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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ 
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
MARIA JULIANA MOSSMANN HEMKEMEIER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA - REVISÃO DE LITERATURA 
ENZOOTIC BOVINE LEUKOSIS - A LITERATURE REVIEW 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TOLEDO-PR 
2024
 
 
MARIA JULIANA MOSSMANN HEMKEMEIER 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA - REVISÃO DE LITERATURA 
ENZOOTIC BOVINE LEUKOSIS - A LITERATURE REVIEW 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Graduação em 
Medicina Veterinária da Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
bacharel em Medicina Veterinária 
 
Orientador: Prof. Dr. Maurício Orlando 
Wilmsen 
 
 
 
 
 
 
TOLEDO-PR 
2024
 
 
Página reservada para ficha catalográfica que deve ser confeccionada após 
apresentação e alterações sugeridas pela banca examinadora. 
Deve ser impressa no verso da folha de rosto. 
 
A Biblioteca da PUCPR oferece o serviço gratuitamente. 
Para solicitar, necessário enviar o trabalho para o email 
biblioteca.processamento@pucpr.br 
Em até 48h a ficha será encaminhada para o email do solicitante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
mailto:biblioteca.processamento@pucpr.br
 
 
MARIA JULIANA MOSSMANN HEMKEMEIER 
 
LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA - REVISÃO DE LITERATURA 
ENZOOTIC BOVINE LEUKOSIS - A LITERATURE REVIEW 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Graduação em 
Medicina Veterinária da Pontifícia 
Universidade Católica do Paraná, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
bacharel em Medicina Veterinária 
 
Orientador: Prof. Dr. Maurício Orlando 
Wilmsen 
 
 
COMISSÃO EXAMINADORA 
_____________________________________ 
Professor 1(Titulação e nome completo) 
Instituição 1 
 
 
_____________________________________ 
Professor 2 (Titulação e nome completo) 
Instituição 2 
 
 
_____________________________________ 
Professor 3 (Titulação e nome completo) 
Instituição 3 
 
 
 
 
 
Cidade, ____ de ________ de 2024. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agradeço imensamente a minha família, a 
qual me apoiou em cada etapa. Em 
memória de Vanice Rebeca Schaefer, 
Luiz Schaefer e Marli Schaefer 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Por muitos dias, relutei em escrever este trabalho de conclusão de curso, 
temendo finalizar a graduação sem ter ao meu lado as pessoas que eu mais gostaria 
que estivessem presentes. Isso trouxe procrastinação e dificuldades para escrever e 
me esforçar, que aumentavam a cada dia. 
Após muitas orações à Deus, pedindo direcionamento e discernimento sobre 
o caminho a seguir, acordei várias madrugadas para rezar, buscando força e 
iluminação. Enfim, consegui concluir essa etapa. 
Acredito que meu potencial não foi plenamente alcançado. No entanto, após 
tantas perdas, sinto-me vitoriosa por chegar até aqui. Isso se deve, em grande parte, 
ao apoio do meu marido, Diego Hemkemeier, e das minhas irmãs, Izabela Schaefer, 
Vitória Mossmann e Malú Mossmann, que não permitiram que eu desanimasse. 
Também sou imensamente grata ao corpo docente da faculdade, que me 
ofereceu suporte e acolhimento ao longo de toda a graduação, especialmente 
durante o período difícil do falecimento da minha amada mãe. Embora ela não esteja 
fisicamente presente na apresentação do meu TCC, como eu havia planejado, sei 
que estará sempre viva na minha essência. 
Minha gratidão vai, de forma especial, ao professor Maurício Orlando Wilsem, 
por ser uma pessoa incrível e paciente, por me incentivar continuamente e servir 
como exemplo de excelência na docência, inspirando-nos a sermos melhores a cada 
dia. 
Por fim, agradeço aos meus animais, que foram um refúgio e consolo em 
muitos momentos difíceis. Minha gratidão se estende às minhas vacas queridas, 
especialmente à Lola e minha cadelinha Pérola, companheira há 16 anos. 
Obrigada a todos que, de alguma forma, fizeram parte desta jornada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Qualquer mudança incremental na 
prevalência de BLV traz benefícios, mas 
enquanto o vírus estiver presente no 
rebanho, ele continuará a se espalhar. 
(Bartlett,2023) 
 
 
RESUMO 
A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma doença viral crônica provocada pelo Vírus 
da Leucose Bovina (BLV), resultando uma proliferação descontrolada de linfócitos B 
e pode evoluir para linfomas malignos. A doença afeta a saúde dos animais e 
impacta significativamente a qualidade de vida e a produção, sendo prevalente em 
países como Brasil, Estados Unidos, Canadá e Japão, especialmente em regiões 
com agropecuária intensiva. Além de reduzir a produção de leite e carne, a LEB 
impõe custos elevados com o manejo e substituição de animais, e a restrição 
comercial de produtos oriundos de rebanhos infectados comprometendo 
exportações, afetando a competitividade internacional. O diagnóstico precoce é 
fundamental para controlar a disseminação do vírus. Os principais métodos 
diagnósticos são o ELISA, considerado o padrão-ouro para detectar anticorpos, e a 
PCR, que identifica o material genético viral. A transmissão ocorre por contato com 
fluidos corporais e pela transmissão vertical, o que agrava a propagação silenciosa 
da doença. A confirmação sorológica antes da introdução de novos animais no 
rebanho é essencial para preservar a sanidade do rebanho e evitar novos focos de 
infecção. O controle da LEB é um desafio devido à ausência de uma vacina eficaz e 
à necessidade de medidas profiláticas rigorosas. A implementação de programas de 
biossegurança exige adesão dos criadores, ajustes no manejo e monitoramento 
contínuo dos animais. Nesse contexto, a educação e conscientização dos 
produtores são fundamentais para minimizar a incidência da doença e garantir a 
sustentabilidade da produção, aliando eficiência econômica ao bem-estar animal. 
 
Palavras-chave: Zoonoses. Epidemiologia. Prevenção. Bem-estar, Biossegurança. 
Sanidade. Disseminaçao 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
Bovine Enzootic Leukosis (BEL) is a chronic viral disease caused by the Bovine 
Leukemia Virus (BLV), which induces uncontrolled proliferation of B lymphocytes and 
can progress to malignant lymphomas. The disease affects animal health and 
significantly impacts productivity, being prevalent in countries such as Brazil, the 
United States, Canada, and Japan, especially in regions with intensive agriculture. In 
addition to reducing milk and meat production, BEL imposes high costs for animal 
management and replacement, and trade restrictions on products from infected 
herds compromise exports, affecting international competitiveness. Early diagnosis is 
essential to control the virus's spread. The main diagnostic methods are ELISA, 
considered the gold standard for detecting antibodies, and PCR, which identifies viral 
genetic material. Transmission occurs through contact with bodily fluids and vertical 
transmission, aggravating the silent spread of the disease. Serological confirmation 
before introducing new animals into the herd is essential to maintain herd health and 
prevent new infection outbreaks. Controlling BEL is challenging due to the absence 
of an effective vaccine and the need for rigorous prophylactic measures. The 
implementation of biosafety programs requires farmers' adherence, adjustments in 
management practices, and continuous animal monitoring. In this context, education 
and awareness among producers are crucial to minimizing disease incidence and 
ensuring sustainable production, balancing economic efficiency with animal welfare. 
 
Keywords: Zoonoses. Epidemiology. Prevention. Biosafety. Health. 
 
 
 
 
Lista de abreviaturas e siglas 
 
LEB. Leucose enzoótica bovina 
IDGA Imunodifusão em Gel de Ágar 
VLB Vírus da Leucemia Bovina 
nm Nanômetro 
RNA Ácido Ribonucleico (Ribonucleic Acid) 
DNA Ácido Desoxirribonucleico (Deoxyribonucleic Acid)ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (Ensaio Imunoenzimático) 
 Folha 
ELISA 
Indireto 
 Variante do ELISA para detecção de anticorpos usando um 
anticorpo secundário conjugado com enzima 
 
RIA Radioimmunoassay (Radioimunoensaio) 
 
IgM Imunoglobulina M (anticorpo produzido na fase inicial da resposta 
imunológica) 
 
IgG Imunoglobulina G (anticorpo mais abundante, responsável pela 
memória imunológica e proteção a longo prazo) 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12 
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................. 13 
1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 13 
1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 13 
1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 14 
2 BEM-ESTAR ANIMAL .................................................................................. 16 
3 ETIOLOGIA .................................................................................................. 17 
4 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS ............................................................... 19 
5 TRANSMISSÃO ............................................................................................ 20 
6 CONTROLE .................................................................................................. 21 
7 SINAIS CLÍNICOS ........................................................................................ 22 
8 DIAGNÓSTICO ............................................................................................. 24 
9 PROGNÓSTICO ........................................................................................... 25 
10 TRATAMENTO E PREVENÇÃO .................................................................. 27 
11 IMPACTOS NA PECUÁRIA ......................................................................... 28 
12 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA, IMPACTOS E PERSPECTIVAS NO 
CONTROLE DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA (LEB) ...................................... 29 
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 31 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 
 
 
 
12 
1 INTRODUÇÃO 
A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma doença viral crônica que afeta bovinos, 
tendo como agente etiológico principal o Vírus da Leucose Bovina (BLV), 
pertencente à família Retroviridae. Esse agente patogênico se destaca por induzir a 
proliferação descontrolada de linfócitos B, podendo resultar clinicamente em linfoma 
maligno, o que compromete a saúde dos animais e impacta significativamente a 
produtividade do rebanho (Agottani et al., 2019). 
A doença apresenta alta prevalência em diversos países, como Estados Unidos, 
Canadá, Japão e Brasil, especialmente em regiões com atividades agropecuárias 
intensivas, como o sul do Brasil, o centro-oeste dos Estados Unidos e as planícies 
canadenses. Essa situação gera grande preocupação no setor pecuário devido à 
transmissão silenciosa e ao controle complexo, já que a detecção precoce 
dificilmente ocorre e a erradicação demanda medidas rigorosas de manejo e 
biossegurança, impactando os custos operacionais e a eficiência produtiva do 
rebanho (Barcelos et al., 2020). 
A LEB também levanta preocupações relacionadas ao bem-estar animal. Embora 
muitos bovinos infectados permaneçam assintomáticos por um longo período, a 
progressão da doença pode causar sinais clínicos debilitantes, como emagrecimento 
progressivo, apatia, hipertermia e linfadenopatia. Em casos de linfoma maligno, a 
dor e o desconforto tornam-se evidentes, exigindo intervenção veterinária e, muitas 
vezes, a eutanásia para evitar sofrimento prolongado. Além disso, a disseminação 
silenciosa da doença no rebanho pode resultar em manejos mais intensivos, como 
exames frequentes e segregação de animais infectados, o que pode gerar estresse 
adicional nos animais (Canova, 2021). 
A infecção pelo BLV ocorre predominantemente por meio de contato direto com 
fluidos corporais, como sangue e leite, sendo facilitada por práticas rotineiras de 
manejo, como a reutilização de agulhas e equipamentos sem a devida esterilização 
(Guntzel; Griebeler, 2023). Além disso, a transmissão vertical desempenha um papel 
importante na disseminação do agente, contaminando o feto durante o período 
gestacional e amamentação. No entanto, a maior parte dos animais infectados 
permanece assintomática, agravando o controle, já que o diagnóstico geralmente 
ocorre tardiamente, apenas quando os sinais clínicos de linfoma estão evidentes 
(Lazzaretti, 2022). 
 
 
13 
Os impactos econômicos da LEB são expressivos, não apenas pela redução na 
produção de leite e carne, mas também pelos custos associados ao manejo e à 
substituição de animais afetados. No entanto, é fundamental considerar o bem-estar 
animal, e não apenas as perdas econômicas dos proprietários, uma vez que a 
doença compromete a saúde e qualidade de vida dos animais (Marsiaj, 2019). Além 
disso, a restrição comercial de produtos derivados de rebanhos infectados 
compromete a competitividade internacional de países com alta prevalência da 
doença, impactando diretamente as exportações. Embora a matéria-prima de 
rebanhos infectados possa ser consumida no Brasil, a restrição à exportação 
representa uma perda significativa de mercado e receita (Martins et al., 2021). 
 
1.1 OBJETIVOS 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
O objetivo dessa revisão de literatura é explorar os aspectos epidemiológicos, a 
patogênese, as estratégias de controle e tratamento, além dos impactos econômicos 
da Leucose Enzoótica Bovina (LEB). Dessa forma, será realizada uma investigação 
com o intuito de contribuir para o meio acadêmico, bem como fornecer bases 
adicionais para futuros estudos. 
1.1.2 Objetivos Específicos 
Para alcançar este propósito principal e demonstrar um entendimento 
aprofundado sobre o tema, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: 
a) Analisar a prevalência da Leucose Enzoótica Bovina em diferentes regiões e 
seus fatores de disseminação; 
b) Examinar os mecanismos patogênicos do Vírus da Leucose Bovina (VLB) e 
suas consequências para o rebanho; 
c) Avaliar o impacto em relação ao bem-estar animal e o aspecto econômico 
ocasionado pela LEB na produção de leite e carne bovina; 
 
 
14 
d) Revisar as práticas de controle e prevenção da disseminação da LEB em 
rebanhos comerciais; 
Investigar as perspectivas futuras de tratamentos e vacinas contra a LEB. 
1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
Nos últimos 30 anos, a Medicina Veterinária evoluiu significativamente no 
manejo sanitário e produtivo de bovinos, mas a Leucose Enzoótica Bovina (LEB) 
permanece como um desafio epidemiológico e econômico de grande relevância. 
Trata-se de uma enfermidade viral, causada pelo Vírus da Leucemia Bovina (VLB), 
que afeta principalmente animais adultos, provocando linfocitose persistente e, em 
alguns casos, linfossarcomas. Embora nem todos os infectados manifestem 
sintomas clínicos, a disseminação silenciosa nos rebanhos representa um sério 
problema para a saúde animal, comprometendo a produtividade e dificultando a 
erradicação da doença.Atualmente, observa-se uma disparidade na prevalência de 
LEB em diferentes regiões do Brasil, sendo mais acentuada em áreas em que 
controle epidemiológico é deficiente. Além disso, a ausência de programas nacionais 
obrigatórios para o controle e erradicação da doença dificulta o combate eficaz, 
especialmente em rebanhos comerciais e de leite. As medidas preventivas, como o 
diagnóstico precoce, manejo adequado de agulhas e materiais cirúrgicos, além da 
segregação de animaispositivos, ainda são subutilizadas pela maior parte dos 
produtores. 
Esse contexto evidencia uma lacuna significativa entre o conhecimento teórico 
sobre a patogenia e epidemiologia do VLB e a aplicação prática de estratégias de 
manejo na rotina do campo. Há uma necessidade urgente de investigar a eficácia de 
protocolos de diagnóstico e medidas de biossegurança voltadas para a realidade 
das propriedades brasileiras, especialmente aquelas voltadas para produção leiteira. 
Ademais, a falta de conscientização dos produtores e técnicos sobre o impacto 
econômico e sanitário da LEB resulta em baixa adesão às recomendações 
existentes. 
Portanto, a relevância deste estudo reside não apenas na busca por novas 
ferramentas de controle e mitigação da transmissão do vírus, mas também na 
 
 
15 
compreensão dos fatores que dificultam a implementação das práticas 
recomendadas nas propriedades. Entender essas dinâmicas é essencial para propor 
estratégias mais viáveis e adaptadas à realidade produtiva do país, visando, a longo 
prazo, diminuir a disseminação do vírus e proteger o potencial produtivo dos 
rebanhos brasileiros. 
Com o intuito de cumprir as metas definidas e abordar os aspectos 
fundamentais, o problema de pesquisa foi delineado da seguinte maneira: Como a 
Leucose Enzoótica Bovina impacta a saúde do rebanho e quais são as principais 
estratégias de controle disponíveis para mitigar seus efeitos? a relevância desta 
pesquisa se dá porque a leucose enzoótica bovina afeta significativamente a 
produtividade do setor pecuário, representando uma ameaça econômica e sanitária 
para o agronegócio, além de comprometer o comércio internacional de produtos 
derivados de bovinos infectados. além disso, a atual literatura ainda apresenta 
lacunas no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias eficazes de controle 
e prevenção da doença, especialmente no que se refere ao manejo em pequenas e 
médias propriedades. este estudo se propõe a preencher essas lacunas, 
contribuindo para o acervo científico ao sintetizar informações recentes sobre a 
epidemiologia, patogenia e impacto da LEB. 
Esse estudo também visa discutir as implicações práticas para a implementação 
de programas de controle em diferentes contextos, propondo recomendações para 
pecuaristas e gestores de saúde animal. As implicações sociais incluem a promoção 
de rebanhos mais saudáveis e produtivos, com menor risco de disseminação do 
VLB, o que impacta diretamente na segurança alimentar e no bem-estar animal. 
Assim, proporcionará uma base sólida para investigações futuras que possam 
desenvolver soluções preventivas ou terapêuticas mais eficazes. 
Nesta pesquisa, foi adotada uma revisão narrativa da literatura como 
metodologia, que incluiu uma análise minuciosa de textos relacionados ao tema. As 
informações foram obtidas por meio de consultas a renomadas bases de dados 
acadêmicas, como Scielo, Capes e Google Scholar, além de livros e periódicos 
científicos de relevância. Foram considerados materiais em português, inglês e 
espanhol. 
 
 
16 
Conforme Dourado e Ribeiro (2023), essa abordagem de revisão de literatura 
oferece uma base sólida e confiável de dados, ao agregar informações de diversas 
obras selecionadas, ajudando na identificação de lacunas nas pesquisas anteriores. 
Para compilar a bibliografia, realizou-se uma análise crítica das obras, juntamente 
com a leitura cuidadosa dos resumos de cada documento. A seleção temporal dos 
materiais priorizou os últimos cinco anos, com exceções para estudos clássicos. 
Esse processo assegurou uma compreensão ampla e atualizada sobre o tema, 
estabelecendo uma base sólida para os resultados da pesquisa e enriquecendo o 
corpo de conhecimento científico relacionado ao assunto. Com a conclusão da 
pesquisa e o êxito na resolução do problema, foi compilada uma bibliografia 
abrangente. 
 
 
2 BEM-ESTAR ANIMAL 
O bem-estar animal é um aspecto fundamental no manejo de rebanhos infectados 
pelo VLB, pois vai além da produtividade, garantindo que os animais tenham uma 
vida saudável, garantindo as cinco liberdades, as quais seriam, livres de sede e 
fome, livres de desconforto, livres de dor, ferimentos e doenças, liberdade para 
expressar comportamentos naturais e livres de medo e angústia (Harrison,1964). 
Uma abordagem que prioriza o bem-estar deve incluir práticas que minimizem o 
estresse. Reduzir o estresse é essencial não apenas para evitar a manifestação de 
sinais clínicos em animais soropositivos, mas também para prevenir o agravamento 
da doença em bovinos já infectados (Vieira et al., 2023). 
O manejo cuidadoso dos animais infectados inclui práticas como a criação de 
espaços adequados e individualizados para descanso e o acesso contínuo a água e 
alimentação de qualidade, evitando assim a disseminação para demais animais. 
Além disso, Guntzel e Griebeler (2023) destacam que procedimentos veterinários 
devem ser realizados de maneira criteriosa e com o mínimo de desconforto possível, 
utilizando técnicas apropriadas e equipamentos esterilizados para evitar 
complicações. A implementação de protocolos que garantam a identificação rápida 
de animais em sofrimento e a intervenção imediata é indispensável para manter a 
saúde física e mental dos bovinos (Martins et al., 2021). 
 
 
17 
Outro aspecto importante do bem-estar é a prevenção da dor e do sofrimento 
prolongado em casos avançados da doença. Rezende et al. (2024), apontam que a 
evolução para estágios críticos da doença, a eutanásia pode ser necessária para 
evitando o sofrimento do animal, quanto do proprietário ao ver o animal e tal 
situação. A adoção de práticas humanitárias nesse processo reflete a preocupação 
não apenas com a saúde pública e a sanidade do rebanho, mas também com uma 
conduta ética no tratamento dos animais. 
Promover o bem-estar animal também envolve capacitar os trabalhadores rurais 
para que reconheçam sinais de desconforto e saibam manejar corretamente animais 
infectados. Assim, além de preservar a saúde dos bovinos, essas práticas 
contribuem para uma produção mais ética e sustentável, atendendo às expectativas 
sociais e às exigências de mercados internacionais que valorizam o respeito ao 
bem-estar animal (Martins et al., 2021). 
 
3 ETIOLOGIA 
A LEB é causada pelo Vírus da Leucose Bovina (BLV), pertencente à família 
Retroviridae. Esse vírus apresenta uma alta capacidade de integração no genoma 
das células hospedeiras, mais especificamente nos linfócitos B, induzindo uma 
proliferação celular descontrolada. Nos casos assintomáticos de LEB, cerca de 1% 
das células linfocitárias estão infectadas devido a baixa carga viral, que permite ao 
VLB, manter-se escondido no organismo do hospedeiro, sem desencadear uma 
resposta imunológica visível ( Agottani et al.,2019). 
Segundo Valler et al. (2024), o VLB possui uma elevada taxa de 
transmissibilidade, especialmente onde a densidade de animais favorece a 
propagação do vírus através do contato com fluidos corporais, como sangue, leite e 
secreções nasais, fômites contaminados. A transmissão também pode ocorrer de 
maneira vertical, ou seja, de mãe para cria, durante a gestação ou pelo colostro 
(Canova, 2021). 
O vírus é reconhecido como um retrovírus oncogênico que apresenta tropismo por 
células do sistema linfático. Ele possui uma relação estrutural próxima com o Vírus 
T-Linfotrópico Humano (HTLV-I e II) e com os vírus linfotrópicos de células T de 
primatas não humanos (STLV-1, -2 e -3). Pertence à ordem Ortevirales, família 
 
 
18 
Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae, gênero Deltaretrovírus e é classificado 
como espécie Bovine leukemia vírus (Guntzel e Gruebeler, 2023). 
O VLB é um vírus de RNA com formato esférico, apresentando um diâmetro que 
varia de 80 a 130 nm. Ele é composto por três camadas: a mais externa é o 
envelope, que se origina da membrana da célula hospedeira e é formado por 
lipoglicoproteínas,contendo peplômeros (projeções) de glicoproteínas. A camada 
intermediária é o capsídeo icosaédrico, com cerca de 60 nm, que envolve a porção 
mais interna do vírus, o complexo genoma-nucleoproteína. Nessa região, encontra-
se o genoma viral composto por duas moléculas de RNA de cadeia simples e 
polaridade positiva, além de enzimas essenciais como a transcriptase reversa e a 
integrase (Olivero et al., 2024) 
Guntzel e Griebeler (2023), ressaltam que o ciclo de vida do VLB envolve a 
inserção do seu material genético no DNA do hospedeiro, o que garante sua 
persistência no organismo bovino por longos períodos, muitas vezes de forma 
assintomática. Essa característica torna o controle da doença ainda mais desafiador, 
visto que muitos animais infectados não apresentam sinais clínicos evidentes, mas 
continuam a propagar o vírus no rebanho (Marsiaj, 2019). Além disso, os autores 
destacam que a capacidade do BLV de permanecer latente nas células infectadas 
impede uma resposta imune eficaz, contribuindo para a cronicidade da infecção 
(Martins et al., 2021). 
Outro ponto relevante abordado por Nunes e Ferreira (2024), é a resistência do 
VLB em material infectado em ambientes externos. O vírus pode sobreviver fora do 
hospedeiro por um período prolongado, o que amplia as possibilidades de 
transmissão indireta, como através do uso compartilhado de agulhas, equipamentos 
sem esterilização e até mesmo insetos vetores (Ruggiero e Bartlett, 2019). Essa 
resistência ambiental é um fator que torna a LEB uma doença de difícil controle, 
especialmente em rebanhos aos quais práticas sanitárias e métodos de quarentena 
não são empregados (Secco et al., 2022). Segundo os autores, o uso de práticas de 
biossegurança, como a esterilização de materiais e o isolamento de animais 
infectados, é fundamental para reduzir a disseminação do vírus. 
Segundo Vieira et al. (2023), a relação entre a LEB e os animais criados de forma 
intensiva evidenciam ambientes que favorecem não apenas a transmissão, mas 
também, a manifestação de efeitos mais severos em função do estresse constante a 
que os animais são submetidos. Além disso, as práticas de manejo inadequadas, 
 
 
19 
como a reutilização de materiais contaminados e a falta de controle sanitário 
rigoroso, contribuem para a propagação do vírus no rebanho (Nascimento, 2020). 
Estudos demonstram que a incidência de LEB é significativamente maior em 
sistemas intensivos, onde o controle da transmissão horizontal é mais difícil, em 
função da larga escala de cochos e contato físico direto (Valler et al., 2024). 
De acordo com Rezende et al. (2024), embora muitos animais infectados pelo VLB 
não apresentem sinais clínicos aparentes, a doença pode evoluir para estagios 
graves, como linfomas. Nesse contexto, a etiologia do vírus é essencial para 
compreender os desafios na erradicação da doença, visto que a ausência de uma 
resposta imunológica eficiente nos animais infectados impede que o organismo 
elimine o vírus naturalmente (Lazzaretti, 2022). Rezende et al. (2024) destacam que 
a complexidade do ciclo de vida do VLB, aliada à sua alta capacidade de infecção, 
torna a LEB uma das doenças mais preocupantes no setor pecuário. 
 
4 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS 
A doença apresenta uma distribuição global, com diferentes taxas de prevalência 
dependendo da região, do sistema de produção e das práticas de manejo adotadas 
(Piovesan, 2021). O vírus é especialmente prevalente em propriedades leiteiras de 
alto produção, onde os animais possuem uma produtividade elevada, ocorrendo 
probabilidades de diminuição de imunidade e o contato frequente de equipamentos 
compartilhados facilitam a disseminação do vírus (Barcelos et al., 2020). De acordo 
com Valler et al. (2024), a LEB é endêmica em muitos países, incluindo o Brasil, 
onde a prevalência varia entre regiões, sendo mais elevada em propriedades que 
não adotam medidas rigorosas de biossegurança. 
Guntzel e Griebeler (2023), apontam que a epidemiologia da LEB está fortemente 
ligada às práticas de manejo e às condições sanitárias das propriedades. A 
reutilização de agulhas, instrumentos veterinários e equipamentos de ordenha sem a 
devida esterilização é uma das principais causas de transmissão horizontal do VLB, 
o que explica a alta prevalência da doença em rebanhos leiteiros intensivos (Secco 
et al., 2022). Além disso, a ausência de programas de triagem regulares e a falta de 
segregação entre animais infectados e saudáveis contribuem para a manutenção e 
disseminação do vírus dentro das propriedades (Canova, 2021). 
 
 
20 
Nunes e Ferreira (2024), destacam que apesar da alta prevalência global, existem 
diferenças consideráveis nas taxas de infecção entre países que implementam 
políticas rigorosas de controle e monitoramento e aqueles que não possuem tais 
medidas. Em países onde há programas de controle bem estabelecidos, a 
prevalência do VLB é substancialmente menor, e o impacto da doença é mitigado 
(Martins et al., 2021). No entanto, em regiões onde as políticas de controle são 
inexistentes ou pouco eficazes, a infecção pelo BLV pode atingir grande parte dos 
rebanhos, causando prejuízos consideráveis para os produtores (Vieira et al., 2023). 
Vieira et al. (2023), acrescentam que a dinâmica da transmissão do BLV também 
é influenciada pela estrutura dos sistemas de produção e pelas características dos 
rebanhos (Lazzaretti, 2022). 
Os autores também mencionam que a presença de fatores ambientais, como a 
densidade de vetores mecânicos, pode influenciar a transmissão do vírus em 
determinadas regiões. 
Rezende et al. (2024), afirmam que o monitoramento epidemiológico é 
fundamental para entender a dinâmica da disseminação do BLV e implementar 
medidas eficazes de controle. A vigilância contínua, através de testes sorológicos e 
moleculares, permite identificar áreas de alta prevalência e direcionar ações 
específicas para reduzir a disseminação do vírus (Piovesan, 2021). Além disso, o 
monitoramento dos fatores de risco, como o uso inadequado de agulhas e a falta de 
esterilização de equipamentos, pode ajudar a prevenir a transmissão em 
propriedades com alta taxa de infecção (Barcelos et al., 2020). 
5 TRANSMISSÃO 
A principal via de transmissão é a iatrogênica, ou seja, transferência de sangue 
contaminado durante procedimentos, como vacinas, cirurgias e exames que utilizam 
agulhas e instrumentos sem a devida esterilização (Marsiaj, 2019). A reutilização 
desses materiais facilita a entrada do vírus diretamente na corrente sanguínea de 
animais saudáveis, promovendo a disseminação rápida da doença no rebanho 
(Piovesan, 2021). 
Outra forma importante ocorre pela via transplacentária, onde vacas prenhas 
infectadas Segundo Guntzel e Griebeler (2023), essa transmissão pode ocorrer 
durante a gestação, quando o vírus atravessa a placenta. Embora essa forma de 
transmissão seja menos comum em comparação à transmissão horizontal, ela 
 
 
21 
desempenha um papel crucial na manutenção da infecção nos rebanhos, 
perpetuando o ciclo de disseminação da LEB. O leite e colostro estão como 
responsáveis de cerca de 4% a 18% dos casos (Nascimento, 2020). 
Vieira et al. (2023), acrescentam que moscas e carrapatos, por executarem hábito 
de alimentação através de hematofagia, também podem atuar como vetores 
mecânicos do BLV, transportando o vírus de um animal infectado para outro. 
Embora essa forma de transmissão seja considerada secundária, em regiões com 
alta densidade de insetos, ela pode aumentar significativamente o número de casos 
de LEB. O controle desses vetores é, portanto, um componente importante nas 
estratégias de prevenção (Martins et al., 2021). 
Rezende et al. (2024), destacam que a sobrevivência do BLV em ambientes 
externos por curtos períodos facilita sua propagação indireta, por meio de 
superfícies e materiais contaminados. Assim, o contato com equipamentos 
veterinários, cochosde alimentação ou até mesmo mãos humanas contaminadas 
pode ser uma rota de transmissão indireta (Valler et al., 2024). Essas evidências 
reforçam a necessidade de práticas de biossegurança rigorosas para mitigar o risco 
de disseminação do vírus (Canova, 2021). 
 
6 CONTROLE 
Segundo Guntzel e Griebeler (2023), salientam que, embora avanços significativos 
tenham sido feitos na compreensão da etiologia, ainda há muito a ser descoberto em 
relação aos mecanismos exatos pelos quais o vírus causa a transformação maligna 
dos linfócitos B. Esses aspectos são cruciais para o desenvolvimento de estratégias 
mais eficazes de controle e prevenção da doença, especialmente no que se refere 
ao manejo de rebanhos infectados e à busca por uma vacina eficaz (Rezende et 
al.,2024).Atualmente, o foco do controle reside na identificação precoce dos animais 
infectados e na adoção de medidas profiláticas rigorosas, que visam limitar a 
disseminação do vírus e minimizar os prejuízos econômicos causados pela doença 
Nunes e Ferreira (2024). 
As medidas de controle baseadas em prevenção, como a esterilização adequada, 
a utilização de agulhas descartáveis e a implementação de um manejo sanitário 
eficiente, como quarentenas e a utilização de solventes, amônias na higienização e 
 
 
22 
pulverização com desinfetantes em confinamentos, são essenciais para reduzir a 
propagação do VLB (Martins et al.,2021). 
Segundo Guntzel e Griebeler (2023), programas de triagem regular para identificar 
animais soropositivos e a separação de animais infectados são práticas 
recomendadas para interromper o ciclo de transmissão (Rezende et al., 2024). A 
erradicação completa do vírus, no entanto, continua sendo um desafio devido à alta 
prevalência da doença e à dificuldade em eliminar todas as possíveis vias de 
contaminação, principalmente, levando em consideração as irregularidades 
documentais, e transportes vinculados a compra e venda ilegais de animais (Vieira 
et al., 2023). 
 
7 SINAIS CLÍNICOS 
A Leucose é uma doença de evolução lenta e, em muitos casos, os animais 
infectadospodem permanecer assintomáticos durante anos (Canova, 2021). No 
entanto, quando os sinais clínicos se manifestam, eles geralmente estão associados 
à fase mais avançada da doença, marcada pelo desenvolvimento de linfomas em 
diversos órgãos, como fígado, baço, rins, sistemas respiratórios (Rezende et al., 
2024). De acordo com Valler et al. (2024), apenas uma pequena porcentagem dos 
animais infectados apresenta sinais clínicos, e esses costumam aparecer em 
bovinos adultos, geralmente após quatro a oito anos de infecção. 
Os sinais clínicos mais comuns incluem a presença de massas tumorais em 
órgãos como o coração, fígado, útero e rins. Alguns desses tumores podem ser 
palpáveis, como os localizados no útero e rins, enquanto outros, em órgãos como o 
coração e fígado, são detectados por exames ultrassonográficos (Piovesan, 2021). 
Os linfomas podem interferir no funcionamento dos órgãos afetados, resultando 
em sinais clínicos variados, como síndriome paraneoplásica, distúrbios respiratórios, 
perda de apetite, emagrecimento progressivo, diarreia e edemas em regiões de 
pescoço, face, abdômen e extremidades (Martins et al., 2021). Além disso, a 
presença de linfomas no sistema nervoso pode causar sinais neurológicos, como 
descoordenação motora e paralisia, convulsões e alterações dos reflexos, 
dependendo da localização e da gravidade da lesão (Barcelos et al., 2020). 
Nunes e Ferreira (2024), destacam que o linfoma em timo é uma das formas mais 
frequentes e graves da LEB, causando compressão das vias aéreas superiores e 
 
 
23 
resultando em dificuldade respiratória acentuada (Secco et al., 2022). Por outro lado, 
quando os linfomas se localizam no miocárdio, podem provocar distúrbios cardíacos, 
afetando ainda mais a saúde dos animais (Rezende et al., 2024). 
 Os sinais clínicos variam significativamente, dependendo da localização e 
extensão dos tumores, o que dificulta o diagnóstico clínico sem o suporte de exames 
complementares, como ultrassonografia, biópsia e exames hematológicos, 
ressaltando a importância de uma Medicina veterinária de grande porte, mais focada 
em diagnósticos precisos, que utilizem de meios laboratoriais (Vieira et al., 2023). 
Vieira et al. (2023), também apontam que, além dos sinais clínicos associados ao 
desenvolvimento de tumores, que podem evoluir para alterações hematológicas 
significativas, como a linfocitose persistente (Ruggiero e Bartlett, 2019). Este ponto é 
particularmente relevante, já que os bovinos, mesmo em condições normais, 
apresentam uma proporção elevada de linfócitos em relação a outras células de 
defesa no sangue periférico. Por isso, é crucial distinguir entre a quantidade usual de 
linfócitos e uma linfocitose patológica, que pode indicar uma infecção pelo BLV 
(Guntzel e Griebeler, 2023). 
A linfocitose relacionada à LEB é caracterizada por um aumento anormal e 
persistente dos linfócitos, além de alterações qualitativas, como a presença de 
células atípicas. Esse aumento é um dos principais indicadores laboratoriais da 
infecção, mas sua interpretação isolada pode ser desafiadora, já que muitos animais 
infectados não apresentam sinais clínicos evidentes, dificultando o diagnóstico 
precoce e a adoção de medidas de controle (Lazzaretti, 2022). 
Rezende et al. (2024) relatam que os animais infectados também podem 
apresentar uma queda na produção de leite, uma vez que o organismo direciona 
energia e nutrientes para combater a proliferação das células tumorais, 
comprometendo o desempenho produtivo (Canova, 2021). Esse impacto na 
produção leiteira é muitas vezes um dos primeiros sinais percebidos pelos 
produtores, por dependerem diretamente deste meio, para sua sobrevivência e 
mantença de sua economia (Nascimento, 2020). A redução na eficiência produtiva e 
o aumento da mortalidade geram prejuízos significativos para a pecuária, 
ressaltando a importância de um diagnóstico precoce para mitigar esses efeitos, 
levando em consideração que as propriedades mais afetadas, são as de pequeno 
porte, devido a falta de acesso a veterinários e condições financeiras para realizar 
exames laboratoriais precisos como ELISA (Valler et al., 2024). 
 
 
24 
 
8 DIAGNÓSTICO 
 
O diagnóstico da LEB é um processo complexo, que requer a combinação de 
métodos clínicos, laboratoriais e epidemiológicos (Rezende et al., 2024). Uma vez 
que a maioria dos bovinos infectados pelo vírus permanecem assintomáticos 
durante grande parte da infecção, é essencial o uso de exames específicos para 
detectar a presença do vírus ou suas consequências no organismo (Canova, 2021). 
De acordo com Valler et al. (2024), os métodos mais comuns para o diagnóstico 
envolvem testes sorológicos que detectam anticorpos contra o BLV, sendo o teste 
ELISA indireto amplamente utilizado devido à sua alta sensibilidade e especificidade. 
Ele é frequentemente considerado o teste padrão-ouro para triagem, pois é eficaz na 
detecção de anticorpos mesmo em populações amplas (Guntzel e Griebeler, 2023). 
O teste de imunodifusão em gel de agar (IDGA) e o radioimunoensaio (RIA) 
podem contribuir com a idengtificação precoce da doença (Piovesan, 2021). Esses 
animais, quando detectados, devem ser isolados ou removidos do rebanho para 
evitar a propagação do vírus. Além disso, é importante ressaltar que a redução da 
reutilização de equipamentos contaminados e o manejo sanitário adequado são 
cruciais para minimizar a disseminação do vírus dentro de uma propriedade (Guntzel 
e Griebeler, 2023). 
 O teste de ELISA INDIRETO é o principal meio de triagem em rebanhos, por sua 
rapidez e sensibilidade, gerando uma reação enzimática, permitindo a identificação 
de animais infectados que, muitas vezes, não apresentam sinais clínicos evidentes 
(Secco et al., 2022). Contudo, Guntzel e Griebeler (2023), alertam que, embora ostestes sorológicos sejam eficazes para detectar anticorpos contra o BLV, eles não 
diferenciam entre infecções recentes e crônicas. A diferenciação depende de qual 
imunoglobulina é detectada: a presença de IgM sugere infecção recente, enquanto a 
IgG indica uma infecção crônica ou uma resposta imunológica tardia (Nascimento, 
2020). Sem essa distinção, o acompanhamento da evolução da doença pode ser 
limitado. Além disso, alguns animais podem apresentar resultados negativos em 
estágios iniciais da infecção devido à janela imunológica, período em que o sistema 
imunológico ainda não produziu anticorpos detectáveis (Martins et al., 2021). 
 
 
25 
Outro método importante é a detecção direta do material genético do vírus por 
meio de técnicas de biologia molecular, como a Reação em Cadeia da Polimerase 
(PCR), conforme destacado por Nunes e Ferreira (2024). Essa técnica permite 
identificar a presença do DNA viral em amostras de sangue, tecido ou secreções 
corporais, sendo útil tanto para confirmar infecções quanto para realizar o 
monitoramento da disseminação do VLB em rebanhos (Barcelos et al., 2020). A 
PCR é especialmente valiosa em casos em que os resultados sorológicos são 
inconclusivos ou quando há suspeita de animais portadores assintomáticos, uma vez 
que detecta diretamente o material genético viral, independentemente da resposta 
imunológica (Vieira et al., 2023). 
Vieira et al. (2023), afirmam que nos estágios mais avançados da LEB, o 
diagnóstico clínico pode ser realizado com base na presença de massas tumorais 
palpáveis ou detectáveis por exames de imagem, como ultrassonografia ou 
radiografia. Esses métodos auxiliam na identificação de linfomas nos órgãos 
internos, especialmente em casos em que existam sinais clínicos associados, como 
perda de peso, dificuldades respiratórias ou distúrbios neurológicos (Martins et al., 
2021). Contudo, o diagnóstico clínico tardio muitas vezes ocorre quando a doença já 
comprometeu significativamente a saúde do animal, dificultando o tratamento e 
aumentando a mortalidade (Barcelos et al., 2020). 
Rezende et al. (2024), reforçam a importância do diagnóstico precoce para o 
manejo adequado da LEB, uma vez que a identificação de animais infectados em 
estágios iniciais permite a implementação de medidas de controle mais eficazes. 
Além disso, os autores ressaltam que programas de triagem periódica, baseados em 
testes sorológicos e moleculares, são essenciais para a detecção de novos casos e 
a prevenção da disseminação do BLV no rebanho. A integração desses métodos de 
diagnóstico, aliada a práticas de biossegurança, é fundamental para reduzir o 
impacto da LEB na produção pecuária e mitigar prejuízos econômicos (Valler et al., 
2024). 
 
9 PROGNÓSTICO 
O prognóstico da Leucose varia consideravelmente de acordo com o estágio da 
infecção e a presença de sinais clínicos. A maioria dos animais infectados pelo vírus 
permanece assintomática durante grande parte de suas vidas, e esses indivíduos 
 
 
26 
podem continuar a desempenhar funções produtivas no rebanho sem apresentar 
sinais visíveis de doença (Piovesan, 2021). Segundo Valler et al. (2024), em casos 
em que os linfomas se desenvolvem, o prognóstico torna-se reservado, com a 
progressão da doença levando à deterioração rápida da saúde do animal levando à 
morte. 
Guntzel e Griebeler (2023), afirmam que a maioria dos bovinos infectados pelo 
VLB pode sobreviver por muitos anos sem apresentar sinais clínicos evidentes. 
Contudo, em aproximadamente 5% dos casos, a doença evolui para estágios 
clínicos graves, como o desenvolvimento de linfomas. Nesses casos, a sobrevida 
dos animais é bastante reduzida, uma vez que os tumores podem afetar órgãos 
vitais, como o coração, fígado e rins, comprometendo funções essenciais do corpo 
(Rezende et al., 2024). Quando a doença atinge esse estágio, os animais 
geralmente apresentam perda de peso acentuada, queda na produção de leite e 
sinais de falência orgânica, o que culmina na necessidade de eutanásia para evitar 
sofrimento prolongado (Barcelos et al., 2020). 
Nunes e Ferreira (2024), apontam que o diagnóstico precoce é fundamental para 
melhorar o prognóstico, pois permite o manejo adequado dos animais infectados e a 
implementação de medidas de controle no rebanho (Secco et al., 2022). No entanto, 
a natureza assintomática em grande parte dos casos limita a detecção precoce da 
doença (Canova, 2021). Quando os sinais clínicos de linfoma surgem, a doença já 
está em estágio avançado, o que reduz significativamente as chances de 
recuperação ou de controle eficaz. Animais em estágio avançado não respondem a 
tratamentos convencionais e acabam sendo removidos do rebanho (Lazzaretti, 
2022). 
Vieira et al. (2023), ressaltam que o impacto econômico da LEB, tanto em termos 
de produção quanto em custos com manejo, é um fator relevante a ser considerado 
no prognóstico da doença. Bovinos infectados podem apresentar quedas 
expressivas na produção leiteira e menor ganho de peso, o que compromete a 
viabilidade econômica de mantê-los no rebanho, mesmo que permaneçam 
assintomáticos (Valler et al., 2024). Em casos em que a doença se manifesta 
clinicamente, os custos associados ao tratamento paliativo e à substituição dos 
animais afetados são altos, reforçando a importância do controle preventivo da LEB 
para minimizar esses prejuízos (Martins et al., 2021). 
 
 
27 
Rezende et al. (2024), destacam que apesar de não existir um tratamento eficaz, a 
implementação de medidas de biossegurança e o monitoramento contínuo dos 
animais infectados podem ajudar a retardar a progressão da doença e a reduzir sua 
disseminação no rebanho. Para animais que não desenvolvem sinais clínicos 
graves, o prognóstico pode ser relativamente positivo, permitindo que continuem a 
desempenhar funções produtivas (Vieira et al., 2023) 
 
 
 
 
10 TRATAMENTO E PREVENÇÃO 
O tratamento permanece sendo um desafio, visto que não há cura disponível para 
a doença (Canova, 2021). Segundo Valler et al. (2024), a infecção pelo víruspossui 
curso crônico e persistente, com a maioria dos animais permanecendo como 
portadores assintomáticos durante grande parte da vida. Nos casos em que a 
doença evolui para a forma clínica, com o desenvolvimento de linfomas, não há 
tratamentos eficazes que possam reverter o quadro, e a remoção dos animais 
afetados do rebanho é a medida mais indicada para evitar maiores complicações 
(Nascimento, 2020). 
Conforme apontado por Guntzel e Griebeler (2023), a falta de uma vacina eficaz 
para prevenir a infecção agrava o desafio de controlar a disseminação da LEB. 
Estudos indicam que estão em andamento pesquisas para o desenvolvimento de 
vacinas e terapias antivirais, mas, até o momento, as estratégias de manejo 
profilático são as principais formas de prevenção (Martins et al., 2021). O foco 
principal recai sobre a implementação de práticas rigorosas de biossegurança, 
incluindo o uso de agulhas descartáveis, a esterilização adequada de equipamentos 
veterinários e a segregação de animais infectados, especialmente em sistemas de 
produção intensiva (Rezende et al., 2024). 
Nunes e Ferreira (2024), destacam que a prevenção exige a aplicação de 
programas contínuos de monitoramento e triagem de rebanhos para a detecção de 
animais infectados. Vieira et al. (2023), mencionaram que, em sistemas de produção 
intensiva, onde o contato entre os animais é constante, medidas adicionais de 
 
 
28 
prevenção, como a segregação de rebanhos positivos e negativos, podem ser 
necessárias para controlar a disseminação. 
Os autores supracitados também sugerem que a adoção de práticas como o 
controle de vetores mecânicos, como moscas e carrapatos, pode ajudar a reduzir o 
risco de transmissão indireta, uma vez que esses insetos podem atuar como 
transportadores passivos do vírus. Embora essa forma de transmissão seja menos 
frequente, ela podecontribuir para a manutenção da infecção em áreas endêmicas 
(Barcelos et al., 2020). 
Rezende et al. (2024), reforçam a importância de um manejo cuidadoso das 
práticas de ordenha e inseminação artificial, que são vias potenciais de transmissão 
do BLV, caso os equipamentos utilizados não sejam devidamente. Além disso, 
programas de educação e conscientização para os produtores sobre os riscos 
associados à LEB e as melhores práticas de biossegurança são essenciais para o 
sucesso das medidas de prevenção (Nascimento, 2020). O treinamento dos 
trabalhadores rurais em técnicas adequadas de manejo pode contribuir 
significativamente para a redução da disseminação do vírus (Martins et al., 2021). 
 
11 IMPACTOS NA PECUÁRIA 
A Leucose tem impactos expressivos na pecuária, afetando diretamente a 
produtividade e gerando prejuízos econômicos significativos. A infecção pelo Vírus 
da Leucose Bovina (BLV) compromete o desempenho dos rebanhos, tanto em 
termos de produção de leite quanto de carne, e traz consequências adicionais 
relacionadas ao manejo sanitário e à comercialização dos animais. De acordo com 
Valler et al. (2024), a LEB pode reduzir a eficiência produtiva dos bovinos, 
principalmente devido à queda na produção leiteira, que é uma das primeiras 
manifestações percebidas nos animais infectados, mesmo antes do surgimento dos 
sinais clínicos mais graves, como os linfomas. 
Além da redução na produção de leite, Guntzel e Griebeler (2023), destacaram 
que a LEB também afeta negativamente o crescimento dos animais, uma vez que a 
infecção interfere no metabolismo e na utilização de nutrientes, resultando em menor 
ganho de peso. Essa situação é particularmente prejudicial em rebanhos destinados 
à produção de carne, onde o peso dos animais é um fator crucial para a viabilidade 
econômica. A queda na produtividade dos rebanhos, aliada ao aumento da 
 
 
29 
mortalidade de animais infectados em estágios avançados da doença, gera um 
impacto direto nos lucros dos produtores. 
Nunes e Ferreira (2024), apontam que os custos relacionados ao manejo da LEB 
são elevados, pois exigem a implementação de medidas de controle e prevenção 
contínuas, como a triagem regular dos animais e a separação dos infectados. Além 
disso, a remoção dos bovinos que desenvolvem linfomas ou outros sinais clínicos 
graves, muitas vezes, se faz necessária, o que implica na reposição de animais, 
gerando mais despesas. Os autores ainda destacam que, em muitos casos, os 
produtores enfrentam restrições comerciais, uma vez que países com menor 
prevalência de LEB podem impor barreiras à importação de produtos de origem 
bovina de regiões endêmicas, impactando diretamente o comércio internacional. 
Outro aspecto relevante mencionado por Vieira et al. (2023), é o aumento dos 
custos com cuidados veterinários e testes diagnósticos para monitoramento do BLV 
no rebanho. Como não há tratamento para a LEB, os recursos financeiros investidos 
na prevenção e no manejo de surtos podem ser significativos, especialmente em 
grandes rebanhos. Além disso, a queda na longevidade produtiva dos animais 
infectados aumenta a taxa de renovação do rebanho, elevando os custos de 
produção e diminuindo a rentabilidade da atividade pecuária. 
Rezende et al. (2024), ressaltaram que os impactos da LEB também se refletem 
na qualidade dos produtos de origem animal. A infecção pelo BLV, especialmente 
em rebanhos leiteiros, pode comprometer a qualidade do leite produzido, tanto em 
termos de volume quanto de composição nutricional. Essa deterioração na qualidade 
pode levar à perda de competitividade no mercado e à necessidade de descartar 
produtos de baixa qualidade, ampliando os prejuízos econômicos. Em rebanhos de 
corte, a presença de linfomas em carcaças bovinas pode inviabilizar a 
comercialização da carne, resultando em perdas financeiras adicionais. 
 
12 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA, IMPACTOS E PERSPECTIVAS NO 
CONTROLE DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA (LEB) 
 
As medidas de biossegurança são fundamentais para a prevenção e controle da 
LEB, particularmente em sistemas de produção intensiva, onde o contato próximo 
entre animais facilita a disseminação do BLV (Piovesan, 2021). Segundo Valler et al. 
 
 
30 
(2024), a biossegurança abrange práticas como a higienização de equipamentos, 
uso de materiais descartáveis e controle do fluxo de animais nas propriedades. A 
esterilização adequada de agulhas e instrumentos veterinários é essencial, conforme 
destacam Guntzel e Griebeler (2023), uma vez que a reutilização desses materiais é 
uma das principais vias de transmissão horizontal do vírus. 
O controle no manuseio de equipamentos de ordenha é igualmente crucial. Nunes 
e Ferreira (2024) observam que esses equipamentos podem funcionar como vetores 
mecânicos do BLV, contaminando outros animais durante o processo de ordenha. 
Além disso, o isolamento de animais infectados é recomendado por Vieira et al. 
(2023) para evitar a disseminação do vírus no rebanho. A triagem regular e a 
segregação de animais são medidas eficazes para manter a sanidade dos rebanhos 
e reduzir surtos de LEB. 
Programas educativos também são relevantes para o sucesso das medidas 
preventivas. Rezende et al. (2024) enfatizam a importância de treinar trabalhadores 
rurais e produtores em boas práticas de biossegurança. O treinamento contínuo 
garante que essas práticas sejam aplicadas corretamente, minimizando o risco de 
disseminação do BLV e contribuindo para o controle eficaz da LEB. 
A redução na produtividade dos rebanhos e o aumento dos custos de manejo são 
algumas das consequências mais visíveis da infecção pelo BLV (Barcelos et al., 
2020). Valler et al. (2024) destacam que a queda na produção de leite e carne 
compromete a eficiência produtiva, enquanto os custos com triagens, tratamentos e 
reposição de animais infectados afetam diretamente a lucratividade dos produtores. 
Os custos adicionais relacionados às medidas de controle são especialmente 
desafiadores para pequenos e médios produtores, que podem ter dificuldades em 
sustentar práticas preventivas e manter a competitividade (Nunes e Ferreira, 2024). 
Além disso, barreiras comerciais podem ser impostas por países que restringem a 
importação de produtos de origem animal provenientes de áreas com alta 
prevalência de LEB (Guntzel e Griebeler, 2023). Essa realidade agrava ainda mais 
os desafios econômicos enfrentados pelos produtores em regiões afetadas. 
A LEB também afeta o bem-estar animal. Vieira et al. (2023) apontam que animais 
infectados podem sofrer com sinais clínicos debilitantes, como perda de peso e 
desenvolvimento de linfomas, o que compromete sua saúde e produtividade. O 
manejo adequado e a aplicação de medidas preventivas são fundamentais para 
 
 
31 
garantir o bem-estar dos animais e atender às exigências dos consumidores e 
mercados internacionais. 
As perspectivas futuras no controle da LEB estão diretamente ligadas ao avanço 
da pesquisa científica e ao desenvolvimento de novas tecnologias. A ausência de 
uma vacina eficaz continua sendo um dos maiores desafios na luta contra o BLV 
(Nascimento, 2020). Segundo Valler et al. (2024), o desenvolvimento de uma vacina 
eficiente seria um marco importante, proporcionando uma forma prática e 
sustentável de prevenir a disseminação do vírus, especialmente em rebanhos de 
grande escala. 
A evolução das técnicas de diagnóstico precoce é outra frente promissora. Guntzel 
e Griebeler (2023) observam que o uso de biologia molecular, como a PCR, tem 
melhorado a capacidade de identificar o BLV em animais assintomáticos. No futuro, 
espera-se que essas tecnologias se tornem mais acessíveis e rápidas, facilitando o 
monitoramento de rebanhos e permitindo respostas ágeis a surtos de infecção. 
Além do diagnóstico, pesquisas em terapias antivirais estão em fase experimental. 
Nunes e Ferreira (2024) sugerem que esses tratamentos podem ajudara reduzir a 
carga viral e prolongar a vida produtiva dos animais, enquanto uma vacina eficaz 
não é desenvolvida. A adoção de políticas públicas e programas de controle 
nacionais e internacionais é fundamental para enfrentar a LEB de maneira 
abrangente (Vieira et al., 2023). 
Por fim, a colaboração internacional e o uso de tecnologias emergentes, como 
inteligência artificial e análise de big data, têm o potencial de transformar o combate 
à LEB (Rezende et al., 2024). Essas ferramentas podem prever surtos, melhorar o 
monitoramento em tempo real e otimizar a aplicação de práticas de biossegurança, 
garantindo maior eficiência no controle da doença. 
 
 
 
13 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O objetivo deste estudo foi explorar os aspectos epidemiológicos, a 
patogênese, as estratégias de controle e tratamento, além dos impactos econômicos 
e de bem-estar animal associados à Leucose Enzoótica Bovina (LEB). A análise 
 
 
32 
evidenciou que epidemiologicamente a doença [e considerada altamente prevalente 
em regiões com produção intensiva, onde o manejo inadequado e a proximidade 
constante entre os animais facilita a disseminação. A ausência de tratamentoo 
ouvacina eficaz limita o controle da doença, reforçando a necessidade de medidas 
preventivas e biossegurança rigorosa para proteger não apenas a produtividade, 
mas também o bem-estar dos animais. 
O diagnóstico precoce por meio de testes sorológicos e moleculares é 
essencial para identificar animais infectados e implementar ações corretivas. No 
entanto, a subnotificação e a falta de programas de controle consistentes dificultam 
a contenção da doença, permitindo que muitos animais infectados permaneçam sem 
tratamento ou manejo adequado. Isso impacta diretamente o bem-estar dos bovinos, 
já que, em estágios avançados, a doença pode provocar sinais clínicos como perda 
de peso, distúrbios respiratórios e o desenvolvimento de linfomas em órgãos vitais, 
causando sofrimento prolongado. A necessidade de eutanásia em casos graves 
também representa uma decisão dolorosa, mas muitas vezes inevitável, para evitar 
maior sofrimento animal. 
O bem-estar dos animais é comprometido não apenas pela manifestação 
clínica da LEB, mas também pelas práticas de manejo inadequadas que aumentam 
o estresse dos rebanhos e auxiliam na diminuição da imunidade, tendo em vista 
como um aporta de entrada para infecções secundarias. A utilização de 
equipamentos não esterilizados e a falta de segregação entre animais infectados e 
saudáveis são exemplos de práticas que intensificam a transmissão do BLV e 
elevam o risco de complicações de saúde, a baixa fiscalização e transportes ilegais 
sem emissão de guias de transportes (GTA), auxiliam na propagação e 
disseminação de doenças, levando em consideração, onde a maior parte desses 
animais ilegais, não possuem o tratamento ideal, e muito menos o mínimo de 
conforto e bem-estar necessário. 
As consequências econômicas da LEB também afetam o bem-estar dos 
rebanhos. Em propriedades com recursos limitados, os animais infectados podem 
não receber o cuidado necessário devido aos altos custos de manejo e controle, 
comprometendo ainda mais sua saúde e qualidade de vida. Em contrapartida, 
fazendas com maior capacidade financeira conseguem investir em biossegurança e 
monitoramento, oferecendo um ambiente mais seguro para os animais. Essa 
disparidade reforça a importância de políticas públicas que incentivem pequenos e 
 
 
33 
médios produtores a adotar práticas de controle eficazes, garantindo um padrão 
mínimo de cuidado e bem-estar para todos os rebanhos. 
Garantir o bem-estar animal não é apenas uma questão ética, mas também 
estratégica para a sustentabilidade da pecuária. Animais saudáveis e bem cuidados, 
são mais produtivos, reduzem perdas econômica, por serem mais resistentes a 
doenças, ocasionadas por baixa imunitária ou relacionadas a questões sanitárias, 
evitando a necessidade de medidas extremas, como eutanásia. Assim, enquanto o 
desenvolvimento de novas tecnologias e vacinas ainda está em andamento, a 
combinação de medidas preventivas, manejo consciente e políticas públicas 
eficazes é o caminho mais viável para enfrentar a LEB e garantir um futuro mais 
saudável e sustentável para os rebanhos. 
 
 
 
 
 
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