Prévia do material em texto
2 FORRAGICULTURA E PASTAGEM AULA 4 Prof.ª Maria Cecília Doska 3 CONVERSA INICIAL Nesta etapa, estudaremos algumas das plantas leguminosas forrageiras, tanto perenes quanto anuais, de inverno e de verão, que são muito utilizadas na alimentação animal e nas pastagens do nosso Brasil, principalmente na região Sul. Os objetivos desta etapa são: aprender as características morfológicas e agronômicas das diferentes espécies de leguminosas de inverno e verão; compreender os manejos de adaptação e estabelecimento destas em um sistema de pastoreio. TEMA 1 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE INVERNO: ERVILHACA E TREVO VESICULOSO 1.1 Ervilhaca (vicia sativa) 1.1.1 Descrição morfológica A ervilhaca é uma leguminosa herbácea, desprovida de pelos, de coloração verde-clara e caules finos e flexíveis. As raízes são profundas e ramificadas. As folhas são parienadas, compostas e gavinha terminal. As flores são vermelho- violáceas, solitárias ou germinadas, sobre pedúnculos axilares aristados, curtos ou pouco mais compridos que as estípulas (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Ocorre ruptura natural das vagens maduras e as sementes caem ao solo no final do ciclo (3 a 10 sementes/vagem). 1.1.2 Características agronômicas É planta de clima temperado a subtropical, anual e sensível ao frio, à deficiência hídrica e ao calor, embora muitas plantas tenham se adaptado a invernos rigorosos e secos (Derpsch; Calegari, 1992). Pode ser aproveitada como adubação verde, na melhoria da fertilidade do solo (fixa até 130 kg de nitrogênio/ha/ano), como forragem verde, feno, silagem ou como grãos secos e tostados (triturados) na alimentação animal (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 4 Figura 1 – Flor da ervilhaca Crédito: Orestligetka/Adobe Stock. 1.1.3 Adaptação e estabelecimento É uma planta que apresenta boa capacidade de rebrote e pode desenvolver- se do outono até o início da primavera, época em que floresce. Produz bem em solos argilosos e férteis, mas adapta-se a solos arenosos adequadamente fertilizados. Não tolera solos muito úmidos nem os excessivamente ácidos (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Para adubação de manutenção, seguir a indicação para a cultura (Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – SBCS, 2004). A época mais indicada para a semeadura é de abril a maio e pode ser efetuada a lanço ou em linhas e feita em plantio direto. A profundidade não deverá ser maior que três a cinco centímetros e a densidade de semeadura varia de 40 a 60 kg de semente/ha. 1.1.4 Manejo A ervilhaca é uma forragem que constitui um importante alimento para os animais e seu pastejo deve ocorrer antes da floração, pois a quantidade de proteínas de folhas é aproximadamente o dobro da de caules. Consorcia-se bem 5 com azevém, com centeio ou com aveia preta, melhorando a qualidade nutritiva da pastagem para ruminantes. Não é muito resistente ao pisoteio, no entanto, quando consorciada com gramínea, pode ser usada em pastejo direto, desde que observadas as condições de manejo da gramínea associada (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). A ervilhaca pode produzir até 4,0 t MS/ha (com 15 a 20% PB). Figura 2 – Planta ervilhaca Crédito: tamu/Adobe Stock. 1.2 Trevo vesiculoso (trifolium vesiculosum savi) 1.2.1 Descrição morfológica É uma planta que apresenta hábito de crescimento prostrado a semiereto. As folhas são em formato de flecha, não pilosas, e geralmente apresentam uma marca branca em “V” (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). As flores são na sua maioria brancas e de formato cônico (podem variar de rósea a vermelho-púrpura). O florescimento e a produção de sementes ocorrem durante período longo, que se estende do fim da primavera ao final do verão, e as sementes apresentam coloração marrom avermelhada, sendo que a maioria delas tem um tegumento duro, impermeável, necessitando de escarificação para iniciar o processo de germinação (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 6 1.2.2 Características agronômicas O trevo vesiculoso apresenta ressemeadura natural e pode persistir no solo por muitos anos. É resistente à seca, não tem tolerância à acidez do solo (deve ser cultivado em solos com pH próximo a 6,0) e necessita de boa quantidade de potássio e fósforo para produzir alta quantidade de forragem; porém, na primavera é mais tardio que os demais trevos. Também não tolera geadas, sombreamento e solos encharcados. Pode ser usado com sucesso no consórcio com várias gramíneas anuais de inverno como aveia preta, azevém e centeio. Figura 3 – Trevo vesiculoso Crédito: Elba Cabrera/Adobe Stock. 1.2.3 Adaptação e estabelecimento O trevo vesiculoso germina bem em baixa temperatura. Para calagem e adubação, seguir as indicações para a espécie (SBCS, 2004). Segundo Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), necessita de inoculante específico para germinação das sementes por ser uma leguminosa. A época de semeadura estende-se de abril a maio e a quantidade de sementes varia de 6 a 8 kg/ha, quando plantado sozinho, e de 5 a 6 kg/ha quando consorciado. Ele também pode ser estabelecido sob sistema plantio direto. 7 A escarificação de semente pode ser realizada ao mergulhá-las acondicionadas em saco de algodão em um recipiente com água fervente durante 90 segundos. Após, deve-se deixar secar as sementes e proceder à inoculação com Rhizobium específico e à peletização, que protege o inoculante e aumenta o diâmetro, facilitando a semeadura (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Figura 4 – Detalhe característico das folhas (coroa branca) do trevo vesiculoso Crédito: Valter/Adobe Stock. 1.2.4 Manejo O trevo vesiculoso apresenta estabelecimento lento, porém na primavera ocorre grande produção de massa verde (primeiro ano de estabelecimento do plantio). Do segundo ano em diante, produz forragem mais cedo, propiciando forrageamento já no outono (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Essa planta produz forragem de digestibilidade elevada (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). É resistente ao pisoteio e raramente produz timpanismo. Consorciado com aveia preta e com azevém, proporciona excelente ganho de peso animal durante a estação fria, em razão do exemplar desenvolvimento vegetativo. Apresenta, ainda, ótimo poder de recuperação, o que possibilita novos cortes ou pastejos a cada quatro ou seis semanas (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). O trevo vesiculoso 8 pode produzir até 5,0 t MS/ha com teores de proteína variando entre 16 a 20%PB. Ainda, pode ser semeado do final do verão até o início do inverno, sendo recomendado de 7 a 11 kg/ha de sementes, e quando consorciado, de 5 a 6 kg/ha. A profundidade de semeadura recomendada é de um a dois centímetros (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). TEMA 2 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE VERÃO: CROTALÁRIA E LAB-LAB 2.1 Crotalária (crotalaria juncea) 2.1.1 Descrição morfológica A crotalaria juncea é uma planta de porte ereto e arbustivo e que apresenta caule semilenhoso, ramificado na parte superior e com hastes estriadas. Tem folhas simples, elípticas e lanceoladas. As flores têm de dois a três centímetros de comprimento e originam vagens longas com 10 a 20 grãos. Apresenta porte mais alto e ciclo vegetativo mais longo que a C. spectabilis (Herling; Pereira, 2016). Figura 5 – Crotalaria juncea Crédito: nuwatphoto/Adobe Stock. 9 2.1.2 Características agronômicas A crotalaria juncea se adapta bem em solos de média fertilidade e acidez (não tolera níveis altos de alumínio) e apresenta boa resistência à seca e ao frio. Não tolera solos muito úmidos nem sombreamento excessivo (diminui seu desenvolvimento e produção de massa verde). Seu ciclo desde o plantio até o florescimento dura cerca de 120 a 150 dias. Normalmente produz de 10 a 15 t deMS/ha. Algumas plantas de crotalária podem apresentar um composto tóxico chamado de “alcaloide pirrolizidínico”, que pode causar prejuízos aos animais como diarreias, diminuição do apetite, paralisia ruminal, incoordenação motora, taquicardia e, em casos muito graves, pode levá-los à morte. É encontrado principalmente nas flores e sementes na época da fluorescência das plantas. Figura 6 – Detalhe da flor da crotalaria Crédito: Rung/Adobe Stock. 2.1.3 Manejo A crotalária é utilizada principalmente na adubação verde e cobertura do solo por ser uma planta pouco exigente e com grande potencial de fixação biológica de nitrogênio. Também pode ser utilizada em consórcio com algumas gramíneas, 10 como capim sudão. Ela apresenta crescimento rápido e não resiste a geadas. Sua semeadura deve ocorrer entre setembro e janeiro, podendo ser estendida até março em regiões de clima mais quente. Para adubação verde, pode-se efetuar o corte das plantas aos 120 dias após a semeadura. Figura 7 – Fruto tipo vagem da Crotalária Crédito: Narattarwan/Adobe Stock. 2.2 Lab-lab (dolichos lablab) 2.2.1 Descrição morfológica É uma planta que apresenta colmos longos e trepadores, bem como folhas compostas com estípulas pequenas e pontiagudas. As flores estão dispostas em racemos axilares pedunculados e podem ser de cor branca, rosada ou violácea. Seus frutos são pequenos e contêm de três a cinco sementes ovais. A frutificação ocorre em tempos diferentes durante a fase produtiva, comportando-se dessa forma como planta anual ou bianual, sendo quase perene (Herling; Pereira, 2016). 11 2.2.2 Características agronômicas É uma leguminosa de clima tropical anual ou bianual, de hábito de crescimento trepador. Não são tolerantes a geadas e são pouco tolerantes às secas prolongadas. Tem preferência por locais em que a temperatura média está entre 19 e 24°C. Adapta-se aos solos argilosos até os arenosos, com melhor desempenho em áreas drenadas e férteis. Em solos com fertilidade baixa e pH inferior a 5,5, normalmente o crescimento é mais lento. Pode produzir até 8 t MS/ha/ano com teores de proteína bruta de 12 a 18% (Herling; Pereira, 2016). Figura 8 – Frutos (vagem) do lab-lab Crédito: pikumin/Adobe Stock. 2.2.3 Adaptação e estabelecimento Conforme Herling e pereira (2016), é uma planta que pode ser ensilada juntamente com o milho ou o sorgo, podendo, inclusive, ser semeado misturado com as sementes de milho. Quando as sementes são armazenadas, deve-se efetuar o seu tratamento em função do ataque de carunchos. É uma planta que tem êxito para utilização forrageira, apesar de que o excesso de forragem na fase do florescimento do lab-lab ministrado aos animais poderá, além de provocar timpanismo, que é o acúmulo excessivo de gases no rúmen e retículo (estômagos), transmitir um gosto amargo ao leite. 12 2.2.4 Manejo O plantio é recomendado entre os meses de setembro e dezembro e pode ser plantio solteiro ou consorciado com milho e outras culturas perenes. A semeadura poderá ser feita a lanço, em linhas (espaçamento entrelinhas de 50 cm) ou em covas (matraca com espaçamento entrelinhas de 40 cm), dando em torno de 45 kg/ha de sementes. O manejo de corte deve ser feito no florescimento, com o início da formação de vagens (130 a 180 dias). Se for utilizada como forrageira no inverno e se houver um bom manejo, pode rebrotar e possibilitar um novo pastoreio. Figura 9 – Lab-lab Crédito: jayanta85/Adobe Stock. 13 TEMA 3 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE VERÃO: MUCUNA PRETA E FEIJÃO GUANDU 3.1 Mucuna preta (mucuna pruriens) 3.1.1 Descrição morfológica É uma planta que vegeta bem em climas quentes, apresenta caule longo, fino e flexível e tem hábito de trepadeira. Sua inflorescência é em racemos axilares multifloridos e a cor das suas flores é violácea. As folhas são trifoliadas com folíolos grandes e membranosos e a sua vagem contém até seis sementes de coloração preta. 3.1.2 Características agronômicas O estabelecimento da planta forrageira mucuna preta é rápido e esta compete bastante com outras espécies durante seu crescimento. A produção de massa verde é grande (pode ser utilizada como cobertura verde produzindo grande quantidade de matéria orgânica) e adapta-se aos mais diferentes tipos de solo, desde os arenosos até os argilosos, com média fertilidade. É tolerante à seca, sombra, altas temperaturas e ligeiramente resistente ao encharcamento. É uma planta anual ou bianual, trepadora e de ampla adaptação (Herling; Pereira, 2016). Segundo os autores, apresenta desenvolvimento vegetativo vigoroso e acentuada rusticidade, adaptando-se bem às condições de deficiência hídrica e de temperaturas altas. A mucuna preta produz entre 40 e 50 toneladas de massa verde e seis a nove toneladas de massa seca. É rica, principalmente, em proteínas, sendo indicada especialmente para animais em crescimento e fêmeas em lactação (Herling; Pereira, 2016). 14 Figura 10 – Fruto (vagem) da mucuna preta Crédito: tinglee1631/Adobe Stock. 3.1.3 Manejo A propagação da mucuna preta é feita por sementes que são colocadas em covas espaçadas cerca de um metro e cinco centímetros de profundidade. O plantio pode ser desde setembro até março. São necessários 20 a 40 kg de sementes/ha. Germinam com rapidez e podem ser cortadas com dois a três meses de idade, o que faz com que elas tornem a brotar gerando um segundo corte. Como a forrageira verde, é muito apreciada pelos animais, que devoram totalmente a planta (folhas e caule). Também podem ser utilizadas para fenação e ensilagem. As recomendações de corte vão dos 90 aos 150 dias após a semeadura. A mucuna pode ser plantada isoladamente ou em consórcio com outras culturas. Pelo fato de ser uma planta muito agressiva, não tem sido recomendado o seu plantio em culturas muito adensadas. Ao final do ciclo, a mucuna seca, formando um manto sobre o solo de alguns centímetros. Essa camada funciona como uma excelente cobertura morta (Herling; Pereira, 2016). 15 Figura 11 – Mucuna preta Crédito: ipuwadol/Adobe Stock. 3.2 Feijão guandu (Cajanus cajan) 3.2.1 Descrição morfológica O feijão guandu apresenta folhas com três folíolos inteiros e pequenas manchas resinosas no dorso. É uma planta de crescimento ereto, caule lenhoso e que contém amido na fase vegetativa, que desaparece na fase reprodutiva, quando as reservas são mobilizadas para o preenchimento das vagens (Godoy; Santos, 2010). É importante ressaltar que essa leguminosa é caracterizada como arbustiva, semiperene, com ciclo de vida de até três anos, quando podada anualmente (Brasil, 2000). As flores geralmente nascem em racemos terminais ou axilares, de 4 a 12 cm, e tem longo pedúnculo. Apresentam coloração amarela com ou sem estrias avermelhadas/roxas. As vagens têm de quatro a sete sementes de coloração variável, desde marrom claro ou escuro até acinzentado, às vezes com pintas avermelhadas, creme ou roxa (Brasil, 2000). 16 Figura 12 – Fruto (vagem) do feijão guandu Crédito: gv image/adobe stock 3.2.2 Características agronômicas O feijão guandu não tem grandes exigências climáticas e de solos, desenvolvendo-se satisfatoriamente em regiões de climas tropical, subtropical e semiárido, sendo cultivado com temperaturas variando de 26 a 30°C na estação chuvosa e de 17 a 22°C no restante do ano (Singh; Oswalt, 1992). É uma cultura recomendada para solos com baixa fertilidade, mas tem demonstrado bons resultados em solos bem drenados de média a alta fertilidade. Também apresenta tolerância à seca, provável razão para a adaptabilidade a solos arenosos, e apesar de preferir locais com alta pluviosidade, principalmente durante a estação chuvosa, é uma planta que não tolera encharcamento (Herling; Pereira, 2016). 17 Figura 13 – Feijão guandu Crédito:Gv Image-1/shutterstock 3.2.3 Manejo Na alimentação animal, o guandu é oferecido como feno picado, como banco de proteína, seco moído sob a forma de farelo, sob pastejo, verde picado ou em consorciação com gramíneas (Ramos et al., 1996). Pesquisas têm demonstrado que a produção de forragem do guandu está relacionada principalmente às condições do solo. No estudo realizado por Anésio et al. (2012) com diferentes níveis de adubação e sob vários cortes, a produtividade por hectare alcançada foi de 32.254,89 kg. O interesse em utilizá-lo na alimentação animal se deve, principalmente, ao seu elevado teor de proteína bruta (PB). Em sua composição, a forragem aproveitável do guandu (folhas, flores, vagens e ramos) apresenta entre 20 e 23% de proteínas, 1,3% de lipídios, e em torno de 50% de glicídios (Anésio et al., 2012; Bonamigo, 1999; Brasil, 2000). O guandu cru moído é pouco eficiente para suínos em razão da baixa palatabilidade para esse monogástrico, entretanto, havendo bastante oferta da matéria-prima (grãos), este pode ser normalmente consumido após ser cozido por 60 minutos, o que garante uma melhor aceitabilidade pelos animais (na verdade é um tempo estimado de cozimento para que se garanta que sua palatabilidade melhore e facilite a digestão). O maior emprego de guandu na alimentação animal 18 é recomendado na nutrição de frangos e galinhas, visto poder ser consumido cru, independentemente da idade dos animais (Brasil, 2000). Nas criações de bovino de corte, a aceitação pelos animais pode ser um fator limitante do uso do guandu em pastejo. É importante que o pastejo seja realizado alto, sendo removidas apenas as partes de maior valor nutritivo (vagens, folhas e caules tenros). Pastejo feito a cerca de 80 cm da superfície do solo e em intervalos superiores a 90 dias resultam em maiores rendimentos de matéria seca e de proteína bruta do guandu (Herling; Pereira, 2016). TEMA 4 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS PERENES DE INVERNO: TREVO BRANCO E TREVO VERMELHO 4.1 Trevo branco (Trifolium repens) 4.1.1 Descrição morfológica O trevo branco é uma leguminosa perene e que se reestabelece por ressemeadura natural. Tem hábito de crescimento prostrado, caule estolonífero e raízes pivotantes. Pode ser considerada planta bienal, renovando-se pela emissão de estolões a cada estação de crescimento ou anualmente por ressemeadura natural, quando há períodos de seca drástica durante o verão (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). A planta apresenta folhas digitadas sem pilosidade, com bordas serrilhadas com estípulas, com manchas esbranquiçadas em forma de “V”, erguidas, largamente pecioladas, trifolioladas (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). A flor é branca ou levemente rósea, com inflorescência em forma de capítulo. O legume tem de duas a quatro sementes. 4.1.2 Características agronômicas É a leguminosa forrageira de produção invernal mais usada para pastejo direto, em associação com gramíneas (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). De todos os tipos de trevo para alimentação animal, é o mais cultivado no mundo todo. Conforme pesquisa de Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), é uma planta típica de clima temperado que não tolera elevadas temperaturas; desenvolve-se bem em solos neutros e com elevado nível de matéria orgânica. É razoavelmente tolerante à geada e vegeta bem à sombra. O trevo branco é planta que produz abundante e 19 densa folhagem. No inverno, as folhas são menores do que na primavera e no verão. É ótima restauradora de solo, com grande capacidade de fixação de nitrogênio atmosférico (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Figura 14 – Flores do trevo branco Crédito: 豆助/Adobe Stock. 4.1.3 Adaptação e estabelecimento O trevo branco é uma planta forrageira de fácil adaptação à maioria dos solos (altos ou baixos), desde que úmidos ou sujeitos a regime de precipitações pluviais adequados. Se estabelece bem em solo com pH superior a 6,0. Para calagem e adubação, seguir a indicação para a cultura (SBCS, 2004). A época de semeadura do trevo branco vai de abril a junho e pode ser estabelecida sob plantio direto. A profundidade de semeadura não deverá ultrapassar 1,0 cm e a quantidade de semente a ser usada é de 2 kg/ha, tanto para o cultivo solteiro como para cultivo consorciado. Pode ser consorciada com azevém, cornichão, trevo vermelho e festuca. 4.1.4 Manejo É uma planta bem aceita pelos animais em todas as estações do ano e com rendimento de forragem elevado. É tolerante ao pastejo e ao pisoteio, produzindo 20 forragem de valor nutritivo elevado que resulta em ganho de peso também elevado (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). É uma forrageira agressiva em condições de clima e solo favoráveis, tendo a dominância sobre as gramíneas componentes da pastagem. Por esse motivo, é aconselhável consorciar com gramíneas e mantê- las em proporções elevadas, sendo o mínimo de 60% de forragem na base seca, para evitar problemas de timpanismo nos animais ruminantes (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). No primeiro ano da pastagem, após três a quatro meses da semeadura, as ramificações enraizadas vão originar estolões, que se tornam independentes, emitindo novos estolões das gemas axilares, o que forma um sistema secundário e terciário, expandindo-se pela área e perenizando a planta (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). O pastejo deve ser iniciado quando as plantas formarem uma cobertura de solo uniforme. Pode atingir uma produtividade de 5,0 t MS/ha e com um bom valor proteico. Figura 15 – Pastagem de trevo branco (banco de proteínas) Crédito: 豆助/Adobe Stock. 4.2 Trevo vermelho (Trifolium pratense) 4.2.1 Descrição morfológica É uma leguminosa bienal ou perene de curta duração. O hábito de crescimento é ereto e pode atingir até 0,70 m de altura (Ball; Hoveland; Lacefield, 21 2007). O trevo vermelho tem folhas trifolioladas oblongas ou elípticas, sem pilosidade e com estípulas. Os pecíolos são longos, cilíndricos e glabros (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). A inflorescência é formada em capítulos terminais, ovoides, de cor vermelha ou violeta. Figura 16 – Flores do trevo vermelho Crédito: Axel Gutjahr /Adobe Stock. 4.2.2 Características agronômicas O trevo vermelho é uma planta rústica, palatável e nutritiva (alto teor de proteína). Admite múltiplos aproveitamentos, como corte, pastejo direto, fenação e adubação verde (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). Sua grande importância advém da produtividade e valor nutritivo elevados, semelhante ao da alfafa. Consorcia-se bem com azevém, com aveia preta, com centeio e com festuca. (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 4.2.3 Adaptação e estabelecimento É uma planta que gosta de climas frios, suportando geadas. É exigente em fertilidade, requerendo pH entre 6,0 e 7,0. Necessita solos bem drenados. Para adubação de manutenção, seguir a indicação para a cultura (SBCS, 2004). Segundo Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), a melhor época de semeadura de 22 trevo vermelho entende-se de abril a maio e pode ser estabelecido sob plantio direto. A quantidade de semente varia de 8 a 10 kg/ha quando plantado solitário, e de 6 a 8 kg/ha de semente quando consorciado (profundidade de um centímetro). 4.2.4 Manejo É uma planta pouco resistente ao pastejo, sendo mais usada para fenação, em virtude do porte ereto. Como seu crescimento é rápido, pode se soltar os animais com 90 dias após a semeadura. O uso para feno deve ser no início do florescimento, e a altura de corte deve ser de dez centímetros acima do solo (Companhia Riograndense de Adubos, 1980). Quando consorciado, segue-se o referencial da gramínea para iniciar o pastejo. O trevo vermelho pastejado diretamente com gramíneas praticamente elimina o risco de timpanismo em animais, além de fornecer valores nutritivos equilibrados (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Ainda,pode produzir até 6,0 t MS/ha. De alto valor forrageiro e de estabelecimento rápido e fácil (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007), consorcia-se bem com gramíneas anuais e perenes. É muito indicada a sua consorciação com azevém, com aveia preta, com centeio e com trigo. Pode também ser consorciado com outras leguminosas, como trevo subterrâneo, trevo branco e cornichão. Figura 17 – Plantio de trevo vermelho consorciado com gramínea Crédito: 流星 号/Adobe Stock. 23 TEMA 5 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS PERENES DE VERÃO: AMENDOIM FORRAGEIRO E ALFAFA 5.1 Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) 5.1.1 Descrição morfológica O amendoim forrageiro é uma espécie perene de estatura menor que 40 centímetros de altura, com flores amarelas a alaranjadas brilhantes que praticamente não produzem sementes. Seu estabelecimento dá-se por via vegetativa, especialmente por rizomas. É a espécie mais utilizada no mundo, sendo a única com registro formal de cultivares para uso em pastagens no Brasil (Brasil, 2007). É uma espécie estolonífera vigorosa com caules prostrados quando cresce densamente. Figura 18 – Flor do amendoim forrageiro Crédito: naenaejung/Adobe Stock. 5.1.2 Características agronômicas Conforme Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), uma pastagem estabelecida de amendoim forrageiro tem uma camada espessa de rizomas logo abaixo da superfície do solo que é um material abundante para multiplicação. Esses rizomas 24 fazem com que a planta tolere uma variação ampla de estresses ambientais, como seca ou sobrepastejos periódicos, resultando em longa persistência. O amendoim forrageiro é uma planta que não tolera solos encharcados. É a leguminosa tropical cultivada que melhor combina valor nutritivo (proteína e digestibilidade elevadas, 13 a 16% e 60 a 79%, respectivamente) com persistência em uma condição ampla de ambientes (Williams; Chambliss, 1999), com possibilidades de fazer parte dos sistemas de produção de integração lavoura-pecuária (ILP). 5.1.3 Adaptação e estabelecimento Conforme Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), o amendoim forrageiro tem certa tolerância a excesso de umidade, mas é preferível seu estabelecimento em solos bem drenados e com acidez e fertilidade corrigidas. Assim, a primeira providência é fazer uma amostragem criteriosa do solo para as consequentes correções. A vegetação existente deve ser dessecada antes do preparo do solo. A preparação da área deve ser criteriosa e as mudas devem ser distribuídas uniformemente sobre a superfície do terreno, incorporadas levemente (grade leve semiaberta) e compactadas (rolo) para possibilitar o bom contato do material vegetativo com o solo. A época de estabelecimento pode ser no início da primavera ou fim de verão, quando há boa disponibilidade hídrica ou possibilidade de irrigação. 25 Figura 19 – Banco de proteína de amendoim forrageiro Crédito: Joko/Adobe Stock. 5.1.4 Manejo O feno de amendoim forrageiro é palatável para todos os animais. Segundo Pittman e Kretschmer (2006), o teor de proteína bruta e a digestibilidade da forragem de amendoim forrageiro varia aproximadamente entre 15-23% e 50-75%, respectivamente. Williams e Chambliss (1999) indicam o pastejo rotacionado para maximizar o rendimento de amendoim forrageiro. A altura de resteva deve ser de dez centímetros, potreiro com no máximo uma semana de ocupação e seis semanas de descanso. Em pastoreio com lotação contínua, a altura-alvo das plantas não deve ser inferior a 15 cm. 5.2 Alfafa (Medicago sativa) 5.2.1 Descrição morfológica É uma leguminosa herbácea perene de verão e que contém caules de hábito ereto. Estes são folhosos e saem da coroa da planta, próximo da superfície do solo, podendo atingir de 0,60 a 0,90 m de altura (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). 26 As folhas são trifolioladas, compostas de folíolos oblongos. As flores apresentam coloração em tons de azulado a violáceo, em racemos. Os legumes são espiralados e têm de duas a cinco sementes (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Figura 20 – Flor da alfafa Crédito: orestligetka/Adobe Stock. 5.2.2 Características agronômicas É a leguminosa de mais ampla adaptação no mundo, que cresce em clima temperado, tropical e subtropical (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). Produz grande quantidade de forragem nas regiões de clima temperado, principalmente no período quente. É rica em proteína, cálcio, fósforo e vitaminas A e C (Nuernberg; Milan; Silveira, 1992). Por sua qualidade e produção, essa leguminosa é reconhecida mundialmente como a “rainha das forrageiras”. É uma das forrageiras de mais elevado valor, muito apreciada por animais, tanto em forma de feno como em pastejo direto. É a leguminosa mais adaptada a solos neutros ou alcalinos (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 27 5.2.3 Estabelecimento O estabelecimento de um alfafal é, segundo Oliveira e Oliveira (1999), a fase mais importante, pois a possibilidade de correção dos fatores de insucesso durante esse período é mínima. Segundo esses autores, três fatores são mais difíceis de serem corrigidos: a) o aparecimento de falhas na semeadura; b) a não efetivação de simbiose com o Sinorhizobium meliloti, que promove a fixação biológica de nitrogênio atmosférico; c) o aparecimento de doenças causadores de tombamento (damping-off) de plântulas. O controle de plantas daninhas é imprescindível para obtenção de rendimentos de forragem elevados, além de facilitar os tratos culturais, evitando- se possíveis hospedeiros de patógenos e de insetos pragas (Brighenti; Castro, 2008). Após estabelecida, não gosta de excessos de umidade, suporta quedas de temperatura, apresenta grande resistência a seca, e necessita de considerável fertilidade natural. É indispensável seguir as indicações de calagem e de adubação para a cultura (SBCS, 2004). É espécie exigente em pH (em torno de 6,5) e em fertilidade. A época de semeadura é no outono (abril) ou na primavera (setembro). A primeira época é a mais adequada, pois as plantas sofrem menos com a concorrência de plantas daninhas, e, ao chegar o verão, já estão com raízes bem desenvolvidas, o que possibilita maior resistência a secas. Ainda, ganha-se tempo, pois na primavera já se poderá usá-la (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). A semeadura deverá ser feita em linhas espaçadas de 0,30 a 0,40 m. Para o estabelecimento de um campo de alfafa, indicam-se de 10 a 15 kg/ha de semente e a profundidade de semeadura deve ser ao redor de dois centímetros, ou menos. A alfafa pode ser estabelecida sob sistema plantio direto. 28 Figura 21 – Banco de proteínas de alfafa Crédito: bearok/Adobe Stock. 5.1.4 Manejo As leguminosas geralmente têm valor nutritivo maior do que as gramíneas no mesmo estádio de desenvolvimento. Entretanto, elas são mais exigentes em práticas de manejo do que as gramíneas, mas economizam adubo nitrogenado fazendo-as componentes importantes em pastagens (McGraw; Nelson, 2003). Com manejo e adubação adequados, a alfafa proporciona de seis a oito cortes, produzindo no mínimo 10 t/ha de massa seca em forma de forragem de altíssima qualidade (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). O primeiro corte de alfafa ocorre cerca de 90 a 100 dias após a emergência de plântulas. Os cortes sucessivos deverão ser realizados mediante observação decorrente da brotação basilar e intervalo do último corte (intervalo de 28 dias, na primavera/verão; 35 dias, no outono, e, em latitude maiores, acima de 50 dias, no inverno). A floração, fenômeno básico para orientação do momento de corte, em alfafa, só é válida como referência em climas temperados (Haddad; Castro, 1999). Entretanto, como no período frio não há florescimento, os cortes podem ser norteados pela altura do rebrote na base da planta, devendo-se cortá-la sempre que a planta atingir cerca de 8 a 10 cm, poupando a brotaçãobasilar e assegurando rápido restabelecimento da área foliar. Isso geralmente propicia um a dois cortes no inverno, o que é uma 29 característica importante, pois a espécie tem o seu período de produção da primavera ao outono (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Um feno de boa qualidade é obtido quando se operacionaliza bem as etapas de corte, secagem e o armazenamento. O corte deve ser realizado pela manhã, depois da evaporação do orvalho, quando o tempo estiver com baixa probabilidade de chuva. O ponto de enfardamento é determinado torcendo-se um punhado de alfafa com as mãos: se não surgir umidade no material ou se já estiver quebradiço, está pronto para enfardar, com teor de umidade entre 16 e 20% (Nuernberg; Milan; Silveira, 1992). FINALIZANDO Nesta etapa, podemos estudar algumas das mais variadas espécies de leguminosas forrageiras que podem ser utilizadas na alimentação dos animais de produção, especialmente os ruminantes. Aprendemos as características morfológicas, o estabelecimento e adaptação da cultura, do manejo e das características agronômicas de leguminosas anuais e perenes, tanto espécies de verão quanto de inverno, e como saber disso é importante para um bom manejo e estabelecimento de sistemas de pastagem. Vale ressaltar que esse assunto não se encerra por aqui, pois a variedade de plantas leguminosas forrageiras é grande; logo, estudá-las e conhecê-las pode tornar nosso trabalho a campo muito mais eficiente e lucrativo. 30 REFERÊNCIAS ANÉSIO, A. H. C. et al. Avaliação dos teores de proteína bruta (PB) e da relação folha-caule do feijão guandu. Bambuí: MGp.5, 2012. BALL, D. M.; HOVELAND, C. S.; LACEFIELD, G. D. Southern forages. 4. ed. Lawrenceville, Georgia: International Plant Nutrition Institute (IPNI), 2007. 322 p. BONAMIGO, L. A. A cultura do milheto no Brasil, implantação e desenvolvimento no Cerrado. In: FARIAS NETO, A. L. et al. (Ed.). Workshop Internacional de Milheto. Planaltina, 1999. p. 31-65. BRASIL. Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta – ILPF. Registro Nacional de Cultivares – RNC. Brasília, 2007. Disponível em: . Acesso em: 25 jun. 2023. _____. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Amazônia Oriental. Recomendação Técnica n. 10/2000. Guandu: leguminosa para controle de mato, adubação verde do solo e alimentação animal. Disponível em: . Acesso em: 25 jul. 2023. BRIGHENTI, A.; CASTRO, C. de. Controle de plantas daninhas em alfafa. In: FERREIRA, R. P. et al. (Ed.). Cultivo e utilização da alfafa nos trópicos. São Carlos: Embrapa Pecuária Sul, 2008. p. 53-94. COMPANHIA RIOGRANDENSE DE ADUBOS. Espécies forrageiras para o Sul do Brasil. Porto Alegre, [1980]. 40 p. DERPSCH, R.; CALEGARI, A. Plantas para adubação verde de inverno. Londrina: Iapar, 1992. 80 p. (IAPAR. Circular, 73). FONTANELI, R. S.; SANTOS, H. P.; FONTANELI, R. S. Forrageiras para integração lavoura-pecuária na região sul-brasileira. Brasília: Embrapa, 2012. GODOY, R.; SANTOS, P. M. Guandu BRS Mandarin. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2010. HADDAD, M. M.; CASTRO, F. G. F. Sistema de produção. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 16., Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 1999. p. 7- 22. 31 HERLING, V. R.; PEREIRA, L. E. T. Morfologia de plantas forrageiras. Pirassununga: Editora da USP, 2016. MCGRAW, R. L.; NELSON, C. J. Legumes for northern areas. In: BARNES, R. F. et al. (Ed.). Forages: an introduction to grassland agriculture. 6th. ed. Iowa: Blackwell Publishing professional, 2003. v. 1, p. 171-190. SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO – SBCS. Comissão de Química e Fertilidade do Solo. Manual de adubação e de calagem para os estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10. ed. Porto Alegre, 2004. NUERNBERG, N.; MILAN, P. A.; SILVEIRA, C. A. M. Manual de produção de alfafa. Florianópolis: Epagri, 1992. 102 p. OLIVEIRA, P. P. A.; OLIVEIRA, W. S. de. Estabelecimento da cultura. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 16., 1999, Piracicaba. Anais… Piracicaba: FEALQ, 1999. p. 67-93. PITTMAN, W. D.; KRITSCHMER, A. E. Legumes for tropical and subtropical areas. In: BARNES, R. F. et al. (Ed.). Forages: the science of grassland agriculture. 6. ed. Ames: Blackwell Publishing Professional, 2006. v. 2, p. 191-210. RAMOS, J. M. et al. Grain yield, biomass and leaf area of triticale in response to sowing date and cutting stage in three contrasting Mediterranean environments. Journal of Agricultural Science, Cambridge, v. 126, p. 253-258, 1996. SINGH, F.; OSWALT, D. L. Major Pests of Groundnut. Skill Development Serie, v. 7, ICRISAT, Patancheru, 37 p., 1992. WILLIAMS, M. J.; CHAMBLISS, C. G. Rhizoma perennial peanut. In: CHAMBLISS, C. G. (Ed.). Florida forage handbook. Gainesville, FL: University of Florida, 1999. p. 49-52.