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Linguística Textual e Pragmática: Uma conversa entre Texto, Contexto e Pretexto.
Introdução
Este ensaio analisa as conexões entre Linguística Textual e Pragmática, com base no artigo "Linguística Textual e Pragmática: Texto, contexto e pretexto", de Kanavillil Rajagopalan. O autor defende a ideia de que a compreensão de um texto vai muito além da análise de suas estruturas linguísticas internas, necessitando considerar o contexto social e comunicativo em que o texto está inserido, enfatizando a importância de uma análise que ultrapasse do nível superficial do texto, reconhecendo a função primordial do contexto na construção de sentidos. Rajagopalan (2004) ressalta que "não há texto que não esteja intimamente vinculado a um contexto, pois o próprio ato de interpretação é um exercício que exige uma compreensão das circunstâncias extralinguísticas" (p. 33). O ensaio investiga como a ideia de "pretexto" contesta a concepção convencional de que o texto é uma entidade imutável, sustentando que ele é fluido e suscetível a múltiplas interpretações. De acordo com o autor, "o texto jamais pode ser compreendido de maneira estagnada, como algo imutável e finalizado" (RAJAGOPALAN, 2004, p. 41). Nesta perspectiva, o ensaio procura evidenciar a importância dos processos de interação linguística na formação de significados.
As áreas de estudo de Linguística Textual e Pragmática se complementam ao analisar a utilização da língua em contextos reais de comunicação. Ambas têm uma paixão comum: a interação entre texto e contexto. A Linguística Textual se concentra na organização interna do texto, enquanto a Pragmática examina como o contexto e os destinatários impactam a criação e compreensão das mensagens. No texto "Linguística Textual e Pragmática: Texto, contexto e pretexto", Kanavillil Rajagopalan (2004) aborda a conexão intrínseca entre a compreensão de um texto e seu contexto, contestando concepções convencionais de que o texto é uma entidade estática e autônoma. Ao levar em conta o conceito de "pretexto", Rajagopalan evidencia que o texto é dinâmico e em constante transformação, sempre interagindo com o contexto de comunicação. 
Neste trabalho, examinaremos a conexão entre Linguística Textual e Pragmática sob a ótica de Rajagopalan e outros escritores, como Luiz Paulo da Moita Lopes, que também destacam a relevância do contexto na formação de significados. A análise se baseará em como o contexto social e as interações discursivas influenciam os textos, questionando a natureza imutável do conceito de texto e expandindo a compreensão acerca da linguagem.
Contexto e Texto: Uma Ligação Inseparável
Rajagopalan (2004) destaca que "não existe texto que não esteja intrinsecamente ligado a um contexto, já que a própria atividade de interpretar requer um entendimento das circunstâncias além da linguagem". Em outras palavras, o texto não pode ser compreendido sem levar em conta o contexto em que foi elaborado e os fatores extralinguísticos presentes, tais como a cultura, as intenções dos interlocutores e as circunstâncias sociais. A Linguística Textual, originalmente focada na análise da coerência e coesão textual, teve que expandir seus limites para incorporar uma análise pragmática que leva em conta o contexto na construção do significado.
Por outro lado, Moita Lopes (2002) argumenta que a formação de identidades nos textos está fortemente vinculada ao contexto em que são expressas: "a identidade é formada discursivamente por meio de práticas sociais, sempre em interação com as posições sociais e ideológicas que os indivíduos ocupam" (MOITA LOPES, 2002, p.49). Este ponto ressalta a inviabilidade de separar texto e contexto, pois ambos interagem reciprocamente. Ao levar em conta o contexto, Rajagopalan e Moita Lopes defendem que as práticas de linguagem não podem ser compreendidas de forma autônoma do contexto sociocultural. Isso possibilita uma interpretação fluida dos textos, na qual a pragmática se manifesta para levar em conta o que transcende as palavras: as intenções, as relações de poder, as consequências sociais e os impactos comunicativos.
Pretexto: A Fluidez do Texto
O termo "pretexto", proposto por Rajagopalan (2004), contesta a concepção convencional do texto como uma entidade imutável. Ele defende que "o texto nunca pode ser entendido de forma fechada, como algo inalterável e acabado". De acordo com Rajagopalan, o texto é formado pelas interações e contextos em que está inserido, tornando-se assim uma entidade dinâmica, sujeita a diversas interpretações e reinterpretações. 
Esta concepção de um texto dinâmico ressoa nas reflexões de Moita Lopes (1996), que aborda como as interações sociais e educativas afetam a forma como a linguagem é empregada e compreendida. Ele propõe que a linguagem está constantemente em um processo de "construção e reconstrução", influenciado pelas interações entre os participantes e pelos contextos sociais onde as conversas acontecem. "Por sua natureza social, a linguagem não pode ser separada do contexto em que é empregada, seja no âmbito educacional, profissional ou pessoal" (MOITA LOPES, 1996, p. 75). 
Ao examinarmos o conceito de pretexto, torna-se claro que a interpretação de um texto nunca é totalmente imutável, já que depende de elementos variáveis que envolvem o locutor, o destinatário e as condições externas. Rajagopalan nos instiga a compreender que o texto é sempre uma obra em progresso, que se transforma continuamente conforme é lido e reinterpretado por diferentes indivíduos em variados contextos.
Pragmática e a Análise do Discurso
Ao levar em conta as intenções dos falantes e os impactos do discurso nos interlocutores, a Pragmática oferece uma contribuição significativa para a análise textual. A ênfase da Pragmática em como os enunciados são aplicados em diversas circunstâncias, considerando os elementos contextuais, é crucial para compreender a função da linguagem nas interações sociais.
Ao abordar os discursos identitários, Moita Lopes (2002) evidencia que as relações de poder e as circunstâncias sociais são fundamentais na análise pragmática do discurso. "A análise do discurso, em conjunto com a pragmática, possibilita o estudo de como os falantes negociam significados em situações de desigualdade de poder e como esses significados são interpretados dentro de suas circunstâncias sociais" (MOITA LOPES, 2002, p.52). Esta perspectiva destaca a relevância de compreender não só o que é expresso, mas também o que está implícito nas interações discursivas. 
Rajagopalan também ressalta que a análise dos textos não deve se limitar à sua superfície, já que o que está em jogo é "o jogo de poder e as intenções comunicativas que permeiam a criação e a interpretação dos textos" (RAJAGOPALAN, 2004, p.44). Portanto, a Pragmática é um instrumento eficaz para desvendar esses significados ocultos, que ultrapassam a simples forma linguística. 
Implicações para os Estudos de Linguagem
A intersecção entre Linguística Textual e Pragmática traz consequências significativas para as pesquisas linguísticas, especialmente na interpretação de como os textos formam sentido. De acordo com Rajagopalan (2003), o conceito de "pretexto" enfatiza que o texto não é um objeto acabado, mas sempre envolvido em uma rede de elementos contextuais que afetam sua criação e interpretação. Ao declarar que "os textos são sempre em parte formados pelo que os antecede", ele nos recorda que as interpretações nunca são imutáveis ou estáticas, mas são influenciadas pelo ambiente social, cultural e histórico. 
Esta perspectiva desafia as metodologias convencionais da Linguística, que frequentemente se concentram apenas na estrutura interna dos textos. Conforme propõe Moita Lopes (2006), a análise de textos deve levar em conta a "interação entre linguagem, identidade e poder", já que essas três dimensões estão interligadas nos discursos. Assim, torna-se claro que os significados textuais são formados em contextos sociais, espelhando e espelhando as hierarquias e as lutas por poder existentes nesses contextos. Essa integraçãoproporciona novas possibilidades de análise crítica para os estudos linguísticos.
Outro aspecto importante nas implicações teóricas é o efeito dessa metodologia na avaliação de discursos digitais. Rajagopalan (2003) ressalta que, em contextos atuais, "os textos se propagam de maneira mais veloz e incerta", o que reforça a importância de entender a pragmática das interações digitais. Nos meios digitais, os textos são constantemente modificados e reescritos pelos usuários, e o seu sentido é sempre negociado em tempo real. Moita Lopes (2006) corrobora essa concepção ao propor que a análise discursiva precisa "atender às condições emergentes da comunicação", particularmente nas práticas comunicativas que envolvem tecnologias emergentes e plataformas digitais, onde os contextos se alteram com rapidez. 
Em última análise, essas teorias também trazem contribuições significativas para o ensino de idiomas. Rajagopalan (2003) destaca que, ao ensinar textos, "não podemos desconsiderar os aspectos socioculturais que envolvem a criação e interpretação dos enunciados". Isso requer uma abordagem pedagógica que estimule a consciência crítica dos estudantes em relação ao contexto social. Moita Lopes (2006) reforça essa perspectiva ao declarar que o ensino de idiomas deve incentivar "a habilidade de gerenciar as diversas maneiras de produzir significados em um mundo globalizado". Assim, as consequências dessas teorias destacam a importância de um ensino de idiomas que ultrapasse a gramática e incentive os estudantes a interpretar criticamente os textos e as práticas discursivas.
Conclusão
A conexão entre Linguística Textual e Pragmática é fundamental para entender a linguagem utilizada. Kanavillil Rajagopalan e Luiz Paulo da Moita Lopes demonstram que a interpretação do texto não pode ser feita de forma isolada, sem considerar os contextos e interações que o constituem. A noção de "pretexto" proposta por Rajagopalan oferece novos horizontes para a análise de textos, valorizando a fluidez e a condição inacabada dos mesmos. 
Ademais, a inclusão da Pragmática na avaliação textual amplia os limites da Linguística Textual, levando em conta as intenções comunicativas dos interlocutores e as circunstâncias sociais onde os discursos são criados e compreendidos. Este método possibilita uma análise mais aprofundada dos textos, ultrapassando as estruturas linguísticas e alcançando as intenções e relações de poder implícitas. Portanto, a Pragmática não só complementa, como também é essencial para uma avaliação crítica e integral dos textos. 
Os trabalhos de Rajagopalan e Moita Lopes enfatizam que a linguagem nunca é imparcial ou autônoma. Ela se molda constantemente por elementos contextuais, sociais e ideológicos. O conceito de que o texto é dinâmico, conforme proposto por Rajagopalan, e a ênfase dada por Moita Lopes ao papel das identidades discursivas, destacam a relevância de considerar o texto como uma prática social em contínua evolução. Isso sugere que a compreensão do texto é também uma construção social, onde as convicções ideológicas dos interlocutores impactam diretamente na interpretação e na criação de significados. 
Assim, para os especialistas em linguagem, é claro que a análise linguística não pode ser dissociada da análise social. A linguagem, enquanto fenômeno social, interage continuamente com os vários contextos. Os textos não são elementos estáticos, mas sim dinâmicos, se adaptando e sendo reinterpretados à medida que os contextos e os interlocutores se alteram. Esta visão ressalta a relevância de métodos interdisciplinares, que interagem com campos como a sociolinguística, a análise do discurso e a pragmática, para um entendimento mais completo dos fenômenos linguísticos.
Ao combinar essas duas perspectivas, entendemos que a criação de significados ultrapassa a estrutura do texto e abrange as dinâmicas sociais que influenciam seus criadores e receptores. Esta visão tem implicações significativas para o ensino e aprendizado de idiomas, particularmente levando em conta que os estudantes precisam ser treinados para interpretar textos não apenas em sua literalidade, mas também em suas sutilezas sociais, culturais e ideológicas. Portanto, as práticas de ensino devem considerar essa natureza multifacetada da linguagem. 
Em última análise, a fusão entre Linguística Textual e Pragmática expande a perspectiva de análise textual, evidenciando que os significados são constantemente negociados em contextos sociais. A interpretação de um texto requer a avaliação das práticas discursivas e dos pretextos nos quais ele se encontra, demonstrando a complexidade da interação entre texto e contexto. Portanto, a análise desses dois campos se torna crucial para os estudos linguísticos atuais, ao evidenciar que a linguagem, longe de ser imutável, é um processo constante de interação social e construção de significados.
Referências
RAJAGOPALAN, Kanavillil. Linguística Textual e Pragmática: Texto, contexto e pretexto. In: BARROS, Diana Luz Pessoa de (org.). Linguística textual: retrospectiva e perspectivas. São Paulo: Contexto, 2004. p. 29-47.
MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Discursos de Identidade. São Paulo: Mercado de Letras, 2002.
MOITA LOPES, Luiz Paulo da. Oficina de Linguística Aplicada: A natureza social e educacional dos processos de ensino/aprendizagem de línguas. Campinas: Mercado de Letras, 1996.
1. Marcos André Trindade da Silva, discente do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada e Literatura (PPGLL/UFAL). Mestrando em Linguística Aplicada. E-mail: marcos.trindade@fale.ufal.br.

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