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TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY O TAT - TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA fo i pub l icado pe la pr imei ra vez em 1935 e . no Bras i l , a tua lmente é ed i tado pe la Casa do Ps icó logo . F INALIDADE > reve lar impulsos , emoções , sent imentos complexos e conf l i tos marcantes de persona l idade . Cons is te na capac idade de t ronar consc iente o que o su je i to ou pac iente não dese ja ace i tar ou que não tem condições de admit i r por serem inconsc ientes . Durante a ap l i cação do teste o pac iente , antes de se dar conta , terá d i to co isas sobre um personagem f ic t íc io que se ap l ica a e le própr io , co isas que ev i tar ia d izer se lhe fosse perguntado d i retamente . UTIL IDADE > cons iderado importante em qua lquer estudo de persona l idade , d i s túrb io de conduta , nas neuroses e ps icoses . TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY PÙBLICO ALVO > pac ientes maiores de 4 anos . Com a cr iação do CAT, o mais ind icado é a ap l i cação em adul tos . MÉTODO > cons is te em apresentar uma sér ie de pranchas ao pac iente , est imulando-o a contar h i s tór ias baseadas ne las , as qua is devem ser c r iadas no impulso do momento . Essas h is tór ias , quando co letadas , reve lam, com f requênc ia , componentes s ign i f i cat ivos da persona l idade com componentes s ign i f i cat ivos em duas tendênc ias : 1º interpretar uma s i tuação humana ambígua baseadas em suas exper iênc ias passadas e em seus anse ios presente . 2ª inc l inação do pac iente que escreve h is tór ia para ag i r de igua l mane i ra : ut i l i zar o acervo de suas exper iênc ias e expressar seus sent imentos e necess idades consc ientes e inconsc ientes . TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY Mater ia l do TAT > 31 pranchas (30 com f iguras e 1 em branco) No verso : número ou número segu ido de uma ou mais le t ras R - rapazes - meninos M - meninas H - homens ac ima de quatorze anos F - mulheres ac ima de quatorze nos RH - meninos e homens em gera l MF - menninas e mulheres Número : re lac ionado com a ordem que deve ser apresentado . Pranchas UNIVERSAIS (qua lquer idade e gênero )= têm apenas os números e as ESPECÍFICAS com let ras ( com gênero e/ou idade ap l icadas em homem, mulher , ado lescentes femin ino ou mascu l ino TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY No or ig ina l : 20 pranchas para serem ap l icadas . 11 são un iversa is (1 , 2 , 4 , 5 , 10 , 11 , 14 , 16 , 19 e 20) Restante é d iv id ido para ser ap l i cado só no sexo mascu l ino , femin ino ou em ado lescentes (3 , 6 , 7 , 8 , 9 , 12 , 13 , 17 e 18) As pr imei ras 10 pranchas são mais rea l i s tas e est ruturadas , depois os est ímulos tornam-se mais indef in idos e com maior carga dramát ica Murray enfat i za a importânc ia de se ap l icar as 20 pranchas , po is cada prancha tem um s ign i f i cado e aborda um tema espec í f i co . É poss íve l fazer uma se leção de pranchas pe lo s ign i f i cado As inst ruções que serão dadas : “Vou te mostrar a lgumas pranchas uma de cada vez , e sua tarefa será inventar uma h is tór ia para cada uma de las . Quero que você me d iga o que está acontecendo no momento , o que os personagens estão sent indo e pensando, que acontec imentos levaram à s i tuação atua l e como termina a h is tór ia . Procure expressar seus pensamentos conforme e les forem ocorrendo em sua mente” TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY APLICAÇÃO > 2 sessões de 50m: ap l icam-se 10 pranchas , Na sessão segu inte as outras 10 pranchas . Lembrando que não se deve in ic ia r pe la 11ª prancha . INTERPRETAÇÃO > MESMO PROPOSTO POR BELLAK 1)Heró i 2 ) Necess idades do heró i 3 ) F iguras , ob jetos e c i rcunstanc ias int roduz idas 4) F iguras , ob jetos e c i rcunstanc ias omit idas ou d is torc idas É poss íve l que o su je i to não que i ra entrar em contato com os conteúdos que estão assoc iados a e la ou é poss íve l que outros impulsos este jam comprometendo a percepção da s i tuação na f igura . TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY O teste TAT é um teste projetivo, o que significa que o avaliador interpreta as histórias do indivíduo com base em suas próprias teorias e pressupostos. A interpretação do teste TAT é realizada a partir da análise do conteúdo das histórias, que pode incluir informações sobre os seguintes aspectos da personalidade do indivíduo: Temas: os temas abordados nas histórias podem fornecer informações sobre os interesses, as preocupações e as necessidades do indivíduo. Personagens: os personagens presentes nas histórias podem fornecer informações sobre as relações interpessoais do indivíduo e sobre sua autoimagem. Ações: as ações descritas nas histórias podem fornecer informações sobre os mecanismos de defesa do indivíduo e sobre seu estilo de enfrentamento. Emoções: as emoções expressas nas histórias podem fornecer informações sobre o estado emocional do indivíduo. TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY TESTE DE APERCEPÇÃO TEMÁTICA DE HENRY A. MURRAY 16 - Prancha em Branco Objet ivo Invest igar a d inâmica da persona l idade da cr iança em sua s ingu lar idade , de modo a compreender o mundo v ivenc ia l da cr iança , sua est rutura a fet iva , a d inâmica de suas reações d iante dos prob lemas que enfrenta e a mane i ra como os enfrenta . Púb l ico-a lvo Cr ianças entre 5 e 10 anos . Ap l icação Ind iv idua l , com tempo l iv re . Tempo de ap l icação L ivre (as ap l i cações levam em média 45 minutos ) . Objet ivo Compreender o mundo v ivenc ia l da cr iança a par t i r da interpretação das h is tór ias narradas aos est ímulos apresentados . Conhecer a est rutura a fet iva da cr iança e a d inâmica de suas reações d iante dos dese jos e dos prob lemas que enfrenta . Púb l ico-a lvo Cr ianças entre 7 anos e 12 anos e 11 meses . Ap l icação Ind iv idua l , sem l imi te de tempo, sendo que a maior ia das ap l icações leva em média 45 minutos . O CAT-A faz parte do grupo das técnicas temáticas que tem por objetivo provocar processos projetivos sob a forma de histórias. É um descendente direto do Teste de Apercepção Temática-TAT, de Henry Murray, considerado um instrumento projetivo eficaz para avaliação de adultos, mas que não atendia, satisfatoriamente, as necessidades com crianças pequenas, dada as características dos estímulos – figuras com situações mais pertinentes ao mundo adulto. O CAT-A foi criado por Leopold Bellak e Sonya Sorel Bellak em 1949, a partir de suas experiências com crianças, ao constatarem que é mais fácil para crianças pequenas identificarem-se com animais do que com pessoas (Bellak & Bellak, 1949 / 1991). Em 1965 foi publicada uma forma humana (CAT-H), na qual as figuras de animais foram substituídas por pessoas e, posteriormente, em 1952 foi lançado um suplemento do CAT, o CAT-S composto por figuras de animais em situações diferentes do primeiro. Enquanto est ímulo , as f iguras de an imais apresentam uma natureza mais ambígua em re lação à idade , sexo e a cu l tura . Essa caracter í s t ica representa uma vantagem em comparação a outras técn icas s imi la res , par t indo do pressuposto de que as imagensde an imais evocam a fantas ia com mais fac i l idade , fa to que pode ser observado nas fábu las , nos contos de fadas e no pape l que têm os an imais nos jogos infant i s , nos desenhos an imados da te lev isão e h is tór ias em quadr inhos . Pode-se conc lu i r que os an imais têm um importante pape l nas fantas ias e nas angúst ias in fant i s . O referenc ia l teór ico que fundamenta o CAT-A é o ps icana l í t i co e o seu propós i to é estudar a d inâmica das re lações interpessoa is , a natureza e a força dos impulsos e tendênc ias , ass im como as defesas organ izadas contra e les . As s i tuações esco lh idas para compor cada prancha referem-se a aspectos importantes do desenvolv imento da cr iança , como as fases ora l , ana l , fá l i ca , complexo ed ip iano . A aná l i se do CAT fundamenta-se no pr inc íp io bás ico de que as interpretações que o ind iv íduo faz do est ímulo são uma apercepção , ou se ja , a pessoa o interpreta à sua manei ra , em função de suas necess idades e mot ivações a par t i r de 10 categor ias pr inc ipa is : 1) O Tema Pr inc ipa l – Nesse i tem ver i f i ca-se o que o su je i to apreende de cada prancha , a h i s tór ia re la tada , ou se ja , sobre qua l ou qua is temas g i ra a h is tór ia e se há uma inter- re lação entre os mesmos . 2) Heró i Pr inc ipa l – É a f igura mais importante ao redor da qua l a h i s tór ia fo i montada . Par t indo do pressuposto que a h i s tór ia contada pe la c r iança é sobre e la mesma, portanto se houver vár ios personagens num re lato ver i f i ca-se com quem o su je i to mais se ident i f i ca . E auto- imagem que se refere ao conce i to que o ind iv íduo tem de s i mesmo, de seu pape l soc ia l e a imagem do seu corpo . 3) As Pr inc ipa is Necess idades e Impulsos do Herói – Inc luem-se aqu i necess idades de conduta do heró i que podem estar re lac ionados aos da cr iança , a qua l idade dos impulsos , expectat ivas idea l i zadas , ta i s como inte l igênc ia e coragem, at r ibu ídas a f iguras s ign i f i cat ivas do seu cot id iano . 4) Concepção do Ambiente – Cons idera-se esse conce i to uma combinação complexa de autopercepção inconsc iente com d is torções apercept ivas dos est ímulos por imagens de memór ias do passado . Ident i f i cação - é importante observar com qua l membro da famí l ia a c r iança se ident i f i ca e o sent ido dessa ident i f i cação . 5) F iguras Vistas Como. . . – É importante observar como a cr iança percebe as pessoas ao seu redor e como reage a e las . 6) Os Conf l i tos S ign i f icat ivos – É necessár io ver i f i car não só a natureza dos conf l i tos , mas também as defesas que o ind iv íduo usa para l idar com a ans iedade gerada por ta i s conf l i tos . 7) A Natureza das Ans iedades – É pr imord ia l ident i f i car as pr inc ipa is ans iedades e a fonte de las , ou se ja , do que estas decorrem. As ans iedades mais importantes são aque las re lac ionadas à agressão f í s ica , pun ição , a fa l ta de amor ou a perda de le (desaprovação) e ao medo de ser abandonado (so l idão e fa l ta de apo io ) . 8) As Pr inc ipa is Defesas – Cabe observar e ana l i sar qua is são os recursos que o ind iv íduo d ispõe para se defender dos impulsos , po is dessa forma é poss íve l ava l ia r a est rutura e o caráter do su je i to . 9) Adequação do Superego(conjunto de va lores mora is e cu l tura is ) – Ava l ia -se qua is c i rcunstânc ias o su je i to é mui to r íg ido e sob qua is e le é mais to lerante . 10) A Integração do Ego(pr inc íp io da rea l idade) – ind ica o n íve l de func ionamento da persona l idade , ou se ja , a capac idade da cr iança se acomodar entre impulsos e demandas . O su je i to consegue contar h i s tór ias coerentes com os est ímulos , ou abandona a gravura e e labora h is tór ias sem nenhuma re lação aparente . As respostas são estereot ipadas ou cr ia t ivas e mais ou menos or ig ina is . Consegue na t rama do enredo chegar a uma so lução adequada e rea l i s ta , ou apresenta um pensamento desest ruturado , b izar ro . Os fatores devem ser ava l iados levando em cons ideração a idade cronológ ica da cr iança , n íve l in te lectua l e a sua s ingu lar idade . •Estabe lec imento de um bom rapport . •Não é recomendado que se ja o pr imei ro teste a ser ap l icado durante um processo de ps icod iagnóst ico . •É importante exp l icar para a c r iança que não ex is te h is tór ias cer tas ou er radas e que o mais importante é e la inventar uma estór ia para cada f igura •Ps icó logo: “Este é um jogo de h is tór ias . São dez f iguras ao todo . Eu vou mostrar uma f igura por vez , e você deve tentar c r ia r uma his tór ia de faz de conta para e la . D iga o que está acontecendo na f igura , o que va i acontecer depois e como termina esta h is tór ia . Ou você pode d izer o que acha que aconteceu antes , em segu ida , o que está acontecendo na f igura e depois qua l é o f im da h is tór ia . O que interessa é você inventar uma h is tór ia com começo , meio e f im , da sua própr ia imag inação . Mui to bem, esta é a pr imei ra f igura . ” •Diante de um examinando que apenas descreve a f igura ou pareça ter d i f i cu ldade em inventar uma sequênc ia de ações , pode-se perguntar , por exemplo : “O que aconteceu antes d is to? ” ou “O que aconteceu depois d i s to? ” •Os car tão devem ser apresentados um a um, na sequênc ia correta , enquanto os demais permanecem ocu l tos ( fora do campo de v i são da cr iança ) . •Todos os comportamentos e comentár ios da cr iança observados durante a ap l i cação devem ser anotados e ut i l i zados como informações aux i l i a r para interpretação da h is tór ia espec í f i ca em que ocorrem. A pr imei ra prancha t raz t rês p int inhos sentados ao redor de uma mesa com uma grande t ige la de comida e at rás a f igura vagamente esboçada de uma ga l inha ou ga lo . Exp lora os prob lemas da fase ora l , ou se ja , o quanto a c r iança se sente suf ic ientemente a l imentada por um ou outro pa i , a comida podendo ser v i s ta como recompensa , ou sua ausênc ia como cast igo e a inda podendo surg i r temas de compet ição entre os i rmãos . A prancha do is t raz a f igura de um urso puxando uma corda de um lado , enquanto outro urso e um f i lhote puxam do outro lado , podendo ser perceb ida como luta , temor à agressão ou , de uma forma mais branda , um jogo - cabo de guerra . Pode evocar a cooperação com um dos ursos , a r iva l idade , a angúst ia de cast ração , medo do tr iunfo e ass im por d iante . A próx ima prancha contém a f igura de um leão com cach imbo e benga la sentado em uma cade i ra , no canto aparecendo um rat inho num buraco . Gera lmente o leão é v i s to como a f igura paterna e a benga la , às vezes , é usada para torná- lo ve lho - a quem não se prec isa temer -como defesa . Se o leão for perceb ido como f igura paterna for te , é importante observar se é bom ou mau. A maior ia das cr ianças se ident i f i ca com o rat inho , mas pode acontecer de se ident i f i carem com o leão , ou a inda a l ternam essa ident i f i cação , o que pode ind icar conf l i to entre submissão e autonomia . A prancha quatro temcomo est ímulo a imagem de um canguru fêmea com chapéu , car regando uma cesta com uma garrafa de le i te , acompanhada por um f i lhote de b ic ic leta e levando um bebê na bo lsa . Surgem em gera l temas de r iva l idade fraterna e preocupações re la t ivas ao nasc imento de outros f i lhos . É importante observar se a c r iança se co loca de forma regress iva ou mani festa dese jo de cresc imento e autonomia . Pode a inda surg i r temas re lac ionados à re lação materna e paterna . A prancha c inco mostra um quarto na penumbra com uma cama de casa l ao fundo e do is urs inhos num berço . Favorece h is tór ias referentes à cena pr imár ia , ou se ja , à observação mais ou menos fantas iada das re lações sexua is entre os pa is . As duas cr ianças no berço podem desencadear temas de manipu lação e exp loração mútua . A prancha se is apresenta uma caverna com do is ursos vagamente de l ineados ao fundo e um menor de i tado em pr imei ro p lano . Esta f igura favorece novamente h is tór ias re lac ionadas à cena pr imár ia , como na prancha anter ior , acrescentando- se o aparec imento de prob lemas ed ip ianos e s i tuações referentes à masturbação noturna . O Na prancha sete percebe-se a f igura de um t igre mostrando dentes e garras sa l tando em c ima de um macaquinho que também está sa l tando no ar , num ambiente de mata . Este est ímulo pode mobi l i zar o medo da agressão , mostrando como a cr iança l ida com essa s i tuação . Na prancha o i to aparece a gravura de do is macacos adu l tos tomando chá , um terce i ro fa lando com um macaquinho e na parede um quadro de uma macaca mais ve lha . É poss íve l observar o pape l que a cr iança at r ibu i a s i na conste lação fami l ia r , sua re lação com o mundo dos adu l tos , aspectos da educação e como são perceb idos a mãe e o pa i , se permiss ivos ou pun i t ivos . A prancha nove mostra um quarto na penumbra v i s to at ravés de uma porta aberta de um cômodo i luminado. Há um coe lh inho sentado numa cama de cr iança o lhando pe la porta . Pode reve lar medo do escuro , da so l idão , do abandono ou cur ios idade em re lação ao outro quarto , novamente a s i tuação ed ip iana e de como percebe a re lação entre os pa is . A prancha dez t raz um cachorr inho de i tado sobre os joe lhos de um cachorro maior , ao lado do banhe i ro , sendo que ambas as f iguras apresentam um mín imo de expressão . Sugere cast igos , reve la dados sobre a concepção mora l da cr iança , contro le de esf íncter e masturbação , ind icando a reação f rente às regras soc ia i s e a d i sc ip l ina .