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Técnico em 
Enfermagem
 
Módulo I
HISTÓRIA DA 
ENFERMAGEM, ÉTICA 
E LEGISLAÇÃO
Evolução Histórica
➢ O cuidar de pessoas enfermas tem sido observado como a 
essência da profissão de enfermagem. No entanto o modo como 
esse cuidado vem sendo exercido ao longo dos anos exerce 
estreita relação com a história da humanidade. 
➢ Os povos desenvolveram sua arte de tratar os doentes, baseados 
em seus conhecimentos, crenças e costumes locais. Com base 
nisto, se pode afirmar que o hospital, antes do século XVIII, era 
uma instituição de assistência aos pobres e feridos em guerras. 
Evolução Histórica
➢ Mas as transformações ocorridas ao longo do tempo, além das 
descobertas científicas, permitiram que os hospitais passassem a 
ser concebidos como um espaço para cuidar, tratar e curar os 
doentes. Tudo isto, se pode dizer, graças às mudanças resultantes 
da organização do trabalho de enfermagem.
➢ O dia 12 de maio é mundialmente comemorado como o Dia 
Internacional da Enfermeira. Era a da de nascimento de Florence 
Nightingale, a figura mais marcante da enfermagem mundial. Ela 
viveu até os 90 anos, sendo cultuada até os dias atuais, em 
Londres, como uma das grandes heroínas inglesas.
Evolução Histórica
➢ Florence, desde a infância, gostava de cuidar de animais e 
crianças doentes, e se revelava uma revolucionária, não 
aceitando o destino reservado às mulheres de sua época: casar e 
ter filhos. Assim, aos 24 anos decidiu trabalhar em um hospital. 
➢ No entanto, àquela época, os hospitais ingleses não ofereciam 
condições recomendáveis de trabalho, dado que as pessoas que 
prestavam algum tipo de cuidado ou assistência na área eram 
religiosas católicas ou anglicanas, em sua maioria composta por 
mulheres, sem preparo nem princípios morais, muitas vezes 
atuando embriagadas, sendo, por isto, mal vistas pela sociedade.
Evolução Histórica
➢ De acordo com Brasil (2003), aos 31 anos Florence conseguiu 
autorização dos pais para fazer estágios na Alemanha, numa 
instituição de diaconisas, sob orientação do Pastor Fliedner, 
onde aprendeu a cuidar de doentes pobres. 
➢ Sendo poliglota, Florence aproveitou sua estada em um hospital 
de Paris, onde conheceu, aprendeu e acompanhou por vários 
meses o trabalho assistencial e administrativo realizado pelas 
irmãs de caridade de São Vicente Paulo.
Evolução Histórica
➢ Foi com elas que Florence aprendeu sobre regras, a cuidado 
com os doentes, a fazer anotações, elaborar gráficos, listas de 
atividades desenvolvidas, etc. Durante a Guerra de Crimeia, em 
1854, Florence ofereceu seus serviços e partiu com outras 38 
voluntárias de diferentes hospitais. 
➢ Ao encontrar 4.000 feridos em imensos galpões, organizou a 
lavanderia, a cozinha e todos os serviços necessários para o 
cuidado dos feridos, conseguindo baixar a mortalidade de 40% 
para 2%.
Evolução Histórica
➢ À noite, ela percorria os alojamentos e corredores do hospital 
improvisado com uma lamparina para poder ver os pacientes, 
passando a ser conhecida como a Dama da Lâmpada – motivo 
pelo qual até hoje a enfermagem é representada pela lâmpada, 
símbolo da sentinela, de vigília constante e do cuidado contínuo 
do profissional que trabalha junto aos doentes.
➢ Após a guerra da Criméia, Florence publicou dois livros: Notas 
Sobre Hospitais, em 1858, e Notas Sobre Enfermagem, em 1859. 
Devido ao sucesso de sua missão, recebeu homenagens do povo 
e do governo, além de um prêmio em dinheiro, utilizado para a 
organização da primeira escola de enfermagem dos tempos 
modernos no Hospital São Tomas, em Londres, tendo as 
primeiras 15 alunas matriculadas no ano seguinte.
Evolução Histórica
➢ A ideia de Florence era reformar a enfermagem não apenas na 
Inglaterra, mas no mundo inteiro, a partir da seleção de 
candidatas jovens, educadas e de elevada posição social. Este 
rigor se dava pelo intuito de eliminar o baixo nível social 
daquelas que, até então, presavam assistência aos pacientes em 
hospitais. 
➢ Apesar disto, o início foi de intensa luta, visto que poucos 
entendiam a necessidade de se ter enfermeiras cultas e com 
elevados dotes morais. E o mais grave: não se acreditava que 
seriam necessários estudos e preparação especial para cuidar de 
pessoas doentes.
Evolução Histórica
➢ Acredita-se que as experiências de Florence durante sua 
passagem pela França, aquelas adquiridas com as regras das 
irmãs de caridade, de São Vicente de Paulo, além da rígida 
convivência com a disciplina militar, a influenciaram quanto à 
concepção de um modelo militarizado de organização das 
atividades de enfermagem. 
➢ Algumas das enfermeiras diplomadas em sua escola 
trabalharam na Europa, e outras forma para os EUA, Canadá, 
Nova Zelândia e Austrália, o que permitiu a divulgação do 
sistema Nightingale em todo o mundo, chegando, inclusive ao 
Brasil.
Evolução Histórica
➢ Este sistema tinha como pontos centrais:
a) As enfermeiras deveriam assumir a direção das escolas de 
enfermagem, sendo as principais responsáveis pelo ensino 
metódico da profissão; 
b) Os critérios de conduta moral, intelectual, bem como de 
aptidão, deveria ser usados na seleção das candidatas.
História da Enfermagem no Brasil
➢ “No Brasil, como em muitos outros países, durante um longo 
período, as funções de enfermagem foram relegadas ao plano 
doméstico ou religioso, sem nenhum caráter técnico ou 
científico” (BRASIL, 2003, p. 127). 
➢ Os poucos hospitais que existiam àquela época, voltavam-se 
para o atendimento das vítimas de epidemias, soldados feridos 
em guerra e indigentes. Às parteiras cabia o atendimento às 
mulheres grávidas e doentes.
História da Enfermagem no Brasil
➢ No início do século XIX, entre os graves problemas de saúde 
pública existentes no território nacional, destacavam-se a 
falta de saneamento das cidades, a precariedade das 
habitações, a necessidade de controle sanitário dos portos e 
das doenças epidêmicas, assim como alguns problemas 
sociais decorrentes da presença de doentes mentais 
perambulando pelas ruas (BRASIL, 2003, p. 127).
História da Enfermagem no Brasil
➢ Nesse sentido, entre as múltiplas propostas de intervenção 
sobre o espaço urbano com vistas ao saneamento, tem especial 
importância a criação, no Rio de Janeiro, em 1824, de um 
hospício, chamado posteriormente de Hospital Nacional de 
Alienados. A criação deste pode ser considerada um marco 
histórico que antecedeu à criação da primeira escola de 
enfermagem no país.
➢ A Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras foi crida em 
1890, por força de um decreto federal, no 791, que funcionava 
dentro do Hospital Nacional de Alienados.
História da Enfermagem no Brasil
➢ Essa escola denominou-se, posteriormente, Escola de 
Enfermagem Alfredo Pinto, que hoje pertence à Universidade 
Federal do Rio de Janeiro (Unirio). Observa-se que a escola não 
fora instalada nos moldes do sistema Nightingale, dado que sua 
divulgação não havia chegado ainda Brasil.
➢ O primeiro curso de enfermagem seguindo os moldes 
“nightingaleanos” surgiu em São Paulo, no ano de 1895, por 
iniciativa de enfermeiras inglesas que praticavam também a 
enfermagem domiciliar, que era muito importante na época, 
tendo em vista que havia muita resistência à hospitalização, 
especialmente no que diz respeito às camadas sociais elevadas.
História da Enfermagem no Brasil
➢ Por ser um grupo restrito, dirigido por pessoas ligadas à religião 
presbiteriana, essa iniciativa não teve grandes repercussões. Em 
1916, no Rio de Janeiro, durante a Primeira Guerra Mundial, a 
Cruz Vermelha Brasileira criou sua escola de enfermagem, com o 
objetivo de preparar voluntárias para o exercício da enfermagem 
em frentes de batalha (BRASIL, 2003).
➢ O início da década de 1920 foi marcado pelas epidemias que 
assolavam o País: tifo, cólera e febre amarela. Surgiu, então, o 
Departamento Nacional de Saúde Pública, organizado pelo Dr. 
Carlos Chagas.
História da Enfermagem no Brasil
➢ Com vistas a conter a epidemia de febre amarela, Carlos ChagasEutanásia
➢ A Holanda configura com o país onde a eutanásia é mais 
conhecida e estudada, com cerca de 2.300 a 4.000 casos a cada 
ano, de acordo com pesquisas, com a maioria acontecendo em 
casa do paciente. 
➢ No que diz respeito à opinião médica, muitos são os estudos 
acerca do tema, porém de difícil compreensão, em virtude das 
diferentes linguagens e metodologias utilizadas por eles. Os 
dados quanto a este tema no Brasil também são muito 
limitados. 
Eutanásia
➢ Entre os oncologistas, por exemplo, não há um consenso de que 
a eutanásia, uma vez legalizada, possa melhorar os cuidados no 
final da vida. Um estudo feito pelos membros da Sociedade 
Americana de Oncologia revelou que, em pacientes terminais, 
com dor intratável, a eutanásia e suicídio assistido tiveram o 
apoio de apenas 22,5% dos oncologistas. 
➢ Eles consideram que se o paciente recebe cuidados paliativos de 
forma adequada não suscita encerrar a sua vida.
Eutanásia
➢ Urban (2010) afirma que no Brasil são raros os pacientes que 
desejariam praticar ou realizar a eutanásia, mesmo se esta fosse 
permitida por lei. 
➢ “Os conflitos relacionados a ela são geralmente resultantes de 
interpretações errôneas sobre a situação real do paciente, 
pouca atenção aos problemas físicos, emocionais ou espirituais 
do mesmo e de seus familiares” (URBAN, 2010, p. 90).
Eutanásia
➢ Segundo o autor, os médicos que se opõem à eutanásia, embora 
não neguem o valor intrínseco que a autonomia e o alívio do 
sofrimento possuem, advogam que a cada direito se deva 
empregar um dever, e que este se Urban (2010), que nenhuma 
sociedade democrática existe sem levar em conta os critérios de 
justiça, portanto não deve ser limitada a autonomia de cada 
cidadão.
➢ No Brasil, uma vez permitida a eutanásia, os riscos seriam 
maiores que os benefícios, uma vez que o acesso à saúde não é 
igual para todos. Nem todo cidadão brasileiro consegue receber 
os melhores tratamentos, seque os cuidados paliativos. 
Eutanásia
➢ Outro agravante reside na falta de preparação dos profissionais 
de saúde. “A formação médica brasileira não contempla os 
elementos mais importantes envolvidos nas decisões sobre o 
final da vida” (URBAN, 2010, p. 90). 
➢ Outra questão ainda mais relevante é o fato de que as decisões 
sobre a eutanásia poderiam levar em conta os aspectos 
socioeconômicos, voltando-se para os pacientes que tenham o 
custo elevado para o sistema único de saúde bem como para os 
seus familiares. 
Eutanásia
➢ Há ainda a questão da dificuldade em se realizar um controle 
efetivo para que o processo pudesse ocorrer de acordo com os 
ditames legais.
➢ Sabe-se que, muitas vezes, o sofrimento do paciente suscita dos 
médicos e familiares muitas questões, que envolvem o afeto e 
compaixão pela sua dor, mas também os aportes legais e o 
direito de dispor da vida do outro. 
Eutanásia
➢ Não se tem uma preparação neste sentido. O autor sugere que o 
debate acerca deste tema, no Brasil, deva ser tratado no sentido 
de redirecionar a formação médica, humanizando-a, levando o 
profissional a entender o seu papel de cuidar, mais do que de 
curar, e a buscar aprimorar os cuidados paliativos de modo a 
alcançar todos os pacientes que dele necessitem.
Relação médico-paciente
➢ Em artigo publicado em 2007, o Doutor Cláudio Barsanti, diretor 
de defesa profissional, da Sociedade de Pediatria de São Paulo, 
afirmou que a medicina atual vem crescendo cada vez mais, ao 
ponto de estar preparada para eliminar sofrimentos e salvar 
vidas. 
➢ Os avanços da ciência e da tecnologia têm permitido às pessoas 
melhores condições de saúde mais longevidade. A cada 
quinquênio o conhecimento médico vem e ampliando, trazendo 
novas descobertas, com possibilidades de curas para muitas 
doenças até então incuráveis.
Relação médico-paciente
➢ Apesar disto, segundo Barsanti (2007), a relação médico-
paciente continua carecendo de melhor tratamento. É sabido 
que o sucesso do tratamento depende, sem dúvidas, da inter-
relação que se estabelece entre o médico e o seu paciente. 
➢ O autor afirma que é preciso que haja confiança, reciprocidade, 
compaixão, autoridade, sem que, para isso, haja submissão, de 
ambas as partes, além do saber ouvir e atenção aos detalhes. 
Relação médico-paciente
➢ O médico sabe que a sua terapêutica pode não trazer os efeitos 
desejados, mas este não pode furtar ao paciente a informação 
sobre todos os dados de sua doença, os tratamentos que serão 
utilizados, as possíveis complicações, riscos, do início ao fim, e até 
mesmo deixando claro que pode não haver evolução esperada.
➢ O autor advoga que os problemas na relação médico-paciente 
poderiam ser minimizados se os serviços de saúde não 
estivessem deteriorados, se houvesse melhores relações de 
trabalho para os profissionais da saúde, se houvesse melhoria na 
educação, desde o ensino médio, e se o nível socioeconômico 
fosse mais equânime entre os pacientes. Cabe ao médico evitar 
qualquer interferência na sua relação com o paciente.
Relação médico-paciente
➢ É importante elencar quais os direitos dos pacientes e quais 
aqueles dos médicos . Observa-se, então, o que descrevem as 
alíneas A e B e seus subitens:
a) direitos do paciente:
Abandono - após iniciado o tratamento, o médico não 
pode abandonar o paciente, a não ser que tenham ocorrido 
fatos que comprometam a relação médico-paciente e o 
desempenho profissional. Deve estar assegurada a 
continuidade na assistência prestada. Entretanto, no caso 
de atendimento ambulatorial, sem caráter de urgência, o 
médico pode se recusar a atender determinado paciente, 
não se configurando omissão de socorro.
Relação médico-paciente
Acompanhante - o paciente tem o direito de ser 
acompanhado por pessoa por ele indicada, em todos os 
atos médicos por ele sofridos.
Alta - o médico pode, ou melhor, deve se negar a conceder 
alta a paciente sob seus cuidados, quando considerar que 
isso possa acarretar risco à integridade do mesmo. Quando 
não incorrer em risco para o paciente, se este ou seus 
familiares decidirem pela alta, sem parecer favorável do 
médico, devem responsabilizar-se por escrito.
Relação médico-paciente
Anestesia - o paciente tem o direito de receber anestesia 
em todas as situações indicadas, bem como, pode recusar 
tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar 
prolongar a vida.
Atendimento digno - o paciente tem direito a um 
atendimento digno, atencioso e respeitoso, sendo 
identificado e tratado pelo nome ou sobrenome.
Autonomia - consentir ou recusar, de forma livre, 
voluntária e esclarecida, com adequada informação, 
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos a serem nele 
realizados, desde que em posse da capacidade e 
discernimento de escolha.
Relação médico-paciente
Criança - a criança, ao ser internada, terá em seu 
prontuário a relação das pessoas que poderão acompanhá-
la integralmente durante o período de internação.
Exames - é vedada a realização de exames compulsórios, 
sem autorização do paciente, como condição necessária 
para internação hospitalar, exames pré-admissionais ou 
periódicos e ainda em estabelecimentos prisionais e de 
ensino.
Gravação - o paciente tem o direito de gravar a consulta, 
caso tenha dificuldade em assimilar as informações 
necessárias para seguir determinado tratamento.
Relação médico-paciente
Identificação - o paciente deve poder identificar as pessoas 
responsáveis direta e indiretamente por sua assistência, 
por meio de crachás visíveis, legíveis e que contenham o 
nome completo, a função e o cargo do profissional, assim 
como o nome da instituição.
Informação - o paciente deve receber informações claras, 
objetivas e compreensíveis sobre todos os atos médicos e 
de todos os riscos inerentes ao tratamento e possíveis 
procedimentos invasivos.
Medicação - ter anotado no prontuário todas as 
medicações, com dosagens utilizadas.
Relação médico-paciente
Morte - o paciente tem o direito de optar pelo local de 
morte (conforme Lei Estadual válidapara os hospitais do 
Estado de São Paulo). É importante verificar a legislação 
nos demais estados da Federação.
Pesquisa - ser prévia e expressamente informado, quando 
o tratamento proposto for experimental ou fizer parte de 
pesquisa, que deve seguir rigorosamente as normas 
regulamentadoras de experimentos com seres humanos no 
país e ser aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) 
do hospital ou instituição.
Relação médico-paciente
Prontuário - ter acesso, a qualquer momento, ao seu 
prontuário médico, recebendo por escrito o diagnóstico e o 
tratamento indicado, com a identificação do nome do 
profissional e o número de registro no órgão de 
regulamentação e controle da profissão.
Receituário - receber as receitas com o nome genérico dos 
medicamentos prescritos, datilografadas ou em letra 
legível, sem a utilização de códigos ou abreviaturas, com o 
nome, assinatura do profissional e número de registro no 
órgão de controle e regulamentação da profissão.
Relação médico-paciente
Recusa - o paciente pode desejar não ser informado do seu 
estado de saúde, devendo indicar quem deva receber as 
informações em seu lugar.
Respeito - ter asseguradas a satisfação de necessidades, a 
integridade física, a privacidade, a individualidade, o 
respeito aos valores éticos e culturais, a confidencialidade 
de toda e qualquer informação pessoal, e a segurança do 
procedimento; ter um local digno e adequado para o 
atendimento; receber ou recusar assistência moral, 
psicológica, social ou religiosa.
Relação médico-paciente
Sangue - conhecer a procedência do sangue e dos 
hemoderivados e poder verificar, antes de recebê-los, os 
carimbos que atestaram origem, sorologias efetuadas e 
prazo de validade.
Segunda Opinião - direito de procurar uma segunda 
opinião ou parecer de outro médico sobre o seu estado de 
saúde.
Sigilo - ter resguardado o segredo sobre dados pessoais, 
por meio da manutenção do sigilo profissional, desde que 
não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública.
Relação médico-paciente
b) direitos do médico:
Exercer a Medicina sem ser discriminado por questões de 
religião, raça, sexo, nacionalidade, cor, opção sexual, idade, 
condição social, opinião política ou de qualquer outra 
natureza.
Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas 
as práticas reconhecidamente aceitas e respeitando as 
normas legais vigentes no país.
Relação médico-paciente
Apontar falhas nos regulamentos e normas das instituições 
em que trabalhe, quando as julgar indignas do exercício da 
profissão ou prejudiciais ao paciente, devendo dirigir-se, 
nesses casos, aos órgãos competentes e, obrigatoriamente, 
à Comissão de Ética e ao Conselho Regional de Medicina de 
sua jurisdição.
Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública 
ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas 
ou possam prejudicar o paciente.
Relação médico-paciente
Suspender suas atividades, individual ou coletivamente, 
quando a instituição pública ou privada para a qual 
trabalhe não oferecer condições mínimas para o exercício 
profissional ou não o remunerar condignamente, 
ressalvadas as situações de urgência e emergência, 
devendo comunicar imediatamente sua decisão ao 
Conselho Regional de Medicina.
Internar e assistir seus pacientes em hospitais privados 
com ou sem caráter filantrópico, ainda que não faça parte 
do seu corpo clínico, respeitadas as normas técnicas da 
instituição.
Relação médico-paciente
Requerer desagravo público ao Conselho Regional de 
Medicina, quando atingido no exercício de sua profissão.
Dedicar ao paciente, quando trabalhar com relação de 
emprego, o tempo que sua experiência e capacidade 
profissional recomendarem para o desempenho de sua 
atividade, evitando que o acúmulo de encargos ou de 
consultas prejudique o paciente.
Recusar a realização de atos médicos que, embora 
permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de sua 
consciência.
Relação médico-paciente
➢ No que diz respeito à natureza jurídica da relação médico-
paciente, Barsanti (2007) afirma que apesar de não ser 
agradável para a maioria dos médicos, a relação médico-
paciente, neste caso, assume contornos de relação de consumo, 
passando, assim, a ser tutelado pelo Código de Defesa do 
Consumidor (CDC). 
➢ Em seus artigos 2º e 3º, percebe-se que o paciente se enquadra 
no conceito de consumidor e, o médico, no de fornecedor de 
serviços. Deste modo, uma vez firmado um negócio jurídico, 
será contratual o vínculo entre o médico e o paciente.
Assédio moral
➢ Barreto (2000) afirma o assédio moral como um fenômeno 
antigo, tanto quanto o trabalho, embora a reflexão e o debate 
sobre o tema sejam recentes no Brasil. 
➢ Apenas do ano 2000 para cá o assunto tem sido recorrente em 
revistas, jornais, com discussão ampla nos movimentos sindicais, 
na sociedade como um todo e no âmbito legislativo.
➢ E o que vem a ser, de fato, assédio moral? O mesmo autor 
afirma se tratar da exposição dos trabalhadores a situações de 
humilhações e constrangimentos, de modo repetitivo e 
prolongado, durante a sua jornada de trabalho. 
Assédio moral
➢ É mais comum que ocorram em relações hierárquicas 
autoritárias e assimétricas, onde predominam condutas 
negativas, relações desumanas e aéticas, vindas de um ou mais 
chefes em direção a um ou mais subordinados.
➢ Geralmente, a vítima escolhida é isolada do grupo sem prévias 
explicações, e passa a ser hostilizada, ridicularizada, inferiorizada 
e desacreditada diante dos pares. 
➢ O assédio moral constitui uma violência psicológica, podendo 
causar danos à saúde física e mental do assediado, inclusive 
daqueles que testemunham tais atos. 
Assédio moral
➢ Ainda de acordo com Barreto (2000), a humilhação repetitiva, 
de longa duração, interfere na vida do trabalhador de modo 
direto, podendo comprometer a sua dignidade e suas relações 
afetivas e sociais, ocasionando, muitas vezes, a incapacidade 
laborativa. 
➢ Há registros de casos extremos, por exemplo, levando o 
indivíduo à morte. Trata-se de um risco invisível, segundo o 
autor, no entanto concreto, nas relações e condições de 
trabalho.
Assédio moral
➢ A violência moral no trabalho vem sendo objeto de pesquisa 
pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que, em seu 
levantamento, apontou diversos distúrbios de saúde mental 
relativos ao tema em países como Finlândia, Alemanha, Reino 
Unido, Polônia e Estados Unidos. 
➢ De acordo com a OIT, as perspectivas não são boas para as 
próximas duas décadas, visto que se prevê um ‘mal-estar na 
globalização’, com predominância para as depressões, angústias 
e demais danos psíquicos, todos relacionados às novas políticas 
de gestão organização do trabalho.
Aids
➢ A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) constituiu-se 
em um dos grandes desafios enfrentados pela Medicina. 
Espalhou-se no mundo todo com rapidez considerável, causando 
a morte de muitas pessoas, de forma leta e sofrida. De acordo 
com Rosenthal (2001), os profissionais de saúde não estavam 
preparados para enfrentá-la e foram pegos de surpresa.
➢ A Aids tornou-se um evento tão sério, epidemicamente falando, 
que saiu da esfera médica, para se tornar uma doença sob a 
responsabilidade de toda sociedade, passando também a 
envolver múltiplas disciplinas, passando por todos os campos da 
ciência. 
Aids
➢ Neste sentido, os profissionais, em todas as áreas, se viram 
também instigados a fazer profundas reflexões no campo da 
ética e dos direitos humanos, provocando debates e levando a 
classe médica a se posicionar perante a sociedade. Até os dias 
atuais, os profissionais de saúde continuam se deparando com 
questões éticas, para as quais nem sempre encontram 
respostas.
➢ Rosenthal (2001) afirma que o advento da Aids provocou o 
aumento de posturas discriminatórias contra alguns grupos 
sociais identificados como susceptíveis em maior grau à infecção 
pelo HIV.
Aids
➢ Para o autor: “Na verdade, tais posturas traduzem a intolerância 
experimentadaem face de comportamentos que se consideram 
indesejáveis. Em outras palavras, o que se deseja combater, 
assim, não é a doença, mas o comportamento” (ROSENTHAL, 
2001, p. 38).
➢ O autor preconiza, ainda, que os profissionais de saúde devem 
ter, para com o paciente infectado pelo vírus da Aids, respeito e 
consideração, de modo que se possa obter uma situação 
favorável ao encaminhamento adequado das alternativas de 
abordagem dos problemas advindos da doença. Além disso, é 
imprescindível que o médico busque desprender-se de 
quaisquer preconceitos que estejam vinculados à postura 
profissional.
Aids
➢ E, neste sentido, a questão ética se apresenta em duas 
vertentes:
[...] deve o médico ter presente a natureza da profissão e, 
principalmente, a finalidade (Código de Ética Médica, Arts. 
1º, 2º e 6º); deve o médico buscar a mais ampla 
informação possível acerca daquilo que vai cuidar, não só 
fundamentando cientificamente sua conduta, mas tendo 
em vista também que o conhecimento é o caminho para a 
eliminação do preconceito (Código de Ética Médica, Arts. 
2º e 5º).
Aids
➢ Conforme preconiza Rosenthal (2001), a Medicina está a serviço 
da saúde do ser humano e da coletividade, devendo ser exercida 
isenta de discriminação de qualquer natureza. O alvo da atenção 
do médico é o ser humano. Não se trata de um negócio, um 
comércio. 
➢ É em benefício deste ser humano que o médico deve agir, com 
zelo e a com a melhor capacidade profissional, conforme rege o 
Código de Ética Médica, em seus artigos 1º, 2º e 9º. 
Aids
➢ O autor encerra a sua reflexão afirmando (2001, p. 39):
O médico não pode recusar-se a atender o portador da 
doença sob alegação de risco profissional, ou de ser 
infectado, porque a sua função é exatamente essa. O 
mesmo ocorre com o pessoal da área médica e com o 
hospital. Deve o médico guardar absoluto respeito pela 
vida humana, atuando sempre em benefício do paciente. 
Jamais utilizar conhecimentos para gerar sofrimento físico 
ou moral, para o extermínio do ser humano, ou para 
permitir acobertar tentativa contra a dignidade e a 
integridade (Código de Ética Médica, art. 6°).
Ética Virtual
➢ A Internet está mudando o comportamento ético das empresas. 
A Internet muda a velocidade dos acontecimentos, a forma de 
remuneração dos funcionários e o ambiente de trabalho. Mas se 
deve tomar cuidado com o uso que se faz dessa ferramenta no 
ambiente de trabalho. 
➢ Utilidades com bate-papo e sites de relacionamentos não 
compreendem um comportamento profissional ético, exceto se 
for para uso da empresa. Downloads e e-mails pessoais também 
não devem ser acessados.
➢ Como afirma Robert Henry Srour: "difícil não é fazer o que é 
certo, é descobrir o que é certo fazer". 
Código de Ética Profissional 
da Enfermagem
➢ De acordo com Jorge (2008), sempre que se fala em virtudes 
profissionais, faz-se necessário mencionar a existência dos 
códigos de ética profissional. 
➢ As relações de valor entre o ideal moral e os mais variados 
campos da conduta humana reúnem-se enquanto instrumento 
regulador. 
➢ Neste sentido, dá-se o código de ética, como uma espécie de 
contrato de classe assumido pelos órgãos de fiscalização para o 
exercício de cada profissão.
Código de Ética Profissional 
da Enfermagem
➢ Ainda de acordo com a autora, o interesse no cumprimento do 
referido código deve ser de todos. Embora seja utópico admitir 
uniformidade de conduta, a disciplina, entretanto, deve ser um 
contrato de atitudes, de deveres, de estados de consciência, que 
deve formar um código de ética.
➢ Uma ordem deve existir para que se consiga eliminar conflitos e 
especialmente evitar que se macule o bom nome e o conceito 
social de uma categoria.
O Exercício da Enfermagem
➢ De acordo com Santos (2012), os profissionais Técnicos em 
Enfermagem, com exercício regulamentado por lei, integram 
uma equipe que desenvolve, sob a supervisão do Enfermeiro, 
ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação 
referenciadas nas necessidades de saúde individuais e coletivas, 
determinadas pelo processo gerador de saúde e doença.
O Exercício da Enfermagem
➢ Suas atividades profissionais são desempenhadas em 
instituições de saúde bem como em domicílios, sindicatos, 
empresas, associações, escolas, lar de idosos e outros. 
➢ Para atender às exigências educacionais demandadas pelo 
mundo do trabalho, os profissionais Técnicos em Enfermagem 
deverão receber uma formação ampla, sistêmica, constituída 
por competências gerais e específicas que lhes permitam 
acompanhar as transformações da Área (SANTOS, 2012).
Evolução Histórica da Legislação 
Básica de Enfermagem
➢ É sabido que o mais antigo sistema de normas legais escritas no 
mundo foi aquele estabelecido por Hamurabi, rei babilônico, 
que viveu entre 1782 a.C. e 1750 a.C. É conhecido como código 
de Hamurabi. 
➢ É um texto considerado atual, embora tenha sido escrito há 
mais de 2000 anos. Nele se observam o direito de propriedade, 
a família, as sucessões e até a proteção do consumidor. 
➢ No que diz respeito à enfermagem, o primeiro dispositivo legal 
ocorreu com a Lei nº 775, de 6 de agosto de 1949, que, ao 
dispor sobre o ensino da enfermagem, criou oficialmente o 
curso auxiliar de enfermagem, em dezoito meses, aberto para 
homens e mulheres. 
Evolução Histórica da Legislação 
Básica de Enfermagem
➢ De acordo com a Lei, a principal atividade desta categoria 
deveria ser a de auxiliar o enfermeiro em suas atividades de 
assistência curativa. Não previa, portanto, o trabalho do auxiliar 
de enfermagem nos serviços de saúde pública (SANTOS, 2012).
➢ Em 1959, um estudo foi feito por lideranças ligadas à Associação 
Brasileira de Enfermagem (ABEn) sobre a situação acima 
descrita. Publicaram, então, um documento intitulado 
Levantamento de Recursos e Necessidades de Enfermagem no 
Brasil. 
Evolução Histórica da Legislação 
Básica de Enfermagem
➢ Tal documento, além das enormes diferenças existentes nos 
currículos dos cursos de auxiliar de enfermagem em todo o País, 
apontou para a insuficiência nos conteúdos das disciplinas, uma 
vez que os auxiliares de enfermagem executavam atividades 
mais complexas do que as previstas no ensino, e quase sempre 
sem a devida supervisão ou orientação de um enfermeiro 
(BRASIL, 2003).
➢ Ainda em Brasil (2003), observou-se que o estudo comprovou a 
existência de elevado número de pessoas que realizavam 
atividades de enfermagem sem o título ou preparo formal em 
curso reconhecido. 
Evolução Histórica da Legislação 
Básica de Enfermagem
➢ Tal grupo era composto por atendentes de enfermagem que 
atuavam nos serviços de saúde, e, embora constituíssem mais 
da metade da força de trabalho nestes serviços, eram 
marginalizados dentro da própria enfermagem.
➢ Estes profissionais eram preparados, muitas vezes, por 
instituições hospitalares privadas ou filantrópicas, ou ainda por 
meio de cursos não reconhecidos pela Secretaria de Educação.
➢ A Lei no 4.025/61, de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDB), foi de grande importância na regulamentação dos cursos 
na área de enfermagem.
Evolução Histórica da Legislação 
Básica de Enfermagem
➢ A partir dos dados obtidos no levantamento acima citado, a 
ABEn fez diversas recomendações ao Ministério da Educação e 
Cultura, que baixou, então, a Portaria 106/65 para fixar normas 
reguladoras do curso de Auxiliar de Enfermagem. 
➢ Porém, é importante salientar que, de acordo com esta portaria, 
o currículo deveria ser desenvolvido em dois anos letivos, 
incluindo cinco disciplinas de cultura geral.
Evolução Histórica da Legislação 
Básica de Enfermagem
➢ No ano de 1967, os enfermeiros conseguiram a aprovação de 
um curso intensivo de auxiliar de enfermagem, reduzindo o 
currículo para onze meses letivos, tendo como requisito para o 
ingresso o certificado de conclusão do curso ginasial,permitindo 
aos alunos maior dedicação às matérias específicas de 
enfermagem (BRASIL, 2003).
➢ A LDB, em vigor desde 1996, mudou a estruturade cursos 
técnicos de nível médio no País, passando a considerar o curso 
de Enfermagem como uma qualificação e não mais como 
habilitação, agora restrita ao técnico de enfermagem.
Negligência, Imprudência e Imperícia: 
Cliente x Enfermagem
➢ De acordo com o Conselho Regional de Medicina do Estado de 
São Paulo (Cremesp), em seu Capítulo I, das considerações sobre 
a responsabilidade médica, a negligência evidencia-se pela falta 
de cuidado ou de precaução com que se executam certos atos, 
normalmente é algo que se deixa de fazer. 
➢ A imprudência resulta da imprevisão do agente em relação às 
consequências do ato ou ação. Age com imprudência o 
profissional que tem atitudes precipitadas, sem ter cautela. A 
imperícia, por sua vez, ocorre quando o profissional revela, em 
sua atitude, falta ou deficiência de conhecimentos técnicos da 
profissão. Ou seja, o despreparo prático. 
Negligência, Imprudência e Imperícia: 
Cliente x Enfermagem
➢ Este é um tema polêmico. Os erros dentro da área da saúde 
deveriam ser exceções. Infelizmente, não é bem assim. O 
profissional de saúde, ao exercer sua profissão, deve, em 
obediência a princípios éticos norteadores de sua atividade, 
zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e 
Enfermagem e pelo prestígio e bom conceito das respectivas 
profissões. 
➢ Nesse sentido, a falha médica (e da equipe de saúde) deve ser 
vista como exceção, acontecimento isolado ou episódico, sendo 
certo de que a responsabilidade do profissional pode gerar 
efeitos nas esferas ética, cível e criminal.
Negligência, Imprudência e Imperícia: 
Cliente x Enfermagem
➢ De acordo com o Conselho Regional de Enfermagem (Coren) e o 
Conselho Regional de Medicina (CRM), ao profissional é vedado 
praticar atos profissionais danosos ao paciente que possam ser 
caracterizados como imperícia, imprudência ou negligência. 
Essas modalidades de culpa podem ser aferidas pelos mesmos 
conselhos como falta de ética, na Justiça Cível, para fins de 
indenização, ou na Justiça Criminal para enquadrar a conduta a 
um tipo penal. Porém é de responsabilidade total dos mesmos 
evitar que tais atos aconteçam.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ A Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) é o órgão de 
representação mais antigo da enfermagem, fundado em agosto 
de 1926. Naquela época, tinha como denominação Associação 
Nacional de Enfermeiras Diplomadas Brasileiras. 
➢ Em agosto de 1954 sofreu nova alteração em seu estatuto, que a 
denominou da forma com a qual se conhece até os dias atuais. A 
ABEn foi responsável pela criação de duas outras entidades: o 
Conselho de Enfermagem e o Sindicato dos Enfermeiros.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ A ABEn congrega enfermeiros, obstetrizes e técnicos de 
enfermagem, embora seja facultativa a sua associação e tem 
como finalidade promover o desenvolvimento de pesquisa, 
intercâmbio com outras organizações nacionais e internacionais, 
divulgar estudos e trabalhos de interesse para o 
desenvolvimento técnico e científico da enfermagem. É 
composta de várias diretorias e um conselho fiscal, com 
mandato de 3 anos.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Com a proliferação de diferentes grupos e níveis educacionais, 
os enfermeiros passaram a sentir a necessidade de ter a sua 
profissão regulamentada. Neste sentido, a solução estava 
voltada para a criação de um conselho. 
➢ Assim posto, elaborou-se o primeiro anteprojeto do Conselho de 
Enfermagem, no ano de 1945. A Lei no 5.905/73 criou o 
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), bem como seus 
Conselhos Regionais de Enfermagem (Coren).
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ As entidades que disciplinam a profissão do enfermeiro são o 
Conselho Federal de Enfermagem e Conselho Regional de 
Enfermagem (Cofen e Coren, respectivamente). Enquanto 
tribunal de ética, o conselho tem por função:
a) designar as pessoas com competência técnica e científica 
para o exercício da profissão nas suas diferentes categorias;
b) impedir o exercício profissional de pessoas que não dispõem 
das condições legais para o exercício;
c) avaliar o exercício legal da profissão relacionados às 
competências; e,
d) aplicar a punição relacionada ao exercício irregular das suas 
atividades.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Os conselhos profissionais, incluído o sistema COFEN‐CORENs, 
poderão exercer a fiscalização das profissões, cobrar e executar 
as contribuições anuais devidas por pessoas físicas ou jurídicas, 
de todas as categorias de enfermagem e das instituições de 
saúde que deixarem de pagar as respectivas taxas e anuidades.
➢ De acordo com Santos (2012), para que existisse um Conselho 
na Enfermagem, não bastaram a vontade e a decisão de um 
grupo de enfermeiros. Seria necessária a promulgação de uma 
lei que dispusesse sobre a criação deste Conselho. 
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Só vinte e oito anos depois, esta lei, no 5.905, de 13/07/1973, se 
tornou realidade, criando o Conselho Federal (Cofen) e os 
Conselhos Regionais de Enfermagem (Corens). Esta lei garante a 
abrangência estadual destes conselhos, incluindo todas as 
categorias de enfermeiros regulados por lei.
➢ Santos (2012) afirma que, de 1975 a 1978, os Corens 
provisionaram atendentes de enfermagem, visitadores 
sanitários e instrumentadores cirúrgicos. A Federação dos 
Profissionais de Enfermagem, junto com massagistas, duchistas 
e empregados de hospitais e casas de saúde de São Paulo, 
solicitaram ao Ministro do Trabalho que baixasse ato 
determinando ao Cofen tornar insubsistentes as resoluções 
referentes ao provisionamento, o que lhes fora concedido.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Em cumprimento ao parágrafo único do Art. 10 da lei no 
5.905/73, o Cofen organizou, então, três quadros distintos para 
fins de inscrição, sendo, o quadro I para os enfermeiros e 
obstetrizes; o quadro II para técnicos de enfermagem; e o 
quadro III para auxiliares de enfermagem, práticos de 
enfermagem e parteiras práticas (SANTOS, 2012).
➢ De acordo com a Lei 2.604/55, o plenário do Cofen é composto 
de nove membros efetivos e nove suplentes: enfermeiros e/ou 
obstetrizes, enquanto que os Corens compõem seus plenários 
entre 5 a 21 membros, sendo três quintos formados de 
profissionais de enfermagem e dois quintos das demais 
categorias reguladas em Lei.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Os membros efetivos e suplentes dos Corens são eleitos por 
voto pessoal, secreto e obrigatório, em assembleia geral, de 
acordo com o Art. 12. Cada categoria profissional vota na chapa 
correspondente ao quadro a que pertence. O inscrito que deixar 
de votar fica sujeito ao pagamento de multa correspondente ao 
valor da anuidade. 
➢ No caso do Cofen, os membros efetivos e suplentes são eleitos 
para mandato de três anos, em escrutínio secreto de delegados 
regionais ou eleitorais, como preconiza o Art. 6º da lei no 
5.905/73 (SANTOS, 2012).
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Os Conselhos atuam como poder executivo e também com 
competência legislativa e judiciária. Competência legislativa, 
quando baixam provimentos disciplinadores da profissão, que 
têm força de lei sobre os que nele estão inscritos, ou por eles 
provisionados. 
➢ Judiciária, quando julgam em processo ético os profissionais que 
transgridem as normas do Código de Ética dos Profissionais de 
Enfermagem, constante da Resolução 15, de 1993, baixada pelo 
Cofen. Conforme afirma Santos (2012), o Conselho é a única 
entidade de classe onde a vinculação é compulsória, como 
condição para o exercício da profissão. No Conselho não há 
opção, pois a inscrição é obrigatória.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ As associações profissionais e os sindicatos são órgãos de 
finalidade econômica, de assistência, de defesa e representação 
da classe. A associação profissional constitui normalmente uma 
fase ou estágio necessário que precede a existência do 
respectivo sindicato. 
➢ O sindicalismo brasileiro adotou o sistema de unidade sindical, 
isto é, dentro deuma área geográfica, também denominada 
base territorial, e, para cada uma das categorias profissionais 
(representadas pelos empregadores) que nele se encontram, só 
pode haver um único sindicato.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Não há concorrência de outro. Por ser único, o sindicato possui 
o privilégio legal da representação exclusiva e monopolista. A 
base territorial de um sindicato pode ser distrital, municipal, 
intermunicipal, estadual ou interestadual e, excepcionalmente, 
nacional. 
➢ É competência do Ministro do Trabalho delimitar a base 
territorial no momento que outorga a carta sindical à associação 
profissional que satisfizer aos requisitos exigidos pela 
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ A entidade sindical constitui reflexo da própria organização 
política do País, que é uma federação de Estados. O Brasil 
apresenta três níveis de organização política e administrativa, a 
saber, em ordem crescente: o Município, o Estado e a União. 
➢ Da mesma forma, a organização sindical normalmente 
apresenta três níveis hierárquicos: o sindicato, de âmbito 
municipal; a federação; de âmbito estadual; e a confederação, 
de âmbito nacional.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Quanto maior base territorial de um sindicato, maior a 
dificuldade para prestar aos associados os serviços a que está 
obrigado por lei. Além disso, a situação e as condições 
econômicas e de trabalho variam de um município para outro 
dentro de um mesmo estado, dificultando a representação dos 
interesses dos associados por um sindicato estadual. 
➢ Para a existência de um sindicato, há necessidade prévia de 
criação de associação profissional; para a existência da 
federação, deve haver pelo menos cinco sindicatos; e, para a 
existência de uma confederação, há necessidade de três 
federações.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ A criação de associação profissional também depende, como no 
caso de associação cultural, de que um grupo de pessoas, com 
interesses comuns, elabore um estatuto, preencha os demais 
requisitos legais exigidos e solicite registro, dessa vez à Delegacia 
Regional do Trabalho. A sindicalização é o ato pelo qual o 
profissional, preenchendo os requisitos necessários, solicitando a 
sua admissão no sindicato de sua categoria ou classe. 
➢ Uma vez filiando-se de forma voluntária ao seu sindicato, o 
indivíduo assume também o compromisso de pagar as 
mensalidades ou anuidades exigidas pelo órgão. Se a sindicalização 
é livre, também terá que ser livre a filiação das pessoas da mesma 
categoria ou profissão à associação profissional.
Entidades Nacionais da Enfermagem
➢ Outra distinção importante é o voto nas eleições sindicais, que é 
obrigatório a todos os sindicalizados, conforme previsto na CLT 
(Art. 529). 
➢ A diretoria e o Conselho Fiscal de sindicatos são eleitos pela 
assembleia geral, enquanto que na associação profissional não 
existe a obrigatoriedade aos associados de votar, cabendo à 
entidade convocar eleições, pautando-se por seu próprio estatuto, 
dado que a CLT só dispõe sobre eleições para os sindicatos.
➢ De acordo com Santos (2012), a lei que trata do exercício 
profissional da enfermagem é de no 7.498, de 25 de junho de 
1986, regulamentada pelo Decreto 94.406, de 08 de junho de 
1987.
Atual Lei do Exercício Profissional 
da Enfermagem
➢ Ela dispõe, em seu art. 1º, que “é livre o exercício da 
enfermagem em todo o território nacional, observadas as 
disposições legais desta lei”. 
➢ Esta lei responde a duas questões muito importantes para a 
enfermagem, de acordo com o autor: 
a) em que consiste o exercício da enfermagem? 
b) quem pode exercer legalmente a profissão de 
enfermagem no País? 
➢ Este Decreto também descreve as atividades privativas do 
enfermeiro e aquelas que ele deve realizar como integrante da 
equipe de saúde.
Atual Lei do Exercício Profissional 
da Enfermagem
➢ Portanto, aquele que não possui um desses títulos não pode 
exercer a enfermagem. Ainda conforme Santos (2012), em 
virtude da carência de recursos humanos de nível médio nessa 
área, entretanto, a Lei 7.498/96, no art. 23, permitiu que o 
pessoal sem formação específica, como atendentes e agentes de 
saúde, que se encontrava executando tarefas de enfermagem, 
continuasse nessa atividade, desde que autorizado pelo 
Conselho Federal de Enfermagem.
➢ Embora essa autorização devesse expirar em junho de 1996, 
teve seu texto alterado pela Lei 8.967, de 28‐12‐1994, 
assegurando aos atendentes de enfermagem admitidos antes da 
sua vigência o exercício de atividades elementares de 
enfermagem.
Atual Lei do Exercício Profissional 
da Enfermagem
➢ Neste sentido, observa-se que não existe prazo legal que 
obrigue as pessoas amparadas pela Lei 8.967/94 a buscar uma 
formação específica. 
➢ O Ministério da Saúde, preocupado com o problema, mediante 
projeto de grande alcance social, como o Projeto de 
Profissionalização dos Trabalhadores da Área de Enfermagem 
(Profae), profissionalizou esses trabalhadores, atendentes de 
enfermagem e outros agentes de saúde, reduzindo o percentual 
de pessoas não qualificadas de 65% para 35% (SANTOS, 2012).
Atual Lei do Exercício Profissional 
da Enfermagem
A titularidade constitui, pois, condição de capacidade 
técnica para o exercício profissional em qualquer 
profissão. Daí a importância que a lei confere à 
qualificação ou ao título profissional de acordo com o 
grau de preparo e formação. Por isso, na divisão do 
trabalho de enfermagem, as atividades mais complexas 
e de maior responsabilidade foram atribuídas aos 
enfermeiros, profissionais de maior preparo acadêmico 
(SANTOS, 2012, p. 03).
Atual Lei do Exercício Profissional 
da Enfermagem
➢ Legalmente, o técnico de enfermagem exerce atividade de nível 
médio, envolvendo orientação, intervenção mediante cuidados 
prescritos pelos médicos, participação no planejamento da 
assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente 
participar da programação da assistência de enfermagem, de 
acordo com as seguintes ações:
a) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as 
privativas do enfermeiro, observado o disposto no parágrafo 
único do Art. 11º da lei no 7.498/96;
b) participar da orientação e supervisão do trabalho de 
enfermagem em grau auxiliar; e,
c) participar da equipe de saúde.
Direitos e Garantias Fundamentais 
ao Homem
➢ De acordo com Mafra (2005, p. 01), “O reconhecimento dos 
direitos fundamentais do homem é matéria recente em 
enunciados explícitos. São prerrogativas que os indivíduos têm 
em face do Estado Constitucional, onde o exercício dos poderes 
soberanos não pode ignorar um limite para atividades, além do 
qual se invade a esfera jurídica do cidadão”.
➢ Em eras passadas, os bens pertenciam a todos, conjuntamente. 
Havia uma comunhão democrática de interesses. Não havia 
poder dominante nem subordinação. O progresso, bem-vindo e 
necessário, trouxe, em contrapartida, a propriedade privada e 
com ela uma forma de subordinação, onde aquele que detém a 
propriedade impõe seu domínio.
Direitos e Garantias Fundamentais 
ao Homem
➢ Como afirma o autor, ao longo da evolução observaram-se 
várias formas de declarações de direitos, mas com elas surgiram 
também um movimento social em defesa da liberdade contra o 
arbítrio e o poder. As revoluções históricas, então, buscaram 
libertar o homem, a exemplo do pensamento iluminista da 
França, no século XVIII, e a independência americana.
➢ A primeira declaração de direitos surgiu na Virgínia, de 12 de 
junho de 1776, seguida por outros estados norte-americanos. 
Em 1789 surgiu a “Declaração dos Direitos do Homem e do 
Cidadão”, advinda da Revolução Francesa, que influenciou 
fortemente o desenvolvimento histórico do mundo
Direitos e Garantias Fundamentais 
ao Homem
➢ A primeira Constituição no Brasil data de 1824. Desde então, em 
todas as suas modificações, ela contempla a declaração dos 
direitos dos brasileiros e dos estrangeiros residentes no País.De 
acordo com Mafra (2005), não bastava a simples existência das 
declarações de direitos, mas buscou-se, sobretudo, assegurar a 
efetividade de tais direitos mediante recursos jurídicos. 
➢ O cidadão tem seus direitos garantidos pela Constituição 
Federal. Contudo, estes direitos são negados constantemente, 
fazendo que a Lei Maior perca sua autoridade, assim como os 
cidadãos perdem direitos e a esperança de melhoria da sua 
condição de vida.
Direitos Fundamentais do Cidadão
➢ De acordo com Canotilho (1999 apud LORA, 2014), as 
expressões ‘direitos do homem’ e ‘direitos fundamentais’ são 
continuamente usadas como sinônimos. Porém, ambas se 
distinguem em função de sua procedência e significado. Os 
direitos do homem são aqueles válidos para todos os povos, em 
todas as épocas. 
➢ Quanto aos direitos fundamentais são aqueles garantidos 
jurídica e institucionalmente. Ou seja, os direitos do homem são 
inerentes à natureza humana e, neste sentido, seu caráter é 
inviolável, intemporal e universal, enquanto os direitos 
fundamentais são aqueles objetivamente vigentes em uma 
ordem jurídica concreta.
Direitos Fundamentais do Cidadão
➢ São direitos derivados das aspirações sociais por igualdade e não 
pregam a distinção de cor, raça, sexo ou ideologia política. Estes 
direitos são extremamente necessários ao homem, para que 
este possa viver com dignidade, em comunhão com a sociedade.
➢ Já por garantias fundamentais, segundo Mafra (2005), podem-se 
entender os meios processuais disponíveis para fazer valer os 
direitos fundamentais dos seres humanos presentes naquele em 
cada país.
Características dos Direitos e 
Garantias Fundamentais
➢ Os direitos e garantias fundamentais possuem características 
que garantem a sua efetivação. Estas podem ser elencadas 
como:
a) imprescritibilidade: garante que os direitos e garantias 
fundamentais não se extinguem com o percurso de tempo;
b) inalienabilidade: impossibilita a transferência desses direitos, 
seja de forma gratuita ou onerosa;
c) irrenunciabilidade: impossibilita a renúncia de tais direitos, 
garantindo a preservação dos mesmos e impedindo a perca 
deles de forma arbitraria. Como exemplo temos a proibição da 
eutanásia e do aborto;
Características dos Direitos e 
Garantias Fundamentais
d) inviolabilidade: garante o respeito aos direitos e garantias 
fundamentais por parte de entidades e autoridades públicas, 
sobre pena de sanções;
e) universalidade: caracteriza a abrangência total desses 
direitos, englobando todas as pessoas sem qualquer forma de 
distinção; 
f) efetividade: prevê o empenho do poder público para a 
efetivação de tais direitos, caracterizando a não satisfação 
desses direitos com o simples objetivo abstrato;
Características dos Direitos e 
Garantias Fundamentais
g) interdependência: toca a ligação existente entre todas estas 
classes de direitos, pois todos eles contém basicamente a 
mesma finalidade que é a dignidade da pessoa humana; e,
 
h) complementaridade: possibilita a interpretação dos direitos 
e garantias fundamentais de maneira conjunta, pois todos 
possuem a mesma finalidade criada pelo legislador 
constituinte.
Direitos Fundamentais segundo a 
Constituição Federal de 1988
➢ A Constituição Federal de 1988 se trata de uma Constituição 
extremamente preocupada com o social, ou seja, com a 
população de uma maneira geral. 
➢ Os direitos fundamentais foram divididos em diversas áreas de 
classificação, direitos individuais e coletivos, direitos sociais, 
direitos de nacionalidade, direitos políticos e os direitos 
relacionados à estruturação e organização dos partidos políticos, 
a saber:
a) direitos individuais e coletivos: correspondem àqueles 
direitos que são intimamente ligados à pessoa humana e sua 
personalidade;
Direitos Fundamentais segundo a 
Constituição Federal de 1988
b) direitos sociais: são aqueles direitos relacionados com 
obrigatoriedade de determinados serviços por parte do Estado. 
Sua principal função é zelar pela melhoria na qualidade de vida 
das pessoas, buscando a igualdade entre os cidadãos, pois esta 
constitui o pilar do Estado Democrático de Direito; 
c) direitos de nacionalidade: todos os cidadãos brasileiros têm 
um vínculo com o País, possibilitando as pessoas exigirem seus 
direitos elencados na Constituição Federal perante o Estado;
Direitos Fundamentais segundo a 
Constituição Federal de 1988
d) direitos políticos: é um conjunto de regras que tem a função de 
disciplinar as formas de atuação da soberania popular. São direitos 
que possibilitam as pessoas exigir liberdade de participação nos 
negócios públicos dos Estados, para conferir os atributos da 
cidadania, caracterizando um princípio democrático; e,
e) direitos relacionados à existência, organização e participação 
em partidos políticos: os partidos políticos, são segundo a Lei 
Maior, fundamentais para o exercício da democracia. Para 
assegurar a igualdade entre as pessoas, se caracterizou a 
liberdade de participação em partidos políticos, afirmando que 
qualquer pessoa, desde que atenda aos critérios legais exigidos, 
pode participar de qualquer partido político para democratizar o 
sistema representativo.
Função dos direitos fundamentais
➢ Em relação à função dos direitos fundamentais, observam-se 
duas óticas distintas: uma negativa e outra positiva. As negativas 
podem ser caracterizadas como aquelas que proíbem a 
participação de maneira indevida do Estado na vida particular das 
pessoas, enquanto que, numa ótica positiva, pode-se afirmar que 
é aquela possibilidade de exigência por parte da população para 
que ocorra a efetivação de seus direitos constitucionalmente 
protegidos, além da garantia de não agressão por parte dos 
órgãos públicos.
As gerações dos direitos fundamentais
➢ Apesar de ter passado por várias gerações, os direitos 
fundamentais ainda se encontram em evolução. Essas fases são 
conhecidas como gerações dos direitos fundamentais. A primeira 
dessas gerações se voltava exclusivamente para a questão dos 
direitos do homem individual, com ideologia relacionada à 
questão das liberdades. 
➢ Como derivada desta, surge uma segunda geração, que se 
portava de maneira distinta, visto que sua preocupação estava 
mais relacionada aos interesses coletivos da sociedade. Essa 
segunda geração veio complementar a geração anterior.
As gerações dos direitos fundamentais
➢ A preocupação com o social suscitou a criação de um grupo 
de direitos mais voltados para a questão fraternal do 
homem, derivando daí a criação do nome de geração dos 
direitos fraternais. Essa geração se preocupava inteiramente 
com a questão dos direitos de uma maneira generalizada. 
Depois disto, surgiu a quarta geração, advinda da 
necessidade de universalização dos direitos e garantias 
fundamentais. 
➢ Desta forma, a sociedade, de um modo geral, teria um 
grupo de direitos exigidos e existentes em todo o mundo, 
independente do país ou continente onde se encontre, 
igualmente aos direitos relacionados na Declaração dos 
Direitos Humanos.
Direitos Humanos
➢ A Declaração dos Direitos do Homem foi feita em 1948, e 
constituiu um marco para toda a humanidade. É um 
documento que reconhece todos os direitos e deveres, 
designando à República a tarefa de proteger o cidadão, 
tanto na sua pessoa como na sua família; propriedade e 
trabalho. 
➢ Tal acordo prega a igualdade entre todas as pessoas 
habitantes deste planeta, sem qualquer forma de 
discriminação.
Direitos Humanos
➢ Com este acordo surgiram inúmeras aspirações de uma nova 
era na história da humanidade, pois se passou a valorizar a 
natureza humana como um todo, sem restrições de 
quaisquer gêneros. 
➢ Entretanto, para que os Direitos Humanos tenham validade, 
os países signatários devem seguir seus princípios nas suas 
constituições, caso contrário, a declaração se tornará apenas 
mais um texto utópico de igualdade.
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	Slide 20: Moral
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	Slide 47: Ética e Desenvolvimento Sustentável
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	Slide 50: Ética e Desenvolvimento Sustentável
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	Slide 62: Ética empresarial
	Slide 63: A importância da ética empresarial
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	Slide 75: A responsabilidade social das empresas
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	Slide 79: Evolução da ética empresarial
	Slide 80: Evolução da ética empresarial
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	Slide 133: Eutanásia
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	Slide 142: Relação médico-paciente
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	Slide 159: Assédio moral
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	Slide 170: Código de Ética Profissional da Enfermagem
	Slide 171: Código de Ética Profissional da Enfermagem
	Slide 172: O Exercício da Enfermagem
	Slide 173: O Exercício da Enfermagem
	Slide 174: Evolução Histórica da Legislação Básica de Enfermagem
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	Slide 176: Evolução Histórica da Legislação Básica de Enfermagem
	Slide 177: Evolução Histórica da Legislação Básica de Enfermagem
	Slide 178: Evolução Histórica da Legislação Básica de Enfermagem
	Slide 179: Evolução Histórica da Legislação Básica de Enfermagem
	Slide 180: Negligência, Imprudência e Imperícia: Cliente x Enfermagem
	Slide 181: Negligência, Imprudência e Imperícia: Cliente x Enfermagem
	Slide 182: Negligência, Imprudência e Imperícia: Cliente x Enfermagem
	Slide 183: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 184: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 185: Entidades Nacionais da Enfermagem
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	Slide 187: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 188: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 189: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 190: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 191: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 192: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 193: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 194: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 195: Entidades Nacionais da Enfermagem
	Slide 196: Entidades Nacionais da Enfermagem
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	Slide 198: Atual Lei do Exercício Profissional da Enfermagem
	Slide 199: Atual Lei do Exercício Profissional da Enfermagem
	Slide 200: Atual Lei do Exercício Profissional da Enfermagem
	Slide 201: Atual Lei do Exercício Profissional da Enfermagem
	Slide 202: Atual Lei do Exercício Profissional da Enfermagem
	Slide 203: Direitos e Garantias Fundamentais ao Homem
	Slide 204: Direitos e Garantias Fundamentais ao Homem
	Slide 205: Direitos e Garantias Fundamentais ao Homem
	Slide 206: Direitos Fundamentais do Cidadão
	Slide 207: Direitos Fundamentais do Cidadão
	Slide 208: Características dos Direitos e Garantias Fundamentais
	Slide 209: Características dos Direitos e Garantias Fundamentais
	Slide 210: Característicasdos Direitos e Garantias Fundamentais
	Slide 211: Direitos Fundamentais segundo a Constituição Federal de 1988
	Slide 212: Direitos Fundamentais segundo a Constituição Federal de 1988
	Slide 213: Direitos Fundamentais segundo a Constituição Federal de 1988
	Slide 214: Função dos direitos fundamentais
	Slide 215: As gerações dos direitos fundamentais
	Slide 216: As gerações dos direitos fundamentais
	Slide 217: Direitos Humanos
	Slide 218: Direitos Humanospromoveu a vinda de um grupo de enfermeiras norte-
americanas, tendo a colaboração da Fundação Rockfeller. 
➢ Embora já funcionasse, há mais de vinte anos, uma escola 
profissional e enfermeiros e enfermeiras, contando com a ajuda 
do Departamento Nacional de Saúde Pública, criado por Chagas, 
estas enfermeiras fundaram, então, em 1923 uma escola de 
enfermagem, vinculada a este departamento, denominada 
Escola de Enfermagem Anna Nery, que atualmente faz parte da 
Unirio. 
➢ Deste modo, as duas escolas passaram a coexistir de forma 
totalmente independente.
História da Enfermagem no Brasil
➢ Após a formatura da primeira turma de enfermeiras dessa nova 
escola, surgiu, então, a Associação Brasileira de Enfermagem 
(Aben), em 1926. Diz-se que a história da enfermagem brasileira 
se confunde com a história da Aben, cujas pioneiras (Edith de 
Magalhães Fraenkel, Glete de Alcântara, Marina de Andrade 
Resende, Haydée Guanais Dourado, Maria Rosa de Souza 
Pinheiro, Irmã Maria Tereza Notarnicola, Maria Ivete Ribeiro de 
Oliveira, entre muitas outras) lideraram, com intensa luta, todas 
as conquistas da profissão (BRASIL, 2003).
Introdução à Ética
➢ O ser humano age no mundo em que vivemos de acordo com 
valores pré-estabelecidos. Isso significa que as coisas e as ações 
realizadas podem ser hierarquizadas de acordo com as noções 
de bem e de justo, compartilhadas por um grupo de peso. 
➢ O homem é um ser que avalia sua conduta a partir de valores 
morais, ou seja, a partir da moralidade que possui, portanto, o 
homem é um ser moral.
➢ Embora os termos moral e ética, na maioria das vezes, sejam 
usados como sinônimos, existe diferença entre os conceitos, 
carecendo que se faça distinção entre eles. Mas o que é a 
moral? E o que é a ética? E qual a diferença entre moral e ética? 
Estes temas serão explorados a seguir.
Moral
➢ A palavra moral vem do latim moralis, morale e significa o que é 
relativo aos “costumes”. É o conjunto de regras de conduta 
admitidas em determinada época ou por um determinado grupo 
de pessoas, com o objetivo fundamental de obter melhor reação 
em sociedade. 
➢ Como as comunidades humanas são distintas entre si, tanto no 
espaço quanto no tempo, os valores podem ser distintos de uma 
comunidade para outra, o que origina códigos morais diferentes. 
Pode-se dizer, de modo simplificado, que o sujeito moral é 
aquele que age bem ou mal, na medida em que acata ou 
transgride as regras morais.
Ética
➢ A palavra ética vem do grego ethikos, e significa o que é relativo 
ao “modo de ser”, “comportamento”. A ética está presente em 
todas as raças. Ela é um conjunto de regras, princípios ou 
maneira de pensar e expressar. 
➢ É a parte da filosofia que se ocupa com a reflexão a respeito das 
noções e princípios que fundamentam a vida moral. A ética é 
uma disciplina teórica sobre uma prática humana.
➢ As reflexões éticas não se restringem apenas à busca de 
conhecimento teórico sobre valores humanos, cuja origem e 
desenvolvimento levantam questões de caráter sociológico, 
antropológico, religioso e etc. A ética é uma filosofia prática, 
sobre a prática humana.
Ética
➢ Pode-se afirmar que a Ética é um conjunto de valores morais e 
princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A 
ética contribui para que haja um equilíbrio e bom 
funcionamento social, possibilitando que ninguém saia 
prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser 
confundida com as leis, está relacionada com o sentimento de 
justiça social.
➢ A ética é construída por uma sociedade, com base nos valores 
históricos e culturais. Do ponto de vista da Filosofia, a Ética é 
uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma 
sociedade e seus grupos.
Ética
➢ Cada sociedade e cada grupo possuem seus próprios códigos de 
ética. Num país, por exemplo, sacrificar animais para pesquisa 
científica pode ser ético, dentro dos princípios da bioética, que 
rege as pesquisas biológicas. Entretanto, em outro país esta 
atitude pode desrespeitar os princípios éticos estabelecidos.
➢ Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento 
social, existe também a ética de determinados grupos ou locais 
específicos. Neste sentido, citam-se: ética médica, ética de 
trabalho, ética empresarial, ética educacional, ética nos 
esportes, ética jornalística, ética na política, etc. 
➢ Uma pessoa que não segue a ética da sociedade à qual pertence 
é chamada de antiética, assim como o ato praticado.
Fundamentos da Ética
➢ Antes de tratar sobre qualquer elemento em que se fundamenta 
a ética, é necessário entender o significado do termo. Este pode 
ser definido como o resultado do julgamento da sociedade em 
busca da normatização dos aspectos corretos, em resposta a 
diversas questões humanas. 
➢ Para que se inicie um julgamento, é necessário, antes de tudo, 
que existam as questões. Para tratar destas questões, é 
necessário um pensamento crítico e racional, a partir do qual se 
estabelecerão os julgamentos, podendo, dar origem a novos 
questionamentos.
Fundamentos da Ética
➢ Os fundamentos da ética têm como base os estudos da Filosofia, 
que se entende também como a investigação crítica e racional 
dos princípios fundamentais relacionados ao mundo e ao 
homem. 
➢ Neste sentido, se entende que sem o pensamento filosófico, 
seria impossível extinguir os questionamentos e definir uma 
ética completa e coerente.
Ética e Cidadania - Atitude Ética
➢ Ser Ético é agir corretamente sem prejudicar os outros. É 
cumprir com os valores da sociedade em que se vive, mora, 
trabalha, estuda etc. 
➢ Ética é tudo que envolve integridade, é ser honesto em qualquer 
situação, é ter coragem para assumir seus erros e decisões, ser 
tolerante e flexível, é ser humilde.
➢ Todo ser ético reflete sobre suas ações, pensa se fez o bem ou o 
mal para o seu próximo. É ter a consciência “limpa".
Ética e Cidadania - Atitude Ética
➢ Se a política tem como finalidade a vida justa e feliz, isto é, a 
vida propriamente humana digna de seres livres, então é 
inseparável da ética. De fato, para os gregos, era inconcebível a 
ética fora da comunidade política – apóliscomokoinonia ou 
comunidade dos iguais, pois nela a natureza ou essência 
humana encontrava sua realização mais alta. 
➢ Quando se estuda a ética, percebe-se que Aristóteles distinguira 
entre teoria e prática e, nesta, entre fabricação e ação, isto é, 
diferenciar a poiesis de práxis. Percebe-se também que 
reservara à práxis um lugar mais alto do que à fabricação, 
definindo-a como ação voluntária de uma gente racional em 
vista de um fim considerado bom. A práxis por excelência é a 
política.
Ética e Cidadania - Atitude Ética
➢ A este respeito, na Ética a Nicômaco, escreve Aristóteles, 
segundo Chauí (2000):
• [...] se, em nossas ações, há algum fim que desejamos por 
ele mesmo e os outros são desejados só por causa dele, e 
senão escolhemos indefinidamente alguma coisa em vista 
de outra (pois, nesse caso, iríamos ao infinito e nosso desejo 
seria fútil e vão), é evidente que tal fim só pode ser o bem, o 
Sumo Bem (...). Se assim é, devemos abarcar, pelo menos 
em linhas gerais, a natureza do Sumo Bem e dizer de qual 
saber ele provém. 
Ética e Cidadania - Atitude Ética
• Consideramos que ele depende da ciência suprema e 
arquitetônica por excelência. Ora, tal ciência é 
manifestamente apolítica, pois é ela que determina, entre 
os saberes, quais são os necessários para as cidades e que 
tipos de saberes cada classe de cidadãos deve possuir (...).
Ética e Cidadania - Atitude Ética
➢ A política se serve das outras ciências práticas e legisla sobre o 
que é preciso fazer e do que é preciso abster-se; assim sendo, o 
fim buscado por ela deve englobar os fins de todas as outras, 
onde se conclui que o fim da política é o bem propriamente 
humano. 
➢ Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da 
cidade, é manifestamente uma tarefa muito mais importante e 
mais perfeita conhecer e salvaguardar o bem da cidade, poiso 
bem não é seguramente amável mesmo para um indivíduo, mas 
é mais belo e mais divino aplicado a uma nação ou à cidade.
Ética e Cidadania - Atitude Ética
➢ Platão identificara a justiça no indivíduo e a justiça na polis. 
Aristóteles subordina o bem do indivíduo ao Bem Supremo da 
polis. 
➢ Esse vínculo interno entre ética e política significava que as 
qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades 
morais dos cidadãos e vice-versa, isto é, das qualidades da 
cidade dependiam as virtudes dos cidadãos. 
➢ Somente na cidade boa e justa os homens podem ser bons e 
justos; e somente homens bons e justos são capazes de instituir 
uma cidade boa e justa.
Principais Teorias Éticas
➢ Os conceitos éticos são extraídos da experiência e do 
conhecimento da humanidade. Baseado nas lições de 
estudiosos da ética, há algumas teorias a respeito da formação 
dos conceitos éticos, os quais também se denominam como 
preceitos, apresentados a seguir.
Principais Teorias Éticas
• O relativismo moral:
O relativismo moral é a teoria que conceitua as afirmações 
morais (isso é bom, aquilo é mau) como relativas à cultura. 
Para o relativista moral, não existe algo objetivamente bom 
ou mau; o relativista moral afirma que algo considerado 
mau em determinada cultura pode ser considerado bom em 
outra cultura. O relativista moral tende a considerar que 
“bom” é aquilo que é socialmente aprovado e “mau” é 
aquilo que é socialmente desaprovado em determinada 
cultura.
Principais Teorias Éticas
• O absolutismo moral:
O absolutismo moral é a teoria que afirma que existem valores 
morais objetivos. Para o absolutista moral, uma ação é boa ou 
má, independentemente da cultura à qual o agente pertença. 
O absolutista moral parte de princípios éticos definidos e deles 
deduz suas proposições morais.
Principais Teorias Éticas
• O utilitarismo:
O utilitarismo é a teoria que afirma que se deve buscar 
maximizar os benefícios e minimizar os malefícios para a 
maior quantidade de pessoas. O utilitarista faz uma espécie 
de cálculo ético para chegar à conclusão de que uma ação é 
boa (a que maximiza os benefícios e minimiza os malefícios) 
e outra é má (a que não maximiza os benefícios e/ou não 
minimiza os malefícios).
Principais Teorias Éticas
• O fundamentalismo:
Esta teoria propõe que os conceitos éticos sejam obtidos de 
uma fonte externa ao ser humano, a qual pode ser um livro 
(como a Bíblia), um conjunto de regras, ou até mesmo outro 
ser humano.
• A teoria kantiana:
Defendida por Emanuel Kant, propõe que o conceito ético seja 
extraído do fato de que cada um deve se comportar de acordo 
com princípios universais.
Principais Teorias Éticas
• A teoria contratualista:
Baseada nas ideias de John Locke e Jean Jacques Rousseau, 
parte do pressuposto de que o ser humano assumiu com 
seus semelhantes a obrigação de se comportar de acordo 
com as regras morais, para poder conviver em sociedade. Os 
conceitos éticos seriam extraídos, portanto, das regras 
morais que conduzissem à perpetuação da sociedade, da 
paz e da harmonia do grupo social.
Principais Teorias Éticas
➢ O estudo de todas essas teorias revela que os conceitos éticos 
precisam ser elaborados tendo em conta todas elas, mas sem se 
ater a uma em especial. Cada conceito ético, para ser aceito 
como tal precisa claramente encontrar guarida em pelo menos 
uma teoria. 
➢ São todos relativos, e como tal devem ser entendidos. Não 
existem verdades absolutas ou exatas em matéria de ética. A 
reflexão permanente é requerida.
Principais Teorias Éticas
➢ Teorias éticas – práticas:
a) A ética da convicção, entendida como deontologia (estudo 
dos deveres);
b) A ética da responsabilidade, conhecida como teleologia 
(estudo dos fins humanos).
➢ Toda atividade orientada pela ética pode subordinar-se a duas 
máximas totalmente diferentes e irredutivelmente opostas. Ela 
pode orientar-se pela ética da responsabilidade ou pela ética da 
convicção. 
Principais Teorias Éticas
➢ Isso não quer dizer que a ética da convicção seja idêntica à 
ausência de responsabilidade e a ética da responsabilidade à 
ausência de convicção. Não se trata evidentemente disso. 
➢ Todavia, há uma oposição abissal entre a atitude de quem age 
segundo as máximas da ética da convicção. Em linguagem 
religiosa, diz-se: “o cristão faz seu dever e no que diz respeito ao 
resultado da ação remete-se a Deus”. 
➢ Enquanto a atitude de quem age segundo a ética da 
responsabilidade diz: “devemos responder pelas consequências 
previsíveis de nossos atos”.
Principais Teorias Éticas
➢ A ética da convicção é uma ética que se pauta por valores e 
normas previamente estabelecidos, cujo efeito primeiro consiste 
em moldar as ações que deverão ser praticadas. Ela se subdivide 
em: a do princípio e a da esperança. 
➢ A primeira está restrita às normas morais estabelecidas, num 
deliberado desinteresse pelas circunstâncias, e cuja máxima 
sentencia: respeite as regras haja o que houver. A segunda se 
ancora em ideais, moldada por uma fé capaz de mover 
montanhas, e cuja máxima preconiza: o sonho antes de tudo.
Principais Teorias Éticas
➢ Essas vertentes correspondem a modulações de deveres, 
preceitos, dogmas ou mandamentos introjetados pelos agentes 
ao longo dos anos. 
➢ Como exemplo da ética da convicção, o Cônsul português 
Aristides de Sousa Mendes, lotado no porto francês de 
Bordeaux, preferiu ter compaixão a obedecer cegamente a seu 
governo e regeu seu comportamento pela ética da convicção. 
➢ Priorizou a seus riscos e custos um valor em relação ao outro. 
Diante do avanço do exército alemão em junho de 1940, salvou 
a vida de 30 mil pessoas, entre as quais 10 mil judeus, ao emitir 
vistos de entrada em Portugal a qualquer um que pedisse, num 
ritmo frenético.
Principais Teorias Éticas
➢ A ética da responsabilidade se caracteriza por considerar cada 
um responsável por aquilo que faz. Os agentes avaliam os 
efeitos previsíveis que uma ação produz; constam obter 
resultados positivos para a coletividade; e ampliam o leque das 
escolhas ao preconizar que “dos males, o menor”.
➢ Exemplificando a ética da responsabilidade, diante da queda 
acentuada das receitas, um dos cenários possíveis é o da forte 
redução das despesas com o consequente corte de pessoal.
Principais Teorias Éticas
➢ O que fazer? Manter o dispêndio representado pela folha de 
pagamento e agravar a crise (talvez até pedir concordata), ou 
diminuir o desembolso e devolver à empresa o fôlego 
necessário para tentar ficar à tona na tormenta? Vale dizer, cabe 
ou não cabe sacrificar alguns tripulantes para tentar assegurar a 
sobrevinda ao resto da tripulação e ao próprio navio? E o que 
mais interessa do ponto de vista social? Uma empresa que feche 
as portas ou uma empresa que gere riquezas?
Principais Teorias Éticas
➢ A ética da responsabilidade, assim como a da convicção, está 
alicerçada em duas vertentes: a utilitarista e da finalidade. A 
primeira exige que as ações produzam o máximo de bem para o 
maior número, isto é, que possam combinar a mais intensa 
felicidade possível (critério da eficácia) com a maior abrangência 
proporcional (critério da equidade). Sua máxima recomenda: 
faça o maior bem para mais gente.
➢ A segunda determina que a bondade dos fins justifique as ações 
empreendidas e supõe que todas as medidas necessárias serão 
tomadas. Sua máxima ordena: alcance os objetivos custe o que 
custar.
Principais Teorias Éticas
➢ A doutrina enfocada, conclui-se que, enquanto aqueles que 
pendem pela ética da convicção guiam-se por imperativos da 
consciência e os que seguem a ética da responsabilidade guiam-
se por uma análise de riscos.
➢ É necessário lembrar-se: a moral é a consideração do que é bem 
ou mal. A ética é o estudo das teorias que vão explicar a moral. 
A moral é a prática, a ética é a teoria.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o 
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geraçãoatual, sem comprometer a capacidade de atender as 
necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que 
não esgota os recursos para o futuro.
➢ Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para 
discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o 
desenvolvimento econômico e a conservação ambiental. O que 
é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de 
planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais 
são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de 
desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio 
ambiente. 
➢ Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento 
econômico, que depende do consumo crescente de energia e 
recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser 
insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais 
dos quais a humanidade depende.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento 
da base de recursos naturais dos países. Desses recursos 
depende não só a existência humana e a diversidade biológica, 
como o próprio crescimento econômico. 
➢ O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em 
vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e 
produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Os modelos de desenvolvimento dos países industrializados 
devem ser seguidos? O desenvolvimento econômico é vital para 
os países mais pobres, mas o caminho a seguir não pode ser o 
mesmo adotado pelos países industrializados, mesmo porque 
não seria possível. 
➢ Caso as sociedades do Hemisfério Sul copiassem os padrões das 
sociedades do Norte, a quantidade de combustíveis fósseis 
consumida atualmente aumentaria 10 vezes e a de recursos 
minerais, 200 vezes. Ao invés de aumentar os níveis de consumo 
dos países em desenvolvimento, é preciso reduzir os níveis 
observados nos países industrializados.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Os crescimentos econômico e populacional das últimas décadas 
têm sido marcados por disparidades. Embora os países do 
Hemisfério Norte possuam apenas um quinto da população do 
planeta, eles detêm quatro quintos dos rendimentos mundiais e 
consomem 70% da energia, 75% dos metais e 85% da produção 
de madeira mundial. 
➢ Conta-se que Mahatma Gandhi, ao ser perguntado se depois da 
independência, a Índia perseguiria o estilo de vida britânico, 
teria respondido: "a Grã-Bretanha precisou de metade dos 
recursos do planeta para alcançar sua prosperidade. Quantos 
planetas não seriam necessários para que um país como a Índia 
alcançasse o mesmo patamar?".
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ A sabedoria de Gandhi indicava que os modelos de 
desenvolvimento precisam mudar. Os estilos de vida das nações 
ricas e a economia mundial devem ser reestruturados para levar 
em consideração o meio ambiente. 
➢ O Fórum de Copenhagen (01/2010) serviu para medir de uma 
vez por todas o tamanho do egoísmo dos países desenvolvidos, 
sobretudo quanto ao consumo de energia, que é igual a quanto 
maior, mais crescimento, de parte dos países em 
desenvolvimento.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Ficou claro que eles podem consumir a energia que quiserem, 
enquanto que os países em desenvolvimento terão que diminuir 
o consumo de energia, que significa diminuir a produção, gerar 
menos emprego e renda, crescer menos, etc. Barbaridade em 
dose dupla.
➢ Mais uma vez eles mistificam a realidade. De um lado, preservar 
o meio ambiente é uma necessidade vital e um comportamento 
fundamental para o ser humano. 
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Diminuir a emissão de CO² é necessário para o planeta como um 
todo, porém não dá mais para aceitar tanta mistificação porque, 
na realidade, o problema climático, ambiental e etc., não está 
localizado dentro do contexto econômico que eles mistificam 
para evitar o avanço inexorável dos países emergentes, 
sobretudo aqueles relativos aos BRICS, acrônimo para o grupo 
constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
➢ São conhecidos os riscos do atual modelo de desenvolvimento, 
há recursos e tecnologia e se sabe o que deve ser feito para 
alcançar a justiça social e cuidar do planeta. Neste sentido, 
opção pelo desenvolvimento sustentável depende apenas da 
vontade política dos governos e da sociedade como um todo. 
Ou seja, trata-se de uma escolha ética.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Nessa dimensão reflexiva, é importante pontuar a correlação ou 
a relação biunívoca existente entre as ciências sociais. Assim 
sendo, não poderemos deixar de considerar o universo que 
compõe esse cenário, evidenciando os seguintes fatores básicos 
para o estudo da economia:
a) dotação de recursos: compreende todos os recursos 
disponíveis numa economia. É o que se usa para produzir bens;
b) tecnologia: é o menu da economia moderna, oferece todas 
as combinações diferentes de recursos que podem ser 
utilizados para a produção de bens e serviços;
Ética e Desenvolvimento Sustentável
c) preferência dos indivíduos: depende dos bens e serviços que 
a economia deve produzir. As preferências das pessoas 
determinam suas decisões; e,
d) instituições econômicas: são as normas que regulam as 
relações em uma determinada economia. São formalmente 
codificadas em leis (leis tributárias, leis trabalhistas, leis da 
propriedade, etc.).
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ E dentro desse contexto de análise centrada na fundamentação 
econômica que se pontuam, também, alguns aspectos da ação 
econômica e seus principais condicionamentos, ou seja, os 
fatores condicionantes da ação, das relações e do 
comportamento econômico e que podem também ser 
condicionados por elas:
a) forma de organização política da sociedade;
b) posturas ético-religiosas;
c) modos de relacionamento social;
d) condições limitativas do meio ambiente;
e) estrutura da ordem jurídica;
f) formação cultural da sociedade;
g) padrões das conquistas tecnológicas.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Muitas vezes são as empresas criticadas por não desenvolverem 
produtos ecológicos ou por seguirem lógicas produtivas 
socialmente nefastas. 
➢ No entanto, se realmente se defende a liberdade e a 
responsabilidade dever-se-á, para além de inquirir as empresas, 
confrontar os consumidores com os seus atos e as suas opções. 
➢ Não é justo nem benéfico utilizar as empresas como bode 
expiatório da má consciência global e, por outro lado, tratar os 
consumidores como se fossem crianças.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Os clientes, os consumidores, são a chave para alguns dos 
dilemas que se colocam no que respeita à exequibilidade da 
ética empresarial. 
➢ Proliferam os rankings de empresas que são boas 
empregadoras, desenhados por instituições ou órgãos de 
comunicação; há também já múltiplos fundos éticos e até 
índices como o FTSE4Good, destinado a facilitar o investimento 
socialmente responsável e a aposta em empresas guiadas por 
uma gestão transparente. A ética do consumidor é a melhor 
contrapartida que pode haver para uma ética da empresa. 
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ À responsabilidade da empresa deve corresponder a 
responsabilidade do consumidor, que deve se preocupar em 
adotar um consumo consciente e crítico em face de políticas de 
contratação, higiene, segurança, transparência, honestidade no 
seio das empresas que produzem os bens ou fornecem os 
serviços que vai adquirir. 
➢ De fato, muito da crítica ao capitalismo é uma crítica à 
democracia, na medida em que é uma crítica à capacidade de 
escolha de cada indivíduo. A maturidade em todas as escolhas 
efetuadas pelas pessoas é decisiva para formatar os estados em 
que vivem, as sociedades na qual se movem e os mercados que 
as abastecem.
Ética e Desenvolvimento Sustentável
➢ Isto correspondeprecisamente à persecução do projeto 
iluminista numa época pós-convencional de, como Kant afirmou, 
de o indivíduo ser capaz de guiar-se por si próprio, assumir o 
peso de sair da menoridade confortável a que o consumo 
automático o restringe. A ética do consumo não faz parte da 
ética empresarial, mas é a consequência lógica da mesma, uma 
exigência de justiça; movendo-nos no plano da ética e não do 
direito, a coação não pode ser jurídica. 
➢ No entanto, a coação moral num sujeito coletivo como é a 
empresa, só pode dar-se a partir de algo tangível. O 
consumismo (ético e ecológico) é a recompensa prática da 
empresa ética e a punição da empresa que se furta a ser 
responsável.
Ética empresarial
➢ Ética empresarial é o comportamento da empresa - entidade 
lucrativa - quando ela age em conformidade com os princípios 
morais e as regras do bem proceder aceitas pela coletividade 
(regras éticas). A atividade empresarial é eticamente fundada e 
orientada, quando se cria emprego, se proporciona habitação, 
alimentação, vestuário e educação, detendo os bens como 
quem os administra. Para os cristãos, a ética empresarial é 
justiça e obras de misericórdia. 
➢ Para muitos outros será a lei natural que diz que ninguém pode 
ser feliz / rico no meio de infelizes / pobres. A ética empresarial, 
ainda, consiste na busca do interesse comum, ou seja, do 
empresário, do consumidor e do trabalhador.
A importância da ética empresarial
➢ Todo sistema que diminui a relevância da ética, tornando tal 
valor desprezível, tende a não respaldar os reclamos da 
sociedade, a tornar o Estado que o produziu menos 
democrático, quando não totalitário, e termina por durar tempo 
menor que os demais ordenamentos que a reconhecem.
➢ Além de outros dispositivos constitucionais, onde a ética 
permeia, verifica-se que é no capítulo VII, do título III da 
Constituição Federal de 1988, que se encontra de forma mais 
evidente a imposição da necessidade da ética, no exercício da 
honrosa função de servir a sociedade, estando esse princípio 
dentre os mais importantes da Administração Pública, a saber: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e 
eficiência.
A importância da ética empresarial
➢ No âmbito da atividade empresarial, os princípios éticos que 
norteiam o direito, estampados na Ordem Econômica e 
Financeira, fundamentam-se na valorização do trabalho humano 
e na livre iniciativa, reprimindo o abuso do poder econômico, 
incentivando a livre concorrência, dando tratamento 
preferencial às empresas de pequeno porte, proibindo a atuação 
do Estado na área específica da iniciativa privada, a não ser em 
caráter excepcional (segurança nacional ou relevante interesse 
coletivo).
A importância da ética empresarial
➢ O § 4º, do art. 173, da Constituição Federal de 1988, 
estabeleceu as práticas que devem ser evitadas na exploração 
da atividade econômica, por ferir a ética empresarial, dispondo 
que: "A lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à 
dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao 
aumento arbitrário dos lucros".
➢ Evoluímos, assim, para uma sociedade em que alguns 
denominaram "pós-capitalista" e outros "neocapitalista" ou 
ainda "sociedade do saber", caracterizada pela predominância 
do espírito empresarial e pelo exercício da função reguladora do 
direito. O Estado reduz-se a sua função de operador para tornar-
se o catalisador das soluções, o regulador e o fiscal da aplicação 
da lei e a própria administração se desburocratiza.
A importância da ética empresarial
➢ O espírito empresarial, por sua vez, cria parcerias que se 
substituem aos antigos conflitos de interesses que existiam, de 
modo latente ou ostensivo, entre empregados e empregadores, 
entre produtores e consumidores e entre o Poder Público e a 
iniciativa privada.
➢ A sociedade contemporânea apresenta um novo modelo para 
que a empresa possa progredir e o Estado evolua 
adequadamente, mediante a mobilização construtiva de todos 
os participantes, não só do plano político, pelo voto, mas 
também no campo econômico, mediante várias formas de 
parceria, com base na confiança e na lealdade que devem 
presidir as relações entre as partes.
A importância da ética empresarial
➢ Neste contexto, a empresa, abandonando a organização 
hierarquizada, "apodera do mundo empresarial, com os valores 
que lhes são próprios, como iniciativa, corresponsabilidade, 
comunicação, transparência, qualidade, inovação e 
flexibilidade”. 
➢ Vê-se, portanto, que a empresa, abandonando sua estrutura 
originária, sob o comando dos proprietários de companhia, 
agora, se sujeita, a uma nova forma de governo, com maior 
poder atribuído aos acionistas e empregados e até a própria 
sociedade civil, passando a ter verdadeiros deveres, não só com 
os seus integrantes e acionistas, mas também com os seus 
consumidores, clientes e até com o meio ambiente.
A importância da ética empresarial
➢ A Lei n. 6.404/76, que disciplina as sociedades por ações, 
enumera de forma precisa e detalhada os deveres e 
responsabilidades dos administradores, a função social da 
empresa, orientando no sentido de que o administrador deve 
exercer as atribuições que a lei e o estatuto lhe conferem para 
lograr os fins e no interesse da companhia, satisfeitas as 
exigências do bem público e da função social da empresa 
(art. 154).
A importância da ética empresarial
➢ É preciso ressaltar que hoje, no que tange à matéria contratual, 
ao contrário do que acontecia no passado, onde o direito além 
de exigir a completa boa-fé, proporciona proteção mais 
adequada ao comerciante mais frágil, transmuta-se, assim, de 
um regime de completa liberdade para uma nova ordem na qual 
a liberdade das partes importa responsabilidade, devendo 
inspirar-se em princípios éticos, abandonando-se a igualdade 
formal para atender às situações respectivas dos contratantes, 
ou seja, à igualdade material. 
A importância da ética empresarial
➢ Na questão ambiental, há que se ressaltar que o meio ambiente 
transformou-se em um valor permanente para a sociedade, de 
forte conteúdo ético. Assim, protegê-lo tornou-se um 
imperativo para todos os habitantes da terra, exigindo que cada 
um se conscientize dessa grande necessidade, requerendo 
esforço comum, em resposta aos desafios do futuro.
A importância da ética empresarial
➢ Exige-se, portanto, que as empresas promovam o 
desenvolvimento sustentável, conforme tem insistido a Câmara 
de Comércio Internacional. É preciso pensar e pensar rápido, 
com coragem e ousadia, numa nova ética, para o 
desenvolvimento. 
➢ Numa ética que transcenda a sociedade de mercadoria, da 
suposta generalização dos padrões de consumo dos países ricos 
para as sociedades periféricas – promessa irrealizável de certas 
correntes desenvolvimentistas do passado e dos neoliberais de 
hoje em dia.
A importância da ética empresarial
➢ Tal promessa não passa de um jogo das contas de vidro, 
recheado de premissas falsas, devido a obstáculos políticos 
criados pelos países ricos (que brecam a generalização da 
riqueza) e as limitações impostas pela base de recursos naturais. 
➢ Ou seja, as limitações ecológicas inviabilizam (devido ao efeito 
estufa, destruição da camada de ozônio, dilapidação das 
florestas tropicais etc.) a homogeneização para toda a 
humanidade dos padrões dos gastos do consumo.
A importância da ética empresarial
➢ Hoje, as grandes entidades financeiras nacionais e estrangeiras 
só aprovam financiamentos cujos projetos não afetem o meio 
ambiente. Dentro desse contexto, decidindo a empresa adotar 
os postulados éticos em suas relações, nada mais necessário do 
que estabelecer as regras de conduta a partir de um 
instrumento interno, ou seja, elaborar um Código de Ética, que 
teria a incumbência de padronizar e formalizar o entendimento 
da organização empresarial em seus diversos relacionamentos e 
operações. 
A importância da ética empresarial
➢ Com ele, poder-se-á evitar que os julgamentos subjetivos 
deturpem, impeçamou restrinjam a aplicação plena dos 
princípios, além de que, pode constituir uma prova legal de 
determinação da administração da empresa, de seguir os 
preceitos nele refletidos.
A responsabilidade social das empresas
➢ A empresa tem sido entendida, doutrinariamente, como uma 
"atividade econômica organizada, exercida profissionalmente 
pelo empresário, através do estabelecimento". 
➢ Extraem-se daí os três conceitos básicos da empresariedade: o 
empresário, o estabelecimento e a atividade. Para melhor 
entendimento da empresa sob o enfoque da ética, traz-se à 
colação o pensamento de Alfredo Lamy Filho e José Luiz Bulhões 
Pedreira sobre a empresa – a grande empresa – enfocando-a 
como a célula de base de toda a economia industrial. 
A responsabilidade social das empresas
➢ Em economia de mercado, é, com efeito, no nível da empresa 
que se efetua a maior parte das escolhas que comandam o 
desenvolvimento econômico: definição de produtos, orientação 
de investimentos e repartição primária de vendas.
➢ Este papel motor da empresa é, por certo, um dos traços 
dominantes de nosso modelo econômico: por seu poder de 
iniciativa, a empresa está na origem da criação constante da 
riqueza nacional; ela é, também, o lugar da inovação e da 
renovação.
A responsabilidade social das empresas
➢ A macroempresa envolve tal número de interesses e de pessoas 
- empregados, acionistas, fornecedores, credores, distribuidores, 
consumidores, intermediários, usuários -, que tende a 
transformar-se realmente em centro de poder tão grande que a 
sociedade pode e deve cobrar-lhe um preço em termos de 
responsabilidade social. 
➢ Seja a empresa, seja o acionista controlador, brasileiro ou 
estrangeiro, todos têm deveres para a comunidade na qual 
vivem.
A responsabilidade social das empresas
➢ Os autores concluem dizendo que essa revolução que se está 
operando nos países da vida ocidental - como resposta, até 
certo ponto surpreendente e admirável, às exigências de 
conciliar a eficiência insubstituível da macroempresa com a 
liberdade de iniciativa e a distribuição da riqueza - não foi feita, 
nem poderá sê-lo, sem a compreensão e a efetiva colaboração 
dos empresários - que a lideraram -, das instituições comerciais, 
que a secundaram, dos investidores que a compreenderam e 
apoiaram, e do Estado, que a estimularam, disciplinaram e 
removeram os obstáculos jurídicos para que ela se realizasse na 
plenitude.
Evolução da ética empresarial
➢ A doutrina no âmbito do direito empresarial tem conceituado a 
empresa como uma atividade econômica organizada pelo 
empresário, que se utiliza dos fatores da produção - a natureza, 
o capital e o trabalho - para produzir um resultado, que pode ser 
um serviço, um bem ou um direito, para venda no mercado, com 
o objetivo final de lucro.
➢ A história nos dá conta de que, nas sociedades primitivas e 
antigas, a atividade econômica se baseava na troca de 
mercadoria por mercadoria, não existindo nesse período a ideia 
de lucro e nem de empresa. Portanto, a ética se restringia às 
relações de poder entre as partes e pelas eventuais 
necessidades presentes de obtenção de certos bens ou artigos.
Evolução da ética empresarial
➢ O surgimento do conceito de lucro nas operações de natureza 
econômica trouxe certa dificuldade para a moral, posto que ele 
(o lucro) era originariamente considerado um acréscimo 
indevido, sob o ponto de vista da moralidade. 
➢ Somente no século XVIII, o economista Adam Smith, na sua obra 
A Riqueza das Nações, conseguiu demonstrar que o lucro não é 
um acréscimo indevido, mas um vetor de distribuição de renda e 
de promoção do bem-estar social, expondo pela primeira vez a 
compatibilidade entre ética e atividade lucrativa.
Evolução da ética empresarial
➢ A encíclica Rerum Novarum, do Papa Leão XIII, foi a primeira 
tentativa formal de impor um comportamento ético à empresa. 
Esse documento papal trouxe no seu bojo princípios éticos 
aplicáveis nas relações entre a empresa e empregados, 
valorizando o respeito aos direitos e à dignidade dos 
trabalhadores.
➢ Surge nos Estados Unidos em 1890, a Lei Shelman Act, destinada 
a proteger a sociedade contra os acordos entre empresas, 
contrários ou restritivos da livre concorrência. 
Evolução da ética empresarial
➢ No início do século XX, foi editada a Lei Clayton, alterada pela 
Pattman-Robison, que complementou a lei Shelman Act, 
proibindo a prática de discriminação de preços por parte de uma 
empresa em relação aos seus clientes.
➢ Em 1972, realizou-se a Conferência Internacional Sobre o Meio 
Ambiente, em Estocolmo, Suécia, organizada pela Organização 
das Nações Unidas, que teve como finalidade conscientizar 
todos os segmentos sociais, inclusive as empresas sobre a 
necessidade de se preservar o planeta.
Evolução da ética empresarial
➢ Cinco anos após, o governo americano legisla sobre a ética 
empresarial, por meio da edição da Lei Foreign Corrupt Practices 
Act, que proíbe e estabelece penalidades às pessoas ou 
organizações que ofereçam subornos às autoridades 
estrangeiras, com a finalidade de obter negócios ou contratos.
➢ No Brasil, foi editada a Lei n. 4.137/62, alterada pela Lei n. 
8.884/94, que reprime o abuso do poder econômico e as 
práticas concorrenciais. Em diversas outras áreas, como nas de 
proteção ao trabalho, do meio ambiente, do consumidor, 
existem leis específicas, tratando da questão da ética.
Evolução da ética empresarial
➢ Diante dessa preocupação mundial com a ética empresarial, 
pode-se afirmar que se vive uma nova era nessa matéria. 
Relativamente, a evolução da ética na empresa societária, ao 
que se tem notícia, até o fim da primeira metade do século XX, 
os conflitos societários eram solucionados na própria empresa, 
sendo poucas as demandas judiciais.
➢ Prevalecia o poder daquele que majoritariamente comandava a 
empresa. Esse período foi chamado de fase monárquica da 
sociedade comercial. 
Evolução da ética empresarial
➢ Aplicava-se a visão do banqueiro alemão, ao qual se atribui a 
qualificação dos acionistas minoritários como sendo tolos e 
arrogantes. Tolos porque lhe entregavam o dinheiro, e 
arrogantes, pois ainda pretendiam receber os dividendos.
➢ Paulatinamente, vai-se criando nova consciência nessas 
relações, e os controladores passam a buscar o consenso junto 
aos demais participantes da sociedade (empregados, 
minoritários etc.). 
Evolução da ética empresarial
➢ No Brasil, a partir da metade do século XX, já há uma 
preocupação do direito brasileiro para com os direitos dos 
minoritários, possibilitando-lhes o recebimento dos dividendos, 
o recesso e responsabilizar os administradores e controladores 
da companhia.
➢ É o primeiro passo para a democratização e moralização da 
empresa, mediante a criação de um sistema de liberdade com 
responsabilidade, que sucedeu ao regime da mais completa 
irresponsabilidade. 
Evolução da ética empresarial
➢ Verifica-se, modernamente, que a legislação brasileira consagra 
os conceitos de abuso de direito e de responsabilidade pelo 
desvio de poderes. A Lei n. 6.404/76, assim como a legislação do 
mundo inteiro, tem reconhecido que o poder do voto deve ser 
exercido no interesse da sociedade, consoante dispõe o artigo 
115 da citada lei:
O acionista deve exercer o direito de voto no interesse da 
companhia; considerar-se-á abusivo o voto exercido com o 
fim de causar dano à companhia ou a outros acionistas, ou 
de obter, para si ou para outrem, vantagem a que não faz 
jus e de que resulte, ou possa resultar prejuízo para 
companhia ou para outros acionistas.
Evolução da ética empresarial
➢ A obediência à ética e aos bons costumes se impôs até aos 
acordos de acionistas, cujas cláusulas ilegais, abusivas ou imorais 
não podem ser consideradas vinculatórias para os seus 
signatários.
Valores éticos: interpretação
➢ Como interpretar os valores éticos? A interpretação de valores 
éticos pode ser absoluta ou relativa. A primeira baseia-se na 
premissa de que as normasde conduta são válidas em todas as 
situações, e a segunda de que as normas dependem da 
situação.
➢ No que tange à ética relativa, os orientais entendem que os 
indivíduos devem dedicar-se inteiramente à empresa, que 
constitui uma família à qual pertence a vida dos trabalhadores. 
Valores éticos: interpretação
➢ Já, para os ocidentais, o entendimento é de que há diferença 
entre a vida pessoal e a vida profissional. Assim, encerrado o 
horário normal do trabalho, o restante do tempo é do 
trabalhador e não do patrão.
➢ Quanto à ética absoluta, parte-se do princípio de que 
determinadas condutas são intrinsecamente erradas ou certas, 
qualquer que seja a situação, e, dessa maneira, devem ser 
apresentadas e difundidas como tal. Um problema sério da ética 
absoluta é que a noção de certo e errado depende de opiniões.
Valores éticos: interpretação
➢ Como exemplo disto, os bancos suíços construíram uma 
reputação de confiabilidade com base na preservação do sigilo 
sobre suas contas secretas. 
➢ Sob a perspectiva absoluta, para o banco, o correto é proteger a 
identidade e o patrimônio do cliente. Durante muito tempo, os 
bancos suíços foram admirados por essa ética, até ficar evidente 
que os clientes nem sempre eram respeitáveis.
Valores éticos: interpretação
➢ Traficantes de drogas, ditadores e nazistas haviam escondido nas 
famosas contas secretas muito dinheiro ganho de maneira ilícita. 
Os bancos continuaram insistindo em sua política, enquanto 
aumentavam as pressões internacionais, especialmente dos 
países interessados em rastrear a lavagem de dinheiro das 
drogas, ou recuperar o que havia sido roubado pelos ditadores e 
nazistas. 
Valores éticos: interpretação
➢ Para as autoridades destes países, a ética absoluta dizia que o 
sigilo era intrinsecamente errado, uma vez que protegia dinheiro 
obtido de forma desonesta. 
➢ Finalmente, as autoridades suíças concordaram em revelar a 
origem dos depósitos e iniciar negociações visando à devolução 
do dinheiro para os seus donos.
Razões para a empresa ser ética
➢ A maioria dos autores que estudam a questão da ética 
empresarial estabelece que o comportamento ético seja a única 
maneira de obtenção de lucro com respaldo moral. 
➢ A sociedade tem exigido que a empresa sempre puna pela ética 
nas relações com seus clientes, fornecedores, competidores, 
empregados, governo e público em geral.
Razões para a empresa ser ética
➢ O comportamento ético dentro e fora da empresa permite às 
companhias inteligentes baratear os produtos, sem diminuir a 
qualidade e nem baixar os salários, porque uma cultura ética 
torna possível reduzir os custos de coordenação. 
➢ Além dessas, outras razões podem ser invocadas como o não 
pagamento de subornos, compensações indevidas etc. Agindo 
eticamente, a empresa pode estabelecer normas de condutas 
para seus dirigentes e empregados, exigindo que ajam com 
lealdade e dedicação.
Razões para a empresa ser ética
➢ Os procedimentos éticos facilitam e solidificam os laços de 
parceria empresarial, quer com clientes, quer com fornecedores, 
quer, ainda, com sócios efetivos ou potenciais, Isso ocorre em 
função do respeito que um agente ético gera em seus parceiros. 
➢ A ética da empresa trata de mostrar, então, que optar por 
valores que humanizam é o melhor para a empresa, entendida 
como um grupo humano, e para a sociedade em que ela opera.
Razões para a empresa ser ética
➢ A atividade empresarial não é só para ganhar dinheiro. Uma 
empresa é algo mais que um negócio: é antes de tudo um grupo 
humano que persegue um projeto, necessitando de um líder 
para levá-lo a cabo, e que precisa de um tempo para 
desenvolver todas as suas potencialidades. 
➢ Entende-se que a ética deve estar acima de tudo, e que a 
empresa que age dentro dos postulados éticos aceitos pela 
sociedade só tende a prosperar.
Ética profissional
➢ Um profissional deve saber diferenciar a Ética da moral e do 
direito. A moral estabelece regras para garantir a ordem 
independente de fronteiras geográficas. O direito estabelece as 
regras de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado. 
➢ As leis têm uma base territorial, valendo apenas para aquele 
lugar. As normas jurídicas obrigam os cidadãos de forma 
coercitiva, ou seja, independente da vontade pessoal. Já a 
norma ética não obriga coativamente a pessoa que a 
descumpre.
Ética profissional
➢ Pessoas afirmam que em alguns pontos elas podem gerar 
conflitos. O desacato civil ocorre quando argumentos morais 
impedem que uma pessoa acate certas leis. Às vezes as 
propostas da ética podem parecer justas ou injustas. Ética é 
diferente da moral e do direito, porque não estabelece regras 
concretas.
➢ A Ética profissional se inicia com a reflexão. Quando se escolhe 
uma profissão, passa-se a ter deveres profissionais obrigatórios. 
Os jovens quando escolhem sua carreira, escolhem pelo 
dinheiro e não pelos deveres e valores.
Ética profissional
➢ Ao completar a formação em nível superior, a pessoa faz um 
juramento, que significa seu comprometimento profissional. Isso 
caracteriza o aspecto moral da ética profissional. Mesmo que 
não se exerça uma atividade dentro da área de interesse do 
profissional, isto não o isenta dos deveres e obrigações que este 
tem a cumprir.
➢ Ser um profissional ético nada mais é do que ser profissional 
mesmo nos momentos mais inoportunos. Para ser uma pessoa 
ética, devemos seguir um conjunto de valores. Ser ético é 
proceder sem prejudicar os outros. Algumas das características 
básicas de como ser um profissional ético é ser bom, correto, 
justo e adequado. 
Ética profissional
➢ Além de ser individual, qualquer decisão ética tem por trás 
valores fundamentais, tais como:
a) ser honesto em qualquer situação - é a virtude dos negócios;
b) ter coragem para assumir as decisões - mesmo que seja 
contra a opinião alheia;
c) ser tolerante e flexível - deve-se conhecer para depois julgar 
as pessoas;
d) ser íntegro - agir de acordo com seus princípios; e,
e) ser humilde - só assim se consegue reconhecer o sucesso 
individual.
Problemas Morais
➢ A ética não é algo superposto à conduta humana, dado que 
todas as nossas atividades envolvem uma carga moral. O que 
define a nossa realidade são as ideias sobre o bem e o mal, o 
certo e o errado, o permitido e o proibido.
Problemas Morais
➢ Nas relações do dia a dia apresentam-se problemas do tipo: 
• Deve-se sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que se 
pode mentir? 
• Será que é correto tomar tal atitude? 
• Deve-se ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de 
vida? 
• Existe alguma ocasião em que seria correto atravessar um sinal 
de trânsito vermelho? 
• Os soldados que matam numa guerra, podem ser moralmente 
condenados por seus crimes ou estão apenas cumprindo 
ordens? 
• Como tratar a questão do aborto? 
• Como lidar com a eutanásia, com o assédio moral?
Problemas Morais
➢ Essas perguntas evocam problemas cujas soluções, 
normalmente, não envolvem apenas a pessoa que os propõe, 
mas também outras pessoas que poderão sofrer as 
consequências das decisões e ações, consequências que 
poderão muitas vezes afetar uma comunidade inteira. 
Diante dos dilemas da vida, temos a tendência de conduzir 
nossas ações de forma quase que instintiva, automática, 
fazendo uso de alguma "fórmula" ou "receita" presente em 
nosso meio social, de normas que julgamos mais 
adequadas de serem cumpridas, por terem sido aceitas 
intimamente e reconhecidas como válidas e obrigatórias. 
 (ALENCASTRO, 1997, p. 2)
Problemas Morais
Fazemos uso de normas, praticamos determinados atos e, 
muitas vezes, nos servimos de determinados argumentos 
para tomar decisões, justificar nossas ações e nos sentirmos 
dentro da normalidade (ALENCASTRO, 1997, p. 2)
➢ As normas sobre as quais se fala têm relação com valores 
morais. São os meios pelos quais os valores morais de um grupo 
social são manifestos e acabam adquirindoum caráter 
normativo e obrigatório. 
➢ Quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada 
sociedade são bem aceitos, não há muita necessidade de 
reflexão sobre eles.
Problemas Morais
➢ Mas, quando surgem questionamentos sobre a validade de 
certos costumes ou valores consolidados pela prática, surge a 
necessidade de fundamentá-los teoricamente, ou, para os que 
discordam deles, criticá-los (ALENCASTRO, 1997).
➢ Para que se compreenda melhor acerca de alguns problemas 
relativos à moral, que abrangem a área da saúde, aqui 
especificamente a enfermagem, é necessário que se abordem os 
conceitos da Bioética e seus principais temas: aborto, assédio 
moral, eutanásia, Aids e as relações médico-paciente.
Bioética
➢ Schramm (2002) trata a Bioética como uma ética aplicada, que 
visa “dar conta” dos conflitos e controvérsias morais implicados 
pelas práticas no âmbito das Ciências da Vida e da Saúde, do 
ponto de vista de algum sistema de valores (chamado também 
de “ética”). 
➢ Para o autor, ela se destina a resolver os conflitos éticos 
concretos, aqueles que surgem das interações humanas em 
sociedades. 
Bioética
➢ A bioética tem uma tríplice função: a) enquanto função 
descritiva, ela descreve e analisa os conflitos em pauta; em sua 
função normativa, a bioética lida com os conflitos, no sentido de 
abolir os comportamentos que podem ser considerados 
reprováveis e de prescrever aqueles considerados corretos; e, 
em sua função protetora, intuitivamente, ela ampara, dentro do 
possível, todos os envolvidos em alguma disputa de interesses e 
valores, priorizando os mais fracos, quando isto se fizer 
necessário.
Bioética
➢ Mais claramente falando, a bioética é um conjunto de pesquisas, 
discursos e práticas, cuja finalidade é esclarecer e resolver 
questões éticas suscitadas pelos avanços e pela aplicação da 
medicina e da biologia. 
➢ Vários são os grupos, com interesses distintos, que debatem 
sobre a bioética, tais como indústrias farmacêuticas, 
laboratórios de biotecnologia, organizações ambientalistas, 
associações de consumidores e entidades de classe.
Bioética
➢ Entre os temas mais abordados na bioética, observam-se o 
aborto, a eutanásia, os transgênicos, a fertilização in vitro, a 
clonagem e os testes com animais, além da relação médico-
paciente, assédio moral, as questões envolvendo os pacientes 
com Aids, etc. As próximas seções tratarão sobre aborto, 
eutanásia, relações médico-paciente, assédio moral e Aids.
Aborto
➢ Conforme afirmam Diniz e Almeida (1998), dentro da bioética o 
tema aborto é aquele sobre o qual mais se tem escrito, debatido 
e realizado congressos científicos e discussões públicas. No 
entanto, pouco se caminhou nesta questão nos últimos anos. 
➢ Para os autores, a maior dificuldade para um leigo no assunto 
reside na literatura, pois fica difícil discernir sobre quais são os 
argumentos filosóficos e científicos consistentes em meio a uma 
infinidade de manipulações retóricas, o que dificulta apresentar 
um panorama dos estudos bioéticos relativos ao tema.
Aborto
➢ Uma gama considerável de textos acadêmicos, políticos e 
religiosos entram em cena e é uma difícil missão selecionar 
dentre eles quais os mais significativos para se estabelecer um 
debate frutífero. 
➢ Neste sentido, abordar-se-á aqui: 
a) a terminologia e os principais tipos de aborto; 
b) dados sobre a legislação; 
c) o aborto enquanto um problema ético.
Terminologia
➢ Diniz e Almeida (1998) advogam, ainda, que seria necessária 
uma avaliação semântica dos conceitos utilizados pelos 
pesquisadores que escrevem sobre o aborto, pelo fato de a 
variedade conceitual ser proporcional ao impacto social causado 
pela escolha de cada termo. 
➢ Observa-se uma cadeia interminável de definições que geram 
confusões semânticas para os pesquisadores interessados em se 
aprofundar nesta temática. Os autores sugerem que se usem as 
nomenclaturas mais próximas do discurso médico oficial, para 
melhor entendimento do assunto. 
Terminologia
➢ Assim sendo, eles apontam para quatro tipos de situação para o 
aborto:
a) interrupção eugênica da gestação (IEG) – nestes casos, 
interrompe-se a gestação por valores racistas, sexistas ou 
étnicos. De uma forma geral, este tipo de aborto acontece 
alheio à vontade da gestante, que é obrigada a praticar o 
aborto;
b) interrupção terapêutica da gestação (ITG) – nos casos em 
que se deve preservar a saúde da gestante. Dado o avanço da 
medicina, estes casos são considerados raros hoje em dia;
Terminologia
➢ Assim sendo, eles apontam para quatro tipos de situação para o 
aborto:
c) interrupção seletiva da gestação (ISG) – nos casos de 
anomalias fetais. Nestes casos, justificam-se as solicitações de 
aborto dada a incompatibilidade da vida extrauterina, como o 
feto portador de anencefalia, por exemplo; 
d) interrupção voluntária da gestação (IVG) – nos casos em que 
a gestação é interrompida pela autonomia da gestante, como 
uma gravidez indesejada, seja ela fruto ou não de um abuso 
sexual.
Terminologia
➢ Observa-se que, exceto pela interrupção eugênica, as demais 
levam em consideração a vontade da gestante (ou do casal) em 
manter ou não a gravidez. Sobre estas formas também recaem 
as maiores discussões bioéticas. 
➢ A ITG e ISG se assemelham, especialmente em países onde a 
legislação permite ambos os casos. No entanto, observa-se que 
além dos limites gestacionais impostos de forma diferente para 
cada caso, é importante salientar que no caso da ISG a saúde do 
feto é a razão do aborto, e na ITG, privilegia-se a saúde materna.
Terminologia
➢ Outra dificuldade reside, de acordo com Diniz e Almeida (1998), 
em nomear o resultado do aborto. Alguns autores chamam de 
‘feto’, outros de ‘embrião’, outros ainda de ‘criança’, ‘não 
nascido’, ‘pessoa’ ou ‘indivíduo’. Uns autores argumentam que 
um feto de 12 semanas, por exemplo, pode sentir dor, enquanto 
que estudos da neurofisio-embriologia negam esta tese. 
➢ Estas controvérsias geram ainda mais dificuldade no 
entendimento sobre o tema, uma vez que se mesclam 
argumentos científicos e crenças morais como se fossem 
receitas de bolo, afirmam os autores. E isto se observa tanto 
entre os proponentes da questão quanto entre os seus 
oponentes.
Legislação
➢ Um marco para a legislação e políticas nacionais e internacionais 
acerca do aborto foi a Conferência Internacional sobre 
População e Desenvolvimento, que ocorreu no Cairo, no ano de 
1994. Antes deste evento, é sabido que o tema do aborto não 
fazia parte da agenda de saúde pública de inúmeros países 
(DINIZ e ALMEIDA, 1998).
➢ Um dos métodos para o controle de natalidade mais utilizado e 
difundido desde o século XIX tem sido o aborto. Porém, é difícil 
estimar um cálculo preciso para a taxa mundial de aborto, dado 
que este é considerado crime em alguns países.
Legislação
➢ Ainda assim, as taxas mundiais de aborto são muitíssimo 
elevadas, especialmente nos países da África e América Latina. 
Em que pese a contestabilidade sobre o levantamento 
demográfico acerca do número de abortos, o estudo das 
legislações comparadas se apresenta mais confiável, segundo 
Diniz e Almeida (1998). 
➢ No ano de 1869 o Papa Pio IX declarou que a alma incorpora 
quando da concepção. Assim, as leis vigentes naquele século 
não permitiam qualquer forma de interrupção da gravidez. Entre 
os anos de 1950 e 1985, quase todos os países desenvolvidos 
liberalizaram as suas leis sobre o aborto por motivos de direitos 
humanos e segurança.
Legislação
➢ E, desde, então da década de 1985 alguns países vêm 
modificando a sua legislação, tornando-a mais aberta para a 
prática. Em países onde o aborto ainda é ilegal, sente-se uma 
forte influência de antigas leis coloniais, que muitas vezes não 
refletem a opinião da população local.
➢ De acordo com levantamento feito em 2013, aproximadamente 
25% da população mundial vivem em países com leis sobre o 
aborto altamente restritivas, especialmente na América Latina, 
África eÁsia. Em alguns países, como o Chile, as mulheres ainda 
vão para a prisão por praticarem um aborto ilegal.
Legislação
➢ Alguns autores defendem a tese de que a legislação restritiva do 
aborto viola os direitos humanos das mulheres, prescritos com 
base na Conferência Internacional sobre a População e o 
Desenvolvimento, na Quarta Conferência Mundial das Mulheres 
em Pequim e na Declaração Universal dos Direitos.
➢ Atualmente, a legislação aponta para os seguintes casos: 
a) para alguns países, o aborto é ilegal em todas as 
circunstâncias ou é permitido apenas em caso de risco de vida 
da mulher, como, por exemplo, no Brasil, Chile, República 
Dominicana, Venezuela, México, Angola, Benin, Costa do 
Marfim, Senegal, Egito, Líbano, Indonésia, Filipinas, Irlanda, etc.;
Legislação
➢ b) o aborto é permitido por lei, apenas em risco de vida ou para 
proteger a saúde física da mulher, como no caso da Argentina, 
Bolívia, Equador, República dos Camarões, Moçambique, 
Marrocos, Tailândia, Polônia, etc.
➢ No Brasil, a legislação que trata do aborto foi criada na década 
de 1940. Embora seja crime, poucos são os casos conhecidos de 
pessoas que foram presas em virtude da prática ilegal do aborto. 
Legislação
➢ Os artigos que tratam do aborto no Código Penal Brasileiro 
(Dos Crimes Contra as Pessoas), Capítulo I são:
Aborto provocado pela gestante ou com seu 
consentimento:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir 
que outrem lho provoque. Pena - detenção, de 1 (um) 
a 3 (três) anos.
Aborto provocado por terceiro:
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da 
gestante. Pena - reclusão, de 3 (três) a 10 (dez) anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da 
gestante. Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
Legislação
➢ Os artigos que tratam do aborto no Código Penal Brasileiro 
(Dos Crimes Contra as Pessoas), Capítulo I são:
Parágrafo único - Aplica-se a pena do artigo anterior, 
se a gestante não é maior de 14 (quatorze) anos, ou é 
alienada ou débil mental, ou se o consentimento é 
obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
Forma qualificada:
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos 
anteriores são aumentadas de um terço, se, em 
consequência do aborto ou dos meios empregados 
para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de 
natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer 
dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico.
Legislação
➢ Os artigos que tratam do aborto no Código Penal Brasileiro 
(Dos Crimes Contra as Pessoas), Capítulo I são:
Aborto necessário:
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro:
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é 
precedido de consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal.
O aborto enquanto um problema ético
➢ As ciências da vida, tais como a biologia e a medicina criaram 
uma série de dilemas éticos que são estudados pela filosofia. 
Dentro da filosofia encontra-se a bioética, e dentro desta 
encontra-se a médica ética, que trata de temas polêmicos tal 
como o aborto. 
➢ Como já citado aqui, este é um dos pontos mais difíceis da ética 
médica, dado que envolve aspectos legais, religiosos, médicos, 
socioculturais, políticos.
O aborto enquanto um problema ético
➢ A discussão acerca do tema se situa entre duas posições que se 
opõem: de um lado, uma posição conservadora em favor da 
vida, que defende o direito moral da vida do feto; de outro lado, 
uma escolha libera, que entende a mulher em seu direito moral 
de dispor sobre o próprio corpo.
➢ Não se pode deixar de ressaltar também as posições 
intermediárias, como aquele que advoga ser errado o aborto, 
mas que apoia a sua prática quando em casos específicos, tais 
como o risco de morte para a mãe ou filho ou em casos de 
estupro. Há também os que são totalmente contra, sobretudo 
nos casos avançados da gestação.
O aborto enquanto um problema ético
➢ Em relação ao argumento de que o feto ou embrião tem direito 
moral à vida, este se sobressai diante da escolha da mulher, 
posto que a vida é um valor superior. 
➢ A questão, então, recai sobre o fato de se considerar o feto 
como uma pessoa. Enquanto pessoa, não há dúvidas de que ele 
tem direito à vida, e neste sentido, o aborto é errado, se torna 
um problema ético.
➢ Para aquecer o debate, observa-se a conceituação de John 
Locke, que afirma que a pessoa é um ser inteligente, possuidor 
de razão e capacidade de reflexão. 
O aborto enquanto um problema ético
➢ Neste sentido, o feto não possui autoconsciência nem 
capacidade de reflexão, portanto, não pode ser definido 
enquanto pessoa. Ampliando ainda mais a polêmica, percebe-se 
que, sendo assim, os pacientes em coma não teriam direito à 
vida, nem mesmo os recém-nascidos, visto que ainda não 
possuem a noção de self. 
➢ Para tentar pôr fim à questão, a literatura muda a perspectiva, 
conceituando o feto como um indivíduo em potencial e, em 
razão disso, realizar um aborto seria privá-lo do direito à vida 
futura.
O aborto enquanto um problema ético
➢ Por outro lado, a mulher possui direito sobre o seu corpo e, 
assim sendo, pode decidir pela interrupção de uma gravides se 
assim o desejar. Este argumento se fortalece quando atrelado 
àquele que afirma que o embrião ainda não é um indivíduo com 
as capacidades desenvolvidas, portanto, não haveria conflito de 
interesses entre direitos da mulher e do feto. 
➢ Ao se olhar por um prisma de uma gravidez indesejada, o aborto 
se justificaria pela preservação futura do bem-estar do feto, 
como argumentam alguns.
O aborto enquanto um problema ético
➢ O aborto fica mais evidente do ponto de vista de um problema 
ético, quando há um conflito entre direitos e deveres morais. 
Mas não há clareza qual obrigação ética gera o direito ao aborto, 
muito menos quem é o titular deste direito ou dever. 
➢ Diante de um diagnóstico antenatal, de ‘ter os filhos que se quer 
e não os que não se quer’, como descreve a autora, levantam-se 
dúvidas sobre as técnicas e sua utilização, custos envolvidos, 
escolhas sociais e políticas aí implícitas em relação à autoridade 
de jugar a qualidade da vida humana e quanto às relações 
interpessoais. 
O aborto enquanto um problema ético
➢ Tais questionamentos trazem dúvidas cada vez maiores e 
alimentam o debate, tornando o aborto, de fato, um problema 
ético de saúde pública.
➢ A questão não se encerra e os debates continuam, buscando 
estabelecer, em definitivo, se o feto é uma pessoa, portanto, 
possuidora de direito à vida, tendo este direito sobreposto à 
vontade da mãe, que, por sua vez, tem o direito de dispor como 
queira do seu corpo. 
➢ Espera-se que esses debates permaneçam, se fundamentem 
cada vez mais e que forneçam dados concretos para a 
elaboração de leis sobre o aborto e para a criação de políticas 
públicas que valorizem 
Eutanásia
➢ De acordo com Urban (2010), a eutanásia é um tema polêmico, 
caracteristicamente ambíguo, causando confusão entre 
médicos, legisladores e cidadãos, especialmente no que diz 
respeito ao Brasil.
➢ Por sua etimologia, cuja raiz é grega, eu-thanatos quer dizer boa 
morte, ou seja, é a supressão piedosa da vida do paciente, no 
que tange ao plano ético e prático. 
➢ Entende-se, então, que a eutanásia é a ação ou omissão 
realizada com o objetivo de suprimir a vida de um paciente, com 
o intuito de lhe garantir o fim do sofrimento, seja ele físico ou 
psíquico.
Eutanásia
➢ Diante do exposto, já se pode observar a primeira polêmica, 
dado que a eutanásia não apenas consiste na ação, mas também 
na omissão de algo que poderia salvar a vida de um paciente. E 
o que fazer? Como atua a ética neste sentido? Como se 
apresentam aqui os valores morais?
➢ Em alguns países, como na Holanda e na Bélgica, por exemplo, a 
eutanásia é permitida, amparada, inclusive por lei. No estado de 
Oregon, nos EUA, vigora desde 2006 e há propostas de lei em 
outros estados.

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