro bicoxal ou o bitrocanteriano, em relação com o eixo longitudinal.</p><p>Durante o deslizamento, deve ser reduzida a rotação do diâmetro biacromial, para</p><p>evitar-se o atrito, deslocando os ombros para frente e bloqueando a cabeça, agindo de forma</p><p>contrária ao recomendável durante a propulsão.</p><p>Propulsão</p><p>A propulsão é a força que impulsiona o nadador para frente, é fruto da ação dos braços</p><p>e, algumas vezes, das pernas. E a reação de apoio provocada pela resistência que as mãos e</p><p>os pés encontram na água.</p><p>24</p><p>A propulsão é baseada na terceira lei de Newton (lei da ação e reação). Sabe-se que</p><p>um nadador nada mais rápido quando utiliza o batimento das pernas tão bem como o dos</p><p>braços, pois aumenta a propulsão e reduz a resistência. Mas, em altas velocidades, as pernas,</p><p>segundo Counsilman, nada contribuem à propulsão criada pelos braços.</p><p>À medida que um nadador aumenta a sua velocidade, aumenta também a resistência</p><p>da água que fica sob seu corpo, sem quer por seu turno aumente a resistência da água que</p><p>fica por cima do nadador.</p><p>Uma propulsão contínua torna-se mais eficaz quando impulsiona o corpo para frente,</p><p>e por essa razão o crawl de frente torna-se mais rápido do que o borboleta ou nado de peito.</p><p>A mecânica natatória deve permitir ao corpo mover-se para frente em velocidade tão</p><p>uniforme quanto possível.</p><p>Na natação devemos evitar o "para e avança", quanto possível, pois grande" parte da</p><p>força que é empregada para vencer a resistência da água se perderá para vencer a inércia</p><p>assim ocasionada. A força criada pelos braços e pernas deverá ser empregada para superar o</p><p>atrito criado pela água e não ser destinada a pagar o preço da solução de continuidade em</p><p>aceleração.</p><p>Torna-se fácil transmitir o impulso defuma parte do corpo a outra.</p><p>Este princípio se emprega em muitos movimentos que efetuamos dentro e fora da</p><p>água. A impulsão desenvolvida pelo movimento rotatório dos braços antes que o nadador</p><p>efetue a saída se transmite ao corpo inteiro auxiliando na obtenção de uma maior distância</p><p>na saída.</p><p>Este princípio é também aplicável na recuperação dos braços</p><p>nos estilos crawl,</p><p>borboleta e nado de costas. No nado de costas, os braços, em forma de movimento circular,</p><p>desenvolvem a impulsão. Logo que o braço que recupera entra na água, há um</p><p>desenvolvimento de uma impulsão no sentido descendente. Se o braço antes de entrar é</p><p>frenado ou retardado em seu movimento, esta impulsão do braço se transmite ao corpo</p><p>impulsiona a parte superior do mesmo e a cabeça para baixo.</p><p>Nas provas do nado de costas, observamos que a cabeça de alguns nadadores ou</p><p>nadadoras oscilam no plano vertical, evidenciando tal defeito. Para evitar semelhante</p><p>oscilação, o nadador deve, simplesmente, permitir que o braço continue dentro d'água com a</p><p>impulsão desenvolvida durante a recuperação. A resistência da água eliminará a maior parte</p><p>deste impulso.</p><p>25</p><p>Nos estilos crawl e borboleta, o nadador, ao executar a recuperação do braço ou</p><p>braços, antes de entrar na água, provoca também efeitos prejudiciais.</p><p>Em boa técnica, todas as diferenças plausíveis, seja entre as fases da ação do trem</p><p>superior ou inferior, seja-nos vários estilos e inclusive em fase idêntica do mesmo estilo,</p><p>devem estar exclusivamente em função das distintas posições articulares. A força e a</p><p>velocidade exequíveis em cada caso são modificáveis por um estudo técnico e pelo</p><p>treinamento, pois nem as condições do meio, nem os princípios ou leis físicas que entram em</p><p>jogo são mutáveis.</p><p>Lei teórica do quadrado</p><p>A resistência que um corpo provoca na água (ou em qualquer fluido ou gás) varia com</p><p>o quadrado de sua velocidade. Esta lei é aplicável à velocidade do nadador e à resistência que</p><p>oferece a água. Uma aplicação do que acabamos de relembrar é verificável na velocidade do</p><p>braço, na recuperação, ao entrar na água.</p><p>Se o nadador coloca seu braço na água duas vezes mais veloz do que anteriormente,</p><p>este fato provoca uma resistência quatro vezes superior ao seu avanço. Portanto, uma</p><p>recuperação precipitada quebrará não só o ritmo, mas ainda aumentará a resistência ao</p><p>avanço e uma frenagem ao nadador, tornando-o mais vagaroso. Para evitar estes fatos, o</p><p>nadador não deve retardar os movimentos em demasia, a fim de criar pouca resistência.</p><p>A velocidade do braço que recupera deve corresponder mais ou menos com a do braço</p><p>que traciona, é difícil, recuperar rapidamente com um braço e, ao mesmo tempo, tracionar</p><p>firmemente com outro. Existe um estreito paralelismo entre a velocidade de tração e a</p><p>velocidade de recuperação; é um fator importante para o ritmo.</p><p>Quando um nadador duplica a velocidade do movimento dos braços na água, terá de</p><p>quadruplicar a propulsão se empregar a mesma mecânica de movimentos.</p><p>Uma lei fisiológica diz que a perda de energia de um músculo é elevada</p><p>aproximadamente ao cubo da velocidade da contração desse músculo. Em outras palavras,</p><p>quando se duplica a velocidade do braço que traciona, o consumo de energia aumenta oito</p><p>vezes. Portanto, no momento em que é executada a tração do braço de uma forma mais</p><p>rápida, a propulsão é aumentada, bem como, de uma forma desproporcionada, a perda de</p><p>energia e o consumo de oxigênio, é por esta razão que os nadadores de meio fundo e fundo</p><p>terão que adotar um ritmo de nado mais lento.</p><p>26</p><p>Aceleração</p><p>A aceleração é o aumento da velocidade na unidade de tempo empregada, isto é: A =</p><p>VF - Vi/T.</p><p>Num corpo em translação, como no caso do corpo do nadador, todas suas partículas</p><p>possuem a mesma aceleração e, portanto, se são de igual massa, estão submetidas a forças</p><p>iguais e paralelas, cuja resultante passa pelo centro de gravidade, também chamado, no caso,</p><p>centro de massa.</p><p>O necessário e o proporcional aumento da energia liberada estão reciprocamente em</p><p>função do correspondente aumento do atrito.</p><p>Cadência</p><p>Em natação, cadência é o número de braçadas na unidade do tempo.</p><p>Segundo o técnico americano James E. Counsilman são três os princípios que</p><p>demonstram a necessidade de um estudo cuidadoso da cadência em relação às provas de</p><p>média e longa distância:</p><p>1 - Um nadador deve evitar um consumo elevado de oxigênio no início da prova. Se</p><p>por ventura isto ocorrer até uma situação de débito de oxigênio, já no início da prova haverá</p><p>um decréscimo de eficiência e velocidade.</p><p>No esforço deverá ser mantido um equilíbrio (fase do steady-state — segundo fôlego)</p><p>entre a absorção e o consumo de oxigênio. Mas, nas provas de velocidade, o nadador poderá</p><p>nadar com débito.</p><p>2 - A lei teórica do quadrado que rege a resistência do ar e da água e aqui evidente: as</p><p>resistências do ar e da água variam aproximadamente com o quadrado da velocidade. Quando</p><p>um nadador duplica a velocidade de um metro por segundo a dois metros por segundo, não</p><p>encontrará meramente duas vezes mais resistência, senão quatro vezes mais.</p><p>3 - Na contração muscular, a perda de energia varia com o cubo da velocidade de</p><p>contração. Portanto, um nadador ao duplicar sua velocidade, também tem que contrair seus</p><p>músculos duas vezes mais depressa, dobrando, quadruplicando ou aumentando oito vezes</p><p>seu consumo de energia.</p><p>Ritmo</p><p>27</p><p>Um nadador aprende a ter determinado ritmo, tanto em treinamento como também</p><p>em competições. Aprende ainda a ter ritmo na sua forma de nadar, associando as causas aos</p><p>efeitos respectivos.</p><p>As causas representam a soma de esforços que se emprega ao nadar determinada</p><p>distância; e os efeitos traduzem a velocidade resultante ou o tempo de que se necessita para</p><p>se cobrir determinada distância.</p><p>Comportamento das alavancas humanas na natação</p><p>No corpo humano são encontradas alavancas dos três gêneros. Os ossos constituem</p><p>as alavancas humanas e seu ponto de apoio se encontra nas articulações. O exercício da</p><p>potência está relacionado com os músculos e o da resistência está representado por todas as</p><p>forças que se opõem ou dificultam em qualquer grau as ações musculares pretendidas (peso</p><p>dos segmentos corporais e demais resistências, interiores e exteriores).</p><p>Os pontos onde a potência se exerce são os de inserção dos músculos no segmento</p><p>móvel que se movimenta. O sentido de aplicação das forças componentes da potência que se</p><p>quer determinar é o que corresponde à disposição e à orientação do mesmo músculo e de</p><p>suas fibras. As forças componentes da resistência convergem para os pontos onde são</p><p>exercidas as pressões, manifestando-se nas forças resultantes. Em cada fase as ditas forças</p><p>resultantes vêm impostas, não só pela conjugação dos planos de propulsão em relação à</p><p>28</p><p>limitação articular, mas também por outras componentes, tais como: a flutuabilidade, a</p><p>inércia e as massas de água deslocadas, provenientes das fases anteriores.</p><p>As ações propulsoras do nadador são executadas mediante um complicado sistema de</p><p>alavancas compostas.</p><p>A necessidade de conhecer, determinar e coordenar as forças componentes de cada</p><p>movimento para obter sempre as resultantes que mais interessam e, em consequência, os</p><p>melhores coeficientes propulsores, é algo que deve estar sempre em evidência tanto para o</p><p>atleta como para o técnico.</p><p>Em todos os estilos encontramos dois tipos de ações propulsoras bem definidas: a dos</p><p>membros superiores (braçadas) e a dos inferiores (batimentos).</p><p>Braçadas</p><p>São três as alavancas atuantes em quase todos os estilos, em geral do terceiro gênero</p><p>(interpotente). Eventualmente, podem ser quatro (crawl rolado e crawl de costas, estilo</p><p>Kiefer).</p><p>A primeira alavanca da braçada estará, pois, representada sempre que ela opera pela</p><p>mobilidade do ombro, graças à articulação esterno- clavicular e deslocamento da omoplata,</p><p>alavanca que tem seus pontos de apoio na face externa do esterno e na omoplata; a segunda</p><p>alavanca está no braço com o seu ponto de apoio na articulação do ombro ou escapulo</p><p>umeral; a terceira corresponde ao antebraço e seu ponto de apoio é o cotovelo; e a quarta</p><p>alavanca corresponde à mão com seu ponto de apoio</p><p>aplicado no punho.</p><p>Batimentos</p><p>Da mesma forma, em todos os estilos, durante a ação das pernas, atuam umas duas</p><p>ou três alavancas, segundo o nado e a fase do mesmo em que se estiver tratando.</p><p>A primeira alavanca é constituída pela coxa em movimento e tem seu ponto de apoio</p><p>na articulação coxofemoral; a segunda, pela perna (entre joelho e tornozelo), tendo seu ponto</p><p>de apoio no joelho; e a terceira, pelo pé que utiliza como ponto de apoio o tornozelo. As duas</p><p>primeiras alavancas pertencem ao terceiro gênero e a última, ao primeiro.</p><p>29</p><p>Ondulação do tronco no nado borboleta- golfinho</p><p>Entre os técnicos de natação, existe divergência de opinião quanto ao número de</p><p>alavancas atuantes nos movimentos ondulantes do tronco, em parte pela maneira diversa de</p><p>execução e, por outra, pelo grande número atuante de articulações e, ainda, pelos pontos de</p><p>apoio que as diferentes uniões vertebrais oferecem.</p><p>Eis as três teorias mais evidentes:</p><p>1ª Uma só alavanca, constituída por todo o tronco com ponto de apoio entre os</p><p>ombros, à resistência nas mãos e a potência nas pernas e, portanto, alavanca interfixa, de</p><p>primeiro gênero.</p><p>2ª Duas alavancas que agem de forma compensadora: a primeira, na maioria das vezes,</p><p>representada pelas vértebras lombares, sacro e quadris, com ponto de apoio nas 11ª e 12ª</p><p>vértebras dorsais; a segunda, formada pela porção da coluna vertebral compreendida entre a</p><p>décima primeira vértebra dorsal e a primeira, segunda ou terceira também dorsal,</p><p>abrangendo a cintura escapular, a região torácica e superior do abdômen; esta alavanca</p><p>funciona alternadamente sobre os dois pontos de apoio oferecidos por seus extremos.</p><p>3ª Toda a coluna vertebral, desde a primeira ou segunda vértebra dorsal e as últimas</p><p>lombares, comporta-se como uma série de alavancas compostas, representadas, cada uma,</p><p>segundo os casos, por uma vértebra ou por uma série de vértebras.</p><p>30</p><p>Em qualquer das três situações sobre o batimento de pernas do golfinho, outra</p><p>alavanca ou conjunto de alavancas bem diferenciado atua com as que agem na mecânica do</p><p>tronco.</p><p>Estas ações ondulantes são o resultado de movimentos ascendentes e descendentes</p><p>da cabeça e da porção cervical da coluna vertebral.</p><p>Os pontos de apoio das alavancas humanas são móveis no desenvolvimento de cada</p><p>nado.</p><p>Em qualquer estilo os conjuntos de alavancas, por meio dos quais se desenrola toda a</p><p>mecânica natatória humana e desportiva, não têm função meramente de transmissores da</p><p>força muscular, originando-se geralmente no tronco, manifestando-se de forma mais intensa</p><p>nas extremidades do corpo (mãos e pés) e constituindo áreas de maior apoio.</p><p>É importante que estas extremidades se oponham diretamente às turbulências que</p><p>servem de apoio e se ajustem, da melhor maneira possível, às faces mais amplas e planas de</p><p>cada porção propulsora e que constituem anatomicamente a alavanca ou o conjunto de</p><p>alavancas compostas, mencionadas anteriormente e atuantes, ao longo do seu variado</p><p>comportamento, durante os ciclos dos estilos.</p><p>Sempre que possível, devemos evitar os ângulos que possam oferecer resistência, mas</p><p>não devemos forçar posições que venham a exigir um consumo de energia extra e não sejam</p><p>compensados mecanicamente e, ainda, venham empobrecer ou diminuir a naturalidade do</p><p>gesto ou movimento natatório, procurando com um mínimo de esforço o máximo de</p><p>rendimento.</p><p>Certas posições adotadas pelas extremidades são necessárias ao querermos</p><p>movimentos circulares nas ações propulsoras, mas isto resultará de progressivas adaptações.</p><p>Portanto, as superfícies de ideal aplicação direta em relação às turbulências, em qualquer</p><p>estilo, são as seguintes:</p><p>Trabalho dos Braços</p><p>Faces internas dos braços, desde as cavidades axilares e anteriores dos antebraços</p><p>transformadas, em todos os estilos (com exceção do nado de costas), em posteriores e</p><p>também as palmas das mãos e as faces anteriores dos dedos.</p><p>31</p><p>Trabalho das Pernas</p><p>Com exceção do nado de peito, as faces externas e posteriores dos pés, segundo as</p><p>fases ascendentes ou descendentes das coxas e pernas, assim como a superfície anterior dos</p><p>pés e sola dos pés. No estilo peito, por exemplo, entram em ação estes fatores: as faces</p><p>internas das coxas, os gêmeos, as faces internas dos pés e sola dos pés.</p><p>Não podemos deixar de evidenciar que, no nado golfinho, os planos dorsais e ventrais</p><p>do tronco são as superfícies que, de forma mais ativa, movimentam e agitam as massas de</p><p>água, pressionando-as, embora não haja apoio na turbulência, e transmitindo-as depois para</p><p>as coxas, pernas e pés.</p><p>Como a direção em que deverão ser produzidas as forças resultantes de todo o gesto</p><p>propulsivo é diretamente oposta à progressão, o sentido dos batimentos deverá ser este e dos</p><p>planos de tração, sobre onde atuarão durante a maior parte do tempo com a máxima</p><p>amplitude e aplicação de potência.</p><p>Quanto mais equilibradas e próximas em relação ao plano sagital do corpo sejam as</p><p>ações, tanto melhor é a disposição das alavancas atuantes e do organismo, em geral, para</p><p>dotá-las de um alto grau de potências. Por essa razão, os movimentos subaquáticos do crawl</p><p>e frente, de costas e golfinho propiciam maiores coeficientes de propulsão, pois os</p><p>componentes desviadores de certos movimentos são desenvolvidos corretamente, reduzindo</p><p>ao mínimo aqueles que provocam os efeitos negativos ou os freadores.</p><p>Os movimentos de pernas do tipo crawl e golfinho, bem como as ações do tronco, em</p><p>especial no último estilo mencionado deslocam massa de água mediante relações de</p><p>obliquidade entre as superfícies do corpo e os planos que podem ser considerados como</p><p>ideais de apoio.</p><p>As principais forças componentes, que de maneira mais destacada se conjugam nos</p><p>movimentos da natação e, principalmente, na desportiva, são as seguintes:</p><p>Fase da Tração</p><p>Quando começam as ações propulsoras dos braços, há sempre uma intervenção de</p><p>uma força componente desviadora no sentido lateral, também no sentido ascendente</p><p>(quando o apoio se realiza num movimento para baixo e para dentro). A ação negativa desta</p><p>componente não pode ser evitada até se conseguir a fase da empurrada. Na porção média de</p><p>32</p><p>tração, no início, em vez de evidenciar-se as forças componentes de elevação, e de</p><p>afundamento, no final, deverá o nadador flexionar os braços.</p><p>Assim podemos favorecer o desenvolvimento e o aproveitamento da potência</p><p>exercida ao aproximar o ponto de máxima resistência do ponto de apoio e, desta forma,</p><p>também aumentar as superfícies de tração do braço e antebraço e imprimir à ação um sentido</p><p>paralelo e contrário ao do avanço. Nas fases finais dos braços é conveniente evitar as</p><p>elevações bruscas, porque provocam a intervenção de uma componente afundadora ou</p><p>aduções muito evidentes que fazem surgir componentes desviadores laterais, embora</p><p>compensadas por movimentos simétricos de ambas as extremidades superiores.</p><p>Quando o braço é flexionado na tração, torna-se imprescindível determinar que o</p><p>deslocamento obrigatório do cotovelo para fora seja compensado pela posição da mão para</p><p>dentro, e de tal forma que os diferentes pontos de resistência das alavancas se relacionem a</p><p>um plano equilibrado; o plano perpendicular e o centro de gravidade são necessários para</p><p>uma aplicação ótima e desenvolvimento da potência na ação propulsora.</p><p>Recuperações</p><p>As recuperações são os movimentos pelos quais, uma vez finalizada a ação propulsora,</p><p>tração e impulsão, o nadador volta à posição inicial, a fim de retomar novo movimento.</p><p>Dependendo do estilo em que são efetuadas, podem ser fora ou dentro da água. Com exceção</p><p>do nado de peito, todas as demais são fora da água e a finalidade é eliminar os atritos</p><p>desnecessários.</p><p>Nas recuperações fora da água, o importante é liberar o braço e o ombro, até a porção</p><p>torácica correspondente, segundo o</p><p>estilo, sem procurar alterar o equilíbrio e a</p><p>homogeneidade geral do ritmo do nado. Na fase final da recuperação, no momento do ataque</p><p>do braço na água, podemos determinar as fases de entrada deslizamento e ponto de apoio,</p><p>para que se possa em seguida efetuar a puxada com a maior precisão possível. Nas</p><p>recuperações dentro da água, principalmente no nado de peito, torna-se difícil determinar o</p><p>grau de atrito, devido à oposição que se apresenta ao avanço do trem superior imerso. No</p><p>entanto, é possível reduzir este grau-atrito ao mínimo, procurando agir de maneira contrária</p><p>como se procede nas ações propulsoras; isto é, agindo no sentido do movimento recuperador,</p><p>33</p><p>ângulos estreitos em lugar de superfícies amplas e com arestas. Desta forma, pode atenuar-</p><p>se o efeito da sucção provocado pelas turbulências geradas diante dos braços e que, no</p><p>momento da recuperação, são deslocadas para os lados, formando redemoinhos, alterando a</p><p>unidade das massas de água onde o corpo se apóia arrastando o nadador para trás.</p><p>Batimentos</p><p>As forças resultantes dos diversos movimentos de pernas utilizados na natação</p><p>desportiva são a consequência de diversas forças componentes, segundo o estilo empregado.</p><p>No crawl de frente ou no nado de costas e golfinho, atuam fundamentalmente duas</p><p>componentes: uma, no sentido oposto ao avanço e, outra, perpendicular ao elevar e abaixar</p><p>as pernas.</p><p>O conjunto de alavancas na ação do batimento das pernas produz certos movimentos</p><p>de água, sob e sobre as pernas, no sentido oposto ao deslocamento e às velocidades</p><p>crescentes, determinantes de sucessivos apoios sucessivos. Este fator, segundo muitos</p><p>técnicos, representa elemento importante no batimento de pernas.</p><p>O pé, pela mobilidade do tornozelo e das pressões das massas de água que,</p><p>alternadamente, se exercem sobre sua planta e devido também à relação de obliquai idade</p><p>lateral dos mencionados planos, realiza uma função parcial de hélice com intervenção nas</p><p>mencionadas forças componentes.</p><p>Para analisar as forças que atuam no movimento de pernas do nado de peito, devemos</p><p>decompô-lo em três ações que se somarão num só movimento, a saber: a primeira ação é de</p><p>extensão das pernas. As superfícies, que se apoiam na água para determinar o impulso, são</p><p>principalmente às faces internas e posteriores da coxa, interna da perna e lado do pé (interno).</p><p>Embora a segunda alavanca, representada pela perna que forma quase um conjunto</p><p>com o pé ou terceira alavanca, deva iniciar seu trabalho partindo de uma posição</p><p>perpendicular em relação ao plano horizontal, é preciso lembrar que, no final, ao alcançar este</p><p>plano e inclusive depois de ultrapassa 'o, esta ação pode não ser, em toda a sua extensão,</p><p>diretamente oposta ao avanço do nadador.</p><p>No movimento de extensão das pernas atuam uma componente de sentido oposto ao</p><p>deslocamento e outra elevadora, aproximadamente da mesma forma em que as mencionadas</p><p>forças componentes são produzidas no movimento descendente do batimento do crawl e do</p><p>golfinho, mas intervindo superfícies anatômicas distintas e também de sentidos relativamente</p><p>34</p><p>distintos, já que a progressiva separação dos pés, enquanto dura a extensão, determina um</p><p>ângulo em relação ao prolongamento posterior do plano sagital, mais ou menos próximo ao</p><p>plano, mas de menor valor, implicando, desta feita, uma perda de parte da potência utilizada</p><p>ao não ser dirigida a extensão, diretamente para trás, permite, em compensação, ampliar a</p><p>ação propulsora num movimento final de união das pernas, bem como a ação circular de</p><p>hélice dos pés.</p><p>Esta separação lateral constitui uma ação que possui, pois, outras duas componentes</p><p>com relação à função de cada perna: uma, no sentido oposto ao do deslocamento, e outra, de</p><p>desvio lateral, compensada por igual componente da perna contrária.</p><p>A ação propulsora final da pernada tem evidenciado não ser tão eficaz como a ação da</p><p>empurrada, porque as forças determinantes atuam uma contra a outra num sentido quase</p><p>total de oposição e sem o e efeito propulsor que resulta da compressão, deslocamento e o</p><p>efeito de reação das massas de água em sentidos nem sempre favoráveis ao avanço, já que</p><p>tal deslocamento produz também efeitos sugadores provocados por redemoinhos. No</p><p>entanto, há técnicos que julgam positiva tal ação, pois consideram que aumentam a inércia</p><p>da velocidade obtida pela ação propriamente dita ou extensão das pernas.</p><p>Respiração do nadador</p><p>No momento em que o homem aprende a nadar, ele resolve eventualmente o tríplice</p><p>problema da flutuação, da respiração e da propulsão.</p><p>O problema respiratório do nadador apresenta várias dificuldades, que serão</p><p>superadas progressivamente com o tempo.</p><p>A função respiratória joga no nadador um duplo papel: um fisiológico, vinculado à</p><p>atividade corporal; o outro, físico, específico da natação e que contribui para sua flutuação.</p><p>Não é, pois, de estranhar que o domínio da respiração seja ponto importante na</p><p>aprendizagem da natação e que, dia-a-dia, venha preocupando professores.</p><p>O problema em função da técnica</p><p>Segundo o estilo considerado, o problema da respiração é focalizado conforme a</p><p>posição do nadador (ventral ou dorsal) e da cabeça (levantada ou submersa), em função da</p><p>posição do corpo.</p><p>35</p><p>A aprendizagem para o nado de peito se acomoda à propulsão e à flutuação; enquanto</p><p>que no crawl aparece um terceiro problema, o da respiração chamada aquática.</p><p>No nado de costas, a posição do corpo na flutuação dorsal e a emergência quase</p><p>constante tornam possível a independência da respiração em relação ao movimento de</p><p>braços, apesar de a associação dos tempos de inspiração e expiração, relacionada ao ritmo de</p><p>trabalho propulsivo dos braços, oferecer inegável vantagem.</p><p>A inspiração se faz durante a emersão de um braço, enquanto o outro, em sua imersão,</p><p>executa a fase de impulsão ou de "empurrada", colocando em jogo os músculos extensores</p><p>do antebraço sobre o braço e os ramos anteriores do deltoide. Os músculos torácicos, motores</p><p>do braço, têm nesta fase papel assaz reduzido.</p><p>No nado de peito, se quisermos, podemos nadar em competição com a cabeça sempre</p><p>elevada e a boca constantemente ao nível da superfície da água.</p><p>Podemos também levantar a cabeça no momento da inspiração a cada ciclo de braços</p><p>ou após certos números de ciclos de braço. Assim respirava o grande nadador americano e</p><p>recordista mundial Chet Jastrenski.</p><p>Até há alguns anos empregava-se a respiração na abertura dos braços, mas, com isto,</p><p>a caixa torácica oferecia enorme resistência ao avanço do nadador. Atualmente, a respiração</p><p>se faz após a ação propulsora dos braços, durante a qual os músculos motores do braço</p><p>tomam seu ponto fixo sobre a caixa torácica.</p><p>No golfinho, a inspiração é efetuada na fase final da empurrada e a expiração, na fase</p><p>aquática. Nas provas de 100 metros o nadador efetua bloqueios respiratórios. Nas provas de</p><p>200 metros efetua, a cada ciclo de braço, um movimento respiratório.</p><p>No crawl a técnica respiratória efetua-se no movimento alternado, dos braços (posição</p><p>ventral do corpo, com a cabeça submersa).</p><p>O tempo de inspiração dá-se na fase aérea do braço, do lado em que a cabeça gira.</p><p>Distinguimos dois tipos de respiração: a normal e a atrasada. Nos bons nadadores a</p><p>cabeça permanece como eixo, sendo a rotação efetuada de maneira brusca, mas verificamos</p><p>formas d inatas nos nadadores de velocidade e fundistas.</p><p>Apesar dos diversos estilos de natação, a respiração dos nadadores não deixa de ter</p><p>alguns pontos comuns por imposições mecânicas ou fisiológicas.</p><p>36</p><p>Fisiologia da respiração aquática</p><p>Em natação, uma boa posição sobre a água permite a melhor utilização das ações</p><p>motoras. Nos estilos de frente, esta posição é tal que a cabeça, em grande parte submersa,</p><p>deve levantar-se e girar para tornar possível a inspiração.</p><p>Os movimentos da cabeça,</p>

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