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IMPÉRIO – DIREITO ROMANO CLÁSSICO - JURISPRUDENCIAL (Principado - 27 a.C até 284 d.C)) Evolução Sócio-Política. O século I a.C foi marcado por uma série de guerras civis. O fato é que em virtude do grande poderio militar de Roma os Generais tornaram-se muito importante na sociedade, a ponto de contrariar as instituições políticas da República. Com a insegurança de um período de guerras civis, acaba fortalecida a ideia de um homem no poder. É quando começa o PRINCIPADO. É uma fase de transição entre a República e o posterior DOMINATO. Em 27 a.C ter-se-á o Primeiro PRÍNCIPE (princeps). O primeiro é OTAVIANO, que vencera Marco Antônio na Batalha de Àcio. Assim OTAVIANO para a gozar do tribuna potestas ( ministrava a justiça); para os soldados era o IMPERATOR e para o senado era o PRÍNCIPE (o primeiro dos cidadãos). OTÁVIANO, em 27 a.C pretende afastar-se do principado, entregando seus poderes ao SENADO ROMANO. O senado nega e pede para OTAVIANO SER O PRÍNCIPE. Otaviano coloca a condição de separar o território em: A) PROVÍNCIAS SENATORIAIS: onde havia paz, sem necessidade de exército; B) PRONVÍNCIAS IMPERIAIS: territórios em conflito, com necessidade de intervenção estatal. Disse ainda que exerceria suas funções pelo prazo máximo de 10 (dez) anos. 27 a.C – Augustus – sagrado, desígnio divino. 25 a.C – Pai da Pátria – Sem limitação se poderes, era o administrativo máximo e o jurídico máximo, 11 a.C – Pontifex maximus – chefe religioso. O príncipe governava com auxílio de pessoas por ele escolhidas. As outras instituições políticas continuam a existir, mas com objeto reduzido. INSTITUIÇÕES POLÍTICO-ADMINISTRATIVAS DO PRINCIPADO. PRÍNCIPE: tinha amplos poderes, convocava o senado, publicava éditos, interpretava o direito, respondia consultas jurídicas. Julgava, junto com o Senado, os recursos. Era o chefe máximo do exército. MAGISTRATURA: São os mesmo cargos da República, mas com poder reduzido: a. Consulado: Com prazo e poderes reduzidos , agora cuidavam da gestão do território italiano. b. Pretura: Perduraram por todo o império. PRETOR URBANO, sua incumbência era apreciar litígios entre cidadão romanos. PRETOR PEREGRINO capaz de apreciar causas com estrangeiros. O PRETOR não julgava, apenas indicava as regras a serem utilizadas pelo JUDEX, encarregado do julgamento. O JUDEX era um particular, indicado pelo PRETOR ou pelas PARTES. Quando o PRETOR era eleito ela publicava um ÉDITO onde constavam os princípios e regras que iriam pautar seu trabalho. O direito PRETORIANO (HONORÁRIUM) tratou de amenizar a rigidez no JUS CIVILE. c. Censura: Perderam quase toda a importância, apenas coordenavam o censo. d. Questura: viraram auxiliares do príncipe. e. Edilidade: Passaram a preocupar-se com a armazenagem de alimentos. f. Tribunato da Plebe: perdeu seu poder de decisão e passou a exercer funções administrativas SENADO: Embora muito importante no principado, em 18 a.C Augusto reduziu de 1.000 para 600 senadores. Eleitos entre os ex magistrados (escolhidos pelo príncipe). O príncipe assumiu o papel de direção da política interna e externa. O senado ficou voltado para a legislação e para as consultas. ASSEMBLÉIAS POPULARES (COMITIA) Foram perdendo espaço para o PRÍNCIPE e o SENADO, até uma completa extinção por TIBÉRIO. Como era na república: d.1. Comitia Curiata: Assembleia composta apenas por patrícios. Servia apenas para confirmar a eleição dos Cônsules e Pretores. d.2. Comitia Centuriata: mais importantes e solenes, (patrícios e plebeus). Convocada por magistrados, tratavam de assuntos diversos e ainda escolhas de censores e pretores. d.3. Concilia Plebis: Apenas plebeus sob a presidência do TRIBUNO DA PLEBE. Tinha competência eleitoral, legislativa e judiciária. Em 339 a.C Lex Publilia e 289 a.C Lex Hortensia conferiram validade aos plebiscitos e tornaram obrigatório o cumprimento pelos cidadãos romanos. O DIREITO JURISPRUDENCIAL No principado o destaque do direito fora a atividade dos jurisconsultos romanos. São juristas de várias partes do império de dedicaram-se a sistematizar o direito. Tornaram-se fonte de consultas, principalmente do príncipa. Jus respondendi ex auctoritate principis: O imperador AUGUSTO conferiu à alguns juristas o (ius publice respondendi) que retrata a força imperativa das suas decisões aos demais juristas. Registro que nesta época (Clássica) surgiram os grandes juristas como GAIO) e outros tantos. Gaio (Gaius em latim) foi um jurisconsulto romano do século II, tendo redigido seus principais trabalhos entre 130 e 180 d.C.). Seu nome completo é desconhecido nos dias atuais, sendo Gaio seu prenome. A única obra de sua autoria que chegou até os dias atuais intacta foi as Institutas. Além das Institutas, um manual ou curso para jovens juristas, Gaio foi autor de um tratado intitula- do Editos dos magistrados, de Comentários sobre as Doze Tábuas, e da importante Lex Papia Poppaea e muitos outros. Seu interesse em antiguidades da lei romana é patente, e por essa razão seu trabalho é muito valioso para os historiadores das antigas instituições romanas. Na disputa en- tre as duas escolas de juristas romanos ele se posicionou na escola dos Sabinos, que se diziam se- guidores de Ateius Capito, sobre a vida do qual temos notícia nos Anais de Tacitus, sendo bastan- te apegado Às regras antigas e resistente às inovações. Muitas citações ao trabalho de Gaio são feitas no Dige s to de Justiniano, adquirindo um assento permanente no sistema jurídico romano. Provavelmente, na maior parte do período que compreendeu os três séculos que se passaram entre as Institutas de Gaio e de Justiniano, as Institutas de Gaio foram o livro de cabeceira de todos os estudantes de Direito Romano. Observação importante ainda como já nesta época houve uma pequeno conflito entre os SABINIANOS e os PROCULEIANOS. Eram grupos de juristas com ideias contrapostas. OBS: reflexo do desenvolvimento da CIÊNCIA. FONTES DO DIREITO ROMANO COSTUME: fonte secundária de direito, ante a concentração de poderes na mão do príncipe. (claro, imposição estatal e não cultura) LEI: As leis ainda estavam, em boa parte, sob influência da assembleias, cada vez menos. CONSTITUIÇÕES IMPERIAIS : Eram pareceres, decisões, consultas dadas pelo IMPERADOR (com o Conselho de Príncipe – composto por jurisconsultos romanos). Sua importância é clara ante o modelo de governo adotado. As constituições imperiais poderiam ser da seguinte forma: Rescripta (reescritos): 1) Subscriptiones: São as respostas a quesitos jurídicos colocados para o IMPERADOR responder. Poderiam ser publicadas, ou dadas ao interessado. 2) Epistula: Era a resposta a uma dúvida de uma Funcionário, Magistrado ou assembléia. Decretum: Quanto o Príncipe tinha de decidir o conflito entre duas partes em emitia uma DECRETUM. Éditos Imperiais: Similares aos éditos dos pretores. A diferença é que não eram por tempo determinado. Vigoravam até que um outro o contrariasse. Mandata: era instruções do príncipe aos seus funcionários. SENATOS-CONSULTOS – O senado ainda possuía poder durante o principado, assim suas decisões tinham força de fonte de direito. ÉDITOS DOS MAGISTRADOS: os éditos dos pretores foram perdendo poder até perder a força legislativa que possuíam. JURISPRUDÊNCIA: foi a principal fonte de direito do final do principado, por força dos JURISCONSULTOS. IMPÉRIO – DIREITO ROMANO CLÁSSICO - JURISPRUDENCIAL (Dominato - 284 d.C até 565 d.C)) A transição do PRINCIPADO para o DOMINATO foi marcado por uma forte e definitiva crise de Roma. A rota comercial que outrora passava por Roma, agora fora deslocada para o Rio Danúbio. A inflação tomou conta do Império, aumentou a desigualdade na sociedade o o Império já não conseguia manteros soldados pagos. Houve descontentamento geral. Alexandre Severo (240 d.C) resolveu distribuir terras entre seus comandantes que juntos com suas tropas, formaram feudos Os militares tornaram-se agricultores, muitos deles gozando de boa situação. Em pouco tempo passaram a não mais se importar com os comandos de Roma. Este é, por certo, uma dos principais motivos do declínio de Roma. Muitos imperadores passaram em curto espaço de tempo pelo poder, até DIOCLESIANO. Este imperador, em 284 d.C, Imperador autoritário concentra todo o poder. Dividiu o Império em PARS OCIDENTIS (MAXIMIANO) e PARS ORIENTIS (DIOCLESIANO) Nomeou, ainda, dois GOVERNADORES: Constantino Cloro e Galério. Instaurou-se TETRARQUIA. (apenas de forma administrativa, pois o poder estava concentrado nas mãos do imperador DIOCLESIANO. INSTITUIÇÕES POLÍTICAS. Forma separados da seguinte forma: Dignates Palatiae: alto escalão, ligados ao imperador: - Quaestor sacri palatii – ministro da justiça - Comes rerum largitionum – ministro das finanças. - Comes rerum privatorum – administrador do dinheiro do imperador. - Magister Militum – comandante militar Dignates do Estado: de menor escalão, funcionários civis em geral: - Praefectus praetorio – chefe da guarda pretoriana. - Praefectus urbi – administração e policiamento de Roma. - Praefectus vigilum – policiamento noturno. - Praefectus annonae – abastecimento da cidade. - Praefectus aerarii – tesouro público. Os antigos cargos da MAGISTRATURA continuam existindo mas ficam reduzidos a quase nenhum a função. FONTES DO DIREITO Costumes: sempre mas sem intensidade. Jurisprudência: Ainda forte mas sofrendo severas limitações. Constituições Imperiais (leges): PRINCIPAL FONTE.
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