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Direito Previdenciário
SUMÁRIO
1. PREVIDÊNCIA SOCIAL. MODELOS.	4
2. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL	5
2.1. NOÇÕES GERAIS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL	5
2.2. PRINCÍPIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL	11
2.2.1. Princípio da contributividade:	12
2.2.2. Princípio da obrigatoriedade de filiação:	12
2.2.3. Princípio do equilíbrio financeiro e atuarial	12
2.2.4 Princípio da universalidade de participação nos planos previdenciários	13
2.2.5. Princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais	13
2.2.6. Princípio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios	13
2.2.7. Princípio dos salários de contribuição corrigidos monetariamente	13
2.2.8. Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios	13
2.2.9. Princípio da garantia do benefício não inferior ao salário-mínimo	14
2.2.11. Princípio da gestão quadripartite da previdência social	14
2.2.12. Princípio do tempus regit actum	15
2.2.13. Princípio da responsabilidade	15
2.2.14. Princípio da vedação do retrocesso social	15
2.2.15. Princípio in dubio pro misero	16
2.2.16. Princípio da automaticidade das prestações	16
2.2.17. Princípio da indisponibilidade dos benefícios previdenciários	16
2.2.18. Princípio da territorialidade da filiação	17
3. REGIMES PRÓPRIOS	17
3.1. Benefícios mínimos a serem oferecidos pelo RPPS	24
4. REGIMES ESPECIAIS	30
4.1. Da Previdência Especial dos Militares da União	30
4.2. Da Previdência Especial dos Congressistas	32
5. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR	34
5.1. Regime Complementar Privado	34
5.1.1. Entidades Fechadas	38
5.1.2. Entidades Abertas	44
5.1.3. Intervenção e Liquidação Extrajudicial das Entidades de Previdência Complementar	46
5.2. Regime Complementar dos Servidores Públicos Efetivos	47
5.2.1. Regime Complementar dos Servidores Efetivos Federais	50
7. PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL E URBANA	54
7.1. Histórico	54
7.2. Uniformidade e equivalência das prestações entre as populações urbanas e rurais	56
7.3. Categorias de segurado trabalhador rural	57
DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO	59
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA	59
Previdência Social. Modelos. Regime Geral de Previdência Social. Princípios. Regimes Próprios. Regimes Especiais. Previdência Complementar. Previdência social rural e urbana.
ATUALIZADO EM 18/03/2022[footnoteRef:1] [1: As FUCS são constantemente atualizadas e aperfeiçoadas pela nossa equipe. Por isso, mantemos um canal aberto de diálogo (setordematerialciclos@gmail.com) com os alunos da #famíliaciclos, onde críticas, sugestões e equívocos, porventura identificados no material, são muito bem-vindos. Obs1. Solicitamos que o e-mail enviado contenha o título do material e o número da página para melhor identificação do assunto tratado. Obs2. O canal não se destina a tirar dúvidas jurídicas acerca do conteúdo abordado nos materiais, mas tão somente para que o aluno reporte à equipe quaisquer dos eventos anteriormente citados. ] 
PREVIDÊNCIA SOCIAL
1. PREVIDÊNCIA SOCIAL. MODELOS.
O termo “previdência social”, em sua acepção ampla, abarca todos os regimes previdenciários existentes no Brasil, o que inclui os seguintes modelos: Regime Geral de Previdência Social (RGPS), Regimes Próprios de Previdência Social (RPPSs), Regimes Especiais e Regime Complementar de Previdência Social (Previdência Complementar). 
Atualmente, o Sistema Previdenciário Brasileiro é assim estruturado:
Em sentido amplo e objetivo, a previdência social pode ser definida como um seguro com regime jurídico especial, pois regida por normas de Direito Público, sendo necessariamente contributiva, que disponibiliza benefícios e serviços aos segurados e seus dependentes, a depender do plano de cobertura[footnoteRef:2]. [2: AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. 13 ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Editora JusPodivm, 2020, pg. 168.] 
O sistema previdenciário contributivo, custeado por contribuições previdenciárias, divide-se em:
· Repartição, existindo um fundo único. A ausência de contribuição durante determinado tempo não retira o direito ao benefício, salvo os casos de carência. É o que mais se coaduna com o princípio da solidariedade, objetivo fundamental da República Federativa do Brasil (art. 3ª da CF). Adotado pela Previdência Pública do Brasil.
· Capitalização, que exige a cotização durante certo prazo, em fundo individual ou coletivo, para que se faça jus aos benefícios, sendo os valores investidos pelos administradores. Estabelece-se a equação entre o esforço contributivo e o benefício assegurado. É utilizado pela Previdência Privada no Brasil. 
· Sistema contributivo combinado, que envolve características dos dois sistemas citados. 
Note-se que a previdência básica, no Brasil, é pública e obrigatória. Como regra, é limitada a um teto, inclusive para os servidores públicos, havendo a possibilidade de adesão à previdência complementar que será privada e facultativa, sem limitação a um teto, conforme será visto.
Embora chamada de “seguro social”, a natureza jurídica da Previdência Pública não é contratual, uma vez que é obrigatória e suas regras não decorrem da vontade das partes. Possui, portanto, natureza institucional ou estatutária, motivo pelo qual não se sujeita à aplicação do CDC.
#DEOLHONASÚMULA 
Súmula 563, STJ: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas.
2. REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
2.1. NOÇÕES GERAIS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
O RGPS é o maior regime de previdência do Brasil, cuja abrangência abarca a maioria dos trabalhadores, exceto os servidores públicos efetivos e os militares vinculados a regime próprio.
#LEISECA Art. 40, § 13, CF. Aplica-se ao agente público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, de outro cargo temporário, inclusive mandato eletivo, ou de emprego público, o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Desta forma, todo aquele que exerce atividade laborativa no Brasil é obrigado a se filiar ao RGPS, em atendimento ao princípio da solidariedade. Ora, o RGPS é um pacto intra e intergeracional, de modo que os segurados contribuem agora para sustentar os benefícios e serviços prestados aos inativos e, no futuro, serão sustentados pelas contribuições a serem vertidas pelas próximas gerações. Assim, se o RGPS fosse de filiação unicamente volitiva, muitas pessoas não iriam querer despender recursos para custear benefícios e serviços aos inativos, então na realidade a obrigatoriedade de filiação é o que obriga o trabalhador a ser solidário.
Contudo, em atenção ao princípio da universalidade da cobertura e do atendimento, que estudamos no capítulo passado, as pessoas que não trabalham também podem optar por ingressar no RGPS, como no caso de estagiário (que não recebe salário, posto que não mantém relação de emprego) e da dona-de-casa de baixa renda. Estes, sim, são segurados facultativos.
Sendo assim, trata-se de regime de repartição simples e benefício definido, sendo sistema de repartição público, de filiação compulsória e automática para os segurados obrigatórios, tendo caráter contributivo, permitindo ainda a inscrição de segurados facultativos (princípio da universalidade do atendimento – art. 195, I, da CF/88). Sua gestão é atualmente realizada pelo INSS (administração dos benefícios previdenciários) e pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (arrecadação, fiscalização e cobrança).
A legislação previdenciária encontra o fundamento primordial no artigo 201 da Constituição Federal, além das legislações ordinárias, como a Lei 8.212/1991 (que dispõe sobre o Plano de Custeio), a Lei 8.213/91 (Plano de Benefícios), ambas regulamentadas pelo Decreto 3.048/1999 (RPS – Regulamento da Previdência Social). Ainda vale a menção à Lei 9.876/1999 (que criou o fator previdenciário e alterou a forma de cálculo do salário de benefício), Lei 10.666/2003 (inovaçãosobre o custeio, aposentadoria e auxílio reclusão). No tocante à execução das leis, são importantes a Instrução Normativa INSS/PRES 77/2015 e a Instrução Normativa da Receita Federal 971/2009. Para saber quais destas leis você deve ler até cansar, vale a pena consultar o edital da carreira pretendida, está bem?
#LEISECANAVEIA
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, na forma da lei, a:
I - cobertura dos eventos de incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. 
#NOVIDADELEGISLATIVA #TEMCARADEPROVA
A emenda constitucional 103/2019 alterou a redação do caput, no qual passou a constar o nome do RGPS por expresso. Além disso, a redação do inciso I foi alterada: antes, com a redação da EC 20/1998, era prevista a cobertura para doença, invalidez, morte e idade avançada e agora, com a EC 103/2019, a cobertura limita-se à incapacidade temporária ou permanente para o trabalho e idade avançada.
É muito importante prestar atenção ao fato de que o constituinte previu a proteção ao desemprego involuntário, porém o legislador ordinário desrespeitou essa norma ao não contemplar, na lei do Plano de Benefícios, amparo ao desemprego involuntário:
#LEISECANAVEIA
Art. 9º, Lei 8.213/91. A Previdência Social compreende:
I - o Regime Geral de Previdência Social; 
II - o Regime Facultativo Complementar de Previdência Social.
§ 1o  O Regime Geral de Previdência Social - RGPS garante a cobertura de todas as situações expressas no art. 1o desta Lei, exceto as de desemprego involuntário, objeto de lei específica, e de aposentadoria por tempo de contribuição para o trabalhador de que trata o § 2o do art. 21 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991.
§ 2º O Regime Facultativo Complementar de Previdência Social será objeto de lei especifica.
O desemprego involuntário é regido pela Lei 7998/1990 e o seguro-desemprego é custeado pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Muito se discutiu acerca da natureza jurídica desta parcela, se seria considerada como benefício previdenciário ou não, mas é importante saber que a AGU, desde de 2010, considera o seguro desemprego como benefício previdenciário[footnoteRef:3] e que, recentemente, a MP 905/2019 citou expressamente a parcela como benefício previdenciário, mas foi revogada pela MP 955/2020 (pois é, gente, eu sei, tá difícil acompanhar, mas seguimos acompanhando!). [3: Parecer CONJUR/TEM/N.º 256/2010.] 
Já Frederico Amado defende que “conquanto se trate de tema polêmico, entende-se que o seguro-desemprego deve ser enquadrado como benefício assistencial, tendo em conta inexistir contribuição direta de seus beneficiários” [footnoteRef:4]. [4: AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. JusPodivm, 2020, pg. 123.
] 
A Administração do RGPS é exercida pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), desde o advento da Lei 8.029/90, que fundiu o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS) com o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). Atualmente o INSS fica na pasta do Ministério da Economia (Decreto federal 9.660/2019), tendo sido criada uma Secretaria Especial da Previdência e Trabalho, já que o Ministério do Trabalho foi extinto (#RIPMINISTÉRIODOTRABALHOEEMPREGO).
#DICADAPROF 
Sem considerar a questão do histórico da previdência social, que por vezes é alvo de questões de prova (alô, Cespe!), a questão ministerial não é muito cobrada, posto que de livre escolha do Chefe de Executivo, o que pode mudar a qualquer tempo. Porém, é muito importante que o candidato, sobretudo em provas orais, esteja atualizado sobre a organização política do Estado, ok?
Características do RGPS:
a) público: organizado, administrado e custeado em parte pelo Poder Público.
b) contributivo: os segurados precisam necessariamente pagar contribuições para poderem usufruir dos benefícios e serviços. Vale mencionar que o RGPS tem um sistema contributivo de repartição, e não de capitalização: isto significa que temos um fundo único para pagamento dos benefícios, sendo possível, em casos específicos, o gozo de benesses ainda que o filiado não tenha vertido nenhuma contribuição, como no caso do auxílio acidente, que independe de carência. Se tivéssemos um sistema contributivo de capitalização, por sua vez, o fundo seria individual, quase como em uma previdência privada.
#LEISECANAVEIA
Art. 250, CF/88. Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza, mediante lei que disporá sobre a natureza e administração desse fundo. 
c) prima pelo equilíbrio financeiro e atuarial.
#TABELA #IMPORTANTE
	EQUILÍBRIO FINANCEIRO
	Devem existir reservas monetárias para pagamento dos benefícios e, ademais, por precaução.
	EQUILÍBRIO ATUARIAL
	Cenários futuros devem ser previstos, mediante estatísticas, a fim de que possam ser traçados planos para a manutenção e alcance do equilíbrio financeiro.
d) filiação obrigatória para trabalhadores em geral (mas também já vimos que a filiação pode ser facultativa).
e) solidário: um pacto inter e intrageracional, lembram? O princípio da solidariedade que obriga o segurado a ser solidário (por livre e espontânea pressão hehehe).
f) gestão quadripartite: gerido pelo Poder Público, empregadores, trabalhadores e aposentados (estudado no capítulo 1 desta FUC).
g) custeio tripartite: Poder Público, trabalhadores e empregadores (estudado no capítulo 1 desta FUC).
Bora dar aquela passada de olho nas entidades e órgãos previdenciários!
#TABELA
	ENTIDADES E ÓRGÃOS PREVIDENCIÁRIOS
	CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA - CNP
	· Órgão superior de deliberação colegiada
· Gestão quadripartite:
I - seis representantes do Governo Federal; 
II - nove representantes da sociedade civil, sendo:
a) três representantes dos aposentados e pensionistas;
b) três representantes dos trabalhadores em atividade;
c) três representantes dos empregadores.
· Representantes do Governo Federal são nomeados pelo Presidente da República
· Representantes da sociedade civil são indicados pelas Centrais Sindicais e Confederações Nacionais para mandatos de DOIS ANOS, podendo ser reconduzidos de imediato apenas UMA VEZ
· Membros do CNP possuem estabilidade no emprego, contados da nomeação até um ano após o final da representação, apenas podendo serem demitidos por falta grave, comprovada mediante processo judicial
· A regra é uma reunião ordinária MENSAL, mas pode ocorrer reunião EXTRAORDINÁRIA a critério do Presidente do CNP ou por deliberação de 1/3 dos seus membros
· Formulação de políticas públicas previdenciárias, poder normativo e de fiscalização, apreciação das contas anuais que serão remetidas ao TCU, possibilidade de contratação de auditoria externa, aprovação do orçamento previdenciário, poder de requisitar informações.
· Obrigatória a leitura dos artigos 3º a 5º da Lei 8.213/1991.
	CONSELHO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL – CPS
	· Unidades descentralizadas do CNP, que funcionam nas Gerências Executivas do INSS para ampliar o diálogo entre este último órgão e a sociedade
· 10 Conselheiros: 2 representantes dos trabalhadores, 2 representantes dos empregadores, 2 representantes dos pensionistas e 4 representantes do Governo
· Reunião ao menos uma vez por BIMESTRE
	INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS
	· Autarquia federal ATUALMENTE vinculadaao Ministério da Economia
· NÃO tem competência para arrecadar, fiscalizar e cobrar as contribuições previdenciárias – com a criação da Super Receita, essa competência passou a ser da Secretária Receita Federal
· Função administrativa: gerir o plano de benefícios e serviços do RGPS; conceder, revisar ou negar os benefícios e serviços aos segurados e dependentes
· Também é do INSS a competência para gerir o BCP/LOAS do idoso e do deficiente carente (Art. 20, §6º, Lei 8.742/93) e o seguro-defeso do pescador artesanal (Lei 13.134/2015)
· Dirigida por um presidente e cinco diretores
· Um Procurador Chefe da Procuradoria Federal Especializada atua no âmbito do INSS e é indicado pelo AGU.
· Se o seu concurso é específico para a área previdenciária, recomendo a leitura da Lei 11.457/2007 – verifique se ela consta no seu edital!
	CONSELHO DE RECURSOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
	· Órgão revisor das decisões administrativas do INSS
· É vedado ao INSS deixar de cumprir as diligências solicitadas pelo CRPS, bem como deixar de cumprir as decisões definitivas deste colegiado, ampliar ou reduzir seu alcance, ou ainda executá-las de modo contrário ou prejudicial
· Formado por: 29 Juntas de Recursos (primeira instância); 4 Câmaras de Julgamento (segunda instância – apenas admitidos recursos contra decisões que infringirem a lei, regulamento, enunciado ou ato normativo ministerial); Conselho Pleno (uniformizar a jurisprudência previdenciária, mediante enunciados)
· Obrigatória a leitura do artigo 126 da Lei 8.213/1991.
2.2. PRINCÍPIOS DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL
Alguns dos princípios que estudaremos aqui estão positivados na legislação previdenciária, já outros decorrem da Constituição Federal.
#LEISECANAVEIA
Art. 2º, Lei 8.213/1991. A Previdência Social rege-se pelos seguintes princípios e objetivos:
I - universalidade de participação nos planos previdenciários;
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais;
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios;
IV - cálculo dos benefícios considerando-se os salários-de-contribuição corrigidos monetariamente;
V - irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo;
VI - valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário-de-contribuição ou do rendimento do trabalho do segurado não inferior ao do salário mínimo;
VII - previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional;
VIII - caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação do governo e da comunidade, em especial de trabalhadores em atividade, empregadores e aposentados.
2.2.1. Princípio da contributividade:
Considerando que o RGPS é um sistema contributivo direto, os benefícios e serviços apenas serão concedidos aos segurados (e seus dependentes) que se filiarem previamente. Entretanto, importante lembrar que a contributividade pode ser real ou presumida (nos casos, por exemplo, em que a responsabilidade tributária é das empresas).
2.2.2. Princípio da obrigatoriedade de filiação:
Todos aqueles que exercem atividade remunerada serão obrigados a se filiarem, exceto os servidores públicos efetivos e militares abarcados por regime próprio, em virtude do já estudado princípio da solidariedade. A exceção deste princípio fica a cargo dos segurados facultativos, que optam por ingressar no regime.
2.2.3. Princípio do equilíbrio financeiro e atuarial
Indubitável que precisa existir um equilíbrio entre as receitas que entram no Fundo Previdenciário e as despesas com o pagamento de benefícios, posto que o mínimo que se espera é que o regime seja capaz de custear os benefícios previdenciários, sob pena de desequilíbrio financeiro. Por seu turno, a matemática estatística precisa se programar para o equilíbrio atuarial, isto é, analisar as tendências de maior expectativa de vida e menor índice de natalidade para programar a manutenção e o alcance do equilíbrio financeiro.
Interessante notar que o princípio da precedência da fonte de custeio (que estudamos no capítulo 1 desta FUC) concretiza o princípio do equilíbrio financeiro e atuarial: não pode ser instituído, majorado ou estendido benefício sem a indicação da fonte de custeio, sob pena de desequilibrar financeira e atuarialmente o sistema.
2.2.4 Princípio da universalidade de participação nos planos previdenciários
Corolário do princípio da universalidade da cobertura e do atendimento da seguridade social (que estudamos no capítulo 1 desta FUC), este princípio tem o condão de agregar, cada vez mais, filiados ao RGPS, como no caso da inclusão, por meio da EC 47/2005, dos segurados facultativos. 
Válido ressaltar, entretanto, que em virtude do princípio da contributividade, este princípio da universalidade é mais restrito na previdência do que na saúde e assistência social, que não são contributivas.
2.2.5. Princípio da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais
A Lei 8.213/1991 repetiu o princípio constitucional da uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais. Para evitar repetições desnecessárias, remeto-os ao capítulo 1 desta FUC.
2.2.6. Princípio da seletividade e distributividade na prestação dos benefícios
Trata-se de repetição do princípio constitucional, porém devemos notar que a Lei 8.213/1991, por motivos desconhecidos, suprimiu a expressão “serviços”. Isto é importante apenas para efeito de atenção nas assertivas das questões, já que algumas bancas reproduzem a literalidade da lei, porém a doutrina não vislumbra a supressão da palavra serviços como um impeditivo jurídico para a concessão de tais benesses, já que muito provavelmente se tratou de um erro do legislador.
2.2.7. Princípio dos salários de contribuição corrigidos monetariamente
De acordo com o artigo 2º, inciso IV, da Lei 8.213/1991, o salário de contribuição deve ser corrigido monetariamente para a concessão dos benefícios. Estudaremos este instituto no capítulo próprio dos benefícios do RGPS, porém neste momento o que se deve ter em mente é que o salário de contribuição é utilizado para o cálculo dos benefícios e serviços e deve ser atualizado pelo INPC, atualmente o índice legal, para que não haja defasagem do valor da prestação a ser recebida.
2.2.8. Princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios
Trata-se de princípio previsto na CF e reproduzido no artigo 2º, inciso VIII, da Lei 8.213/1991, sendo direito subjetivo do segurado a irredutibilidade real do valor do seu benefício previdenciário e não só a irredutibilidade nominal. Isso significa que o valor do benefício não pode ser reduzido nominalmente e deve sofrer reajustes anuais, para que seja preservado o seu poder aquisitivo. Em regra, os reajustes são realizados na mesma data do reajuste do salário mínimo e de acordo com o INPC.
2.2.9. Princípio da garantia do benefício não inferior ao salário-mínimo
O artigo 2º, inciso VI, da Lei 8.213/1991, elenca como princípio a garantia do benefício não inferior ao salário mínimo. Esta norma se aplica para benefícios que são substitutivos da remuneração do trabalhador, de modo que podem ser inferiores ao salário-mínimo os benefícios de natureza indenizatória, tal como o auxílio-acidente e o salário-família.
	PRINCÍPIO DA GARANTIA DO BENEFÍCIO NÃO INFERIOR AO SALÁRIO-MÍNIMO
	NÃO PODEM ser inferiores ao salário-mínimo
	Benefícios que SUBSTITUEM A REMUNERAÇÃO
	PODEM ser inferiores ao salário-mínimo
	Benefícios de natureza INDENIZATÓRIA
2.2.10. Princípio da previdência complementar facultativa
Tal como a previsão do artigo 202 da CF/88, a Lei 8.213/1991 repetiu a previsão de adesão facultativa a planos de previdência complementar.
#LEISECANAVEIA
Art. 202. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. 
	Destaca-se a crescente funçãosocial da previdência complementar, uma vez que muitos gastos pessoais são acentuados quando se chega à terceira idade, como o maior consumo de medicamentos e a elevação das mensalidades dos contratos privados de seguro saúde [footnoteRef:5]. [5: AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: JusPodivm, 2020, pg. 225.] 
2.2.11. Princípio da gestão quadripartite da previdência social
Trata-se de mera decorrência do princípio da gestão quadripartite da seguridade social (que estudamos no capítulo 1 desta FUC), com previsão no artigo 2º, inciso VIII, da Lei 8.213/1991. Vale lembrar também que é, por esta razão, que a composição do CNPS envolve o Poder Público, trabalhadores, empregadores e aposentados (com a inovação da inclusão dos pensionistas).
2.2.12. Princípio do tempus regit actum
Na realidade, o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato) é um princípio geral do Direito, o qual também aplica-se na seara previdenciária. Deriva da previsão constitucional de que a lei respeitará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (artigo 5º, inciso XXXVI, da CF), constituindo, desta forma, a irretroatividade restrita.
O ato jurídico de concessão de um benefício ou um serviço previdenciário se aperfeiçoa sob a vigência de uma lei, que será aplicada mesmo que o benefício seja uma relação jurídica de trato sucessivo, de maneira que inexiste direito a novo regime jurídico criado por lei, ainda que mais benéfico ao beneficiário, salvo previsão expressa na norma. Assim, por exemplo, a pensão por morte rege-se pela lei em vigor na data do falecimento do segurado.
2.2.13. Princípio da responsabilidade
Cuida-se, na verdade, de um princípio da ordem social aplicado à previdência, a ser observado por toda a sociedade, que financia os benefícios e serviços prestados pelo regime. 
#FALADOUTRINADOR 
“É por esta razão que são necessárias constantes reformas no regime previdenciário, a fim de não onerar demasiadamente as futuras gerações, que já nascem com uma dívida previdenciária que, um dia, poderá ser impagável, se não houver responsabilidade previdenciária por parte dos legisladores, administradores e juízes, além de toda a iniciativa privada[footnoteRef:6]”. [6: AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: Juspodivum, 2020, p. 227.] 
2.2.14. Princípio da vedação do retrocesso social
Frederico Amado ensina que não se trata tanto de um princípio, mas de uma característica geral dos direitos fundamentais, a qual tem o condão de garantir o mínimo existencial. No entanto, sob o ponto de vista crítico, não se pode olvidar que o princípio de vedação do retrocesso deve estar alinhado com o custeio, de modo que algumas restrições podem ser necessárias, dentro de uma análise da razoabilidade, a fim de evitar todo o sistema de falir. Como exemplo, temos a EC 20/1998 que limitou o auxílio-reclusão e o salário-família aos segurados de baixa renda.
2.2.15. Princípio in dubio pro misero
Cuida-se de um princípio que vem sendo aplicado pelo STJ para rescindir julgados desfavoráveis aos trabalhadores rurais, de modo a lhes conceder a aposentadoria. Contudo, Frederico Amado observa que nem sempre o beneficiário é a parte hipossuficiente da relação jurídica previdenciária e que, dentro desta lógica, seria possível aplicar também o princípio in dubio pro societatis, uma vez que os recursos da previdência são públicos e devem ser utilizados com extrema cautela.
#FALADOUTRINADOR
“Logo, o melhor caminho é analisar os casos com muita atenção e, onde houver dúvida sobre a existência do direito do beneficiário, se perpetrar uma maior dilação probatória com a conversão do processo em diligência”[footnoteRef:7]. [7: AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. Salvador: Juspodivum, 2020, p. 227.] 
Estas posições doutrinárias, quando cobradas pelas bancas, geralmente aparecem em provas de segunda fase ou na fase oral dos concursos. Para tanto, é necessário observar qual a carreira e a tendência de posicionamento daquele órgão (por exemplo, em provas da Advocacia Geral da União, vale a pena a crítica ao princípio em estudo, diferentemente do que ocorre em provas para Defensoria Pública da União). 
2.2.16. Princípio da automaticidade das prestações
Este princípio não se encontra positivado no ordenamento jurídico brasileiro. Cuida de uma norma implícita, a qual orienta que as prestações previdenciárias devem ser adimplidas, mesmo quando as contribuições previdenciárias não foram pagas, quando a responsabilidade tributária pelo recolhimento for da empresa tomadora de serviço.
2.2.17. Princípio da indisponibilidade dos benefícios previdenciários
Considerando que os benefícios previdenciários comumente substituem a renda dos segurados, estes são indisponíveis. Sendo assim, não há prescrição do fundo do direito (algumas parcelas podem prescrever, mas não o direito ao benefício), são inalienáveis, impenhoráveis e irrenunciáveis (salvo quando houver outra concessão mais benéfica ao beneficiário).
#LEISECANAVEIA
Art. 114, Lei 8.213/1991. Salvo quanto a valor devido à Previdência Social e a desconto autorizado por esta Lei, ou derivado da obrigação de prestar alimentos reconhecida em sentença judicial, o benefício não pode ser objeto de penhora, arresto ou sequestro, sendo nula de pleno direito a sua venda ou cessão, ou a constituição de qualquer ônus sobre ele, bem como a outorga de poderes irrevogáveis ou em causa própria para o seu recebimento. 
2.2.18. Princípio da territorialidade da filiação
Todos aqueles que trabalham no território brasileiro e não são filiados à regime próprio de previdência social, deverão ingressar no RGPS na condição de segurados obrigatórios. Veremos no próximo tópico, ao estudarmos os segurados do RGPS, quais as exceções à este princípio.
3. REGIMES PRÓPRIOS
São regimes obrigatórios para os servidores públicos efetivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios (incluindo as respectivas autarquias e fundações), bem como para os militares, caso tenham sido criados pelas respectivas entidades políticas. 
Atualmente, é o artigo 40 da CF/88 que regula a previdência destes servidores, dispositivo que sofreu importantes modificações pela EC 103/2019 (#REFORMADAPREVIDÊNCIA), dentre elas a de que passou a ser facultativa a criação de RPPS e foi vedada a constituição de novo RPPS.
Observe-se que algumas regras da #REFORMADAPREVIDÊNCIA se aplicam aos servidores públicos de todos os entes federativos, enquanto outras são aplicáveis, de início, apenas aos servidores federais, deixando para os demais entes a edição de emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas. 
#LEISECANAVEIA
Art. 40, CF. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(...)
§ 22. Vedada a instituição de novos regimes próprios de previdência social, lei complementar federal estabelecerá, para os que já existam, normas gerais de organização, de funcionamento e de responsabilidade em sua gestão, dispondo, entre outros aspectos, sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - requisitos para sua extinção e consequente migração para o Regime Geral de Previdência Social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - modelo de arrecadação, de aplicação e de utilização dos recursos; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
III - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IV - definição de equilíbrio financeiro e atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
V - condições para instituição do fundo com finalidade previdenciária de que trata o art. 249 e para vinculação a ele dos recursosprovenientes de contribuições e dos bens, direitos e ativos de qualquer natureza; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VI - mecanismos de equacionamento do deficit atuarial; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VII - estruturação do órgão ou entidade gestora do regime, observados os princípios relacionados com governança, controle interno e transparência; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
VIII - condições e hipóteses para responsabilização daqueles que desempenhem atribuições relacionadas, direta ou indiretamente, com a gestão do regime; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
IX - condições para adesão a consórcio público; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
X - parâmetros para apuração da base de cálculo e definição de alíquota de contribuições ordinárias e extraordinárias. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Atualmente, a organização dos Regimes Próprios de Previdência deve seguir as regras gerais da Lei n° 9.717/98, recebida com o status de lei complementar pela EC 103/2019.
Frederico Amado observa que a União, todos os Estados e o DF possuem os seus RPPSs instituídos, mas a grande maioria dos municípios brasileiros, em razão da pequena estrutura administrativa, que não comporta mais essa função administrativa, não instituiu regime próprio. Nestes casos, os servidores efetivos estarão automaticamente vinculados ao RGPS na condição de empregados, sendo o município considerado empresa para fins previdenciários[footnoteRef:8]. [8: Frederico, p. 170.] 
Outro ponto a ser destacado é o de que não é possível a instituição de mais de um RPPS por cada ente da federação, cabendo ao ente federativo responder integralmente em caso de eventuais insuficiências financeiras e/ou no caso de extinção do seu RPPS.
Art. 40, § 20, CF. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
ATENÇÃO! Fiscalização e controle externo pela União. A EC 103/2019 trouxe previsão constitucional para a fiscalização e para o controle externo pela União sobre os RPPSs dos Estados, DF e Municípios. A Lei 9.717/98 previa esta espécie de controle, o que era repelido pelo STF, sob a justificativa de afrontar a autonomia dos entes federativos (ACO-TAR 830, de 29/10/2007, Relator Min. Marco Aurélio). Aguarda-se posicionamento do Supremo Tribunal quanto ao texto da Emenda Constitucional. #DEOLHONAJURIS
 
Art. 40, §22, III, CF - fiscalização pela União e controle externo e social; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Características. São características comuns aos RPPSs:
Os RPPSs também são organizados com base no sistema de repartição simples, têm caráter contributivo e solidário e devem buscar a preservação do equilíbrio financeiro e atuarial.
Art. 40, CF. O regime próprio de previdência social dos servidores titulares de cargos efetivos terá caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente federativo, de servidores ativos, de aposentados e de pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(...)
§ 3º As regras para cálculo de proventos de aposentadoria serão disciplinadas em lei do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(...)
§ 12. Além do disposto neste artigo, serão observados, em regime próprio de previdência social, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(...)
§ 20. É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um órgão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros e a natureza jurídica definidos na lei complementar de que trata o § 22. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
· Próprio: é exclusivo dos servidores públicos titulares de cargos efetivos. O sistema próprio não é nacional, como o RGPS, mas instituído por cada entidade federativa. É, ainda, fechado, em face desta exclusividade; 
· Básico: opõe-se ao regime complementar, pois estabelece o patrimônio jurídico mínimo de caráter social;
· De filiação obrigatória: desde o momento da investidura, o servidor é obrigatoriamente filiado e inscrito; 
· Caráter solidário: objetivo da República (art. 3º, I, da CF-88), é princípio elementar da seguridade social, significando o elo que liga toda a coletividade em prol do amparo dos demais indivíduos em situações de contingência;
· Caráter contributivo: as contribuições devem advir do ente federativo, dos servidores ativos, dos inativos e dos pensionistas, existindo em relação aos dois últimos uma faixa de não incidência tributária relativa aos valores inferiores ao teto de benefício adotado pelo RGPS (art. 40, §18, da CF); 
· Equilibrado: o RPPS deve observar critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, a fim de assegurar e consolidar a saúde financeira do regime;
· Tendência de aproximação com o RGPS: é notório que as sucessivas ondas reformistas aproximaram o RPPS do RGPS, através da aplicação subsidiária das normas do RGPS (art. 40, §12, da CF)[footnoteRef:9]. [9: Resumo para a prova oral para o XIV Concurso da Magistratura do TRF5.] 
Segurados. São segurados do RPPS os servidores titulares de cargo de provimento efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, bem como os militares estaduais e distritais. A cessão de servidor ou militar dos Estados e do DF, com ou sem ônus, não o retira do seu regime, obedecendo-se às normas relativas ao repasse das contribuições.
Como visto, estão excluídos do regime próprio os ocupantes de cargo em comissão sem vínculo efetivo, bem como os titulares de mandato eletivo, os contratados por regime especial por excepcional interesse público e os empregados públicos. Obs.: Aos militares da União serão aplicadas as disposições da Lei 6.880/80 (Estatuto dos Militares).
No caso de acumulação lícita de cargos efetivos, o servidor será segurado obrigatório do RPPS em relação aos dois vínculos, fazendo jus, oportunamente, a dois benefícios previdenciários, não se aplicando as vedações do RGPS (arts. 11, §2º c/c 124, II, da Lei 8213/91). O art. 37, §10, da CF ressalva também os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração[footnoteRef:10]. [10: (VUNESP – 2020) Héracles, aposentado do Regime Próprio de Previdência Social, foi eleito para o cargo de Vereador. Ciente deste fato, o órgão gestor do respectivo regime de previdência deverá
A) suspender o pagamento dos proventos de aposentadoria ao servidor, em obediência ao comando constitucional que veda a percepção cumulada de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo eletivo.
B) cassar o benefício previdenciário de aposentadoria, em obediência ao comando constitucional que veda a percepção cumulada de proventos de aposentadoria com remuneração de cargo eletivo.
C) manter o pagamento dos proventos de aposentadoria ao servidor, eis que a Constituição Federal apenas obsta a cumulação remunerada de cargos.
D) suspender o benefício de aposentadoria, em obediência ao comando constitucional que veda o retorno do servidor aposentado ao serviço ativo.
E) manter o pagamento dos proventos de aposentadoria ao servidor, eis que a Constituição Federal não obsta o acúmulo remunerado de proventos deaposentadoria com remuneração de cargo eletivo. Gabarito: Letra E.] 
Obs.: É indevida a acumulação de proventos de duas aposentadorias, de cargos públicos não acumuláveis na atividade, ainda que uma delas seja proveniente do reingresso no serviço público mediante aprovação em concurso, antes da EC 20/98 (STJ, AgInt no RMS 43.639/ES, Rel. Ministra REGINA HELENA COSTA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/05/2017, DJe 10/05/2017) – Jurisprudência em Teses.
Sobre o tema, Frederico Amado destaca que “sendo mais de uma relação tributária, se cuida de mais de uma filiação previdenciária, não se podendo falar em ‘unicidade do vínculo previdenciário’, tanto que são pagos dois ou mais tributos em decorrência do exercício de duas ou mais atividades laborais remuneradas, exceto quando houver limitação ao teto do salário de contribuição”[footnoteRef:11]. [11: Pg. 1614.] 
§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta de regime próprio de previdência social, aplicando-se outras vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios previdenciários estabelecidas no Regime Geral de Previdência Social. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Esta vedação não se confunde com a opção de cumular criada pelo Regime de Previdência Complementar, que será estudado posteriormente.
§ 11 - Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO
Se o servidor público recebe remuneração (ou aposentadoria) mais pensão, a soma dos dois valores não pode ultrapassar o teto. Ocorrida a morte do instituidor da pensão em momento posterior ao da Emenda Constitucional 19/1998, o teto constitucional previsto no inciso XI do art. 37 da Constituição Federal incide sobre o somatório de remuneração ou provento e pensão percebida por servidor. STF. Plenário. RE 602584/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 6/8/2020 (Repercussão Geral – Tema 359) (Info 985).
Nos casos autorizados constitucionalmente de acumulação de cargos, empregos e funções, a incidência do art. 37, XI, da Constituição Federal pressupõe consideração de cada um dos vínculos formalizados, afastada a observância do teto remuneratório quanto ao somatório dos ganhos do agente público. STF. Plenário. RE 612975/MT e RE 602043/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgados em 26 e 27/4/2017 (repercussão geral) (Info 862).
Servidor efetivo aposentado compulsoriamente pode ser nomeado para cargo em comissão. Ressalvados impedimentos de ordem infraconstitucional, não há óbice constitucional a que o servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no cargo comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e exoneração, uma vez que não se trata de continuidade ou criação de vínculo efetivo com a Administração. STF. Plenário. RE 786540, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2016 (repercussão geral) (Info 851).
Aposentadoria compulsória não se aplica para cargo em comissão. Os servidores ocupantes de cargo exclusivamente em comissão não se submetem à regra da aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF/88. Este dispositivo atinge apenas os ocupantes de cargo de provimento efetivo.
Por conta disso, não existe qualquer idade limite para fins de nomeação a cargo em comissão. STF. Plenário. RE 786540, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 15/12/2016 (repercussão geral) (Info 851). STJ. 2ª Turma. RMS 36.950-RO, Rel. Min. Castro Meira, DJe 26/4/2013 (Info 523).
Contagem recíproca. O art. 94 da Lei 8.213/91 assegura a contagem ao RPPS do tempo de contribuição prestado no RGPS e vice-versa, sendo vedada qualquer contagem de tempo de contribuição fictício (art. 40, §10, da CF). 
Abono de Permanência. Há previsão no art. 40, §19, da CF/88 de pagamento do abono de permanência no valor equivalente, no máximo, à respectiva contribuição previdenciária ao servidor titular de cargo efetivo que preencher todos os requisitos para a aposentadoria voluntária e permanecer na ativa, até completar os 75 anos da aposentadoria compulsória.
Observe que o referido abono era concedido mediante o simples não desconto da contribuição e que, atualmente, é pago na forma de reembolso, estando sujeito ao IR (STJ, REsp 1.192.556/PE, 2010 e AgInt no REsp 1728612/DF, 2020)[footnoteRef:12]. [12: (NC-UFPR - 2019 FPMA - PR – Advogado) A Administração Pública convive com o dilema de renovar e oxigenar seu quadro de pessoal, através da concessão de aposentadorias e realização de novos concursos públicos, e, por outro lado, incentivar seus profissionais mais experientes a que permaneçam no serviço público. Diante dessa premissa, e considerando as regras constitucionais permanentes aplicáveis à temática do abono de permanência, identifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmativas:
( ) O abono de permanência possui a natureza jurídica de benefício previdenciário.
( ) Nas aposentadorias por invalidez e compulsória não cabe o pagamento de abono de permanência.
( ) A Emenda Constitucional nº 41/2003 extinguiu o abono de permanência, que se encontra previsto, a partir de então, apenas nas regras de transição aplicáveis aos servidores que ingressaram anteriormente à promulgação da referida alteração constitucional.
( ) O abono de permanência consiste na restituição de contribuições previdenciárias devidas pelo servidor público que já possui tempo de contribuição para se aposentar, o que se dá através de mecanismos de compensação tributária previstos na legislação própria.
Gabarito: F – V – F - F] 
Art. 40, § 19. Observados critérios a serem estabelecidos em lei do respectivo ente federativo, o servidor titular de cargo efetivo que tenha completado as exigências para a aposentadoria voluntária e que opte por permanecer em atividade poderá fazer jus a um abono de permanência equivalente, no máximo, ao valor da sua contribuição previdenciária, até completar a idade para aposentadoria compulsória. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 40, § 1º, CF O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) (...)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei Complementar nº 152, de 2015)
3.1. Benefícios mínimos a serem oferecidos pelo RPPS
Ainda que os respectivos planos de benefícios possam instituir novas prestações, alguns benefícios dos RPPSs gozam de previsão constitucional, sendo considerados benefícios mínimos a serem oferecidos. 
Para as demais prestações, de acordo o art. 5º da Lei 9.717/98, os regimes próprios de previdência social não poderão conceder benefícios distintos dos previstos no Regime Geral de Previdência Social, salvo disposição em contrário da Constituição. Há, ainda, a limitação trazida pela #REFORMADAPREVIDÊNCIA no sentido de que “o rol de benefícios dos regimes próprios de previdência social fica limitado às aposentadorias e à pensão por morte” (art. 9º, §2º, da EC 103/2019).
Art. 40, § 1º, CF. O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização deavaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015) (Vide Lei Complementar nº 152, de 2015)
III - no âmbito da União, aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e, no âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019) 
(...)
§ 4º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto nos §§ 4º-A, 4º-B, 4º-C e 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-A. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-B. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de ocupantes do cargo de agente penitenciário, de agente socioeducativo ou de policial dos órgãos de que tratam o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a IV do caput do art. 144. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 5º Os ocupantes do cargo de professor terão idade mínima reduzida em 5 (cinco) anos em relação às idades decorrentes da aplicação do disposto no inciso III do § 1º, desde que comprovem tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio fixado em lei complementar do respectivo ente federativo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Aposentadoria compulsória. Uma vez implementado o requisito de 75 anos de idade, o servidor passará, automaticamente, para inatividade, na forma da LC 152/2015. Trata-se de ato administrativo vinculado, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
#DEOLHONAJURIS #STF #REPERCUSSÃOGERAL 
Tema 571: “Não se aplica a aposentadoria compulsória prevista no art. 40, § 1º, II, da CF aos titulares de serventias judiciais não estatizadas, desde que não sejam ocupantes de cargo público efetivo e não recebam remuneração proveniente dos cofres públicos”. STF. Plenário. RE 647827/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/2/2017 (repercussão geral).
Tema 965: “Para a concessão da aposentadoria especial de que trata o art. 40, § 5º, da Constituição, conta-se o tempo de efetivo exercício, pelo professor, da docência e das atividades de direção de unidade escolar e de coordenação e assessoramento pedagógico, desde que em estabelecimentos de educação infantil ou de ensino fundamental e médio”. (STF, RE 1.039.644 RG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 12/10/2017).
Aposentadoria especial. Enquanto não sobrevenha legislação complementar que regulamente o tema, “ao julgamento do MI 721-7/DF, o Plenário do STF fixou o entendimento de que, evidenciada a mora legislativa em disciplinar a aposentadoria especial do servidor público prevista no art. 40, § 4º, da Lei Maior, se impõe a adoção supletiva, via pronunciamento judicial, da disciplina própria do Regime Geral da Previdência Social, a teor do art. 57 da Lei 8.213/1991”. (MI 1675 AgR, Rel. Min. Rosa Weber, Tribunal Pleno, julgado em 29/05/2013).
#DEOLHONASÚMULAVINCULANTE #STF Súmula Vinculante 33: Aplicam-se ao servidor público, no que couber, as regras do regime geral da previdência social sobre aposentadoria especial de que trata o artigo 40, § 4º, inciso III da Constituição Federal, até a edição de lei complementar específica.
#DEOLHONAJURIS #STF #REPERCUSSÃOGERAL
Tema 942: “Até a edição da Emenda Constitucional nº 103/2019, o direito à conversão, em tempo comum, do prestado sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física de servidor público decorre da previsão de adoção de requisitos e critérios diferenciados para a jubilação daquele enquadrado na hipótese prevista no então vigente inciso III do § 4º do art. 40 da Constituição da República, devendo ser aplicadas as normas do regime geral de previdência social relativas à aposentadoria especial contidas na Lei 8.213/1991 para viabilizar sua concretização enquanto não sobrevier lei complementar disciplinadora da matéria. Após a vigência da EC n.º 103/2019, o direito à conversão em tempo comum, do prestado sob condições especiais pelos servidores obedecerá à legislação complementar dos entes federados, nos termos da competência conferida pelo art. 40, § 4º-C, da Constituição da República”. STF, Plenário, Sessão Virtual de 21.8.2020 a 28.8.2020.
“Recurso extraordinário com agravo. Direito Administrativo. Guarda civil municipal. Aposentadoria especial. Risco da atividade. Impossibilidade. Ausência de legislação específica. Periculosidade não inerente à atividade. Ausência de omissão inconstitucional. Existência de repercussão geral. Reafirmação da jurisprudência da Corte sobre o tema”. (ARE 1215727 RG, Rel. Min. Presidente, Tribunal Pleno, julgado em 29/08/2019) (Tema 1.057).
ATENÇÃO! Regra de transição – Aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição – Servidores federais. O art. 10 da EC 103/2019 aponta o tempo de contribuição mínimo de 25 anos, sendo, no mínimo 10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria. Antes da #REFORMADAPREVIDÊNCIA eram exigidos 60 anos de idade + 35 anos de contribuição para os homens e 55 anos de idade + 30 anos de contribuição para as mulheres OU 65 anos para os homens e 60 anos para as mulheres com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
“Art. 10. Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de previdência social dos servidores da União, aplica-se o disposto neste artigo.
§ 1º Os servidores públicos federais serão aposentados:
I - voluntariamente, observados, cumulativamente, os seguintes requisitos:
a) 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem; e
b) 25 (vinte e cinco) anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria”.
Cálculo dos benefícios. Os benefícios de aposentadorias e pensões até a edição da EC 41/03 baseavam-se na última remuneração do servidor (regra da integralidade). Posteriormente, passaram a ser calculados pela média das maiores remunerações correspondentes a 80% de todo o período contributivo, e, ATUALMENTE, para os servidores federais, seguem as regras do art. 26 da EC 103/2019, que prevê que será utilizada a média aritmética simples das remunerações adotados como base para contribuições, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o início da contribuição, seposterior àquela competência.
Art. 40, § 2º, CF. Os proventos de aposentadoria não poderão ser inferiores ao valor mínimo a que se refere o § 2º do art. 201 ou superiores ao limite máximo estabelecido para o Regime Geral de Previdência Social, observado o disposto nos §§ 14 a 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
(...)
§ 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
As remunerações utilizadas no período contributivo deverão ser atualizadas, atualmente, pelo índice do RGPS (INPC), conforme art. 40, §17º, da CF/88 e art. 26 da EC 103/2019. 
O prazo para que o servidor público proponha ação contra a Administração Pública pedindo a revisão do ato de sua aposentadoria é de 5 anos, com base no art. 1º do Decreto 20.910/1932. Após esse período ocorre a prescrição do próprio fundo de direito. (STJ. 1ª Seção. Pet 9.156-RJ, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 28/5/2014 - Info 542). #DIZERODIREITO
Paridade e integralidade. Com EC 41/2003 foram extintas a integralidade e a paridade remuneratórias entre ativos e inativos. Sendo assim, os novos servidores perderam o direito de se aposentar com a mesma remuneração percebida no cargo efetivo que ocupam e de ter os mesmos reajustes dos ativos. Adota-se, deste então, a sistemática do RGPS, de garantir o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei[footnoteRef:13]. [13: CESPE / CEBRASPE – 2017 - PGE-SE - Procurador do Estado (Adaptada): A respeito das reformas e regras atinentes ao RGPS e ao RPPS, assinale a opção correta. No RPPS, apesar do advento de emendas constitucionais que reformaram regras de concessão e de cálculo de benefícios, ficou mantido o direito à paridade remuneratória entre ativos e inativos. Errada.] 
A paridade entre proventos e vencimentos é assegurada aos servidores aposentados ou que tinham direito adquirido à aposentadoria na data da publicação da EC nº 41/2003, bem como para os pensionistas na mesma situação (art. 7º da EC 41/2003). Já a integralidade é assegurada aos servidores públicos que já haviam ingressado no serviço público até a data da publicação EC nº 41/2003 (art. 6º da EC 41/2003). 
Art. 40, § 7º, CF. Observado o disposto no § 2º do art. 201, quando se tratar da única fonte de renda formal auferida pelo dependente, o benefício de pensão por morte será concedido nos termos de lei do respectivo ente federativo, a qual tratará de forma diferenciada a hipótese de morte dos servidores de que trata o § 4º-B decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Art. 201, § 2º, CF. Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Pensão por morte. Benefício pago aos dependentes do segurado ou inativo em razão de seu óbito. Na redação original, o art. 40, §5º preceituava que “o benefício da pensão por morte corresponderá à totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor falecido, até o limite estabelecido em lei”. Após a EC 41/03, foi estabelecido que o valor seria igual: I- ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou II - ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, acrescido de 70% da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. 
Atualmente, após a #REFORMADAPREVIDÊNCIA, o cálculo do valor da pensão será realizado da mesma forma que para as pensões concedidas ao dependente de segurado do RGPS, o que será estudado de forma mais detalhada no próximo capítulo, para o qual remetemos a leitura. Em síntese, será equivalente a 1 (uma) cota familiar de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento), conforme art. 23 da EC 103/19, não podendo ser inferior a um salário mínimo. 
ATENÇÃO! A pensão por morte devida aos dependentes do policial civil do órgão a que se refere o inciso XIV do caput do art. 21 da CF (DF), do policial dos órgãos a que se referem o inciso IV do caput do art. 51 (Câmara dos Deputados), o inciso XIII do caput do art. 52 (Senado Federal) e os incisos I a III do caput do art. 144 da CF (polícia federal, polícia rodoviária federal e polícia ferroviária federal) e dos ocupantes dos cargos de agente federal penitenciário ou socioeducativo decorrente de agressão sofrida no exercício ou em razão da função será VITALÍCIA PARA O CÔNJUGE OU COMPANHEIRO E EQUIVALENTE À REMUNERAÇÃO DO CARGO.
Contribuição dos inativos e pensionistas. A contribuição deverá incidir sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. Ou seja, haverá uma faixa de IMUNIDADE sobre a qual não incidirá contribuição. 
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003) 
#DEOLHONAJURIS #STF
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA DE INATIVOS E PENSIONISTAS. ART. 40, § 18, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA; ARTS. 4º, PARÁGRAFO ÚNICO, INC. I E II, E 9º DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 41/2003. IMPROCEDÊNCIA DAS ALEGAÇÕES DE CONTRARIEDADE AOS PRINCÍPIOS DO DIREITO ADQUIRIDO, DO ATO JURÍDICO PERFEITO, DA PROPORCIONALIDADE E DA SEGURANÇA JURÍDICA. 1. No julgamento das Ações Diretas de Inconstitucionalidade n. 3.105/DF e 3.128/DF, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade da cobrança da contribuição previdenciária instituída no caput do art. 4º da Emenda Constitucional n. 41/2003 e declarou a inconstitucionalidade das expressões "cinquenta por cento do" e "sessenta por cento do", contidas nos incisos I e II do parágrafo único do art. 4º da Emenda Constitucional n. 41/2003: prejuízo do pedido nessa parte. 2. A discriminação determinada pelo § 18 do art. 40 da Constituição da República, segundo a qual incidirá contribuição previdenciária sobre os proventos de aposentadorias e pensões que excederem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social, configura situação justificadamente favorável àqueles que já recebiam benefícios quando do advento da Emenda Constitucional n. 41/2003, incluídos no rol dos contribuintes (Ações Diretas de Inconstitucionalidade n. 3.105/DF e 3.128/DF): improcedência do pedido nessa parte. 3. A pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal assentou inexistir direito adquirido à não tributação: improcedente do pedido quanto ao art. 9º da Emenda Constitucional n. 41/2003. 4. Ação julgada prejudicada quanto ao art. 4º, parágrafo único, inc. I e II, da Emenda Constitucional n. 41/2003; e improcedente quanto ao § 18 do art. 40 da Constituição da República e ao art. 9º da Emenda Constitucional n. 41/2003 (ADI 3184, Rel. Min. Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, julgado em 24/06/2020).
4. REGIMES ESPECIAIS
4.1. Da Previdência Especial dos Militares da União
O regime previdenciário dos militares das Forças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) é regido pela Lei n° 6.880/80(Estatuto dos Militares), alterado pela Lei nº 13.954/2019. Aos militares da União, a CF, no art. 142, autorizou a manutenção de um regime previdenciário especial à parte do RPPS dos servidores federais efetivos civis
Observe que a EC 103/2019 (#REFORMADAPREVIDÊNCIA) não disciplinou regras de concessão de pensão por morte e de inatividade remunerada dos militares da União, mas algumas regras da reforma constitucional atingem estes militares. A passagem do militar para a inatividade, que seria a aposentadoria do RPPG e do RGPS, é classificada em reforma e reserva remunerada , cujas regras foram modificadas pela Lei 13.954, de 16 de dezembro de 2019.
#LEISECA #ESTATUTODOSMILITARES
Art. 106. A reforma será aplicada ao militar que: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - atingir as seguintes idades-limite de permanência na reserva:
a) para oficial-general, 75 (setenta e cinco) anos; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) para oficial superior, 72 (setenta e dois) anos; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
c) para Capitão-Tenente, Capitão e oficial subalterno, 68 (sessenta e oito) anos; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
d) para praças, 68 (sessenta e oito) anos; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
II - se de carreira, for julgado incapaz, definitivamente, para o serviço ativo das Forças Armadas; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
II-A. se temporário: (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
a) for julgado inválido; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) for julgado incapaz, definitivamente, para o serviço ativo das Forças Armadas, quando enquadrado no disposto nos incisos I e II do caput do art. 108 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - estiver agregado por mais de 2 (dois) anos por ter sido julgado incapaz, temporariamente, mediante homologação de Junta Superior de Saúde, ainda que se trate de moléstia curável;
IV - for condenado à pena de reforma prevista no Código Penal Militar, por sentença transitada em julgado;
V - sendo oficial, a tiver determinada em julgado do Superior Tribunal Militar, efetuado em conseqüência de Conselho de Justificação a que foi submetido; e
VI - se Guarda-Marinha, Aspirante a Oficial ou praça com estabilidade assegurada, for a ela indicado ao Comandante de Força Singular respectiva, em julgamento de Conselho de Disciplina. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 97. A transferência para a reserva remunerada, a pedido, será concedida, por meio de requerimento, ao militar de carreira que contar, no mínimo, 35 (trinta e cinco) anos de serviço, dos quais: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - no mínimo, 30 (trinta) anos de exercício de atividade de natureza militar nas Forças Armadas, para os oficiais formados na Escola Naval, na Academia Militar das Agulhas Negras, na Academia da Força Aérea, no Instituto Militar de Engenharia, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica e em escola ou centro de formação de oficiais oriundos de carreira de praça e para as praças; ou (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
II - no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de exercício de atividade de natureza militar nas Forças Armadas, para os oficiais não enquadrados na hipótese prevista no inciso I do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Quanto à pensão militar, a peculiaridade é que todo militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiários, dentre aqueles previstos no art. 50, §§2º e 3º da Lei 6.880/80, que, salvo prova em contrário, prevalecerá para a habilitação à pensão militar (art. 71, §3º). 
Frederico Amado observa que, antes da reforma no rol de dependentes previstos na lei, as filhas solteiras sem remuneração percebiam a pensão por morte sem limite de idade, o que as levava a não celebração de núpcias apenas com o objetivo de manter o benefício, e até os cunhados e sobrinhos do militar eram arrolados como dependentes[footnoteRef:14]. Atualmente, existe a possibilidade de manutenção da pensão militar ao filho ou enteado até os 24 anos de idade, se estudante, diferente do previsto para o RGPS e para o RPPS. [14: Frederico Amado, pg. 1799.] 
ATENÇÃO! Os militares federais não pagam contribuições previdenciárias para a sua inatividade, mas apenas para o custeio de pensão por morte. Há regra de transição prevista no art. 31 da MP 2.215-10/2001, não revogada pela Lei 13.954/2019, que trata da manutenção do rol de dependentes para os antigos militares, somada a uma contribuição adicional. 
4.2. Da Previdência Especial dos Congressistas
O Instituto de Previdência dos Congressistas – IPC, criado pela Lei 4.284/63 e regido pela Lei 7.087/82, foi extinto pela Lei 9.506/1997, que instituiu o Plano de Seguridade Social dos Congressistas – PSSC, de filiação facultativa aos Deputados Federais, Senadores e suplentes, que requererem no prazo de trinta dias do início do exercício do mandato.
O PSSC é entendido como mais um plano básico da Previdência Social brasileira, criado para privilegiar os parlamentares federais, gerido pelo Poder Legislativo da União[footnoteRef:15]. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal assumiram, mediante recursos orçamentários próprios, a concessão e manutenção dos benefícios, preservados os direitos adquiridos em relação às pensões concedidas. [15: Frederico Amado, pg. 171.] 
O art. 2º da Lei 9.506/97 prevê aposentadorias com proventos integrais e proporcionais, bem como pensão por morte em favor dos dependentes, com valor mínimo de 13% da remuneração fixada para os membros do Congresso Nacional (art. 3º, §1º).
O PSSC é custeado com o produto das contribuições mensais dos segurados, da Câmara dos Deputados e do Senado Federal e dos beneficiários das aposentadorias e pensões incidentes sobre o valor que exceda o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS.
ATENÇÂO! O art. 14 da EC 103/2019 (#REFORMADAPREVIDÊNCIA) veda a criação de novos regimes de previdência para parlamentares e, para os existentes, proíbe a filiação de novos parlamentares, ao tempo em que assegurou um direito de retirada em até 180 da vigência da reforma, com previsão à contagem recíproca do tempo de contribuição.
Atualmente, a Lei 8.213/93 define que o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, é segurado obrigatório do RGPS, desde que não vinculado a RPPS (art. 11, I, “h”).
Observe que, para os segurados que permaneceram no PSSC, foi elevada a idade mínima para a aposentadoria (62 e 65 anos) e foi criado um pedágio de 30% do tempo de contribuição que faltaria para a aquisição do direito à aposentadoria na data da entrada em vigor da EC[footnoteRef:16]. [16: (CEBRASPE – 2014 – Câmara dos Deputados - Analista Legislativo) Com base na lei que regulamenta o Plano de Seguridade Social do Congressista (PSSC), julgue o item: Desde que atendidos os requisitos legais, é devido o pagamento dos proventos da aposentadoria pelo PSSC independentemente de o beneficiário encontrar-se investido em mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, acumulando-se a remuneração correspondente ao mandato eletivo em exercício com os proventos do benefício a que fará jus. (Gabarito: ERRADO – Art. 10, Lei 9.506/97)
Os deputados e senadores que façam parte do PSSC e já tenham exercido mandatos eletivos municipais, estaduais ou federais nos Poderes Executivos e Legislativos poderão averbar o tempo correspondente, somente produzindo efeitos tal averbação após o recolhimento das contribuições para o PSSC, que poderá ser efetivada diretamente pelo interessado ou mediante repasse dos recursos por entidade conveniada. (Gabarito CERTO – Art. 5º, §1º, Lei 9.506/97)] 
#LEISECA #REFORMADAPREVIDÊNCIA Art. 14, EC 103/2019. Vedadas a adesão de novos segurados e a instituição de novos regimes dessa natureza, os atuais segurados de regime de previdência aplicável a titulares de mandato eletivo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios poderão, por meio de opção expressa formalizada no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data de entrada em vigor desta EmendaConstitucional, retirar-se dos regimes previdenciários aos quais se encontrem vinculados.
§ 1º Os segurados, atuais e anteriores, do regime de previdência de que trata a Lei nº 9.506, de 30 de outubro de 1997, que fizerem a opção de permanecer nesse regime previdenciário deverão cumprir período adicional correspondente a 30% (trinta por cento) do tempo de contribuição que faltaria para aquisição do direito à aposentadoria na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional e somente poderão aposentar-se a partir dos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, e 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem.
§ 2º Se for exercida a opção prevista no caput, será assegurada a contagem do tempo de contribuição vertido para o regime de previdência ao qual o segurado se encontrava vinculado, nos termos do disposto no § 9º do art. 201 da Constituição Federal.
§ 3º A concessão de aposentadoria aos titulares de mandato eletivo e de pensão por morte aos dependentes de titular de mandato eletivo falecido será assegurada, a qualquer tempo, desde que cumpridos os requisitos para obtenção desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte.
5. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
 
5.1. Regime Complementar Privado 
A previdência complementar privada goza de previsão no art. 202 da Constituição Federal e é regulamentada pelas Leis Complementares 108/2001 e 109/2001 (regras gerais).
Art. 202, CF. O regime de previdência privada, de caráter complementar e organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, será facultativo, baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, e regulado por lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) (Vide Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
Características. 
· Complementar;
· Organizado de forma autônoma: sua obtenção independe da concessão ou preenchimento dos requisitos de elegibilidade dos benefícios do RGPS; as regras dos regimes públicos de previdência social incompatíveis com o regime complementar privado não são a ele aplicáveis e a relação previdenciária privada não integra o contrato de trabalho dos participantes;
#DEOLHONASÚMULA #STJ
Súmula 505 - A competência para processar e julgar as demandas que têm por objeto obrigações decorrentes dos contratos de planos de previdência privada firmados com a Fundação Rede Ferroviária de Seguridade Social - REFER é da Justiça estadual. (Súmula 505, SEGUNDA SEÇÃO, Julgada em 11/12/2013, DJe 10/02/2014).
#DEOLHONAJURIS #STF
“CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. PREVIDÊNCIA PRIVADA. COMPETÊNCIA PARA PROCESSAR E JULGAR O FEITO. JUSTIÇA COMUM. AGRAVO IMPROVIDO. I - A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que compete à Justiça Comum o julgamento de causa que verse sobre complementação de aposentadoria ajuizada contra entidade de previdência privada, por não decorrer essa complementação de contrato de trabalho. Precedentes”. (AI 654323 AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, DJe 20/11/2008).
· Facultativo[footnoteRef:17]: oferece aos segurados do RGPS que recebem acima do teto do regime uma opção previdenciária a fim de manter o padrão de vida na inatividade; [17: (CEBRASPE - 2021 - TCE-RJ - Analista de Controle Externo - Especialidade: Direito) Com relação aos regimes próprios de previdência social, julgue o item que se segue. O segurado empregado vinculado ao regime geral de previdência social que recebe salário superior ao teto máximo de contribuição estabelecido para esse regime não está obrigado a se filiar a regime complementar de previdência privada nem a contribuir para este. (Gabarito: Certo)] 
· Baseado na constituição de reservas: caráter contributivo (contribuição paralela ao custeio do RGPS) e sistema financeiro de capitalização;
· Relação contratual sui generis[footnoteRef:18]: devido ao forte controle estatal que mitiga a autonomia da vontade quanto aos planos ofertados, que devem observar parâmetros legais e ser previamente aprovados pelos agentes normativos e reguladores do Poder Público; [18: Frederico Amado, pg. 1819.] 
#DEOLHONASÚMULA #STJ
Súmula 563 - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades fechadas. (Súmula 563, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe 29/02/2016)
· Disciplinado por lei complementar: a LC 109/01 dispõe sobre o regime de previdência complementar no âmbito privado, enquanto a LC 108/01 dispõe sobre a relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, suas autarquias, fundações, sociedades de economia mista e outras entidades públicas e suas respectivas entidades fechadas de previdência complementar.
Entidades abertas e entidades fechadas. A previdência privada divide-se em dois regimes: aberto, que admite a filiação de qualquer pessoa, e fechado, passível de adesão apenas por pessoas físicas vinculadas a uma determinada pessoa jurídica (patrocinador/instituidor), por vínculo empregatício ou associativo (art. 16 da LC 109/01).
Enquanto o regime aberto é composto por entidades abertas de previdência complementar e necessariamente administrado por pessoas jurídicas organizadas sob a forma de sociedades anônimas (Ex.: BRASILPREV, do Banco do Brasil), o regime fechado é integrado por entidades sem fins lucrativos (associações ou fundações. Ex.: PREVI – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil). Por este motivo, o CDC é aplicável apenas às sociedades abertas (Súmula 563, STJ).
Disposições comuns. “As entidades de previdência complementar somente poderão instituir e operar planos de benefícios para os quais tenham autorização específica, segundo as normas aprovadas pelo órgão regulador e fiscalizador (...)” (art. 6º, LC 109/01). A legislação prevê, em rol exemplificativo, os planos de benefício definido (com valor ou nível previamente estabelecidos e custeio determinado atuarialmente, de forma a assegurar a sua concessão e manutenção); contribuição definida (com valor dos benefícios programados permanentemente ajustado ao saldo de conta mantido em favor do participante); contribuição variável (cujos benefícios programados apresentam a conjugação das características das duas modalidades anteriores). 
#DEOLHONAJURIS #STJ
“AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PREVIDÊNCIA PRIVADA. PLANO DE BENEFÍCIOS. ALTERAÇÃO. ALÍQUOTAS DE CONTRIBUIÇÃO. MAJORAÇÃO. POSSIBILIDADE. PLANO DE CUSTEIO. DIREITO ADQUIRIDO. NÃO EXISTÊNCIA. 1. A jurisprudência do STJ reconhece a possibilidade de majoração de alíquotas de contribuição de filiados e assistidos com a finalidade de manter o equilíbrio financeiro e atuarial do plano de benefício definido. Precedentes”. (AgInt nos EDcl no AREsp 628.872/RJ, Rel. Min. MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 28/09/2020, DJe 01/10/2020)
As contribuições vertidas para as entidades de previdência complementar, destinadas ao custeio dos planos de benefícios de natureza previdenciária, são dedutíveis para fins de incidência de imposto sobre a renda, nos limites e nas condições fixadas em lei (art. 69, LC 109/01). 
O benefício de prestação continuada é o próprio benefício de previdência complementar. Via de regra, é a aposentadoria periódica. A expressão “benefício de prestação continuada” (BPC) ou complementação têm sido utilizadas para diferenciar dos resgates de recursos. 
Será considerado participante a pessoa física que aderir aos planos de benefícios e assistido o participante ou seu beneficiário em gozo de benefício de prestação continuada (art. 8º, LC 109/01). A LC não definiu o rol de beneficiários, cabendo aos respectivos planos a indicação dos dependentes dos segurados. Caso não haja indicação de um beneficiário, as reservas (os recursos acumulados) serão partilhadossegundo as normas de direito das sucessões. 
#DEOLHONAJURIS #STJ
PREVIDÊNCIA PRIVADA. (...) SUPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO POR MORTE. PLANO DE SAÚDE. INDICAÇÃO DE BENEFICIÁRIO. OMISSÃO. COMPANHEIRA. ÓBITO DO PARTICIPANTE. INCLUSÃO POSTERIOR. POSSIBILIDADE. (...) É possível a inclusão da companheira, ao lado da ex-esposa, no rol de beneficiários da previdência privada, mesmo no caso de omissão do participante ao tempo da inscrição no plano. Em tais situações, é recomendável o rateio igualitário do benefício entre o ex-cônjuge e o companheiro do instituidor da pensão, visto que não há ordem de preferência entre eles. Precedentes”. (AgInt nos EDcl no REsp 1574800/SC, Rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/12/2020, DJe 17/12/2020)
Para assegurar compromissos junto aos participantes e assistidos, é possível a contratação de operações de resseguro[footnoteRef:19], conforme art. 11 da LC 109/01, que consiste em uma operação pela qual uma companhia seguradora se alivia parcialmente do risco de um seguro já feito, contraindo um outro seguro em outra companhia. [19: (CEBRASPE - 2013 - TRT - 17ª Região (ES) - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) Julgue os itens que se seguem, acerca do regime de previdência complementar (Lei Complementar n.º 109/2001).As entidades de previdência complementar podem, na forma da lei, contratar operações de resseguro para garantir compromissos assumidos junto aos participantes e assistidos de planos de benefícios. (Gabarito: CERTO)
] 
Por fim, é importante observar o art. 75 da LC 109/01, que prevê o prazo prescricional de 5 anos sobre a pretensão das prestações não pagas nem reclamadas na época própria, e, especificamente sobre a complementação de aposentadoria, o entendimento sumulado do STJ: 
#DEOLHONASÚMULA #STJ
Súmula 427 - A ação de cobrança de diferenças de valores de complementação de aposentadoria prescreve em cinco anos contados da data do pagamento. (Súmula 427, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/03/2010, DJe 13/05/2010)
*(Atualizado em 14/11/2020) #DEOLHONAJURIS #STJ Qual é o prazo prescricional para que o beneficiário de plano de previdência complementar requeira a devolução de valores que foram descontados indevidamente? 1ª corrente: 3 anos. Fundamento: art. 206, § 3º, IV, do Código Civil (enriquecimento sem causa). A prescrição da pretensão de devolução de parcelas descontadas indevidamente dos vencimentos dos beneficiários de contrato de previdência privada é de 3 anos, estabelecida no art. 206, § 3º, IV, do Código Civil, por se tratar de ressarcimento de enriquecimento sem causa. STJ. 4ª Turma. AgInt no REsp 1763228/SP, Rel. Min. Antonio Carlos Ferreira, julgado em 22/06/2020. 2ª corrente: 10 anos. Fundamento: art. 205 do Código Civil (prazo geral pela ausência de prazo específico). O prazo prescricional aplicável à pretensão de restituição de contribuições descontadas indevidamente dos beneficiários de contrato de previdência complementar é de 10 anos. (STJ. 3ª Turma. REsp 1.803.627-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 23/06/2020 - Info 675).
ATENÇÃO! A previdência complementar é operada exclusivamente por entidades abertas e fechadas de previdência complementar, não podendo ser operadas por instituições bancárias ou sociedades seguradoras (exceto, neste último caso, as constituídas sob a égide da Lei 6435/77, revogada pela LC109/01). Por esta razão, os seguros de vida e outros produtos financeiros (ex. VGBL) não possuem caráter previdenciário, em que pese sejam dotados de características semelhantes.
5.1.1. Entidades Fechadas
As entidades fechadas ou fundos de pensão serão organizadas sob a forma de fundação ou sociedade civil (associação civil), sem fins lucrativos e deve manter uma estrutura mínima composta por conselho deliberativo, conselho fiscal e diretoria-executiva. Não poderá atuar com fins lucrativos, pois todos os recursos devem ser reinvestidos no próprio sistema (Princípio do Mutualismo).
Por este motivo, as entidades fechadas e seus planos não apuram lucro ou prejuízo nas suas atividades, mas superávit ou déficit. No primeiro caso, será constituída reserva técnica (obrigatória). Mantendo-se o superávit, será constituída a reserva de contingência, destinada a eventuais coberturas não programadas, até o limite de 25% do valor das reservas matemáticas. Os valores excedentes serão destinados à constituição da reserva especial para revisão do plano de benefícios.
Em caso de déficit, o resultado deverá ser equacionado entre os participantes e patrocinadores, através do aumento no valor das contribuições, na fixação de contribuição extraordinária e na diminuição nos benefícios originalmente contratados, exceto para os que já estiverem no gozo da complementação (irredutibilidade), os quais só podem ser onerados com contribuição extraordinária (garantia de irredutibilidade do seu valor).
As entidades fechadas têm como objeto a administração e a execução de planos de benefícios de natureza previdenciária, sendo vedada a prestação de serviços que não estejam no âmbito do seu objeto (art. 76, LC 109/2001). 
#DEOLHONASÚMULA #STF
Súmula 730, STF. A imunidade tributária conferida a instituições de assistência social sem fins lucrativos pelo art. 150, VI, "c", da Constituição, somente alcança as entidades fechadas de previdência social privada se não houver contribuição dos beneficiários.
Nesta modalidade, os planos somente existem se forem instituídos por pessoa jurídica patrocinadora ou instituidora. São considerados patrocinadores a empresa ou grupo de empresas, assim como a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que instituam para seus empregados e servidores os planos de previdência privada por intermédio de entidade fechada e instituidores as pessoas jurídicas de caráter profissional, classista ou setorial, que instituam os planos de benefícios para seus associados ou membros. A diferença básica entre patrocinador e instituidor repousa no fato de que aquele também contribui e este apenas organiza os planos. Estes planos, como visto, apenas serão acessíveis aos empregados e servidores dos patrocinadores e aos associados ou membros dos instituidores. 
ATENÇÃO! A Constituição Federal (art. 202, §3º) proíbe que o poder público aporte recursos nas entidades de previdência privada, mas admite a transferência de recursos públicos quando a Administração Pública atuar como patrocinadora. Nessa hipótese, a sua contribuição não poderá exceder o valor da contribuição devida pelo segurado.
Existem duas relações jurídicas previdenciárias independentes, embora conexas:
· A relação entre a entidade de previdência privada fechada e o seu patrocinador ou instituidor;
· A relação entre a entidade de previdência privada fechada e os participantes e assistidos.
Sendo assim, é o patrocinador parte ilegítima para figurar no polo passivo de uma ação movida para rever benefício previdenciário do plano complementar ou o resgate da reserva de poupança, salvo se demonstrada a prática de ato ilícito por parte do patrocinador. Nesse sentido, STJ, REsp 1.370.191-RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, DJe 01/08/2018 (Tema 936).
Existe também uma relação jurídica de cunho trabalhista entre o empregador (patrocinador) e o empregado e outra de natureza associativa entre o participante e a entidade instituidora (entidade profissional, associação ou sindicato). Observe que, caso haja rompimento da relação contratual entre a empresa patrocinadora e a entidade de previdência privada patrocinada, não haverá rescisão do contrato entre o participante/assistido e a entidade previdenciária, pois se cuida de outra relação jurídica, muito embora esta relação possa ser afetada e precise ser reajustada em razão da cessação das contribuições do patrocinador.
#DEOLHONAJURIS #STJ
“DIREITO CIVIL. COMPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA POR ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. INADIMPLÊNCIA DA PATROCINADORA. IMPOSSIBIUDADE DE SUPRESSÃO DO PAGAMENTO DO BENEFÍCIO AO ASSISTIDO. Não é possível a supressão do pagamentode complementação de aposentadoria de empregado já aposentado, que cumpriu devidamente as condições pactuadas com a entidade fechada de previdência privada para a obtenção do benefício, quando o motivo ensejador do corte é a denúncia do convênio firmado entre a referida entidade e a patrocinadora, em face do inadimplemento desta. O empregado, ao aderir ao plano de benefícios oferecido pela entidade de previdência complementar patrocinada por seu empregador, passa a contribuir para ter direito ao recebimento dos benefícios quando do preenchimento das condições previstas no regulamento do respectivo plano”. (REsp 1.242.267-ES, Rei. Min. Raul Araújo, julgado em 4/12/2012".
#MAISJURIS #DIZERODIREITO #STJ 
“A intervenção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC) nas entidades fechadas de previdência privada deve perdurar pelo tempo necessário ao saneamento da entidade, podendo o prazo inicial de duração ser prorrogado mais de uma vez. Não se aplica o art. 4º da Lei nº 6.024/74. Isso porque existe uma regra específica na LC 109/2001 dizendo, de forma ampla, que ‘a intervenção será decretada pelo prazo necessário’.”. (STJ, 3ª Turma, REsp 1.734.410-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 14/08/2018). 
Quanto aos planos oferecidos, as entidades fechadas podem ser:
· De plano comum, quando administram planos ou conjunto de planos acessíveis ao universo de participantes;
· Com multiplano, quando administram planos ou conjunto de planos de benefícios para diversos grupos de participantes, com independência patrimonial.
Quanto aos patrocinadores ou investidores:
· Singulares, quando estiverem vinculados a apenas um patrocinador ou instituidor;
· Multipatrocinados, quando congregarem mais de um patrocinador ou instituidor.
Os planos de benefícios deverão possibilitar as seguintes movimentações/institutos (art. 14, LC 109/01):
· Benefício proporcional diferido: é a manutenção, pelo participante, de suas reservas no plano, mesmo que perca o vínculo com a pessoa jurídica (patrocinador ou instituidor), desde que antes da aquisição do direito à complementação da aposentadoria e, ainda, desde que cumpridos os requisitos de elegibilidade (basicamente a carência) previstos no regulamento do plano. Não impede posterior opção pela portabilidade ou resgate;
· Portabilidade: é a transferência das reservas acumuladas exclusivamente pelo participante (nunca as da pessoa jurídica) para outro plano por ele titularizado, em entidade aberta ou fechada, desde que observado o prazo de carência, na hipótese de cessação de vínculo empregatício com o empregador. É um direito do participante, vedada a sua cessão sob qualquer forma, exercível de maneira irrevogável e irretratável. 
· Resgate: é o saque das reservas acumuladas exclusivamente pelo participante (e não dos recursos aportados pelo patrocinador a seu favor), condicionado à cessação do vínculo empregatício com o patrocinador ou ao preenchimento do prazo de carência, de seis meses a dois anos, quando instituído por instituidor. Sobre o valor do resgate, devem ser descontados os custos administrativos de manutenção do plano, previstos no regulamento.
#DEOLHONASÚMULA #STJ
Súmula 289 - A restituição das parcelas pagas a plano de previdência privada deve ser objeto de correção plena, por índice que recomponha a efetiva desvalorização da moeda. (Súmula 289, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/04/2004, DJ 13/05/2004 p. 201)
Súmula 290 - Nos planos de previdência privada, não cabe ao beneficiário a devolução da contribuição efetuada pelo patrocinador. (Súmula 290, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 28/04/2004, DJ 13/05/2004 p. 201)
Obs.: Frederico Amado entende que cabe ao plano de benefícios regular o tema, nada impedindo que possa autorizar o resgate também das contribuições do patrocinador em prol do participante[footnoteRef:20]. [20: Frederico Amado, pg. 1839.] 
· Autopatrocínio: é a faculdade de o participante manter o valor de sua contribuição e a do patrocinador, no caso de perda parcial ou total da remuneração recebida, a fim de assegurar a percepção dos benefícios nos níveis correspondentes àquela remuneração ou em outros definidos em normas regulamentares. Não impede posterior opção pelo benefício proporcional diferido, pela portabilidade ou pelo resgate.
Por fim, observe que o órgão regulador e fiscalizador das entidades de previdência privada é a PREVIC – Superintendência Nacional de Previdência Complementar, atualmente vinculado ao Ministério da Economia, que poderá autorizar a extinção de plano de benefícios ou a retirada, total ou parcial, do patrocínio, ficando os patrocinadores e instituidores obrigados ao cumprimento da totalidade dos compromissos assumidos com a entidade, relativamente aos direitos dos participantes, assistidos e obrigações legais, até a data da retirada ou extinção do plano.
#DEOLHONAJURIS #STJ
*(Atualizado em 18/03/2022) A partir de 05/09/96, deve ser utilizado um Índice Geral de Preços de Ampla Publicidade para correção monetária dos benefícios da previdência privada; na falta de repactuação, incide o IPCA-E. A partir da vigência da Circular/SUSEP n. 11/1996, é possível ser pactuado que os reajustes dos benefícios dos planos administrados pelas entidades abertas de previdência complementar passem a ser feitos com utilização de um Índice Geral de Preços de Ampla Publicidade (INPC/IBGE, IPCA/IBGE, IGPM/FGV, IGP-DI/FGV, IPC/FGV ou IPC/FIPE). Na falta de repactuação, deve incidir o IPCA-E. STJ. 2ª Seção. REsp 1.656.161-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 16/09/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 977) (Info 710).
“CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE SOBREPARTILHA. (...) APOSENTADORIA PELA PREVIDÊNCIA PÚBLICA. PROVENTOS DO TRABALHO QUE SE REVERTEM AO ENTE FAMILIAR. PRESUNÇÃO DE COLABORAÇÃO, DE ESFORÇO COMUM DOS CÔNJUGES E COMUNICABILIDADE DOS VALORES RECEBIDOS COMO FRUTO DO TRABALHO DE AMBOS. PREVIDÊNCIA PRIVADA FECHADA E PREVIDÊNCIA SOCIAL. DESSEMELHANÇAS. (...) 3- As indenizações de natureza trabalhista, os valores atrasados originados de diferenças salariais e decorrente do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço - FGTS, quando referentes a direitos adquiridos na constância do vínculo conjugal e na vigência dele pleiteados, devem ser objeto de comunhão e partilha, ainda que a quantia tenha sido recebida apenas posteriormente à dissolução do vínculo. Precedentes. 4- A previdência privada fechada, por sua vez, é bem incomunicável e insuscetível de partilha por ocasião do divórcio, tendo em vista a sua natureza personalíssima, eis que instituída mediante planos de benefícios de natureza previdenciária apenas aos empregados de uma empresa ou grupo de empresas aos quais os empregados estão atrelados, sem se confundir, contudo, com a relação laboral e o respectivo contrato de trabalho. Precedente”. (REsp 1651292/RS, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/05/2020, DJe 25/05/2020)
“PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. RECURSO ESPECIAL. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. REGIME ESTATUTÁRIO GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL E CONTRATUAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. REGIMES AUTÔNOMOS, COM REGRAMENTOS PRÓPRIOS. PREVIDÊNCIA PRIVADA. PREVISÃO, NO REGULAMENTO DO PLANO DE BENEFÍCIOS, DE PAGAMENTO DE JOIA PARA INSCRIÇÃO DE BENEFICIÁRIO. POSSIBILIDADE. ALTERAÇÃO REGULAMENTAR, APÓS APROVAÇÃO PELO ÓRGÃO PÚBLICO FISCALIZADOR. APLICA-SE A TODOS OS PARTICIPANTES E BENEFICIÁRIOS QUE, NA OCASIÃO, NÃO ERAM ELEGÍVEIS AO BENEFÍCIO. 1. O art. 202 da Constituição Federal consagra o regime de financiamento por capitalização ao estabelecer que a previdência privada tem caráter complementar (rectius, suplementar) - baseado na prévia constituição de reservas que garantam o benefício contratado -, adesão facultativa e organização autônoma em relação ao regime geral de previdência social. (...)
4. A constituição de reservas no regime de previdência privada complementar deve ser feita por meio de cálculos embasados em estudos de natureza atuarial que prevejam as despesas e garantam, em longo prazo, o respectivo custeio. Nesse diapasão, a previsão de pagamentode joia para inscrição de beneficiário é coerente com o regime financeiro de capitalização, por implicar elevação de projeção de despesas, sem que tenham sido previamente custeadas, mediante a formação da reserva matemática necessária para o pagamento do novo benefício. 5. Os arts. 17, parágrafo único, e 68, § 1º, da Lei Complementar n. 109/2001 dispõem que as alterações processadas nos regulamentos dos planos das entidades fechadas aplicam-se a todos os participantes e potenciais beneficiários das entidades fechadas (a partir de sua aprovação pelo órgão público fiscalizador), só sendo considerados direito adquirido do participante os benefícios a contar da implementação de todas as condições estabelecidas para elegibilidade consignadas no regulamento vigente do respectivo plano de previdência privada complementar. Precedentes”. (REsp 1605346/BA, Rel. Min. LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, DJe 28/03/2019)
“RECURSO ESPECIAL. (...) AÇÃO DE COBRANÇA DO PAGAMENTO DE RESERVA MATEMÁTICA ADICIONAL. ENTIDADE FECHADA DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. MAJORAÇÃO DO BENEFÍCIO DE APOSENTADORIA COMPLEMENTAR. VERBAS REMUNERATÓRIAS RECONHECIDAS PELA JUSTIÇA DO TRABALHO. INCORPORAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO EXPRESSA NO REGULAMENTO. REGRA DA CONTRAPARTIDA E PRINCÍPIO DO MUTUALISMO. FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO PREVIDENCIÁRIO. (...) 9. Em função da natureza da relação jurídica estabelecida entre patrocinadores, participantes e assistidos, bem como das regras e princípios que orientam o regime de previdência privada, a circunstância de o regulamento vigente à época da aposentadoria não prever, expressamente, a obrigação de o assistido pagar a reserva matemática adicional, não impede seja essa prestação exigida - inclusive previamente à incorporação dos reflexos das verbas remuneratórias reconhecidas pela Justiça do Trabalho na aposentadoria complementar - com base na regra da contrapartida e no princípio do mutualismo, ínsitos ao contrato de previdência privada celebrado entre as partes”. (REsp 1624273/PR, Rel. Min. NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 21/05/2019, DJe 24/05/2019).
Tema 1021 - Tese firmada: “a) ‘A concessão do benefício de previdência complementar tem como pressuposto a prévia formação de reserva matemática, de forma a evitar o desequilíbrio atuarial dos planos. Em tais condições, quando já concedido o benefício de complementação de aposentadoria por entidade fechada de previdência privada, é inviável a inclusão dos reflexos de quaisquer verbas remuneratórias reconhecidas pela Justiça do Trabalho nos cálculos da renda mensal inicial dos benefícios de complementação de aposentadoria.’
b) ‘Os eventuais prejuízos causados ao participante ou ao assistido que não puderam contribuir ao fundo na época apropriada ante o ato ilícito do empregador poderão ser reparados por meio de ação judicial a ser proposta contra a empresa ex-empregadora na Justiça do Trabalho.’
Modulação de efeitos: “c) ‘Modulação dos efeitos da decisão (art. 927, § 3º, do CPC/2015): nas demandas ajuizadas na Justiça comum até 8/8/2018 (data do julgamento do REsp n. 1.312.736/RS - Tema repetitivo n. 955/STJ) - se ainda for útil ao participante ou assistido, conforme as peculiaridades da causa -, admite-se a inclusão dos reflexos de verbas remuneratórias, reconhecidas pela Justiça do Trabalho, nos cálculos da renda mensal inicial dos benefícios de complementação de aposentadoria, condicionada à previsão regulamentar de que as parcelas de natureza remuneratória devam compor a base de cálculo das contribuições a serem recolhidas e servir de parâmetro para o cômputo da renda mensal inicial do benefício, e à recomposição prévia e integral das reservas matemáticas com o aporte, a ser vertido pelo participante, de valor a ser apurado por estudo técnico atuarial em cada caso.’
d) ‘Nas reclamações trabalhistas em que o ex-empregador tiver sido condenado a recompor a reserva matemática, e sendo inviável a revisão da renda mensal inicial da aposentadoria complementar, os valores correspondentes a tal recomposição devem ser entregues ao participante ou assistido a título de reparação, evitando-se, igualmente, o enriquecimento sem causa da entidade fechada de previdência complementar’. (trecho do Acórdão publicado no DJe de 11/12/2020)”. (REsp 1778938/SP, Rel. Min. ANTONIO CARLOS FERREIRA, SEGUNDA SEÇÃO, DJe 11/12/2020).
5.1.2. Entidades Abertas
As entidades abertas são constituídas unicamente sob a forma de sociedades anônimas e têm por finalidade instituir e operar planos de benefícios de caráter previdenciário, concedidos em forma de renda continuada ou pagamento único, acessíveis a quaisquer pessoas físicas.
Excepcionalmente, as entidades de previdência aberta sem fins lucrativos que já operavam antes da entrada em vigor da LC nº 109/2001 ficaram autorizadas a manter sua organização jurídica de sociedade civil, conforme previsto no art. 77, § 1º.
As entidades abertas serão reguladas também, no que couber, pela legislação aplicável às sociedades seguradoras (art. 73, LC 109/01). Aliás, as sociedades seguradoras que operam exclusivamente no ramo vida poderão ser autorizadas a operar esses planos de benefícios (art. 36, p. único, LC 109/01).
Serão reguladas e fiscalizadas pelo Ministério da Economia, por intermédio do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), até que seja constituída uma entidade específica.
Diferentemente das entidades fechadas: a) as entidades abertas podem fazer o pagamento do benefício previdenciário em uma única parcela; b) para a instituição de plano de previdência complementar junto à entidade aberta não é preciso existir uma pessoa jurídica atrelada ao plano; c) nos planos abertos os recursos e bens que garantem o pagamento dos benefícios futuros contratados, além de ficarem sob a gestão da entidade aberta, passam a integrar o seu patrimônio, respondendo inclusive, por débitos em processo de liquidação extrajudicial.
Os planos oferecidos podem ser individuais, quando pode haver adesão de qualquer pessoa sem qualquer ligação, ou coletivos, quando há uma pessoa jurídica vinculada ao plano, possibilitando a adesão apenas de pessoas físicas com vínculo de emprego ou associativo com a pessoa jurídica contratante. 
ATENÇÃO! O plano aberto coletivo não se confunde com o plano fechado, pois não se constitui em uma entidade fechada, sendo possível, ainda, viabilizar a adesão de cônjuges ou companheiros e dependentes econômicos dos empregados ou associados. Além disso, não é obrigatório que o plano seja oferecido a todos os empregados ou associados indistintamente.
De acordo com o art. 27 da LC 109/01, são institutos obrigatórios dos planos abertos a portabilidade e o resgate de recursos das reservas técnicas, provisões e fundos, total ou parcialmente, observados os critérios fixados pelo órgão regulador, não havendo o benefício proporcional diferido e o autopatrocínio.
Por fim, quanto aos benefícios a serem ofertados, não há previsão específica na LC 109/01, pois deverão ser aprovados pela SUSEP. Atualmente, são oferecidos pelo marco os seguintes benefícios[footnoteRef:21]: [21: Frederico Amado, pg. 1846.] 
· Renda por sobrevivência: renda a ser paga ao participante que sobreviver ao prazo de diferimento contratado. Geralmente denominada de aposentadoria;
· Renda por invalidez: renda a ser paga ao participante em decorrência de sua invalidez total e permanente ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido;
· Pensão por morte: renda a ser paga aos beneficiários indicados, em decorrência da morte do participante ocorrida durante o período de cobertura e cumprido o período de carência;
· Pecúlio por morte: importância em dinheiro, pagável de uma só vez aos beneficiários indicados, em decorrência da morte do participante, ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido;
· Pecúlio por invalidez: importância em dinheiro, pagável de uma só vez ao próprio participante, em decorrência de sua invalideztotal e permanente, ocorrida durante o período de cobertura e após cumprido o período de carência estabelecido.
5.1.3. Intervenção e Liquidação Extrajudicial das Entidades de Previdência Complementar
De acordo com a Lei 11.101/2005, as entidades de previdência complementar não estão sujeitas à recuperação judicial ou falência. A PREVIC poderá nomear administrador especial, a ser custeado pela entidade fechada, com poderes próprios de intervenção e liquidação extrajudicial com o objetivo de sanear plano de benefícios específico, caso seja constatada a sua administração e execução alguma das hipóteses previstas para a intervenção ou liquidação extrajudicial.
No caso de entidade aberta, a SUSEP, semelhantemente, poderá nomear diretor-fiscal, sem poderes de gestão, que, se reconhecer a inviabilidade de recuperação da entidade ou a ausência de condição para seu funcionamento, proporá a decretação da intervenção ou da liquidação extrajudicial.
De acordo com o art. 44 da LC 109/01, para resguardar os direitos de participantes e assistidos, poderá ser decretada a intervenção na entidade de previdência complementar. A intervenção durará o prazo necessário ao exame da situação da entidade, cessando quando aprovado o plano de recuperação da entidade pelo órgão competente ou se decretada a sua liquidação extrajudicial.
Em caso de ser reconhecida a inviabilidade de recuperação da entidade ou pela ausência de condição para seu funcionamento, será decretada a sua liquidação extrajudicial.
O liquidante terá amplos poderes de administração, representação e liquidação. Deverá formar o quadro geral de credores, visando realizar o ativo e liquidar o passivo, sendo dispensados os participantes e os assistidos da habilitação dos seus créditos, que possuem privilégio especial sobre os ativos garantidores das reservas técnicas e privilégio geral sobre as demais parcelas.
Todavia, os créditos dos participantes e assistidos não têm preferência sobre o crédito de natureza trabalhista ou tributária, que são prioritários.
Os administradores, controladores e membros de conselhos estatutários das entidades sob intervenção ou em liquidação extrajudicial, ficarão com todos os seus bens indisponíveis, não podendo aliená-los ou onerá-los até a apuração e liquidação final de suas responsabilidades.
A liquidação extrajudicial só se encerrará com a aprovação, pelo órgão regulador e fiscalizador, das contas finais do liquidante e com a baixa nos devidos registros.
5.2. Regime Complementar dos Servidores Públicos Efetivos 
A instituição do regime público de previdência complementar, antes restrito ao campo privado, foi autorizada pela EC 20/98 que inseriu os §§14, 15 e 16 no art. 40 da Constituição Federal, dispositivos que sofreram alteração recente pela #REFORMADAPREVIDÊNCIA. 
Após a reforma, passaram a ser obrigatórias a criação do regime de previdência complementar pelas entidades federativas que possuam RPPS e a adoção do teto do RGPS no RPPS após a criação da previdência complementar, com aplicação para os servidores que ingressarem no serviço após a data da publicação do ato de instituição e para os antigos servidores que fizerem a opção expressa pelo novo regime[footnoteRef:22]. [22: Frederico Amado, pg. 1807.] 
#DEOLHONAJURIS #STF #REPERCUSSÃOGERAL
REGIME PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. INGRESSO NO SERVIÇO PÚBLICO ANTERIOR À INSTITUIÇÃO DE REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. MUDANÇA PARA ENTE DA FEDERAÇÃO DIVERSO EM DATA POSTERIOR À INSTITUIÇÃO. POSSIBILIDADE DE MANUTENÇÃO DO REGIME ANTERIOR. ALCANCE DA EXPRESSÃO: INGRESSADO NO SERVIÇO PÚBLICO. ARTIGO 40, § 16 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. É dotada de repercussão geral a questão constitucional referente à definição do termo ingressado no serviço público, à luz do art. 40, § 16 do Texto Constitucional, para fins de definição do alcance temporal do direito de opção do servidor público federal, oriundo de cargo público de outro ente da federação, ao novo regime de previdência complementar. (RE 1050597 RG, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 31/10/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-028 DIVULG 11-02-2020 PUBLIC 12-02-2020)
Além disso, foi retirada a necessidade de que as entidades fechadas de previdência complementar possuam natureza pública[footnoteRef:23] e abriu-se às entidades abertas de previdência complementar a possibilidade de gerir planos de previdência complementar dos servidores públicos, com finalidade lucrativa, possibilidade condicionada à regulamentação do setor (art. 33, EC 103/2019 e art. 202, §§4º e 5º, CF). [23: No âmbito federal: Art. 4º, § 1º, Lei 12.618/2012.A Funpresp-Exe, a Funpresp-Leg e a Funpresp-Jud serão estruturadas na forma de fundação, de natureza pública, com personalidade jurídica de direito privado, gozarão de autonomia administrativa, financeira e gerencial e terão sede e foro no Distrito Federal.] 
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, observado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta de previdência complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 15/12/98)
Observe que, enquanto o RGPS e o RPPS são públicos e de filiação obrigatória e garantem proteção previdenciária básica contra riscos sociais previamente definidos, a Previdência Complementar tem caráter facultativo e oferece uma proteção a mais àqueles que desejam manter, quando da sua inatividade, o mesmo poder aquisitivo e padrão de vida existentes na atividade.
Relação da Administração Pública com as suas Entidades Fechadas de Previdência Complementar. Como apontado, até que seja disciplinada a relação da administração pública com entidades abertas de previdência complementar, somente entidades fechadas, regulados pela LC 108/01, estão autorizadas a administrar os planos.
O seu plano de benefícios deverá observar:
a) Carência mínima de 60 contribuições mensais a plano de benefícios e cessação do vínculo com o patrocinador, para se tornar elegível a um benefício de prestação que seja programada e continuada;
b) Concessão de benefício pelo regime de previdência ao qual o participante esteja filiado por intermédio de seu patrocinador, quando se tratar de plano na modalidade benefício definido, instituído depois da publicação da Lei Complementar 108/2001.
Os reajustes dos benefícios em manutenção serão efetuados de acordo com critérios estabelecidos nos regulamentos dos planos de benefícios, vedado o repasse de ganhos de produtividade, abono e vantagens de qualquer natureza para tais benefícios (STJ, REsp 1.425.326-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 28/05/2014).
Nesta relação entre administração pública e entidade de previdência complementar, é importante observar, ainda, que é facultada aos patrocinadores, a cessão de pessoal às entidades de previdência complementar que patrocinam, desde que ressarcidos os custos correspondentes, e que o aporte de recursos somente pode ser realizado na condição de patrocinadora. No entanto, é possível o aporte de recursos pelos participantes, além das contribuições normais, a título de contribuição facultativa, sem contrapartidado patrocinador. 
Por fim, destaque-se que as entidades fechadas de previdência complementar patrocinadas por empresas privadas permissionárias ou concessionárias de prestação de serviços públicos subordinam-se, no que couber, às disposições da Lei Complementar 108/2001, na forma estabelecida pela PREVIC e pelo Conselho Nacional da Previdência Complementar.
5.2.1. Regime Complementar dos Servidores Efetivos Federais
No âmbito federal, foi editada a Lei 12.618/2012, que institui o regime público de previdência complementar para os servidores públicos titulares de cargos efetivos da União, suas autarquias e fundações, inclusive para os membros do Poder Judiciário, do Ministério Público da União e do Tribunal de Contas da União.
A nova norma se aplica obrigatoriamente aos servidores que ingressem no serviço público após o início da vigência do regime e, desde que optem pelo ingresso, para os que ingressaram anteriormente no serviço público e nele tenham permanecido sem perda do vínculo efetivo. 
A estes antigos servidores, ainda, será assegurado um benefício especial calculado com base nas contribuições recolhidas ao RPPS, observando-se a sistemática de cálculo da própria lei e a necessidade de compensação financeira. Isso porque eles promoveram o recolhimento da sua contribuição previdenciária ao RPPS sobre o valor total da sua remuneração, não limitado ao teto do salário de contribuição no RGPS.
Administrativamente, tem-se entendido que os servidores que tiverem ingressado no serviço federal após a regulamentação, ainda que oriundos de outras esferas federativas com filiação anterior, se submeterão às novas regras (Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG – ON n 17/2013 e AGU).
Considerando que o regime de previdência complementar dos servidores efetivos do Poder Executivo da União iniciou o seu funcionamento em 04 de fevereiro de 2013, a posição oficial é que os novos servidores federais empossados a partir desta data devem ingressar no novo regime jurídico, mesmo que egressos do serviço público estadual ou municipal sem interrupção.
Ao menos neste ato do MPOG restou conservado o regime jurídico anterior aos servidores do Poder Legislativo e Judiciário da União que migraram sem interrupção ao serviço do Poder Executivo da União a partir do dia 04 de fevereiro de 2013. 
Entretanto, Frederico Amado destaca que a Constituição Federal não é clara a respeito e se refere genericamente ao ingresso no "serviço público", não exigindo literalmente a entrada no serviço público da respectiva entidade federativa até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar.
Afirma o doutrinador que ao longo dos anos será necessário acompanhar o entendimento da Administração Pública a respeito, e especialmente do STF, pois é possível extrair mais de uma interpretação da plurissignificativa normatização constitucional, mas que a melhor interpretação é no sentido de garantir o antigo regime jurídico para os servidores estaduais e municipais que ingressarem no serviço público federal do Poder Executivo a partir de 04 de fevereiro de 2013.
A opção tem cunho irrevogável e irretratável, não sendo devida pela União, suas autarquias e fundações públicas federais qualquer contrapartida referente ao valor dos descontos já efetuados sobre a base de contribuição acima do limite do salário de contribuição do RGPS.
#DEOLHONAJURIS #STF
SERVIDOR PÚBLICO – REGIME DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR – INGRESSO – OPÇÃO – TERMO FINAL – PARLAMENTO – ESCOLHA POLÍTICO-NORMATIVA – LEGITIMIDADE. Descabe ao Supremo, no exercício da função de legislador negativo, suspender a eficácia de dispositivos que definem novo termo final para a formalização, por servidor público – gênero –, de opção pelo ingresso no regime de previdência complementar ao qual se refere o § 16 do artigo 40 da Constituição Federal, sob pena de indevida manipulação de opção político-normativa do Parlamento.
(ADI 4885 MC, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 27/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-167 DIVULG 31-07-2019 PUBLIC 01-08-2019).
Obs.: O prazo foi prorrogado até 29/3/19 por meio da MP 853/18 convertida na Lei 13.809/19.
Observe que o modelo adotado pela Lei 12.618/12 é fundamentado no regime de previdência privada estudado no tópico anterior, tanto a lei faz várias remissões às LC 108 e 109 de 2001, adotando-se as nomenclaturas patrocinador, participante e assistido.
A citada lei autorizou a União a criar as seguintes entidades fechadas[footnoteRef:24]: [24: Foram instituídas a fundação do Poder Executivo e do Judiciário apenas. Os servidores do Legislativo poderão aderir à FUNPRESP-EXE e os servidores do Ministério Público da União à FUNPRESP-JUD.] 
Serão estruturadas, nos termos do artigo 4º, §1º, da Lei 12.618/2012, "na forma de fundação, de natureza pública com personalidade jurídica de direito privado, gozarão de autonomia administrativa, financeira e gerencial e terão sede e foro no Distrito Federal". Assim, serão entidades integrantes da Administração Indireta da União, mas com personalidade jurídica de direito privado.
ATENÇÃO! Em razão da facultatividade, caso o novo servidor opte por não aderir, seu futuro benefício ficará limitado ao teto, pois ele contribuirá para o RPPS com 11% até o teto do RGPS (e não mais sobre o total de sua remuneração, como acontecia na regra anterior) e a União contribuirá com 22% sobre o teto do INSS.
Em caso de adesão ao Funpresp, o servidor que tiver remuneração acima do teto do RGPS realizará uma contribuição complementar sobre a parcela excedente daquele teto, em alíquota de livre escolha, entre os percentuais de 7,5%, 8% ou 8,5% (para o FUNPRESP-EXE) e 6,5%, 7%, 7,5%, 8% ou 8,5% (para o FUNPRESP-JUD). Como contrapartida, a União paritariamente contribuirá com o mesmo percentual, até o limite de 8,5%.
Os servidores que recebem remuneração inferior ao teto do RGPS poderão aderir ao Funpresp, com vistas a obter um benefício futuro maior, mas não contarão com a contrapartida da União. Note-se que não há contribuição sobre os proventos de inatividade recebidos pelo RPPS, já que será limitado ao teto.
Plano de benefícios. Conforme previsão constitucional, como visto, os planos de benefícios ofertados no regime de previdência complementar dos servidores públicos efetivos serão estruturados na modalidade contribuição definida, aquele cujos benefícios programados têm seu valor permanentemente ajustado ao saldo de conta mantido em favor do participante, inclusive na fase de percepção de benefícios, considerando o resultado líquido de sua aplicação, os valores aportados e os benefícios pagos.
Frederico Amado observa que o valor da contribuição é previamente definido, mas a renda dos benefícios a conceder não, pois irá decorrer do rendimento líquido da sua aplicação, “o que acaba trazendo uma insegurança previdenciária aos servidores que recebem muito acima do teto do salário de contribuição do RGPS e terão as suas aposentadorias pelo RPPS limitadas a esse valor, sem saber previamente qual será o quantum do benefício a ser pago pelo regime complementar”[footnoteRef:25]. [25: Frederico Amado, pg. 1869.] 
Caberá ao Regulamento prever os benefícios não programados decorrentes dos eventos invalidez e morte e, se for o caso, a cobertura de outros riscos atuariais, que deverão ter um custeio específico. Os benefícios não programados poderão ser administrados nos planos de benefícios das FUNPRESP's ou serem contratados externamente. Portanto, existe autorização legal para a "terceirização" dos benefícios não programados em favor das seguradoras privadas.
Contudo, para a concessão do benefício não programado pelo regime de previdência complementar dos servidores públicos federais será necessária a concessão do benefício não programado pelo RPPS.
É possível que o servidor participante permaneça filiado ao regime complementar mesmo na hipótese de cessão a outro órgão público, mesmo que no âmbito estadual, do Distrito Federal ou dos municípios. E servidorparticipante também poderá permanecer filiado ao regime complementar na hipótese de afastamento ou licenciamento do cargo efetivo temporariamente, com ou sem recebimento de remuneração, assim como quando optar pelo benefício proporcional diferido ou autopatrocínio, na forma do regulamento do plano de benefícios.
O servidor que mudar de cargo poderá fazer a portabilidade e, com isso, levar os recursos e os benefícios para o novo fundo. Igualmente, caso saia do serviço público, poderá transferir os seus recursos para uma empresa que tenha um fundo de previdência complementar.
Os requisitos para aquisição, manutenção e perda da qualidade de participante, assim como os requisitos de elegibilidade e a forma de concessão, cálculo e pagamento dos benefícios, deverão constar dos regulamentos dos planos de benefícios, observadas as disposições das Leis Complementares 108 e 109/2001, e a regulamentação do órgão regulador das entidades fechadas de previdência complementar, uma vez que a Lei 12.618/2012 apenas trouxe a normatização geral.
7. PREVIDÊNCIA SOCIAL RURAL E URBANA
7.1. Histórico
· Ainda antes da independência, Dom Pedro I, na condição de príncipe regente, editou uma “carta de lei”, concedendo aos professores régios o direito à jubilação, após 30 anos de serviço.
· No ano de 1835 foi criado o Montepio Geral dos Servidores do Estado, o qual outorgava aos seus membros, mediante o pagamento de cotas, o direito a uma pensão cujo beneficiário seria previamente escolhido pelo interessado.
· Em 1888, por meio do Decreto n° 9.912-A, reconheceu-se o direito à aposentadoria aos empregados dos correios (após 30 anos de serviço e 60 de idade).
· A Constituição de 1891 foi a primeira a prever benefício previdenciário (aposentadoria por invalidez de funcionários públicos que se tornaram inválidos a serviço da nação – sem pagamento de contribuição).
· Lei Eloy Chaves (1923): criou uma caixa de aposentadorias e pensões para beneficiar os colaboradores das empresas ferroviárias, mantidas pelas empresas, e não pelo Poder Público, considerada a primeira lei previdenciária do país. Em seguida, permitiu a extensão de seu regime para além do setor ferroviário. 
No Brasil, prevalece doutrinariamente que a previdência social nasceu com o advento da Lei Eloy Chaves, em 24 de janeiro de 1923 (Decreto-lei 4.682), tanto que o dia 24 de janeiro é considerado oficialmente como o dia da previdência social no Brasil. Entende-se que se trata de uma meia verdade. A Lei Eloy Chaves pode sim ser considerada como o marco inicial da previdência brasileira, mas do sistema privado, pois as caixas dos ferroviários eram administradas pelas próprias empresas privadas e não pelo Poder Público, que apenas regulamentava e supervisionava a atividade .
· Decreto 22.872/1933: Na realidade, a previdência pública brasileira apenas iniciou-se em 1933, através deste decreto, que criou o Instituto de Previdência dos Marítimos - IAPM, pois gerida pela Administração Pública, surgindo posteriormente os seguintes Institutos: dos comerciários e bancários (1934); dos industriários (1936); dos servidores do estado e dos empregados de transportes e cargas (1938).
· Da extensão dos benefícios para toda a população ativa e da unificação do sistema: Em 1945, já após o surgimento da Consolidação das Leis do Trabalho, criou-se o Instituto de Serviços Sociais do Brasil (ISSB), através do Decreto-Lei 7.526/45, quando seriam unificadas todas as instituições previdenciárias então existentes e os benefícios do seguro social passariam a ser estendidos para toda a população ativa do país (constituía a primeira tentativa de universalização da previdência social no Brasil). Todavia, o governo empossado em 1946 tornou sem aplicação o crédito orçamentário destinado à instalação do ISSB, que não chegou a ser implementado. A unificação só veio a ocorrer quando da edição da Lei 3.807/60, a qual criou a Lei Orgânica de Previdência Social (LOPS).
· Da criação do INPS e do surgimento do FUNRURAL: Em 1963, criou-se o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) e o Regime Único dos Institutos de Aposentadorias e Pensões. Ao passo que, por força do Decreto-Lei nº 72/66, reuniu-se os seis Institutos de Aposentadorias e Pensões então existentes, fazendo surgir o Instituto Nacional de Previdência Social – INPS.
· No ano de 1967, o Estatuto do Trabalhador Rural foi reformulado pelo Decreto-Lei 276/67, ficando o plano de prestações limitado às assistências médica e social, suprindo-se os benefícios em dinheiro. Da mesma forma, o INPS passou a arrecadar as contribuições (vinculadas a um percentual sobre a comercialização do produto rural), transferindo-se ao adquirente a obrigação de retê-la e recolhe-la (como forma de facilitar a fiscalização).
· Do surgimento do PRÓ-RURAL e da separação dos sistemas urbano e rural de previdência: Finalmente, por meio da Lei Complementar 11/71, criou-se o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural (PRÓ-RURAL), cuja execução ficou delegada ao FUNRURAL, que passou a ter personalidade jurídica de autarquia. Por ele, o segurado trabalhador rural passou a poder contar com prestação de aposentadoria por velhice, aposentadoria por invalidez, pensão, auxílio-funeral, serviço social e serviço de saúde aos trabalhadores rurais e aos seus dependentes.
· Inicialmente, era considerado trabalhador rural apenas o produtor que trabalhava na atividade rural sem nenhum empregado. Posteriormente, os benefícios do PRÓ-RURAL foram estendidos, respectivamente, aos pescadores e aos garimpeiros (Decretos 71.498/72 e 75.208/75).
 Na verdade, como não havia sequer a possibilidade de contribuição direta, aos moldes do sistema urbano, o PRÓ-RURAL era mais um sistema assistencial do que propriamente um sistema previdenciário, pois os segurados rurais recebiam os benefícios independentemente de recolhimentos. E, por isso, restringia significativamente o rol de beneficiários. Por exemplo: apenas um membro do grupo familiar tinha direito à aposentadoria por velhice, que tinha como idade mínima 65 anos. Igualmente, a cônjuge supérstite somente faria jus à pensão por morte se demonstrasse que o falecido era incapaz.
· No ano de 1984, com o advento do Decreto 89.312/84, restou aprovada a Consolidação das Leis da Previdência Social (CLPS/84), que deu nova regulação à previdência social urbana do País.
· Da coexistência de sistemas paralelos de previdência urbana e rural e da reunificação determinada pela Constituição Federal de 1988. Desde a criação do PRÓ-RURAL, em 1971, coexistiam no Brasil dois sistemas paralelos de previdência social, rural e urbano. Com a edição da CF/88, que determinou, no art. 194, p. único, II, a “uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais”, ambos os sistemas foram reunificados no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), o que restou consolidado com a publicação da Lei 8.213/91 (art. 2º, II).
· Posteriormente, também passaram a ter lastro constitucional o Regime Próprio de Previdência Social – RPPS (art. 40 da CF/88) e o Regime Complementar de Previdência (art. 202, CF/88), já estudados.
7.2. Uniformidade e equivalência das prestações entre as populações urbanas e rurais
Dada a sua importância, a uniformidade e a equivalência das prestações entre populações urbanas e rurais é prevista pela Constituição Federal como da seguridade social (art. 194, p. único, II) e como princípio da Previdência Social pela Lei 8.213/1991 (art. 2º, II). Para evitar repetições desnecessárias, mais uma vez, remeto-os ao capítulo 1 desta FUC.
Como visto no histórico, no regime pretérito, o trabalhador rural tinha direito a meio salário mínimo a título de aposentadoria por invalidez, por velhice e pensão, além e auxílio-funeral de um salário mínimo. Ademais, não seria devida aposentadoria a mais de um componente da unidade familiar, cabendo apenas ao respectivo chefe ou arrimo. Por outro lado, o regime era não-contributivo, à exceção da contribuição cobrada do empregado de empresa agroindustrial ou agrocomercial que, emboraprestando exclusivamente serviço de natureza rural, era considerado segurado da Previdência Social Urbana (art. 6º, § 4º, CLPS/84).
Extinguindo estas diferenciações no plano da proteção social, o trabalhador rural pôde ser enquadrado nas categorias de segurado empregado, empregado avulso, contribuinte individual ou segurado especial rural, ainda que com algumas peculiaridades previstas no texto constitucional e na legislação que serão estudadas em capítulo próprio.
#DEOLHONASÚMULA #TNU #DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA #STJ.
Súmula 24 da TNU: “O tempo de serviço do segurado trabalhador rural anterior ao advento da Lei nº 8.213/91, sem o recolhimento de contribuições previdenciárias, pode ser considerado para a concessão de benefício previdenciário do Regime Geral de Previdência Social (RGPS), exceto para efeito de carência, conforme a regra do art. 55, §2º, da Lei nº 8.213/91”. 
Para o STJ, “em se cuidando de hipótese em que o segurado pretende averbar tempo em que exerceu atividade rural para fins de concessão de aposentadoria urbana por tempo de serviço, no mesmo regime de previdência a que sempre foi vinculado, não é exigível o recolhimento das contribuições relativamente ao tempo de serviço rural exercido anteriormente à entrada em vigor da Lei n. 8.213/1991, desde que cumprida a carência” (REsp 647.875-SC).
Contudo, “nas hipóteses em que o servidor público busca a contagem de tempo de serviço prestado como trabalhador rural para fins de contagem recíproca, é preciso recolher as contribuições previdenciárias pertinentes que se buscam averbar, em razão do disposto nos arts. 94 e 96, IV, da Lei 8.213/1991” (AgRg no REsp 1360119/SP). 
Essa última situação, refere-se à Súmula 10 da TNU: “O tempo de serviço rural anterior à vigência da Lei nº. 8.213/91 pode ser utilizado para fins de contagem recíproca, assim entendida aquela que soma tempo de atividade privada, rural ou urbana, ao de serviço público estatutário, desde que sejam recolhidas as respectivas contribuições previdenciárias”.
7.3. Categorias de segurado trabalhador rural 
Ao longo do estudo da relação jurídica de previdência social, dos benefícios ofertados, bem como das contribuições previdenciárias, veremos que há situações em que será dado um tratamento diferenciado ao trabalhador rural. Destacaremos, aqui, algumas observações a fim de introduzir o tema.
· Empregado Rural: A primeira espécie é o “empregado rural” que, nos termos do art. 11, I, “a”, da LBPS, seria aquele que presta serviço de natureza rural a terceiro, com subordinação e mediante remuneração. Qualificado, para fins previdenciários, como segurado obrigatório. Logo, o empregado rural tem que preencher os seguintes requisitos: (i) pessoalidade (pessoa física); (ii) continuidade e não eventualidade (não pode ser episódico, ocasional); (iii) subordinação (aguardando ou executando ordens do empregador); (iv) onerosidade (não existe contrato de trabalho gratuito).
· Trabalhador Rural Eventual (Contribuinte Individual): Aqui se enquadram todos os rurícolas que laboram em imóveis com área superior a quatro módulos fiscais ou que, mesmo sendo inferior, contam com o auxílio de empregados ou prepostos. Também são enquadrados como contribuintes individuais todos aqueles sujeitos a uma das excludentes previstas nos §§9º e 10 do mesmo artigo 11 (membro de grupo familiar que possuir outra fonte de renda não excepcionada pela própria LBPS ou quando inobservados os limites por ela estabelecidos). Igualmente, os empresários rurais e os diretores de cooperativas e condomínios rurais que recebam remuneração e, por fim, todo aquele que presta serviço de natureza rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego (“diarista”).
· Trabalhador Rural Avulso: O inciso VI do citado artigo 11 da LBPS define o “trabalhador avulso” como aquele que presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza rural definidos no Regulamento. Ganha destaque que o Regulamento da Previdência Social (aprovado pelo Dec. 2.172/97) condiciona que o trabalho seja prestado com intermediação obrigatória do sindicato da categoria ou do órgão gestor de mão-de-obra, conforme a Lei 8.630/95. 
· Segurado Especial Rural: A CF/88, em seu artigo 195, § 8º, prevê que “o produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei”. 
É segurado obrigatório da Previdência Social como segurado especial a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de: a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; 2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida; b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo (art. 11, VII, da Lei 8.213/91).
O segurado especial não pode se enquadrar, simultaneamente, como segurado obrigatório ou facultativo do RGPS ou, então, segurado do RPPS. Pode contribuir facultativamente, conforme previsto no art. 39, II, da Lei 8.213/91, para obter outros benefícios previstos na lei, desde que o faça de maneira idêntica aos segurados urbanos (20% até o valor do teto). Cumprindo esta regra, o segurado não terá dupla filiação (segurado especial e facultativo), mas será segurado especial com plano de previdência mais amplo. 
Obs.: O segurado especial, mesmo que contribua facultativamente, não faz jus à aposentadoria especial, restrita ao segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual filiado à cooperativa de trabalho ou de produção.
#LEISECA
Art. 39, Lei 8.213/91 - Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do caput do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão: (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86 desta Lei, desde que comprovem o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido, observado o disposto nos arts. 38-A e 38-B desta Lei; ou (Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
II - dos benefícios especificados nesta Lei, observados os critérios e a forma de cálculo estabelecidos, desde que contribuam facultativamente para a Previdência Social, na forma estipulada no Plano de Custeio da Seguridade Social.
Parágrafo único. Para a segurada especial fica garantida a concessão do salário-maternidade no valor de 1 (um) salário mínimo, desde que comprove o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do início do benefício.
#DEOLHONASÚMULA #TNU.
Súmula 36: “Não há vedação legal à cumulação da pensão por morte de trabalhador rural com o benefício da aposentadoria por invalidez, por apresentarem pressupostos fáticos e fatos geradores distintos”. 
	DISPOSITIVOS PARA CICLOS DE LEGISLAÇÃO
	DIPLOMA
	DISPOSITIVO
	Constituição Federal de 1988
	Artigos 40, 201 e 202
	Lei 8.213/91
	Artigos 2º, 9º e39
	BIBLIOGRAFIA UTILIZADA
- AMADO, Frederico. Direito Previdenciário. Coleção Sinopse para Concursos. Salvador: Editora Juspodivum. 9ª Edição. 2018.
- AMADO, Frederico. Curso de direito e processo previdenciário. 13 ed. rev., ampl. e atual. Salvador: Editora JusPodivm, 2020.
- CAVALCANTE, Márcio André Lopes. Buscador Dizer o Direito, Manaus. Disponível em: 
< https://www.buscadordizerodireito.com.br>.
- Resumos Prova Oral TRF 5
FUNPRESP-EXE
 Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Executivo
 Para os servidores públicos titulares de cargo efetivo do Poder Executivo, por meio de ato do Presidente da República.
FUNPRESP-LEG
 Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Legislativo 
 Para os servidores públicos titulares de cargo efetivo do Poder Legislativo e do Tribunal de Contas da União e para os membros deste Tribunal, por meio de ato conjunto dos Presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
FUNPPRESP-JUD
 Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal do Poder Judiciário
 Para os servidores públicos titulares de cargo efetivo e para os membros do Poder Judiciário, por meio de ato do Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Previdência Social no Brasil
Planos básicos
Regime Geral de Previdência Social
Regimes Próprios de Previdência Social
Planos complementares
Regime Privado
Regimes Especiais*
Aberto
Regime Público
Fechado
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