Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

jusbrasil.com.br
24 de Junho de 2020
2º Grau
Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
Territórios TJ-DF : 07159357220208070000 -
Inteiro Teor
Processo
07159357220208070000
Órgão Julgador
3ª Turma Cível
Publicação
17/06/2020
Relator
ALVARO CIARLINI
Inteiro Teor
Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e
dos Territórios Gabinete do Desembargador Alvaro Ciarlini Autos
nº 0712569-25.2020.8.07.0000 Classe judicial: AI ? Agravo de
Instrumento Agravante: Banco do Brasil S/A Agravados: 
Augusto Cesar de Andrade Melo D e c i s ã o Trata-se de agravo de
instrumento interposto pela sociedade anônima Banco do Brasil
S/A contra a decisão proferida pelo Juízo da 17ª Vara Cível de
Brasília-DF, nos autos do processo nº 0709998-78.2020.8.07.0001,
assim redigida: ?Cuida-se de processo de conhecimento, rito comum,
entre as partes em epígrafe. Diz a parte autora que se dirigiu à agência
do banco réu para sacar as cotas do PASEP e se deparou com um
https://tj-df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/862384735/7159357220208070000
saldo que entende irrisório. Irresignada sobre o baixo saldo, solicitou
os extratos do PASEP e a microfilmagem completa de sua conta
PASEP . Indagado sobre as cotas de participação que foram
depositadas em sua conta desde a sua inscrição o funcionário do
banco réu informou que no banco de dados daquela instituição se
reportavam apenas ao período a partir da sua admissão, não havendo
nada referente ao período reclamado. De posse dos extratos verificou
que as remunerações da sua conta do PASEP foram feitas aquém do
que entende previsto para aqueles depósitos e, também constatou
diversas subtrações de valores, as quais não foram efetuadas pela
parte autora. Requer a condenação do réu à restituição dos valores
desfalcados da conta do PASEP da parte autora, a títulos de danos
materiais, deduzido o valor já recebido, atualizado até a data do
saque. Houve o recebimento da inicial (ID 60637379). Citado, o réu
apresenta contestação (ID 61993069). Alega como preliminares: a) a
sua ilegitimidade passiva; b) incompetência da justiça estadual e
litisconsórcio passivo necessário com a União; c) impugnação à
gratuidade de justiça e ao valor da causa; d) incompetência relativa,
devendo o feito ser processado no domicílio do autor; e) como
prejudicial de mérito: a prescrição da correção monetária, alegando
ser aplicável a prescrição quinquenal; f) no mérito: informa que a
atualização foi feita de forma correta, e o Banco efetuou o pagamento
da quantia do valor que se encontrava depositado; que não cometeu
nenhum ilícito ou ilegalidade, tampouco reteve verbas, logo, nada há
nada a ser reparado em sua conduta, de modo que a pretensão autoral
de correção dos valores depositados referente ao PASEP deve ser
julgada improcedente; pugna pela condenação da parte autora às
verbas decorrentes da sucumbência. Veio réplica (ID 63854836). É o
relatório. Decido. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA Não houve
formulação de pedido de gratuidade de justiça, a tornar prejudicada a
impugnação apresentada. DA IMPUGNAÇÃO AO VALOR DA CAUSA
O valor da causa indicado pelo autor é o proveito econômico que se
pretende obter com a demanda, sendo a sua correção matéria adstrita
o mérito. DA INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR ? DO ÔNUS DA PROVA Registro, desde logo, que
incidem ao caso as regras decorrentes do Código de Defesa do
Consumidor, o qual tem plena aplicabilidade ao caso vertente. A
instituição financeira ré é, induvidosamente, prestadora de serviços,
pois o PASEP somente pode ser acessado mediante conta bancária e
o réu, por força legal (Lei Complementar 8/1970), embora de forma
única, coloca tal serviço no mercado de consumo, remunerando-se
pelo serviço prestado. A parte autora, de seu lado, qualifica-se como
consumidora para fins legais, pois é a tomadora do serviço prestado e,
ainda que não haja multiplicidade de fornecedores, não pode ser
alijada da proteção legalmente conferida pela legislação consumerista.
Nada obstante a incidência do CDC, não é o caso de deferir-se a
inversão do ônus da prova em desfavor da parte fornecedora, com
fundamento no artigo 6º, VIII, da Lei 8078/90, pois, na hipótese dos
autos, não se cogita de hipossuficiência técnica da parte autora para
fazer a prova do direito que lhe ampara, sendo de notar, no particular,
que a petição inicial já veio, inclusive, instruída com parecer técnico, a
evidenciar a plena capacidade da parte autora em desincumbir-se do
ônus probatório que legalmente lhe é cometido. DA ILEGITIMIDADE
PASSIVA DO BANCO DO BRASIL A preliminar de ilegitimidade
passiva manejada pelo réu Banco do Brasil não pode ser acolhida. É
que a pretensão autoral resume-se à apuração de valores
alegadamente subtraídos da conta PASEP da parte autora, não
havendo qualquer questionamento quanto aos critérios instituídos
pelo Conselho Diretor do fundo. Com efeito, a parte autora limita-se a
requerer indenização em razão da suposta má aplicação das diretrizes
impostas pelo Conselho Diretor, e não questiona jamais a correção,
legalidade ou aplicabilidade dessas próprias determinações, razões
pelas quais não há lugar para reconhecer a legitimidade da União
Federal ou, consequentemente, a competência da Justiça Federal para
apreciar o caso vertente. Nesse sentido, aliás, o C. STJ teve
oportunidade de enfrentar a mesma questão, e firmou o seguinte
entendimento: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. PASEP . SAQUES
INDEVIDOS. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E
MORAIS. BANCO DO BRASIL. INSTITUIÇÃO GESTORA.
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. SÚMULA 42/STJ. CONFLITO
DE COMPETÊNCIA CONHECIDO PARA DECLARAR COMPETENTE
O JUÍZO DE DIREITO DA 12a. VARA CÍVEL DE RECIFE -PE. 1. A
Primeira Seção desta Corte tem entendimento predominante de que
compete à Justiça Estadual processar e julgar os feitos cíveis relativos
ao PASEP , cujo gestor é o Banco do Brasil (sociedade de economia
mista federal). 2. Incide, à espécie, a Súmula 42/STJ : Compete à
Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é
parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu
detrimento. 3. Conflito de Competência conhecido para declarar
competente o Juízo de Direito da 12a. Vara Cível de Recife -PE. (CC
161.590/PE, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO,
PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 13/02/2019, DJe 20/02/2019.
Grifei). Ora, nestes autos a parte autora dirige sua pretensão ao banco
réu, que é, por força legal, o gestor do fundo PASEP e, nestas
condições, é mesmo a parte legítima para suportar eventual
condenação, já que deve responder pela fiel observância dos critérios
definidos pelo Conselho Gestor do Fundo, repassando aos
beneficiários do programa os créditos decorrentes de suas
deliberações. Daí porque rejeito a questão preliminar de ilegitimidade
passiva. DA INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL E DO
LITISCONSÓRCIO PASSIVO COM A UNIÃO Assevera-se a
competência desta justiça estadual para processar a julgar as causas
em que for parte o Banco do Brasil S/A, conforme súmula 508 do
STF: Compete à Justiça Estadual, em ambas as instâncias, processar e
julgar as causas em que for parte o Banco do Brasil S.A. Ademais, não
se questiona nesta demanda o índice aplicado na correção monetária
das contas do PASEP , o que atrairia a presença do Conselho Diretor
do Fundo de Participação (União), mas tão somente a sua correta
aplicação pela instituição financeira ré, responsável por tal proceder.
Afasto, portanto, o pedido de remessa dos autos à Justiça Federal. DA
INCOMPETÊNCIA RELATIVA É competente o foro do lugar onde
está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica, razão pela qual
não se trata de escolha aleatória de foro, mas sim de observância das
regras de competência, a teor do disposto no artigo 53, III, ?a?, do
CPC, a impor a rejeição da preliminar aventada. DA PRESCRIÇÃO A
matéria atinente à prescrição do direito de demandar repetição de
valoresnos saldos do PASEP não é desconhecida do Poder Judiciário
e já se pacificou, inclusive no C. Superior Tribunal de Justiça, a tese
de que, no caso, o direito prescreve em cinco anos, o que se
reconheceu em analogia ao artigo 1º do Decreto n. 20910/32. De
forma correlata, o termo inicial da prescrição, no caso, e observada a
disposição contida no artigo 189, do Código Civil (teoria da "actio
nata") é a data da violação do direito invocado. Diferentemente do que
entende a parte autora, no entanto, a violação do direito não ocorreu
com a obtenção do documento que demonstra o seu saldo na conta do
PASEP , mas na data da última parcela a ser reajustada. A
jurisprudência do E. TJDFT não é refratária a tal entendimento,
sendo de citar, neste sentido, o seguinte julgado: APELAÇÃO CÍVEL.
AÇÃO DE CONHECIMENTO. PREJUDICIAL DE MÉRITO.
PRESCRIÇÃO. PRELIMINARES DE INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA
ESTADUAL E ILEGITIMIDADE PASSIVA. REJEIÇÃO. DEPÓSITOS
PASEP . MILITAR. TRANSFERÊNCIA À RESERVA. CORREÇÃO
MONETÁRIA. ÍNDICES FIXADOS PELO CONSELHO DO FUNDO
PIS/ PASEP . COMPETÊNCIA DO BANCO DO BRASIL S.A. PARA
APLICAR O CRÉDITO NA CONTA INDIVIDUAL DO
BENEFICIÁRIO. Consoante entendimento sufragado pelo c. STJ, o
prazo prescricional de pretensão para reaver diferenças decorrentes
de atualização monetária dos depósitos de PIS/ PASEP é de cinco
anos, contados a partir da última parcela a ser reajustada. Segundo
dispõe a Súmula 42 do c. STJ, "Compete à Justiça Comum Estadual
processar e julgar as causas cíveis em que é parte sociedade de
economia mista e os crimes praticados em seu detrimento". O cerne
dos autos reside na alegação de má gestão da entidade bancária na
administração dos recursos advindos do PASEP , bem assim,
aplicação dos rendimentos devidos. Logo, o Banco do Brasil S.A. é
parte legítima no feito. Depreende-se da legislação de regência sobre o
tema (LC nº 08/1970; Decreto nº 4.751/2003; Lei nº 9.365/1996),
que as atualizações monetárias são realizadas a cada ano mediante as
diretrizes estabelecidas pelo Conselho do Fundo PIS- PASEP , sendo
de responsabilidade do Banco do Brasil S.A. creditar nas contas
individuais dos beneficiários do PASEP , as parcelas e benefícios
decorrentes de correção monetária, juros e resultado líquido
adicional. Com efeito, in casu, estando clarificada a inaplicabilidade
da correção monetária, sem que a instituição financeira tenha se
desincumbido do ônus de comprovar fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do autor, a restituição dos valores devidos é
medida que se impõe. (Acórdão n.1164060, 07308993820188070001,
Relator: CARMELITA BRASIL 2ª Turma Cível, Data de Julgamento:
10/04/2019, Publicado no DJE: 15/04/2019. Pág.: Sem Página
Cadastrada.) Nestas condições, considerando que o saque do saldo da
conta PASEP ocorreu em 07.4.2015 (ID 60627494), toma-se esta
data como sendo a da última parcela a ser reajustada. Com tais
argumentos, verifica-se que, entre a data do saque e a do ajuizamento
da demanda ainda não decorreu o quinquênio atinente à prescrição.
Afasto, portanto, a questão prejudicial de mérito. Inexistindo outras
questões processuais ou prejudiciais pendentes de análise, e estando
organizado o processo, declaro saneado o feito e passo à análise da
questão controvertida que diz respeito à atualização monetária e
saques eventualmente indevidos das contas do PASEP da parte
autora. Para a adequada e célere instrução do feito, faculto às partes a
juntada de planilhas discriminadas, observados os parâmetros abaixo,
fixados pelo Conselho Gestor do Fundo
(http://www.tesouro.fazenda.gov.br/documents/10180/0/31+-
+base+legal+Pis+ Pasep /d23f5818-d4b4-4e5a-85f4-997d0466f9a4),
para fins de análise da correção dos créditos procedidos: a) de
julho/71 (início) a junho/87 ? ORTN ? Lei Complementar nº 7/70
(art. 8º), Lei Complementar nº 8/70 (art. 5º) e Lei Complementar nº
26/75 (art. 3º); b) de julho/87 a setembro/87 ? LBC ou OTN (o maior
dos dois) ? Resolução BACEN nº 1.338/87 (inciso IV); c) de
outubro/87 a junho/88 ? OTN ? Resolução BACEN nº 1.338/87
(inciso IV) redação dada pela Resolução BACEN nº 1.396/87 (inciso
I); d) de julho/88 a janeiro/89 ? OTN ? Decreto-Lei nº 2.445/88 (art.
6º); e) de fevereiro/89 a junho/89 ? IPC ? Lei nº 7.738/89 (art. 10)
redação dada pela Lei nº 7.764/89 (art. 2º) e Circular BACEN nº
1.517/89 (alínea "a"); f) de julho/89 a janeiro/91 ? BTN ? Lei nº
7.959/89 (art. 7º); g) de fevereiro/91 a novembro/94 ? TR ? Lei nº
8.177/91 (art. 38); h) a partir de dezembro/94 ? TJLP ajustada por
fator de redução ? Lei nº 9.365/96 (art. 12) e Resolução BACEN nº
2.131/94; i) juros de 3% (três por cento) calculados anualmente sobre
o saldo credor corrigido ? art. 3º, ?b?, da Lei Complementar nº 26/75.
Para a juntada das planilhas, fixo às partes o prazo comum de quinze
dias. Decorrido, façam-se os autos conclusos para sentença. Int.? A
agravante alega, em suas razões recursais (Id. 16775513), em síntese,
que a pretensão exercida pela recorrida foi paralisada pelo transcurso
do prazo de prescrição de 5 (cinco) anos aplicável à presente hipótese.
Afirma não ser parte legítima para integrar a relação jurídica
processual, por exercer apenas a função de depositário da União em
relação às quantias do PASEP . Requer a atribuição de efeito
suspensivo, bem como o subsequente provimento do recurso para que
as questões suscitadas sejam acolhidas. A guia de recolhimento do
valor referente ao preparo recursal e o respectivo comprovante de
pagamento foram regularmente acostados aos presentes autos (Id.
16775512 e Id. 16775514). Decido. I. Admissibilidade Inicialmente,
verifica-se que o recurso é tempestivo, mostrando-se aplicável ao caso
a regra prevista no art. 1017, § 5º, do CPC. Em que pese seja
tempestivo e ter preenchidos os demais pressupostos extrínsecos de
admissibilidade, o presente recurso não é admissível em sua
integralidade, logo, deve ser apenas parcialmente conhecido. A
recorrente interpôs o agravo de instrumento para devolver ao
conhecimento deste Egrégio Tribunal de Justiça o exame de 2 (duas)
questões: I) ilegitimidade passiva e II) prescrição . Dentre os
pressupostos intrínsecos, sobreleva a análise, no presente caso, da
admissibilidade, que depende, basicamente, do exame de duas
circunstâncias: a) verificar se a decisão é recorrível e b) se foi utilizado
o recurso correto. Satisfeitos esses dois requisitos, o recurso pode ser
processado. No caso, o agravo de instrumento revela-se inadmissível
em relação ao exame da ilegitimidade passiva da recorrente. Ocorre
que o art. 1015 do CPC limita a interposição do agravo de instrumento
às hipóteses previstas nos seus incisos e parágrafo único. A
ilegitimidade da parte para compor a relação jurídica processual é
questão que não admite a imediata impugnação por meio de agravo
de instrumento. Assim, deve ser examinada apenas em eventual
preliminar suscitada por meio de apelação. Aliás, a questão não se
mostra urgente, tendo em vista que a postergação do aludido tema
exame não causa prejuízo às partes. Convém ressaltar não ser possível
ampliar as hipóteses previstas no referido dispositivo, pois o
legislador especificou quais seriam as decisões interlocutórias
passíveis de impugnação pela via do agravo de instrumento. A
respeito de temática semelhante já se manifestou o Colendo Superior
Tribunal de Justiça: ?CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE
COBRANÇ A E REPARAÇÃO DE DANOS. ALEGAÇÃO DE
ILEGITIMIDADE PASSIVA. CONCEITO DE "DECISÃO
INTERLOCUTÓRIA QUE VERSA SOBRE EXCLUSÃO DE
LITISCONSORTE" PARA FINS DE RECORRIBILIDADE IMEDIATA
COM BASE NO ART. 1.015, VII, DO CPC/15. ABRANGÊNCIA.
REGRA DE CABIMENTO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO QUE SE
LIMITA ÀS HIPÓTESES EM QUE A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
ACOLHE O REQUERIMENTO DE EXCLUSÃO DO
LITISCONSORTE, TENDO EM VISTA O RISCO DE INVALIDADE
DA SENTENÇA PROFERIDA SEM A INTEGRAÇÃO DO POLO
PASSIVO. REJEIÇÃO DO REQUERIMENTO QUE, POR SUA VEZ,
DEVE SER IMPUGNADO APENASEM APELAÇÃO OU
CONTRARRAZÕES. 1- Ação proposta em 03/11/2014. Recurso
especial interposto em 26/06/2017 e atribuído à Relatora em
23/04/2018. 2- O propósito recursal é definir se o conceito de
"decisões interlocutórias que versarem sobre exclusão de
litisconsorte", previsto no art. 1.015, VII, do CPC/15, abrange somente
a decisão que determina a exclusão do litisconsorte ou se abrange
também a decisão que indefere o pedido de exclusão. 3- Considerando
que, nos termos do art. 115, I e II, do CPC/15, a sentença de mérito
proferida sem a presença de um litisconsorte necessário é,
respectivamente, nula ou ineficaz, acarretando a sua invalidação e a
necessidade de refazimento de atos processuais com a presença do
litisconsorte excluído, admite-se a recorribilidade desde logo, por
agravo de instrumento, da decisão interlocutória que excluir o
litisconsorte, na forma do art. 1.015, VII, do CPC/15, permitindo-se o
reexame imediato da questão pelo Tribunal. 4- A decisão
interlocutória que rejeita excluir o litisconsorte, mantendo no
processo a parte alegadamente ilegítima, todavia, não é capaz de
tornar nula ou ineficaz a sentença de mérito, podendo a questão ser
reexaminada, sem grande prejuízo, por ocasião do julgamento do
recurso de apelação. 5- Por mais que o conceito de "versar sobre"
previsto no art. 1.015, caput, do CPC/15 seja abrangente, não se pode
incluir no cabimento do agravo de instrumento uma hipótese
ontologicamente distinta daquela expressamente prevista pelo
legislador, especialmente quando a distinção está teoricamente
justificada pelas diferentes consequências jurídicas causadas pela
decisão que exclui o litisconsorte e pela decisão que rejeita excluir o
litisconsorte. 6- A questão relacionada ao dissenso jurisprudencial fica
prejudicada diante da fundamentação que rejeita as razões de decidir
adotadas pelos paradigmas. 7- Recurso especial conhecido e
desprovido. (REsp 1724453/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, julgado em 19/03/2019, DJe 22/03/2019)? 
Com efeito, o agravo de instrumento não pode ser conhecido em
relação ao ponto acima mencionado, pois a matéria abordada não está
contemplada no rol do art. 1015 do CPC. Convém ressaltar que a
questão acima mencionada também não se insere nas hipóteses de
taxatividade mitigada sustentadas pelo Colendo Superior Tribunal de
Justiça (REsp nº 1.696.396 e REsp nº 1.704.520) Assim, conheço
parcialmente o recurso apenas em relação ao tema da prescrição,
previsto especificamente no art. 1015, inc. II, do CPC. Em seguida,
passo ao exame da possibilidade de concessão de efeito suspensivo ao
recurso sob o estrito âmbito de abrangência da questão aludida. II.
Efeito suspensivo Nos termos do art. 1019, inc. I, do Código de
Processo Civil, ao receber o agravo de instrumento, o relator poderá
atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de
tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao
juiz sua decisão. A concessão do efeito suspensivo, por configurar
exceção à regra da cognição exauriente e ao contraditório, condiciona-
se à existência de prova de risco de dano grave, de difícil ou
impossível reparação, bem como a probabilidade de provimento do
recurso (artigo 995, parágrafo único, CPC). Em relação à exceção
substancial de prescrição suscitada, é preciso destacar que a recorrida
pleiteia o ressarcimento, pela sociedade anônima recorrente (Banco
do Brasil S/A), dos valores depositados pela União em sua conta do
PASEP . Assim, percebe-se que a controvérsia não diz respeito à
diferença de correção monetária aplicada sobre o saldo existente na
referida conta individual. Logo, não é aplicável ao presente caso o
prazo prescricional de 5 (cinco) anos estipulado pelo Colendo
Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial nº
1205277, sob a sistemática dos recursos repetitivos, oportunidade em
que foi firmada a seguinte tese: ?É de cinco anos o prazo
prescricional da ação promovida contra a União Federal por titulares
de contas vinculadas ao PIS/ PASEP visando à cobranç a de
diferenças de correção monetária incidente sobre o saldo das referidas
contas, nos termos do art. 1º do Decreto-Lei 20.910/32.? Quanto ao
mais, deve ser afastado o prazo prescricional previsto no Decreto-Lei
20.910/1932, pois a pretensão foi formulada contra o Banco do Brasil
S/A, que é sociedade de economia mista e tem, por essa razão,
natureza jurídica privada. Nesse contexto, deve ser aqui aplicado o
prazo prescricional de 10 (dez) anos, nos termos do art. 205 do Código
Civil, pois a presente hipótese não se amolda a nenhuma das situações
previstas, em tese, no art. 206 do mencionado diploma normativo.
Em relação ao curso do prazo prescricional, convém ressaltar que seu
marco inicial é estabelecido de acordo com os critérios definidores da
denominada actio nata, termo latino cujo significado remete ao ?
nascimento da pretensão?. Em verdade, existem dois critérios para a
fixação do início da fluência do prazo prescricional, quais sejam o
objetivo e o subjetivo. De acordo com o critério objetivo, a pretensão
nasce no momento em que ocorre o evento que instaura a relação
jurídica obrigacional. É esse o critério adotado pelo art. 189 do Código
Civil, por exemplo. O critério subjetivo, diferentemente, fixa o
momento do conhecimento do fato como o instante em que nasce a
pretensão, como no caso do art. 27 do Código de Defesa do
Consumidor. Na presente hipótese a pretensão se refere ao valor dos
depósitos feitos na conta do PASEP da recorrida. Nesse contexto, não
está relacionada à ocorrência de ato ilícito, o que afasta a aplicação do
critério objetivo em destaque. Por essa razão, percebe-se a pretensão
em deslinde surgiu no momento em que, após a ocorrência da
hipótese legal permissiva da realização de saque na conta do PASEP ,
o recorrido verificou haver inconsistências entre o saldo apurado e os
montantes repassados pela União. A propósito, examine-se o seguinte
precedente promandado deste Egrégio Tribunal de Justiça: ?
RECURSO DE APELAÇÃO. PASEP . LEGITIMIDADE PASSIVA DO
BANCO DO BRASIL. ARTIGO 5º DA LEI COMPLEMENTAR Nº
8/1970. PRESCRIÇÃO. PRAZO DECENAL. ART. 205 DO CÓDIGO
CIVIL. INOCORRÊNCIA. SALDO DA CONTA. REGULARIDADE.
NÃO COMPROVADA. APELAÇÃO DESPROVIDA. -A mera repetição
dos argumentos ou teses ventiladas na exordial não implica,
necessariamente, a inépcia do recurso, quando as razões suscitadas
atendem ao disposto no inciso II do artigo 1.010 do Código de
Processo Civil. -É inequívoca a relação entre o que pleiteado pela
autora - a restituição de valores alegadamente subtraídos de sua conta
do PASEP - e a função de administrador desse montante, atribuída
por lei ao recorrente, razão pela qual o Banco do Brasil é parte
legítima do polo passivo da demanda. -Considerando que entre a
ciência da autora do saldo de sua conta individual vinculada ao
PASEP e o ajuizamento da ação não transcorreram dez anos, a
rejeição da prejudicial de prescrição é medida que se impõe -O
demandado não se desincumbiu do ônus de provar a existência de
fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da autora, nos
termos do art. 373, inciso II, do Código de Processo Civil. -APELAÇÃO
CONHECIDA E DESPROVIDA.? (Acórdão nº 1110641,
20170110102606APC, Relator: LUÍS GUSTAVO B. DE OLIVEIRA 4ª
TURMA CÍVEL, Data de Julgamento: 18/07/2018, Publicado no DJE:
25/07/2018, p. 220-228) No caso, a possiblidade de resgate do
montante depositado em sua conta do PASEP somente tornou-se
viável a partir de 7 de abril de 2015, sendo certo que a presente ação
foi ajuizada aos 2 de abril de 2020. Não houve, portanto, o transcurso
do prazo prescricional. Diante desse contexto, as alegações articuladas
pela recorrente não revelam a probabilidade de provimento do
recurso, por se tratar de pretensão recursal em manifesta
contrariedade ao entendimento jurisprudencial prevalente deste
Egrégio Tribunal de Justiça. Fica prejudicadoo exame do requisito do
risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação. Feitas essas
considerações, conheço apenas parcialmente o recurso e indefiro o
requerimento de concessão de efeito suspensivo. Cientifique-se o
Juízo prolator da decisão, nos termos do art. 1019, inc. I, do CPC. À
agravada para os fins do art. 1019, inc. II, do CPC. Publique-se.
Brasília?DF, 15 de junho de 2020. Desembargador Alvaro Ciarlini 
 Relator
Disponível em: https://tj-
df.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/862384735/7159357220208070000/inteiro-teor-
862384754

Mais conteúdos dessa disciplina