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Prévia do material em texto

ACESSE AQUI ESTE 
MATERIAL DIGITAL!
ANDRÉIA ZANLUCA 
GISELE DE CÁSSIA GALVÃO RUARO 
JULIANA MARIA LAZZARINI 
VERA LÚCIA HOFFMANN PIERITZ
ORGANIZADOR
FRANCISLAINE CAETANO GARDIANO BODELON
INSTRUMENTOS 
E PROCESSO DE 
TRABALHO DO 
SERVIÇO SOCIAL
Coordenador(a) de Conteúdo 
Joelma Crista Sandri Bonetti
Projeto Gráfico e Capa
Arthur Cantareli Silva
Editoração
Alexandre Donzelli
Design Educacional
Lúcio Carlos Ferrarese
Revisão Textual
Salen Nascimento Silva
Ilustração
André Azevedo
Fotos
Shutterstock e Envato
Impresso por: 
Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.
Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Núcleo de Educação a Distância. ZANLUCA, Andréia; RUARO, 
Gisele de Cássia Galvão; LAZZARINI, Juliana Maria; PIERITZ, Vera Lúcia 
Hoffmann; 
Instrumentos e Processo de Trabalho do Serviço Social/ Andréia 
Zanluca; Gisele de Cássia Galvão Ruaro; Juliana Maria Lazzarini; Vera Lúcia 
Hoffmann Pieritz; organizador: Francislaine Caetano Gardiano Bodelon. - 
Florianópolis, SC: Arqué, 2024.
171 p.
ISBN papel 978-65-6137-685-3
ISBN digital 978-65-6137-683-9
1. Processo 2. Trabalho 3. Social 4. EaD. I. Título. 
CDD - 361.3
EXPEDIENTE
FICHA CATALOGRÁFICA
N964
03506897
https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/20897
RECURSOS DE IMERSÃO
Utilizado para temas, assuntos ou con-
ceitos avançados, levando ao aprofun-
damento do que está sendo trabalhado 
naquele momento do texto. 
APROFUNDANDO
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de filmes 
que se conectam com o 
tema do conteúdo.
INDICAÇÃO DE FILME
Uma dose extra de 
conhecimento é sempre 
bem-vinda. Aqui você 
terá indicações de livros 
que agregarão muito na 
sua vida profissional.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Utilizado para desmistificar pontos 
que possam gerar confusão sobre o 
tema. Após o texto trazer a explicação, 
essa interlocução pode trazer pontos 
adicionais que contribuam para que 
o estudante não fique com dúvidas 
sobre o tema. 
ZOOM NO CONHECIMENTO
Este item corresponde a uma proposta 
de reflexão que pode ser apresentada por 
meio de uma frase, um trecho breve ou 
uma pergunta. 
PENSANDO JUNTOS
Utilizado para aprofundar o 
conhecimento em conteúdos 
relevantes utilizando uma lingua-
gem audiovisual.
EM FOCO
Utilizado para agregar um con-
teúdo externo.
EU INDICO
Professores especialistas e con-
vidados, ampliando as discus-
sões sobre os temas por meio de 
fantásticos podcasts.
PLAY NO CONHECIMENTO
PRODUTOS AUDIOVISUAIS
Os elementos abaixo possuem recursos 
audiovisuais. Recursos de mídia dispo-
níveis no conteúdo digital do ambiente 
virtual de aprendizagem.
4
115U N I D A D E 3
O MANEJO DO INSTRUMENTAL TÉCNICO-OPERATIVO DO ASSISTENTE SOCIAL 116
O ESTUDO SOCIOECONÔMICO 136
CARACTERÍSTICAS INSTRUMENTAIS DA AÇÃO PROFISSIONAL 
 DO ASSISTENTE SOCIAL 154
7U N I D A D E 1
O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL 
 E A LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL) 8
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL 28
A AÇÃO PROFISSIONAL E O PROCESSO INTERVENTIVO 
DO ASSISTENTE SOCIAL NO COTIDIANO 44
61U N I D A D E 2
RACIONALIDADE INSTRUMENTAL E TÉCNICA 62
DESAFIOS DA PROFISSÃO NA APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS 80
A APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS E TÉCNICAS 
NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL 96
5
SUMÁRIO
UNIDADE 1
MINHAS METAS
O PROCESSO DE TRABALHO DO 
ASSISTENTE SOCIAL E A LOAS 
(LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA 
SOCIAL)
Compreender algumas estratégias e instrumentos técnicos operativos que o assistente 
social utiliza cotidianamente em sua atuação.
Conhecer as leis e diretrizes do foco de atuação do assistente social.
Identificar possibilidades de práticas operativas da profissão.
Refletir sobre a atuação do assistente social.
Identificar a diversidade dos espaços de atuação do assistente social.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1
8
INICIE SUA JORNADA
Olá, estudante! Neste tema de aprendizagem, nosso objetivo é conhecer mais 
sobre a atuação do assistente social. Por isso, é importante resgatarmos a história 
da profissão para compreendermos como foram se desenhando e se construindo 
as formas de atuação nesse campo profissional, evidenciando os avanços obtidos, 
bem como alguns resquícios das primeiras intervenções, ou as chamadas ações 
sociais, no âmbito da caridade e filantropia, que estão na gênese da profissão.
Mas por que retornar ao contexto histórico da origem da profissão? Por que 
através da compreensão do passado, podemos analisar o presente e nos apropriar 
da história para vislumbrar as evoluções pelas quais o serviço social passou, no 
contexto prático, profissional, acadêmico e teórico.
Cabe salientar que, hoje, muitas vezes, é necessário reafirmar o caráter da profissão 
na prática profissional, que mesmo por anos estando ligada às ações de caridade, 
passa a assumir, a partir de sua inserção na divisão social e técnica do trabalho, 
sua atuação na esfera do direito, desvinculando-se do favor e da benevolência, não 
mais tentando amenizar as situações de vulnerabilidade social, mas considerando 
as expressões da questão social, no sentido de transformar a realidade, bem como 
voltar o olhar para um contexto que permite compreender a importância do acesso 
às políticas públicas e da viabilização dos direitos que devem ser garantidos pelo 
Estado.
Entenderemos, assim, o que faz o assistente social e como o serviço social pode 
atuar nas diversas esferas: públicas, privadas e mistas, bem como quais legislações 
respaldam o fazer profissional e determinam as atribuições do assistente social.
Dessa forma, se você, estudante, busca se aprofundar no percurso histórico 
profissional e nos principais conceitos que balizam a profissão, mergulhe fundo 
nos estudos e aproveite para se preparar para a atuação profissional, unindo sem-
pre teoria e prática. Bons estudos!
UNIASSELVI
9
TEMA DE APRENDIZAGEM 1
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
SERVIÇO SOCIAL: DA CARIDADE À VIABILIZAÇÃO DE 
DIREITOS
O serviço social enquanto profissão tem sua trajetória voltada para ações de ca-
ridade e filantropia, com perspectiva assistencialista de favor e troca. Em meados 
da década de 1930, surge o processo de urbanização e industrialização, ficando o 
Estado com o papel regulador das questões sociais.
Preparamos um podcast para contar a você um dos grandes avanços obtidos na 
profissão do assistente social com a promulgação da LOAS (Lei Orgânica da Assis-
tência Social). Nesse podcast, falamos sobre a garantia de renda através do Bene-
fício de Prestação Continuada, uma conquista das pessoas idosas e das pessoas 
com deficiência!
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Este vídeo comemorativo resume os 80 anos de história do serviço social no Brasil. 
Foi produzido pela Editora Cortez e traz grandes nomes de teóricos da profissão.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=qExDNXsdy2A.
Para complementar os estudos, leia o artigo: “80 anos do serviço social 
no Brasil: marcos históricos balizados nos códigos de ética da profissão”, 
dos autores Edistia Maria Abath Pereira de Oliveira e Helena Lúcia Augusto 
Chaves, que contam a história da profissão caminhando pela construção dos 
Códigos de Ética Profissionais. Disponível em: https://www.scielo.br/j/sssoc/
aGhVdbyXB4rmF4qgcbQzhKxF/?format=pdf
1
1
https://www.youtube.com/watch?v=qExDNXsdy2A
https://www.scielo.br/j/sssoc/a/GhVdbyXB4rmF4qgcbQzhKxF/?format=pdf
https://www.scielo.br/j/sssoc/a/GhVdbyXB4rmF4qgcbQzhKxF/?format=pdf
O Estado, porém, atuava com ações emergenciais que atendiam a populaçãoTécnico-Operativa no Trabalho do Assistente So-
cial: ensaios críticos
Organizada pelas professoras Adriana Ramos e Francine Hel-
freich Coutinho dos Santos, a obra é uma coletânea de textos 
de diversos autores, que apontam reflexões necessárias para 
o aprofundamento da dimensão técnico-operativa. O livro traz 
uma análise contemporânea sobre essa dimensão técnico-
-operativa, após a intenção de ruptura com o conservadorismo, 
e lhe ajudará na apropriação dos conceitos e pensar a prática 
profissional, vinculada ao contexto teórico.
INDICAÇÃO DE LIVRO
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que permeia a atuação profissional do assistente social? Ou qual é a real intenção 
de sua ação profissional?
Os profissionais do serviço social, através da prática profissional, combatem todas 
as formas de violação de direitos, discriminação e subalternidade. Além disso, 
buscam uma sociedade justa que consolide os direitos sociais (LOPES, 2007).
5
1
O serviço social tem por finalidade primária orientar as obras sociais e des-
nudar à sociedade os seus problemas, interessando-a neles, a fim de que, com 
maiores recursos, possamos enfrentá-los. Visa também despertar a consciên-
cia de classe dos trabalhadores, a consciência de classe dos trabalhadores 
sociais, estabelecer contato entre eles, a fim de formar e criar um bloco cuja 
ação se caracterize pela unidade, pela visão. Ainda na atuação profissional 
do assistente social, pode-se diferenciar intencionalidade de resultado, mas 
não se pode separá-los (BAPTISTA, 2009).
Nesse sentido:
 “ Uma das questões fulcrais nas práticas do serviço social é a inten-
cionalidade do ato. Isto é, a consciência refletida da nossa ação que 
deve antecipar sempre, em reflexão, ainda mais quando implica a 
aplicação, sem mediação, de técnicas ou perspectivas teórico-empí-
ricas, cujo modelo ou modelos estão desenhados apenas ‘no papel’, 
ou na ilusória perspectiva salvífica que sempre podem encerrar 
(SILVA, 2008, p. 1).
Podemos expor, assim, que a intencionalidade do agir profissional do assistente 
social se processa no ato, na ação interventiva da prática profissional. Netto (2001, 
p. 116) complementa, afirmando que: “a moldura da intervenção é, basicamente, 
ético-moral, em duas direções: na do ator da intervenção (que deve restaurar a 
ordem perdida) e na do processo sobre que age (que deve ser recolocado numa 
ordem melhor)”. Sendo assim, “[...] a intervenção tem por objetivo um padrão 
de integração que joga com a efetiva dinâmica vigente e se propõe explorar as 
O que tem por trás da prática profissional, como tal? E qual a consciência ético-
-moral que norteia o projeto ético-político da ação profissional no serviço social? 
Segundo Netto (2001, p. 116), “no plano da intencionalidade do serviço social, o seu 
projeto de intervenção, que é medularmente reformista, mostra-se abertamente 
condicionado pela perspectiva em que se põe o desenvolvimento capitalista”.
PENSANDO JUNTOS
UNIASSELVI
5
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 3
alternativas nelas contidas – a ordem capitalista é tomada como invulnerável, 
sem o apelo a parâmetros pretéritos” (NETTO, 2001, p. 116). Todo esse processo 
de trabalho é norteado sempre pela sua instrumentalidade teórico-metodológica, 
técnico-operativa e ético-política.
A instrumentalidade é a capacidade profissional que se adquire conforme se 
concretizam os objetivos da ação profissional (GUERRA, 2000). A autora, ainda, 
salienta que é possível dizer que a instrumentalidade do serviço social “[...] possi-
bilita que os profissionais objetivem sua intencionalidade em respostas profissio-
nais”, uma vez que é por meio da instrumentalidade “[...] que os assistentes sociais 
modificam, transformam aquelas condições objetivas e subjetivas e as relações 
interpessoais e sociais existentes num determinado nível da realidade social: no 
nível do cotidiano” (GUERRA, 2000, p. 2).
Portanto, o serviço social é “concebido e edificado historicamente, no palco de 
contradições sociais; o serviço social hoje é demarcado por essa intencionalidade 
profissional clara, amadurecida pelas lutas e conquistas no campo dos direitos, 
tantas vezes reconhecidos, mas nem sempre constituídos” (LOPES, 2007, on-line).
É através de uma intencionalidade profissional qualificada, desprovida de 
preconceitos, baseada nos princípios éticos fundamentais e em favor da justiça 
social que se baliza a sociabilidade defendida no exercício profissional. Isso 
incumbe alguns desafios (LOPES, 2007):
FORTALECIMENTO
Fortalecer o trabalho profissional e as entidades organizativas, ocupando esses espa-
ços e se apropriando das discussões que permeiam o exercício profissional.
QUALIDADE
Prezar pela qualidade da formação profissional e da educação continuada, de modo 
que possamos compreender que o trabalho profissional nos exige atualização cons-
tante para ofertar qualidade nos serviços prestados.
5
4
NOVOS DESAFIOS
Quando começamos este tema de aprendizagem, falamos sobre algumas categorias 
que circundam o exercício profissional. Adentramos, especialmente, aos conceitos 
da consciência, em suas variadas designações, principalmente na língua portuguesa, 
bem como buscamos compreender os conceitos relativos à intencionalidade.
Avançando os estudos, compreendemos que a consciência remete às nossas 
ações e à nossa análise das ações do outro, em que temos ciência daquilo que está 
sendo feito e escolhemos por aquilo. Isso porque a consciência tem ligações éticas 
e morais, que nos permitirão discernir entre o bom e o mau, o certo e o errado.
No aspecto da intencionalidade, a consciência se transparece, pois a intenção 
está diretamente ligada à causa expressa a um objeto. Ou seja, nos traz a reflexão 
do porquê e para quê algo é realizado daquela forma, bem como o que se pretende 
atingir – quais resultados.
Essas categorias nos levam à instrumentalidade da profissão, em que nossa 
capacidade, adquirida através da prática profissional, permite-nos concretizar os 
objetivos das ações que propomos.
EMPENHO
O empenho se dá pela propriedade que o assistente social deve ter para falar sobre 
a profissão. Isso se atrela à conquista do respeito profissional e se soma à luta pelas 
adequadas condições de trabalho.
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
UNIASSELVI
5
5
1. “O modo pelo qual os homens produzem seus meios de vida depende, antes de tudo, da 
natureza dos meios de vida já encontrados e que têm de reproduzir. Não se deve considerar 
tal modo de produção de um único ponto de vista, a saber: a reprodução da existência física 
dos indivíduos. Trata-se, muito mais, de uma determinada forma de atividade dos indiví-
duos, determinada forma de manifestar sua vida, determinado modo de vida dos mesmos.”
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. Trad. José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: 
Hucitec, 1993. p. 27.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - I. Através do trabalho, ocorre uma dupla transformação: a da natureza, pela ação humana, 
e a do próprio homem.
PORQUE
II - Ele é o único ser da natureza que é capaz de imaginar o resultado de uma ação, e essa 
capacidade leva-o a decidir por alternativas, de modo a proporcionar a concretização 
da sua intenção.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
2. “Ao mesmo tempo, para além das dimensões objetivas que conferem materialidade ao 
fazer profissional, é preciso considerar também, e de forma nem sempre convergente, omodo pelo qual o profissional incorpora na sua consciência o significado do seu trabalho, 
as representações que faz da profissão, a intencionalidade de suas ações, as justificativas 
que elabora para legitimar sua atividade – que orientam a direção social do exercício 
profissional.”
RAICHELIS, R. Intervenção profissional do assistente social e as condições de trabalho no 
SUAS. Serviço Social & Sociedade, n. 104, 2010, p. 752.
Com base no enunciado, assinale a alternativa correta que corresponde as justificativas 
primordiais para legitimar a atividade profissional do trabalho do assistente social:
AUTOATIVIDADE
5
1
a) Justifica-se a atividade profissional através da apresentação do número do CRESS du-
rante o atendimento.
b) O assistente social foi legitimado através do processo de redemocratização do país.
c) A direção social do trabalho profissional só é observada na política de assistência social, 
portanto, é nessa política que os profissionais se legitimam.
d) O trabalho do assistente social justifica-se no emprego dos termos técnicos durante 
atendimento social.
e) Ter clareza do fazer e do porquê fazer, ter planejamento, intencionalidade, fazer uso de 
instrumentalidade e ampliar o olhar ao sujeito coletivo.
3. “Pode-se distinguir os homens dos animais pela consciência, pela religião ou por tudo que 
se queira. Mas eles próprios começam a se diferenciar dos animais tão logo começam a 
produzir seus meios de vida, passo este que é condicionado por sua organização corporal. 
Produzindo seus meios de vida, os homens produzem, indiretamente, sua própria vida 
material.”
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã. Trad. José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. São Paulo: 
Hucitec, 1993. p. 27.
Com base no excerto, assinale a alternativa correta, que representa uma categoria central 
na vida do homem e compõe essa distinção entre ser humano e outros seres na natureza:
a) Mediação.
b) Exploração.
c) Expropriação.
d) Subjetividade.
e) Trabalho.
AUTOATIVIDADE
5
1
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, M. V. A questão social como um desafio histórico do serviço social. São Paulo: Veras 
Editora, 2009.
CORRÊA, A. K. Fenomenologia: uma alternativa para pesquisa em enfermagem. Revista Latino-
-Americana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 5, n. 1, p. 83-88, jan. 1997. Disponível em: https://
www.scielo.br/j/rlae/a/y6x4qK4wvjdQFCh9fy8hKfx/?lang=pt. Acesso em: 11 dez. 2023.
FONTES, C. Conceitos. Navegando na Filosofia, Lisboa, [2010]. Disponível em: http://www.filorbis.
pt/filosofia/CONCEITos.htm. Acesso em: 11 dez. 2023.
GUERRA, Y. A instrumentalidade no trabalho do assistente social. UEL – Universidade Estadual 
de Londrina, Londrina, [2000]. Disponível em: https://www.uel.br/cesa/sersocial/pages/arqui-
vos/GUERRA%20Yolanda.%20A%20instrumentalidade%20no%20trabalho%20do%20assisten-
te%20social.pdf. Acesso em: 11 dez. 2023.
LOPES, M. Assistente social: 50 anos de regulamentação profissional no Brasil. Fome Zero, Brasí-
lia, 15 maio 2007. Disponível em: http://www.fomezero.gov.br/artigo/assistente-social-50-anos-
-de-regulamentacao-profissional-no-brasil-marcialopes. Acesso em: 11 mar. 2010.
MATTOS, M. S. S. K. de; SILVA, G. P. da; GAMA, R. F. da. O problema da consciência: por onde co-
meçar o estudo?. Revista Brasileira de Educação Médica, Brasília, v. 43, n. 1, p. 175–180, jan./mar. 
2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbem/a/FtHDcZpysc4F6yXKnmKRqMj/#. Acesso 
em: 11 dez. 2023.
NETTO, J. P. Capitalismo monopolista e serviço social. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2001.
OLIVEIRA, Anderson Rodrigo de. A consciência moral. Webartigos, [s. l.], 19 fev. 2009. Disponível 
em: https://www.webartigos.com/artigos/a-consciencia-moral/14626. Acesso em: 11 dez. 2023.
SANDOVAL, R. Investigação sobre a consciência. Nota Positiva.com, [s. l.], 19 jul. 2009. Disponível 
em: http://www.notapositiva.com/br/trbestsup/filosofia/filosmente/investigacao_sobre_cons-
ciencia.htm#vermais. Acesso em: 4 mar. 2010.
SCHAEFER, S. Intencionalidade e consciência na concepção filosófica em Sartre. Fragmentos de 
Cultura, Goiânia, v. 16, p. 65-92, 2006.
SCHOPENHAUER, A. O livre arbítrio. São Paulo: Brasileira, 1982.
SIEWERT, C. Consciência e intencionalidade. Lisboa: Piaget, 2006.
SILVA, L. M. R. da. Notas de reconstrução da história do serviço social na Região Sul I. Serviço 
Social & Sociedade, São Paulo, n. 95, 2008.
VIVIANI, A. E. A. A intencionalidade em Husserl e em Merleau-Ponty. ECA – Escola de Comuni-
cação e Artes, São Paulo, [2010]. Disponível em: http://www.eca.usp.br/nucleos/filocom/existo-
com/artigo3a.html. Acesso em: 2 mar. 2010.
5
8
1. Opção A. A alternativa a) é a correta, pois é através do trabalho que o homem se cria, se 
recria e produz os meios de subsistência, bem como é através da consciência de sua ação e 
sua criatividade que ele tem prévia ideação do que pretende fazer através da sua atividade.
2 Opção E. A alternativa correta é a letra e), pois o profissional precisa se apropriar dos funda-
mentos históricos, teóricos e metodológicos do fazer profissional para saber o porquê realiza 
determinadas ações profissionais. O planejamento permite definir estratégias, propor possi-
bilidades e vislumbrar os resultados esperados e as metas a serem atingidas. É importante 
que o profissional olhe sempre para o sujeito incluso em um contexto e não individualizado e 
culpabilizado pelas questões sociais que circundam sua vida cotidiana. Esses compromissos 
assumidos legitimam o fazer profissional. Está errada a alternativa a), pois a conclusão do 
curso de Serviço Social e o registro no CRESS ativo é o que torna o profissional intitulado de 
assistente social. Não é necessário apresentar o número durante um atendimento, existe a 
identificação profissional, que pode ser apresentada caso o usuário ou outrem solicite; não 
é apenas o número que legitima a profissão. Está errada a alternativa b), pois o assistente 
social se legitima no compromisso com a população usuária, não necessariamente nesse 
período específico, mas no cotidiano, através da intencionalidade de suas ações voltadas ao 
compromisso com a classe trabalhadora. Está errada a alternativa c), pois a direção social 
do fazer profissional pode ser visualizada em qualquer espaço sócio-ocupacional em que 
se atue; não é algo exclusivo da política de assistência social. Está errada a alternativa d), 
pois os termos técnicos devem estar presentes nos registros e documentos profissionais e, 
durante o atendimento, a linguagem deve ser de fácil compreensão e acesso para quem 
está recebendo a orientação.
3. Opção E. A alternativa correta é a letra e), pois a categoria trabalho assume centralidade 
na vida do homem, uma vez que, na sociedade capitalista, é pelo trabalho que se mantém 
a subsistência, e através do trabalho há a interação do homem com outros homens. Está 
errada a alternativa a), pois a mediação é uma categoria importante para o trabalho do 
assistente social, sendo inscrita no âmbito da dialética e da compreensão do ser social. 
Está errada a alternativa b), pois a exploração é uma forma de extrapolar e tirar proveito do 
outro, uma característica do modo de produção capitalista. Está errada a alternativa c), pois 
a expropriação é ligada ao ato de tirar alguém de sua propriedade, não sendo relacionada 
como categoria central na vida do homem. Está errada a alternativa d), pois a subjetividade, 
em conjunto com a objetividade, permeia a vida do homem e o constitui sua totalidade.
GABARITO
5
9
UNIDADE 2
MINHAS METAS
RACIONALIDADE INSTRUMENTAL 
E TÉCNICA
Compreender como se processa a competência relacional do assistente social no seu 
cotidiano profissional.
Aprender que o assistente social deve ter uma gama de habilidades e competências 
profissionais para, assim, desenvolver sua prática profissional com objetividade, eficácia e 
eficiência.
Compreender que a competência relacional é o eixo gerador de todo o processo de 
trabalho do assistente social.
Compreender as diversas concepções históricas da racionalizaçãoda prática da assistência 
social, ou seja, as diversas concepções referentes à prática profissional do assistente social.
Descobrir como se processa a racionalidade instrumental.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4
1
1
INICIE SUA JORNADA
Olá, estudante! Seja bem-vindo a este tema de aprendizagem que lhe levará para uma 
viagem na construção da ciência e do conhecimento científico, elementos importan-
tes para que você compreenda a racionalidade e a racionalidade instrumental.
Já parou para refletir que nossa simples atividade de pensar pode estar imersa 
nas nossas razões e nossas construção de homem e de mundo? E que isso, por 
sua vez, influencia nossas condutas e práticas do fazer profissional, bem como 
circunscrevem nossa vida cotidiana?
É importante conceituarmos essas questões e seus estudos originários para 
apreender de fato do que estamos falando. Para isso, sabendo que nosso fazer 
profissional deve ser sempre fundamentado, também conheceremos e diferen-
ciaremos o conhecimento científico do não científico.
Nesse aspecto, porém, entenderemos porque o serviço social se consolida e 
se apresenta enquanto ciência social aplicada e no espaço que as demais ciências 
ocupam no mundo acadêmico e prático.
Desejamos que você embarque nesta viagem ávido por conhecimento cien-
tífico e histórico! Bons estudos!
Estudante, para aprofundar seu conhecimento na temática deste tema de apren-
dizagem, ouça o podcast Latour e a Construção da Ciência, e conheça as etapas 
de construção da ciência defendidas pelo antropólogo francês. Recursos de mídia 
disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Nesta palestra, ministrada no Congresso Catarinense de Assistentes Sociais, em 
2016, a renomada professora Yolanda Guerra falou sobre a importância da reflexão 
e compreensão da vida cotidiana na totalidade, bem como sobre a interpretação 
da condição de vida, considerando passado, presente e futuro.
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de 
aprendizagem.
UNIASSELVI
1
1
TEMA DE APRENDIZAGEM 4
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
RACIONALIDADE INSTRUMENTAL E TÉCNICA
Para começo de conversa, você já parou para pensar no raciocínio e em re-
flexões empregadas no agir profissional? E o quanto nossa mente automatiza 
os processos, inclusive esse processo de trabalho, que envolve o refletir antes 
de intervir – exercício que, com o acúmulo de experiência e prática, passa a ser 
realizado cotidianamente? Inicialmente, é importante compreendermos os con-
ceitos. Segundo o Dicio – Dicionário Online de Português (2023), alguns dos 
significados para a palavra racionalidade são:
Substantivo feminino
Particularidade ou característica do que é racional; qualidade da-
quilo que se baseia na razão.
Que se encontra em conformidade com a razão; compreensível 
logicamente.
Capacidade de raciocinar ou de praticar a própria razão.
Tendência para entender (compreender) os fatos e/ou ideias tendo 
em conta a razão.
Etimologia (origem da palavra racionalidade). Do latim: rationa-
bilitas.atis.
Substantivo feminino
Característica ou particularidade do que é racionável; passível de 
ser racionado.
Etimologia (origem da palavra racionalidade). Racionável - vel + 
bil(i) + dade. (RACIONALIDADE, 2023, on-line).
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4
O significado de racionalidade é associado à nossa capacidade de discernir pro-
priedades, estabelecer relações e construir argumentos para apresentar e defender 
nossas crenças, exibindo uma dupla e mutuamente relacionada dimensão. De um 
lado, é o exercício de uma faculdade cognitiva – chamemo-la, razão. De outro, é o 
resultado da ação da razão, que se torna a propriedade que perpassa os produtos 
dessa faculdade (REGNER, [2010], on-line).
Agora que já compreendemos o significado atribuído à palavra racionalidade, iden-
tificaremos o conceito de racionalidade instrumental para nossas reflexões neste tema.
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que é racionalidade instrumental?
De acordo com Souza (2009, on-line), a racionalidade instrumental é a faculdade 
subjetiva do pensar que é a razão, ou seja, a faculdade que julga, discerne, com-
para, relaciona, calcula, ordena e coordena os meios com os fins. Essa faculdade 
se tornou, em sua evolução, um instrumento formal.
A partir disso, do que se trata, então, a razão? Alguns autores trazem que a razão 
se tornou a própria racionalidade. A razão, contudo:
[...] está presente no aparelho produtivo, no aparelho tecnológico e científico, nas 
instituições políticas, no hospital, na escola, no trânsito e na mídia. Em todos os 
empreendimentos humanos, há a relação calculada entre meios e fins. A opera-
ção, a coordenação, a ordem, o sistema, o cálculo e a busca da unidade definem a 
racionalidade em sua eficácia (SOUZA, 2009, on-line).
PENSANDO JUNTOS
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Weber foi o responsável por observar enfaticamente, através de seus estudos, 
o que estava acontecendo no Ocidente, que eram alguns fenômenos culturais 
diferenciados do Oriente. Conforme ele considerou, tais fenômenos culturais 
estavam repletos de:
 “ [...] desenvolvimento universal em seu valor e significado. Por exem-
plo, a ideia de um Estado racionalmente organizado como uma en-
tidade política, com uma Constituição racionalmente redigida, um 
direito racionalmente ordenado, uma administração orientada por 
regras racionais e com funcionários especializados somente existiu 
no Ocidente. Da mesma forma, a apropriação capitalista racional-
mente efetuada e calculada em termos de capital. Tudo sendo feito 
em termos de balanço, em que a ação individual das partes, baseada 
no cálculo, só existiu no Ocidente (SOUZA, 2009, on-line).
Por sua vez, o filósofo postula que é racional aquilo que se baseia no cálculo e na 
adequação de meios e fins, o que pode evitar ou minimizar os efeitos colaterais inde-
sejados. O conceito de racionalização, segundo Weber (1993), surgiu das concepções 
científicas ocidentais referentes à uma racionalização técnico-científica dos fatos.
A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo
A obra de Max Weber fala sobre a racionalização, identificada 
pelo autor enquanto característica fundamental da sociedade 
ocidental. O sociólogo alemão faz uma discussão profunda, 
abordando conceitos que consigam retratar o que ele chama 
de ética protestante, e busca chegar à compreensão da rela-
ção que se estabelece com o capitalismo, a qual circunda até 
as questões que envolvem a religiosidade do período.
INDICAÇÃO DE LIVRO
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1
Pensando nas questões que levantam para nós a existên-
cia da ciência racional, refletiremos sobre o que é ciên-
cia, ou conhecimento científico, e o que não é. Para isso, 
é importante diferenciarmos o que faz o conhecimento 
ser definido como científico ou não.
O conhecimento científico, ou a ciência, diferencia-se de outros por ser sus-
tentado numa lógica racional que permite a verificação dos fatos e dos fenômenos 
da realidade de forma sistemática e generalizada. Portanto, o que diferencia o 
conhecimento científico do não científico é o método (MATTEDI, 2006).
Além disso, a ciência não produz verdade, pois está em constante transforma-
ção, e a pesquisa, por causa disso, é dinâ-
mica. E toda atividade científica é uma 
atividade social. Sobre isso, vale lembrar 
que a ciência constitui uma forma es-
pecífica de produção do conhecimen-
to, que opera através da aplicação do 
método científico. Como demonstra a 
Figura 1, o conhecimento é dividido em 
científico e não científico, e, no conheci-
mento científico, temos duas correntes 
científicas: a ciência aplicada e a ciência 
básica. A ciência se diferencia em fun-
ção de sua finalidade.
O desenvolvimento de uma ciência racional fundamentada em princípios racionais 
e no método científico é um produto do Ocidente. São descobertas da cultura oci-
dental: a astronomia fundamentada matematicamente; a geometria demonstra-
da através da prova racional; as ciências naturais fundamentadasna observação 
e no método experimental; a medicina desenvolvida empiricamente com funda-
mentos biológicos e bioquímicos. Esse processo de racionalização das ciências 
atingiu todas as esferas da vida social e tornou o “mundo desencantado”. Tudo o 
que existe poderia ser explicado pelo conhecimento racional. O mundo deixou de 
ser misterioso (SOUZA, 2009, on-line).
APROFUNDANDO
E toda atividade 
científica é uma 
atividade social 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Figura 1 – Conhecimento científico e não científico / Fonte: adaptada de Mattedi (2006).
Conhecimento Científico e Não-científico
Ciência
Aplicada
Formais
·Matemática
·Lógica
·Medicina
·Odontologia
·Administração
·Ed. Física
·SERVIÇO SOCIAL
Factuais
Naturais
Sociais
·Física
·Química
·Biologia
·Psicologia
·Sociologia
·Economia
Religioso
Artístico
Ideológico
Pseudo
Ciência
·Bíblia
·Alcorão
·Música
·Literatura
·Neoliberalismo
·Socialismo
·Astrologia
·Búzios
Ciência
Básica
CIENTÍFICO
NÃO-CIENTÍFICO
C
O
N
H
E
C
I
M
E
N
T
O
Descrição da Imagem: o fluxograma, intitulado “Conhecimento científico e não científico”, reforça que ambos 
possuem suas significações e importância, sendo, antes de tudo, tipos de conhecimento. O conhecimento cien-
tífico é tido por meio das ciências aplicadas, como medicina, odontologia, administração, educação física, serviço 
social, entre outras. E, também, pelas ciências básicas, que se subdividem em: formais, quais sejam, matemática e 
lógica; e factuais, que, por sua vez, subdividem-se em: factuais naturais, como física, química e biologia; e factuais 
sociais, como psicologia, sociologia e economia. Já o conhecimento não científico pode ser dividido em: religioso, 
a exemplo da Bíblia e do Alcorão; artístico, como a música e a literatura; ideológico, como o neoliberalismo e o 
socialismo; e pseudociência, como a astrologia e os búzios. Fim da descrição.
O espaço acadêmico é formado pela universidade tradicional e pela universidade 
moderna. Na universidade tradicional, não havia pesquisa científica, a ciência 
estava fora da universidade. Já na universidade moderna, a pesquisa científica é 
implantada por Alexander von Humboldt. As ciências sociais nasceram depois 
das ciências naturais e humanas, portanto, as ciências sociais sofrem influência 
dessas duas áreas do conhecimento científico, de acordo com os modelos dife-
rentes de compreensão e explicação de cada área (MATTEDI, 2006).
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8
Qual é a abordagem tradicional do conhecimento? Como estabelecer uma de-
marcação entre conhecimento científico e não científico? Mattedi (2006) expõe 
que existem algumas tradições que tratam da questão do conhecimento científico 
e não científico. A primeira delas foi o positivismo, que teve quatro fases:
Qual a diferença entre uma ciência básica e uma aplicada? A CIÊNCIA BÁSICA 
procura conhecer. Podemos caracterizá-la como a parte da pesquisa científica, 
que se propõe a enriquecer o conhecimento humano sobre o assunto em questão. 
Ela não tem por objetivo modificar a sociedade. A CIÊNCIA APLICADA, por sua vez, 
procura ajudar o homem a agir bem. Ela objetiva a aplicação da pesquisa científica, 
visando resolver um problema de utilidade prática do homem.
ZOOM NO CONHECIMENTO
PRIMEIRA FASE
Trata-se do protopositivismo, cuja origem do conhecimento é o intelecto e não a 
experiência.
SEGUNDA FASE
O positivismo clássico foi um período em que as ideias foram agrupadas e condensa-
das na obra de Auguste Comte, que foi o fundador do positivismo e da sociologia.
TERCEIRA FASE
O positivismo crítico foi um período de revisão e radicalização.
QUARTA FASE
A partir do positivismo lógico, ou verificacionismo, os positivistas passaram a defender 
que o fundamental é a noção de verificação, ou seja, da realização de um teste meto-
dológico.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
Ciência é diferente da não ciência, pois foram constituídas sobre lógicas dife-
rentes. E a cientificidade (o conhecimento científico), segundo os positivistas, é 
única e verdadeira, uma vez que: possui objetividade; é metódica, porque todo 
experimento pode ser replicado, controlado e reproduzido; é vista como conhe-
cimento preciso, porque quanto mais clara e metódica, mais facilitada será a 
crítica do conhecimento; é vista como conhecimento mais perfeito, porque é 
a melhor invenção do homem; é um conhecimento progressivo e cumulativo, 
porque sempre aumentamos o conhecimento; é um conhecimento imparcial 
e desinteressado, porque os cientistas são desinteressados e imparciais, já que 
almejam o incremento contínuo do conhecimento humano (MATTEDI, 2006).
A segunda tradição diz respeito ao racionalismo crítico e à falsificação. De acordo 
com Mattedi (2006), a base dessa concepção advém de Karl Popper, que, primeira-
mente, critica o método indutivo, que parte de um fato ou ideias específicas para 
o geral. O senso comum da sociedade civil é indutivo, portanto, a maioria da 
ciência que é produzida advém do método indutivo. Popper (2003), no entanto, 
sugere que a ciência deve se fundamentar no método dedutivo, ou seja, deve partir 
dos aspectos gerais para chegar aos específicos.
De acordo com Mattedi (2006), existem algumas etapas do modelo hipoté-
tico-dedutivo. Para Popper (2003), o método científico parte de um problema 
(P1), ao qual se oferece uma hipótese (H) explicativa, que é testada (T), originan-
do o surgimento de um novo problema (P2). Sobre isso, vale lembrar que, para 
Popper (2003), é através da falsificação (que deve haver comparação, ensaio e 
erro) que a ciência se diferencia da não ciência. Ou seja, uma teoria só pode ser 
científica se for constatada com fatos.
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1
Vejamos, agora, o que Hahn, Neurath e Carnap (1986) falam sobre o positi-
vismo lógico e o princípio da verificação, e o que Popper (2003) expõe sobre 
o racionalismo crítico e o princípio da refutação. Pois bem, com relação ao posi-
tivismo lógico e ao princípio da verificação, podemos expor que Hahn, Neurath 
e Carnap (1986) – no que se refere à concepção científica sob a visão adotada 
pelos frequentadores do Círculo de Viena – tiveram como propósito buscar uma 
explicação referente à concepção científica do mundo, bem como procuraram 
convencer o leitor de que essa seria a forma correta de ver o mundo, a partir de 
uma perspectiva empirista, lógica e verificável.
Hahn, Neurath e Carnap (1986) determinam que a moderna concepção cien-
tífica do mundo deve ser desenvolvida através do desenvolvimento do método 
da construção de hipóteses e, posteriormente, do desenvolvimento do método 
axiomático e da análise lógica, o que permitiu dar à construção dos conceitos, 
clareza e rigor sempre maiores. Finalmente, buscamos a aceitação da sua teoria 
pela sociedade quando afirmamos que a concepção científica do mundo está 
próxima à vida contemporânea.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Do que se trata o racionalismo crítico e o princípio da refutação?
No que tange ao racionalismo crítico e ao princípio da refutação, Karl 
Popper, em sua obra Conjecturas e Refutações (2003), aborda o critério 
de demarcação científica, que é igual à cientificidade, para, assim, propor 
um critério de demarcação. Para isso, ele afirma que o seu critério da 
constatação é o critério da falsificação.
Popper (2003) explica seu raciocínio através de dez operações. A primeira 
delas diz respeito à formulação do problema; a segunda, aos exemplos do cri-
tério da falsificação; a terceira, aos critérios de falsificação; a quarta, à crítica ao 
princípio de verificação positivista; a quinta, às objeções à teoria de Popper; a 
sexta, ao comportamento dogmático; a sétima, à distinção entre o pensamento 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
crítico e dogmático; a oitava, à questão da lógica da ciência; a nona, à origem do 
problema lógico da indução; e a décima, à compreensão de como saltamos de 
uma afirmativa derivada da observação para uma teoria.
Abordagem alternativa do conhecimento
Agora, para pensar a abordagem alternativa do conhecimento, ressaltamosuma 
visão abrangente referente a outras formas alternativas de conceber a cientifi-
cidade do trabalho acadêmico. Para isso, subdividimos a tarefa em duas etapas. 
Primeiramente, abordaremos as revoluções científicas, de Thomas Kuhn. Na se-
quência, mostraremos as controvérsias científicas sob o enfoque de Bruno Latour.
THOMAS KUHN 
Thomas foi um físico norte-americano que se 
dedicou aos estudos da filosofia da ciência, 
estabelecendo teorias que desconstruíram o 
paradigma objetivista da ciência. Nasceu em 
1922, em Ohio (Estados Unidos), e faleceu em 
1996. (FRAZÃO, 2016, on-line).
 CONTRIBUIÇÃO 
Em sua obra As Estruturas das Revoluções 
Científicas, Kunh (2003) aborda as dificuldades 
que geram o conceito de PARADIGMA 
e sua aplicação (denota a questão da 
cientificidade), bem como pretende dar 
respostas às principais objeções levantadas 
pela noção de paradigma. Para isso, traz 
como problemática “as críticas ao livro”, no 
qual as estruturas das revoluções científicas 
se devem a dificuldades de interpretação do 
próprio conceito de paradigma.
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1
 BRUNO LATOUR 
Bruno nasceu em 1947, na França, e faleceu 
recentemente em 2022. Além de sociólogo, 
pela Universidade Dijon, e doutor em teologia, 
também tinha o título de antropólogo. 
Realizou vários estudos sobre antropologia 
simétrica da modernidade, bem como sobre 
os modos de ação dos seres humanos no 
mundo (BAILÃO; MARINI, 2023, on-line).
CONTRIBUIÇÃO 
Em Ciência em Ação, Latour (2001) trata do 
tema da “ciência em construção”, que pode 
ser definida como pesquisa científica, com 
o objetivo de realizar uma crítica da visão 
tradicional das operações de descrição 
da ciência (o caso da epistemologia). Ao 
determinar a problemática, afirma que a 
construção da ciência se processa ao estudar 
os fatos científicos em construção (ou as 
controvérsias). Assim como explica que o 
destino das máquinas é fato científico, que 
está nas mãos de seus usuários.
Finalizando nossas reflexões sobre o que é conhecimento científico e não cientí-
fico, com relação à abordagem tradicional do conhecimento através do positivis-
mo lógico (e o princípio da verificação) e o racionalismo crítico (e o princípio 
de refutação), podemos dizer que ambas as abordagens do conhecimento têm em 
comum a ideia de que o desempate de um argumento só se dá através da reali-
dade dos fatos. E que a realidade é independente das concepções do analista, do 
pesquisador, pois a realidade é neutra, independentemente do que achamos dela.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 4
A solução encontrada pelo positivismo lógico foi 
introduzir o princípio da verificação, pois o científico 
pode ser verificado, e, no racionalismo crítico, esse 
princípio foi substituído pelo princípio da falsifica-
ção, no qual o fato científico pode ser refutado.
Quanto a outras formas alternativas de con-
ceber a cientificidade do trabalho acadêmico, temos as revoluções científicas 
de Thomas Kuhn. Para o autor, o que determina a realidade é o mapa mental 
que temos (nossos paradigmas), ou seja, a ciência é a possibilidade de for-
mular questões e dar respostas a elas, além desse desenvolvimento ser uma 
questão histórica e social.
Acerca das considerações sobre as controvérsias científicas, Bruno Latour se 
baseia em três princípios para a construção da ciência. O primeiro deles se refere ao 
agnosticismo em relação às ciências sociais, não só da natureza como também da 
sociedade. Outro princípio trata da simetria generalizada, que afirma que não de-
vemos partir de qualquer noção do que é natureza e social. Devemos, sim, partir da 
elaboração. Para finalizar, Latour cita que o terceiro princípio para a construção da 
ciência é a livre associação. Portanto, pode-se dizer que um conhecimento é científico, 
ou não, através do modelo de interpretação que empregarmos.
Com relação à racionalidade instrumental, vemos que apesar de a racio-
nalização ter começado com as ciências, foi somente com os protestantes que ela 
adquiriu valor e significado. Foi devido à ética protestante que a racionalidade se 
tornou universal, impulsionando o capitalismo. Com os protestantes, o capitalis-
mo ganhou consistência, assumiu formas e direções.
Pois a realidade 
é neutra, 
independentemente 
do que achamos 
dela 
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento.
EM FOCO
1
4
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao fim deste tema de aprendizagem, em que conhecemos os con-
ceitos de racionalidade, bem como de conhecimento científico e não científico. 
Conhecemos, também, as novas abordagens alternativas do pensar na ciência e 
outras questões relevantes para apropriação histórica de como as ciências foram 
se construindo, inclusive o lugar do serviço social nas ciências sociais aplicadas.
É importante considerar a racionalidade instrumental do serviço social. No 
entanto, também é necessário saber que de nada adianta uma racionalidade ins-
trumental que planeje os dados, os números e os índices do trabalho, se o profis-
sional não se apropriar do que de fato é seu objeto: a questão social.
A questão social, por sua vez, é entendida como as múltiplas expressões da 
desigualdade, da violência, do pauperismo na sociedade, diferentemente da noção 
de que, talvez, a racionalidade, de forma isolada, faça com que o fazer profissio-
nal se baseie apenas no que está posto, e isso deve ser evitado. Visto que apenas 
através da apropriação das dimensões técnica-operativa, teórico-metodológica e 
ético-política é que iremos, de fato, executar um trabalho racional. Assim como 
não podemos deixar de considerar o contexto e a subjetividade envolvidos.
O desafio é utilizar da ciência, da racionalidade, das dimensões que cons-
troem a profissão, sem perder de vista o principal objetivo do trabalho profissio-
nal e os pilares necessários para uma prática coerente com os princípios éticos 
fundamentais e com o direcionamento político preciso.
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5
1. Regner ([2010]), ao estudar a racionalidade em seus vários aspectos, trata de vários filóso-
fos e concepções que culminam na compreensão da racionalidade da ação e também do 
conhecimento, no sentido científico e retórico.
REGNER, A. C. K. P. Retórica e racionalidade científica: quando história e filosofia da ciência 
se encontram. Triplov, [s. l.], [2010]. Disponível em: http://www.triplov.com/mesa_redonda/
anna_carolina/retorica.html. Acesso em: 12 dez. 2023.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - Não há, contudo, como realizar essa escolha sem reexaminar as bases em que a visão 
tradicional se assenta – nossa primeira questão passa a depender da segunda, pedindo 
o exame dessas bases,
PORQUE
II - convém saber distinguir, a respeito de cada paixão, qual a disposição de ânimo que lhe 
corresponde, contra e a favor de quem deve ser excitada e em que ocasiões assim se 
manifesta.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
2 “De um lado, é o exercício de uma faculdade cognitiva – chamemo-la ‘razão’. De outro, é o 
resultado da ação da ‘razão’ e torna-se a propriedade que perpassa os produtos dessa ‘fa-
culdade’. Entre os produtos dessa atividade, encontra-se a geração dos próprios princípios 
e critérios que a regulam, bem como regulam a produção e a avaliação de conhecimento 
confiável e objetivamente válido (seja enquanto solidamente fundado, seja enquanto crí-
tico-falível).”
REGNER, A. C. K. P. Retórica e racionalidade científica: quando história e filosofia da ciência se encontram. 
Triplov, [s. l.], [2010]. Disponível em: http://www.triplov.com/mesa_redonda/anna_carolina/retorica.html.Acesso em: 12 dez. 2023.
AUTOATIVIDADE
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1
Assinale a alternativa correta, que corresponda ao que a autora se refere no excerto:
a) Princípio da refutação.
b) Método hipotético-dedutivo.
c) Positivismo lógico.
d) Positivismo crítico.
e) Racionalidade da ciência.
3. “Nascido em Montpellier, na França, no ano de 1798, foi um filósofo francês que ficou co-
nhecido por ter sido o primeiro a sintetizar a necessidade de uma ciência da sociedade, a 
sociologia, e também responsável por criar a doutrina do positivismo.”
PORFÍRIO, F. Sociologia. Brasil Escola, [s. l.], c2023. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/so-
ciologia. Acesso em: 12 dez. 2023.
Com base no enunciado, assinale a alternativa correta quanto ao filósofo referenciado:
a) Karl Marx.
b) Max Weber.
c) Arthur Schopenhauer.
d) Friedrich Hegel.
e) Auguste Comte.
AUTOATIVIDADE
1
1
REFERÊNCIAS
BAILÃO, A. S.; MARINI, M. Bruno Latour. Enciclopédia de Antropologia, São Paulo, 1 jul. 2023. 
Disponível em: https://ea.fflch.usp.br/autor/bruno-latour. Acesso em: 12 dez. 2023.
FRAZÃO, D. Thomas Kuhn. Ebiografia, [s. l.], 21 jul. 2016. Disponível em: https://www.ebiografia.
com/thomas_kuhn/. Acesso em: 12 dez. 2023.
HAHN, H.; NEURATH, O.; CARNAP, R. A concepção científica do mundo: o círculo de Viena. Ca-
dernos de História e Filosofia da Ciência, Campinas, v. 10, p. 5-20, 1986.
KUHN, T. As estruturas das revoluções científicas. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.
LATOUR, B. A ciência em ação. São Paulo: Editora Unesp, 2001.
MATTEDI, M. A. Introdução à problemática do conhecimento: visões e divisões. Blumenau: 
FURB – Fundação Universidade Regional de Blumenau: PPGDR – Programa de Pós-Graduação 
em Desenvolvimento Regional, 2006. (Pesquisa Aplicada ao Desenvolvimento Regional I, apos-
tila da disciplina).
POPPER, K. R. Conjecturas e refutações. Coimbra: Almedina, 2003.
RACIONALIDADE. In: DICIO: Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, c2023. Disponível em: 
https://www.dicio.com.br/racionalidade/. Acesso em: 12 dez. 2023.
REGNER, A. C. K. P. Retórica e racionalidade científica: quando história e filosofia da ciência se 
encontram. Triplov, [s. l.], [2010]. Disponível em: http://www.triplov.com/mesa_redonda/anna_
carolina/retorica.html. Acesso em: 12 dez. 2023.
SOUZA, M. A. de. O que é a racionalidade instrumental? Filosofonet, [s. l.], 16 abr. 2009. Disponí-
vel em: http://filosofonet.wordpress.com/2009/04/16/627/. Acesso em: 28 fev. 2010.
WEBER, M. Conferência sobre o socialismo. In: FRIDMAN, L. C. (org.). Socialismo, Émile Dur-
kheim, Max Weber. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1993. p. 87-128.
1
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1. Opção B. Ambas as asserções são verdadeiras, mas a primeira está se referindo à racio-
nalidade da ação, e a segunda é uma referência à retórica de Platão, não sendo, portanto, 
justificativas uma da outra.
2 Opção E. A alternativa correta é a letra E), uma vez que, tradicionalmente, o significado de 
“racionalidade” é associado à nossa capacidade de discernir propriedades, estabelecer 
relações e construir argumentos para apresentar e defender nossas crenças, exibindo uma 
dupla e mutuamente relacionada dimensão. Está errada a alternativa a), pois princípio da 
refutação considera que uma teoria só pode ser considerada científica quando é falseável, 
ou seja, quando é possível prová-la falsa. Está errada a alternativa b), no método hipotético-
-dedutivo, devemos partir dos aspectos gerais para chegarmos aos específicos. Está errada 
a alternativa c), pois o positivismo lógico dos pensadores do Círculo de Viena postulava que, 
para uma teoria ser considerada “ciência”, ela deveria ser unificada em linguagem e fatos que 
a fundamentassem. As proposições científicas, assim, são apenas aquelas que se referem 
à experiência e podem ser verificadas. Está errada a alternativa d), pois a terceira fase do 
positivismo, ou o positivismo crítico, foi um período de revisão e radicalização.
3. Opção E. August Comte, considerado o Pai da Sociologia, foi o fundador do positivismo. 
Está errada a alternativa a), pois Karl Marx (1818–1883) foi um filósofo, ativista político e um 
dos fundadores do socialismo científico. Sua obra influenciou a sociologia, a economia, a 
história e até a pedagogia. Está errada a alternativa b), pois Max Weber (1864–1920) foi um 
dos precursores da sociologia econômica. Seus estudos recaíram sobre questões teórico-
-metodológicas acerca da origem da civilização ocidental e seu lugar na história universal. 
Está errada a alternativa c), pois Arthur Schopenhauer (1788–1860) foi um filósofo alemão 
contemporâneo, que ficou conhecido pelo seu forte pessimismo filosófico. Está errada a 
alternativa d), pois Friedrich Hegel (1770–1831) foi um filósofo germânico, cuja obra Fenome-
nologia do Espírito é tida como um marco na filosofia mundial e alemã.
GABARITO
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MINHAS METAS
DESAFIOS DA PROFISSÃO 
NA APLICABILIDADE DOS 
INSTRUMENTOS
Aprender sobre o processo de produção e reprodução social.
Conhecer o lugar do serviço social no processo de produção e reprodução social.
Entender o envolvimento entre capital e relações sociais.
Compreender o capital como determinante da relação social de produção.
Reconhecer a importância do serviço social, por conta das novas demandas sociais.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5
8
1
INICIE SUA JORNADA
Neste tema de aprendizagem, compreenderemos o processo de produção e repro-
dução social. Você já parou para pensar que a trajetória do serviço social no Brasil 
já é um fator conhecido por nós? Pois bem, desde o início do Curso de Serviço 
Social, estudamos que a profissão nasce dentro das normas da Igreja Católica e, 
dessa maneira, cresce subordinada às obrigações do Estado.
A partir das décadas de 1970 e 1980, a categoria profissional começa a refletir 
sobre as suas práticas, procurando referências para embasar sua intervenção e 
aprofundando-se em correntes teóricas e filosóficas para compor uma cientifi-
cidade própria do serviço social.
As primeiras reflexões necessárias ao profissional eram as questões que envol-
vem o trabalho, não só como forma de sustento da família, mas também como a 
alienação do trabalhador diante do valor de seu trabalho e o valor da mercadoria.
Muitos trabalhadores pensam que essa alienação não existe, porém, quando pas-
samos a refletir sobre tais problemas, vemos que se trata de uma etapa para a repro-
dução do capital, pois quanto menos o trabalhador pensa ou sabe, menos ele exige.
Nesse contexto, passamos de forma breve sobre alguns pontos necessários 
para começar o processo de reflexão, pois repensar o capital, o trabalho, a mer-
cadoria, a alienação do trabalhador não é uma tarefa fácil.
Desejamos bons estudos a você. Aproveite o conteúdo para se aprofundar 
na temática!
Preparamos um podcast para lhe contar a respeito de umas das resoluções do Con-
selho Federal de Serviço Social, que dispõe sobre a emissão de pareceres, laudos, 
opiniões técnicas, com objetivo de contribuir para a compreensão do fazer profissional. 
Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de 
aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
VAMOS RECORDAR?
No ano de 2017, o 4º Simpósio Mineiro de Assistentes Sociais debateu, com 
Ricardo Antunes e Elaine Behring, a crise capitalista e a reprodução do trabalho na 
atualidade. Acesse o vídeo e confira!
O PROCESSO DE PRODUÇÃO E REPRODUÇÃO SOCIAL
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que é o capital?
É a relação social determinante que dá a dinâmica e a inteligibilidade de todo o 
processo da vida social (IAMAMOTO; CARVALHO, 2009). Na sociedade capi-
talista, é o capital que determina a relação social de produção, pois corresponde 
a todo processo histórico de um determinado lugar.
Segundo Marx (2013), a diferença entre dinheiro e capital está na forma como 
circulam na sociedade. Isso porque a sociedade pode se organizar de duas maneiras: 
circulando as mercadorias, convertendo-as em dinheiro e reconvertendo-odinhei-
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ro em mercadoria; ou convertendo o dinheiro em mercadoria, transformando-a em 
dinheiro para comprar e vender. Dessa forma, o dinheiro torna-se capital.
Os meios de produção são construídos e produzidos por meio do capital, 
que é identificado pela forma material. Dessa maneira, os meios de produção e 
de vida, expressos no dinheiro, mostram e mascaram as divergências entre as 
diferentes classes sociais.
 “ A parte do capital, portanto, que se converte em meios de produção, 
isto é, em matéria-prima, matérias auxiliares e meios de trabalho, 
não altera sua grandeza de valor no processo de produção. Eu a 
chamo, por isso, parte constante do capital, ou mais concisamente: 
capital constante. A parte do capital convertida em força de trabalho, 
em contraposição, muda seu valor no processo de produção. Ela re-
produz seu próprio equivalente e, além disso, produz um excedente, 
uma mais-valia que ela mesma pode variar, ser maior ou menor. 
Essa parte do capital transforma-se continuamente de grandeza 
constante em grandeza variável. Eu a chamo, por isso, parte variá-
vel do capital, ou mais concisamente: capital variável. As mesmas 
partes componentes do capital, que do ponto de vista do processo 
de trabalho se distinguem como fatores objetivos e subjetivos, como 
meios de produção e força de trabalho, se distinguem, do ponto de 
vista do processo de valorização, como capital constante e capital 
variável (MARX, 1996, p. 325).
MEIOS DE PRODUÇÃO
Segundo Cohen (2010, p. 64):
 “ As forças produtivas são as edificações e os meios utilizados no pro-
cesso de produção: meios de produção, de um lado, e força de traba-
lho, de outro. Os meios de produção são recursos produtivos físicos: 
ferramentas, maquinaria, matéria-prima, espaço físico etc. A força 
de trabalho inclui não apenas a força física dos produtores, mas 
também suas habilidades e seu conhecimento técnico (que eles ne-
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
cessariamente não dominam), aplicados quando trabalham. Marx 
diz – e estou de acordo com ele – que essa dimensão subjetiva das 
forças produtivas é mais importante do que a dimensão objetiva ou 
dos meios de produção; e, no interior da dimensão mais importante, 
a parte mais apta ao desenvolvimento é o conhecimento.
CLASSES SOCIAIS
São formas de organização da sociedade em que se divide a população em classes, 
considerando principalmente as questões de rentabilidade de um determinado grupo.
As mercadorias têm incutidos os valores da quantidade de tempo humano que 
levou para serem construídas. Assim, toda mercadoria tem seu valor atribuído a 
um valor de uso, um valor de troca e um valor social, porém, essa relação social 
está mascarada atrás dos outros dois valores.
Podemos, então, falar da mais-valia, que é o valor excedente que a mercadoria 
recebe ao final da produção, isto é, a quantia a mais, que é agregada ao produto. 
Assim, o valor de troca tem um valor muito maior que o de uso, ou na sua grande 
maioria, o valor de uso nem existe (IAMAMOTO; CARVALHO, 2009).
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Assim, para a pessoa sobreviver, é obrigada a vender 
sua força de trabalho, pois “o capital supõe o trabalho 
assalariado e este, o capital”, colocam Iamamoto e Car-
valho (2009, p. 36). Dessa forma, apontam os autores, 
ela produz e reproduz o capital:
 “ [...] ao trabalhador, como propriedade alheia monopolizada por 
uma parte da sociedade – a classe capitalista – não lhe resta outra al-
ternativa, senão vender parte de si mesmo em troca equivalente aos 
meios necessários para sua subsistência e de sua família, expressos 
através da forma do salário. A condição histórica para o surgimento 
do capital e o pressuposto essencial para a transformação do dinhei-
ro em capital é a existência no mercado da força de trabalho como 
mercadoria (IAMAMOTO; CARVALHO, 2009, p. 39).
Desse modo, o trabalhador sai da atividade produtiva com o desgaste de sua força de 
trabalho, o valor de uso de sua força de trabalho. O contrário acontece com o capital que, 
ao sair do processo produtivo, transforma-se em capital real, tem um valor que se valo-
riza a si mesmo. Nesse contexto, o trabalho vivo somente tem um valor mediante sua 
necessidade de absorção nos meios de produção, pois é o trabalho vivo que mantém e 
aumenta o valor de troca do trabalho acumulado (IAMAMOTO; CARVALHO, 2009).
VOCÊ SABE RESPONDER?
Quem vende a força de trabalho?
“O capital supõe o 
trabalho assalariado 
e este, o capital” 
Existem os termos trabalho vivo, trabalho morto e trabalho acumulado. A diferença 
entre eles é que o trabalho vivo é o trabalho executado pelo trabalhador, o trabalho 
morto é aquele executado pelas máquinas, e o trabalho acumulado é a mais-valia.
APROFUNDANDO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Podemos dizer, então, que é o trabalhador que produz a riqueza, pois o resultado 
de sua jornada de trabalho são as mercadorias, que não revertem em riqueza para 
o trabalhador e, sim, vendidas no mercado, deixando ricos os proprietários. O 
trabalhador, no final de sua jornada, recebe o salário, que nada mais é do que 
o preço da força de trabalho, jamais podendo ser considerado que o salário é o 
preço do trabalho, pois este não é uma mercadoria.
Os autores colocam que o salário esconde as desigualdades existentes entre o 
tempo usado para executar um serviço e o tempo pago pelo serviço executado, 
mostrando que o lucro está no trabalhador fazer a maior quantidade de serviço 
pelo menor preço, ou melhor, no menor tempo, pois é nesse momento que apare-
ce o lucro do proprietário, o qual fica camuflado nessas relações de tempo e preço.
O trabalho não tem um preço já que não é uma mercadoria. Para ser uma mercadoria, 
o trabalhador deveria mostrar o trabalho antes de vendê-lo, o que é impossível, pois 
assim que o trabalho é colocado em ação, ele deixa de pertencer ao trabalhador e 
passa a ser do proprietário (IAMAMOTO; CARVALHO, 2009).
O Caminho das Nuvens 
Inspirado em uma história real, o longa-metragem traz Wagner 
Moura no papel principal e nomes como Cláudia Abreu e Fá-
bio Lago no elenco. O protagonista é Romão, um caminhoneiro 
nordestino que está desempregado e tenta sustentar sua famí-
lia, formada pela esposa e cinco filhos. O filme conta a história 
da família em uma viagem de 3.200 km, saindo de Santa Rita 
(PB) com destino ao Rio de Janeiro (RJ) de bicicleta. Eles estão 
em busca de uma oportunidade de trabalho para Romão, que 
sonha com uma remuneração específica de R$ 1.000 mensais 
para oferecer uma vida digna aos filhos.
INDICAÇÃO DE FILME
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O SERVIÇO SOCIAL NO PROCESSO DE PRODUÇÃO E 
REPRODUÇÃO SOCIAL
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que faz o serviço social na reprodução das relações sociais?
Na reprodução das relações sociais, está a reprodução da totalidade do processo 
social, momento em que o profissional de serviço social configura seu tipo de 
especialização, sua prática no conhecimento do trabalho coletivo no contexto da 
divisão social do trabalho. A reprodução é mais que a questão econômica: é toda 
uma reprodução cultural, política, religiosa, educacional. Podemos dizer, então, 
que o trabalhador saudável e forte cria e recria a riqueza por meio do seu trabalho, 
porém, quando já não produz o excedente, devem ser verificadas as condições 
mínimas para ele retornar à produção anterior.
O serviço social nasce e cresce dentro de uma trajetória histórica para aten-
der às demandas do capital ou do trabalho (IAMAMOTO; CARVALHO, 2009). 
Para tanto, o profissional dessa área tem uma atuação mediadora e interventiva. 
Com o desenvolvimento industrial, o serviço social cada vez mais se desenvolvia 
enquanto profissão por causa das novas classes sociais emergentes. Assim, segun-
do Iamamoto e Carvalho (2009), as questões sociais se tornam a justificativa de 
trabalho para o profissional de serviço social.
A questão social é a expressão do processo de formação e desenvolvimento da classe 
operária e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconheci-
mentocomo classe por parte da empresa e do Estado (IAMAMOTO; CARVALHO, 2009).
APROFUNDANDO
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Cabe, aqui, relembrar que as questões sociais aparecem quando o trabalho escravo se 
extingue e se inicia o trabalho denominado livre, momento que permitiu o apareci-
mento de demandas até então inexistentes. A relação trabalho x capital ficava cada 
vez mais longe da compreensão e, assim, aparecem os movimentos que procuram 
refletir sobre toda a complexidade das questões que estavam por trás da aparência.
 “ Aqueles movimentos refletem e são elementos dinâmicos das pro-
fundas transformações que alteram o perfil da sociedade a partir da 
progressiva consolidação de um polo industrial, englobando-se no 
conjunto de problemas que se colocam para a sociedade naquela 
altura, exigindo profundas modificações na composição de forças 
dentro do Estado e no relacionamento deste com as classes sociais 
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2009, p. 126).
Diante da complexidade das reflexões e da falta de bibliografias que respaldassem 
a prática, os profissionais de serviço social se dividiram em dois grupos distintos: 
os conservadores e os progressistas, conforme Silva e Battini (2008).
O resultado dessa divisão foram vários enfrentamentos de profissionais que 
defendiam um lado ou outro, sem conseguir mediar os próprios conflitos, porém, 
desses enfrentamentos surgiram outras reflexões, que lançaram um novo olhar 
sobre a sociedade e seus conflitos.
Somente a partir da década de 1930, depois da Segunda Guerra Mundial, o 
Estado incorporou muito timidamente sua responsabilidade diante das questões 
sociais, na tentativa de garantir um mínimo à sociedade, assim como a igreja, a 
partir de então, passa somente a cuidar dos males da alma.
Esse direito deverá, independentemente da ação do Estado, integrar os indivíduos 
dentro de uma ordem comunitária em que capital e trabalho, consumidor e 
fornecedor, terão sua atividade pautada por meio do lucro e salário justos, a fim de 
atender às necessidades materiais e espirituais da sociedade. A economia, o livre 
jogo do mercado, deve se submeter ao direito para a preservação do bem comum 
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2009).
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8
O direito do trabalhador foi, na época, o mínimo a ser 
garantido para continuar a ter a mão de obra numa 
reprodução de capital, assim, o Estado intervém con-
tra a escravidão, ou melhor, a forma escrava com que 
alguns trabalhadores são tratados para o mercado 
continuar no seu processo de lucros. Esse período (Era Vargas) também foi mar-
cado pela ideia de que a população devia ser submissa ao Estado.
A noção fetichizada dos direitos, cerne da política de massas do varguismo e 
da ideologia da outorga, tem por efeito obscurecer para a classe operária, impe-
di-la de perceber a outra face da legislação social, o fato de que representa um elo 
a mais na cadeia que acorrenta o trabalho ao capital, legitimando sua dominação 
(IAMAMOTO; CARVALHO, 2009).
O que se tem inicialmente é uma tentativa de amenizar as mazelas sociais, pois o 
trabalho era voltado por outro aspecto assistencial, como a mediação das expressões 
da Questão Social e do papel de intervenção do Estado. De certa forma, o trabalho 
do assistente social nessa época, alimentava o sistema capitalista, uma vez que era 
a gênese da profissão e estava voltada à execução da caridade e do bem comum.
 “ O serviço social é situado como profissão nos limites do modo de produ-
ção capitalista, cujas determinações de exploração, acumulação ampliada 
e propriedade privada são reproduzidas também pela contribuição dos 
assistentes sociais através de seu trabalho profissional, já que inseridos 
nos valores e dinâmica burgueses (REDON; CAMPOS, 2020, p. 398).
O direito do 
trabalhador foi, na 
época, o mínimo a 
ser garantido 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 5
Hoje podemos descrever o serviço social como uma profissão liberal, que tem suas 
legislações específicas e sua autonomia teórico-metodológica, técnico-operativa, 
ético-política. Tais dimensões, por sua vez, são indissociáveis, compõem e condu-
zem o exercício profissional. Além disso, o assistente social pode desenvolver seu 
trabalho em várias áreas e vários espaços sócio-ocupacionais (IAMAMOTO, 2006).
Por ser assalariado, o trabalhador entra na engrenagem do sistema capitalista, 
no qual vende sua força de trabalho e, assim, se reproduz socialmente. Na opor-
tunidade de compreender a inserção do serviço social na divisão sociotécnica do 
trabalho, observa-se a ocorrência no estágio monopolista do modo de produção 
capitalista, como reforça Iamamoto (2006, p. 21-22):
O serviço social reproduz-se como uma especialização do trabalho por ser 
socialmente necessário: o agente profissional produz serviços que têm um valor 
de uso, porque atendem as necessidades sociais. Por outro lado, os assistentes 
sociais também participam, enquanto trabalhadores assalariados, do processo 
de produção e/ou de redistribuição da riqueza social.
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
No início deste tema de aprendizagem, falamos sobre o processo de produção e 
reprodução social, e pudemos conhecer o que é, de fato, o capital, e sua ligação 
com a relação social e o processo histórico.
Ao longo do estudo, foi necessário compreender conceitos sobre os meios de 
produção, processos de trabalho, organização da sociedade em classes sociais, 
venda e compra de mercadorias, e transformação do dinheiro em capital.
Conseguinte, aprendemos sobre o trabalho enquanto venda da mão de obra, 
bem como sobre as questões que envolvem o trabalho assalariado e a produção 
e reprodução da sociedade capitalista.
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Como pudemos ver, neste tema, o trabalhador exerce sua atividade e, cada 
vez mais, a riqueza fica restrita ao seu desfrute.
O profissional do serviço social desempenha um papel importante nesse 
cenário social, principalmente, o assistente social, que por ser um trabalhador 
assalariado, também vende sua força de trabalho. O desafio primordial da área, 
no entanto, talvez seja vincular-se aos preceitos da profissão, que nos direcionam 
ao posicionamento a favor da classe trabalhadora, por mais que, muitas vezes, 
tal posição nos conduza a “remar contra a maré”, uma vez que devemos, antes 
de tudo, nos assumir enquanto classe trabalhadora e cientes de que os direitos 
angariados nesse movimento nos dizem respeito, mas assumem compromisso 
com os sujeitos de direitos, bem como abrangem uma coletividade.
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1. Conforme Iamamoto e Carvalho (2009, p. 83-84): “A questão social não é senão as expres-
sões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso 
no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe por parte do 
empresariado e do Estado. É a manifestação, no cotidiano da vida social, da contradição 
entre o proletariado e a burguesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção”.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de 
uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 2009.
Com base no trecho, assinale a alternativa que corresponda corretamente ao tipo de ação 
voltada à atuação do assistente social antes da profissão adentrar a esfera da garantia de 
direitos:
a) Atuação no âmbito da educação.
b) Atuação na política de saúde.
c) Atuação no setor público.
d) Atuação nos movimentos sociais.
e) Atuação voltada para caridade e benevolência.
2. “Foi um filósofo e revolucionário socialista alemão. Criou as bases da doutrina comunista, 
na qual criticou o capitalismo. Em 1841, obteve o título de doutor em Filosofia com a tese 
Diferenças entre os Sistemas Filosóficos de Demócrito e de Epicuro” (FRAZÃO, 2023, on-line)
FRAZÃO, D. Karl Marx: filósofo e revolucionário alemão. Ebiografia, [s. l.], 2 mar. 2023. Disponívelem: 
https://www.ebiografia.com/karl_marx/. Acesso em: 5 mar. 2024.
Com base no enunciado, assinale a alternativa correta quanto ao filósofo referenciado:
a) August Comte.
b) Max Weber.
c) Arthur Schopenhauer.
d) Friedrich Hegel.
e) Karl Marx.
AUTOATIVIDADE
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1
3. Os objetivos da profissão são construídos enquanto finalidades da ação profissional, que 
partem do projeto ético-político do serviço social e que permitem viabilizar direitos sociais 
da classe trabalhadora. Com base nessas informações, avalie as asserções, a seguir, e a 
relação proposta entre elas:
I - Tais objetivos são mediados pelas próprias condições e relações de trabalho das quais 
fazem parte a profissão, que torna possível e obstaculiza a materialização de tal projeto 
no cotidiano dos sujeitos sociais.
PORQUE
II - Além das contradições expressas na luta de classes, os assistentes sociais enfrentam 
o sucateamento das políticas sociais quanto aos recursos materiais e humanos para a 
sua execução.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
COHEN, G. A. Forças produtivas e relações de produção. Crítica Marxista, Campinas, n. 31, p. 
63-82, 2010. Disponível em: https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/
dossie46merged_document_238.pdf. Acesso em: 5 mar. 2024.
FRAZÃO, D. Karl Marx: filósofo e revolucionário alemão. Ebiografia, [s. l.], 2 mar. 2023. Disponível 
em: https://www.ebiografia.com/karl_marx/. Acesso em: 5 mar. 2024.
IAMAMOTO, M. V. As dimensões ético-políticas e teórico-metodológicas no serviço social con-
temporâneo. In: MOTA, A. E. et al. (org.). Serviço social e saúde. São Paulo: Cortez; Brasília: Minis-
tério da Saúde, 2006. p.161-196.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de 
uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 2009.
MARX, K. O capital: crítica da economia política: livro 1. São Paulo: Nova Cultural, 1996. (Coleção 
Os Economistas).
REDON, S. A.; CAMPOS, E. C. S. de. O serviço social e a reprodução das relações sociais. Praia 
Vermelha, Rio de Janeiro, v. 30, n. 2, p. 391-408, 2020.
SILVA, L. M. R. da.; BATTINI, O. Notas para a reconstrução da história do serviço social na Região 
Sul I. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, v. 1, n. 95, p. 109-138, 2008.
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1. Opção E. Isso, porque antes do serviço social ter seu arcabouço teórico específico e apro-
fundamento teórico metodológico, as ações sociais tinham caráter de caridade. A alternativa 
A está incorreta, pois, no âmbito da educação, é recente a inserção de assistentes sociais 
nessa política pública por meio da legislação, que instituiu a contratação de assistentes 
sociais e psicólogos na educação. A alternativa B está incorreta, pois uma das primeiras 
políticas em que houve atuação desse profissional foi na saúde, principalmente nas Santas 
Casas. A alternativa C está incorreta, pois o setor público foi um dos pioneiros no emprego 
de assistentes sociais, com intuito do profissional mediar as mazelas sociais. A alternativa D 
está incorreta, pois os assistentes sociais são responsáveis pela mobilização da sociedade 
e integração aos movimentos sociais como prerrogativas da profissão.
2 Opção E. Karl Marx (1818–1883) foi um filósofo, ativista político alemão, um dos fundadores 
do socialismo científico e da sociologia. A obra de Marx influenciou a sociologia, a economia, 
a história e até a pedagogia. A alternativa A está incorreta, pois August Comte, considerado 
o Pai da Sociologia, foi o fundador do positivismo. A alternativa B está incorreta, pois Max 
Weber (1864–1920) foi um dos precursores da sociologia econômica. Seus estudos recaíram 
sobre questões teórico-metodológicas acerca da origem da civilização ocidental e seu lugar 
na história universal. A alternativa C está incorreta, pois Arthur Schopenhauer foi um filósofo 
alemão contemporâneo que ficou conhecido pelo seu forte pessimismo filosófico. A alter-
nativa D está errada, pois Friedrich Hegel (1770–1831) foi o filósofo alemão, um dos criadores 
de sistemas filosóficos do final do século XVIII e início do século XIX, que representou a 
culminância do “idealismo alemão”.
3. Opção A. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. Os objeti-
vos da profissão são construídos enquanto finalidades da ação profissional, que partem do 
projeto ético-político do serviço social e que permitem viabilizar direitos sociais da classe 
trabalhadora. No entanto, tais objetivos são mediados pelas próprias condições e relações 
de trabalho das quais fazem parte a profissão, que torna possível e obstaculiza a materia-
lização de tal projeto no cotidiano dos sujeitos sociais. Isso porque, além das contradições 
expressas na luta de classes, os assistentes sociais enfrentam o sucateamento das políticas 
sociais quanto aos recursos materiais e humanos para a sua execução.
GABARITO
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MINHAS METAS
A APLICABILIDADE DOS 
INSTRUMENTOS E TÉCNICAS 
NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Perceber a diferença da teoria versus a prática profissional do assistente social.
Entender a importância da vinculação entre teoria e prática.
Aprender sobre os métodos e metodologias aplicados na práxis profissional do serviço social.
Compreender a aplicabilidade dos métodos e metodologias.
Identificar a aplicabilidade dos instrumentos e técnicas no exercício profissional do assis-
tente social.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6
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INICIE SUA JORNADA
Neste tema de aprendizagem, trataremos das refle-
xões que permeiam o exercício profissional no que 
diz respeito à relação entre teoria e prática.
Você já parou para pensar como será quando es-
tiver no exercício de sua profissão? Ou ainda, já ten-
tou vincular os estudos ao acúmulo teórico obtido até 
aqui para empregá-los em seu contexto profissional?
Pois é, neste ponto, é importante compreender-
mos o que se trata a teoria de que estamos falando 
e, também, conceituarmos a nossa prática, de modo 
a entender que são indissociáveis no exercício pro-
fissional. Precisamos ter como compromisso a ma-
nutenção do vínculo desses valores para garantir a 
qualidade das nossas ações.
É importante conhecer o método e a metodo-
logia para emprego tanto nos trabalhos científicos 
quanto na intervenção profissional, pois, como am-
bos exigem planejamento e comprometimento, cabe 
a nós nos apropriarmos desses conceitos para melhor 
fazer uso, tanto durante a graduação como após a 
sua conclusão, na prática profissional, sempre com o 
compromisso de nos embasarmos de maneira teóri-
ca, ética, política e metodológica.
Espero que aproveite o conteúdo! Bons estudos!
Ouça o podcast, que foi preparado para lhe ajudar a compreender a diferença entre 
instrumentos e instrumentalidade profissional do assistente social. Não deixe de ou-
vir! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de 
aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
UNIASSELVI
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
TEORIA VERSUS PRÁTICA
Iniciaremos a discussão referente à teoria versus a prática com uma reflexão sobre 
a seguinte história:
 “ Certo dia, um discípulo perguntou ao mestre:
— Quanto tempo vou levar para me tornar um sábio?
O mestre respondeu: — Cerca de dez anos.
Inconformado, o discípulo insistiu:
— Mas eu vou estudar todos os dias e gastar cada minuto de meu 
tempo lendo e pesquisando pergaminhos e escrituras.
O mestre disse: — Bem, nesse caso, você vai levar uns vinte anos 
(BARROS, 2009, on-line).
Essa história, segundo Barros (2009), nos chama a atenção para a importância de 
colocarmos os conhecimentos em prática. Para odiscípulo, tudo era uma questão 
de se aprofundar na teoria, de acumular informações, de mergulhar nos livros e 
nos estudos. Nem uma única vez, ele mencionou a prática, o desejo de colocar 
em ação tudo o que se dispunha a aprender.
VAMOS RECORDAR?
O artigo “Dilemas entre teoria e prática a partir da formação profissional e das 
condições objetivas do trabalho cotidiano”, de Élidi Cristina Tinti, lhe ajudará a 
recordar alguns conceitos da formação profissional e compreender os dilemas 
e desafios que envolvem o fazer profissional a partir da dicotomia entre teoria 
e prática, contribuindo para a compreensão de que, no âmbito da atuação do 
assistente social, teoria e prática são indissociáveis.
Disponível em: https://books.scielo.org/id/qzyh6/pdf/tinti-9788579836558-05.pdf.
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https://books.scielo.org/id/qzyh6/pdf/tinti-9788579836558-05.pdf
De nada adianta transformar-se em uma enciclo-
pédia ambulante e não ser capaz de concretizar uma 
única ideia, de usar seu conhecimento para modificar, 
para melhorar a realidade à sua volta (BARROS, 2009). 
Lembre-se: “[...] não existe empreendedor teórico. Quem sabe, faz. E quem não sabe, 
aprende fazendo” (BARROS, 2009, on-line). Em outras palavras, não existe assistente 
social, psicólogo, pedagogo, engenheiro, administrador só com as bases teóricas, uma 
vez que é no dia a dia que o profissional se constitui como tal, é no fazer técnico-ope-
rativo e ético-político da profissão, em conjunto com seu cabedal teórico-metodo-
lógico, que o indivíduo se especializa e se torna qualificado. A tradição acadêmica é 
sustentada por um rígido conjunto de valores teóricos predefinidos.
Esses valores não são explicitamente divulgados aos recém-chegados, mas são 
apreendidos por meio da sua experiência ao longo dos anos, de tal modo que é 
vulgar dizer que a práxis não se explica, vive-se.
Quem sabe, faz. E 
quem não sabe, 
aprende fazendo 
VOCÊ SABE RESPONDER?
Mas será que essa teoria se torna uma prática?
A sociedade atual vive uma grave crise de valores. Por um lado, não existem atual-
mente critérios seguros para distinguir o justo do injusto, o bem do mal, o belo do feio. 
Por outro lado, também não existem valores fortes, tudo depende das circunstâncias 
e dos interesses em jogo. Enfim, é tudo relativo, todos os meios justificam os fins.
É necessário refletir criticamente sobre de qual práxis estamos falando e qual 
posicionamento adotaremos, considerando a crise de valores e as mudanças que 
essa prática ocasionam na sociedade. Por sua vez, a práxis não fica imune a essa 
crise de valores, uma vez que, como considerada por alguns, trata-se de um refle-
xo da sociedade. A práxis perpetua valores, tais como a solidariedade, amizade, 
união, respeito pela hierarquia e pela tradição, mas, acima de tudo, valores que 
são fruto da vivência do dia a dia.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Nestes últimos anos, contudo, tais valores sofreram um profundo e acentuado 
desgaste, fruto do individualismo excessivo e egoísta de certos praxistas, mas 
também da sua desmedida sede de poder e de protagonismo. Não vou, aqui, ge-
neralizar, e tomar o todo pelas partes, não me parece sensato ou mesmo correto, 
embora seja fácil fazê-lo, porque a “parte” não é assim tão pequena e porque o 
“todo” também não é assim tão grande. A realidade é que muitos são os acadê-
micos que utilizam a práxis apenas como veículo de afirmação social.
Cada vez mais, a solidariedade é vista apenas como uma utopia em práxis, em-
bora muitos tentem negar essa perspectiva. Acadêmicos optam, progressivamente, 
por uma posição egoísta em práxis, em que o “eu” predomina sobre o “nós”, e este 
último somente é usado segundo os interesses que se colocam por cima da mesa (ou 
até mesmo por baixo). Assim como também não podemos dizer que exista união, 
se o “nós” é negligenciado, 
deixando simplesmente de 
existir como tal, uma vez que 
ninguém se preocupa com ele. 
Também não podemos falar 
em respeito no sentido amplo 
da palavra, pois muitos acadê-
micos apenas se lembram de o 
pedir e esquecem-se de dá-lo.
Não existe verdadeira 
amizade, mas apenas uma 
afeição aparente, que se edi-
fica para reforçar relações de 
poder e de força. Nada é es-
pontâneo ou verdadeiramen-
te sentido, tudo é cuidadosa-
mente planeado para que o 
“eu” e a vontade do “eu” não 
seja contrariada. A finalidade 
de um gesto sobrepõe-se ao 
puro e simples ato de agir.
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A práxis, contrariamente àquilo que alguns afirmam, não é feita apenas pela 
elite dos mais fortes, mas também dos mais falsos, dos mais prepotentes, dos mais 
egoístas, dos mais arrogantes.
A práxis, engana-se quem pensa o contrário, vive da sua teoria, mas ensina 
a sua prática, que em nada reflete os valores inerentes às tradições acadêmicas.
Teoria e prática são dois conceitos que devem ser dependentes um do outro, 
mas que, com o passar do tempo, infelizmente, cada vez mais se afastam.
Muitos preferem responsabilizar a sociedade e a crise de valores em que ela 
está mergulhada, mas a verdadeira culpa é das pessoas que a fazem e que, inertes, 
preferem seguir a maré de cabeça baixa, pois não têm força suficiente para lutar 
contra ela de cabeça levantada, ou porque, talvez, como própria experiência, são 
imediatamente esmagados.
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que podemos entender como teoria?
Segundo Ferreira (2008, p. 771), entende-se por teoria:
1. Conhecimento especulativo, meramente racional.
2. Conjunto de princípios fundamentais de uma arte ou de uma ciência.
3. Doutrina ou sistema fundado nesses princípios.
4. Hipótese, suposição.
Em outras palavras, podemos compreender, aqui, a teoria como sendo um con-
junto de princípios que fundamentam o agir profissional do assistente social. Nes-
se sentido, Kant (2008) diz que se chama teoria um conjunto de regras práticas 
que são pensadas como princípios numa certa universalidade, e aí se abstraem 
de um grande número de condições, as quais, no entanto, têm necessariamente 
influência sobre a sua aplicação. Segundo Pereira (2010), de uma forma geral e 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
abrangente, a teoria pode ser compreendida sob a perspectiva da etimologia da 
palavra nos dicionários. Para o pensamento clássico, entretanto, teorizar signi-
fica quase que somente abstrair, sendo que para compreender teoria, é preciso 
considerar a lógica e a metafísica.
A ciência moderna (e seu método) pode ser compreendida em quatro etapas: obser-
vação, hipótese, experimentação e lei; faz, também, uma distinção entre indução (visão 
do particular para o geral) e dedução (do geral para o particular), análise (decomposi-
ção de um todo em suas partes) e síntese (reconstituição do todo decomposto).
Na essência, segundo Pereira (2009), para entender o que é teoria em um 
plano mais amplo, é necessário compreender várias questões afins (experiência, 
natureza, objeto, visão total da realidade, presença do homem etc.) que nem a 
ciência clássica e nem a ciência moderna são totalmente capazes de abordar. A 
primeira exagerou o lado da teoria da realidade como abstração, esquecendo-se 
da síntese (que liga pensamento e realidade), e a segunda se prendeu demais 
à experimentação do objeto concreto. A autora discorre, ainda, sobre a teoria 
nas ciências empírico-formais (física, química, biologia), formais (matemática) 
e humanas, e enfatiza que, para falar em teoria, é necessário focalizar aquele sig-
nificado cultural básico da ação. Essa relação implica dependência da teoria com 
referência à prática, dependência de fundamentação.
 “ Sob a ênfase dicotômica dissociativa, 
a teoria e a prática são consideradas 
polos isolados e, até mesmo, opostos, 
valorizando os teóricos como aque-
les que pensam, elaboram, planejam 
e refletem, e os práticos, como os que 
executam, os que agem. Por sua vez, 
uma visão dicotômica associativa 
considera a teoria e a prática como 
polos separados, mas justapostos, 
sendo que o primado é a teoria. A 
prática torna-se aplicação da teoria 
(PINTO, 1995,somente em situações momentâneas e de necessidades sociais básicas. Ficaram 
responsáveis por atuar junto às demandas sociais entidades caritativas, que de-
senvolviam o trabalho voluntariamente para a população menos favorecida.
O desenvolvimento da sociedade e a ampliação do conhecimento no âmbito 
profissional contribuíram para a abertura das primeiras escolas de serviço social 
e para a profissionalização do serviço social de fato – não podemos nos esquecer 
de que a primeira escola de serviço social é datada de 1936, em São Paulo.
Com a profissionalização do trabalho e a inserção da profissão na divisão 
social e técnica do trabalho, sendo por sua vez executada pelo trabalhador assa-
lariado que vende essa força de trabalho no âmbito do desenrolar da manuten-
ção da sociedade capitalista, o serviço social se tornou uma profissão de caráter 
sociopolítico, crítico e interventivo, que atua nos segmentos da esfera pública, 
privada e terceiro setor, nas mais variadas áreas de atuação (criança e adoles-
cente, idoso, saúde, educação, habitação, assistência social, forense), bem como 
tem sua prática profissional pautada pelos princípios e direitos firmados pela 
Constituição Federal de 1988.
Os estudos mostram que as primeiras ações sociais foram realizadas sob orga-
nização da Igreja Católica, ligadas às questões de caridade, benevolência e com 
intuito exclusivo de “fazer o bem ao próximo”. O Estado, até então, mostrava-se 
omisso em relação às questões de cunho social.
APROFUNDANDO
É importante perceber que o plural modifica o significado: serviço social é o curso 
de nível superior e serviços sociais são os serviços disponíveis à população com a 
finalidade de garantir o acesso aos direitos fundamentais.
ZOOM NO CONHECIMENTO
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Segundo o Código de Ética do Assistente Social (CFESS, 1993), constituem como 
funções do assistente social:
O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho
 e formação profissional 
O livro de Marilda Vilela Iamamoto, publicado pela Editora Cor-
tez, é fundamental na apreensão do trabalho profissional do as-
sistente social. Após várias reedições, o trabalho da autora con-
tinua atual, intrigante, crítico e propositivo. Trata-se de uma obra 
para ser lida durante o caminho acadêmico e no fazer profissio-
nal. Traz muitos desafios, mas também proposições, bem como 
aborda a questão da criatividade necessária ao profissional de 
serviço social, que atua no âmbito de transformar a realidade.
INDICAÇÃO DE LIVRO
 PLANEJAR 
O planejamento é o processo inicial e 
importante em todo trabalho profissional. É 
através do planejamento que se tem uma 
ideia prévia da metodologia e resultados 
esperados, entre outras características 
essenciais, para um trabalho firmado no 
compromisso e na qualidade.
 GERENCIAR 
O gerenciamento está ligado a 
especificidades que podem ser direcionadas 
a setores e políticas públicas.
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 ADMINISTRAR 
O assistente social tem total capacidade de 
administrar em matéria de serviço social, 
exercendo função de gestão, seja de um projeto 
ou mesmo de uma política pública e social.
EXECUTAR 
Executar nada mais é que a prática profissional 
do assistente social, seja no cotidiano técnico 
nas políticas públicas ou por meio das outras 
atividades de gestão e pesquisa, que podem 
ser exercidas.
ASSESSORAR POLÍTICAS, PROGRAMAS E 
SERVIÇOS SOCIAIS 
Em matéria de serviço social, a assessoria 
é uma importante atividade, uma vez que o 
profissional tem propriedade, conhecimento 
técnico e científico para propor e compartilhar.
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INTERVIR NAS RELAÇÕES NO COTIDIANO 
DA VIDA SOCIAL 
As relações sociais e o serviço social 
estão intrinsecamente ligadas. É através 
da intervenção na realidade social que o 
assistente social pode transformá-la.
PAUTAR-SE NA AÇÃO DE CUNHO 
SOCIOEDUCATIVO E DE PRESTAÇÃO DE 
SERVIÇOS
O assistente social possui a apreensão de 
uma prática pedagógica em suas ações, pois 
orienta e direciona os usuários na estratégia 
de transformar a realidade social.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Qual seria o objeto de trabalho do assistente social? O profissional pode atuar em 
diversos espaços, mas qual seria seu principal objeto de trabalho?
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Para propiciar essa reflexão, vamos adentrar à temática da questão social
QUESTÃO SOCIAL 
 “ A questão social não é senão as expressões do processo de formação 
e desenvolvimento da classe operária e de seu ingresso no cenário 
político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como classe 
por parte do empresariado e do Estado. É a manifestação, no coti-
diano da vida social, da contradição entre o proletariado e a bur-
guesia, a qual passa a exigir outros tipos de intervenção mais além 
da caridade e repressão (IAMAMOTO; CARVALHO, 1983, p. 77).
A questão social é um conjunto de problemáticas vivenciadas pela classe tra-
balhadora, pouco assistida pelas políticas públicas e menos favorecida, seja em 
âmbito político, social ou econômico. A questão social é também o objeto da 
prática profissional do assistente social. Na trajetória histórica, a questão social 
se delineia tomando outras faces, denominadas expressões da questão social.
Podemos considerar expressões da questão social as necessidades coti-
dianas apresentadas na sociedade. Como exemplo, citamos:
DESEMPREGO
Trata-se de uma relevante expressão da questão social, que altera a dinâmica de 
organização em sociedade e pode colocar os indivíduos e famílias em situação de 
vulnerabilidade socioeconômica.
DIFICULDADE DE ACESSO
Configura-se na dificuldade da população em acessar direitos básicos e políticas pú-
blicas, como saúde, educação, habitação, entre outras.
DESIGUALDADES SOCIAIS
A falta de equidade e igualdade produzidas – principalmente na sociedade capitalista 
– provocam o aumento das desigualdades, que refletem na organização social e 
familiar, bem como nas oportunidades que cada um possui.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
A questão social também é compreendida e pensada enquanto uma categoria 
que expressa as divergências do modo capitalista de produção, ou seja, os tra-
balhadores constroem a riqueza com sua mão de obra e os capitalistas tomam 
posse dessa riqueza, apoderando-se do capital.
Em outras palavras, a apropriação da riqueza que se constrói é cada vez mais restrita 
aos trabalhadores que produzem, e o capital se acumula nas mãos de quem detém 
os meios de produção. É um modo de produção que aumenta a desigualdade.
OUTRAS EXPRESSÕES
Cotidianamente, outras expressões podem ser observadas, desde as formas de 
violência a públicos específicos, como crianças, pessoas com deficiência, pessoas 
idosas e mulheres, até a falta saneamento básico ou recursos que promovam saúde, 
segurança, educação etc.
Capitalismo: uma história de amor
Neste documentário, Michael Moore apresenta uma análise de 
como o capitalismo corrompeu os ideais de liberdade previs-
tos na Constituição dos Estados Unidos, visando gerar lucros 
cada vez maiores para um grupo seleto da sociedade, enquan-
to a maioria das pessoas, cada vez mais, perde direitos.
O filme permite uma compreensão do modo de produção ca-
pitalista, retratando o colapso causado pelo sistema nos Esta-
dos Unidos, bem como aborda, de maneira lúdica e crítica, o 
que se trata esse modo de produção cruel e perverso.
INDICAÇÃO DE FILME
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Mesmo com os avanços que a profissão adquiriu ao longo de seu processo histórico, 
os desafios de superação dos resquícios ligados à caridade ainda estão presentes 
no cotidiano profissional e na forma como a sociedade enxerga o assistente social.
O senso comum é fio condutor para reflexões que levam a se pensar que o pro-
fissional é um “faz-tudo”, ou que desenvolve apenas ações voltadas ao bem comum.
Contudo, para esclarecer esses pontos, é importante de antemão compreender 
alguns conceitos e saber diferenciá-los, uma vez que, durante a prática profissio-
nal, é papel do assistente social se apropriar de seu trabalho,p. 135).
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Destarte, prática e teoria não podem ser separadas, pois pode-se incorrer no vício 
idealista (priorizando a teoria e dissociando-a da prática) ou no do praticismo (acen-
tuando ou separando a prática em detrimento da teoria), o que levaria a um vício 
ainda maior: o do senso comum, que tende a menosprezar a teoria e a simplificar a 
realidade, ou seja, ele, assim como os aspectos ideológicos, interfere no ato teórico.
Leia o artigo “A dimensão técnico-operativa do serviço social em foco: sistema-
tização de um processo investigativo”, de Regina Célia Tamaso Mioto e Telma 
Cristiane Sasso de Lima, é imprescindível para compreender as dimensões que 
englobam o exercício profissional, pois explica a importância de teoria e práxis ca-
minharem conjuntamente, uma vez que a dimensão técnico-operativa se articula 
às dimensões teórico-metodológica e ético-política. Vale a leitura como forma de 
aprofundar o conteúdo que estamos estudando neste tema de aprendizagem.
Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/
view/5673.
EU INDICO
O que é realmente a prática? Segundo Ferreira (2008, p. 647), entende-se por prática:
1. Ato ou efeito de praticar.
2. Uso, exercício.
3. Rotina, hábito.
4. Saber provindo da experiência.
5. Aplicação da teoria.
6. Discurso rápido; conferência. [...].
De acordo com Kant (2008), denomina-se prática não toda a operação, mas 
apenas a efetivação de um fim, conseguida como adesão a certos princípios de 
conduta representados na sua generalidade. Nesse sentido, podemos dizer que a 
prática profissional do assistente social se processa no decorrer do seu exercício 
profissional, ou seja, na aplicação direta do seu instrumental teórico-metodoló-
gico, ético-político e técnico-operativo. Podemos dizer, assim, que a teoria versus 
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https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/5673
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
prática nada mais é do que a construção de estratégias técnico-operativas para 
o exercício da profissão, ou seja, preencher o campo das mediações entre a base 
teórica já acumulada e a operatividade do trabalho profissional do assistente 
social (IAMAMOTO, 2008).
Na Prática, a Teoria é Outra? 
De autoria de Cláudia Mônica dos Santos, Na Prática, a Teoria 
é Outra? nos convida a compreender que no âmbito da práti-
ca profissional do assistente social, teoria e prática não se dis-
sociam. Segundo a obra, também é importante perceber que 
caso haja essa dissociação, é hora de recapitular e reorganizar 
o trabalho de forma que o agir esteja vinculado ao conheci-
mento teórico, sendo possível que a prática seja capaz de ma-
terializar a teoria.
INDICAÇÃO DE LIVRO
MÉTODO E METODOLOGIA
Segundo o Minidicionário Aurélio (2008, p. 552), método e metodologia podem 
ser assim definidos:
Método:
1. Caminho pelo qual se atinge um objetivo.
[...]
3. Processo ou técnica de ensino; modo de ensinar.
4. Modo de proceder; maneira de agir; meio.
[...]
6. Tratado elementar.
7. Prudência, circunspecção; modo judicioso de proceder; ordem.
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Metodologia:
1. A arte de dirigir o espírito na investigação da verdade.
[...]
4. Estudo dos métodos e, especialmente, dos métodos das ciências.
[...]
Podemos, assim, dizer que a metodologia pode ser entendida como o estudo do 
método a ser aplicado em uma determinada realidade social, ou seja, a metodo-
logia nada mais é do que as etapas e estratégias para a realização de um procedi-
mento, seja ele acadêmico ou profissional.
A diferença entre método e metodologia está na especificidade das técnicas, sendo 
que a metodologia é a forma de se realizar, de aplicar o método, que, por sua vez, é 
o tipo de procedimento adotado em um processo de pesquisa, trabalho ou outros.
ZOOM NO CONHECIMENTO
Qual a importância da metodologia? De acordo com Becker, 
Kestring e Silva (1999), a metodologia é o estudo de métodos 
de como fazer e relatar os feitos em ciência. A explicação de sua 
importância já vem embutida na explicação do que ela é.
No caso da metodologia do trabalho científico, ao fazer 
uma pesquisa, seja um artigo para um jornal, um paper para 
um periódico, uma monografia para um curso ou uma disser-
tação de mestrado, e se pretenda realizar uma comunicação 
científica, assim como no caso da metodologia de interven-
ção profissional, o que menos se espera é que o conteúdo 
tenha vindo de uma inspiração poética ou de digressões e 
opiniões sobre o que foi pesquisado e/ou experimentado.
O que se espera numa metodologia, seja ela de trabalho 
científico ou de intervenção profissional, é que ela apresente:
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
 ■ planejamento anterior;
 ■ começo;
 ■ meio;
 ■ fim.
Em outras palavras, espera-se que ela exponha métodos de construção, os quais 
sejam coerentes, conhecidos e explicitados. Vejamos o que significa cada um deles:
1. PLANEJAMENTO ANTERIOR
Espera-se desse tipo de trabalho que, antes de ele ser escrito, ou colocado em prática, 
tenha sido planejado, tanto o modo como será escrito, quanto o que ele irá dizer, ou 
seja, tanto sua forma quanto seu conteúdo. Pode ser que tanto um quanto outro mudem 
ao longo do caminho, mas supõe-se que ninguém parta do zero num caso como esse. 
Pressupõe-se que: a) um assunto ou um problema social tenha sido escolhido, assim 
como seu enfoque e a profundidade com a qual será abordado; b) pesquisas sobre a 
realidade social ou para um levantamento bibliográfico tenham sido feitas.
2 COMEÇO
Espera-se que, de posse do material pesquisado, uma introdução possa ser escrita, com 
suas subpartes: a) Apresentação do tema e justificativa de sua escolha – aqui, o tema 
ou a realidade social é apresentada, de maneira clara, por meio de sua história, que con-
temple o recorte dado ao tema pelo autor; b) Questões específicas – aqui, você deve 
perguntar o que sua pesquisa responderá. São perguntas que deverão cercar sua prin-
cipal questão; c) Abordagem geral do problema – as questões específicas nos levam 
a pensar num panorama geral da realidade social do trabalho científico. Na realidade, 
embora nunca devamos perder a abordagem geral de vista, o trabalho se desenvolve 
através do estudo e análise das questões específicas; d) Hipóteses ou pressupostos – a 
espinha dorsal de seu trabalho, o que seu trabalho quer aclarar ou até que ponto você 
poderá mediar a transformação daquela determinada realidade social; e) Variáveis e/
ou fatores qualitativos de análise (trabalho experimental); f) Objetivos da pesquisa; g) 
Definição de termos; h) Metodologia da pesquisa ou do estudo – tipo de pesquisa; 
área de abrangência; população e amostra; passos da pesquisa; instrumentos da coleta 
de dados; tratamento de dados (trabalho experimental); pesquisa teórica.
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Podemos compreender que a metodologia, com seus métodos de intervenção e 
proceder, possibilitará ao assistente social um norte profissional para sua atuação 
junto à população usuária das políticas públicas e sociais.
Ademais, cada metodologia deve levar em consideração a questão social 
a ser trabalhada e sua realidade cotidiana. Assim como, cada instituição, seja 
pública ou privada, deve desenvolver metodologias específicas, conforme sua 
cultura organizacional.
3. MEIO
Trata-se do desenvolvimento, que deve conter uma revisão de literatura ou plano 
teórico; bem como a apresentação e análise de dados.
4. FIM
É o espaço para a apresentação das conclusões e sugestões.
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao final deste tema de aprendizagem, em que pudemos aprender so-
bre teoria versus prática. Compreendemos, aqui, no entanto, que, no âmbito do 
trabalho profissional do assistente social, tais conceitos não devem se contrapor, 
mas sim vincularem-se e assumiremuma postura indissociável.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 6
Por conseguinte, teoria e prática devem caminhar juntas. O profissional deve 
aguçar sua percepção do contexto e observar que, se estiver distante – na prática 
profissional – daquilo que aprendeu na teoria, terá dificuldades em sua atuação 
prática, embasada nos princípios do serviço social, que tenha de fato efetivo com-
promisso com a população.
Além disso, é importante saber que é por meio da apreensão teórica e me-
todológica que se executa um trabalho profissional com qualidade, e que possa 
também ser indissociável das demais dimensões que compõem o fazer do assis-
tente social, quais sejam: teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política.
Dessa forma, pudemos compreender que o fazer profissional é permeado por 
muitos desafios macroestruturais, assim como, certamente, aprendemos que uma 
prática unida à teoria possibilita a superação desses desafios por meio de funda-
mentos e respaldo legal da atuação do assistente social no cotidiano de trabalho.
Espero que tenha gostado do conteúdo!
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1. Os projetos profissionais são construídos por um sujeito coletivo – a categoria profissional – 
e contêm uma dimensão, que se expressa tanto em sentido amplo (quando esses projetos 
se relacionam com os projetos societários) quanto em sentido restrito (quando se refere 
às perspectivas particulares da profissão), constituindo-se, ainda, em estruturas dinâmicas, 
pois respondem “às mudanças no sistema de necessidades sociais sobre o qual a profissão 
opera. [...] Frente a isso, os projetos profissionais igualmente se renovam, se modificam” 
(NETTO, 2005, p. 275).
NETTO, J. P. La construcción del proyecto ético-político del servicio social frente a la crisis contemporá-
nea. In: BORGIANNI, E.; GUERRA, Y.; MONTAÑO, C. (org.). Servicio social critico: hacia la construcción del 
nuovo proyeto ético-político profesional. São Paulo: Cortez, 2005. p. 250-271.
Assinale a alternativa correta que corresponda à dimensão que se reporta ao excerto:
a) Dimensão ética.
b) Dimensão teórico-metodológica.
c) Dimensão técnica-operativa.
d) Dimensão pedagógica.
e) Dimensão política.
2. Conforme Santos (2013, p. 4): “A profissão, de acordo com o projeto ético-político hege-
mônico, assume o compromisso com a defesa intransigente dos direitos humanos, com a 
ampliação da cidadania, com a qualidade dos serviços prestados, com a luta em favor da 
equidade e da justiça social. Compromissos esses que devem ser perseguidos nas ativi-
dades desenvolvidas pelos assistentes sociais. Para isso, os profissionais devem privilegiar 
a utilização de instrumentos de caráter democrático, coletivo, menos burocrático, sempre 
alinhados com a realidade em que intervêm”.
SANTOS, C. M. dos. A dimensão técnico-operativa e os instrumentos e técnicas no serviço social. Revista 
Conexão Geraes, Belo Horizonte, v. 1, n. 3, p. 25-30, 2013.
Com base no enunciado, assinale a alternativa correta no que corresponde ao que são os 
compromissos citados:
a) Fundamentos históricos do serviço social.
b) Lei de Regulamentação da Profissão.
c) Diretrizes da LOAS.
d) Diretrizes Curriculares da ABEPSS.
e) Princípios fundamentais.
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3. Conforme Assis e Rosado (2012, p. 204): “Pensar a articulação entre teoria e prática no Ser-
viço Social permite-nos elucidar que a concepção teórico-metodológica exerce influência 
tanto na definição da finalidade a ser alcançada quanto nos meios a serem utilizados para 
atingir determinados fins”.
ASSIS, R. L. M. de; ROSADO, I. V. M. A unidade teoria-prática e o papel da supervisão de estágio nessa 
construção. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 15, n. 2, p. 203-211, 2012.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - A vinculação orgânica entre as três dimensões indica que o momento da prática não 
ocorre desvinculado dos aspectos teórico-metodológicos e ético-políticos.
PORQUE
II - Os recursos técnico-operativos adotados na intervenção profissional não estão disso-
ciados das demais dimensões.
Assinale a alternativa correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
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REFERÊNCIAS
ASSIS, R. L. M. de; ROSADO, I. V. M. A unidade teoria-prática e o papel da supervisão de estágio 
nessa construção. Revista Katálysis, Florianópolis, v. 15, n. 2, p. 203-211, 2012.
BARROS, E. do R. Teoria versus prática. Blog Eric do Rêgo Barros, [s. l.], 1 jun. 2009. Disponível 
em: http://ericdoregobarros.blogspot.com/2009/06/teoria-versus-pratica.html. Acesso em: 7 
mar. 2024.
BECKER, L. da S.; KESTRING, S.; SILVA, M. D. da. Elaboração e apresentação de trabalhos de 
pesquisa. Blumenau: Acadêmica, 1999.
FERREIRA, A. B. de H. Minidicionário Aurélio: o dicionário da língua portuguesa. 7. ed. revis. con-
forme acordo ortográfico. Curitiba: Positivo, 2008.
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
KANT, I. A paz perpétua e outros opúsculos. Lisboa: Edições 70, 2008.
NETTO, J. P. La construcción del proyecto ético-político del servicio social frente a la crisis con-
temporánea. In: BORGIANNI, E.; GUERRA, Y.; MONTAÑO, C. (org.). Servicio social critico: hacia la 
construcción del nuovo proyeto ético-político profesional. São Paulo: Cortez, 2005. p. 250-271. 
(Colección Biblioteca Latinoamericana de Servicio Social).
PEREIRA, V. V. Mediações... para quê? (Re)Pensando o Serviço Social, [s. l.], 22 jun. 2009. Dispo-
nível em: http://repensandooservicosocial.blogspot.com/. Acesso em: 7 mar. 2024.
PINTO, L. M. S. de M. Na prática a teoria é outra: será mesmo? Motrivivência, Florianópolis, n. 
8, p. 134-138, 1995. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/motrivivencia/article/
view/22604. Acesso em: 7 mar. 2024.
SANTOS, C. M. dos. A dimensão técnico-operativa e os instrumentos e técnicas no serviço social. 
Revista Conexão Geraes, Belo Horizonte, v. 1, n. 3, p. 25-30, 2013.
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1. Opção E. No fragmento, o correto é a dimensão política, a qual, por sua vez, tem o papel de 
compreender as questões em forma macro para melhor apreender o contexto em que se 
inserem os indivíduos que estão submersos nas expressões da Questão Social. A alternativa 
A está incorreta, pois a dimensão ética está vinculada aos princípios fundamentais e pre-
ceitos éticos que envolvem o trabalho do assistente social. A alternativa B, pois a dimensão 
teórico-metodológica envolve todo arcabouço teórico e procedimental adquirido e soma-
do aos estudos e experiência no cotidiano da profissão. A alternativa C, pois a dimensão 
técnico-operativa é diretamente ligada à prática profissional. A alternativa D está incorreta, 
pois a dimensão pedagógica está presente em toda orientação prestada pelo profissional, 
uma vez que incumbe aos usuários a reflexão, criticidade e possibilidade de transformação.
2 Opção E. Princípios fundamentais são dispostos no código de ética profissional do assistente 
social. Ao todo, são 11 princípios, entre os principais citados no excerto do enunciado da 
questão. A alternativa A, pois os fundamentos históricos do serviço social correspondem a 
história da profissão. A alternativa B está incorreta, pois a lei de regulamentação normaliza 
a profissão em todo território nacional, expressando a necessidade de curso superior e ins-
crição no conselho regional. A alternativa C está incorreta, pois a LOAS é a Lei Orgânica da 
Assistência Social e suas diretrizes são: descentralização político-administrativo, participação 
da população na formulação e no controle das ações em todos os níveis, responsabilizan-
do o Estado na condução da política de assistência social em cada esferado governo. A 
alternativa D está incorreta, pois a ABEPSS é a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa 
em Serviço Social, e as diretrizes curriculares são o que compõem as grades dos cursos de 
serviço social pelo país.
3. Opção A. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. As dimen-
sões são indissociáveis e isso justifica a vinculação orgânica entre as três dimensões, bem 
como indica que o momento da prática não ocorre desvinculado dos aspectos teórico-me-
todológicos e ético-políticos, pois os recursos técnico-operativos adotados na intervenção 
profissional não estão dissociados das demais dimensões.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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UNIDADE 3
MINHAS METAS
O MANEJO DO INSTRUMENTAL 
TÉCNICO-OPERATIVO DO 
ASSISTENTE SOCIAL
Conhecer os principais instrumentos de trabalho do assistente social.
Compreender a aplicabilidade dos instrumentais de trabalho do assistente social.
Aprender o que é instrumentalidade.
Saber as formas de aplicação dos instrumentos.
Entender o emprego da instrumentalidade no cotidiano profissional.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7
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 INICIE SUA JORNADA
Você sabia que até o século XX, o serviço social trazia um discurso muito ligado 
a práticas caritativas e de ajuda mútua, porém, no período contemporâneo, o 
serviço social passa a discutir acerca da profissão e seu processo de trabalho, 
levando em consideração o conceito baseado no pressuposto marxista.
Conforme Guerra (2000), no processo de trabalho do assistente social, há a 
passagem do momento de pré-ideação – projeto – para a chamada ação pro-
priamente dita, que requer a instrumentalidade.
Historicamente, o profissional de serviço social passou por divisões e dife-
renças entre o saber e o fazer profissional, fazendo com que os assistentes sociais 
tivessem práticas distintas. Na formação profissional, contudo, existem várias 
formas de conhecimento, e, com o acúmulo de experiências adquiridas ao longo 
da atuação, a prática profissional vai se aperfeiçoando e ampliando os olhares das 
diferentes formas de atuação, conforme veremos a seguir.
Neste podcast, conversamos sobre a Visita Domiciliar, bem como sobre algumas 
ações importantes, que devem ser levadas em conta antes do uso desse instrumen-
to, como forma de garantir compromisso e qualidade ao atendimento da população 
usuária. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual 
de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Para ter em mente os conceitos necessários deste tema, recomendo a leitura 
do trabalho de Ricardo Guimarães Amorim, intitulado O Serviço Social e os Seus 
Instrumentos e Técnicas: uma análise da percepção da abordagem com grupo no 
meio profissional do assistente social.
Disponível em: https://bdm.unb.br/bitstream/10483/4906/1/2013_RicardoGui-
mar%C3%A3esAmorim.pdf.
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https://bdm.unb.br/bitstream/10483/4906/1/2013_RicardoGuimar%C3%A3esAmorim.pdf
https://bdm.unb.br/bitstream/10483/4906/1/2013_RicardoGuimar%C3%A3esAmorim.pdf
TEMA DE APRENDIZAGEM 7
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
A APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS E TÉCNICAS NO 
EXERCÍCIO PROFISSIONAL
A aplicabilidade dos instrumentos e técnicas da prática cotidiana do assistente 
social responde às necessidades desse profissional, levando em consideração os 
diferentes contextos e realidades sociais.
Segundo Sousa (2008, p. 131): “o instrumental é o resultado da capacidade cria-
tiva e da compreensão da realidade social para que alguma intervenção possa ser 
realizada com o mínimo de eficácia, responsabilidade e competência profissional.
O profissional, entretanto, durante sua atuação e na aplicabilidade dos ins-
trumentos, independentemente de quais sejam, deve repensar sua prática, aper-
feiçoá-la e refletir constantemente. O principal objetivo deste tópico é apresentar 
de forma sucinta as técnicas e os principais instrumentos da ação profissional 
utilizados pelo assistente social no cotidiano de sua prática.
O Estudo Social em Perícias, Laudos e Pareceres Técnicos
O livro traz a reflexão sobre os instrumentos de registro do as-
sistente social, relacionando-os especificamente aos espaços 
sócio-ocupacionais da Previdência, Judiciário e Penitenciária. 
Contudo, é possível aproveitar a literatura para pensar sobre os 
demais espaços sócio-ocupacionais.
INDICAÇÃO DE LIVRO
A APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
DIRETOS OU “FACE A FACE”
Neste item, apresentaremos, em forma esquemática, como o assistente social aplica 
no seu dia a dia profissional o instrumental técnico-operativo, em seja, como são 
desenvolvidos e aplicados os instrumentos diretamente com a população usuária 
das políticas públicas e sociais, além dos planos, programas e projetos sociais.
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Segundo Sousa (2008, p. 124), a instrumentalidade do serviço social deve 
seguir algumas orientações:
 “ Expressar os objetivos que se quer alcançar não significa que eles 
necessariamente serão alcançados. Nunca podemos perder de vista 
que qualquer ação humana está condicionada ao momento históri-
co em que ela é desenvolvida. A realidade social é complexa, hetero-
gênea e os impactos de qualquer intervenção dependem de fatores 
que são externos a quem quer que seja – inclusive ao serviço social.
Como analisa Iamamoto (2008), reconhecer as possibilidades e limitações históri-
cas, dadas pela própria realidade social, é fundamental para que o serviço social não 
adote, por um lado, uma postura fatalista (ou seja, acreditar que a realidade já está 
dada e não pode ser mudada), ou, por outro lado, uma postura messiânica (achar 
que o serviço social é o “messias”, e que a profissão vai transformar todas as relações 
sociais). É importante ter essa compreensão para localizarmos o lugar ocupado 
pelos instrumentos de trabalho utilizados pelo assistente social em sua prática.
Se são os objetivos profissionais (construídos a partir de uma reflexão teórica, ética 
e política e um método de investigação), que definem os instrumentos e técnicas 
de intervenção (as metodologias de ação), conclui-se que essas metodologias não 
estão prontas e acabadas. Elas são necessárias em qualquer processo racional de 
intervenção, mas elas são construídas a partir das finalidades estabelecidas no 
planejamento da ação realizado pelo assistente social.
Primeiro, ele define “para que fazer”, para depois definir “como fazer”. Mais uma vez, 
podemos, aqui, identificar a estreita relação entre as competências teórico-metodoló-
gica, ético-política e técnico-operativa. Em outras palavras, os instrumentos e técnicas 
de intervenção não podem ser mais importantes que os objetivos da ação profissional.
APROFUNDANDO
Se partirmos do pressuposto de que cabe ao profissional apenas ter habilidade 
técnica de manusear um instrumento de trabalho, o assistente social perderá a 
dimensão do porquê ele está utilizando determinado instrumento.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Sua prática se torna mecânica, repetitiva, bu-
rocrática. Mais do que meramente aplicar técnicas 
“prontas” – como se fossem “receitas de bolo” –, 
o diferencial de um profissional é saber adaptar 
um determinado instrumento às necessidades que 
precisa responder no seu cotidiano.
Como a realidade é dinâmica, faz-se necessário compreender quais mudanças 
são essas para que o instrumental utilizado seja o mais eficaz possível, e, de fato, 
possa produzir as mudanças desejadas pelo assistente social – ou chegar o mais 
próximo possível. Ora, isso pressupõe que, mais do que copiar e seguir manuais 
de instruções, o que se coloca para o assistente social hoje é sua capacidade 
criativa, o que inclui o potencial de usar instrumentos consagrados da profissão, 
mas também de criar outros tantos que possam produzir mudanças na realidade 
social, tanto em curto quanto em médio e longo prazos.
Isso é primordial para que possamos desempenhar com competência as atribuições 
que foram definidas para o assistente social na Lei de Regulamentação Profissional.Vejamos: se o serviço social, em sua trajetória histórica, não tivesse criado 
novos instrumentos e novas técnicas de intervenção, teria conseguido sair da 
condição de mero executor das políticas sociais e hoje desempenhar funções 
de elaboração, planejamento e gerência dessas medidas? Certamente não. As-
sim, refletir sobre a instrumentalidade do serviço social é pensar para além da 
“especificidade” da profissão: é ponderar que são infinitas as possibilidades de 
intervenção profissional, e que isso requer, nas palavras de Iamamoto (2008), 
“tomar um banho de realidade”.
Sobre a interação face a face, podemos expor que este instrumento:
 “ [...] permite que a enunciação de um discurso se expresse não só 
pela palavra, mas também pelo olhar, pela linguagem gestual, pela 
entonação, que vão contextualizar e, possivelmente, identificar sub-
jetividades de uma forma mais evidenciada. Sob esse enfoque, po-
de-se dizer que o discurso direto expressa uma interação dinâmica 
(MAGALHÃES, 2003, p. 29).
A realidade é 
dinâmica, faz-
se necessário 
compreender quais 
mudanças 
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Observação
A técnica de observação faz com que o profissional 
analise o comportamento e os posicionamentos 
apresentados pelo usuário. A observação participante 
coloca o investigador – profissional – pertencente ao 
grupo, organização ou comunidade para que registre 
comportamentos, interações e acontecimentos. Nessa 
forma de estudo, o investigador passa despercebido.
Nessa direção, segundo Sousa (2008, p. 126):
 “ [...] na medida em que o assistente 
social realiza intervenções, ele par-
ticipa diretamente do processo de 
conhecimento acerca da realidade 
que está sendo investigada. Por isso, 
não se trata de uma observação fria, 
ou como querem alguns, “neutra”, em 
que o profissional pensa estar em 
uma posição de não envolvimento 
com a situação. Por isso, trata-se de 
uma observação participante – o 
profissional, além de observar, inte-
rage com o outro, e participa ativa-
mente do processo de observação.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Para melhor compreender a observação participante, vejamos sua aplicabilidade:
O QUÊ?
Aplicar o instrumento de observação. Ter clareza dos objetivos do que será analisado. 
Além disso, saber que observar é muito mais que somente olhar.
QUEM?
O profissional assistente social.
ONDE?
O instrumento pode ser aplicado individualmente, em grupo, organização e comunidade.
QUANDO?
Pode ser utilizada em conjunto com outras técnicas de aplicabilidade do serviço social.
POR QUÊ?
Para conhecer com profundidade as relações e comportamentos dos usuários observados.
COMO?
Estabelecendo uma relação social com o usuário que possui expectativa e necessida-
des quanto às intervenções. O profissional é observador e, ao mesmo tempo, observado.
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Entrevista individual e grupal
A entrevista é uma forma de relação entre o assistente social e o 
usuário, ou seja, é o momento que o profissional tem para estabele-
cer confiança com o atendido, para que este consiga realizar relatos 
e repassar informações importantes para o profissional, que está no 
papel de entrevistador.
 “ A entrevista nada mais é do que um diálogo, um pro-
cesso de comunicação direta entre o assistente social 
e um usuário (entrevista individual), ou mais de um 
(entrevista grupal). Contudo, o que diferencia a en-
trevista de um diálogo comum é o fato de existir um 
entrevistador e um entrevistado, isto é, o assistente 
social ocupa um papel diferente – e, sob determinado 
ponto de vista, desigual – do papel do usuário (SOU-
SA, 2008, p. 126).
Esse recurso busca compreender, identificar ou constatar uma deter-
minada situação, em que o assistente social emite sua opinião pro-
fissional e seu parecer. Assim, tal instrumento não se trata de uma 
conversa, mas, sim, uma ação teórico-metodológica que exige do 
profissional muito conhecimento.
A entrevista é uma 
forma de relação 
entre o assistente 
social e o usuário 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Dinâmica de grupo
A dinâmica de grupo é uma técnica 
que pode ser aplicada de diversas 
formas, como atividade lúdica, por 
exemplo, por meio de jogos ou si-
mulação de alguma vivência apre-
sentada pelo grupo.
O profissional de serviço social, 
nessa técnica, tem a responsabilida-
de de mediar e controlar o processo, 
além de provocar reflexões do grupo 
acerca de uma determinada temática 
e ter clareza dos objetivos da utili-
zação dessa técnica.
Para Sousa (2008), a dinâmica 
de grupo pode ser utilizada pelo 
assistente social em diferentes mo-
mentos: para levantar um debate 
sobre determinado tema com um 
número maior de usuários, bem 
como atender um número de pes-
soas, que estejam vivenciando situa-
ções parecidas.
Recomendo a leitura do artigo “A entrevista nos processos de trabalho do assis-
tente social”, como forma de aprofundamento no assunto. As autoras explicam bri-
lhantemente, inclusive, evidenciando formas de realizar a entrevista.
Disponível em: https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/
download/2315/3245.
EU INDICO
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https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/download/2315/3245
https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/download/2315/3245
Reunião
A reunião é um instrumento coletivo, 
apresentando uma característica diferen-
ciada da dinâmica de grupo, e tem como 
objetivo principal a tomada de decisão so-
bre determinado assunto ou temática que 
envolva todos os participantes.
O espaço de tomada de decisões é es-
sencialmente político, pois diferentes inte-
resses estão em confronto (SOUSA, 2008). 
É importante que, no instrumento reunião, 
seja apontado um líder ou coordenador, 
com o intuito de atingir o objetivo propos-
to. Esse coordenador, porém, tem que ter 
uma posição democrática, em que todos 
os presentes tenham um posicionamento.
São espaços de discussão coletiva, em 
que muitas vezes uma decisão é tomada 
pelos atores para atingir determinado 
objetivo, prezando pelo coletivo demo-
crático. As reuniões podem ser realizadas 
por um grupo de usuários, comunidade 
ou profissional que tem a necessidade de 
estabelecer alguma decisão.
A aplicabilidade da dinâmica de grupo se dá por meio de grupos que apresen-
tam vivências semelhantes, usando tal espaço de forma descontraída, mas com 
objetivo, também possibilita trabalhar algumas demandas no coletivo, pois pode 
provocar reflexão grupal.
APROFUNDANDO
O espaço de tomada 
de decisões é 
essencialmente 
político 
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Visita domiciliar
A visita domiciliar é muito utilizada pelo assistente social, por compreender que 
ela retrata a realidade vivenciada pelo usuário, enquanto o profissional realiza o 
atendimento residencial. Com a aplicação desse instrumento, é entender situa-
ções que dificilmente seriam identificadas no atendimento institucional, o que 
possibilita a realização de encaminhamentos para sanar a dificuldade observada.
Podemos citar como exemplo as condições de saneamento básico, habitação, 
higiene e cuidados pessoais. O profissional fica capacitado para realizar um estudo 
social da família, especificando situações verificadas no momento da visita técnica.
Nessa direção,
 “ [...] é de suma importância que o profissional que realiza a visita 
tenha competência teórica para saber identificar que as condições 
de moradia não estão descoladas das condições de vida de uma 
comunidade onde a casa se localiza, e que, por sua vez, não estão 
separadas do contexto social e histórico (SOUSA, 2008, p. 128).
Esse instrumento pode ser usado em conjunto com outras categorias profissio-
nais, como psicólogos, pedagogos ou enfermeiros. Deve ser aplicado na residência 
do usuário. Tem por objetivo conhecer a realidade vivenciada pelo usuário para 
que sejam observados fatos e situações impossíveis de serem identificadas em 
atendimento em outros espaços. O profissional se desloca até a residência do 
usuário e, posteriormente, redigeo relatório de visita técnica.
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Visita institucional
A visita institucional é muito parecida com a domiciliar. A diferença é que ela 
é aplicada em organizações, entidades, fundações e empresas privadas e públicas. 
Segundo Sousa (2008), são três as motivações que levam o assistente social a 
utilizar tal instrumento como atuação prática:
 ■ Quando o assistente social está trabalhando em uma determinada si-
tuação singular e resolve visitar uma instituição com a qual o usuário 
mantém alguma espécie de vínculo.
 ■ Quando o assistente social quer conhecer um determinado trabalho de-
senvolvido por uma instituição.
 ■ Quando o assistente social precisa realizar uma avaliação da cobertura e 
da qualidade dos serviços prestados por uma instituição.
O profissional, quando realiza essa técnica, tem como objetivo principal conhecer 
e avaliar a qualidade e existência de políticas sociais, públicas ou privadas. Tal 
instrumento pode ser aplicado em conjunto com outros, por exemplo, reuniões, 
entrevistas e observações.
Técnica de encaminhamento
Esse instrumento exige que o profissional de serviço social tenha conhecimento 
das políticas públicas existentes no município de atuação, bem como a rede de 
serviços disponíveis para poder realizar tal ação.
A técnica de encaminhamento é considerada uma ponte de ligação de todas 
as ações realizadas pelo profissional. Tal método não se caracteriza como uma 
ação principal; é sempre realizado em conjunto com outros instrumentos de 
competência do assistente social.
Em todos os campos de atuação profissional, o profissional verifica a neces-
sidade de acesso a políticas sociais para garantir acesso a bens e serviços da rede 
pública por meio de orientação e encaminhamento para as políticas públicas 
como forma de complemento de outras ações do problema identificado.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
Perícia social
A perícia é um instrumento utilizado por outros profissionais, como o contador, 
que realiza a perícia contábil. Já a perícia social é uma análise completa e detalha-
da de determinada intervenção realizada pelo profissional de serviço social, que 
tem o intuito de realizar um parecer da problemática que está acompanhando.
A perícia social tem como principal finalidade propor soluções das interven-
ções e situações apresentadas ao profissional. Esse instrumento é muito utilizado 
no Judiciário, em que a Justiça fará a intervenção em caso de violação de direitos, 
identificada pelo assistente social.
A APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS DE TRABALHO 
INDIRETOS OU “POR ESCRITO”
Tais instrumentos têm uma definição de comunicação ativa, ou seja, podemos 
considerá-los como formas de registro ou documentos por escrito do trabalho 
realizado pelo assistente social. Essas técnicas aplicadas pelo profissional permi-
tem que outros técnicos ou agentes tenham acesso à intervenção realizada pelo 
assistente social. Para Sousa (2008, p. 129):
 “ [...] a utilização dos instrumentos de trabalho por escrito também 
possui uma fundamental importância: é aqui que se torna possível 
ao assistente social sistematizar a prática. Todo o processo de regis-
tro e avaliação de qualquer ação é um conhecimento prático que se 
produz, e que não se perde, garantindo visibilidade e importância 
à atividade desenvolvida.
Neste item, abordaremos, em forma esquemática, como o assistente social aplica 
no seu dia a dia profissional o instrumental técnico-operativo, isto é, como são 
desenvolvidos e aplicados os instrumentos indiretos do seu agir profissional, 
sendo os principais:
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ATAS DE REUNIÃO
Atas nada mais são do que registros de tudo o que foi deliberado, comentado ou apre-
sentado em uma reunião. Tais documentos por escrito são de extrema importância para 
deixar arquivo às tomadas de decisões e até mesmo para servir como comprovação de 
que a reunião ocorreu. O profissional de serviço social deve utilizar esse instrumento, 
pois ele dará subsídios para discussões ou definições para aplicabilidade de interven-
ções identificadas e relatadas nas reuniões. O assistente social deve ter como prática o 
registro ou atas dos atendimentos realizados, sejam eles individuais ou coletivos.
DIÁRIO DE CAMPO
Esse instrumental é conhecido como uma ação pedagógica, em que é possível fazer 
uma avaliação do acadêmico, em que pode ser verificada a forma de descrever, rela-
tar, refletir, sugerir e fundamentar as ações descritas, além de poder relacionar a teoria 
com a prática. É considerado fonte de informação e registro, que pode contribuir para 
a construção de projetos de pesquisas, artigos, relatórios e até mesmo do trabalho de 
graduação (TG), apresentado no término do curso. O diário de campo são anotações 
realizadas pelo profissional de acordo com ações realizadas na sua atuação prática; 
nada mais é do que um relato das atividades que o profissional ou acadêmico desen-
volveu, porém com fundamentação teórica e análise crítica.
RELATÓRIO SOCIAL
Esse instrumental é utilizado pelo profissional para registrar informações, sejam elas para 
o próprio assistente social ou para outros profissionais, como é o caso de instituições que 
desenvolvem trabalho com equipes multiprofissionais, em que todos terão acesso às 
informações ou histórico da intervenção realizada com determinada família ou usuário.
PARECER SOCIAL
O parecer social retrata não somente a descrição, como é o caso dos relatórios, mas, sim, 
uma profunda análise da situação apresentada para o profissional. Nesse instrumento, 
deve constar a opinião técnica ou diagnóstico do assistente social, considerando a 
avaliação de outros instrumentos já aplicados, como observação, visita domiciliar e/ou 
atendimentos sociais realizados para conhecer a situação apresentada pelo usuário. Sen-
do assim, trata-se da conclusão de um trabalho realizado pelo assistente social, que pode 
compor um conjunto com outros instrumentos usados durante o processo de intervenção 
de determinada situação.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 7
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao fim de mais um tema de aprendizagem! Quando iniciamos este 
conteúdo, falamos sobre a aplicabilidade das técnicas e instrumentos de inter-
venção mais utilizados no contexto do trabalho profissional.
Conhecer tais recursos nos permite uma melhor apropriação da prática pro-
fissional, o que contribuirá para sua futura atuação como assistente social.
É importante evidenciar a diferença, que se deve ter conhecimento, de que: 
quando falamos de instrumentos, nos referimos às ferramentas que usamos no 
cotidiano profissional para intervir, seja entrevista, visita domiciliar, visita institu-
cional, atendimento individual ou em grupo; e quando falamos de instrumentali-
dade, nos referimos à nossa capacidade de pensar estratégias e criar instrumentos 
que dialoguem com a realidade para trabalhar nela.
O maior desafio, já dito várias vezes por Iamamoto (2008), é a nossa capaci-
dade criativa. O assistente social não deve ser somente um executor e preenche-
dor de papéis, ele deve prezar por ser um profissional criativo, principalmente, 
quando pensamos na realidade dinâmica como ela é e exige de nós proposições 
que se aproximem dos cotidianos em que atuamos. Espero que tenha gostado do 
conteúdo. Bons estudos!
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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1. O CFESS (2012) salienta que ação profissional deve ser conduzida vinculando as dimensões 
que compõe a profissão, tanto em espaço público quanto privado.
CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Subsídios para a atuação de assistentes sociais 
na política de educação. Brasília, DF: CFESS, 2012. v. 3. (Série Trabalho e Projeto Profissional nas Políticas 
Sociais).
Assinale a alternativa correta que corresponda às dimensões da profissão que não podem 
ser desvinculadas no exercício profissional:
a) Dimensão social e macrossocietária.b) Dimensão teórico-política e ética-metodológica.
c) Dimensão de mediação de conflitos e direcionamento social.
d) Dimensão pedagógica e orientações.
e) Dimensão teórico-metodológica, técnico-operativa e ético-política.
2. Segundo Guerra (2000, p. 2): “Ao alterarem o cotidiano profissional e o cotidiano das classes 
sociais que demandam a sua intervenção, modificando as condições, os meios e os instru-
mentos existentes, e os convertendo em condições, meios e instrumentos para o alcance 
dos objetivos profissionais, os assistentes sociais estão dando instrumentalidade às suas 
ações, na medida em que os profissionais utilizam, criam, adéquam às condições existentes, 
transformando-as em meios/instrumentos para a objetivação das intencionalidades [...]”.
GUERRA, Y. A instrumentalidade no trabalho do assistente social. Brasília, DF: UnB – Universidade de 
Brasília, 2000. (Cadernos do Programa de Capacitação Continuada para Assistentes Sociais, Módulo 4).
Com base no enunciado, assinale a alternativa correta no que se refere ao que a questão da 
objetivação das intencionalidades pode conduzir:
a) Ações de instrumentais para o trabalho.
b) Ações de mediação de conflitos.
c) Ações sociais de caridade e benevolência.
d) As ações de cerceamento dos direitos sociais.
e) As ações de instrumentalidade.
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3. Amorim (2013, p. 24) nos traz que “uma discussão acerca dos instrumentos e das técnicas 
do serviço social abrange também a compreensão da categoria instrumentalidade”.
AMORIM, R. G. O serviço social e os seus instrumentos e técnicas: uma análise da percepção da abor-
dagem com grupo no meio profissional do assistente social. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação em Serviço Social) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - A instrumentalidade no serviço social é elemento constitutivo para as transformações 
alcançadas durante a intervenção profissional.
PORQUE
II - A instrumentalidade também é campo de mediação da cultura profissional.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
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REFERÊNCIAS
AMORIM, R. G. O serviço social e os seus instrumentos e técnicas: uma análise da percepção 
da abordagem com grupo no meio profissional do assistente social. 2013. Trabalho de Conclu-
são de Curso (Graduação em Serviço Social) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade de 
Brasília, Brasília, 2013.
CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Subsídios para a atuação de assistentes 
sociais na política de educação. Brasília, DF: CFESS, 2012. v. 3. (Série Trabalho e Projeto Profis-
sional nas Políticas Sociais).
GUERRA, Y. A instrumentalidade no trabalho do assistente social. Brasília, DF: UnB – Univer-
sidade de Brasília, 2000. (Cadernos do Programa de Capacitação Continuada para Assistentes 
Sociais, Módulo 4).
IAMAMOTO, M. V. O serviço social na contemporaneidade. 15. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
MAGALHÃES, S. M. Avaliação e linguagem: relatórios, laudos e pareceres. São Paulo: Veras; 
Lisboa: CPIHTS, 2003.
SOUSA, C. T. de. A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e intervenção 
profissional. Emancipação, Ponta Grossa, v. 8, n. 1, p. 119-132, 2008.
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1. Opção E. Conforme as Diretrizes Curriculares da Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa 
em Serviço Social, a intervenção do assistente social deve ser composta de três dimensões: 
teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. A alternativa A está incorreta, pois 
a sociedade e seus desafios, em âmbito macro, são parte do trabalho profissional, mas não 
são consideradas dimensões. A alternativa B está incorreta, pois, na questão, há uma inversão 
da junção das dimensões, sem concordar com as três dimensões que compõem o fazer 
profissional. A alternativa C está incorreta, pois a mediação é uma categoria utilizada pelo 
serviço social nas práticas de intervenção, não se trata, portanto, de dimensão, e por sua vez, 
o direcionamento ocorre durante os atendimentos e o auxílio ao usuário para refletir sobre 
o contexto social. A alternativa D está incorreta, pois apesar de estar presente no trabalho 
do assistente social, a dimensão pedagógica ou a pedagogia do serviço social consiste nas 
orientações de cunho socioeducativo que convidam os usuários a vislumbrarem as situações 
de forma a buscarem mudanças.
2 Opção E. Ações de instrumentalidade. Na medida em que os profissionais utilizam, criam, adé-
quam às condições existentes, transformando-as em meios/instrumentos para a objetivação 
das intencionalidades, suas ações são portadoras de instrumentalidade. A alternativa A está 
incorreta, pois instrumentais são os instrumentos do cotidiano profissional, como entrevista, 
visita etc. A alternativa B está incorreta, pois a mediação de conflitos é uma categoria que 
pode contribuir na intervenção profissional. A alternativa C está incorreta, pois as ações sociais 
de caridade foram desenvolvidas no período da década de 1930, quando o serviço social era 
executado pela Igreja Católica. A alternativa D está incorreta, pois as ações de cerceamento 
de direitos nunca devem ser a prática de assistentes sociais, uma vez que esse profissional 
deve viabilizar a ampliação do acesso aos direitos, nunca negá-lo ou dificultá-lo.
3. Opção B. As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. A 
instrumentalidade no serviço social é elemento constitutivo para as transformações alcan-
çadas durante a intervenção profissional. Contudo, a instrumentalidade também é campo 
de mediação da cultura profissional.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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MINHAS METAS
O ESTUDO SOCIOECONÔMICO
Compreender o estudo socioeconômico como um instrumento de pesquisa e trabalho.
Entender o estudo socioeconômico como parte constituinte da prática interventiva do 
assistente social.
Conhecer os passos para realização do estudo socioeconômico.
Perceber que a pesquisa socioeconômica tem como objetivo conhecer a realidade social 
e econômica do entrevistado.
Apreender que o estudo socioeconômico possibilita a compreensão das dificuldades e 
necessidades do indivíduo e sua família.
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INICIE SUA JORNADA
Neste tema de aprendizagem, iremos nos aprofundar no estudo socioeconômico 
sob a perspectiva do serviço social. É importante perceber que sempre nos vincula-
mos ao contexto social e histórico para compreender as transformações na profissão.
No início dessa atividade, tais estudos buscavam elencar quem eram os in-
divíduos que teriam acesso a certos benefícios e os que não correspondiam aos 
requisitos. Com a evolução teórica e metodológica, nota-se que essa apropriação 
se amplia no sentido de perceber a realidade como locus do trabalho profissional 
e de aprofundar os conhecimentos nela, uma vez que, o estudo socioeconômico, 
ou estudo social, pode contribuir para o acesso e até mesmo a proposição de 
novas políticas públicas e de direitos.
O estudo social não se trata apenas de um instrumento ou atribuição do 
assistente social para verificação de renda. Para além dessa questão, essa análise 
contribui para a apreensão do contexto social, histórico, real, em diálogo com as 
questões micro e macrossocietárias.
Está preparado para saber mais sobre? Bons estudos e boa leitura!
Preparamos um podcast sobre como o estudo social pode servir como ferramenta 
de trabalho para a atuação profissional e para viabilizar direitos sociais. Não deixe 
de ouvir! Recursos de mídia disponíveis no conteúdodigital do ambiente virtual 
de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
VAMOS RECORDAR?
Diálogos: vulnerabilidade social é o vídeo em que a professora Inez Montagner, da 
Faculdade de Saúde Coletiva da UnB (Universidade de Brasília), conversa sobre o 
conceito de “vulnerabilidade social”. A entrevista auxilia na compreensão estrutu-
ral, de forma macro, das situações em que vivenciamos no cotidiano profissional, 
principalmente quando o assistente social for solicitado a fazer o estudo social de 
determinada situação.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=zybhJABxqCk.
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https://www.youtube.com/watch?v=zybhJABxqCk
TEMA DE APRENDIZAGEM 8
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
Quando nos reportamos à história do serviço social, visualizamos que, no pe-
ríodo de consolidação da profissão, os estudos socioeconômicos se constituíram 
em grande parte no desenvolvimento técnico. Também é notório que houve in-
fluência do serviço social americano, que tinha o objetivo de estudo de caso. “Esse 
‘método’ previa que, quando um ‘cliente’ pedia auxílio, era necessária a realização 
do estudo social de caso, numa primeira etapa, posteriormente, o diagnóstico, e 
por último, o tratamento (MIOTO, 2009, p. 3).
Ampliando e aprimorando as técnicas e instrumentos de intervenção na rea-
lidade, os assistentes sociais com objetivo de compreender a realidade e os modos 
de vida se utilizam de entrevista, observação, visita domiciliar, vários instrumen-
tos que irão compor um estudo social. Quando o serviço social adentrou a lógica 
das bases da teoria social de Marx, a qual, por sua vez, colaborou na evolução 
teórica e metodológica da profissão, os estudos sociais ganharam nova configu-
ração, que, segundo Mioto (2009), está pautada em dois pontos fundamentais:
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1º PONTO: INTERPRETAÇÃO DAS DEMANDAS
Aquelas necessidades trazidas por sujeitos singulares 
não são mais compreendidas como problemas indivi-
duais. Ao contrário, tais demandas são interpretadas 
como expressões de necessidades humanas básicas não 
satisfeitas, decorrentes da desigualdade social própria 
da organização capitalista. Assim, o assistente social tem 
como objeto de sua ação as expressões da questão social, 
e essa premissa não admite que se vincule a satisfação 
das necessidades sociais à competência ou incompetên-
cia individual dos sujeitos (MIOTO, 2009).
1º PONTO: REDIMENSIONAMENTO DA PERSPECTIVA 
CRÍTICO-DIALÉTICA
Exige da ação profissional no que diz respeito ao seu al-
cance e direcionalidade. Ao postular que as soluções dos 
problemas dos sujeitos singulares só se efetivam, de fato, 
com a transformação das bases de produção e reprodução 
das relações sociais – superação do modo de produção ca-
pitalista –, exige-se que a ação profissional seja pensada na 
sua teleologia. Para além de sua eficiência operativa ou de 
sua instrumentalidade, incorpora a elas o compromisso 
ético com a transformação social (MIOTO, 2009).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Fávero (2014) se refere ao estudo socioeconômico como estudo social, por com-
preender a sua análise de todos os aspectos que envolvem a realidade social. 
Também é importante considerar que a requisição do estudo socioeconômico 
está, geralmente, atrelada à concessão de benefícios e/ou inclusão de usuários aos 
serviços e programas ofertados pelas instituições privadas e públicas, sendo estas 
últimas as que mais empregam assistentes sociais.
Desde a gênese do serviço social, o profissional trabalha na mediação entre 
a instituição e a população pleiteante dos serviços ofertados, sendo auferido ao 
assistente social a seleção dos elegíveis, dentro da capacidade institucional (sem-
pre escassa) de atendimento, exigindo do usuário o cumprimento de critérios e 
condicionalidades, submetendo-o a um cenário de seletividade (PITARELLO, 
2013 apud GOIN; MIRANDA, 2022; FÁVERO; FRANCO; OLIVEIRA, 2020).
VOCÊ SABE RESPONDER?
O estudo socioeconômico é um instrumento ou competência do assistente social?
Goin e Miranda (2022) trazem que, conforme as legislações que respaldam a 
profissão, tomando por base, a Lei de Regulamentação da Profissão de Assis-
tente Social, o estudo socioeconômico é atribuição privativa do assistente social 
e não um instrumento profissional. A lei é clara quanto a essa prática em seu 
artigo 4º, inciso XI: “realizar estudos socioeconômicos com os usuários para fins 
de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e 
indireta, empresas privadas e outras entidades” (BRASIL, 1993).
O estudo socioeconômico tem como objetivo apresentar as características 
sociais e econômicas de uma determinada população que será analisada. Esse 
método de pesquisa é geralmente realizado por meio de entrevistas estruturadas, 
nas quais o formulário aplicado aponta variáveis conjunturais, que contribuem 
para a identificação da realidade em estudo. A pesquisa pode ser quantitativa ou 
qualitativa, sendo a qualitativa a mais utilizada pelo serviço social.
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A pesquisa qualitativa tem como preocupação um nível de realidade que não 
pode ser quantificado – a compreensão e a explicação da dinâmica das relações 
sociais, as quais, por sua vez, são depositárias de crenças, valores, atitudes e há-
bitos, correspondendo a um espaço mais profundo das relações, dos processos e 
dos fenômenos. Enfatiza-se a vivência, a experiência, a cotidianidade, bem como 
a compreensão das estruturas e instituições como resultados da ação humana 
objetivada, o que faz das práticas sociais, da linguagem e outros aspectos da vida 
social, aspectos inseparáveis um do outro (CASSAB, 2007).
A pesquisa pode ser aplicada com todos os envolvidos, atingindo 100% da 
amostra, ou realizada com uma amostragem do número de entrevistados, utili-
zando o mesmo critério para toda a amostragem. Como exemplo, podemos citar 
as pesquisas socioeconômicas familiares, nas quais se aplica um questionário 
para apenas um representante da família, porém, ao coletar os dados e fazer a 
análise, o perfil de todos os integrantes é considerado.
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que é uma pesquisa qualitativa?
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
O estudo socioeconômico é um instrumento de pesquisa também utilizado 
pelo assistente social na sua prática interventiva. Esse estudo tem como objeti-
vo conhecer o perfil socioeconômico de famílias e/ou indivíduos, facilitando o 
atendimento realizado pelo profissional, bem como traçar o perfil de usuários 
atendidos, podendo ser comparados dados de outras pesquisas realizadas com o 
mesmo público, com o mesmo foco de análise. Sendo assim, tem por finalidade 
o conhecimento crítico de uma determinada situação, por exemplo, problemas 
relacionados com habitação e saneamento básico.
O estudo socioeconômico segue alguns passos que podem ser comparados 
com as etapas de alguns tipos de pesquisas, como veremos a seguir:
ESCOLHA DO PÚBLICO ENTREVISTADO
Dar-se-á mediante o objetivo do estudo, podendo ser realizado por amostragem.
COLETA DE DADOS
Pode ser realizada mediante questionários ou entrevistas aplicadas ao público selecio-
nado. Em pesquisas do serviço social, geralmente, o profissional vai a campo realizar a 
coleta dos dados, ou procede conforme estabelecido no objetivo do estudo.
TABULAÇÃO DOS DADOS COLETADOS
Após a coleta, as informações devem ser tabuladas e disponibilizadas em um banco 
de dados, que facilitará a visualização e armazenagem das informações.
ANÁLISE
Deve seguir o estabelecido nos objetivos do estudo. Para sua realização, devem ser 
aproveitados todos os dados coletados, bem como devem ser organizadas em gráfi-
cos ou tabelas comparativas todas as informações levantadas.
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Os dados da pesquisa socioeconômica permitem que 
o profissional, além de conhecer a realidade social e 
econômica do entrevistado, compreenda as necessidades 
do indivíduo e sua família, bem como as dificuldades de 
acesso às políticas públicas.
Na análise, pode-se sugerir ampliação ou imple-
mentação de novos serviçosque contribuirão para o 
acesso aos direitos dos usuários atendidos pelos pro-
fissionais de serviço social.
Caso sejam insuficientes os dados coletados e forne-
cidos pelo entrevistado, o assistente social pode aplicar 
outros instrumentos profissionais de sua competência 
para atingir os objetivos propostos, como a visita domi-
ciliar, com a finalidade de acompanhar a realidade do 
usuário na entrevista já iniciada. Contudo, apesar dos 
passos e da proximidade com a pesquisa, o estudo social 
segundo Fávero (2014, p. 7-8):
 “ [...] não se indica modelo para a realiza-
ção do estudo social, mas, com base nos 
estudos e pesquisas realizadas, conside-
ra-se importante apontar alguns indica-
tivos que podem ser explorados, levando 
em conta as particularidades de cada si-
tuação (ou ‘caso’) atendida pelo assistente 
social nos diversos espaços da prática 
profissional e a necessária articulação 
com o campo dos direitos.
A autora salienta ainda que:
 “ [...] destacam-se como importantes na 
realização do estudo social e no encami-
nhamento do trabalho social dele decor-
rente: indicadores quantitativos e qualita-
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
tivos sobre famílias – incluindo processo de socialização e relações de 
gênero; trabalho – acesso ou não e condições pessoais e sociais para 
isso; políticas sociais e território – garantias legais relativas à prote-
ção social, programas institucionais e sua distribuição no território, 
considerando particularidades sociais, econômicas e culturais dos 
indivíduos e grupos que nele habitam, bem como hábitos, costumes 
e valores relacionados à sua história social (FÁVERO, 2014, p. 7-8).
Em outras palavras, a maior parte dos instrumen-
tos de trabalho do assistente social não existe re-
ceita de bolo. Como o chão de trabalho do pro-
fissional é a realidade, é necessário se apropriar 
dela para criar ou adaptar o que melhor pode ser 
usado para o estabelecimento do vínculo e conexão para o desenvolvimento do 
trabalho social. Sendo assim, as estratégias de um estudo realizado em uma 
metrópole podem ser diferentes das que devem ser adotadas em uma cidade de 
pequeno porte. Talvez as formas de estudo que fazemos hoje podem não con-
templar o futuro, uma vez que a realidade é dinâmica e se modifica o tempo todo. 
Eis aí um grande desafio.
É necessário compreender que é a partir do estudo que se estabelece o dire-
cionamento do trabalho social. O estudo social também abarca o desenvolvi-
mento de um parecer social, ou ainda quando realizado no âmbito sociojurídico, 
exige um laudo social.
A realidade é 
dinâmica e se 
modifica o tempo 
todo 
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Você sabe a diferença entre parecer social e laudo social?
Segundo o Conselho Federal de Serviço Social:
O parecer social diz respeito a esclarecimentos e análises, com base em 
conhecimentos específicos do Serviço Social, a uma questão ou a questões 
relacionadas a decisões a serem tomadas. Trata‐se de exposição e manifesta-
ção sucinta, enfocando‐se objetivamente a questão ou situação social anali-
sada e os objetivos do trabalho solicitada e apresentado; a análise da situação, 
referenciadas em fundamentos teóricos, éticos e técnicos, inerentes ao Servi-
ço Social – portanto, com base em estudo rigoroso e fundamentado – e uma 
finalização, de caráter conclusivo ou indicativo” (CFESS, 2003, p. 61).
Já o laudo social:
[...] é utilizado no meio judiciário como mais um elemento de ‘prova’, com a 
finalidade de dar suporte à decisão judicial, a partir de uma determinada área 
do conhecimento, no caso, o serviço social. Ele, na maioria das vezes, contri-
bui para a formação de um juízo por parte do magistrado, isto é, para que ele 
tenha elementos que possibilitem o exercício da faculdade de julgar, a qual se 
traduz em ‘avaliar, escolher, decidir’” (CFESS, 2003, p. 45).
ZOOM NO CONHECIMENTO
Perícia em Serviço Social 
O livro Perícia em Serviço Social, das autoras Abigail Franco, Eu-
nice Fávero e Rita de Cássia Oliveira, é uma obra extremamente 
importante para o arcabouço teórico do estudante e do profis-
sional de serviço social, pois, para além do olhar ao campo so-
ciojurídico, a judicialização das questões sociais e das políticas 
públicas, bem como os espaços de atuação dos assistentes 
sociais, como peritos, assistentes técnicos e trabalhadores do 
judiciário, propiciam a vivência cotidiana e o desenvolvimento 
dos estudos sociais.
INDICAÇÃO DE LIVRO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Apesar de não existir receita e modelo fixo de estudo social, algumas informa-
ções são essenciais, e a organização estrutural do estudo pode contribuir para a 
melhor apresentação da situação que está em análise. Para ilustrar, dividiremos 
em quatro partes o estudo social.
Na primeira parte de um estudo social, deve constar a identificação do indiví-
duo ou da família, se possível, com informações pessoais completas, como nome, 
data de nascimento, documentos (RG/CPF), escolaridade, naturalidade, entre ou-
tras, que possibilitarão ao profissional adentrar o seu contexto social e histórico.
A segunda parte do estudo deve conter a composição familiar, respeitando 
também a necessidade de os dados estarem completos, os quais possibilitarão ao 
profissional conhecer a formação da família – quando for o caso – e os integran-
tes em suas singularidades.
A terceira parte deve brevemente tratar a respeito do contexto vivenciado 
e expor a demanda, que culminou na realização do estudo. Por fim, a quarta 
parte deve subsidiar os encaminhamentos necessários e propostas feitas para o 
indivíduo ou a família. Esta última parte, comumente, pode apresentar um laudo 
ou parecer social sobre determinada situação, o que no âmbito sociojurídico 
culminaria na tomada de decisão do juízo.
Chamamos de estudo socioeconômico, pois a renda é um dado importante a ser 
considerado, contudo, não deve ser o único quesito avaliado. Vamos pensar para 
além das questões de renda?
PENSANDO JUNTOS
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É importante trazer para a reflexão a necessidade desatrelar do foco a vulnerabili-
dade somente pela renda, a fragilidade social se estende às diversas expressões da 
questão social. Sabe-se que a ausência de renda pode ser a geradora de conflitos e, 
até mais grave, de casos de violência acentuada em detrimento da falta de acesso 
às necessidades básicas, contudo, o olhar do profissional deve estar ampliado além 
das questões de renda, mas também para as questões de apoio, auxílio, vínculo, 
acesso, entre outras, que compõem o contexto social do indivíduo ou família.
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
NOVOS DESAFIOS
Agora que você sabe o que são estudos sociais e qual sua relação com o trabalho 
do assistente social, é importante compreender que alguns desafios estarão pre-
sentes no seu cotidiano profissional. Primeiramente, é interessante pensarmos 
que muitos profissionais de diversas políticas públicas visualizam o trabalho do 
assistente social, como uma espécie de seletividade. Mas em que sentido? Como 
se o nosso atendimento, acompanhamento ou mesmo nossa relação com os usuá-
rios – para conhecer sua realidade – fosse determinada pela seleção de quem 
pode ou não pode acessar um serviço, pela questão única da renda.
Nesse aspecto, entretanto, é preciso reafirmar nosso compromisso, enquan-
to profissionais, de exercer um serviço social comprometido com a população 
usuária. Esse empenho deve se dar principalmente na defesa do que realmente 
fazemos em nosso cotidiano de trabalho, uma vez que precisamos defender que 
nossa prática profissional não se vincula a nenhum tipo de negação de direitos, 
mas ao acesso e ampliação dos direitos pela classe trabalhadora. Nesse percurso, 
enfrentaremos muitos embates, principalmente com leigos, por conta de nosso 
trabalho. Precisamos, no entanto, nos manter firmes e resistir, bem como conti-
nuar estudandopara termos propriedade na defesa de nossas ações.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 8
Você encontrará muitos desafios pelo ca-
minho. Espero que todos eles – por mais 
difíceis que sejam – lhe façam perceber 
que são as adversidades que nos movem e 
nos ajudam a nos tornarmos profissionais 
íntegros, éticos e comprometidos.
Bons estudos!
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1. “A realidade apreendida por meio do estudo socioeconômico, realizado de forma profunda 
e especializada, e alinhado aos interesses dos/as usuários, pode balizar a percepção sobre 
a garantia de direitos preconizados constitucionalmente”.
MIRANDA, A. M. O estudo socioeconômico nas políticas de assistência estudantil dos institutos fede-
rais da região Centro-Oeste: configurações, contradições e perspectivas. 2021. Dissertação (Mestrado 
em Política Social) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade de Brasília, Brasília, DF, 2021. p. 134.
Diante do exposto, assinale a alternativa que corresponde corretamente aos direitos sociais 
estabelecidos na Constituição Federal de 1988:
a) Acesso à política de assistência social como direito universal.
b) Acesso à saúde e educação como principais direitos de cidadania.
c) Políticas públicas e mais acesso ao que é público e para todos.
d) Cuidado em saúde na perspectiva do cuidado desde o nascimento até o envelhecimento.
e) Acesso à educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência social, proteção à 
maternidade e à infância e assistência aos desamparados.
2. Hamilton (1976) considerava que, no estudo social de caso, dois grupos de informações 
eram importantes, pois a assistência ao cliente tinha como premissa a busca de recursos, 
tanto na personalidade como no seu ambiente, para corrigir a situação.
HAMILTON, G. Teoria e prática do serviço social de caso. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1976.
Com base no enunciado, assinale a alternativa que corresponda corretamente aos dois 
grupos de informações importantes no estudo social de caso:
a) Aquelas que compreendam o contexto social e aquelas que selecionem os beneficiários.
b) Aquelas no campo da psicologia e aquelas no campo da sociologia.
c) Aquelas de assistência ao cliente e aquelas de ajuste da ordem social.
d) Aquelas objetivas e subjetivas.
e) Aquelas inerentes ao indivíduo (aparência física, capacidade mental, habilitações espe-
cíficas) e aquelas próprias do ambiente (tipo de casa, tipo de emprego do presente e do 
passado, “companheiros dos quais gostava”).
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3. “As entrevistas supõem habilidade e técnica do assistente social para que viabilizem o ato 
de conhecer. Para tanto, podem ser utilizadas entrevistas estruturadas, não estruturadas 
e semiestruturadas”.
MIOTO, R. C. Estudos socioeconômicos. In: CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; ABEPSS 
– ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL. Serviço social: direitos sociais 
e competências profissionais. Brasília, DF: CFESS: ABEPSS, 2009. p. 14.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - As estruturas são conduzidas com formulários que visam à obtenção de determinadas 
informações.
PORQUE
II - Na maioria das vezes, são preenchidos de acordo com padrões já definidos no âmbito 
de programas ou de serviços.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá 
outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8662.htm. Acesso em: 12 mar. 2024.
CASSAB, L. A. Tessitura investigativa: a pesquisa científica no campo humano-social. Katály-
sis, Florianópolis, v. 10, n. esp., p. 55–63, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rk/a/gv-
qbKgscL4rvCXwHM8x5Hrj/. Acesso em: 12 mar. 2024.
CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. O estudo social em perícias, laudos e pa-
receres técnicos: contribuição ao debate no judiciário, na penitenciária e na previdência social. 
São Paulo: Cortez, 2003.
FÁVERO, E. T. O estudo social: fundamentos e particularidades de sua construção na área judi-
ciária. In: CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (org.). O estudo social em perí-
cias, laudos e pareceres técnicos: contribuição ao debate no judiciário, no penitenciário e na 
previdência social. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2014. p. 9-51.
FÁVERO, E. T.; FRANCO, A. P.; OLIVEIRA, R. de C. Processos de trabalho e documentos em servi-
ço social: reflexões e indicativos relativos à construção, ao registro e à manifestação da opinião 
técnica. In: CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (org.). Atribuições privativas 
do/a assistente social em questão. Brasília, DF: CFESS, 2020. v. 2. p. 43-80.
GOIN, M.; MIRANDA, A. de M. Atribuições privativas, estudo socioeconômico e serviço social: 
o trabalho profissional na assistência estudantil. Katálysis, Florianópolis, v. 25, n. 2, p. 415–424, 
2022. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rk/a/wGY3qxCbhNp4Gp9L47BhVnf/. Acesso em: 
12 mar. 2024.
HAMILTON, G. Teoria e prática do serviço social de caso. 3. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1976.
MIOTO, R. C. Estudos socioeconômicos. In: CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL; 
ABEPSS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL. Serviço so-
cial: direitos sociais e competências profissionais. Brasília, DF: CFESS: ABEPSS, 2009. p. 481-498.
MIRANDA, A. M. O estudo socioeconômico nas políticas de assistência estudantil dos institu-
tos federais da região Centro-Oeste: configurações, contradições e perspectivas. 2021. Disser-
tação (Mestrado em Política Social) – Instituto de Ciências Humanas, Universidade de Brasília, 
Brasília, DF, 2021.
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REFERÊNCIAS
1. Opção E. Conforme o artigo 6º da Constituição Federal de 1988, são direitos sociais: educação, 
saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência social, proteção à maternidade e à infância 
e a assistência aos desamparados. A alternativa A está incorreta, pois, conforme a CF, a 
assistência social deve ser prestada a quem dela necessitar. A alternativa B está incorreta, 
pois não somente saúde e educação, mas vários outros direitos sociais estão dispostos na 
Constituinte. A alternativa C está incorreta, pois o serviço social defende a ampliação das 
políticas públicas e consequentemente do seu acesso. A alternativa D está incorreta, pois, 
embora a política de saúde tenha estratégias que preveem o cuidado em toda fase da vida, 
essa especificidade não está inclusa nos direitos sociais.
2 Opção E. A alternativa A está incorreta, pois o serviço social contemporâneo se utiliza da 
compreensão do contexto social não somente na seleção de benefícios, mas também na 
apreensão da realidade social. A alternativa B está incorreta, pois, antes de literatura própria, 
o serviço social se aproximou da psicologia e da sociologia, mas a alternativa não diz res-
peito aos dois grupos de informações. A alternativa C está incorreta, pois as práticas sociais 
já foram visualizadas como ajuste da ordem, em que a não compreensão do contexto fazia 
com que se considerasse que indivíduo que estava desajustado. A alternativa D está incor-
reta, pois, na contemporaneidade, são consideradas as questões objetivas e subjetivas que 
envolvem a realidade.
3. Opção A. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. As entre-
vistas estruturadas são conduzidas com formulários que visam à obtenção de determinadas 
informações, pois, na maioria das vezes, são preenchidos de acordo com padrões já definidos 
no âmbito de programas ou de serviços.
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MINHAS METAS
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CARACTERÍSTICAS INSTRUMENTAIS 
DA AÇÃO PROFISSIONAL DO 
ASSISTENTE SOCIAL
Conhecer as características da mediação.
Perceber a mediação como uma metodologia de resolução de conflitos aplicável aos 
mais diferentes campos de atuação.
Compreender que o ponto-chave na negociação ou mediação de conflitos está nas 
concessões.
Entender que os assistentes sociais utilizam a mediação como estratégia de enfrenta-
mento dos conflitos sociais.
Aprender sobre o processo social utilizado na resolução de conflitos.
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INICIE SUA JORNADA
Neste tema de aprendizagem, conheceremos uma es-
tratégia de intervenção que pode agregar ao ambiente 
profissional do assistente social: a mediação.
A categoria mediação, empregada no cotidiano 
de atuação do profissional de serviço social, possibilita 
uma maior aproximação às famílias ou indivíduos que 
são atendidos, uma vez que compreende o entendimen-
to dos conflitos sociais.
Essa técnica também pode ser utilizada na compreen-
são e análise das políticas públicas e sociais, pois garante 
às partes que sejam escutadas e trabalhadas dentro de sua 
totalidade, na perspectiva de se estabelecer um consenso 
ou acordo que possa romper o ciclo de conflitos sociais.
A categoria mediação é compreendida, aqui, como uma 
ferramenta para que o assistente social possa enfrentar as 
situações de conflitos cotidianas, que permeiam o seu tra-
balho, refletindo com olhar ampliado sobre o contexto, to-
talidade, boa convivência e reforço dos vínculos, tanto com 
os profissionais quanto com os indivíduos envolvidos.
Observamos, também, que essa forma de apropria-
ção pelo assistente social da categoria mediação trans-
forma-o em um facilitador da conversa, uma vez que 
a maior parte dos conflitos se dá pela falta do diálogo e 
ocorrem nas relações sociais intrincadas pela comuni-
cação ou falta dela. Boa leitura e bons estudos!
Não deixe de ouvir o podcast que preparamos para que você conheça didatica-
mente a categoria mediação e sua empregabilidade no exercício profissional do 
assistente social. Bons estudos! Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digi-
tal do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
A CATEGORIA MEDIAÇÃO COMO INSTRUMENTO 
NA MEDIAÇÃO DE CONFLITOS NO COTIDIANO 
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
A discussão da categoria mediação, de acordo com Stanck (2003, p. 25), é, sem 
dúvida, “uma das discussões mais complexas já trazidas para o interior do ser-
viço social, e tem merecido constantes reflexões entre os principais teóricos da 
área, relacionada à tradição marxista e lukacsiana”. Segundo a autora, a categoria 
mediação é idealizada:
 “ [...] como categoria metodológica que, ao mesmo tempo em que 
possibilita a apreensão do movimento da realidade concreta, pos-
sibilita transformá-la, evidenciando os processos internos, ou seja, 
as relações existentes na dinâmica da história, marcada pelo con-
traditório (STANCK, 2003, p. 25).
Para Battaglia (2001, on-line), “a mediação é uma metodologia de resolução de confli-
tos aplicável aos mais diferentes campos de atuação”. Portanto, os profissionais do ser-
viço social também a utilizam como estratégia de enfrentamento de conflitos sociais.
VAMOS RECORDAR?
Nesta palestra, promovida pela Defensoria Pública de Minas Gerais, transmitida 
em setembro de 2023, os profissionais realizam a discussão: Construindo pontes: o 
poder da conciliação, mediação e justiça restaurativa. Vamos aproveitar para recor-
dar alguns conceitos e entender o funcionamento dessas diferentes estratégias 
de atuação, que podem ser aproveitadas para além do espaço sociojurídico no 
cotidiano profissional do assistente social.
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Antes de tudo, no entanto, precisamos compreender que, segundo Stanck (2003, 
p. 25, grifo nosso), a mediação “passa a ter um sentido historicamente concreto a 
partir das concepções trazidas por Marx na teoria social”. Nessa teoria marxista, 
a mediação é entendida como uma categoria ontológica e reflexiva. De acordo 
com Pontes, (2000, p. 41), a técnica:
 “ [...] é ontológica, porque está presente em qualquer realidade inde-
pendentemente do sujeito; é reflexiva, porque a razão, para ultra-
passar o plano da imediaticidade (aparência) em busca da essência, 
necessita construir intelectualmente mediações para reconstruir o 
próprio movimento do objeto.
Para Stanck (2003), a mediação só existe dentro dos complexos contraditórios 
da totalidade.
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que é mediação?
Ultrapassar o plano 
da imediaticidade 
(aparência) em 
busca da essência 
A mediação nada mais é do que uma negociação assistida, mas essa assistência 
tem de seguir um procedimento, uso de técnicas de resolução de conflitos que 
procurem alcançar um acordo embasado nos interesses reais dos indivíduos 
envolvidos, uma vez que eles mantêm seu poder de decisão, pois são eles – e não o 
mediador – que devem chegar à solução do problema (MICHELON, 2001, p. 4).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 9
Do que se trata essa negociação assistida? Será que os assistentes sociais estão 
realmente preparados para realizar uma boa negociação? Ou uma boa mediação?
Nesse sentido, o processo de negociação se encontra presente em prati-
camente todas as relações entre pessoas e entidades ou entre pessoas e pessoas, 
abrangendo as mais diversas situações da vida e do cotidiano social e organiza-
cional, principalmente na mediação de conflitos, tais como citamos a seguir:
• entre pais e filhos;
• entre esposa e marido;
• entre irmãos;
• entre famílias ou grupos familiares;
• entre colegas, pares, amigos, companheiros;
• entre patrões e empregados;
• entre setores de uma sociedade;
• entre quem produz e quem consome;
• entre quem tem e quem não tem etc.
Como o nosso foco são as mediações de conflitos, principalmente os sociais, 
salientamos que o sucesso de qualquer profissional, seja assistente social ou não, 
está totalmente dependente 
da sua habilidade em nego-
ciar, principalmente de ne-
gociar bem para o alcance 
dos resultados esperados. O 
ambiente dos conflitos so-
ciais é uma grande mesa de 
negociação e relaciona-
mento, na qual os profissio-
nais do serviço social estão 
em constante negociação. 
Eles negociam com os usuá-
rios de uma determinada po-
lítica pública ou social, seus 
superiores institucionais e 
colegas de trabalho.
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Precisamos estar cientes de que o êxito do assistente social em negociar 
está intimamente ligado aos resultados de suas vivências profissionais e pessoais, 
determinando se ele prosperará ou se terá frustrações nessas áreas de sua vida.
É importante que estejamos preparados para negociar de forma profissional 
– desde questões mais simples até as mais complexas e vultosas –para, assim, 
podermos contribuir para o processo de mediação dos conflitos sociais. Outra 
coisa fundamental para o assistente social é o constante aperfeiçoamento para 
que ele seja um profissional cada vez mais qualificado em sua práxis profissional.
Mediação e Serviço Social 
Reinaldo Pontes é um autor de referência, em matéria de me-
diação, no âmbito profissional do serviço social. Na obra, ele 
traz, na perspectiva da ontologia do ser social, algumas refle-
xões sobre a utilização da categoria pelos assistentes sociais.
INDICAÇÃO DE LIVRO
Os assistentes sociais também devem se aperfeiçoar constante em negociação 
e mediação, mesmo aqueles com larga experiência na práxis profissional, pois as 
realidades sociais e seus conflitos estão em constantes transformações.
Nas pequenas ou grandes negociações, o que faz a diferença é a atitude. Você 
pode agir cegamente, ou se preparar, negociando de maneira metódica e plane-
jada, sempre objetivando os melhores resultados para a mediação em que está 
trabalhando. A questão que se coloca é como podemos negociar com a máxima 
efetividade, de modo a trazer resultados positivos para os conflitossaber reafirmá-lo e 
ter coerência em suas ações, de acordo com aquilo que foi estudado.
Um dos mais renomados teóricos do serviço social, José Paulo Netto, expressa e 
contextualiza os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos da profissão, 
em uma palestra brilhantemente expositiva, que adentra os períodos históricos 
para desenhar o conceito do objeto de trabalho do assistente social.
EU INDICO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
AS DIVERSAS INTERPRETAÇÕES DA ATUAÇÃO 
PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
Confunde-se muito os termos: serviço social, serviços sociais, assistente social, 
assistência social e assistencialismo, conforme veremos, a seguir, no demonstra-
tivo do Quadro 1.
Serviço social É uma profissão reconhecida de nível superior.
Assistente social
Profissional com formação em curso superior, devidamente 
habilitado e registrado no Conselho Regional de Serviço Social.
Serviços sociais
São serviços disponibilizados à população, com a finalidade 
de garantir os direitos mínimos de acesso à saúde, educação, 
habitação, saneamento básico, entre outros.
Assistencialismo
É a prática oposta da política de assistência social. Ações as-
sistencialistas são caracterizadas como doações, caridade ou 
ajuda. Também configura assistencialismo a troca de favores, 
como a entrega de cestas básicas em campanhas eleitorais, 
visando ao voto.
Assistência social
Política pública de DIREITO de todo o cidadão e de dever do 
Estado.
Quadro 1 – Conceitos básicos / Fonte: as autoras.
É muito comum que ainda relacionem a prática do assistente social com o as-
sistencialismo, contudo, a apreensão teórica contribui para esclarecermos essa 
questão, uma vez que o trabalho do assistente social reside no âmbito da esfera 
da viabilização dos direitos, e o assistencialismo, Segundo Sposati et al. (1985, p. 
7): “é o acesso a um bem através de uma benesse, de uma doação, isto é, supõe 
sempre um doador e um receptor. Este é transformado em um dependente, um 
apadrinhado, um devedor [...]”.
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De acordo, ainda, com o quadro apresentado acima, podemos citar como 
exemplo uma expressão errada – muito comum – e utilizada por leigos: o 
assistente social é formado em assistência social.
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que é assistência social?
A partir dessa pergunta, é importante que você, estudante e futuro assistente 
social, tome nota de alguns pontos fundamentais. Quando se formar no curso 
de graduação em Serviço Social, você receberá o título de Bacharel em Ser-
viço Social. Para se tornar assistente social, o profissional graduado em Serviço 
Social deve contar com registro ativo no Conselho Regional de Serviço Social 
(CRESS) de cada estado/região, conforme a lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993, 
que regulamenta a profissão.
Art. 2º Somente poderão exercer a profissão de Assistente Social:
I - os possuidores de diploma em curso de graduação em Serviço 
Social, oficialmente reconhecido, expedido por estabelecimento de 
ensino superior existente no País, devidamente registrado no órgão 
competente;
II - os possuidores de diploma de curso superior em Serviço So-
cial, em nível de graduação ou equivalente, expedido por estabele-
cimento de ensino sediado em países estrangeiros, conveniado ou 
não com o governo brasileiro, desde que devidamente revalidado e 
registrado em órgão competente no Brasil;
III - os agentes sociais, qualquer que seja sua denominação com 
funções nos vários órgãos públicos, segundo o disposto no art. 14 e 
seu parágrafo único da Lei nº 1.889, de 13 de junho de 1953.
Parágrafo único. O exercício da profissão de Assistente Social requer 
prévio registro nos Conselhos Regionais que tenham jurisdição so-
bre a área de atuação do interessado nos termos desta lei (BRASIL, 
1993a, on-line).
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TEMA DE APRENDIZAGEM 1
No decorrer da sua atuação como profissional, você certamente se deparará com 
falas como a do exemplo citado. Por esse motivo, temos que ter muita clareza em 
relação ao significado da terminologia ligada à profissão para, assim, podermos 
fazer a defesa da interpretação correta.
Também devemos abolir a ideia de que o assistente social é um profissional 
que atua somente com a preocupação de ajudar as pessoas nas situações mais 
vulneráveis, ou ainda que só atua junto à população menos favorecida.
Enfim, o assistente social é formado e é profissional de serviço social; atua 
não só no campo da assistência social, mas também em outras políticas públi-
cas como saúde, educação, saúde mental, organizações da sociedade civil, entre 
outras, prestando serviços sociais e desenvolvendo ações que designam o com-
bate ao assistencialismo através do fortalecimento e viabilização do acesso aos 
direitos sociais para todo cidadão.
Se você não soube responder à pergunta, mencionada anteriormente, que pro-
piciou essa nossa reflexão, vamos respondê-la juntos? Toda vez que no futuro 
alguém perguntar se você é formado em assistência social, seja um profissional 
que orienta e informa corretamente e responda:
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Assistência Social é política pública de direito, está na nossa Constituição Federal 
de 1988 e é prestada a quem necessitar, principalmente às pessoas em situação 
de vulnerabilidade social. Trata-se de um dos espaços sócio-ocupacionais em que 
posso atuar profissionalmente, mas minha formação é em serviço social, que é o 
curso de graduação que realizei para que pudesse me inscrever no CRESS e ser 
assistente social.
A LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL: ELEMENTOS 
PARA REFLEXÃO
Essa lei também contribuiu para que se organizasse as práticas de assistência 
social no país, ordenando a assistência social disposta na Constituição Federal 
de 1988, e designando-a como política pública de direito.
O marco importante em termos legais se deu com a Constituição Federal 
de 1988, quando a assistência social ganhou o estatuto de política social, com-
pondo o tripé da seguridade social com a política de saúde e a previdência 
social. Entretanto, as mudanças legais não se objetivam imediatamente, pois 
encontram estruturas e culturas moldadas pela forma de atuação fragmentada, 
pela resistência, explícita ou implícita, dos “feudos” de poder dos políticos e dos 
agentes sociais públicos ou privados e pelo despreparo dos funcionários.
A partir da Constituição ocorreram outras regulamentações como a Lei 
Orgânica da Assistência Social (LOAS) e o Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA). Mais recentemente, a aprovação do Sistema Único da Assistência Social 
(SUAS) e da Norma Operacional Básica da Assistência Social (NOB) conferem 
um novo status e um desafio maior à política pública de assistência social.
Assistente social, assistência social e LOAS: qual a relação entre esse trinômio? 
Para melhor compreender a prática do assistente social dentro da Política de As-
sistência Social, é importante conhecer a Lei Orgânica da Assistência Social, uma 
vez que ela contribui para diferenciar ainda mais a atuação profissional em outros 
espaços.
PENSANDO JUNTOS
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Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por 
objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e 
à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiên-
cia e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa 
portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir 
meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua 
família, conforme dispuser a lei.
VI - a redução da vulnerabilidade socioeconômica de famílias em 
situação de pobreza ou de extrema pobreza (BRASIL, 1988, on-line).
A Lei Orgânica da Assistência Social busca definir novas colocações e diretrizes 
no que diz respeito aos direitos sociais, propiciando e incentivandosociais.
As negociações acontecem no momento em que as partes envolvidas estejam dis-
postas a realizar uma troca; ela acontece o tempo todo em torno desse princípio, de 
acordo com a regra de que é preciso dar antes de receber. O ponto-chave está nas con-
cessões e na premissa de que ambas as partes devem obter vantagens para se ter uma boa 
negociação. Mas o ponto de conexão na mediação, segundo Battaglia (2001, on-line):
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 “ [...] ocorre na maneira de considerar as ideias das partes envolvidas. 
Na verdade, as soluções são criadas e encontradas pelas partes e não 
pelo mediador. O mediador tem somente o papel de facilitador das 
relações e da profusão de ideias criativas e exequíveis.
Podemos dizer, dessa maneira, que a mediação é 
um processo extrajudicial de resolução de confli-
tos, no qual um terceiro, imparcial, dá assistência 
às pessoas em conflito, com a finalidade de que 
possam manter uma comunicação produtiva à 
procura de um acordo possível para elas.
Segundo Michelon (2001), trata-se de um processo – porque tem um desen-
volvimento lógico e organizado; é extrajudicial – porque está fora do Judiciário, 
isto é, as partes é que escolhem o mediador; mas, frise-se, não colide, nem com-
pete com o processo judicial. É mais um meio de resolução de conflitos mediado 
por um terceiro imparcial – aquele que, de maneira neutra, auxilia as partes em 
conflito a buscar uma solução que seja do interesse de ambas.
A mediação é 
um processo 
extrajudicial de 
resolução de 
conflitos 
O mediador deve levar as partes a se ex-
pressarem de forma clara, a explicitar o 
conflito. O mediador abre o canal de co-
municação entre as pessoas envolvidas.
Em muitos casos, tem-se observa-
do que aquilo que ocasionou o conflito 
é a impossibilidade de conversar ou a 
errônea interpretação do que foi dito, 
por isso, a tarefa primeira do mediador 
é fazer com que as partes restabeleçam a 
comunicação. É necessário, outrossim, 
que o mediador faça com que as partes 
entendam que uma deve escutar a outra.
O objetivo da mediação é as partes 
chegarem a um acordo, que seja produ-
tivo para as partes, isto é, que suas neces-
O mediador que 
ali se encontra é 
um facilitador do 
processo 
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sidades e interesses fiquem satisfeitos. Essas considerações devem ser levadas à 
mesa de negociação na primeira reunião, quando será dito, inclusive, que o acordo 
dependerá essencialmente das partes, uma vez que o mediador que ali se encontra 
é um facilitador do processo; ele não está ali para dar soluções prontas, mas para 
auxiliá-las na busca do resultado mais produtivo para ambas.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Quando o serviço social utiliza pela primeira vez a categoria mediação?
Segundo Stanck (2003, p. 26):
 “ [...] o serviço social passa a utilizar-se da categoria mediação a partir 
do movimento de reconceituação, mais especificamente a partir da dé-
cada de 1980, momento em que houve um aprofundamento teórico-
-metodológico da profissão, com base no método dialético marxista.
Desse modo, a mediação:
 “ [...] é introduzida inicialmente no discurso dos assistentes sociais pela 
via da análise política, da sua articulação no bojo das políticas sociais e 
de sua inserção socioprofissional. [...]. Enquanto categoria teórica, [...] 
a categoria de mediação constitui-se num divisor de águas no plano 
metodológico; [...] na concepção dialética, é a existência da categoria 
de mediação em face da totalidade concreta que permite apreender o 
envolver dos fenômenos do real, o que no quadro categorial das outras 
formulações é uma grande limitação (PONTES, 2008, p. 95, grifo nosso).
VOCÊ SABE RESPONDER?
Quais as características da mediação?
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Stanck (2003, p. 26) expõe que a mediação é um “componente estrutural do ser so-
cial”. Intrínseca aos complexos contraditórios, o profissional de serviço social passou 
a utilizá-la para explicar, entender e intervir em uma determinada realidade, a fim 
de transformá-la. A mediação, como técnica, segundo Battaglia (2001, on-line),
 “ [...] vem suprir um espaço anteriormente ocupado pelas pessoas 
mais velhas da comunidade ou da família. Com as transformações 
na modernidade das organizações sociais, esse espaço se tornou 
vazio. Além desse fato, algumas transformações também ocor-
reram tanto em relação à causa dos conflitos, como em relação 
às habilidades necessárias para solucioná-lo.
Martinelli (1993, p. 136) expõe que:
 “ [...] as mediações são categorias instrumentais pelas quais se proces-
sa a operacionalização da ação profissional. Expressam-se pelo con-
junto de instrumentos, recursos, técnicas e estratégias pelas quais 
a ação profissional ganha operacionalidade e concretude. São ins-
tâncias de passagem da teoria para a prática, são vias de penetração 
nas tramas constitutivas do real. Nesse sentido, a própria prática do 
profissional é uma mediação, pois coloca em movimento toda uma 
cadeia de vínculos na relação totalidade/particularidade, tendo em 
vista a superação da realidade social concreta.
A mediação é voluntária, segundo Michelon (2001, p. 5), compreende que:
[...] os litigantes não são obrigados a negociar, a mediar ou a fazer acordo, in-
fluenciados por alguma parte interna ou externa. As partes aderem livremente 
ao processo e dele podem, também, livremente sair. Não há nenhuma norma 
legal que obrigue qualquer das partes a aderir a um processo de mediação. 
Nem o mediador tem autoridade para impor uma solução às partes.
APROFUNDANDO
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Em relação à causa dos conflitos, segundo Battaglia (2001, on-line), 
pode-se “constatar que inicialmente eles se davam pela impossibili-
dade de consenso, enquanto atualmente ocorrem pela dificuldade de 
se lidar com a diferença”. Quanto às habilidades do mediador, elas:
 “ “[...] se deslocam do antigo lugar de terceiro de bom 
senso que aconselha as partes ou valida uma ou outra, 
para a de facilitador que cria condições para o diá-
logo sempre que as partes envolvidas não consigam 
concretizá-lo sozinhas; [...] tornando-se um recurso 
confidencial, importante para a resolução de conflitos 
nas situações que envolvam diferentes interesses, as-
sim como a necessidade de negociá-los. Embora, em 
alguns países, ocorra uma intimação judicial às partes 
para que recorram à mediação, utilizo-a em minha 
prática como um processo necessariamente volun-
tário, no qual a responsabilidade pela construção das 
decisões cabe às partes envolvidas. É exatamente neste 
ponto que a mediação se diferencia da resolução judi-
cial, onde a decisão é transferida a um terceiro, o juiz 
(BATTAGLIA, 2001, on-line).
A autora ainda estabelece que esse recurso pode trazer benefícios, 
bem como algumas habilidades a serem desenvolvidas por distintos 
profissionais e a questão da aplicabilidade, como veremos:
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BENEFÍCIOS
 Rapidez e efetividade de resultados.
- Redução de desgaste emocional e de custo financeiro.
- Garantia de privacidade e sigilo.
- Alternativa à arbitragem e processo judicial.
- Redução de duração e reincidência dos litígios.
- Facilitação da comunicação e promoção de ambientes cooperativos.
- Transformação e melhoria das relações.
- Prevenção e aprendizagem de novas maneiras de resolução de conflitos.
- Promoção de um ambiente propício à colaboração.
- Possibilidade de que as relações continuadas perdurem de forma positiva.
- Incorporação de novas maneiras de resolução de conflitos, em que ambos cons-
troem suas próprias soluções e passam a funcionar com mais essa alternativa em suas 
vidas próprias por meio de uma meta-aprendizagem.
- Promover a reflexão e a reformulação de sua maneira de atuar nas resoluções de 
conflito. Tornam-se mais claramente delimitados os limites e as possibilidades na 
relação entre mediador e mediado.
- Possibilitar maior autonomia, expressão pessoal e corresponsabilidade das partes na 
construção de suas alternativas e decisões passa a ser, cada vezmais, seu foco de ação.
HABILIDADES
- Podem ser treinadas e utilizadas por qualquer pessoa que participe de contexto de conflito.
- Há maior facilidade para terapeutas da abordagem centrada na pessoa e facilitado-
res de grupos.
- É possível manejar o processo de mediação transformativa, quer seja nos âmbitos 
sociais, políticos, transculturais, educacionais, empresariais ou jurídicos.
APLICABILIDADE
- Abrange todo e qualquer contexto de convivência capaz de produzir conflitos, 
podendo beneficiar impasses políticos e étnicos (nacionais e internacionais), questões 
trabalhistas e comerciais (locais ou de mercados comuns), empresas, escolas, famílias, 
comunidades e instituições.
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Para Michelon (2001, p. 5), o mediador tem o propósito de:
 “ [...] auxiliar na resolução do problema [...], mas são as partes que 
devem encontrar a solução ou as soluções desse problema. Quando 
chegarem a um acordo que seja possível, será lavrado um termo de 
acordo. Se não chegarem a um acordo, estão livres para procurar 
outros meios de resolução de disputa que considerem apropriados.
Segundo Pontes (2008, p. 184-185):
 “ O profissional de serviço social atua com e nas mediações. [...] O 
assistente social não é uma das mediações ou um mediador no fa-
zer do serviço social, como querem alguns autores, mas sim é um 
articulador e potencializador de mediações. Numa palavra, ele 
atua nos sistemas de mediações que possam inferir as refrações da 
‘questão social’ constitutivas de demandas sociais à profissão. O tra-
balho, com as mediações e nas mediações, conduz à compreensão 
de que este movimento de dessingularização, universalizador, deve 
caminhar no sentido da particularização daquelas situações proble-
máticas. Essa particularização garante a dimensão insuprimível da 
singularidade e a necessária visão de totalidade social (universali-
dade), possibilitando ao agente garantir, em tese, tanto as respostas 
tecnicamente necessárias no plano do imediato (garantindo acesso 
aos serviços sociais) quanto desdobramentos mais mediatos no pla-
no da conscientização mútua (profissional e usuário-cidadão) e da 
organização dos segmentos excluídos.
Portanto, conforme Stanck (2003, p. 28),
 “ [...] a compreensão da categoria mediação é imprescindível para 
a intervenção do profissional de serviço social e é a partir dela 
que o assistente social deve efetivar sua prática. Porém, o direcio-
namento das ações de cada profissional dependerá da sua leitura da 
realidade e do seu projeto ético-político e das correlações de força 
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socioinstitucionais. Sendo assim, sua intervenção poderá se dar no 
sentido da preservação do sistema vigente, que é excludente, injusto, 
desigual, ou na busca de alternativas para a criação de uma rede de 
inclusão social, em que efetivamente possa haver justiça social.
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao final deste tema de aprendizagem. Quando começamos a estudá-lo, 
nosso objetivo era compreender os conceitos atribuídos à mediação, à negociação.
Após definirmos esses conceitos, foi imprescindível trazer a discussão para o am-
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
biente profissional, no qual poderemos pôr em prática a aprendizagem aqui obtida.
Realizar a mediação é um tamanho desafio a ser enfrentado principalmente 
pelo profissional do serviço social, que precisar atender a situações complexas e 
delicadas, para as quais deve-se ter cuidado e cautela, pois as orientações e dire-
cionamentos devem culminar na superação ou ruptura do conflito, bem como 
em formas para prevenir sua ocorrência.
Ao tratar da vida de outrem, contudo, faz-se necessário aguçar a percepção 
dos sentimentos dos usuários para não agravar as situações já vivenciadas. No 
entanto, obtida a prática na realização de tal categoria, seu uso como ferramenta 
profissional e de trabalho das relações sociais se torna imprevisível, haja vista os 
benefícios propiciados pela categoria mediação já mencionados.
A partir dos conhecimentos aqui aprendidos, aprofunde-se nos estudos da 
temática e das técnicas disponíveis para garantir seu aperfeiçoamento profissio-
nal. Bons estudos!
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1. “O debate acerca da categoria de mediação no serviço social coincide com a necessidade 
de avançar a análise [...] para que se qualificasse, no sentido de iluminar as novas questões 
e demandas emergentes no seio da profissão, desafiando os intelectuais da profissão a tal 
esforço”.
PONTES, R. N. A categoria de mediação em face do processo de intervenção do serviço social. Rio de 
Janeiro: Unirio – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, [20--?]. p. 4. Disponível em: https://
www.unirio.br/unirio/cchs/ess/Members/rafaela.ribeiro/instrumentos-e-tecnicas-de-intervencao/
pontes-r-mediacao-e-servico-social. Acesso em: 13 mar. 2024.
A partir do texto-base, assinale a alternativa que corresponda corretamente à análise ne-
cessária para avançar no debate acerta da categoria mediação:
a) Análise social.
b) Análise de caso, grupo e comunidade.
c) Análise literária.
d) Análise de conjuntura.
e) Análise teórico-metodológica.
2. “A mediação no campo sociojurídico é um processo que visa aprofundar a questão social 
de modo que esta não se mantenha mascarada, para que o contexto social e econômico 
vivenciado pelas famílias possam ser esclarecidas, garantindo assim a defesa e efetivação 
de direitos”.
MEDEIROS, J. O papel do assistente social na mediação de conflitos. Blog GeSUAS, Viçosa, 31 out. 2018. 
Disponível em: https://blog.gesuas.com.br/assistente-social-mediacao/. Acesso em: 13 mar. 2024.
Com base no enunciado, assinale a alternativa que corresponda corretamente às principais 
estratégias utilizadas para assegurar a intervenção profissional por meio da mediação:
a) Entrevista.
b) Mediação apenas favorece o fortalecimento de vínculos familiares.
c) Orientações e direcionamentos.
d) Isolamento social.
e) Escuta ativa, empatia e clareza.
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3. “O Sistema Único de Saúde (SUS), fruto da resistência ao regime totalitário brasileiro, sus-
tenta princípios que preconizam gestões democráticas e participativas com produção de 
‘subjetividades ativas, críticas e solidárias’. Por outro lado, o SUS sofre as influências dos 
modelos econômicos hegemônicos subordinados, modelo neoliberal predominante do 
setor privado, que, incorporado à gestão de saúde pública, imprime subjetivações individua-
lizantes, fragmentadas e competitivas, antagônicas ao cunho universal e solidário do SUS”.
PARISI, L.; SILVA, J. M. da. Mediação de conflitos no SUS como ação política transformadora. Saúde em 
Debate, Rio de Janeiro, v. 42, n. esp. 4, p. 30-42, 2018. p. 32.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - A mediação de conflitos no trabalho em saúde, ao propor a compreensão, a aceitação 
da diversidade e o diálogo, adquire um sentido de transformação das subjetividades e 
de resistência às proposições de exclusão e de utilitarismo.
PORQUE
II - A mediação abre caminho para auxiliar o trabalhador a compreender as origens de seu 
sofrimento de modo a construir processos de enfrentamento.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
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REFERÊNCIAS
BATTAGLIA, M. do C. L. Mediação: metodologia de facilitação de resolução de conflitos. Encon-
tro ACP, São Paulo, 2001. Disponível em: https://encontroacp.com.br/textos/mediacao-meto-
dologia-de-facilitacao-de-resolucao-de-conflitos/.Acesso em: 13 mar. 2024.
MARTINELLI, M. L. Notas sobre mediações: alguns elementos para sistematização da reflexão 
sobre o tema. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, v. 14, n. 43, p. 136-141, 1993.
MEDEIROS, J. O papel do assistente social na mediação de conflitos. Blog GeSUAS, Viçosa, 31 
out. 2018. Disponível em: https://blog.gesuas.com.br/assistente-social-mediacao/. Acesso em: 
13 mar. 2024.
MICHELON, M. H. D. Mediação e arbitragem: aspectos fundamentais. Porto Alegre: PUC – Pon-
tifícia Universidade Católica, 2001.
PARISI, L.; SILVA, J. M. da. Mediação de conflitos no SUS como ação política transformadora. 
Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v. 42, n. esp. 4, p. 30-42, 2018.
PONTES, R. N. A categoria de mediação em face do processo de intervenção do serviço 
social. Rio de Janeiro: Unirio – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, [20--?]. Dis-
ponível em: https://www.unirio.br/unirio/cchs/ess/Members/rafaela.ribeiro/instrumentos-e-
-tecnicas-de-intervencao/pontes-r-mediacao-e-servico-social. Acesso em: 13 mar. 2024.
PONTES, R. N. Mediação e serviço social. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
STANCK, M. A. Projeto de mediação familiar no judiciário catarinense: iniciando um debate. 
2003. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Departamento de Ser-
viço Social, Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2003.
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1. Opção E. A necessidade de avançar na perspectiva da análise teórico-metodológica ocorre, 
porque justamente a categoria mediação detém as apropriações da ontologia do ser social 
de Marx. Como sabemos, a teoria de Marx foi responsável pela virada de chave no âmbito 
da teoria do serviço social e dos pressupostos que a profissão carrega até os dias atuais. A 
alternativa A está incorreta, pois a análise social culmina na realização da percepção e reflexão 
do cotidiano societário, e pode ser realizada em qualquer fase do acompanhamento social 
ou desenvolvimento de política pública. A alternativa B está incorreta, pois, nos primórdios 
da profissão, fundamentado na doutrina americana, havia o desenvolvimento de um serviço 
social que adotava os procedimentos de análise de caso, grupo e comunidade. A alternativa 
C está incorreta, pois a análise literária é o procedimento que pode ser realizado em qualquer 
obra da literatura, semelhante a um fichamento de obra. A alternativa D está incorreta, pois a 
análise de conjuntura é uma leitura crítica, histórica, política e interpretativa da realidade social.
2 Opção E. A escuta ativa – técnica que gera confiança, segurança e proximidade – exige 
atenção de modo a criar um elo entre o indivíduo e o profissional; a empatia envolve afeto 
e a capacidade de compreender o sentimento ou reação de outra pessoa ao se colocar no 
lugar da outra; a clareza é a capacidade de se comunicar de forma simples e sucinta, sem 
induzir ideias ambíguas e que facilite a comunicação. Perguntas bem elaboradas ajudam no 
esclarecimento dos fatos. A alternativa A está incorreta, pois a entrevista é um instrumento 
de trabalho do assistente social, que não se refere à mediação. A alternativa B está incorreta, 
pois o fortalecimento de vínculos é um dos objetivos da mediação, não é o único resultado. A 
alternativa C está incorreta, pois as orientações e direcionamentos são parte do trabalho do 
assistente social, contudo, a mediação parte mais da escuta. A alternativa D está incorreta, 
pois isolamento social é uma forma de violência trabalhada na Proteção Social Especial, no 
âmbito da Política de Assistência Social.
3. Opção B. As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. 
A mediação de conflitos no trabalho em saúde, ao propor a compreensão, a aceitação da 
diversidade e o diálogo, adquire um sentido de transformação das subjetividades e de re-
sistência às proposições de exclusão e de utilitarismo. A mediação também abre caminho 
para auxiliar o trabalhador a compreender as origens de seu sofrimento de modo a construir 
processos de enfrentamento.
GABARITO
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MINHAS ANOTAÇÕES
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	unidade 1
	O PROCESSO DE TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL E A LOAS (LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL)
	A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
	A AÇÃO PROFISSIONAL E O PROCESSO INTERVENTIVO DO ASSISTENTE SOCIAL NO COTIDIANO
	unidade 2
	RACIONALIDADE INSTRUMENTAL 
	E TÉCNICA
	DESAFIOS DA PROFISSÃO NA APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS
	A APLICABILIDADE DOS INSTRUMENTOS E TÉCNICAS 
NO EXERCÍCIO PROFISSIONAL
	unidade 3
	O MANEJO DO INSTRUMENTAL TÉCNICO-OPERATIVO DO ASSISTENTE SOCIAL
	O ESTUDO SOCIOECONÔMICO
	CARACTERÍSTICAS INSTRUMENTAIS DA AÇÃO PROFISSIONAL DO ASSISTENTE SOCIAL
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	https://www.youtube.com/watch?v=qExDNXsdy2A
	_47pjcw96nvl7
	_GoBack
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	_nnub3dbph56d
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	_acu723zavicz
	Forms - Uniasselvi:que todas 
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento.
EM FOCO
as estruturas de gestão e serviços sejam praticadas de forma mais participativa, 
democrática e descentralizada.
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao fim deste tema de aprendizagem, mas ainda temos muito caminho 
pela frente para apreensão da prática profissional através da compreensão dos 
instrumentos e processos de trabalho do assistente social. Aqui, apresentamos 
brevemente a gênese da profissão e a importância de se conhecê-la para a com-
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preensão de alguns desafios que ainda estão presentes e são parte constituinte da 
história do serviço social no Brasil.
A todo momento, refletimos sobre os principais aspectos que englobam a 
profissão, principalmente no que se refere ao objeto de trabalho do assistente 
social, sendo: as expressões da questão social, que embora os espaços de tra-
balho e a atuação nas mais diversas políticas públicas sejam possíveis, a questão 
social se expressa dentre variantes ligadas à desigualdade, falta de recursos, falta 
de acesso às próprias políticas, dentre outras.
Apresentamos, ainda, os diferentes conceitos que podem gerar confusão nas 
pessoas leigas e até mesmo nos futuros profissionais, ressaltando que é necessário 
a apropriação e apreensão do conhecimento profissional para realizar a defesa e 
reafirmação do serviço social, em que o estudante deve conseguir se posicionar e 
responder a respeito da diferença entre assistência social, assistencialismo, serviço 
social e assistente social.
Por fim, como a história da profissão tem seu desenrolar vinculado à constru-
ção também da política de assistência social, conhecemos a LOAS, que organizou 
o que o marco histórico da Constituinte de 1988 propôs referente a essa política 
pública de direito. Espero que tenha gostado do conteúdo, e desejo que você 
aprofunde os estudos através das indicações trazidas!
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1. Quanto à questão social, Iamamoto e Carvalho (2001, p. 77) trazem que: “A questão social 
não é senão as expressões do processo de formação e desenvolvimento da classe operária 
e de seu ingresso no cenário político da sociedade, exigindo seu reconhecimento como 
classe por parte do empresariado e do Estado”.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de uma inter-
pretação histórico-metodológica. 14. ed. São Paulo: Cortez, 2001. p. 77.
Sabendo que a questão social não é única, mas sim formada por um conjunto de expressões 
que aparecem no desenrolar da sociedade capitalista e recaem como objeto de trabalho do 
assistente social, assinale a alternativa correta quanto às principais expressões da questão social:
a) A questão social é entendida somente como uma categoria que perpassa o trabalho 
do assistente social.
b) O desemprego é a principal expressão da questão social, e somente por ele já se pode 
realizar uma interpretação da realidade social.
c) A falta de acesso ao SUS é uma expressão da questão social, que deve ser unicamente 
considerada em um atendimento social.
d) A sociedade capitalista pode diminuir as expressões da questão social com o aumento 
da desigualdade.
e) Desemprego; dificuldade de acesso a direitos básicos como saúde, educação e habita-
ção; desigualdades sociais; saneamento básico, entre outras expressões que podemos 
observar cotidianamente.
2. Conforme Lanardoni et. al. (2006, on-line): “A Constituição Federal é um marco fundamental 
desse processo, porque reconhece a assistência social como política social, que, junto com 
as políticas de saúde e de previdência social, compõem o sistema”.
Fonte: Lonardoni, E. et. al. O processo de afirmação da assistência social como política social. Serviço 
Social em Revista, Londrina, v. 8, n. 2, [on-line], jan./jun. 2006. Disponível em: https://www.uel.br/revistas/
ssrevista/c-v8n2_sonia.htm. Acesso em: 4 dez. 2023.
Com base no enunciado, assinale a alternativa correta que corresponde à composição do 
sistema ao qual as autoras estão se referindo:
a) Sistema Único de Saúde.
b) Sistema Único de Assistência Social.
c) Sistema de Informação para a Infância e Adolescência.
d) Sistema de Organização da Assistência Social.
e) Sistema de Seguridade Social Brasileiro.
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3. “O ano de 2009 foi de grande alegria. Uma das maiores comemorações ocorreu pelo fato 
da libertação do CNAS em ser o operador de interesses privados e individuais de organi-
zações sociais em obter mérito para isenção de taxas e impostos governamentais. Após 
16 anos da promulgação da LOAS, e cinco anos da PNAS-04, o CNAS se efetivou como 
Conselho de política pública”.
Fonte: SPOSATI, A. Os 20 anos de LOAS: a ruptura com o modelo assistencialista. In: CRUS, J. F. da. et al. 
(org.). 20 anos da Lei Orgânica de Assistência Social: coletânea de artigos. Brasília, DF: Ministério do 
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2013. p. 24.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - O Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) é imprescindível para a execução 
transparente, participativa e democrática da Política Nacional de Assistência Social.
PORQUE
II - Os conselhos são espaços deliberativos, que contribuem para verificar, em períodos de 
tempo determinados, a efetividade das políticas públicas, os avanços, e os pontos que 
precisam de melhorias.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
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REFERÊNCIAS
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasí-
lia, DF: Presidência da República, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 4 dez. 2023.
BRASIL. Lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de Assistente Social e dá 
outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993a. Disponível em: https://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8662.htm. Acesso em: 4 dez. 2023.
BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência 
Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993b. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742compilado.htm. Acesso em: 4 dez. 2023.
CFESS – CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Código de Ética do Assistente Social. 
10. ed. rev. atual. Brasília, DF: CFESS, [2012]. Disponível em: https://www.cfess.org.br/arquivos/
CEP_CFESS-SITE.pdf. Acesso em: 4 dez. 2023.
IAMAMOTO, M. V.; CARVALHO, R. de. Relações sociais e serviço social no Brasil: esboço de 
uma interpretação histórico-metodológica. São Paulo: Cortez, 1983.
SPOSATI, A. O. et. al. Assistência na trajetória das políticas sociais brasileiras: uma questão de 
análise. São Paulo: Cortez, 1985.
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1. Opção E. Está correta a alternativa e), uma vez que, entre as inúmeras expressões, essas 
são estabelecidas como as principais, sendo elas reflexo das necessidades cotidianas. Está 
incorreta a alternativa a), pois a questão social é uma categoria também, mas não somente, 
já que é composta por um conjunto de fatores que influenciam a atuação profissional. Está 
incorreta a alternativa b), uma vez que a interpretação da realidade social vai muito além de 
observar somente a questão do desemprego, engloba uma série de situações e fatores, que 
permitem analisar a conjuntura, e não só o imediato. Está incorreta a alternativa c), pois a falta 
de acesso a qualquer política pública é uma expressão da questão social, mas não deve ser 
analisada de forma isolada. Está incorreta a alternativa d), pois a sociedade capitalista produza desigualdade; por sua vez, não há como diminuir as expressões da questão social com 
seu aumento, pelo contrário, a tendência do modo de produção capitalista é que a riqueza 
socialmente produzida seja cada vez mais restrita do que distribuída.
2 Opção E. As autoras se referem ao Sistema de Seguridade Social Brasileiro como o marco 
fundado pela Constituição Federal de 1988, uma vez que reconheceu a assistência social 
enquanto política pública de direito e política social que compõe o tripé da seguridade social 
ao lado da saúde e da previdência social. Está incorreta a alternativa a), pois o SUS foi criado 
posteriormente para organizar a saúde pela Lei Orgânica da Saúde em 1990. Está incorreta 
a alternativa b), pois o SUAS foi criado posteriormente para unificar as ações da assistência 
social em todo território nacional, sendo assim, em 2004, temos a Política Nacional de Assis-
tência Social e em 2005, o SUAS. Está incorreta a alternativa c), pois o Sistema de Informação 
para a Infância e Adolescência (SIPIA) é muito utilizado nos dias atuais pelo Conselho Tutelar 
como forma de registro dos assuntos que se referem à garantia de direitos de crianças e 
adolescentes. Está incorreta a alternativa d), pois não existe outro sistema de organização 
da assistência social além do SUAS.
3. Opção A. Os Conselhos de Direito são instituições fundamentais na execução das políticas 
públicas e no avanço delas, uma vez que são espaços deliberativos que contribuem para a 
evolução e o pensar das políticas.
GABARITO
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MINHAS METAS
A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL
Conhecer a Política Pública de Assistência Social Brasileira.
 Compreender como a assistência social está organizada.
Compreender como o Sistema Único de Assistência Social foi estabelecido.
dentificar os níveis de proteção social.
Saber diferenciar proteção social básica de proteção social especial.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2
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INICIE SUA JORNADA
Olá, estudante! Seja bem-vindo a este tema de aprendizagem. Trataremos sobre 
a Política de Assistência Social no Brasil. Você já parou para pensar no quanto 
essa política está vinculada à própria construção da profissão do assistente so-
cial? Uma rápida pesquisa na internet, também, pode lhe ajudar a compreender 
o quanto o Estado é o setor que mais emprega assistentes sociais por meio dos 
concursos públicos.
O Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) publicou, em 2022, um e-book 
sobre o Perfil dos Assistentes Sociais no Brasil, o qual demonstra o notório dado 
de que mais de 40% dos assistentes sociais são empregados pelo setor público.
A Política de Assistência Social é umas das políticas públicas em que mais vemos a 
atuação dos assistentes sociais. Isso, porque, em sua maior parte, suas demandas estão 
vinculadas à compreensão do cotidiano em sociedade pelas situações de vulnerabili-
dade social, que estão permeadas pelas expressões da questão social.
É importante que você resgate alguns conceitos e os compreenda para melhor 
adentrar a este conteúdo. Uma dica é retomar os estudos sobre o modo de pro-
dução capitalista e sobre a questão social. Isso, porque para compreensão de 
todo contexto de construção constitucional e das próprias políticas públicas, é 
importante de antemão estar atento às formas de organização da sociedade e a 
forma que o trabalho assume na vida cotidiana.
Essa reflexão nos faz ativar a percepção de análise de contexto e conjuntura, 
que mais tarde contribuirão para seu olhar profissional, de forma a apreender a 
realidade, sem deixar de considerar como ela é constituída e como vários fatores 
podem interferir nesse fenômeno. Espero que aproveite o conteúdo! Bons estudos!
Preparamos um podcast para contar a você detalhes sobre o conteúdo do e-book 
Perfil de Assistentes Sociais no Brasil: formação, condições de trabalho e exercício 
profissional, publicado em 2022, para ajudar-lhe a compreender as principais ca-
racterísticas profissionais presentes atualmente. Recursos de mídia disponíveis no 
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
Sendo organizada num modelo sistêmico, a assistência social aponta a ruptura 
do assistencialismo e das ações fragmentadas, e se afirma enquanto política pú-
blica, que é dever do Estado e direito de todos os cidadãos, bem como dispõe a 
participação da sociedade civil por meio do controle social. O artigo 1º da Lei 
Orgânica da Assistência Social (LOAS) reforça:
 “ [...] a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Po-
lítica de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos 
sociais, realizada através de um conjunto integrado de iniciativa 
pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades 
básicas (BRASIL, 1993, on-line).
A LOAS assume um patamar de tamanha importância, pois através dela a as-
sistência social se torna uma política social pública, desenvolvendo ações com 
visibilidade nos direitos, universalização do acesso a serviços, programas e proje-
tos, também responsabilizando o Estado como órgão gestor e financiador. Nessa 
direção, a política de assistência social passa a fazer parte da configuração de um 
tripé conjunto com outras políticas: saúde e previdência social.
VAMOS RECORDAR?
Recomendo a leitura do artigo “Política de Assistência Social e Processo de 
Estratégia de Hegemonia no Brasil”, que discute as questões que perpassam 
a inclusão da Política de Assistência Social na Constituinte de 1988, e traz uma 
reflexão sobre a trajetória dessa política vinculada às questões da hegemonia no 
Brasil. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de 
aprendizagem.
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A LOAS completa 30 anos em 7 de dezembro de 2023. De 1993 para cá, muitas al-
terações ocorreram nessa lei; todas no intuito de aperfeiçoar as ações da assistên-
cia social, bem como adaptar a iniciativa à realidade e aos novos termos técnicos. 
Um exemplo disso é que a maior parte das alterações da LOAS foi incluída pela 
lei nº 12.435, de 6 de julho de 2011, que expressou modificações nos objetivos, na 
gestão e nas questões de financiamento da Política de Assistência Social.
APROFUNDANDO
A Menina LOAS: um processo de construção da assistência 
social 
Aldaíza Sposati, renomada autora do serviço social, conta em 
A Menina LOAS: um processo de construção da assistência so-
cial, o marco de dez anos da lei orgânica que colocou a assis-
tência social no patamar de política social. Brilhantemente, a 
autora faz uma analogia da lei com uma criança, comentando 
os direitos e promoção da cidadania e trazendo a trajetória his-
tórica da assistência social no Brasil.
INDICAÇÃO DE FILME
Com a tentativa de unificar a assistência social em todo o território nacional e 
garanti-la como política pública, surge o Sistema Único de Assistência Social 
(SUAS), conforme veremos a seguir.
SISTEMA ÚNICO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (SUAS)
O SUAS foi criado em 2005, com o objetivo de unificar a gestão da política, es-
tabelecendo níveis diferenciados para os municípios, financiamento e ações de 
assistência social.
 “ O SUAS é modelo de gestão descentralizado e participativo, consti-
tui-se na regularização e organização em todo território nacional das 
ações socioassistenciais. Os serviços, programas, projetos e benefí-
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
cios têm como foco prioritário a atenção às famílias, seus membros 
e indivíduos e o território como base de organização, que passam a 
ser definidos pelas funções que desempenham, pelo número de pes-
soas que deles necessitam e pela sua complexidade, pressupõe, ainda, 
gestão compartilhada, cofinanciamento da política pelas três esferas 
de governo e definição clara das competências técnico-políticas da 
União, Estados e Distrito Federal e Municípios, com a participação 
e mobilização da sociedade civil, e estes têm o papel efetivo na sua 
implantação e implementação (BRASIL, 2004, on-line).
OSUAS é a organização de uma rede de serviços, ações e benefícios pautadas 
na matricialidade sociofamiliar, com perspectiva na emancipação dos sujeitos 
sociais. Tem proposta de dois diferentes níveis de complexidade para as ações da 
assistência social, que passa a ser dividida em: proteção social básica e proteção 
social especial, como veremos a seguir.
A matricialidade sociofamiliar se refere à centralidade da família como núcleo 
social fundamental para a efetividade de todas as ações e serviços da política 
de assistência social. A família, segundo a Política Nacional de Assistência Social 
(PNAS), é o conjunto de pessoas unidas por laços consanguíneos, afetivos e/ou 
de solidariedade, cuja sobrevivência e reprodução social pressupõem obrigações 
recíprocas e o compartilhamento de renda e/ou dependência econômica (BRA-
SIL, 2009, p. 12).
APROFUNDANDO
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Proteção social básica
A proteção social básica tem como objetivos prevenir as situações que apresentam 
risco através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, além do forta-
lecimento da convivência e vínculos familiares e comunitários de forma saudável.
É destinada à população em situação de vulnerabilidade social e econômica 
decorrente da privação de renda, precário acesso aos serviços públicos (habitação, 
saúde, educação), além da fragilização de vínculos afetivos relacionais e de per-
tencimento social por discriminação etária, de gênero, étnica e também por al-
guma classificação de deficiência.
Os serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica devem 
ter articulação com políticas públicas existentes no município, cuja responsabi-
lização de execução é das três esferas do governo (União, Estado e Município), 
além de obrigatoriamente ter articulação com o SUAS.
Os principais serviços de proteção social básica são: Serviço de Proteção e 
Atenção Integral às Famílias (PAIF), Serviço de Convivência e Fortalecimento de 
Vínculos (SCFV) e Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas 
Idosas e com Deficiência.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
O PAIF e o SCFV são serviços ofertados no 
Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), 
que realiza o trabalho social com as famílias, com 
o intuito de prevenir situações de agravamento das 
vulnerabilidades sociais e de fortalecer os vínculos 
familiares e comunitários.
 “ O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é uma unida-
de pública estatal descentralizada da política de assistência social, 
responsável pela organização e oferta de serviços da proteção social 
básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de 
vulnerabilidade e risco social dos municípios e DF. Dada sua capi-
laridade nos territórios, caracteriza-se como a principal porta de 
entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que possibilita o acesso 
de um grande número de famílias à rede de proteção social de as-
sistência social (BRASIL, 2009, p. 9).
O CRAS desempenha um papel fundamental no âmbito da Política de Assis-
tência Social, na esfera da proteção social básica, pois através de sua apropriação 
territorial exerce o papel de mapear e intervir nas situações de vulnerabilidade 
social e relacional, antes que elas se agravem.
Prevenir situações 
de agravamento das 
vulnerabilidades 
sociais 
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Proteção social especial
A Política Nacional de Assistência Social define a proteção social especial como 
uma modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos 
que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de aban-
dono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psi-
coativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de 
trabalho infantil, entre outras. A seguir, compreenderemos melhor do que se trata 
cada uma das situações que podem levar a família ou o indivíduo ao atendimento 
na proteção social especial.
VIOLÊNCIA INTRAFAMILIAR
Essa violência ocorre dentro do ambiente familiar e pode ser de cunho físico, psicoló-
gico ou sexual.
ABANDONO
Responsáveis deixam a pessoa à própria sorte, sozinha.
NEGLIGÊNCIA
Omissão injustificada e deliberada em provocar as necessidades físicas e emocionais, 
que apresente risco ao desenvolvimento da pessoa que depende disso.
SITUAÇÃO DE RUA
Pessoas em situação de rua são aquelas que não possuem residência, vivem nas ruas 
ou migram para albergues.
MEDIDA SOCIOEDUCATIVA
Medida aplicada pela autoridade judicial com base no Estatuto da Criança e do 
Adolescente, devido ao acometimento pelo sujeito de um ato infracional. Segundo o 
ECA, em seu artigo 112, essas medidas podem ser: advertência, obrigação de reparar o 
dano, prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, inserção em regime de 
semiliberdade e internação em estabelecimento educacional.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
Proteção social especial de média complexidade
A proteção social especial é dividida em duas modalidades: proteção social especial 
de média complexidade e proteção social especial de alta complexidade.
Os serviços de proteção social especial de média complexidade têm atendimento 
direcionado a famílias e pessoas que se encontram com seus direitos violados, 
porém, com vínculos familiares e comunitários sem rompimento. Por esse mo-
tivo, requerem ampla estruturação técnico-operacional, com equipes multipro-
fissionais com atenção especializada e individualizada direcionada ao usuário.
Também necessitam de acompanhamento sistemático, com avaliação e mo-
nitoramento periódico.
TRABALHO INFANTIL
Conforme o ECA, trata-se do desempenho de qualquer atividade laboral por menores 
de 16 anos.
AFASTAMENTO DO CONVÍVIO FAMILIAR E COMUNITÁRIO
Situação em que o indivíduo, por motivo de violação de direito ou violência, é retirado 
do convívio familiar.
ISOLAMENTO SOCIAL
Comumente ocorre com pessoas idosas e pessoas com deficiência e se trata de viola-
ção de direitos, uma vez que ocorre por suas condições.
VOCÊ SABE RESPONDER?
Quais os serviços previstos na proteção social especial de média complexidade?
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Os serviços previstos na Política Nacional de Assistência Social, nesse nível de 
atendimento, são:
 ■ Orientação e apoio sociofamiliar.
 ■ Plantão social.
 ■ Abordagem de rua.
 ■ Cuidado no domicílio.
 ■ Habilitação e reabilitação na comunidade das pessoas com deficiência.
 ■ Medidas socioeducativas em meio aberto (PSC – Prestação de Serviços 
à Comunidade e LA – Liberdade Assistida).
O principal órgão que oferta os serviços de proteção social especial de média 
complexidade é o Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
(CREAS). Trata-se da “unidade pública e estatal de abrangência municipal ou 
regional”, que: “Oferta, obrigatoriamente, o Serviço de Proteção e Atendimento 
Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI)” (BRASIL, 2011, p. 20).
Tanto no CRAS quanto no CREAS, existem dois conceitos relacionados à conduta 
com as famílias e/ou os indivíduos: atendimento e acompanhamento. O atendi-
mento pode ser pontual e para sanar dúvidas ou realizar orientações pertinentes. 
Já o acompanhamento é planejado e realizado por um período maior de tempo, 
em que se estabelece metas e possibilidades de transformação na realidade dos 
sujeitos atendidos.
ZOOM NO CONHECIMENTO
Proteção social especial de alta complexidade
Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são direcionados 
a usuários em situação emergencial e de risco, necessitando de proteção in-
tegral. Esses usuários se encontram sem referência ou em situação de ameaça, 
necessitando de intervenção imediata, sendo retirados do núcleo familiar ou 
comunitário, que é seu espaço de convivência.
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TEMA DE APRENDIZAGEM 2
De acordo com a Política Nacional de Assistência Social, os serviços ofereci-
dos na proteção social especial de alta complexidade são:
 ■ Atendimento integral institucional.
 ■ Casa lar.
 ■ República.
 ■ Casa de passagem.
 ■ Albergue.
 ■ Família substituta.
 ■Família acolhedora.
 ■ Medidas socioeducativas restritivas e privativas de liberdade (semiliber-
dade, internação provisória e sentenciada).
 ■ Trabalho protegido.
A proteção especial de média complexidade também tem seus princípios pauta-
dos na convivência familiar e comunitária de forma saudável. Mas, difere da prote-
ção social básica por se tratar de um atendimento dirigido às situações de violação 
de direitos.
ZOOM NO CONHECIMENTO
NOVOS DESAFIOS
Chegamos ao fim deste tema de aprendizagem. Aqui, foi possível aprofundar o 
conhecimento na Política de Assistência Social, que está ligada à profissão do 
assistente social desde os primórdios da construção histórica do serviço social. 
Acesse o material e fique por dentro deste tema importante, que contribuirá para 
o seu desenvolvimento. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do 
ambiente virtual de aprendizagem.
EM FOCO
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Como se trata de uma política pública e social, cuja maior parte é constituída por 
serviços públicos, o Estado é o que mais emprega no setor.
A assistência social tem como seus pilares duas grandes legislações: a Cons-
tituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Assistência Social de 1993. Ambas 
transformaram as ações, saindo do viés de ajuda para a esfera da garantia de 
direitos, sendo o assistente social o viabilizador desses direitos e o Estado, a ins-
tituição garantidora.
Posterior à LOAS, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS) e o Sis-
tema Único de Assistência Social (SUAS) vão desenhando ainda mais as ações e 
serviços da assistência social e padronizando a gestão em todo território nacional. 
A assistência social deve promover proteção social, e, portanto, a proteção social 
foi dividida em níveis que possibilitam a organização do trabalho profissional. 
Nesses níveis, temos a proteção social básica e a proteção social especial de média 
e alta complexidade.
Os serviços são executados principalmente pelos órgãos CRAS e CREAS, 
que realizam, dentro de suas especificidades, o trabalho social com as famílias, 
levando em consideração o contexto social, econômico e histórico, bem como 
os territórios e a realidade individual e coletiva.
É importante não perder de vista que todo trabalho profissional deve estar 
vinculado à apreensão da realidade a ser trabalhada, e todo o arcabouço teórico 
do curso de graduação deve ser vislumbrado no contexto da prática para com-
preender porque ocorrem as expressões da questão social e, consequentemente, 
a entrada das famílias na Política de Assistência Social.
Espero que tenha gostado do conteúdo, e desejo que se aprofunde nos estudos 
através das indicações apresentadas!
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1. Conforme a LOAS: “[...] a assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política 
de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de 
um conjunto integrado de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento 
às necessidades básicas”.
BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência 
Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em: 7 dez. 2023.
Com base no enunciado, assinale a alternativa correta que corresponde à composição do 
Sistema de Seguridade Social brasileiro:
a) Previdência Social, Saúde Mental e Assistencialismo.
b) SUS, SUAS e BPC.
c) Assistência Social, CRAS e CREAS.
d) Saúde, Educação e Tecnologia.
e) Saúde, Previdência Social e Assistência Social.
2. A Política Nacional de Assistência Social constrói que o SUAS, “[...] cujo modelo de gestão 
é descentralizado e participativo, constitui-se na regularização e organização em todo 
território nacional das ações socioassistenciais”.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência 
Social. Política Nacional de Assistência Social (PNAS)/2004: norma operacional básica (NOB/SUAS). 
Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2005. p. 39.
Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções, a seguir, e a relação proposta 
entre elas:
I - Os serviços, programas, projetos e benefícios têm como foco prioritário a atenção às 
famílias, seus membros e indivíduos e o território como base de organização.
PORQUE
II - passam a ser definidos pelas funções que desempenham, pelo número de pessoas que 
deles necessitam e pela sua complexidade.
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:
AUTOATIVIDADE
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a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.
b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.
c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.
d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
e) As asserções I e II são falsas.
3. Jaccoud, Bichir e Mesquita (2007, p. 41) expressam que: “A consolidação de uma política 
nacional sob primazia do poder público, por meio da construção de capacidades estatais 
e arranjos institucionais, se aprofundou após 2003, com a chegada ao governo de uma 
coligação de centro-esquerda identificada com as garantias constitucionais no âmbito 
dos direitos sociais”.
JACCOUD, L.; BICHIR, R.; MESQUITA, A. O SUAS na proteção social brasileira: transformações recentes e 
perspectivas. Novos estudos CEBRAP, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 37–53, jul./out. 2017. p. 41.
Após 2003, quais foram os principais instrumentos legais no âmbito da Política de Assistência 
Social no Brasil que reverberaram em sua organização e unificação no território nacional? 
Assinale a alternativa correta:
a) Lei Orgânica da Saúde (1990) e Lei Orgânica da Assistência Social (1993).
b) Estatuto da Criança e do Adolescente (1990) e Estatuto do Idoso (2003).
c) Código de Ética do Assistente Social (2004) e Lei da Regulamentação da Assistência 
Social (2003).
d) Norma de Recursos Humanos do SUAS (2003) e Lei Orgânica de Assistência Social (2004).
e) Política Nacional de Assistência Social (2004) e Sistema Único de Assistência Social (2005).
AUTOATIVIDADE
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REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1990. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 8 dez. 2023.
BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência 
Social e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1993. Disponível em: ht-
tps://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8742.htm. Acesso em: 8 dez. 2023.
BRASIL. Lei Nº 12.435, de 6 de julho de 2011. Altera a Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, 
que dispõe sobre a organização da Assistência Social. Brasília, DF: Presidência da República, 
2011. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12435.htm. 
Acesso em: 8 dez. 2023.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de As-
sistência Social. Política Nacional de Assistência Social (PNAS)/2004: norma operacional bá-
sica (NOB/SUAS). Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2005. 
E-book.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assis-
tência Social. Orientações Técnicas: Centro de Referência Especializado de Assistência Social 
(CREAS). Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Brasília, DF: 2011. 
E-book.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Sistema Único de Assistência 
Social. Proteção Social Básica. Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência So-
cial (CRAS). Brasília, DF: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009. E-book.
CFESS - CONSELHO FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL. Perfil de Assistentes Sociais no Brasil: 
formação, condições de trabalhoe exercício profissional. Brasília, DF: CFESS, 2022. E-book.
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1. Opção E. A alternativa e) está correta, pois a seguridade social brasileira é composta pela 
saúde, sendo essa política pública universal e gratuita; pela previdência social, sendo essa 
política pública contributiva que visa segurar trabalhadores no impedimento do exercício 
laborativo por ordem de saúde ou outros; e a assistência social é política pública e social 
não contributiva prestada a quem necessitar. A alternativa a) está errada, pois a previdência 
social compõe o sistema de seguridade social brasileiro, mas não em conjunto com a saúde 
mental, que é uma área da saúde com políticas próprias, nem ao lado do assistencialismo, 
que é uma prática voltada às ações de caridade e benevolência. A alternativa b) está errada, 
pois o SUS é o Sistema Único de Saúde; o SUAS é o Sistema Único de Assistência Social e 
o BPC é o Benefício de Prestação Continuada, que integra a política de assistência social, 
mas nenhum deles compõe o tripé da seguridade social definida na Constituição de 1988. 
A alternativa c) está errada, pois a assistência social compõe a seguridade social, mas não 
em conjunto com o CRAS e o CREAS; ambos são centros de referência da assistência so-
cial, órgãos públicos que executam os serviços de proteção social básica e proteção social 
especial respectivamente. A alternativa d) está errada, pois a saúde compõe o sistema de 
seguridade social, mas não acompanhada da educação, que é uma política pública também 
expressa na Constituição de 1988, como direito de todos e dever do estado e orientada 
pelos preceitos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 (LDB/1996). A tecnologia, 
hoje, possui ações e ministério em Brasília, está empregada na maior parte das políticas 
públicas, mas não é componente da seguridade social.
2 Opção A. A alternativa correta é a letra a), conforme está expresso na Política Nacional 
de Assistência Social sobre a concepção do SUAS e sua organização enquanto rede que 
orienta e unifica a assistência social em todo território nacional.
3. Opção E. A alternativa correta é a letra e), pois o ano de 2003 já sinalizava as discussões da 
necessidade uma política nacional que contemplasse a assistência social e firmasse com-
promissos a serem seguidos, a PNAS foi disposta no ano de 2004 e, posteriormente, em 
2005, o SUAS sinalizou a organização e unificação da assistência social em todo território 
nacional. A alternativa a) está errada, pois ambas as leis orgânicas são importantes para 
a assistência social na garantia de direitos, contudo, foram dispostas antes de 2003, não 
contemplando o que se pede no enunciado. A alternativa b) está errada, pois ambas as leis 
são importantes para a assistência social na garantia de direitos, contudo, não contemplam 
o que se pede no enunciado, por serem específicas de segmentos populacionais e não 
culminarem na organização e unificação da política de assistência social. A alternativa c) 
está errada, pois o Código de Ética do Assistente Social foi datado do ano de 1993 e não 
existe lei intitulada de regulamentação da assistência social, o que existe é a Lei de Regu-
lamentação da Profissão do Assistente Social, que é a lei nº 8.662, de 7 de junho de 1993. 
A alternativa d) está errada, pois a NOB RH SUAS corresponde à resolução nº 269, de 13 
de dezembro de 2006, e a LOAS é de 1993.
GABARITO
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MINHAS METAS
A AÇÃO PROFISSIONAL E O 
PROCESSO INTERVENTIVO DO 
ASSISTENTE SOCIAL NO COTIDIANO
Reconhecer os diferentes aspectos ideológicos que permeiam a aplicabilidade dos ins-
trumentos, técnicas e ações profissionais do assistente social.
Compreender os conceitos de consciência.
Conhecer o conceito de intencionalidade.
Identificar a intencionalidade da ação profissional do assistente social em seu cotidiano.
Compreender a competência relacional do assistente social.
T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3
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INICIE SUA JORNADA
Olá, estudante! Seja bem-vindo a este tema de aprendizagem, que traz reflexões 
sobre algumas categorias que compõem a prática profissional do assistente so-
cial. Já parou para pensar que toda ação profissional é permeada por uma in-
tencionalidade? Ou, ainda, que todo processo de trabalho do assistente social é 
permeado por intenção e consciência?
Para entender o processo de trabalho do assistente social, antes é necessário 
compreender os tipos de consciência e a sua relação com a prática profissional. 
Isso, porque, neste tema, entraremos numa discussão mais ideológica da atua-
ção profissional do assistente social, trabalhando e desmistificando a questão 
da intencionalidade e consciência, que permeiam o processo de trabalho do 
serviço social.
Para isso, adentraremos aos conceitos que contribuirão para a compreensão 
de todo processo desde as categorias presentes.
Refletiremos sobre o que é consciência, consciência moral, a possibilidade de 
podermos controlar a consciência, transitando, também, pelos aspectos da 
consciência humana e da consciência moral crítica.
Entenderemos, ainda, o que é intencionalidade, conhecendo seu significado e 
também sua relação com a percepção da realidade. Além disso, trataremos as-
pectos da prática profissional vinculada a esses conceitos para que, também, 
possamos compreender a competência relacional do assistente social. Boa leitura 
e bons estudos!
Preparamos um podcast para que você possa refletir sobre a importância de se 
definir um planejamento e objetivos para uma atuação profissional com compro-
misso e qualidade para a população usuária. Recursos de mídia disponíveis no 
conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem.
PLAY NO CONHECIMENTO
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
DESENVOLVA SEU POTENCIAL
Já parou para pensar que em todas as nossas ações existem processos de pen-
samentos, consciência e intenções? São processos ligados a nossa mente e que 
nos constituem enquanto seres pensantes e diferenciados dos demais seres na 
natureza. Dessa forma, antes de entendermos o significado da intencionalidade 
da prática profissional do assistente social, devemos compreender o que significa 
a CONSCIÊNCIA enquanto categoria teórica. Posteriormente, trabalharemos as 
questões relativas à intencionalidade das ações profissionais do assistente social.
VAMOS RECORDAR?
Vamos relembrar os conceitos e suas origens? Segundo a fenomenologia, os 
conceitos de intencionalidade e consciência foram apropriados em determinada 
parte da história do serviço social, mas advém da psicologia. No vídeo sugerido, 
compreenderemos os conceitos em sua gênese, conhecendo Husserl, considerado 
o Pai da Fenomenologia.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=0mZgdEBwCa8.
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https://www.youtube.com/watch?v=0mZgdEBwCa8
A CATEGORIA “CONSCIÊNCIA”
VOCÊ SABE RESPONDER?
O que é a consciência?
Segundo Fontes ([2010], on-line), a consciência 
diz respeito “[...] à percepção imediata pelo sujei-
to daquilo que se passa nele mesmo ou fora dele”.
Mattos, Silva e Gama (2019) nos apontam que 
a consciência possui vários significados atribuídos. Hoje, os estudos atrelados a 
essa temática circundam a área das neurociências. Existe o significado relacio-
nado à origem da palavra e atribui a semântica no inglês, que vem de conscience, 
que, por sua vez, deriva do latim, cum (com) e scio (eu sei/ eu conheço). Os au-
tores, ainda, trazem que, no português, há uma gama de significados e todos 
com designações diferentes. Há o exemplo de quando se diz que a pessoa está 
consciente e significa que ela está acordada e vígil. A medicina avalia o nível de 
consciência em alguns casos, e, ainda, o sentido de consciência pode estar ligado 
à questão de que o sujeito possui ciência de suas atitudes e escolhe por elas.
Possui ciência de 
suas atitudes e 
escolhe por elas
Mas, como nasce a consciência? De acordo com Sandoval (2009, on-line), “os ani-
mais tidos como irracionais não possuem consciência do mundo, pois reagem se-
gundo os motivos específicos que fazem comque seus instintos se mobilizem. 
Portanto, a consciência é pertinente ao homem e serve a suas necessidades”.
Ainda, segundo o autor, nos primeiros homines sapientes, “a consciência era rudi-
mentar e servia a percepções e necessidades elementares, sofisticando-se a partir 
da evolução”. Nesse sentido, “isso significa que as causas que levam à mobilização 
se sofisticaram de uma forma que esses motivos passam, então, a agir por meio 
da inteligência, na medida em que também se sofisticam as necessidades a fim 
de mobilização”.
PENSANDO JUNTOS
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
Schopenhauer (1982, p. 195-196) complementa, expondo que:
 “ A terceira fórmula da causalidade motora é peculiar ao reino ani-
mal, constituindo a sua característica: trata-se da motivação, isto é, a 
causalidade, agindo por meio da inteligência. Intervém ela na escala 
natural dos seres, no ponto em que a criatura, tendo necessidades 
mais complicadas, e consequentemente muito variáveis, não conse-
gue mais satisfazê-las unicamente sob o impulso dos excitantes que 
ela deveria sempre esperar de fora; é preciso, então, que esteja apta 
para escolher, colher e também pesquisar os meios para satisfazer 
essas necessidades surgidas (SCHOPENHAUER, 1982, p. 195-196).
Entretanto, a consciência se forma por intermédio 
da vivência humana em sociedade e suas neces-
sidades subjetivas, na sua relação com os demais 
integrantes dessa mesma sociedade e na satisfação 
direta e indireta de seus desejos e anseios.
Em âmbito geral, CONSCIÊNCIA significa o 
pensar com, compreender com. Dentro da teoria moral, consciência é uma fun-
ção que permite ao ser humano distinguir entre o que é BOM e o que é MAU. 
Nesse sentido, a consciência é, a todo momento, provocada por interações maio-
res que ela. A partir das ciências naturais, da neurociência, entre outras, fala-se de 
uma consciência a nível cerebral. Desse modo, as patologias cerebrais influenciam 
nas interações que a consciência realiza: seja consigo mesmo, com a sociedade, 
com a igreja etc. Para os neurocientistas, a consciência depende, então, do estado 
do cérebro, o que nos leva a questionar o que é a consciência de Deus, de pecado, 
de transcendência etc. (OLIVEIRA, 2009).
A compreensão das coisas e dos fatos depende do cérebro de cada um, ou seja, da 
visão de mundo e da subjetividade de cada ser humano sobre a Terra, mas sempre 
baseada nas concepções éticas e morais constituídas pela sociedade em que vive.
A consciência 
se forma por 
intermédio da 
vivência humana em 
sociedade
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Ao tratarmos da questão da consciência crítica de cada ser humano, devemos 
considerar primeiramente a visão de mundo que temos, ou seja, relativizar nosso 
conhecimento e percepção sobre as coisas que acontecem no dia a dia, em nossa 
sociedade e no mundo para, assim, poder realizar uma análise crítica dos fatos 
sob a luz da consciência moral e ética daquela região ou sociedade. Dessa for-
ma, ao falarmos da consciência moral dos seres humanos, como um todo, nos 
referimos a como esses homens, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, entre 
outros, agem em seu convívio em sociedade.
Uma consciência crítica desalienadora constrói, analisa, critica a realidade. 
Através da análise, ela critica e denuncia, construindo uma nova realidade. A 
modernidade se identifica com o surgimento da consciência, haja vista o tempo 
do iluminismo, do renascimento, e suas críticas da realidade. A consciência nasce 
num mundo de criatividade, saindo do repetitivo, dos modismos, do corriqueiro. 
Ao cair nos modismos, não se notam parâmetros de limites. Tudo se transforma 
com rapidez e velocidade assustadoras. A consciência moral não aceita o lega-
lismo, segundo os valores de hoje. A consciência tem outros valores para bem, 
justiça, verdade, responsabilidade etc.; “[...] a consciência crítica é a capacidade de 
apreciar as atitudes não só do outro, mas as próprias” (OLIVEIRA, 2009, on-line).
VOCÊ SABE RESPONDER?
Nesse sentido, como podemos controlar a consciência humana? Ou como 
podemos falar de uma consciência moral crítica?
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
A INTENCIONALIDADE ENQUANTO CATEGORIA TEÓRICA
A intencionalidade, segundo Fontes ([2010], on-line) diz respeito à “característica 
definidora da consciência, enquanto necessariamente voltada para um objeto”. 
O termo “intencional” está diretamente conectado à causa real do fato ou do 
objeto, na sua intenção sobre o fato ou realidade, ou seja, no seu propósito de 
ação sobre o objeto.
A intencionalidade no sentido filosófico “é o aspecto de estados mentais ou de 
eventos que consistem no seu ser de ou sobre as coisas (como se refere às ques-
tões: ‘Quais são as coisas que você está pensando?’ e ‘O que você está pensando?’)” 
(SIEWERT, 2006, p. 6). “Intencionalidade é a sobriedade ou direcionamento da 
mente (ou estados de espírito) para coisas, objetos, estados de coisas, aconteci-
mentos” (SIEWERT, 2006, p. 6).
Essa concepção de direcionamento da intencionalidade se refere diretamente 
ao estado de espírito e visão que temos de uma determinada situação social, ou seja, 
é como vemos aquela realidade sobre a coisa ou objeto, os seus acontecimentos.
Edmund Husserl, filósofo alemão e fundador da fenomenologia – um método para 
a descrição e análise da consciência –, diferencia a intencionalidade em dois mo-
mentos: no ato noético, no qual percepcionamos o fenômeno e o dotamos de 
sentido, e no fenômeno noema, no qual, depois do ato noético, o preenchemos de 
significação. Em termos empíricos, a noese é o ato individual com o fim de conhe-
cer determinada coisa; em termos transcendentais, a noese é o ato que possibilita 
a apreensão das significações pelo sujeito constituinte (VIVIANI, [2010], on-line).
ZOOM NO CONHECIMENTO
FENÔMENO NOEMA
O fenômeno noema é identificado e se refere, no campo de análise da feno-
menologia, ao que é visto, muito referenciado como noesis-noema, cuja junção 
diz respeito à ação intencional da consciência em relação à consciência objeto 
(CORRÊA, 1997).
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ATO NOÉTICO
O ato noético trata da consciência de um sujeito que quando focaliza algo lhe 
atribui significado, conhecido como experiência significativa, podendo gerar in-
clusive nova atribuição de significado (CORRÊA, 1997).
Dessa forma, apropriamo-nos da ideia de 
que a consciência é intencional. Sempre te-
mos consciência de alguma coisa. Husserl 
diz que toda consciência é consciência de 
alguma coisa. A consciência é consciência 
de visar aquilo que não é. A consciência 
é intencionalidade, isto é, ela existe sobre 
o modo de não ser. Ao ver ou perceber a 
mesa, eu não sou a mesa. A consciência 
sempre se constitui por meio dessa nega-
tiva essencial, uma vez que ela presentifica 
um objeto ausente. A consciência não tem 
conteúdos. Dela, não se pode simplesmente 
dizer que é. Ela não é um objeto nem uma 
coisa. A consciência tem uma dimensão 
de irrealidade e, pois, de liberdade. Ela 
não está presa às coisas. Ela se destaca das 
coisas, delas se evade. Está subtraída dos 
determinismos espaço-temporais. O não 
real, o irreal, é, para ela, um possível. Ela é 
livre. A descrição da consciência, pode-se 
dizer, é uma descrição – e descoberta – da 
liberdade. Não podemos dissolver as coisas 
na consciência. A consciência não é uma 
coisa. Ela não é as coisas das quais tem consciência. Se vejo uma árvore, a árvore 
é exterior. Ela não é eu. A consciência não é uma substância. É, antes de tudo, um 
processo. O fato de a consciência ter a necessidade de existir como consciência 
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TEMA DE APRENDIZAGEM 3
de outra coisa que não ela mesma é chamado, por Husserl, de intencionalidade 
(SCHAEFER, 2006).
A INTENCIONALIDADE NO SERVIÇO SOCIAL
Após estas breves considerações sobre o significado da categoria “intencionali-
dade”, precisamos compreender como se processa a intencionalidade da prática 
profissional do assistente social, ou seja, a consciência profissional no processo 
de trabalho do serviço social.
A Dimensão

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