Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA MARIA JULIANA MOSSMANN HEMKEMEIER LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA - REVISÃO DE LITERATURA ENZOOTIC BOVINE LEUKOSIS - A LITERATURE REVIEW TOLEDO-PR 2024 MARIA JULIANA MOSSMANN HEMKEMEIER LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA - REVISÃO DE LITERATURA ENZOOTIC BOVINE LEUKOSIS - A LITERATURE REVIEW Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Medicina Veterinária Orientador: Prof. Dr. Maurício Orlando Wilmsen TOLEDO-PR 2024 Página reservada para ficha catalográfica que deve ser confeccionada após apresentação e alterações sugeridas pela banca examinadora. Deve ser impressa no verso da folha de rosto. A Biblioteca da PUCPR oferece o serviço gratuitamente. Para solicitar, necessário enviar o trabalho para o email biblioteca.processamento@pucpr.br Em até 48h a ficha será encaminhada para o email do solicitante. mailto:biblioteca.processamento@pucpr.br MARIA JULIANA MOSSMANN HEMKEMEIER LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA - REVISÃO DE LITERATURA ENZOOTIC BOVINE LEUKOSIS - A LITERATURE REVIEW Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Medicina Veterinária da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial à obtenção do título de bacharel em Medicina Veterinária Orientador: Prof. Dr. Maurício Orlando Wilmsen COMISSÃO EXAMINADORA _____________________________________ Professor 1(Titulação e nome completo) Instituição 1 _____________________________________ Professor 2 (Titulação e nome completo) Instituição 2 _____________________________________ Professor 3 (Titulação e nome completo) Instituição 3 Cidade, ____ de ________ de 2024. Agradeço imensamente a minha família, a qual me apoiou em cada etapa. Em memória de Vanice Rebeca Schaefer, Luiz Schaefer e Marli Schaefer AGRADECIMENTOS Por muitos dias, relutei em escrever este trabalho de conclusão de curso, temendo finalizar a graduação sem ter ao meu lado as pessoas que eu mais gostaria que estivessem presentes. Isso trouxe procrastinação e dificuldades para escrever e me esforçar, que aumentavam a cada dia. Após muitas orações à Deus, pedindo direcionamento e discernimento sobre o caminho a seguir, acordei várias madrugadas para rezar, buscando força e iluminação. Enfim, consegui concluir essa etapa. Acredito que meu potencial não foi plenamente alcançado. No entanto, após tantas perdas, sinto-me vitoriosa por chegar até aqui. Isso se deve, em grande parte, ao apoio do meu marido, Diego Hemkemeier, e das minhas irmãs, Izabela Schaefer, Vitória Mossmann e Malú Mossmann, que não permitiram que eu desanimasse. Também sou imensamente grata ao corpo docente da faculdade, que me ofereceu suporte e acolhimento ao longo de toda a graduação, especialmente durante o período difícil do falecimento da minha amada mãe. Embora ela não esteja fisicamente presente na apresentação do meu TCC, como eu havia planejado, sei que estará sempre viva na minha essência. Minha gratidão vai, de forma especial, ao professor Maurício Orlando Wilsem, por ser uma pessoa incrível e paciente, por me incentivar continuamente e servir como exemplo de excelência na docência, inspirando-nos a sermos melhores a cada dia. Por fim, agradeço aos meus animais, que foram um refúgio e consolo em muitos momentos difíceis. Minha gratidão se estende às minhas vacas queridas, especialmente à Lola e minha cadelinha Pérola, companheira há 16 anos. Obrigada a todos que, de alguma forma, fizeram parte desta jornada! Qualquer mudança incremental na prevalência de BLV traz benefícios, mas enquanto o vírus estiver presente no rebanho, ele continuará a se espalhar. (Bartlett,2023) RESUMO A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma doença viral crônica provocada pelo Vírus da Leucose Bovina (BLV), resultando uma proliferação descontrolada de linfócitos B e pode evoluir para linfomas malignos. A doença afeta a saúde dos animais e impacta significativamente a qualidade de vida e a produção, sendo prevalente em países como Brasil, Estados Unidos, Canadá e Japão, especialmente em regiões com agropecuária intensiva. Além de reduzir a produção de leite e carne, a LEB impõe custos elevados com o manejo e substituição de animais, e a restrição comercial de produtos oriundos de rebanhos infectados comprometendo exportações, afetando a competitividade internacional. O diagnóstico precoce é fundamental para controlar a disseminação do vírus. Os principais métodos diagnósticos são o ELISA, considerado o padrão-ouro para detectar anticorpos, e a PCR, que identifica o material genético viral. A transmissão ocorre por contato com fluidos corporais e pela transmissão vertical, o que agrava a propagação silenciosa da doença. A confirmação sorológica antes da introdução de novos animais no rebanho é essencial para preservar a sanidade do rebanho e evitar novos focos de infecção. O controle da LEB é um desafio devido à ausência de uma vacina eficaz e à necessidade de medidas profiláticas rigorosas. A implementação de programas de biossegurança exige adesão dos criadores, ajustes no manejo e monitoramento contínuo dos animais. Nesse contexto, a educação e conscientização dos produtores são fundamentais para minimizar a incidência da doença e garantir a sustentabilidade da produção, aliando eficiência econômica ao bem-estar animal. Palavras-chave: Zoonoses. Epidemiologia. Prevenção. Bem-estar, Biossegurança. Sanidade. Disseminaçao ABSTRACT Bovine Enzootic Leukosis (BEL) is a chronic viral disease caused by the Bovine Leukemia Virus (BLV), which induces uncontrolled proliferation of B lymphocytes and can progress to malignant lymphomas. The disease affects animal health and significantly impacts productivity, being prevalent in countries such as Brazil, the United States, Canada, and Japan, especially in regions with intensive agriculture. In addition to reducing milk and meat production, BEL imposes high costs for animal management and replacement, and trade restrictions on products from infected herds compromise exports, affecting international competitiveness. Early diagnosis is essential to control the virus's spread. The main diagnostic methods are ELISA, considered the gold standard for detecting antibodies, and PCR, which identifies viral genetic material. Transmission occurs through contact with bodily fluids and vertical transmission, aggravating the silent spread of the disease. Serological confirmation before introducing new animals into the herd is essential to maintain herd health and prevent new infection outbreaks. Controlling BEL is challenging due to the absence of an effective vaccine and the need for rigorous prophylactic measures. The implementation of biosafety programs requires farmers' adherence, adjustments in management practices, and continuous animal monitoring. In this context, education and awareness among producers are crucial to minimizing disease incidence and ensuring sustainable production, balancing economic efficiency with animal welfare. Keywords: Zoonoses. Epidemiology. Prevention. Biosafety. Health. Lista de abreviaturas e siglas LEB. Leucose enzoótica bovina IDGA Imunodifusão em Gel de Ágar VLB Vírus da Leucemia Bovina nm Nanômetro RNA Ácido Ribonucleico (Ribonucleic Acid) DNA Ácido Desoxirribonucleico (Deoxyribonucleic Acid)ELISA Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (Ensaio Imunoenzimático) Folha ELISA Indireto Variante do ELISA para detecção de anticorpos usando um anticorpo secundário conjugado com enzima RIA Radioimmunoassay (Radioimunoensaio) IgM Imunoglobulina M (anticorpo produzido na fase inicial da resposta imunológica) IgG Imunoglobulina G (anticorpo mais abundante, responsável pela memória imunológica e proteção a longo prazo) SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12 1.1 OBJETIVOS .................................................................................................. 13 1.1.1 Objetivo Geral .............................................................................................. 13 1.1.2 Objetivos Específicos ................................................................................. 13 1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................... 14 2 BEM-ESTAR ANIMAL .................................................................................. 16 3 ETIOLOGIA .................................................................................................. 17 4 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS ............................................................... 19 5 TRANSMISSÃO ............................................................................................ 20 6 CONTROLE .................................................................................................. 21 7 SINAIS CLÍNICOS ........................................................................................ 22 8 DIAGNÓSTICO ............................................................................................. 24 9 PROGNÓSTICO ........................................................................................... 25 10 TRATAMENTO E PREVENÇÃO .................................................................. 27 11 IMPACTOS NA PECUÁRIA ......................................................................... 28 12 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA, IMPACTOS E PERSPECTIVAS NO CONTROLE DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA (LEB) ...................................... 29 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 31 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 34 12 1 INTRODUÇÃO A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma doença viral crônica que afeta bovinos, tendo como agente etiológico principal o Vírus da Leucose Bovina (BLV), pertencente à família Retroviridae. Esse agente patogênico se destaca por induzir a proliferação descontrolada de linfócitos B, podendo resultar clinicamente em linfoma maligno, o que compromete a saúde dos animais e impacta significativamente a produtividade do rebanho (Agottani et al., 2019). A doença apresenta alta prevalência em diversos países, como Estados Unidos, Canadá, Japão e Brasil, especialmente em regiões com atividades agropecuárias intensivas, como o sul do Brasil, o centro-oeste dos Estados Unidos e as planícies canadenses. Essa situação gera grande preocupação no setor pecuário devido à transmissão silenciosa e ao controle complexo, já que a detecção precoce dificilmente ocorre e a erradicação demanda medidas rigorosas de manejo e biossegurança, impactando os custos operacionais e a eficiência produtiva do rebanho (Barcelos et al., 2020). A LEB também levanta preocupações relacionadas ao bem-estar animal. Embora muitos bovinos infectados permaneçam assintomáticos por um longo período, a progressão da doença pode causar sinais clínicos debilitantes, como emagrecimento progressivo, apatia, hipertermia e linfadenopatia. Em casos de linfoma maligno, a dor e o desconforto tornam-se evidentes, exigindo intervenção veterinária e, muitas vezes, a eutanásia para evitar sofrimento prolongado. Além disso, a disseminação silenciosa da doença no rebanho pode resultar em manejos mais intensivos, como exames frequentes e segregação de animais infectados, o que pode gerar estresse adicional nos animais (Canova, 2021). A infecção pelo BLV ocorre predominantemente por meio de contato direto com fluidos corporais, como sangue e leite, sendo facilitada por práticas rotineiras de manejo, como a reutilização de agulhas e equipamentos sem a devida esterilização (Guntzel; Griebeler, 2023). Além disso, a transmissão vertical desempenha um papel importante na disseminação do agente, contaminando o feto durante o período gestacional e amamentação. No entanto, a maior parte dos animais infectados permanece assintomática, agravando o controle, já que o diagnóstico geralmente ocorre tardiamente, apenas quando os sinais clínicos de linfoma estão evidentes (Lazzaretti, 2022). 13 Os impactos econômicos da LEB são expressivos, não apenas pela redução na produção de leite e carne, mas também pelos custos associados ao manejo e à substituição de animais afetados. No entanto, é fundamental considerar o bem-estar animal, e não apenas as perdas econômicas dos proprietários, uma vez que a doença compromete a saúde e qualidade de vida dos animais (Marsiaj, 2019). Além disso, a restrição comercial de produtos derivados de rebanhos infectados compromete a competitividade internacional de países com alta prevalência da doença, impactando diretamente as exportações. Embora a matéria-prima de rebanhos infectados possa ser consumida no Brasil, a restrição à exportação representa uma perda significativa de mercado e receita (Martins et al., 2021). 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral O objetivo dessa revisão de literatura é explorar os aspectos epidemiológicos, a patogênese, as estratégias de controle e tratamento, além dos impactos econômicos da Leucose Enzoótica Bovina (LEB). Dessa forma, será realizada uma investigação com o intuito de contribuir para o meio acadêmico, bem como fornecer bases adicionais para futuros estudos. 1.1.2 Objetivos Específicos Para alcançar este propósito principal e demonstrar um entendimento aprofundado sobre o tema, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos: a) Analisar a prevalência da Leucose Enzoótica Bovina em diferentes regiões e seus fatores de disseminação; b) Examinar os mecanismos patogênicos do Vírus da Leucose Bovina (VLB) e suas consequências para o rebanho; c) Avaliar o impacto em relação ao bem-estar animal e o aspecto econômico ocasionado pela LEB na produção de leite e carne bovina; 14 d) Revisar as práticas de controle e prevenção da disseminação da LEB em rebanhos comerciais; Investigar as perspectivas futuras de tratamentos e vacinas contra a LEB. 1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Nos últimos 30 anos, a Medicina Veterinária evoluiu significativamente no manejo sanitário e produtivo de bovinos, mas a Leucose Enzoótica Bovina (LEB) permanece como um desafio epidemiológico e econômico de grande relevância. Trata-se de uma enfermidade viral, causada pelo Vírus da Leucemia Bovina (VLB), que afeta principalmente animais adultos, provocando linfocitose persistente e, em alguns casos, linfossarcomas. Embora nem todos os infectados manifestem sintomas clínicos, a disseminação silenciosa nos rebanhos representa um sério problema para a saúde animal, comprometendo a produtividade e dificultando a erradicação da doença.Atualmente, observa-se uma disparidade na prevalência de LEB em diferentes regiões do Brasil, sendo mais acentuada em áreas em que controle epidemiológico é deficiente. Além disso, a ausência de programas nacionais obrigatórios para o controle e erradicação da doença dificulta o combate eficaz, especialmente em rebanhos comerciais e de leite. As medidas preventivas, como o diagnóstico precoce, manejo adequado de agulhas e materiais cirúrgicos, além da segregação de animaispositivos, ainda são subutilizadas pela maior parte dos produtores. Esse contexto evidencia uma lacuna significativa entre o conhecimento teórico sobre a patogenia e epidemiologia do VLB e a aplicação prática de estratégias de manejo na rotina do campo. Há uma necessidade urgente de investigar a eficácia de protocolos de diagnóstico e medidas de biossegurança voltadas para a realidade das propriedades brasileiras, especialmente aquelas voltadas para produção leiteira. Ademais, a falta de conscientização dos produtores e técnicos sobre o impacto econômico e sanitário da LEB resulta em baixa adesão às recomendações existentes. Portanto, a relevância deste estudo reside não apenas na busca por novas ferramentas de controle e mitigação da transmissão do vírus, mas também na 15 compreensão dos fatores que dificultam a implementação das práticas recomendadas nas propriedades. Entender essas dinâmicas é essencial para propor estratégias mais viáveis e adaptadas à realidade produtiva do país, visando, a longo prazo, diminuir a disseminação do vírus e proteger o potencial produtivo dos rebanhos brasileiros. Com o intuito de cumprir as metas definidas e abordar os aspectos fundamentais, o problema de pesquisa foi delineado da seguinte maneira: Como a Leucose Enzoótica Bovina impacta a saúde do rebanho e quais são as principais estratégias de controle disponíveis para mitigar seus efeitos? a relevância desta pesquisa se dá porque a leucose enzoótica bovina afeta significativamente a produtividade do setor pecuário, representando uma ameaça econômica e sanitária para o agronegócio, além de comprometer o comércio internacional de produtos derivados de bovinos infectados. além disso, a atual literatura ainda apresenta lacunas no que diz respeito ao desenvolvimento de estratégias eficazes de controle e prevenção da doença, especialmente no que se refere ao manejo em pequenas e médias propriedades. este estudo se propõe a preencher essas lacunas, contribuindo para o acervo científico ao sintetizar informações recentes sobre a epidemiologia, patogenia e impacto da LEB. Esse estudo também visa discutir as implicações práticas para a implementação de programas de controle em diferentes contextos, propondo recomendações para pecuaristas e gestores de saúde animal. As implicações sociais incluem a promoção de rebanhos mais saudáveis e produtivos, com menor risco de disseminação do VLB, o que impacta diretamente na segurança alimentar e no bem-estar animal. Assim, proporcionará uma base sólida para investigações futuras que possam desenvolver soluções preventivas ou terapêuticas mais eficazes. Nesta pesquisa, foi adotada uma revisão narrativa da literatura como metodologia, que incluiu uma análise minuciosa de textos relacionados ao tema. As informações foram obtidas por meio de consultas a renomadas bases de dados acadêmicas, como Scielo, Capes e Google Scholar, além de livros e periódicos científicos de relevância. Foram considerados materiais em português, inglês e espanhol. 16 Conforme Dourado e Ribeiro (2023), essa abordagem de revisão de literatura oferece uma base sólida e confiável de dados, ao agregar informações de diversas obras selecionadas, ajudando na identificação de lacunas nas pesquisas anteriores. Para compilar a bibliografia, realizou-se uma análise crítica das obras, juntamente com a leitura cuidadosa dos resumos de cada documento. A seleção temporal dos materiais priorizou os últimos cinco anos, com exceções para estudos clássicos. Esse processo assegurou uma compreensão ampla e atualizada sobre o tema, estabelecendo uma base sólida para os resultados da pesquisa e enriquecendo o corpo de conhecimento científico relacionado ao assunto. Com a conclusão da pesquisa e o êxito na resolução do problema, foi compilada uma bibliografia abrangente. 2 BEM-ESTAR ANIMAL O bem-estar animal é um aspecto fundamental no manejo de rebanhos infectados pelo VLB, pois vai além da produtividade, garantindo que os animais tenham uma vida saudável, garantindo as cinco liberdades, as quais seriam, livres de sede e fome, livres de desconforto, livres de dor, ferimentos e doenças, liberdade para expressar comportamentos naturais e livres de medo e angústia (Harrison,1964). Uma abordagem que prioriza o bem-estar deve incluir práticas que minimizem o estresse. Reduzir o estresse é essencial não apenas para evitar a manifestação de sinais clínicos em animais soropositivos, mas também para prevenir o agravamento da doença em bovinos já infectados (Vieira et al., 2023). O manejo cuidadoso dos animais infectados inclui práticas como a criação de espaços adequados e individualizados para descanso e o acesso contínuo a água e alimentação de qualidade, evitando assim a disseminação para demais animais. Além disso, Guntzel e Griebeler (2023) destacam que procedimentos veterinários devem ser realizados de maneira criteriosa e com o mínimo de desconforto possível, utilizando técnicas apropriadas e equipamentos esterilizados para evitar complicações. A implementação de protocolos que garantam a identificação rápida de animais em sofrimento e a intervenção imediata é indispensável para manter a saúde física e mental dos bovinos (Martins et al., 2021). 17 Outro aspecto importante do bem-estar é a prevenção da dor e do sofrimento prolongado em casos avançados da doença. Rezende et al. (2024), apontam que a evolução para estágios críticos da doença, a eutanásia pode ser necessária para evitando o sofrimento do animal, quanto do proprietário ao ver o animal e tal situação. A adoção de práticas humanitárias nesse processo reflete a preocupação não apenas com a saúde pública e a sanidade do rebanho, mas também com uma conduta ética no tratamento dos animais. Promover o bem-estar animal também envolve capacitar os trabalhadores rurais para que reconheçam sinais de desconforto e saibam manejar corretamente animais infectados. Assim, além de preservar a saúde dos bovinos, essas práticas contribuem para uma produção mais ética e sustentável, atendendo às expectativas sociais e às exigências de mercados internacionais que valorizam o respeito ao bem-estar animal (Martins et al., 2021). 3 ETIOLOGIA A LEB é causada pelo Vírus da Leucose Bovina (BLV), pertencente à família Retroviridae. Esse vírus apresenta uma alta capacidade de integração no genoma das células hospedeiras, mais especificamente nos linfócitos B, induzindo uma proliferação celular descontrolada. Nos casos assintomáticos de LEB, cerca de 1% das células linfocitárias estão infectadas devido a baixa carga viral, que permite ao VLB, manter-se escondido no organismo do hospedeiro, sem desencadear uma resposta imunológica visível ( Agottani et al.,2019). Segundo Valler et al. (2024), o VLB possui uma elevada taxa de transmissibilidade, especialmente onde a densidade de animais favorece a propagação do vírus através do contato com fluidos corporais, como sangue, leite e secreções nasais, fômites contaminados. A transmissão também pode ocorrer de maneira vertical, ou seja, de mãe para cria, durante a gestação ou pelo colostro (Canova, 2021). O vírus é reconhecido como um retrovírus oncogênico que apresenta tropismo por células do sistema linfático. Ele possui uma relação estrutural próxima com o Vírus T-Linfotrópico Humano (HTLV-I e II) e com os vírus linfotrópicos de células T de primatas não humanos (STLV-1, -2 e -3). Pertence à ordem Ortevirales, família 18 Retroviridae, subfamília Orthoretrovirinae, gênero Deltaretrovírus e é classificado como espécie Bovine leukemia vírus (Guntzel e Gruebeler, 2023). O VLB é um vírus de RNA com formato esférico, apresentando um diâmetro que varia de 80 a 130 nm. Ele é composto por três camadas: a mais externa é o envelope, que se origina da membrana da célula hospedeira e é formado por lipoglicoproteínas,contendo peplômeros (projeções) de glicoproteínas. A camada intermediária é o capsídeo icosaédrico, com cerca de 60 nm, que envolve a porção mais interna do vírus, o complexo genoma-nucleoproteína. Nessa região, encontra- se o genoma viral composto por duas moléculas de RNA de cadeia simples e polaridade positiva, além de enzimas essenciais como a transcriptase reversa e a integrase (Olivero et al., 2024) Guntzel e Griebeler (2023), ressaltam que o ciclo de vida do VLB envolve a inserção do seu material genético no DNA do hospedeiro, o que garante sua persistência no organismo bovino por longos períodos, muitas vezes de forma assintomática. Essa característica torna o controle da doença ainda mais desafiador, visto que muitos animais infectados não apresentam sinais clínicos evidentes, mas continuam a propagar o vírus no rebanho (Marsiaj, 2019). Além disso, os autores destacam que a capacidade do BLV de permanecer latente nas células infectadas impede uma resposta imune eficaz, contribuindo para a cronicidade da infecção (Martins et al., 2021). Outro ponto relevante abordado por Nunes e Ferreira (2024), é a resistência do VLB em material infectado em ambientes externos. O vírus pode sobreviver fora do hospedeiro por um período prolongado, o que amplia as possibilidades de transmissão indireta, como através do uso compartilhado de agulhas, equipamentos sem esterilização e até mesmo insetos vetores (Ruggiero e Bartlett, 2019). Essa resistência ambiental é um fator que torna a LEB uma doença de difícil controle, especialmente em rebanhos aos quais práticas sanitárias e métodos de quarentena não são empregados (Secco et al., 2022). Segundo os autores, o uso de práticas de biossegurança, como a esterilização de materiais e o isolamento de animais infectados, é fundamental para reduzir a disseminação do vírus. Segundo Vieira et al. (2023), a relação entre a LEB e os animais criados de forma intensiva evidenciam ambientes que favorecem não apenas a transmissão, mas também, a manifestação de efeitos mais severos em função do estresse constante a que os animais são submetidos. Além disso, as práticas de manejo inadequadas, 19 como a reutilização de materiais contaminados e a falta de controle sanitário rigoroso, contribuem para a propagação do vírus no rebanho (Nascimento, 2020). Estudos demonstram que a incidência de LEB é significativamente maior em sistemas intensivos, onde o controle da transmissão horizontal é mais difícil, em função da larga escala de cochos e contato físico direto (Valler et al., 2024). De acordo com Rezende et al. (2024), embora muitos animais infectados pelo VLB não apresentem sinais clínicos aparentes, a doença pode evoluir para estagios graves, como linfomas. Nesse contexto, a etiologia do vírus é essencial para compreender os desafios na erradicação da doença, visto que a ausência de uma resposta imunológica eficiente nos animais infectados impede que o organismo elimine o vírus naturalmente (Lazzaretti, 2022). Rezende et al. (2024) destacam que a complexidade do ciclo de vida do VLB, aliada à sua alta capacidade de infecção, torna a LEB uma das doenças mais preocupantes no setor pecuário. 4 ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS A doença apresenta uma distribuição global, com diferentes taxas de prevalência dependendo da região, do sistema de produção e das práticas de manejo adotadas (Piovesan, 2021). O vírus é especialmente prevalente em propriedades leiteiras de alto produção, onde os animais possuem uma produtividade elevada, ocorrendo probabilidades de diminuição de imunidade e o contato frequente de equipamentos compartilhados facilitam a disseminação do vírus (Barcelos et al., 2020). De acordo com Valler et al. (2024), a LEB é endêmica em muitos países, incluindo o Brasil, onde a prevalência varia entre regiões, sendo mais elevada em propriedades que não adotam medidas rigorosas de biossegurança. Guntzel e Griebeler (2023), apontam que a epidemiologia da LEB está fortemente ligada às práticas de manejo e às condições sanitárias das propriedades. A reutilização de agulhas, instrumentos veterinários e equipamentos de ordenha sem a devida esterilização é uma das principais causas de transmissão horizontal do VLB, o que explica a alta prevalência da doença em rebanhos leiteiros intensivos (Secco et al., 2022). Além disso, a ausência de programas de triagem regulares e a falta de segregação entre animais infectados e saudáveis contribuem para a manutenção e disseminação do vírus dentro das propriedades (Canova, 2021). 20 Nunes e Ferreira (2024), destacam que apesar da alta prevalência global, existem diferenças consideráveis nas taxas de infecção entre países que implementam políticas rigorosas de controle e monitoramento e aqueles que não possuem tais medidas. Em países onde há programas de controle bem estabelecidos, a prevalência do VLB é substancialmente menor, e o impacto da doença é mitigado (Martins et al., 2021). No entanto, em regiões onde as políticas de controle são inexistentes ou pouco eficazes, a infecção pelo BLV pode atingir grande parte dos rebanhos, causando prejuízos consideráveis para os produtores (Vieira et al., 2023). Vieira et al. (2023), acrescentam que a dinâmica da transmissão do BLV também é influenciada pela estrutura dos sistemas de produção e pelas características dos rebanhos (Lazzaretti, 2022). Os autores também mencionam que a presença de fatores ambientais, como a densidade de vetores mecânicos, pode influenciar a transmissão do vírus em determinadas regiões. Rezende et al. (2024), afirmam que o monitoramento epidemiológico é fundamental para entender a dinâmica da disseminação do BLV e implementar medidas eficazes de controle. A vigilância contínua, através de testes sorológicos e moleculares, permite identificar áreas de alta prevalência e direcionar ações específicas para reduzir a disseminação do vírus (Piovesan, 2021). Além disso, o monitoramento dos fatores de risco, como o uso inadequado de agulhas e a falta de esterilização de equipamentos, pode ajudar a prevenir a transmissão em propriedades com alta taxa de infecção (Barcelos et al., 2020). 5 TRANSMISSÃO A principal via de transmissão é a iatrogênica, ou seja, transferência de sangue contaminado durante procedimentos, como vacinas, cirurgias e exames que utilizam agulhas e instrumentos sem a devida esterilização (Marsiaj, 2019). A reutilização desses materiais facilita a entrada do vírus diretamente na corrente sanguínea de animais saudáveis, promovendo a disseminação rápida da doença no rebanho (Piovesan, 2021). Outra forma importante ocorre pela via transplacentária, onde vacas prenhas infectadas Segundo Guntzel e Griebeler (2023), essa transmissão pode ocorrer durante a gestação, quando o vírus atravessa a placenta. Embora essa forma de transmissão seja menos comum em comparação à transmissão horizontal, ela 21 desempenha um papel crucial na manutenção da infecção nos rebanhos, perpetuando o ciclo de disseminação da LEB. O leite e colostro estão como responsáveis de cerca de 4% a 18% dos casos (Nascimento, 2020). Vieira et al. (2023), acrescentam que moscas e carrapatos, por executarem hábito de alimentação através de hematofagia, também podem atuar como vetores mecânicos do BLV, transportando o vírus de um animal infectado para outro. Embora essa forma de transmissão seja considerada secundária, em regiões com alta densidade de insetos, ela pode aumentar significativamente o número de casos de LEB. O controle desses vetores é, portanto, um componente importante nas estratégias de prevenção (Martins et al., 2021). Rezende et al. (2024), destacam que a sobrevivência do BLV em ambientes externos por curtos períodos facilita sua propagação indireta, por meio de superfícies e materiais contaminados. Assim, o contato com equipamentos veterinários, cochosde alimentação ou até mesmo mãos humanas contaminadas pode ser uma rota de transmissão indireta (Valler et al., 2024). Essas evidências reforçam a necessidade de práticas de biossegurança rigorosas para mitigar o risco de disseminação do vírus (Canova, 2021). 6 CONTROLE Segundo Guntzel e Griebeler (2023), salientam que, embora avanços significativos tenham sido feitos na compreensão da etiologia, ainda há muito a ser descoberto em relação aos mecanismos exatos pelos quais o vírus causa a transformação maligna dos linfócitos B. Esses aspectos são cruciais para o desenvolvimento de estratégias mais eficazes de controle e prevenção da doença, especialmente no que se refere ao manejo de rebanhos infectados e à busca por uma vacina eficaz (Rezende et al.,2024).Atualmente, o foco do controle reside na identificação precoce dos animais infectados e na adoção de medidas profiláticas rigorosas, que visam limitar a disseminação do vírus e minimizar os prejuízos econômicos causados pela doença Nunes e Ferreira (2024). As medidas de controle baseadas em prevenção, como a esterilização adequada, a utilização de agulhas descartáveis e a implementação de um manejo sanitário eficiente, como quarentenas e a utilização de solventes, amônias na higienização e 22 pulverização com desinfetantes em confinamentos, são essenciais para reduzir a propagação do VLB (Martins et al.,2021). Segundo Guntzel e Griebeler (2023), programas de triagem regular para identificar animais soropositivos e a separação de animais infectados são práticas recomendadas para interromper o ciclo de transmissão (Rezende et al., 2024). A erradicação completa do vírus, no entanto, continua sendo um desafio devido à alta prevalência da doença e à dificuldade em eliminar todas as possíveis vias de contaminação, principalmente, levando em consideração as irregularidades documentais, e transportes vinculados a compra e venda ilegais de animais (Vieira et al., 2023). 7 SINAIS CLÍNICOS A Leucose é uma doença de evolução lenta e, em muitos casos, os animais infectadospodem permanecer assintomáticos durante anos (Canova, 2021). No entanto, quando os sinais clínicos se manifestam, eles geralmente estão associados à fase mais avançada da doença, marcada pelo desenvolvimento de linfomas em diversos órgãos, como fígado, baço, rins, sistemas respiratórios (Rezende et al., 2024). De acordo com Valler et al. (2024), apenas uma pequena porcentagem dos animais infectados apresenta sinais clínicos, e esses costumam aparecer em bovinos adultos, geralmente após quatro a oito anos de infecção. Os sinais clínicos mais comuns incluem a presença de massas tumorais em órgãos como o coração, fígado, útero e rins. Alguns desses tumores podem ser palpáveis, como os localizados no útero e rins, enquanto outros, em órgãos como o coração e fígado, são detectados por exames ultrassonográficos (Piovesan, 2021). Os linfomas podem interferir no funcionamento dos órgãos afetados, resultando em sinais clínicos variados, como síndriome paraneoplásica, distúrbios respiratórios, perda de apetite, emagrecimento progressivo, diarreia e edemas em regiões de pescoço, face, abdômen e extremidades (Martins et al., 2021). Além disso, a presença de linfomas no sistema nervoso pode causar sinais neurológicos, como descoordenação motora e paralisia, convulsões e alterações dos reflexos, dependendo da localização e da gravidade da lesão (Barcelos et al., 2020). Nunes e Ferreira (2024), destacam que o linfoma em timo é uma das formas mais frequentes e graves da LEB, causando compressão das vias aéreas superiores e 23 resultando em dificuldade respiratória acentuada (Secco et al., 2022). Por outro lado, quando os linfomas se localizam no miocárdio, podem provocar distúrbios cardíacos, afetando ainda mais a saúde dos animais (Rezende et al., 2024). Os sinais clínicos variam significativamente, dependendo da localização e extensão dos tumores, o que dificulta o diagnóstico clínico sem o suporte de exames complementares, como ultrassonografia, biópsia e exames hematológicos, ressaltando a importância de uma Medicina veterinária de grande porte, mais focada em diagnósticos precisos, que utilizem de meios laboratoriais (Vieira et al., 2023). Vieira et al. (2023), também apontam que, além dos sinais clínicos associados ao desenvolvimento de tumores, que podem evoluir para alterações hematológicas significativas, como a linfocitose persistente (Ruggiero e Bartlett, 2019). Este ponto é particularmente relevante, já que os bovinos, mesmo em condições normais, apresentam uma proporção elevada de linfócitos em relação a outras células de defesa no sangue periférico. Por isso, é crucial distinguir entre a quantidade usual de linfócitos e uma linfocitose patológica, que pode indicar uma infecção pelo BLV (Guntzel e Griebeler, 2023). A linfocitose relacionada à LEB é caracterizada por um aumento anormal e persistente dos linfócitos, além de alterações qualitativas, como a presença de células atípicas. Esse aumento é um dos principais indicadores laboratoriais da infecção, mas sua interpretação isolada pode ser desafiadora, já que muitos animais infectados não apresentam sinais clínicos evidentes, dificultando o diagnóstico precoce e a adoção de medidas de controle (Lazzaretti, 2022). Rezende et al. (2024) relatam que os animais infectados também podem apresentar uma queda na produção de leite, uma vez que o organismo direciona energia e nutrientes para combater a proliferação das células tumorais, comprometendo o desempenho produtivo (Canova, 2021). Esse impacto na produção leiteira é muitas vezes um dos primeiros sinais percebidos pelos produtores, por dependerem diretamente deste meio, para sua sobrevivência e mantença de sua economia (Nascimento, 2020). A redução na eficiência produtiva e o aumento da mortalidade geram prejuízos significativos para a pecuária, ressaltando a importância de um diagnóstico precoce para mitigar esses efeitos, levando em consideração que as propriedades mais afetadas, são as de pequeno porte, devido a falta de acesso a veterinários e condições financeiras para realizar exames laboratoriais precisos como ELISA (Valler et al., 2024). 24 8 DIAGNÓSTICO O diagnóstico da LEB é um processo complexo, que requer a combinação de métodos clínicos, laboratoriais e epidemiológicos (Rezende et al., 2024). Uma vez que a maioria dos bovinos infectados pelo vírus permanecem assintomáticos durante grande parte da infecção, é essencial o uso de exames específicos para detectar a presença do vírus ou suas consequências no organismo (Canova, 2021). De acordo com Valler et al. (2024), os métodos mais comuns para o diagnóstico envolvem testes sorológicos que detectam anticorpos contra o BLV, sendo o teste ELISA indireto amplamente utilizado devido à sua alta sensibilidade e especificidade. Ele é frequentemente considerado o teste padrão-ouro para triagem, pois é eficaz na detecção de anticorpos mesmo em populações amplas (Guntzel e Griebeler, 2023). O teste de imunodifusão em gel de agar (IDGA) e o radioimunoensaio (RIA) podem contribuir com a idengtificação precoce da doença (Piovesan, 2021). Esses animais, quando detectados, devem ser isolados ou removidos do rebanho para evitar a propagação do vírus. Além disso, é importante ressaltar que a redução da reutilização de equipamentos contaminados e o manejo sanitário adequado são cruciais para minimizar a disseminação do vírus dentro de uma propriedade (Guntzel e Griebeler, 2023). O teste de ELISA INDIRETO é o principal meio de triagem em rebanhos, por sua rapidez e sensibilidade, gerando uma reação enzimática, permitindo a identificação de animais infectados que, muitas vezes, não apresentam sinais clínicos evidentes (Secco et al., 2022). Contudo, Guntzel e Griebeler (2023), alertam que, embora ostestes sorológicos sejam eficazes para detectar anticorpos contra o BLV, eles não diferenciam entre infecções recentes e crônicas. A diferenciação depende de qual imunoglobulina é detectada: a presença de IgM sugere infecção recente, enquanto a IgG indica uma infecção crônica ou uma resposta imunológica tardia (Nascimento, 2020). Sem essa distinção, o acompanhamento da evolução da doença pode ser limitado. Além disso, alguns animais podem apresentar resultados negativos em estágios iniciais da infecção devido à janela imunológica, período em que o sistema imunológico ainda não produziu anticorpos detectáveis (Martins et al., 2021). 25 Outro método importante é a detecção direta do material genético do vírus por meio de técnicas de biologia molecular, como a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), conforme destacado por Nunes e Ferreira (2024). Essa técnica permite identificar a presença do DNA viral em amostras de sangue, tecido ou secreções corporais, sendo útil tanto para confirmar infecções quanto para realizar o monitoramento da disseminação do VLB em rebanhos (Barcelos et al., 2020). A PCR é especialmente valiosa em casos em que os resultados sorológicos são inconclusivos ou quando há suspeita de animais portadores assintomáticos, uma vez que detecta diretamente o material genético viral, independentemente da resposta imunológica (Vieira et al., 2023). Vieira et al. (2023), afirmam que nos estágios mais avançados da LEB, o diagnóstico clínico pode ser realizado com base na presença de massas tumorais palpáveis ou detectáveis por exames de imagem, como ultrassonografia ou radiografia. Esses métodos auxiliam na identificação de linfomas nos órgãos internos, especialmente em casos em que existam sinais clínicos associados, como perda de peso, dificuldades respiratórias ou distúrbios neurológicos (Martins et al., 2021). Contudo, o diagnóstico clínico tardio muitas vezes ocorre quando a doença já comprometeu significativamente a saúde do animal, dificultando o tratamento e aumentando a mortalidade (Barcelos et al., 2020). Rezende et al. (2024), reforçam a importância do diagnóstico precoce para o manejo adequado da LEB, uma vez que a identificação de animais infectados em estágios iniciais permite a implementação de medidas de controle mais eficazes. Além disso, os autores ressaltam que programas de triagem periódica, baseados em testes sorológicos e moleculares, são essenciais para a detecção de novos casos e a prevenção da disseminação do BLV no rebanho. A integração desses métodos de diagnóstico, aliada a práticas de biossegurança, é fundamental para reduzir o impacto da LEB na produção pecuária e mitigar prejuízos econômicos (Valler et al., 2024). 9 PROGNÓSTICO O prognóstico da Leucose varia consideravelmente de acordo com o estágio da infecção e a presença de sinais clínicos. A maioria dos animais infectados pelo vírus permanece assintomática durante grande parte de suas vidas, e esses indivíduos 26 podem continuar a desempenhar funções produtivas no rebanho sem apresentar sinais visíveis de doença (Piovesan, 2021). Segundo Valler et al. (2024), em casos em que os linfomas se desenvolvem, o prognóstico torna-se reservado, com a progressão da doença levando à deterioração rápida da saúde do animal levando à morte. Guntzel e Griebeler (2023), afirmam que a maioria dos bovinos infectados pelo VLB pode sobreviver por muitos anos sem apresentar sinais clínicos evidentes. Contudo, em aproximadamente 5% dos casos, a doença evolui para estágios clínicos graves, como o desenvolvimento de linfomas. Nesses casos, a sobrevida dos animais é bastante reduzida, uma vez que os tumores podem afetar órgãos vitais, como o coração, fígado e rins, comprometendo funções essenciais do corpo (Rezende et al., 2024). Quando a doença atinge esse estágio, os animais geralmente apresentam perda de peso acentuada, queda na produção de leite e sinais de falência orgânica, o que culmina na necessidade de eutanásia para evitar sofrimento prolongado (Barcelos et al., 2020). Nunes e Ferreira (2024), apontam que o diagnóstico precoce é fundamental para melhorar o prognóstico, pois permite o manejo adequado dos animais infectados e a implementação de medidas de controle no rebanho (Secco et al., 2022). No entanto, a natureza assintomática em grande parte dos casos limita a detecção precoce da doença (Canova, 2021). Quando os sinais clínicos de linfoma surgem, a doença já está em estágio avançado, o que reduz significativamente as chances de recuperação ou de controle eficaz. Animais em estágio avançado não respondem a tratamentos convencionais e acabam sendo removidos do rebanho (Lazzaretti, 2022). Vieira et al. (2023), ressaltam que o impacto econômico da LEB, tanto em termos de produção quanto em custos com manejo, é um fator relevante a ser considerado no prognóstico da doença. Bovinos infectados podem apresentar quedas expressivas na produção leiteira e menor ganho de peso, o que compromete a viabilidade econômica de mantê-los no rebanho, mesmo que permaneçam assintomáticos (Valler et al., 2024). Em casos em que a doença se manifesta clinicamente, os custos associados ao tratamento paliativo e à substituição dos animais afetados são altos, reforçando a importância do controle preventivo da LEB para minimizar esses prejuízos (Martins et al., 2021). 27 Rezende et al. (2024), destacam que apesar de não existir um tratamento eficaz, a implementação de medidas de biossegurança e o monitoramento contínuo dos animais infectados podem ajudar a retardar a progressão da doença e a reduzir sua disseminação no rebanho. Para animais que não desenvolvem sinais clínicos graves, o prognóstico pode ser relativamente positivo, permitindo que continuem a desempenhar funções produtivas (Vieira et al., 2023) 10 TRATAMENTO E PREVENÇÃO O tratamento permanece sendo um desafio, visto que não há cura disponível para a doença (Canova, 2021). Segundo Valler et al. (2024), a infecção pelo víruspossui curso crônico e persistente, com a maioria dos animais permanecendo como portadores assintomáticos durante grande parte da vida. Nos casos em que a doença evolui para a forma clínica, com o desenvolvimento de linfomas, não há tratamentos eficazes que possam reverter o quadro, e a remoção dos animais afetados do rebanho é a medida mais indicada para evitar maiores complicações (Nascimento, 2020). Conforme apontado por Guntzel e Griebeler (2023), a falta de uma vacina eficaz para prevenir a infecção agrava o desafio de controlar a disseminação da LEB. Estudos indicam que estão em andamento pesquisas para o desenvolvimento de vacinas e terapias antivirais, mas, até o momento, as estratégias de manejo profilático são as principais formas de prevenção (Martins et al., 2021). O foco principal recai sobre a implementação de práticas rigorosas de biossegurança, incluindo o uso de agulhas descartáveis, a esterilização adequada de equipamentos veterinários e a segregação de animais infectados, especialmente em sistemas de produção intensiva (Rezende et al., 2024). Nunes e Ferreira (2024), destacam que a prevenção exige a aplicação de programas contínuos de monitoramento e triagem de rebanhos para a detecção de animais infectados. Vieira et al. (2023), mencionaram que, em sistemas de produção intensiva, onde o contato entre os animais é constante, medidas adicionais de 28 prevenção, como a segregação de rebanhos positivos e negativos, podem ser necessárias para controlar a disseminação. Os autores supracitados também sugerem que a adoção de práticas como o controle de vetores mecânicos, como moscas e carrapatos, pode ajudar a reduzir o risco de transmissão indireta, uma vez que esses insetos podem atuar como transportadores passivos do vírus. Embora essa forma de transmissão seja menos frequente, ela podecontribuir para a manutenção da infecção em áreas endêmicas (Barcelos et al., 2020). Rezende et al. (2024), reforçam a importância de um manejo cuidadoso das práticas de ordenha e inseminação artificial, que são vias potenciais de transmissão do BLV, caso os equipamentos utilizados não sejam devidamente. Além disso, programas de educação e conscientização para os produtores sobre os riscos associados à LEB e as melhores práticas de biossegurança são essenciais para o sucesso das medidas de prevenção (Nascimento, 2020). O treinamento dos trabalhadores rurais em técnicas adequadas de manejo pode contribuir significativamente para a redução da disseminação do vírus (Martins et al., 2021). 11 IMPACTOS NA PECUÁRIA A Leucose tem impactos expressivos na pecuária, afetando diretamente a produtividade e gerando prejuízos econômicos significativos. A infecção pelo Vírus da Leucose Bovina (BLV) compromete o desempenho dos rebanhos, tanto em termos de produção de leite quanto de carne, e traz consequências adicionais relacionadas ao manejo sanitário e à comercialização dos animais. De acordo com Valler et al. (2024), a LEB pode reduzir a eficiência produtiva dos bovinos, principalmente devido à queda na produção leiteira, que é uma das primeiras manifestações percebidas nos animais infectados, mesmo antes do surgimento dos sinais clínicos mais graves, como os linfomas. Além da redução na produção de leite, Guntzel e Griebeler (2023), destacaram que a LEB também afeta negativamente o crescimento dos animais, uma vez que a infecção interfere no metabolismo e na utilização de nutrientes, resultando em menor ganho de peso. Essa situação é particularmente prejudicial em rebanhos destinados à produção de carne, onde o peso dos animais é um fator crucial para a viabilidade econômica. A queda na produtividade dos rebanhos, aliada ao aumento da 29 mortalidade de animais infectados em estágios avançados da doença, gera um impacto direto nos lucros dos produtores. Nunes e Ferreira (2024), apontam que os custos relacionados ao manejo da LEB são elevados, pois exigem a implementação de medidas de controle e prevenção contínuas, como a triagem regular dos animais e a separação dos infectados. Além disso, a remoção dos bovinos que desenvolvem linfomas ou outros sinais clínicos graves, muitas vezes, se faz necessária, o que implica na reposição de animais, gerando mais despesas. Os autores ainda destacam que, em muitos casos, os produtores enfrentam restrições comerciais, uma vez que países com menor prevalência de LEB podem impor barreiras à importação de produtos de origem bovina de regiões endêmicas, impactando diretamente o comércio internacional. Outro aspecto relevante mencionado por Vieira et al. (2023), é o aumento dos custos com cuidados veterinários e testes diagnósticos para monitoramento do BLV no rebanho. Como não há tratamento para a LEB, os recursos financeiros investidos na prevenção e no manejo de surtos podem ser significativos, especialmente em grandes rebanhos. Além disso, a queda na longevidade produtiva dos animais infectados aumenta a taxa de renovação do rebanho, elevando os custos de produção e diminuindo a rentabilidade da atividade pecuária. Rezende et al. (2024), ressaltaram que os impactos da LEB também se refletem na qualidade dos produtos de origem animal. A infecção pelo BLV, especialmente em rebanhos leiteiros, pode comprometer a qualidade do leite produzido, tanto em termos de volume quanto de composição nutricional. Essa deterioração na qualidade pode levar à perda de competitividade no mercado e à necessidade de descartar produtos de baixa qualidade, ampliando os prejuízos econômicos. Em rebanhos de corte, a presença de linfomas em carcaças bovinas pode inviabilizar a comercialização da carne, resultando em perdas financeiras adicionais. 12 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA, IMPACTOS E PERSPECTIVAS NO CONTROLE DA LEUCOSE ENZOÓTICA BOVINA (LEB) As medidas de biossegurança são fundamentais para a prevenção e controle da LEB, particularmente em sistemas de produção intensiva, onde o contato próximo entre animais facilita a disseminação do BLV (Piovesan, 2021). Segundo Valler et al. 30 (2024), a biossegurança abrange práticas como a higienização de equipamentos, uso de materiais descartáveis e controle do fluxo de animais nas propriedades. A esterilização adequada de agulhas e instrumentos veterinários é essencial, conforme destacam Guntzel e Griebeler (2023), uma vez que a reutilização desses materiais é uma das principais vias de transmissão horizontal do vírus. O controle no manuseio de equipamentos de ordenha é igualmente crucial. Nunes e Ferreira (2024) observam que esses equipamentos podem funcionar como vetores mecânicos do BLV, contaminando outros animais durante o processo de ordenha. Além disso, o isolamento de animais infectados é recomendado por Vieira et al. (2023) para evitar a disseminação do vírus no rebanho. A triagem regular e a segregação de animais são medidas eficazes para manter a sanidade dos rebanhos e reduzir surtos de LEB. Programas educativos também são relevantes para o sucesso das medidas preventivas. Rezende et al. (2024) enfatizam a importância de treinar trabalhadores rurais e produtores em boas práticas de biossegurança. O treinamento contínuo garante que essas práticas sejam aplicadas corretamente, minimizando o risco de disseminação do BLV e contribuindo para o controle eficaz da LEB. A redução na produtividade dos rebanhos e o aumento dos custos de manejo são algumas das consequências mais visíveis da infecção pelo BLV (Barcelos et al., 2020). Valler et al. (2024) destacam que a queda na produção de leite e carne compromete a eficiência produtiva, enquanto os custos com triagens, tratamentos e reposição de animais infectados afetam diretamente a lucratividade dos produtores. Os custos adicionais relacionados às medidas de controle são especialmente desafiadores para pequenos e médios produtores, que podem ter dificuldades em sustentar práticas preventivas e manter a competitividade (Nunes e Ferreira, 2024). Além disso, barreiras comerciais podem ser impostas por países que restringem a importação de produtos de origem animal provenientes de áreas com alta prevalência de LEB (Guntzel e Griebeler, 2023). Essa realidade agrava ainda mais os desafios econômicos enfrentados pelos produtores em regiões afetadas. A LEB também afeta o bem-estar animal. Vieira et al. (2023) apontam que animais infectados podem sofrer com sinais clínicos debilitantes, como perda de peso e desenvolvimento de linfomas, o que compromete sua saúde e produtividade. O manejo adequado e a aplicação de medidas preventivas são fundamentais para 31 garantir o bem-estar dos animais e atender às exigências dos consumidores e mercados internacionais. As perspectivas futuras no controle da LEB estão diretamente ligadas ao avanço da pesquisa científica e ao desenvolvimento de novas tecnologias. A ausência de uma vacina eficaz continua sendo um dos maiores desafios na luta contra o BLV (Nascimento, 2020). Segundo Valler et al. (2024), o desenvolvimento de uma vacina eficiente seria um marco importante, proporcionando uma forma prática e sustentável de prevenir a disseminação do vírus, especialmente em rebanhos de grande escala. A evolução das técnicas de diagnóstico precoce é outra frente promissora. Guntzel e Griebeler (2023) observam que o uso de biologia molecular, como a PCR, tem melhorado a capacidade de identificar o BLV em animais assintomáticos. No futuro, espera-se que essas tecnologias se tornem mais acessíveis e rápidas, facilitando o monitoramento de rebanhos e permitindo respostas ágeis a surtos de infecção. Além do diagnóstico, pesquisas em terapias antivirais estão em fase experimental. Nunes e Ferreira (2024) sugerem que esses tratamentos podem ajudara reduzir a carga viral e prolongar a vida produtiva dos animais, enquanto uma vacina eficaz não é desenvolvida. A adoção de políticas públicas e programas de controle nacionais e internacionais é fundamental para enfrentar a LEB de maneira abrangente (Vieira et al., 2023). Por fim, a colaboração internacional e o uso de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e análise de big data, têm o potencial de transformar o combate à LEB (Rezende et al., 2024). Essas ferramentas podem prever surtos, melhorar o monitoramento em tempo real e otimizar a aplicação de práticas de biossegurança, garantindo maior eficiência no controle da doença. 13 CONSIDERAÇÕES FINAIS O objetivo deste estudo foi explorar os aspectos epidemiológicos, a patogênese, as estratégias de controle e tratamento, além dos impactos econômicos e de bem-estar animal associados à Leucose Enzoótica Bovina (LEB). A análise 32 evidenciou que epidemiologicamente a doença [e considerada altamente prevalente em regiões com produção intensiva, onde o manejo inadequado e a proximidade constante entre os animais facilita a disseminação. A ausência de tratamentoo ouvacina eficaz limita o controle da doença, reforçando a necessidade de medidas preventivas e biossegurança rigorosa para proteger não apenas a produtividade, mas também o bem-estar dos animais. O diagnóstico precoce por meio de testes sorológicos e moleculares é essencial para identificar animais infectados e implementar ações corretivas. No entanto, a subnotificação e a falta de programas de controle consistentes dificultam a contenção da doença, permitindo que muitos animais infectados permaneçam sem tratamento ou manejo adequado. Isso impacta diretamente o bem-estar dos bovinos, já que, em estágios avançados, a doença pode provocar sinais clínicos como perda de peso, distúrbios respiratórios e o desenvolvimento de linfomas em órgãos vitais, causando sofrimento prolongado. A necessidade de eutanásia em casos graves também representa uma decisão dolorosa, mas muitas vezes inevitável, para evitar maior sofrimento animal. O bem-estar dos animais é comprometido não apenas pela manifestação clínica da LEB, mas também pelas práticas de manejo inadequadas que aumentam o estresse dos rebanhos e auxiliam na diminuição da imunidade, tendo em vista como um aporta de entrada para infecções secundarias. A utilização de equipamentos não esterilizados e a falta de segregação entre animais infectados e saudáveis são exemplos de práticas que intensificam a transmissão do BLV e elevam o risco de complicações de saúde, a baixa fiscalização e transportes ilegais sem emissão de guias de transportes (GTA), auxiliam na propagação e disseminação de doenças, levando em consideração, onde a maior parte desses animais ilegais, não possuem o tratamento ideal, e muito menos o mínimo de conforto e bem-estar necessário. As consequências econômicas da LEB também afetam o bem-estar dos rebanhos. Em propriedades com recursos limitados, os animais infectados podem não receber o cuidado necessário devido aos altos custos de manejo e controle, comprometendo ainda mais sua saúde e qualidade de vida. Em contrapartida, fazendas com maior capacidade financeira conseguem investir em biossegurança e monitoramento, oferecendo um ambiente mais seguro para os animais. Essa disparidade reforça a importância de políticas públicas que incentivem pequenos e 33 médios produtores a adotar práticas de controle eficazes, garantindo um padrão mínimo de cuidado e bem-estar para todos os rebanhos. Garantir o bem-estar animal não é apenas uma questão ética, mas também estratégica para a sustentabilidade da pecuária. Animais saudáveis e bem cuidados, são mais produtivos, reduzem perdas econômica, por serem mais resistentes a doenças, ocasionadas por baixa imunitária ou relacionadas a questões sanitárias, evitando a necessidade de medidas extremas, como eutanásia. Assim, enquanto o desenvolvimento de novas tecnologias e vacinas ainda está em andamento, a combinação de medidas preventivas, manejo consciente e políticas públicas eficazes é o caminho mais viável para enfrentar a LEB e garantir um futuro mais saudável e sustentável para os rebanhos. 34 REFERÊNCIAS AGOTTANI, J. V. B.; OLIVEIRA, K. B.; FAYZANO, L.; WARTH, J. F. G. Leucose Enzoótica Bovina: Diagnóstico, Prevenção e Controle. 2019. BARCELOS, L. D. S. et al. Prevalência de leucose enzoótica bovina, diarreia viral bovina e paratuberculose bovina em amostras de soro analisadas no laboratório de virologia e imunologia. In: XXIX Congresso de Iniciação Científica. Anais. Pelotas: Universidade Federal de Pelotas, 2020. Disponível em: https://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2020/CA_02673.pdf. Acesso em: 04 set. 2024. CANOVA, Raíssa. Investigação do caráter zoonótico do vírus da leucose bovina. 2021. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/222839. Acesso em: 01 out. 2024. DOURADO, Simone; RIBEIRO, Ednaldo. Metodologia qualitativa e quantitativa. Editora chefe Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira Editora executiva Natalia Oliveira Assistente editorial, p. 12, 2023. GUNTZEL, Maria Eduarda; GRIEBELER, Neide Maria. Leucose enzoótica bovina (LEB)–revisão bibliográfica. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, v. 6, n. 13, p. 745-752, 2023. Disponível em: http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/579. Acesso em: 04 set. 2024 LAZZARETTI, Stefanie. Leucose enzoótica bovina: revisão de literatura. 2022. Disponível em: https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/5575. Acesso em: 04 set. 2024. MARSIAJ, P. A. P. Prevalência e fatores de risco da infecção pelo vírus da leucemia bovina no Distrito Federal, Brasil. 2019. MARTINS, Matheus Pantoja et al. Estudo retrospectivo da soroprevalência da leucose enzoótica em bovinos de corte destinados à exportação. 2021. Disponível em: https://bdta.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/2023. Acesso em: 04 set. 2024. NASCIMENTO, Caliandra Bona. Leucose Enzoótica Bovina em Currareiros Pé- Duro: ocorrência e sequenciamento do gene ENV. 2020. Disponível em: http://repositorio.ufpi.br:8080/handle/123456789/2146. Acesso em: 01 out. 2024. NUNES, Polyana Cristina Fogaca; FERREIRA, Bruna Lapenna Sanches. Leucose Enzoótica Bovina: Revisão de Literatura. Veterinaria e Zootecnia, v. 31, p. 35-37, 2024. Disponível em: https://go.gale.com/ps/i.do?id=GALE%7CA783308397&sid=googleScholar&v=2.1&it =r&linkaccess=abs&issn=01025716&p=IFME&sw=w. Acesso em: 01 out. 2024. PIOVESAN, Matheus. Prevalência de anticorpos contra o vírus da leucose enzoótica bovina, paratuberculose e antígenos do vírus da diarreia viral bovina em bovinos vivos destinados à exportação no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. 2021. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/229738. Acesso em: 01 out. 2024. https://cti.ufpel.edu.br/siepe/arquivos/2020/CA_02673.pdf https://lume.ufrgs.br/handle/10183/222839 http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/579 https://rd.uffs.edu.br/handle/prefix/5575 https://bdta.ufra.edu.br/jspui/handle/123456789/2023 http://repositorio.ufpi.br:8080/handle/123456789/2146 https://go.gale.com/ps/i.do?id=GALE%7CA783308397&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=01025716&p=IFME&sw=w https://go.gale.com/ps/i.do?id=GALE%7CA783308397&sid=googleScholar&v=2.1&it=r&linkaccess=abs&issn=01025716&p=IFME&sw=w https://lume.ufrgs.br/handle/10183/229738 35 REZENDE, Ellen Cristiane Cabral et al. Fatores de riscos e medidas profiláticas para Leucose Enzoótica Bovina (LEB): revisão de literatura. Contribuciones a las Ciencias Sociales, v. 17, n. 9, p. e10514-e10514, 2024. Disponível em: https://ojs.revistacontribuciones.com/ojs/index.php/clcs/article/view/10514. Acesso em: 01 out. 2024. RUGGIERO, V. J.; BARTLETT, P. C. Control of bovine leukemia virus in three US dairy herds by culling ELISA-positive cows. Veterinary Medicine International,v. 22, p. 1-6, 2019. SECCO, Rodrigo et al. Proteinograma sérico de bovinos infectados naturalmente com Leucose Enzoótica Bovina. Anais da Mostra de Iniciação Científica do Instituto Federal Catarinense Campus Concórdia, ISSN 2317-8671, v. 12, n. 1, p. 80-80, 2022. Disponível em: https://publicacoes.ifc.edu.br/index.php/mic/article/view/2972. Acesso em: 01 out. 2024. VALLER, Laysa et al. Leucose Enzoótica Bovina (LEB) no Brasil: uma revisão bibliográfica. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, v. 7, n. 15, p. e151379- e151379, 2024. Disponível em: http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/1379. Acesso em: 01 out. 2024. VIEIRA, Henrique Passos Peçanha et al. Perfil epidemiológico da Leucose Enzoótica Bovina em um sistema intensivo de produção de leite. 2023. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/73402. Acesso em: 01 out. 2024. https://ojs.revistacontribuciones.com/ojs/index.php/clcs/article/view/10514 https://publicacoes.ifc.edu.br/index.php/mic/article/view/2972 http://revistajrg.com/index.php/jrg/article/view/1379 https://repositorio.ufmg.br/handle/1843/73402