Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORRAGICULTURA E 
PASTAGEM 
AULA 4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof.ª Maria Cecília Doska 
3 
 
 
CONVERSA INICIAL 
Nesta etapa, estudaremos algumas das plantas leguminosas forrageiras, 
tanto perenes quanto anuais, de inverno e de verão, que são muito utilizadas na 
alimentação animal e nas pastagens do nosso Brasil, principalmente na região Sul. 
Os objetivos desta etapa são: aprender as características morfológicas e 
agronômicas das diferentes espécies de leguminosas de inverno e verão; 
compreender os manejos de adaptação e estabelecimento destas em um sistema 
de pastoreio. 
TEMA 1 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE INVERNO: ERVILHACA E 
TREVO VESICULOSO 
1.1 Ervilhaca (vicia sativa) 
1.1.1 Descrição morfológica 
A ervilhaca é uma leguminosa herbácea, desprovida de pelos, de coloração 
verde-clara e caules finos e flexíveis. As raízes são profundas e ramificadas. As 
folhas são parienadas, compostas e gavinha terminal. As flores são vermelho- 
violáceas, solitárias ou germinadas, sobre pedúnculos axilares aristados, curtos ou 
pouco mais compridos que as estípulas (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
Ocorre ruptura natural das vagens maduras e as sementes caem ao solo no final 
do ciclo (3 a 10 sementes/vagem). 
1.1.2 Características agronômicas 
É planta de clima temperado a subtropical, anual e sensível ao frio, à 
deficiência hídrica e ao calor, embora muitas plantas tenham se adaptado a 
invernos rigorosos e secos (Derpsch; Calegari, 1992). Pode ser aproveitada como 
adubação verde, na melhoria da fertilidade do solo (fixa até 130 kg de 
nitrogênio/ha/ano), como forragem verde, feno, silagem ou como grãos secos e 
tostados (triturados) na alimentação animal (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
 
4 
 
 
Figura 1 – Flor da ervilhaca 
 
Crédito: Orestligetka/Adobe Stock. 
1.1.3 Adaptação e estabelecimento 
É uma planta que apresenta boa capacidade de rebrote e pode desenvolver-
se do outono até o início da primavera, época em que floresce. Produz bem em 
solos argilosos e férteis, mas adapta-se a solos arenosos adequadamente 
fertilizados. Não tolera solos muito úmidos nem os excessivamente ácidos 
(Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Para adubação de manutenção, seguir a 
indicação para a cultura (Sociedade Brasileira de Ciência do Solo – SBCS, 2004). 
A época mais indicada para a semeadura é de abril a maio e pode ser efetuada a 
lanço ou em linhas e feita em plantio direto. A profundidade não deverá ser maior 
que três a cinco centímetros e a densidade de semeadura varia de 40 a 60 kg de 
semente/ha. 
1.1.4 Manejo 
A ervilhaca é uma forragem que constitui um importante alimento para os 
animais e seu pastejo deve ocorrer antes da floração, pois a quantidade de 
proteínas de folhas é aproximadamente o dobro da de caules. Consorcia-se bem 
5 
 
 
com azevém, com centeio ou com aveia preta, melhorando a qualidade nutritiva da 
pastagem para ruminantes. Não é muito resistente ao pisoteio, no entanto, quando 
consorciada com gramínea, pode ser usada em pastejo direto, desde que 
observadas as condições de manejo da gramínea associada (Fontaneli; Santos; 
Fontaneli, 2012). A ervilhaca pode produzir até 4,0 t MS/ha (com 15 a 20% PB). 
Figura 2 – Planta ervilhaca 
 
Crédito: tamu/Adobe Stock. 
1.2 Trevo vesiculoso (trifolium vesiculosum savi) 
1.2.1 Descrição morfológica 
É uma planta que apresenta hábito de crescimento prostrado a semiereto. 
As folhas são em formato de flecha, não pilosas, e geralmente apresentam uma 
marca branca em “V” (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). As flores são na sua 
maioria brancas e de formato cônico (podem variar de rósea a vermelho-púrpura). 
O florescimento e a produção de sementes ocorrem durante período longo, que se 
estende do fim da primavera ao final do verão, e as sementes apresentam 
coloração marrom avermelhada, sendo que a maioria delas tem um tegumento 
duro, impermeável, necessitando de escarificação para iniciar o processo de 
germinação (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012).
6 
 
 
1.2.2 Características agronômicas 
O trevo vesiculoso apresenta ressemeadura natural e pode persistir no solo 
por muitos anos. É resistente à seca, não tem tolerância à acidez do solo (deve ser 
cultivado em solos com pH próximo a 6,0) e necessita de boa quantidade de 
potássio e fósforo para produzir alta quantidade de forragem; porém, na primavera 
é mais tardio que os demais trevos. Também não tolera geadas, sombreamento e 
solos encharcados. Pode ser usado com sucesso no consórcio com várias 
gramíneas anuais de inverno como aveia preta, azevém e centeio. 
Figura 3 – Trevo vesiculoso 
 
Crédito: Elba Cabrera/Adobe Stock. 
1.2.3 Adaptação e estabelecimento 
O trevo vesiculoso germina bem em baixa temperatura. Para calagem e 
adubação, seguir as indicações para a espécie (SBCS, 2004). Segundo Fontaneli, 
Santos e Fontaneli (2012), necessita de inoculante específico para germinação das 
sementes por ser uma leguminosa. A época de semeadura estende-se de abril a 
maio e a quantidade de sementes varia de 6 a 8 kg/ha, quando plantado sozinho, 
e de 5 a 6 kg/ha quando consorciado. Ele também pode ser estabelecido sob 
sistema plantio direto. 
7 
 
 
A escarificação de semente pode ser realizada ao mergulhá-las 
acondicionadas em saco de algodão em um recipiente com água fervente durante 
90 segundos. Após, deve-se deixar secar as sementes e proceder à inoculação 
com Rhizobium específico e à peletização, que protege o inoculante e aumenta o 
diâmetro, facilitando a semeadura (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
Figura 4 – Detalhe característico das folhas (coroa branca) do trevo vesiculoso 
 
Crédito: Valter/Adobe Stock. 
1.2.4 Manejo 
O trevo vesiculoso apresenta estabelecimento lento, porém na primavera 
ocorre grande produção de massa verde (primeiro ano de estabelecimento do 
plantio). Do segundo ano em diante, produz forragem mais cedo, propiciando 
forrageamento já no outono (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). Essa planta 
produz forragem de digestibilidade elevada (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). É 
resistente ao pisoteio e raramente produz timpanismo. Consorciado com aveia 
preta e com azevém, proporciona excelente ganho de peso animal durante a 
estação fria, em razão do exemplar desenvolvimento vegetativo. Apresenta, ainda, 
ótimo poder de recuperação, o que possibilita novos cortes ou pastejos a cada 
quatro ou seis semanas (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). O trevo vesiculoso 
8 
 
 
pode produzir até 5,0 t MS/ha com teores de proteína variando entre 16 a 20%PB. 
Ainda, pode ser semeado do final do verão até o início do inverno, sendo 
recomendado de 7 a 11 kg/ha de sementes, e quando consorciado, de 5 a 6 kg/ha. 
A profundidade de semeadura recomendada é de um a dois centímetros 
(Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
TEMA 2 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE VERÃO: CROTALÁRIA E 
LAB-LAB 
2.1 Crotalária (crotalaria juncea) 
2.1.1 Descrição morfológica 
A crotalaria juncea é uma planta de porte ereto e arbustivo e que apresenta 
caule semilenhoso, ramificado na parte superior e com hastes estriadas. Tem 
folhas simples, elípticas e lanceoladas. As flores têm de dois a três centímetros de 
comprimento e originam vagens longas com 10 a 20 grãos. Apresenta porte mais 
alto e ciclo vegetativo mais longo que a C. spectabilis (Herling; Pereira, 2016). 
Figura 5 – Crotalaria juncea 
 
Crédito: nuwatphoto/Adobe Stock. 
9 
 
 
2.1.2 Características agronômicas 
A crotalaria juncea se adapta bem em solos de média fertilidade e acidez 
(não tolera níveis altos de alumínio) e apresenta boa resistência à seca e ao frio. 
Não tolera solos muito úmidos nem sombreamento excessivo (diminui seu 
desenvolvimento e produção de massa verde). Seu ciclo desde o plantio até o 
florescimento dura cerca de 120 a 150 dias. Normalmente produz de 10 a 15 t deMS/ha. Algumas plantas de crotalária podem apresentar um composto tóxico 
chamado de “alcaloide pirrolizidínico”, que pode causar prejuízos aos animais 
como diarreias, diminuição do apetite, paralisia ruminal, incoordenação motora, 
taquicardia e, em casos muito graves, pode levá-los à morte. É encontrado 
principalmente nas flores e sementes na época da fluorescência das plantas. 
Figura 6 – Detalhe da flor da crotalaria 
 
Crédito: Rung/Adobe Stock. 
2.1.3 Manejo 
A crotalária é utilizada principalmente na adubação verde e cobertura do 
solo por ser uma planta pouco exigente e com grande potencial de fixação biológica 
de nitrogênio. Também pode ser utilizada em consórcio com algumas gramíneas, 
10 
 
 
como capim sudão. Ela apresenta crescimento rápido e não resiste a geadas. Sua 
semeadura deve ocorrer entre setembro e janeiro, podendo ser estendida até 
março em regiões de clima mais quente. Para adubação verde, pode-se efetuar o 
corte das plantas aos 120 dias após a semeadura. 
Figura 7 – Fruto tipo vagem da Crotalária 
 
Crédito: Narattarwan/Adobe Stock. 
2.2 Lab-lab (dolichos lablab) 
2.2.1 Descrição morfológica 
É uma planta que apresenta colmos longos e trepadores, bem como folhas 
compostas com estípulas pequenas e pontiagudas. As flores estão dispostas em 
racemos axilares pedunculados e podem ser de cor branca, rosada ou violácea. 
Seus frutos são pequenos e contêm de três a cinco sementes ovais. A frutificação 
ocorre em tempos diferentes durante a fase produtiva, comportando-se dessa 
forma como planta anual ou bianual, sendo quase perene (Herling; Pereira, 2016). 
11 
 
 
2.2.2 Características agronômicas 
É uma leguminosa de clima tropical anual ou bianual, de hábito de 
crescimento trepador. Não são tolerantes a geadas e são pouco tolerantes às 
secas prolongadas. Tem preferência por locais em que a temperatura média está 
entre 19 e 24°C. Adapta-se aos solos argilosos até os arenosos, com melhor 
desempenho em áreas drenadas e férteis. Em solos com fertilidade baixa e pH 
inferior a 5,5, normalmente o crescimento é mais lento. Pode produzir até 
8 t MS/ha/ano com teores de proteína bruta de 12 a 18% (Herling; Pereira, 2016). 
Figura 8 – Frutos (vagem) do lab-lab 
 
Crédito: pikumin/Adobe Stock. 
2.2.3 Adaptação e estabelecimento 
Conforme Herling e pereira (2016), é uma planta que pode ser ensilada 
juntamente com o milho ou o sorgo, podendo, inclusive, ser semeado misturado 
com as sementes de milho. Quando as sementes são armazenadas, deve-se 
efetuar o seu tratamento em função do ataque de carunchos. É uma planta que 
tem êxito para utilização forrageira, apesar de que o excesso de forragem na fase 
do florescimento do lab-lab ministrado aos animais poderá, além de provocar 
timpanismo, que é o acúmulo excessivo de gases no rúmen e retículo (estômagos), 
transmitir um gosto amargo ao leite. 
12 
 
 
2.2.4 Manejo 
O plantio é recomendado entre os meses de setembro e dezembro e pode 
ser plantio solteiro ou consorciado com milho e outras culturas perenes. A 
semeadura poderá ser feita a lanço, em linhas (espaçamento entrelinhas de 
50 cm) ou em covas (matraca com espaçamento entrelinhas de 40 cm), dando em 
torno de 45 kg/ha de sementes. O manejo de corte deve ser feito no florescimento, 
com o início da formação de vagens (130 a 180 dias). Se for utilizada como 
forrageira no inverno e se houver um bom manejo, pode rebrotar e possibilitar um 
novo pastoreio. 
Figura 9 – Lab-lab 
 
Crédito: jayanta85/Adobe Stock. 
13 
 
 
TEMA 3 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS ANUAIS DE VERÃO: MUCUNA 
PRETA E FEIJÃO GUANDU 
3.1 Mucuna preta (mucuna pruriens) 
3.1.1 Descrição morfológica 
É uma planta que vegeta bem em climas quentes, apresenta caule longo, 
fino e flexível e tem hábito de trepadeira. Sua inflorescência é em racemos axilares 
multifloridos e a cor das suas flores é violácea. As folhas são trifoliadas com folíolos 
grandes e membranosos e a sua vagem contém até seis sementes de coloração 
preta. 
3.1.2 Características agronômicas 
O estabelecimento da planta forrageira mucuna preta é rápido e esta 
compete bastante com outras espécies durante seu crescimento. A produção de 
massa verde é grande (pode ser utilizada como cobertura verde produzindo grande 
quantidade de matéria orgânica) e adapta-se aos mais diferentes tipos de solo, 
desde os arenosos até os argilosos, com média fertilidade. É tolerante à seca, 
sombra, altas temperaturas e ligeiramente resistente ao encharcamento. É uma 
planta anual ou bianual, trepadora e de ampla adaptação (Herling; Pereira, 2016). 
Segundo os autores, apresenta desenvolvimento vegetativo vigoroso e acentuada 
rusticidade, adaptando-se bem às condições de deficiência hídrica e de 
temperaturas altas. A mucuna preta produz entre 40 e 50 toneladas de massa 
verde e seis a nove toneladas de massa seca. É rica, principalmente, em proteínas, 
sendo indicada especialmente para animais em crescimento e fêmeas em lactação 
(Herling; Pereira, 2016). 
14 
 
 
Figura 10 – Fruto (vagem) da mucuna preta 
 
Crédito: tinglee1631/Adobe Stock. 
3.1.3 Manejo 
A propagação da mucuna preta é feita por sementes que são colocadas em 
covas espaçadas cerca de um metro e cinco centímetros de profundidade. O 
plantio pode ser desde setembro até março. São necessários 20 a 40 kg de 
sementes/ha. Germinam com rapidez e podem ser cortadas com dois a três meses 
de idade, o que faz com que elas tornem a brotar gerando um segundo corte. Como 
a forrageira verde, é muito apreciada pelos animais, que devoram totalmente a 
planta (folhas e caule). Também podem ser utilizadas para fenação e ensilagem. 
As recomendações de corte vão dos 90 aos 150 dias após a semeadura. A mucuna 
pode ser plantada isoladamente ou em consórcio com outras culturas. Pelo fato de 
ser uma planta muito agressiva, não tem sido recomendado o seu plantio em 
culturas muito adensadas. Ao final do ciclo, a mucuna seca, formando um manto 
sobre o solo de alguns centímetros. Essa camada funciona como uma excelente 
cobertura morta (Herling; Pereira, 2016). 
 
15 
 
 
Figura 11 – Mucuna preta 
 
Crédito: ipuwadol/Adobe Stock. 
3.2 Feijão guandu (Cajanus cajan) 
3.2.1 Descrição morfológica 
O feijão guandu apresenta folhas com três folíolos inteiros e pequenas 
manchas resinosas no dorso. É uma planta de crescimento ereto, caule lenhoso e 
que contém amido na fase vegetativa, que desaparece na fase reprodutiva, quando 
as reservas são mobilizadas para o preenchimento das vagens (Godoy; Santos, 
2010). É importante ressaltar que essa leguminosa é caracterizada como 
arbustiva, semiperene, com ciclo de vida de até três anos, quando podada 
anualmente (Brasil, 2000). As flores geralmente nascem em racemos terminais ou 
axilares, de 4 a 12 cm, e tem longo pedúnculo. Apresentam coloração amarela com 
ou sem estrias avermelhadas/roxas. As vagens têm de quatro a sete sementes 
de coloração variável, desde marrom claro ou escuro até acinzentado, às vezes 
com pintas avermelhadas, creme ou roxa (Brasil, 2000). 
 
16 
 
 
Figura 12 – Fruto (vagem) do feijão guandu 
 
Crédito: gv image/adobe stock 
3.2.2 Características agronômicas 
O feijão guandu não tem grandes exigências climáticas e de solos, 
desenvolvendo-se satisfatoriamente em regiões de climas tropical, subtropical e 
semiárido, sendo cultivado com temperaturas variando de 26 a 30°C na estação 
chuvosa e de 17 a 22°C no restante do ano (Singh; Oswalt, 1992). É uma cultura 
recomendada para solos com baixa fertilidade, mas tem demonstrado bons 
resultados em solos bem drenados de média a alta fertilidade. Também apresenta 
tolerância à seca, provável razão para a adaptabilidade a solos arenosos, e apesar 
de preferir locais com alta pluviosidade, principalmente durante a estação chuvosa, 
é uma planta que não tolera encharcamento (Herling; Pereira, 2016). 
17 
 
 
Figura 13 – Feijão guandu 
 
Crédito:Gv Image-1/shutterstock 
3.2.3 Manejo 
Na alimentação animal, o guandu é oferecido como feno picado, como 
banco de proteína, seco moído sob a forma de farelo, sob pastejo, verde picado ou 
em consorciação com gramíneas (Ramos et al., 1996). Pesquisas têm 
demonstrado que a produção de forragem do guandu está relacionada 
principalmente às condições do solo. No estudo realizado por Anésio et al. (2012) 
com diferentes níveis de adubação e sob vários cortes, a produtividade por hectare 
alcançada foi de 32.254,89 kg. O interesse em utilizá-lo na alimentação animal se 
deve, principalmente, ao seu elevado teor de proteína bruta (PB). Em sua 
composição, a forragem aproveitável do guandu (folhas, flores, vagens e ramos) 
apresenta entre 20 e 23% de proteínas, 1,3% de lipídios, e em torno de 50% de 
glicídios (Anésio et al., 2012; Bonamigo, 1999; Brasil, 2000). 
O guandu cru moído é pouco eficiente para suínos em razão da baixa 
palatabilidade para esse monogástrico, entretanto, havendo bastante oferta da 
matéria-prima (grãos), este pode ser normalmente consumido após ser cozido por 
60 minutos, o que garante uma melhor aceitabilidade pelos animais (na verdade é 
um tempo estimado de cozimento para que se garanta que sua palatabilidade 
melhore e facilite a digestão). O maior emprego de guandu na alimentação animal 
18 
 
 
é recomendado na nutrição de frangos e galinhas, visto poder ser consumido cru, 
independentemente da idade dos animais (Brasil, 2000). Nas criações de bovino 
de corte, a aceitação pelos animais pode ser um fator limitante do uso do guandu 
em pastejo. 
É importante que o pastejo seja realizado alto, sendo removidas apenas as 
partes de maior valor nutritivo (vagens, folhas e caules tenros). Pastejo feito a cerca 
de 80 cm da superfície do solo e em intervalos superiores a 90 dias resultam em 
maiores rendimentos de matéria seca e de proteína bruta do guandu (Herling; 
Pereira, 2016). 
TEMA 4 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS PERENES DE INVERNO: TREVO 
BRANCO E TREVO VERMELHO 
4.1 Trevo branco (Trifolium repens) 
4.1.1 Descrição morfológica 
O trevo branco é uma leguminosa perene e que se reestabelece por 
ressemeadura natural. Tem hábito de crescimento prostrado, caule estolonífero e 
raízes pivotantes. Pode ser considerada planta bienal, renovando-se pela emissão 
de estolões a cada estação de crescimento ou anualmente por ressemeadura 
natural, quando há períodos de seca drástica durante o verão (Ball; Hoveland; 
Lacefield, 2007). A planta apresenta folhas digitadas sem pilosidade, com bordas 
serrilhadas com estípulas, com manchas esbranquiçadas em forma de “V”, 
erguidas, largamente pecioladas, trifolioladas (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
A flor é branca ou levemente rósea, com inflorescência em forma de capítulo. O 
legume tem de duas a quatro sementes. 
4.1.2 Características agronômicas 
É a leguminosa forrageira de produção invernal mais usada para pastejo 
direto, em associação com gramíneas (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). De todos 
os tipos de trevo para alimentação animal, é o mais cultivado no mundo todo. 
Conforme pesquisa de Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), é uma planta típica 
de clima temperado que não tolera elevadas temperaturas; desenvolve-se bem em 
solos neutros e com elevado nível de matéria orgânica. É razoavelmente tolerante 
à geada e vegeta bem à sombra. O trevo branco é planta que produz abundante e 
19 
 
 
densa folhagem. No inverno, as folhas são menores do que na primavera e no 
verão. É ótima restauradora de solo, com grande capacidade de fixação de 
nitrogênio atmosférico (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
Figura 14 – Flores do trevo branco 
 
Crédito: 豆助/Adobe Stock. 
4.1.3 Adaptação e estabelecimento 
O trevo branco é uma planta forrageira de fácil adaptação à maioria dos 
solos (altos ou baixos), desde que úmidos ou sujeitos a regime de precipitações 
pluviais adequados. Se estabelece bem em solo com pH superior a 6,0. Para 
calagem e adubação, seguir a indicação para a cultura (SBCS, 2004). A época de 
semeadura do trevo branco vai de abril a junho e pode ser estabelecida sob plantio 
direto. A profundidade de semeadura não deverá ultrapassar 1,0 cm e a quantidade 
de semente a ser usada é de 2 kg/ha, tanto para o cultivo solteiro como para cultivo 
consorciado. Pode ser consorciada com azevém, cornichão, trevo vermelho e 
festuca. 
4.1.4 Manejo 
É uma planta bem aceita pelos animais em todas as estações do ano e com 
rendimento de forragem elevado. É tolerante ao pastejo e ao pisoteio, produzindo 
20 
 
 
forragem de valor nutritivo elevado que resulta em ganho de peso também elevado 
(Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). É uma forrageira agressiva em condições de 
clima e solo favoráveis, tendo a dominância sobre as gramíneas componentes da 
pastagem. Por esse motivo, é aconselhável consorciar com gramíneas e mantê-
las em proporções elevadas, sendo o mínimo de 60% de forragem na base seca, 
para evitar problemas de timpanismo nos animais ruminantes (Ball; Hoveland; 
Lacefield, 2007). No primeiro ano da pastagem, após três a quatro meses da 
semeadura, as ramificações enraizadas vão originar estolões, que se tornam 
independentes, emitindo novos estolões das gemas axilares, o que forma um 
sistema secundário e terciário, expandindo-se pela área e perenizando a planta 
(Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). O pastejo deve ser iniciado quando as plantas 
formarem uma cobertura de solo uniforme. Pode atingir uma produtividade de 5,0 
t MS/ha e com um bom valor proteico. 
Figura 15 – Pastagem de trevo branco (banco de proteínas) 
 
Crédito: 豆助/Adobe Stock. 
4.2 Trevo vermelho (Trifolium pratense) 
4.2.1 Descrição morfológica 
É uma leguminosa bienal ou perene de curta duração. O hábito de 
crescimento é ereto e pode atingir até 0,70 m de altura (Ball; Hoveland; Lacefield, 
21 
 
 
2007). O trevo vermelho tem folhas trifolioladas oblongas ou elípticas, sem 
pilosidade e com estípulas. Os pecíolos são longos, cilíndricos e glabros (Fontaneli; 
Santos; Fontaneli, 2012). A inflorescência é formada em capítulos terminais, 
ovoides, de cor vermelha ou violeta. 
Figura 16 – Flores do trevo vermelho 
 
Crédito: Axel Gutjahr /Adobe Stock. 
4.2.2 Características agronômicas 
O trevo vermelho é uma planta rústica, palatável e nutritiva (alto teor de 
proteína). Admite múltiplos aproveitamentos, como corte, pastejo direto, fenação e 
adubação verde (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). Sua grande importância advém 
da produtividade e valor nutritivo elevados, semelhante ao da alfafa. Consorcia-se 
bem com azevém, com aveia preta, com centeio e com festuca. (Fontaneli; Santos; 
Fontaneli, 2012). 
4.2.3 Adaptação e estabelecimento 
É uma planta que gosta de climas frios, suportando geadas. É exigente em 
fertilidade, requerendo pH entre 6,0 e 7,0. Necessita solos bem drenados. Para 
adubação de manutenção, seguir a indicação para a cultura (SBCS, 2004). 
Segundo Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), a melhor época de semeadura de 
22 
 
 
trevo vermelho entende-se de abril a maio e pode ser estabelecido sob plantio 
direto. A quantidade de semente varia de 8 a 10 kg/ha quando plantado solitário, e 
de 6 a 8 kg/ha de semente quando consorciado (profundidade de um centímetro). 
4.2.4 Manejo 
É uma planta pouco resistente ao pastejo, sendo mais usada para fenação, 
em virtude do porte ereto. Como seu crescimento é rápido, pode se soltar os 
animais com 90 dias após a semeadura. O uso para feno deve ser no início do 
florescimento, e a altura de corte deve ser de dez centímetros acima do solo 
(Companhia Riograndense de Adubos, 1980). Quando consorciado, segue-se o 
referencial da gramínea para iniciar o pastejo. O trevo vermelho pastejado 
diretamente com gramíneas praticamente elimina o risco de timpanismo em 
animais, além de fornecer valores nutritivos equilibrados (Fontaneli; Santos; 
Fontaneli, 2012). Ainda,pode produzir até 6,0 t MS/ha. De alto valor forrageiro e 
de estabelecimento rápido e fácil (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007), consorcia-se 
bem com gramíneas anuais e perenes. É muito indicada a sua consorciação com 
azevém, com aveia preta, com centeio e com trigo. Pode também ser consorciado 
com outras leguminosas, como trevo subterrâneo, trevo branco e cornichão. 
Figura 17 – Plantio de trevo vermelho consorciado com gramínea 
 
Crédito: 流星 号/Adobe Stock.
23 
 
 
TEMA 5 – LEGUMINOSAS FORRAGEIRAS PERENES DE VERÃO: AMENDOIM 
FORRAGEIRO E ALFAFA 
5.1 Amendoim forrageiro (Arachis pintoi) 
5.1.1 Descrição morfológica 
O amendoim forrageiro é uma espécie perene de estatura menor que 
40 centímetros de altura, com flores amarelas a alaranjadas brilhantes que 
praticamente não produzem sementes. Seu estabelecimento dá-se por via 
vegetativa, especialmente por rizomas. É a espécie mais utilizada no mundo, 
sendo a única com registro formal de cultivares para uso em pastagens no Brasil 
(Brasil, 2007). É uma espécie estolonífera vigorosa com caules prostrados quando 
cresce densamente. 
Figura 18 – Flor do amendoim forrageiro 
 
Crédito: naenaejung/Adobe Stock. 
5.1.2 Características agronômicas 
Conforme Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), uma pastagem estabelecida 
de amendoim forrageiro tem uma camada espessa de rizomas logo abaixo da 
superfície do solo que é um material abundante para multiplicação. Esses rizomas 
24 
 
 
fazem com que a planta tolere uma variação ampla de estresses ambientais, como 
seca ou sobrepastejos periódicos, resultando em longa persistência. O amendoim 
forrageiro é uma planta que não tolera solos encharcados. É a leguminosa tropical 
cultivada que melhor combina valor nutritivo (proteína e digestibilidade elevadas, 
13 a 16% e 60 a 79%, respectivamente) com persistência em uma condição ampla 
de ambientes (Williams; Chambliss, 1999), com possibilidades de fazer parte dos 
sistemas de produção de integração lavoura-pecuária (ILP). 
5.1.3 Adaptação e estabelecimento 
Conforme Fontaneli, Santos e Fontaneli (2012), o amendoim forrageiro tem 
certa tolerância a excesso de umidade, mas é preferível seu estabelecimento em 
solos bem drenados e com acidez e fertilidade corrigidas. Assim, a primeira 
providência é fazer uma amostragem criteriosa do solo para as consequentes 
correções. A vegetação existente deve ser dessecada antes do preparo do solo. A 
preparação da área deve ser criteriosa e as mudas devem ser distribuídas 
uniformemente sobre a superfície do terreno, incorporadas levemente (grade leve 
semiaberta) e compactadas (rolo) para possibilitar o bom contato do material 
vegetativo com o solo. A época de estabelecimento pode ser no início da primavera 
ou fim de verão, quando há boa disponibilidade hídrica ou possibilidade de 
irrigação. 
 
25 
 
 
Figura 19 – Banco de proteína de amendoim forrageiro 
 
Crédito: Joko/Adobe Stock. 
5.1.4 Manejo 
O feno de amendoim forrageiro é palatável para todos os animais. Segundo 
Pittman e Kretschmer (2006), o teor de proteína bruta e a digestibilidade da 
forragem de amendoim forrageiro varia aproximadamente entre 15-23% e 50-75%, 
respectivamente. Williams e Chambliss (1999) indicam o pastejo rotacionado para 
maximizar o rendimento de amendoim forrageiro. A altura de resteva deve ser de 
dez centímetros, potreiro com no máximo uma semana de ocupação e seis 
semanas de descanso. Em pastoreio com lotação contínua, a altura-alvo das 
plantas não deve ser inferior a 15 cm. 
5.2 Alfafa (Medicago sativa) 
5.2.1 Descrição morfológica 
É uma leguminosa herbácea perene de verão e que contém caules de hábito 
ereto. Estes são folhosos e saem da coroa da planta, próximo da superfície do 
solo, podendo atingir de 0,60 a 0,90 m de altura (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). 
26 
 
 
As folhas são trifolioladas, compostas de folíolos oblongos. As flores apresentam 
coloração em tons de azulado a violáceo, em racemos. Os legumes são 
espiralados e têm de duas a cinco sementes (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
Figura 20 – Flor da alfafa 
 
Crédito: orestligetka/Adobe Stock. 
5.2.2 Características agronômicas 
É a leguminosa de mais ampla adaptação no mundo, que cresce em clima 
temperado, tropical e subtropical (Ball; Hoveland; Lacefield, 2007). Produz grande 
quantidade de forragem nas regiões de clima temperado, principalmente no 
período quente. É rica em proteína, cálcio, fósforo e vitaminas A e C (Nuernberg; 
Milan; Silveira, 1992). Por sua qualidade e produção, essa leguminosa é 
reconhecida mundialmente como a “rainha das forrageiras”. É uma das forrageiras 
de mais elevado valor, muito apreciada por animais, tanto em forma de feno como 
em pastejo direto. É a leguminosa mais adaptada a solos neutros ou alcalinos 
(Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
27 
 
 
5.2.3 Estabelecimento 
O estabelecimento de um alfafal é, segundo Oliveira e Oliveira (1999), a fase 
mais importante, pois a possibilidade de correção dos fatores de insucesso durante 
esse período é mínima. Segundo esses autores, três fatores são mais difíceis de 
serem corrigidos: 
a) o aparecimento de falhas na semeadura; 
b) a não efetivação de simbiose com o Sinorhizobium meliloti, que promove a 
fixação biológica de nitrogênio atmosférico; 
c) o aparecimento de doenças causadores de tombamento (damping-off) de 
plântulas. 
O controle de plantas daninhas é imprescindível para obtenção de 
rendimentos de forragem elevados, além de facilitar os tratos culturais, evitando-
se possíveis hospedeiros de patógenos e de insetos pragas (Brighenti; Castro, 
2008). Após estabelecida, não gosta de excessos de umidade, suporta quedas de 
temperatura, apresenta grande resistência a seca, e necessita de considerável 
fertilidade natural. É indispensável seguir as indicações de calagem e de adubação 
para a cultura (SBCS, 2004). 
É espécie exigente em pH (em torno de 6,5) e em fertilidade. A época de 
semeadura é no outono (abril) ou na primavera (setembro). A primeira época é a 
mais adequada, pois as plantas sofrem menos com a concorrência de plantas 
daninhas, e, ao chegar o verão, já estão com raízes bem desenvolvidas, o que 
possibilita maior resistência a secas. Ainda, ganha-se tempo, pois na primavera já 
se poderá usá-la (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
A semeadura deverá ser feita em linhas espaçadas de 0,30 a 0,40 m. Para 
o estabelecimento de um campo de alfafa, indicam-se de 10 a 15 kg/ha de semente 
e a profundidade de semeadura deve ser ao redor de dois centímetros, ou menos. 
A alfafa pode ser estabelecida sob sistema plantio direto. 
28 
 
 
Figura 21 – Banco de proteínas de alfafa 
 
Crédito: bearok/Adobe Stock. 
5.1.4 Manejo 
As leguminosas geralmente têm valor nutritivo maior do que as gramíneas 
no mesmo estádio de desenvolvimento. Entretanto, elas são mais exigentes em 
práticas de manejo do que as gramíneas, mas economizam adubo nitrogenado 
fazendo-as componentes importantes em pastagens (McGraw; Nelson, 2003). 
Com manejo e adubação adequados, a alfafa proporciona de seis a oito 
cortes, produzindo no mínimo 10 t/ha de massa seca em forma de forragem de 
altíssima qualidade (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). O primeiro corte de alfafa 
ocorre cerca de 90 a 100 dias após a emergência de plântulas. Os cortes 
sucessivos deverão ser realizados mediante observação decorrente da brotação 
basilar e intervalo do último corte (intervalo de 28 dias, na primavera/verão; 35 dias, 
no outono, e, em latitude maiores, acima de 50 dias, no inverno). A floração, 
fenômeno básico para orientação do momento de corte, em alfafa, só é válida 
como referência em climas temperados (Haddad; Castro, 1999). Entretanto, como 
no período frio não há florescimento, os cortes podem ser norteados pela altura do 
rebrote na base da planta, devendo-se cortá-la sempre que a planta atingir cerca 
de 8 a 10 cm, poupando a brotaçãobasilar e assegurando rápido restabelecimento 
da área foliar. Isso geralmente propicia um a dois cortes no inverno, o que é uma 
29 
 
 
característica importante, pois a espécie tem o seu período de produção da 
primavera ao outono (Fontaneli; Santos; Fontaneli, 2012). 
Um feno de boa qualidade é obtido quando se operacionaliza bem as etapas 
de corte, secagem e o armazenamento. O corte deve ser realizado pela manhã, 
depois da evaporação do orvalho, quando o tempo estiver com baixa probabilidade 
de chuva. O ponto de enfardamento é determinado torcendo-se um punhado de 
alfafa com as mãos: se não surgir umidade no material ou se já estiver quebradiço, 
está pronto para enfardar, com teor de umidade entre 16 e 20% (Nuernberg; Milan; 
Silveira, 1992). 
FINALIZANDO 
Nesta etapa, podemos estudar algumas das mais variadas espécies de 
leguminosas forrageiras que podem ser utilizadas na alimentação dos animais de 
produção, especialmente os ruminantes. 
Aprendemos as características morfológicas, o estabelecimento e 
adaptação da cultura, do manejo e das características agronômicas de 
leguminosas anuais e perenes, tanto espécies de verão quanto de inverno, e como 
saber disso é importante para um bom manejo e estabelecimento de sistemas de 
pastagem. Vale ressaltar que esse assunto não se encerra por aqui, pois a 
variedade de plantas leguminosas forrageiras é grande; logo, estudá-las e 
conhecê-las pode tornar nosso trabalho a campo muito mais eficiente e lucrativo. 
30 
 
 
REFERÊNCIAS 
ANÉSIO, A. H. C. et al. Avaliação dos teores de proteína bruta (PB) e da relação 
folha-caule do feijão guandu. Bambuí: MGp.5, 2012. 
BALL, D. M.; HOVELAND, C. S.; LACEFIELD, G. D. Southern forages. 4. ed. 
Lawrenceville, Georgia: International Plant Nutrition Institute (IPNI), 2007. 322 p. 
BONAMIGO, L. A. A cultura do milheto no Brasil, implantação e desenvolvimento no 
Cerrado. In: FARIAS NETO, A. L. et al. (Ed.). Workshop Internacional de Milheto. 
Planaltina, 1999. p. 31-65. 
BRASIL. Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa. Integração 
Lavoura-Pecuária-Floresta – ILPF. Registro Nacional de Cultivares – RNC. 
Brasília, 2007. Disponível em: . Acesso em: 25 jun. 
2023. 
_____. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Amazônia 
Oriental. Recomendação Técnica n. 10/2000. Guandu: leguminosa para controle 
de mato, adubação verde do solo e alimentação animal. Disponível em: 
. Acesso em: 25 jul. 2023. 
BRIGHENTI, A.; CASTRO, C. de. Controle de plantas daninhas em alfafa. In: 
FERREIRA, R. P. et al. (Ed.). Cultivo e utilização da alfafa nos trópicos. São 
Carlos: Embrapa Pecuária Sul, 2008. p. 53-94. 
COMPANHIA RIOGRANDENSE DE ADUBOS. Espécies forrageiras para o Sul 
do Brasil. Porto Alegre, [1980]. 40 p. 
DERPSCH, R.; CALEGARI, A. Plantas para adubação verde de inverno. 
Londrina: Iapar, 1992. 80 p. (IAPAR. Circular, 73). 
FONTANELI, R. S.; SANTOS, H. P.; FONTANELI, R. S. Forrageiras para 
integração lavoura-pecuária na região sul-brasileira. Brasília: Embrapa, 2012. 
GODOY, R.; SANTOS, P. M. Guandu BRS Mandarin. São Carlos: Embrapa 
Pecuária Sudeste, 2010. 
HADDAD, M. M.; CASTRO, F. G. F. Sistema de produção. In: SIMPÓSIO SOBRE 
MANEJO DA PASTAGEM, 16., Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 1999. p. 7-
22. 
31 
 
 
HERLING, V. R.; PEREIRA, L. E. T. Morfologia de plantas forrageiras. 
Pirassununga: Editora da USP, 2016. 
MCGRAW, R. L.; NELSON, C. J. Legumes for northern areas. In: BARNES, R. F. et 
al. (Ed.). Forages: an introduction to grassland agriculture. 6th. ed. Iowa: Blackwell 
Publishing professional, 2003. v. 1, p. 171-190. 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO – SBCS. Comissão de Química 
e Fertilidade do Solo. Manual de adubação e de calagem para os estados do Rio 
Grande do Sul e de Santa Catarina. 10. ed. Porto Alegre, 2004. 
NUERNBERG, N.; MILAN, P. A.; SILVEIRA, C. A. M. Manual de produção de 
alfafa. Florianópolis: Epagri, 1992. 102 p. 
OLIVEIRA, P. P. A.; OLIVEIRA, W. S. de. Estabelecimento da cultura. In: SIMPÓSIO 
SOBRE MANEJO DA PASTAGEM, 16., 1999, Piracicaba. Anais… Piracicaba: 
FEALQ, 1999. p. 67-93. 
PITTMAN, W. D.; KRITSCHMER, A. E. Legumes for tropical and subtropical areas. 
In: BARNES, R. F. et al. (Ed.). Forages: the science of grassland agriculture. 6. ed. 
Ames: Blackwell Publishing Professional, 2006. v. 2, p. 191-210. 
RAMOS, J. M. et al. Grain yield, biomass and leaf area of triticale in response to 
sowing date and cutting stage in three contrasting Mediterranean environments. 
Journal of Agricultural Science, Cambridge, v. 126, p. 253-258, 1996. 
SINGH, F.; OSWALT, D. L. Major Pests of Groundnut. Skill Development Serie, v. 
7, ICRISAT, Patancheru, 37 p., 1992. 
WILLIAMS, M. J.; CHAMBLISS, C. G. Rhizoma perennial peanut. In: CHAMBLISS, 
C. G. (Ed.). Florida forage handbook. Gainesville, FL: University of Florida, 1999. 
p. 49-52.

Mais conteúdos dessa disciplina