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<p>RESUMO ACADÊMICOS</p><p>TEORIA GERAL DO PROCESSO</p><p>Introdução ao processo</p><p>VINICIUS PORTELA PRADO</p><p>Vitoria da conquista</p><p>2024.2</p><p>SUMÁRIO</p><p>PROCESSO X PROCEDIMENTO ........................................................................................ 3</p><p>PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS ........................................................................................ 5</p><p>DA AÇÃO .................................................................................................................................. 7</p><p>PODER JUDICIÁRIO ............................................................................................................. 8</p><p>JURISDIÇÃO ........................................................................................................................... 9</p><p>COMPETÊNCIA .................................................................................................................... 10</p><p>3</p><p>PROCESSO X PROCEDIMENTO</p><p>Processo é o instrumento para se conseguir a prestação jurisdicional, com uma sucessão</p><p>de atos processuais específicos. Já procedimento é o modo pelo qual esses atos processuais</p><p>devem ser cumpridos, ou seja, qual rito seguirão.</p><p>Imagine um trem. Um longo trem com diversos vagões coloridos. Esse trem é o</p><p>processo. Esse trem pretende chegar a um destino, a uma estação final. O processo, da mesma</p><p>forma, pretende chegar a um resultado, que é a prestação jurisdicional. O procedimento, por</p><p>outro lado, representa o modo como o processo deve tramitar, o rito que ele deverá seguir. Isso</p><p>significa dizer que o procedimento é o trilho pelo qual o trem (processo) vai seguir. É a forma,</p><p>o caminho que o processo trilhará até a estação final da prestação jurisdicional.</p><p>A doutrina costuma distinguir processo de procedimento:</p><p>PROCESSO PROCEDIMENTO</p><p>➢ Instrumento estatal de composição dos</p><p>conflitos de interesses ocorrentes;</p><p>➢ Instrumento por meio do qual a jurisdição</p><p>opera;</p><p>➢ Instrumento de que se serve o Estado para,</p><p>no exercício da função jurisdicional,</p><p>resolver os conflitos de interesses,</p><p>solucionando-os;</p><p>➢ Instrumento da jurisdição.</p><p>➢ Indica o aspecto exterior do processo;</p><p>➢ É a veste exterior do processo;</p><p>➢ É o modo de revelação formal do</p><p>processo;</p><p>➢ É a sucessão coordenada de atos</p><p>processuais.</p><p>➢ Disciplina, organiza e/ou ordena em</p><p>sucessão lógica o processo, dando aos</p><p>atos uma sequência adequada ao</p><p>aperfeiçoamento do fenômeno, aos</p><p>resultados que dele emanam.</p><p>Prevalece na doutrina a ideia de que o processo, por ter a natureza de uma relação</p><p>jurídica processual, é instaurado com base em três institutos fundamentais:</p><p>I. Os pressupostos processuais;</p><p>II. As condições da ação</p><p>III. O mérito.</p><p>4</p><p>Os três institutos se relacionam, uma vez que o exame do mérito, a ser feito na sentença</p><p>depende da verificação dos pressupostos processuais e das condições da ação.</p><p>Sempre se considerou como objetivo principal do processo de conhecimento a obtenção</p><p>da sentença de mérito, pela qual ocorre a resolução da lide. Todavia, a resolução do litígio</p><p>depende de certos requisitos, sem os quais não se instaura ou não se desenvolve a relação</p><p>jurídica processual, mesmo porque, antes de proferir a sentença o juiz deve verificar a presença</p><p>dos pressupostos processuais e das condições da ação.</p><p>Finalidade e tipos de processo</p><p>Conforme a finalidade, a doutrina aponta três tipos básicos de processo:</p><p>• De conhecimento: define o direito das partes (certificação de direitos);</p><p>• De execução: realiza, satisfaz o direito definido em um título;</p><p>• O cautelar: resguarda a utilidade de um processo cognitivo (conhecimento) ou de</p><p>execução.</p><p>5</p><p>PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS</p><p>São requisitos necessários para existência e validade da relação processual; são</p><p>requisitos cujo concurso é necessário para constituir validamente a relação processual. Os</p><p>pressupostos processuais classificam-se em:</p><p>1. Pressupostos Processuais Objetivos</p><p>o Definição: Relacionam-se à regularidade do procedimento, ou seja, aspectos</p><p>formais e materiais que devem estar presentes para que o processo seja válido.</p><p>o Exemplos: Citação válida, petição inicial apta.</p><p>2. Pressupostos Processuais Subjetivos</p><p>o Definição: Referem-se às características dos sujeitos envolvidos no processo,</p><p>incluindo o juiz, as partes e seus representantes.</p><p>o Exemplos: Competência e imparcialidade do juiz, capacidade das partes de estar</p><p>em juízo, capacidade postulatória.</p><p>3. Pressupostos Intrínsecos ou Positivos</p><p>o Definição: São situações que devem estar concretamente presentes no processo,</p><p>sendo positivas para a sua validade.</p><p>o Exemplos: Citação, procuração.</p><p>4. Pressupostos Extrínsecos ou Negativos</p><p>o Definição: Referem-se a situações ou fatos que não podem estar presentes no</p><p>processo, sob pena de nulidade.</p><p>o Exemplos: Litispendência, coisa julgada.</p><p>5. Pressupostos de Existência</p><p>o Definição: São aqueles sem os quais o processo simplesmente não existe, como</p><p>a necessidade de um juiz investido de jurisdição.</p><p>o Exemplo: A existência de um juiz competente para conduzir o processo.</p><p>6. Pressupostos de Constituição</p><p>o Definição: São exigências para que a relação processual se constitua de forma</p><p>válida.</p><p>o Exemplo: Citação válida.</p><p>7. Pressupostos de Desenvolvimento</p><p>o Definição: Requisitos que devem ser observados para que o processo possa se</p><p>desenvolver de maneira regular e alcançar uma decisão de mérito.</p><p>o Exemplo: Capacidade postulatória.</p><p>6</p><p>A ausência de pressupostos processuais não obsta o direito de ação, mas prejudica a</p><p>análise do mérito.</p><p>Art.267. Extingue-se o processo sem resolução de mérito: [...]</p><p>IV – Quando se verificar a ausência de pressupostos de constituição e desenvolvimento</p><p>válido e regular do processo.</p><p>7</p><p>DA AÇÃO</p><p>Na ação o autor tem direito à prestação jurisdicional, que pode ser positiva ou negativa,</p><p>caso positiva, haverá a tutela jurisdicional. Então na ação não há necessariamente uma tutela.</p><p>Ação passa a ser vista como um direito à tutela diferenciada e adequada para cada caso de</p><p>conflito. Vale destacar que a doutrina majoritária conceitua o direito de invocar a prestação</p><p>jurisdicional por meio da ação.</p><p>Teoria da Ação</p><p>DIREITO SUBJETIVO</p><p>Ter</p><p>PRETENSÃO</p><p>Querer</p><p>EXERCÍCIO DA PRETENSÃO Premir (fazer pressão)</p><p>AÇÃO Agir (direito/ poder/ dever de provocar a</p><p>tutela jurisdicional)</p><p>Condições da ação</p><p>Para alguns doutrinadores as condições da ação são os requisitos para o exercício regular</p><p>do direito de ação; para outros doutrinadores são requisitos para a existência da ação.</p><p>Segundo o CPC, as condições da ação são:</p><p>I. Possibilidade jurídica do pedido: admissão, em abstrato, do pedido formulado pelo</p><p>autor;</p><p>II. Interesse Processual (de agir): interesse processual = binômio necessidade-utilidade;</p><p>necessidade de o autor ir a juízo e a utilidade que o provimento jurisdicional poderá</p><p>proporcionar.</p><p>III. Legitimidade de parte: deve ocorrer no polo ativo e passivo da demanda. Há</p><p>legitimação ordinária quando os sujeitos do processo são os mesmos do conflito de</p><p>direito material; há legitimação extraordinária quanto os sujeitos do processo são partes</p><p>distintas da relação material conflituosa.</p><p>Elementos da Ação</p><p>Teoria da Tríplice Identidade (art. 301, §2º do CPC):</p><p>I. As partes (personae): são os sujeitos do contraditório instituído pelo juiz.</p><p>II. A causa de pedir (causa petendi): engloba os fundamentos fáticos e os fundamentos</p><p>jurídicos do pedido.</p><p>III. O pedido (res): consiste no bem ou interesse jurídicos pretendidos.</p><p>8</p><p>PODER JUDICIÁRIO</p><p>Órgão do poder judiciário</p><p>Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário:</p><p>I - O Supremo Tribunal Federal;</p><p>I- A o Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Emenda Constitucional nº</p><p>45, de 2004)</p><p>II - O Superior</p><p>Tribunal de Justiça;</p><p>II- A - o Tribunal Superior do Trabalho; (Incluído pela Emenda Constitucional</p><p>nº 92, de 2016)</p><p>III - os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;</p><p>IV - Os Tribunais e Juízes do Trabalho;</p><p>V - Os Tribunais e Juízes Eleitorais;</p><p>VI - Os Tribunais e Juízes Militares;</p><p>VII - Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios.</p><p>Composição dos juízos e tribunais</p><p>• Juiz único em primeiro grau.</p><p>• Juiz único em segundo grau.</p><p>• Juiz colegiado em primeiro grau.</p><p>• Juiz colegiado em segundo grau.</p><p>• Juiz único em primeiro grau.</p><p>• Juiz único em segundo grau.</p><p>Garantias outorgadas aos juízes</p><p>I. Vitaliciedade</p><p>II. Inamovibilidade</p><p>III. Irredutibilidade de vencimentos</p><p>9</p><p>JURISDIÇÃO</p><p>A jurisdição é uma função do estado, pela qual está atua o direito objetivo da composição</p><p>dos conflitos de interesses, com o fim de resguardar a paz social e o Império do direito (p. 100)</p><p>Legislar e dizer o direito na lei, em abstrato; e exercer a jurisdição é atuar lei no caso</p><p>concreto.</p><p>ELEMENTOS DA JURISDIÇÃO</p><p>• Poder de decisão</p><p>• Poder de coação</p><p>• Poder de documentação</p><p>PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA JURISDIÇÃO</p><p>I. Investidora</p><p>II. Aderência ao território</p><p>III. Indelegabilidade</p><p>IV. Indeclinabilidade</p><p>V. Juízo natural</p><p>VI. Inercia</p><p>VII. Acesso à justiça</p><p>VIII. Nula poena sine iudicio</p><p>CLASSIFICAÇÃO DA JURISDIÇÃO:</p><p>10</p><p>COMPETÊNCIA</p><p>A competência mantém o mais estrito relacionamento com a jurisdição pois é a</p><p>distribuição da jurisdição entre os diversos órgãos do poder judiciário que dá vida a teoria da</p><p>competência. (p. 123)</p><p>CRITÉRIOS DE DETERMINAÇÃO DA COMPETÊNCIA</p><p>A doutrina aponta diversos critérios para a determinação da competência interna, não</p><p>havendo, contudo, uniformidade no que tange à fixação dessas diretrizes. Pode-se afirmar que,</p><p>grosso modo, as diversas teorias assentam as suas bases em cinco elementos, a saber:13</p><p>• Valor da causa – quando a competência se determina com base no valor</p><p>econômico da relação jurídica ou objeto da demanda.</p><p>• Matéria – quando é a natureza da relação jurídica que serve de base para</p><p>determinar a competência.</p><p>• Pessoa – quando se determina a competência em razão da condição ou qualidade</p><p>da parte em lide.</p><p>• Território – quando a competência é determinada com base no lugar onde se</p><p>encontra a parte ou o objeto da relação jurídica que constitui objeto do processo.</p><p>• Função – quando a competência atende à natureza da função que o órgão</p><p>jurisdicional é chamado a exercer em relação a uma determinada demanda.</p><p>Com as variantes próprias de cada sistema, estes elementos constituem o fundamento</p><p>de todos os critérios determinantes da competência.</p>