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Prévia do material em texto

Juizados	Especiais	Cíveis	-	Comentários	à	legislação
©	Fernando	Augusto	de	Vita	Borges	de	Sales
J.	H.	MIZUNO	2019
Revisão:	Paulo	de	Moraes
Dados	Internacionais	de	Catalogação	na	Publicação	(CIP)	(eDOC	BRASIL,	Belo	Horizonte/MG)
S163j					Sales,	Fernando	Augusto	de	Vita	Borges	de.	Juizados	especiais	cíveis:	comentários	à	legislação	/	Fernando	Augusto	de	Vita	Borges	de	Sales.	–	Leme	(SP):	JH	Mizuno,	2019.	272	p.	:	16	x	23	cm	Inclui	bibliografia	ISBN	978-85-7789-427-7	1.	Acesso	à	justiça	–	Brasil.	2.	Juizados	especiais	cíveis	-	Brasil.	I.	Título.	CDD	347.81067
Elaborado	por	Maurício	Amormino	Júnior	–	CRB6/2422
Nos	termos	da	lei	que	resguarda	os	direitos	autorais,	é	expressamente	proibida	a
reprodução	total	ou	parcial	destes	textos,	inclusive	a	produção	de	apostilas,	de
qualquer	forma	ou	por	qualquer	meio,	eletrônico	ou	mecânico,	inclusive	através
de	processos	xerográficos,	reprográficos,	de	fotocópia	ou	gravação.
Qualquer	reprodução,	mesmo	que	não	idêntica	a	este	material,	mas	que
caracterize	similaridade	confirmada	judicialmente,	também	sujeitará	seu
responsável	às	sanções	da	legislação	em	vigor.
A	violação	dos	direitos	autorais	caracteriza-se	como	crime	incurso	no	art.	184	do
Código	Penal,	assim	como	na	Lei	n.	9.610,	de	19.02.1998.
O	conteúdo	da	obra	é	de	responsabilidade	do	autor.	Desta	forma,	quaisquer
medidas	judiciais	ou	extrajudiciais	concernentes	ao	conteúdo	serão	de	inteira
responsabilidade	do	autor.
Todos	os	direitos	desta	edição	reservados	à
JH	MIZUNO
Rua	Prof.	Mário	Zini,	880	–	Cidade	Jardim	–	CEP:	13614-230	–	LEME/SP
Fone/Fax:	(0XX19)	3571-0420
Visite	nosso	site:	www.editorajhmizuno.com.br
e-mail:	atendimento@editorajhmizuno.com.br
Impresso	no	Brasil
Printed	in	Brazil
Agradecimentos
Quero	agradecer	a	Deus	e	aos	meus	Pais,	Valmir	e	Beth.	À	minha	esposa	e
companheira	Patrícia.	À	Mariana,	minha	irmã	querida.	Aos	amigos	de	advocacia
e	de	docência	Marcel	Kléber	Mendes,	Magda	Torquato	de	Araújo,	Marco
Aurélio	Sanches,	Ricardo	Manssini,	Amira	Abdo,	Vander	Brusso	da	Silva,
Geancarlos	Lacerda	Prata,	Vanessa	Vieira	de	Mello,	Evandro	Anibal,	Marco
Lorencini,	Glauco	Baub	Boschi,	Paulo	Henrique	de	Oliveira,	Cibele	Mara
Dugaich	e	Andrea	Wild.	À	toda	equipe	da	Editora	JHMizuno.	Agradecimento
especial	a	Patrícia	de	Rosa	Pucci,	amiga	de	todas	as	horas.
Dedicatória
Dedico	este	livro	ao	Dr.	Mauro	Russo,	que	me	deu	a	primeira	oportunidade
profissional	no	mundo	do	Direito,	e	com	quem	muito	aprendi	sobre	a	arte	da
advocacia.
Para	Lorena,	como	sempre.
“Aquele	que	habita	no	esconderijo	do	Altíssimo,	à	sombra	do	Onipresente
descansará”.	(Salmos,	91:1)
Apresentação
Caro	leitor,
É	com	muito	orgulho	que	vejo	essa	nova	obra	ganhar	corpo	e	vir	à	luz,	podendo
dividi-la	com	você,	esperando	que	lhe	seja	útil,	tanto	nos	estudos	acadêmicos
como	na	utilização	prática	do	dia	a	dia	do	profissional	do	Direito.
O	juizado	especial	cível	contempla,	hoje,	uma	importante	parcela	do	sistema
processual	brasileiro.	Para	mim,	o	JEC	tem	um	significado	especial,	pois	foi
onde	iniciei	meu	aprendizado	nas	lides	forenses,	por	volta	de	1992	quando,
recém-formado	e	inscrito	nos	quadros	da	OAB,	passei	a	cuidar	das	ações	de
“pequenas	causas”	do	escritório	do	saudoso	Dr.	Antonio	Russo,	ainda	na	égide
da	Lei	nº	7.244/1984.	(Foi	de	minha	autoria	o	primeiro	mandado	de	segurança
impetrado	no	âmbito	dos	Juizados	no	Estado	de	São	Paulo	–	e	no	Colégio
Recursal	central	ninguém	sabia	como	proceder	com	ele…).	Fazíamos	as
audiências	no	período	da	noite	–	elas	começavam	às	18	horas	e	não	tinham	hora
para	acabar	(e	eu	me	lembro	de	um	dia	sair	do	JEC	do	fórum	regional	de	Santo
Amaro,	em	São	Paulo,	depois	das	23h00!)	–	meio	que	na	base	do	improviso.
Sobreveio	a	Lei	nº	9.099/1995,	e	as	pequenas	causas	viraram	juizados	especiais
cíveis,	que	ganharam	estrutura	e	se	“profissionalizaram”.
Por	conta	disso	tudo,	fazer	um	livro	sobre	o	JEC	sempre	foi	um	sonho.	Iniciei
esse	projeto	há	algum	tempo,	mas	ele	acabou	sendo	engavetado,	em	razão	de
outros	mais	urgentes.	Mas,	agora,	finalmente,	levei-o	a	cabo	e,	com	o	apoio	da
Editora	JH	Mizuno,	ele	se	torna	realidade.
Na	presente	obra,	comentamos	apenas	a	parte	cível	(arts.	1º	ao	59)	da	Lei	nº
9.099/1995,	artigo	por	artigo,	parágrafo	por	parágrafo,	acrescentando	e	fazendo
remissão	à	legislação	pertinente,	bem	como	aos	enunciados	do	FONAJE	e	do
FONAJEF,	súmulas	dos	Tribunais	Superiores,	entre	outros.	Além	disso,	e	como
bônus,	comentamos	também	as	Leis	nº	12.153/2009	(Juizados	Especiais	da
Fazenda	Pública)	e	nº	10.259/2001	(Juizados	Especiais	Federais).	E	tudo	isso	de
acordo	com	o	novo	Código	de	Processo	Civil!
O	objetivo,	como	sempre,	é	ser	simples,	pretendendo	mais	facilitar	do	que
complicar,	produzindo	uma	ferramenta	funcional,	e	não	um	mero	exercício
acadêmico.	E,	como	sempre,	esperamos	tê-lo	alcançado.
Saudações!
São	Paulo,	junho	de	2018.
O	autor.
Lista	de	abreviações
ADCT	–	Atos	das	Disposições	Constitucionais	Transitórias
BACEN	–	Banco	Central	do	Brasil
CC	–	Código	Civil
CDC	–	Código	de	Defesa	do	Consumidor
CF	–	Constituição	Federal
CLT	–	Consolidação	das	Leis	do	Trabalho
CP	–	Código	Penal
CPC	–	Código	de	Processo	Civil
CTN	–	Código	Tributário	Nacional
DRT	–	Delegacia	Regional	do	Trabalho
EAOAB	–	Estatuto	da	Advocacia	e	da	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil
FONAJE	–	Fórum	Nacional	dos	Juizados	Especiais
FONAJEF	–	Fórum	Nacional	dos	Juizados	Especiais	Federais
FPPC	–	Fórum	Permanente	de	Processualistas	Civis
JEC	–	Juizados	Especiais	Cíveis
JEFP	–	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública
JEF	–	Juizados	Especiais	Federais
LACP	–	Lei	da	ação	civil	pública
LAP	–	Lei	da	ação	popular
LArb	–	Lei	da	Arbitragem
LF	–	Lei	de	Recuperação	e	Falências
LI	–	Lei	do	Inquilinato
LINDB	–	Lei	de	Introdução	às	Normas	do	Direito	Brasileiro
LMS	–	Lei	do	mandado	de	segurança
par.	único	–	Parágrafo	único
RPV	–	Requisição	de	pequeno	valor
STJ	–	Superior	Tribunal	de	Justiça
STF	–	Supremo	Tribunal	Federal
TJ	–	Tribunal	de	Justiça
TRF	–	Tribunal	Regional	Federal
TRT	–	Tribunal	Regional	do	Trabalho
TST	–	Tribunal	Superior	do	Trabalho
TRJEFSP	–	Turma	Recursal	dos	Juizados	Especiais	Federais	de	São	Paulo
TUJEF	–	Turma	de	uniformização	de	interpretação	do	Juizado	Especial
Federal.
Sumário
PARTE	I.
Apontamentos	sobre	o	sistema	dos	Juizados	Especiais
1.	Dos	Juizados	Especiais	de	Pequenas	Causas	aos	Juizados	Especiais	Cíveis:
um	pouco	de	história
2.	A	Lei	nº	9.099/1995	e	os	Juizados	Especiais	Cíveis
3.	A	Lei	nº	12.153/2009	e	os	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública
3.1.	O	sistema	dos	Juizados	Especiais	estaduais
4.	A	Lei	nº	10.259/2001	e	os	Juizados	Especiais	Federais
PARTE	II.
Comentários	à	Lei	9.099/1995	–	Juizados	Especiais	Cíveis
Art.	1º
Art.	2º
Art.	3º
Art.	4º
Art.	5º
Art.	6º
Art.	7º
Art.	8º
Art.	9º
Art.	10
Art.	11
Art.	12
Art.	13
Art.	14
Art.	15
Art.	16
Art.	17
Art.	18
Art.	19
Art.	20
Art.	21
Art.	22
Art.	23
Art.	24
Art.	25
Art.	26
Art.	27
Art.	28
Art.	29
Art.	30
Art.	31
Art.	32
Art.	33
Art.	34
Art.	35
Art.	36
Art.	37
Art.	38
Art.	39
Art.	40
Art.	41
Art.	42
Art.	43
Art.	44
Art.	45
Art.	46
Art.	47
Art.	48
Art.	49
Art.	50
Art.	51
Art.	52
Art.	53
Art.	54
Art.	55
Art.	56
Art.	57
Art.	58
Art.	59
PARTE	III.
Comentários	à	Lei	nº	12.153/2009	–	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública
Art.	1º
Art.	2º
Art.	3º
Art.	4º
Art.	5º
Art.	6º
Art.	7º
Art.	8º
Art.	9º
Art.	10
Art.	11
Art.	12
Art.	13
Art.	14
Art.	15
Art.	16
Art.	17
Art.	18
Art.	19
Art.	20
Art.	21
Art.	22
Art.	23
Art.	24
Art.	25
Art.	26
Art.	27
Art.	28
PARTE	IV.
Comentários	à	Lei	nº	10.259/2001	–	Juizados	Especiais	Cíveis	Federais
Art.	1º
Art.	2º
Art.	3º
Art.	4º
Art.	5º
Art.	6º
Art.	7º
Art.	8º
Art.	9º
Art.	10
Art.	11
Art.	12
Art.	13
Art.	14
Art.	15
Art.	16
Art.	17
Art.	18
Art.	19
Art.	20
Art.	21
Art.	22
Art.	23
Art.	24
Art.	25
Art.	26
Art.	27
PARTE	V.
Revisão	de	conteúdo:	Questões	de	concursos	referentes	aos	Juizados
Especiais
PARTE	VI.
Referências	bibliográficas
APÊNDICEaplicáveis	no	JEC,	por	incompatibilidade
procedimental.
FONAJE,	enunciado	163.
Os	procedimentos	de	tutela	de	urgência	requeridos	em	caráter	antecedente,
na	forma	prevista	nos	arts.	303	a	310	do	CPC/2015,	são	incompatíveis	com	o
Sistema	dos	Juizados	Especiais.
Tutelas	provisórias	e	multa	cominatória.
No	deferimento	das	tutelas	provisórias,	o	juiz	poderá	estabelecer	multa	diária
pelo	seu	descumprimento	(CPC/2015,	art.	297).
A	multa	cominada	será	revertida	em	favor	do	autor,	podendo	ser	executada	antes
mesmo	do	trânsito	em	julgado	da	sentença,	sendo	cabível	desde	o
descumprimento	da	medida,	não	estando	limitada	ao	valor	de	40	salários
mínimos.
FONAJE,	enunciado	22.
A	multa	cominatória	é	cabível	desde	o	descumprimento	da	tutela
antecipada,	nos	casos	dos	incisos	V	e	VI,	do	art.	52,	da	Lei	nº	9.099/1995.
FONAJE,	enunciado	120.
A	multa	derivada	de	descumprimento	de	antecipação	de	tutela	é	passível	de
execução	mesmo	antes	do	trânsito	em	julgado	da	sentença.
FONAJE,	enunciado	144.
A	multa	cominatória	não	fica	limitada	ao	valor	de	40	salários	mínimos,
embora	deva	ser	razoavelmente	fixada	pelo	Juiz,	obedecendo	ao	valor	da
obrigação	principal,	mais	perdas	e	danos,	atendidas	as	condições
econômicas	do	devedor.
Requisitos	do	pedido.
Como	vimos	acima,	no	procedimento	do	JEC,	do	pedido	não	se	exigem	os
rigores	de	uma	petição	inicial.
O	pedido	deve	ser	deduzido	em	forma	simples	e	em	linguagem	acessível,
especialmente	se	a	causa,	pelo	seu	valor,	não	exigir	a	representação	por
advogado	(art.	9º,	primeira	parte).
Os	requisitos	do	pedido	são:
1)	identificação	das	partes	,	que	são	os	elementos	subjetivos	da	demanda,
contendo	o	nome,	a	qualificação	e	o	endereço	do	autor	e	do	réu.	Isso	é
importante	para	que	se	possa	individualizar	e	identificar	a	ação	e	para	que	se
possa	aferir	a	legitimidade;
2)	causa	de	pedir	,	apontando	os	fatos	e	os	fundamentos	do	pedido,	de	forma
sucinta,	mas	que	permita	compreender	a	lide,	propiciando	a	garantia	ao
contraditório	e	à	ampla	defesa;	e,
3)	pedido	,	delimitando	o	objeto	da	ação	e	o	seu	valor.
FONAJE,	enunciado	39.
Em	observância	ao	art.	2º	da	Lei	nº	9.099/1995,	o	valor	da	causa
corresponderá	à	pretensão	econômica	objeto	do	pedido.
Pedido	genérico.
Pedido	genérico	é	aquele	que	não	se	pode	determinar	no	início	do	processo,	por
não	dispor,	ainda,	de	todos	os	elementos	necessários	para	mensurar	a	extensão	da
obrigação,	como	ocorre	nas	ações	de	ato	ilícito,	em	que	o	valor	depende	de
fatores	ainda	não	ocorridos	(como,	por	exemplo,	a	alta	médica	para	saber	o	valor
total	da	conta	do	hospital).
O	procedimento	do	JEC	admite	o	pedido	genérico,	embora	o	juiz,	ao	julgar,
deverá	liquidá-lo	(art.	38,	par.	único).
Pedido	oral.
Pelo	princípio	da	oralidade,	admite-se	que	o	pedido	seja	deduzido	oralmente	(art.
14).
Quando	o	pedido	for	deduzido	oralmente,	a	Secretaria	do	Juizado	deverá	reduzi-
lo	a	termo,	ou	seja,	“colocá-lo	no	papel”,	de	sorte	a	documentá-lo.
Pedidos	alternativos.
O	pedido	alternativo	tem	lugar	quando	a	obrigação	que	se	pretende	que	se
cumpra	é	alternativa	(CC,	arts.	252	a	256).
Obrigações	alternativas	são	aquelas	que	permitem	o	seu	cumprimento	por	mais
de	uma	forma,	cuja	escolha,	em	geral,	cabe	ao	devedor,	salvo	estipulação
contratual	em	sentido	contrário.
O	procedimento	do	JEC	admite	pedidos	alternativos,	conforme	permissão	desse
art.	15	em	comento.
Pedidos	cumulativos.
Cumular	pedidos	é	juntar	vários	pedidos	num	mesmo	processo.
Verdadeiramente,	se	trata	de	cumulação	de	ações,	porque	cada	pedido	cumulado
se	refere	a	uma	ação,	que	poderia	ser	deduzido	individual	e	independentemente
em	demanda	própria.
A	autorização	da	lei	que	permite	ao	autor	cumular	pedidos	decorre	do	princípio
da	economia	processual,	evitando,	destarte,	a	proliferação	de	demandas.
No	sistema	do	JEC,	admite-se	a	cumulação	de	pedidos,	desde	que	eles	sejam
conexos.	Além	disso,	no	caso	do	inciso	I	do	art.	3º,	a	soma	do	valor	dos	pedidos
cumulados	não	pode	ultrapassar	ao	limite	de	40	salários	mínimos.
Recebendo	o	pedido.
O	pedido	é	apresentado	na	forma	do	art.	14,	não	estando	sujeito	a	distribuição
nem	a	autuação,	mas	deve	ser	registrado.	Ato	contínuo,	a	Secretaria	deverá
designar	audiência	de	conciliação,	citando-se	o	réu	na	forma	do	art.	18.
Em	regra,	o	pedido	não	é	submetido	previamente	à	apreciação	do	juiz,	não
havendo	necessidade	de	despachá-lo.	A	exceção	fica	por	conta	dos	pedidos	em
que	há	requerimento	de	tutela	provisória	ou	em	casos	de	improcedência	liminar
do	pedido.
Improcedência	liminar	do	pedido	(CPC/2015,	art.	332).
Improcedência	é	a	rejeição	da	pretensão	do	autor.	Improcedência	liminar	é
aquela	que	ocorre	logo	no	início	do	processo,	in	limine	litis	(no	começo	da	lide),
antes	da	citação	do	réu.
Ajuizada	e	distribuída	a	ação,	o	juiz,	verificando	a	ocorrência	das	hipóteses	do
art.	332	do	CPC/2015,	deverá	julgar	improcedente	o	pedido.	Não	se	trata	de	ato
discricionário	nem	de	uma	faculdade	do	juiz,	mas	de	imposição	legal	(…o	juiz…
julgará	liminarmente	improcedente	o	pedido…).
São	cinco	as	hipóteses	previstas	no	CPC/2015	em	que	haverá	a	improcedência
liminar.	Quatro	delas	(previstas	no	caput	do	art.	332)	decorrem	da	aplicação	de
precedentes	da	jurisprudência:	I)	quando	o	pedido	contrariar	súmula	do	STF	ou
STJ;	II)	quando	contrariar	acórdão	do	STF	ou	STJ	em	julgamento	de	recursos
repetitivos;	III)	quando	contrariar	decisão	do	STF	ou	STJ	em	incidente	de
demandas	repetitivas	ou	de	assunção	de	competência;	IV)	quando	contrariar
súmula	do	tribunal	de	justiça	sobre	direito	local.	A	quinta	hipótese,	prevista	no	§
1º,	do	art.	332,	ocorre	nos	casos	de	reconhecimento	de	prescrição	ou	decadência.
Além	disso,	a	improcedência	liminar	só	pode	ocorrer	nas	causas	que	dispensam
a	fase	instrutória,	ou	seja,	em	ações	que	versem	sobre	matéria	de	direito	ou,	se	de
fato,	que	seja	provada	apenas	por	prova	documental.
Se	a	ação	demanda	instrução	processual	com	a	produção	de	outras	provas
(testemunhal	ou	pericial)	não	será	possível	julgar	liminarmente	a	improcedência.
É	importante	salientar	que	o	instituto	da	improcedência	liminar	do	pedido,	do
art.	332	do	CPC/2015,	tem	aplicação	nos	procedimentos	do	Juizado	Especial
Cível,	conforme	entendimento	do	enunciado	101	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	101.
O	art.	332	do	CPC/2015	aplica-se	ao	Sistema	dos	Juizados	Especiais;	e	o
disposto	no	respectivo	inc.	IV	também	abrange	os	enunciados	e	súmulas	de
seus	órgãos	colegiados	(nova	redação	–	XXXVIII	Encontro	–	Belo
Horizonte-MG).
O	objetivo	desse	dispositivo	legal	é	abreviar	a	atuação	judicial	quando	se	trata	de
ações	repetitivas	(que	possuem	o	mesmo	fundamento	e/ou	objeto,	embora	entre
partes	diferentes),	que,	em	sua	maioria,	são	ações	que	envolvem	relações	de
consumo.
Ora,	se	a	ação	vai	ser	mesmo	julgada	improcedente,	não	há	sentido	em	se
despender	tempo	e	dinheiro	do	Poder	Judiciário	só	para	instruí-la	com	atos
inúteis	(citação	e	resposta	do	réu,	designação	de	audiência,	etc.).
Vale	ressaltar,	desde	logo,	não	haver	nada	de	errado	ou	de	inconstitucional	com	o
referido	dispositivo	legal.	Não	há	afronta	ao	princípio	do	contraditório,	como
pretendem	alguns.
É	que	o	julgamento	de	plano	só	pode	ocorrer	quando	for	caso	de	improcedência
da	ação,	não	havendo	qualquer	prejuízo	para	o	réu	ou	para	a	defesa.	Como
ensina	Luiz	Guilherme	Marioni	(2007:	364),
o	réu	é	o	principal	beneficiado	pelo	instituto	do	julgamento	liminar	das
ações	repetitivas,	uma	vez	que	fica	dispensada	de	convencer	o	juízo	de
primeiro	grau	a	respeito	da	improcedência.
Esse	entendimento	é	perfilhado	por	Fredie	Didier	Jr.	(2007:	420):
não	há	qualquer	violação	à	garantia	do	contraditório,	tendo	em	vista	que	se
trata	de	um	julgamento	de	improcedência.	O	réu	não	precisa	ser	ouvido
para	sair	vitorioso.	Não	há	qualquer	prejuízo	para	o	réu	decorrente	da
prolação	de	uma	decisão	que	lhe	favoreça.
Comparecimento	conjunto	das	partes.
Se,	a	fim	de	solucionar	o	litígio	existente,	as	partes	comparecerem
conjuntamente	perante	o	Juizado,	será	instaurada,	imediatamente,	a	sessão	de
conciliação	(art.	21).
Nesse	caso,	não	haverá	necessidadede	registro	prévio	–	o	registro	será	feito
posteriormente	–	nem	de	citação	–	por	conta	do	comparecimento	espontâneo	do
réu.
No	caso	de	comparecimento	conjunto,	conforme	divisado	no	caput,	em	havendo
pedido	contraposto,	o	juiz	poderá	dispensar	a	formalidade	da	contestação	e
apreciar	ambos	os	pedidos	na	mesma	sentença.
Na	realidade,	o	que	vai	ocorrer	é	que,	se	não	for	possível	obter	a	conciliação,
cada	parte	deduzirá	a	sua	pretensão,	o	juiz	as	analisará	e	decidirá.
Citação.
Citação	é	o	ato	pelo	qual	o	juízo	comunica	ao	réu	a	existência	de	uma	ação
contra	ele,	possibilitando-o	de	se	defender.	Através	da	citação	se	garante	o
contraditório,	princípio	constitucional	estampado	na	CF,	art.	5º,	LV.
A	citação	é	pressuposto	de	constituição	e	desenvolvimento	válido	do	processo,
sem	o	qual	o	processo	não	pode	prosseguir,	sendo	que	a	ausência	de	citação
válida	acarreta	a	nulidade	do	processo.
Para	ser	válida,	a	citação	deve	ser	feita	na	forma	da	lei.	No	caso,	o	art.	18,	em
comento,	estabelece	as	formas	pela	qual	a	citação	deverá	ser	realizada	no
procedimento	do	JEC.
Formas	de	citação.
No	procedimento	do	JEC,	a	citação	pelo	correio	é	a	regra.	Ela	se	faz	através	de
uma	carta	de	citação	expedida	pelo	juízo	ao	endereço	do	réu	com	aviso	de
recebimento	(AR).
O	AR	é	o	comprovante	de	que	a	correspondência	foi	efetivamente	entregue	no
endereço	declinado.	Ele	deverá	sempre	identificar	o	recebedor,	sendo	devolvido
ao	cartório	para	posterior	juntada	aos	autos,	fazendo	prova	da	citação.
Se	o	AR	não	identificar	o	recebedor,	temos	que	a	citação	não	se	aperfeiçoou.
Quando	frustrada	a	tentativa	de	citação	pelo	correio,	ou	for	ela	invalidada	pelo
juízo,	far-se-á	a	citação	por	oficial	de	justiça.	Também	se	fará	assim	se	a	parte
autora	requerer	na	petição	inicial.	Para	a	citação	por	oficial	de	justiça	não	há	a
necessidade	da	expedição	de	mandado	de	citação,	bastando	apenas	a	contrafé	a
ser	entregue	ao	réu.
As	diligências	a	serem	efetuadas	pelos	oficiais	de	justiça,	mesmo	em	cartas
precatórias,	independem	do	pagamento	de	custas.
FONAJE,	enunciado	44.
No	âmbito	dos	Juizados	Especiais,	não	são	devidas	despesas	para	efeito	do
cumprimento	de	diligências,	inclusive,	quando	da	expedição	de	cartas
precatórias.
Citação	pessoal	do	réu	pessoa	física.
Como	regra	geral,	a	citação,	para	ser	válida,	deve	ser	feita	ao	réu,	pessoalmente,
mesmo	–	e	principalmente	–	quando	realizada	pelo	correio.
O	inciso	I	desse	art.	18	estabelece	peremptoriamente	que	a	correspondência	deve
ser	entregue	em	mão	própria.	Logo,	no	caso	de	réu	pessoa	física,	o	AR	assinado
por	pessoa	diversa	não	deveria	ser	considerado	válido.
Todavia,	o	enunciado	5	do	FONAJE	revela	entendimento	diferente,	admitindo
que	a	simples	entrega	da	carta	de	citação	no	endereço	do	réu,	desde	que	o
recebedor	seja	identificado,	torna	eficaz	o	ato.
FONAJE,	enunciado	5.
A	correspondência	ou	contrafé	recebida	no	endereço	da	parte	é	eficaz	para
efeito	de	citação,	desde	que	identificado	o	seu	recebedor.
Citação	do	réu	pessoa	jurídica	e	a	teoria	da	aparência.
A	citação	da	pessoa	jurídica	se	perfaz	com	o	simples	recebimento	da	contrafé
pela	pessoa	encarregada	da	recepção,	desde	que	identificada.	Desta	forma,	não
se	exige	que	a	citação	seja	feita	ao	representante	legal	da	pessoa	jurídica,	mas
tão	somente	a	quem	aparenta	ter	esse	poder.
A	ideia	é	que,	se	a	pessoa	jurídica	confiou	a	importante	tarefa	de	receber	as
correspondências	a	ela	dirigidas	a	uma	dada	pessoa,	é	porque	essa	pessoa	tem
poderes	para	receber	a	citação.
Trata-se	da	teoria	da	aparência,	já	pacificada	em	nossos	tribunais	e	positivada
por	meio	do	inciso	II	do	art.	18	em	comento.
Requisitos	da	citação.
Para	que	a	citação	se	aperfeiçoe,	ela	deve	atender	aos	requisitos	estabelecidos
nesse	§	1º,	sem	os	quais	a	citação	será	nula.
É	necessário	que	contenha	cópia	do	pedido,	para	que	o	réu	saiba	o	que	está
sendo	pretendido	contra	ele,	e	assim	poder	se	defender.	Deve	indicar,
precisamente,	o	dia	e	a	hora	(e	o	local)	da	audiência	de	conciliação	(art.	21)	à
qual	o	réu	deve	comparecer.	Deve,	ainda,	alertar	o	réu	sobre	os	efeitos	da	revelia
(art.	20)	e	do	julgamento	imediato	(art.	23).
Tratando-se	de	ação	que	envolva	relação	de	consumo,	a	citação	deverá,	também,
trazer	a	advertência	de	que	poderá	haver	a	inversão	do	ônus	da	prova	(CDC,	art.
6º,	VIII),	como	determinado	pelo	enunciado	53	do	FONAJE.
FONAJE,	enunciado	53.
Deverá	constar	da	citação	a	advertência,	em	termos	claros,	da	possibilidade
de	inversão	do	ônus	da	prova.
Citação	por	edital.
A	citação	por	edital	é	a	forma	de	citação	para	o	réu	que	se	encontra	em	local
incerto	e	não	sabido,	ocorrendo	apenas	quando	se	esgotarem	todos	os	meios
possíveis	para	sua	localização.	Segundo	Marcus	Vinícius	Rios	Gonçalves	(2013:
346),
é	aquela	que	se	aperfeiçoa	pela	publicação	de	editais,	que,	por	sua	natureza
pública,	tornam-se	de	conhecimento	geral,	sendo	de	se	presumir	que	se
tornem	também	conhecidos	do	réu.	É	forma	de	citação	ficta,	porque	não
recebida	diretamente	pelo	réu.
O	procedimento	do	JEC,	em	razão	dos	princípios	que	o	norteiam,	e	por	se	tratar
de	causas	de	menor	complexidade,	não	admite,	em	hipótese	alguma,	a	citação
por	edital,	que	é	com	ele	incompatível.
Destarte,	na	demanda	submetida	ao	procedimento	do	JEC,	caso	o	réu	não	seja
encontrado	em	nenhum	lugar,	o	juiz	deverá	extinguir	o	processo	sem	resolução
de	mérito,	possibilitando	que	o	autor	possa	ajuizar	a	ação	perante	Justiça
Comum.
Comparecimento	espontâneo	do	réu.
O	comparecimento	espontâneo	pressupõe	que	não	tenha	havido	citação,	ou	a
citação	feita	não	foi	válida.	Se	o	réu	foi	validamente	citado,	o	seu
comparecimento	nos	autos	não	será,	obviamente,	espontâneo.
Assim,	se	o	réu	comparece	aos	autos	espontaneamente,	ele	se	dará	por	citado,
suprindo,	destarte,	a	falta	ou	a	nulidade	de	citação.
Convém	salientar	que,	se	o	réu	comparecer	aos	autos	apenas	para	alegar	a
ausência	ou	a	nulidade	da	citação,	e	o	juízo	vier	a	acolher	essa	alegação,	deverá
conceder	nova	oportunidade	para	o	réu	apresentar	sua	resposta.
Intimação.
Intimação	é	o	ato	pelo	qual	o	juízo	dá	ciência	às	partes	ou	terceiros,	dos	atos	e
termos	do	processo,	para	que	façam	ou	deixem	de	fazer	alguma	coisa.	As
intimações,	no	âmbito	do	JEC,	são	feitas	da	mesma	forma	prevista	para	a	citação
(art.	18).
Os	advogados	constituídos	nos	autos	do	processo	poderão	ser	intimados	pelo
Diário	Oficial.	Em	sendo	a	intimação	por	carta,	o	simples	recebimento	no
escritório	do	advogado,	desde	que	identificado	o	recebedor,	é	bastante	para	a
validade	do	ato.
FONAJE,	enunciado	41.
A	correspondência	ou	contrafé	recebida	no	endereço	do	advogado	é	eficaz
para	efeito	de	intimação,	desde	que	identificado	o	seu	recebedor.
Intimação	e	prazos.
A	intimação	tem	um	papel	importante	no	processo,	porque	é	a	partir	dela	que	os
prazos	começam	a	correr.	No	procedimento	do	JEC	não	é	diferente.
Deve-se	observar,	todavia,	que	há	uma	diferença	significativa	entre	a	contagem
do	prazo	no	JEC	e	no	procedimento	comum	do	CPC/2015:	no	procedimento	do
JEC,	o	prazo	conta-se	da	intimação	da	parte,	e	não	da	juntada	aos	autos	do
comprovante	(AR	ou	mandado	de	intimação).
FONAJE,	enunciado	13.
Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,	os	prazos	processuais	contam-se	da	data	da
intimação	ou	da	ciência	do	ato	respectivo,	e	não	da	juntada	do	comprovante
da	intimação	(nova	redação	–	XXXIX	Encontro	-	Maceió-AL).
Contagem	dos	prazos:	dias	corridos	ou	dias	úteis?
A	questão	mais	controvertida	até	o	momento	do	fechamento	desta	edição	diz
respeito	à	forma	da	contagem	dos	prazos	no	JEC,	se	em	dias	corridos	ou	dias
úteis.
Tal	controvérsia	surgiu	com	o	CPC/2015,	que	no	seu	art.	219	dispõe	que	os
prazos	processuais	estabelecidos	em	dias	serão	computados	apenas	pelos	dias
úteis.
Seguiu-se,	daí,	um	extenso	debate	sobre	a	aplicabilidade	de	tal	dispositivo	no
procedimento	do	JEC.	Duas	correntes	se	formaram:	a	primeira,	pela	não
aplicação	do	CPC/2015,	apoia-se	nos	princípios	informadores	do	JEC,
especialmente	o	da	celeridade	(ver	art.	2º),	ao	argumento	de	que	a	contagem	de
prazos	apenas	em	dias	úteis	atrasariao	processo.	A	segunda	corrente,	pela
aplicação	do	CPC/2015,	baseia-se	no	fato	de	que	a	Lei	nº	9.099/1995	nada
dispõe	sobre	a	forma	da	contagem	do	prazo,	de	sorte	que,	sistematicamente,
deve-se	adotar	o	que	dispuser	o	Código	de	Processo	Civil.
Nesse	momento,	a	corrente	que	está	se	sobressaindo	é	aquela	que	não	admite	a
aplicação	do	art.	219	do	CPC/2015,	respaldada	pelos	entendimentos	do	STJ,	do
CNJ	e	do	FONAJE,	como	se	vê	do	enunciado	165:
FONAJE,	enunciado	165.
Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,	todos	os	prazos	serão	contados	de	forma
contínua.
O	que	temos	hoje,	então,	é	que	os	prazos,	no	procedimento	do	JEC,	são	contados
por	dias	corridos.
Mas	a	questão	ainda	está	longe	de	ser	pacificada.	No	Congresso	Nacional
existem	dois	Projetos	de	Lei	tratando	dessa	questão.	Um,	de	iniciativa	da
Câmara	dos	Deputados	(PL	4982/2016),	estabelece	a	contagem	dos	prazos	em
dias	corridos.	O	outro,	de	iniciativa	do	Senado	Federal	(PL	36/2018),	estabelece
a	contagem	dos	prazos	em	dias	úteis.	Esse	do	Senado	está	mais	avançado,	eis
que	já	votado	e	aprovado	naquela	Casa	e	enviado,	em	12/04/2018,	para	votação
na	Câmara.
Resta	aguardar	que	nossos	legisladores	se	empenhem	em	votar	rapidamente	a
questão	para	acabar	com	essa	insegurança	que	se	instalou	no	âmbito	dos	JEC’s
em	todo	o	País.
De	qualquer	forma,	enquanto	isso	não	ocorre,	aconselhamos	aos	advogados	e
profissionais	do	Direito	a	observar	o	disposto	no	enunciado	165	do	FONAJE,
contando	os	prazos	em	dias	corridos,	até	para	que	não	tenhamos	nenhuma
surpresa	desagradável.
Procuradores	diferentes	e	prazo	em	dobro.
O	processo	civil	comum	possui	uma	regra	específica	de	que,	havendo	réus	com
diferentes	procuradores	pertencentes	a	escritórios	de	advocacia	diferentes,	o
prazo	será	computado	em	dobro	(CPC/2015,	art.	229).	Tal	regra,	no	entanto,	não
se	aplica	aos	procedimentos	do	JEC,	em	face	dos	princípios	que	os	informam,
especialmente	o	da	celeridade	(art.	2º).
Desta	forma,	mesmo	havendo	litisconsórcio	passivo,	contando	os	litisconsortes
cada	qual	com	seus	próprios	advogados,	de	escritórios	diferentes,	os	prazos
serão	contados	de	forma	simples.	Nesse	sentido,	os	enunciados	123	e	229	do
FONAJE:
FONAJE,	enunciado	123.
O	art.	191	do	CPC	não	se	aplica	aos	processos	cíveis	que	tramitam	perante	o
Juizado	Especial.	[N.	do	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	com	correspondência	no
art.	229	do	CPC/2015].
FONAJE,	enunciado	164.
O	art.	229,	caput,	do	CPC/2015	não	se	aplica	ao	Sistema	de	Juizados
Especiais.
Intimação	em	audiência.
Todos	os	atos	realizados	em	audiência	são	publicados	na	própria	audiência,
razão	pela	qual	as	partes	já	se	consideram	deles	cientes	e	intimadas	a	partir	dali,
conforme	dispõe	esse	§	1º.
É	importante	notar	que,	mesmo	que	a	parte	esteja	ausente	à	sessão,	ela	será
considerada	ciente	do	ato	praticado,	se	fora	intimada	validamente	acerca	da
audiência.
Obrigação	de	comunicar	mudança	de	endereço.
Manter	o	endereço	atualizado	no	processo	é	obrigação	das	partes.	Como	as
intimações	das	partes	serão	realizadas,	em	regra,	pelo	correio	(art.	19	c.c.	18),	a
parte	deve	manter	sempre	seu	endereço	atualizado.	Desta	forma,	qualquer
alteração	no	endereço	deve	prontamente	ser	informada	ao	juízo.
Caso	a	parte	não	comunique	nos	autos	eventual	mudança	de	endereço,	será
considerada	válida	a	intimação	enviada	para	o	endereço	anterior.
Revelia.
Revelia	é	a	condição	em	que	se	coloca	o	réu	que,	validamente	citado,	não
apresenta	contestação.	Ela	decorre,	pois,	da	ausência	do	animus	de	defesa	por
parte	do	réu.
O	efeito	da	revelia	é	fazer	presumirem-se	verdadeiros	os	fatos	alegados	pelo
autor,	presunção	essa	que	é	relativa.	-	(efeito	material	da	revelia).
O	réu	revel	pode	intervir	no	processo	a	qualquer	momento,	mas	recebe-o	no
estado	em	que	se	encontrar,	podendo	praticar	os	atos	apenas	dali	para	frente.	-
(efeito	processual	da	revelia)
Revelia	no	procedimento	do	JEC.
No	procedimento	do	JEC,	aceita	a	petição	inicial,	o	juiz	determinará	a	citação	do
réu,	e	a	sua	intimação	para	comparecer	à	audiência	de	tentativa	de	conciliação
(art.	18,	§	1º).
O	comparecimento	do	réu	à	sessão	de	conciliação	é	obrigatório.
A	sua	ausência	implica	em	revelia,	fazendo-se	presumir	verdadeiros	os	fatos
alegados	pelo	autor,	conforme	esse	art.	20	em	comento.	O	mesmo	ocorrerá	se	o
réu	deixar	de	comparecer	à	audiência	de	instrução	(art.	27).
Como	se	vê,	no	procedimento	do	JEC	a	revelia	decorre	do	não	comparecimento
do	réu	às	audiências	designadas	e	das	quais	ele	fora	intimado.	O	seu	não
comparecimento	equivale	à	ausência	do	animus	de	se	defender.
Nesse	particular,	pouco	importa	se	houve	o	oferecimento	de	contestação:	não
comparecendo	o	réu,	decreta-se-lhe	a	revelia.	Assim,	o	entendimento	do
enunciado	78	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	78.
O	oferecimento	de	resposta,	oral	ou	escrita,	não	dispensa	o	comparecimento
pessoal	da	parte,	ensejando,	pois,	os	efeitos	da	revelia.
O	só	comparecimento	do	advogado,	mesmo	portando	procuração	e	defesa	não	é
suficiente	para	elidir	a	revelia	decorrente	da	ausência	do	réu.
E	bem	a	propósito,	é	preciso	dizer	que	não	é	permitido,	por	infração	ao	Estatuto
da	Advocacia	e	do	Código	de	Ética,	que	uma	mesma	pessoa	cumule	as	funções
de	advogado	e	de	preposto,	conforme	enunciado	98	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	98.
É	vedada	a	acumulação	SIMULTÂNEA	das	condições	de	preposto	e
advogado	na	mesma	pessoa	(art.	35,	I	e	36,	II	da	Lei	8906/1994	combinado
com	o	art.	23	do	Código	de	Ética	e	Disciplina	da	OAB).
Com	a	revelia,	presumir-se-ão	verdadeiros	os	fatos	alegados	no	pedido	inicial,
podendo	o	juiz	proferir	sentença	de	imediato	(art.	23).	Tal	presunção,	no	entanto,
não	é	absoluta.	É	que	a	revelia	não	produzirá	esse	efeito	se	o	juiz	não	se
convencer	da	veracidade	dos	fatos.	Nesse	caso,	ele	poderá	determinar	ao	autor
que	produza	prova	do	alegado.
Ausência	de	defesa.
Também	implica	revelia	a	ausência	de	contestação,	nas	ações	cujo	valor	seja
superior	a	20	salários	mínimos,	mesmo	que	presente	à	sessão	a	parte-ré,
conforme	dispõe	o	enunciado	11	do	FONAJE.
FONAJE,	enunciado	11.
Nas	causas	de	valor	superior	a	vinte	salários	mínimos,	a	ausência	de
contestação,	escrita	ou	oral,	ainda	que	presente	o	réu,	implica	revelia.
Isso	se	dá,	porque	nas	causas	superiores	a	20	salários	mínimos,	a	parte	deve
obrigatoriamente	estar	assistida	por	advogado	(art.	9º),	e	a	defesa	deve,	por	ele,
ser	apresentada.
Se	a	parte-ré	comparecer	pessoalmente,	mas	desacompanhada	de	advogado,	não
poderá	fazer	a	sua	defesa	(por	ausência	do	jus	postulandi),	e	deverá	ser	declarada
revel.
Comparecimento	pessoal.
Para	todas	as	audiências	do	processo,	o	comparecimento	pessoal	das	partes	é
exigência	obrigatória	(ver	art.	9º).	As	pessoas	jurídicas	serão	representadas	por
quem	seus	atos	constitutivos	indicam	(sócios	ou	administradores),	podendo	ser
substituídos	por	prepostos	(ver	art.	9º,	§	4º).
A	ausência	do	réu	implica	em	revelia,	e	a	do	autor,	na	extinção	do	processo	(art.
51,	I).
FONAJE,	enunciado	20.
O	comparecimento	pessoal	da	parte	às	audiências	é	obrigatório.	A	pessoa
jurídica	poderá	ser	representada	por	preposto.
Conciliação.
A	conciliação	é	o	objetivo	maior	do	JEC,	como	se	vê	do	próprio	art.	21	em
comento.	Os	juízes,	togados	ou	leigos,	têm	a	obrigação	funcional	de	tentar	a
conciliação,	como	se	denota	do	verbo	no	imperativo	“esclarecerá…”.	Essa	etapa
do	processo	não	pode	ser	suprimida,	nem	ignorada.	Sobre	a	conciliação,	o	CC,
art.	840	dispõe:
CC,	art.	840.
É	lícito	aos	interessados	prevenirem	ou	terminarem	o	litígio	mediante
concessões	mútuas.
O	acordo	–	ou	transação	–	quando	se	dá	sobre	direitos	postos	em	juízo,	deve	ser
homologado	pelo	juiz,	conforme	CC,	art.	842,	parte	final:
CC,	art.	842.
A	transação	far-se-á	por	escritura	pública,	nas	obrigações	em	que	a	lei	o
exige,	ou	por	instrumento	particular,	nas	em	que	ela	o	admite;	se	recair
sobre	direitos	contestados	em	juízo,	será	feita	por	escritura	pública,	ou	por
termo	nos	autos,	assinado	pelos	transigentes	e	homologado	pelo	juiz.
Vantagens	da	conciliação.
A	conciliação	é	o	meio	mais	eficaz	–	e	rápido	–	de	se	acabar	com	um	litígio.É
também	o	meio	mais	econômico,	pois	não	haverá	o	pagamento	de	custas
processuais	(art.	54),	nem	de	eventuais	honorários	advocatícios	em	caso	de
recurso	(art.	55).
Além	disso,	para	o	autor	a	conciliação	é	importante	também	porque	não	incide	a
limitação	de	alçada	prevista	no	art.	3º,	I,	em	face	do	que	dispõe	o	§	3º	daquele
mesmo	artigo,	de	sorte	que,	em	caso	de	acordo,	o	valor	pode	exceder	aos	40
salários	mínimos.
Por	isso	mesmo	que	o	juiz,	togado	ou	leigo,	que	presidir	a	audiência	deverá
esclarecer	aos	litigantes	as	vantagens	da	conciliação.
Audiência	de	conciliação.
No	procedimento	do	JEC,	especialmente	em	face	dos	princípios	que	os
informam,	a	audiência	de	conciliação	é	ato	indispensável.	O	juiz	não	poderá
suprimi-la,	sob	nenhum	fundamento.	Então,	distribuída	a	ação	ao	Juizado
competente,	deve	ser	designada	audiência	de	conciliação,	citando-se	e
intimando-se	o	réu	a	nela	comparecer	(art.	18,	§	1º,	a	cujos	comentários
remetemos	o	leitor).
A	sessão	de	conciliação	poderá	ser	dirigida	tanto	pelo	juiz	togado	(art.	5º),
quanto	pelo	juiz	leigo	ou	pelo	conciliador	(art.	7º).	No	caso	do	conciliador,	ele
conduzirá	a	audiência	sob	orientação	do	juiz	togado	ou	do	juiz	leigo,	embora	não
seja	necessário	que	estes	estejam	presentes	à	sessão.
FONAJE,	enunciado	6.
Não	é	necessária	a	presença	do	juiz	togado	ou	leigo	na	Sessão	de
Conciliação,	nem	a	do	juiz	togado	na	audiência	de	instrução	conduzida	por
juiz	leigo.	(nova	redação	-	XXXVII	-	Florianópolis/SC).
Homologação	do	acordo.
Já	vimos	que	a	transação	levada	a	efeito,	em	se	tratando	de	direitos	contestados
em	juízo,	deve	ser	feita	mediante	termo	nos	autos,	e	homologado	pelo	juiz	(vide
comentários	ao	art.	21).
No	procedimento	do	JEC	não	é	diferente:	obtida	a	conciliação	das	partes	na
audiência,	ela	será	reduzida	a	termo	nos	autos,	e	será	homologada	pelo	juiz
togado.	Essa	homologação	se	dá	por	sentença,	da	qual	não	cabe	nenhum	recurso
(art.	41),	nem	mesmo	a	ação	rescisória	(art.	59).	Mas	poderá	ser	anulada,	em
ação	anulatória,	desde	que	presentes	as	hipóteses	do	CC,	art.	171,	II	(ver
comentários	ao	artigo	26).
Também	o	acordo	celebrado	fora	da	audiência	deverá	ser	reduzido	à	termo,	que
pode	ser	por	petição	conjunta	das	partes,	e	homologado	pelo	juiz.
A	sentença	que	homologa	o	acordo	vale	como	título	executivo	judicial,	podendo,
em	caso	de	inadimplemento,	ser	executada	no	próprio	juizado	(art.	52).
Ausência	do	réu	à	audiência	de	conciliação.
A	ausência	do	réu	à	audiência	para	a	qual	foi	devidamente	intimado	acarreta	a
sua	revelia	(art.	20,	a	cujos	comentários	remetemos	o	leitor).
O	efeito	material	da	revelia	é	de	se	fazer	presumir	verdadeiros	os	fatos	alegados
pelo	autor.	Em	razão	dessa	presunção	–	que	é	relativa	–	o	juiz	poderá	dispensar	a
produção	de	outras	provas	e	proferir	de	imediato	a	sentença,	como	autorizado
pelo	art.	23	em	comento.
Todavia,	se,	apesar	da	revelia,	o	juiz	não	estiver	convencido	dos	fatos,	poderá
determinar	ao	autor	que	faça	prova	do	alegado.
Juízo	arbitral.
A	arbitragem	é	um	método	alternativo	de	solução	de	controvérsia,	em	que	as
partes	litigantes	elegem	um	árbitro,	de	comum	acordo,	que	irá	decidir	a	questão
controversa.	A	arbitragem	está	prevista,	principalmente,	na	Lei	nº	9.307/1996
(LArb).
A	decisão	do	árbitro	é	irrecorrível	e	não	precisa	ser	homologada	pelo	juiz	(LArb,
art.	18),	só	podendo	ser	anulada	no	caso	de	vício,	nas	hipóteses	do	CC,	art.	171,
através	de	uma	ação	anulatória.
Consumidor	e	arbitragem.
Nas	relações	de	consumo,	aquelas	disciplinadas	pelo	CDC,	o	consumidor	só	se
submeterá	ao	juízo	arbitral	se	ele	o	quiser	e	desejar.	É	que	o	CDC,	art.	51,	VII,
dispõe	ser	abusiva	–	e,	pois,	nula	–	a	cláusula	contratual	que	obrigue	o
consumidor	a	se	valer	da	arbitragem.
CDC,	art.	51.
São	nulas	de	pleno	direito,	entre	outras,	as	cláusulas	contratuais	relativas	ao
fornecimento	de	produtos	e	serviços	que:
[…]
VII	–	determinem	a	utilização	compulsória	de	arbitragem;
Pela	mesma	razão,	nas	ações	de	competência	do	JEC,	o	juízo	arbitral	só	será
instaurado	se	o	autor,	quando	consumidor,	concordar,	pouco	importando	que
haja	cláusula	contratual	nesse	sentido.
Juízo	arbitral	no	JEC.
Como	regra	geral,	a	arbitragem	será	instaurada	mediante	uma	convenção	de
arbitragem,	assim	entendida	a	cláusula	compromissória	e	o	compromisso	arbitral
(LArb,	art.	3º).
Todavia,	a	instauração	do	juízo	arbitral	no	JEC	independe	de	compromisso
arbitral	prévio,	bastando	que,	não	havendo	acordo	na	audiência	de	conciliação,
as	partes	ali	optem	pela	arbitragem	e,	de	comum	acordo,	escolham	o	árbitro.
O	árbitro	será	escolhido	entre	os	juízes	leigos	(§	2º),	e	convocado	pelo	juiz
togado,	que	designará	audiência	de	instrução.
Do	árbitro.
O	árbitro	será	escolhido	pelas	partes	litigantes,	de	comum	acordo:	esse	é	um
requisito	essencial	da	arbitragem.	A	escolha	deve	recair	sobre	um	dos	juízes
leigos	que	atuam	perante	o	respectivo	juizado.
O	árbitro	deve	desempenhar	suas	funções	com	imparcialidade,	independência,
competência,	diligência	e	discrição	(LArb,	art.	13,	§	6º),	submetendo-se	às
mesmas	regras	de	impedimento	e	suspeição	dos	juízes,	na	forma	da	lei
processual	em	vigor	(LArb,	art.	14).
Quaisquer	das	partes	poderão	arguir	a	recusa	do	árbitro,	por	motivo	de	suspeição
ou	impedimento,	em	manifestação	fundamentada,	dirigida	ao	próprio	árbitro	ou
ao	presidente	do	tribunal	arbitral	(ou,	no	caso,	ao	juiz	presidente	do	JEC).
Atuação	do	arbitro	no	JEC.
No	juízo	arbitral,	o	árbitro	terá	as	mesmas	atribuições	do	juiz	na	condução	do
processo,	conforme	arts.	5º	e	6º,	ou	seja,	terá	ampla	liberdade	para	determinar	as
provas	a	serem	produzidas,	para	apreciá-las	e,	ainda,	para	dar	especial	valor	às
regras	de	experiência	comum	ou	técnica.
Além	disso,	deverá	adotar,	em	cada	caso,	a	decisão	que	julgar	mais	justa	e
equânime,	atendendo	aos	fins	sociais	da	lei	e	às	exigências	do	bem	comum.
Equidade.
Além	das	atribuições	dantes	mencionadas,	o	árbitro	também	poderá,	por
permissão	legal,	decidir	por	equidade.
Equidade	tem	o	significado	de	igualdade,	imparcialidade,	retidão,	justiça.	Mas	o
julgamento	por	equidade	é,	aqui,	tomado	no	sentido	de	se	afastar	da	norma
jurídica,	ou	seja,	do	direito	objetivo,	para	decidir	com	base	em	seus	critérios
pessoais	de	justiça.
O	nosso	sistema	processual	não	adota	a	equidade	como	regra.	Para	que	se	possa
decidir	com	base	nela	é	preciso	autorização	expressa	da	lei,	como	ocorre,	por
exemplo,	no	art.	108	do	CTN,	ou	nesse	art.	25	em	comento.
Sem	autorização	legal,	a	equidade	não	é	admitida.
Da	sentença	arbitral	no	JEC.
No	procedimento	do	JEC,	o	árbitro	elaborará	um	laudo	arbitral	e	o	submeterá	à
homologação	do	juiz	togado.	Trata-se	de	um	procedimento	próprio,	diferente	do
previsto	na	Lei	de	Arbitragem,	no	qual	a	sentença	arbitral	prescinde	de
homologação	judicial	(LArb,	art.	18).
O	prazo	para	apresentação	do	laudo	é	de	5	dias	após	o	encerramento	da
instrução.	Mas	esse	é	um	prazo	impróprio,	porque	destituído	de	sanção.
O	laudo	arbitral	deverá	conter	os	requisitos	mesmos	da	sentença	arbitral,
conforme	previsto	na	LArb,	art.	26:
LArb,	art.	26.
São	requisitos	obrigatórios	da	sentença	arbitral:
I	–	o	relatório,	que	conterá	os	nomes	das	partes	e	um	resumo	do	litígio;
II	–	os	fundamentos	da	decisão,	onde	serão	analisadas	as	questões	de	fato	e
de	direito,	mencionando-se,	expressamente,	se	os	árbitros	julgaram	por
equidade;
III	–	o	dispositivo,	em	que	os	árbitros	resolverão	as	questões	que	lhes	forem
submetidas	e	estabelecerão	o	prazo	para	o	cumprimento	da	decisão,	se	for	o
caso;	e
IV	–	a	data	e	o	lugar	em	que	foi	proferida.
Da	sentença	que	homologa	o	laudo	arbitral	não	caberá	nenhum	recurso,
conforme	dispõe	expressamente	o	art.	26,	em	comento,	na	sua	parte	final,	e
reforça	o	enunciado	7	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	7.
A	sentença	que	homologa	o	laudo	arbitral	é	irrecorrível.
Contra	ela	também	não	cabe	ação	rescisória	(art.	59).	Todavia,	ela	poderá	ser
anulada,	através	de	uma	ação	anulatória,	nas	hipóteses	próprias	para	anulação	de
qualquer	ato	jurídico,	conforme	previsto	no	CC,	art.	171,	II:
CC,	art.	171.
Alémdos	casos	expressamente	declarados	na	lei,	é	anulável	o	negócio
jurídico:
[…]
II	–	por	vício	resultante	de	erro,	dolo,	coação,	estado	de	perigo,	lesão	ou
fraude	contra	credores.
A	sentença	que	homologa	o	laudo	arbitral	é	título	executivo	judicial,	permite	a
sua	execução,	em	caso	de	inadimplemento,	perante	o	próprio	Juizado	(art.	52).
Audiência	de	instrução	e	julgamento.
A	audiência	de	instrução	e	julgamento	é	quando	se	colhe	a	prova	a	ser	produzida
pelas	partes	e	se	profere	a	sentença,	na	forma	do	art.	28.	Ela	se	segue	à	audiência
de	conciliação,	se	não	for	instituído	o	juízo	arbitral	(art.	24).
Pelos	princípios	da	concentração	dos	atos	processuais,	da	oralidade	e	da
simplicidade,	todos	os	atos	devem	ocorrer	nas	audiências,	então	o	normal	é	que	a
ação	processada	perante	o	JEC	tenha	duas	audiências	e	o	julgamento.
A	audiência	de	instrução	poderá	se	realizar	em	ato	contínuo	logo	após	a	de
conciliação,	a	não	ser	que	tal	situação	possa	causar	prejuízo	para	a	defesa,	caso
em	que	deverá	ocorrer	em	outra	data	(art.	27,	par.	único).
O	prejuízo	para	a	defesa	pode	decorrer,	por	exemplo,	da	ausência	de	testemunhas
não	intimadas	pelo	juízo	(art.	34).
FPPC,	enunciado	510.
Frustrada	a	tentativa	de	autocomposição	na	audiência	referida	no	art.	21	da
Lei	nº	9.099/1995,	configura	prejuízo	para	a	defesa	a	realização	imediata	da
instrução	quando	a	citação	não	tenha	ocorrido	com	a	antecedência	mínima
de	quinze	dias.
Adiamento	da	instrução.
Sempre	que	não	for	possível	realizar	a	audiência	de	instrução	em	seguida	da
sessão	de	conciliação	–	principalmente	por	conta	da	possibilidade	de	causar
prejuízo	para	a	defesa	–	o	juiz	deverá	adiá-la.
Determina	a	lei,	nesse	parágrafo	único	em	comento,	que	a	audiência	deverá	ser
designada	para	um	dos	15	dias	subsequentes	à	audiência	de	conciliação.
Sabe-se	que,	por	conta	do	excesso	e	acúmulo	de	processos	no	Poder	Judiciário,
em	nível	nacional,	nem	sempre	será	possível	atender	a	esse	comando	legal,	por
não	haver	condição	de	acomodá-la	na	pauta	já	existente.	Por	isso	mesmo	que	não
há	qualquer	tipo	de	sanção	para	a	sua	não	observância.
Do	adiamento	da	audiência	de	instrução,	sairão	intimadas	as	partes	e	eventuais
testemunhas	que	se	encontrem	presentes.
Da	ordem	dos	atos	na	audiência	de	instrução.
Na	audiência	de	instrução,	o	juiz	que	a	presidir	deverá	obedecer	a	seguinte
ordem	de	atos:
1.	Receber	a	resposta	do	réu:
Se	o	réu	ainda	não	apresentou	sua	resposta,	deverá	fazê-lo	no	início	da	sessão.
No	procedimento	do	JEC,	a	resposta	do	réu	pode	ser	apresentada	até	a	audiência
de	instrução	(ver	comentários	ao	art.	30).	Assim,	logo	no	início	da	audiência,	o
juiz	deverá	dar	ao	réu	a	oportunidade	de	apresentar	sua	resposta	à	pretensão	do
autor.
2.	Ouvir	as	partes:
O	segundo	passo	é	tomar	os	depoimentos	pessoais	das	partes,	primeiro	do	autor
e	depois	do	réu,	devendo	evitar	que	uma	parte	ouça	o	depoimento	da	outra.
3.	Produzir	as	provas:
No	procedimento	do	JEC	todas	as	provas	devem	ser	produzidas	em	audiências
(art.	33),	o	que	inclui,	evidentemente,	as	provas	documentais.
A	produção	das	provas	na	audiência	deve	ser	feita	da	seguinte	forma:
3.	1.	Provas	documentais:
O	juiz	deverá	receber	os	documentos	apresentados	pelas	partes,	salvo	se	já
apresentados	com	a	inicial	ou	com	a	contestação.
3.	2.	Provas	técnicas:
Exigindo	a	natureza	da	prova,	o	juiz	poderá	ouvir	especialistas	no	assunto	(art.
35),	bem	como	inspecionar	coisas	ou	pessoas	(art.	35,	par.	único).
A	prova	técnica	deve	ser	realizada	após	a	produção	da	prova	documental,	mas
antes	das	testemunhas.	Se	houver	necessidade	de	interromper	a	audiência	para
realizar	a	inspeção,	o	juiz	deverá	designar	audiência	em	continuação	para	ouvir
as	testemunhas.
3.	3.	Provas	testemunhais:
Até	o	máximo	de	3	(três)	testemunhas	para	cada	parte	(art.	34),	serão	ouvidas
primeiro	as	do	autor	e	depois	as	do	réu.
4.	Debates:
Finda	a	colheita	da	prova	o	juiz	poderá	dar	a	palavra	às	partes,	primeiro	ao	autor
e	depois	ao	réu,	para	a	apresentação	de	suas	alegações	finais,	que	devem	focar
apenas	e	tão	somente	na	prova	realizada.
Os	debates	não	são	obrigatórios,	podendo	o	juiz,	a	seu	critério	exclusivo,
dispensá-los.	Nesse	sentido,	o	enunciado	35	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	35.
Finda	a	instrução,	não	são	obrigatórios	os	debates	orais.
5.	Sentença:
Terminada	a	instrução	processual,	o	juiz	proferirá	sentença	(art.	38).
A	regra,	no	procedimento	do	JEC,	é	que	a	sentença	seja	proferida	na	própria
audiência.	Todavia,	não	sendo	possível	proferir	sentença	de	imediato,	o	juiz
poderá	proferi-la	depois	(ver	comentários	ao	art.	40),	sendo	as	partes	dela
intimadas	pessoalmente,	ou	através	de	seu	advogado	constituído	nos	autos.
Incidentes	processuais.
Ainda	pelo	princípio	da	concentração	dos	atos,	todos	os	incidentes	processuais
que	possam	interferir	na	audiência,	serão	decididos	de	plano.	Os	demais	serão
decididos	na	sentença.
Destarte,	no	início	da	audiência	de	instrução,	o	juiz	deverá	decidir	especialmente
sobre	questões	ligadas	à	citação	do	réu	e	intimação	das	partes	para	a	audiência;
referentes	à	incompetência	do	juízo,	suspeição	ou	impedimento	do	juiz;	e
atinentes	à	produção	das	provas,	impugnação	de	documentos,	necessidade	de
prova	técnica,	indeferimento	de	testemunhas,	etc.
Ausência	de	preclusão	das	questões	decididas
incidentalmente.
É	importante	observar	que,	ante	a	ausência	de	recurso	específico,	as	questões
decididas	incidentalmente	(as	chamadas	decisões	interlocutórias)	não	sofrem	o
efeito	da	preclusão.
É	que	no	procedimento	do	JEC	(específico	da	Lei	nº	9.099/1995)	não	é	admitido
o	recurso	de	agravo	(salvo	para	destrancar	recurso),	conforme	reforça	o
enunciado	15	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	15.
Nos	Juizados	Especiais	não	é	cabível	o	recurso	de	agravo,	exceto	nas
hipóteses	dos	artigos	544	e	557	do	CPC.	[N.	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	com
correspondência	no	art.	1.042	do	CPC/2015].
Não	estando	sujeitas	a	preclusão,	as	questões	decididas	incidentalmente	poderão
ser	discutidas	no	recurso	inominado	a	ser	interposto	contra	a	sentença.
Em	casos	em	que	a	decisão	interlocutória	é	manifestamente	ilegal,	abusiva	ou
arbitrária,	e	possa	causar	um	prejuízo	iminente	ou	imediato	à	parte,	ela	poderá
ser	atacada	através	de	um	mandado	de	segurança	(LMS,	art.	5º,	II).
Produção	da	prova	documental	na	audiência.
Tendo	em	vista	que,	no	sistema	processual	do	JEC,	todas	as	provas	serão
produzidas	em	audiência	(art.	33),	a	prova	documental	também	será,	de	sorte	que
não	se	aplica	aos	juizados	a	regra	da	justiça	comum	de	que	a	petição	inicial
deverá	ser	instruída	com	os	documentos	indispensáveis.
Assim	sendo,	tanto	o	autor	quanto	o	réu	poderão	apresentar	a	prova	documental
de	que	dispuserem	até	a	audiência	de	instrução.	E	o	parágrafo	único	em	comento
não	deixa	a	menor	margem	de	dúvida	quanto	a	isso.
Prova	documental	e	contraditório.
A	produção	da	prova	documental	deve	obedecer	ao	princípio	do	contraditório
(CF,	art.	5º,	LV).	Assim,	apresentados	documentos	por	uma	das	partes,	o	juiz
deverá,	de	imediato,	dar	oportunidade	para	a	parte	contrária	se	manifestar.	A
manifestação	sobre	os	documentos	deve	ocorrer	na	própria	audiência,	sem
interrupção	desta.
A	ausência	desta	oportunidade,	vale	dizer,	caso	o	juiz	não	dê	vista	dos
documentos	à	outra	parte,	poderá	conduzir	à	eventual	anulação	da	sentença,	por
error	in	procedendo	(ver	art.	13,	§	1º).
Resposta	do	réu.
“Resposta	do	réu”	é	uma	expressão	abrangente,	que,	no	processo	comum,
implica	em	todas	as	possibilidades	de	ação	do	réu	quando	citado,	envolvendo
não	apenas	a	contestação,	mas	também	reconvenção,	pedido	contraposto	e
exceções	(de	competência,	impedimento	e	suspeição).
O	sistema	processual	do	JEC	adota	a	expressão	“resposta	do	réu”,	indicando,
portanto	que	o	réu,	ao	se	defender,	poderá	se	valer	de	múltiplos	atos.	Todavia,	o
réu	não	poderá	reconvir,	porque	a	reconvenção	não	é	admitida	(art.	31).	Também
a	arguição	de	incompetência,	mesmo	que	relativa,	deverá	ser	feita	na	própria
contestação	(art.	30	–	vide	comentários).	No	fim	das	contas,	o	termo	“resposta
do	réu”,	que	dá	nome	àseção	X,	não	nos	parece	o	mais	adequado.
Convém	ressaltar	que	o	novo	CPC	eliminou	a	expressão	“resposta	do	réu”,
passando	a	tratar	apenas	da	contestação,	ato	único	que	deve	conter	toda	a	matéria
de	defesa,	incluindo	a	arguição	de	incompetência,	a	impugnação	ao	valor	da
causa	e	a	reconvenção.
Da	contestação.
Contestação	é	a	peça	de	resistência,	a	defesa	propriamente	dita,	na	qual	o	réu	irá
impugnar	a	pretensão	do	autor,	rebatendo	as	suas	alegações.	No	procedimento	do
JEC,	a	contestação	será	apresentada	em	audiência,	podendo	sê-la	até	a	audiência
de	instrução,	conforme	explicita	o	enunciado	10	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	10.
A	contestação	poderá	ser	apresentada	até	a	audiência	de	Instrução	e
Julgamento.
A	contestação	poderá	ser	apresentada	por	escrito	ou	oralmente,	e	deverá	conter
toda	a	matéria	de	defesa,	excluindo	a	suspeição	ou	o	impedimento	do	juiz,	que
serão	feitos	na	forma	do	CPC/2015,	através	de	exceção.	Vigoram,	deste	modo,
os	princípios	da	concentração	da	defesa	(eventualidade)	e	o	ônus	da	impugnação
específica,	tal	como	na	legislação	processual	comum.
Deve-se	ressaltar	que	eventual	incompetência	do	juízo	–	mesmo	que	relativa	–
também	deverá	ser	alegada	na	própria	contestação,	não	sendo	o	caso	de
apresentar	exceção	em	forma	autônoma,	pois	o	art.	30	em	comento	apenas
excepciona	as	arguições	de	suspeição	e	a	de	impedimento.
Reconvenção	e	pedido	contraposto.
Reconvenção,	conforme	previsto	no	CPC/1973,	é	uma	ação	que	o	réu	move
contra	o	autor,	dentro	do	mesmo	processo.
Não	se	trata	de	uma	defesa	propriamente	dita,	como	ocorre	na	contestação	e	na
exceção,	mas	sim	de	uma	manifestação	de	ataque	contra	o	autor	da	ação.
A	reconvenção	constitui-se	num	contra-ataque	do	réu	em	face	do	autor.
Uma	das	principais	características	da	reconvenção	no	CPC/1973	era	de	ser
autônoma	e	independente	em	relação	à	ação	principal,	apresentada	em	peça
própria,	separada	da	contestação.	No	procedimento	do	CPC/2015,	a	reconvenção
é	apresentada	na	própria	contestação	(CPC/2015,	art.	343).
O	procedimento	do	JEC	não	admite	a	reconvenção	específica,	mas	permite	ao
réu	formular	pedidos	contra	o	autor,	na	própria	contestação.	É	o	que	se
convencionou	chamar	de	“pedido	contraposto”.
O	pedido	contraposto	é	uma	espécie	de	reconvenção,	mas	sem	maiores
formalidades,	sendo	apresentado	na	própria	contestação.
Para	ser	admitido	o	pedido	contraposto,	é	necessário	que	ele	se	relacione	com	o
pedido	do	autor,	ou	seja,	que	se	fundamente	nos	mesmos	fatos	que	embasam	a
pretensão	inicial,	embora	não	esteja	limitado	ao	mesmo	valor,	de	sorte	que,	se	o
pedido	inicial	for	de	até	20	salários	mínimos,	o	pedido	contraposto	poderá	ser	de
até	40	salários	mínimos.
FONAJE,	enunciado	27.
Na	hipótese	de	pedido	de	valor	até	20	salários	mínimos,	é	admitido	pedido
contraposto	no	valor	superior	ao	da	inicial,	até	o	limite	de	40	salários
mínimos,	sendo	obrigatória	à	assistência	de	advogados	às	partes.
O	pedido	contraposto	poderá	ser	feito	pelo	réu	mesmo	quando	este	for	pessoa
jurídica:
FONAJE,	enunciado	31.
É	admissível	pedido	contraposto	no	caso	de	ser	a	parte	ré	pessoa	jurídica.
Respondendo	ao	pedido	contraposto.
Invocando	novamente	o	princípio	do	contraditório,	aliado	ao	da	ampla	defesa	e
do	devido	processo	legal,	havendo	pedido	contraposto	na	contestação	o	juiz
deverá	permitir	ao	autor	que	o	responda.
A	não	observância	desse	comando	legal	pode	acarretar	a	anulação	da	sentença,
por	error	in	procedendo	(ver	art.	13,	§	1º).
A	resposta	do	autor	em	face	do	pedido	contraposto	poderá	ocorrer	na	própria
audiência	de	instrução,	ou,	não	sendo	possível	respondê-lo	de	imediato,	o	autor
poderá	requerer	prazo,	com	a	designação	de	uma	audiência	em	continuação,	cuja
data	será	fixada,	desde	logo,	pelo	juiz,	da	qual	sairão	intimados	todos	os
presentes.
Prova.
Entende-se	por	prova	todo	meio	apto	a	demonstrar	a	veracidade	de	uma
proposição	ou	a	realidade	de	um	fato.	É	através	da	prova	que	se	tenta	convencer
alguém	sobre	alguma	coisa.
No	processo,	a	prova	deve	incidir	sobre	os	fatos	da	causa,	tendo	por	finalidade	a
formação	da	convicção	do	juiz	a	respeito	dos	fatos	da	causa.
A	prova	é	uma	reconstituição	dos	fatos	perante	o	juiz,	que	é	o	seu	destinatário,	e
rege-se	pelos	seguintes	princípios	(cf.	SALES	e	MENDES,	2015.b:	219-220):
1.	Necessidade	da	prova:
Os	fatos	narrados	pela	parte	devem	ser	cabalmente	provados.	Não	basta	apenas
alegar,	mas	é	preciso	que	se	prove	o	que	se	alega,	demonstre	a	veracidade	de
suas	alegações.	Fato	não	provado	é	fato	inexistente.
2.	Unidade	da	prova:
A	prova	deve	se	apreciada	em	seu	conjunto,	em	sua	unidade,	globalmente,	e	não
isoladamente.
3.	Lealdade	da	prova:
As	provas	devem	ser	feitas	com	lealdade.	São	inadmissíveis	no	processo	as
provas	obtidas	por	meios	ilícitos,	na	forma	do	que	dispõe	a	CF/5º,	LVI.
4.	Contraditório:
Apresentada	uma	prova	em	juízo,	a	parte	contrária	tem	o	direito	de	sobre	ela	se
manifestar,	impugnando-a.
5.	Igualdade	da	oportunidade	de	prova:
O	tratamento	igualitário	que	o	juiz	deve	administrar	às	partes	também	alcança	as
provas,	devendo	ser	conferida	a	mesma	igualdade	de	oportunidade	para
apresentação	das	provas	no	momento	processual	adequado.	É	o	que	se	chama	de
paridade	de	armas.
6.	Oportunidade	da	prova:
A	prova	deve	ser	produzida	nos	momentos	próprios	para	esse	fim.	Em	situações
de	perigo	de	perecimento	da	prova,	ela	poderá	ser	antecipada.
7.	Comunhão	da	prova:
A	prova	produzida	nos	autos	não	pertence	a	uma	ou	outra	parte,	mas	diz	respeito
–	e	aproveita	–	a	ambas	as	partes.
8.	Legalidade:
As	partes	estão	submetidas	à	lei,	a	qual	disciplina	o	regramento	quanto	à
produção	das	provas,	considerando	o	momento	da	sua	produção,	o	lugar	onde
serão	produzidas,	os	meios	de	prova	admitidos	e	a	utilização	da	prova	adequada
à	natureza	do	fato	a	ser	provado.
9.	Imediação:
O	magistrado	é	quem	tem	a	direção	do	processo	e	principalmente	das	provas	a
serem	produzidas	pelas	partes.	É	diante	do	juiz	que	a	prova	será	produzida.
10.	Obrigatoriedade	da	prova:
A	prova	é	de	interesse	não	só	das	partes,	mas	também	do	Estado,	que	pretende	o
esclarecimento	da	verdade.	Tem	o	juiz	ampla	liberdade	na	direção	do	processo,
podendo	determinar	que	seja	feita	a	prova	que	julgar	necessário.
11.	Aptidão	para	a	prova:
A	parte	que	tem	melhores	condições	de	fazer	a	prova	a	fará,	por	ter	melhor
acesso	a	ela	ou	porque	é	inacessível	à	parte	contrária.	Deve	provar	quem	tem
condições	de	fazê-lo,	quem	estiver	mais	apto	a	fazê-lo,	independentemente	de
ser	autor	ou	réu.
12.	Disponibilidade	da	prova:
A	prova	deve	ser	apresentada	nos	momentos	próprios	previstos	em	lei	ou	para	a
instrução	do	processo.
13.	Livre	convencimento	motivado	ou	persuasão	racional:
O	juiz	deve	formar	o	seu	convencimento	mediante	a	livre	apreciação	do	valor
das	provas	contidas	no	caderno	processual,	desde	que	atenda	aos	fatos	e
circunstâncias	ali	contidos,	mesmo	que	não	alegados	pelas	partes,	mas	deverá
indicar,	na	sentença,	os	motivos	que	lhe	formaram	o	convencimento.
Objeto	da	prova.
O	objeto	da	prova	são	os	fatos	relevantes,	pertinentes	e	controvertidos	narrados
no	processo	pelo	autor	e	réu.
A	prova	tanto	tem	natureza	processual,	de	ser	apresentada	no	processo,	como	é
forma	de	demonstrar	os	negócios	jurídicos	praticados	pelas	partes.
Sua	natureza	é	mista,	pois	a	prova	pode	ser	feita	extrajudicialmente.
Meios	de	provas	admitidos	no	JEC.
No	procedimento	do	JEC	estão	previstos,	expressamente,	os	seguintes	meios	de
prova:	documental	(art.	29,	par.	único);	oral	(depoimento	pessoal	–	art.	28,	e
oitiva	de	testemunhas	–	art.	34);	técnica	(perícia	–	art.	35,	e	inspeção	–	art.	35,
par.	único).
Todavia,	a	lei	reconhece	que	qualquer	meio	de	prova	será	admitido,	mesmo	que
não	previsto	expressamente,	desde	que	seja	moralmente	legítimo.	Não	serão
admitidas,	todavia,	as	provas	obtidas	por	meio	ilícito	(CF,	art.	5º,	LVI).
Prova	emprestada.
Prova	emprestada	é	a	prova	produzida	em	um	processo	e	que	pode	ser	copiada
para	outro,	mediante	certidão,	admitida	expressamente	no	CPC/2015,	art.	372,
que	dispõe	que	o	juiz	poderá	utilizar	a	provaproduzida	em	outro	processo,	desde
que	observado	o	contraditório,	dando-lhe	o	valor	que	entender	adequado.
O	STJ	entende	que	a	prova	emprestada	não	precisa	ter	sido	produzida	em
processo	em	que	figurem	partes	idênticas	(RESp	617.428/SP).
A	prova	emprestada	não	é	incompatível	com	os	princípios	do	JEC,	sendo,
portanto,	admitida.
Oportunidade	da	prova.
Como	vimos,	o	princípio	da	oportunidade	da	prova	dispõe	que	as	provas	devem
ser	produzidas	no	momento	apropriado,	conforme	previsto	na	lei.
No	caso	da	Lei	nº	9.099/1995,	levando	em	conta	o	princípio	da	concentração	dos
atos	processuais,	o	art.	35	dispõe	expressamente	que	todas	as	provas	serão
produzidas	em	audiência.	Por	óbvio,	isso	inclui	a	prova	oral,	a	prova	técnica,	e	a
prova	documental.
Desta	forma,	não	incide	no	procedimento	do	JEC	a	regra	do	processo	comum	de
que	o	autor	deve	apresentar	a	prova	documental	com	a	inicial	e	o	réu,	com	a
contestação.
A	reforçar	essa	ideia,	o	disposto	no	parágrafo	único	do	art.	29,	a	cujos
comentários	remetemos	o	leitor.
Provas	excessivas,	impertinentes	ou	protelatórias.
Tendo	a	direção	do	processo,	e	sendo	o	destinatário	da	prova,	o	juiz	poderá
indeferir	as	provas	que	se	mostrem	excessivas,	impertinentes	ou	protelatórias.
Excessivas	são	as	provas	que,	em	demasia,	tornam-se	desnecessárias,	como,
por	exemplo,	a	parte	apresentar	3	testemunhas	para	falarem	do	mesmo	fato.
Impertinentes	são	as	provas	que	não	têm	cabimento,	como,	por	exemplo,	prova
testemunhal	para	fazer	prova	de	pagamento	de	dívida	de	valor.	Protelatórias
são	as	provas	cuja	única	finalidade	é	atrasar	o	processo,	sem	utilidade	prática
para	sua	solução.
Todavia,	o	juiz	sempre	deve	ter	cuidado	redobrado	para	limitar	ou	indeferir
determinada	prova,	para	não	ocasionar	cerceamento	de	defesa	à	parte.
Testemunhas.
Testemunha	é	um	terceiro	em	relação	à	lide	que	vem	prestar	depoimento	em
juízo,	por	ter	conhecimento	dos	fatos	narrados	pelas	partes.
Conceitua-se	como	testemunha	a	pessoa	chamada	a	juízo	para	depor	sobre	fatos
constantes	do	litígio,	atestando	ou	não	a	veracidade	dos	mesmos	ou	ainda
prestando	esclarecimentos	sobre	fatos	indagados	pelo	juiz.
O	depoimento	prestado	em	juízo	é	considerado	serviço	público.	A	testemunha,
quando	sujeita	ao	regime	da	legislação	trabalhista,	não	sofre,	por	comparecer	à
audiência,	perda	de	salário	nem	desconto	no	tempo	de	serviço.
Se	a	testemunha	for	funcionário	civil	ou	militar,	e	tiver	de	depor	em	hora	de
serviço,	será	requisitada	ao	chefe	da	repartição	para	comparecer	à	audiência
marcada.
O	juiz	pode	ordenar	de	ofício	ou	a	requerimento	da	parte	a	inquirição	de
testemunhas	referidas	nas	declarações	da	parte	ou	das	testemunhas,	bem	como	a
acareação	de	duas	ou	mais	testemunhas	ou	de	algumas	delas	com	aparte,	quando
sobre	determinado	fato,	que	possa	influir	na	decisão	da	causa,	divergir	de	suas
declarações.
O	depoimento	das	partes	e	testemunhas	que	não	souberem	falar	a	língua	nacional
será	feito	por	meio	de	intérprete	nomeado	pelo	juiz	ou	presidente.
Produção	da	prova	testemunhal	no	JEC.
No	procedimento	do	JEC	cada	parte	poderá	ouvir	até	3	testemunhas.	Não	há
necessidade	de	prévia	apresentação	do	rol	de	testemunhas,	nem	de	sua
intimação,	bastando	que	a	parte	leve	a	testemunha	à	audiência,	para	que	ela	seja
ouvida.	Se	houver	necessidade	de	intimação,	proceder-se-á	conforme	§	1º,
abaixo.
As	testemunhas	serão	ouvidas	pelo	juiz,	primeiro	as	do	autor	e	depois	as	do	réu,
sendo	que	seus	depoimentos	não	serão	reduzidos	a	termo	(art.	36),	podendo,	no
entanto,	ser	gravados	(art.	13,	§	3º).
O	juiz	deve	tentar,	sempre	que	possível,	ouvir	todas	as	testemunhas	na	mesma
audiência,	evitando,	assim,	cindir	a	prova,	o	que	é	prejudicial	para	o	processo	e
para	as	partes.
Intimação	de	testemunhas.
Sempre	que	for	requerido	por	qualquer	uma	das	partes	(art.	34,	parte	final),	as
testemunhas	deverão	ser	intimadas	pelo	juízo.	Para	tanto,	a	parte	deverá	requerer
a	intimação	da	testemunha	ao	juízo,	qualificando-a	e	ofertando	seu	endereço,	no
prazo	de	cinco	dias	antes	da	audiência	de	instrução	e	julgamento.
É	importante	observar	que	esse	prazo	conta-se	de	trás	para	frente,	ou	seja,
partindo	do	dia	da	audiência	faz-se	a	contagem	retrocedendo	os	dias.	Assim,	se	a
audiência	está	marcada	para	o	dia	15	de	março,	devemos	contar,	para	trás,	14,
13,	12,	11,	10	de	março,	que	será	a	data	final	para	o	protocolo	do	requerimento.
De	lembrar,	a	contagem	se	faz	desprezando	o	dia	do	início	e	incluindo	o	dia	do
término.
Se	não	for	dado	à	parte	o	direito	de	intimar	a	testemunha,	incorrerá	o	juízo	em
cerceamento	de	defesa,	que	pode	conduzir	à	anulação	do	processo.
Testemunhas	de	fora	da	terra	poderão	ser	ouvidas	no	juízo	do	seu	domicílio	por
carta	precatória,	ou	outro	meio	idôneo	(art.	19).
Ausência	da	testemunha.
A	testemunha	que,	apesar	de	intimada,	não	comparecer	à	audiência,	poderá	ser
conduzida	coercitivamente	por	ordem	do	juízo.	Não	sendo	possível	a	condução
imediata	da	testemunha,	o	juiz	poderá	designar	uma	audiência	em	continuação,
em	outro	dia.
A	condução	da	testemunha	será	feito	pelo	oficial	de	justiça,	que	poderá	contar
com	auxílio	de	força	policial.
Perícia	informal.
Embora	a	prova	pericial	não	seja	admitida	no	procedimento	do	JEC,	admite-se	a
chamada	perícia	informal,	prevista	nesse	art.	35	em	comento.
FONAJE,	enunciado	12.
A	perícia	informal	é	admissível	na	hipótese	do	art.	35	da	Lei	nº	9.099/1995.
Essa	perícia	informal	é	feita	colhendo-se	o	depoimento	de	um	técnico	de
confiança	do	juiz	na	própria	audiência	sobre	o	objeto	da	prova,	permitindo-se	às
partes	que	apresentem	pareceres	técnicos.
Inspeção.
A	Lei	nº	9.099/1995	autoriza,	também,	a	inspeção	judicial.	A	inspeção	poderá
ser	feita,	em	pessoas	ou	coisas,	pelo	próprio	juiz	ou	por	pessoa	de	sua	confiança.
A	inspeção	será	feita	na	própria	audiência,	salvo	se	não	for	possível,	razão	pela
qual	o	juiz	poderá	suspender	a	sessão	para	a	sua	realização,	retomando-a
posteriormente.
Prova	oral.
No	procedimento	do	JEC,	a	produção	da	prova	oral	tem	suas	particularidades,
conforme	vimos	no	art.	34,	complementadas	agora	pelo	art.	36,	ora	em	análise.
Os	depoimentos	das	testemunhas	não	serão	reduzidos	a	escrito,	vale	dizer,	não
serão	transcritos	para	o	termo	de	audiência.	Quando	muito,	os	depoimentos
poderão	ser	gravados	em	fita	magnética	ou	similar	(art.	13,	§	3º).
Ao	proferir	a	sentença,	o	juiz	deverá	se	referir	aos	informes	prestados	pelas
testemunhas,	naquilo	que	for	essencial.
Esse	art.	37	apresenta	outra	situação	decorrente	dos	princípios	da	informalidade
e	da	simplicidade	que	norteiam	o	procedimento	do	JEC:	a	instrução	do	processo
poderá	ser	dirigida	por	um	juiz	leigo,	sob	a	supervisão	do	juiz	togado.
Sobre	o	juiz	leigo,	ver	comentários	ao	art.	7º.
O	juiz	leigo	poderá	abrir	a	sessão;	conduzir	a	conciliação;	e	colher	a	prova	(art.
28);	e,	até	mesmo,	proferir	a	sentença	(art.	40).
Sentença.
Sentença	é	o	ato	do	juiz	que	põe	fim	à	fase	cognitiva	do	processo	de
conhecimento	ou	extingue	a	execução.
As	sentenças	podem	ser	terminativas,	quando	extinguem	o	processo	sem
resolução	de	mérito,	ou	definitivas,	quando	resolvem	o	mérito	da	ação.
Elementos	da	sentença.
A	sentença,	no	procedimento	do	JEC,	deverá	ter,	como	elementos	essenciais,	a
fundamentação	e	o	dispositivo.
É	na	fundamentação	que	o	juiz	resolve	as	questões	de	fato	e	de	direito	que	lhe
foram	submetidas,	devendo	mencionar	os	elementos	de	convicção	e	um	breve
resumo	dos	fatos	ocorridos	na	audiência,	inclusive	os	depoimentos	das
testemunhas	(art.	36).
Admite-se	que	a	fundamentação	da	sentença	seja	proferida	oralmente	e	gravada
em	fita	magnética	ou	equivalente,	sem	necessidade	de	reduzi-la	a	termo.
FONAJE,	enunciado	46.
A	fundamentação	da	sentença	ou	do	acórdão	poderá	ser	feita	oralmente,
com	gravação	por	qualquer	meio,	eletrônico	ou	digital,	consignando-se
apenas	o	dispositivo	na	ata.
O	dispositivo	é	a	parte	da	sentença	na	qual	o	juiz	efetivamente	decide	a	lide,	ou
seja,	julga	o	processo,	acolhendo	ou	rejeitando	o	pedido	do	autor,	ou	extinguindo
o	processo	sem	resolução	de	mérito.
Nas	sentenças	proferidasnos	processos	submetidos	ao	procedimento	da	Lei	nº
9.099/1995	o	relatório	é	elemento	não	essencial,	estando,	por	isso	mesmo,
dispensado.
FONAJE,	enunciado	162.
Não	se	aplica	ao	Sistema	dos	Juizados	Especiais	a	regra	do	art.	489	do
CPC/2015	diante	da	expressa	previsão	contida	no	art.	38,	caput,	da	Lei	nº
9.099/95.
A	sentença	de	natureza	condenatória,	proferida	no	JEC,	deve	sempre	ser	líquida,
ou	seja,	deve	sempre	indicar	o	valor	da	condenação,	mesmo	que	o	pedido	tenha
sido	genérico	(art.	14,	§	2º).
Não	se	admite	sentença	ilíquida,	razão	pela	qual	não	há	fase	de	liquidação	de
sentença.	O	juiz	deverá,	sempre,	determinar	o	valor	da	condenação	na	sentença,
quando	julgar	procedente	o	pedido	condenatório.
A	alçada	aqui	referida	é	aquela	estabelecida	no	art.	3º,	I,	ou	seja,	até	o	valor	de
40	salários	mínimos.
Não	há	valor	de	alçada	nas	hipóteses	do	art.	3º,	II.	Desta	forma,	o	disposto	nesse
art.	39	em	comento	só	é	aplicado	às	causas	cujo	fundamento	seja	o	art.	3º,	I.	E
nesses	casos,	a	sentença	condenatória	não	terá	eficácia	na	parte	que	exceder	o
valor	de	40	salários	mínimos,	vale	dizer,	o	valor	excedente	ao	limite	da	alçada
não	poderá	ser	executado,	por	não	produzir	efeito	jurídico.
Dentre	as	funções	do	juiz	leigo	está	a	de	proferir	a	decisão,	quando	tiver	dirigido
a	audiência	de	conciliação.	Poder-se-ia	dizer	que	é	uma	forma	de	“identidade
física”	do	juiz	leigo,	posto	que,	tendo	ele	conduzido	a	audiência	de	instrução,
teve	contato	direto	com	a	prova	produzida.
Todavia,	a	sentença	proferida	pelo	juiz	leigo	não	tem	eficácia	imediata,
dependendo	de	homologação	do	juiz	togado.	Trata-se,	na	verdade,	de	uma
“proposta”	de	sentença	que,	encaminhada	ao	juiz	togado	para	análise,	poderá
homologá-la	ou	proferir	outra	em	substituição,	podendo,	inclusive,	determinar	a
realização	de	atos	probatórios.
FONAJE,	enunciado	95.
Finda	a	audiência	de	instrução,	conduzida	por	Juiz	Leigo,	deverá	ser
apresentada	a	proposta	de	sentença	ao	Juiz	Togado	em	até	dez	dias,
intimadas	as	partes	no	próprio	termo	da	audiência	para	a	data	da	leitura	da
sentença.
O	juiz	leigo	também	poderá	proferir	sentença	nos	embargos	à	execução.
FONAJE,	enunciado	52.
Os	embargos	à	execução	poderão	ser	decididos	pelo	juiz	leigo,	observado	o
art.	40	da	Lei	nº	9.099/1995.
Recurso	inominado.
Em	obediência	ao	princípio	do	duplo	grau	de	jurisdição,	contra	a	sentença
proferida	nas	ações	trilhadas	pelo	procedimento	do	JEC	cabe	recurso,	conforme
dispõe	o	art.	41	em	comento.
Por	não	ter,	tal	recurso,	um	nome	específico,	convencionou-se	chamá-lo	de
recurso	inominado.
Sentença	homologatória:	irrecorribilidade.
Das	sentenças	meramente	homologatórias,	seja	de	conciliação	(art.	22,	par.
único)	ou	de	laudo	arbitral	(art.	26),	não	cabe	recurso,	por	expressa	disposição
legal.
Todavia,	contra	elas	caberá,	nas	hipóteses	de	vício,	ação	anulatória,	nos	termos
do	CPC/2015,	art.	966,	§	4º.	Essa	ação	correrá	perante	a	Justiça	Comum.
Turma	ou	Colégio	Recursal.
O	julgamento	do	recurso	inominado	será	afeito	a	um	órgão	especial,	composto
por	3	(três)	juízes	togados	em	exercício	no	1º	grau	de	jurisdição,	ao	qual	se	deu	o
nome,	na	praxe	forense,	de	Colégio	Recursal	ou	Turma	Recursal.
O	Colégio	Recursal,	embora	seja	uma	segunda	instância	(art.	46),	não	é,
tecnicamente,	um	Tribunal,	daí	porque	contra	suas	decisões	não	cabe	recurso
especial	para	o	STJ	(ver	comentários	ao	art.	46).
Sobre	julgamento	monocrático,	ver	comentários	ao	art.	46.
Obrigatoriedade	de	advogado	na	fase	recursal.
Na	fase	recursal,	tanto	para	interpor	o	recurso	como	para	contrarrazoá-lo,	as
partes	deverão,	obrigatoriamente,	estar	representadas	por	advogado,
independentemente	da	natureza	ou	do	valor	da	causa.
Assim,	mesmo	que	a	parte	não	tenha	sido	representada	por	advogado	na	fase	de
conhecimento	(art.	9º,	primeira	parte),	para	recorrer	ou	contrarrazoar	o	recurso
deverá	constituir	advogado	para	representá-la.
Não	tendo	a	parte	condições	financeiras	de	contratar	um	profissional,	deverá	ser-
lhe	nomeado	um	defensor	público.
Prazo	e	regularidade	formal.
O	recurso	inominado	deve	ser	interposto	no	prazo	de	10	dias.	Esse	prazo	conta-
se	da	ciência	da	sentença	de	mérito,	ou	da	sentença	que	julga	os	embargos	de
declaração.
A	ciência	da	sentença	se	dará	mediante	intimação	da	parte,	ou	de	seu	advogado
se	houver.	A	intimação	poderá	se	dar	na	própria	audiência,	quando	a	sentença
nela	for	publicada,	ou	por	carta	(quando	dirigida	à	própria	parte)	ou	através	do
Diário	Oficial	(quando	a	parte	estiver	representada	nos	autos	por	advogado).
Sendo	o	réu	revel,	não	se	faz	necessária	a	sua	intimação	pelo	Diário	Oficial.
FONAJE,	enunciado	167.
Não	se	aplica	aos	Juizados	Especiais	a	necessidade	de	publicação	no	Diário
Eletrônico	quando	o	réu	for	revel	-	art.	346	do	CPC.
O	recurso	inominado	deve	ser	interposto	por	petição	escrita,	obrigatoriamente
elaborada	e	assinada	por	advogado	(art.	41,	§	2º),	da	qual	deverão	constar	as
razões	–	os	fundamentos	com	que	pretende	impugnar	a	sentença	–,	e	o	pedido	–
de	anulação	ou	reforma	da	sentença,	conforme	se	alegue	error	in	procedendo	ou
error	in	judicando,	respectivamente.
Preparo.
Preparo	é	o	pagamento	das	custas	do	recurso.	O	recurso	inominado	está	sujeito
ao	pagamento	de	custas	(art.	54,	§	1º)	e	o	seu	processamento	depende	desse
pagamento,	sendo	um	de	seus	pressupostos	extrínsecos	de	admissibilidade.
A	falta	do	pagamento	do	preparo	implica	no	fenômeno	da	deserção.	E	a
consequência	é	que	o	recurso	deserto	não	poderá	ser	conhecido.
Na	sistemática	do	JEC,	o	preparo	do	recurso	deve	ser	feito	no	prazo	de	até	48
horas	após	a	sua	interposição,	independentemente	de	intimação,	ou	seja,	ao
interpor	o	recurso,	a	parte	já	deve	saber	que	tem	que	efetuar	o	preparo,	não
havendo	intimação	posterior	para	realização	do	ato.
Importante	observar	que	tal	prazo	de	48	horas	conta-se	sempre	da	data	da
interposição	do	recurso,	e	não	da	data	final	do	prazo	para	interposição	do
recurso.
Assim,	se	apesar	de	o	prazo	recursal	ser	de	10	dias,	o	recurso	foi	interposto	no	5º
dia,	o	preparo	deve	ser	recolhido	e	comprovado	em	até	48	horas	depois.
Outra	coisa	importante	a	se	observar	é	que	não	basta	o	pagamento	das	custas:	é
preciso	que	o	pagamento	seja	comprovado	nos	autos	no	prazo	de	48	horas.	Não
se	admite,	também,	a	complementação	do	pagamento	em	momento	posterior:	se
o	recolhimento	não	for	integral,	opera-se	a	deserção.
FONAJE,	enunciado	80.
O	recurso	Inominado	será	julgado	deserto	quando	não	houver	o
recolhimento	integral	do	preparo	e	sua	respectiva	comprovação	pela	parte,
no	prazo	de	48	horas,	não	admitida	a	complementação	intempestiva	(art.	42,
§	1º,	da	Lei	nº	9.099/1995).
Aos	beneficiários	da	gratuidade	judiciária	não	será	devido	o	preparo	do	recurso.
Todavia,	caso	o	requerimento	da	justiça	gratuita	seja	feito	concomitantemente	à
interposição	do	recurso,	se	for	este	indeferido,	o	recorrente	será	intimado	para
recolher	e	comprovar	o	preparo	no	prazo	de	48	horas	sob	pena	de	deserção.
FONAJE,	enunciado	115.
Indeferida	a	concessão	do	benefício	da	gratuidade	da	justiça	requerido	em
sede	de	recurso,	conceder-se-á	o	prazo	de	48	horas	para	o	preparo.
Contrarrazões.
Pelo	princípio	do	contraditório,	do	recurso	interposto	por	uma	das	partes,	tem	a
outra	o	direito	de	a	ele	responder.	E	isso	se	faz	através	das	contrarrazões	do
recurso.
No	procedimento	do	JEC,	depois	de	comprovado	o	preparo	(art.	42,	§	1º),	a	parte
recorrida	será	intimada	para	ofertar	as	suas	contrarrazões,	que	deve	ser	feita	e
assinada	por	advogado,	obrigatoriamente	(art.	41,	§	2º).	O	prazo	para
contrarrazoar	o	recurso	é	sempre	o	mesmo	do	recurso,	que	no	caso	é	de	10	dias.
Recurso	adesivo.
Questão	interessante	diz	respeito	ao	recurso	adesivo,	que	é	a	possibilidade	da
parte	recorrida	de	aderir	ao	recurso	interposto	pela	parte	recorrente,	e	que	está
previsto	no	CPC/2015,	art.	997,	§§	1º	e	2º.
O	entendimento	predominante,	manifestado	pelo	FONAJE,	é	no	sentido	de	que
no	procedimento	do	JEC	não	cabe,	por	falta	de	amparo	legal,	o	recurso	adesivo.
FONAJE,	enunciado	88.
Não	cabe	recurso	adesivo	em	sede	de	JuizadoEspecial,	por	falta	de	expressa
previsão	legal.
Efeitos	do	recurso.
Em	decorrência	do	princípio	da	celeridade	que	informa	o	procedimento	do	JEC
(art.	2º),	os	recursos	previstos	na	Lei	nº	9.099/1995	não	são	dotados	de	efeito
suspensivo,	vale	dizer,	a	interposição	do	recurso	não	suspende	a	eficácia	da
decisão	recorrida.
Todavia,	a	lei	prevê	a	possibilidade	de	se	conceder	o	efeito	suspensivo	para
evitar	a	ocorrência	de	dano	irreparável.
A	concessão	do	efeito	suspensivo	é	atribuição	exclusiva	do	relator	do	recurso
(CPC/2015,	art.	995,	parágrafo	único).	Nesse	sentido,	a	conclusão	do	enunciado
465	do	FPPC:
FPPC,	enunciado	465.
A	concessão	do	efeito	suspensivo	ao	recurso	inominado	cabe	exclusivamente
ao	relator	na	turma	recursal.
Quanto	ao	efeito	devolutivo,	há	de	se	consignar	que	nos	casos	em	que	há
sentença	terminativa,	ou	quando	a	sentença	de	mérito	reconheceu	a	prescrição,	e
a	matéria	for	unicamente	de	direito,	ou,	sendo	de	fato,	as	provas	já	constarem
dos	autos,	a	turma	recursal,	se	der	provimento	ao	recurso,	já	poderá	julgar	o
mérito	da	demanda.	Trata-se	do	efeito	devolutivo	em	profundidade,	previsto	no
CPC/2015,	art.	1.013,	§	3º.
FONAJE,	enunciado	160.
Nas	hipóteses	do	artigo	515,	§	3º,	do	CPC,	e	quando	reconhecida	a
prescrição	na	sentença,	a	turma	recursal,	dando	provimento	ao	recurso,
poderá	julgar	de	imediato	o	mérito,	independentemente	de	requerimento
expresso	do	recorrente.	[N.	do	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	com
correspondência	no	art.	1.013,	§	3º,	do	CPC/2015].
Transcrição	dos	depoimentos.
Como	os	depoimentos	das	testemunhas	não	são	reduzidos	a	termo	(art.	36),
sendo	armazenados	em	fitas	magnéticas	ou	equivalentes	(art.	13,	§	3º),	por
ocasião	do	recurso,	as	partes	têm	o	direito	de	requerer	a	sua	transcrição.
Transcrever	significa	reproduzir	por	escrito	ou	passar	para	o	papel	algo	que	está
sendo	ouvido.	É	direito	das	partes,	portanto,	que	os	depoimentos	gravados	sejam
reproduzidos	e	passados	para	o	papel	e	juntado	aos	autos.	Isso	é	importante	para
que	se	possa	fundamentar	o	recurso	ou	as	contrarrazões,	mostrando	o	desacerto
ou	o	acerto	da	sentença,	conforme	o	caso.
Da	data	do	julgamento	do	recurso	pela	turma	recursal,	as	partes	devem	ser
intimadas.
A	intimação	será	feita	na	pessoa	do	advogado	que	a	representa	via	Diário
Oficial,	ou,	se	não	o	tiver,	ou	se	for	representado	pela	defensoria	pública,	a
intimação	será	pessoal,	por	carta	com	AR.
A	ausência	de	intimação	poderá	acarretar	a	nulidade	do	julgamento.
Julgamento	do	recurso.
O	julgamento	do	recurso	pela	turma	julgadora	se	dá	através	de	um	acórdão.
Para	a	elaboração	do	acórdão,	é	dispensável	o	relatório,	sendo	necessário	tão
somente	a	fundamentação	e	o	dispositivo.	A	fundamentação	pode	ser	sucinta,
apontando	apenas	os	elementos	de	convicção.
FONAJE,	enunciado	92.
Nos	termos	do	art.	46	da	Lei	nº	9099/1995,	é	dispensável	o	relatório	nos
julgamentos	proferidos	pelas	Turmas	Recursais.
Caso	a	sentença	seja	mantida	e	confirmada	por	seus	próprios	fundamentos,	a
própria	súmula	do	julgamento,	com	tal	indicação,	servirá	de	acórdão,	não	sendo
necessário	que	se	lhes	redijam	os	votos.
Julgamento	monocrático.
Na	forma	do	disposto	no	CPC/2015,	art.	932,	IV	e	V,	o	relator	do	recurso	poderá
proferir	decisão	monocrática,	negando	provimento	a	recurso	contrário	a	súmulas
dos	tribunais	superiores	ou	do	próprio	tribunal,	a	acórdão	proferido	no
julgamento	de	recursos	repetitivos,	e	a	entendimento	firmado	em	incidente	de
resolução	de	demandas	repetitivas	ou	de	assunção	de	competência,	ou	dando
provimento	a	recurso	se	a	decisão	recorrida	for	contrária	a	súmulas	dos	tribunais
superiores	ou	do	próprio	tribunal,	a	acórdão	proferido	no	julgamento	de	recursos
repetitivos,	e	a	entendimento	firmado	em	incidente	de	resolução	de	demandas
repetitivas	ou	de	assunção	de	competência.
Tais	poderes	são	reconhecidos	e	conferidos	ao	relator	nos	recursos	do	JEC:
FONAJE,	enunciado	102.
O	relator,	nas	Turmas	Recursais	Cíveis,	em	decisão	monocrática,	poderá
negar	seguimento	a	recurso	manifestamente	inadmissível,	improcedente,
prejudicado	ou	em	desacordo	com	Súmula	ou	jurisprudência	dominante	das
Turmas	Recursais	ou	da	Turma	de	Uniformização	ou	ainda	de	Tribunal
Superior,	cabendo	recurso	interno	para	a	Turma	Recursal,	no	prazo	de
cinco	dias.
FONAJE,	enunciado	103.
O	relator,	nas	Turmas	Recursais	Cíveis,	em	decisão	monocrática,	poderá
dar	provimento	a	recurso	se	a	decisão	estiver	em	manifesto	confronto	com
Súmula	do	Tribunal	Superior	ou	Jurisprudência	dominante	do	próprio
Juizado,	cabendo	recurso	interno	para	a	Turma	Recursal,	no	prazo	de	cinco
dias.
Ocorrendo	a	decisão	monocrática	do	relator,	ela	será	impugnável	por	meio	de
agravo	interno	(CPC/2015,	art.	1.021),	cabível	no	sistema	do	JEC.
FPPC,	enunciado	464.
A	decisão	unipessoal	(monocrática)	do	relator	em	Turma	Recursal	é
impugnável	por	agravo	interno.
Recurso	especial:	não	cabimento.
Recurso	especial	é	o	recurso	próprio	para	o	STJ,	nas	hipóteses	previstas	no	art.
105,	III,	da	CRFB,	cuja	finalidade	é	permitir	o	controle	de	legalidade	das
decisões	dos	tribunais	estaduais	e	da	Justiça	Federal,	bem	como	promover	a
uniformidade	de	interpretação	do	direito	federal.
O	STJ	tem	competência	para	julgar,	em	recurso	especial,	as	causas	decididas,	em
única	ou	última	instância,	pelos	Tribunais	Regionais	Federais	ou	pelos	tribunais
dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	Territórios,	quando	a	decisão	recorrida:	a)
contrariar	tratado	ou	lei	federal,	ou	negar-lhes	vigência;	b)	julgar	válido	ato	de
governo	local	contestado	em	face	de	lei	federal;	c)	der	a	lei	federal	interpretação
divergente	da	que	lhe	haja	atribuído	outro	tribunal.
É	preciso	bem	observar	que	o	recurso	especial	somente	tem	lugar	quando	a
decisão	que	se	pretende	recorrer	emanar	de	um	tribunal,	seja	ele	federal	ou
estadual.	Decisão	que	não	seja	emanada	de	um	tribunal	não	comporta	o	recurso
especial.
Por	essa	razão,	não	cabe	recurso	especial	contra	decisão	do	juizado	especial	que
julga	o	recurso	inominado,	pois	tal	decisão	é	proferida	por	um	Colégio	Recursal,
compostos	por	juízes	de	1º	grau,	que	não	se	constitui	num	tribunal	(ver
comentários	ao	art.	41,	§	1º).
STJ,	súmula	nº	203.
Não	cabe	recurso	especial	contra	decisão	proferida	por	órgão	de	segundo
grau	dos	Juizados	Especiais.
Recurso	extraordinário:	cabimento.
Recurso	extraordinário	é	o	recurso	próprio	ao	STF,	cujo	objetivo	é	discutir
questões	ligadas	a	ofensa	às	normas	constitucionais,	nas	hipóteses	delimitadas
no	art.	102,	III,	da	CF,	tendo	por	finalidade	manter,	dentro	do	sistema	federal	e
da	descentralização	do	Poder	Judiciário,	a	autoridade	e	a	unidade	da
Constituição.
O	STF	tem	competência	para	julgar,	mediante	recurso	extraordinário,	as	causas
decididas	em	única	ou	última	instância,	quando	a	decisão	recorrida:	a)	contrariar
dispositivo	desta	Constituição;	b)	declarar	a	inconstitucionalidade	de	tratado	ou
lei	federal;	c)	julgar	válida	lei	ou	ato	de	governo	local	contestado	em	face	desta
Constituição;	d)	julgar	válida	lei	local	contestada	em	face	de	lei	federal.
Diferentemente	do	que	ocorre	com	o	recurso	especial,	o	art.	102	da	CF	não	faz
menção	a	decisão	de	tribunal.	Assim,	qualquer	decisão	judicial,	mesmo	que	não
seja	proferida	por	um	tribunal,	está	sujeita	ao	recurso	extraordinário,	razão	pela
qual	é	cabível	recurso	extraordinário	contra	acórdão	prolatado	pelo	Colégio
Recursal	no	juizado	especial.
STF,	súmula	nº	640.
É	cabível	recurso	extraordinário	contra	decisão	proferida	por	juiz	de
primeiro	grau	nas	causas	de	alçada,	ou	por	turma	recursal	de	juizado
especial	cível	e	criminal.
FONAJE,	enunciado	63.
Contra	decisões	das	Turmas	Recursais	são	cabíveis	somente	os	embargos
declaratórios	e	o	Recurso	Extraordinário.
O	recurso	extraordinário	deve	ser	interposto	no	prazo	de	15	dias	contados	da
data	da	intimação	da	decisão	da	Turma	Recursal.
FONAJE,	enunciado	85.
O	Prazo	para	recorrer	da	decisão	de	Turma	Recursal	fluirá	da	data	do
julgamento.
A	sua	interposição	deve	se	dar	perante	a	Turma	Recursal,	competindo	ao	seu
Presidente	o	exame	de	admissibilidade.
FONAJE,	enunciado84.
Compete	ao	Presidente	da	Turma	Recursal	o	juízo	de	admissibilidade	do
Recurso	Extraordinário,	salvo	disposição	em	contrário.
A	inadmissibilidade,	por	qualquer	razão,	do	recurso	extraordinário	enseja	agravo
ao	STF,	ao	qual	o	JEC	de	origem	não	poderá	deixar	de	dar	encaminhamento.
STF,	súmula	nº	727.
Não	pode	o	magistrado	deixar	de	encaminhar	ao	Supremo	Tribunal	Federal
o	agravo	de	instrumento	interposto	da	decisão	que	não	admite	recurso
extraordinário,	ainda	que	referente	a	causa	instaurada	no	âmbito	dos
juizados	especiais.
Mandado	de	segurança.
Conforme	tivemos	oportunidade	de	afirmar	anteriormente	em	obra	sobre	o	tema
(SALES,	2015.d:	15),
o	mandado	de	segurança	é	uma	ação	constitucional	que	tem	por	objetivo
assegurar	um	direito	líquido	e	certo	que	foi	negado,	de	maneira	abusiva	ou
ilegal,	pelo	ato	de	uma	autoridade	pública.
Nesse	sentido,	é	o	disposto	na	Lei	nº	12.016/2009,	art.	1º:
Conceder-se-á	mandado	de	segurança	para	proteger	direito	líquido	e	certo,
não	amparado	por	habeas	corpus	ou	habeas	data,	sempre	que,	ilegalmente
ou	com	abuso	de	poder,	qualquer	pessoa	física	ou	jurídica	sofrer	violação	ou
houver	justo	receio	de	sofrê-la	por	parte	de	autoridade,	seja	de	que
categoria	for	e	sejam	quais	forem	as	funções	que	exerça.
No	sistema	do	JEC	é	cabível	o	mandado	de	segurança,	contra	ato	do	juiz,	do
qual	não	caiba	recurso.	A	competência	para	processar	e	julgar	o	mandado	de
segurança	será	da	turma	recursal	do	próprio	juizado.
STJ,	súmula	nº	376.
Compete	a	turma	recursal	processar	e	julgar	o	mandado	de	segurança
contra	ato	de	juizado	especial.
FONAJE,	enunciado	62.
Cabe	exclusivamente	às	Turmas	Recursais	conhecer	e	julgar	o	mandado	de
segurança	e	o	habeas	corpus	impetrados	em	face	de	atos	judiciais	oriundos
dos	Juizados	Especiais.
O	art.	47	foi	vetado	pelo	Presidente	da	República.	O	texto	vetado	tinha	o
seguinte	teor:
Art.	47.	A	lei	local	poderá	instituir	recurso	de	divergência	desse	julgamento
ao	Tribunal	de	Alçada,	onde	houver,	ou	ao	Tribunal	de	Justiça,	sem	efeito
suspensivo,	cabível	quando	houver	divergência	com	a	jurisprudência	do
próprio	Tribunal	de	ou	outra	turma	de	Juízes,	ou	quando	o	valor	do	pedido
julgado	improcedente	ou	da	condenação	for	superior	a	vinte	salários
mínimos.
As	razões	do	veto:
O	art.	47	do	projeto	de	lei	deve	ser	vetado,	com	fundamento	no	interesse
público,	porque	a	intenção	que	norteou	a	iniciativa	parlamentar	foi
propiciar	maior	agilidade	processual,	o	que	não	aconteceria	com	a	sanção
deste	dispositivo,	visto	que	ele	ensejaria	o	aumento	de	recursos	nos	tribunais
locais,	em	vez	de	sua	diminuição.	Daí,	não	mais	haveria	brevidade	na
conclusão	das	causas,	contrariando	todo	o	espírito	que	moveu	a	proposição
e	que	traduz	o	anseio	de	toda	a	sociedade	brasileira.
Alteração	legislativa.
A	atual	redação	do	art.	48	foi	dada	pelo	CPC/2015,	art.	1.064,	remetendo	os
embargos	de	declaração,	no	JEC,	aos	casos	previstos	no	Código	de	Processo
Civil.
O	art.	1.022	do	CPC/2015	estabelece,	como	hipóteses	de	cabimento	dos
embargos	de	declaração,	a	omissão,	a	contradição	e	a	obscuridade.
Como	se	pode	observar,	essa	significativa	alteração	acaba	por	excluir,	das
hipóteses	de	cabimento	dos	embargos	de	declaração,	a	dúvida,	que	constava	da
redação	original	do	art.	48.
Destarte,	devemos	ficar	atentos	ao	fato	de	que	a	dúvida	não	é	mais	um	ponto
sobre	o	qual	poderão	incidir	os	embargos	de	declaração,	que	serão	rejeitados
pelo	órgão	julgador	quando	assim	manifestados.
Embargos	de	declaração.
Denomina-se	embargos	de	declaração	o	recurso	próprio	para	esclarecer	e
integrar	a	decisão	atacada,	fundando-se	na	ideia	de	que	a	prestação	jurisdicional
deve	ser	completa	e	clara.
Destina-se,	no	ato	impugnado,	à	supressão	de	omissão,	à	eliminação	de
contradição	e	ao	afastamento	de	obscuridade,	pelo	juiz	ou	relator	prolator	da
decisão	(cf.	SALES,	2014.b:	670).
O	recurso	não	se	presta	a	corrigir	a	decisão	impugnada,	mas	tão	somente	integrá-
la,	sanando	os	vícios	de	obscuridade,	contradição	e	omissão.
No	procedimento	do	JEC,	os	embargos	de	declaração	terão	cabimento	nas
hipóteses	do	art.	48,	ressaltando-se	o	entendimento	de	serem	cabíveis,	também,
contra	decisões	interlocutórias,	por	aplicação	do	CPC/2015,	art.	1.022.
FPPC,	enunciado	475.
Cabem	embargos	de	declaração	contra	decisão	interlocutória	no	âmbito	dos
juizados	especiais.
Cabimento	dos	embargos	de	declaração	no	JEC.
São	requisitos	dos	embargos	de	declaração	no	procedimento	do	JEC	a	existência,
na	decisão	impugnada,	de	obscuridade,	contradição	ou	omissão	sobre	algum
ponto	sobre	o	qual	a	decisão	deveria	se	pronunciar.
No	caso	de	omissão,	o	julgamento	dos	embargos	irá	supri-la,	decidindo	a
questão	que	eventualmente	tenha	escapado	à	decisão	embargada,	ao	passo	que
nos	casos	de	contradição	e	obscuridade,	a	decisão	será	expungida,	eliminando-se
o	defeito	nela	detectada.
Os	embargos	de	declaração	são	dotados	de	efeito	suspensivo,	mas	é	um	recurso
não	devolutivo,	porque	julgado	pelo	mesmo	juiz	ou	órgão	que	julgou	a	decisão
recorrida.
Têm	efeito	apenas	integrativo,	mas	podem	ter,	por	via	reflexa,	efeito
modificativo,	especialmente	nos	casos	de	omissão	(cf.	SALES,	2014:	b.	670).
FONAJE,	enunciado	159.
Não	existe	omissão	a	sanar	por	meio	de	embargos	de	declaração	quando	o
acórdão	não	enfrenta	todas	as	questões	arguidas	pelas	partes,	desde	que
uma	delas	tenha	sido	suficiente	para	o	julgamento	do	recurso.
Erros	materiais.
Erros	materiais	são	erros	de	escrita	ou	de	digitação,	que	não	influem	no
julgamento	e,	como	tal,	são	corrigíveis	de	ofício.	Percebendo,	o	juiz,	que	há	na
sentença	algum	erro	material,	ele	deverá	corrigi-lo,	independentemente	de
provocação.
Essa	regra,	todavia,	não	exclui	a	possibilidade	da	parte	apontar	o	erro	ao	juiz,
através	de	uma	simples	petição,	ou	através	mesmo	de	embargos	de	declaração,
como	prevê	o	CPC/2015,	art.	1.022,	III.
Requisitos	formais	e	prazo.
Os	embargos	de	declaração	podem	ser	interpostos	tanto	por	petição	escrita
quanto	oralmente.	Sendo	oral,	eles	deverão	ser	reduzidos	a	termo	pelo	escrivão.
O	prazo	para	sua	interposição	é	de	5	(cinco)	dias,	que	se	contam	da	ciência,	pelo
embargado,	da	decisão	que	se	pretende	embargar.
Alteração	legislativa.
A	redação	do	art.	50	foi	alterada	por	força	do	CPC/2015,	art.	1.065,	passando	a
estabelecer	que	os	embargos	declaratórios	interrompem	o	prazo	para	outros
recursos.	A	sua	redação	original	dizia	que	os	embargos	suspendiam	o	prazo	para
outros	recursos.
Além	de	adequar	e	sintonizar	os	embargos	de	declaração	do	JEC	com	os	do
processo	comum,	a	diferença	entre	interromper	e	suspender	é	abismal.
A	interrupção	do	prazo	pressupõe	a	sua	paralisação	e	a	restituição	integral	do
prazo	ao	término	do	motivo	que	originou	a	interrupção,	ao	passo	que	a	sua
suspensão	implica	na	paralisação	do	prazo,	retomando-o,	quando	findar	o	motivo
da	suspensão,	pelo	tempo	que	faltar	para	acabar	o	prazo.
Com	a	mudança	propiciada	pelo	CPC/2015,	art.	1.065,	os	embargos	de
declaração,	no	JEC,	passam	a	interromper	o	prazo	para	outros	recursos,	tal	como
ocorre	no	processo	comum	(CPC/2015,	art.	1.026).
Efeitos	da	interposição	dos	embargos	de	declaração	em
relação	ao	recurso	inominado.
Publicada	a	sentença,	cientes	as	partes,	começa	a	correr	o	prazo	para	os	recursos.
Contra	a	sentença	cabe,	em	tese,	recurso	inominado	ou	embargos	de	declaração,
conforme	o	caso.
Tendo	em	vista	que	apenas	um	único	recurso	poderá	ser	ofertado,	no	caso	de	se
optar	pelos	embargos	de	declaração,	como	fica	o	recurso	inominado?
A	resposta	vem	como	esse	art.	50	em	comento:	-	os	embargos	interromperão	o
prazo	para	o	recurso	inominado.
Apresentados	os	embargos,	desde	que	tempestivos,	o	prazo	para	o	recurso
inominado	fica	automaticamente	interrompido.	Julgados	os	embargos,	intimadas
as	partes,	começará	a	correr	o	prazo	integral,	de	10	dias,	para	o	recurso
inominado.
Sentença	terminativa.
Terminativas	são	as	sentenças	que	extinguem	o	processo	sem	resolução	do
mérito.	Elas	ocorrem	porque	o	processo	apresenta	algum	vício	processual
insanável,	que	constitui	uma	barreira	intransponível,	não	o	permitindoFórum	Nacional	dos	Juizados	Especiais	-	FONAJE
-	Enunciados	Cíveis
-	FONAJE	-	Enunciados	da	Fazenda	Pública
Fórum	Nacional	dos	Juizados	Especiais	Federais	–	FONAJEF
-	Enunciados	Cíveis
Súmulas	do	Conselho	da	Justiça	Federal
-	Turma	de	uniformização	das	decisões	das	turmas	recursais	dos	Juizados
Especiais	Federais
-	Turmas	recursais	do	Juizado	Especial	Federal	de	São	Paulo/SP
Parte	I.
Apontamentos	sobre	o	sistema	dos	Juizados	Especiais
1.	Dos	Juizados	Especiais	de	Pequenas	Causas	aos
Juizados	Especiais	Cíveis:	um	pouco	de	história
As	questões	que	envolvem	direitos	civis	de	cunho	patrimonial,	especialmente
aquelas	que	dizem	respeito	à	responsabilidade	civil	contratual	e	extracontratual,
constituem	parcela	substancial	dos	litígios	de	natureza	civil	que	grassam	a
justiça	pátria.
Mas	o	grande	problema	sempre	residiu	na	dificuldade	de	acesso	ao	processo
civil,	grandiloquente	na	essência	e	na	estrutura,	o	que	afastava	do	judiciário	as
pequenas	causas,	assim	ditas	em	razão	do	seu	conteúdo	econômico.
Pequenos	problemas	do	dia	a	dia,	de	pouca	expressão	econômica,	especial	e
principalmente	aqueles	ligados	às	relações	de	consumo,	acabavam	por	ficar	sem
solução,	porque	o	acesso	ao	processo	comum,	por	ser	muito	expansivo,	tornava-
se	inviável.	Afinal,	o	interessado	deveria	contratar	advogado	e	adiantar	as	custas
do	processo,	o	que	sairia	muito	mais	caro	do	que	o	proveito	econômico	que
poderia	galgar,	sem	contar	o	tempo	de	demora	do	trâmite	processual.
Havia,	portanto,	a	necessidade	de	se	encontrar	uma	alternativa	que	tornasse
viável,	para	aquelas	situações,	o	acesso	à	justiça,	o	que	viria,	então,	na	forma	do
chamado	Juizado	de	Pequenas	Causas.
As	origens	dos	Juizados	de	Pequenas	Causas	remontam	ao	início	do	século
passado,	nos	EUA.	Posteriormente,	a	experiência	foi	transferida	para	a	Europa	e
Japão,	até	chegar	ao	Brasil.
Em	1973,	com	o	advento	do,	então,	novo	Código	de	Processo	Civil,	contemplou-
se	uma	alternativa	visando	obter	celeridade	processual	no	chamado
“procedimento	sumaríssimo”,	para	atender	causas	de	menor	complexidade.
Todavia,	ainda	persistiam	os	problemas	do	processo	comum,	traduzidos	no
binômio	custo/tempo,	que	conduziriam	à	iniquidade	daquele	procedimento	–	e
que	acabou	sendo	descartado	e	suprimido	do	CPC/2015.
Por	conta	disso,	e	para	atender	aos	anseios	da	sociedade,	em	1984	foi
promulgada	a	Lei	nº	7.244,	introduzindo	no	ordenamento	jurídico	o	Juizado
Especial	de	Pequenas	Causas,	cujo	objetivo	era,	exatamente,	criar	um
mecanismo	de	solução	diferenciada	para	conflitos	de	menor	complexidade.
Por	força	do	que	expressamente	dispunha	aquela	lei,	eram	consideradas
“pequenas	causas”,	ou	causas	de	reduzido	valor	econômico,	todas	as	causas	em
que	a	pretensão	envolvesse	direitos	patrimoniais	disponíveis	e	cujo	valor	não
excedesse	a	20	salários	mínimos.
Tal	lei	exerceu	um	importante	papel	nos	pouco	mais	de	10	anos	em	que	esteve
em	vigor,	eis	que	grande	parte	dos	problemas	que	antes	era	relegada	ao
esquecimento	encontrou	abrigo	nesse	novo	modelo	de	justiça,	principalmente
porque	em	1990	foi	promulgado	o	Código	de	Defesa	do	Consumidor,
aumentando	a	consciência	do	cidadão	médio	sobre	seus	direitos.
A	Lei	nº	7.244/1984	trouxe	profundas	novidades	para	o	processo	civil,	sendo	a
principal	delas	a	possibilidade	da	parte	formular	sua	pretensão	diretamente	ao
juizado,	sem	necessitar	de	um	advogado	(art.	9º).	Assim,	um	dos	primeiros
problemas	do	jurisdicionado	–	o	custo	com	o	advogado	–	estaria	solucionado.
Além	disso,	o	ajuizamento	da	ação	independia	do	pagamento	de	custas	(art.	51),
o	que	facilitava,	sem	dúvida,	o	acesso	ao	judiciário.
Essa	lei	cumpriu	bem	essa	sua	função,	de	propiciar	à	população	o	acesso	ao
judiciário,	o	que	se	pode	observar	pela	quantidade	de	processos	que	foram
submetidos	ao	procedimento	das	“pequenas	causas”,	que	bem	caiu	no	gosto	e	na
boca	do	povo,	mostrando	que	a	experiência	deu	mais	do	que	certo.
E	o	sucesso	dessa	experiência	conduziu,	naturalmente,	para	um	passo	acima.	E
em	1995	foi	promulgada	a	Lei	nº	9.099,	passando	a	contemplar	o	Juizado
Especial	Cível.
2.	A	Lei	nº	9.099/1995	e	os	Juizados	Especiais	Cíveis
A	Lei	nº	7.244/1984	foi	revogada	expressa	e	totalmente	pela	Lei	nº	9.099/1995
(art.	97),	que	passou	a	regulamentar	o	Juizado	Especial	Cível.	Essa	Lei	nº
9.099/1995	representa	uma	evolução,	em	vários	aspectos,	em	relação	à	lei
antiga.	Ela	mantém	os	princípios	básicos	que	regem	os	juizados,	mas	amplia	seu
espectro,	incidência	e	alcance,	para	causa	até	40	salários	mínimos,	e	para	todas
aquelas	que	o	CPC/1973	reservava	para	o	procedimento	sumário,	no	art.	275,	II,
passando	a	regular,	também,	a	execução.
Por	essa	razão,	deixa-se	de	se	falar	em	Juizado	Especial	de	“Pequenas	Causas”,
passando	à	atual	denominação	de	Juizado	Especial	Cível.
Na	Lei	nº	9.099/1995,	a	presença	do	advogado	é	obrigatória	para	as	causas	de
valor	superior	a	20	salários	mínimos.	Até	esse	valor,	a	presença	de	advogado	é
facultativa.	E	por	falar	em	faculdade,	é	sempre	bom	lembrar	que	o	ajuizamento
da	ação	perante	o	JEC	é	sempre	opcional,	podendo	o	autor,	se	quiser,	escolher
propô-la	perante	o	juízo	comum.
Enquanto	na	lei	anterior	somente	pessoas	físicas	eram	admitidas	a	propor	ação
no	juizado,	a	Lei	nº	9.099/1995	passou	a	admitir	que	algumas	pessoas	jurídicas,
como	as	microempresas	e	empresas	de	pequeno	porte,	possam	fazê-lo.
Os	Juizados	Especiais	Cíveis,	assim,	passaram	a	representar	uma	importante
parcela	do	judiciário	brasileiro,	ganhando,	definitivamente,	o	reconhecimento	e
respeito	que	merece	por	parte	do	jurisdicionado.	Mas	ainda	deixava	de	lado
outro	segmento	importante,	na	medida	em	que	não	admitia,	como	rés,	as	pessoas
jurídicas	de	direito	público,	ligadas	à	administração	pública	direta	e	indireta.	A
solução	viria	a	seguir,	quase	uma	década	depois.
3.	A	Lei	nº	12.153/2009	e	os	Juizados	Especiais	da
Fazenda	Pública
A	Lei	nº	9.099/1995	aumentou	o	alcance	dos	juizados	especiais,	traduzindo-se
em	grande	utilidade	ao	jurisdicionado,	representando	uma	importante	parcela
dos	processos	submetidos	à	justiça	estadual.	Mas	ela	apresentava	uma	sensível
lacuna,	ao	não	permitir	nem	admitir,	como	parte,	as	pessoas	jurídicas	de	direito
público,	seja	da	administração	direta	ou	da	indireta.
É	inegável	que	as	ações	contra	o	Estado	e	contra	as	suas	autarquias	e	empresas
públicas	representam	grande	parte	no	número	de	processos	judiciais,	fenômeno
que	se	verifica	com	maior	intensidade	em	face	desse	Estado	moderno,	que	tem
um	viés	de	fornecedor	de	serviços	públicos.
Para	suprir	aquela	lacuna,	foi	promulgada	a	Lei	nº	12.153/2009,	que	instituiu	o
Juizado	Especial	da	Fazenda	Pública,	para	as	ações	de	valor	até	60	salários
mínimos	em	que	houvesse	o	interesse	dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos
Municípios,	e	suas	respectivas	autarquias,	fundações	e	empresas	públicas	(art.
5º,	II).
Outra	diferença	significativa	em	relação	à	Lei	nº	9.099/1995	é	que	o
procedimento	do	Juizado	da	Fazenda	Pública	não	é	uma	opção.	Sua	observância,
onde	houver	instalada	vara	própria,	é	obrigatória,	eis	que	sua	competência
funcional	é	absoluta	(art.	2º,	§	4º).
3.1.	O	sistema	dos	Juizados	Especiais	estaduais
Os	Juizados	Especiais	Cíveis	e	os	Criminais,	juntamente	com	os	Juizados	da
Fazenda	Pública,	integram	o	sistema	de	Juizados	Especiais	dos	Estados	e
Distrito	Federal.	Esse	sistema	é	regido,	precipuamente,	pela	Lei	nº	9.099/1995,
sendo	que	os	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública	observarão	o	que	dispuser	a
Lei	nº	12.153/2009	(CPC/2015).
Mas	o	Código	de	Processo	Civil	é	aplicável	apenas	supletivamente,	no	que	não
conflitar	com	as	regras	e	princípios	que	regem	o	sistema	dos	Juizados	Especiais
Estaduais.	Nesse	sentido,	o	enunciado	161	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	161.
Considerado	o	princípio	da	especialidade,	o	CPC/2015	somente	terá
aplicação	ao	Sistema	dos	Juizados	Especiais	nos	casos	de	expressa	e
específica	remissão	ou	na	hipótese	de	compatibilidade	com	os	critérios
previstos	no	art.	2º	da	Lei	nº	9.099/95.
4.	A	Lei	nº	10.259/2001	e	os	Juizados	Especiais
Federais
A	Lei	nº	9.099/1995	veio	instituiralcançar	a
discussão	de	fundo.
A	sentença	terminativa	apenas	põe	fim	à	relação	jurídica	processual,	deixando
intocada	a	relação	de	direito	material	que	originou	o	processo,	razão	pela	qual,
salvo	exceções,	não	impede	que	a	ação	seja	reproposta.
Motivos	para	a	extinção	do	processo	sem	resolução	do
mérito.
Os	motivos	que	levam	à	extinção	do	feito	sem	resolução	do	mérito	estão,	em
primeiro	lugar,	previstas	no	CPC/2015,	art.	485	(…	além	dos	casos	previstos	em
lei…).	São	elas:
CPC/2015,	art.	485.
O	juiz	não	resolverá	o	mérito	quando:
I	-	indeferir	a	petição	inicial;
II	-	o	processo	ficar	parado	durante	mais	de	1	(um)	ano	por	negligência	das
partes;
III	-	por	não	promover	os	atos	e	as	diligências	que	lhe	incumbir,	o	autor
abandonar	a	causa	por	mais	de	30	(trinta)	dias;
IV	-	verificar	a	ausência	de	pressupostos	de	constituição	e	de
desenvolvimento	válido	e	regular	do	processo;
V	-	reconhecer	a	existência	de	perempção,	de	litispendência	ou	de	coisa
julgada;
VI	-	verificar	ausência	de	legitimidade	ou	de	interesse	processual;
VII	-	acolher	a	alegação	de	existência	de	convenção	de	arbitragem	ou
quando	o	juízo	arbitral	reconhecer	sua	competência;
VIII	-	homologar	a	desistência	da	ação;
IX	-	em	caso	de	morte	da	parte,	a	ação	for	considerada	intransmissível	por
disposição	legal;	e
X	-	nos	demais	casos	prescritos	neste	Código.
Além	dessas	hipóteses,	comuns	a	todos	os	processos,	o	art.	51	em	comento	lista
hipóteses	específicas	para	os	processos	sujeitos	ao	procedimento	do	JEC.	São
elas:
1.	Quando	o	autor	deixar	de	comparecer	a	qualquer	das	audiências	do	processo.
No	procedimento	do	JEC	o	comparecimento	do	autor	às	audiências	é	obrigatório
(ver	comentários	ao	art.	9º).
A	ausência	do	autor	a	qualquer	das	audiências	do	processo	(seja	de	conciliação
ou	de	instrução,	para	prestar	depoimento	ou	não),	enseja	a	extinção	do	processo
por	abandono.
Ao	deixar	de	comparecer	à	sessão	designada,	pressupõe-se	que	o	autor	desistiu
da	ação,	abandonando-a.
FONAJE,	enunciado	90.
A	desistência	da	ação,	mesmo	sem	a	anuência	do	réu	já	citado,	implicará	a
extinção	do	processo	sem	resolução	do	mérito,	ainda	que	tal	ato	se	dê	em
audiência	de	instrução	e	julgamento,	salvo	quando	houver	indícios	de
litigância	de	má-fé	ou	lide	temerária	(nova	redação	–	XXXVIII	Encontro	–
Belo	Horizonte-MG).
Entende-se	que,	no	caso	de	extinção	por	abandono	do	autor,	a	sentença	deverá
condená-lo	no	pagamento	das	custas	processuais	(§	2º).
FONAJE,	enunciado	28.
Havendo	extinção	do	processo	com	base	no	inciso	I,	do	art.	51,	da	Lei	nº
9.099/1995,	é	necessária	a	condenação	em	custas.
2.	Quando	for	inadmissível	o	procedimento	instituído	pela	Lei	nº	9.099/95	ou	o
seu	prosseguimento,	após	a	conciliação.
Ocorre	a	inadmissibilidade	do	procedimento	quando	a	ação	proposta	não
corresponder	àquelas	relacionadas	no	art.	3º,	a	cujos	comentários	remetemos	o
leitor.
O	ajuizamento	de	uma	ação	que	não	esteja	prevista	no	rol	do	art.	3º,	para	a	qual
o	JEC	não	tenha	competência	funcional,	ensejará	a	sua	extinção,	sem	resolução
do	mérito.
3.	Quando	for	reconhecida	a	incompetência	territorial.
No	procedimento	do	JEC,	a	incompetência	territorial	(em	razão	do	lugar)	conduz
à	extinção	do	processo,	diferentemente	do	que	ocorre	na	Justiça	comum,	em	que
ocorre	apenas	a	modificação	da	competência,	com	a	remessa	dos	autos	ao	juízo
competente.
E,	por	isso	mesmo,	também	diferentemente	do	que	ocorre	na	Justiça	comum,	no
JEC	a	incompetência	territorial,	embora	relativa,	pode	ser	conhecida	de	ofício.
FONAJE,	enunciado	89.
A	incompetência	territorial	pode	ser	reconhecida	de	ofício	no	sistema	de
juizados	especiais	cíveis.
4.	Quando	sobrevier	qualquer	dos	impedimentos	do	art.	8º.
A	hipótese	aqui	tratada	cuida	de	situação	verificada	a	posteriori,	depois	do
ajuizamento	da	ação.
Verificado	o	impedimento	antes	do	ajuizamento	da	ação,	ela	não	deverá	ser
distribuída.	Se,	apesar	do	impedimento,	a	ação	vier	a	ser	distribuída,	será	caso	de
indeferimento	da	inicial	(que	é	outro	motivo	de	extinção).
O	que	se	cuida,	aqui,	entrementes,	é	de	impedimento	superveniente,	ou	seja,
ocorrido	após	o	ajuizamento	da	ação;	se,	no	curso	dela,	a	parte	for	recolhida	ao
sistema	prisional,	tiver	sua	falência	decretada,	ou	for	considerada	insolvente,
deve,	em	qualquer	dos	casos,	ser	extinto	o	processo	sem	resolução	de	mérito.
5.	Quando,	falecido	o	autor,	a	habilitação	depender	de	sentença.
Falecendo	o	autor,	seus	sucessores	deverão	assumir	o	processo,	habilitando-se.
Se	não	houver	nenhum	tipo	de	questionamento	entre	os	sucessores,	a	habilitação
se	fará	nos	próprios	autos.	Mas	se	houver	algum	tipo	de	disputa	ou	de
impugnação	entre	pessoas	que	se	entendam	sucessoras,	deverá	se	promover	a
ação	de	habilitação,	com	dilação	probatória	(CPC/2105,	art.	691).
Nesse	caso,	por	ser	incompatível	com	o	procedimento	do	JEC,	a	ação	deverá	ser
julgada	extinta.
6.	Quando,	falecido	o	réu,	o	autor	não	promover	a
citação	dos	sucessores	no	prazo	de	30	dias.
Comunicado	nos	autos	o	falecimento	do	réu,	se	não	houver	habilitação,	o	autor
deve	promover	a	regularização	do	polo	passivo,	fazendo	a	citação	dos	sucessores
(CPC/2015,	art.	313,	§	2º,	I).
Caso	o	autor	não	promova	a	citação	dos	sucessores	no	prazo	de	30	dias,	prazo
esse	que	deve	ser	contado	da	data	da	intimação	do	juízo	acerca	do	óbito,	o
processo	deverá	ser	extinto.
A	menção,	no	texto	em	comento,	a	“qualquer	hipótese”,	contempla,	não	apenas
as	situações	retratadas	no	art.	51,	como	também	as	do	CPC/2015,	art.	485.
Em	razão	dos	princípios	que	informam	o	procedimento	do	JEC,	em	especial	os
da	simplicidade	e	da	economia	processual,	é	a	previsão	legal,	desse	§	1º,	de	que
a	extinção	do	processo	não	dependerá	da	intimação	prévia	das	partes,	nem
mesmo	nos	casos	de	abandono	do	processo,	nas	hipóteses	dos	incisos	II	e	III	do
CPC/2015,	art.	485.
Como	mencionamos	acima,	a	extinção	do	processo	em	decorrência	da	ausência
do	autor	a	qualquer	das	audiências	implica	em	condená-lo	nas	custas
processuais.	Todavia,	o	juiz	poderá	isentá-lo	dessa	obrigação,	se	ele	comprovar
que	sua	ausência	decorreu	de	motivo	de	força	maior.
Para	tanto,	a	parte	deverá	requerer	a	isenção	ao	juiz,	anexando	ao	requerimento
documentos	que	comprovem	o	alegado.
Cumprimento	de	sentença.
O	art.	52	em	comento	trata	da	execução	da	sentença,	que	na	sistemática	atual	do
processo	civil	recebe	o	nome	de	“cumprimento	de	sentença”.	É,	em	verdade,	a
execução	do	título	executivo	judicial.
A	execução	–	ou	cumprimento	–	da	sentença	se	fará	nos	próprios	autos	do
processo	onde	proferida,	seguindo-se	as	normas	do	Código	de	Processo	Civil.
Aplicam-se,	portanto,	as	disposições	contidas	no	CPC/2015,	arts.	513	a	538
(relativos	ao	cumprimento	de	sentença).
Desta	forma,	totalmente	aplicável	a	multa	estabelecida	no	CPC/2015,	art.	523,	§
1º:
FONAJE,	enunciado	97.
A	multa	prevista	no	art.	523,	§	1º,	do	CPC/2015	aplica-se	aos	Juizados
Especiais	Cíveis,	ainda	que	o	valor	desta,	somado	ao	da	execução,	ultrapasse
o	limite	de	alçada;	a	segunda	parte	do	referido	dispositivo	não	é	aplicável,
sendo,	portanto,	indevidos	honorários	advocatícios	de	dez	por	cento	(nova
redação	–	XXXVIII	Encontro	–	Belo	Horizonte-MG).
Aos	dispositivos	do	CPC,	dantes	mencionados,	devem-se	observar	as	alterações
introduzidas	pelos	vários	incisos	do	art.	52.
1.	Liquidez	e	atualização	do	débito	(incisos	I	e	II).
As	sentenças	condenatórias	devem	ser	liquidadas,	como	já	vimos	nos
comentários	ao	art.	38.	Isso	vem	reforçado	no	inciso	I.	Os	cálculos	referentes	à
atualização	monetária,	aos	juros,	honorários	advocatícios,	despesas	processuais	e
outras	parcelas	devidas	serão	efetuados	sempre	pelo	contador	judicial	(inciso	II).
2.	Intimação	da	sentença	e	cumprimento	(incisos	III	e	IV).
A	intimação	da	sentença	deve	ocorrer	na	própria	audiência	em	que	for	proferida.
Nessa	intimação,	o	juiz	já	deverá	comunicar	ao	vencido	a	obrigação	de	cumprir	a
sentença	tão	logo	ocorra	o	trânsito	em	julgado,	advertindo-lhe	dos	efeitos	do	seu
não	cumprimento	(inciso	III).
Não	haverá	nova	citação	nem	intimação	para	o	cumprimento.	Se	não	houver	o
cumprimentoespontâneo,	o	interessado	poderá	requerer	a	execução	forçada
(inciso	IV),	com	o	pagamento	da	multa	de	10%	do	CPC/2015,	art.	523,	§	1º.
FONAJE,	enunciado	38.
A	análise	do	art.	52,	IV,	da	Lei	nº	9.099/1995,	determina	que,	desde	logo,
expeça-se	o	mandado	de	penhora,	depósito,	avaliação	e	intimação,	inclusive
da	eventual	audiência	de	conciliação	designada,	considerando-se	o
executado	intimado	com	a	simples	entrega	de	cópia	do	referido	mandado
em	seu	endereço,	devendo,	nesse	caso,	ser	certificado	circunstanciadamente.
FONAJE,	enunciado	106.
Havendo	dificuldade	de	pagamento	direto	ao	credor,	ou	resistência	deste,	o
devedor,	a	fim	de	evitar	a	multa	de	10%,	deverá	efetuar	depósito	perante	o
juízo	singular	de	origem,	ainda	que	os	autos	estejam	na	instância	recursal.
3.	Obrigações	de	entregar,	de	fazer	ou	de	não	fazer	(incisos	V	e	VI).
Tratando-se	de	obrigação	de	entregar,	de	fazer	ou	de	não	fazer,	o	juiz	poderá
estabelecer	uma	multa	diária	pelo	atraso	no	seu	cumprimento.	Persistindo	o
descumprimento,	o	credor	poderá	requerer	ao	juiz	que	se	eleve	o	valor	da	multa,
ou	que	se	converta	a	obrigação	em	perdas	e	danos,	arbitrada	pelo	juiz,	com
execução	nos	próprios	autos.
FONAJE,	enunciado	22.
A	multa	cominatória	é	cabível	desde	o	descumprimento	da	tutela
antecipada,	nos	casos	dos	incisos	V	e	VI,	do	art.	52,	da	Lei	nº	9.099/1995.
Na	obrigação	de	fazer,	o	juiz	poderá	determinar	que	a	obrigação	seja	cumprida
por	um	terceiro,	fixando	o	valor	que	o	devedor	terá	que	depositar	para	as
despesas,	sob	pena	de	multa	diária.
4.	Expropriação	(incisos	VII	e	VIII).
Na	expropriação	do	bem	penhorado,	admite-se	a	alienação	por	iniciativa
particular	(também	prevista	no	CPC/2015,	art.	880).	Na	alienação	judicial,	sendo
os	bens	de	pequeno	valor,	ficam	dispensados	os	editais	em	jornais.
5.	Embargos	à	execução	(inciso	IX).
Aqui,	uma	diferença	significativa:	a	forma	pela	qual	o	devedor	pode	se	opor	ao
cumprimento	de	sentença,	no	procedimento	do	JEC,	é	através	de	embargos	à
execução	(no	sistema	do	CPC	chama-se	impugnação).	É	importante	ficar	atento
a	isso.
Os	embargos	serão	opostos	no	prazo	de	15	dias	contados	da	intimação	da
penhora	ou	da	data	do	depósito	espontâneo,	sendo	que	a	garantia	do	juízo	é
indispensável	para	que	os	embargos	possam	ser	recebidos.
FONAJE,	enunciado	142.
Na	execução	por	título	judicial	o	prazo	para	oferecimento	de	embargos	será
de	quinze	dias	e	fluirá	da	intimação	da	penhora.
FONAJE,	enunciado	156.
Na	execução	de	título	judicial,	o	prazo	para	oposição	de	embargos	flui	da
data	do	depósito	espontâneo,	valendo	este	como	termo	inicial,	ficando
dispensada	a	lavratura	de	termo	de	penhora.
FONAJE,	enunciado	117.
É	obrigatória	a	segurança	do	Juízo	pela	penhora	para	apresentação	de
embargos	à	execução	de	título	judicial	ou	extrajudicial	perante	o	Juizado
Especial.
Nos	embargos	à	execução,	o	embargante	somente	poderá	alegar	as	matérias
enumeradas	nas	letras	“a”	a	“d”	do	inciso	IX,	rol	este	que	é	taxativo.
FONAJE,	enunciado	121.
Os	fundamentos	admitidos	para	embargar	a	execução	da	sentença	estão
disciplinados	no	art.	52,	inciso	IX,	da	Lei	nº	9.099/95	e	não	no	artigo	475-L
do	CPC,	introduzido	pela	Lei	nº	11.232/05.	[N.A:	refere-se	ao	CPC/1973].
A	decisão	que	julga	os	embargos	à	execução,	porque	sentença,	é	impugnável
mediante	recurso	inominado.
FONAJE,	enunciado	143.
A	decisão	que	põe	fim	aos	embargos	à	execução	de	título	judicial	ou
extrajudicial	é	sentença,	contra	a	qual	cabe	apenas	recurso	inominado.
Desconsideração	da	personalidade	jurídica	e	o	JEC.
Desconsideração	da	personalidade	jurídica	é	o	fenômeno	processual	por	meio	do
qual,	em	determinadas	situações,	a	lei	autoriza	ao	juiz	que	desconsidere	a
autonomia	patrimonial	decorrente	da	personificação	da	sociedade	para	imputar	a
responsabilidade	pelo	cumprimento	da	sua	obrigação	aos	seus	sócios,	estando
prevista	no	CDC,	art.	28	e	no	CC,	art.	50,	além	de	outros	diplomas	legais.
Conforme	entendimento	manifestado	no	enunciado	60	do	FONAJE,	a
desconsideração	é	cabível	em	sede	do	juizado	especial.
FONAJE,	enunciado	60.
É	cabível	a	aplicação	da	desconsideração	da	personalidade	jurídica,
inclusive	na	fase	de	execução.
Com	o	advento	do	novo	CPC,	a	desconsideração	da	personalidade	jurídica	passa
a	contar	com	um	procedimento	próprio	para	ser	realizada,	constituindo	um
incidente	processual,	conforme	dispõem	os	arts.	133	a	137.
Por	meio	de	tal	incidente,	o	juiz,	antes	de	promover	a	desconsideração,	deverá
fazer	a	citação	dos	sócios	da	pessoa	jurídica	para	que	se	manifestem	(CPC/2015,
art.	135),	seguindo-se	a	instrução	do	incidente	e	a	decisão	do	juiz	(CPC/2015,
art.	136),	tudo	isso	com	a	suspensão	do	processo	principal	(CPC/2015,	art.	134,
§	3º).
No	Livro	Complementar,	destinado	às	disposições	finais	e	transitórias,	o
CPC/2015,	no	art.	1.062,	estabelece	que	o	referido	incidente	aplica-se	aos
processos	do	JEC:
CPC/2015,	art.	1.062.
O	incidente	de	desconsideração	da	personalidade	jurídica	aplica-se	ao
processo	de	competência	dos	juizados	especiais.
Todavia,	entendemos	que	tal	procedimento	incidental	não	pode	ser	aplicado	aos
processos	submetidos	ao	procedimento	do	JEC.	É	que	ele	está	inserido	no	título
III,	do	Livro	III,	da	Parte	Geral,	que	trata	da	intervenção	de	terceiros.	Desta
forma,	tal	incidente,	como	determinado	no	novo	CPC,	é,	inequivocamente,	uma
forma	de	intervenção	de	terceiros,	e	o	art.	10	(a	cujos	comentários	remetemos	o
leitor)	expressamente	proíbe	qualquer	forma	de	intervenção	de	terceiros	nos
processos	de	competência	do	JEC.
Assim,	a	desconsideração	é	cabível	no	JEC,	mas	o	incidente	previsto	no	CPC
não.
Ação	de	execução	no	JEC.
O	JEC	tem	competência	para	processar	as	ações	de	execução	(alicerçadas	em
títulos	executivos	extrajudiciais)	no	valor	de	até	40	salários	mínimos	(art.	3º,	§
1º,	II).
A	execução	seguirá	as	regras	do	CPC/2015	(arts.	771	a	925),	com	as
modificações	constantes	da	própria	Lei	nº	9.099/1995,	especialmente	dos	§§	1º
ao	4º.
Penhora	e	audiência.
A	primeira	modificação	do	procedimento	em	relação	ao	processo	de	execução	do
CPC	é	que,	citado	o	executado	e	efetivada	a	penhora,	ele	será	intimado	a
comparecer	à	audiência	de	conciliação	que	foi	designada.
Como	a	conciliação	é	o	princípio	norteador	do	JEC,	a	designação	de	audiência
para	esse	fim	é	essencial	e	indispensável.
FONAJE,	enunciado	71.
É	cabível	a	designação	de	audiência	de	conciliação	em	execução	de	título
judicial.
Para	a	realização	da	audiência	de	conciliação,	não	é	indispensável	a	penhora,
porque	o	juiz	pode	convocar	as	partes	a	qualquer	momento	para	tentativa	de
conciliação.
FONAJE,	enunciado	145.
A	penhora	não	é	requisito	para	a	designação	de	audiência	de	conciliação	na
execução	fundada	em	título	extrajudicial.
Todavia,	para	a	apresentação	dos	embargos,	a	penhora	é	requisito	necessário.	A
penhora	deverá	obedecer	aos	dispositivos	do	CPC/2015	(arts.	831	a	869),
especialmente	quanto	à	ordem	de	preferência	e	à	impenhorabilidade.
FONAJE,	enunciado	14.
Os	bens	que	guarnecem	a	residência	do	devedor,	desde	que	não	essenciais	à
habitabilidade,	são	penhoráveis.
FONAJE,	enunciado	140.
O	bloqueio	on-line	de	numerário	será	considerado	para	todos	os	efeitos
como	penhora,	dispensando-se	a	lavratura	do	termo	e	intimando-se	o
devedor	da	constrição.
Embargos	à	execução.
O	exequente	poderá	se	opor	à	execução	por	meio	de	embargos	(art.	52,	IX),	que
devem	ser	apresentados	na	própria	audiência.
Os	embargos	poderão	ser	apresentados	por	escrito	ou	de	forma	oral,	e	o
embargante	não	estará	restrito	às	matérias	enumeradas	nas	letras	“a”	a	“d”	do	art.
52,	IX.	É	que,	tratando-se	de	título	executivo	extrajudicial,	deve	se	dar	ampla
possibilidade	de	defesa	ao	embargante,	que	poderá	alegar	qualquer	matéria	que
poderia	alegar	em	sua	contestação	no	processo	de	conhecimento,	e	entender	o
contrário	seria	negar-lhe	o	direito	à	ampla	defesa.
Os	embargos	dependem	de	prévia	garantia	do	juízo	–	por	meio	de	penhora,
depósito	ou	caução	–,	não	podendo	ser	recebidos	sem	isso.	Diferentemente	do
que	ocorre	no	processo	comum,	a	garantia	é	requisito	essencial	e	indispensáveldos	embargos	à	execução	no	procedimento	do	JEC.
FONAJE,	enunciado	117.
É	obrigatória	a	segurança	do	Juízo	pela	penhora	para	apresentação	de
embargos	à	execução	de	título	judicial	ou	extrajudicial	perante	o	Juizado
Especial.
Recebido	os	embargos,	o	embargado	deverá	ter	a	oportunidade	de	respondê-los,
passando-se	à	instrução	processual	e	ao	seu	julgamento.	Se	a	audiência	foi
dirigida	pelo	juiz	leigo,	a	ele	caberá	elaborar	a	proposta	de	sentença,	na	forma	do
art.	40.
FONAJE,	enunciado	52.
Os	embargos	à	execução	poderão	ser	decididos	pelo	juiz	leigo,	observado	o
art.	40	da	Lei	nº	9.099/1995.
Contra	a	decisão	que	julga	os	embargos	à	execução	será	cabível	o	recurso
inominado	(arts.	41	e	42).
FONAJE,	enunciado	143.
A	decisão	que	põe	fim	aos	embargos	à	execução	de	título	judicial	ou
extrajudicial	é	sentença,	contra	a	qual	cabe	apenas	recurso	inominado.
Embargos	à	arrematação	ou	à	adjudicação.
O	novo	CPC	pôs	fim	aos	embargos	à	arrematação	e	à	adjudicação,	antes
previstos	no	CPC/1973,	art.	746.	Na	nova	sistemática	adotada	pela	lei
processual,	o	executado	somente	poderá	impugnar	a	arrematação	ou	a
adjudicação	no	prazo	preclusivo	de	10	dias	do	aperfeiçoamento	do	ato,	findo	o
qual	será	expedida	a	respectiva	carta	ou	o	mandado	de	entrega.	Depois	disso,	o
executado	somente	poderá	pleitear	a	invalidação	da	arrematação	em	ação
autônoma,	da	qual	o	arrematante	deverá	compor,	necessariamente,	o	polo
passivo,	em	litisconsórcio	com	o	exequente.
No	JEC,	vigora	o	entendimento	de	que	a	arrematação	ou	a	adjudicação	podem
ser	impugnadas	por	simples	petição,	no	prazo	de	5	(cinco)	dias	do	ato.
FONAJE,	enunciado	81.
A	arrematação	e	a	adjudicação	podem	ser	impugnadas,	no	prazo	de	cinco
dias	do	ato,	por	simples	pedido.
Embargos	de	terceiro.
Embargos	de	terceiro	é	o	meio	processual	adequado	para	quem,	não	sendo	parte
no	processo,	sofrendo	constrição	ou	ameaça	de	constrição	sobre	seus	bens,	em
razão	de	uma	ordem	judicial	como	a	penhora,	o	arresto,	o	sequestro,	entre
outros,	obter	o	seu	desfazimento	ou	sua	inibição.	Eles	estão	previstos	no
CPC/2015,	art.	674,	e	são	admitidos	no	JEC.
FONAJE,	enunciado	155.
Admitem-se	embargos	de	terceiro,	no	sistema	dos	juizados,	mesmo	pelas
pessoas	excluídas	pelo	parágrafo	primeiro	do	art.	8º	da	lei	nº	9.099/95.
Os	princípios	norteadores	da	Lei	nº	9.099/1995	aplicam-se,	como	não	poderia
deixar	de	ser,	ao	processo	de	execução,	especialmente	a	celeridade,	a
informalidade	e	a	conciliação.
Por	isso	mesmo	que,	na	audiência	designada,	deve-se	buscar	o	meio	mais
propício	para	solucionar	o	litígio	de	maneira	rápida	e	eficaz.
Afasta-se,	assim,	dos	meios	tradicionais	da	execução	comum,	principalmente	da
alienação	judicial,	podendo	o	conciliador	propor	formas	alternativas	para
cumprimento	da	obrigação,	como	o	pagamento	a	prazo	ou	em	parcelas,	a
adjudicação	pelo	credor	do	bem	penhorado,	o	desconto	em	folha	de	pagamento
(enunciado	59	do	FONAJE),	ou	ainda	a	alienação	por	iniciativa	particular.
FONAJE,	enunciado	59.
Admite-se	o	pagamento	do	débito	por	meio	de	desconto	em	folha	de
pagamento,	após	anuência	expressa	do	devedor	e	em	percentual	que
reconheça	não	afetar	sua	subsistência	e	a	de	sua	família,	atendendo	sua
comodidade	e	conveniência	pessoal.
A	mesma	situação	contemplada	no	§	2º,	acima,	pode	se	verificar	no	caso	da	não
apresentação	dos	embargos,	ou	da	sua	rejeição	ou	improcedência.
Execução	frustrada.
Frustrada	é	a	execução	em	que	não	se	localizam	o	devedor	ou	seus	bens
passíveis	de	penhora.
Em	face	dos	princípios	que	informam	o	procedimento	do	JEC,	especialmente	o
da	simplicidade,	em	caso	de	execução	frustrada,	a	solução	é	a	extinção	do
processo.
É	por	isso	que,	não	localizado	o	executado	ou	não	existindo	bens	que	possam	ser
penhorados,	o	juiz	deverá	extinguir	a	execução,	devolvendo	os	documentos	ao
exequente.
Arresto.
Apesar	do	disposto	no	§	4º	em	comento,	consagrou-se	o	entendimento	de	ser
cabível	o	arresto	dos	bens	do	executado	quando	este	não	for	localizado,
providenciando-se,	posteriormente,	a	sua	citação	por	edital	e	convolação	do
arresto	em	penhora.
FONAJE,	enunciado	37.
Em	exegese	ao	art.	53,	§	4º,	da	Lei	nº	9.099/1995,	não	se	aplica	ao	processo
de	execução	o	disposto	no	art.	18,	§	2º,	da	referida	lei,	sendo	autorizados	o
arresto	e	a	citação	editalícia	quando	não	encontrado	o	devedor,	observados,
no	que	couber,	os	arts.	653	e	654	do	Código	de	Processo	Civil.	[N.	do	A.:
refere-se	ao	CPC/1973,	com	correspondência	no	art.	830	do	CPC/2015].
Certidão	da	dívida.
Nos	casos	deste	§	4º,	ocorrendo	a	extinção	do	processo	por	não	haver	bens
penhoráveis,	o	exequente	poderá	requerer	a	expedição	de	certidão	da	dívida,
para	inscrição,	por	sua	conta	e	responsabilidade,	nos	cadastros	de	inadimplentes.
FONAJE,	enunciado	76.
No	processo	de	execução,	esgotados	os	meios	de	defesa	e	inexistindo	bens
para	a	garantia	do	débito,	expede-se	a	pedido	do	exequente	certidão	de
dívida	para	fins	de	inscrição	no	serviço	de	Proteção	ao	Crédito	–	SPC	e
SERASA,	sob	pena	de	responsabilidade.
A	mesma	providência	poderá	ser	tomada	no	caso	de	cumprimento	de	sentença
(execução	de	título	judicial).
FONAJE,	enunciado	75.
A	hipótese	do	§	4º,	do	53,	da	nº	Lei	9.099/1995,	também	se	aplica	às
execuções	de	título	judicial,	entregando-se	ao	exequente,	no	caso,	certidão
do	seu	crédito,	como	título	para	futura	execução,	sem	prejuízo	da
manutenção	do	nome	do	executado	no	Cartório	Distribuidor.
Despesas.
As	despesas	do	processo	incluem	as	custas	processuais	e	os	honorários
advocatícios.	Custas	processuais	são	a	contraprestação	devida	ao	Estado	pela
realização	do	serviço	forense,	e	tem	natureza	tributária,	conforme	entendimento
do	STF	(ADI	1.378-MC	e	ADI	3.826).
Conforme	dispõe	o	CPC/2015,	art.	84,	as	despesas	processuais	abrangem	não	só
as	custas	devidas	ao	Estado,	mas	também	verbas	devidas	a	terceiros,	como	a
indenização	de	viagem,	a	remuneração	do	assistente	técnico	e	a	diária	das
testemunhas.
Despesas	no	JEC.
A	opção	pelo	procedimento	do	JEC	tem	um	diferencial	que	é	a	isenção	do
pagamento	de	custas	processuais.	Para	propor	ação	perante	o	juizado,	a	parte
autora	não	terá	custas	a	pagar.	Mas	é	preciso	notar	que	tal	isenção	tem	albergue
apenas	em	1º	grau	de	jurisdição.
No	caso	de	recurso,	serão	devidas	custas	que	compreendem	todas	as	despesas
processuais	(ver	parágrafo	único),	inclusive	a	título	de	preparo.
Preparo	é	o	pagamento	das	custas	do	recurso	(ver	comentários	ao	art.	42,	§	1º).
No	procedimento	do	JEC,	o	preparo	deverá	corresponder	a	todas	as	despesas
processuais,	incluindo	as	despesas	de	1º	grau	de	jurisdição.
Sentença	e	despesas.
Nos	processos	sujeitos	ao	procedimento	do	JEC	a	sentença,	qualquer	que	seja	o
tipo,	não	condenará	o	vencido	no	pagamento	das	custas	e	honorários
advocatícios,	como	ocorre	no	processo	comum.
É	que	a	isenção	conferida	ao	autor	(art.	54)	estende-se	ao	vencido	em	1º	grau	de
jurisdição.
A	exceção,	aqui,	fica	por	conta	do	reconhecimento,	em	sentença,	da	litigância	de
má-fé,	situação	essa	que	fará	a	sentença	condenar	o	litigante	de	má-fé	no
pagamento	das	custas	processuais	e	honorários	advocatícios,	além	da	multa	e	da
indenização,	previstas	no	CPC/2015,	art.	81.
FONAJE,	enunciado	136.
O	reconhecimento	da	litigância	de	má-fé	poderá	implicar	em	condenação	ao
pagamento	de	custas,	honorários	de	advogado,	multa	e	indenização	nos
termos	dos	artigos	55,	caput,	da	Lei	nº	9.099/95	e	18	do	Código	de	Processo
Civil.	[N.	do	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	com	correspondência	no	art.	81	do
CPC/2015].
Acórdão	e	despesas.
Em	segundo	grau	de	jurisdição,	ao	julgar	o	recurso	inominado,	o	acórdão	imporá
ao	recorrente,	se	vencido,	o	pagamento	das	custas	e	honorários	advocatícios.
A	condenação	deverá	ocorrer	mesmo	que	o	a	decisão	do	colégio	recursal	seja
pelo	não	conhecimento	do	recurso.
FONAJE,	enunciado	122.
É	cabível	a	condenação	em	custas	e	honorários	advocatícios	na	hipótese	de
não	conhecimento	do	recurso	inominado.
Os	honorários	advocatícios	serão	arbitrados	entre	10%	e	20%	do	valor	da
condenação,	ou,	não	a	havendo,	do	valor	da	causa	atualizado.	Os	honorários
serão	devidos,mesmo	que	a	parte	contrária	não	tenha	oferecido	contrarrazões	ao
recurso.
FONAJE,	enunciado	96.
A	condenação	do	recorrente	vencido,	em	honorários	advocatícios,
independe	da	apresentação	de	contrarrazões.
Importante	observar	que	no	caso	de	provimento	do	recurso	não	haverá
condenação	nas	custas	e	honorários,	porque	nesse	caso	o	recorrente	será	o
vencedor,	não	incidindo,	pois,	a	previsão	legal.
Execução	e	custas.
Nos	processos	de	execução	sujeitos	ao	procedimento	do	JEC	(art.	53),	também
não	haverá,	como	regra,	o	pagamento	de	custas.	A	exceção	fica	por	conta	das	3
hipóteses	previstas	nesse	parágrafo	único:	1)	quando	a	parte	for	considerada
litigante	de	má-fé	(CPC/2015,	art.	81);	quando	os	embargos	do	devedor	(art.	52,
IX)	forem	julgados	improcedentes;	ou,	3)	quando	se	tratar	de	execução	de
sentença	da	qual	tenha	havido	recurso	do	devedor	improvido.
Os	serviços	de	assistência	judiciária	devem	ficar	a	cargo	da	Defensoria	Pública,
conforme	atribuição	que	lhe	deu	a	Constituição	Federal	(art.	134).
Celebrado	acordo	extrajudicial,	este	poderá	ser	submetido	à	homologação	do
juiz	competente.
Homologado	o	acordo,	tal	sentença	será	considerada	título	executivo	judicial,
cuja	execução,	se	não	cumprida,	será	feita	no	próprio	juizado	(art.	52).
O	acordo	extrajudicial	celebrado	por	instrumento	escrito	referendado	pelo	MP	é
considerado	título	executivo	extrajudicial,	cuja	execução,	se	necessária,	será
feita	perante	o	próprio	juizado,	em	processo	autônomo	(art.	53).
Para	efeito	exclusivamente	de	conciliação,	as	normas	de	organização	judiciária
estadual	poderão	autorizar	que	a	autocomposição	abarque	outras	causas,	além
das	previstas	no	art.	3º.
Ação	rescisória.
Ação	rescisória	é	a	ação	de	competência	originária	do	tribunal,	própria	para
rescindir	sentença	de	mérito	transitada	em	julgado,	nas	hipóteses	previstas	no
art.	966	do	CPC/2015.
Trata-se	de	uma	“ação	de	conhecimento,	de	rito	especial,	que	tem	por	objeto
desconstituir	ou	anular	uma	decisão	transitada	em	julgado,	por	motivos	da
existência	de	vícios	em	seu	bojo”	(SALES	e	MENDES,	2013:	254).	Na
definição	de	Alexandre	F.	Câmara	(2013:	14),	é	a	“ação	por	meio	da	qual	se	pede
a	desconstituição	de	sentença	transitada	em	julgado,	com	eventual	rejulgamento,
a	seguir,	da	matéria	nela	julgada”.
Por	força	do	que	dispõe	o	art.	59	em	comento,	não	é	admitida	ação	rescisória	nas
ações	submetidas	ao	procedimento	do	JEC,	por	qualquer	que	seja	o	motivo,
principalmente	por	conta	dos	princípios	que	norteiam	a	Lei	nº	9.099/1995	(art.
2º).
Temos,	desta	forma,	que	a	sentença	proferida	em	processo	submetido	ao
procedimento	do	JEC,	uma	vez	transitada	em	julgado	é	definitiva	mesmo.
Parte	III.
Comentários	à	Lei	nº	12.153/2009
Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública
A	Lei	nº	12.153/2009	criou	os	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública	(JEFP),
para	processamento	e	julgamento	das	causas	cuja	competência	está	estabelecida
no	art.	2º.
Os	Juizados	da	Fazenda	Pública	são	órgãos	da	Justiça	Comum,	estadual	(com
exceção	do	Distrito	Federal,	onde	o	juizado	é	criado	pela	União),	integrando	o
sistema	dos	Juizados	Especiais,	na	forma	do	parágrafo	único.
Sistema	de	Juizados	Especiais	dos	Estados	e	do	DF.
Os	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública	integram	o	sistema	de	Juizados
Especiais	dos	Estados	e	Distrito	Federal,	juntamente	com	os	Juizados	Especiais
Cíveis	e	os	Juizados	Especiais	criminais.
A	Lei	nº	9.099/1995	é	a	lei	principal	que	rege	o	sistema	de	Juizados	Especiais,
aplicável,	portanto,	aos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública,	observado,	no
particular,	o	que	dispuser	a	Lei	nº	12.153/2009.
Assim,	ao	lado	das	disposições	constantes	da	Lei	nº	12.153/2009,	o
procedimento	nos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública	há	de	observar	o
disposto	na	Lei	nº	9.099/1995.	E,	por	essa	mesma	razão,	os	enunciados	do
FONAJE	referentes	aos	Juizados	Especiais	Cíveis	aplicam-se	aos	processos
trilhados	nos	Juizados	da	Fazenda	Pública,	no	que	couber.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	01.
Aplicam-se	aos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública,	no	que	couber,	os
Enunciados	dos	Juizados	Especiais	Cíveis.
Competência	do	JEFP.
Os	JEFP	têm	competência	funcional	para	julgar	as	ações	de	interesse	dos
Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	Municípios,	cujo	valor	seja	de	até	60	salários
mínimos.
Dois	critérios,	portanto,	são	adotados	para	fixar	a	competência	do	JEFP,	de
maneira	cumulativa:	1)	subjetivo,	em	razão	da	pessoa	(Estados,	DF,	Municípios)
e,	2)	econômico,	em	razão	do	valor	(até	60	salários	mínimos).
Litisconsórcio	ativo.
Admite-se,	no	JEFP,	o	litisconsórcio	ativo,	ou	seja,	a	reunião	de	dois	ou	mais
autores	no	polo	ativo	da	mesma	ação.	Nesse	caso,	estabelece-se,	por	construção
jurisprudencial,	que	o	limite	de	60	salários	mínimos	será	para	cada	um	dos
autores,	individualmente	considerado.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	02.
É	cabível,	nos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública,	o	litisconsórcio	ativo,
ficando	definido,	para	fins	de	fixação	da	competência,	o	valor
individualmente	considerado	de	até	60	salários	mínimos.
Causa	de	menor	complexidade.
Aos	critérios	dantes	estabelecidos,	deve-se	ter	em	mente	que	o	sistema	dos
Juizados	abarca	apenas	processos	de	menor	complexidade,	sendo	que	esta	é
medida	pela	necessidade	de	dilação	probatória	e	pelo	tipo	de	prova	a	ser
produzida,	especialmente	pela	prova	pericial.
Desta	forma,	em	se	tratando	de	causa	cuja	prova	se	mostra	complexa,	fica
afastada	a	competência	do	JEFP.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	11.
As	causas	de	maior	complexidade	probatória,	por	imporem	dificuldades
para	assegurar	o	contraditório	e	a	ampla	defesa,	afastam	a	competência	do
Juizado	da	Fazenda	Pública.
Causas	excluídas	da	competência	do	JEFP.
Independentemente	do	seu	valor,	algumas	causas	estão	excluídas	da	competência
do	JEFP	em	razão	da	sua	natureza.	Tais	ações	estão	relacionadas	nesse	§	1º,	e
devem	ser	propostas	perante	o	juízo	comum.
FONAJE,	enunciado	139.
A	exclusão	da	competência	do	Sistema	dos	Juizados	Especiais	quanto	às
demandas	sobre	direitos	ou	interesses	difusos	ou	coletivos,	dentre	eles	os
individuais	homogêneos,	aplica-se	tanto	para	as	demandas	individuais	de
natureza	multitudinária	quanto	para	as	ações	coletivas.	Se,	no	exercício	de
suas	funções,	os	juízes	e	tribunais	tiverem	conhecimento	de	fatos	que
possam	ensejar	a	propositura	da	ação	civil	coletiva,	remeterão	peças	ao
Ministério	Público	e/ou	à	Defensoria	Pública	para	as	providências	cabíveis.
Critério	para	fixação	da	competência:	obrigações
vincendas.
Obrigações	vincendas	são	aquelas	ainda	não	vencidas,	que	vencerão	no	curso	do
processo	ou	após	o	seu	encerramento.	Normalmente,	são	prestações	periódicas
que	o	réu	venha	a	ser	condenado	a	cumprir,	como	pensão	mensal	vitalícia	(nos
casos	de	ato	ilícito,	por	exemplo).
Para	efeitos	de	fixar	a	competência	do	JEFP,	quando	o	pedido	versar	sobre
condenação	em	obrigações	vincendas	a	soma	de	12	parcelas	vincendas,	mais
eventuais	parcelas	vencidas,	não	poderá	superar	60	salários	mínimos.
O	texto	vetado	tinha	a	seguinte	redação:
§	3º	Nas	hipóteses	de	litisconsórcio,	os	valores	constantes	do	caput	e	do	§	2º
serão	considerados	por	autor.
As	razões	do	veto:
Ao	estabelecer	que	o	valor	da	causa	será	considerado	individualmente,	por
autor,	o	dispositivo	insere	nas	competências	dos	Juizados	Especiais	ações	de
maior	complexidade	e,	consequentemente,	incompatíveis	com	os	princípios
da	oralidade	e	da	simplicidade,	entre	outros	previstos	na	Lei	nº	9.099,	de	26
de	setembro	de	1995.
Competência	absoluta	do	JEFP.
Diferentemente	do	que	ocorre	no	JEC,	a	competência	funcional	do	JEFP	é
absoluta,	não	havendo	se	falar	em	opção.
No	foro	onde	houver	Juizado	da	Fazenda	Pública,	a	sua	competência	será
absoluta,	ou	seja,	o	autor	deverá,	obrigatoriamente,	propor	a	sua	ação	no
Juizado,	desde	que	presentes	os	requisitos	do	caput,	evidentemente.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	09.
Nas	comarcas	onde	não	houver	Juizado	Especial	da	Fazenda	Pública	ou
juizados	adjuntos	instalados,	as	ações	serão	propostas	perante	as	Varas
comuns	que	detêm	competência	para	processaros	feitos	de	interesse	da
Fazenda	Pública	ou	perante	aquelas	designadas	pelo	Tribunal	de	Justiça,
observando-se	o	procedimento	previsto	na	Lei	nº	12.153/09.
Tutelas	provisórias.
Sob	o	título	“tutela	provisória”	o	novo	CPC	alberga	as	medidas	cautelares	e	de
urgência,	de	antecipação,	liminares,	etc.	As	tutelas	de	urgência	são	antecipadas
(CPC/2015,	arts.	303	e	304)	ou	cautelares	(CPC/2015,	arts.	305	a	310),	e	podem
ser	requeridas	de	forma	antecedente	ou	incidental.
As	tutelas	provisórias	decorrem	do	poder	geral	de	cautela	do	juiz,	pelo	qual	lhe	é
permitido	adotar	qualquer	medida	que	entender	necessária	para	evitar	danos
irreparáveis	ou	de	difícil	ou	incerta	reparação.
Esse	art.	3º,	em	análise,	confere	ao	juiz,	no	JEFP,	o	poder	de	adotar	as	tutelas
provisórias	que	entender	cabíveis	para	evitar	o	dano,	seja	de	ofício	ou	a
requerimento	do	interessado.
Agravo	de	instrumento.
O	art.	4º	em	comento	admite	a	possibilidade	de	recurso	contra	o	ato	do	juiz	que
decide	a	tutela	provisória,	vista	no	art.	3º.
Cria-se,	assim,	uma	exceção	à	regra	geral	do	juizado,	de	que	as	decisões
interlocutórias	são	irrecorríveis	(ver	comentários	ao	art.	29	da	Lei	nº	9.099/1995,
na	parte	II).
Como	o	ato	que	decide	a	tutela	provisória	é,	por	sua	natureza,	uma	decisão
interlocutória,	o	recurso	cabível	contra	ela	deve	ser	um	agravo	de	instrumento,
por	aplicação	supletiva	do	Código	de	Processo	Civil	(art.	27,	supra).
O	prazo	desse	recurso	será	de	10	dias,	conforme	entendimento	manifestado	pelo
FONAJE:
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	05.
É	de	10	dias	o	prazo	de	recurso	contra	decisão	que	deferir	tutela	antecipada
em	face	da	Fazenda	Pública.
Sujeito	ativo.
Somente	são	admitidas	a	propor	ação	perante	o	JEFP	pessoas	físicas	e	pessoas
jurídicas	que	se	enquadrem	como	microempresas	e	empresas	de	pequeno	porte.
Aplicam-se	ao	JEFP	as	restrições	constantes	do	art.	8º	da	Lei	nº	9.099/1995	(o
preso,	o	incapaz,	o	insolvente	e	a	massa	falida	não	podem	ser	parte),	a	cujos
comentários	remetemos	o	leitor.
Sujeito	passivo.
Como	se	trata	do	Juizado	Especial	da	Fazenda	Pública,	o	sujeito	passivo	só
poderá	ser	pessoa	jurídica	de	direito	público,	ligada	à	administração	pública
direta	(Estados	e	Municípios)	e	indireta	(autarquias,	fundações	e	empresas
públicas,	no	âmbito	dos	Estados	e	Municípios).
Como	se	insere	no	contexto	do	sistema	dos	Juizados	Especiais	dos	Estados,	não
são	admitidos,	como	parte,	a	União,	suas	empresas	públicas	e	autarquias,	nem	o
INSS.	Para	esses,	foram	criados	os	Juizados	Especiais	Federais	(Lei	nº
10.259/2001,	comentada	na	parte	IV	deste	livro).
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	08.
De	acordo	com	a	decisão	proferida	pela	3ª	Seção	do	Superior	Tribunal	de
Justiça	no	Conflito	de	Competência	35.420,	e	considerando	que	o	inciso	II
do	art.	5º	da	Lei	nº	12.153/09	é	taxativo	e	não	inclui	ente	da	Administração
Federal	entre	os	legitimados	passivos,	não	cabe,	no	Juizado	Especial	da
Fazenda	Pública	ou	no	Juizado	Estadual	Cível,	ação	contra	a	União,	suas
empresas	públicas	e	autarquias,	nem	contra	o	INSS.
A	menção,	no	texto	do	art.	6º,	da	Lei	nº	5.869/1973	(CPC/1973)	passa	a	se
referir	à	Lei	nº	13.105/2015,	por	força	do	disposto	no	CPC/2015,	art.	1.046,	§	4º.
Observação	importante	a	se	fazer	é	que,	no	JEFP,	as	citações	e	as	intimações	não
seguem	o	disposto	na	Lei	nº	9.099/1995,	mas	sim	as	do	Código	de	Processo
Civil.
Prazos.
No	procedimento	do	JEFP	não	há	prazo	diferenciado	para	as	pessoas	jurídicas	de
direito	público,	não	se	aplicando	aquela	regra	de	prazo	em	dobro.	O	ato
processual,	qualquer	que	seja	ele,	deve	ser	realizado	no	prazo	exato	fixado	em
lei.
A	única	ressalva	estabelecida	pela	lei	é	que	a	audiência	de	conciliação	não	deve
ocorrer	a	menos	de	30	dias	da	citação,	ou	seja,	entre	a	citação	e	a	audiência	de
conciliação	deve	haver	um	lapso	de	tempo	igual	ou	superior	a	30	dias.	Isso	se
justifica	para	dar	tempo	suficiente	para	que	a	Fazenda	Pública	possa	preparar	a
sua	defesa.
Também	não	haverá	prazo	diferenciado	para	a	Defensoria	Pública.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	03.
Não	há	prazo	diferenciado	para	a	Defensoria	Pública	no	âmbito	dos
Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública.
Representantes	judiciais.
Representantes	judiciais	são	os	procuradores	que	atuam	na	defesa	do	ente
demandado.	No	âmbito	dos	JEFP,	o	réu	será	representado	por	um	procurador
judicial,	não	havendo	necessidade	de	“preposto”	como	ocorre	na	Lei	nº
9.099/1995.	Tais	procuradores	judiciais	exercem	dupla	função	no	processo:
postulatória	e	representativa.	Assim,	além	de	cuidar	dos	interesses	processuais
do	ente	demandado,	o	representante	judicial	tem	poderes	para	conciliar,	transigir
ou	desistir	do	processo,	conforme	estabelecer	a	lei	estadual	respectiva.
Princípio	da	cooperação.
Apesar	de	agora	encontrar	abrigo	expresso	no	CPC/2015,	art.	6º,	o	princípio	da
cooperação	já	aparecia	em	outros	diplomas	legais,	tal	como	nesse	art.	9º	em
comento.
Como	nos	procedimentos	do	JEFP	a	parte	ré	é	ligada	à	administração	pública,	e
seus	atos	devem	ser	guiados	pelo	princípio	da	legalidade,	ela	deverá	apresentar
ao	processo	toda	a	documentação	que	tenha	em	seu	poder	que	possa	ajudar	o	juiz
a	esclarecer	os	fatos	da	causa.	E,	por	conta	disso,	não	poderá	se	furtar	a	cumprir
o	comando	legal,	que	lhe	é	impositivo.
Prova	técnica.
O	procedimento	do	JEFP	admite	prova	técnica,	mediante	exame	realizado	por
pessoa	habilitada,	sempre	que	necessária	à	conciliação	ou	ao	julgamento	da
causa.
O	técnico	nomeado	pelo	juiz	para	realizar	o	exame	deverá	entregar	o	laudo	até	5
dias	antes	da	audiência.
Não	será	indispensável	a	intimação	das	partes	acerca	da	apresentação	do	laudo,
tendo	em	vista	que	elas	terão	ciência	das	suas	conclusões	na	própria	audiência,
ocasião	em	que	poderão	se	manifestar	imediatamente,	ou	requerer	prazo	para
tanto.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	12.
Na	hipótese	de	realização	de	exame	técnico	previsto	no	art.	10	da	Lei	nº
12.153/09,	em	persistindo	dúvida	técnica,	poderá	o	juiz	extinguir	o	processo
pela	complexidade	da	causa.
Reexame	necessário.
Conforme	previsto	no	CPC/2015,	art.	496,	nas	ações	contra	a	Fazenda	Pública,	a
sentença	está	sujeita	à	confirmação	pelo	tribunal	para	produzir	efeitos,
estabelecendo-se	o	chamado	duplo	grau	obrigatório,	também	denominado	de
reexame	necessário	ou	remessa	necessária.
O	duplo	grau	será	obrigatório:	1)	nas	ações	contra	a	União,	os	Estados,	o	Distrito
Federal,	os	Municípios,	e	suas	respectivas	autarquias	e	fundações	e,	2)	nos
embargos	à	execução	fiscal	quando	julgados	procedentes	no	todo	ou	em	parte.	A
justificativa	para	tanto	repousa	no	fato	de	que	o	dinheiro	do	erário	é	dinheiro	do
povo	e,	qualquer	decisão	judicial	que	implique	numa	diminuição	desse	dinheiro,
em	razão	da	supremacia	do	interesse	público,	deve	ser	confirmada	pelo	órgão
superior.
Assim,	nos	casos	acima	mencionados,	não	sendo	interposto	recurso	voluntário
pela	parte	interessada,	o	juiz	determinará	a	remessa	dos	autos	ao	tribunal,	para	o
reexame	da	matéria.	Se	não	o	fizer,	o	presidente	do	Tribunal	deverá	avocar	o
processo,	ou	seja,	determinar	que	os	atos	sejam	remetidos	a	ele.
Todavia,	nas	ações	submetidas	ao	procedimento	do	JEFP,	a	sentença	não	está
sujeita	ao	duplo	grau	obrigatório,	não	havendo	o	reexame	necessário.	Isso	se	dá
principalmente	em	razão	do	valor	de	alçada	do	JEFP,	de	60	salários	mínimos
(art.	2º),	que	é	considerado	pequeno	para	causar	prejuízo	ao	erário,	não
justificando,	pois,	a	submissão	da	sentença	à	remessa	ex	officio.
Cumprimento	de	sentença	de	obrigação	de	fazer	e	não
fazer	ou	de	entregar	coisa	certa.
A	primeira	observação	a	se	fazer	é	que	o	cumprimento	de	sentença	só	se
processa	se	houver	o	trânsito	em	julgado.	Isso	significa	que	no	procedimento	do
JEFP	não	haverá	execução	provisória.
Em	se	tratando	de	obrigação	de	fazer	ou	não	fazer,	ou	de	entregar	coisa	certa,	o
cumprimento	da	sentença	será	feito	mediante	a	simples	expedição	de	ofício
judicial	ao	réu,	acompanhado	de	cópia	de	sentença.
Cumprimento	de	sentença	de	obrigação	de	pagar
quantia	certa.
A	mesma	observação	feita	no	artigo	antecedente,	sobreexecução	provisória,	vale
para	a	sentença	que	comporta	obrigação	de	pagar	quantia	certa.
A	execução	contra	a	Fazenda	Pública	é	normalmente	feita	através	de	ofício
requisitório,	ou	precatório.	A	exceção	fica	por	conta	de	obrigações	de	pequeno
valor,	assim	definidas	em	lei,	que	é	feita	por	simples	requisição,	chamada	de
RPV	(requisição	de	pequeno	valor),	conforme	CF,	art.	100,	§	3º:
CF,	art.	100,	§	3º.
O	disposto	no	caput	deste	artigo	relativamente	à	expedição	de	precatórios
não	se	aplica	aos	pagamentos	de	obrigações	definidas	em	leis	como	de
pequeno	valor	que	as	Fazendas	referidas	devam	fazer	em	virtude	de
sentença	judicial	transitada	em	julgado.
No	JEFP	o	cumprimento	da	sentença	que	reconhece	obrigação	de	pagar	quantia
certa	segue	duas	situações:
1)	obrigação	de	pequeno	valor.
Sendo	a	obrigação	considerada	de	pequeno	valor	(ver	comentários	ao	§	2º),	o
pagamento	deverá	ocorrer	no	prazo	de	60	dias	contados	do	dia	da	entrega	da
requisição	do	juiz	ao	réu.
2)	obrigação	normal.
Não	sendo	a	obrigação	definida	como	de	pequeno	valor,	o	seu	cumprimento	se
fará	através	da	expedição	do	precatório,	na	forma	da	CF,	art.	100.
No	caso	do	inciso	I	do	art.	13,	sendo	a	obrigação	de	pequeno	valor,	o	não
atendimento	da	requisição	no	prazo	legal	autorizará	o	juiz	a	determinar	o
sequestro	da	quantia	devida,	sem	necessidade	de	se	ouvir	a	Fazenda	Pública.
Esse	sequestro	pode	ser	feito	por	meio	eletrônico,	através	do	mesmo	sistema	de
“penhora	on	line”	do	BACENJUD.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	07.
O	sequestro	previsto	no	§	1º	do	artigo	13	da	Lei	nº	12.153/09	também
poderá	ser	feito	por	meio	do	BACENJUD,	ressalvada	a	hipótese	de
precatório.
A	definição	do	que	seja	obrigação	de	pequeno	valor	fica	a	cargo	da	lei	estadual.
Assim,	cada	ente	da	federação	definirá,	em	lei	própria,	qual	o	limite	da
obrigação	para	ser	enquadrada	como	sendo	de	pequeno	valor,	para	efeito	do
disposto	no	inciso	I	do	art.	13,	atentando-se	para	o	que	dispõe	o	art.	87	do
ADCT,	da	CF	(ver	comentários	ao	§	3º).
Esse	§	3º	praticamente	repete	o	ADCT	da	CF,	art.	87:
ADCT,	art.	87.
Para	efeito	do	que	dispõem	o	§	3º	do	art.	100	da	Constituição	Federal	e	o
art.	78	deste	Ato	das	Disposições	Constitucionais	Transitórias	serão
considerados	de	pequeno	valor,	até	que	se	dê	a	publicação	oficial	das
respectivas	leis	definidoras	pelos	entes	da	Federação,	observado	o	disposto
no	§	4º	do	art.	100	da	Constituição	Federal,	os	débitos	ou	obrigações
consignados	em	precatório	judiciário,	que	tenham	valor	igual	ou	inferior	a:
I	-	quarenta	salários	mínimos,	perante	a	Fazenda	dos	Estados	e	do	Distrito
Federal;
II	-	trinta	salários	mínimos,	perante	a	Fazenda	dos	Municípios.
Ficam	estabelecidos,	assim,	os	valores	provisórios	para	definição	do	que	seja
“pequeno	valor”,	válidos	até	promulgação	da	lei	estadual	que	o	defina.
O	dispositivo	desse	§	4º	em	comento	encontra	eco	no	ADCT	da	CF,	art.	87,
parágrafo	único.
Sempre	que	o	valor	da	obrigação	for	superior	ao	limite	definido	como	de
pequeno	valor,	o	seu	pagamento	deve	se	dar,	obrigatoriamente,	através	do
precatório,	salvo	na	hipótese	do	§	5º.
Por	isso,	não	é	permitido	o	fracionamento	do	valor,	para	que	faça	uma	parte	por
RPV	e	outra	por	precatório.
Também	com	amparo	no	ADCT	da	CF,	art.	87,	parágrafo	único,	esse	§	5º
constitui	a	exceção	à	obrigatoriedade	do	pagamento	por	precatório.
No	caso	do	valor	da	obrigação	exceder	o	limite	definido	como	de	pequeno	valor,
o	credor	poderá	renunciar	ao	excedente,	para	promover	o	cumprimento	da
sentença	através	de	RPV.
O	levantamento	da	quantia	depositada	independe	de	mandado	ou	de	alvará:	o
autor	poderá	sacar	a	quantia	em	qualquer	agência	do	banco	depositário,	desde
que	o	faça	pessoalmente.
No	caso	de	a	parte	estar	representada	por	procurador,	o	levantamento	da	quantia
somente	poderá	ser	feito	na	própria	agência	destinatária	do	depósito	contra
apresentação	de	procuração	específica,	com	poderes	especiais	e	firma
reconhecida.
Por	fazerem	parte	da	Justiça	Estadual,	a	instalação	dos	JEFP	é	atribuição	dos
Tribunais	de	Justiça	dos	Estados	e	do	Distrito	Federal.
Juizados	adjuntos.
Juizados	adjuntos	são	juizados	instituídos	de	maneira	não	autônoma,	ou	seja,
utilizando-se	de	pessoal	(servidores,	juízes)	e	de	estrutura	da	vara	comum.
Os	Juizados	Especiais	Adjuntos	serão	instalados	em	áreas	cuja	demanda	regular
não	justifique	a	estrutura	autônoma,	conforme	providência	definida	pelo
Conselho	Nacional	de	Justiça	como	“Prioridade	Estratégica	dos	Juizados
Especiais	Estaduais”	(Recomendação	nº	1,	de	6	de	dezembro	de	2005),	e	terão
mesma	composição	e	competência	das	unidades	jurisdicionais,	e	funcionam
anexados	às	varas	judiciais	da	comarca,	utilizando	o	mesmo	quadro	de
servidores	lotados	nas	varas	a	que	estiverem	anexados,	tendo	como	Juiz	Togado
o	respectivo	Juiz	Titular	dessas	unidades.
Juízes	leigos	e	conciliadores	no	JEFP.
No	procedimento	do	JEFP,	também	haverá	a	função	de	conciliadores	e	juízes
leigos,	com	as	atribuições	previstas	nos	arts.	22,	37	e	40	da	Lei	nº	9.099/1995
(na	parte	II,	a	cujos	comentários	remetemos	o	leitor).
Sobre	juízes	leigos	e	conciliadores,	remetemos	o	leitor	aos	comentários	ao	art.
7º,	caput,	da	Lei	nº	9.099/1995,	na	parte	II.
A	diferença	do	JEFP	em	relação	ao	JEC	é	que	exige-se,	para	o	juiz	leigo,	apenas
2	anos	de	experiência	(no	JEC	são	exigidos	5	anos).
Juiz	leigo:	incompatibilidade	de	exercer	a	advocacia
nos	JEFP.
Diferentemente	do	que	ocorre	no	JEC,	em	que	a	incompatibilidade	do	juiz	leigo
se	dá	exclusivamente	em	relação	ao	juizado	onde	ele	exerce	suas	funções	(ver
comentários	ao	art.	7º,	parágrafo	único,	da	Lei	nº	9.099/1995,	na	parte	II),	no
JEFP	a	incompatibilidade	do	juiz	leigo	atinge	todos	os	Juizados	Especiais	da
Fazenda	Pública	instalados	no	território	nacional,	não	podendo	exercer	a
advocacia	neles	enquanto	perdurar	essa	situação.
A	audiência	de	conciliação	será	conduzida	pelo	conciliador,	sob	a	supervisão	do
juiz,	togado	ou	leigo	(Lei	nº	9.099/1995,	art.	22).
O	disposto	no	art.	16	em	comento	não	impede,	todavia,	que	a	audiência	de
conciliação	seja	conduzida	pelo	próprio	juiz,	diretamente.
Na	condução	da	audiência	de	conciliação,	com	vistas	a	alcançar	a	composição
amigável,	o	conciliador	tem	o	poder	de	ouvir	as	partes	e	testemunhas	sobre	os
fatos	que	envolvem	a	lide.
Não	havendo	conciliação,	seguir-se-á	a	instrução	processual,	na	forma	do
disposto	nos	arts.	27	a	29	da	Lei	nº	9.099/1995.
A	instrução	será	conduzida	pelo	juiz,	togado	ou	leigo	(Lei	nº	9.099/1995,	art.
37),	com	os	poderes	instrutórios	definidos	no	art.	33	da	Lei	nº	9.099/1995.
Turmas	recursais.
No	procedimento	do	JEFP,	os	recursos	são	julgados	por	uma	turma	recursal
composta	por	juízes	togados	em	exercício	no	primeiro	grau	de	jurisdição,	tal
como	ocorre	no	procedimento	do	JEC.
A	ressalva	que	se	faz	é	que	no	JEFP,	a	lei	estabelece	um	“mandato”	de	2	(dois)
anos	para	o	juiz	exercer	suas	funções	no	colégio	recursal.
A	escolha	de	juízes	para	integrar	o	colégio	recursal	se	dará	mediante	os	critérios
de	antiguidade	e	merecimento.
Findo	o	“mandato”	de	2	(dois)	anos	(art.	17,	caput),	o	juiz	deixará	de	exercer
suas	funções	no	colégio	recursal,	não	podendo	ser	reconduzido,	a	não	ser	que
não	haja	outro	juiz	na	sede	que	possa	exercer	tais	funções.
Uniformização	de	jurisprudência.
Sempre	que,	no	julgamento	do	recurso,	a	decisão	da	Turma	Recursal	divergir,
em	questão	de	direito	material,	de	decisão	proferida	por	outra	Turma	Recursal,	a
parte	interessada	poderá	formular	pedido	de	uniformização	de	interpretação	da
lei,	objeto	da	divergência.
Na	prática,	isso	equivale	a	pedido	de	uniformização	de	jurisprudência.
A	divergência	pode	se	dar	com	Turmas	Recursais	do	mesmo	Estado	(§	1º)	ou	de
outros	Estados	(§	3º),	mas	só	será	admitido	o	pedido	quando	a	divergência	se	der
em	relação	a	direito	material.
Não	se	admitirá	pedido	de	uniformização	de	jurisprudência	quando	a	divergência
tratar	de	matéria	processual.
Divergência	entre	Turmas	Recursais	do	mesmo	Estado.
Quando	o	pedido	de	uniformização	tiver	por	base	decisões	de	Turmas	Recursais
do	mesmo	Estado,	o	julgamentodo	pedido	será	feito	em	sessão	conjunta	em	que
participarão	as	Turmas	em	conflito,	caso	em	que	será	presidida	por	um
desembargador	indicado	pelo	Tribunal	de	Justiça.
A	sessão	conjunta	de	que	trata	o	§	1º	retro,	em	havendo	juízes	domiciliados	em
diferentes	cidades,	poderá	ser	realizada	por	meio	eletrônico	de	transmissão	de
sons	e	imagens,	teleconferência	ou	qualquer	outro	meio	similar.
Divergência	entre	Turmas	Recursais	de	Estados
diferentes.
Quando	a	divergência	se	estabelecer	entre	Turmas	Recursais	de	Estados
diferentes,	o	pedido	de	uniformização	será	julgado	pelo	Superior	Tribunal	de
Justiça.
Divergência	da	decisão	com	súmula	do	STJ.
Se	a	divergência	se	der	entre	a	decisão	e	súmula	do	STJ,	ou	seja,	quando	a
decisão	da	Turma	Recursal	contrariar	súmula	do	STJ,	o	julgamento	do	pedido	de
uniformização	também	ficará	a	cargo	deste	Tribunal.
Pedido	de	uniformização	ao	STJ.
No	caso	de	divergência	entre	Turmas	Recursais	do	mesmo	Estado	(art.	18,	§	1º),
quando	a	decisão	do	pedido	de	uniformização	acolher	orientação	contrária	à
súmula	do	STJ,	a	parte	interessada	poderá	requerer	ao	STJ,	por	requerimento
próprio,	que	se	manifeste,	dirimindo	a	divergência.
Julgamentos	repetitivos.
Na	hipótese	divisada	no	caput	do	art.	19,	havendo	pedidos	de	uniformização
repetitivos,	ou	seja,	multiplicidade	de	outros	pedidos	que	tratem	da	mesma
questão	e	que	sejam	recebidos	subsequentemente	por	qualquer	Turma	Recursal
quando	já	houver	um	pedido	em	análise	no	STJ,	estes	pedidos	posteriores
deverão	ficar	retidos	nos	autos	de	origem,	no	aguardo	do	pronunciamento	do
STJ,	que	valerá	para	todos	eles.
FONAJE,	enunciado	Fazenda	Pública	10.
É	admitido	no	juizado	da	Fazenda	Pública	o	julgamento	em	lote/lista,
quando	a	matéria	for	exclusivamente	de	direito	e	repetitivo.
Efeito	suspensivo.
Quando	o	pedido	de	uniformização	tiver	de	ser	apreciado	pelo	STJ	(nos	casos	do
art.	19	e	do	§	3º	do	art.	18),	o	Ministro	relator	poderá	conceder	liminar	para
suspensão	dos	processos	em	que	haja	a	controvérsia,	de	ofício	ou	a	requerimento
da	parte,	desde	que	haja	os	pressupostos	do	“fumus	boni	juris”	e	do	“periculum
in	mora”.
Requisitando	informações	e	ouvindo	o	MP.
Ainda	no	STJ,	o	relator	do	pedido	de	uniformização	poderá	requisitar
informações	ao	Presidente	da	Turma	Recursal	ou	da	Turma	de	Uniformização,	se
entender	necessário	para	dirimir	a	controvérsia.
Se	for	caso	em	que	a	intervenção	do	MP	é	obrigatória,	o	relator	mandará	intimá-
lo	para	se	manifestar	no	prazo	de	5	dias.
O	texto	vetado	tinha	a	seguinte	redação:
§	4º	Eventuais	interessados,	ainda	que	não	sejam	partes	no	processo,
poderão	se	manifestar	no	prazo	de	30	(trinta)	dias.
As	razões	dos	veto:
Ao	permitir	a	intervenção	de	qualquer	pessoa,	ainda	que	não	seja	parte	do
processo,	o	dispositivo	cria	espécie	sui	generis	de	intervenção	de	terceiros,
incompatível	com	os	princípios	essenciais	aos	Juizados	Especiais,	como	a
celeridade	e	a	simplicidade.
Preferência	no	julgamento.
O	pedido	de	uniformização,	no	STJ,	tem	preferência	sobre	os	demais	processos,
com	exceção	daqueles	em	que	há	réu	preso,	os	pedidos	de	habeas	corpus	e	os
mandados	de	segurança.
Tão	logo	finde	os	prazos	do	§	3º,	o	relator	deverá	incluir	o	pedido	de
uniformização	em	pauta	na	sessão.
Depois	do	julgamento	do	pedido	de	uniformização	no	STJ,	e	da	publicação	do
acórdão,	todos	os	pedidos	que	foram	sobrestados	na	origem	(§	1º)	passarão	a	ser
apreciados	pelas	Turmas	Recursais,	aplicando	o	que	foi	decidido	pela	Corte
Superior.
No	STJ,	foi	editada	a	Resolução	10/2007	para	regulamentar	o	processamento	do
pedido	de	uniformização	(ver	comentários	ao	art.	14	da	Lei	nº	10.259/2001,	na
parte	IV).
O	recurso	extraordinário	é	cabível	nas	hipóteses	previstas	na	CF,	102,	III.	O	seu
processamento	se	dará	na	forma	do	previsto	no	art.	19	e	no	Regimento	Interno
do	STF.
Regra	de	transição,	determinando	a	instalação	do	JEFP	no	prazo	de	até	2	anos	da
vigência	da	lei,	prazo	esse	já	superado.
Outra	regra	de	transição,	igualmente	superada	pelo	decurso	do	prazo.
A	instalação	do	Juizado	Especial	da	Fazenda	Pública	em	determinada	localidade
ocasiona	a	competência	absoluta	para	as	ações	ajuizadas	apenas	a	partir	da	data
da	instalação.
As	ações	ajuizadas	anteriormente	perante	a	Justiça	comum	continuaram
tramitando	perante	o	juízo	original,	não	havendo	de	ser	remetidas	ao	juizado.
Os	JEFP’s	são	órgãos	da	Justiça	Estadual,	subordinados	aos	Tribunais	de	Justiça
dos	Estados	e	do	Distrito	Federal.	Desta	forma,	o	suporte	administrativo
necessário	ao	seu	funcionamento	deve	ser	prestado	pelo	Tribunal	de	Justiça
respectivo.
O	art.	16,	que	trata	da	função	dos	conciliadores,	é	aplicável	ao	JECF.
Aplicação	subsidiária	do	Código	de	Processo	Civil.
Além	dos	dispositivos	que	lhes	são	próprios,	o	procedimento	do	JEFP	seguirá	o
previsto	na	Lei	nº	9.099/1995,	com	aplicação	supletiva	e	subsidiária	do	Código
de	Processo	Civil	apenas	no	que	for	omisso	e	que	não	for	incompatível.
Evidente	que,	apesar	do	dispositivo	legal	fazer	referência	ao	CPC/1973,	aplica-
se,	agora,	o	CPC/2015.
Publicada	em	22	de	dezembro	de	2009,	a	lei	entrou	em	vigor	em	21	de	junho	de
2010,	já	escoado,	de	há	muito,	o	prazo	de	vacatio	legis.
Parte	IV.
Comentários	à	Lei	nº	10.259/2001
Juizados	Especiais	Cíveis	Federais
Legislação	aplicável.
Aos	processos	de	competência	dos	Juizados	Especiais	Cíveis	Federais	(JECF)
aplica-se	o	procedimento	disposto	na	Lei	nº	9.099/1995,	observando-se,	todavia,
o	disposto	na	Lei	nº	10.529/2001.
Desta	forma,	a	Lei	nº	10.529/2001	institui	os	JECF,	estabelecendo	regras
procedimentais	próprias,	às	quais	se	somam	os	dispositivos	da	Lei	nº
9.099/1995,	que	com	ela	não	conflitem.
FONAJEF,	enunciado	nº	44.
Não	cabe	ação	rescisória	no	Juizado	Especial	Federal.	O	art.	59	da	Lei	nº
9.099/1995	está	em	consonância	com	os	princípios	do	sistema	processual	dos
Juizados	Especiais,	aplicando-se	também	aos	Juizados	Especiais	Federais.
Ainda	de	maneira	supletiva,	aplica-se	aos	procedimentos	do	JEF	o	Código	de
Processo	Civil,	para	suprir	as	lacunas,	desde	que	não	colidente	com	os	princípios
e	dispositivos	da	legislação	especial.
FONAJEF,	enunciado	nº	151.
O	CPC/2015	só	é	aplicável	nos	Juizados	Especiais	naquilo	que	não
contrariar	os	seus	princípios	norteadores	e	a	sua	legislação	específica.
Juizado	Especial	Federal	Criminal.
Este	art.	2º	estabelece	a	competência	do	Juizado	Especial	Criminal	no	âmbito	da
Justiça	Federal.
Competência.
Os	JECF’s	terão	competência	para	processar	e	julgar	as	ações	de	competência	da
Justiça	Federal	que	tenham	valor	até	60	salários	mínimos,	apurado	conforme
valor	do	salário	mínimo	vigente	na	data	da	propositura	da	ação.
TRJEFSP,	enunciado	11.
A	Justiça	Federal	é	competente	para	apreciar	pedido	de	concessão	de
auxílio	acidente	decorrente	de	acidente	não	vinculado	ao	trabalho.
TRJEFSP,	enunciado	24.
O	valor	da	causa,	em	ações	de	revisão	da	renda	mensal	de	benefício
previdenciário,	é	calculado	pela	diferença	entre	a	renda	devida	e	a
efetivamente	paga	multiplicada	por	12	(doze).
TRJEFSP,	enunciado	25.
A	competência	dos	Juizados	Especiais	Federais	é	determinada	unicamente
pelo	valor	da	causa	e	não	pela	complexidade	da	matéria	(art.	3º	da	Lei	nº
10.259/2001).
FONAJEF,	enunciado	nº	15.
Na	aferição	do	valor	da	causa,	deve-se	levar	em	conta	o	valor	do	salário
mínimo	em	vigor	na	data	da	propositura	da	ação.
FONAJEF,	enunciado	nº	49.
O	controle	do	valor	da	causa,	para	fins	de	competência	do	Juizado	Especial
Federal,	pode	ser	feito	pelo	juiz	a	qualquer	tempo.
Diferentemente	do	que	ocorre	no	JEC	(Lei	nº	9.099/1995,	art.	3º,	§	3º),	em	que	a
opção	pelo	procedimento	implica	em	renúncia	ao	crédito	excedente	do	limite,	no
procedimento	do	JECF	não	há	renúncia	tácita,	de	tal	sorte	que	se	o	valor	objeto
do	pedido	superar	o	limite	de	60	salários	mínimos,	não	poderá	ser	admitido,
salvo	se	a	parte	autora	renunciar	expressamente	ao	excedente.
FONAJEF,	enunciado	nº	16.
Não	há	renúncia	tácita	nos	Juizados	Especiais	Federais	para	fins	de	fixação
de	competência.
TNUJEF,	súmula	17.
Não	há	renúncia	tácita	no	Juizado	EspecialFederal,	para	fins	de
competência.
As	ações	de	competência	da	Justiça	Federal	estão	previstas	na	CF,	art.	109,
observando-se	as	exceções	previstas	no	§	1º,	abaixo.
Caso	reconhecida	a	incompetência	do	JECF,	a	ação	deverá	ser	julgada	extinta,
sem	resolução	de	mérito.
FONAJEF,	enunciado	nº	24.
Reconhecida	a	incompetência	do	Juizado	Especial	Federal,	é	cabível	a
extinção	do	processo,	sem	julgamento	de	mérito,	nos	termos	do	art.	1º	da
Lei	nº	10.259/2001	e	do	art.	51,	III,	da	Lei	nº	9.099/1995,	não	havendo	nisso
afronta	ao	art.	12,	parágrafo	2º,	da	Lei	nº	11.419/06.
Valor	da	causa.
Para	que	se	possa	aferir	a	competência	do	JEF,	com	base	no	art.	3º,	o	valor	da
causa,	na	petição	inicial,	deve	atender	aos	critérios	estabelecidos	nos	arts.	259	e
260	do	CPC/2015.
FONAJEF,	enunciado	nº	123.
O	critério	de	fixação	do	valor	da	causa	necessariamente	deve	ser	aquele
especificado	nos	arts.	259	e	260	do	CPC,	pois	este	é	o	elemento	que	delimita
as	competências	dos	JEFs	e	das	Varas	(a	exemplo	do	que	foi	feito	pelo	art.
2º,	§	2º,	da	Lei	nº	12.153/09).
Litisconsórcio	ativo.
No	caso	de	haver	litisconsórcio	ativo,	o	valor	limite	de	60	salários	mínimos
contar-se-á	por	autor,	individualmente	considerado.
FONAJEF,	enunciado	nº	18.
No	caso	de	litisconsorte	ativo,	o	valor	da	causa,	para	fins	de	fixação	de
competência,	deve	ser	calculado	por	autor.
Causas	excluídas	da	competência	do	JECF.
Nem	todas	as	causas	de	competência	da	Justiça	Federal	poderão	ser	propostas	no
JECF,	listando,	esse	§	1º,	as	exceções.	São	causas	que,	mesmo	tendo	valor	até	60
salários	mínimos,	não	poderão	ser	processadas	e	julgadas	no	JECF	em	razão	de
sua	natureza.
Procedimentos	especiais.
Os	procedimentos	especiais,	previstos	no	CPC/2015,	arts.	539	a	770,	não	são
admitidos	no	procedimento	do	JECF,	por	serem	incompatíveis	com	o	sistema
dos	Juizados	Especiais.
FONAJEF,	enunciado	nº	9.
Além	das	exceções	constantes	do	§	1º	do	art.	3º	da	Lei	nº	10.259,	não	se
incluem	na	competência	dos	Juizados	Especiais	Federais	os	procedimentos
especiais	previstos	no	Código	de	Processo	Civil,	salvo	quando	possível	a
adequação	ao	rito	da	Lei	nº	10.259/2001.
Perícias	complexas	ou	onerosas.
O	JEF	não	tem	competência	para	processar	e	julgar	causa	que	depende	de	prova
pericial	considerada	complexa	ou	custosa.
FONAJEF,	enunciado	nº	91.
Os	Juizados	Especiais	Federais	são	incompetentes	para	julgar	causas	que
demandem	perícias	complexas	ou	onerosas	que	não	se	enquadrem	no
conceito	de	exame	técnico	(art.	12	da	Lei	nº	10.259/2001).
Critério	para	fixação	da	competência:
1.	Obrigações	vincendas.
Obrigações	vincendas	são	aquelas	ainda	não	vencidas,	que	vencerão	no	curso	do
processo	ou	após	o	seu	encerramento.
Normalmente,	são	prestações	periódicas	que	o	réu	venha	a	ser	condenado	a
cumprir,	como	benefícios	previdenciários,	por	exemplo.
Para	o	fim	de	fixar	a	competência	do	JECF,	quando	o	pedido	versar	sobre
condenação	em	obrigações	vincendas	a	soma	de	12	parcelas	não	poderá	superar
60	salários	mínimos,	não	se	admitindo	renúncia,	para	fins	de	competência,	das
parcelas	vincendas.
TRJEFSP,	enunciado	13.
O	valor	da	causa,	quando	a	demanda	envolver	parcelas	vincendas,
corresponderá	à	soma	de	doze	parcelas	vincendas	controversas,	nos	termos
do	art.	3º,	§	2º,	da	Lei	nº	10.259/01.
FONAJEF,	enunciado	nº	17.
Não	cabe	renúncia	sobre	parcelas	vincendas	para	fins	de	fixação	de
competência	nos	Juizados	Especiais	Federais.
FONAJEF,	enunciado	nº	20.
Não	se	admite,	com	base	nos	princípios	da	economia	processual	e	do	juiz
natural,	o	desdobramento	de	ações	para	cobrança	de	parcelas	vencidas	e
vincendas.
2.	Obrigações	vencidas.
No	caso	de	haver	no	pedido	prestações	vencidas,	é	de	se	aplicar	a	regra
estabelecida	no	CPC/2015,	art.	292,	§	1º,	tomando-se	por	base	o	valor	das
vencidas	+	vincendas.
FONAJEF,	enunciado	nº	48.
Havendo	prestação	vencida,	o	conceito	de	valor	da	causa	para	fins	de
competência	do	Juizado	Especial	Federal	é	estabelecido	pelo	art.	260	do
CPC.
Competência	absoluta	do	JECF.
Tal	como	ocorre	no	JEFP,	onde	houver	vara	do	JECF,	sua	competência	funcional
será	exclusiva.
Isso	significa	dizer	que	não	há	alternativa	nem	opção:	no	foro	onde	houver
instalada	vara	do	JECF,	as	causas	que	se	enquadrem	na	hipótese	do	art.	3º,	caput,
deverão	ser	propostas	lá,	obrigatoriamente.
Tutelas	provisórias.
As	medidas	cautelares	foram	contempladas,	no	novo	CPC,	no	título	que	trata	da
“tutela	provisória”,	juntamente	com	as	medidas	de	urgência,	de	antecipação,
liminares,	etc.	As	tutelas	provisórias	podem	ser	de	urgência	(CPC/2015,	arts.	300
a	310)	ou	de	evidência	(CPC/2015,	art.	311).	As	tutelas	de	urgência	são
antecipadas	(CPC/2015,	arts.	303	e	304)	ou	cautelares	(CPC/2015,	arts.	305	a
310),	e	podem	ser	requeridas	de	forma	antecedente	ou	incidental.
As	tutelas	provisórias	decorrem	do	poder	geral	de	cautela	do	juiz,	pelo	qual	lhe	é
permitido	adotar	qualquer	medida	que	entender	necessária	para	evitar	danos
irreparáveis	ou	de	difícil	ou	incerta	reparação.
Esse	art.	4º,	em	análise,	confere	ao	juiz,	no	JECF,	adotar	as	tutelas	provisórias
que	entender	cabível	para	evitar	o	dano,	de	ofício	ou	a	requerimento	do
interessado.
Irrecorribilidade	das	decisões	interlocutórias.
Seguindo	o	que	já	é	previsto	na	Lei	nº	9.099/95	(arts.	29	e	41),	as	decisões
interlocutórias,	no	procedimento	do	JEF,	não	possuem	recurso	imediato,	não
cabendo,	contra	elas,	agravo	de	instrumento.
Assim,	havendo	uma	decisão	interlocutória	da	qual	a	parte	não	concorde,	sua
impugnação	deverá	ser	manifestada	em	preliminar	no	recurso	inominado	tirado
contra	a	sentença.
FONAJEF,	enunciado	n.	107.
Fora	das	hipóteses	do	artigo	4º	da	Lei	nº	10.259/2001,	a	impugnação	de
decisões	interlocutórias	proferidas	antes	da	sentença	deverá	ser	feita	no
recurso	desta	(art.	41	da	Lei	nº	9.099/95).
A	exceção	fica	por	conta	das	decisões	referentes	às	tutelas	provisórias,	que
desafiam	recurso	de	agravo	de	instrumento,	conforme	previsão	contida	no	art.	4º.
Agravo	de	instrumento.
Este	art.	5º	em	comento	tem	a	mesma	função	do	art.	4º	da	Lei	nº	12.153/2009,
admitindo	a	possibilidade	de	recurso	contra	o	ato	do	juiz	que	decide	a	tutela
provisória	(art.	4º),	estabelecendo	uma	exceção	à	regra	geral	do	juizado,	de	que
as	decisões	interlocutórias	são	irrecorríveis,	como	vimos	nos	comentários	ao	art.
29	da	Lei	nº	9.099/1995,	na	parte	II.
Por	se	tratar	de	uma	decisão	interlocutória,	o	recurso	cabível	é	agravo	de
instrumento,	por	aplicação	supletiva	do	Código	de	Processo	Civil.	Mas	o	prazo
desse	recurso	será	de	10	dias.
FONAJEF,	enunciado	nº	58.
Excetuando-se	os	embargos	de	declaração,	cujo	prazo	de	oposição	é	de	cinco
dias,	os	prazos	recursais	contra	decisões	de	primeiro	grau	no	âmbito	dos
Juizados	Especiais	Federais	são	sempre	de	dez	dias,	independentemente	da
natureza	da	decisão	recorrida.
TRJFFSP,	enunciado	10.
É	de	10	(dez)	dias	o	prazo	para	interposição	de	recurso	contra	medida
cautelar	prevista	no	art.	4º	da	Lei	nº	10.259/2001.
Mandado	de	segurança.
Se	a	decisão	interlocutória	proferida	no	processo	não	disser	respeito	à	tutela
provisória	(art.	4º),	não	caberá	recurso,	como	expressamente	dispõe	este	art.	5º.
Todavia,	se	tal	decisão	puder	causar	um	dano	irreparável	ou	um	gravame	à	parte,
será	cabível	o	mandado	de	segurança	(LMS,	art.	5º,	II),	cujo	processamento	e
julgamento	competem	à	Turma	Recursal.
FONAJEF,	enunciado	nº	88.
É	admissível	mandado	de	segurança	para	Turma	Recursal	de	ato
jurisdicional	que	cause	gravame	e	não	haja	recurso.
STJ,	súmula	376.
Compete	à	turma	recursal	processar	e	julgar	o	mandado	de	segurança	contra
ato	de	juizado	especial.
Sujeito	ativo.
Apenas	poderão	propor	ação	perante	o	JECF	pessoas	físicas	e	pessoas	jurídicas
que	se	enquadrem	como	microempresas	e	empresas	de	pequeno	porte.
FONAJEF,	enunciado	11.
No	ajuizamento	de	ações	no	Juizado	Especial	Federal,	a	microempresa	e	a
empresa	de	pequeno	porte	deverão	comprovar	essa	condição	mediante
documentação	hábil.
O	condomínio	edilício	é	admitido	como	sujeito	ativo	no	JEF,	com	base	no	art.	6º,
I.
FONAJEF,	enunciado	nº	128.
O	condomínioedilício,	por	interpretação	extensiva	do	art.	6º,	I,	da	Lei	nº
10.259/01,	pode	ser	autor	no	JEF.
Aplicam-se	ao	JECF	as	restrições	constantes	do	art.	6º	da	Lei	nº	9.099/1995,
embora	a	jurisprudência	tenha	admitido	que	o	incapaz	possa	ser	parte,	desde	que
representado.
TRJEFSP,	enunciado	27.
O	incapaz	pode	ser	parte	autora	nas	ações	perante	o	Juizado	Especial
Federal.
FONAJEF,	enunciado	nº	10.
O	incapaz	pode	ser	parte	autora	nos	Juizados	Especiais	Federais,	dando-se-
lhe	curador	especial,	se	ele	não	tiver	representante	constituído.
FONAJEF,	enunciado	nº	81.
Cabe	conciliação	nos	processos	relativos	a	pessoa	incapaz,	desde	que
presente	o	representante	legal	e	intimado	o	Ministério	Público.
Admite-se	o	litisconsórcio,	mas	não	se	admite	intervenção	de	terceiros.
FONAJEF,	enunciado	nº	14.
Nos	Juizados	Especiais	Federais,	não	são	cabíveis	a	intervenção	de	terceiros
ou	a	assistência.
As	pessoas	jurídicas	de	direito	público	não	são	admitidas	como	sujeito	ativo	no
JEF.
FONAJEF,	enunciado	nº	121.
Os	entes	públicos,	suas	autarquias	e	empresas	públicas	não	têm	legitimidade
ativa	nos	Juizados	Especiais	Federais.
Sujeito	passivo.
Tratando-se	de	Juizado	Especial	Federal,	o	sujeito	passivo	só	poderá	ser	pessoa
jurídica	de	direito	público,	ligada	à	administração	pública	federal	direta	(União)
e	indireta	(autarquias,	fundações	e	empresas	públicas	federais).
Admite-se	a	participação,	no	polo	passivo,	de	pessoas	jurídicas	de	direito
público	estadual,	desde	que	em	litisconsórcio	necessário.
FONAJEF,	enunciado	nº	21.
As	pessoas	físicas,	jurídicas,	de	direito	privado	ou	de	direito	público
estadual	ou	municipal	podem	figurar	no	polo	passivo,	no	caso	de
litisconsórcio	necessário.
A	LC	73/1993	instituiu	a	Advocacia-Geral	da	União	e,	dentre	outras
providências,	regulamentou	a	citação	da	União,	nos	arts.	35	a	38:
Art.	35.	A	União	é	citada	nas	causas	em	que	seja	interessada,	na	condição	de
autora,	ré,	assistente,	oponente,	recorrente	ou	recorrida,	na	pessoa:
I	-	do	Advogado-Geral	da	União,	privativamente,	nas	hipóteses	de
competência	do	Supremo	Tribunal	Federal;
II	-	do	Procurador-Geral	da	União,	nas	hipóteses	de	competência	dos
tribunais	superiores;
III	-	do	Procurador-Regional	da	União,	nas	hipóteses	de	competência	dos
demais	tribunais;
IV	-	do	Procurador-Chefe	ou	do	Procurador-Seccional	da	União,	nas
hipóteses	de	competência	dos	juízos	de	primeiro	grau.
Art.	36.	Nas	causas	de	que	trata	o	art.	12,	a	União	será	citada	na	pessoa:
I	-	(Vetado);
II	-	do	Procurador-Regional	da	Fazenda	Nacional,	nas	hipóteses	de
competência	dos	demais	tribunais;
III	-	do	Procurador-Chefe	ou	do	Procurador-Seccional	da	Fazenda	Nacional
nas	hipóteses	de	competência	dos	juízos	de	primeiro	grau.
Art.	37.	Em	caso	de	ausência	das	autoridades	referidas	nos	arts.	35	e	36,	a
citação	se	dará	na	pessoa	do	substituto	eventual.
Art.	38.	As	intimações	e	notificações	são	feitas	nas	pessoas	do	Advogado	da
União	ou	do	Procurador	da	Fazenda	Nacional	que	oficie	nos	respectivos
autos.
FONAJEF,	enunciado	nº	55.
A	nulidade	do	processo	por	ausência	de	citação	do	réu	ou	litisconsorte
necessário	pode	ser	declarada	de	ofício	pelo	juiz	nos	próprios	autos	do
processo,	em	qualquer	fase,	ou	mediante	provocação	das	partes,	por	simples
petição.
No	caso	dos	demais	legitimados	passivos,	tal	como	as	autarquias,	fundações	e
empresas	públicas	da	União,	a	citação	se	fará	pessoalmente	ao	representante
máximo	da	entidade.
Da	sentença,	quando	não	prolatada	e	publicada	em	audiência,	as	partes	deverão
ser	intimadas	por	via	postal,	com	aviso	de	recebimento.	Trata-se	de	regra	própria
do	JECF,	de	sorte	que	não	será	válida	outra	forma	de	intimação	da	sentença.
Intimações.
As	intimações	dos	demais	atos	processuais	que	não	for	a	sentença	serão	feitas	na
pessoa	dos	advogados	e	procuradores	que	oficiarem	no	processo,	pessoalmente
ou	por	via	postal.
FONAJEF,	enunciado	nº	7.
Nos	Juizados	Especiais	Federais	o	procurador	federal	não	tem	a
prerrogativa	de	intimação	pessoal.
FONAJEF,	enunciado	nº	74.
A	intimação	por	carta	com	aviso	de	recebimento,	mesmo	que	o	comprovante
não	seja	subscrito	pela	própria	parte,	é	válida	desde	que	entregue	no
endereço	declarado	pela	parte.
Intimação	por	telefone.
Admite-se,	no	procedimento	do	JEF,	que	a	intimação	pessoal	da	parte	se	faça	por
telefone,	desde	que	feita	direta	e	pessoalmente	à	parte,	e	seja	certificada	nos
autos.
FONAJEF,	enunciado	nº	73.
A	intimação	telefônica,	desde	que	realizada	diretamente	com	a	parte	e
devidamente	certificada	pelo	servidor	responsável,	atende	plenamente	aos
princípios	constitucionais	aplicáveis	à	comunicação	dos	atos	processuais.
Intimação	por	WhatsApp.
Embora	difícil	de	crer	que	alguém	ainda	não	saiba	o	que	é	o	WhatsApp,	cabe
explicar	que	se	trata	de	um	programa	(aplicativo)	próprio	dos	telefones	celulares
que	permite	a	troca	de	mensagens	por	meio	da	rede	mundial	de	computadores
(internet).
O	JEF	tem	admitido	a	intimação	por	WhatsApp,	observado	alguns	cuidados.
1)	Havendo	termo	de	adesão:	a	parte	ou	seu	procurador	poderá	assinar	um	termo
de	adesão	pelo	qual	autoriza	que	as	intimações	sejam	feitas	por	meio	do
aplicativo.	Nesse	caso,	o	prazo	será	contado	a	partir	da	data	do	envio	da
intimação.	Ao	aderir	ao	termo,	a	parte	se	obriga	a	comunicar	ao	juízo	qualquer
alteração	no	número	do	seu	telefone,	sob	pena	de	se	considerar	válida	a
intimação	enviada	para	o	número	cadastrado.
FONAJEF,	enunciado	nº	194.
Existindo	prévio	termo	de	adesão,	a	intimação	por	Whatsapp	ou	congênere
é	válida	independentemente	de	visualização	da	mensagem	pelo	destinatário
ou	resposta	à	mensagem	enviada,	bastando	certificação	de	envio	nos	autos.
FONAJEF,	enunciado	n.	195.
Existindo	prévio	termo	de	adesão	à	intimação	por	Whatsapp	ou	congêneres,
cabe	à	parte	comunicar	eventuais	mudanças	de	número	de	telefone,	sob
pena	de	se	considerarem	válidas	as	intimações	enviadas	para	o	número
constante	dos	autos.
FONAJEF,	enunciado	n.	196.
O	termo	de	adesão	a	intimação	por	WhatsApp	ou	congêneres	subscrito	pela
parte	ou	seu	advogado	pode	ser	geral,	para	todos	os	processos	em
tramitação	no	Juízo,	que	será	arquivado	em	Secretaria.
2)	Não	havendo	termo	de	adesão:	caso	a	parte	não	tenha	aderido	ao	termo	de
intimação	por	WhatsApp,	para	a	validade	da	intimação	feita	dessa	forma,	é
necessário	que	se	verifique	que	houve	a	visualização	de	mensagem.
Nesse	caso,	a	contagem	do	prazo	começa	a	partir	da	leitura	da	mensagem.
FONAJEF,	enunciado	n.	193.
Para	a	validade	das	intimações	por	WhatsApp	ou	congêneres,	caso	não	haja
prévia	anuência	da	parte	ou	advogado,	faz-se	necessário	certificar	nos	autos
a	visualização	da	mensagem	pelo	destinatário,	sendo	suficiente	o	recibo	de
leitura,	ou	recebimento	de	resposta	à	mensagem	enviada.
As	intimações	referidas	no	§	1º,	supra,	poderão	ser	realizadas	por	meio
eletrônico.
Aliás,	todo	o	processo	poderá	ser	eletrônico.
Prazos.
Tal	como	ocorre	no	JEFP,	no	procedimento	do	JECF	também	não	há	prazo
diferenciado	para	as	pessoas	jurídicas	de	direito	público,	não	se	aplicando	aquela
regra	de	prazo	em	dobro	do	CPC/2015.
O	ato	processual,	qualquer	que	seja	ele,	deve	ser	realizado	no	prazo	exato	fixado
em	lei.
TRJEFSP,	enunciado	30.
Não	cabe	a	concessão	de	prazo	especial,	em	quádruplo	ou	em	dobro,	no
âmbito	do	Juizado	Especial	Federal.
A	única	ressalva	estabelecida	pela	lei	é	que	a	audiência	de	conciliação	não	deve
ocorrer	a	menos	de	30	dias	da	citação,	ou	seja,	entre	a	citação	e	a	audiência	de
conciliação	deve	haver	um	lapso	de	tempo	igual	ou	superior	a	30	dias.
Também	não	haverá	prazo	diferenciado	para	a	Defensoria	Pública.
FONAJEF,	enunciado	nº	53.
Não	há	prazo	em	dobro	para	a	Defensoria	Pública	no	âmbito	dos	Juizados
Especiais	Federais.
Contagem	de	prazo	em	dias	úteis.
No	procedimento	do	JEF	os	prazos	são	contados	em	dias	úteis,	por	aplicação
supletiva	do	art.	219	do	CPC/2015.
FONAJEF,	enunciado	nº	175.
Por	falta	de	previsão	legal	específica	nas	leis	que	tratam	dos	juizados
especiais,	aplica-se,	nestes,	a	previsão	da	contagem	dos	prazos	em	dias	úteis
(CPC/2015,	art.	219).Prazo	para	a	contestação.
A	Lei	do	JECF	não	estabelece	prazo	para	o	oferecimento	da	contestação.
Seguindo	o	procedimento	da	Lei	nº	9.099/95,	a	contestação	deve	ser	oferecida
até	a	audiência	de	instrução	e	julgamento.
TRJEFSP,	enunciado	8.
A	contestação	poderá	ser	apresentada	até	a	audiência	de	instrução	e
julgamento.
Presença	de	advogado.
Nos	procedimentos	submetidos	ao	JECF	a	parte	não	precisa	estar	representada
por	advogado,	qualquer	que	seja	o	valor	da	causa,	não	incidindo	a	regra	prevista
no	art.	9º	da	Lei	nº	9.099/1995.
FONAJEF,	enunciado	nº	67.
O	caput	do	art.	9º	da	Lei	nº	9.099/1995	não	se	aplica	subsidiariamente	no
âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais,	visto	que	o	art.	10	da	Lei	nº
10.259/2001	disciplinou	a	questão	de	forma	exaustiva.
Todavia,	as	partes	poderão	designar	representantes,	que	sejam	advogados	ou	não,
desde	que	o	façam	por	escrito.
A	designação	de	representante	não-advogado	deve	ser	pontual	e	justificada,
valendo	especificamente	para	aquele	determinado	processo,	não	podendo	haver
representantes	profissionais	que	não	sejam	advogados.
FONAJEF,	enunciado	nº	83.
O	art.	10,	caput,	da	Lei	nº	10.259/2001	não	autoriza	a	representação	das
partes	por	não-advogados	de	forma	habitual	e	com	fins	econômicos.
O	estagiário	de	Direito	só	pode	praticar	atos	em	conjunto	com	o	advogado.
FONAJEF,	enunciado	nº	68.
O	estagiário	de	advocacia,	nos	termos	do	Estatuto	da	OAB,	tão-só	pode
praticar,	no	âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais,	atos	em	conjunto	com
advogado	e	sob	responsabilidade	deste.
Poderes	para	conciliar.
Os	representantes	judiciais	da	União,	bem	como	os	das	autarquias,	fundações	e
empresas	públicas	estão	autorizados,	pela	lei,	a	celebrar	acordos,	exclusivamente
nos	processo	de	competência	do	JECF.
FONAJEF,	enunciado	nº	76.
A	apresentação	de	proposta	de	conciliação	pelo	réu	não	induz	a	confissão.
Desistência.
As	Turmas	Recursais	do	JECF	de	São	Paulo	têm	o	entendimento	pacificado	de
que	a	desistência	da	ação	não	depende	de	consentimento	do	réu.
TRJEFSP,	enunciado	1.
A	homologação	do	pedido	de	desistência	da	ação	independe	da	anuência	do
réu.
Princípio	da	cooperação.
Tal	como	vimos	ao	comentar	o	art.	9º	da	Lei	nº	12.153/2009	(na	parte	III),	esse
art.	11	em	comento	contempla	o	princípio	da	cooperação	no	JECF.
Tendo	em	vista	que	a	parte	ré	será	sempre	ligada	à	administração	pública	federal,
e	seus	atos	devem	ser	guiados	pelo	princípio	da	legalidade,	ela	deverá	apresentar
ao	processo	toda	a	documentação	que	tenha	em	seu	poder	que	possa	ajudar	o	juiz
a	esclarecer	os	fatos	da	causa.	E,	por	conta	disso,	não	poderá	se	furtar	a	cumprir
o	comando	legal,	que	lhe	é	impositivo.
Reportamo-nos	aos	comentários	do	art.	10.
Prova	técnica.
A	prova	técnica	também	é	admitida	no	procedimento	do	JECF,	através	de	exame
realizado	por	pessoa	habilitada,	sempre	que	necessária	à	conciliação	ou	ao
julgamento	da	causa.	Não	há	necessidade	de	que	o	perito	seja	médico
especialista	para	a	realização	da	perícia.
FONAJEF,	enunciado	nº	112.
Não	se	exige	médico	especialista	para	a	realização	de	perícias	judiciais,
salvo	casos	excepcionais,	a	critério	do	juiz.
O	técnico	nomeado	pelo	juiz	para	realizar	o	exame	deverá	entregar	o	laudo	até	5
(cinco)	dias	antes	da	audiência.
A	critério	do	juiz,	a	perícia	poderá	ocorrer	na	própria	audiência.
FONAJEF,	enunciado	nº	117.
A	perícia	unificada,	realizada	em	audiência,	é	válida	e	consentânea	com	os
princípios	informadores	dos	juizados	especiais.
Não	há	necessidade	de	intimação	das	partes	acerca	da	apresentação	do	laudo,
tendo	em	vista	que	elas	terão	ciência	das	suas	conclusões	na	própria	audiência,
ocasião	em	que	poderão	se	manifestar	imediatamente,	ou	requererem	prazo	para
tanto.	Não	se	admite	a	presença	do	advogado	na	perícia	médica.
FONAJEF,	enunciado	nº	126.
Não	cabe	a	presença	de	advogado	em	perícia	médica,	por	ser	um	ato
médico,	no	qual	só	podem	estar	presentes	o	próprio	perito	e	eventuais
assistentes	técnicos.
A	perícia	poderá	ocorrer	antes	da	citação,	desde	que	se	possibilite	ao	réu
acompanhá-la.
FONAJEF,	enunciado	nº	118.
É	válida	a	realização	de	prova	pericial	antes	da	citação,	desde	que
viabilizada	a	participação	das	partes.
Deferida	a	prova	técnica,	o	valor	dos	honorários	será	adiantado	pelo	respectivo
Tribunal	Federal.
Vencido	o	réu,	ele	restituirá	o	valor	ao	Tribunal.
FONAJEF,	enunciado	nº	52.
É	obrigatória	a	expedição	de	RPV	em	desfavor	do	ente	público	para
ressarcimento	de	despesas	periciais	quando	este	for	vencido.
Nas	causas	de	natureza	previdenciária	ou	de	assistência	social,	sendo	designado
exame	técnico,	as	partes	devem	ser	intimadas	para	oferecer	quesitos	e	indicar
assistentes	técnicos,	se	quiserem,	no	prazo	de	10	dias.
FONAJEF,	enunciado	nº	127.
Para	fins	de	cumprimento	do	disposto	no	art.	12,	§	2º,	da	Lei	nº	10.259/01,	é
suficiente	intimar	o	INSS	dos	horários	preestabelecidos	para	as	perícias	do
JEF.
Reexame	necessário.
Sobre	o	reexame	necessário,	remetemos	o	leitor	aos	comentários	do	art.	11	da
Lei	nº	12.153/2009,	na	parte	III.
Tal	como	ocorre	no	procedimento	do	JEFP,	as	causas	de	competência	do	JECF
também	não	estão	sujeitas	ao	reexame	necessário.
Recurso	inominado.
Contra	a	sentença,	caberá	recurso	inominado,	no	prazo	de	10	dias,	nos	termos	do
art.	41	da	Lei	nº	9.099/1995,	mesmo	que	seja	sentença	terminativa,	vale	dizer,
que	extingue	o	processo	sem	resolução	de	mérito.
TRJEFSP,	enunciado	31.
Cabe	recurso	da	sentença	que	julga	extinto	o	processo	sem	o	julgamento	do
mérito.
FONAJEF,	enunciado	nº	144.
É	cabível	recurso	inominado	contra	sentença	terminativa	se	a	extinção	do
processo	obstar	que	o	autor	intente	de	novo	a	ação	ou	quando	importe
negativa	de	jurisdição.
Não	haverá	juízo	prévio	de	admissibilidade	do	recurso	inominado,	à	luz	do	art.
1.010,	§	3º,	do	CPC/2015,	cabendo	este	exclusivamente	à	Turma	Recursal	à	qual
o	recurso	for	distribuído.
FONAJEF,	enunciado	nº	182.
O	juízo	de	admissibilidade	do	recurso	inominado	deve	ser	feito	na	turma
recursal,	aplicando-se	subsidiariamente	o	art.	1.010,	§	3º,	do	CPC/2015.
A	tempestividade	do	recurso	pode	ser	aferida	por	qualquer	meio	idôneo.
FONAJEF,	enunciado	nº	109.
A	tempestividade	do	recurso	pode	ser	comprovada	por	qualquer	meio
idôneo,	inclusive	eletrônico.
O	recurso	deve	ser	recebido	no	efeito	devolutivo	e	suspensivo,	salvo	se	a
sentença	confirmar	o	deferimento	de	tutela	provisória.
FONAJEF,	enunciado	nº	61.
O	recurso	será	recebido	no	duplo	efeito,	salvo	em	caso	de	antecipação	de
tutela	ou	medida	cautelar	de	urgência.
O	efeito	devolutivo	do	recurso,	tanto	em	extensão	quanto	em	profundidade,	tem
cabimento	amplo	no	sistema	do	JECF,	podendo	a	Turma	recursal	conhecer	de
matéria	não	apreciada	na	sentença,	desde	que	aventada	no	pedido.
FONAJEF,	enunciado	nº	54.
O	art.	515	e	parágrafos	do	CPC	interpretam-se	ampliativamente	no	âmbito
das	Turmas	Recursais,	em	face	dos	princípios	que	orientam	o	microssistema
dos	Juizados	Especiais	Federais.	[N.	do	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	com
correspondência	no	art.	1.013	do	CPC/2015].
FONAJEF,	enunciado	nº	60.
A	matéria	não	apreciada	na	sentença,	mas	veiculada	na	inicial,	pode	ser
conhecida	no	recurso	inominado,	mesmo	não	havendo	a	oposição	de
embargos	de	declaração.
Recurso	adesivo	–	não	cabimento.
Nos	processos	submetidos	ao	procedimento	do	JEF,	não	cabe	recurso	adesivo.
FONAJEF,	enunciado	nº	59.
Não	cabe	recurso	adesivo	nos	Juizados	Especiais	Federais.
TRJEFSP,	enunciado	34.
Não	cabe	recurso	adesivo	nos	Juizados	Especiais	Federais.
Sucumbência	e	honorários	advocatícios.
O	recorrente,	vencido,	pagará	honorários	advocatícios	à	parte	contrária,	cuja
execução	se	fará	no	próprio	Juizado.
TRJEFSP,	enunciado	18.
São	devidos	honorários	advocatícios	por	parte	do	recorrente	vencido	em
segundo	grau	(art.	55	da	Lei	nº	9.099/1995),	quando	houver	atuação	de
advogado	constituído.
FONAJEF,	enunciado	nº	57.
Nos	Juizados	Especiais	Federais,	somente	o	recorrente	vencido	arcará	com
honorários	advocatícios.
FONAJEF,	enunciado	nº	90.
Os	honorários	advocatícios	impostos	pelas	decisões	do	Juizado	Especialo	Juizado	Especial	Cível	no	âmbito	da	Justiça
Estadual	e	do	Distrito	Federal	(art.	1º),	com	a	proibição	expressa	de	serem	partes
as	pessoas	jurídicas	de	direito	público,	assim	como	as	empresas	públicas	da
União	(art.	8º).	Desta	forma,	seja	por	não	admitir	pessoa	jurídica	de	direito
público	como	parte,	seja	porque	afeito	à	Justiça	Estadual,	os	Juizados	Especiais
Cíveis	não	se	aplicavam	a	ações	de	interesse	da	União.
Para	preencher	mais	essa	lacuna,	em	2001	foi	promulgada	a	Lei	nº	10.259,
instituindo	o	Juizado	Especial	Federal	(JEF),	para	o	processamento	e	julgamento
de	causas	de	competência	da	Justiça	Federal	(CF,	art.109)	de	valor	até	60
salários	mínimos	(art.	3º).
Cronologicamente,	os	Juizados	Especiais	Federais	surgiram	logo	após	os
Juizados	Especiais	Cíveis,	e	antes	dos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública.	A
bem	da	verdade,	a	Lei	nº	10.259/2001	(JECF)	serviu	de	inspiração	para	a	Lei	nº
12.153/2009	(JEFP).
O	procedimento	do	JECF	toma	por	base	os	dispositivos	da	Lei	nº	9.099/1995,
naquilo	que	não	conflitar	com	a	Lei	nº	10.259/2001,	e	não	é	opcional,	sendo
obrigatório	no	foro	onde	estiver	instalado,	eis	que	sua	competência	é	absoluta.
Algumas	diferenças	significativas	são	estabelecidas	entre	o	JEC	e	o	JECF.	Neste,
não	se	admite	o	pedido	contraposto	por	parte	da	União,	autarquia,	fundação	ou
empresa	pública,	consoante	o	enunciado	12	do	FONAJEF:
FONAJEF,	Enunciado	nº	12.
No	Juizado	Especial	Federal,	não	é	cabível	o	pedido	contraposto	formulado
pela	União,	autarquia,	fundação	ou	empresa	pública	federal.
No	plano	recursal,	o	JECF	passa	a	admitir	o	recurso	de	agravo	de	instrumento
contra	a	decisão	que	defere	a	tutela	provisória,	o	que	não	é	previsto	na	Lei	nº
9.099/1995.	Além	disso,	possibilita-se	a	uniformização	da	interpretação	de	lei
federal,	sempre	que	houver	divergência	entre	Turmas	Recursais,	seja	da	mesma
Região	ou	de	Regiões	diferentes,	ou,	ainda,	a	súmulas	do	STJ,	no	que	foi
seguido	pelos	JEFP.
Na	execução	ou	no	cumprimento	de	sentença,	não	são	admitidos	embargos,
sendo	que	eventuais	impugnações	devem	ser	analisadas	independente	da
instauração	de	incidente	processual.
FONAJEF,	Enunciado	nº	13.
Não	são	admissíveis	embargos	de	execução	nos	Juizados	Especiais	Federais,
devendo	as	impugnações	do	devedor	ser	examinadas	independentemente	de
qualquer	incidente.
Parte	II.
Comentários	à	Lei	9.099/1995
Juizados	Especiais	Cíveis	(arts.	1º	a	59)
Juizados	especiais	cíveis.
Os	Juizados	Especiais	Cíveis	(JEC),	contemplados	nessa	Lei	nº	9.099/1995,	são,
basicamente,	órgãos	da	justiça	comum	dos	Estados,	estando	vinculados,
portanto,	ao	Tribunal	de	Justiça	do	respectivo	Estado	da	Federação.
Juizados	especiais	da	Fazenda	Pública.
Os	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública	(JEFP)	foram	instituídos	pela	Lei	nº
12.153/2009,	tendo	competência	para	conciliar	e	julgar	causas	cíveis	de	interesse
dos	Estados,	Distrito	Federal,	Territórios	e	Municípios,	de	valor	até	60	salários
mínimos	(ver	parte	III	deste	livro).
Tais	juizados	têm	existência	própria	e	distinta	dos	Juizados	Especiais	Cíveis	e,
por	isso	mesmo,	suas	inovações,	especialmente	as	do	art.	5º,	não	se	aplicam	a
estes.
FONAJE,	enunciado	134.
As	inovações	introduzidas	pelo	artigo	5º	da	Lei	nº	12.153/09	não	são
aplicáveis	aos	Juizados	Especiais	Cíveis	(Lei	nº	9.099/95).
O	referido	art.	5º	da	Lei	nº	12.153/2009	dispõe:
Podem	ser	partes	no	Juizado	Especial	da	Fazenda	Pública:
I	–	como	autores,	as	pessoas	físicas	e	as	microempresas	e	empresas	de
pequeno	porte,	assim	definidas	na	Lei	Complementar	n.	123,	de	14	de
dezembro	de	2006;
II	–	como	réus,	os	Estados,	o	Distrito	Federal,	os	Territórios	e	os
Municípios,	bem	como	autarquias,	fundações	e	empresas	públicas	a	eles
vinculadas.
Por	não	ter	aplicação	nos	procedimentos	previstos	na	Lei	nº	9.099/1995,	esse	art.
5º	não	altera	as	disposições	do	art.	8º	da	Lei	nº	9.099/1995.
Juizados	especiais	federais.
Os	Juizados	Especiais	Cíveis	Federais	(JECF)	foram	instituídos	pela	Lei	nº
10.259/2001,	com	competência	para	processar	e	julgar	ações	de	competência	da
Justiça	Federal,	até	60	salários	mínimos	(ver	parte	IV	deste	livro).
Princípios	processuais	do	JEC.
Estabelece,	esse	art.	2º,	os	princípios	que	norteiam	o	procedimento	do	JEC.	Em
realidade,	há	um	superprincípio	–	celeridade	–	do	qual	os	demais	princípios	são
corolários	e	decorrentes.
São,	os	seguintes,	os	princípios	do	JEC:
1.	Celeridade.
É	o	que	chamamos,	acima,	de	superprincípio.
Os	juizados	especiais	foram	instituídos	com	o	propósito	inescondível	de	dar
solução	rápida	ao	litígio.	Os	processos	submetidos	ao	procedimento	do	JEC
devem	ser	orientados,	destarte,	pela	celeridade.
Célere	significa	rápido,	ágil,	e	assim	deve	ser	o	desenvolvimento	dos	processos
do	JEC.
Para	garantir	a	celeridade	a	Lei	nº	9.099/1995	adota,	como	regra,	situações	para
tornar	mais	fluído	o	processo,	tais	como	a	concentração	dos	atos	processuais,
não	permitindo	incidentes	que	o	atrasem;	não	se	admite	a	reconvenção	nem	a
intervenção	de	terceiros;	os	recursos	não	têm	efeito	suspensivo,	entre	outros.
2.	Oralidade.
No	procedimento	do	JEC,	a	palavra	oral	tem	prevalência	sobre	a	sua	forma
escrita.	Os	atos	processuais	podem	ser	realizados	oralmente,	com	muito	mais
ênfase	do	que	ocorre	no	processo	comum,	contribuindo,	assim,	com	a	celeridade.
A	petição	inicial	pode	ser	deduzida	oralmente	(art.	14),	assim	como	a
contestação	(art.	30);	dos	atos	processuais,	apenas	os	essenciais	são	registrados
em	termo	(art.	13,	§	3º);	a	prova	oral	não	será	reduzida	a	termo	(art.	36);	os
embargos	de	declaração	podem	ser	opostos	oralmente	(art.	49).
3.	Informalidade.
Exatamente	por	pretender	promover	a	rápida	solução	do	litígio,	o	procedimento
do	JEC	não	pode	conter	todas	as	exigências	do	processo	comum,	principalmente
em	relação	à	forma.	É	por	isso	a	disposição	contida	no	art.	13,	caput,	de	que	“os
atos	processuais	serão	válidos	sempre	que	preencherem	a	finalidade	para	os
quais	foram	realizados”,	e	a	§	1º,	de	que	“não	se	pronunciará	qualquer	nulidade
sem	que	tenha	havido	prejuízo”.
4.	Simplicidade.
O	procedimento	do	JEC	é	um	procedimento	simplificado,	caracterizado
principalmente	pela	concentração	dos	atos	processuais.	À	apresentação	do
pedido	se	seguem	a	audiência	de	conciliação	e	a	audiência	de	instrução,	quando
todos	os	atos	são	praticados	e	concentrados.
5.	Economia	processual.
Concentração	dos	atos	processuais,	ausência	de	incidentes	processuais,
irrecorribilidade	de	decisões	interlocutórias,	são	algumas	das	situações	que
revelam	a	economia	processual	que	permeia	o	procedimento	do	JEC.
Competência.
Diz-se	que	a	competência	é	a	medida	da	jurisdição,	vale	dizer,	é	o	quanto	de
jurisdição	que	possui	cada	órgão	julgador,	limitando	a	sua	atuação.	Ela	pode	ser
classificada	em	absoluta	(em	razão	da	matéria,	da	função	e	da	pessoa)	e	relativa
(em	razão	do	lugar	e	do	valor).
Competência	funcional	sui	generis.
O	art.	3º	estabelece	quais	as	causas	que	podem	ser	processadas	e	julgadas
perante	o	JEC.	Trata-se	de	competência	funcional,	que	é	absoluta.	Mas	trata-se
de	uma	competência	sui	generis,	porque	a	competência	fixada	no	art.	3º	é
exclusiva,	ou	seja,	ela	só	é	absoluta	no	que	ela	exclui,	pois	no	que	ela	admite,	ela
é	opcional	(ver	§	3º).
Desta	forma,	para	causas	que	não	estejam	previstas	no	rol,	taxativo,	do	art.	3º,	ou
que	sejam	excluídas	expressamente	pelo	§	2º,	o	JEC	não	terá	competência.
Causas	de	menor	complexidade.
O	primeiro	critério	a	ser	aferido	para	fixação	da	competência	do	JEC	é	que	a
causa	seja	considerada	como	sendo	de	menor	complexidade.
Em	razão	dos	princípios	estabelecidos	no	art.	2º,	e	pelas	próprias	regras
processuais	do	juizado,	causas	complexas	não	serão	admitidas	ao	processamento
e	julgamento	do	JEC.
Em	princípio,	são	consideradas	de	menor	complexidade	as	causas	elencadas	no
próprio	art.	3º.	Temos,	entrementes,	o	entendimento	predominante	de	que	a
complexidade	da	causa	decorre	da	prova	a	ser	produzida	no	processo	e	não	da
pretensão,	ou	seja,	do	direito	material	que	nele	se	discute.	Nesse	sentido,	o
enunciado	54	do	FONAJE.
FONAJE,	enunciado	54.Federal	serão	executados	nos	próprios	Juizados	Especiais	Federais,	por
quaisquer	das	partes.
Todavia,	havendo	provimento	do	recurso,	mesmo	que	de	maneira	parcial,	não	se
condenará	a	parte	recorrente	em	honorário.
FONAJEF,	enunciado	nº	99.
O	provimento,	ainda	que	parcial,	de	recurso	inominado	afasta	a
possibilidade	de	condenação	do	recorrente	ao	pagamento	de	honorários	de
sucumbência.
Os	honorários	deverão	ser	fixados	conforme	dispõe	o	art.	55	da	Lei	nº
9.099/1005.
FONAJEF,	enunciado	n.	145.
O	valor	dos	honorários	de	sucumbência	será	fixado	nos	termos	do	artigo	55,
da	Lei	nº	9.099/95,	podendo	ser	estipulado	em	valor	fixo	quando	for
inestimável	ou	irrisório	o	proveito	econômico	ou,	ainda,	quando	o	valor	da
causa	for	muito	baixo,	observados	os	critérios	do	artigo	20,	§	3º,	CPC.	[N.
do	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	com	correspondência	no	art.	82,	§	2º	do
CPC/2015].
Embargos	de	declaração
Os	embargos	de	declaração	são	cabíveis,	nos	termos	do	art.	48	da	Lei	nº
9.099/1995,	podendo	ser	deduzidos	de	forma	escrita	ou	oral,	no	prazo	de	cinco
dias.
FONAJEF,	enunciado	nº	42.
Em	caso	de	embargos	de	declaração	protelatórios,	cabe	a	condenação	em
litigância	de	má-fé	(princípio	da	lealdade	processual).
Uniformização	da	jurisprudência	no	JECF.
Assim	como	ocorre	no	procedimento	do	JEFP	(ver	comentários	ao	art.	18	da	Lei
nº	12.153/2009,	na	parte	III),	o	JECF	admite	o	pedido	de	uniformização	de
interpretação	de	lei	federal,	sempre	que	houver	divergência	entre	decisões	de
Turmas	Recursais	sobre	direito	material.
Não	cabe	incidente	de	uniformização	sobre	matéria	processual.
FONAJEF,	enunciado	nº	43.
É	adequada	a	limitação	dos	incidentes	de	uniformização	às	questões	de
direito	material.
FONAJEF,	enunciado	nº	98.
É	inadmissível	o	reexame	de	matéria	fática	em	pedido	de	uniformização	de
jurisprudência.
TNUJEF,	súmula	7.
Descabe	incidente	de	uniformização	versando	sobre	honorários	advocatícios
por	se	tratar	de	questão	de	direito	processual.
TNUJEF,	súmula	42.
Não	se	conhece	de	incidente	de	uniformização	que	pretenda	o	reexame	de
matéria	de	fato.
TNUJEF,	súmula	43.
Não	cabe	incidente	de	uniformização	que	verse	sobre	matéria	processual.
FONAJEF,	enunciado	nº	97.
Cabe	incidente	de	uniformização	de	jurisprudência	quando	a	questão
deduzida	nos	autos	tiver	reflexo	sobre	a	competência	do	juizado	especial
federal.
Divergência	entre	Turmas	Recursais	da	mesma	região.
Se	a	divergência	se	der	entre	Turmas	Recursais	da	mesma	Região,	ou	seja,
subordinadas	ao	mesmo	TRF,	o	julgamento	do	pedido	de	uniformização	se	dará
em	sessão	conjunta	das	Turmas	em	conflito,	sob	a	presidência	do	Juiz
Coordenador	do	Juizado	Especial	Federal	na	respectiva	Região.
FONAJEF,	enunciado	nº	110.
A	competência	das	turmas	recursais	reunidas,	onde	houver,	deve	ser
limitada	à	deliberação	acerca	de	enunciados	das	turmas	recursais	das
respectivas	seções	judiciárias.
Turmas	de	Uniformização.
As	Turmas	de	Unificação	são	órgãos	colegiados	com	atribuição	de	julgar	os
pedidos	de	uniformização	de	interpretação	de	lei	federal.
FONAJEF,	enunciado	nº	104.
Cabe	à	Turma	de	Uniformização	reformar	os	acórdãos	que	forem
contrários	à	sua	jurisprudência	pacífica,	ressalvada	a	hipótese	de	supressão
de	instância,	em	que	será	cabível	a	remessa	dos	autos	à	Turma	de	origem
para	fim	de	adequação	do	julgado.
FONAJEF,	enunciado	nº	105.
A	Turma	de	Uniformização,	ao	externar	juízo	acerca	da	admissibilidade	do
pedido	de	uniformização,	deve	considerar	a	presença	de	similitude	de
questões	de	fato	e	de	direito	nos	acórdãos	confrontados.
Divergência	entre	Turmas	Recursais	de	diferentes
Regiões.
Sendo	a	divergência	estabelecida	entre	decisões	de	Turmas	Recursais	de	Regiões
diferentes,	o	pedido	de	uniformização	será	julgado	por	uma	Turma	de
Uniformização,	composta	por	juízes	integrantes	de	Turmas	Recursais,	sob	a
presidência	do	Juiz	Coordenador	da	Justiça	Federal.
Divergência	da	decisão	com	súmula	do	STJ.
Se	a	divergência	se	der	entre	a	decisão	e	súmula	do	STJ,	ou	seja,	quando	a
decisão	da	Turma	Recursal	contrariar	súmula	do	STJ,	o	julgamento	do	pedido	de
uniformização	também	ficará	a	cargo	da	Turma	de	Uniformização.
Sempre	a	sessão	de	julgamento	do	pedido	de	uniformização	contar	com	juízes
domiciliados	em	diferentes	cidades,	poderá	ser	realizada	por	meio	eletrônico	de
transmissão	de	sons	e	imagens,	teleconferência	ou	qualquer	outro	meio	similar.
Pedido	de	uniformização	ao	STJ.
No	caso	de	pedido	de	uniformização,	quando	a	decisão	da	Turma	de
Uniformização	acolher	orientação	contrária	à	súmula	do	STJ,	a	parte	interessada
poderá	requerer	ao	STJ,	por	requerimento	próprio,	que	se	manifeste,	para	dirimir
a	divergência.
Efeito	suspensivo.
Quando	o	pedido	de	uniformização	tiver	de	ser	apreciado	pelo	STJ	(nos	casos	do
§	4º,	supra),	o	Ministro	relator	poderá	conceder	liminar	para	suspensão	dos
processos	em	que	haja	a	controvérsia,	de	ofício	ou	a	requerimento	da	parte,
desde	que	haja	os	pressupostos	do	“fumus	boni	juris”	e	do	“periculum	in	mora”.
Julgamentos	repetitivos.
Na	hipótese	divisada	no	§	4º,	supra,	havendo	pedidos	de	uniformização
repetitivos,	ou	seja,	ocorrendo	a	multiplicidade	de	outros	pedidos	que	tratem	da
mesma	questão	e	que	sejam	recebidos	subsequentemente	por	qualquer	Turma
Recursal	quando	já	houver	um	pedido	em	análise	no	STJ,	tais	pedidos	repetitivos
posteriores	deverão	ficar	retidos	nos	autos	de	origem,	no	aguardo	do
pronunciamento	do	STJ.	Na	prática,	tais	pedidos	posteriores	ficarão	sobrestados,
até	que	a	Corte	julgue	aquele	primeiro.	A	decisão	tomada	pela	Corte	valerá	para
todos	eles.
Requisitando	informações	e	ouvindo	o	MP.
Ainda	no	STJ,	o	relator	do	pedido	de	uniformização	poderá	requisitar
informações	ao	Presidente	da	Turma	Recursal	ou	da	Turma	de	Uniformização,	se
entender	necessário	para	dirimir	a	controvérsia.
Se	for	o	caso	em	que	a	intervenção	do	MP	é	obrigatória,	o	relator	mandará
intimá-lo	para	se	manifestar	no	prazo	de	5	(cinco)	dias.
Eventuais	interessados	(amici	curiae)	poderão	se	manifestar	no	prazo	de	30	dias.
Preferência	no	julgamento.
O	pedido	de	uniformização,	no	STJ,	tem	preferência	sobre	os	demais	processos,
com	exceção	daqueles	em	que	há	réu	preso,	os	pedidos	de	habeas	corpus	e	os
mandados	de	segurança.
Tão	logo	finde	os	prazos	do	§	7º,	o	relator	deverá	incluir	o	pedido	de
uniformização	em	pauta	na	sessão.
Depois	do	julgamento	do	pedido	de	uniformização	pelo	STJ,	e	da	publicação	do
acórdão,	todos	os	pedidos	que	foram	retidos	e	sobrestados	na	origem	(§	5º)
passarão	a	ser	apreciados	pelas	Turmas	Recursais,	aplicando	o	que	foi	decidido
pela	Corte	Superior.
FONAJEF,	enunciado	nº	132.
Em	conformidade	com	o	art.	14,	§	9º,	da	Lei	nº	10.259/2001,	cabe	ao
colegiado	da	Turma	Recursal	rejulgar	o	feito	após	a	decisão	de	adequação
de	Tribunal	Superior	ou	da	TNU.
Resolução	10/2007,	do	STJ:
Art.	1º.	O	incidente	de	uniformização	da	jurisprudência	do	Juizado	Especial
Federal	dirigido	ao	Superior	Tribunal	de	Justiça,	nos	termos	do	art.	14,	§	4º,
da	Lei	nº	10.259,	de	12	de	julho	de	2001,	será	suscitado	perante	a	Turma
Nacional	de	Uniformização,	cujo	Presidente	procederá	ao	juízo	prévio	de
admissibilidade.
§	1º.	Admitido	o	incidente	ou,	se	inadmitido,	houver	requerimento	da	parte,
o	pedido	de	uniformização	será	distribuído	no	Superior	Tribunal	de	Justiça
a	relator	integrante	da	Seção	competente.
§	2º.	Se	o	relator	indeferir	o	pedido,	dessa	decisão	caberá	agravo	à	Seção
respectiva,	que	proferirá	julgamento	irrecorrível.
Art.	2º.	Admitido	o	incidente,	o	relator:
I	-	poderá,	de	ofício	ou	a	requerimento	da	parte,	presentes	a	plausibilidade
do	direito	invocado	e	o	fundado	receio	de	dano	de	difícil	reparação,	deferir
medida	liminar	para	suspender	a	tramitação	dos	processos	nos	quais	tenha
sido	estabelecida	a	mesma	controvérsia;
II	-	oficiará	ao	Presidente	da	Turma	Nacional	de	Uniformização	e	aos
Presidentes	das	Turmas	Recursais,	comunicando	o	processamento	do
incidente	e	solicitando	informações;
III	-	ordenará	a	publicação	de	edital	no	Diário	da	Justiça,	com	destaque	no
noticiário	do	STJ	na	internet,	para	dar	ciênciaaos	interessados	sobre	a
instauração	do	incidente,	a	fim	de	que	se	manifestem,	querendo,	no	prazo	de
30	(trinta)	dias;
IV	-	decidir	o	que	mais	for	necessário	à	instrução	do	feito.
§	1º.	Da	decisão	concessiva	da	medida	liminar	prevista	no	inciso	I,	caberá
agravo	à	Seção.
§	2º.	As	partes	e	os	terceiros	interessados,	nos	seus	prazos,	poderão	juntar
documentos,	arrazoados	e	memoriais.
Art.	4º.	Será	de	10	(dez)	dias	o	prazo	para	agravar	das	decisões	proferidas
pelo	relator.
Art.	5º.	Cumpridos	os	prazos,	com	ou	sem	manifestação	das	partes,	do
Ministério	Público	ou	de	eventuais	terceiros	interessados,	o	feito	será
incluído	na	pauta	da	sessão,	com	preferência	sobre	os	demais,	ressalvados	os
processos	com	réu	preso,	os	habeas	corpus	e	mandados	de	segurança.
Parágrafo	único.	As	partes,	o	representante	do	Ministério	Público	e,	por
decisão	do	Presidente	da	Seção,	os	terceiros	interessados	poderão	produzir
sustentação	oral	na	conformidade	do	que	dispõe	o	art.	160	do	Regimento
Interno	do	Superior	Tribunal	de	Justiça.
Art.	6º.	O	acórdão	do	julgamento	do	incidente	conterá,	se	houver,	súmula
sobre	a	questão	controvertida,	e	dele	será	enviada	cópia	ao	Presidente	da
Turma	Nacional	de	Uniformização.
Art.	7º.	Fica	revogada	a	Resolução	nº	2,	de	12	de	março	de	2002.
Art.	8º.	Esta	Resolução	entra	em	vigor	na	data	de	sua	publicação.
No	âmbito	do	CJF,	foi	editada	a	Resolução	345/2015.
O	recurso	extraordinário	é	cabível,	nas	hipóteses	previstas	na	CF,	102,	III.	O	seu
processamento	se	dará	na	forma	do	previsto	no	art.	14,	§§	4º	ao	9º	e	no
Regimento	Interno	do	STF.
FONAJEF,	enunciado	nº	157.
Aplica-se	o	art.	1030,	par.	único,	do	CPC/2015	aos	recursos	extraordinários
interpostos	nas	Turmas	Recursais	do	JEF	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
Cumprimento	de	sentença	de	obrigação	de	fazer	e	não
fazer	ou	de	entregar	coisa	certa.
Tal	como	ocorre	no	JEFP,	no	JECF	o	cumprimento	de	sentença	só	se	processa	se
houver	o	trânsito	em	julgado,	de	sorte	que	não	haverá	execução	provisória.
Em	se	tratando	de	obrigação	de	fazer	ou	não	fazer,	ou	de	entregar	coisa	certa,	o
cumprimento	da	sentença	será	feito	mediante	a	simples	expedição	de	ofício
judicial	ao	réu,	acompanhado	de	cópia	de	sentença.
A	intimação	para	cumprimento	da	obrigação	poderá	ser	feita	na	pessoa	do
procurador	federal,	independentemente	de	ofício.
FONAJEF,	enunciado	nº	8.
É	válida	a	intimação	do	procurador	federal	para	cumprimento	da
obrigação	de	fazer,	independentemente	de	oficio,	com	base	no	art.	461	do
CPC.	[N.	do	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	com	correspondência	no	art.	497	do
CPC/2015].
O	atraso	ou	o	não	cumprimento	da	obrigação	após	a	entrega	do	ofício	da
intimação	sujeita	o	ente	público	à	multa	moratória,	mas	não	cabe	multa
direcionada	pessoalmente	ao	procurador	judicial.
FONAJEF,	enunciado	nº	63.
Cabe	multa	ao	ente	público	pelo	atraso	ou	não-cumprimento	de	decisões
judiciais	com	base	no	art.	461	do	CPC,	acompanhada	de	determinação	para
a	tomada	de	medidas	administrativas	para	a	apuração	de	responsabilidade
funcional	e/ou	por	dano	ao	erário.	Havendo	contumácia	no
descumprimento,	caberá	remessa	de	ofício	ao	Ministério	Público	Federal
para	análise	de	eventual	improbidade	administrativa.	[N.	do	A.:	refere-se	ao
CPC/1973,	com	correspondência	no	art.	497	do	CPC/2015].
FONAJEF,	enunciado	nº	64.
Não	cabe	multa	pessoal	ao	procurador	ad	judicia	do	ente	público,	seja	com
base	no	art.	14,	seja	no	art.	461,	ambos	do	CPC.	[N.	do	A.:	refere-se	ao
CPC/1973,	com	correspondência	nos	arts.	77	e	497	do	CPC/2015,
respectivamente].
Cumprimento	de	sentença	de	obrigação	de	pagar
quantia	certa.
A	mesma	observação	feita	no	artigo	antecedente,	sobre	não	caber	execução
provisória,	vale	para	a	sentença	que	comporta	obrigação	de	pagar	quantia	certa.
FONAJEF,	enunciado	nº	35.
A	execução	provisória	para	pagar	quantia	certa	é	inviável	em	sede	de
Juizado,	considerando	outros	meios	jurídicos	para	assegurar	o	direito	da
parte.
A	execução	da	sentença	no	limite	da	competência	do	JECF	(ver	§	1º,	abaixo)
será	feita	independentemente	de	precatório,	através	de	RPV.	O	pagamento	deve
ser	feito	no	prazo	máximo	de	60	dias,	contados	do	recebimento	da	requisição,
diretamente	na	agência	mais	próxima	da	Caixa	Econômica	Federal	ou	do	Banco
do	Brasil.
FONAJEF,	enunciado	nº	47.
Eventual	pagamento	realizado	pelos	entes	públicos	demandados	deverá	ser
comunicado	ao	Juízo	para	efeito	de	compensação	quando	da	expedição	da
RPV.
Sendo	o	valor	executado	superior	a	60	salários	mínimos,	será	possível	a
expedição	de	precatório.
TRJEFSP,	enunciado	nº	20.
É	possível	a	expedição	de	precatório	no	Juizado	Especial	Federal,	nos
termos	do	art.	17,	§	4º,	da	Lei	nº	10.259/2001,	quando	o	valor	da	condenação
exceder	60	(sessenta)	salários	mínimos.
No	caso	de	a	parte	estar	representada	por	procurador,	o	levantamento	por	este
das	quantias	pagas,	seja	por	RPV	ou	por	precatório,	somente	poderá	ocorrer
contra	apresentação	de	procuração	com	poderes	especiais	e	com	firma
reconhecida.
FONAJEF,	enunciado	nº	69.
O	levantamento	de	valores	decorrentes	de	RPVs	e	Precatórios,	no	âmbito
dos	Juizados	Especiais	Federais,	pode	ser	condicionado	à	apresentação,	pelo
mandatário,	de	procuração	específica	com	firma	reconhecida,	da	qual
conste,	ao	menos,	o	número	de	registro	do	Precatório	ou	RPV	ou	o	número
da	conta	do	depósito,	com	o	respectivo	valor.
As	parcelas	vencidas	depois	de	realizado	o	cálculo	judicial	poderão	ser	pagas
administrativamente,	independentemente	de	requisição	ou	precatório.
FONAJEF,	enunciado	nº	72.
As	parcelas	vencidas	após	a	data	do	cálculo	judicial	podem	ser	pagas
administrativamente,	por	meio	de	complemento	positivo.
Pequeno	valor.
No	procedimento	do	JECF	será	considerado	como	pequeno	valor,	para	efeito	do
disposto	na	CF,	art.	100,	§	3º,	o	valor	limite	da	alçada	de	60	salários	mínimos
(art.	3º),	cuja	execução	independerá	da	expedição	de	precatório.
Nos	casos	previstos	no	caput,	o	não	atendimento	da	requisição	no	prazo	legal
autorizará	o	juiz	a	determinar	o	sequestro	da	quantia	devida,	sem	necessidade	de
se	ouvir	a	Fazenda	Pública.	Esse	sequestro	pode	ser	feito	por	meio	eletrônico,
através	do	mesmo	sistema	de	“penhora	on	line”	do	BACENJUD.
O	dispositivo	desse	§	3º	tem	apoio	no	ADCT	da	CF,	art.	87,	parágrafo	único.
Sempre	que	o	valor	da	obrigação	for	superior	ao	limite	definido	como	de
pequeno	valor,	o	seu	pagamento	deve	se	dar,	obrigatoriamente,	através	do
precatório,	salvo	na	hipótese	do	§	4º.	Por	essa	razão,	não	se	permite	o
fracionamento	do	valor,	para	que	se	faça	uma	parte	por	RPV	e	outra	por
precatório.
Apoiado,	também,	no	ADCT	da	CF,	art.	87,	parágrafo	único,	esse	§	4º	constitui	a
exceção	à	obrigatoriedade	do	pagamento	por	precatório.
No	caso	do	valor	da	obrigação	exceder	o	limite	definido	como	de	pequeno	valor,
o	credor	poderá	renunciar	ao	excedente,	para	promover	o	cumprimento	da
sentença	através	de	RPV.
Essa	renúncia	deve	ser	expressa,	por	ocasião	da	execução,	depois	de
efetivamente	constituído	o	crédito.
FONAJEF,	enunciado	nº	71.
A	parte	autora	deverá	ser	instada,	na	fase	da	execução,	a	renunciar	ao
excedente	à	alçada	do	Juizado	Especial	Federal,	para	fins	de	pagamento	por
RPV,	não	se	aproveitando,	para	tanto,	a	renúncia	inicial,	de	definição	de
competência.
Por	serem	federais,	os	JECF’s	são	instalados	por	determinação	do	respectivo
Tribunal	Regional	Federal.
No	âmbito	do	JECF,	os	conciliadores	exercerão	sua	função	por	designação	do
seu	Juiz	Presidente,	pelo	período	de	2	anos,	sendo	admitida	a	recondução,	sendo
gratuito	o	exercício	da	função.
Juizados	adjuntos.
Juizados	adjuntos	são	juizados	instituídos	de	maneira	não	autônoma,	ou	seja,
utilizando-se	de	pessoal	(servidores,	juízes)	e	de	estrutura	da	vara	comum.
Os	Juizados	Especiais	Adjuntos	serão	instalados	em	áreas	cuja	demanda	regular
não	justifique	a	estrutura	autônoma,	conforme	providência	definida	pelo
Conselho	Nacional	de	Justiça	como	“Prioridade	Estratégica	dos	Juizados
Especiais	Estaduais”	(Recomendação	nº	1,	de	6	de	dezembro	de	2005),	e	terão	a
mesma	composição	e	competência	das	unidades	jurisdicionais,	e	funcionamanexados	às	varas	judiciais	da	comarca,	utilizando	o	mesmo	quadro	de
servidores	lotados	nas	varas	a	que	estiverem	anexados,	tendo	como	Juiz	Togado
o	respectivo	Juiz	Titular	dessas	unidades.
Regra	meramente	de	transição,	já	sem	efeito	pelo	decurso	do	prazo.
Importante	dispositivo	legal,	esse	parágrafo	único	estabelece	autorização	para
criação	de	JECF	com	competência	exclusiva	para	processar	e	julgar	ações
previdenciárias,	nas	capitais	dos	Estados	e	do	DF,	e	em	outras	cidades	onde,	em
razão	do	número	de	habitantes,	justificar	a	sua	instalação.
A	importância	se	dá	pela	evidente	grande	quantidade	de	ações	previdenciárias
em	todo	o	País,	cujo	valor	está	no	limite	da	alçada	do	JECF.	Criando-se	varas
especializadas	em	ações	previdenciárias,	tem-se	uma	dupla	vantagem:	1)	a
especialização	na	matéria	que	torna	a	prestação	jurisdicional	mais	eficiente;	e	2)
o	desafogamento	dos	JECF’s	comuns.
Caso	no	foro	de	competência	não	haja	vara	da	Justiça	Federal	ou	do	JECF,	a
ação	poderá	ser	proposta	no	Juizado	Federal	mais	próximo.
Todavia,	não	se	pode	aplicar	a	Lei	nº	10.259/2001	na	justiça	estadual.
Dispositivo	correlacionado	com	o	art.	18.
Turmas	recursais.
Os	recursos	interpostos	contra	a	sentença	serão	julgados	por	uma	Turma
recursal.	As	Turmas	Recursais	do	JECF	são	instituídas	pelo	TRF	respectivo,	que
determinará	a	sua	composição	e	área	de	atuação.	Uma	Turma	recursal	poderá
abranger	mais	de	uma	seção	judiciária.
Dentre	os	poderes	e	competência	das	Turmas	Recursais,	destacamos	as
seguintes:
à	Instruir	o	processo:	a	Turma	Recursal	terá	poder	para	complementar	a
instrução	processual,	evitando	a	anulação	da	sentença.
FONAJEF,	enunciado	nº	101.
A	Turma	Recursal	tem	poder	para	complementar	os	atos	de	instrução	já
realizados	pelo	juiz	do	Juizado	Especial	Federal,	de	forma	a	evitar	a
anulação	da	sentença.
FONAJEF,	enunciado	nº	102.
Convencendo-se	da	necessidade	de	produção	de	prova	documental
complementar,	a	Turma	Recursal	produzirá	ou	determinará	que	seja
produzida,	sem	retorno	do	processo	para	o	juiz	do	Juizado	Especial
Federal.
FONAJEF,	enunciado	nº	103.
Sempre	que	julgar	indispensável,	a	Turma	Recursal,	sem	anular	a	sentença,
baixará	o	processo	em	diligências	para	fins	de	produção	de	prova
testemunhal,	pericial	ou	elaboração	de	cálculos.
à	Conhecer	do	mérito	quando	a	sentença	acolher	prescrição	ou	decadência	–	o
chamado	efeito	devolutivo	em	profundidade.
FONAJEF,	enunciado	nº	100.
No	âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais,	a	Turma	Recursal	poderá
conhecer	diretamente	das	questões	não	examinadas	na	sentença	que	acolheu
prescrição	ou	decadência,	estando	o	processo	em	condições	de	imediato
julgamento.
à	Julgar	conflitos	de	competência:	as	Turmas	Recursais	julgarão	os	conflitos	de
competência	que	ocorram	entre	os	Juizados	Especiais	Federais	que	estão	sob	a
sua	jurisdição.
FONAJEF,	enunciado	nº	106.
Cabe	à	Turma	Recursal	conhecer	e	julgar	os	conflitos	de	competência
apenas	entre	Juizados	Especiais	Federais	sujeitos	a	sua	jurisdição.
Nos	JECF’s	haverá	um	juiz	coordenador,	que	será	escolhido	dentre	os	juízes	do
TRF	respectivo.	A	escolha	será	feita	pelos	próprios	juízes	que	compõem	o	TRF,
para	um	mandato	de	2	(dois)	anos.
Itinerante	é	um	adjetivo	que	significa	aquilo	que	transita;	que	se	desloca.	Juizado
itinerante	é,	portanto,	um	juizado	móvel,	que	se	desloca	de	local	a	local,
mediante	ajuste	prévio,	estabelecido	mediante	autorização	do	TRF.
Regra	meramente	de	transição,	já	sem	efeito	pelo	decurso	do	prazo.
Regra	meramente	de	transição,	já	implantada.
A	instalação	do	Juizado	Especial	Federal	em	determinada	localidade	ocasiona	a
competência	absoluta	para	as	ações	ajuizadas	apenas	a	partir	da	data	da
instalação.
As	ações	ajuizadas	anteriormente	perante	a	Justiça	Federal	comum	continuaram
tramitando	perante	o	juízo	original,	não	havendo	de	serem	remetidas	ao	juizado.
Os	JECF’s	são	órgãos	da	Justiça	Federal,	subordinados	aos	Tribunais	Regionais
Federais.	Desta	forma,	o	suporte	administrativo	necessário	ao	seu	funcionamento
deve	ser	prestado	pelo	TRF	respectivo.
Publicada	em	12	de	julho	de	2001,	a	lei	entrou	em	vigor	no	dia	11	de	janeiro	de
2002.
Parte	V.
Revisão	de	conteúdo:
Questões	de	concursos	referentes	aos	Juizados
Especiais.
01.	(OAB	132º)	Assinale	a	alternativa	correta.
A)	É	obrigatório	o	procedimento	perante	os	Juizados	Especiais	Cíveis	quando	o
valor	da	causa	for	até	40	salários	mínimos.
B)	É	facultado	ao	autor	optar	por	litigar	perante	os	Juizados	Especiais	ou	na
Justiça	Comum,	desde	que	dentro	dos	limites	econômicos	e	da	matéria	sob	a	sua
jurisdição.
C)	As	hipóteses	de	cabimento	das	demandas	perante	os	Juizados	Especiais
Cíveis	são	idênticas	às	do	procedimento	sumário.
D)	Não	é	cabível	recurso	em	sede	de	Juizados	Especiais.
Gabarito	oficial:	B
02.	(JUIZ	-	TJCE-2014)	Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,
A)	não	se	admitirá,	no	processo,	qualquer	forma	de	intervenção	de	terceiro,
assistência	ou	litisconsórcio.
B)	nas	ações	para	reparação	de	dano	de	qualquer	natureza,	o	foro	competente
será	sempre,	e	exclusivamente,	o	do	domicílio	do	réu	ou	do	local	do	ato	ou	fato.
C)	podem	ser	julgadas	as	causas	cíveis	de	menor	complexidade,	entre	elas	as
ações	de	despejo	para	uso	próprio	e	as	que	não	excedam	a	quarenta	vezes	o
salário	mínimo,	inclusive	as	ações	possessórias	sobre	bens	imóveis,	limitadas	a
esse	valor.
D)	não	poderão	propor	ações	quaisquer	pessoas	jurídicas,	o	incapaz,	o	preso,	a
massa	falida	e	o	insolvente	civil.
E)	o	réu,	sendo	pessoa	jurídica	ou	titular	de	firma	individual,	poderá	ser
representado	por	preposto	credenciado,	munido	de	carta	de	preposição	com
poderes	para	transigir,	desde	que	possua	vínculo	empregatício	com	a	pessoa
jurídica.
Gabarito	oficial:	C
03.	(JUIZ	-	TJMT-2005).	O	juizado	cível	da	justiça	comum	tem	competência
para	julgar	a(s)
I	-	causas	cujo	valor	não	exceda	a	40	vezes	o	salário	mínimo	ou	as	de	valor
superior,	desde	que,	não	havendo	conciliação,	haja	renúncia	ao	valor	excedente
ao	teto.
II	-	execução	de	seus	próprios	julgados.
III	-	causas	relativas	ao	estado	e	à	capacidade	das	pessoas,	desde	que	de	cunho
patrimonial.
IV	-	causas	de	interesse	da	fazenda	pública,	desde	que	não	excedam	o	valor	de
40	salários	mínimos.
Estão	certos	apenas	os	itens
A)	I	e	II.
B)	I	e	III.
C)	II	e	III.
D)	III	e	IV.
Gabarito	oficial:	A
04.	(JUIZ	-	TJAP-2014)	No	que	se	refere	aos	Juizados	Especiais	Cíveis,	é
correto	afirmar:
A)	Somente	pessoas	físicas	podem	propor	ações	perante	os	Juizados	Especiais
Cíveis,	sendo	defeso	a	qualquer	pessoa	jurídica	fazê-lo.
B)	Podem	ser	propostas	ações	de	despejo	para	uso	próprio,	bem	como	por	falta
de	pagamento	e	por	infração	contratual.
C)	Podem	ser	propostas	ações	de	cunho	patrimonial	cujo	valor	não	exceda	a
sessenta	vezes	o	salário	mínimo.
D)	Em	qualquer	hipótese,	poderá	a	ação	ser	proposta	no	foro	do	domicílio	do	réu
ou,	a	critério	do	autor,	do	local	onde	aquele	exerça	atividades	profissionais	ou
econômicas	ou	mantenha	estabelecimento,	filial,	agência,	sucursal	ou	escritório.
E)	A	opção	pelo	procedimento	dos	Juizados	Especiais	Cíveis	não	implica
renúncia	ao	crédito	excedente	ao	limite	legal,	que	poderá	ser	cobrado	em	ação
autônoma,	pelo	procedimento	ordinário.
Gabarito	oficial:	D
05.	(OAB	133º)	Pode	figurar	como	parte	no	polo	ativo	das	ações	promovidas
perante	o	Juizado	Especial	Cível
A)	o	insolvente	civil.
B)	o	preso.
C)	o	incapaz,	desde	que	devidamente	assistido	na	forma	da	Lei.
D)	a	microempresa.
Gabarito	oficial:	D
06.	(OAB	unificada	2010-2)	A	Lei	nº	9.099/95	disciplina	os	chamados	Juizados
Especiais	Cíveis	no	âmbito	Estadual.	Nela	é	possível	encontrar	diversas	regras
especiais,	que	diferenciam	o	procedimento	dos	Juizados	do	procedimento
comum	do	CPC.	Segundo	a	Lei	nº	9.099/95,	assinale	a	alternativa	que	indique
uma	dessas	regras	específicas.
A)	Não	é	cabível	nenhuma	forma	de	intervenção	de	terceiros	nem	de	assistência.
B)	É	vedado	o	litisconsórcio.
C)	Nas	ações	propostas	por	microempresas,	admite-se	a	reconvenção.
D)	Se	o	pedido	formulado	for	genérico,	admite-se,	excepcionalmente,	sentençailíquida.
Gabarito	oficial:	A
07.	(OAB	unificada	2008-1)	Acerca	da	Lei	dos	Juizados	Especiais	Cíveis	(JEC),
Lei	nº	9.099/1995,	assinale	a	opção	correta.
A)	Segundo	os	princípios	da	simplicidade	e	da	informalidade	que	regem	o
julgamento	nos	juizados	especiais,	qualquer	que	seja	o	valor	da	causa,	a	parte
vencida,	ainda	que	não	possua	capacidade	postulatória,	pode	recorrer	da	decisão
monocrática	e	requerer	a	sua	revisão	pela	turma	recursal.
B)	O	pedido	do	autor	e	a	resposta	do	réu	podem	ser	feitos	por	escrito	ou
oralmente;	as	provas	orais	produzidas	em	audiência,	entretanto,	devem	ser
necessariamente	reduzidas	a	termo	escrito,	pois	nessas	demandas	não	se	exige	a
obediência	ao	princípio	da	identidade	física	do	juiz.
C)	Como	regra,	deve	ser	decretada	a	revelia	do	réu	que	não	compareça	à
audiência	de	instrução	e	julgamento,	ainda	que	compareça	o	seu	advogado	ou
que	seja	apresentada	defesa	escrita,	pois	a	presunção	de	veracidade	dos	fatos
alegados	no	pedido	inicial	decorre	da	ausência	do	demandado	à	sessão	de
conciliação	ou	à	audiência	de	instrução.
D)	No	sistema	recursal	dos	juizados	especiais,	contra	as	decisões	interlocutórias
é	cabível	o	agravo	na	forma	retida,	que	impede	a	interrupção	da	marcha	do
processo,	atendendo	aos	princípios	da	celeridade	e	concentração	dos	atos
processuais,	com	a	finalidade	de	assegurar	a	rápida	solução	do	litígio.
Gabarito	oficial:	C
08.	(OAB	132º)	No	Juizado	Especial	Cível,	em	não	comparecendo	o	autor	à
audiência	de	conciliação,	será
A)	decretada	a	sua	revelia.
B)	reconhecida	a	renúncia	ao	direito.
C)	adiada	a	audiência.
D)	arquivado	o	processo.
Gabarito	oficial:	D
09.	(OAB/SP	126º)	A	competência	executiva	dos	juizados	especiais	restringe-se
aos
A)	julgados	proferidos	pelo	juizado	especial,	somente.
B)	julgados	proferidos	pelo	juizado	especial	e	aos	títulos	executivos
extrajudiciais	no	valor	de	até	20	salários	mínimos.
C)	títulos	executivos	extrajudiciais	no	valor	de	até	20	salários	mínimos,	somente.
D)	julgados	preferidos	pelo	juizado	especial	e	aos	títulos	executivos
extrajudiciais	no	valor	de	até	40	salários	mínimos.
Gabarito	oficial:	D
10.	(JUIZ	-	TJPR-2013).	Pedro,	bacharel	em	direito,	interpôs	reclamação	junto
ao	Juizado	Especial	Cível,	no	valor	de	vinte	salários	mínimos.	Entretanto,	por
ser	bacharel	e	se	considerar	um	excelente	aluno,	recusou	a	assistência	por
advogado.	Tendo	como	fundamento	a	Lei	nº	9.099/95,	é	correto	afirmar	que:
A)	em	nenhuma	hipótese	poderia	postular	junto	ao	Juizado	Especial	Cível	sem
ser	assistido	por	advogado.
B)	em	qualquer	hipótese	para	postular	junto	ao	Juizado	Especial	Cível	deveria
ser	assistido	por	advogado.
C)	como	bacharel	em	direito,	poderia	recorrer,	desde	que	assistido	por	advogado.
D)	em	qualquer	hipótese	poderia	postular	junto	ao	Juizado	Especial	Cível	sem
ser	representado	por	advogado,	exceto	para	recorrer.
Gabarito	oficial:	D
11.	(JUIZ	-	TJMT-2005).	Em	relação	à	sentença	dos	juizados	cíveis,	julgue	os
itens	subsequentes.
I	-	Da	sentença	proferida,	caberá	recurso	no	prazo	de	10	dias,	sendo	o
julgamento	de	competência	do	próprio	juizado,	por	turma	composta	por	três
juízes	togados.
II	-	Não	há	necessidade	de	homologação,	pelo	juiz	togado,	da	decisão	proferida
pelo	juiz	leigo.
III	-	O	recurso	terá,	em	regra,	efeito	apenas	devolutivo,	sendo	possível	conferir-
lhe,	excepcionalmente,	efeito	suspensivo	para	evitar	dano	irreparável	para	a
parte.
IV	-	Das	decisões	proferidas	em	processos	de	competência	do	juizado	especial,
não	caberá	a	interposição	de	recurso	especial	ou	extraordinário.
Estão	certos	apenas	os	itens
A)	I	e	II.
B)	I	e	III.
C)	II	e	IV.
D)	III	e	IV.
Gabarito	oficial:	B
12.	(JUIZ	-	TJMT-2009).	Sobre	a	jurisdição	e	seus	predicados,	assinale	a
assertiva	correta.
A)	A	possibilidade	do	nomeado	à	autoria	vir	a	recusar	essa	qualidade	no
processo	não	chega	a	constituir	uma	exceção	à	característica	da	inevitabilidade
da	jurisdição.
B)	Nos	juizados	especiais	cíveis,	o	árbitro	tem	autorização	legal	para	julgar	por
equidade,	dispensada	a	autorização	das	partes.
C)	O	Código	de	Processo	Civil	brasileiro,	seguindo	a	orientação	do	direito
moderno,	não	prevê	hipótese	de	exigência	da	identidade	física	do	juiz.
D)	A	Jurisdição	como	função	do	Estado	é	destinada	à	solução	imperativa	de
conflitos	e	exercida	mediante	a	atuação	da	vontade	do	julgador	em	casos
concretos.
E)	O	caráter	da	substitutividade	tem	a	ver	com	a	substituição	de	pessoas	e	não	de
atividades.	Por	isso,	quando	um	dos	sujeitos	litigantes	é	o	próprio	Estado,	não
estará	presente	tal	caráter,	pois	o	juiz	representa	o	próprio	Estado.
Gabarito	oficial:	B
13.	(JUIZ	-	TJGO-2012).	No	regime	dos	Juizados	Especiais
A)	as	testemunhas	devem	comparecer	à	audiência	de	instrução	e	julgamento
independentemente	de	intimação,	mesmo	que	esta	tenha	sido	requerida.
B)	a	sentença	deve	necessariamente	conter	relatório,	fundamentação	e
dispositivo.
C)	a	sentença	condenatória	somente	poderá	ser	ilíquida	quando	o	pedido	tiver
sido	genérico.
D)	não	se	admite	a	conciliação	quando	o	Estado	for	parte.
E)	não	se	admitirá	a	reconvenção.
Gabarito	oficial:	E
14.	(JUIZ	-	TJMT-2005).	Julgue	os	itens	que	se	seguem,	referentes	aos	atos
processuais	e	procedimentos	dos	juizados	especiais	cíveis.
I	-	Quando	o	réu	for	pessoa	jurídica,	a	citação	será	realizada	pelo	correio	com
aviso	de	recebimento	em	mão	própria,	devendo,	para	a	sua	validade,	ser	entregue
ao	sócio-gerente.
II	-	Embora	os	juizados	especiais	sejam	regidos	pelos	princípios	de	oralidade,
simplicidade,	informalidade,	economia	processual	e	celeridade,	admite-se	a
produção	de	prova	técnica	na	audiência.
III	-	Não	se	admite	a	reconvenção	nos	juizados	especiais.	Será	possível,	contudo,
a	formulação	de	pedido	contraposto.
IV	-	O	maior	de	18	anos	e	menor	de	21	anos	de	idade	poderá	ser	autor,	desde	que
esteja	assistido	por	seu	representante	legal.
Estão	certos	apenas	os	itens
A)	I	e	II.
B)	I	e	IV.
C)	II	e	III.
D)	III	e	IV.
Gabarito	oficial:	C
15.	(JUIZ	-	TJAP-2005).	Sobre	as	normas	processuais	contidas	na	Lei	nº
9.099/95	(Juizados	Especiais	Cíveis	e	Criminais),	é	correto	afirmar	que:
A)	a	competência	do	Juizado	Especial	Cível	para	processar	e	julgar	causas	de	até
40	(quarenta)	salários	mínimos,	não	comporta	exceção;
B)	a	competência	é	determinada,	primeiramente,	pelo	juizado	do	foro	do
domicílio	do	autor,	em	qualquer	caso;
C)	admitir-se-á	apenas	o	litisconsórcio;	não	se	admitirá	a	reconvenção;	o	recurso
será	para	a	Turma	Recursal	do	próprio	juizado;	o	cumprimento	da	obrigação	de
fazer	contida	na	sentença	pode	ser	por	outrem;
D)	o	recurso	da	sentença	prolatada	nas	causas	de	até	20	(vinte)	salários	mínimos
independe	de	advogado;
Gabarito	oficial:	C
16.	(JUIZ	-	TJSP-2013).	Acerca	do	Juizado	Especial	Cível,	é	correto	dizer	que
A)	no	processo	perante	o	Juizado	Especial	não	se	admitirá	nem	o	litisconsórcio
nem	tampouco	qualquer	modalidade	de	intervenção	de	terceiro	ou	a	assistência.
B)	no	recurso	interposto	da	sentença,	as	partes	serão	obrigatoriamente
representadas	por	advogados.
C)	os	bancos	podem	ajuizar	execução	contra	seus	devedores	no	Juizado
Especial,	desde	que	a	cobrança	não	exceda	o	limite	de	40	(quarenta)	salários
mínimos.
D)	as	pessoas	físicas	incapazes,	desde	que	regularmente	representadas,	podem
propor	ação	perante	o	Juizado	Especial.
Gabarito	oficial:	B
17.	(JUIZ	-	TJAC-2005	–	com	modificações).	Assinale	a	alternativa	incorreta:
No	juizado	especial	cível,	os	embargos	de	declaração
A)	têm	o	mesmo	procedimento	que	no	processo	de	conhecimento	na	justiça
comum.
B)	têm	o	mesmo	efeito	que	no	processo	de	conhecimento	na	justiça	comum.
C)	são	opostos	no	mesmo	prazo	que	no	processo	de	conhecimento	na	justiça
comum.
D)	devem	ser	opostos	para	viabilizar	a	correção	de	erro	material.
Gabarito	oficial:	D
18.	(JUIZ	-	TJPR-2013).	O	acesso	ao	Juizado	Especial	Cível	é	gratuito.
Entretanto,	Pedro,	não	beneficiário	da	assistência	judiciária	gratuita,	que
figurava	como	autor	em	uma	determinada	causa,	foi	condenado,	sem	litigância
de	má-fé,	dentre	outras	coisas,	ao	pagamento	decustas	e	honorários
advocatícios.	Tendo	como	fundamento	a	Lei	nº	9.099/95,	é	correto	afirmar	que:
A)	em	nenhuma	hipótese	poderia	ser	condenado,	em	primeiro	grau	de	jurisdição,
ao	pagamento	de	custas	e	honorários	advocatícios.
B)	em	recurso	interposto	junto	ao	Tribunal	de	Justiça,	o	colegiado	poderia
isentá-lo	do	pagamento	de	custas	e	honorários,	eis	que	não	era	litigante	de	má-fé.
C)	em	recurso	interposto	junto	à	Turma	Recursal,	uma	vez	preparado	o	recurso,
o	colegiado	poderia	afastar	a	condenação	ao	pagamento	de	custas	e	honorários
advocatícios.
D)	em	recurso	interposto	junto	à	Turma	Recursal,	sem	o	preparo	do	recurso,	este
deveria	ser	recebido,	tendo	em	vista	que	o	acesso	ao	Juizado	Especial	é	gratuito.
Gabarito	oficial:	C
19.	(JUIZ	-	TJDF-2008).	Assinale	a	alternativa	correta,	considerando	doutrina	e
jurisprudência	prevalentes:	Em	execução	de	título	executivo	extrajudicial	de
valor	inferior	a	quarenta	salários	mínimos,	processada	em	Juizado	Especial
Cível,	em	consonância	com	a	Lei	nº	9.099/95,	efetuada	a	penhora:
A)	o	devedor	dela	será	intimado	para	oferecer	embargos,	no	prazo	de	quinze
dias;
B)	o	devedor	dela	será	intimado	para	oferecer	proposta	de	pagamento,	no	prazo
de	dez	dias,	pena	de	adjudicação	do	bem	penhorado;
C)	o	devedor	será	intimado	a	comparecer	à	audiência	de	conciliação,	quando
poderá	oferecer	embargos,	por	escrito	ou	verbalmente;
D)	nenhuma	das	alternativas	anteriores	é	correta.
Gabarito	oficial:	C
20.	(JUIZ	-	TJSE-2008).	Com	referência	ao	juizado	especial	cível	(JEC),
instituído	pela	Lei	nº	9.099/1995,	assinale	a	opção	correta.
A)	Contra	a	decisão	proferida	em	última	instância	pelo	JEC	que	afronta	a	lei
infraconstitucional,	é	cabível	o	recurso	especial	para	o	STJ.
B)	O	recurso	contra	a	sentença	será	recebido	somente	no	efeito	devolutivo	e,
como	consequência,	a	decisão	só	será	efetivada	ao	final,	após	o	trânsito	em
julgado	da	decisão,	mesmo	quando	se	tratar	de	causa	de	natureza	alimentar.
C)	Os	embargos	de	declaração,	no	âmbito	do	JEC,	interrompem	o	prazo	para
apresentação	de	eventual	recurso	contra	sentença.	Ocorrendo	causa	de
interrupção	de	prazo,	e	uma	vez	cessada	a	causa,	o	mesmo	recomeça	do	início,
como	se	nunca	tivesse	começado	a	fluir.
D)	Compete	ao	JEC	homologar	acordo	extrajudicial,	de	qualquer	natureza	ou
valor,	independentemente	de	termo,	valendo	a	sentença	como	título	executivo
judicial.	Sendo	de	valor	superior	a	quarenta	salários	mínimos,	optando	a	parte
pela	execução	no	JEC,	terá	que	renunciar	ao	excedente	do	crédito.
E)	Segundo	os	princípios	da	simplicidade	e	da	informalidade	que	regem	o
julgamento	nos	JECs,	qualquer	que	seja	o	valor	da	causa,	a	parte	vencida,	ainda
que	não	possua	capacidade	postulatória,	poderá	recorrer	da	decisão	monocrática
e	requerer	a	sua	revisão	pela	turma	recursal.
Gabarito	oficial:	D
Parte	VI.
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2016.	Novo	CPC	comentado.	São	Paulo:	Rideel.
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2014.b.	“Recursos	cíveis”.	In	PRATA,	Geancarlos	Lacerda	e	BRUSSO,	Vander
(coords.),	Passe	agora	OAB	1ª	fase:	Doutrina	simplificada.	São	Paulo:	Rideel.
SALES,	Fernando	Augusto	De	Vita	Borges	de	Sales,	e	MENDES,	Marcel
Kléber.
2015.	Ética:	para	concursos	e	OAB.	São	Paulo:	Rideel.	2ª	edição,	ampliada	e
revista.
2015.b.	Direito	do	trabalho	de	A	a	Z.	São	Paulo:	Saraiva,	2ª	edição,	ampliada	e
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2007.	Curso	de	direito	processual	civil,	vol.	1:	teoria	geral	do	direito	processual
civil	e	processo	de	conhecimento.	Rio	de	Janeiro:	Forense,	47ª	ed.
Apêndice.
FÓRUM	NACIONAL	DOS	JUIZADOS	ESPECIAIS	-	FONAJE
-	ENUNCIADOS	CÍVEIS
ENUNCIADO	1	–	O	exercício	do	direito	de	ação	no	Juizado	Especial	Cível	é
facultativo	para	o	autor.
ENUNCIADO	3	–	Lei	local	não	poderá	ampliar	a	competência	do	Juizado
Especial.
ENUNCIADO	4	–	Nos	Juizados	Especiais	só	se	admite	a	ação	de	despejo
prevista	no	art.	47,	inciso	III,	da	Lei	nº	8.245/1991.
ENUNCIADO	5	–	A	correspondência	ou	contrafé	recebida	no	endereço	da
parte	é	eficaz	para	efeito	de	citação,	desde	que	identificado	o	seu	recebedor.
ENUNCIADO	6	–	Não	é	necessária	a	presença	do	juiz	togado	ou	leigo	na
Sessão	de	Conciliação,	nem	a	do	juiz	togado	na	audiência	de	instrução
conduzida	por	juiz	leigo.	(nova	redação	-	XXXVII	-	Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	7	–	A	sentença	que	homologa	o	laudo	arbitral	é	irrecorrível.
ENUNCIADO	8	–	As	ações	cíveis	sujeitas	aos	procedimentos	especiais	não
são	admissíveis	nos	Juizados	Especiais.
ENUNCIADO	9	–	O	condomínio	residencial	poderá	propor	ação	no	Juizado
Especial,	nas	hipóteses	do	art.	275,	inciso	II,	item	b,	do	Código	de	Processo
Civil.
ENUNCIADO	10	–	A	contestação	poderá	ser	apresentada	até	a	audiência	de
Instrução	e	Julgamento.
ENUNCIADO	11	–	Nas	causas	de	valor	superior	a	vinte	salários	mínimos,	a
ausência	de	contestação,	escrita	ou	oral,	ainda	que	presente	o	réu,	implica
revelia.
ENUNCIADO	12	–	A	perícia	informal	é	admissível	na	hipótese	do	art.	35	da
Lei	nº	9.099/1995.
ENUNCIADO	13	–	Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,	os	prazos	processuais
contam-se	da	data	da	intimação	ou	da	ciência	do	ato	respectivo,	e	não	da
juntada	do	comprovante	da	intimação	(nova	redação	–	XXXIX	Encontro	-
Maceió-AL).
ENUNCIADO	14	–	Os	bens	que	guarnecem	a	residência	do	devedor,	desde
que	não	essenciais	a	habitabilidade,	são	penhoráveis.
ENUNCIADO	15	–	Nos	Juizados	Especiais	não	é	cabível	o	recurso	de
agravo,	exceto	nas	hipóteses	dos	artigos	544	e	557	do	CPC.	(nova	redação	–
XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	20	–	O	comparecimento	pessoal	da	parte	às	audiências	é
obrigatório.	A	pessoa	jurídica	poderá	ser	representada	por	preposto.
ENUNCIADO	22	–	A	multa	cominatória	é	cabível	desde	o	descumprimento
da	tutela	antecipada,	nos	casos	dos	incisos	V	e	VI,	do	art.	52,	da	Lei	nº
9.099/1995.
ENUNCIADO26	–	São	cabíveis	a	tutela	acautelatória	e	a	antecipatória	nos
Juizados	Especiais	Cíveis	(nova	redação	–	XXIV	Encontro	–
Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	27	–	Na	hipótese	de	pedido	de	valor	até	20	salários	mínimos,
é	admitido	pedido	contraposto	no	valor	superior	ao	da	inicial,	até	o	limite	de
40	salários	mínimos,	sendo	obrigatória	à	assistência	de	advogados	às	partes.
ENUNCIADO	28	–	Havendo	extinção	do	processo	com	base	no	inciso	I,	do
art.	51,	da	Lei	nº	9.099/1995,	é	necessária	a	condenação	em	custas.
ENUNCIADO	30	–	É	taxativo	o	elenco	das	causas	previstas	na	o	art.	3º	da
Lei	nº	9.099/1995.
ENUNCIADO	31	–	É	admissível	pedido	contraposto	no	caso	de	ser	a	parte
ré	pessoa	jurídica.
ENUNCIADO	33	–	É	dispensável	a	expedição	de	carta	precatória	nos
Juizados	Especiais	Cíveis,	cumprindo-se	os	atos	nas	demais	comarcas,
mediante	via	postal,	por	ofício	do	Juiz,	fax,	telefone	ou	qualquer	outro	meio
idôneo	de	comunicação.
ENUNCIADO	35	–	Finda	a	instrução,	não	são	obrigatórios	os	debates	orais.
ENUNCIADO	36	–	A	assistência	obrigatória	prevista	no	art.	9º	da	Lei	nº
9.099/1995	tem	lugar	a	partir	da	fase	instrutória,	não	se	aplicando	para	a
formulação	do	pedido	e	a	sessão	de	conciliação.
ENUNCIADO	37	–	Em	exegese	ao	art.	53,	§	4º,	da	Lei	nº	9.099/1995,	não	se
aplica	ao	processo	de	execução	o	disposto	no	art.	18,	§	2º,	da	referida	lei,
sendo	autorizados	o	arresto	e	a	citação	editalícia	quando	não	encontrado	o
devedor,	observados,	no	que	couber,	os	arts.	653	e	654	do	Código	de
Processo	Civil	(nova	redação	–	XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	38	–	A	análise	do	art.	52,	IV,	da	Lei	nº	9.099/1995,	determina
que,	desde	logo,	expeça-se	o	mandado	de	penhora,	depósito,	avaliação	e
intimação,	inclusive	da	eventual	audiência	de	conciliação	designada,
considerando-se	o	executado	intimado	com	a	simples	entrega	de	cópia	do
referido	mandado	em	seu	endereço,	devendo,	nesse	caso,	ser	certificado
circunstanciadamente.
ENUNCIADO	39	–	Em	observância	ao	art.	2º	da	Lei	nº	9.099/1995,	o	valor
da	causa	corresponderá	à	pretensão	econômica	objeto	do	pedido.
ENUNCIADO	40	–	O	conciliador	ou	juiz	leigo	não	está	incompatibilizado
nem	impedido	de	exercer	a	advocacia,	exceto	perante	o	próprio	Juizado
Especial	em	que	atue	ou	se	pertencer	aos	quadros	do	Poder	Judiciário.
ENUNCIADO	41	–	A	correspondência	ou	contrafé	recebida	no	endereço	do
advogado	é	eficaz	para	efeito	de	intimação,	desde	que	identificado	o	seu
recebedor	(nova	redação	–	XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	43	–	Na	execução	do	título	judicial	definitivo,	ainda	que	não
localizado	o	executado,	admite-se	a	penhora	de	seus	bens,	dispensado	o
arresto.	A	intimação	de	penhora	observará	ao	disposto	no	artigo	19,	§	2º,	da
Lei	nº	9.099/1995.
ENUNCIADO	44	–	No	âmbito	dos	Juizados	Especiais,	não	são	devidas
despesas	para	efeito	do	cumprimento	de	diligências,	inclusive,	quando	da
expedição	de	cartas	precatórias.
ENUNCIADO	46	–	A	fundamentação	da	sentença	ou	do	acórdão	poderá	ser
feita	oralmente,	com	gravação	por	qualquer	meio,	eletrônico	ou	digital,
consignando-se	apenas	o	dispositivo	na	ata	(nova	redação	–	XIV	Encontro	–
São	Luis/MA).
ENUNCIADO	48	–	O	disposto	no	parágrafo	1º	do	art.	9º	da	Lei	nº
9.099/1995	é	aplicável	às	microempresas	e	às	empresas	de	pequeno	porte
(nova	redação	–	XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	50	–	Para	efeito	de	alçada,	em	sede	de	Juizados	Especiais,
tomar-se-á	como	base	o	salário	mínimo	nacional.
ENUNCIADO	51	–	Os	processos	de	conhecimento	contra	empresas	sob
liquidação	extrajudicial,	concordata	ou	recuperação	judicial	devem
prosseguir	até	a	sentença	de	mérito,	para	constituição	do	título	executivo
judicial,	possibilitando	a	parte	habilitar	o	seu	crédito,	no	momento
oportuno,	pela	via	própria	(nova	redação	–	XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	52	–	Os	embargos	à	execução	poderão	ser	decididos	pelo	juiz
leigo,	observado	o	art.	40	da	Lei	nº	9.099/1995.
ENUNCIADO	53	–	Deverá	constar	da	citação	a	advertência,	em	termos
claros,	da	possibilidade	de	inversão	do	ônus	da	prova.
ENUNCIADO	54	–	A	menor	complexidade	da	causa	para	a	fixação	da
competência	é	aferida	pelo	objeto	da	prova	e	não	em	face	do	direito
material.
ENUNCIADO	58	(Substitui	o	Enunciado	2)	–	As	causas	cíveis	enumeradas
no	art.	275,	II,	do	CPC,	admitem	condenação	superior	a	40	salários
mínimos	e	sua	respectiva	execução,	no	próprio	Juizado.
ENUNCIADO	59	–	Admite-se	o	pagamento	do	débito	por	meio	de	desconto
em	folha	de	pagamento,	após	anuência	expressa	do	devedor	e	em	percentual
que	reconheça	não	afetar	sua	subsistência	e	a	de	sua	família,	atendendo	sua
comodidade	e	conveniência	pessoal.
ENUNCIADO	60	–	É	cabível	a	aplicação	da	desconsideração	da
personalidade	jurídica,	inclusive	na	fase	de	execução.	(nova	redação	–	XIII
Encontro	–	Campo	Grande/MS).
ENUNCIADO	62	–	Cabe	exclusivamente	às	Turmas	Recursais	conhecer	e
julgar	o	mandado	de	segurança	e	o	habeas	corpus	impetrados	em	face	de
atos	judiciais	oriundos	dos	Juizados	Especiais.
ENUNCIADO	63	–	Contra	decisões	das	Turmas	Recursais	são	cabíveis
somente	os	embargos	declaratórios	e	o	Recurso	Extraordinário.
ENUNCIADO	68	–	Somente	se	admite	conexão	em	Juizado	Especial	Cível
quando	as	ações	puderem	submeter-se	à	sistemática	da	Lei	nº	9.099/1995.
ENUNCIADO	69	–	As	ações	envolvendo	danos	morais	não	constituem,	por
si	só,	matéria	complexa.
ENUNCIADO	70	–	As	ações	nas	quais	se	discute	a	ilegalidade	de	juros	não
são	complexas	para	o	fim	de	fixação	da	competência	dos	Juizados	Especiais,
exceto	quando	exigirem	perícia	contábil	(nova	redação	–	XXX	Encontro	–
São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	71	–	É	cabível	a	designação	de	audiência	de	conciliação	em
execução	de	título	judicial.
ENUNCIADO	73	–	As	causas	de	competência	dos	Juizados	Especiais	em
que	forem	comuns	o	objeto	ou	a	causa	de	pedir	poderão	ser	reunidas	para
efeito	de	instrução,	se	necessária,	e	julgamento.
ENUNCIADO	74	–	A	prerrogativa	de	foro	na	esfera	penal	não	afasta	a
competência	dos	Juizados	Especiais	Cíveis.
ENUNCIADO	75	(Substitui	o	Enunciado	45)	–	A	hipótese	do	§	4º,	do	art.	53,
da	Lei	nº	9.099/1995,	também	se	aplica	às	execuções	de	título	judicial,
entregando-se	ao	exequente,	no	caso,	certidão	do	seu	crédito,	como	título
para	futura	execução,	sem	prejuízo	da	manutenção	do	nome	do	executado
no	Cartório	Distribuidor	(nova	redação	–	XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	76	(Substitui	o	Enunciado	55)	–	No	processo	de	execução,
esgotados	os	meios	de	defesa	e	inexistindo	bens	para	a	garantia	do	débito,
expede-se	a	pedido	do	exequente	certidão	de	dívida	para	fins	de	inscrição	no
serviço	de	Proteção	ao	Crédito	–	SPC	e	SERASA,	sob	pena	de
responsabilidade.
ENUNCIADO	77	–	O	advogado	cujo	nome	constar	do	termo	de	audiência
estará	habilitado	para	todos	os	atos	do	processo,	inclusive	para	o	recurso
(XI	Encontro	–	Brasília-DF).
ENUNCIADO	78	–	O	oferecimento	de	resposta,	oral	ou	escrita,	não
dispensa	o	comparecimento	pessoal	da	parte,	ensejando,	pois,	os	efeitos	da
revelia	(XI	Encontro	–	Brasília-DF).
ENUNCIADO	79	–	Designar-se-á	hasta	pública	única,	se	o	bem	penhorado
não	atingir	valor	superior	a	sessenta	salários	mínimos	(nova	redação	–	XXI
Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	80	–	O	recurso	inominado	será	julgado	deserto	quando	não
houver	o	recolhimento	integral	do	preparo	e	sua	respectiva	comprovação
pela	parte,	no	prazo	de	48	horas,	não	admitida	a	complementação
intempestiva	(art.	42,	§	1º,	da	Lei	nº	9.099/1995)	(nova	redação	–	XII
Encontro	Maceió-AL).
ENUNCIADO	81	–	A	arrematação	e	a	adjudicação	podem	ser	impugnadas,
no	prazo	de	cinco	dias	do	ato,	por	simples	pedido	(nova	redação	–	XXI
Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	82	–	Nas	ações	derivadas	de	acidentes	de	trânsito	a	demanda
poderá	ser	ajuizada	contra	a	seguradora,	isolada	ou	conjuntamente	com	os
demais	coobrigados	(XIII	Encontro	–	Campo	Grande/MS).
ENUNCIADO	84	–	Compete	ao	Presidente	da	Turma	Recursal	o	juízo	de
admissibilidade	do	Recurso	Extraordinário,	salvo	disposição	em	contrário
(nova	redação	–	XXII	Encontro	–	Manaus/AM).
ENUNCIADO	85	–	O	Prazo	para	recorrer	da	decisão	de	Turma	Recursal
fluirá	da	data	do	julgamento(XIV	Encontro	–	São	Luis/MA).
ENUNCIADO	86	–	Os	prazos	processuais	nos	procedimentos	sujeitos	ao
rito	especial	dos	Juizados	Especiais	não	se	suspendem	e	nem	se
interrompem	(nova	redação	–	XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	87	–	A	Lei	nº	10.259/2001	não	altera	o	limite	da	alçada
previsto	no	artigo	3º,	inciso	I,	da	Lei	nº	9.099/1995	(XV	Encontro	–
Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	88	–	Não	cabe	recurso	adesivo	em	sede	de	Juizado	Especial,
por	falta	de	expressa	previsão	legal	(XV	Encontro	–	Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	89	–	A	incompetência	territorial	pode	ser	reconhecida	de
ofício	no	sistema	de	juizados	especiais	cíveis	(XVI	Encontro	–	Rio	de
Janeiro/RJ).
ENUNCIADO	90	–	A	desistência	da	ação,	mesmo	sem	a	anuência	do	réu	já
citado,	implicará	a	extinção	do	processo	sem	resolução	do	mérito,	ainda	que
tal	ato	se	dê	em	audiência	de	instrução	e	julgamento,	salvo	quando	houver
indícios	de	litigância	de	má-fé	ou	lide	temerária	(nova	redação	–	XXXVIII
Encontro	–	Belo	Horizonte-MG).
ENUNCIADO	91	(Substitui	o	Enunciado	67)	–	O	conflito	de	competência
entre	juízes	de	Juizados	Especiais	vinculados	à	mesma	Turma	Recursal	será
decidido	por	esta.	Inexistindo	tal	vinculação,	será	decidido	pela	Turma
Recursal	para	a	qual	for	distribuído	(nova	redação	–	XXII	Encontro	–
Manaus/AM).
ENUNCIADO	92	–	Nos	termos	do	art.	46	da	Lei	nº	9.099/1995,	é	dispensável
o	relatório	nos	julgamentos	proferidos	pelas	Turmas	Recursais	(XVI
Encontro	–	Rio	de	Janeiro/RJ).
ENUNCIADO	94	–	É	cabível,	em	Juizados	Especiais	Cíveis,	a	propositura
de	ação	de	revisão	de	contrato,	inclusive	quando	o	autor	pretenda	o
parcelamento	de	dívida,	observado	o	valor	de	alçada,	exceto	quando	exigir
perícia	contábil	(nova	redação	–	XXX	FONAJE	–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	95	–	Finda	a	audiência	de	instrução,	conduzida	por	Juiz
Leigo,	deverá	ser	apresentada	a	proposta	de	sentença	ao	Juiz	Togado	em	até
dez	dias,	intimadas	as	partes	no	próprio	termo	da	audiência	para	a	data	da
leitura	da	sentença	(XVIII	Encontro	–	Goiânia/GO).
ENUNCIADO	96	–	A	condenação	do	recorrente	vencido,	em	honorários
advocatícios,	independe	da	apresentação	de	contrarrazões	(XVIII	Encontro
–	Goiânia/GO).
ENUNCIADO	97	–	A	multa	prevista	no	art.	523,	§	1º,	do	CPC/2015	aplica-
se	aos	Juizados	Especiais	Cíveis,	ainda	que	o	valor	desta,	somado	ao	da
execução,	ultrapasse	o	limite	de	alçada;	a	segunda	parte	do	referido
dispositivo	não	é	aplicável,	sendo,	portanto,	indevidos	honorários
advocatícios	de	dez	por	cento	(nova	redação	–	XXXVIII	Encontro	–	Belo
Horizonte-MG).
ENUNCIADO	98	(Substitui	o	Enunciado	17)	–	É	vedada	a	acumulação
SIMULTÂNEA	das	condições	de	preposto	e	advogado	na	mesma	pessoa
(art.	35,	I	e	36,	II	da	Lei	nº	8.906/1994	combinado	com	o	art.	23	do	Código
de	Ética	e	Disciplina	da	OAB)	(XIX	Encontro	–	Aracaju/SE).
ENUNCIADO	99	(Substitui	o	Enunciado	42)	–	O	preposto	que	comparece
sem	carta	de	preposição,	obriga-se	a	apresentá-la	no	prazo	que	for	assinado,
para	validade	de	eventual	acordo,	sob	as	penas	dos	artigos	20	e	51,	I,	da	Lei
nº	9.099/1995,	conforme	o	caso	(XIX	Encontro	–	Aracaju/SE).
ENUNCIADO	100	–	A	penhora	de	valores	depositados	em	banco	poderá	ser
feita	independentemente	de	a	agência	situar-se	no	Juízo	da	execução	(XIX
Encontro	–	Aracaju/SE).
ENUNCIADO	101	–	O	art.	332	do	CPC/2015	aplica-se	ao	Sistema	dos
Juizados	Especiais;	e	o	disposto	no	respectivo	inc.	IV	também	abrange	os
enunciados	e	súmulas	de	seus	órgãos	colegiados	(nova	redação	–	XXXVIII
Encontro	–	Belo	Horizonte-MG).
ENUNCIADO	102	–	O	relator,	nas	Turmas	Recursais	Cíveis,	em	decisão
monocrática,	poderá	negar	seguimento	a	recurso	manifestamente
inadmissível,	improcedente,	prejudicado	ou	em	desacordo	com	Súmula	ou
jurisprudência	dominante	das	Turmas	Recursais	ou	da	Turma	de
Uniformização	ou	ainda	de	Tribunal	Superior,	cabendo	recurso	interno
para	a	Turma	Recursal,	no	prazo	de	cinco	dias	(Alterado	no	XXXVI
Encontro	–	Belém/PA).
ENUNCIADO	103	–	O	relator,	nas	Turmas	Recursais	Cíveis,	em	decisão
monocrática,	poderá	dar	provimento	a	recurso	se	a	decisão	estiver	em
manifesto	confronto	com	Súmula	do	Tribunal	Superior	ou	Jurisprudência
dominante	do	próprio	juizado,	cabendo	recurso	interno	para	a	Turma
Recursal,	no	prazo	de	5	dias	(alterado	no	XXXVI	Encontro	–	Belém/PA).
ENUNCIADO	106	–	Havendo	dificuldade	de	pagamento	direto	ao	credor,
ou	resistência	deste,	o	devedor,	a	fim	de	evitar	a	multa	de	10%,	deverá
efetuar	depósito	perante	o	juízo	singular	de	origem,	ainda	que	os	autos
estejam	na	instância	recursal	(XIX	Encontro	–	Aracaju/SE).
ENUNCIADO	107	–	Nos	acidentes	ocorridos	antes	da	MP	340/06,
convertida	na	Lei	nº	11.482/07,	o	valor	devido	do	seguro	obrigatório	é	de	40
(quarenta)	salários	mínimos,	não	sendo	possível	modificá-lo	por	Resolução
do	CNSP	e/ou	Susep	(nova	redação	–	XXVI	Encontro	–	Fortaleza/CE).
ENUNCIADO	108	–	A	mera	recusa	ao	pagamento	de	indenização
decorrente	de	seguro	obrigatório	não	configura	dano	moral	(XIX	Encontro
–	Aracaju/SE).
ENUNCIADO	111	–	O	condomínio,	se	admitido	como	autor,	deve	ser
representado	em	audiência	pelo	síndico,	ressalvado	o	disposto	no	§	2º	do	art.
1.348	do	Código	Civil	(nova	redação	–	XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	112	–	A	intimação	da	penhora	e	avaliação	realizada	na
pessoa	do	executado	dispensa	a	intimação	do	advogado.	Sempre	que
possível	o	oficial	de	Justiça	deve	proceder	a	intimação	do	executado	no
mesmo	momento	da	constrição	judicial	(art.	475,	§	1º,	CPC)	(XX	Encontro	–
São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	113	–	As	turmas	recursais	reunidas	poderão,	mediante
decisão	de	dois	terços	dos	seus	membros,	salvo	disposição	regimental	em
contrário,	aprovar	súmulas	(XIX	Encontro	–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	114	–	A	gratuidade	da	justiça	não	abrange	o	valor	devido	em
condenação	por	litigância	de	má-fé	(XX	Encontro	–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	115	–	Indeferida	a	concessão	do	benefício	da	gratuidade	da
justiça	requerido	em	sede	de	recurso,	conceder-se-á	o	prazo	de	48	horas
para	o	preparo	(XX	Encontro	–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	116	–	O	Juiz	poderá,	de	ofício,	exigir	que	a	parte	comprove	a
insuficiência	de	recursos	para	obter	a	concessão	do	benefício	da	gratuidade
da	justiça	(art.	5º,	LXXIV,	da	CF),	uma	vez	que	a	afirmação	da	pobreza
goza	apenas	de	presunção	relativa	de	veracidade	(XX	Encontro	–	São
Paulo/SP).
ENUNCIADO	117	–	É	obrigatória	a	segurança	do	Juízo	pela	penhora	para
apresentação	de	embargos	à	execução	de	título	judicial	ou	extrajudicial
perante	o	Juizado	Especial	(XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	118	–	Quando	manifestamente	inadmissível	ou	infundado	o
recurso	interposto,	a	turma	recursal	ou	o	relator	em	decisão	monocrática
condenará	o	recorrente	a	pagar	multa	de	1%	e	indenizar	o	recorrido	no
percentual	de	até	20%	do	valor	da	causa,	ficando	a	interposição	de
qualquer	outro	recurso	condicionada	ao	depósito	do	respectivo	valor	(XXI
Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	120	–	A	multa	derivada	de	descumprimento	de	antecipação
de	tutela	é	passível	de	execução	mesmo	antes	do	trânsito	em	julgado	da
sentença	(XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	121	–	Os	fundamentos	admitidos	para	embargar	a	execução
da	sentença	estão	disciplinados	no	art.	52,	inciso	IX,	da	Lei	nº	9.099/95	e	não
no	artigo	475-L	do	CPC,	introduzido	pela	Lei	nº	11.232/05	(XXI	Encontro	–
Vitória/ES).
ENUNCIADO	122	–	É	cabível	a	condenação	em	custas	e	honorários
advocatícios	na	hipótese	de	não	conhecimento	do	recurso	inominado	(XXI
Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	123	–	O	art.	191	do	CPC	não	se	aplica	aos	processos	cíveis
que	tramitam	perante	o	Juizado	Especial	(XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	124	–	Das	decisões	proferidas	pelas	Turmas	Recursais	em
mandado	de	segurança	não	cabe	recurso	ordinário	(XXI	Encontro	–
Vitória/ES).
ENUNCIADO	125	–	Nos	juizados	especiais,	não	são	cabíveis	embargos
declaratórios	contra	acórdão	ou	súmula	na	hipótese	do	art.	46	da	Lei	nº
9.099/1995,	com	finalidade	exclusiva	de	prequestionamento,	para	fins	de
interposição	de	recurso	extraordinário	(XXI	Encontro	–	Vitória/ES).
ENUNCIADO	126	–	Em	execução	eletrônica	de	título	extrajudicial,	o	título
de	crédito	serádigitalizado	e	o	original	apresentado	até	a	sessão	de
conciliação	ou	prazo	assinado,	a	fim	de	ser	carimbado	ou	retido	pela
secretaria	(XXIV	Encontro	–	Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	127	–	O	cadastro	de	que	trata	o	art.	1º,	§	2º,	III,	“b”,	da	Lei
nº	11.419/2006	deverá	ser	presencial	e	não	poderá	se	dar	mediante
procuração,	ainda	que	por	instrumento	público	e	com	poderes	especiais
(XXIV	Encontro	–	Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	128	–	Além	dos	casos	de	segredo	de	justiça	e	sigilo	judicial,	os
documentos	digitalizados	em	processo	eletrônico	somente	serão
disponibilizados	aos	sujeitos	processuais,	vedado	o	acesso	a	consulta	pública
fora	da	secretaria	do	juizado	(XXIV	Encontro	–	Florianópolis/SC).l
ENUNCIADO	129	–	Nos	juizados	especiais	que	atuem	com	processo
eletrônico,	ultimado	o	processo	de	conhecimento	em	meio	físico,	a	execução
dar-se-á	de	forma	eletrônica,	digitalizando	as	peças	necessárias	(XXIV
Encontro	–	Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	130	–	Os	documentos	digitais	que	impliquem	efeitos	no	meio
não	digital,	uma	vez	materializados,	terão	a	autenticidade	certificada	pelo
Diretor	de	Secretaria	ou	Escrivão	(XXIV	Encontro	–	Florianópolis/SC).
ENUNCIADO	131	–	As	empresas	públicas	e	sociedades	de	economia	mista
dos	Estados,	do	Distrito	Federal	e	dos	Municípios	podem	ser	demandadas
nos	Juizados	Especiais	(XXV	Encontro	–	São	Luís/MA).
ENUNCIADO	133	–	O	valor	de	alçada	de	60	salários	mínimos	previsto	no
artigo	2º	da	Lei	nº	12.153/09,	não	se	aplica	aos	Juizados	Especiais	Cíveis,
cujo	limite	permanece	em	40	salários	mínimos	(XXVII	Encontro	–
Palmas/TO).
ENUNCIADO	134	–	As	inovações	introduzidas	pelo	artigo	5º	da	Lei	nº
12.153/09	não	são	aplicáveis	aos	Juizados	Especiais	Cíveis	(Lei	nº	9.099/95)
(XXVII	Encontro	–	Palmas/TO).
ENUNCIADO	135	(substitui	o	Enunciado	47)	–	O	acesso	da	microempresa
ou	empresa	de	pequeno	porte	no	sistema	dos	juizados	especiais	depende	da
comprovação	de	sua	qualificação	tributária	atualizada	e	documento	fiscal
referente	ao	negócio	jurídico	objeto	da	demanda.	(XXVII	Encontro	–
Palmas/TO).
ENUNCIADO	136	–	O	reconhecimento	da	litigância	de	má-fé	poderá
implicar	em	condenação	ao	pagamento	de	custas,	honorários	de	advogado,
multa	e	indenização	nos	termos	dos	artigos	55,	caput,	da	Lei	nº	9.099/95	e	18
do	Código	de	Processo	Civil	(XXVII	Encontro	–	Palmas/TO).
ENUNCIADO	139	(substitui	o	Enunciado	32)	–	A	exclusão	da	competência
do	Sistema	dos	Juizados	Especiais	quanto	às	demandas	sobre	direitos	ou
interesses	difusos	ou	coletivos,	dentre	eles	os	individuais	homogêneos,
aplica-se	tanto	para	as	demandas	individuais	de	natureza	multitudinária
quanto	para	as	ações	coletivas.	Se,	no	exercício	de	suas	funções,	os	juízes	e
tribunais	tiverem	conhecimento	de	fatos	que	possam	ensejar	a	propositura
da	ação	civil	coletiva,	remeterão	peças	ao	Ministério	Público	e/ou	à
Defensoria	Pública	para	as	providências	cabíveis	(Alterado	no	XXXVI
Encontro	–	Belém/PA).
ENUNCIADO	140	(Substitui	o	Enunciado	93)	–	O	bloqueio	on-line	de
numerário	será	considerado	para	todos	os	efeitos	como	penhora,
dispensando-se	a	lavratura	do	termo	e	intimando-se	o	devedor	da	constrição
(XXVIII	Encontro	–	Salvador/BA).
ENUNCIADO	141	(Substitui	o	Enunciado	110)	–	A	microempresa	e	a
empresa	de	pequeno	porte,	quando	autoras,	devem	ser	representadas,
inclusive	em	audiência,	pelo	empresário	individual	ou	pelo	sócio	dirigente
(XXVIII	Encontro	–	Salvador/BA).
ENUNCIADO	142	(Substitui	o	Enunciado	104)	–	Na	execução	por	título
judicial	o	prazo	para	oferecimento	de	embargos	será	de	quinze	dias	e	fluirá
da	intimação	da	penhora	(XXVIII	Encontro	–	Salvador/BA).
ENUNCIADO	143	–	A	decisão	que	põe	fim	aos	embargos	à	execução	de
título	judicial	ou	extrajudicial	é	sentença,	contra	a	qual	cabe	apenas	recurso
inominado	(XXVIII	Encontro	–	Salvador/BA).
ENUNCIADO	144	(Substitui	o	Enunciado	132)	–	A	multa	cominatória	não
fica	limitada	ao	valor	de	40	salários	mínimos,	embora	deva	ser
razoavelmente	fixada	pelo	Juiz,	obedecendo	ao	valor	da	obrigação
principal,	mais	perdas	e	danos,	atendidas	as	condições	econômicas	do
devedor	(XXVIII	Encontro	–	Salvador/BA).
ENUNCIADO	145	–	A	penhora	não	é	requisito	para	a	designação	de
audiência	de	conciliação	na	execução	fundada	em	título	extrajudicial	(XXIX
Encontro	–	Bonito/MS).
ENUNCIADO	146	–	A	pessoa	jurídica	que	exerça	atividade	de	factoring	e
de	gestão	de	créditos	e	ativos	financeiros,	excetuando	as	entidades	descritas
no	art.	8º,	§	1º,	inciso	IV,	da	Lei	nº	9.099/95,	não	será	admitida	a	propor
ação	perante	o	Sistema	dos	Juizados	Especiais	(art.	3º,	§	4º,	VIII,	da	Lei
Complementar	nº	123,	de	14	de	dezembro	de	2006)	(XXIX	Encontro	–
Bonito/MS).
ENUNCIADO	147	(Substitui	o	Enunciado	119)	–	A	constrição	eletrônica	de
bens	e	valores	poderá	ser	determinada	de	ofício	pelo	juiz	(XXIX	Encontro	–
Bonito/MS).
ENUNCIADO	148	(Substitui	o	Enunciado	72)	–	Inexistindo	interesse	de
incapazes,	o	Espólio	pode	ser	parte	nos	Juizados	Especiais	Cíveis	(XXIX
Encontro	–	Bonito/MS).
ENUNCIADO	155	–	Admitem-se	embargos	de	terceiro,	no	sistema	dos
juizados,	mesmo	pelas	pessoas	excluídas	pelo	§	1º	do	art.	8º	da	Lei	nº
9.099/95	(XXIX	Encontro	–	Bonito/MS).
ENUNCIADO	156	–	Na	execução	de	título	judicial,	o	prazo	para	oposição
de	embargos	flui	da	data	do	depósito	espontâneo,	valendo	este	como	termo
inicial,	ficando	dispensada	a	lavratura	de	termo	de	penhora	(XXX	Encontro
–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	157	–	Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,	o	autor	poderá	aditar	o
pedido	até	o	momento	da	audiência	de	instrução	e	julgamento,	ou	até	a	fase
instrutória,	resguardado	ao	réu	o	respectivo	direito	de	defesa	(nova	redação
–	XXXIX	Encontro	-	Maceió-AL).
ENUNCIADO	159	–	Não	existe	omissão	a	sanar	por	meio	de	embargos	de
declaração	quando	o	acórdão	não	enfrenta	todas	as	questões	arguidas	pelas
partes,	desde	que	uma	delas	tenha	sido	suficiente	para	o	julgamento	do
recurso	(XXX	Encontro	–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	160	–	Nas	hipóteses	do	artigo	515,	§	3º,	do	CPC,	e	quando
reconhecida	a	prescrição	na	sentença,	a	turma	recursal,	dando	provimento
ao	recurso,	poderá	julgar	de	imediato	o	mérito,	independentemente	de
requerimento	expresso	do	recorrente.
ENUNCIADO	161	–	Considerado	o	princípio	da	especialidade,	o	CPC/2015
somente	terá	aplicação	ao	Sistema	dos	Juizados	Especiais	nos	casos	de
expressa	e	específica	remissão	ou	na	hipótese	de	compatibilidade	com	os
critérios	previstos	no	art.	2º	da	Lei	nº	9.099/95	(XXXVIII	Encontro	–	Belo
Horizonte-MG).
ENUNCIADO	162	–	Não	se	aplica	ao	Sistema	dos	Juizados	Especiais	a
regra	do	art.	489	do	CPC/2015	diante	da	expressa	previsão	contida	no	art.
38,	caput,	da	Lei	nº	9.099/95	(XXXVIII	Encontro	–	Belo	Horizonte-MG).
ENUNCIADO	163	–	Os	procedimentos	de	tutela	de	urgência	requeridos	em
caráter	antecedente,	na	forma	prevista	nos	arts.	303	a	310	do	CPC/2015,	são
incompatíveis	com	o	Sistema	dos	Juizados	Especiais	(XXXVIII	Encontro	–
Belo	Horizonte-MG).
ENUNCIADO	164	–	O	art.	229,	caput,	do	CPC/2015	não	se	aplica	ao
Sistema	de	Juizados	Especiais	(XXXVIII	Encontro	–	Belo	Horizonte-MG).
ENUNCIADO	165	–	Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,	todos	os	prazos	serão
contados	de	forma	contínua	(XXXIX	Encontro	-	Maceió-AL).
ENUNCIADO	166	–	Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,	o	juízo	prévio	de
admissibilidade	do	recurso	será	feito	em	primeiro	grau	(XXXIX	Encontro	-
Maceió-AL).
ENUNCIADO	167	–	Não	se	aplica	aos	Juizados	Especiais	a	necessidade	de
publicação	no	Diário	Eletrônico	quando	o	réu	for	revel	-	art.	346	do	CPC
(XL	Encontro	-	Brasília-DF).
ENUNCIADO	168	–	Não	se	aplica	aos	recursos	dos	Juizados	Especiais	o
disposto	no	artigo	1.007	do	CPC	2015	(XL	Encontro	-	Brasília-DF).
ENUNCIADO	169	–	O	disposto	nos	§§	1º	e	5º	do	art.	272	do	CPC/2015	não
se	aplica	aos	Juizados	Especiais	(XLI	Encontro	-	Porto	Velho-RO).
ENUNCIADO	170	–	No	Sistema	dos	Juizados	Especiais,	não	se	aplica	o
disposto	no	inc.	V	do	art.	292	do	CPC/2015	especificamente	quanto	ao
pedido	de	dano	moral;	caso	o	autor	opte	por	atribuir	um	valor	específico,
este	deverá	ser	computado	conjuntamente	com	o	valor	da	pretensão	do
dano	material	para	efeito	de	alçada	e	pagamentode	custas	(XLI	Encontro	-
Porto	Velho-RO).
-	FONAJE	-	ENUNCIADOS	DA	FAZENDA
PÚBLICA
ENUNCIADO	01	–	Aplicam-se	aos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública,
no	que	couber,	os	Enunciados	dos	Juizados	Especiais	Cíveis	(XXIX
Encontro	–	Bonito/MS).
ENUNCIADO	02	–	É	cabível,	nos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública,	o
litisconsórcio	ativo,	ficando	definido,	para	fins	de	fixação	da	competência,	o
valor	individualmente	considerado	de	até	60	salários	mínimos	(XXIX
Encontro	–	Bonito/MS).
ENUNCIADO	03	–	Não	há	prazo	diferenciado	para	a	Defensoria	Pública	no
âmbito	dos	Juizados	Especiais	da	Fazenda	Pública	(XXIX	Encontro	–
Bonito/MS).
ENUNCIADO	05	–	É	de	10	dias	o	prazo	de	recurso	contra	decisão	que
deferir	tutela	antecipada	em	face	da	Fazenda	Pública	(nova	redação	–	XXX
Encontro	–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	06	–	Vencida	a	Fazenda	Pública,	quando	recorrente,	a
fixação	de	honorários	advocatícios	deve	ser	estabelecida	de	acordo	com	o	§
4º,	do	art.	20,	do	Código	de	Processo	Civil,	de	forma	equitativa	pelo	juiz
(XXIX	Encontro	–	Bonito/MS).
ENUNCIADO	07	–	O	sequestro	previsto	no	§	1º	do	artigo	13	da	Lei	nº
12.153/09	também	poderá	ser	feito	por	meio	do	BACENJUD,	ressalvada	a
hipótese	de	precatório	(XXX	Encontro	–	São	Paulo/SP).
ENUNCIADO	08	–	De	acordo	com	a	decisão	proferida	pela	3ª	Seção	do
Superior	Tribunal	de	Justiça	no	Conflito	de	Competência	35.420,	e
considerando	que	o	inciso	II	do	art.	5º	da	Lei	nº	12.153/09	é	taxativo	e	não
inclui	ente	da	Administração	Federal	entre	os	legitimados	passivos,	não
cabe,	no	Juizado	Especial	da	Fazenda	Pública	ou	no	Juizado	Estadual	Cível,
ação	contra	a	União,	suas	empresas	públicas	e	autarquias,	nem	contra	o
INSS	(XXXII	Encontro	–	Armação	de	Búzios/RJ).
ENUNCIADO	09	–	Nas	comarcas	onde	não	houver	Juizado	Especial	da
Fazenda	Pública	ou	juizados	adjuntos	instalados,	as	ações	serão	propostas
perante	as	Varas	comuns	que	detêm	competência	para	processar	os	feitos	de
interesse	da	Fazenda	Pública	ou	perante	aquelas	designadas	pelo	Tribunal
de	Justiça,	observando-se	o	procedimento	previsto	na	Lei	nº	12.153/09
(XXXII	Encontro	–	Armação	de	Búzios/RJ).
ENUNCIADO	10	–	É	admitido	no	juizado	da	Fazenda	Pública	o	julgamento
em	lote/lista,	quando	a	matéria	for	exclusivamente	de	direito	e	repetitivo
(XXXII	Encontro	–	Armação	de	Búzios/RJ).
ENUNCIADO	11	–	As	causas	de	maior	complexidade	probatória,	por
imporem	dificuldades	para	assegurar	o	contraditório	e	a	ampla	defesa,
afastam	a	competência	do	Juizado	da	Fazenda	Pública	(XXXII	Encontro	–
Armação	de	Búzios/RJ).
ENUNCIADO	12	-	Na	hipótese	de	realização	de	exame	técnico	previsto	no
art.	10	da	Lei	nº	12.153/09,	em	persistindo	dúvida	técnica,	poderá	o	juiz
extinguir	o	processo	pela	complexidade	da	causa	(XXXVIII	Encontro	–	Belo
Horizonte-MG).
ENUNCIADO	13	-	A	contagem	dos	prazos	processuais	nos	Juizados	da
Fazenda	Pública	será	feita	de	forma	contínua,	observando-se,	inclusive,	a
regra	especial	de	que	não	há	prazo	diferenciado	para	a	Fazenda	Pública	-
art.	7º	da	Lei	nº	12.153/09	(XXXIX	Encontro	-	Maceió-AL).
FÓRUM	NACIONAL	DOS	JUIZADOS	ESPECIAIS	FEDERAIS	–
FONAJEF
-	ENUNCIADOS	CÍVEIS
ENUNCIADO	1.	O	julgamento	de	mérito	de	plano	ou	prima	facie	não	viola
o	princípio	do	contraditório	e	deve	ser	empregado	na	hipótese	de	decisões
reiteradas	de	improcedência	pelo	juízo	sobre	determinada	matéria.
ENUNCIADO	2.	Nos	casos	de	julgamentos	de	procedência	de	matérias
repetitivas,	é	recomendável	a	utilização	de	contestações	depositadas	na
Secretaria,	a	fim	de	possibilitar	a	imediata	prolação	de	sentença	de	mérito.
ENUNCIADO	3.	A	auto	intimação	eletrônica	atende	aos	requisitos	das	Leis
nºs	10.259/2001	e	11.419/2006	e	é	preferencial	à	intimação	por	e-mail.
ENUNCIADO	4.	Na	propositura	de	ações	repetitivas	ou	de	massa,	sem
advogado,	não	havendo	viabilidade	material	de	opção	pela	auto	intimação
eletrônica,	a	parte	firmará	compromisso	de	comparecimento,	em	prazo
predeterminado	em	formulário	próprio,	para	ciência	dos	atos	processuais
praticados.
ENUNCIADO	5.	As	sentenças	e	antecipações	de	tutela	devem	ser
registradas	tão-somente	em	meio	eletrônico.
ENUNCIADO	6.	Havendo	foco	expressivo	de	demandas	em	massa,	os
Juizados	Especiais	Federais	solicitarão	às	Turmas	Recursais	e	de
Uniformização	Regional	e	Nacional	o	julgamento	prioritário	da	matéria
repetitiva,	a	fim	de	uniformizar	a	jurisprudência	a	respeito	e	de	possibilitar
o	planejamento	do	serviço	judiciário.
ENUNCIADO	7.	Nos	Juizados	Especiais	Federais	o	procurador	federal	não
tem	a	prerrogativa	de	intimação	pessoal.
ENUNCIADO	8.	É	válida	a	intimação	do	procurador	federal	para
cumprimento	da	obrigação	de	fazer,	independentemente	de	ofício,	com	base
no	art.	461	do	CPC.
ENUNCIADO	9.	Além	das	exceções	constantes	do	§	1º	do	art.	3º	da	Lei	nº
10.259,	não	se	incluem	na	competência	dos	Juizados	Especiais	Federais	os
procedimentos	especiais	previstos	no	Código	de	Processo	Civil,	salvo
quando	possível	a	adequação	ao	rito	da	Lei	nº	10.259/2001.
ENUNCIADO	10.	O	incapaz	pode	ser	parte	autora	nos	Juizados	Especiais
Federais,	dando-se-lhe	curador	especial,	se	ele	não	tiver	representante
constituído.
ENUNCIADO	11.	No	ajuizamento	de	ações	no	Juizado	Especial	Federal,	a
microempresa	e	a	empresa	de	pequeno	porte	deverão	comprovar	essa
condição	mediante	documentação	hábil.
ENUNCIADO	12.	No	Juizado	Especial	Federal,	não	é	cabível	o	pedido
contraposto	formulado	pela	União,	autarquia,	fundação	ou	empresa	pública
federal.
ENUNCIADO	13.	Não	são	admissíveis	embargos	de	execução	nos	Juizados
Especiais	Federais,	devendo	as	impugnações	do	devedor	ser	examinadas
independentemente	de	qualquer	incidente.
ENUNCIADO	14.	Nos	Juizados	Especiais	Federais,	não	são	cabíveis	a
intervenção	de	terceiros	ou	a	assistência.
ENUNCIADO	15.	Na	aferição	do	valor	da	causa,	deve-se	levar	em	conta	o
valor	do	salário	mínimo	em	vigor	na	data	da	propositura	da	ação.
ENUNCIADO	16.	Não	há	renúncia	tácita	nos	Juizados	Especiais	Federais
para	fins	de	fixação	de	competência.
ENUNCIADO	17.	Não	cabe	renúncia	sobre	parcelas	vincendas	para	fins	de
fixação	de	competência	nos	Juizados	Especiais	Federais.
ENUNCIADO	18.	No	caso	de	litisconsorte	ativo,	o	valor	da	causa,	para	fins
de	fixação	de	competência,	deve	ser	calculado	por	autor.
ENUNCIADO	19.	Aplica-se	o	parágrafo	único	do	art.	46	do	CPC	em	sede
de	Juizados	Especiais	Federais.
ENUNCIADO	20.	Não	se	admite,	com	base	nos	princípios	da	economia
processual	e	do	juiz	natural,	o	desdobramento	de	ações	para	cobrança	de
parcelas	vencidas	e	vincendas.
ENUNCIADO	21.	As	pessoas	físicas,	jurídicas,	de	direito	privado	ou	de
direito	público	estadual	ou	municipal	podem	figurar	no	polo	passivo,	no
caso	de	litisconsórcio	necessário.
ENUNCIADO	22.	A	exclusão	da	competência	dos	Juizados	Especiais
Federais	quanto	às	demandas	sobre	direitos	ou	interesses	difusos,	coletivos
ou	individuais	homogêneos	somente	se	aplica	quanto	a	ações	coletivas.
ENUNCIADO	24.	Reconhecida	a	incompetência	do	Juizado	Especial
Federal,	é	cabível	a	extinção	do	processo,	sem	julgamento	de	mérito,	nos
termos	do	art.	1º	da	Lei	nº	10.259/2001	e	do	art.	51,	III,	da	Lei	nº
9.099/1995.
ENUNCIADO	25.	Nos	Juizados	Especiais	Federais,	no	ato	do
cadastramento	eletrônico,	as	partes	se	comprometem,	mediante	adesão,	a
cumprir	as	normas	referentes	ao	acesso.
ENUNCIADO	26.	Nos	Juizados	Virtuais,	considera-se	efetivada	a
comunicação	eletrônica	do	ato	processual,	inclusive	citação,	pelo	decurso	do
prazo	fixado,	ainda	que	o	acesso	não	seja	realizado	pela	parte	interessada.
ENUNCIADO	27.	Não	deve	ser	exigido	o	protocolo	físico	da	petição
encaminhada	via	Internet	ou	correio	eletrônico	ao	Juizado	Virtual,	não	se
aplicando	as	disposições	da	Lei	nº	9.800/1999.
ENUNCIADO	28.	É	inadmissível	a	avocação,	por	Tribunal	Regional
Federal,	de	processos	ou	matéria	de	competência	de	Turma	Recursal,	por
flagrante	violação	ao	art.	98	da	Constituição	Federal.
ENUNCIADO	29.	Cabe	ao	Relator,	monocraticamente,	atribuir	efeito
suspensivo	a	recurso,	bem	assim	lhe	negar	seguimento	ou	dar	provimento,
nas	hipóteses	tratadas	no	art.	557,	caput	e	§	1º-A,	do	CPC	equando	a
matéria	estiver	pacificada	em	súmula	da	Turma	Nacional	de	Uniformização,
enunciado	de	Turma	Regional	ou	da	própria	Turma	Recursal.
ENUNCIADO	30.	A	decisão	monocrática	referendada	pela	Turma	Recursal,
por	se	tratar	de	manifestação	do	colegiado,	não	é	passível	de	impugnação
por	intermédio	de	agravo	regimental.
ENUNCIADO	32.	A	decisão	que	contenha	os	parâmetros	de	liquidação
atende	ao	disposto	no	art.	38,	parágrafo	único,	da	Lei	nº	9.099/1995.
ENUNCIADO	35.	A	execução	provisória	para	pagar	quantia	certa	é	inviável
em	sede	de	Juizado,	considerando	outros	meios	jurídicos	para	assegurar	o
direito	da	parte.
ENUNCIADO	38.	A	qualquer	momento	poderá	ser	feito	o	exame	de	pedido
de	gratuidade	com	os	critérios	da	Lei	nº	1.060/1950.	Para	fins	da	Lei	nº
10.259/2001,	presume-se	necessitada	a	parte	que	perceber	renda	até	o	valor
do	limite	de	isenção	do	imposto	de	renda.
ENUNCIADO	39.	Não	sendo	caso	de	justiça	gratuita,	o	recolhimento	das
custas	para	recorrer	deverá	ser	feito	de	forma	integral,	nos	termos	da
Resolução	do	Conselho	da	Justiça	Federal,	no	prazo	da	Lei	nº	9.099/1995.
ENUNCIADO	42.	Em	caso	de	embargos	de	declaração	protelatórios,	cabe	a
condenação	em	litigância	de	má-fé	(princípio	da	lealdade	processual).
ENUNCIADO	43.	É	adequada	a	limitação	dos	incidentes	de	uniformização
às	questões	de	direito	material.
ENUNCIADO	44.	Não	cabe	ação	rescisória	no	Juizado	Especial	Federal.	O
art.	59	da	Lei	nº	9.099/1995	está	em	consonância	com	os	princípios	do
sistema	processual	dos	Juizados	Especiais,	aplicando-se	também	aos
Juizados	Especiais	Federais.
ENUNCIADO	45.	Havendo	contínua	e	permanente	fiscalização	do	juiz
togado,	conciliadores	criteriosamente	escolhidos	pelo	juiz	poderão,	para
certas	matérias,	realizar	atos	instrutórios	previamente	determinados,	como
redução	a	termo	de	depoimentos,	não	se	admitindo,	contudo,	prolação	de
sentença	a	ser	homologada.
ENUNCIADO	46.	A	litispendência	deverá	ser	alegada	e	provada,	nos
termos	do	Código	de	Processo	Civil	(art.	301),	pelo	réu,	sem	prejuízo	dos
mecanismos	de	controle	desenvolvidos	pela	Justiça	Federal.
ENUNCIADO	47.	Eventual	pagamento	realizado	pelos	entes	públicos
demandados	deverá	ser	comunicado	ao	Juízo	para	efeito	de	compensação
quando	da	expedição	da	RPV.
ENUNCIADO	48.	Havendo	prestação	vencida,	o	conceito	de	valor	da	causa
para	fins	de	competência	do	Juizado	Especial	Federal	é	estabelecido	pelo
art.	260	do	CPC.
ENUNCIADO	49.	O	controle	do	valor	da	causa,	para	fins	de	competência
do	Juizado	Especial	Federal,	pode	ser	feito	pelo	juiz	a	qualquer	tempo.
ENUNCIADO	50.	Sem	prejuízo	de	outros	meios,	a	comprovação	da
condição	socioeconômica	do	autor	pode	ser	feita	por	laudo	técnico
confeccionado	por	assistente	social,	por	auto	de	constatação	lavrado	por
oficial	de	justiça	ou	através	de	oitiva	de	testemunha.
ENUNCIADO	51.	O	art.	20,	§	1º,	da	Lei	nº	8.742/1993	não	é	exauriente	para
delimitar	o	conceito	de	unidade	familiar.
ENUNCIADO	52.	É	obrigatória	a	expedição	de	RPV	em	desfavor	do	ente
público	para	ressarcimento	de	despesas	periciais	quando	este	for	vencido.
ENUNCIADO	53.	Não	há	prazo	em	dobro	para	a	Defensoria	Pública	no
âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais.
ENUNCIADO	54.	O	art.	515	e	parágrafos	do	CPC	interpretam-se
ampliativamente	no	âmbito	das	Turmas	Recursais,	em	face	dos	princípios
que	orientam	o	microssistema	dos	Juizados	Especiais	Federais.
ENUNCIADO	55.	A	nulidade	do	processo	por	ausência	de	citação	do	réu	ou
litisconsorte	necessário	pode	ser	declarada	de	ofício	pelo	juiz	nos	próprios
autos	do	processo,	em	qualquer	fase,	ou	mediante	provocação	das	partes,
por	simples	petição.
ENUNCIADO	56.	Aplica-se	analogicamente	nos	Juizados	Especiais
Federais	a	inexigibilidade	do	título	executivo	judicial,	nos	termos	do
disposto	nos	arts.	475-L,	§	1º,	e	741,	parágrafo	único,	ambos	do	CPC.
ENUNCIADO	57.	Nos	Juizados	Especiais	Federais,	somente	o	recorrente
vencido	arcará	com	honorários	advocatícios.
ENUNCIADO	58.	Excetuando-se	os	embargos	de	declaração,	cujo	prazo	de
oposição	é	de	cinco	dias,	os	prazos	recursais	contra	decisões	de	primeiro
grau	no	âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais	são	sempre	de	dez	dias,
independentemente	da	natureza	da	decisão	recorrida.
ENUNCIADO	59.	Não	cabe	recurso	adesivo	nos	Juizados	Especiais
Federais.
ENUNCIADO	60.	A	matéria	não	apreciada	na	sentença,	mas	veiculada	na
inicial,	pode	ser	conhecida	no	recurso	inominado,	mesmo	não	havendo	a
oposição	de	embargos	de	declaração.
ENUNCIADO	61.	O	recurso	será	recebido	no	duplo	efeito,	salvo	em	caso	de
antecipação	de	tutela	ou	medida	cautelar	de	urgência.
ENUNCIADO	62.	A	aplicação	de	penalidade	por	litigância	de	má-fé,	na
forma	do	art.	55	da	Lei	nº	9.099/1995,	não	importa	na	revogação	automática
da	gratuidade	judiciária.
ENUNCIADO	63.	Cabe	multa	ao	ente	público	pelo	atraso	ou	não-
cumprimento	de	decisões	judiciais	com	base	no	art.	461	do	CPC,
acompanhada	de	determinação	para	a	tomada	de	medidas	administrativas
para	a	apuração	de	responsabilidade	funcional	e/ou	por	dano	ao	erário.
Havendo	contumácia	no	descumprimento,	caberá	remessa	de	ofício	ao
Ministério	Público	Federal	para	análise	de	eventual	improbidade
administrativa.
ENUNCIADO	64.	Não	cabe	multa	pessoal	ao	procurador	ad	judicia	do	ente
público,	seja	com	base	no	art.	14,	seja	no	art.	461,	ambos	do	CPC.
ENUNCIADO	65.	Não	cabe	a	prévia	limitação	do	valor	da	multa	coercitiva
(astreintes),	que	também	não	se	sujeita	ao	limite	de	alçada	dos	Juizados
Especiais	Federais,	ficando	sempre	assegurada	a	possibilidade	de
reavaliação	do	montante	final	a	ser	exigido	na	forma	do	§	6º	do	art.	461	do
CPC.
ENUNCIADO	66.	Os	Juizados	Especiais	Federais	somente	processarão	as
cartas	precatórias	oriundas	de	outros	Juizados	Especiais	Federais	de	igual
competência.
ENUNCIADO	67.	O	caput	do	art.	9º	da	Lei	nº	9.099/1995	não	se	aplica
subsidiariamente	no	âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais,	visto	que	o	art.
10	da	Lei	nº	10.259/2001	disciplinou	a	questão	de	forma	exaustiva.
ENUNCIADO	68.	O	estagiário	de	advocacia,	nos	termos	do	Estatuto	da
OAB,	tão-só	pode	praticar,	no	âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais,	atos
em	conjunto	com	advogado	e	sob	responsabilidade	deste.
ENUNCIADO	69.	O	levantamento	de	valores	decorrentes	de	RPVs	e
Precatórios,	no	âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais,	pode	ser
condicionado	à	apresentação,	pelo	mandatário,	de	procuração	específica
com	firma	reconhecida,	da	qual	conste,	ao	menos,	o	número	de	registro	do
Precatório	ou	RPV	ou	o	número	da	conta	do	depósito,	com	o	respectivo
valor.
ENUNCIADO	70.	É	compatível	com	o	rito	dos	Juizados	Especiais	Federais
a	aplicação	do	art.	112	da	Lei	nº	8.213/1991,	para	fins	de	habilitação
processual	e	pagamento.	(Precedente	da	3ª	Seção	do	STJ	–	ERESP	498864-
PB,	DJ	de	2/3/2005.)
ENUNCIADO	71.	A	parte	autora	deverá	ser	instada,	na	fase	da	execução,	a
renunciar	ao	excedente	à	alçada	do	Juizado	Especial	Federal,	para	fins	de
pagamento	por	RPV,	não	se	aproveitando,	para	tanto,	a	renúncia	inicial,	de
definição	de	competência.
ENUNCIADO	72.	As	parcelas	vencidas	após	a	data	do	cálculo	judicial
podem	ser	pagas	administrativamente,	por	meio	de	complemento	positivo.
ENUNCIADO	73.	A	intimação	telefônica,	desde	que	realizada	diretamente
com	a	parte	e	devidamente	certificada	pelo	servidor	responsável,	atende
plenamente	aos	princípios	constitucionais	aplicáveis	à	comunicação	dos	atos
processuais.
ENUNCIADO	74.	A	intimação	por	carta	com	aviso	de	recebimento,	mesmo
que	o	comprovante	não	seja	subscrito	pela	própria	parte,	é	válida	desde	que
entregue	no	endereço	declarado	pela	parte.
ENUNCIADO	75.	É	lícita	a	exigência	de	apresentação	de	CPF	para	o
ajuizamento	de	ação	no	Juizado	Especial	Federal.
ENUNCIADO	76.	A	apresentação	de	proposta	de	conciliação	pelo	réu	não
induz	a	confissão.
ENUNCIADO	77.	O	ajuizamento	da	ação	de	concessão	de	benefício	da
seguridade	social	reclama	prévio	requerimento	administrativo.
ENUNCIADO	78.	O	ajuizamento	da	ação	revisional	de	benefício	da
seguridade	social	que	não	envolva	matéria	de	fato	dispensa	o	prévio
requerimento	administrativo.
ENUNCIADOA	menor	complexidade	da	causa	para	a	fixação	da	competência	é	aferida
pelo	objeto	da	prova	e	não	em	face	do	direito	material.
A	partir	daí,	pode-se	enumerar	uma	série	de	situações	que	são	consideradas	de
menor	complexidade,	autorizando	o	processamento	e	julgamento	pelo	JEC,
salvo	se	houver	necessidade	de	prova	pericial	complexa.	São	elas:
1.	Dano	moral.
Admite-se,	no	procedimento	do	JEC,	ações	em	que	se	postulam	indenizações	por
dano	moral,	pelo	entendimento	de	que	tal	questão,	em	si,	não	é	complexa.
FONAJE,	enunciado	69.
As	ações	envolvendo	danos	morais	não	constituem,	por	si	só,	matéria
complexa.
É	claro	que	somente	a	análise	do	caso	concreto	poderá	definir	a	complexidade
ou	não	da	pretensão,	mas	a	princípio	não	haverá	óbice	a	que	a	questão	seja
submetida	ao	procedimento	do	JEC.
2.	Juros	abusivos.
Discussão	sobre	abusividade	de	taxas	de	juros	são	admitidas	ao	procedimento	do
JEC	porque,	também	a	princípio,	são	causas	que	envolvem	apenas	análise	de
cláusulas	e	condições	contratuais,	não	havendo	maior	complexidade	nisso.	A
exceção	fica	por	conta	dos	casos	em	que	houver	necessidade	de	perícia	contábil.
FONAJE,	enunciado	70.
As	ações	nas	quais	se	discute	a	ilegalidade	de	juros	não	são	complexas	para
o	fim	de	fixação	da	competência	dos	Juizados	Especiais,	exceto	quando
exigirem	perícia	contábil.
3.	Revisão	contratual.
Pelo	mesmo	fundamento	utilizado	para	admitir	a	discussão	sobre	juros	abusivos,
conforme	visto	acima,	admitem-se,	no	JEC,	ações	de	revisão	contratual.
FONAJE,	enunciado	94.
É	cabível,	em	Juizados	Especiais	Cíveis,	a	propositura	de	ação	de	revisão	de
contrato,	inclusive	quando	o	autor	pretenda	o	parcelamento	de	dívida,
observado	o	valor	de	alçada,	exceto	quando	exigir	perícia	contábil.
Causas	de	menor	complexidade	previstas	no	art.	3º.
O	art.	3º	estabelece	o	rol	das	causas	que	são	consideradas	de	menor
complexidade.	Esse	rol	é	taxativo	e	não	pode	ser	ampliado	por	lei	estadual	ou
municipal.
FONAJE,	enunciado	30.
É	taxativo	o	elenco	das	causas	previstas	no	art.	3º	da	Lei	nº	9.099/1995.
FONAJE,	enunciado	3.
Lei	local	não	poderá	ampliar	a	competência	do	Juizado	Especial.
Segundo	o	art.	3º,	são	consideradas	causas	de	menor	complexidade:
1.	Causas	que	não	excedam	a	40	vezes	o	valor	do	salário	mínimo	(inciso	I):
O	primeiro	critério	a	se	adotar	para	a	fixação	da	competência	é	econômico.	São
consideradas	de	menor	complexidade	todas	as	causas	que,	independentemente
do	direito	discutido	ou	do	objeto,	tenham	valor	de	até	40	salários	mínimos,	com
as	exceções	constantes	do	§	2º	do	art.	3º.
Deve-se	tomar	por	base,	para	apuração	do	valor	de	referência,	o	salário	mínimo
nacional.
FONAJE,	enunciado	50.
Para	efeito	de	alçada,	em	sede	de	Juizados	Especiais,	tomar-se-á	como	base
o	salário	mínimo	nacional.
FONAJE,	enunciado	39.
Em	observância	ao	art.	2º	da	Lei	nº	9.099/1995,	o	valor	da	causa
corresponderá	à	pretensão	econômica	objeto	do	pedido.
Tanto	a	Lei	do	Juizado	Especial	Federal	quanto	a	Lei	do	Juizado	Especial	da
Fazenda	Pública	estabelecem	como	limite	de	alçada	o	valor	equivalente	a	60
salários	mínimos.	Tais	leis,	no	entanto,	não	modificaram	nem	alteraram	o	limite
estabelecido	nesse	art.	3º,	I.
FONAJE,	enunciado	87.
A	Lei	nº	10.259/2001	não	altera	o	limite	da	alçada	previsto	no	artigo	3º,
inciso	I,	da	Lei	nº	9.099/1995.
FONAJE,	enunciado	133.
O	valor	de	alçada	de	60	salários	mínimos	previsto	no	artigo	2º	da	Lei	nº
12.153/09,	não	se	aplica	aos	Juizados	Especiais	Cíveis,	cujo	limite
permanece	em	40	salários	mínimos.
2.	Causas	enumeradas	no	art.	275,	II,	do	Código	de	Processo	Civil:
O	art.	275,	II,	referido	nesse	art.	3º,	é	do	CPC/1973	(antigo	CPC)	e	tratava	do
procedimento	sumário,	que	era	definido	por	dois	critérios:	o	primeiro,	do	inciso
I,	era	o	econômico,	estabelecendo	o	limite	de	60	salários	mínimos.	O	segundo,
do	inciso	II,	dizia	respeito	à	natureza	da	causa,	independentemente	de	valor.
Esse	inciso	II,	que	é	o	aplicado	à	Lei	do	JEC,	contém	a	lista	das	causas	–	rol	não
taxativo	–	em	que	se	deve	observar	o	procedimento	sumário.
CPC/1973,	art.	275.
Observar-se-á	o	procedimento	sumário:
[…]
II	–	nas	causas,	qualquer	que	seja	o	valor:
a)	de	arrendamento	rural	e	de	parceria	agrícola;
b)	de	cobrança	ao	condômino	de	quaisquer	quantias	devidas	ao
condomínio;
c)	de	ressarcimento	por	danos	em	prédio	urbano	ou	rústico;
d)	de	ressarcimento	por	danos	causados	em	acidente	de	veículo	de	via
terrestre;
e)	de	cobrança	de	seguro,	relativamente	aos	danos	causados	em	acidente	de
veículo,	ressalvados	os	casos	de	processo	de	execução;
f)	de	cobrança	de	honorários	dos	profissionais	liberais,	ressalvado	o	disposto
em	legislação	especial;
g)	que	versem	sobre	revogação	de	doação;
h)	nos	demais	casos	previstos	em	lei.
Todas	as	ações	de	natureza	igual	às	listadas	acima	têm	cabimento	no
procedimento	do	JEC.	Além	delas,	ainda	podemos	listar	outras	causas	sujeitas	ao
procedimento	sumário	por	leis	especiais:
Ação	revisional	de	aluguel	–	Lei	nº	8.245/1991,	art.	68.
Ação	de	adjudicação	compulsória	–	Decreto-Lei	nº	58/1937,	art.	16,	com	a
redação	dada	pela	Lei	nº	6.014/1973.
Ação	decorrente	de	danos	pessoais	causados	por	embarcações	ou	por	sua	carga	–
Lei	nº	8.374/91,	art.	12;
Ação	decorrente	de	lides	entre	representante	comercial	autônomo	e	representado
–	Lei	nº	4.886/65,	art.	39,	com	a	redação	dada	pela	Lei	nº	8.420/92;
Ação	de	retificação	de	erro	de	grafia	no	registro	civil	das	pessoas	naturais	–	art.
110,	§	4º	da	Lei	nº	6.015/73;
Ação	de	cobrança	da	indenização	coberta	pelo	seguro	obrigatório	de	veículos	–
art.	10	da	Lei	nº	6.194/74;
Ação	discriminatória	–	art.	20	da	Lei	nº	6.383/76.
Não	é	demais	esclarecer	que,	da	mesma	forma	como	ocorre	com	o	procedimento
sumário,	a	competência	do	JEC	para	as	causas	elencadas	no	inciso	II	do	art.	3º
independem	de	valor	de	alçada.	Desta	forma,	eventual	condenação	poderá
superar	o	limite	do	inciso	I,	de	40	salários	mínimos.
FONAJE,	enunciado	58.
As	causas	cíveis	enumeradas	no	art.	275,	II,	do	CPC	admitem	condenação
superior	a	40	salários	mínimos	e	sua	respectiva	execução,	no	próprio
Juizado.	[N.	do	A.:	refere-se	ao	CPC/1973,	sem	correspondência	no
CPC/2015].
É	bom	observar	que	o	Novo	Código	de	Processo	Civil	(CPC/2015)	deixa	de
prever	o	procedimento	sumário,	restando	revogado	o	art.	275	mencionado	no
inciso	II	em	comento,	sem	correspondência	no	CPC/2015.
Todavia,	as	hipóteses	de	competência	divisadas	no	revogado	art.	275,	II,
permanecem	aplicadas	à	Lei	nº	9.099/1995	até	que	se	edite	uma	lei	específica,
por	força	do	CPC/2015,	no	art.	1.063:
CPC/2015,	art.	1.063.
Até	a	edição	de	lei	específica,	os	juizados	especiais	cíveis	previstos	na	Lei	nº
9.099,	de	26	de	setembro	de	1995,	continuam	competentes	para	o
processamento	e	julgamento	das	causas	previstas	no	art.	275,	inciso	II,	da
Lei	nº	5.869,	de	11	de	janeiro	de	1973.
3.	Ação	de	despejo	para	uso	próprio	(inciso	III):
As	ações	de	despejo	estão	previstas	na	Lei	nº	8.245/1991	(Lei	do	Inquilinato),
sendo	próprias	para	rescindir	o	contrato	de	locação	e	tirar	o	inquilino	do	imóvel
locado.
Na	referida	lei	estão	previstas	várias	formas	de	despejo,	tais	como	por	denúncia
vazia	(LI,	art.	46,	§	2º),	por	infração	contratual	(LI,	art.	47	c.c.	art.	9º,	II),	por
falta	de	pagamento	(LI,	art.	47	c.c.	art.	9º,	III)	e	para	uso	próprio	(LI,	art.	47,	III).
Somente	esta	última,	ou	seja,	a	ação	de	despejo	para	uso	próprio	é	admitida	ao
procedimento	do	JEC.
FONAJE,	enunciado	4.
Nos	Juizados	Especiais	só	se	admite	a	ação	de	despejo	prevista	no	art.	47,
inciso	III,	da	Lei	nº	8.245/1991.
E	como	há	uma	regra	específica	para	ação	de	despejo,	de	maneira	expressa,
nesse	inciso	III	em	comento,	as	demais	ações	de	despejo,	que	não	sejam	para	uso
próprio,	não	podem	ser	propostas	perante	o	JEC,	nem	mesmo	em	razão	do	valor
da	causa.	Entendimento	diverso	revelaria	a	inutilidade	do	disposto	nesse	inciso
III,	o	que	não	se	pode	admitir	em	se	tratando	de	interpretação	legislativa.
Destarte,	a	sua	inclusão	expressa	no	rol	do	art.	3º	exclui	da	competência	do	JEC
as	demais	formas	de	despejo,	de	sorte79.	A	comprovação	de	denúncia	da	negativa	de	protocolo	de
pedido	de	concessão	de	benefício,	feita	perante	a	ouvidoria	da	Previdência
Social,	supre	a	exigência	de	comprovação	de	prévio	requerimento
administrativo	nas	ações	de	benefícios	da	seguridade	social.
ENUNCIADO	80.	Em	juizados	itinerantes,	pode	ser	flexibilizada	a	exigência
de	prévio	requerimento	administrativo,	consideradas	as	peculiaridades	da
região	atendida.
ENUNCIADO	81.	Cabe	conciliação	nos	processos	relativos	a	pessoa
incapaz,	desde	que	presente	o	representante	legal	e	intimado	o	Ministério
Público.
ENUNCIADO	82.	O	espólio	pode	ser	parte	autora	nos	Juizados	Especiais
Cíveis	Federais.
ENUNCIADO	83.	O	art.	10,	caput,	da	Lei	nº	10.259/2001	não	autoriza	a
representação	das	partes	por	não-advogados	de	forma	habitual	e	com	fins
econômicos.
ENUNCIADO	85.	Não	é	obrigatória	a	degravação,	tampouco	a	elaboração
de	resumo,	para	apreciação	de	recurso,	de	audiência	gravada	por	meio
magnético	ou	equivalente,	desde	que	acessível	ao	órgão	recursal.
ENUNCIADO	86.	A	tutela	de	urgência	em	sede	de	Turmas	Recursais	pode
ser	deferida	de	ofício.
ENUNCIADO	87.	A	decisão	monocrática	proferida	por	Relator	é	passível
de	agravo	interno.
ENUNCIADO	88.	É	admissível	mandado	de	segurança	para	Turma
Recursal	de	ato	jurisdicional	que	cause	gravame	e	não	haja	recurso.
ENUNCIADO	89.	Não	cabe	processo	cautelar	autônomo,	preventivo	ou
incidental,	no	âmbito	do	Juizado	Especial	Federal.
ENUNCIADO	90.	Os	honorários	advocatícios	impostos	pelas	decisões	do
Juizado	Especial	Federal	serão	executados	nos	próprios	Juizados	Especiais
Federais,	por	quaisquer	das	partes.
ENUNCIADO	91.	Os	Juizados	Especiais	Federais	são	incompetentes	para
julgar	causas	que	demandem	perícias	complexas	ou	onerosas	que	não	se
enquadrem	no	conceito	de	exame	técnico	(art.	12	da	Lei	nº	10.259/2001).
ENUNCIADO	92.	Para	a	propositura	de	ação	relativa	a	expurgos
inflacionários	sobre	saldos	de	poupança,	deverá	a	parte	autora	providenciar
documento	que	mencione	o	número	da	conta	bancária	ou	prova	de	relação
contratual	com	a	instituição	financeira.
ENUNCIADO	93.	Para	a	propositura	de	demandas	referentes	a	contas	de
FGTS	anteriores	à	centralização	deverá	a	parte	comprovar	que	diligenciou
ou	solicitou	os	extratos	junto	à	CEF	ou	à	instituição	mantenedora	das
contas	vinculadas	anteriormente	ao	período	de	migração.
ENUNCIADO	94.	O	artigo	51,	inc.	I,	da	Lei	nº	9.099/95	aplica-se	aos	JEFs,
ainda	que	a	parte	esteja	representada	na	forma	do	artigo	10,	caput,	da	Lei
nº	10.259/01.
ENUNCIADO	95.	Nas	ações	visando	a	correção	do	saldo	das	cadernetas	de
poupança,	pode	o	juiz,	havendo	prova	inequívoca	de	titularidade	da	conta	à
época,	suprir	a	inexistência	de	extratos	por	meio	de	arbitramento.
ENUNCIADO	96.	A	concessão	administrativa	do	benefício	no	curso	do
processo	acarreta	a	extinção	do	feito	sem	resolução	de	mérito	por	perda	do
objeto,	desde	que	corresponda	ao	pedido	formulado	na	inicial.
ENUNCIADO	97.	Cabe	incidente	de	uniformização	de	jurisprudência
quando	a	questão	deduzida	nos	autos	tiver	reflexo	sobre	a	competência	do
juizado	especial	federal.
ENUNCIADO	98.	É	inadmissível	o	reexame	de	matéria	fática	em	pedido	de
uniformização	de	jurisprudência.
ENUNCIADO	99.	O	provimento,	ainda	que	parcial,	de	recurso	inominado
afasta	a	possibilidade	de	condenação	do	recorrente	ao	pagamento	de
honorários	de	sucumbência.
ENUNCIADO	100.	No	âmbito	dos	Juizados	Especiais	Federais,	a	Turma
Recursal	poderá	conhecer	diretamente	das	questões	não	examinadas	na
sentença	que	acolheu	prescrição	ou	decadência,	estando	o	processo	em
condições	de	imediato	julgamento	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	101.	A	Turma	Recursal	tem	poder	para	complementar	os
atos	de	instrução	já	realizados	pelo	juiz	do	Juizado	Especial	Federal,	de
forma	a	evitar	a	anulação	da	sentença	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	102.	Convencendo-se	da	necessidade	de	produção	de	prova
documental	complementar,	a	Turma	Recursal	produzirá	ou	determinará
que	seja	produzida,	sem	retorno	do	processo	para	o	juiz	do	Juizado	Especial
Federal	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	103.	Sempre	que	julgar	indispensável,	a	Turma	Recursal,
sem	anular	a	sentença,	baixará	o	processo	em	diligências	para	fins	de
produção	de	prova	testemunhal,	pericial	ou	elaboração	de	cálculos
(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	104.	Cabe	à	Turma	de	Uniformização	reformar	os	acórdãos
que	forem	contrários	à	sua	jurisprudência	pacífica,	ressalvada	a	hipótese	de
supressão	de	instância,	em	que	será	cabível	a	remessa	dos	autos	à	Turma	de
origem	para	fim	de	adequação	do	julgado	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	105.	A	Turma	de	Uniformização,	ao	externar	juízo	acerca	da
admissibilidade	do	pedido	de	uniformização,	deve	considerar	a	presença	de
similitude	de	questões	de	fato	e	de	direito	nos	acórdãos	confrontados
(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	106.	Cabe	à	Turma	Recursal	conhecer	e	julgar	os	conflitos	de
competência	apenas	entre	Juizados	Especiais	Federais	sujeitos	a	sua
jurisdição	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	107.	Fora	das	hipóteses	do	artigo	4º	da	Lei	nº	10.259/2001,	a
impugnação	de	decisões	interlocutórias	proferidas	antes	da	sentença	deverá
ser	feita	no	recurso	desta	(art.	41	da	Lei	nº	9.099/95)	(Aprovado	no	VI
FONAJEF).
ENUNCIADO	108.	Não	cabe	recurso	para	impugnar	decisões	que	apreciem
questões	ocorridas	após	o	trânsito	em	julgado	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	109.	A	tempestividade	do	recurso	pode	ser	comprovada	por
qualquer	meio	idôneo,	inclusive	eletrônico	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	110.	A	competência	das	turmas	recursais	reunidas,	onde
houver,	deve	ser	limitada	à	deliberação	acerca	de	enunciados	das	turmas
recursais	das	respectivas	seções	judiciárias	(Aprovado	no	VI	FONAJEF).
ENUNCIADO	111.	Tratando-se	de	benefício	por	incapacidade,	o
recolhimento	de	contribuição	previdenciária	não	é	capaz,	por	si	só,	de
ensejar	presunção	absoluta	da	capacidade	laboral,	admitindo-se	prova	em
contrário.	(Cancelado	no	XI	FONAJEF)
ENUNCIADO	112.	Não	se	exige	médico	especialista	para	a	realização	de
perícias	judiciais,	salvo	casos	excepcionais,	a	critério	do	juiz.
ENUNCIADO	113.	O	disposto	no	art.	11	da	Lei	nº	10.259/2001,	não
desobriga	a	parte	autora	de	instruir	seu	pedido	com	a	documentação	que
lhe	seja	acessível	junto	às	entidades	públicas	rés.
ENUNCIADO	114.	Havendo	cumulação	de	pedidos,	é	ônus	da	parte	autora
a	identificação	expressa	do	valor	pretendido	a	título	de	indenização	por
danos	morais,	a	ser	considerado	no	valor	da	causa	para	fins	de	definição	da
competência	dos	Juizados	Especiais	Federais.
ENUNCIADO	115.	Para	a	reunião	de	processos,	a	competência	funcional
dentro	dos	Juizados	Especiais	Federais	se	define	em	virtude	da	natureza	do
pedido	do	qual	decorra	a	pretensão	de	indenização	por	danos	morais.
ENUNCIADO	116.	O	dever	processual,	previsto	no	art.	11	da	Lei	nº
10.259/2001,	não	implica	automaticamente	a	inversão	do	ônus	da	prova.
ENUNCIADO	117.	A	perícia	unificada,	realizada	em	audiência,	é	válida	e
consentânea	com	os	princípios	informadores	dos	juizados	especiais.
ENUNCIADO	118.	É	válida	a	realização	de	prova	pericial	antes	da	citação,
desde	que	viabilizada	a	participação	das	partes.
ENUNCIADO	119.	Além	dos	casos	de	segredo	de	justiça	e	de	sigilo	judicial,
os	documentos	digitalizados	em	processo	eletrônico	somente	serão
disponibilizados	aos	sujeitos	processuais,	vedado	o	acesso	à	consulta	pública
fora	da	secretaria	do	juizado.
ENUNCIADO	120.	Não	é	obrigatória	a	degravação	de	julgamentos
proferidos	oralmente,	desde	que	o	arquivo	de	áudio	esteja	anexado	ao
processo,	recomendando-se	o	registro,	por	escrito,	do	dispositivo	ou
acórdão.
ENUNCIADO	121.	Os	entes	públicos,	suas	autarquias	e	empresas	públicas
não	têm	legitimidade	ativa	nos	Juizados	Especiais	Federais.
ENUNCIADO	122.	É	legítima	a	designação	do	oficial	de	justiça,	na
qualidade	de	longa	manus	do	juízo,	para	realizar	diligência	de	constatação
de	situação	socioeconômica.
ENUNCIADO	123.	O	critério	de	fixação	do	valor	da	causa	necessariamente
deve	ser	aquele	especificado	nos	arts.	259	e	260do	CPC,	pois	este	é	o
elemento	que	delimita	as	competências	dos	JEFs	e	das	Varas	(a	exemplo	do
que	foi	feito	pelo	art.	2º,	§	2º,	da	Lei	nº	12.153/09).
ENUNCIADO	124.	É	correta	a	aplicação	do	art.	46	da	Lei	nº	9.099/95	nos
Juizados	Especiais	Federais,	com	preservação	integral	dos	fundamentos	da
sentença.
ENUNCIADO	125.	É	possível	realizar	a	limitação	do	destaque	dos
honorários	em	RPV	ou	precatório.
ENUNCIADO	126.	Não	cabe	a	presença	de	advogado	em	perícia	médica,
por	ser	um	ato	médico,	no	qual	só	podem	estar	presentes	o	próprio	perito	e
eventuais	assistentes	técnicos.
ENUNCIADO	127.	Para	fins	de	cumprimento	do	disposto	no	art.	12,	§	2º,
da	Lei	nº	10.259/01,	é	suficiente	intimar	o	INSS	dos	horários
preestabelecidos	para	as	perícias	do	JEF.
ENUNCIADO	128.	O	condomínio	edilício,	por	interpretação	extensiva	do
art.	6º,	I,	da	Lei	nº	10.259/01,	pode	ser	autor	no	JEF.
ENUNCIADO	129.	Nos	Juizados	Especiais	Federais,	é	possível	que	o	juiz
determine	que	o	executado	apresente	os	cálculos	de	liquidação.
ENUNCIADO	130.	O	estabelecimento	pelo	Juízo	de	critérios	e	exigências
para	análise	da	petição	inicial,	visando	a	evitar	o	trâmite	de	ações
temerárias,	não	constitui	restrição	do	acesso	aos	JEFs.
ENUNCIADO	131.	A	Turma	Recursal,	analisadas	as	peculiaridades	do	caso
concreto,	pode	conhecer	documentos	juntados	na	fase	recursal,	desde	que
não	implique	apreciação	de	tese	jurídica	não	questionada	no	primeiro	grau.
(Revisado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	132.	Em	conformidade	com	o	art.	14,	§	9º,	da	Lei	nº
10.259/2001,	cabe	ao	colegiado	da	Turma	Recursal	rejulgar	o	feito	após	a
decisão	de	adequação	de	Tribunal	Superior	ou	da	TNU	(Aprovado	no	X
FONAJEF).
ENUNCIADO	133.	Quando	o	perito	médico	judicial	não	conseguir	fixar	a
data	de	início	da	incapacidade,	de	forma	fundamentada,	deve-se	considerar
para	tanto	a	data	de	realização	da	perícia,	salvo	a	existência	de	outros
elementos	de	convicção	(Aprovado	no	X	FONAJEF).
ENUNCIADO	134.	O	cumprimento	das	ordens	judiciais	que	determinam
concessão	de	medicamentos	deve	ser	feito	prioritariamente	pela	parte	ré,
evitando-se	o	depósito	de	valores	para	aquisição	direta	pela	parte
(Aprovado	no	X	FONAJEF).
ENUNCIADO	135.	A	despeito	da	solidariedade	dos	entes	da	federação	no
âmbito	do	direito	à	saúde,	a	decisão	judicial	que	conceder	medicamentos
deve	indicar,	preferencialmente,	aquele	responsável	pelo	atendimento
imediato	da	ordem	(Aprovado	no	X	FONAJEF).
ENUNCIADO	136.	O	cumprimento	da	decisão	judicial	que	conceder
medicamentos	deve	ser	feito	prioritariamente	pelo	Estado	ou	Município
(aquele	que	detenha	a	maior	capacidade	operacional)	ainda	que	o	ônus	de
financiamento	caiba	à	União	(Aprovado	no	X	FONAJEF).
ENUNCIADO	137.	Nas	ações	de	saúde,	a	apresentação	pelas	partes	de
formulário	padronizado	de	resposta	a	quesitos	mínimos	previamente
aprovados	por	acordo	entre	o	judiciário	e	entidades	afetadas	pode	dispensar
a	realização	de	perícia	(Aprovado	no	X	FONAJEF).
ENUNCIADO	138.	A	despeito	da	solidariedade,	as	decisões	judiciais	podem
indicar	a	qual	(sic)	da	federação	incumbe	o	dispêndio	financeiro	para
atendimento	do	direito	reconhecido,	nos	termos	da	Portaria	1.554,	de	30	de
julho	de	2013	do	Ministério	da	Saúde	ou	outro	ato	que	vier	a	substituí-la
(Aprovado	no	X	FONAJEF).
ENUNCIADO	139.	Não	serão	redistribuídas	a	Juizado	Especial	Federal
(JEF)	recém-criado	as	demandas	ajuizadas	até	a	data	de	sua	instalação,
salvo	se	as	varas	de	JEFs	estiverem	na	mesma	sede	jurisdicional	(Aprovado
no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	140.	A	fixação	do	valor	do	dano	moral	deve	representar
quantia	necessária	e	suficiente	para	compensar	os	danos	sofridos	pelo	autor
da	demanda,	como	também	para	desestimular	futuras	violações	de	mesma
natureza	(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	141.	A	Súmula	78	da	TNU,	que	determina	a	análise	das
condições	pessoais	do	segurado	em	caso	de	ser	portador	de	HIV,	é	extensível
a	outras	doenças	igualmente	estigmatizantes	(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	142.	A	natureza	substitutiva	do	benefício	previdenciário	por
incapacidade	não	autoriza	o	desconto	das	prestações	devidas	no	período	em
que	houve	exercício	de	atividade	remunerada	(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	143.	Não	importa	em	julgamento	extra	petita	a	concessão	de
benefício	previdenciário	por	incapacidade	diverso	daquele	requerido	na
inicial	(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	144.	É	cabível	recurso	inominado	contra	sentença
terminativa	se	a	extinção	do	processo	obstar	que	o	autor	intente	de	novo	a
ação	ou	quando	importe	negativa	de	jurisdição	(Aprovado	no	XI
FONAJEF).
ENUNCIADO	145.	O	valor	dos	honorários	de	sucumbência	será	fixado	nos
termos	do	artigo	55,	da	Lei	nº	9.099/95,	podendo	ser	estipulado	em	valor
fixo	quando	for	inestimável	ou	irrisório	o	proveito	econômico	ou,	ainda,
quando	o	valor	da	causa	for	muito	baixo,	observados	os	critérios	do	artigo
20,	§	3º	CPC	(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	146.	A	Súmula	421	do	STJ	aplica-se	não	só	à	União	como
também	a	todos	os	entes	que	compõem	a	Fazenda	Pública	(Aprovado	no	XI
FONAJEF).
ENUNCIADO	147.	A	mera	alegação	genérica	de	contrariedade	às
informações	sobre	atividade	especial	fornecida	pelo	empregador,	não	enseja
a	realização	de	novo	exame	técnico	(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	148.	Nas	ações	revisionais	em	que	se	se	postula	aplicação	da
tese	de	direito	adquirido	ao	melhor	benefício,	é	requisito	da	petição	inicial
que	seja	apontada	a	data	em	que	verificada	tal	situação	(Aprovado	no	XI
FONAJEF).
ENUNCIADO	149.	É	cabível,	com	fundamento	no	art.	14,	par.	único,	do
CPC,	a	aplicação	de	multa	pessoal	à	autoridade	administrativa	responsável
pela	implementação	da	decisão	judicial	(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	150.	A	multa	derivada	de	descumprimento	de	antecipação	de
tutela	com	base	no	artigo	461,	do	CPC,	aplicado	subsidiariamente,	é
passível	de	execução	mesmo	antes	do	trânsito	em	julgado	da	sentença
(Aprovado	no	XI	FONAJEF).
ENUNCIADO	151.	O	CPC/2015	só	é	aplicável	nos	Juizados	Especiais
naquilo	que	não	contrariar	os	seus	princípios	norteadores	e	a	sua	legislação
específica	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	152.	A	conciliação	e	a	mediação	nos	juizados	especiais
federais	permanecem	regidas	pelas	nºs	10.259/2001	e	9.099/1995,	mesmo
após	o	advento	do	novo	Código	de	Processo	Civil	(Revisado	no	XIII
FONAJEF).
ENUNCIADO	153.	A	regra	do	art.	489,	§	1º	do	NCPC	deve	ser	mitigada	nos
juizados	por	força	da	primazia	dos	princípios	da	simplicidade	e
informalidade	que	regem	o	JEF	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	154.	O	art.	46,	da	Lei	nº	9.099/1995,	não	foi	revogado	pelo
novo	CPC	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	155.	As	disposições	do	CPC/2015	referentes	às	provas	não
revogam	as	disposições	específicas	da	Lei	nº	10.259/2001,	sobre	perícias	(art.
12),	e	nem	as	disposições	gerais	da	Lei	nº	9.099/1995	(Aprovado	no	XII
FONAJEF).
ENUNCIADO	156.	Não	se	aplica	aos	juizados	especiais	a	técnica	de
julgamento	não	unânime	(art.	942,	CPC/2015)	(Aprovado	no	XII
FONAJEF).
ENUNCIADO	157.	Aplica-se	o	art.	1030,	par.	único,	do	CPC/2015	aos
recursos	extraordinários	interpostos	nas	Turmas	Recursais	do	JEF
(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	158.	Conta-se	em	dias	corridos	o	prazo	para	confirmação	das
intimações	eletrônicas	(art.	5º,	§	3º,	Lei	nº	11.419/2006)	(Aprovado	no	XII
FONAJEF).
ENUNCIADO	159.	Nos	termos	do	enunciado	nº	1	do	FONAJEF	e	à	luz	dos
princípios	da	celeridade	e	da	informalidade	que	norteiam	o	processo	no
JEF,	vocacionado	a	receber	demandas	em	grande	volume	e	repetitivas,
interpreta-se	o	rol	do	art.	332	como	exemplificativo	(Aprovado	no	XII
FONAJEF).
ENUNCIADO	160.	Não	causa	nulidade	a	não-aplicação	do	art.	10	do	NCPC
e	do	art.	487,	parágrafo	único,	do	NCPC	nos	juizados,	tendo	em	vista	os
princípios	da	celeridade	e	informalidade	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	161.	Nos	casos	de	pedido	de	concessão	de	benefício	por
segurado	facultativo	de	baixa	renda,	a	comprovação	da	inscrição	da	família
no	CadÚnico	é	documento	indispensável	para	propositura	da	ação,	sob	pena
de	extinção	sem	exame	do	mérito	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	162.Em	caso	de	incapacidade	intermitente,	o	pagamento	de
parcelas	anteriores	à	perícia	depende	da	efetiva	comprovação	dos	períodos
em	que	o	autor	esteve	incapacitado	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	163.	Não	havendo	pedido	expresso	na	petição	inicial	de
aposentadoria	proporcional,	o	juiz	deve	se	limitar	a	determinar	a	averbar	os
períodos	reconhecidos	em	sentença,	na	hipótese	do	segurado	não	possuir
tempo	de	contribuição	para	concessão	de	aposentadoria	integral	(Aprovado
no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	164.	Julgado	improcedente	pedido	de	benefício	por
incapacidade,	no	ajuizamento	de	nova	ação,	com	base	na	mesma	doença,
deve	o	segurado	apresentar	novo	requerimento	administrativo,
demonstrando,	na	petição	inicial,	o	agravamento	da	doença,	juntando
documentos	médicos	novos	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	165.	Ausência	de	pedido	de	prorrogação	de	auxílio-doença
configura	a	falta	de	interesse	processual	equivalente	à	inexistência	de
requerimento	administrativo	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	166.	A	conclusão	do	processo	administrativo	por	não
comparecimento	injustificado	à	perícia	ou	à	entrevista	rural	equivale	à	falta
de	requerimento	administrativo	(Aprovado	no	XII	FONAJEF).
ENUNCIADO	167.	Nas	ações	de	benefício	assistencial,	não	há	nulidade	na
dispensa	de	perícia	socioeconômica	quando	não	identificado	indício	de
deficiência,	a	partir	de	seu	conceito	multidisciplinar	(Aprovado	no	XIII
FONAJEF).
ENUNCIADO	168.	A	produção	de	auto	de	constatação	por	oficial	de	justiça,
determinada	pelo	Juízo,	não	requer	prévia	intimação	das	partes,	sob	pena
de	frustrar	a	eficácia	do	ato,	caso	em	que	haverá	o	contraditório	diferido
(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	169.	A	solução	de	controvérsias	pela	via	consensual,	pré-
processual,	pressupõe	a	não	distribuição	da	ação	(Aprovado	no	XIII
FONAJEF).
ENUNCIADO	170.	Aos	conciliadores	que	atuarem	na	fase	pré-processual
não	se	aplicam	as	exigências	previstas	no	art.	11	da	Lei	nº	13.140/2015
(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	171.	Sempre	que	possível,	as	sessões	de	mediação/conciliação
serão	realizadas	por	videoconferência,	a	ser	efetivada	por	sistema	de	livre
escolha	(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	172.	Apenas	a	prescrição	médica	não	é	suficiente	para	o
fornecimento	de	medicamentos	e/ou	insumos	não	incluídos	nas	listas	do	SUS
(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	173.	Nas	demandas	individuais	de	saúde,	a	decisão	judicial
acerca	da	pretensão	de	fornecimento	de	medicamentos,	insumos	ou
procedimentos	não	fornecidos	pelo	SUS	deve	ser	fundamentada,	sempre	que
possível,	na	medicina	baseada	em	evidências	(Aprovado	no	XIII
FONAJEF).
ENUNCIADO	174.	Nas	demandas	individuais	de	saúde	veiculando
pretensão	de	fornecimento	de	medicamentos,	insumos	ou	procedimentos
não	fornecidos	pelo	SUS	pode	o	juiz	exigir	que	a	parte	instrua	a	demanda
com	elementos	mínimos	oriundos	da	medicina	baseada	em	evidências
(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	175.	Por	falta	de	previsão	legal	específica	nas	leis	que	tratam
dos	juizados	especiais,	aplica-se,	nestes,	a	previsão	da	contagem	dos	prazos
em	dias	úteis	(CPC/2015,	art.	219)	(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	176.	A	previsão	contida	no	art.	51,	§	1º,	da	Lei	nº	9.099/1995
afasta	a	aplicação	do	art.	317	do	CPC/2015	no	âmbito	dos	juizados	especiais
(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	177.	É	medida	contrária	à	boa-fé	e	ao	dever	de	cooperação,
previstos	nos	arts.	5º	e	6º	do	CPC/2015,	a	impugnação	genérica	a	cálculos,
sem	a	indicação	concreta	dos	argumentos	que	justifiquem	a	divergência
(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	178.	A	tutela	provisória	em	caráter	antecedente	não	se	aplica
ao	rito	dos	juizados	especiais	federais,	porque	a	sistemática	de	revisão	da
decisão	estabilizada	(art.	304	do	CPC/2015)	é	incompatível	com	os	arts.	4º	e
6º	da	Lei	nº	10.259/2001	(Aprovado	no	XIII	FONAJEF).
ENUNCIADO	179.	Cumpre	os	requisitos	do	contraditório	e	da	ampla
defesa	a	concessão	de	vista	do	laudo	pericial	pelo	prazo	de	cinco	dias,	por
analogia	ao	caput	do	art.	12	da	Lei	nº	10.259/2001	(Aprovado	no	XIII
FONAJEF).
ENUNCIADO	180.	O	intervalo	entre	audiências	de	instrução	(CPC/2015,
art.	357,	§	9º)	é	incompatível	com	o	procedimento	sumaríssimo	(CF,	art.	98,
I)	e	com	os	critérios	de	celeridade,	informalidade,	simplicidade	e	economia
processual	dos	juizados	(Lei	nº	9.099/1995,	art.	2º)	(Aprovado	no	XIII
FONAJEF).
ENUNCIADO	181.	Admite-se	o	IRDR	nos	juizados	especiais	federais,	que
deverá	ser	julgado	por	órgão	colegiado	de	uniformização	do	próprio	sistema
(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	182.	O	juízo	de	admissibilidade	do	recurso	inominado	deve
ser	feito	na	turma	recursal,	aplicando-se	subsidiariamente	o	art.	1.010,	§	3º,
do	CPC/2015.	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	183.	O	magistrado,	ao	aplicar	ao	caso	concreto	a	ratio
decidendi	contida	no	precedente	vinculante,	não	precisa	enfrentar
novamente	toda	a	argumentação	jurídica	que	já	fora	apreciada	no	momento
de	formação	do	precedente,	sendo	suficiente	que	demonstre	a	correlação
fática	e	jurídica	entre	o	caso	concreto	e	aquele	já	apreciado	(Aprovado	no
XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	184.	Durante	a	suspensão	processual	decorrente	do	IRDR	e
de	recursos	repetitivos	pode	haver	produção	de	provas	no	juízo	onde
tramita	o	processo	suspenso,	em	caso	de	urgência,	com	base	no	art.	982,	§
2º,	do	CPC.	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	185.	Os	mecanismos	processuais	de	suspensão	de	processos
não	impedem	a	realização	de	atos	processuais	necessários	para	o	exame	ou
efetivação	da	tutela	de	urgência.	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	186.	É	requisito	de	admissibilidade	da	petição	inicial	a
indicação	precisa	dos	períodos	e	locais	de	efetivo	exercício	de	atividade
rural	que	se	pretende	reconhecer,	sob	pena	de	indeferimento	(Aprovado	no
XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	187.	São	da	competência	da	Justiça	Federal	os	pedidos	de
benefícios	ajuizados	por	segurados	especiais	e	seus	dependentes	em	virtude
de	acidentes	ocorridos	nessa	condição	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	188.	O	benefício	concedido	ao	segurado	especial,
administrativamente	ou	judicialmente,	configura	início	de	prova	material
válida	para	posterior	concessão	aos	demais	integrantes	do	núcleo	familiar,
assim	como	ao	próprio	beneficiário	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	189.	A	percepção	do	seguro	desemprego	gera	a	presunção	de
desemprego	involuntário	para	fins	de	extensão	do	período	de	graça	nos
termos	do	art.	15,	§	2°,	da	Lei	nº	8.213/91	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	190.	Nos	casos	em	que	o	pedido	em	ação	judicial	seja	de
medicamento,	produto	ou	procedimento	já	previsto	nas	listas	oficiais	do
SUS	ou	em	Protocolos	Clínicos	e	Diretrizes	Terapêuticas	(PDCT)	para
tratamento	particular,	dever	ser	determinada	a	inclusão	do	demandante	em
serviço	ou	programa	já	existentes	no	Sistema	Único	de	Saúde	(SUS),	para
fins	de	acompanhamento	e	controle	clínico.	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	191.	Nas	demandas	que	visam	o	acesso	a	ações	e	serviços	da
saúde	diferenciada	daquelas	oferecidas	pelo	Sistema	Único	de	Saúde,	o
autor	deve	apresentar	prova	da	evidência	científica,	a	inexistência,
inefetividade	ou	impropriedade	dos	procedimentos	ou	medicamentos
constantes	dos	protocolos	clínicos	do	SUS	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	192.	Sempre	que	possível,	as	decisões	liminares	sobre	saúde
devem	ser	precedidas	de	notas	de	evidência	científica	emitidas	por	Núcleos
de	Apoio	Técnico	em	Saúde	–	NATS	–	ou	similares	(Aprovado	no	XIV
FONAJEF).
ENUNCIADO	193.	Para	a	validade	das	intimações	por	WhatsApp	ou
congêneres,	caso	não	haja	prévia	anuência	da	parte	ou	advogado,	faz-se
necessário	certificar	nos	autos	a	visualização	da	mensagem	pelo
destinatário,	sendo	suficiente	o	recibo	de	leitura,	ou	recebimento	de	resposta
à	mensagem	enviada	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	194.	Existindo	prévio	termo	de	adesão,	a	intimação	por
Whatsapp	ou	congênere	é	válida	independentemente	de	visualização	da
mensagem	pelo	destinatário	ou	resposta	à	mensagem	enviada,	bastando
certificação	de	envio	nos	autos.
ENUNCIADO	195.	Existindo	prévio	termo	de	adesão,o	prazo	da	intimação
por	WhatsApp	ou	congênere	conta-se	do	envio	da	mensagem,	cuja	data
deve	ser	certificada	nos	autos;	em	não	havendo	prévio	termo	de	adesão,	o
termo	inicial	corresponde	à	data	da	leitura	da	mensagem	ou	do	recebimento
da	resposta,	que	deve	ser	certificada	nos	autos	(Aprovado	no	XIV
FONAJEF).
ENUNCIADO	196.	Existindo	prévio	termo	de	adesão	à	intimação	por
WhatsApp	ou	congêneres,	cabe	à	parte	comunicar	eventuais	mudanças	de
número	de	telefone,	sob	pena	de	se	considerarem	válidas	as	intimações
enviadas	para	o	número	constante	dos	autos	(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
ENUNCIADO	197.	O	termo	de	adesão	a	intimação	por	WhatsApp	ou
congêneres	subscrito	pela	parte	ou	seu	advogado	pode	ser	geral,	para	todos
os	processos	em	tramitação	no	Juízo,	que	será	arquivado	em	Secretaria
(Aprovado	no	XIV	FONAJEF).
SÚMULAS	DO	CONSELHO	DA	JUSTIÇA	FEDERAL
TURMA	DE	UNIFORMIZAÇÃO	DAS	DECISÕES
DAS	TURMAS	RECURSAIS	DOS	JUIZADOS
ESPECIAIS	FEDERAIS
SÚMULA	1.	A	conversão	dos	benefícios	previdenciários	em	URV,	em
março/94,	obedece	às	disposições	do	art.	20,	incisos	I	e	II	da	Lei	nº	8.880/94
(MP	nº	434/94).	DJ	16/10/2002.
SÚMULA	2.	Os	benefícios	previdenciários,	em	maio	de	1996,	deverão	ser
reajustados	na	forma	da	Medida	Provisória	nº	1.415,	de	29	de	abril	de	1996,
convertida	na	Lei	nº	9.711,	de	20	de	novembro	de	1998.	DJ	13/03/2003	e
10/04/2003.
SÚMULA	3.	Os	benefícios	de	prestação	continuada,	no	regime	geral	da
Previdência	Social,	devem	ser	reajustados	com	base	no	IGP-DI	nos	anos	de
1997,	1999,	2000	e	2001.	DJ	09/05/2003.
SÚMULA	4.	Não	há	direito	adquirido,	na	condição	de	dependente,	pessoa
designada,	quando	o	falecimento	do	segurado	deu-se	após	o	advento	da	Lei
nº	9.032/95.	DJ	24/07/2003.
SÚMULA	5.	A	prestação	de	serviço	rural	por	menor	de	12	a	14	anos,	até	o
advento	da	Lei	nº	8.213,	de	24	de	julho	de	1991,	devidamente	comprovada,
pode	ser	reconhecida	para	fins	previdenciários.	25/09/2003
SÚMULA	6.	A	certidão	de	casamento	ou	outro	documento	idôneo	que
evidencie	a	condição	de	trabalhador	rural	do	cônjuge	constitui	início
razoável	de	prova	material	da	atividade	rurícula.	DJ	25/09/2003.
SÚMULA	7.	Descabe	incidente	de	uniformização	versando	sobre	honorários
advocatícios	por	se	tratar	de	questão	de	direito	processual.	DJ	25/09/2003.
SÚMULA	8.	Os	benefícios	de	prestação	continuada,	no	regime	geral	da
Previdência	Social,	não	serão	reajustados	com	base	no	IGP-DI	nos	anos	de
1997,	1999,	2000	e	2001.	DJ	05/11/2003.
SÚMULA	9.	O	uso	de	Equipamento	de	Proteção	Individual	(EPI),	ainda	que
elimine	a	insalubridade,	no	caso	de	exposição	a	ruído,	não	descaracteriza	o
tempo	de	serviço	especial	prestado.	DJ	05/11/2003.
SÚMULA	10.	O	tempo	de	serviço	rural	anterior	à	vigência	da	Lei	nº
8.213/91	pode	ser	utilizado	para	fins	de	contagem	recíproca,	assim
entendida	aquela	que	soma	tempo	de	atividade	privada,	rural	ou	urbana,	ao
de	serviço	público	estatutário,	desde	que	sejam	recolhidas	as	respectivas
contribuições	previdenciárias.	DJU	03/12/2003	-	REPUBLICADA	DJ
23/12/2003
SÚMULA	11.	A	renda	mensal,	per	capita,	familiar,	superior	a	¼	(um
quarto)	do	salário	mínimo	não	impede	a	concessão	do	benefício	assistencial
previsto	no	art.	20,	§	3º,	da	Lei	nº	8.742	de	1993,	desde	que	comprovada,	por
outros	meios,	a	miserabilidade	do	postulante.	DJ	14/04/2004	-
CANCELADA	DJ	12/05/2006
SÚMULA	12.	Os	juros	moratórios	são	devidos	pelo	gestor	do	FGTS	e
incidem	a	partir	da	citação	nas	ações	em	que	se	reclamam	diferenças	de
correção	monetária,	tenha	havido	ou	não	levantamento	do	saldo,	parcial	ou
integralmente.	DJ	14/04/2004
SÚMULA	13.	O	reajuste	concedido	pelas	Leis	nºs	8.622/93	e	8.627/93
(28,86%)	constituiu	revisão	geral	dos	vencimentos	e,	por	isso,	é	devido
também	aos	militares	que	não	o	receberam	em	sua	integralidade,
compensado	o	índice	então	concedido,	sendo	limite	temporal	desse	reajuste
o	advento	da	MP	nº	2.131	de	28/12/2000.	DJU	10/05/2004
SÚMULA	14.	Para	a	concessão	de	aposentadoria	rural	por	idade	não	se
exige	que	o	início	de	prova	material	corresponda	a	todo	o	período
equivalente	à	carência	do	benefício.	DOU	de	24/05/2004
SÚMULA	17.	Não	há	renúncia	tácita	no	Juizado	Especial	Federal,	para	fins
de	competência.	DOU	de	24/05/2004.
SÚMULA	18.	Provado	que	o	aluno	aprendiz	de	Escola	Técnica	Federal
recebia	remuneração,	mesmo	que	indireta,	à	conta	do	orçamento	da	União,
o	respectivo	tempo	de	serviço	pode	ser	computado	para	fins	de
aposentadoria	previdenciária.	DJU	de	07/10/2004.
SÚMULA	19.	Para	o	cálculo	da	renda	mensal	inicial	do	benefício
previdenciário,	deve	ser	considerada,	na	atualização	dos	salários	de
contribuição	anteriores	a	março	de	1994,	a	variação	integral	do	IRSM	de
fevereiro	de	1994,	na	ordem	de	39,67%	(art.	21,	§	1º,	da	Lei	nº	8.880/94).
DJU	de	07/10/2004.
SÚMULA	20.	A	Lei	nº	8.112,	de	11	de	dezembro	de	1990,	não	modificou	a
situação	do	servidor	celetista	anteriormente	aposentado	pela	Previdência
Social	Urbana.	DJU	de	07/10/2004.
SÚMULA	21.	Não	há	direito	adquirido	a	reajuste	de	benefícios
previdenciários	com	base	na	variação	do	IPC	(Índice	de	Preço	ao
Consumidor),	de	janeiro	de	1989	(42,72%)	e	abril	de	1990	(44,80%).	DJU	de
07/10/2004.
SÚMULA	22.	Se	a	prova	pericial	realizada	em	juízo	dá	conta	de	que	a
incapacidade	já	existia	na	data	do	requerimento	administrativo,	esta	é	o
termo	inicial	do	benefício	assistencial.	DJU	de	07/10/2004.
SÚMULA	23.	As	substituições	de	cargos	ou	funções	de	direção	ou	chefia	ou
de	cargo	de	natureza	especial	ocorridas	a	partir	da	vigência	da	Medida
Provisória	nº	1.522,	de	11/10/1996,	e	até	o	advento	da	Lei	nº	9.527,	de
10/12/1997,	quando	iguais	ou	inferiores	a	trinta	dias,	não	geram	direito	à
remuneração	correspondente	ao	cargo	ou	função	substituída.	DJU	de
10/03/2005.
SÚMULA	24.	O	tempo	de	serviço	do	segurado	trabalhador	rural	anterior
ao	advento	da	Lei	nº	8.213/91,	sem	o	recolhimento	de	contribuições
previdenciárias,	pode	ser	considerado	para	a	concessão	de	benefício
previdenciário	do	Regime	Geral	de	Previdência	Social	(RGPS),	exceto	para
efeito	de	carência,	conforme	a	regra	do	art.	55,	§	2º,	da	Lei	nº	8.213/91.	DJU
de	10/03/2005.
SÚMULA	25.	A	revisão	dos	valores	dos	benefícios	previdenciários,	prevista
no	art.	58	do	ADCT,	deve	ser	feita	com	base	no	número	de	salários	mínimos
apurado	na	data	da	concessão,	e	não	no	mês	de	recolhimento	da	última
contribuição.	DJU	de	22/06/2005.
SÚMULA	26.	A	atividade	de	vigilante	enquadra-se	como	especial,
equiparando-se	à	de	guarda,	elencada	no	item	2.5.7.	do	Anexo	III	do
Decreto	nº	53.831/64.	DJU	de	22/06/2005.
SÚMULA	27.	A	ausência	de	registro	em	órgão	do	Ministério	do	Trabalho
não	impede	a	comprovação	do	desemprego	por	outros	meios	admitidos	em
Direito.	DJU	de	22/06/2005.
SÚMULA	28.	Encontra-se	prescrita	a	pretensão	de	ressarcimento	de	perdas
sofridas	na	atualização	monetária	da	conta	do	Plano	de	Integração	Social	-
PIS-,	em	virtude	de	expurgos	ocorridos	por	ocasião	dos	Planos	Econômicos
Verão	e	Collor	I.	DJU	de	05.01.2006.
SÚMULA	29.	Para	os	efeitos	do	art.	20,	§	2º,	da	Lei	nº	8.742,	de	1993,
incapacidade	para	a	vida	independente	não	é	só	aquela	que	impede	as
atividades	mais	elementares	da	pessoa,	mas	também	a	impossibilita	de
prover	ao	próprio	sustento.	DJU	de	13.02.2006.
SÚMULA	30.	Tratando-se	de	demanda	previdenciária,	o	fato	de	o	imóvel
ser	superior	ao	módulo	rural	não	afasta,	por	si	só,	a	qualificação	de	seu
proprietário	como	segurado	especial,	desde	que	comprovada,	nos	autos,	a
sua	exploração	em	regime	de	economia	familiar.	DJU	de	13.02.2006.
SÚMULA	31.	A	anotação	na	CTPS	decorrente	de	sentença	trabalhista
homologatória	constitui	início	de	prova	material	para	fins	previdenciários.
DJU	de	13.02.2006.
SÚMULA	33.	Quando	o	segurado	houver	preenchido	os	requisitos	legais
para	concessão	da	aposentadoria	por	tempo	de	serviço	na	data	do
requerimento	administrativo,	esta	data	será	o	termo	inicial	da	concessão	do
benefício.	DJU	de	04.08.2006.
SÚMULA	34.	Para	fins	de	comprovação	do	tempo	de	labor	rural,	o	início	de
prova	material	deve	ser	contemporâneo	à	época	dos	fatos	a	provar.	DJU	de
04.08.2006.
SÚMULA	35.	A	Taxa	Selic,composta	por	juros	de	mora	e	correção
monetária,	incide	nas	repetições	de	indébito	tributário.	DJU	de	09/01/2007.
SÚMULA	36.	Não	há	vedação	legal	à	cumulação	da	pensão	por	morte	de
trabalhador	rural	com	o	benefício	da	aposentadoria	por	invalidez,	por
apresentarem	pressupostos	fáticos	e	fatos	geradores	distintos.	DJ	de
21/03/2007.
SÚMULA	37.	A	pensão	por	morte,	devida	ao	filho	até	os	21	anos	de	idade,
não	se	prorroga	pela	pendência	do	curso	universitário.	DJ	de	20/06/2007.
SÚMULA	38.	Aplica-se	subsidiariamente	a	Tabela	de	Cálculos	de	Santa
Catarina	aos	pedidos	de	revisão	de	RMI	-	OTN/ORTN,	na	atualização	dos
salários	de	contribuição.	DJ	de	20/06/2007.
SÚMULA	39.	Nas	ações	contra	a	Fazenda	Pública,	que	versem	sobre
pagamento	de	diferenças	decorrentes	de	reajuste	nos	vencimentos	de
servidores	públicos,	ajuizadas	após	24/08/2001,	os	juros	de	mora	devem	ser
fixados	em	6%	(seis	por	cento)	ao	ano	(art.	1º–F	da	Lei	nº	9.494/97).	DJ	de
20/06/2007.
SÚMULA	40.	Nenhuma	diferença	é	devida	a	título	de	correção	monetária
dos	depósitos	do	FGTS,	relativos	ao	mês	de	fevereiro	de	1989.	DJ	de
26/09/2007.
SÚMULA	41.	A	circunstância	de	um	dos	integrantes	do	núcleo	familiar
desempenhar	atividade	urbana	não	implica,	por	si	só,	a	descaracterização
do	trabalhador	rural	como	segurado	especial,	condição	que	deve	ser
analisada	no	caso	concreto.	DJ	de	17/03/2010.
SÚMULA	42.	Não	se	conhece	de	incidente	de	uniformização	que	pretenda	o
reexame	de	matéria	de	fato.	DOU	de	03/11/2011.
SÚMULA	43.	Não	cabe	incidente	de	uniformização	que	verse	sobre	matéria
processual.	DOU	de	03/11/2011.
SÚMULA	44.	Para	efeito	de	aposentadoria	urbana	por	idade,	a	tabela
progressiva	de	carência	prevista	no	art.	142	da	Lei	nº	8.213/91	deve	ser
aplicada	em	função	do	ano	em	que	o	segurado	completa	a	idade	mínima
para	concessão	do	benefício,	ainda	que	o	período	de	carência	só	seja
preenchido	posteriormente.	DOU	14/12/2011,	DOU	30/01/2012.
SÚMULA	45.	Incide	correção	monetária	sobre	o	salário-maternidade	desde
a	época	do	parto,	independentemente	da	data	do	requerimento
administrativo.	DOU	14/12/2011,	DOU	30/01/2012.
SÚMULA	46.	O	exercício	de	atividade	urbana	intercalada	não	impede	a
concessão	de	benefício	previdenciário	de	trabalhador	rural,	condição	que
deve	ser	analisada	no	caso	concreto.	DOU	15/03/2012.
SÚMULA	47.	Uma	vez	reconhecida	a	incapacidade	parcial	para	o	trabalho,
o	juiz	deve	analisar	as	condições	pessoais	e	sociais	do	segurado	para	a
concessão	de	aposentadoria	por	invalidez.	DOU	15/03/2012.
SÚMULA	48.	A	incapacidade	não	precisa	ser	permanente	para	fins	de
concessão	do	benefício	assistencial	de	prestação	continuada.	DOU
18/04/2012.
SÚMULA	49.	Para	reconhecimento	de	condição	especial	de	trabalho	antes
de	29/4/1995,	a	exposição	a	agentes	nocivos	à	saúde	ou	à	integridade	física
não	precisa	ocorrer	de	forma	permanente.	DOU	15/03/2012.
SÚMULA	50.	É	possível	a	conversão	do	tempo	de	serviço	especial	em
comum	do	trabalho	prestado	em	qualquer	período.	DOU	15/03/2012.
SÚMULA	51.	Os	valores	recebidos	por	força	de	antecipação	dos	efeitos	de
tutela,	posteriormente	revogada	em	demanda	previdenciária,	são
irrepetíveis	em	razão	da	natureza	alimentar	e	da	boa-fé	no	seu	recebimento.
DOU	15/03/2012.
SÚMULA	52.	Para	fins	de	concessão	de	pensão	por	morte,	é	incabível	a
regularização	do	recolhimento	de	contribuições	de	segurado	contribuinte
individual	posteriormente	a	seu	óbito,	exceto	quando	as	contribuições
devam	ser	arrecadadas	por	empresa	tomadora	de	serviços.	DOU	18/04/2012.
SÚMULA	53.	Não	há	direito	a	auxílio-doença	ou	a	aposentadoria	por
invalidez	quando	a	incapacidade	para	o	trabalho	é	preexistente	ao
reingresso	do	segurado	no	Regime	Geral	de	Previdência	Social.	DOU
07/05/2012,	17/05/2012,	28/05/2012.
SÚMULA	54.	Para	a	concessão	de	aposentadoria	por	idade	de	trabalhador
rural,	o	tempo	de	exercício	de	atividade	equivalente	à	carência	deve	ser
aferido	no	período	imediatamente	anterior	ao	requerimento	administrativo
ou	à	data	do	implemento	da	idade	mínima.	DOU	07/05/2012,	17/05/2012,
28/05/2012.
SÚMULA	55.	A	conversão	do	tempo	de	atividade	especial	em	comum	deve
ocorrer	com	aplicação	do	fator	multiplicativo	em	vigor	na	data	da	concessão
da	aposentadoria.	DOU	07/05/2012,	17/05/2012,	28/05/2012.
SÚMULA	56.	O	prazo	de	trinta	anos	para	prescrição	da	pretensão	à
cobrança	de	juros	progressivos	sobre	saldo	de	conta	vinculada	ao	FGTS	tem
início	na	data	em	que	deixou	de	ser	feito	o	crédito	e	incide	sobre	cada
prestação	mensal.	DOU	07/05/2012,	17/05/2012,	28/05/2012.
SÚMULA	57.	O	auxílio-doença	e	a	aposentadoria	por	invalidez	não
precedida	de	auxílio-doença,	quando	concedidos	na	vigência	da	Lei	nº
9.876/1999,	devem	ter	o	salário	de	benefício	apurado	com	base	na	média
aritmética	simples	dos	maiores	salários	de	contribuição	correspondentes	a
80%	do	período	contributivo,	independentemente	da	data	de	filiação	do
segurado	ou	do	número	de	contribuições	mensais	no	período	contributivo.
DOU	24/05/2012,	04/06/2012.
SÚMULA	58.	Não	é	devido	o	reajuste	na	indenização	de	campo	por	força	da
alteração	trazida	pelo	Decreto	nº	5.554/2005.	DOU	24/05/2012,	04/06/2012.
SÚMULA	59.	A	ausência	de	declaração	do	objeto	postado	não	impede	a
condenação	da	ECT	a	indenizar	danos	decorrentes	do	extravio,	desde	que	o
conteúdo	da	postagem	seja	demonstrado	por	outros	meios	de	prova
admitidos	em	direito.	DOU	24/05/2012,	04/06/2012.
SÚMULA	62.	O	segurado	contribuinte	individual	pode	obter
reconhecimento	de	atividade	especial	para	fins	previdenciários,	desde	que
consiga	comprovar	exposição	a	agentes	nocivos	à	saúde	ou	à	integridade
física.	DOU	03/07/2012,	08/08/2012.
SÚMULA	63.	A	comprovação	de	união	estável	para	efeito	de	concessão	de
pensão	por	morte	prescinde	de	início	de	prova	material.	DOU	23/08/2012,
10/09/2012.
SÚMULA	65.	Os	benefícios	de	auxílio-doença,	auxílio	acidente	e
aposentadoria	por	invalidez	concedidos	no	período	de	28/3/2005	a	20/7/2005
devem	ser	calculados	nos	termos	da	Lei	nº	8.213/1991,	em	sua	redação
anterior	à	vigência	da	Medida	Provisória	nº	242/2005.	DOU	24/09/2012,
29/10/2012.
SÚMULA	66.	O	servidor	público	ex-celetista	que	trabalhava	sob	condições
especiais	antes	de	migrar	para	o	regime	estatutário	tem	direito	adquirido	à
conversão	do	tempo	de	atividade	especial	em	tempo	comum	com	o	devido
acréscimo	legal,	para	efeito	de	contagem	recíproca	no	regime	previdenciário
próprio	dos	servidores	públicos.	DOU	24/09/212,	29/10/2012.
SÚMULA	67.	O	auxílio	alimentação	recebido	em	pecúnia	por	segurado
filiado	ao	Regime	Geral	da	Previdência	Social	integra	o	salário	de
contribuição	e	sujeita-se	à	incidência	de	contribuição	previdenciária.	DOU
24/09/212,	29/10/2012.
SÚMULA	68.	O	laudo	pericial	não	contemporâneo	ao	período	trabalhado	é
apto	à	comprovação	da	atividade	especial	do	segurado.	DOU	24/09/212,
29/10/2012.
SÚMULA	69.	O	tempo	de	serviço	prestado	em	empresa	pública	ou	em
sociedade	de	economia	mista	por	servidor	público	federal	somente	pode	ser
contado	para	efeitos	de	aposentadoria	e	disponibilidade.	DOU	13/03/2013.
SÚMULA	70.	A	atividade	de	tratorista	pode	ser	equiparada	à	de	motorista
de	caminhão	para	fins	de	reconhecimento	de	atividade	especial	mediante
enquadramento	por	categoria	profissional.	DOU	13/03/2013.
SÚMULA	71.	O	mero	contato	do	pedreiro	com	o	cimento	não	caracteriza
condição	especial	de	trabalho	para	fins	previdenciários.	DOU	13/03/2013.
SÚMULA	72.	É	possível	o	recebimento	de	benefício	por	incapacidade
durante	período	em	que	houve	exercício	de	atividade	remunerada	quando
comprovado	que	o	segurado	estava	incapaz	para	as	atividades	habituais	na
época	em	que	trabalhou.	DOU	13/03/2013.
SÚMULA	73.	O	tempo	de	gozo	de	auxílio-doença	ou	de	aposentadoria	por
invalidez	não	decorrentes	de	acidente	de	trabalho	só	pode	ser	computado
como	tempo	de	contribuição	ou	para	fins	de	carência	quando	intercalado
entre	períodos	nos	quais	houve	recolhimento	de	contribuições	para	a
previdência	social.	DOU	13/03/2013.
SÚMULA	74.	O	prazo	de	prescrição	fica	suspenso	pela	formulação	de
requerimento	administrativo	e	volta	a	correr	pelo	saldo	remanescente	apósa	ciência	da	decisão	administrativa	final.	DOU	22/05/2013,	07/06/2013,
03/09/2013.
SÚMULA	75.	A	Carteira	de	Trabalho	e	Previdência	Social	(CTPS)	em
relação	à	qual	não	se	aponta	defeito	formal	que	lhe	comprometa	a
fidedignidade	goza	de	presunção	relativa	de	veracidade,	formando	prova
suficiente	de	tempo	de	serviço	para	fins	previdenciários,	ainda	que	a
anotação	de	vínculo	de	emprego	não	conste	no	Cadastro	Nacional	de
Informações	Sociais	(CNIS).	DOU	13/06/2013,	03/09/2013,	13/09/2013,
20/09/2013.
SÚMULA	76.	A	averbação	de	tempo	de	serviço	rural	não	contributivo	não
permite	majorar	o	coeficiente	de	cálculo	da	renda	mensal	inicial	de
aposentadoria	por	idade	previsto	no	art.	50	da	Lei	nº	8.213/91.	DOU
14/08/2013,	13/09/2013,	20/09/2013.
SÚMULA	77.	O	julgador	não	é	obrigado	a	analisar	as	condições	pessoais	e
sociais	quando	não	reconhecer	a	incapacidade	do	requerente	para	a	sua
atividade	habitual.	DOU	13/09/2013,	20/09/2013.
SÚMULA	78.	Comprovado	que	o	requerente	de	benefício	é	portador	do
vírus	HIV,	cabe	ao	julgador	verificar	as	condições	pessoais,	sociais,
econômicas	e	culturais,	de	forma	a	analisar	a	incapacidade	em	sentido
amplo,	em	face	da	elevada	estigmatização	social	da	doença.	DOU
26/09/2014.
SÚMULA	79.	Nas	ações	em	que	se	postula	benefício	assistencial,	é
necessária	a	comprovação	das	condições	socioeconômicas	do	autor	por
laudo	de	assistente	social,	por	auto	de	constatação	lavrado	por	oficial	de
justiça	ou,	sendo	inviabilizados	os	referidos	meios,	por	prova	testemunhal.
DOU	08/05/2015.
SÚMULA	80.	Nos	pedidos	de	benefício	de	prestação	continuada	(LOAS),
tendo	em	vista	o	advento	da	Lei	nº	12.470/11,	para	adequada	valoração	dos
fatores	ambientais,	sociais,	econômicos	e	pessoais	que	impactam	na
participação	da	pessoa	com	deficiência	na	sociedade,	é	necessária	a
realização	de	avaliação	social	por	assistente	social	ou	outras	providências
aptas	a	revelar	a	efetiva	condição	vivida	no	meio	social	pelo	requerente.
Precedente:	PEDILEF	nº	0528310-94.2009.4.05.8300,	julgamento:
15/4/2015.	Relator	Juiz	Wilson	José	Witzel.	DOU	08/05/2015.
SÚMULA	81.	Não	incide	o	prazo	decadencial	previsto	no	art.	103,	caput,	da
Lei	nº	8.213/91,	nos	casos	de	indeferimento	e	cessação	de	benefícios,	bem
como	em	relação	às	questões	não	apreciadas	pela	Administração	no	ato	da
concessão.	Precedentes:	PEDILEF	0503504-02.2012.4.05.8102,	julgamento:
18/6/2015.	PEDILEF0507719-68.2010.4.05.8400,	julgamento:	18/6/2015.
DOU	24/06/2015.
SÚMULA	82.	O	código	1.3.2	do	quadro	anexo	ao	Decreto	nº	53.831/64,	além
dos	profissionais	da	área	da	saúde,	contempla	os	trabalhadores	que	exercem
atividades	de	serviços	gerais	em	limpeza	e	higienização	de	ambientes
hospitalares.	Precedentes:	PEDILEF	nº	501475-35.1.2012.4.04.7001,
julgamento:	08/04/2013.	DOU	16/8/2013.	PEDILEF	nº	000002-
69.8.2013.4.90.0000,	julgamento:	09/04/2014.	DOU	25/4/2014.	PEDILEF	nº
5002599-28.2013.4.04.7013,	julgamento:	19/11/2015.	DOU	30/11/2015.
SÚMULA	83.	A	partir	da	entrada	em	vigor	da	Lei	nº	8.870/94,	o	décimo
terceiro	salário	não	integra	o	salário	de	contribuição	para	fins	de	cálculo	do
salário	de	benefício.	Precedente:	PEDILEF	nº	0055090-29.2013.4.03.6301,
julgamento:	16/3/2016.	DOU	21/03/2016.
TURMAS	RECURSAIS	DO	JUIZADO	ESPECIAL
FEDERAL	DE	SÃO	PAULO/SP
-	ENUNCIADOS	CÍVEIS.
ENUNCIADO	1	–	A	homologação	do	pedido	de	desistência	da	ação
independe	da	anuência	do	réu.
ENUNCIADO	2	–	Na	hipótese	de	direito	adquirido	ao	pecúlio,	o	prazo
prescricional	começa	a	fluir	do	afastamento	do	trabalho.
ENUNCIADO	3	–	Com	a	implantação	do	Plano	de	Benefício	da	Previdência
Social	(Lei	nº	8213/91),	o	benefício	previdenciário	de	prestação	continuada
não	está	mais	vinculado	ao	número	de	salários	mínimos	da	sua	concessão.
ENUNCIADO	4	–	É	devida	a	revisão	da	renda	mensal	inicial	do	benefício
previdenciário	cujo	período	básico	de	cálculo	considerou	o	salário	de
contribuição	de	fevereiro	de	1994,	que	deve	ser	corrigido	pelo	índice	de
39,67%,	relativo	ao	IRSM	daquela	competência.
ENUNCIADO	5	–	A	renda	mensal	per	capita	de	¼	(um	quarto)	do	salário
mínimo	não	constitui	critério	absoluto	de	aferição	da	miserabilidade	para
fins	de	benefício	assistencial.
ENUNCIADO	6	–	Nas	ações	envolvendo	o	benefício	assistencial	previsto	no
art.	20	da	Lei	nº	8742/73	o	INSS	detém	a	legitimidade	passiva	exclusiva.
ENUNCIADO	7	–	A	comprovação	de	tempo	de	serviço	rural	ou	urbano
depende	de	início	de	prova	material	da	prestação	de	serviço,	nos	termos	do
art.	55,	§	3º,	da	Lei	nº	8.213/91.
ENUNCIADO	8	–	A	contestação	poderá	ser	apresentada	até	a	audiência	de
instrução	e	julgamento.
ENUNCIADO	9	–	A	correção	dos	24	primeiros	salários	de	contribuição	pela
ORTN/OTN	nos	termos	da	Súmula	nº	7	do	Egrégio	Tribunal	Regional
Federal	da	3ª	Região	não	alcança	os	benefícios	de	auxílio-doença,
aposentadoria	por	invalidez,	pensão	por	morte	e	auxílio-reclusão	(Art.	21,	I,
da	Consolidação	das	Leis	da	Previdência	Social	aprovada	pelo	Decreto	nº
89.312/84).
ENUNCIADO	10	–	É	de	10	(dez)	dias	o	prazo	para	interposição	de	recurso
contra	medida	cautelar	prevista	no	art.	4º	da	Lei	nº	10.259/2001.
ENUNCIADO	11	–	A	Justiça	Federal	é	competente	para	apreciar	pedido	de
concessão	de	auxílio	acidente	decorrente	de	acidente	não	vinculado	ao
trabalho.
ENUNCIADO	12	–	Nos	benefícios	concedidos	a	partir	de	01.03.94,	na
hipótese	do	salário	de	benefício	exceder	ao	limite	previsto	no	art.	29,	§	2º,	da
Lei	nº	8.213/91,	aplica-se	o	disposto	no	art.	21,	§	3º,	da	Lei	nº	8.880/94.
ENUNCIADO	13	–	O	valor	da	causa,	quando	a	demanda	envolver	parcelas
vincendas,	corresponderá	à	soma	de	doze	parcelas	vincendas	controversas,
nos	termos	do	art.	3º,	§	2º,	da	Lei	nº	10.259/01.
ENUNCIADO	14	–	Em	caso	de	morte	de	filho	segurado,	os	pais	têm	direito
à	pensão	por	morte,	se	provada	a	dependência	econômica	mesmo	não
exclusiva.
ENUNCIADO	15	–	Para	efeitos	de	cômputo	da	renda	mensal	per	capita
com	vistas	à	concessão	do	benefício	assistencial	previsto	no	art.	20	da	Lei	nº
8.742/93,	considera-se	família	o	conjunto	de	dependentes	do	Regime	Geral
de	Previdência	Social	que	vivam	sob	o	mesmo	teto.
ENUNCIADO	16	–	Para	a	concessão	de	aposentadoria	por	idade,	desde	que
preenchidos	os	requisitos	legais,	é	irrelevante	o	fato	do	requerente,	ao
atingir	a	idade	mínima,	não	mais	ostentar	a	qualidade	de	segurado.
ENUNCIADO	17	–	Em	matéria	de	comprovação	de	tempo	de	serviço
especial,	aplica-se	a	legislação	vigente	à	época	da	prestação	de	serviço.
ENUNCIADO	18	–	São	devidos	honorários	advocatícios	por	parte	do
recorrente	vencido	em	segundo	grau	(art.	55	da	Lei	nº	9.099/1995),	quando
houver	atuação	de	advogado	constituído.
ENUNCIADO	19	–	O	juiz	deverá,	de	ofício,	reconhecer	a	prescrição
quinquenal	nas	ações	envolvendo	parcelas	vencidas	de	benefícios
previdenciários	(art.	103,	parágrafo	único	da	Lei	nº	8.213/1991),	inclusive
em	grau	recursal.
ENUNCIADO	20	–	É	possível	a	expedição	de	precatório	no	Juizado	Especial
Federal,	nos	termos	do	art.	17,	§	4º,	da	Lei	nº	10.259/2001),	quando	o	valor
da	condenação	exceder	60	(sessenta)	salários	mínimos.
ENUNCIADO	22	–	O	reconhecimento	de	tempo	de	serviço	rural	anterior	à
Lei	nº	8.213/1991,	como	segurado	empregado	ou	especial,	só	pressupõe	o
recolhimento	das	respectivas	contribuições,	quando	destinado	à	contagem
recíproca	junto	a	regime	próprio	de	previdência	social	de	servidor	público.
ENUNCIADO	23	–	A	qualidade	de	segurado,	para	fins	de	concessão	de
auxílio-doença	e	aposentadoria	por	invalidez,	deve	ser	verificada	quando	do
início	da	incapacidade.
ENUNCIADO	24	–	O	valor	da	causa,	em	ações	de	revisão	da	renda	mensal
de	benefício	previdenciário,	é	calculado	pela	diferença	entre	a	renda	devida
e	a	efetivamente	paga	multiplicada	por	12	(doze).
ENUNCIADO	25	–	A	competência	dos	Juizados	Especiais	Federais	é
determinada	unicamente	pelo	valor	da	causa	e	não	pela	complexidade	da
matéria	(art.	3º	da	Lei	nº	10.259/2001).
ENUNCIADO	26	–	As	ações	de	repetição	de	indébito	de	contribuições
previdenciárias	têm	natureza	tributária	e	não	previdenciária.
ENUNCIADO	27	–	O	incapaz	pode	ser	parte	autora	nas	ações	perante	o
Juizado	EspecialFederal.
ENUNCIADO	28	–	O	prazo	para	a	interposição	e	para	a	resposta	do
Recurso	Sumário	é	de	10	(dez)	dias.
ENUNCIADO	29	–	A	interposição	do	Recurso	Sumário	independe	de
traslado	de	peças.
ENUNCIADO	30	–	Não	cabe	a	concessão	de	prazo	especial,	em	quádruplo
ou	em	dobro,	no	âmbito	do	Juizado	Especial	Federal.
ENUNCIADO	31	–	Cabe	recurso	da	sentença	que	julga	extinto	o	processo
sem	o	julgamento	do	mérito.
ENUNCIADO	33	–	Incide	contribuição	previdenciária	sobre	o	13º	salário
nos	termos	do	§	2º	do	artigo	7º	da	Lei	nº	8620/93.
ENUNCIADO	34	–	Não	cabe	recurso	adesivo	nos	Juizados	Especiais
Federais.
ENUNCIADO	35	–	O	ajuizamento	da	ação	de	concessão	de	benefício	da
seguridade	social	reclama	prévio	requerimento	administrativo.
ENUNCIADO	36	–	O	ajuizamento	da	ação	revisional	de	benefício	da
seguridade	social	que	não	envolva	matéria	de	fato	dispensa	o	prévio
requerimento	administrativo.
ENUNCIADO	37	–	É	possível	ao	relator	negar	seguimento	ou	não	conhecer
de	recurso	manifestamente	inadmissível,	prejudicado,	improcedente	ou	em
confronto	com	a	Jurisprudência	dominante	do	Supremo	Tribunal	Federal,
Superior	Tribunal	de	Justiça,	Turma	Nacional	de	Uniformização	de
Jurisprudência	dos	Juizados	Especiais	Federais,	Turma	Regional	de
Uniformização	de	Jurisprudência	dos	Juizados	Especiais	Federais	e	de
Enunciados	destas	Turmas	Recursais.
ENUNCIADO	38	–	A	decisão	monocrática	que	negar	seguimento	ou	não
conhecer	de	recurso	no	âmbito	destas	Turmas	Recursais	substitui,	para
todos	os	efeitos,	a	decisão	colegiada.
ENUNCIADO	39	–	Aplicam-se	as	disposições	contidas	no	parágrafo	único
do	artigo	14	do	CPC	às	multas	impostas	no	âmbito	do	Juizado	Especial
Federal,	em	decorrência	do	descumprimento	de	suas	decisões.
	Cover Page
	Capa
	Folha de rosto
	Créditos
	Agradecimentos
	Dedicatória
	Apresentação
	Lista de abreviações
	Sumário
	Parte I. Apontamentos sobre o sistema dos Juizados Especiais
	1. Dos Juizados Especiais de Pequenas Causas aos Juizados Especiais Cíveis: um pouco de história
	2. A Lei nº 9.099/1995 e os Juizados Especiais Cíveis
	3. A Lei nº 12.153/2009 e os Juizados Especiais da Fazenda Pública
	3.1. O sistema dos Juizados Especiais estaduais
	4. A Lei nº 10.259/2001 e os Juizados Especiais Federais
	Parte II. Comentários à Lei 9.099/1995 – Juizados Especiais Cíveis
	Parte III. Comentários à Lei nº 12.153/2009 – Juizados Especiais da Fazenda Pública
	Parte IV. Comentários à Lei nº 10.259/2001 – Juizados Especiais Cíveis Federais
	Parte V. Revisão de conteúdo: Questões de concursos referentes aos Juizados Especiais
	Parte VI. Referências bibliográficas
	Apèndice
	Fórum Nacional dos Juizados Especiais - FONAJE
	- Enunciados Cíveis
	- Fonaje - Enunciados da Fazenda Pública
	Fórum Nacional dos Juizados Especiais Federais – FONAJEF
	- Enunciados Cíveis
	Súmulas do Conselho da Justiça Federal
	- Turma de uniformização das decisões das turmas recursais dos Juizados Especiais Federais
	- Turmas recursais do Juizado Especial Federal de São Paulo/SPque,	uma	ação	de	despejo	por	falta	de
pagamento,	mesmo	que	o	valor	não	exceda	a	40	salários	mínimos,	não	poderá
ser	processada	e	julgada	pelo	JEC,	por	não	ter	competência	para	tanto.
4.	Ações	possessórias	sobre	bens	imóveis	cujo	valor	não	exceda	a	40	salários
mínimos	(inciso	IV):
Estabelece-se,	aqui,	um	duplo	critério:	em	razão	da	natureza	da	ação	e
econômico.
As	ações	possessórias	são	a	manutenção	e	reintegração	de	posse	e	o	interdito
proibitório	(previstas	no	CPC/2015,	arts.	560	a	568).
Todas	essas	ações	são	admitidas	no	JEC,	desde	que	se	refiram	a	bens	imóveis,
cujo	valor	não	exceda	a	40	salários	mínimos.
Competência	para	a	execução.
Entende-se	por	execução	o	processo	ou	procedimento	próprio	para	a	realização
de	título	executivo	judicial	ou	extrajudicial,	conforme	o	caso.
O	JEC	tem	competência,	também,	para	a	execução,	seja	de	seus	próprios
julgados	(procedimento	incidental	ao	processo	de	conhecimento),	seja	para
títulos	executivos	extrajudiciais	(processo	autônomo),	como	veremos	a	seguir.
1.	Seus	próprios	julgados	(inciso	I).
As	sentenças	proferidas	pelo	JEC,	inclusive	as	de	conciliação,	são	títulos
executivos	judiciais	e,	se	não	cumpridas	espontaneamente,	sujeitam-se	à
execução	forçada,	na	forma	do	disposto	no	art.	52.
No	processo	comum,	esse	tipo	de	execução	recebe	o	nome	de	cumprimento	de
sentença.
A	execução	da	sentença	far-se-á	perante	o	próprio	juízo	que	a	proferiu.
2.	Títulos	executivos	extrajudiciais	(inciso	II).
Também	se	confere	ao	JEC	a	competência	para	execução	de	títulos	executivos
extrajudiciais,	desde	que	seja	no	valor	de	até	40	salários	mínimos,	seguindo-se	o
disposto	no	art.	53.
Essa	forma	de	execução	constitui	um	processo	autônomo.
Exclusão	da	competência	funcional	do	JEC.
Esse	§	2º	relaciona	as	causas	que,	independentemente	de	valor,	não	estão	sujeitas
à	competência	do	JEC,	ou	seja,	estão	excluídas	da	sua	competência	funcional.
Como	já	vimos,	ao	analisar	o	caput	do	art.	3º,	a	competência	do	JEC	é	exclusiva
ao	inverso,	ou	seja,	ela	é	absoluta	naquilo	que	ela	exclui.
Desta	forma,	não	serão	admitidas	ao	procedimento	do	JEC,	por	exclusão
expressa,	as	seguintes	causas:
1.	Alimentar:
As	ações	de	alimentos	são	ações	de	procedimento	especial	que	contam	com	lei
própria	(Lei	nº	5.478/1968),	competindo	o	seu	conhecimento	e	julgamento	às
vara	de	família	(onde	houver).
2.	Falimentar:
As	ações	de	natureza	falimentar	(incluindo	a	recuperação	judicial)	estão
previstas	em	lei	própria	(Lei	nº	11.101/2005)	e,	por	si	só,	são	demasiadamente
complexas	para	serem	processadas	no	JEC.
Todavia,	ações	de	competência	do	JEC,	movidas	contra	empresas	que	se
encontrem	em	liquidação	extrajudicial	ou	em	recuperação	judicial	poderão	ser
processadas	no	JEC,	até	que	alcancem	decisão	de	mérito	transitada	em	julgada,
constituindo	o	título	executivo	judicial,	para	posterior	habilitação	de	crédito.
FONAJE,	enunciado	51.
Os	processos	de	conhecimento	contra	empresas	sob	liquidação	extrajudicial,
concordata	ou	recuperação	judicial	devem	prosseguir	até	a	sentença	de
mérito,	para	constituição	do	título	executivo	judicial,	possibilitando	a	parte
habilitar	o	seu	crédito,	no	momento	oportuno,	pela	via	própria.
3.	Fiscal	e	fazenda	pública:
As	execuções	fiscais	são	processadas	perante	as	varas	de	execução	fiscal	(onde
houver)	ou	varas	de	serviços	anexos	das	Fazendas,	que	detêm	competência
absoluta	para	tanto.
Para	as	ações	contra	a	Fazenda	Pública,	existe	o	Juizado	Especial	da	Fazenda
Pública	(Lei	nº	12.153/2009).
4.	Ações	de	procedimento	especial:
As	ações	de	procedimento	especial,	previstas	no	CPC/2015,	arts.	539	a	770,	não
são	admitidas	para	processamento	no	JEC,	conforme	enunciado	8	do	FONAJE.
FONAJE,	enunciado	8.
As	ações	cíveis	sujeitas	aos	procedimentos	especiais	não	são	admissíveis	nos
Juizados	Especiais.
Desta	forma,	independentemente	do	valor,	não	serão	admitidas	ação
consignatória,	ação	de	exigir	contas,	ação	de	divisão	e	demarcação	de	terras,
inventário	e	arrolamento,	ação	monitória,	entre	outras.
Serão	admitidas,	todavia,	as	ações	possessórias,	na	forma	do	art.	3º,	IV.
O	procedimento	do	JEC	é	sempre	opcional.
Como	já	salientamos,	a	competência	do	JEC	é	sui	generis,	porque	ela	é	absoluta
apenas	no	que	exclui.	Naquilo	que	é	admitido,	ela	é	opcional	e	concorrente.
Desta	forma,	ninguém	pode	ser	obrigado	a	propor	sua	ação	no	JEC:	a	escolha	é
do	autor	da	ação,	que	poderá	propô-la	perante	a	Justiça	Comum,	se	assim	o
desejar.
Nesse	particular,	a	redação	desse	§	3º	não	deixa	margem	a	dúvidas:	“a	opção
pelo	procedimento	previsto	nesta	lei…”.	Como	é	certo	que	a	lei	não	emprega
expressões	inúteis,	e	o	§	3º	em	comento	está	ligado	à	questão	da	competência,
não	há	nenhuma	dificuldade	em	estabelecer	tal	afirmação.
Para	espancar	de	vez	qualquer	controvérsia	que	ainda	se	pudesse	estabelecer
sobre	essa	questão,	foi	editado	o	enunciado	1	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	1.
O	exercício	do	direito	de	ação	no	Juizado	Especial	Cível	é	facultativo	para	o
autor.
Opção	pelo	procedimento	e	renúncia	do	crédito
excedente.
Esse	§	3º	estabelece	que	ao	exercer	a	opção	pelo	procedimento	do	JEC	–	em
detrimento	da	opção	pela	Justiça	Comum	–	o	autor	da	ação	renuncia	a	eventual
valor	excedente	do	limite	de	40	salários	mínimos.	Essa	renúncia	é	tácita.
É	preciso	analisar	esse	dispositivo	com	muita	calma,	para	não	tirar	conclusões
precipitadas	e	equivocadas.
Como	afirmamos	alhures,	a	lei	estabelece	dois	critérios	para	a	competência	do
JEC,	sendo	que	apenas	um	deles	é	econômico	(art.	3º,	I).	Destarte,	o	dispositivo
do	§	3º	em	comento	só	há	de	ser	aplicado	nos	casos	fundamentados	no	inciso	I
do	art.	3º,	ou	seja,	que	estabelece	a	competência	em	razão	do	valor,	limitando-o	a
40	salários	mínimos.
Nesses	casos,	para	o	que	passar	de	40	salários	mínimos,	haverá	a	renúncia	do
crédito	excedente.
Todavia,	para	as	hipóteses	divisadas	no	inciso	II	do	art.	3º,	em	que	a
competência	é	determinada	não	pelo	valor,	mas	pela	natureza	da	causa,	não	se
aplicará	o	comando	deste	§	3º.	É	que,	em	tais	situações,	não	há	limitação	de
valor	de	alçada,	de	sorte	que	nunca	haverá	“crédito	excedente”,	não	tendo,	pois,
o	que	renunciar.
Deste	modo,	por	exemplo,	um	condomínio	poderá	ajuizar	ação	de	cobrança
contra	o	condômino	inadimplente	de	uma	dívida	de	valor	superior	a	40	salários
mínimos	perante	o	JEC,	sem	que	haja	renúncia	do	“valor	excedente”.
Conciliação	como	exceção.
Em	casos	de	conciliação,	que	é	a	essência	da	Lei	nº	9.099/1995,	não	haverá
limite	de	alçada.	Por	isso	mesmo	que	é	perfeitamente	cabível	que	haja
conciliação	em	valor	superior	a	40	salários	mínimos.	Nesse	sentido,	não	haverá
renúncia	de	“crédito	excedente”.
A	conciliação	se	apresenta,	assim,	como	uma	exceção	ao	disposto	nesse	§	3º	em
comento.
Competência	em	razão	do	lugar.
Definida	a	competência	funcional	do	juizado	especial	cível	para	uma
determinada	ação,	resta	então	saber	em	qual	juizado	a	ação	deve	ser	proposta,
vale	dizer,	qual	o	foro	competente.	Diz-se,	pois,	da	competência	em	razão	do
lugar.
Esse	tipo	de	competência	é	fixado	segundo	as	regras	estabelecidas	na	lei
processual	e	é	sempre	relativa,	admitindo-se	a	prorrogação	de	competência,	caso
não	seja	alegada	pelo	réu	no	momento	oportuno.
Por	isso	mesmo,	o	juiz	não	pode,	de	ofício,	conhecer	da	incompetência	relativa,
cuja	alegação	deve	ser	feita	pelo	réu	na	sua	contestação	(vide	comentários	ao	art.
30).
Critérios	para	fixação	da	competência	“ratione	loci”.
O	art.	4º	em	comento	estabelece	os	critérios	para	fixação	da	competência.	São
eles:
1.	Foro	do	domicílio	do	réu:
É	a	regra	geral.	A	ação	processada	perante	o	JEC	sempre	poderá	ser	ajuizada	no
foro	do	domicílio	do	réu	(ver	parágrafo	único	abaixo).	Inclui-se,	aí,	o	foro	do
local	onde	o	réu	exerça	suas	atividades	econômicas	ou	mantenha
estabelecimento,	agência,	filial,	sucursal	ou	escritório	(todos	equivalentes	ao
“domicílio	do	réu”).
2.	Foro	do	lugar	onde	a	obrigação	deva	ser	satisfeita:
Como	alternativa,	a	critério	do	autor,	a	ação	poderá	ser	proposta	no	foro	do	local
onde	a	obrigação	deva	ser	cumprida.	Esse	local	normalmente	constado	contrato
ou	da	declaração	de	vontade	quando	a	obrigação	foi	assumida.	Essa	regra	vale
para	as	ações	de	obrigação	de	dar,	de	fazer	e	de	não	fazer.
3.	Foro	do	domicílio	do	autor,	ou	do	local	do	fato,	se	a	ação	for	de	reparação	de
danos	de	qualquer	natureza:
Essa	regra,	também	alternativa	e	a	critério	do	autor,	vale	para	qualquer	tipo	de
ação	indenizatória.
Conflito	de	competência.
Ocorre	conflito	de	competência	quando	dois	ou	mais	juízes	se	declaram
competentes	ou	incompetentes.	Será	conflito	positivo	quando	se	consideram
competentes	para	julgar	uma	ação,	e	será	negativo	quando	se	consideram
incompetentes.
No	caso	dos	JEC,	havendo	conflitos	de	competência,	a	decisão	compete	à	Turma
Recursal.	Se	o	conflito	de	dá	entre	juizados	subordinados	à	mesma	Turma
Recursal,	a	ela	cabe	decidir	o	conflito.	Se	subordinados	a	Turmas	diferentes,	o
julgamento	do	incidente	caberá	à	Turma	Recursal	para	a	qual	foi	distribuído
originalmente.
FONAJE,	enunciado	91.
O	conflito	de	competência	entre	juízes	de	Juizados	Especiais	vinculados	à
mesma	Turma	Recursal	será	decidido	por	esta.	Inexistindo	tal	vinculação,
será	decidido	pela	Turma	Recursal	para	a	qual	for	distribuído.
Conexão.
Ocorrerá	conexão	quando	houver	duas	ou	mais	ações	com	identidade	comum	do
pedido	ou	da	causa	de	pedir,	ou	seja,	dos	elementos	objetivos	da	demanda,	na
forma	do	disposto	no	CPC/2015,	art.	55.
A	conexão	reconhecida	implica	na	modificação	da	competência	(CPC/2015,	art.
54),	porque	as	ações	conexas	devem	ser	reunidas,	obrigatoriamente,	para	decisão
conjunta,	na	forma	do	CPC/2015,	art.	58.	Os	processos	submetidos	ao
procedimento	do	JEC	estão	sujeitos	à	conexão.
FONAJE,	enunciado	73.
As	causas	de	competência	dos	Juizados	Especiais	em	que	forem	comuns	o
objeto	ou	a	causa	de	pedir	poderão	ser	reunidas	para	efeito	de	instrução,	se
necessária,	e	julgamento.
Regra	geral	de	competência.
No	sistema	processual	do	JEC,	a	regra	geral	de	competência,	qualquer	que	seja	a
natureza	da	causa,	é	que	a	ação	pode	ser	proposta	no	foro	do	domicílio	do	réu.
As	regras	de	competência	em	razão	do	lugar	são	criadas	para	conveniência	do
jurisdicionado	(ao	contrário	das	regras	de	competência	em	razão	da	matéria,	que
o	são	para	conveniência	do	Estado).	Por	isso	se	tratam	de	regras	relativas,	que
podem	ser	alteradas	por	vontade	das	partes.
Assim	sendo,	o	critério	de	escolha	do	foro	competente,	em	razão	do	lugar,	recai
sobre	o	autor	da	ação,	vale	dizer,	nas	ações	em	que	a	regra	de	competência
favorece	o	autor	(como	nas	ações	indenizatórias,	por	exemplo)	ele	pode	optar
por	propor	a	ação	no	foro	do	domicílio	do	réu,	abrindo	mão	da	vantagem	que	a
lei	lhe	oferece.
O	juiz.
Juiz	de	direito	é	a	pessoa	que	exerce	a	jurisdição	(CPC/2015,	art.	16).	Para	ser
juiz,	a	pessoa	deve	submeter-se	a	um	concurso	público	(CF,	art.	37,	II	c.c	93,	I),
ser	aprovada	e	tomar	posse	do	cargo,	quando	será	investida	na	jurisdição,
estando	apta	para	julgar	os	processos	dentro	do	limite	da	sua	competência.
O	juiz	é	um	dos	sujeitos	do	processo,	sendo	responsável	pela	sua	condução.	Ele
deve	dirigir	o	processo	com	isenção,	imparcialidade,	dispensando	tratamento
igual	entre	as	partes	(CF,	art.	5º,	caput;	CPC/2015,	art.	7º).
Ao	aplicar	o	ordenamento	jurídico,	o	juiz	deve	atender	aos	fins	sociais	e	às
exigências	do	bem	comum,	resguardando	e	promovendo	a	dignidade	da	pessoa
humana	e	observando	a	proporcionalidade,	a	razoabilidade,	a	legalidade,	a
publicidade	e	a	eficiência	(CPC/2015,	art.	8º).
Além	disso,	o	juiz,	no	sistema	do	JEC,	tem	ampla	liberdade	para	determinar	as
provas	a	serem	produzidas,	podendo	indeferir	as	que	entender	excessivas,
impertinentes	ou	protelatórias	(art.	33,	a	cujos	comentários	remetemos	o	leitor),
bem	como	para	apreciá-las	e	valorá-las.
O	juiz	tem,	ainda,	a	prerrogativa	de	dar	valor	às	regras	de	experiência,	comuns
ou	técnicas.	Isso	significa	que	o	juiz,	ao	analisar	os	fatos,	valorar	a	prova	e	julgar
o	processo,	pode	levar	em	conta	suas	próprias	experiências	de	vida	para
encontrar	a	melhor	solução	para	a	lide.
Regras	de	julgamento.
O	juiz	do	JEC	não	pode	ser	um	mero	aplicador	de	lei,	em	seu	sentido	estrito	e/ou
literal.	Por	isso,	no	julgamento	de	uma	ação	submetida	ao	procedimento	do	JEC,
o	juiz	deverá	buscar	a	decisão	que	for	mais	justa	e	equânime.
Justa	é	a	decisão	correta,	íntegra	e	reta,	que	melhor	se	encaixa	naquele
determinado	caso	concreto.	Equânime	é	a	decisão	que	é	ponderada,	equilibrada,
prudente.
Ao	julgar	a	ação,	o	juiz	do	JEC	deve	buscar	atender	aos	fins	sociais	da	lei	e	às
exigências	do	bem	comum.	Isso	na	verdade	é	regra	de	interpretação	da	lei,	sendo
que	comando	igual	consta	do	art.	5º	da	LINDB:
LINDB,	art.	5º.
Na	aplicação	da	lei,	o	juiz	atenderá	aos	fins	sociais	a	que	ela	se	dirige	e	às
exigências	do	bem	comum.
Na	interpretação	da	lei,	o	seu	aplicador	não	deve	se	guiar	apenas	pelo	seu
sentido	literal,	ou	analisá-la	isoladamente.	Deve-se	buscar	um	sentido	mais
profundo	para	dar	a	ela,	verificando	os	fins	sociais	que	a	norteiam.	Como
afirmamos	em	outra	oportunidade	(SALES,	2017:	112),
o	juiz	não	deve	ser	um	mero	aplicador	da	letra	fria	da	lei,	mas	deve,	sim,
buscar	o	sentido	da	lei,	o	‘espírito’	dela,	que	lhe	permita	atingir	os	fins
sociais	e	as	exigências	do	bem	comum,	de	sorte	a	resguardar	a	promover	a
dignidade	da	pessoa	humana	(art.	1º,	III,	da	CF).
Além	disso,	a	lei	tem	uma	função	essencial	que	é	servir	à	sociedade,	por	isso
deve-se	buscar	sentido	em	face	do	que	dela	exige	o	bem	comum.
Não	bastasse,	ela	deve	ser	analisada	em	seu	conjunto,	dentro	do	sistema	jurídico,
e	de	acordo	com	os	princípios	que	a	informam.
Os	juízes	leigos	e	os	conciliadores.
Juízes	leigos	são	pessoas	admitidas	a	auxiliar	o	juiz	de	Direito	(togado)	na
condução	do	processo	e	no	próprio	julgamento.	É	uma	criação	própria	da	Lei	nº
9.099/1995.
Os	juízes	leigos	devem,	de	preferência,	ser	advogados,	com	mais	de	5	(cinco)
anos	de	carreira,	e	admitido	ao	serviço	público	mediante	concurso.
Conciliadores	são	auxiliares	da	justiça,	preferencialmente	bacharéis	em	Direito,
e	admitidos	por	concurso,	tendo	a	função	de	conduzir	as	sessões	de	conciliação,
sob	a	supervisão	de	um	juiz,	togado	ou	leigo.
Impedimento	ou	incompatibilidade?
Segundo	o	que	consta	desse	parágrafo	único	em	comento,	o	juiz	leigo	–	e
também	o	conciliador	–	que	for	advogado,	ficará	impedido	de	exercer	a
advocacia	perante	o	Juizado	Especial.	Não	se	trata,	efetivamente,	de
impedimento,	mas	sim	de	incompatibilidade,	na	forma	do	disposto	no	EAOAB,
art.	28,	II.
Essa	incompatibilidade,	todavia,	é	restrita	apenas	ao	próprio	Juizado	onde	o	juiz
leigo	ou	o	conciliador	exercem	sua	função.	Nesse	sentido,	o	enunciado	40	do
FONAJE:
FONAJE,	enunciado	40.
O	conciliador	ou	juiz	leigo	não	está	incompatibilizado	nem	impedido	de
exercer	a	advocacia,	exceto	perante	o	próprio	Juizado	Especial	em	que	atue
ou	se	pertencer	aos	quadros	do	Poder	Judiciário.
Assim,	não	há	nenhum	impeditivo	legal	para	que	o	juiz	leigo	ou	o	conciliador
possa	exercer	a	advocacia	perante	outros	órgãos	do	Poder	Judiciário,	e	até
mesmo	perante	outros	Juizados	Especiais.	A	única	restrição,	pois,	se	dá,	por
incompatibilidade,	com	o	próprio	Juizado	onde	ele	exerce	as	funções	em
questão.
Partes.
Ao	lado	do	juiz,	as	partes	são	os	outros	sujeitos	do	processo.	São	sujeitos
parciais,	que	têm	interesse	direto	na	solução	da	lide.
A	relação	processual	parcial	é	polarizada	entre	autor	e	réu,	que	representam,
respectivamente,	a	parte	ativa	(ou	legitimado	ativo)	e	a	parte	passiva	(ou
legitimado	passivo)	da	demanda,	ocupando,	cada	qual,	o	seu	polo	respectivo
(ativo	e	passivo),	defendendo	os	seus	próprios	interesses	processuais.
Impedidos	de	ser	parte	no	Juizado	Especial	Cível.
Por	se	tratar	de	um	procedimento	especial,	baseado	nos	princípios	da
simplicidade,	da	oralidade	e	da	celeridade,	algumas	pessoas	estão	impedidas	de
ser	parte	nos	processos	sujeitos	ao	JEC,	seja	como	autor	ou	como	réu.
Tais	pessoas	estão	relacionadas	no	art.	8º	em	comento,	em	numerus	clausus,	ou
seja,	em	rol	taxativo.	São	elas:
1.	O	incapaz:
Capacidade	é	a	aptidão	das	pessoasnaturais	de	exercerem	os	atos	da	vida	civil.
Incapaz	é	quem	não	tem	capacidade,	ou	seja,	não	está	apto	a,	sozinho,	praticar
tais	atos.
Os	incapazes	estão	relacionados	no	CC,	arts.	3º	e	4º	(com	a	redação	dada	pela	nº
Lei	13.146/2015),	que	os	classificam	em	absolutamente	incapazes	e
relativamente	incapazes:
CC,	art.	3º.
São	absolutamente	incapazes	de	exercer	pessoalmente	os	atos	da	vida	civil
os	menores	de	dezesseis	anos.
CC,	art.	4º.
São	incapazes,	relativamente	a	certos	atos,	ou	à	maneira	de	os	exercer:
I	–	os	maiores	de	dezesseis	e	menores	de	dezoito	anos;
II	–	os	ébrios	habituais	e	os	viciados	em	tóxico;
III	–	aqueles	que,	por	causa	transitória	ou	permanente,	não	puderem
exprimir	sua	vontade;
IV	–	os	pródigos.
Detém	capacidade	processual	(qualidade	para	ser	parte	no	processo)	quem	tem
capacidade	para	os	atos	da	vida	civil.	Logo,	quem	é	incapaz	não	poderá,	sozinho,
ser	parte	no	processo.
Para	que	isso	ocorra,	os	absolutamente	incapazes	devem	ser	representados,	ao
passo	que	os	relativamente	capazes	devem	ser	assistidos,	por	seus	representantes
legais.	É	por	essa	razão	que	o	incapaz	não	está	autorizado	a	ser	parte	no
procedimento	do	JEC,	em	razão	dos	princípios	que	o	informam.
Vale	ressaltar	que	não	há	diferença,	para	a	proibição	em	referência,	entre	o
absolutamente	e	o	relativamente	incapaz.
2.	O	preso:
Preso	é	quem	está	recolhido	à	unidade	prisional,	seja	em	virtude	de	uma
sentença	penal	condenatória,	seja	por	conta	de	alguma	modalidade	de	prisão
cautelar,	de	sorte	que	ele	tem	sua	liberdade	tolhida,	estando	impedido	pela
autoridade	judiciária,	legalmente,	de	exercer	o	seu	direito	de	ir	e	vir.
No	procedimento	do	JEC,	o	comparecimento	da	parte	às	audiências	é
obrigatório,	tanto	para	o	autor	(art.	51,	I),	quanto	para	o	réu	(art.	20).	É	por	essa
razão	–	óbvia	–	que	o	preso	não	está	admitido	a	ser	parte.
3.	As	pessoas	jurídicas	de	Direito	Público:
São	pessoas	jurídicas	de	Direito	Público,	conforme	dispõe	os	arts.	41	e	42	do
Código	Civil:
CC,	art.	41.
São	pessoas	jurídicas	de	direito	público	interno:
I	–	a	União;
II	–	os	Estados,	o	Distrito	Federal	e	os	Territórios;
III	–	os	Municípios;
IV	–	as	autarquias,	inclusive	as	associações	públicas;
V	–	as	demais	entidades	de	caráter	público	criadas	por	lei.
CC,	art.	42.
São	pessoas	jurídicas	de	direito	público	externo	os	Estados	estrangeiros	e
todas	as	pessoas	que	forem	regidas	pelo	direito	internacional	público.
A	lei	do	JEC	não	faz	diferença	entre	pessoas	jurídicas	de	direito	público	interno
ou	externo:	ambas	estão	impedidas	de	serem	partes	no	procedimento	do	JEC.
4.	As	empresas	públicas	da	União:
A	competência	para	julgar	ações	que	envolvem	empresas	públicas	da	União	é	da
Justiça	Federal,	daí	porque	não	se	admite	que	sejam	parte	nos	processos	do	JEC.
Para	tanto,	existe	o	Juizado	Especial	Federal.
5.	A	massa	falida:
Massa	falida	é	o	acervo	ativo	e	passivo	de	bens	e	interesses	do	falido,	sem
personalidade	jurídica	própria,	que	passa	a	ser	administrado	e	representado	pelo
Administrador	Judicial,	após	a	decretação	judicial	da	falência	do	empresário	ou
da	sociedade	empresária.
Por	força	do	princípio	do	juízo	universal,	as	ações	de	interesse	da	massa	devem
ser	julgadas	pelo	juiz	da	falência.	Como	explica	Fábio	Ulhoa	Coelho	(2008:
319),	“é	a	chamada	aptidão	atrativa	do	juízo	falimentar,	ao	qual	conferiu	a	lei	a
competência	para	conhecer	e	julgar	todas	as	medidas	judiciais	de	conteúdo
patrimonial	referentes	ao	falido	ou	à	massa	falida”.
Todavia,	tem-se	entendido	que	as	ações	contra	empresa	em	liquidação	judicial,
concordata	ou	recuperação	judicial,	em	fase	de	conhecimento,	devem	seguir	no
JEC	até	o	trânsito	em	julgado	da	sentença	de	mérito.
FONAJE,	enunciado	51.
Os	processos	de	conhecimento	contra	empresas	sob	liquidação	extrajudicial,
concordata	ou	recuperação	judicial	devem	prosseguir	até	a	sentença	de
mérito,	para	constituição	do	título	executivo	judicial,	possibilitando	a	parte
habilitar	o	seu	crédito,	no	momento	oportuno,	pela	via	própria.
6.	O	insolvente	civil:
As	ações	contra	o	insolvente	civil	também	estão	sujeitas	ao	juízo	universal	da
insolvência.
Quem	pode	demandar	perante	o	JEC.
Enquanto	o	caput	do	art.	8º	estabelece	o	rol	de	pessoas	excluídas	da	alçada	do
JEC,	esse	§	1º	é	bem	mais	restritivo,	estabelecendo	quem	está	apto	a	ser	autor	da
ação	perante	o	JEC.
E	tal	restrição	se	nota	pelo	uso	do	advérbio	“somente”,	o	que	significa	que	quem
não	se	enquadrar	no	rol	dos	incisos	I	a	IV	não	poderá	propor	ação	no	juizado.
1.	Pessoas	físicas.
Em	geral,	as	pessoas	físicas	estão	admitidas	a	propor	ação	perante	o	JEC,	desde
que	não	incluídas	no	rol	do	caput	do	art.	8º	(o	incapaz,	o	preso,	o	insolvente).
Todavia,	estão	excluídas	as	pessoas	físicas	que	sejam	cessionárias	de	direito	de
pessoa	jurídica.	Essa	proibição	se	justifica,	porque	como	a	pessoa	jurídica,	em
regra,	não	é	admitida	como	autor	no	JEC,	a	pessoa	física	a	quem	ela	ceder	o
direito	também	não	será.	Não	fosse	assim,	haveria	um	jeito	de	burlar	aquilo	que
a	lei	quis	proibir.
2.	Pessoas	jurídicas.
A	regra,	aqui,	é	oposta:	a	pessoa	jurídica	não	é	admitida	como	autor	no	JEC.	A
exceção	fica	por	conta	dos	microempreendedores	individuais,	microempresas	e
empresas	de	pequeno	porte,	em	razão	do	tratamento	diferenciado	que	lhes	é
conferido	pela	CF,	arts.	170,	IX,	e	179	e	pela	LC	123/2006.
FONAJE,	enunciado	135.
O	acesso	da	microempresa	ou	empresa	de	pequeno	porte	no	sistema	dos
juizados	especiais	depende	da	comprovação	de	sua	qualificação	tributária
atualizada	e	documento	fiscal	referente	ao	negócio	jurídico	objeto	da
demanda.
FONAJE,	enunciado	141.
A	microempresa	e	a	empresa	de	pequeno	porte,	quando	autoras,	devem	ser
representadas,	inclusive	em	audiência,	pelo	empresário	individual	ou	pelo
sócio	dirigente.
FONAJE,	enunciado	146.
A	pessoa	jurídica	que	exerça	atividade	de	factoring	e	de	gestão	de	créditos	e
ativos	financeiros,	excetuando	as	entidades	descritas	no	art.	8º,	§	1º,	inciso
IV,	da	Lei	nº	9.099/95,	não	será	admitida	a	propor	ação	perante	o	Sistema
dos	Juizados	Especiais	(art.	3º,	§	4º,	VIII,	da	Lei	Complementar	nº	123,	de
14	de	dezembro	de	2006).
3.	OSCIP’s.
OSCIP	–	organização	da	sociedade	civil	de	interesse	público	–	é	uma	pessoa
jurídica	de	direito	privado,	sob	a	forma	de	associação,	que	tem	reconhecimento
jurídico	pela	Lei	nº	9.790/1999.
4.	Sociedades	de	crédito	ao	microempreendedor.
As	sociedades	de	crédito	ao	microempreendedor	têm	como	objetivo,	conforme
definido	pelo	Inciso	I	do	Art.	1º	da	Lei	nº	10.194/2001,	alterado	pelo	art.	10	da
Lei	nº	11.110/2005,	a	concessão	de	financiamentos	a	pessoas	físicas	e
microempresas,	com	vistas	à	viabilização	de	empreendimentos	de	natureza
profissional,	comercial	ou	industrial,	de	pequeno	porte,	equiparando-se	às
instituições	financeiras	para	os	efeitos	da	legislação	em	vigor,	podendo	exercer
outras	atividades	definidas	pelo	Conselho	Monetário	Nacional.
5.	Condomínio	edilício.
O	condomínio	edilício	é	um	ente	despersonalizado	e,	embora	não	conste
expressamente	da	relação	desse	§	1º,	tem	sido	admitido	a	propor	ação	de
cobrança	de	cotas	condominiais	perante	o	JEC,	por	força	de	construção
doutrinária	e	jurisprudencial.	Nesse	sentido,	os	enunciados	09	e	111	do
FONAJE:
FONAJE,	enunciado	9.
O	condomínio	residencial	poderá	propor	ação	no	Juizado	Especial,	nas
hipóteses	do	art.	275,	inciso	II,	item	b,	do	Código	de	Processo	Civil.
FONAJE,	enunciado	111.
O	condomínio,	se	admitido	como	autor,	deve	ser	representado	em	audiência
pelo	síndico,	ressalvado	o	disposto	no	§	2°	do	art.	1.348	do	Código	Civil.
Maioridade	civil	no	Código	Civil/2002.
Com	o	advento	do	Código	Civil	de	2002,	a	maioridade	civil	passou	a	ser
atingida	quando	a	pessoa	natural	completa	18	anos	de	idade,	conforme	art.	5º,
ficando	ela	apta	e	habilitada	a	todos	os	atos	da	vida	civil.
O	parágrafo	2º	em	comento	não	tem	mais	nenhuma	utilidade	ou	aplicação
prática.	Ele	remonta	à	época	da	promulgação	da	Lei	nº	9.099,	em	1995,	quando
vigorava,	ainda,	o	Código	Civil	de	1916,	que	estabelecia	a	idade	de	21	anos	para
cessação	da	menoridade,	desorte	que	havia	sentido	em	estabelecer	que	o	maior
de	18	anos	(que	era,	então,	relativamente	incapaz)	pudesse	demandar	no	JEC
sem	assistência.
Como	hoje	a	menoridade	–	e,	logo,	a	incapacidade	–	cessa	aos	18	anos,	por
óbvio	não	há	necessidade,	mesmo,	de	assistência.
Comparecimento	obrigatório	e	pessoa	das	partes.
No	sistema	do	JEC,	o	comparecimento	pessoal	das	partes	é	obrigatório	(ver
comentários	art.	20).
Já	quanto	à	sua	representação	por	advogado,	duas	situações	se	afiguram:	1)	para
casos	cujo	valor	seja	de	até	20	salários	mínimos:	a	assistência	por	advogado	é
facultativa;	e,	2)	para	casos	cujo	valor	seja	superior	a	20	salários	mínimos:	a
assistência	por	advogado	é	obrigatória.
O	FONAJE	tem	entendimento,	consubstanciado	no	enunciado	36	–	com	o	qual
não	concordamos	–,	de	que	a	assistência	só	é	obrigatória	a	partir	da	fase	de
instrução,	de	sorte	que	o	pedido	e	a	conciliação	não	dependeriam	da	assistência
do	advogado.
FONAJE,	enunciado	36.
A	assistência	obrigatória	prevista	no	art.	9º	da	Lei	nº	9.099/1995	tem	lugar	a
partir	da	fase	instrutória,	não	se	aplicando	para	a	formulação	do	pedido	e	a
sessão	de	conciliação.
Da	nossa	parte,	entendemos	que	essa	é	uma	interpretação	tanto	quanto	extensiva
do	texto	legal,	indo	além	do	que	nele	está	dito,	fazendo	uma	distinção	que	a
própria	lei	não	fez	e,	segundo	a	nossa	ótica,	se	a	causa	a	ser	proposta	é	de	valor
superior	a	40	salários	mínimos,	a	presença	do	advogado	já	deve	ser	exigida
desde	o	início,	para	a	sua	propositura.
Por	outro	lado,	o	advogado	será	indispensável	para	a	fase	recursal,	qualquer	que
seja	o	valor	da	ação	(art.	41,	§	2º).
Nas	causas	cujo	valor	seja	de	até	20	salários	mínimos,	em	que	a	participação	do
advogado	é	facultativa,	se	uma	das	partes	estiver	assistida	por	advogado	e	a
outra	não,	esta	terá,	se	quiser,	a	assistência	de	um	profissional	habilitado,
nomeado,	na	hora,	pelo	juiz,	dentre	os	indicados	pelo	órgão	instituído	junto	ao
Juizado,	na	forma	da	lei	local.
Esse	serviço	de	assistência	judiciária	é	de	competência	da	Defensoria	Pública,
que	pode	delegá-lo,	mediante	convênio,	para	a	Ordem	dos	Advogados	do	Brasil.
O	objetivo	do	dispositivo	desse	§	1º	é	garantir	a	paridade	e	a	igualdade	de
condições	entre	os	litigantes.
FONAJE,	enunciado	48.
O	disposto	no	§	1º	do	art.	9º	da	lei	nº	9.099/1995	é	aplicável	às
microempresas	e	às	empresas	de	pequeno	porte.
Embora	a	obrigatoriedade	de	representação	por	advogado	esteja	ligada	apenas	ao
conteúdo	econômico	da	demanda,	muitas	vezes	a	causa	se	apresenta	com
elevado	grau	de	complexidade,	mesmo	que	tenha	valor	inferior	a	20	salários
mínimos.
Nestes	casos,	o	juiz	deverá	sempre	alertar	as	partes	da	importância	e	da
conveniência	da	presença	de	um	advogado	que	patrocine	a	causa.
Mandato	é	o	contrato	que	se	estabelece	entre	o	cliente	e	o	advogado,	conforme
previsto	no	CC,	art.	653,	primeira	parte.
O	instrumento	do	mandato	é	a	procuração,	vale	dizer,	é	o	documento	em	que	o
cliente	outorga	poderes	para	que	o	advogado	o	represente	em	juízo	ou	fora	dele.
Em	razão	disso,	é	o	comando	do	EAOAB,	art.	5º,	de	que	o	advogado	postula,	em
juízo	ou	fora	dele,	fazendo	prova	do	mandato	(cf.	SALES	e	MENDES,	2014:
34).
Para	a	atuação	no	JEC,	todavia,	o	advogado	não	precisa	de	procuração	(que	é
forma	escrita	do	mandato	que	lhe	foi	outorgado).	O	mandato	poderá	ser
outorgado	verbalmente,	na	própria	audiência,	devendo	ficar	constando	do	termo
da	sessão.
O	mandato	verbal,	chamado	apud	acta,	habilita	o	advogado	para	todos	os	atos	do
processo,	inclusive	em	grau	de	recurso.
FONAJE,	enunciado	77.
O	advogado	cujo	nome	constar	do	termo	de	audiência	estará	habilitado
para	todos	os	atos	do	processo,	inclusive	para	o	recurso.
Preposto.
Conforme	explica	MARTINS	(2005:	250),	“preposto	vem	do	latim	praepostus,
de	praeponere,	que	tem	o	significado	de	posto	adiante,	à	testa	da	operação,	para
conduzi-la	ou	dirigi-la”.	Nos	dicionários	de	língua	portuguesa,	encontramos	o
vocábulo	preposto,	substantivo	masculino,	no	sentido	de	pessoa	que	dirige	um
negócio,	uma	empresa,	por	indicação	do	proprietário.
No	procedimento	do	JEC,	o	preposto	é	quem,	por	nomeação,	delegação	ou
incumbência	recebida	de	outro,	irá	representar	o	empregador	junto	ao	Poder
Judiciário.	Não	há	necessidade	de	que	o	preposto	mantenha	vínculo	de	emprego
com	o	preponente.
O	preposto	deve	ter	autorização	escrita	para	poder	representar	o	empregador,
conforme	determina	o	CC,	art.	1.169.	Não	se	admite	autorização	oral.	O
preposto,	para	representar	a	parte	na	audiência,	deve	apresentar	uma	carta	de
preposição	(ou	documento	equivalente).	Não	se	pode	admitir	como	preposto
quem	não	apresenta	tal	documento.
A	carta	de	preposição,	ou	documento	equivalente,	deve	ser	apresentada	ao	juiz
no	início	da	audiência.	Todavia,	tem-se	admitido	a	juntada	posterior	do
documento,	devendo	o	juiz	assinalar	prazo	para	tanto.	Nesse	sentido,	o
enunciado	99	do	FONAJE.
FONAJE,	enunciado	99.
O	preposto	que	comparece	sem	carta	de	preposição,	obriga-se	a	apresentá-
la	no	prazo	que	for	assinado,	para	validade	de	eventual	acordo,	sob	as	penas
dos	artigos	20	e	51,	I,	da	Lei	nº	9.099/1995,	conforme	o	caso.
Intervenção	de	terceiros.
Intervenção	de	terceiros	é	uma	forma	incidental	de	ampliação	subjetiva	da	lide,
vale	dizer,	é	o	meio	pelo	qual	um	terceiro	passa	a	integrar	a	lide,	alterando	a
relação	processual	original.
Como	ensina	Cândido	Rangel	Dinamarco	(2003.b:	368),	“intervenção	de
terceiros	é	o	ingresso	de	um	sujeito	em	processo	pendente	entre	outros,	como
parte”.	Para	Fredie	Didier	Jr.	(2007.a:	299),
a	intervenção	de	terceiros	é	fato	jurídico	processual	que	implica
modificação	de	relação	jurídica	processual	já	existente.	Trata-se	de	ato
jurídico	processual	pelo	qual	um	terceiro,	autorizado	por	lei,	ingressa	em
processo	pendente,	transformando-se	em	parte.
Terceiro	é	qualquer	pessoa	que,	originalmente,	não	faça	parte	do	processo,	e	o
fundamento	da	sua	intervenção	é	a	existência	de	certa	proximidade	entre	ele	e	o
objeto	da	ação,	prevendo-se	que	o	julgamento	da	lide	projetará	algum	efeito
indireto	sobre	sua	esfera	de	direito	(cf.	DINAMARCO,	2003.b:	369).
As	formas	de	intervenção	de	terceiros,	previstas	no	CPC/2015,	são:	1)
assistência;	2)	denunciação	da	lide;	3)	chamamento	ao	processo;	4)	incidente	de
desconsideração	da	personalidade	jurídica;	e,	4)	amicus	curiae.
Vedação	da	intervenção	de	terceiros	no	procedimento	do
JEC.
A	Lei	nº	9.099/1995,	ao	instituir	o	procedimento	dos	Juizados	Especiais	Cíveis
(JEC),	estabeleceu,	como	seus	princípios	norteadores,	a	oralidade,	simplicidade,
informalidade,	economia	processual	e	celeridade	(art.	3º).	Em	atenção	a	esses
princípios,	especialmente	a	celeridade,	proíbe-se	qualquer	forma	de	intervenção
de	terceiros,	como	se	vê	desse	art.	10	em	comento.
O	ingresso	de	terceiros	nos	autos,	por	meio	de	intervenção,	cria	um	complicador
para	o	processo,	ao	estabelecer,	dentro	dele,	outra	relação	jurídica	e,	com	isso,
atrasa-se	a	prestação	jurisdicional.	Daí	o	porquê	da	proibição.
Fredie	Didier	Jr.	(2007.a:	301)	ressalta	que	“no	procedimento	dos	Juizados
Especiais	Cíveis,	de	acordo	com	o	art.	10,	LF	nº	9.099/95,	não	se	admite
intervenção	de	terceiro	no	juizado	especial	cível”,	em	razão	de	que,	se	admitida,
comprometeria	a	celeridade	do	rito.	Da	mesma	forma,	Cândido	Rangel
Dinamarco	(2003.c:	786),	ao	esclarecer	que	“integra	o	modelo	diferenciado	do
processo	dos	juizados	cíveis	a	exclusão	de	qualquer	modalidade	de	intervenção
de	terceiro,	quer	voluntária,	quer	provocada”.
Assim,	por	expressa	e	clara	disposição	legal	–	e	que	não	dá	margem	a	nenhum
tipo	de	interpretação	divergente	–	não	cabe	nenhum	tipo	de	intervenção	de
terceiros	no	procedimento	do	JEC.
Litisconsórcio.
Litisconsórcio	é	a	reunião	de	duas	ou	mais	pessoas	no	polo	ativo	ou	no	polo
passivo	da	ação.	Ele	pode	ser:
1.	Ativo,	passivo	ou	misto:
Ativo	é	o	litisconsórcio	de	autores;	passivo	é	o	de	réus;	e	misto	é	o	que	ocorre
nos	dois	polos.
2.	Inicial	ou	ulterior:
Inicial	é	o	que	se	forma	com	a	formação	do	processo;	ulterior	é	o	que	se	forma
posteriormente.
3.	Unitário	ou	simples:Unitário	é	aquele	em	que	o	provimento	jurisdicional	tem	que	decidir	de	modo
uniforme	a	situação	jurídica	dos	litisconsortes,	não	se	admitindo,	para	eles,
julgamento	diferente;	simples	é	aquele	em	que	a	decisão	não	precisa	ser	igual
para	os	litisconsortes.
4.	Necessário	e	facultativo:
Necessário	é	o	litisconsórcio	que	ocorre	quando	a	presença	conjunta	de	todos	os
litisconsortes	é	indispensável;	facultativo	é	aquele	cuja	formação	fica	a	critério
exclusivo	do	autor.
O	litisconsórcio,	em	qualquer	das	suas	modalidades,	é	admitido	no	JEC	por
expressa	determinação	legal,	como	visto	na	parte	final	do	art.	10	em	comento.
Participação	do	Ministério	Público.
O	Ministério	Público	é	uma	instituição	essencial	à	justiça,	com	atribuições
específicas	definidas	na	CF,	art.	127:
CF,	art.	127.
O	Ministério	Público	é	instituição	permanente,	essencial	à	função
jurisdicional	do	Estado,	incumbindo-lhe	a	defesa	da	ordem	jurídica,	do
regime	democrático	e	dos	interesses	sociais	e	individuais	indisponíveis.
As	atribuições	do	MP	não	contemplam	os	direitos	individuais	disponíveis	(cuja
defesa,	no	caso	dos	necessitados,	fica	a	cargo	da	defensoria	pública).	Como
fiscal	da	ordem	pública	(custos	legis),	o	MP	atua	intervindo	em	processos,
conforme	previsto	em	lei	ou	na	Constituição.
Além	disso,	conforme	disposto	no	CPC/2015,	art.	178,	o	MP	intervirá	nos
processos	em	que	envolvam	1)	interesse	público	ou	social,	revelado	pela
natureza	da	causa;	2)	interesse	de	incapaz,	sempre	que	este	for	autor	ou	réu;	e	3)
litígios	coletivos	pela	posse	da	terra	rural	ou	urbana,	em	razão,	exatamente,	da
sua	natureza	coletiva	ou	difusa.
Vislumbra-se,	daí,	a	quase	nenhuma	participação	do	MP	nas	ações	do	JEC.	Uma
vez	que	incapazes	não	são	admitidos	como	partes	nos	processos	de	competência
do	JEC	(art.	8º)	e	que	conflitos	coletivos	pela	posse	de	terra	urbana	ou	rural
dificilmente	terão	valor	até	40	salários	mínimos	(art.	3º,	IV),	só	sobraria	o
interesse	público	ou	social	para	justificar	atuação	do	MP.
Nos	casos	em	que	o	MP	tenha	de	intervir,	como	custos	legis,	ele	deverá	ser
intimado	para	se	manifestar	no	prazo	de	30	dias	(CPC/2015,	art.	178).	Além
disso,	ele	terá	o	direito	de	ter	vistas	dos	autos	sempre	depois	das	partes,	a	ser
intimado	de	todos	os	atos	processuais	e	a	produzir	provas,	formular
requerimentos	ao	juiz	e	recorrer	da	decisão	(CPC/2015,	art.	179).
Princípio	da	publicidade.
O	princípio	da	publicidade	está	previsto	na	CF/88,	no	art.	93,	IX:
CF,	art.	93.	[…]
IX	-	todos	os	julgamentos	dos	órgãos	do	Poder	Judiciário	serão	públicos,	e
fundamentadas	todas	as	decisões,	sob	pena	de	nulidade,	podendo	a	lei
limitar	a	presença,	em	determinados	atos,	às	próprias	partes	e	a	seus
advogados,	ou	somente	a	estes,	em	casos	nos	quais	a	preservação	do	direito
à	intimidade	do	interessado	no	sigilo	não	prejudique	o	interesse	público	à
informação;
No	procedimento	do	JEC,	como	não	poderia	deixar	de	ser	por	conta	da	previsão
constitucional,	todos	os	atos	processuais	são	públicos,	na	forma	do	art.	12	em
comento.
De	maneira	geral,	não	há	motivos	para	que	o	processo	corra	em	segredo	de
justiça	–	que	é	a	exceção	ao	princípio	da	publicidade	–	eis	que	não	se	processam
ações	de	família	ou	de	Estado,	nem	de	alimentos,	ou	qualquer	outra	que	o
justifique.
É	claro	que,	dependendo	da	peculiaridade	do	caso	concreto,	o	juiz	pode	decretar
o	segredo	de	justiça	no	processo,	em	razão	do	interesse	público	ou	social	de	que
ele	se	reveste,	mas	são	casos	raros	e	isolados.
Uma	particularidade	interessante	é	que	a	Lei	nº	9.099/1995	autoriza	que	os	atos
processuais	realizem-se	em	horário	noturno,	ou	seja,	após	as	20h00,	que	é	o
horário	normal	de	encerramento	do	expediente	forense	(CPC/2015,	art.	212).
Princípio	da	instrumentalidade	e	da	liberdade	das
formas.
Em	face	dos	princípios	da	simplicidade	e	da	oralidade,	os	atos	processuais	não
dependem	de	forma	predefinida.
Os	atos	processuais	podem	ser	realizados	de	qualquer	forma,	e	serão	reputados
válidos	sempre	que	alcançarem	a	finalidade.	O	que	importa,	de	verdade,	é	que	o
ato	processual	tenha	atingido	seu	objetivo,	não	importando	a	forma.
“Pas	de	nulitté	sans	grief”.
A	nulidade	do	ato	processual	só	poderá	ser	declarada	se	dela	decorreu	prejuízo
efetivo	para	a	parte.	Se	não	houve	prejuízo,	ou	se	este	não	ficar	demonstrado,
não	há	o	que	se	anular.
O	sistema	do	JEC	privilegia	ao	máximo	a	validade	dos	atos	processuais,	desde
que	os	fins	de	justiça	do	processo	e	a	finalidade	do	ato	sejam	alcançados	(caput).
Por	isso	que	a	declaração	da	nulidade	dos	atos	processuais	depende	da
demonstração	da	existência	de	prejuízo	à	parte	interessada.
Trata-se,	aqui,	de	aplicação	do	princípio	“pas	de	nullité	sans	grief”	(não	há
nulidade	sem	prejuízo).
Meios	de	comunicação	processual.
Para	a	prática	de	atos	processuais	em	outras	comarcas,	não	é	necessária	a
expedição	de	carta	precatória,	podendo	esta	ser	substituída	por	qualquer	meio	de
comunicação	que	se	mostre	idôneo,	inclusive	por	meios	digitais	e	telemáticos.
FONAJE,	enunciado	33.
É	dispensável	a	expedição	de	carta	precatória	nos	Juizados	Especiais	Cíveis,
cumprindo-se	os	atos	nas	demais	comarcas,	mediante	via	postal,	por	ofício
do	Juiz,	fax,	telefone	ou	qualquer	outro	meio	idôneo	de	comunicação.
Dos	atos	praticados	de	forma	oral,	especialmente	em	audiência,	somente	os	que
forem	considerados	essenciais	serão	reduzidos	a	termo.
Os	demais	atos,	incluindo	depoimentos	pessoais,	de	peritos	e	de	testemunhas,
podem	ser	gravados	em	fita	magnética	ou	outro	meio	idôneo	de	armazenamento
de	dados	(ver	art.	36).
Tais	registros	serão	inutilizados	após	o	trânsito	em	julgado	da	decisão.
Com	exceção	das	gravações	dos	atos	orais,	que	serão	inutilizados	após	o	trânsito
em	julgado,	as	demais	peças	do	processo,	bem	como	os	documentos	que	o
instruem,	devem	ser	conservadas,	de	acordo	com	o	que	dispuser	a	lei	estadual.
Princípio	dispositivo.
A	inércia	do	Poder	Judiciário	se	reflete,	também,	nos	procedimentos	do	JEC,	no
qual	a	atuação	estatal,	via	poder	jurisdicional,	está	condicionada	à	sua
provocação,	pelo	interessado.
Daí	se	vê	a	regra	estatuída,	prima	facie,	nesse	art.	14,	de	que	o	processo	será
instaurado	com	a	apresentação	do	pedido	à	Secretaria	do	Juizado,	o	que
pressupõe,	pois,	o	exercício	do	direito	de	ação	da	parte	autora.
Pedido	ou	petição	inicial?
Tanto	faz.
Em	razão	dos	princípios	da	oralidade,	simplicidade	e	da	informalidade	que
norteiam	o	procedimento	do	JEC,	não	se	exige,	para	instaurar	o	processo,	os
rigores	da	petição	inicial,	conforme	previsto	no	CPC/2015,	art.	319,	até	mesmo
porque	há	situações	em	que	a	parte	estará	desassistida	de	advogado	(art.	9º,
primeira	parte),	daí	porque	esse	art.	14	em	comento	faz	referência	apenas	a
pedido.
Os	requisitos	do	pedido	são	aqueles	previstos	no	§	1º,	abaixo.	Nada	impede,
todavia,	que	a	parte	apresente	uma	petição	inicial	completa,	especialmente	se
estiver	representada	por	advogado.
Não	é	demais	lembrar	que	o	autor	poderá	aditar	o	seu	pedido	até	o	início	da
audiência	de	instrução	e	julgamento.
FONAJE,	enunciado	157.
Nos	Juizados	Especiais	Cíveis,	o	autor	poderá	aditar	o	pedido	até	o	momento
da	audiência	de	instrução	e	julgamento,	ou	até	a	fase	instrutória,	resguardado
ao	réu	o	respectivo	direito	de	defesa	(nova	redação	–	XXXIX	Encontro	-
Maceió-AL).
Tutelas	provisórias.
Sobre	a	rubrica	de	tutelas	provisórias,	o	novo	CPC	albergou	as	medidas
cautelares,	as	antecipações	de	tutelas	e	liminares,	sob	a	forma	de	tutelas	de
urgência	e	de	evidência,	todas	elas	cabíveis	no	procedimento	do	JEC,	conforme
dispõe	o	enunciado	26	do	FONAJE:
FONAJE,	enunciado	26.
São	cabíveis	a	tutela	acautelatória	e	a	antecipatória	nos	Juizados	Especiais
Cíveis.
As	tutelas	provisórias	podem	ser	de	urgência	(CPC/2015,	arts.	300	a	310)	ou	de
evidência	(CPC/2015,	art.	311).	As	tutelas	de	urgência	são	antecipadas
(CPC/2015,	arts.	303	e	304)	ou	cautelares	(CPC/2015,	arts.	305	a	310),	e	podem
ser	requeridas	de	forma	antecedente	ou	incidental.
Uma	única	observação	a	ser	feita	é	que	as	tutelas	provisórias	de	urgência	em
caráter	antecedentes	não	são

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