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Imprimir INTRODUÇÃO Nesta aula, você terá acesso a um panorama sobre o processo de de�nição e construção da notícia pela imprensa. Você entenderá como produzir um texto jornalístico, seguindo uma estrutura capaz de contemplar as informações essenciais e relevantes que compõem a notícia. Saberá, também, o que é pauta, como ela é de�nida, bem como sua importância na área jornalística. Ainda nesse contexto, você terá a oportunidade de compreender como o press release pode ser utilizado pela empresa para divulgar ações e iniciativas institucionais nos veículos de comunicação. Além disso, conhecerá algumas estratégias para construir um relacionamento positivo com a imprensa e seus respectivos públicos. IMPRENSA E NOTÍCIA Você já imaginou como seria o mundo sem notícias? Já parou para pensar qual seria a sensação de não saber o que está acontecendo na sua cidade, no seu país ou no mundo? O fato é que a notícia é um elemento essencial e presente na sociedade desde os primórdios da humanidade. Mesmo antes de apresentar as características atuais, a notícia já era utilizada pelos povos da antiguidade como forma de comunicação. Por meio de cartas, discursos, contos e até mesmo boatos, as comunidades trocavam informações sobre fatos e acontecimentos importantes. No entanto, foi com o surgimento da imprensa que a notícia começou a ganhar um formato textual especí�co. Derivada do termo “prensa móvel”, a imprensa teve origem a partir da invenção da máquina de impressão tipográ�ca de Johannes Gutenberg, em 1447. Com o passar do tempo, esse equipamento foi adaptado para a fabricação de jornais, que começaram a divulgar fatos e acontecimentos da sociedade. Ao longo dos séculos, a imprensa passou por diversas transformações até se consolidar como um órgão mais independente. No início, a imprensa sofreu diversas in�uências religiosas, políticas e sociais. Com isso, os jornais produziam notícias tendenciosas, ou seja, que atendiam aos interesses dos controladores dos jornais. Depois de muitas conquistas, a imprensa ganhou mais independência e passou a elaborar notícias de forma pro�ssional (VIZEU JR., 2014). Dentro desse contexto, a notícia se consolidou como um texto do gênero jornalístico com função narrativa e informativa. Publicada em veículos de imprensa, a notícia expõe um fato ou acontecimento de interesse comum, narrado a partir das informações classi�cadas como mais importantes. A produção da notícia se dá por meio de um processo de investigação, pesquisa, coleta de informações e entrevista, sempre com a intenção de expor todas as versões dos fatos de maneira imparcial. O texto da notícia tem caráter impessoal, por isso utiliza-se a terceira pessoa nos textos. A linguagem deve ser clara, objetiva e acessível, com foco direcionado ao interesse do público (LAGE, 1985). A estrutura da notícia é composta pelo lide, que normalmente é representado pelo primeiro parágrafo do texto jornalístico. O lide traz os dados mais relevantes da notícia, cuja composição é baseada nas respostas a algumas perguntas relacionadas ao fato ocorrido (o quê, quando, como, quem, onde e por que). Após o lide, vem o corpo do texto, com mais detalhes e informações sobre a notícia. A partir das informações principais, de�ne-se o título da matéria, chamado de manchete. Ela normalmente é escrita no presente ou no futuro para dar a noção de atualidade. A manchete deve ser atraente e resumir o foco principal da notícia. Junto com esse elemento, vem o subtítulo ou linha �na, isto é, uma frase que apresenta mais informações sobre a notícia. Aula 1 A REDAÇÃO DA NOTÍCIA: PRESS RELEASE E REPORTAGEM Nesta aula, você terá acesso a um panorama sobre o processo de de�nição e construção da notícia pela imprensa. Você entenderá como produzir um texto jornalístico, seguindo uma estrutura capaz de contemplar as informações essenciais e relevantes que compõem a notícia. 22 minutos É importante notar que a notícia não se resume exclusivamente ao texto jornalístico. Devem-se considerar todos os elementos que acompanham a veiculação da notícia, como as imagens e legendas. Você já deve ter ouvido falar que uma imagem vale mais do que mil palavras, certo? Muitas vezes, a notícia pode ser resumida em uma fotogra�a, ilustração ou vídeo. Da mesma forma, uma palavra pode representar mil imagens e resumir um acontecimento de maneira impactante e assertiva. PRESS RELEASE E NOTÍCIA Agora que você aprendeu sobre o processo de produção da notícia, é importante entender como acontece a seleção do tema que será a base desse texto jornalístico. A elaboração da notícia começa com a escolha da pauta, ou seja, com a de�nição dos assuntos considerados relevantes e interessantes para o público de um determinado veículo de comunicação. Uma pauta traz as principais informações do fato a ser investigado, delimita o foco da matéria e indica as fontes que devem ser consultadas para a produção do texto jornalístico. A pauta oferece o direcionamento, apontando o caminho para que a notícia seja averiguada, construída e, posteriormente, publicada pela imprensa. É importante saber que as pautas terão interesses diferentes para cada veículo de comunicação, de acordo com as tendências editoriais e as preferências do público-alvo (HENRIQUES et al., 2019). Para uma pauta sobre eleição presidencial, por exemplo, seria relevante adotar a divulgação em jornais diários. Por outro lado, uma pauta sobre esportes radicais será mais interessante para uma revista especializada. As pautas podem ser levantadas pelo jornalista da imprensa ou sugeridas por meio de um press release produzido por uma empresa. O jornalista está sempre em busca de pautas, por isso o press release é um instrumento importante e de grande utilidade para a imprensa, servindo como base para o desenvolvimento de reportagens (DUARTE, 2008). O press release é composto por um texto jornalístico que traz informações institucionais de uma empresa com foco direcionado à divulgação de produtos, serviços, projetos, ações, eventos, iniciativas ou resultados. O objetivo desse tipo de material é difundir ações da empresa, visando reforçar uma boa imagem da organização diante da sociedade. Nesse sentido, o press release sempre buscará abordar pautas positivas. O texto do press release segue o formato da notícia, ou seja, apresenta título, subtítulo, lide e corpo do texto. Nele, também são incluídos depoimentos e imagens que possam ser aproveitados na notícia. A redação do press release segue o gênero jornalístico, apresentando uma linguagem objetiva e impessoal. A produção do press release pode ser feita internamente, por um pro�ssional da área de Relações Públicas ou Comunicação da empresa. O material também pode ser elaborado por uma agência de comunicação contratada pela corporação para prestar serviços de assessoria de imprensa. Após a produção, revisão e aprovação do press release por parte dos líderes da empresa, ele é enviado para os veículos de comunicação, normalmente por e-mail. Caso algum desses canais mostre interesse, tal empresa será contatada para fornecer mais informações, entrevistas e outros materiais de mídia para a composição da reportagem que será publicada. É essencial que o press release apresente uma pauta que seja realmente relevante para o público do veículo que se pretende alcançar. Se o press release for visto com uma mensagem publicitária, ele poderá ser descartado, pois o objetivo da imprensa não é fazer publicidade, mas sim trazer informações úteis e de interesse coletivo. RELACIONAMENTO COM A IMPRENSA Você já aprendeu que a imprensa é um dos públicos com os quais uma organização se relaciona, por isso ela é considerada um stakeholder importante e estratégico. Nesse sentido, é preciso manter um contato ativo com os meios de comunicação não somente para divulgar informações sobre a empresa, mas também para se tornar apto a enfrentar eventuais situações de crise. Ao divulgar constantemente suas ações em prol da sociedade,uma empresa vai consolidando uma imagem positiva. Caso um dia ela seja surpreendida por uma situação de crise, mesmo tendo uma repercussão negativa, a corporação ainda poderá recuperar parte de sua reputação com as boas ações que foram divulgadas anteriormente. A construção de um relacionamento da empresa com a imprensa cria laços de con�ança e credibilidade não só com os jornalistas, mas também com os leitores, ouvintes, espectadores e internautas. Na era das comunicações, torna-se cada vez mais necessário para a empresa estar presente de forma frequente em todos os canais, inclusive nas mídias sociais. Sendo assim, a produção de press releases com sugestões de pautas para possíveis reportagens deve ser constante, respeitando sempre o aspecto da relevância e interesse dos públicos. Por meio de press releases, a empresa pode divulgar, por exemplo, lançamentos de produtos, novas tecnologias, processos inovadores, iniciativas sociais e ações de proteção ao meio ambiente. É preciso compreender que nem todo tema é relevante para um press release, como as notícias institucionais. Muitas vezes, os líderes da empresa querem divulgar iniciativas que sejam interessantes internamente, mas que não despertarão a curiosidade da imprensa. Nesses casos, é papel do pro�ssional responsável pela área �ltrar os temas para não comprometer a relação com a imprensa ao enviar informações sem relevância. Além disso, é importante lembrar-se de continuamente manter uma postura ética no relacionamento com os jornalistas. Isso signi�ca que não se deve tratar um pro�ssional de maneira inadequada. Outro erro é não responder às perguntas ou não dar retorno aos contatos. Por outro lado, também não se deve criar muita intimidade com o jornalista, passando informações consideradas con�denciais ou que não sejam apropriadas para divulgação (RIBEIRO, 2015). Em tempos de globalização e competitividade, estar nas mídias passou a ser essencial para ganhar visibilidade e consolidar a imagem. Por meio de suas divulgações, a organização busca alcançar potenciais clientes e consumidores, bem como impulsionar os seus negócios. Ao fazer esse caminho pela imprensa, as divulgações ganham ainda mais força e impacto. Perceba que a relação com a imprensa tem a função de tornar a empresa legítima, com a �nalidade de conquistar a con�ança da opinião pública. No entanto, é preciso sempre ter muito cuidado, pois as ações difundidas devem ser coerentes com a realidade, caso contrário o efeito pode ser oposto ao esperado, gerando sérios problemas para a imagem da organização (DUARTE, 2008). VÍDEO RESUMO Que tal mergulhar mais fundo no universo da assessoria de imprensa? Neste vídeo, você conhecerá mais detalhes sobre as estratégias usadas pelas empresas no relacionamento com os veículos de comunicação. Além disso, você também aprenderá sobre algumas técnicas de de�nição de pautas, produção de press releases e elaboração de textos jornalísticos. Então, não perca esta oportunidade! Saiba mais Se você gostou do tema estudado nesta etapa de aprendizagem, será interessante conhecer uma instituição especializada na prestação de serviços de comunicação empresarial por meio de ferramentas estratégicas de assessoria de imprensa. A Comunique-se é um exemplo de agência de comunicação que oferece serviços para que empresas tenham resultados mais positivos em suas ações de comunicação. Além disso, caso você queira conhecer ferramentas de comunicação empresarial que incluam soluções na área digital, faça a leitura de uma matéria especí�ca sobre assessoria de imprensa disponível no blog da Comunique-se. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. https://conteudo.colaboraread.com.br/202202/WHITE_LABEL/REDACAO_INSTITUCIONAL/LIVRO/U3/comunique https://www.comunique-se.com.br/blog/o-que-e-assessoria-de-imprensa/ INTRODUÇÃO Você já parou para pensar em como é feita uma reportagem? Já participou da produção de algum tipo de reportagem ou tem alguma noção de como ela é desenvolvida? Nesta aula, você poderá se aprofundar no universo da produção jornalística da reportagem empresarial, compreendendo todas as suas características e objetivos especí�cos. Você conhecerá, ainda, as etapas de elaboração da reportagem, veri�cando a importância das fases de pauta, apuração de informações, produção textual e edição. Por �m, você entenderá como ocorre o processo de publicação e veiculação da reportagem nos diferentes canais de comunicação. Não perca este conteúdo. Aproveite bem esta aula! Bons estudos! REPORTAGEM EMPRESARIAL E SUAS CARACTERÍSTICAS Você aprendeu que a notícia é uma narração de um fato ou acontecimento que tem a função de informar um determinado público sobre uma novidade classi�cada como relevante e interessante. A notícia é a base para a produção da reportagem, ou seja, da matéria jornalística que trará todas as informações completas sobre o fato que está sendo transmitido. Nesse sentido, a reportagem é um processo de investigação em que o repórter aprofundará seus conhecimentos sobre um tema especí�co que será transformado em notícia. Na reportagem, coletam-se dados, realizam-se entrevistas e capturam-se as imagens, visando produzir um texto jornalístico que será publicado em um veículo de comunicação (LAGE, 2001). A reportagem tem o objetivo de veri�car e ampliar os dados apresentados pela pauta. O tema central da reportagem, de�nido na pauta, orienta o jornalista na obtenção das informações de que precisa para produzir a reportagem. Dessa forma, o texto da reportagem segue as características do gênero jornalístico, porém possui uma �nalidade mais ampla, de modo que tem a intenção não somente de apresentar as informações principais, mas também de trazer um conteúdo ampliado sobre o assunto em questão. Como a reportagem toma como base o gênero jornalístico, o processo de elaboração é apoiado na coleta de dados reais e relevantes. O propósito da reportagem é retratar um fato, acontecimento ou situação de forma �dedigna e, ao mesmo tempo, envolvente, a �m de que o público se interesse pelas informações. Por isso, os depoimentos das fontes são aspectos essenciais na reportagem, já que transmitem a ideia de veracidade. A reportagem pode ser produzida para ser divulgada em canais de comunicação internos da empresa, como o house organ e a intranet. Nesse caso, ela será elaborada pelo pro�ssional responsável pela área de Comunicação ou Relações Públicas da organização. É importante notar que, nas empresas, a reportagem seguirá uma linha institucional, tendo como norte a visão, a missão e os valores dessas instituições. Nas organizações, alguns temas podem ser escolhidos de forma recorrente para a produção de reportagens, como lançamentos de novos produtos, novos processos, mudanças estruturais, novas unidades, projetos inovadores, resultados e metas institucionais. A elaboração da reportagem empresarial terá uma tendência à parcialidade, pois deverá retratar a realidade, percepção e visão da corporação. No entanto, a reportagem empresarial também pode ser elaborada para veiculação em meios de comunicação externos, como jornais, revistas, televisão ou internet. Nesse caso, um repórter externo será o responsável pelo trabalho e sua atuação seguirá uma linha de imparcialidade, visto que esse pro�ssional estará comprometido com o público, e não necessariamente com a organização. Aula 2 A REPORTAGEM EMPRESARIAL Você já parou para pensar em como é feita uma reportagem? Já participou da produção de algum tipo de reportagem ou tem alguma noção de como ela é desenvolvida? 23 minutos Para a empresa, produzir notícias signi�ca ganhar visibilidade nos meios de comunicação, na busca da construção de uma imagem positiva. No entanto, é preciso lembrar que nem todo dado é noticiável, ou seja, não é qualquer informação institucional que pode ser transformada em notícia e, consequentemente, gerar uma reportagem (DUARTE, 2008). A divulgação de informações irrelevantes e puramente publicitáriaslevará o leitor, ouvinte ou espectador a se desinteressar pelas publicações daquela organização. Por outro lado, pautas relevantes podem dar origem a reportagens consistentes e que despertem a curiosidade, obtendo repercussões positivas. A PRODUÇÃO DA REPORTAGEM EMPRESARIAL Provavelmente você já se deparou com uma reportagem que chamou a sua atenção e lhe fez querer saber mais sobre o assunto retratado. Talvez você até tenha conversado sobre esse tema com alguém, disseminando as informações que absorveu. Se isso realmente aconteceu, certamente essa reportagem cumpriu com o seu objetivo de conquistar a atenção e envolver o público com um fato relevante. Para que isso ocorra, é preciso que a reportagem tenha uma meta assertiva e seja bem produzida. A reportagem terá êxito se seguir corretamente as etapas de produção, considerando suas características e objetivos. O primeiro passo para a produção de uma boa reportagem é a de�nição da pauta, pois ela orientará o jornalista na obtenção das informações de que precisa para elaborar uma reportagem de acordo com o objetivo e os resultados esperados. Uma pauta sobre uma iniciativa ambiental, por exemplo, poderá ter o propósito de detalhar as ações e os benefícios que essa ação trará para a sociedade (FLORESTA, 2012). A fase seguinte envolve a apuração das informações apresentadas na pauta. Para isso, são realizadas as coletas de dados, por meio de press releases, documentos, publicações antigas, pesquisas na internet e, principalmente, entrevistas. Nessa etapa, entra-se em contato com as fontes, isto é, com as pessoas que fornecerão informações para a produção da reportagem, na intenção de agendar entrevistas. As entrevistas são essenciais para a produção da reportagem e devem ser feitas com as pessoas certas, a �m de que seja possível obter as informações de forma assertiva. Logo, torna-se essencial a preparação do jornalista, o qual precisa realizar pesquisas não somente sobre o tema, mas também sobre as fontes (RIBEIRO, 2015). Durante o processo de apuração, também são coletadas as imagens que serão utilizadas na publicação, sejam elas impressas, eletrônicas ou audiovisuais. Tão importantes quanto a informação, as �guras são essenciais para a reportagem porque poderão comprovar os fatos, ampliar a percepção e, até mesmo, despertar o interesse pela notícia. Após a apuração, vem a etapa da redação, ou seja, da produção do texto que será publicado. A redação é feita pelo repórter e deve seguir o gênero jornalístico, apresentando um título, subtítulo e um texto, que normalmente é escrito em terceira pessoa. Diferente da notícia, a reportagem pode ter uma estrutura textual �exível. Por isso, não necessariamente ela terá início com o lide, podendo começar com um curto depoimento ou uma de�nição do tema, por exemplo. Depois da redação, o texto segue para a fase de edição, ou seja, para a revisão textual e realização de ajustes nas informações, se for necessário. Nas empresas, a edição é feita internamente pelos gestores e líderes, que tendem a veri�car se todos os dados estão de acordo com a �loso�a da organização. Já na imprensa, o texto da reportagem será revisado por um editor, que tratará de fazer não somente as correções de ortogra�a e linguagem, mas também de adequação do tema à pauta. Por �m, após a edição, a reportagem estará pronta para ser divulgada, seguindo para a etapa de publicação. O tempo de produção de uma reportagem é variável, já que ela pode ser �nalizada em um único dia, mas também pode levar semanas ou até mesmo meses para ser concluída, dependendo do tempo necessário para o levantamento das informações e contato com as fontes. PUBLICAÇÃO E VEICULAÇÃO DA REPORTAGEM Você aprendeu que a reportagem percorre um longo trajeto até ser publicada em um jornal, revista, na internet ou divulgada no rádio. Logo, a reportagem é o produto �nal de um sistema que inclui diversas etapas de um trabalho jornalístico. Depois de conhecer as fases de produção da reportagem, é importante entender como ocorre o processo de veiculação nos meios de comunicação. Para isso, deve-se saber que a produção da reportagem segue um formato especi�camente direcionado ao meio de comunicação onde ela será publicada. Isso signi�ca que, por exemplo, se a reportagem for destinada a uma revista especializada, ela poderá ser mais longa, com mais informações e imagens. Já se o destino do conteúdo for um programa de televisão ou rádio, a linguagem deverá ser mais objetiva e concisa (LAGE, 2001). Sendo assim, a linguagem de cada reportagem deve ser adaptada ao canal em que ela será publicada. Jornais diários, por exemplo, precisam de informações atuais e linguagem objetiva. Reportagens em revistas possuem como característica textos mais longos, informações detalhadas, dados em grá�cos, subtemas e conjuntos de fotos. Por sua vez, a televisão e o rádio buscam adequar a reportagem ao tempo disponível, por isso os textos são curtos e a linguagem, direta. Por �m, a internet também apresenta um per�l peculiar, com textos mais enxutos, concisos, imagens diversas, efeitos textuais e links com temas relacionados. A publicação da reportagem seguirá a periodicidade do veículo e terá como referência o grau de importância e o quão atual é a notícia. Dependendo do tema, ela precisará ser publicada no mesmo dia ou semana, principalmente se for um furo de reportagem, ou seja, uma notícia exclusiva. No entanto, muitas reportagens podem esperar para ser divulgadas, pois não perderão o efeito com o tempo (CASADO; SANTOS, 2021). Muitas vezes, a investigação da reportagem pode levar o jornalista a ter conclusões diferentes das imaginadas ou, ainda, revelar outras informações que podem mudar o rumo da matéria. Nesses casos, a publicação pode demorar mais tempo que o previsto ou até mesmo ser cancelada. Em muitos casos, o tema pode abrir espaço para uma série de reportagens que serão propagadas ao longo das edições de um determinado veículo de comunicação. De qualquer forma, a publicação seguirá sempre a periodicidade desse veículo, que poderá ser, por exemplo, diária, semanal, mensal ou trimestral. A difusão da reportagem está baseada no per�l do canal de comunicação. Se for um veículo de comunicação interno, como um house organ ou intranet, a reportagem poderá ser publicada em formato impresso ou eletrônico. Se forem canais de comunicação externos, a reportagem poderá ser divulgada por meio impresso, rádio, televisão, internet ou até mesmo aplicativos. Em muitos casos, uma reportagem também pode ser veiculada em mais de um canal de comunicação. É importante saber que o alcance da divulgação de uma reportagem por vezes não pode ser mensurado, principalmente com o avanço das atuais ferramentas de comunicação e das mídias sociais, as quais proporcionaram velocidade e ampliação em grande escala à disseminação das informações, incluindo as reportagens produzidas. VÍDEO RESUMO Quer aprender mais sobre reportagens e sua aplicação no universo jornalístico? Então assista ao vídeo a seguir para conhecer mais profundamente essa ferramenta tão utilizada nos meios de comunicação internos e externos. Dessa forma, você entenderá a realidade da produção e veiculação de reportagens. Aproveite o conteúdo e amplie seu conhecimento! Saiba mais A revista Pequenas empresas, grandes negócios é um exemplo de veículo de comunicação que produz e publica diversas reportagens empresariais. Você poderá observar reportagens veiculadas nesse canal, identi�cando algumas das características estudadas nesta aula. Aproveite para navegar pelo site e analisar os temas abordados, o modo como as reportagens são estruturadas e os elementos que acompanham os textos jornalísticos. Você certamente vai gostar de ler as matérias em destaque, pois muitas delas trazem ideias inspiradoras. Boa leitura! Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Aula 3 https://revistapegn.globo.com/ INTRODUÇÃO Nesta aula, você conhecerá as funções da entrevistana produção de uma reportagem empresarial, bem como suas características, meios, técnicas e habilidades. Você aprenderá, ainda, sobre os diferentes estilos de entrevista existentes, como as que seguem o modelo de perguntas e respostas, redação narrativa com depoimentos ou reprodução de discursos. Além disso, será possível descobrir quais são as etapas primordiais da entrevista, desde a fase de preparação e execução até a redação. Ao �nal desta aula, você certamente se sentirá seguro e con�ante para realizar uma entrevista e produzir uma reportagem consistente e impactante. Aproveite para adquirir mais conhecimento e ampliar a sua bagagem acadêmica! CARACTERÍSTICAS DA ENTREVISTA EMPRESARIAL Se você observar as reportagens que são publicadas ou veiculadas nos meios de comunicação, verá que a maioria delas inclui uma ou mais entrevistas, as quais são utilizadas nos textos jornalísticos não somente para seguir um gênero ou estilo, mas também para justi�car e legitimar as informações que estão sendo relatadas. De acordo com Lage (2001, p. 49), a entrevista é uma ferramenta do “gênero de apuração baseado na coleta de informações e interpretações diretamente com o entrevistado”. Nesse sentido, você perceberá que a entrevista é a base para a construção de uma reportagem completa e consistente. Ao apresentar um fato ou dado em forma de texto, o jornalista busca con�rmar o sentido da informação com a fala de uma fonte. Essa estratégia tem o objetivo de transmitir a sensação de veracidade, por meio de a�rmações e depoimentos. Para isso, o jornalista sempre busca fontes que sejam referências no assunto em questão e tenham credibilidade para discursar. As entrevistas possuem algumas características comuns, como oralidade, diálogo e discursos, que podem ser diretos ou indiretos. A entrevista é o resultado de uma conversa entre um jornalista, que realiza uma série de perguntas sobre um determinado tema, e uma fonte, que responde aos questionamentos, gerando o conteúdo-base para a produção da reportagem. Em uma entrevista, o entrevistador conduz o entrevistado, seguindo as informações prévias da pauta e um roteiro de perguntas previamente elaborado. Nas empresas, as reportagens carregam alguns aspectos peculiares e um �uxo de produção mais controlado e previsível. Em produções de reportagens internas, um pro�ssional de comunicação da empresa ou de uma agência será o responsável por fazer as entrevistas com as fontes, que provavelmente também serão componentes da organização ou relacionados a ela. As entrevistas empresariais servirão como base para a produção de reportagens que serão divulgadas internamente por meio de comunicados, newsletters, house organs ou intranet. No entanto, essas entrevistas também podem ser usadas como suporte para a elaboração dos press releases, que funcionarão como sugestão para a realização de matérias por parte dos veículos de comunicação externos. O processo de realização da entrevista exige que o jornalista tenha muita habilidade no que diz respeito à produção textual, tanto na preparação de um roteiro de perguntas quanto na documentação dos relatos e, principalmente, no momento de transcrever ou redigir a entrevista. Em todas essas etapas, é preciso dominar não somente as regras gramaticais e o estilo jornalístico, mas também as estratégias de edição, ou seja, de seleção das informações mais relevantes e impactantes (CASADO; SANTOS, 2021). Note, também, que no mundo corporativo as entrevistas empresariais têm foco direcionado aos temas que são de interesse da organização, por isso normalmente abordam assuntos positivos. Esse é um recurso que busca legitimar as ações e os propósitos organizacionais, visando consolidar a visão, a missão e os valores institucionais. Nesse sentido, a redação da entrevista empresarial terá uma tendência a adotar a parcialidade por apresentar fortemente a visão da organização. Nessa linha, as falas das entrevistas terão a função de reforçar a postura da empresa, buscando convencer e engajar seus públicos internos e externos. A REDAÇÃO NAS ENTREVISTAS Nesta aula, você conhecerá as funções da entrevista na produção de uma reportagem empresarial, bem como suas características, meios, técnicas e habilidades. x minutos TIPOS DE ENTREVISTAS EMPRESARIAIS Você já prestou atenção na diferença entre os tipos de entrevistas? Se observar bem, você verá que cada entrevista tem um estilo, uma função e ocasiões apropriadas para sua utilização. Nesse sentido, é importante compreender que cada formato de entrevista é usado de acordo com os propósitos da reportagem e das características do meio onde ela será divulgada. Nas reportagens jornalísticas, as entrevistas podem ser apresentadas por meio de modelos textuais com linguagem direta ou indireta. No estilo direto, o jornalista expõe a fala do entrevistado exatamente como ele a proferiu. Já no formato indireto, o texto exibe a ideia expressa pelo entrevistado, porém com as palavras do jornalista. Os principais modelos de entrevistas são: perguntas e respostas, redação narrativa com depoimentos e reprodução de discursos escritos pelas fontes. As entrevistas com perguntas e respostas, também chamadas de “pingue-pongue”, reproduzem as falas do entrevistador e do entrevistado na íntegra, exibindo a pergunta e a resposta do entrevistado exatamente na forma original. Já na redação narrativa, predomina o texto do jornalista, com a inclusão de trechos que citam depoimentos de uma ou mais fontes entre aspas. Por �m, existe, ainda, o discurso, que reproduz apenas o relato da fonte, sem as perguntas. É possível desenvolver entrevistas de maneira individual ou por meio de coletivas de imprensa. As entrevistas individuais são as mais comuns e têm a �nalidade de promover o contato entre uma fonte e o jornalista que está em busca de informações sobre uma pauta. Por outro lado, as entrevistas coletivas ocorrem quando uma empresa convoca vários veículos de comunicação para informar um fato a vários jornalistas simultaneamente (LAGE, 2001). Quando uma entrevista é concedida a apenas um veículo de comunicação, pode-se dizer que se trata de uma entrevista exclusiva, ou seja, ela será inédita. Os jornalistas são ávidos por exclusividade, porém é preciso ter o cuidado de não mostrar preferência por um veículo especí�co, pois isso pode gerar, posteriormente, boicote por parte dos outros canais. As entrevistas podem ser feitas de forma presencial ou eletrônica. Com os avanços das ferramentas de comunicação, é cada vez mais comum que os jornalistas efetuem entrevistas por telefone, videochamadas ou até mesmo aplicativos. É fato que essas ferramentas facilitam e dinamizam o processo das entrevistas, mas é preciso lembrar que o contato pessoal é sempre mais vantajoso e um jornalista conseguirá mais informações se estiver presente no local da entrevista (COELHO; REIS; BOXINE, 2021). No contexto empresarial, é comum que haja entrevistas para anunciar novos investimentos, lançamentos de produtos inovadores, anúncios de expansões, divulgação de práticas sociais e ambientais, entre outros assuntos. Normalmente, quando as pautas são proativas, ou seja, divulgadas pela organização, elas envolvem temas positivos e mais fáceis de serem trabalhados nas entrevistas. No entanto, em outras situações, como as de crise, a imprensa pode solicitar entrevistas com a empresa para obter esclarecimento sobre temas ligados a algum aspecto negativo relacionado à organização. Nesses casos, será necessária uma boa preparação por parte das fontes e muito cuidado na forma de divulgação das informações. De qualquer maneira, conceder uma entrevista ou enviar um posicionamento será melhor do que não comentar sobre o assunto. ENTREVISTA: PREPARAÇÃO, REALIZAÇÃO E REDAÇÃO Pode parecer uma tarefa simples, mas realizar uma boa entrevista exige algumas estratégias e cuidados, que começam bem antes da execução em si. Por isso, é importante que você compreenda que a entrevista é composta porum processo complexo. A preparação é a etapa inicial da entrevista. Nessa fase, é essencial que o jornalista conheça bem o tema que será abordado para poder fazer as perguntas corretas e intervenções assertivas. Além de se aprofundar no assunto em questão, o jornalista precisa conhecer o per�l da fonte, sua formação e trajetória pro�ssional. Para complementar, pesquisas na internet e o resgate de outras reportagens sobre o tema também são importantes nesse estágio. Ainda na etapa da preparação, o jornalista precisa elaborar um roteiro de perguntas prévias a serem feitas ao entrevistado. Esse roteiro pode servir como guia, e não necessariamente deve ser aplicado de maneira rígida, pois o jornalista poderá fazer mais perguntas a partir do surgimento de outros assuntos. Da mesma forma que o jornalista se prepara, as fontes também devem se capacitar para a entrevista. Nas empresas, é comum que os pro�ssionais de comunicação criem treinamentos para falar com a imprensa, chamados de media training. Além disso, as empresas podem preparar um documento com possíveis perguntas e respostas, denominado questions and answers, para que a fonte assimile as informações que poderá utilizar na entrevista. Durante a entrevista, é importante demonstrar interesse, estar atento às respostas e registrar tudo o que é falado. Muitas vezes, outros temas podem surgir e o jornalista pode optar por mudar o rumo da entrevista, se esse novo assunto for mais interessante ou complementar ao tema principal. Além disso, caso o entrevistado não seja claro em suas respostas, o jornalista deverá refazer as perguntas até que a informação seja esclarecida (FLORESTA, 2012). Após a entrevista, a elaboração da reportagem seguirá o �uxo básico de uma produção jornalística. Logo, o primeiro passo será resgatar todo o conteúdo coletado durante as entrevistas com as fontes. À medida que esse material for repassado, o jornalista selecionará as informações e fatos relevantes, colocando-os em ordem de importância. A partir desse procedimento, inicia-se a produção textual, que deverá seguir o gênero jornalístico escolhido, ou seja, uma entrevista direta ou indireta. Nas entrevistas diretas, é comum que o jornalista grave as falas da fonte para depois fazer a transcrição dos trechos registrados e, então, eleger as partes que serão usadas. Se for um vídeo, ele poderá baixar o arquivo e selecionar as melhores cenas da entrevista. Em uma entrevista indireta, as falas colhidas durante a entrevista se transformam em um texto indireto, escrito de forma impessoal ou, ainda, por meio de falas diretas, representadas pelo discurso do entrevistado. Nesse último caso, as frases são escritas entre aspas, acompanhadas do nome e cargo da pessoa que produziu aquela fala (LAGE, 2001). O texto da entrevista também passa pelo processo de revisão e edição textual até seguir para a publicação ou veiculação. A reportagem de uma entrevista poderá trazer a foto do entrevistado e algumas de suas falas na legenda ou em destaque, junto ao texto ou imagem. Por �m, lembre-se de que é importante estar atento às características do meio de comunicação e do público-alvo, pois esses aspectos de�nirão o estilo da redação a ser produzida. VÍDEO RESUMO Se você quer aprofundar seus conhecimentos sobre o tema desta aula, assista ao vídeo a seguir e aprenda mais sobre estilos, técnicas e habilidades para a produção de uma entrevista. Conheça alguns modelos de entrevistas, seus elementos essenciais e as etapas que devem ser seguidas para que você possa realizá-las da maneira correta. Concentre-se e tenha um bom aprendizado! Saiba mais Que tal conhecer alguns exemplos dos principais tipos de entrevistas jornalísticas? No texto indicado a seguir, disponível no site Academia do Jornalista, você encontrará uma matéria especí�ca sobre os modelos de entrevistas mais utilizados pelos jornalistas, como as entrevistas de rotina, pesquisa e opinativa. O artigo ainda traz um vídeo com um resumo desse conteúdo. Vale a pena assistir e aprender um pouco mais para complementar seu conhecimento. Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. https://academiadojornalista.com.br/producao-de-texto-jornalistico/tipos-de-entrevista/ INTRODUÇÃO Nesta aula, você aprenderá sobre dois novos estilos textuais: o artigo de opinião e o artigo cientí�co. Por meio deste conteúdo, será possível entender quais são as principais características e aspectos que marcam cada um desses gêneros, a função de cada tipo de artigo e as habilidades necessárias para produzir esses estilos de texto, alcançando seus objetivos. Você também aprenderá a defender uma ideia, utilizar os argumentos corretos e apresentar uma tese de maneira fundamentada e convincente. Além disso, ao �nal desta aula, você saberá como os artigos de opinião e cientí�co são estruturados e quais são as etapas para a elaboração de cada gênero, de acordo com os públicos-alvo. Aproveite todo o conteúdo e tenha um excelente aprendizado! ARTIGOS DE OPINIÃO E CIENTÍFICOS Você já compreendeu que o universo da redação institucional é composto por diferentes tipos de gêneros textuais, cada um com sua �nalidade, característica e aplicação. Os estilos textuais jornalísticos, como os que são utilizados nas reportagens, têm a intenção de apresentar os fatos de uma forma objetiva, concreta e imparcial. Entretanto, para outros contextos, existem alguns tipos textuais que são usados com o objetivo de demonstrar claramente a opinião do escritor, consolidando uma ideia sobre um fato ou ideologia por meio de uma estrutura com foco voltado para argumentos. São os casos dos artigos de opinião e cientí�cos, adotados como estratégia de convencimento e persuasão. Observe que o artigo de opinião é um gênero textual que tem a argumentação como principal recurso estratégico. Nesse tipo textual, a retórica argumentativa tem a �nalidade de apresentar justi�cativas que levem o interlocutor a ser convencido sobre o ponto de vista do autor. Para que isso ocorra, quem produz um artigo de opinião precisa ser especialista no assunto e saber transmitir credibilidade para poder convencer (BORDIM; PINTON; SCHMITT, 2019). Normalmente, os artigos de opinião trazem à tona uma discussão em torno de um assunto recente que foi noticiado por meio de uma reportagem jornalística. Diante disso, o artigo de opinião visa promover uma re�exão acerca de um tema e gerar um debate profundo, que vai além das informações divulgadas em uma notícia. Quando difundido em canais internos da organização, o artigo de opinião abordará assuntos importantes relacionados à realidade institucional, como �loso�as, políticas, iniciativas, campanhas, projetos, pesquisas, desa�os e conquistas. É comum que num house organ a empresa publique artigos de opinião dos principais líderes, tratando de temas que precisam ser reforçados para gerar engajamento e motivação. No entanto, os artigos também podem ser escritos para ser divulgados em canais externos, como jornais, revistas, rádio, televisão ou sites. Nesses ambientes, os artigos normalmente discorrem sobre temas relevantes que tenham relação com o cotidiano da sociedade. Muitas vezes, apresentam-se assuntos polêmicos, que buscam atrair a atenção do leitor a partir de títulos provocativos. Já os artigos cientí�cos pretendem retratar um conjunto de informações resultantes de um projeto de pesquisa realizado por uma organização ou instituição. Nesse estilo textual, o autor busca descrever o tema pesquisado, as metodologias utilizadas, as pesquisas aplicadas e os resultados alcançados. É muito comum que os artigos sejam escritos por mais de um autor, tendo em vista que as pesquisas geralmente envolvem uma equipe de especialistas. Aula 4 O ARTIGO DE OPINIÃO E O ARTIGO CIENTÍFICO Nesta aula, você aprenderá sobre dois novos estilos textuais: o artigo de opinião e o artigo cientí�co. Por meio deste conteúdo, será possível entender quais são as principais características e aspectos quemarcam cada um desses gêneros, a função de cada tipo de artigo e as habilidades necessárias para produzir esses estilos de texto. 24 minutos Os artigos cientí�cos surgiram com a intenção de compartilhar conteúdo em diversas áreas do conhecimento, tornando a ciência acessível a vários públicos. Por isso, é um gênero textual que tem a função de democratizar informações que são de utilidade pública, pois objetiva disseminar pesquisas relevantes que podem transformar a vida das pessoas (FURTADO, 2020). Você já deve ter visto algum artigo cientí�co sobre a descoberta de uma nova vacina, um medicamento diferente, uma tecnologia inovadora ou um produto revolucionário. Por isso, pode-se dizer que os artigos cientí�cos são ferramentas importantes de promoção de conhecimento e divulgação de informações essenciais ao desenvolvimento da sociedade. CARACTERÍSTICAS E ESTRATÉGIAS DOS ARTIGOS Além de conhecer as características dos artigos de opinião e cientí�cos, é importante que você aprenda algumas estratégias utilizadas na produção desses estilos textuais. Ao compreender como eles são estruturados e quais recursos são aplicados nesses textos, você terá habilidade para elaborar artigos. Os artigos de opinião possuem como principal característica a demonstração da posição ideológica de quem os escreve, acompanhada de uma série de argumentos que comprovam a ideia que está sendo defendida. Por isso, os artigos são escritos, normalmente, na primeira pessoa do singular ou plural e geralmente são assinados pelo autor. Perceba que os artigos de opinião são baseados em uma retórica argumentativa, por isso precisam conter elementos que levem o interlocutor a acreditar e, posteriormente, a convencer-se da ideia defendida no texto. Esses argumentos precisam ser consistentes, mas, acima de tudo, devem ser apresentados e elaborados da maneira correta, para que atinjam o objetivo de persuasão. Existem alguns tipos de argumentos que são utilizados no desenvolvimento do artigo de opinião, como os de causa e consequência, os quais buscam apresentar os fatos que são resultantes de um acontecimento. Os argumentos de autoridade também são comuns nesse estilo e visam apresentar a voz de um especialista para dar credibilidade ao ponto de vista. Também são usados argumentos de exempli�cação, por meio da citação de exemplos, e argumentos de generalização, que expõem conclusões baseadas em casos comuns e constantes. Em outras situações, ainda é possível utilizar: argumentos de analogia, explorando casos semelhantes; argumentos de confronto, por meio de comparações; e argumentos de provas, a partir da apresentação de dados e fatos concretos, como grá�cos e tabelas (BORDIM; PINTON; SCHMITT, 2019). Outra estratégia implementada nos artigos de opinião são as vozes discursivas, ou seja, as citações de outros autores, a �m de embasar e fortalecer a ideia apresentada. Para isso, o autor pode se utilizar da citação de discursos de maneira direta, na íntegra, ou indireta, por intermédio do relato do discurso. No caso do artigo cientí�co, você verá que o estilo textual segue uma linha mais técnica, pois busca retratar um conhecimento ou descoberta cientí�ca a partir dos procedimentos realizados durante uma determinada pesquisa. Nessa linha, o texto descreverá o conceito cientí�co, os métodos usados na pesquisa, as ferramentas aplicadas, os processos desenvolvidos, os resultados obtidos e as conclusões alcançadas (SINIGAGLIA, 2021). O embasamento teórico também é fundamental no artigo cientí�co, pois demonstra o quanto o pesquisador se aprofundou no tema. Por isso, saiba que a credibilidade de um artigo está diretamente relacionada com as pesquisas bibliográ�cas e documentais, bem como com as práticas executadas pelo autor. A originalidade é outra característica essencial do artigo cientí�co, por isso o texto deve ser autêntico, assim como a pesquisa desenvolvida e as ideias apresentadas. A inovação também é um aspecto que deve integrar o artigo cientí�co, pois espera-se que os artigos abordem temas novos e tragam resultados inovadores, que despertem o interesse do público. Independentemente do tipo de artigo, lembre-se de que é preciso ter em mente a necessidade de manter uma postura ética e respeitosa na produção textual. Para isso, o uso da polidez no texto é essencial, pois também serve como uma importante estratégia para aproximar o interlocutor do tema. Essa postura também evita que o artigo cause repercussões negativas tanto para o autor quanto para a organização que ele representa. ELABORANDO ARTIGOS DE OPINIÃO E CIENTÍFICOS Você percebeu que, para produzir um bom artigo, é preciso, antes de tudo, escolher um tema relevante e uma linguagem apropriada. Além disso, o texto deve ser apresentado de maneira clara e objetiva, mas, acima de tudo, precisa estar muito bem articulado e fundamentado. Para isso, é essencial perpassar por algumas etapas. Para começar, é importante saber que o artigo de opinião normalmente tem início com um título chamativo, que objetiva despertar a atenção do interlocutor. O texto começa com uma contextualização, para que o interlocutor possa se ambientar com o recorte temático que está sendo retratado. Nessa primeira etapa, também é redigida a tese, ou seja, a apresentação da opinião que será inserida no texto juntamente com a defesa do ponto de vista do autor. Na sequência, o texto do artigo de opinião elenca uma série de argumentos que comprovam a ideia do escritor. Essa é a etapa do desenvolvimento, em que será feita a fundamentação da tese, com a exposição dos argumentos por meio da exibição de outros dados, informações, fatos e exemplos. É comum, nessa fase do desenvolvimento, que o autor se utilize de recursos linguísticos para engajar o interlocutor e levá-lo a concordar com a opinião que está sendo apresentada. Por �m, o artigo de opinião se encerra com a conclusão, que pretende reiterar a defesa do autor sobre a tese inicial, retomando a ideia principal, que foi comprovada a partir dos argumentos. Nessa fase, o autor também busca apresentar uma solução ou deixar uma dúvida no ar para que o interlocutor possa re�etir sobre o tema, dentro da mesma linha de pensamento (CAIO, 2013). Já o artigo cientí�co, como você aprendeu, é produzido a partir do desenvolvimento de uma pesquisa por parte de um ou mais pesquisadores. A principal �nalidade desse texto é retratar o contexto, objetivos e etapas realizadas na pesquisa para que os leitores possam compreender o objeto de estudo, as metodologias utilizadas e as conclusões observadas por meio dos resultados apresentados. Como o foco desse tipo de artigo está direcionado à divulgação de uma pesquisa cientí�ca, é comum a utilização de uma linguagem mais técnica e aprofundada. Isso não signi�ca, contudo, apresentar um texto prolixo ou confuso. Pelo contrário, um artigo cientí�co deve ser escrito com clareza, precisão e coerência. Dessa forma, o artigo cientí�co tem início com a apresentação do título, do(s) autor(es) e da instituição onde a pesquisa foi realizada. Na sequência, é elaborado um resumo sobre o assunto a ser tratado, na língua nativa e também em inglês. Abaixo do resumo, são de�nidas algumas palavras-chave relacionadas ao tema. O texto do artigo cientí�co segue uma estrutura que contém a introdução, na qual ocorre a contextualização do assunto e a descrição das investigações que serão realizadas. Depois, o texto continua com o desenvolvimento, descrevendo as metodologias, processos, resultados e interpretações. Por �m, as considerações �nais buscam retomar os objetivos e indagações da pesquisa, associando-os com as conclusões alcançadas. Também é comum, ao �nal do artigo cientí�co, que o autor faça algumas recomendações ou sugestões de novos estudos, tomando como referência as descobertas obtidas na pesquisa. A �nalização do artigo conta, ainda, com as referências bibliográ�cas e, eventualmente, algum anexo, glossário ou apêndice (FURTADO, 2020). Na elaboração dosartigos, é preciso se atentar para a escolha correta das palavras, a �m de que elas produzam o efeito desejado. Além disso, é essencial de�nir a sequência dos argumentos e a conexão entre eles. Por �m, a conclusão deve sempre fazer referência à ideia apresentada inicialmente, trazendo um fechamento consistente e convincente. VÍDEO RESUMO Agora que você já aprendeu sobre os artigos de opinião e cientí�cos, que tal aprofundar seus conhecimentos sobre esse tema? Neste vídeo, você poderá adquirir outros saberes e experiências para produzir artigos de maneira assertiva, conhecendo mais estratégias e técnicas de produção desses gêneros textuais. Certamente, este conteúdo será útil para sua formação acadêmica e pro�ssional. Saiba mais Para visualizar o objeto, acesse seu material digital. Se você �cou interessado em conhecer mais detalhes sobre a produção de artigos de opinião e cientí�cos, assista aos vídeos indicados a seguir para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema. No vídeo Gênero Textual: artigo de opinião, você aprenderá sobre a estrutura do artigo de opinião e verá um exemplo de produção desse estilo textual. Por meio do segundo vídeo Artigo de Divulgação Cientí�ca, você conhecerá os objetivos e as práticas da produção textual do artigo cientí�co. Vale a pena assistir aos vídeos para ganhar mais conhecimento e se preparar pro�ssionalmente! Aula 1 DUARTE, J. (Org). Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. HENRIQUES, F. et al. Gênero, notícia e transformação social. Aveiro: Ria Editorial, 2019. LAGE, N. Estrutura da notícia. São Paulo: Ática, 1985. RIBEIRO, V. Assessoria de imprensa: fundamentos teóricos e práticos. São Paulo: Novas Edições Acadêmicas, 2015. VIZEU JR., A. Decidindo o que é notícia: os bastidores do telejornalismo. 5. ed. Porto Alegre: Edipucrs, 2014. Aula 2 CASADO, A. C.; SANTOS, J. O. dos. Eu, jornalista: guia pedagógico pela educação crítica através do jornalismo. Aracaju: IFS, 2021. DUARTE, J. (Org). Assessoria de imprensa e relacionamento com a mídia. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2008. FLORESTA, L. B. C. F. Técnicas de reportagem e entrevista. São Paulo: Saraiva, 2012. LAGE, N. Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. São Paulo: Record, 2001. RIBEIRO, V. Assessoria de imprensa: fundamentos teóricos e práticos. São Paulo: Novas Edições Acadêmicas, 2015. Aula 3 CASADO, A. C.; SANTOS, J. O. dos. Eu, jornalista: guia pedagógico pela educação crítica através do jornalismo. Aracaju: IFS, 2021. COELHO, P.; REIS, A. I.; BOXINE, L. (Org.). Manual de reportagem. Covilhã: Labcom, 2021. FLORESTA, L. B. C. F. Técnicas de reportagem e entrevista. São Paulo: Saraiva, 2012. LAGE, N. Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. São Paulo: Record, 2001. Aula 4 BORDIM, C. T.; PINTON, F. M.; SCHMITT, R. M. Produzindo artigo de opinião. 3. ed. Santa Maria, RS: UFSM; CAL; Curso de Letras, 2019. CAIO, G. Gêneros textuais: o artigo de opinião. São Paulo: Caio Editor, 2013. REFERÊNCIAS 7 minutos https://www.youtube.com/watch?v=iFlMne_mSZM https://www.youtube.com/watch?v=wM9NlIqsqlo FURTADO, A. B. Como escrever artigos cientí�cos, dissertações e teses. 3. ed. Belém: Alfredo Braga Furtado, 2020. SINIGAGLIA, T. Como escrever, estruturar e publicar artigos cientí�cos. Santa Maria, RS: Tiago Sinigaglia, 2021.