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TUBERCULOSE E-Book DICA! Veja como aproveitar ao máximo o seu e-Book! SUMÁRIO: Acesse rapidamente o sumário sempre que quiser ir diretamente para outro capítulo. QR CODE: Aponte a câmera do seu celular para o QR code e clique no link. DICA! Veja como aproveitar ao máximo o seu E-book! SUMÁRIO: Acesse rapidamente o sumário sempre que quiser ir diretamente para outra temática. QR CODE: Aponte a câmera do seu celular para o QR code ou clique no link.Ao longo do seu E-book, você observará o ícone do SUMÁRIO, no canto superior da tela, à direita - basta clicar e ele te direciona ao sumário inicial. No decorrer do E-book você observará a presença de um QR Code, o qual, ao apontar a câmera do seu celular, te direciona para os Materiais Complementares da Trilha de Conhecimento ou para links da web, que são relevantes para o aprofundamento do tema estudado. 2023. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde. Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte. A coleção institucional do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Câmara Brasileira do Livro (CBL) - https://www.cblservicos.org.br Elaboração, distribuição e informações: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente - SVSA SRTV 702, Via W5 Norte Edifício PO 700, 7º andar CEP: 70723-040 – Brasília/DF Tel.: (61) 3315-3777 E-mail: gabnetesvsa@saude.gov.br CONSELHO NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE – Conasems Esplanada dos Ministérios, Bloco G, Anexo B, Sala 144 Zona Cívico-Administrativo, Brasília/DF CEP: 70058-900 Tel.:(61) 3022-8900 Núcleo Pedagógico Conasems Rua Professor Antônio Aleixo, 756 CEP: 30180-150 Belo Horizonte/MG Tel: (31) 2534-2640 Diretoria Conasems Presidente Hisham Mohamad Hamida Vice Presidente Nilo César Do Vale Baracho Sayonara Moura De Oliveira Cidade Diretor Administrativo Marcel Jandson Menezes Diretor Financeiro Cristiane Martins Pantaleão Secretário Executivo Mauro Guimarães Junqueira Organização: Núcleo Pedagógico do Conasems Supervisão-geral: Rubensmidt Ramos Riani Coordenação Pedagógica Cristina Fatima dos Santos Crespo Valdívia França Marçal Coordenação Educacional Kelly Cristina Santana Coordenação-técnica: Edilson Correa de Moura Luisa Wenceslau Elaboração de texto: Maíra de Assis P. Veloso Designers Instrucionais: Jacqueline Cristina dos Santos Lais Soares Pereira German Pollyanna Lucarelli Coordenação de desenvolvimento gráfico: Cristina Perrone Diagramação e projeto gráfico: Aidan Bruno Alexandre Itabayana Bárbara Napoleão Bruno Vianna Caroline Boaventura Elen Eres Alves Lucas Mendonça Ygor Baeta Lourenço Fotografias e ilustrações: Fototeca do Conasems Imagens: Envato Elements https://elements.envato.com Freepik https://br.freepik.com Revisão linguística: Keylla Manfili Fioravante Assessoria executiva: Conexões Consultoria em Saúde Ltda. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde Ebook tuberculose [livro eletrônico] / Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde ; [elaboração de texto Maíra de Assis P. Veloso]. -- 1. ed. -- Brasília, DF : CONASEMS, 2023. PDF Vários colaboradores. Bibliografia. ISBN 978-85-63923-41-7 1. Doenças imunológicas - Prevenção 2. Educação a distância 3. Tuberculose I. Veloso, Maíra de Assis P. II. Título. CDD-614.4 23-174480 NLM-WA-100 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Índices para catálogo sistemático: 1. Epidemiologia : Saúde pública 614.4 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129 Tiragem: 1ª edição – 2023 – versão eletrônica https://www.cblservicos.org.br 10 13 17 21 28 54 36 Introdução Desenvolvimento Transmissão Sintomatologia Diagnóstico Tratamento 63 Prevenção Controle de Contatos 71 74 Novidades Conclusão 77Bibliografia Siglas AIDS - Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (do inglês, Acquired Immunodeficiency Syndrome) APS - Atenção Primária à Saúde BCG - Bacilo Calmette-Guérin BDQ - Bedaquilina BK - Bacilo de Koch CD4+ - Linfócito T DLM - Delamanida EB - Esquema Básico HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana (do inglês, Human Immunodeficiency Virus) IGRA - Do inglês, Interferon-Gama Release Assay ILTB - Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis LF-LAM - Teste de Fluxo Lateral para detecção de Lipoarabinomanano MDR – Multirresistente MNT - Micobactéria Não Tuberculosa MTB - Complexo Mycobaterium tuberculosis OMS - Organização Mundial da Saúde PFF2 - Tipranavir/Ritonavir PPD - Derivado Proteico Purificado (do inglês, Purified Protein Derivated) Siglas PT - Prova Tuberculínica PTS - Projeto Terapêutico Singular RN - Recém-nascido SR - Sintomático Respiratório SUS - Sistema Único de Saúde TB - Tuberculose TBMDR - Tuberculose Multirresistente TBRR - Tuberculose com Resistência à Rifampicina TBXDR - Tuberculose com Resistência Extensiva TDO - Tratamento Diretamente Observado TNF-α - Fator de Necrose Tumoral alfa TRM-TB - Teste Rápido Molecular para Tuberculose TS - Teste de Sensibilidade Fenotípico WHO - World Health Organization XDR - Resistência Extensiva a Drogas Lista de Figuras e Quadros Figura 1| Coeficiente de incidência de Tuberculose (por 100 mil hab.). Brasil, 2012 a 2021. – pág 15 Figura 2| Proporção de encerramento dos casos novos de Tuberculose Pulmonar confirmados por critério laboratorial. Brasil, 2011 a 2020. – pág 16 Figura 3| Risco de adoecimento por Tuberculose nas populações vulneráveis em comparação à população geral. – pág 20 Figura 4| Diferenças entre a TB Pulmonar e a TB Extrapulmonar. – pág 22 Figura 5| Estratégias para identificação de SR nas diferentes populações. – pág 25 Figura 6| Algoritmo para o diagnóstico de casos novos* de Tuberculose Pulmonar e Laríngea, em adultos e adolescentes, baseado no Teste Rápido Molecular para Tuberculose. – pág 30 Figura 7| Algoritmo para o diagnóstico de casos novos de Tuberculose Pulmonar e Laríngea, em adultos e adolescentes que vivem com HIV, baseado no Teste Rápido Molecular para Tuberculose. – pág 31 Figura 8| Algoritmo para avaliação da resistência nos casos de retratamento de Tuberculose , baseado no Teste Rápido Molecular para Tuberculose. – pág 32 Figura 9| Algoritmo para o diagnóstico da Tuberculose baseado na baciloscopia. – pág 33 Figura 10| Fatores relacionados à Tuberculose. – pág 40 Figura 11| (a) e (b). Estratificação por grau de risco clínico e de abandono do tratamento da pessoa com TB. – pág 43 Lista de Figuras e Quadros Figura 12| Esquema Básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade). – pág 49 Figura 13| Procedimentos, consultas clínicas e exames de seguimento do tratamento da TB adultos. – pág 51 Figura 14| Indicações para o tratamento da ILTB em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade). – pág 67 BOAS- VINDAS Nele descreveremos os aspectos históricos, epidemiológicos e clínicos da infecção pelo Bacilo de Koch, seu impacto na humanidade e as medidas de tratamento e prevenção. Além do E-book, você também terá acesso à Teleaula e à Aula Web para enriquecer seus conhecimentos. Que seu aprendizado seja enriquecedor! Bons estudos! Este é o seu E-book de Tuberculose. 9 Introdução O que você conhece sobre a Tuberculose (TB)? Mesmo sendo uma doença conhecida, desde tempos antigos, a TB ainda é uma questão relevante em SaúdeVocê conhece as medidas administrativas, ambientais e de proteção respiratória para o controle da transmissão da TB? Medidas administrativas: Medidas de controle ambiental: Medidas de proteção respiratória: Utilização de máscara por profissionais, pacientes e familiares. • Adaptação dos locais de atendimento (ventilação adequada e, quando possível, definição de áreas externas para a permanência de sintomáticos respiratórios). • A coleta de escarro deve ser realizada em áreas externas, as quais devem garantir a privacidade do paciente. • Rápida identificação e correto encaminhamento das pessoas sintomáticas. • Definição dos fluxos para o acesso oportuno aos exames de diagnóstico. • Disponibilização do tratamento. • Organização das estratégias de acompanhamento e adesão. Indicação de uso de máscara, conforme a população: Máscara tipo PFF2 ou N95: Máscara cirúrgica: Profissionais de saúde, laboratórios e outros. Pessoas sintomáticas respiratórias ou com Tuberculose Pulmonar ou Laríngea (enquanto bacilíferas), que estejam em local ou situação de potencial risco de transmissão. Visitantes (acompanhantes) em áreas de alto risco de transmissão. Fonte: Brasil, 2019a, p.233. 70 Novidades Novas Tecnologias de Diagnóstico e Tratamento da TB. O Ensaio de Liberação de Interferon-Gama (IGRA) foi incorporado ao SUS, no ano de 2020, como alternativa ao teste padrão do SUS para diagnóstico de ILTB, o PPD. O teste realiza a quantificação da resposta de liberação do Interferon-Gama por Células T previamente expostas aos antígenos do MTB, tendo boa especificidade por identificar segmentos genômicos não presentes na maioria das outras micobactérias ou nas cepas de BCG. Até novembro de 2022, o teste está incorporado ao SUS apenas para pessoas vivendo com HIV, crianças entre 2 e 10 anos de idade em contato com casos de Tuberculose ativa, e pessoas candidatas a transplante de células-tronco hematopoiéticas (BRASIL, 2022e). No que tange ao tratamento da ILTB, também, no ano de 2020, foi incorporado ao SUS um novo esquema preferencial, contendo Rifapentina (P) e Isoniazida (H), indicado para todas as populações, exceto em caso de contraindicação específica. O novo esquema contribui para a adesão ao tratamento, pois é reduzido a apenas 12 doses (concluindo-se em 3 meses, sendo, por isso, denominado 3HP). 72 Saiba mais! Estudos realizados, mundialmente, mostram a possibilidade de encurtamento dos tratamentos no futuro, com medicamentos orais e em esquemas de 6 a 9 meses, possibilitando maior facilidade para a completude em comparação aos esquemas atuais existentes, que duram em torno de 18 meses (WHO, 2022). Cultura líquida automatizada, para detecção de micobactérias e Teste de Sensibilidade, que permite obter resultados mais rápidos e possibilita o início mais oportuno do tratamento. Houve, também ,a incorporação de outras tecnologias diagnósticas e novos tratamentos, conforme descritos, a seguir: 72 Bedaquilina (BDQ) e Delamanida (DLM) para o tratamento da TBRR, TBMDR e TBXDR: a incorporação desses medicamentos simplifica os esquemas, haja vista que introduz a possibilidade de um tratamento integralmente por via oral, em contraponto aos esquemas contendo medicamentos injetáveis, facilitando a adesão ao tratamento e a cura. LF-LAM (Teste de Fluxo Lateral para detecção de Lipoarabinomanano): detecta o antígeno Lipoarabinomanano (LAM), que compõe a parede celular micobacteriana. É liberado na urina e aumenta conforme a contagem de CD4 diminui em pessoas coinfectadas TB/HIV. O LAM também apresenta baixa reatividade cruzada com infecções por micobactérias não tuberculosas. Conclusão Uma doença de grande magnitude, como a Tuberculose, apresenta grandes desafios para a implantação das medidas de prevenção e controle. O Programa de Controle da Tuberculose estabelece ações essenciais, as quais foram abordadas no curso, como: Identificação e avaliação dos sintomáticos respiratórios. Acesso aos métodos laboratoriais de diagnóstico. Disponibilização dos esquemas de tratamento. Estratégias de acompanhamento e adesão. Vacinação com BCG e avaliação de controle etc. É importante investir em ações de conscientização da população e munir de informações os profissionais de saúde, visando à qualificação do cuidado prestado às pessoas com suspeita ou confirmação da doença. A vacinação com BCG é uma importante medida de prevenção e está associada à redução da mortalidade por Tuberculose na infância. Nesse sentido, é essencial que os profissionais conscientizem a população sobre a necessidade da vacinação das crianças. Foram destacadas, também, as novas tecnologias de diagnóstico e tratamento, que vislumbram um cenário mais promissor. 75 Cabe destacar, que a Atenção Primária à Saúde é o pilar estratégico para o desenvolvimento das ações de controle da Tuberculose, sendo responsável pela coordenação do cuidado à pessoa na rede de atenção. Além das ações inerentes à área da saúde, são imprescindíveis as parcerias interinstitucionais e interdisciplinares considerando a determinação social da Tuberculose. Nesse contexto, a articulação com a assistência social, a sociedade civil, as universidades, entre outras entidades, torna-se fundamental para o enfrentamento da Tuberculose de forma mais efetiva. Dessa forma, a partir dos conteúdos trabalhados na Trilha de Conhecimento, espera-se que os profissionais de saúde incorporem novas práticas e rotinas no seu dia a dia de trabalho, para o atendimento qualificado às pessoas com Tuberculose, familiares e comunidade, contribuindo, assim, para o alcance dos objetivos de eliminação da doença, enquanto problema de Saúde Pública. 76 Bibliografia BERTOLLI FILHO, C. História social da tuberculose e do tuberculoso: 1900-1950 [online]. Rio de Janeiro. Fiocruz. Antropologia & Saúde collection, 2001. BRASIL. Ministério da saúde. Política nacional de Humanização da atenção e Gestão do SUS. Clínica ampliada e compartilhada. Brasília: Ministério da saúde, 2009. ______. Ministério da saúde. Boletim Epidemiológico. v. 45, 2014. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/periodicos/boletim_epidemiologico_numero_2_ 2014.pdf. Acesso em: 27 dez. 2022. ______. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. 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Acesso em: 07 out. 2022. 82 http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-abandono-do-tratamento-da-tuberculose http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-abandono-do-tratamento-da-tuberculose http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-460X1999000200002&lng=pt&nrm=iso http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-460X1999000200002&lng=pt&nrm=iso https://dx.doi.org/10.36416/1806-3756/e20210054 https://doi.org/10.1590/S0103-40142008000300011 https://www.who.int/tb/publications/2015/end_tb_essential.pdf https://www.who.int/publications/i/item/WHO-UCN-TB-2022-2Pública no mundo. Ela pode ser causada pelas espécies bacterianas Mycobacterium tuberculosis. Existem sete espécies dentro do complexo Mycobacterium tuberculosis que podem causar a doença: M. tuberculosis, M. bovis, M. africanum, M. canetti, M. microti, M. pinnipedi e M. caprae. A mais relevante para a Saúde Pública é a M. tuberculosis, conhecida, também, como Bacilo de Koch (BK). O Bacilo Koch é fino, ligeiramente curvo, e mede de 0,5 a 3 μm. Os casos de TB são, frequentemente, associados a situações de vulnerabilidade social e pobreza, embora qualquer pessoa possa adoecer por TB. Além disso, a coinfecção pelo HIV e a presença de bacilos resistentes ao esquema de tratamento tornam o cenário ainda mais desafiador. Diante desse contexto, e da existência de diretrizes nacionais para o enfrentamento da TB, é primordial a capacitação técnica de profissionais de saúde para as ações de prevenção e controle da doença. O objetivo dessa trilha de aprendizagem é qualificar os processos de assistência, vigilância e gestão do programa de controle da Tuberculose. 11 A Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou, no ano de 2020, que cerca de 10 milhões de pessoas desenvolveram a Tuberculose. Além disso, aproximadamente, 1,2 milhão de pessoas morreram em decorrência da doença (WHO, 2021). ● Diminuição na incidência de TB na população. Capacitação técnica para: ● Ações de prevenção e controle da doença. 12 Diretrizes Nacionais para o enfrentamento da TB Desenvolvimento Em toda a história, ideias estigmatizantes estiveram associadas à Tuberculose devido às condições precárias de vida, moradia e o próprio estado físico, de parcela significativa das pessoas acometidas por TB. 14 Histórico inicial da doença: (FOCACCIA et al., 2009; BERTOLLI FILHO, 2001; MACIEL et al. 2012). No Brasil, a mortalidade atingia, aproximadamente, 1/150 habitantes. Nessa época, a TB já se constituía em uma relevante causa de adoecimento no Brasil. 1855 Robert Koch descobre a bactéria causadora da TB (Bacilo de Koch). A partir daí, pode-se alcançar maior compreensão sobre a forma de transmissão e as situações de risco associadas ao adoecimento. 1882 Principal causa de morte no Rio de Janeiro. A assistência era oferecida, principalmente, pelas Santas Casas de Misericórdia. Surgimento da terapia farmacológica. Redução da morbimortalidade. Fins do século XIX Décadas de 40 e 50 do século XX A sobrecarga dos serviços assistenciais, em decorrência da pandemia de Covid-19, representou um desafio ainda maior, pois reverteu anos de avanços no controle da TB. Figura 1 - Coeficiente de incidência de Tuberculose (por 100 mil hab.). Brasil, 2012 a 2021. Entre 2016 e 2019, o coeficiente de incidência de TB no Brasil seguiu um aumento, que foi revertido entre 2020 e 2021. Entretanto, ressalta-se que, essa queda, não representa uma diminuição no número de casos novos e controle da doença, mas, sim, a redução dos diagnósticos, em função do impacto significativo da pandemia de Covid-19 (Figura 1). Fonte: Brasil, 2022a, p.11. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-ep idemiologico-de-tuberculose-numero-especial-marco-2022.pdf. Acesso em: 28 dez. 2022. Na atualidade, a TB ainda representa uma grande preocupação em Saúde Pública no Brasil e no mundo. Embora haja métodos diagnósticos modernos e tratamento eficaz, a doença atinge milhões de pessoas, especialmente, aquelas mais vulneráveis. 15 In ci d ên ci a p o r 10 0 m il h ab . 40 30 20 10 0 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Ano do diagnóstico 35,9 35,6 34,7 34,3 34,4 35,8 36,9 37,1 32,6 32,0 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-tuberculose-numero-especial-marco-2022.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-tuberculose-numero-especial-marco-2022.pdf Figura 2 - Proporção de encerramento dos casos novos de Tuberculose Pulmonar confirmados por critério laboratorial. Brasil, 2011 a 2020. Observou-se, entre os anos de 2019 e 2020, uma redução nas taxas de cura e o aumento do abandono do tratamento entre os casos novos de TB. A queda na detecção de casos e na qualidade do acompanhamento poderá gerar um impacto grave nos desfechos de tratamento nos próximos anos (Figura 2). Fonte: Brasil, 2022a, p.23. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-ep idemiologico-de-tuberculose-numero-especial-marco-2022.pdf. Acesso em: 28 dez. 2022. 16 % 100 80 60 40 20 0 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 Ano do diagnóstico 76,7 Cura Abandono Transferência e não avaliados 68,4 10,9 7,1 11,9 12,9 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-tuberculose-numero-especial-marco-2022.pdf https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/boletins/epidemiologicos/especiais/2022/boletim-epidemiologico-de-tuberculose-numero-especial-marco-2022.pdf Transmissão A TB é transmitida quando uma pessoa, com a forma Laríngea ou Pulmonar, elimina o bacilo por via aérea, infectando, assim, outras pessoas. Estima-se que, em um ano, uma pessoa não tratada e bacilífera possa infectar cerca de 10 a 15 pessoas (BRASIL, 2019a). Transmissão e risco de adoecimento: Alguns fatores podem influenciar na probabilidade de infecção, como: • Tempo de contato. • Ambiente compartilhado. • Carga bacilar do caso de TB. 18 Uma pessoa é bacilífera quando elimina bacilos por via aérea, apresentando exame bacteriológico positivo. Geralmente, após 15 dias de tratamento adequado e regular a pessoa não transmite mais a doença. Para saber mais... Nem toda pessoa infectada pelo Mycobacterium tuberculosis irá desenvolver a doença. Cerca de 10% das pessoas, que entraram em contato com o M. tuberculosis, apresentarão a doença. ● Condições econômicas, de vida, trabalho, de moradia, de segurança alimentar, de acesso a Serviços de Saúde, entre outros. ● Questões individuais, como imunossupressão e outras comorbidades e situações clínicas desfavoráveis. Alguns fatores podem favorecer o adoecimento: 19 A Tuberculose não apenas está frequentemente associada a condições de vida desfavoráveis, mas, também, pode perpetuar situações de pobreza. Embora tenha diagnóstico e tratamento disponibilizados pelo SUS, o adoecimento por Tuberculose pode acarretar custos catastróficos tanto para a pessoa com a doença, como para a sua família. Fonte: Brasil, 2022c, p. 469. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf. Acesso em: 23 dez. 2022. POPULAÇÕES VULNERÁVEIS RISCO DE ADOECIMENTO POR TUBERCULOSE Indígenas 3 vezes maior Pessoas privadas de liberdade 35 vezes maior Pessoas vivendo com HIV 25 vezes maior Pessoas em situação de rua 56 vezes maior Figura 3 - Risco de adoecimento por Tuberculose nas populações vulneráveis em comparação à população geral. Alguns grupos apresentam risco de adoecimento maior quando comparados à população geral. 20 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_vigilancia_saude_5ed_rev_atual.pdf Sintomatologia A Tuberculose pode atingir vários órgãos e sistemas, no entanto, a forma mais comum é a Pulmonar. Quando ocorre fora dos pulmões, é denominada TB Extrapulmonar. Você conhece os principais sintomas da Tuberculose? TB Pulmonar TB Extrapulmonar Especificidades Mais comum na população. • Mais frequente nas pessoas coinfectadas pelo HIV (principalmente, aquelas com comprometimento grave do sistema imune). • TB Pleural é a mais comum. Sintomas · Tosse, com ousem expectoração. · Febre. · Sudorese noturna. · Adinamia. · Anorexia. · Emagrecimento, entre outros. • Dependem do local acometido. Ponto de Atenção à Saúde Atenção Primária à Saúde. Atenção Secundária ou Terciária. ATENÇÃO! A presença de tosse, independentemente de outros sintomas, já sinaliza a necessidade de avaliação clínica e laboratorial da pessoa com suspeita de TB. 22 Fonte: Elaborado por Conasems, 2023. Figura 4 - Diferenças entre a TB Pulmonar e a TB Extrapulmonar. A apresentação clínica da Tuberculose em pessoas que vivem com HIV (PVHIV) pode ser, muitas vezes, inespecífica, sendo mais frequente a febre e a perda de peso e menos frequente a tosse. Veja, abaixo, as principais alterações na Radiografia ou Tomografia Computadorizada, que são consideradas sugestivas de Tuberculose: Alterações nos exames consideradas sugestivas para TB: Imagem apresentando cavidades de paredes espessas. Nódulos centrolobulares de distribuição segmentar. Nódulos centrolobulares confluentes. Consolidações. Aspecto de “árvore em brotamento”. Espessamento de paredes brônquias. Massas. Bronquiectasias Derrame Pleural (especialmente se unilateral). Radiografia ou Tomografia Computadorizada 23 Você sabe identificar um Sintomático Respiratório? Sintomático Respiratório (SR) é o indivíduo que apresenta tosse por 3 semanas, ou mais, independentemente de outros sintomas. O tempo de tosse do SR varia e pode ser inferior em determinadas populações. A busca e a avaliação dos Sintomáticos Respiratórios (SR) é uma estratégia fundamental, uma vez que permite o diagnóstico oportuno e precoce dos casos de TB, evitando, assim, a propagação da doença. O número estimado de SR, em uma localidade, é de 1% da população, durante um ano. Essa estimativa permite que os profissionais dos Serviços de Saúde estabeleçam metas e planejem ações voltadas para o rastreamento da TB. Informações sobre sinais e sintomas sugestivos em crianças (menores de 10 anos) podem ser consultadas no Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, disponível no link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_t uberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 23 dez. 2022. Saiba mais: 22 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf Veja o quadro, a seguir, com as estratégias para identificação de SR nas diferentes populações: 25 Figura 5 - Estratégias para identificação de SR nas diferentes populações. POPULAÇÃO TEMPO/ DURAÇÃO DE TOSSE PERIODICIDADE DA BUSCA ATIVA EXAME DE ESCARRO SOLICITADO RAIO X DE TÓRAX POPULAÇÃO GERAL ADSCRITA AO TERRITÓRIO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA 3 semanas. Em todas as visitas do ACS ou outro profissional da equipe. Baciloscopia ou TRM-TB. Não. POPULAÇÃO GERAL QUE PROCURA SERVIÇO DE SAÚDE 3 semanas. Em todas as visitas do ACS ou outro profissional da equipe. Baciloscopia ou TRM-TB. Não. CONTATO DE TB PULMONAR Qualquer duração. Na identificação do caso índice. Baciloscopia ou TRM-TB. Sim. PVHIV(1) Qualquer duração, acrescida da investigação de febre ou emagrecimento ou sudorese noturna. Sempre que visitar o Serviço de Saúde. Baciloscopia, ou TRM-TB, e Cultura com Teste de Sensibilidade. Sim. PPL(2) Qualquer duração. No momento da admissão no sistema prisional. Pelo menos, uma vez ao ano ou, idealmente, a cada 6 meses (em campanha). Baciloscopia, ou TRM-TB, e Cultura com Teste de Sensibilidade. Sim. 26 POPULAÇÃO TEMPO/DURAÇÃO DE TOSSE PERIODICIDADE DA BUSCA ATIVA EXAME DE ESCARRO SOLICITADO RAIO X DE TÓRAX PSR(3) Qualquer duração. Em todas as oportunidades de contato com profissionais da saúde. Baciloscopia, ou TRM-TB, e Cultura com Teste de Sensibilidade. Pode ser considerado. ALBERGUES, COMUNIDADES TERAPÊUTICAS DE DEPENDENTES QUÍMICOS OU INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA. Qualquer duração. Na entrada e repetir com a periodicidade avaliada localmente. Baciloscopia, ou TRM-TB, e Cultura com Teste de Sensibilidade. Pode ser considerado. INDÍGENAS Qualquer duração. Em todas as oportunidades de contato com profissionais da saúde, e nas visitas do Agente de Saúde Indígena. Baciloscopia, ou TRM-TB, e Cultura com Teste de Sensibilidade. Pode ser considerado. 27 Fonte: Brasil, 2019a, p. 196 e 197. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 23 dez. 2022. (1) População Vivendo com o Vírus da Imunodeficiência Humana (PVHIV) - Além da tosse, na presença de febre, emagrecimento ou sudorese noturna, a investigação de TB deve ser realizada. (2) População Privada de Liberdade (PPL). (3) População em Situação de Rua (PSR). (4) Diabetes Mellitus (DM). POPULAÇÃO TEMPO/DURAÇÃO DE TOSSE PERIODICIDADE DA BUSCA ATIVA EXAME DE ESCARRO SOLICITADO RAIO X DE TÓRAX PROFISSIONAIS DE SAÚDE Qualquer duração. Admissão e exame médico anual. Baciloscopia, ou TRM-TB, e Cultura com Teste de Sensibilidade. Sim. IMIGRANTES Qualquer duração em situações de maior vulnerabilidade. Planejar estratégias de busca, de acordo com a realidade local. Baciloscopia, ou TRM-TB, e Cultura com Teste de Sensibilidade. Pode ser considerado. DM (4) 2 semanas. Sempre que visitar o Serviço de Saúde. Baciloscopia ou TRM-TB. Sim. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf Diagnóstico Como é realizado o diagnóstico da TB? Existem métodos laboratoriais e de imagem, que possibilitam o diagnóstico adequado da TB. A confirmação diagnóstica deve ser realizada por meio de: Exames Bacteriológicos Baciloscopia. Teste Rápido Molecular - TRM-TB. Cultura para micobactérias e Teste de sensibilidade. Exames Complementares Raio X de Tórax e outros exames de imagem. Atenção: No caso de adolescentes e adultos, para definição dos métodos de diagnóstico bacteriológico de escolha, deve-se considerar a possibilidade de realização de TRM-TB, de acordo com a disponibilidade do equipamento. 29 Figura 6 - Algoritmo para o diagnóstico de casos novos* de Tuberculose Pulmonar e Laríngea, em adultos e adolescentes, baseado no Teste Rápido Molecular para Tuberculose.** Fonte: Brasil, 2019b, p. 4. Disponível em: http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORI ENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf. Acesso em: 24 dez. 2022. * Casos novos em população geral, em profissionais de saúde, em população privada de liberdade, em população em situação de rua, em população indígena e em contatos de Tuberculose resistente. ** TRM-TB realizado no cartucho Xpert® MTB/RIF Ultra. 1 TS: Teste de Sensibilidade Fenotípico a fármacos em meio sólido ou líquido. 2 Referência terciária: ambulatório especializado em tratamento de Tuberculose drogarresistente. O paciente deve chegar à referência terciária, imediatamente. Nesse serviço a avaliação médica e a conduta adequada deverão ser tomadas em até sete dias. O resultado da cultura com TS deverá ser encaminhado à referência terciária. 3 Iniciar o tratamento com EB: reavaliar o tratamento após resultado da cultura com TS. 4 Continuar a investigação: investigar Micobacteriose Não Tuberculosa (MNT) e Micoses Sistêmicas. Legenda: EB – Esquema Básico; MTB – Complexo Mycobaterium tuberculosis; TB – Tuberculose; TRM-TB – Teste Rápido Molecular para Tuberculose; TS – Teste de Sensibilidade Fenotípico. Pessoa com suspeita de TB Pulmonar Realizar TRM-TB Resultado: “MTB detectado” Resistência à Rifampicina detectada Resistência à Rifampicina não detectada Realizar outro TRM-TB (com novaamostra) + Cultura +TS¹. Encaminhar imediatamente para referência terciária² Realizar Cultura + TS. Iniciar tratamento para TB com EB³ Resultado: “MTB não detectado” Paciente com TB Mantém sintomas? SimNão Excluir diagnóstico de TB Continuar investigação4 (Cultura/TS) Veja, abaixo, o esquema com os algoritmos de diagnósticos: Para maiores informações acesse o link: http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULA R-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA. pdf. Acesso em: 23 dez. 2022. 30 http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf Figura 7 - Algoritmo para o diagnóstico de casos novos de Tuberculose Pulmonar e Laríngea, em adultos e adolescentes que vivem com HIV, baseado no Teste Rápido Molecular para Tuberculose.* Fonte: Brasil, 2019b, p. 5. Disponível em: http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORI ENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf. Acesso em 24 dez. 2022. * TRM-TB realizado no cartucho Xpert® MTB/RIF Ultra. 1 TS: Teste de Sensibilidade Fenotípico a fármacos em meio sólido ou líquido. 2 Referência terciária: ambulatório especializado em tratamento de Tuberculose drogarresistente. O paciente deve chegar à referência terciária, imediatamente. Nesse serviço, a avaliação médica e a conduta adequada deverão ser tomadas em até sete dias. O resultado da cultura com TS deverá ser encaminhado à referência terciária. 3 Iniciar o tratamento com EB: reavaliar o tratamento após resultado da Cultura com TS. 4 Continuar a investigação: investigar Micobacteriose Não Tuberculosa (MNT) e Micoses Sistêmicas. Legenda: EB – Esquema Básico; MTB – Complexo Mycobaterium tuberculosis; PVHIV – pessoa vivendo com o HIV; TB – Tuberculose; TRM-TB – Teste Rápido Molecular para Tuberculose; TS – Teste de Sensibilidade. PVHIV com suspeita de TB Pulmonar Realizar TRM-TB + Cultura +TS¹ Realizar TRM-TB: “MTB detectado” Resultado TRM-TB: “MTB detectado traços” Resultado no TRM-TB: “MTB não detectado” Paciente com TB Iniciar tratamento para TB com EB. Rever o tratamento após resultado da Cultura e TS Mantém sintomas? Resistência a Rifampicina detectada no TRM-TB Resistência a Rifampicina não detectada no TRM-TB Realizar outro TRM-TB (com nova amostra). Encaminhar imediatamente para a referência terciária². Monitorar o resultado da Cultura e TS Iniciar tratamento para TB com EB. Rever o tratamento³ após resultado da Cultura e TS Não Sim TB improvável. Monitorar resultado da Cultura e TS Continuar investigação4. Monitorar o resultado da Cultura e TS 31 http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf Figura 8 - Algoritmo para avaliação da resistência nos casos de retratamento de Tuberculose , baseado no Teste Rápido Molecular para Tuberculose.* Fonte: Brasil, 2019b, p. 6. Disponível em: http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORI ENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf. Acesso em: 24 dez. 2022. 4 Referência terciária: ambulatório especializado em tratamento de Tuberculose drogarresistente. O paciente deve chegar à referência terciária, imediatamente. Nesse serviço, a avaliação médica e a conduta adequada deverão ser tomadas em até sete dias. O resultado da Cultura com TS deverá ser encaminhado à referência terciária. 5 Iniciar o tratamento com EB: reavaliar o tratamento, após resultado da Cultura com TS. 6 Continuar a investigação: investigar Micobacteriose Não Tuberculosa (MNT) e Micoses Sistêmicas. 7 Referência secundária: ambulatório com especialista em Tuberculose para casos especiais. O paciente deve chegar à referência, imediatamente. Nesse serviço, a avaliação médica e a conduta adequada deverão ser tomadas em até sete dias. O resultado da Cultura, a identificação e o TS deverão ser encaminhados ao serviço de referência. Legenda: EB – Esquema Básico; MTB – Complexo Mycobaterium tuberculosis; TB – Tuberculose; TRM-TB – Teste Rápido Molecular para Tuberculose; TS – Teste de Sensibilidade. Pessoa em retratamento Realizar Baciloscopia +TRM-TB + Cultura + TS¹ Paciente com TB Iniciar tratamento para TB com EB. Rever após o resultado da Cultura e TS (MNT) Mantém sintomas? Resistência à Rifampicina detectada no TRM-TB Resistência à Rifampicina não detectada no TRM-TB Realizar outro TRM-TB (nova amostra). Encaminhar imediatamente para a referência terciária e aguardar o resultado da Cultura e TS Iniciar tratamento para TB com EB⁵. Rever o tratamento após resultado da Cultura e TS Não TB improvável. Aguardar o resultado da Cultura e TS Continuar investigação6. Aguardar o resultado da Cultura e TS Realizar outro TRM-TB (nova amostra). Encaminhar para referência terciária imediatamente e aguardar o resultado da Cultura e TS Encaminhar imediatamente para referência secundaria⁷ e aguardar o resultado da Cultura e TS Sim Pessoa em retratamento² + MTB detectado no TRM-TB Baciloscopia positiva2 + MTB não detectável no TRM-TB Baciloscopia negativa3 + MTB não detectado no TRM-TB Baciloscopia negativa³ + MTB detectado no TRM-TB Resistência à Rifampicina detectada no TRM-TB Resistência à Rifampicina não detectada no TRM-TB 32 *TRM-TB realizado no cartucho Xpert® MTB/RIF Ultra. 1 TS: Teste de sensibilidade fenotípico a fármacos em meio sólido ou líquido. 2 Baciloscopia positiva: pelo menos uma baciloscopia positiva, das duas realizadas. 3 Baciloscopia negativa: duas baciloscopias negativas. http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf Figura 9 - Algoritmo para o diagnóstico da Tuberculose baseado na baciloscopia. Fonte: Extraído de Brasil, 2019b, p. 7. Disponível em: http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-OR IENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf. Acesso em: 24 dez. 2022. 1 TS: Teste de Sensibilidade Fenotípico a fármacos em meio sólido ou líquido. 2 Baciloscopia positiva – Resultados: Número de bacilos encontrados; Positivo +; Positivo ++; e Positivo +++. Pelo menos uma baciloscopia positiva, das duas realizadas. Outros microrganismos podem ser evidenciados na Baciloscopia direta. Essa possibilidade deve ser considerada na interpretação de casos individualizados. 3 Baciloscopia negativa: duas baciloscopias negativas. 4 Referência terciária: ambulatório especializado em tratamento de Tuberculose drogarresistente. O paciente deve chegar à referência terciária, imediatamente. Nesse serviço a avaliação médica e a conduta adequada deverão ser tomadas em até setedias. O resultado da cultura com TS deverá ser encaminhado à referência terciária. 5 Continuar a investigação: investigar Micobacteriose Não Tuberculosa (MNT) e Micoses Sistêmicas. Legenda: EB – Esquema Básico; MTB – Complexo Mycobaterium Tuberculosis; MNT – Micobactérias Não Tuberculosas; TB – Tuberculose; TRM-TB – Teste Rápido Molecular para Tuberculose; TS – Teste de Sensibilidade. Pessoa com suspeita de TB Pulmonar Realizar Baciloscopia + Cultura + TS¹ Baciloscopia positiva² Iniciar tratamento para TB com EB e guardar Cultura + TS Baciloscopia negativa3 Cultura positiva para TB com resistência detectada Cultura positiva para TB com resistência não detectada Não Sim TB improvável. Aguardar o resultado da Cultura + TS Continuar investigação⁵. Aguardar o resultado da Cultura + TS Encaminhar para referência terciária⁴ imediatamente Continuar o tratamento com EB Investigar para MNT Cultura negativa para TB 33 Mantém sintomas? http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf http://www.funed.mg.gov.br/wp-content/uploads/2020/03/TUBERCULOSE-OFICIO-CIRCULAR-7-2019-MS-SVS-NOVA-ORIENTA%C3%87%C3%83O-PARA-CULTURA-E-TS-APOS-KIT-ULTRA.pdf Nas crianças (menores de 10 anos), frequentemente, os sinais e sintomas são inespecíficos e podem ser confundidos com outras infecções respiratórias observáveis na infância. Além disso, a coleta de escarro é dificultada e as amostras são, frequentemente, paucibacilares. Recomenda-se encaminhar o paciente para o especialista, caso não seja possível a confirmação bacteriológica da Tuberculose. Ele prosseguirá a investigação. Veja, abaixo: Doenças que fazem diagnóstico diferencial com a Tuberculose. Como é realizado o diagnóstico da Tuberculose em crianças? 34 Para acesso ao Escore consulte a Nota Informativa A Nº 7/2022-CGDR/.DCCI/SVS/MS, que dispõe sobre as recomendações para valorização do resultado do Teste de Liberação de Interferon-Gama (IGRA) no sistema de pontuação ou escore para o diagnóstico da Tuberculose (TB) em crianças. No link, a seguir, é possível verificar maiores informações: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberc ulose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em 24 dez. 2022. Quadro clínico -radiológico. Contato com adultos com a doença. Teste Tuberculínico ou IGRA. Estado nutricional. Para diagnóstico da Tuberculose em crianças, recomenda-se o uso do escore clínico que considera os seguintes aspectos: A Tuberculose é uma doença de notificação compulsória. Isso significa que o profissional do serviço, que diagnosticou a doença, deve preencher a ficha de notificação, que será encaminhada para a Vigilância Epidemiológica Municipal para inserção no Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Clique aqui para fazer o download da Ficha de Notificação. Sinan (BRASIL, 2022b). 35 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf https://drive.google.com/drive/folders/1QRYRT6gXHT5GOMVy5dBxdDuPitv2CDRs https://drive.google.com/drive/folders/1QRYRT6gXHT5GOMVy5dBxdDuPitv2CDRs Tratamento Se adequadamente tratada, a TB é uma doença curável em praticamente todos os casos. No Brasil, é possível encontrar todos os medicamentos disponíveis, gratuitamente, no SUS. O resultado do tratamento depende de diversos fatores, entre eles: 37 Sensibilidade dos bacilos. Adequação da farmacoterapia. Adesão do usuário ao tratamento. Existência de interações medicamentosas, entre outros. O manejo da TB deve ser feito, prioritariamente, na Atenção Primária à Saúde (APS). TB Meningoencefálica e Osteoarticular. TB com comorbidades graves. TB com complicações clínicas ou reações adversas maiores. TB drogarresistente (monorresistente à Isoniazida, monorresistente à Rifampicina, polirresistente, mutirresistente e extensivamente resistente). Fonte: Brasil, 2019a, p. 105. Veja, abaixo, casos excepcionais, que demandam atenção especializada na Atenção Secundária e Terciária: Falência de tratamento. O cuidado ao usuário acometido por TB deve ser pensado e planejado a partir de uma visão ampliada, a fim de garantir o atendimento integral e voltado às suas necessidades. O cuidado centrado na pessoa é uma das diretrizes a serem operacionalizadas na Atenção Primária à Saúde, de acordo com a Política Nacional de Atenção Básica (BRASIL, 2017): Cuidado Centrado na Pessoa: aponta para o desenvolvimento de ações de cuidado de forma singularizada, que auxilie as pessoas a desenvolverem os conhecimentos, aptidões, competências e a confiança necessária para gerir e tomar decisões embasadas sobre sua própria saúde e seu cuidado de saúde de forma mais efetiva. O cuidado é construído com as pessoas, de acordo com suas necessidades e potencialidades, na busca de uma vida independente e plena. A família, a comunidade e outras formas de coletividade são elementos relevantes, muitas vezes condicionantes, ou determinantes, na vida das pessoas e, por consequência, no cuidado. (Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017). Cuidado centrado na pessoa com Tuberculose “ “ 38 A estratégia “End TB” e o “Plano Nacional pelo Fim da TB como um Problema de Saúde Pública” também reforçam o cuidado centrado na pessoa, como um pilar importante do Programa de Controle da Tuberculose. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destaca resultados positivos quando esse cuidado é implementado, principalmente, no que se refere à adesão ao tratamento, qualidade de vida e desfechos favoráveis do tratamento da Tuberculose (WHO, 2015). Para ler sobre a estratégia “End TB” e o “Plano Nacional pelo fim da TB como um Problema de Saúde Pública”, acesse: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes -svs/tuberculose/plano-nacional-pelo-fim-da-tuberculose-como-problema-de-sa ude-publica_-estrategias-para-2021-2925.pdf/view#:~:text=O%20Plano%20tem %20como%20objetivo,per%C3%ADodo%20de%202021%20a%202025. Acesso em: 24 dez. 2022. https://www.who.int/teams/global-tuberculosis-programme/the-end-tb-strateg y#:~:text=The%20End%20TB%20Strategy%20builds,Strategy%20at%20the%20co untry%20level. Acesso em: 24 dez. 2022. Saiba mais: 39 https://www.who.int/teams/global-tuberculosis-programme/the-end-tb-strategy#:~:text=The%20End%20TB%20Strategy%20builds,Strategy%20at%20the%20country%20level https://www.who.int/teams/global-tuberculosis-programme/the-end-tb-strategy#:~:text=The%20End%20TB%20Strategy%20builds,Strategy%20at%20the%20country%20level https://www.who.int/teams/global-tuberculosis-programme/the-end-tb-strategy#:~:text=The%20End%20TB%20Strategy%20builds,Strategy%20at%20the%20country%20level Um dos grandes desafios encontrados no cuidado da pessoa com TB é a adesão ao tratamento. Por ser uma doença de curso crônico, de tratamento longo, é primordial traçar estratégias que sejam aplicáveis à realidade de cada usuário e que auxiliem na regularidade e completude do tratamento. O processo de adesão é um fenômeno amplo: vários fatores podem influenciar, momentaneamente ou não, no tratamento. Adesão ao tratamento 40 ● Capacidade de lidar com situações determinadas pelo adoecimento. ● Depressão e comorbidades ligadas à saúde mental e ao uso abusivo de substâncias psicoativas. Fatores ligados ao usuário: ● Gravidade do quadro clínico. ● Percepção sobre a gravidade da doença. ● Tempo de de duração do tratamento. ● Sintomas. Fatores ligados à doença relacionados à: Figura 10 - Fatores relacionados à Tuberculose. ● Percepção sobre a gravidade da doença. ● Determinados pela complexidade do esquema terapêutico. ● Quantidade de comprimidos a serem ingeridos. ● Efeitos secundários dos medicamentos e suascaracterísticas específicas, como sabor e cheiro. ● Regressão dos sintomas no início da terapêutica. Fatores ligados ao tratamento: ● Situações de vulnerabilidade social. ● Ausência de apoio para realizar o tratamento. ● Influência exercida por familiares e amigos. ● Participação do indivíduo no tratamento. Fatores ligados ao contexto social: 41 ● Acesso à assistência e aos insumos e apoio para realizar o tratamento. ● Infraestrutura adequada. ● Boa comunicação. ● Qualidade da relação estabelecida com a Equipe de Saúde. Fatores ligados ao serviço: Fonte: Brasil, 2019a, p. 201. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 24 dez. 2022. Por ser uma doença de curso crônico, de tratamento longo, é primordial traçar estratégias que sejam aplicáveis à realidade de cada usuário, para auxiliá-lo na regularidade e completude do tratamento. Mensalmente, o usuário deve ser acolhido e a adesão deve ser avaliada. É primordial que o usuário não seja culpabilizado em caso de não adesão ao tratamento, e que seja acolhido e compreendido para que suas motivações possam ser trabalhadas junto à equipe. É importante que, mensalmente, o usuário seja novamente acolhido e a adesão seja avaliada. Nenhum indivíduo deve ser rotulado como aderente ou não ao tratamento, e, sim, ser compreendido em suas singularidades para que os profissionais possam endereçar as questões que influenciam em seu tratamento, na perspectiva do cuidado centrado na pessoa. Outra questão importante, que favorece a adesão e o êxito no tratamento da TB, é considerar as situações de vulnerabilidade social em que o usuário está inserido, visando realizar articulações intra e intersetoriais que garantam o acesso à rede de suporte psicossocial e a integralidade do cuidado. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf A “Estratificação por Grau de Risco Clínico e de Abandono” foi elaborada de acordo com diretrizes para o cuidado à pessoa acometida por TB (NAVARRO, 2021), e consiste em duas etapas: • Risco de Abandono: o usuário deve ser estratificado em baixo ou alto risco de abandono, a fim de fortalecer as estratégias de adesão e utilização dos dispositivos do SUS e do Sistema Único de Assistência Social. • Risco Clínico: o usuário deve ser estratificado em baixo, médio, alto ou muito alto risco clínico, considerando a forma da doença, as comorbidades, a presença de resistência aos medicamentos e outras intercorrências clínicas, para direcionar o usuário ao nível adequado de Atenção à Saúde. Estratificação por Grau de Risco Clínico e de Abandono. Em 2022, o Ministério da Saúde lançou o “Guia Orientador: Promoção da Proteção Social para as Pessoas Acometidas pela Tuberculose”, disponível no link: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes- svs/tuberculose/guia-orientador-promocao-da-protecao-social-para-as-pessoas-a cometidas-pela-tuberculose.pdf/view. Acesso em: 24 dez. 2022. Saiba mais: 42 https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/guia-orientador-promocao-da-protecao-social-para-as-pessoas-acometidas-pela-tuberculose.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/guia-orientador-promocao-da-protecao-social-para-as-pessoas-acometidas-pela-tuberculose.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/tuberculose/guia-orientador-promocao-da-protecao-social-para-as-pessoas-acometidas-pela-tuberculose.pdf/view I - BAIXO RISCO Tuberculose sem risco identificado para abandono: II - ALTO RISCO Tuberculose com risco identificado para abandono: (1) Vulnerabilidade Social. (2) Uso abusivo/prejudicial de álcool e outras drogas. (3) Histórico de abandono prévio do tratamento. (4) Situação de rua. (5) Infecção pelo HIV. (6) Privação de liberdade. Realização do tratamento Diretamente Observado (preferencialmente, na Unidade de Saúde ou outro local a combinar) e Orientação a respeito da doença e do tratamento medicamentoso (envolvimento da equipe multidisciplinar): 1.Serviço Social. 2.Serviços de Saúde Mental. 3.Identificação e intervenção dos fatores de abandono anteriores. 4.Serviço Social e Saúde Mental. 5.Equipes dos Ambulatórios de Referência Secundária para HIV/AIDS. 6.Comunicar, imediatamente, ao Serviço de Vigilância Epidemiológica, informando a provável Unidade Prisional. Fonte: Navarro et al., 2021, p. 3. (Adaptado). Disponível em: http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-aband ono-do-tratamento-da-tuberculose. Acesso em: 26 dez. 2022. Figura 11 (a) - Estratificação por grau de risco clínico e de abandono do tratamento da pessoa com TB. Realização do tratamento Diretamente Observado (Preferencialmente, na Unidade de Saúde ou outro local a combinar). Orientação a respeito da doença e do tratamento medicamentoso. Envolvimento de equipe multidisciplinar. 1ª ETAPA RISCO DE ABANDONO DO TRATAMENTO 43 http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-abandono-do-tratamento-da-tuberculose http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-abandono-do-tratamento-da-tuberculose RISCO CLÍNICO A - BAIXO RISCO Tuberculose Pulmonar. Atendimento Atenção Primária à Saúde: (Unidade de Atenção Primária à Saúde) B - MÉDIO RISCO •Tuberculose Extrapulmonar confirmada. •Tuberculose com comorbidades graves. •Tuberculose com complicações clínicas e/ou efeitos adversos maiores ao tratamento. •Falência de tratamento. •Tuberculose monorresistente a algum medicamento. Ambulatório de Referência Secundária: •Crianças: Ambulatório de referência para pediátrica. •Adultos: Ambulatório de referência para Tuberculose em adultos. •HIV/AIDS: Ambulatório de referência para TB-HIV - infectologia. C - ALTO RISCO •Tuberculose com critérios de internação (clínicos/cirúrgicos). •Tuberculose polirresistente aos medicamentos, MDR ou XDR. •Tuberculose Meningoencefálica confirmada. Ambulatório de Referência Terciária ou Internação: •Crianças: Ambulatório de referência para pediátrica. •Adultos: Ambulatório de referência para Tuberculose em adultos. •HIV/AIDS: Ambulatório de referência para TB-HIV - infectologia. Unidades de Emergência em Saúde. D - MUITO ALTO RISCO • Tuberculose Meningoencefálica suspeita. • Tuberculose com sinais de gravidade: Insuficiência Respiratória (Hipoxemia e Taquidispnéia), Insuficiência Circulatória (Oligúria ou Hipotensão) e alteração grave de estado mental. • Tuberculose com intercorrências que demandam intervenção assistencial imediata. Fonte: Navarro et al., 2021, p.3. (Adaptado). Disponível em: http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-ab andono-do-tratamento-da-tuberculose. Acesso em 26 dez. 2022. 2ª ETAPA 44 Figura 11 (b) - Estratificação por grau de risco clínico e de abandono do tratamento da pessoa com TB. http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-abandono-do-tratamento-da-tuberculose http://www.jornaldepneumologia.com.br/details/3583/pt-BR/o-impacto-da-estratificacao-por-grau-de-risco-clinico-ede-abandono-do-tratamento-da-tuberculose O Ministério da Saúde e a OMS recomendam o Tratamento Diretamente Observado (TDO) como uma estratégia prioritária para o acompanhamento da pessoa com Tuberculose, o qual deve ser realizado, preferencialmente, pela Atenção Primária à Saúde. O profissional de saúde deveobservar a pessoa com Tuberculose para a ingerir os medicamentos, no mínimo, 3 vezes por semana, durante todo o tratamento. Essa estratégia oportuniza uma aproximação com o contexto social e de saúde, no qual o sujeito está inserido. Além disso, permite que sejam identificados, precocemente, fatores que possam influenciar na adesão à farmacoterapia e ao cuidado. O TDO pode ser realizado no domicílio, no Serviço de Saúde ou em outro local a ser combinado com o paciente. Pode ser realizado de maneira compartilhada entre os níveis de atenção. Importante: O TDO não deve ser restringido apenas à observação da ingestão medicamentosa – a estratégia de tratamento pressupõe a construção de vínculo entre o usuário, a equipe e o Serviço de Saúde. Além disso, deve-se sempre atentar para o respeito à autonomia do indivíduo. Você conhece o Tratamento Diretamente Observado? 45 Passo a passo da realização do TDO: Fonte: Brasil, 2019, p.206. Disponível em:. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 26 dez. 2022. 45 Informar os nomes dos medicamentos administrados. Avaliar a presença de efeitos adversos e/ou interações medicamentosas. Entregar os medicamentos de uso oral com um copo de água e observar a ingestão. No caso dos injetáveis, aplicá-los de acordo com a prescrição médica. Anotar na ficha de acompanhamento a ingesta diária da medicação do TDO. Perguntar se existem dúvidas e encorajar o paciente a continuar o tratamento. Marcar o próximo encontro. Providenciar os agendamentos necessários e certificar-se da realização dos exames de controle. Acolher o paciente. 1 2 3 4 5 6 7 8 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é um instrumento utilizado na articulação do cuidado (individual ou familiar), proposto a partir de uma discussão em equipe interdisciplinar. Deve considerar as especificidades do usuário, e é, geralmente, utilizado em situações de maior complexidade. Caso o usuário seja atendido em diferentes níveis de atenção, os profissionais dos serviços podem compartilhar discussões, para que o PTS seja construído de maneira a abranger as diferentes necessidades. Identificação de necessidades, demandas, vulnerabilidades e potencialidades do usuário, além das intervenções já realizadas e seus resultados. Passo a passo do PTS: Definição de questões sobre as quais se pretende intervir, norteadas pela inserção social, a ampliação de autonomia e o apoio da rede de suporte social da pessoa, família, grupo ou coletivo com propostas de curto, médio e longo prazo, que serão negociadas com o usuário e a Equipe de Saúde ou o profissional de referência que tiver melhor vínculo com o paciente. Diagnóstico situacional do paciente: Definição de metas: Você conhece o Projeto Terapêutico Singular(PTS)? 1 2 47 Fonte: Adaptado BRASIL, 2019a. 48 Define-se um profissional da equipe, em geral, aquele com o qual o usuário tem melhor vínculo, que servirá de referência para o caso. É ele quem coordena o PTS, suas tarefas, metas, prazos e reavaliação do processo tanto com o usuário, quanto com seus familiares, equipe e outros parceiros envolvidos. Conduzida pelo profissional de referência, a reavaliação envolve encontros com os envolvidos no processo e deve ser feita em diversos momentos. Nela, são revistos prazos, expectativas, tarefas, objetivos, metas e resultados e são feitas as devidas intervenções e direcionamentos. Divisão de responsabilidades: Reavaliação: 3 4 Você sabia que o tratamento para TB é padronizado no país? No Brasil, a principal linha de tratamento da TB é o Esquema Básico (EB), composto de duas fases: Fase intensiva (ou de ataque): Fase de manutenção: Tratamento Medicamentoso: O objetivo é diminuir o risco de recidiva, por meio da eliminação de bacilos em estado de latência. São utilizados os medicamentos de maior atividade bactericida e esterilizante. Visa reduzir a população de bacilos de maneira rápida, sendo, por isso, utilizados medicamentos com ação bactericida. Tuberculose sensível em adultos e adolescentes: O Esquema Básico para tratamento da TB sensível em adultos e adolescentes, exceto para as formas Osteoarticular e Meningoencefálica, está destacado no quadro abaixo. A quantidade de comprimidos a serem utilizados varia conforme o peso do paciente. A estrutura, em seguida, não considera as formas Osteoarticular e Meningoencefálica. 49 Esquemas Faixa de Peso Unidade/Dose Duração RHZE 150/75/400/275 mg (comprimidos em doses fixas combinadas) 20 a 35 kg 2 comprimidos 2 meses (fase intensiva) 36 a 50 kg 3 comprimidos 51 a 70 kg 4 comprimidos Acima de 70 kg 5 comprimidos RH 300/150 mg¹ ou 150/75 mg (comprimidos em doses fixas combinadas) 20 a 35 kg 1 comp 300/150 mg ou 2 comp 150/75 mg 4 meses (fase de manutenção) 36 a 50 kg 1 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75 mg ou 3 comp 150/75 mg 51 a 70 kg 2 comp 300/150 mg ou 4 comp 150/75 mg Acima de 70 kg 2 comp 300/150 mg + 1 comp de 150/75 mg ou 5 comp 150/75 mg Fonte: Brasil, 2019a, p. 106. (Adaptado). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 26 dez. 2022. R – Rifampicina; H – Isoniazida; Z – Pirazinamida; E – Etambutol. 1. A apresentação 300/150 mg em comprimido deverá ser adotada, assim que disponível. Figura 12 - Esquema Básico para o tratamento da TB em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade). https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf 49 Recomendações e tratamento da TB Osteoarticular e Meningoencefálica podem ser consultadas no Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, disponível no link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_ tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 26 dez. 2022. Além disso, nesse mesmo manual, você encontrará outras informações sobre o tratamento em crianças, sobre a Tuberculose drogarresistente e outras situações (como Gestação, Hepatopatias, Nefropatias, Diabetes e Infecção pelo HIV). Saiba mais: É fundamental observar algumas situações e seguir as orientações do Ministério da Saúde (BRASIL, 2019a): A dose do esquema de tratamento deve ser reavaliada mensalmente, pois ela deve ser ajustada de acordo com o peso do usuário. Os medicamentos devem ser tomados, preferencialmente, em jejum (uma hora antes da refeição, ou duas horas depois), e em tomada única no dia. No entanto, se houver intolerância gastrintestinal, é importante avaliar a tomada dos medicamentos junto aos alimentos. Considerações sobre o tratamento e o acompanhamento da pessoa com Tuberculose: Como conduzir e acompanhar os casos de Tuberculose em tratamento? https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf Em caso de interrupção do tratamento, sem que se configure abandono, as doses faltantes devem ser acrescentadas à fase do tratamento. As interações medicamentosas também devem ser avaliadas em todas as consultas, especialmente, no caso em que o usuário seja polimedicado ou tenha outras comorbidades. A interrupção do tratamento somente deve ocorrer caso haja mudança de diagnóstico ou reações adversas, em que seja necessária a suspensão. 50 As gestantes devem utilizar o esquema básico, exceto se houver alguma contraindicação específica. Em alguns casos é indicado o uso da Piridoxina, mesmo sem a presença de reações adversas, a saber: idoso, gestante, lactente de pessoa em tratamento, diabéticos, PVHIV, histórico de convulsão,doença renal crônica, histórico de uso abusivo de álcool, desnutrição, entre outros. Caso haja evidência de monorresistência à Isoniazida ou à Rifampicina, polirresistência, multirresistência ou resistência extensiva, deve-se encaminhar o usuário a uma Unidade de Referência Terciária para realizar o tratamento adequado. Considera-se abandono quando o usuário deixa de comparecer à Unidade por mais de 30 dias consecutivos, após a data prevista de retorno ou após a última data de observação de tomada do medicamento em caso de TDO. Nesses casos, a Unidade de Saúde deve proceder com a busca ativa, e a realização de exames, para o reingresso do usuário ao tratamento (BRASIL, 2019a, p. 210). 51 Você sabe quando configura-se abandono do tratamento da Tuberculose? Veja, abaixo, a tabela que destaca os procedimentos, consultas clínicas e exames de seguimento do tratamento da TB adultos: Figura 13 - Procedimentos, consultas clínicas e exames de seguimento do tratamento da TB adultos. PROCEDIMENTOS 1° MÊS 2° MÊS 3° MÊS 4° MÊS 5° MÊS 6° MÊS OBSERVAÇÕES Consultas x x x x x x Maior frequência, a critério clínico. Oferta de Teste para Diagnóstico do HIV x Caso não seja possível no primeiro mês, realizar durante o tratamento. Baciloscopias de Controle x x x x x x Recomendação para casos Pulmonares bacilíferos ao diagnóstico. Somente enquanto houver escarro ou facilidade na coleta. 52 PROCEDIMENTOS 1° MÊS 2° MÊS 3° MÊS 4° MÊS 5° MÊS 6° MÊS OBSERVAÇÕES Radiografia de Tórax x x Pode ser repetido a critério clínico. Especialmente, nos casos de baciloscopia negativa ou ausência de expectoração. Glicemia, Função Hepática e Renal x No início e repetir a critério clínico. Em crianças, somente se indicado. Aferição do peso x x x x x x Reduzir ou aumentar a dose dos medicamentos, se necessário. Reações adversas a medicamentos x x x x x x Avaliar se há reação menor ou maior e encaminhar ao Serviço de Urgência, segundo necessidade. Tratamento Diretamente Observado x x x x x x Em todos os casos, independentemente do nível de atenção. Avaliação da adesão x x x x x x Avaliar as estratégias de adesão e propor novas, de acordo com a necessidade. Fonte: Brasil, 2019, p. 124. (Adaptado). Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 26 dez. 2022. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf Prevenção Uma das formas mais eficazes de controlar a Tuberculose é realizar o diagnóstico precoce e oportuno dos casos e iniciar o tratamento adequadamente. Essa medida permite interromper a cadeia de transmissão, evitando, assim, o surgimento de novos casos. Outras medidas preventivas também são importantes, como: Quais são as principais medidas de prevenção e de controle da Tuberculose? • Propor adequações nos ambientes para controlar a transmissão. • Realizar a busca e a avaliação dos contatos. • Vacinar as crianças com BCG. 55 Atenção! Para crianças expostas ao HIV, a vacinação com BCG deve ser realizada seguindo orientações específicas, que podem ser acessadas no Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, disponível no seguinte link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendac oes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 27 dez. 2022. Vacinação A vacina BCG (Bacilo Calmette-Guérin), utilizada desde 1920, previne, principalmente, contra as formas graves de Tuberculose, como as disseminações hematogênicas e a meningoencefálicas. A partir da sua incorporação, foi observada uma queda no número de crianças que morreram por Tuberculose (BRASIL, 2019a). A BCG está indicada para crianças de 0 a 4 anos, 11 meses e 29 dias. Os recém-nascidos devem ser vacinados o quanto antes, desde que tenham peso igual ou superior a 2kg e que não tenham interferências clínicas. Atualmente, não é mais recomendada a revacinação, mesmo nos lactentes e nas crianças sem cicatriz vacinal, exceto em contatos de Hanseníase. Deve ser realizada em dose única, por via intradérmica, na inserção do músculo deltoide direito. 51 Você sabia que a vacinação com BCG tem papel fundamental no Programa de Controle da Tuberculose? https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf Veja, abaixo, o volume recomendado da vacina BCG, conforme a faixa etária e o laboratório produtor: LABORATÓRIO PRODUTOR Fundação Ataulfo de Paiva (FAP). Serum Institute of India Ltd. A partir do nascimento. Crianças recém-nascidas até 11 meses e 29 dias. Crianças de 1 ano até 4 anos 11 meses e 29 dias. 0,05 ml. 0,1 ml. Fonte: Brasil, 2019a, p.190. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf. Acesso em: 27 dez. 2022. IDADE RECOMENDADA 0,1 ml. VOLUME DA DOSE 57 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_recomendacoes_controle_tuberculose_brasil_2_ed.pdf Atenção: Algumas situações contraindicam a aplicação da BCG: Crianças em uso de corticosteroides em alta dose: equivalente à dose de Prednisona de 2 mg/Kg/dia (para crianças com até 10 kg de peso), ou de 20 mg/dia ou mais (para indivíduos acima de 10 kg de peso), por mais de duas semanas. Crianças com neoplasias malignas. Crianças em uso de outras terapias imunossupressoras (radioterapia, quimioterapia antineoplásica, dentre outras). Fonte: Brasil, 2019a, p.189. Para conhecer mais sobre as contraindicações, além daquelas comuns a todos os imunobiológicos, acesse o Manual de Normas e Procedimentos para Vacinação do Ministério da Saúde. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao. pdf. Acesso em: 27 dez. 2022. 52 https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_procedimentos_vacinacao.pdf Evolução da lesão vacinal após aplicação da BCG: Um nódulo surge no local. 3 a 4 semanas: O nódulo evolui para uma pústula (ferida que apresenta pus), que, em seguida, evolui para uma úlcera (ferida aberta) com 4 a 10 mm de diâmetro. 4 a 5 semanas: A lesão apresenta uma crosta já em processo de cicatrização. 6 a 12 semanas: 59 Observações: A evolução vacinal apresentada faz parte do processo natural, desde que a vacinação tenha sido realizada de forma correta, no que se refere à reconstituição, conservação e administração. Algumas pessoas apresentam uma cicatrização mais demorada, podendo estender até o quarto mês, mas, raramente, ultrapassa o sexto mês. As Pessoas infectadas pelo Mycobacterium tuberculosis podem apresentar evolução mais rápida e cicatrizes mais extensas. Não é recomendado tampar a lesão ou utilizar qualquer medicamento ou produto, devendo-se, apenas, lavá-la com água e sabão. Em alguns casos, observa-se o Enfartamento Ganglionar Axilar não supurado, o qual desaparece sem a necessidade de realizar tratamento. 60 Recém-nascidos em contato com casos de Tuberculose Pulmonar bacilífera serão vacinados após realizarem o tratamento da infecção latente. Recém-nascidos com menos de 2Kg de peso devem ser vacinados após atingir esse peso. Aqueles em uso de imunossupressores, ou corticosteroides em altas doses, serão vacinados após três meses de uso desses medicamentos. Pessoas hospitalizadas em situações clínicas desfavoráveis, até a resolução do quadro clínico. Quando adiar a vacinação com BCG? Fonte: Brasil, 2019a, p.189. Conforme o Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil (BRASIL 2019a), algumas situações indicam a necessidade de adiara vacinação com BCG: 61 Os eventos adversos relacionados à vacinação devem ser notificados dentro das primeiras 24 horas após a sua ocorrência, em qualquer Unidade de Saúde, em formulário padronizado, de acordo com as recomendações do Manual de Vigilância Epidemiológica de Eventos Adversos Pós-Vacinação do Ministério da Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes- svs/vacinacao-imunizacao-pni/manual_eventos-_adversos_pos_vacinacao_4ed_ atualizada.pdf/view. Acesso em: 27 dez. 2022. 62 A vacina BCG pode causar eventos adversos locais, regionais ou sistêmicos, que devem ser notificadas em qualquer Unidade de Saúde, nas primeiras 24 horas após a ocorrência. Os eventos mais frequentes são os locais e regionais destacados, abaixo: • Úlcera com diâmetro maior que 1 cm. • Abscesso subcutâneo frio ou quente. • Linfadenopatia regional supurada. • Granuloma. • Linfadenopatia regional não supurada, maior que 3 cm. • Cicatriz queloide. • Reação lupoide. Atenção! Algumas lesões podem estar relacionadas à técnica incorreta de administração da vacina, são elas: úlcera com diâmetro maior que 1 cm e os abscessos. Nessas situações recomenda-se rever a técnica realizada pelo profissional. Fonte: Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil, 2019, 2º ed. https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vacinacao-imunizacao-pni/manual_eventos-_adversos_pos_vacinacao_4ed_atualizada.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vacinacao-imunizacao-pni/manual_eventos-_adversos_pos_vacinacao_4ed_atualizada.pdf/view https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/publicacoes-svs/vacinacao-imunizacao-pni/manual_eventos-_adversos_pos_vacinacao_4ed_atualizada.pdf/view Controle de Contatos Qual a importância de avaliar os contatos? A identificação e avaliação das pessoas contato de casos de Tuberculose consistem em uma estratégia importante de controle, uma vez que permite a identificação precoce dos casos de Tuberculose e de infecção latente. São considerados contatos as pessoas expostas a casos de Tuberculose confirmados bacteriologicamente. A exposição pode-se dar no domicílio, em ambientes de trabalho, instituições de longa permanência, escolas e outros. Algumas populações devem ser avaliadas com prioridade, a saber: Fonte: Brasil, 2019a p. 214. Qual a importância de avaliar os contatos? 64 Indivíduos com sintomas de Tuberculose. Crianças com menos de cinco anos de idade. Pessoas vivendo com HIV. Contatos de casos de TB MDR ou TB XDR (comprovada ou suspeita), conforme texto original. Pessoas com comprometime nto imunológico conhecido ou suspeito. Contatos sintomáticos: O tratamento da ILTB é uma importante estratégia para redução do risco de adoecimento em determinadas populações. Nos casos de recém-nascidos (RN), coabitantes com casos bacilíferos, é necessário realizar a prevenção da TB. É importante orientar a mãe (ou a pessoa bacilífera do domicílio), quanto ao uso de máscara cirúrgica durante a amamentação e demais cuidados, até que a baciloscopia de controle se torne negativa. A amamentação só está contraindicada em casos de Mastite Tuberculosa. Quais os exames são importantes na avaliação dos contatos? Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) Realizar os exames bacteriológicos para diagnóstico (Baciloscopia, TRM-TB, Cultura e Teste de Sensibilidade), conforme orientações constantes no item “diagnóstico”. Contatos assintomáticos: Excluída a Tuberculose ativa, deve-se investigar infecção latente, por meio da realização da Prova Tuberculínica (PT), ou IGRA, que também pode auxiliar no diagnóstico da Tuberculose ativa em crianças. Importante: realizar Raio-X de tórax na avaliação dos contatos. 65 Veja, abaixo, o esquema de prevenção da Tuberculose em recém-nascidos: PT ≥ 5mm Manter o tratamento por mais três meses (H), ou um mês (R), e não vacinar com a BCG. PT 15mg de Prednisona, por mais de um mês). 10) Indivíduos com pré-transplantes em terapia imunossupressora. 67 Figura 14 - Indicações para o tratamento da ILTB em adultos e adolescentes (≥ 10 anos de idade). PT ≥ 10mm ou IGRA positivo: 11) Silicose. 12) Neoplasias de cabeça e pescoço, linfomas e outras neoplasias hematológicas. 13) Neoplasias em terapia imunossupressora. 14) Insuficiência Renal em diálise. 15) Diabetes Mellitus. 16) Indivíduos com baixo peso (1 maço/dia). 18) Indivíduos com calcificação isolada (sem fibrose) na radiografia. Conversão (segunda PT com incremento de 10mm, ou mais, em relação à 1ª PT): 19) Indivíduos contatos de TB confirmada por critério laboratorial. 20) Profissionais de saúde. 21) Trabalhadores de instituição de longa permanência. Fonte: Brasil, 2022d, p.13 (Adaptado). Disponível em: file:///C:/Users/Intel%20i7/Downloads/Protocolo%20de%20vigil%C3%A2ncia%20da%20infec%C3%A7%C3%A3o%20latent e%20pelo%20Mycobacterium%20tuberculosis%20no%20Brasil%20(1).pdf. Acesso em: 27 dez. 2022. 68 Importante: Antes de iniciar o tratamento da ILTB, deve-se, sempre, excluir a possibilidade de Tuberculose ativa. Os casos de ILTB, que realizarão tratamento, devem ser registrados em ficha padronizada pelo Ministério da Saúde: http://sitetb.saude.gov.br/download/ILTB_FICHA_DE_NOTIFICACAO_DA_PESSO AS_EM_TRATAMENTO_DA_ILTB.pdf . Acesso em: 12 jan. 2023. e/ou inseridos no Sistema de Informação para Notificação das Pessoas em Tratamento de ILTB: . Acesso em: 12 jan. 2023. 69 Os esquemas de tratamento da infecção latente podem ser consultados na Nota Informativa Nº 05/2021 do MS, disponibilizada no link: https://www.saude.go.gov.br/files/sistemas/silt/NOTA-INFORMATIVA-N-5-RIFAP ENTINA.pdf. Acesso em: 27 dez. 2022. http://sitetb.saude.gov.br/download/ILTB_FICHA_DE_NOTIFICACAO_DA_PESSOAS_EM_TRATAMENTO_DA_ILTB.pdf http://sitetb.saude.gov.br/download/ILTB_FICHA_DE_NOTIFICACAO_DA_PESSOAS_EM_TRATAMENTO_DA_ILTB.pdf https://www.saude.go.gov.br/files/sistemas/silt/NOTA-INFORMATIVA-N-5-RIFAPENTINA.pdf https://www.saude.go.gov.br/files/sistemas/silt/NOTA-INFORMATIVA-N-5-RIFAPENTINA.pdf