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<p>Consumação</p><p>Pergunta 1 (Discursiva):</p><p>Explique o conceito de consumação no Direito Penal e como ele se relaciona</p><p>com a tentativa. Quais são os critérios que definem o momento da consumação de</p><p>um crime, e como essa definição varia de acordo com o tipo de delito? Dê exemplos</p><p>para ilustrar.</p><p>Resposta esperada:</p><p>A consumação no Direito Penal ocorre quando o resultado previsto no tipo penal é</p><p>plenamente alcançado, ou seja, o crime atinge seu objetivo final. Cada delito possui</p><p>um momento específico em que se considera consumado, e isso depende do tipo de</p><p>crime em questão. A consumação é importante porque, a partir dela, o agente pode</p><p>ser responsabilizado pela prática completa do crime, e as penas costumam ser mais</p><p>severas para o crime consumado do que para a tentativa.</p><p>No caso dos crimes materiais, a consumação se dá quando o resultado previsto</p><p>na norma jurídica ocorre. Um exemplo clássico é o homicídio, que se consuma no</p><p>momento da morte da vítima. Se o agente apenas inicia os atos de execução, mas não</p><p>consegue matar a vítima por circunstâncias alheias à sua vontade (como a</p><p>intervenção de terceiros ou o erro na execução), ele responderá por tentativa de</p><p>homicídio. Outro exemplo seria o furto, que se consuma quando o agente tem a posse</p><p>da coisa furtada, mesmo que temporariamente.</p><p>Nos crimes formais, o crime se consuma no momento em que o agente realiza a</p><p>conduta descrita no tipo penal, independentemente de ocorrer o resultado lesivo. Um</p><p>exemplo é o crime de ameaça: o simples ato de ameaçar já consuma o delito, não</p><p>sendo necessário que a vítima se sinta amedrontada ou que o agente realize a ameaça.</p><p>Já nos crimes de mera conduta, a consumação ocorre com a simples realização</p><p>da conduta proibida pela lei, sem que haja a necessidade de um resultado posterior.</p><p>Um exemplo é o crime de desobediência, que se consuma no momento em que o</p><p>agente descumpre uma ordem legal, independentemente de qualquer outro efeito que</p><p>essa desobediência possa causar.</p><p>A tentativa, por sua vez, ocorre quando o agente inicia os atos de execução, mas o</p><p>crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. A tentativa é punível</p><p>porque o agente demonstrou sua vontade de praticar o crime, mas a pena para a</p><p>tentativa costuma ser menor do que a prevista para o crime consumado, conforme</p><p>determina o artigo 14, inciso II, do Código Penal. Para que a tentativa seja punível, é</p><p>necessário que o crime seja doloso e que tenha início a execução da ação criminosa.</p><p>af://n210</p><p>Nos crimes culposos, como o agente não tem a intenção de cometer o delito, não há</p><p>tentativa.</p><p>A distinção entre consumação e tentativa é fundamental para o sistema penal,</p><p>pois influencia a dosimetria da pena e a caracterização da gravidade do crime. A</p><p>consumação marca o momento em que o crime atinge seu ápice, enquanto a tentativa</p><p>reflete o fracasso do agente em alcançar o resultado por fatores externos.</p><p>Para ilustrar, no crime de furto, a consumação ocorre quando o agente apodera-</p><p>se do bem alheio, ainda que por breve período. Se ele é impedido de levar o bem por</p><p>um fator externo, como ser surpreendido em flagrante, responderá pela tentativa de</p><p>furto. No homicídio, a consumação se dá com a morte da vítima; se o agente atira</p><p>para matar, mas a vítima sobrevive, ele responderá por tentativa de homicídio.</p><p>Pergunta 2 (Múltipla Escolha):</p><p>Quando ocorre a consumação de um crime de furto, segundo o entendimento</p><p>predominante no Direito Penal brasileiro?</p><p>A) No momento em que o agente tem a intenção de subtrair o bem</p><p>B) Quando o agente é surpreendido pela vítima durante a execução</p><p>C) Assim que o agente retira o bem do local, ainda que por breve tempo</p><p>D) No momento em que o agente coloca o bem em sua posse definitiva</p><p>Resposta: C) Assim que o agente retira o bem do local, ainda que por breve tempo.</p><p>Explicação: O crime de furto se consuma quando o agente tem a posse do bem</p><p>furtado, ainda que por um breve período. Não é necessário que ele obtenha posse</p><p>definitiva do objeto. O simples fato de retirar o bem do local já caracteriza a</p><p>consumação, de acordo com o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).</p><p>Pergunta 3 (Múltipla Escolha):</p><p>Qual das seguintes afirmativas descreve corretamente um crime consumado?</p><p>A) O crime se consuma quando o agente inicia os preparativos para sua execução</p><p>B) O crime se consuma quando o resultado previsto no tipo penal é alcançado</p><p>C) O crime se consuma quando o agente demonstra a intenção de cometer o delito</p><p>D) O crime se consuma independentemente da realização da conduta descrita no tipo</p><p>penal</p><p>Resposta: B) O crime se consuma quando o resultado previsto no tipo penal é</p><p>alcançado.</p><p>Explicação: A consumação ocorre quando o resultado descrito no tipo penal se</p><p>concretiza. Nos crimes materiais, como o homicídio, isso ocorre com a morte da</p><p>vítima. Nos crimes formais e de mera conduta, basta a realização da conduta</p><p>proibida, sem necessidade de um resultado material.</p><p>Pergunta 4 (Múltipla Escolha):</p><p>Em qual das situações abaixo o crime NÃO está consumado?</p><p>A) Um motorista embriagado atropela e mata um pedestre</p><p>B) Um indivíduo inicia a execução de um furto, mas é impedido pela segurança antes</p><p>de sair com o bem</p><p>C) Um agressor desferiu golpes de faca em sua vítima, que morreu dias depois no</p><p>hospital</p><p>D) Um criminoso envia uma carta anônima ameaçando de morte uma pessoa</p><p>Resposta: B) Um indivíduo inicia a execução de um furto, mas é impedido pela</p><p>segurança antes de sair com o bem.</p><p>Explicação: Nesta situação, trata-se de uma tentativa de furto, pois o agente</p><p>iniciou a execução do crime, mas foi impedido de consumá-lo por circunstâncias</p><p>alheias à sua vontade. Nos outros exemplos, os crimes estão consumados: homicídio</p><p>(A e C) e ameaça (D).</p>