Prévia do material em texto
Em seu último livro, Entendendo a Batalha Espiritual e a ação dos demônios, Ron Phil ips, com a habilidade de um sábio construtor, estabelece uma sólida abordagem de questões importantes na batalha espiritual. Ao mesmo tempo, ele prioriza a obra expiatória de Cristo na cruz provendo ferramentas bíblicas indispensáveis na luta contra nosso inimigo por meio da autoridade e da soberania de Jesus. Este livro apresenta as armas espirituais necessárias para todo cristão que deseja ter uma vida de superação além deste mundo. Esta obra é leitura obrigatória para todo o cristão que busca o melhor de Deus em sua vida. – Marcus D. LaMb PresiDente / FunDaDor Da Daystar teLevision network Pastor Ron Phillips dedicou-se aos estudos e à oração ao escrever este livro. A obra é factual, informativa e será uma benção para a sua vida. Ao lê-la, Deus te ajudará a saber mais sobre Ele e sobre os planos maravilhosos que Ele tem para Seus filhos. – DoDie osteen coFunDaDor Da LakewooD church houston, texas Para muitas pessoas hoje, “batalha espiritual” é uma mistura confusa de ensino de nova era com má teologia. Ron Phillips, entretanto, faz um excelente trabalho ao embasar este livro em uma doutrina bíblica sólida. Isso mudará a visão – há muito ultrapassada – da igreja em relação à batalha espiritual. – PhiL cooke ProDutor e autor Do FiLMe JoLt! the Power oF intentionaL change in a worLD that’s constantLy changing. bvbooks BV Films Editora Eireli Centro | Niterói | RJ | 24.030-090 55 21 2127-2600 www.bvbooks.com.br EDITOR RESPONSÁVEL Claudio Rodrigues ADAPTAÇÃO CAPA Laércio Filho DIAGRAMAÇÃO Laércio Filho TRADUÇÃO Elen Lessa REVISÃO TEXTUAL Ariana Baptista Mitsue Siqueira Suzanne Mendonça Copyright ©2015. In Entendendo a Batalha Espiritual e a Ação dos Demônios by BV FILMS Editora Eireli. Originally published in English by Charisma House (fornely Strang Communications), 600 Rinehart Road, Lake Mary, Florida, USA under title Everyone’s Guide to Demons and Spititual Warfare. Copyright ©2010 by Ron Phillip. www.strang.com All rights reserved. Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98. É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito. As passagens bíblicas utilizadas nesta obra foram retiradas da Bíblia King James 1611 (BKJ). Todos os direitos reservados. Os conceitos concebidos nesta obra não, necessariamente, representam a opinião da BV Books, selo editorial BV Films Editora Ltda. Todo o cuidado e esmero foram empregados nesta obra; no entanto, podem ocorrer falhas por alterações de software e/ou por dados contidos no original. Disponibilizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e envio de sugestões: faleconosco@bvfilms.com.br. Todos os direitos em língua portuguesa reservados à BV Films Editora ©2013. PHILLIPS, Ron Entendendo a Batalha Espiritual e a Ação dos Demônios – Rio de Janeiro: Bvbooks, 2019. ISBN – 978-85-8158-025-8 1ª edição - Fevereiro | 2015 Impressão e Acabamento - Imprensa da Fé Categoria - Batalha Espiritual Impresso no Brasil Conteúdo Introdução PARTE I: CONHECENDO SEU INIMIGO 1 Um Despertar Difícil 2 Tomando Posse da Vitória 3 Equívocos sobre a Batalha Espiritual 4 Treinando para Reinar PARTE II: TRAÇANDO A HISTÓRIA DO SEU INIMIGO 5 Batalha Além das Estrelas 6 A Guerra Contínua no Éden 7 A Guerra Contra a Humanidade 8 A Guerra Contra a Semente Prometida de Israel 9 A Guerra de Satanás Contra a Igreja 10 Os Sete Demônios que Atacam a Igreja PARTE III: ENTENDENDO A DINASTIA DO SEU INIMIGO 11 Como Satanás Oprime 12 A Hierarquia do Inferno 13 Desmascarando o Inimigo 14 Protocolos Demoníacos 15 Sintomas da Atuação Demoníaca PARTE IV: CONHECENDO AS ESTRATÉGIAS DO SEU INIMIGO 16 A Estratégia do Medo 17 A Estratégia da Depressão 18 A Estratégia da Aflição 19 A Estratégia do Erro 20 A Estratégia da Perversão 21 A Estratégia da Confusão 22 A Estratégia do Veneno 23 A Estratégia da Morte 24 A Estratégia da Opressão 25 A Estratégia da Pobreza 26 A Estratégia do Legalismo PARTE V: GARANTINDO A VITÓRIA SOBRE O INIMIGO 27 A Vitória no Calvário 28 Alicerces para a Vitória 29 Recursos para a Vitória 30 O Posicionamento do Cristão Diante da Vitória 31 Armando-se para a Vitória 32 Batendo a Porta na Cara do Inimigo PARTE VI: MANTENDO A VITÓRIA SOBRE O SEU INIMIGO 33 Colocando o Inimigo pra Correr 34 Fazendo o Inimigo Recuar 35 Uma Vida de Adoração 36 Amando o Próximo Incondicionalmente 37 Tomando o Território de Volta 38 Quebrando Maldições 39 Construindo Cercas de Proteção Espiritual 40 Vivendo na Esperança Triunfante Introdução Dentre os programas de televisão mais populares dos últimos anos, está o reality show Survivor. Um grupo de pessoas é deixado em um local deserto tendo que sobreviver com o que estiver ao seu alcance. Para acentuar a intriga, apenas um participante recebe, no final da competição, o prêmio de alto valor em dinheiro. Com o desenrolar da trama, as pessoas não conseguem mais identificar quem são seus verdadeiros amigos e seus inimigos! Major Nidal Hasan era psiquiatra no exército dos Estados Unidos. Seus estudos foram pagos pelo governo. Aos trinta e nove anos de idade, ele nunca tinha servido em uma zona de combate. Em novembro de 2009, ele gritou “Allahu Akbar” [Deus é grande] em um centro de alistamento de soldados em Fort Hood, no Texas, e começou a disparar duas armas matando treze pessoas e ferindo mais de trinta e cinco, civis e militares [Nota 1]. Após a investigação, descobriu-se que ele tinha ligações com terroristas islâmicos [Nota 2]. Fingindo ser amigo dos soldados americanos, na verdade ele era uma semente do inimigo. O exército dos Estados Unidos não sabia que havia um inimigo entre eles. O mundo em que vivemos é maravilhoso, mas para sobrevivermos nele temos que conhecer nossos verdadeiros inimigos. Eles não são humanos, mas são forças invisíveis das trevas. Tais forças da escuridão agem segundo as ordens de um ex- aliado que se voltou contra o nosso Deus. Satanás e seus demônios estão sempre por perto e prontos para afrontar Seus soldados. Contudo, Ele nos deu os recursos necessários para sobreviver e prosperar. Mas, para isso, precisamos aprender a identificar nossos inimigos e conhecer os recursos e armas que estão à nossa disposição. Esse pensamento é belamente representado pelo salmista em Salmos 126. Essa passagem é uma canção de liberdade que celebra a saída dos israelitas cativos na Babilônia e sua volta para Sião. A alegria e a declaração de fé expressas demonstram a libertação das armadilhas e das correntes de Satanás! Ele tenta nos controlar mantendo-nos presos a uma vida de pensamentos, decisões e relacionamentos errados. Seu plano é nos confundir e nos desviar do caminho. Nesse salmo, temos os cinco legados da liberdade. Seus aspectos podem ser vistos claramente na vida de um indivíduo ou de uma igreja livre. 1. A LIBERDADE EM CRISTO É COMO UM SONHO Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como aqueles que sonham. – SALMO 126:1 A experiência da plenitude na vida cristã também é como um sonho que se realiza. A maioria dos cristãos vive muito aquém de seus privilégios. Jesus prometeu, “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10:10). Você vive com abundância de poder, recursos e alegria? O poder sobrenatural de Deus é a nossa herança, e o fruto do Espírito é a nossa promessa. Depois libertar centenas de pessoas em nome de Cristo, posso afirmar honestamente que, para muitas delas, a vida se renovou tornando-se agradável e prazerosa. Dentre elas, destaco aqui uma jovem mulher que sofria de anorexia nervosa – jejum autodestrutivo. Embora ela já tivesse procurado alguns especialistas, seu problema não era físico, mas espiritual. Depois de um longo período de aconselhamento, ela resistiu ao inimigo e superou sua opressão. A verdade a libertou. Agora ela vive em Cristo e canta alegremente no coral da igreja. Quem seoutros estudiosos que essa passagem é uma referência simbólica a Satanás. Ezequiel 28:13 diz que Satanás foi criado. Essa passagem nos dá a oportunidade de responder uma das perguntas mais frequentes: “Deus criou o mal?”. Se essa for verdadeiramente uma descrição da formação de Satanás, então podemos responder um sonoro não! O versículo 15 de Ezequiel 28 novamente se refere à sua criação: “Tu eras perfeito nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniquidade em ti” (Ez 28:15). Segundo esse versículo, nosso inimigo de hoje foi criado perfeito, mas optou pelo mal. Deus deu às hostes angelicais o direito de fazer escolhas como os homens. Isso nos mostra um retrato da formação de Satanás, mas devemos observar suas descrições anteriores reveladas nas Escrituras. AS CARACTERÍSTICAS E FUNÇÕES DE SATANÁS Vamos observar estes textos antigos e imaginar como Satanás era antes da queda! Ele era belo! Veja novamente a descrição em Ezequiel: “Filho do homem, levanta uma lamentação sobre o rei de Tiro, e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Tu selaste a soma, cheio de sabedoria e perfeito em beleza” (Ez 28:12). Ele emitia um arco-íris de cores brilhantes e era a combinação do esplendor das pedras preciosas, tão precioso quanto a pedra mais valiosa e tão bonito quanto as cores do arco-íris. O problema é que as pedras não têm brilho próprio; elas apenas refletem a luz. Ele certamente ignorou esse fato importante e encheu- se de orgulho. Ele foi designado para conduzir os anjos e para proteger o Éden. O Éden fazia parte da terra na antiguidade: “Tu estiveste no Éden, o jardim de Deus; toda a pedra preciosa era a tua cobertura: sardônia, topázio, diamante, turquesa, ônix, jaspe, safira, carbúnculo, esmeralda e ouro; os trabalhos de teus pandeiros e das tuas flautas foram preparados em ti no dia em que foste criado” (Ez 28:13). As pedras indicam que ele era parte de um grupo de adoradores. Essas pedras são semelhantes às pedras usadas nas vestes dos sumo sacerdotes israelitas. Ele era responsável pela música. Ele também era um ser criado; era chamado de querubim. Tu és o querubim ungido que cobre... – EZEQUIEL 28:14 A tarefa de Lúcifer foi estabelecida por Deus como guardião da terra e de todas as formas de vida que nela existiam. Ele também ficava sobre a região conhecida hoje como Israel. Ele conhecia os segredos da criação e da vida. ...tu estiveste sobre o santo monte de Deus, caminhaste para cima e para baixo no meio das pedras de fogo. – EZEQUIEL 28:14 As pedras afogueadas parecem ser uma referência à fonte de Deus do poder da criação. A queda de Satanás e o juízo final também são descritos pelo profeta: “E pecaste; por isso eu te lançarei como profano para fora do monte de Deus; eu te destruo, ó querubim cobridor, do meio das pedras de fogo. .te lançarei por terra” (Ez 28:16-17). A QUEDA DE SATANÁS Quando ele caiu? Muitos acreditam que sua queda aconteceu entre Gênesis 1:1 e 1:2. Embora a extensão deste capítulo não nos permita afirmar essa visão cos- mológica, vários pontos-chave precisam ser observados, pois se referem ao nosso prévio conhecimento sobre a origem e função do nosso inimigo. Primeiramente, há uma justificativa bíblica de que Deus não criou essa terra “sem forma e vazia” originalmente. O termo usado em Gênesis 1:2 é a palavra hebraica tohuw, que significa “sem forma”, e bohuw, que significa “vazia”. Encontramos essa mesma palavra hebraica tohuw em Isaías 45:18, mas ela está traduzida como “caos”: “Porque assim diz o Senhor, que criou os céus, o Deus que formou a terra, que a fez... não a criando para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Senhor e não há outro” (Almeida Revisada Imprensa Bíblia, grifo do autor). Se Deus não criou a terra dessa forma, então uma catástrofe de proporções desastrosas deve ter acontecido entre esses dois versículos. Gênesis 1:3 e os versículos seguintes indicariam uma “recriação” após um período de tempo desconhecido. No texto isso é possível porque a palavra criou em Gênesis 1:1 é traduzida no hebraico como bara. Essa palavra significa “criar do nada”. As outras palavras do hebraico para “criar” (exceto para a vida animal) significam “criar a partir de matéria já existente”. Essa explicação nos esclarece muitas outras passagens. Jesus disse em Lucas 10:18: “Eu vi Satanás cair como um relâmpago do céu”. Enquanto muitos interpretam esse versículo considerando o trabalho dos setenta discípulos convocados por Jesus (Lc 10:1-17), cabe também compreendê-lo à luz de Sua existência pré-encarnada. Isso nos ajuda a entender porque o inimigo em forma de serpente já estava no Jardim de Éden. O fato de que Satanás enquanto anjo criado se rebelou e foi destituído, juntamente com outros anjos, encaixa-se ao entendimento da cosmogonia bíblica. Por que Satanás caiu? A discussão do porquê o inimigo caiu continua. Observe novamente Isaías 14. Nessa referência, vemos os passos que levaram o inimigo à queda. Sete vezes encontramos verbos no futuro: “E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (grifo do autor). Quando o inimigo decidiu pecar propositadamente, uma coisa terrível aconteceu ao domínio de Deus. Naquele momento, duas vontades coexistiam. Até então, havia apenas a vontade de Deus e tudo estava em harmonia e paz. Ele não podia permitir que nenhum ser se opusesse à Sua vontade sem que receba punição. A essência do pecado está em seguirmos a nossa vontade em vez da vontade de Deus. E o que aconteceu? Existia um mundo antigo, inexplorado e belo – que Deus estava preparando para os seres humanos a fim de que tivéssemos todos os recursos necessários. Satanás teve inveja do plano que Deus teve de estabelecer o homem na terra. Ele se rebelou e foi lançado para cá! Sua queda foi uma catástrofe com proporções grandiosas. Muito da terra antiga e de sua vida pré-histórica foi destruído. A terra ficou sem forma e vazia! Deus voltou para a região do Éden, que vai do Mediterrâneo até o Oriente Médio. Essa área é o berço da civilização. Ele plantou um jardim no Éden a fim de resgatar o planeta para a humanidade. A batalha já havia começado além das estrelas! Nessa guerra, um terço dos anjos seguiu com o líder rebelde, Satanás, e são agora chamados de demônios ou espíritos do mal. Deus não Se surpreendeu com isso, e pela humanidade caída Ele traria Seu filho ao mundo. A batalha seria travada contra Jesus na cruz, e nela Jesus derrotaria Satanás. Satanás é um adversário derrotado pelo sacrifício de Cristo na cruz, mas ele ainda é um adversário terrível. Nossa batalha contra ele pode ser comparada à guerra de Nova Orleans em 1812. General Andrew Jackson travou a batalha após o tratado ter sido assinado! As palavras não impediram que ela ocorresse. Nós também lutamos em uma batalha que já foi vencida. Quando morreu na cruz, Jesus determinou para sempre o fim de todas as potestades demoníacas e do próprio Satanás. Na verdade, Satanás ainda “anda em derredor, como um leão que ruge, buscando a quem possa devorar” (1Pe 5:8). Graças a Deus, Jesus pôs fim a Satanás. Devemos deixar o orgulho e nos curvar aos pés de Jesus, nosso Senhor e Salvador. De acordo com as Escrituras, um dia Satanás será humilhado debaixo dos nossos pés (Ez 28:17). Um dia ele será para sempre derrotado. “Contudo, tu serás derrubado ao inferno, para os lados do abismo” (Is 14:15). Satanás está derrotado, e você verá neste estudo que a vitória já é nossa. Em janeiro de 1994, o time profissional de futebol americano Dallas Cowboys estava se preparando para jogar contra o San Francisco 49ers no campeonato nacional de futebol. O técnico do Cowboys, Jimmy Johnson, causou um alvoroço na mídia quando, na quinta-feira antes do jogo, em entrevista para um programa de rádio local, declarou corajosamente: “O Dallas Cowboys vai ganhar esse jogo!” Quando lhe perguntaram sobre aquelaafirmação mediante um oponente tão forte, ele disse que seu parecer independia do time adversário. Johnson havia acompanhado o treino do Cowboys naquela semana, e eles jogavam com paixão. Ele não precisava medir a força do oponente – eles estavam preparados[Nota 2] (E, a propósito, o Cowboys venceu!). Nós estamos preparados? Notas do Capítulo 5 Nota 1 - Sun Tzu, The Art of War, trans. Lionel Giles, Project Gutenberg, ht p:/ www.gutenberg.org/files/17405/17405-h.htm (acesso em 29 de abril de 2010). [Voltar] Nota 2 - Joseph DelGrippo, “Cowboys-49ers: Breaking Down the Best 12 Games in NFL’s Best Rivalry”, BleacherReport.com, ht p:/ bleacherreport. com/articles/243827-the-dozen-best-games-in-the-nfls-best- rivalry-dallas--and-san-francisco (acesso em 29 de abril de 2010). [Voltar] Capítulo 6 A GUERRA CONTÍNUA NO ÉDEN Após a queda de Lúcifer, a terra ficou sem forma e vazia. (Veja Gênesis 1:1-2). A tradução para a palavra “era” em hebraico é “tornou-se”. Sendo assim, em Gênesis 1:1-2 podemos ler: “tornou-se sem forma e vazia”, o que deixa claro que algo aconteceu entre Gênesis 1:1 e 1:2– uma catástrofe impactante e destrutiva. A VELHA CRIAÇÃO Lúcifer reinou sobre a terra em uma região chamada Éden, cujo local de adoração estava na “Montanha de Deus”, que antigamente era conhecido como Salém (“paz”) e que agora é chamado de Jerusalém. O mundo era repleto de vida. Era o zoológico de Deus, com estranhas criaturas conhecidas como dinossauros. De Jerusalém, Lúcifer conduzia a adoração e andava sobre as pedras de fogo, que representam o poder da cura (Veja Ezequiel 28). A queda de Lúcifer foi como o impacto de um asteroide. De repente, toda a vida animal que havia sobre a terra desapareceu. Foi repentino e catastrófico. Quando visitei o Parque Nacional dos Dinossauros, no leste de Utah, duas coisas causaram-me espanto. Primeiro, os dinossauros morreram aterrorizados com comida em suas bocas e seus ovos nos ninhos! Também, o rio perfurou uma colina de rocha sólida como uma broca. Em circunstâncias normais, aquele rio teria circundado a montanha. Uma força inexplicável para a geologia perfurou aquela rocha! Acredito que essa tragédia antiga seja resultado da queda de Satanás. O que os cientistas chamam de período cambriano foi causado pelo impacto do julgamento de Deus a Satanás. Os fósseis das várias espécies de vida do passado ainda existem. Embora os cientistas denominem esse período de “explosão de vida”, ele foi, na verdade, uma “explosão de morte”. O resultado da morte de todas aquelas criaturas viventes se transformou no vasto depósito de óleo e gás que sustenta o sistema e a economia do mundo até hoje. ÉDEN, UMA TERRA VASTA Quando olhamos o Éden primitivo, vemos uma terra vasta e bela! Em Gênesis 2:10-14, descobrimos que ao norte do Éden fluíam quatro grandes rios – Pisom, Giom, Hiddekel (Tigre) e Eufrates. Dois desses rios são facilmente reconhecíveis – o Tigre e o Eufrates. O rio Pisom não existe mais, mas sua fenda foi descoberta pela tecnologia via satélite. Sua abertura vai da Arábia Saudita ao Mar Vermelho. Alguns acreditam que antes do deslocamento do continente ele fluía por toda a Índia, até onde agora chamamos de rio Ganges. Com o rio Giom, aconteceu algo diferente; ele fluiu por Israel e pelo Jordão percorrendo todo o caminho até o Mar Vermelho pelo Egito e saindo no Nilo! O dilúvio provocou mudanças no curso dos rios. OUTRA CATÁSTROFE A grande mudança aconteceu em decorrência de um fortíssimo terremoto causado pela colisão das placas continentais da África, Europa e Ásia. Esse fato é relatado na Bíblia nos dias de Pelegue (101 anos após o dilúvio). E a Éber nasceram dois filhos: o nome de um foi Pelegue, pois em seus dias foi dividida a terra; e o nome do seu irmão foi Joctã. – gênesis 10:25; VEJA TAMBÉM 1 crônicas 1:18-19 Essa grande divisão criou o que chamamos de a grande fenda africana, onde temos hoje o vale do Jordão. Antes disso, o rio Giom atravessava Jerusalém. O que restou dele é ainda chamado de nascente de Giom atualmente. Sabendo que o Éden era uma área enorme antes da destruição da velha criação, vemos que Deus decidiu recuperar o planeta e Sua antiga montanha sagrada. Muitos creem que o jardim plantado no Éden estava localizado em Jerusalém! Gênesis 2:8 diz que Jeová o plantou a leste do Éden. No mesmo lugar onde Lúcifer havia conduzido a adoração e sido o querubim protetor da velha terra, Deus colocou os seres humanos para que a recuperassem. Como prova disso, uma análise detalhada de Ezequiel 28 esclarece o mistério. Ezequiel 28:13 declara que Lúcifer estava no Éden quando este era ainda primitivo. O mesmo versículo declara que Lúcifer era belo, harmonioso e que dava glórias ao Senhor. Como um dos querubins, Lúcifer estava próximo a Deus, servindo-Lhe como trono viajante. Salmos 18:10 diz: “E ele montou sobre um querubim, e voou; sim, ele voou sobre as asas do vento”. Após a queda, Lúcifer tornou-se Satanás, a serpente. Destituído da glória, Satanás escondia-se no Éden. Seu desejo era frustrar os planos de Deus e destronar o novo rei do Éden e da terra, Adão. A TENTATIVA DE SUCESSO INICIAL DE SATANÁS Deus colocou Adão e Eva em um ambiente perfeito. Criados à Sua semelhança, eles tinham mente para refletir, coração para amar e liberdade de escolha. Para testar sua mente, Deus deu a Adão a tarefa de nomear os animais. Para provar seu coração, Deus deu lhe deu um par – a fêmea, Eva. E para testar suas escolhas, havia duas árvores plantadas – a árvore da vida e a árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles poderiam comer da árvore da vida, mas não da árvore do conhecimento do bem e do mal. Todos os dias poderiam escolher entre a vida ou a morte. Deus permitiu que aquela árvore estivesse ali para testar o desejo de Adão. E é esse livre arbítrio que nos torna semelhantes a Deus. E essa foi precisamente a tática usada por Satanás para testar nossos pais. Gênesis 3:5 nos revela: “Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, então vossos olhos serão abertos, e vós sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal”. Isso resultou na expulsão do homem da parte leste do jardim, próximo ao que depois se tornaria Jericó, a cidade mais antiga da terra. Josué 3:16 fala sobre cidade de Adão ao descrever a milagrosa separação do rio Jordão. Ainda hoje, existe um lugar há dezessete milhas ao norte de Jericó, do lado leste de Jerusalém, chamado de Vila de Adão. É interessante dizer que Abel, morto por Caim, também viveu naquela mesma região. Na verdade, “a grande pedra” mencionada em 1 Samuel 6:18 é citada como o local da morte de Abel. Atualmente, existem quatro outras vilas ao leste de Jerusalém cujos nomes se referem a Abel (Abel Maim, Abel Meholah, Abel Shittim, Abel Keramim). Tudo isso reforça a ideia de que o Jardim do Éden pode ter sido em Jerusalém. Talvez a maior evidência disso seja a nascente de Giom. O Rio do Éden que atravessava o Jardim era o Giom. Suas águas seguem um fluxo sub-terrâneo até os dias de hoje. Fotos tiradas por satélites revelam o leito do rio cortando o Mar Morto, da Síria ao Nilo, pela África. Como foi dito anteriormente, o deslocamento do continente alterou o curso dos rios. E isso extinguiu o Giom, dando origem ao Mar Morto. O LESTE DO ÉDEN Adão e Eva continuaram a adorar, retornando à porta de entrada do Éden. Lá, eles ofereciam sacrifício e ensinavam seus filhos a fazerem o mesmo. O interessante é que a presença de Deus era guardada por outros querubins, substitutos de Lúcifer! “Assim ele expulsou o homem, e colocou no leste do jardim do Éden querubins, e uma espada flamejante, que se voltava a todos os lados para guardar o caminho para a árvore da vida” (Gn 3:24). Na condição de pecador, se o homem tivesse comido da árvore da vida, estaria condenado a envelhecer no corpo, mas seria imortal. Quando o tabernáculo e, mais tarde, o templo foram construídos, imagens de dois querubins de ouro foram colocados representando a proteção do trono de Deus na terra, a arca da aliança! Os querubins ainda assistem eprotegem a presença de Deus. Em Gênesis 3:8, ao lermos sobre “o virar” do dia, quando Deus apareceu a Adão e Eva, a palavra “virar” é ruwach, ou “espírito”. Talvez, quando a família caída de Adão tivesse se aproximado dos portões do jardim para adorar, eles tivessem visto a nuvem de glória ou Shekinah e tenham sentido sua brisa fresca. Depois de serem expulsos do Éden, Adão e Eva tiveram dois filhos. O mais velho, Caim, matou seu irmão Abel e foi habitar a terra de Node. Essa é a região do Irã! O RETORNO AO JARDIM O dilúvio viria e a catástrofe iria novamente tocar a terra. A região do Éden e seu jardim desapareceriam. Mas Deus havia escolhido Jerusalém para ser Seu ponto de contato com a terra e a humanidade! Por amar aquela região, Deus chamou Abraão para abandonar tudo e ir para lá plantar uma nova nação. Por que Ele escolheu aquela terra? Acredito que foi por causa de Sua montanha! Em Salmos 135:21, lemos que Deus habita em Jerusalém. Jerusalém é mencionada nas Escrituras mais de oitocentas vezes. A cidade que abrigaria a noiva de Cristo, a igreja, é chamada de Nova Jerusalém. Muitos acreditam que sua localização será perto da velha Jerusalém. Abraão voltou a Jerusalém, também chamada Salém, para entregar os dízimos a Melquisedeque (Gn 14). De acordo com o livro de Jasher, um dos livros apócrifos da Bíblia que nos dá uma perspectiva histórica do Antigo Testamento, Melquisedeque é descendente de Sem, o filho mais velho de Noé. Sem viveu cem anos antes dessa visita e falou com Isaque e Jacó.[Nota 1] (Veja Josué 10:13; 2 Samuel 1:18.) Abraão ofereceu Isaque na montanha do Senhor. Mais tarde, Davi resgataria Jerusalém dos jebusitas. Desde aquela época até os dias de hoje, Satanás odeia os judeus, Jerusalém e o plano de Deus para salvar o mundo por meio de um Messias judeu. O PLANO FINAL DE SATANÁS A guerra de Satanás contra a humanidade ainda tem Jerusalém como alvo. Ali, ele foi humilhado. Ali, Cristo morreu na cruz e ressurgiu dentre os mortos. Ali, no Oriente Médio, Satanás incita guerras e ódio até hoje. Satanás odeia os judeus, odeia Israel e odeia a igreja. Adão pecou no Jardim do Éden. Acredito firmemente que o jardim do Getsêmani é o velho Éden. Nele, o segundo Adão desprezou a voz de Satanás e tomou nosso cálice de morte. Na cruz Jesus abriu as portas de um novo Paraíso e de um novo Éden. Precisamos compreender que Satanás, por meio dos muçulmanos, ainda tenta conquistar Jerusalém. Você precisa entender também que suas lutas pessoais são originárias de um conflito antigo. Mas devemos nos alegrar, pois a vitória nos foi dada no Calvário; a conquista aconteceu há dois mil anos atrás, mas a vitória é garantida para você hoje. A ÁRVORE DA VIDA Adão perdeu o direito da vida eterna ao escolher a árvore usada por Satanás, a do conhecimento do bem e do mal. Mas, por intermédio de Jesus, podemos novamente provar da árvore da vida. No meio da sua rua, e em cada lado do rio, havia a árvore da vida, produzindo doze tipos de frutos, e dava o seu fruto todo mês; e as folhas da árvore eram para a cura das nações. – APOCALIPSE 22:2 Em Apocalipse 22:14, lemos: “Abençoados são aqueles que praticam seus mandamentos, para que eles tenham direito à árvore da vida, e possam adentrar pelos portões da cidade”. Notas do Capítulo 6 Nota 1 - Livro de Jasher 16:11, http://www.ccel.org/a/anonymous/jasher/16. htm; 24:17, http://www.ccel.org/a/anonymous/jasher/24.htm;28:18, http://www.ccel.org/a/anonymous/jasher/28.htm (acesso em 29 de abril de 2010). [Voltar] Capítulo 7 A GUERRA CONTRA A HUMANIDADE Em Gênesis 3:1-15, lemos o relato da horrível queda e ruína da humanidade. O inimigo estava presente naquele jardim inexplorado. Ora, a serpente era mais sutil do que qualquer animal do campo que o Senhor Deus havia feito. E ela disse à mulher: Sim, Deus tem dito: Não comereis de toda árvore do jardim? – GÊNESIS 3:1 Aqui, nosso inimigo questiona a integridade e o amor divinos. Eva respondeu à serpente, repetindo o aviso de Deus. E a mulher disse à serpente: Nós podemos comer do fruto das árvores do jardim; mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: Não comereis dele, nem o tocareis, para que não morrais. – GÊNESIS 3:2-3 Ela claramente acrescenta a frase “nem nele tocareis” à palavra de Deus. Nos versículos 4 e 5, Satanás persuade a mulher, chamando Deus de mentiroso e fazendo uma falsa promessa: E a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes, então vossos olhos serão abertos, e vós sereis como deuses, conhecendo o bem e o mal. Seduzida pela tentação, Eva come do fruto proibido e Adão faz o mesmo. E quando a mulher viu que a árvore era boa para alimento, e que era agradável aos olhos, e uma árvore a ser desejada para fazer alguém sábio, ela tomou do seu fruto, e o comeu, e deu também a seu marido, e ele o comeu com ela. – GÊNESIS 3:6 Eles, que antes estavam cobertos pela glória de Deus, agora se viam despidos pelo pecado. “E os olhos de ambos foram abertos, e eles souberam que estavam nus; e coseram folhas de figos, e fizeram para si aventais” (Gn 3:7). Como não conseguiam se cobrir, esconderam-se de Deus. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. – GÊNESIS 3:8 A palavra “viração” é ruwach em hebraico, que significa “espírito”. Deus veio para ficar em comunhão, mas Adão e Eva fugiam do que antes os aprazia. No versículo 9, lemos: “E o Senhor Deus chamou a Adão, e lhe disse: ‘Onde tu estás?’” Esse é o chamado da justiça e do amor para a humanidade caída. “E ele disse: ‘Eu ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque eu estava nu, e me escondi’” (v.10). O medo tomou o lugar do favor e da fé, e Deus expôs aquele fracasso. E ele disse: Quem te contou que estavas nu? Tens tu comido da árvore da qual eu te ordenei que não comesses? E o homem disse: A mulher que tu me deste para estar comigo, ela me deu da árvore e eu comi. – GÊNESIS 3:11-12 Adão culpou Eva e ela acusou Satanás; de fato, ambos fizeram a escolha errada. “E o Senhor Deus disse à mulher: ‘O que é isto que tu fizeste?’ E a mulher disse: ‘A serpente me enganou, e eu comi’” (v.13). Deus julgou Satanás e prometeu que uma semente viria para ser ferida, mas que por fim ela esmagaria sua cabeça. E o Senhor Deus disse à serpente: “Porque tu fizeste isso, tu és amaldiçoada acima de todo gado, e acima de todo animal do campo; sobre o teu ventre tu andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E eu colocarei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; ela ferirá a tua cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. – GÊNESIS 3:14-15 Tendo lido esta história, vejamos suas implicações para nossa vida hoje. Como podemos observar, existem dados que nos levam a crer que, antes da sua queda, Lúcifer havia sido encarregado por Deus de comandar a criação. Na sua queda, a criação primitiva foi arruinada e encoberta pela escuridão. Lúcifer, o portador de luz, tornou-se Satanás, o adversário ou inimigo. O querubim de luz transformou-se em um dragão feroz, e Satanás achou que ele mesmo fosse a fonte de sua beleza e sabedoria. Ele é descrito como uma joia cuja glória só poderia ser vista quando exposta à luz. Motivado pelo seu orgulho, Lúcifer ignorou o fato de que sua glória era o reflexo da glória do Deus Altíssimo; um diamante no escuro nada mais é do que uma pedra afiada. Consequentemente, Satanás recebe o veredito do céu e é julgado e expulso, perdendo sua posição e autoridade. A criação sofre devido a esse julgamento devastador e à escuridão, e há vários versículos bíblicos que confirmam sua ruína: Jó 9:3-10; 38:4-13; Salmos 18:7-15. A terra carrega as marcas de duas catástrofes da antiguidade: a queda e o dilúvio. Nosso planeta foi abalado, seus continentes divididos – com uma era do gelo e com geleiras que formaram altas elevações instáveis sobre falhas na terra, vulcões imprevisíveis e terremotosdevastadores que testificam a queda. O Cristo pré-encarnado era o divino criador. João 1:3 revela-nos que “Todas as coisas foram feitas por ele”, e em Colossenses 1:16-17, lemos: “Porque nele todas as coisas foram criadas.. e por ele todas as coisas sub-sistem”. A queda de Satanás levou à devastação do mundo antigo. Tratava-se de um ataque a Cristo antes mesmo de Sua encarnação – de Ele Se tornar Deus encarnado. A terra permaneceu devastada e em ruínas por um período de tempo desconhecido. Então, Deus instituiu Seu plano para a criação arruinada, e a restaurou e restabeleceu por meio de uma criatura que seria conhecida como homem. A criação é redefinida em Gênesis 1 e 2; a partir da matéria existente, Deus reconstruiu a terra e a estabeleceu em um paraíso chamado Éden. Pelo caos, Deus estabeleceu a ordem. No sexto dia, vemos que Deus fez, dividiu, formou e preparou a criação. A palavra criar é usada apenas como referência ao “sopro” de Deus. Ele formou os seres viventes a partir de elementos que já existiam, mas a vida foi concedida pelo Seu sopro. Até mesmo o homem foi formado do “pó da terra”, mas a vida surgiu pelo Espírito de Deus. E assim, Ele fez o homem à Sua imagem. Isso significa que o homem recebeu um espírito, e que este carrega as três qualidades de Deus: ele recebeu uma mente para refletir, um coração para amar e a liberdade de escolha, e depois foi colocado em um local para ser testado nessas três habilidades. Ele usaria sua mente para nomear os animais e governar a terra, seu coração para amar Eva e a Deus e poderia fazer suas escolhas, optando pelo certo ou pelo errado. No meio do jardim, ficavam a árvore da vida e a árvore que, segundo Deus, traria morte. Ele ensinou que Adão e Eva poderiam comer dos frutos de todas as árvores ali presentes, incluindo da árvore da vida. A única proibida era a árvore do conhecimento do bem e do mal. Nesse momento, Satanás assumiu a forma de uma criatura cruel chamada serpente, ou nachash em hebraico, que fala de beleza e brilho. Repare que Satanás assume o corpo de alguém apenas três vezes nas Escrituras: da serpente, de Judas Iscariotes e do Anticristo. Repare também que Satanás já estava presente na terra! O INÍCIO DA GUERRA Com isso, Satanás começou a atacar a humanidade. Há duas coisas importantes que devemos notar sobre suas investidas nos versículos de Gênesis: sua motivação e seu método de ataque. Primeiro, é possível ver a motivação do inimigo. Por que ele atacou o homem? Porque, para ele, a criação do homem era um erro. Ele invejava o futuro glorioso que Deus havia prometido à Sua criatura, e em Salmo 8:5 lemos: “Porque o fizeste por um pouco, menor do que os anjos, e o coroaste com glória e honra”. Satanás e sua hoste de seres celestiais desejavam a terra e sua glória, e odiavam o homem e sua posição. Hebreus 2:7 afirma: “E o puseste sobre as obras de tuas mãos”. A motivação de Satanás permanece a mesma – frustrar os planos de Deus na terra. Em segundo lugar, o método de ataque do inimigo é claro. Satanás atacou os primeiros seres humanos em uma tentativa de chegar a Deus por meio da humanidade; eis o seu método. Efésios 6:11 nos admoesta em relação às “ciladas” do diabo. A palavra cilada em grego é methodeia, e dela temos a palavra método. Satanás é enganador, mas previsível; ele usou a mentira e a tentação, métodos muito repetidos desde sua queda. AS VÍTIMAS DA GUERRA Satanás lançou seus ataques contra a mulher, referida na Bíblia como o sexo mais fraco. Isso não significa que ela tenha mente, corpo, resistência ou valor inferiores aos do homem, e sim que ela é mais suscetível. Embora haja algumas divergências a respeito desse tema, Mat hew Henry afirma em um de seus estudos que Satanás se aproximou de Eva enquanto ela estava longe do seu marido. Eva foi completamente enganada e achou que estava fazendo o melhor para seu companheiro. Primeira Timóteo 2:14 nos revela que “Adão não foi enganado. .”, pois ele sabia o que estava fazendo. Ele escolheu desobedecer por livre e espontânea vontade. Depois dessa decisão, a humanidade se perdeu. (Veja Romanos 5:12, 17, 19; 1 Coríntios 15:21-22). Em um dado momento, havia apenas duas vontades: a de Deus e a de Satanás. Depois, todo homem teve o direito de escolher ficar com Deus ou se opor a Ele. O homem é, por natureza e pelas suas escolhas, um pecador, e está completamente perdido. A CONTINUAÇÃO DA GUERRA Deus anunciou a contínua hostilidade entre o homem e Satanás, nosso adversário. Aparentemente ele tinha vencido, pois conseguiu enganar a mulher e fazer o homem questionar a veracidade da palavra de Deus, fazendo com que duvidassem de Sua bondade. Mas Satanás fracassou em um ponto crucial: ele não conseguiu controlar a vontade do homem. Isaías 53:6 nos revela: “Cada um para seu próprio caminho”. O homem agora confessa sua vontade decaída, e Satanás não consegue controlar o caos humano atando-o aos seus propósitos malignos. Eis o porquê das terríveis tragédias e dificuldades de hoje. Trata-se de um mundo decaído e mergulhado na maldição do pecado. Satanás se rebelou contra Deus, e assim também é todo aquele que segue os seus caminhos. Uma guerra está acontecendo, e o rastro de tragédia é comum às guerras. A história humana é uma longa manifestação do homem e de Satanás tentando fazer coisas sem Deus, que então permite que o terror das tragédias aconteça para convencer este mundo infiel de que nada é possível sem Ele. O AUGE DA GUERRA Como observamos em Gênesis 3:15, Deus anunciou o triunfo desde o início: “E eu colocarei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; ela ferirá a tua cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”. Haverá uma semente ferida e uma serpente esmagada. A derrota de Satanás acontecerá por meio do homem, e essa foi a primeira profecia sobre a batalha travada na cruz do Calvário. Ele lançaria sua cólera contra o filho de Deus, Cristo, que morreu pelos nossos pecados e anulou o desejo de Satanás pelas nossas almas. Satanás tinha a morte em seu poder, como lemos em Hebreus 2:14: “E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também participou das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo”. Quando estamos salvos na família de Deus, segundo Colossenses 2:13-15 descansamos na vitória de Cristo, aquele que despiu as forças demoníacas de autoridade e retirou o poder delas. Satanás já foi derrotado. Portanto, cabe a nós manifestar a vitória da cruz até que Cristo volte. Não pertencemos a Satanás, e ele não tem autoridade sobre nós. Somos propriedade de Deus, e tudo o que precisamos fazer é declarar que todos os reinos deste mundo já tiveram fim. Eles já foram vencidos, ainda que não saibam disso. Por fim, todas as forças invisíveis de Satanás serão para sempre aprisionadas no lago de fogo. Até a chegada desse dia, Deus manifestará Sua glória por meio do Seu povo renovado, a igreja. Efésios 3:9-11 fala sobre esse propósito final: E fazer com que todos vejam qual é a comunhão do mistério, que, desde o começo do mundo, esteve oculto em Deus, que criou todas as coisas por meio de Jesus Cristo; para que agora, os principados e potestades nos lugares celestiais possam conhecer, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus, segundo o eterno propósito que fez em Cristo Jesus, nosso Senhor. Deus não se surpreendeu com a queda do homem, pois Seus planos estão programados. Todos os que se rendem a Ele e abandonam as armas da rebelião tornam-se parte do Seu novo Reino. Nós nos tornamos soldados, bem como santos e servos, até que esse dia chegue. Capítulo 8 A GUERRA CONTRA A SEMENTE PROMETIDA DE ISRAEL Uma das palavras-chave em Apocalipse é vencer, originada da palavra grega nikao, que significa “conquistar”. A empresa Nike escolheu essa palavra para descrever seus calçados e aparatos desportivos a fim de indicar que seus clientes podem ser conquistadores, ou melhor, “vencedores”. Apocalipse 12:11 fala sobre essa vitória contra Satanás ao fazer a seguinteafirmação: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro”. Satanás será vencido! Essa determinada palavra de vitória acompanha algumas imagens estranhas de batalha. Em Apocalipse 12:4-5, Satanás é descrito como um dragão que está de pé, diante de uma mulher grávida, pronto para devorar o bebê que está prestes a nascer. O versículo seguinte descreve uma batalha travada no reino espiritual entre Miguel, o príncipe do exército dos anjos, e Satanás, o príncipe decaído. Essa luta colossal acontece segundo os propósitos de Deus na terra, e culmina com a Encarnação, isto é, Deus vindo ao mundo em carne por meio da semente da mulher. Essa profecia antiga está em Gênesis 3:15, que declara que a semente da mulher esmagará a cabeça da serpente e será ferida nesse processo. Quando vemos as promessas proféticas sobre o Messias, descobrimos que Ele seria um homem descendente de Abraão e Isaque (Gn 22:18) e judeu da linhagem de Jacó (Nm 24:17). Ele não teria apenas que ser judeu, mas também ser descendente real de Davi (Mt 1:6). Essa semente profética teria que nascer em Belém (Mq 5:2), e nasceria de uma virgem (Is 7:14). Sua chegada aconteceria quatrocentos e cinquenta anos após o decreto de Ciro e da profecia das setenta semanas, feita por Daniel (Dn 9:24). Esse homem anunciado só poderia ser Jesus Cristo, nascido da virgem Maria. Satanás declarou guerra à semente prometida, e sua intenção era impedir a chegada do Filho de Deus ao mundo. E a sua cauda arrastou a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra; e o dragão parou diante da mulher que estava pronta para dar à luz, para devorar o seu filho assim que nascer. E ela deu à luz a um filho homem, que há de governar todas as nações com um cetro de ferro; e o seu filho foi arrebatado para Deus e para o seu trono. – APOCALIPSE 12:4-5 O ÓDIO DE SATANÁS POR ISRAEL À medida que viramos as páginas das Escrituras, vemos a batalha sendo travada. Satanás provocou Caim para que ele assassinasse seu irmão Abel, mas depois Deus enviou Sete! Satanás corrompeu o povo da terra, e recaiu sobre eles o julgamento do dilúvio. No entanto, Noé e sua família foram salvos, e do filho de Noé, Sem, surgiria a nação da semente. Abraão quase perdeu Sara para o faraó. Esaú tentou matar Jacó (Israel) e destruir a nação judaica antes mesmo de sua existência. Durante os anos de escravidão no Egito, Satanás induziu o perverso faraó a matar todos os primogênitos de Israel e a destruir a linhagem profética, mas Moisés foi escolhido para salvar os judeus mais uma vez. Davi encarou o gigante Golias e as ameaças do opressor rei Saul. Além disso, sua família enfrentou intrigas, discórdia e assassinato. Posteriormente, quando o rei Jeosafá morreu, seu filho Jeorão assassinou todos os membros da descendência real. Depois, um inimigo árabe atacou Israel enquanto Jeorão era rei e matou todos os seus filhos, com exceção de um, Acazias. Quando Jeú assassinou Acazias, Atalia, filha de Jezabel, teve a chance de se tornar rainha. Com ira e com sede de sangue, ela assassinou quase todos os filhos de Acazias; novamente, com exceção de um! UMA PRESERVAÇÃO MILAGROSA A mulher de Joiada, sumo sacerdote de Israel, resgatou o único sobrevivente da linhagem real de Davi, Joás, e dele cuidou. Por um período de seis anos, todas as promessas proféticas do Messias estavam naquela única criança. POR UM MOMENTO COMO ESTE O pequeno Livro de Ester não faz nenhuma menção a Deus. Entretanto, seu propósito principal é declarar a vitória dele sobre outra força satânica que tinha a intenção de exterminar Israel e impedir o nascimento do Messias. A coragem de Ester e a insônia do rei desfizeram a armação maléfica de Hamã, que planejava destruir o povo judeu. A atuação de Deus ao preservar Israel do cativeiro na Babilônia e do esquema de assassinato do Antióquio Epífanes é miraculosa. BELÉM SANGRENTA Finalmente, a hora do nascimento da semente prometida em Belém chegou. Maria e José seguiram uma longa e árdua jornada, e Jesus nasceu em uma estalagem, foi envolto em panos e ficou deitado em uma manjedoura! Satanás incitou o edomita Herodes, um rei perverso, para matar todos os bebês dos arredores de Belém, pois Herodes queria eliminar qualquer possível rival ao trono. Deus enviou reis magos da Pérsia (Irã) para levar provisões à Maria e a José. Prevenidos por meio de um sonho, Maria, José e o bebê passaram sete anos no Egito tendo como sustento as riquezas que ganharam dos magos. JESUS, O DEUS ENCARNADO Quando Jesus deu início ao Seu ministério, Satanás apareceu e tentou convencê-Lo a cometer suicídio pulando do pináculo do templo. Além disso, os velhos conhecidos de Jesus, em Nazaré, foram até Ele e tentaram empurrá-Lo de um precipício. Satanás pensou que finalmente havia vencido quando Cristo foi pregado e morto na cruz. Por três dias, Jesus enfrentou Satanás no reino da morte, e Pedro declara que Ele “pregou aos espíritos em prisão” (1Pe 3:18-20). Jesus dominou a morte, a arma mais poderosa de Satanás, e pegou as chaves que lhe pertenciam! E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também participou das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse aqueles que, por terem medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. – HEBREUS 2: 14-15 No dia de Pentecostes, Pedro, que havia sido tentado por Satanás, declarou que a morte não poderia conter Jesus: “Ao qual Deus ressuscitou, rompendo as dores da morte, porque não era possível que ele fosse retido por ela” (At 2:24). Satanás cometeu o maior erro de todos os tempos. Tentando destruir a semente ao matar Jesus, o ato de vingança de Satanás resultou na salvação da humanidade. UMA NOVA GERAÇÃO DE HOMENS Jesus ressuscitou dentre os mortos e tornou-Se o Segundo Adão, líder de uma nova geração de homens que não se submete à antiga divisão de cor e cultura. Romanos 5:12-14 declara que o Segundo Adão chegou: o novo rei surgiu em Jesus de Nazaré, Aquele que destruiu a tirania de Satanás, dissipou a escuridão e arruinou o império do mal. Jesus acabou com a autoridade de Satanás e anulou o domínio do pecado. Agora, a graça reina por meio de Jesus Cristo (Veja Romanos 5:21). Esse “novo homem” é a igreja, de quem o Messias, Jesus, é o líder. O reino da graça resultou em milhões de pessoas que se tornaram cristãs (Veja Efésios 2:8- 9), e novas oportunidades surgem e são alcançáveis para todo cristão obediente. Deus estabeleceu uma nova geração de pessoas na igreja, e nós fazemos parte dessa nova ordem divina, chamada de “um novo homem” (Ef 2:14-15). A BATALHA CONTINUA No próximo capítulo traçaremos algumas linhas de combate pela história da igreja. É importante observarmos que o antissemitismo tem crescido, e a luta sucessiva no Oriente Médio se concentra em Jerusalém. Hitler tentou exterminar o povo judeu; se seus propósitos tivessem sido alcançados, ele impediria o povo escolhido de Deus de voltar para sua terra e teria frustrado a profecia bíblica. Israel sobreviveu, assim como a igreja, apesar de dois milênios de lutas e conflitos. Capítulo 9 A GUERRA DE SATANÁS CONTRA A IGREJA O livro do Apocalipse é estudado e citado pelas suas profecias surpreendentes e imagens impressionantes relacionadas à vinda do Senhor. Entretanto, no início deste livro tão importante, há um conjunto de cartas destinadas a sete igrejas. Nessas cartas, vemos um panorama completo dos problemas enfrentados pela igreja no século XXI. Inspirado pelo Espírito Santo, João escreveu admoestações sobre os perigos de se perder o primeiro amor (Ap 2:4), do medo de padecer (v.10), da deserção doutrinária (vv.14-15), da depravação moral (v.20), da indiferença espiritual (Ap 3), do enfraquecimento (v.11) e da indecisão (vv. 15- 16). Todos esses problemas são tão comuns nos dias de hoje quanto eram no século primeiro. Creio que o uso da palavra vencer ( nikao em grego) (Ap 2:7, 11, 17, 26; 3:5, 12, 21) no contexto de Apocalipse se refira à batalha espiritual. Os pecadose falhas que afligiam constantemente cada uma das igrejas foram causados, influenciados e motivados por forças demoníacas, designadas por Satanás, para atacá-las. Cada igreja deve arrepender-se e vencer ao identificar e revelar essa força demoníaca. Se você tem dúvidas da ação de Satanás nas igrejas, leia estas referências diretas a ele nesses capítulos de Apocalipse! Eu conheço as tuas obras, e a tribulação, e a pobreza (mas tu és rico), e eu conheço a blasfêmia dos que dizem que são judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás. Não temas estas coisas que tu sofrerás; eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis tribulação por dez dias. Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida. – APOCALIPSE 2:9-10 Eu conheço as tuas obras, e onde tu habitas, onde Satanás está assentado; e tu reténs meu nome, e não negaste minha fé, mesmo naqueles dias em que Antipas foi meu mártir fiel, e foi morto entre vós, onde Satanás habita. – APOCALIPSE 2:13 Mas digo-vos, e aos demais em Tiatira, a todos que não têm esta doutrina, e que não têm conhecido as profundezas de Satanás, como eles falam: Eu não colocarei sobre vós nenhum outro fardo. – APOCALIPSE 2:24 Eis que eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que dizem ser Judeus e não o são, mas mentem; eis que eu farei com que venham e adorem diante de teus pés e saibam que te amo. –APOCALIPSE 3:9 Embora mais de um espírito demoníaco possa operar em uma única igreja, nesses capítulos de Apocalipse cada igreja apresentou uma única influência satânica. OS PLANOS DE SATANÁS NA IGREJA O inimigo gosta muito de frequentar a igreja! Satanás mostrou claramente sua tática nos métodos a seguir. Esses mesmos métodos também são seu modus operanti, ou modo de operação, na vida pessoal dos cristãos! • Ele tenta atrapalhar sua adoração. No livro de Mateus, há o registro da tentação de Cristo por Satanás. O diabo tentou, sem sucesso, desviar a atenção e a adoração do nosso Salvador ao Deus Pai. Jesus disse: “Vai-te, Satanás; porque está escrito: Tu adorarás ao Senhor teu Deus, e só a ele servirás” (Mt 4:10). Se o inimigo conseguir tirar sua atenção de Jesus fazendo você se concentrar em si mesmo, em seus problemas, em suas circunstâncias ou nas pessoas ao seu redor, ele encontrará um apoio. O diabo deseja controlar sua adoração, e assim abrir as portas para suas investidas. • Seu objetivo é corromper os que trabalham. “E o Senhor disse: ‘Simão, Simão, eis que Satanás tem desejado te ter, para vos peneirar como trigo; mas eu orei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, fortaleça teus irmãos’” (Lc 22:31-32). Aqui, Jesus claramente avisa ao Seu discípulo que Satanás ataca aqueles que trabalham para Deus. As palavras “peneirar como trigo” se referem ao antigo processo de separar o trigo da casca, que era jogada ao vento enquanto as sementes eram depositadas no cesto. As sementes pesadas ficavam, mas a palha leve e inútil se dispersava com o vento. Satanás quer que os cristãos sejam dispersos e inoperantes na obra do Senhor. Mas a interseção de Jesus nos sustenta. 1. Ele ainda intercede por nós, como vemos em Hebreus 7:25: “Portanto, ele também é capaz de salvar perfeitamente os que vêm a Deus por ele, pois vive sempre para interceder por eles”. 2. Satanás também tenta roubar a oferta dos servos de Deus e impedir que Sua obra progrida. O Livro de Atos conta a história de Ananias, que tentou tomar para si parte do dízimo que deveria ser entregue a Deus. “Mas Pedro disse: ‘Ananias, por que Satanás encheu o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e retivesses parte do valor da terra?’” (At 5:3). Satanás está sempre tentando dificultar o nosso testemunho. Devemos estar atentos às suas armadilhas “para que Satanás não obtenha vantagem sobre nós, porque não ignoramos os seus objetivos.” (2Co 2:11). • Satanás tenta incansavelmente roubar a Palavra. “Estes são os que estão à beira do caminho, em quem a palavra é semeada; mas ouvindo-a, imediatamente vem Satanás e tira a palavra que foi semeada nos seus corações” (Mc 4:15). Satanás vai à igreja e, quando a palavra de Deus está sendo pregada, ele se esforça para tirar a semente. Satanás fará o possível para esconder a verdade divina de você; ele sabe que a verdade é o único meio de alcançarmos a libertação, e por isso ele vem para roubar a Palavra que nos dá vida. • Seu outro objetivo é impor a ira. As Escrituras nos revelam que os ataques do inimigo a Paulo eram incessantes. O próprio Paulo escreveu: “E, para que eu não me exaltasse acima da medida, pela abundância das revelações, foi-me dado um espinho na carne, o mensageiro de Satanás para me esbofetear, para que eu não me exaltasse acima da medida” (2Co 12:7). Deus usou a ira do inimigo para despertar em Paulo um servo humilde e poderoso. O exemplo de sua vida deixa claro que Satanás pode e irá esbofetear até mesmo os homens mais justos. Entretanto, Deus também entregará a Satanás os cristãos pecadores, deixando de protegê-los a fim de trazê-los ao arrependimento: “E entre esses foram Himeneu e Alexandre, os quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar.” (1Tm 1:20). • Satanás incitará a maldade e a imoralidade. Eis um alerta especial aos cristãos casados nas Escrituras: “Não vos defraudeis um ao outro, exceto se com consentimento, por algum tempo, para que se deem ao jejum e oração; e ajuntai- vos novamente, para que Satanás não vos tente pela vossa falta de autocontrole” (1Co 7:5). Vemos que a relação sexual no casamento é aprovada e encorajada pelo Senhor. Recusar-se a dormir junto com o cônjuge pode abrir as portas para os ataques do inimigo no matrimônio. • Por fim, o que Satanás mais deseja é atrapalhar a obra de Deus na Terra por meio da igreja. Fica claro que o inimigo fará de tudo para impedir que os cristãos cumpram a vontade de Deus. O apóstolo Paulo enfrentou essas barreiras, conforme explica em uma de suas cartas: “Por isso bem quisemos ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, uma e outra vez; mas Satanás nos impediu” (1Ts 2:18). Lembre-se de que Satanás não dorme; ele está à espreita para destruir a obra dos filhos de Deus. Precisamos estar atentos e preparados! Capítulo 10 OS SETE DEMÔNIOS QUE ATACAM A IGREJA Vimos as diversas maneiras pelas quais Satanás organiza as forças demoníacas. Também nos foram reveladas muitas estratégias do inimigo no ataque pessoal aos cristãos. Ao observarmos as sete igrejas descritas no Livro de Apocalipse, descobrimos fortalezas demoníacas específicas que podem ser encontradas na igreja. Vejamos esses espíritos. O ESPÍRITO DA RELIGIÃO (APOCALIPSE 2:4-5, 7) A Igreja de Éfeso “deixaste o teu primeiro amor” (Ap 2:4). Eles tinham uma doutrina sólida e prezavam pela ordem, mas perderam a paixão por Deus. Se formos a Atos 19 e lermos sobre as primeiras obras e o primeiro amor, descobriremos uma verdade surpreendente. Quando a igreja de Éfeso surgiu, batizava-se com água, impondo as mãos sobre as pessoas para o batismo do Espírito Santo, exaltando a Deus com seus lábios, expulsando demônios, curando pela oração e abdicando a velha ordem. A igreja de Éfeso tinha todos os elementos de uma igreja bem organizada, e era uma congregação trabalhadora. Ainda assim, o fogo, a paixão e o amor tinham se esvaído. Vemos que a religiosidade prevaleceu com sua poeira tediosa e seu tradicionalismo maçante. O poder de Deus havia desaparecido; os demônios não eram mais enfrentados, os lábios estavam em silêncio e os milagres eram apenas uma lembrança. Uma rotina de obras religiosas sem ardor havia substituído o poder e o amor do Espírito Santo. Quem negaria a existência de um demônio destrutivo da religião? Muitas igrejas, assim como Sansão, foram privadas de seus poderes por causa das Dalilas da religião! E agora, cegos para as coisas espirituais, desenvolvemos com esforço nossas atividades religiosas e tradições sem nenhum poder transformador. Esse demônio precisa ser confrontado e expulso. O ESPÍRITO DA COVARDIA APOCALIPSE2:10-11) A igreja de Esmirna foi alvo de perseguições, e muitos de seus membros sofreram martírio. Por meio dessa ameaça, Satanás tenta disseminar o medo nos corações dos crentes e intimidá-los para que percam a fé em Deus e na Sua Palavra. Você se lembra de Simão Pedro inflamando-se com o fogo do inimigo na noite em que Jesus foi preso? Esse fiel discípulo foi intimidado pelo que o cercava e pela voz interrogatória de uma pequena serva. A igreja hoje está muda e temerosa diante do mundo e de seus governantes. Esse demônio deve ser derrubado! O ESPÍRITO DA CONFORMIDADE (APOCALIPSE 2:12,14-17) Pérgamo foi a capital da província da Ásia, e ela é mencionada em Apocalipse como o local onde havia uma das sete igrejas asiáticas. Ela era uma conhecida cidade da Mísia, no vale das ilhas Caicos, a pouco mais de vinte quilômetros do mar Egeu e a aproximadamente cem quilômetros do norte de Esmirna. O rio Selinus cruzava a cidade, e o rio Caicos fluía ao sul dela. Pérgamo era rica em patrimônio histórico e literário, e orgulhava-se de possuir uma biblioteca com mais de duzentos mil volumes; sendo menor apenas do que a biblioteca de Alexandria. A cidade tinha um deus “protetor” em Asclepion, um ídolo simbolizado por uma cobra e considerado um salvador. Eles acreditavam que o deus deles se encarnava nas serpentes, e por isso as cobras podiam rastejar-se livremente pelo templo. Os que precisavam de cura passavam a noite no templo escuro, esperando que uma cobra passasse por cima deles. A cidade era um local de destaque na civilização grega, e tornou-se sede de diversos templos de muitas outras divindades. Você consegue traçar um paralelo da situação secular da América e dessas igrejas? A maioria delas opera em uma comunidade ou ambiente controlado por Satanás, e não por Deus. O que a igreja pode fazer quando o ministério se torna difícil? Podemos permitir que as cobras do humanismo secular passeiem pelas nossas congregações? Conformidade não é a resposta. Não podemos nos conformar com o pecado ao nosso redor! A igreja de Jesus precisa tomar medidas práticas para prevalecer neste mundo perdido e decadente! • Precisamos reconhecer o conflito. Jesus ressaltou que a cidade era a morada da igreja, sua residência permanente. Fugir não seria uma opção. Ao invés disso, Ele admoestou seus membros a trabalhar com afinco e a traçar as linhas de batalha. Paulo sentia a necessidade de estar pronto para a batalha quando escreveu Efésios 6. A armadura de Deus é necessária no momento da guerra. Acima de tudo, a igreja deve prosseguir em nome de Jesus, e nunca operar conforme as suas próprias forças, porque na carne o inimigo encontra fraquezas. • Precisamos rejeitar a conformidade. A igreja de Pérgamo tinha algumas fraquezas a serem reparadas. Havia problemas doutrinários, além de problemas com os diáconos e a liderança. Em particular, um deles é mencionado: Nicolas, que começou a ensinar heresias e a levar outros a pecar. Como é triste quando um líder tem um desempenho ruim e desiste de servir verdadeiramente ao Senhor! Muito frequentemente, esse tipo de líder engana as pessoas e as desvia com ele. Outro conflito na igreja de Pérgamo era um problema disciplinar. Eles toleravam a confusão em que estavam ao ignorar o pecado em seu próprio território, mas Jesus os chamou ao arrependimento. Mas outro problema havia surgido, e este tinha a ver com o espírito de Balaão. Resumindo, o rei pagão Balaque literalmente comprou o ministério do profeta Balaão. Balaque mandava mulheres seduzirem os homens de Israel, para assim poder julgá-los, e foi Balaão quem traiu o povo de Deus. Conforme o espírito de Balaão, vemos muito frequentemente nos dias de hoje que o dinheiro tornou-se o objetivo e o propósito de várias pessoas dentro das igrejas. A pregação popular substituiu a pregação profética; a imagem substituiu a unção, e a igreja está reduzida a nada mais do que um local onde ataques psicológicos afetam os ouvidos dos cristãos aos domingos. Os que criam imagens e tentam ser politicamente corretos estão entorpecendo a espada das igrejas e enfraquecendo os homens de Deus. • Precisamos confiar em Cristo. A igreja de Pérgamo tinha que confiar em seu Salvador, que concedia a espada do Espírito, Sua própria Palavra. Eis a arma que empunhamos como cristãos. O fenômeno popular Star Wars fez duas gerações de crianças cativas de um jogo imaginário de sabres de luz, defendendo a galáxia como cavaleiros Jedi! O filme nos mostra um jovem aprendiz que foi cuidadosamente treinado para usar sua arma, guardá-la, e aperfeiçoar-se ao manuseá-la. Dessa mesma forma, devemos usar a Palavra de Deus como nossa arma – ela tem um poder sobrenatural e efetivo contra as investidas de Satanás. Nossas armas não são carnais, mas poderosas em Deus (2Co 10:4), e Satanás pode ser vencido pelo poder da Palavra. Há uma promessa para os vencedores. Jesus prometeu à igreja que aqueles que resistissem ao pecado que os cercam – não comendo coisas oferecidas aos ídolos e partilhadas em pecado – comeriam do maná escondido, Sua própria benção. A eles foi prometida a presença de Jesus na terra árida deste mundo desértico. Jesus também prometeu à igreja que lhe entregaria uma pedra branca, significando libertação, acolhimento e aceitação. E o novo nome escrito nessa pedra era Jesus! O ESPÍRITO DE JEZABEL (CONTROLADOR) (APOCALIPSE 2:18- 20,26) Há uma guerra sendo travada na igreja hoje, e as linhas de batalha já estão traçadas. Um dos espíritos mais poderosos em ação nessa batalha é o espírito de Jezabel, ou controlador. Primeiro Reis relata a história de uma mulher cujo nome intitula esse espírito. Jezabel era esposa do rei Acabe e seguidora do falso deus Baal, e as Escrituras mencionam o casamento de Acabe como um pecado terrível: “E sucedeu, como se fora pouco andar nos pecados de Jeroboão, o filho de Nebate, que ele tomou por esposa Jezabel, a filha de Etbaal, rei dos sidônios, e foi servir a Baal, e o adorou” (1Rs 16:31). Jezabel ordenou um ataque a um homem inocente, chamado Nabote, a fim de possuir a vinha que ele recebera por herança. Não se tratava apenas de um assassinato: aquele ato representava a quebra da aliança na terra, feita por Deus com Seu povo. Além do desrespeito pelos cidadãos comuns e suas propriedades, Jezabel odiava os profetas de Deus. Lemos nas Escrituras: “Porque foi assim, quando Jezabel extirpou os profetas do Senhor, que Obadias tomou uma centena de profetas, e ocultou-lhes em dois grupos de cinquenta em uma caverna, e os alimentou com pão e água” (1Rs 18:4). Posteriormente, Jezabel perseguiu o profeta Elias, o que resultou na grande prova em que Deus mandou fogo do céu e derrotou os profetas de Baal. Sua perseguição implacável levou Elias à depressão e a pensar em suicídio. Jezabel tinha um caráter perverso, controlador, sexualmente imoral, sanguinário e demoníaco! É impressionante o fato de que aquele espírito poderoso mencionado em Apocalipse 2:20 ainda opera na igreja de hoje. Em todas as congregações, encontramos pessoas que querem controlar, manipular, e subverter os homens e mulheres de Deus. Reconhecendo o espírito Este é basicamente o espírito de dominação, ou da relutância ao desejo de conviver pacificamente. Não se trata apenas das mulheres ou da libertação feminista, pois esse espírito também pode dominar os homens. Talvez algumas pessoas o relacionem à sexualidade por achar que uma mulher que se vista de determinada maneira é uma “Jezabel”, mas não é bem assim. Um lobo pode facilmente se esconder na pele de um cordeiro. Ao se deparar com um espírito de Jezabel, você também verá um “Acabe” por perto ou algum líder que permitiu o acesso desse espírito ao controle. A estratégia de Jezabel A ferramenta usada por esse espírito é a manipulação. Em 1 Reis 21, vemos que o rei Acabe ficava desgostoso quando não conseguia as coisas à sua maneira. Ele viu uma vinha e desejou-a intensamente, mas o proprietário não quis se desfazer dela, nem mesmo para o rei. Quando Jezabel viu o rei Acabe choroso em seu leito, ela prometeuconseguir o que ele desejava. Essa mulher poderosa tinha introduzido a adoração pagã no reino, e ela não se importaria de matar para obter o que precisava a fim de conquistar mais poder. A Manifestação de Jezabel Porém, eu tenho umas poucas coisas contra ti, porque toleras aquela mulher Jezabel, que chama a si mesma de profetisa, a ensinar e a seduzir os meus servos a cometerem fornicação, e a comerem das coisas sacrificadas aos ídolos. – APOCALIPSE 2:20 Quando o espírito de Jezabel se manifesta na congregação, ele almeja um cargo importante na igreja ou um título de liderança. Ele geralmente se manifesta em uma pessoa que deseja ensinar ou liderar, fazendo com que ela se desvie! Para alcançar um cargo de liderança, Jezabel deve parecer e agir como uma cristã comprometida. Um desses espíritos operava no tempo de Moisés e Arão. O livro de Números nos revela: E Corá, filho de Izar, filho de Coate, filho de Levi, e Datã e Abirão, filhos de Eliabe, e Om, filho de Pelete, filhos de Rúben, prepararam os seus homens. E se levantaram perante Moisés com alguns dos filhos de Israel; duzentos e cinquenta príncipes da congregação, famosos na congregação, homens de renome. E se congregaram contra Moisés e contra Arão e lhes disseram: Isso deve vos bastar, visto que toda a congregação é santa, todos são santos, e o Senhor está no meio deles; então por que vos elevais sobre a congregação do Senhor? – NÚMEROS 16:1-3 Coré agia conforme o espírito de Jezabel; Datã e Abirão seguiam suas ordens e comandavam outros duzentos e cinquenta príncipes. Moisés agiu imediatamente – ele prostrou-se diante de Deus e orou. Após orar, ele confrontou o espírito dizendo: “Parece-vos pouco que o Deus de Israel tenha vos separado da congregação de Israel, para vos trazer a si, para fazer o serviço do tabernáculo do Senhor e para estar diante da congregação, para ministrar-lhes? E ele vos trouxe para perto dele, e a todos os teus irmãos, os filhos de Levi, contigo; procurais também o sacerdócio?” (Nm 16:9-10). O juízo veio ao espírito de Jezabel – houve um terremoto que aprisionou os três líderes ímpios, e o fogo consumiu todo o resto. Os objetivos de Jezabel O espírito controlador vagueia pela igreja determinado a destruir e minar tudo aquilo que apreciamos como cristãos. Pela manipulação, pelo domínio e pelo controle, esse espírito dá início à sua batalha contra o corpo de Cristo. Em primeiro lugar, o espírito em questão odeia profetas, que são os verdadeiros líderes de Deus. Ele não consegue controlá-los, e quando tenta conquistar sua confiança e fracassa, não lhe resta alternativas a não ser matá-los. Além disso, o espírito de Jezabel odeia a pregação da Palavra. Ele não aguenta ouvir a mensagem e tenta diminuí-la, ou diminuir o mensageiro. O espírito controlador também odeia o louvor da igreja. Quando a adoração é poderosa e verdadeira, sua carnalidade fica exposta. Em 1 Reis, quando o profeta Elias orou pedindo que o fogo do céu se colocasse contra os profetas de Baal e contra os planos de Jezabel, abriu-se espaço para o louvor (1Rs 18:39). Jezabel foi derrotada e os louvores a Deus invadiram o lugar. O espírito de Jezabel também odeia a preeminência de Cristo, pois não há como competir contra ela. A preeminência é mencionada pela primeira vez em Colossenses 1:18: “E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em todas as coisas tenha a preeminência”. Na segunda vez em que uma ideia referente a essa palavra é mencionada, um espírito está tentando controlar o corpo dos cristãos: “Escrevi à igreja; mas Diótrefes, que ama ter preeminência entre eles, não nos recebe” (3Jo 1:9). Expulse o espírito Se você sentir que esse tipo de influência está agindo na sua igreja, é importante entender que sua procedência é espiritual, e não carnal. Não odeie a pessoa que está sendo controlada por um espírito controlador; entenda que se trata de uma força espiritual – e que Deus deve combatê-la. Sua oração deve ser: “Ó nosso Deus, tu não os julgarás? Porque não temos qualquer poder contra esta grande companhia que vem contra nós; tampouco sabemos o que fazer; mas os nossos olhos estão sobre ti” (2Cr 20:12). O ESPÍRITO DA RELIGIOSIDADE (APOCALIPSE 3:1-6) Há séculos, a igreja tem sido vítima de rumores, de hostilidade e, como chamamos atualmente, do negativismo. Frequentemente, as igrejas precisam enfrentar essa situação hostil; entretanto, a hostilidade externa não é a maior ameaça! Geralmente, a maior ameaça está dentro da própria congregação! A igreja de Sardes fora estabelecida em um ambiente favorável e de boa reputação. Porém, na carta de Cristo a ela, Ele ignorou a reputação humana e disse que aquela igreja estava listada no obituário! Ambiente de morte Sardes era uma cidade de riquezas. A História nos revela que, em 550 a.C., o rei Creso encontrou ouro no rio da cidade e deu início à circulação das primeiras moedas da história. Até os tempos do Novo Testamento, ainda era possível encontrar ouro naquele rio. Além de sua riqueza, a cidade era conhecida por seu paganismo. O ídolo deles era Cibele, e os idólatras dessa deusa pagã faziam uma adoração selvagem e irascível que incluía imoralidade sexual. Notadamente a comunidade estava em paz, pois seus habitantes estavam satisfeitos com sua autossuficiência, e essa característica pacífica também invadiu a igreja de Sardes, o que os fez aceitar a morte. A coexistência pacífica entre a cidade e sua maldade também afetou a igreja, e tudo o que restava era sua reputação. Evidência de uma igreja morta Os telespectadores do programa que transmitimos frequentemente nos escrevem perguntando: “Onde eu posso encontrar uma boa igreja na minha região? Como eu posso saber se uma igreja está viva e saudável?” Uma igreja morta tem características básicas que facilmente são identificadas. • Ela ignora o Espírito Santo. Quando a obra completa do Espírito de Deus não se realiza na igreja, aquele corpo já está a caminho da sepultura. Jesus disse à igreja de Sardes que eles tinham um espírito da religião, mas não tinham o Espírito de Deus. O Espírito Santo não será governado ou controlado por tradições religiosas ou preferências! João 3:8 diz: “O vento sopra onde quer. . assim é todo o que é nascido do Espírito”. • Não há liderança divina. As “sete estrelas” mencionadas em Apocalipse 3 são os mensageiros ou pregadores das sete igrejas destinatárias das cartas. A igreja de Sardes precisava de um líder que fosse chamado por Deus e que servisse a Ele inteiramente. Muitas congregações nos dias de hoje fracassam ao buscar líderes que sejam homens de Deus. Nossas igrejas recebem mensalmente muitos pedidos de congregações sem pastor à procura de substituição. Se a igreja o escolher com base em sua reputação, currículo, aparência física ou até mesmo por recomendação, talvez posteriormente ela conclua que cometeu um grande erro. Tão importante quanto a experiência é o fruto que surge na vida do pastor, e o que deve ser considerado é o seu caminhar com o Espírito Santo. O superficial não é mais importante do que o sobrenatural. Ater-se apenas às superficialidades pode resultar na escolha de um líder efêmero ou moralmente arruinado. • Ela dá mais valor à reputação do que à realidade. Sardes era uma igreja ativa, trabalhadora e com um bom nome – mas ela estava morta. Havia organização, mas não vida. Infelizmente, eles estavam tão envolvidos com sua reputação que não perceberam que estavam mortos. Certa noite de inverno, percebi que minha casa estava ficando cada vez mais fria, apesar de eu ter ligado o aquecedor no máximo. Então, chamei o responsável pelas instalações da igreja para dar uma olhada no aparelho a gás, e ele descobriu que a fonte principal havia queimado. O vento soprava, mas o fogo estava apagado. Ir à igreja é bom quando encontramos Deus. É bom adorarmos quando a adoração nos leva à Sua presença. Ofertar é bom, quando primeiro ofertamos nossas vidas. Orar é bom, mas “se eu considerar a iniquidade no meu coração, o Senhor não meouvirá” (Sl 66:18). Forma sem força é morte para a igreja. É como uma vitrine ornamentada e elegante escondida em um almoxarifado vazio. • Ela cresce em quantidade, mas não cresce em qualidade. A carta à Sardes nos revela que até mesmo os cristãos que tinham compromisso com a igreja de Sardes estavam morrendo naquele ambiente frio. As igrejas devem oferecer um ministério que encoraje seus membros a crescer no Senhor. • O ministério e o trabalho estavam incompletos. Começar e divulgar um novo projeto é fácil; vê-lo realizado é muito mais difícil! Uma igreja morta é um túmulo de objetivos parcialmente alcançados e de programas não concluídos. Esses esqueletos evidenciam que eles prosseguiram até a metade do caminho com o Senhor, mas depois regrediram e se acomodaram. A igreja que retrocede está condenada à morte. Fuja da morte! Para eliminarmos o espírito da religiosidade de nossas igrejas, a liderança deve se unir e se arrepender desse tipo de morte. Juntos, eles precisam reconhecer que o reino de Jesus está se aproximando e que eles terão que prestar contas de tudo o que fizeram em Seu nome. Em quase todas as igrejas que estão mortas, poucos cristãos vivem em triunfo e desejam estar na presença de Cristo, e eles devem ser valorizados e encorajados. Junte-se ao grupo vencedor! Por fim, repreenda o orgulho religioso que sufoca sua igreja. Rejeite o amor à religião, às suas regras e à sua reputação, e apaixone-se por Jesus. Determine-se a ouvir a voz do Espírito Santo antes de tomar quaisquer decisões que se refiram à igreja. Deixe Sua Palavra edificar, governar e reinar do púlpito. O ESPÍRITO DA INFERIORIDADE (APOCALIPSE 3:7-8, 12) Muitas vezes, quando algum pastor me convida para dar uma palestra na igreja, ele fala quase que se desculpando: “Somos apenas uma pequena igreja...”, e seu tom implica um senso de fraqueza ou incapacidade. Mas nada é pequeno ou insignificante no reino de Deus! Por outro lado, há igrejas que pensam ter todas as respostas e que adoram divulgar suas estatísticas e números, satisfazendo-se com seus esforços medíocres desde que tenham notoriedade e reconhecimento. Deus é severo com a igreja em Apocalipse 3: Porque tu guardaste a palavra da minha paciência, eu também te guardarei da hora da tentação que virá sobre todo o mundo, para provar os que habitam sobre a terra. Eis que em breve eu venho; retém o que tu tens, para que nenhum homem tome tua coroa. Aquele que vencer eu o farei uma coluna no templo do meu Deus, e ele não sairá mais de lá, e eu escreverei sobre ele o nome do meu Deus, e o nome da cidade do meu Deus, que é a nova Jerusalém, que desce do céu do meu Deus; e eu escreverei sobre ele o meu novo nome. – APOCALIPSE 3:10-12 Muitas igrejas e pessoas usam sua suposta fraqueza como desculpa para não avançar na causa de Cristo, mas esses pensamentos e afirmações estão em desacordo com o retrato da igreja no Novo Testamento. Estou convencido de que tal atitude não é apenas falsa e prejudicial, mas também tem origem demoníaca. Trata-se de um pensamento de inferioridade, autocomiseração e fraqueza. O inimigo engana os que manifestam esse espírito fazendo-os acreditar que essa, na verdade, é uma atitude de obediência e humildade. Essa falsa humildade debilita o reino de Deus, prejudica o progresso do Evangelho e insulta o Espírito Santo. A igreja de Filadélfia corria o risco de ser dominada por esse espírito. Se tivesse que se tornar um dos pilares do reino, ela teria que derrotar esse espírito. As Escrituras apresentam a igreja como uma instituição vitoriosa. Mateus 16:18 declara: “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Em sua formidável oração pela igreja, em Efésios 3:14-21, Paulo conclui com a seguinte benção: “Ora, àquele que é capaz de fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse seja a glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém” (vv. 20-21). É na igreja que Jesus lança Seus divinos dons, poder e glória. A resposta para nossa inferioridade é Sua superioridade! Não é uma questão de se empenhar mais, mas de confiar totalmente que Sua obra será realizada. A igreja de Filadélfia tinha “pouca força” (Ap 3:8). A cultura grega, o comércio internacional e a diversidade religiosa a dominavam, e o deus Dionísio era adorado. Esse deus grego do vinho era venerado com um ritual que incitava a loucura e o êxtase, e acreditava-se que cultuá-lo trazia alívio à tristeza e ao sofrimento. Além disso, a cidade de Filadélfia era um centro de adoração judaica ortodoxa. Aquela pequena igreja poderia ter se rendido às pressões ao seu redor. Mesmo assim, ela não o fez! Seus membros receberam o surpreendente encorajamento descrito em Apocalipse, e a história nos revela que, por aproximadamente mil e quatrocentos, anos aquela cidade permaneceu cristã, apesar das pressões dos muçulmanos. Apenas depois de séculos de corajosa resistência, a cidade foi tomada por uma aliança militar profana entre o império Bizantino e as forças muçulmanas. Com essa igreja superou a inferioridade e manteve um ministério que durou mil e quatrocentos anos? Eles conheciam o Deus das oportunidades (Ap 3:7-8). A obediência sempre abre portas! Deus prometeu a essa igreja a “chave de Davi”. Com Seu favor e dependendo da Sua superioridade, nada deteria aquele grupo de cristãos! O ESPÍRITO DO ORGULHO (APOCALIPSE 3:14-17,21) Apocalipse 3 também menciona a igreja de Laodiceia, cidade que era rica e próspera. Sua riqueza era tão vasta que, quando um terremoto a destruiu, seus habitantes não precisaram de ajuda para reconstruí-la! O historiador romano Tácito registrou que Laodiceia “fora... abatida por um terremoto, e, sem a nossa ajuda, reconstruiu-se com os seus próprios recursos”.[Nota 1] A cidade era famosa pela sua produção de lã negra, e era conhecida como centro comercial das lãs sofisticadas do mundo antigo. Laodiceia também se vangloriava pela famosa escola de medicina, que produziu dois dos medicamentos mais populares para tratamentos dos olhos e dos ouvidos. Em suma, essa cidade era imponente e cheia de orgulho. Mas no contexto de Apocalipse 3, a igreja de Laodiceia vivia uma rotina medíocre depois dos anos que se passaram. O próprio Senhor Jesus dá o veredito. E qual foi a Sua avaliação? Aquela igreja morna Lhe dava náuseas! O que aconteceu àquela igreja para que ela chegasse ao ponto da mediocridade? Perda de fervor Infelizmente, essa igreja reflete o estado de muitas igrejas americanas nos dias de hoje. Não muito frias... nem muito quentes. Não tão ruins... nem tão boas. Não tão fiéis.. nem tão infiéis. A igreja de Laodiceia era comum, morna, mas não tinha fogo. Se perguntássemos sobre suas obras, certamente seus membros diriam: “Fazemos o que podemos”. Jesus Se aborrece com a mediocridade, e Ele prefere que a igreja seja fria como o Ártico ou quente como o Saara. Na obra de Deus, não há lugar para os esforços mínimos. Elias reconheceu a necessidade do comprometimento quando desafiou Israel em um confronto contra os profetas de Baal em 1 Reis 18. Ele clamou à congregação: “Se o Senhor é Deus, segui-o, e se Baal, segui-o”. Não existe a opção de ficar em cima do muro. A igreja complacente é uma frustração para Jesus! Laodiceia havia perdido o amor intenso que sentia por Ele e pelas almas pedidas. O fogo da oração precisava ser reacendido. O trabalho era o mesmo, semana após semana. Eles precisavam orar! Amy Carmichael escreveu uma oração que deve ser constante para a igreja que precisa resgatar seu fervor: Pela paixão das almas, amado Senhor! Pela compaixão que há nelas! Pelo amor que ama até a morte! Pelo fogo que arde![Nota 2] Perda de fé A Igreja de Laodiceia tentou ser autossuficiente. Seus membros se vangloriavam pela riqueza, pelo acúmulo de bens e por não precisarem de nada; nem mesmo do Senhor. Eles foram amaldiçoados pelas suas riquezas. Quando o grande Tomás de Aquino visitou o Vaticano, um vigário do Papa Inocêncio IV levou até eles uma malade dinheiro. O Papa disse a Aquino: “Veja, jovem, foi-se o tempo em que a igreja dizia: ‘Não tenho prata nem ouro’”. Mas Aquino respondeu: “Certo estás, santo pai, mas foi-se também o tempo em que ela dizia ao paralítico: ‘Levanta e anda.’”[Nota 3] O alcance da igreja vai além do que ela consegue obter, e é preciso haver uma visão mais ampla. Nossos desafios têm que estar além dos recursos para que nossa confiança e fé permaneçam em Deus. A dimensão dos nossos sonhos e planos deve ser determinada por Ele. Quando Deus abençoa uma igreja financeiramente, ela deve investir em missões, construir novas instalações, se necessário, aumentar o número de obreiros e crer que seus recursos serão o bastante. Infelizmente, a igreja de Laodiceia não entendia sua verdadeira condição. Deus disse que eles eram “miseráveis, pobres, cegos, nus” – dignos de pena aos Seus olhos. Para Deus, eles não possuíam riquezas e estavam cegos. O Pai olhava para eles e os via como realmente estavam: espiritualmente falidos! Perda de temor Essa igreja não mais tremia na presença do Deus justo, e seus membros não sentiam remorso pelas suas falhas. Jesus os admoesta apresentando três motivos para o arrependimento: Seu amor, Sua repreensão e Sua vara de correção. Esses três poderiam despertar neles o desejo de fazer sua igreja seguir no caminho certo. Perda de comunhão Jesus estava à porta, batendo do lado de fora da igreja. Em algum momento, Ele foi trancado ali e não estava mais no centro de tudo. A igreja não tinha mais comunhão com as outras, porque Jesus Cristo era o único ponto em comum entre elas. Sem Ele, a igreja pode estar “reunida”, mas sem a verdadeira unidade! “O que vimos e ouvimos vos declaramos, para que também possais ter comunhão conosco; e verdadeiramente a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo... Mas se andamos na luz, assim como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado” (1Jo 1:3,7). A presença de Jesus Cristo é a base para toda verdadeira comunhão, mas muitas igrejas O deixam trancado do lado de fora. A promessa e o chamado de Deus Jesus continua batendo, esperando que alguém da igreja abra a porta. Quando isso acontece, abrem-se os caminhos para a renovação e a comunhão pode ser restaurada. Um lugar à mesa do Senhor é prometido quando nós O recebemos na nossa. Podemos compartilhar em Seu glorioso reino! Então, vamos arder por Ele até Seu surgimento no esplendor da Sua glória. Notas do Capítulo 10 Nota 1 - Publius Cornelius Tacitus, Annals 14.27, trans. Alfred John Church e William Jackson Brodribb, http://mcadams,posc.mu.edu/txt/ah/tacitus/ TacitusAnnals14.html (acesso em 3 de maio de 2010). [Voltar] Nota 2 - De acordo com a citação no sermão “Revival Recovers All” do Dr. Harold L. White, ht p:/ www.angelfire.com/az3/hlw1932/1sam3011revre-covers.html (acesso em 3 de maio de 2010). [Voltar] Nota 3 - Lambeth and the Vatican: or, Anecdotes of the Church of Rome, of the Reformed Churches, and of Sects and Sectaries, vol.3 (London: Oxford University, 1825), 149. [Voltar] PARTE III ENTENDENDO A DINASTIA DO SEU INIMIGO Capítulo 11 COMO SATANÁS OPRIME Como Satanás opera? Podemos traçar sua atuação pelas páginas das Escrituras. Vamos focar nos trechos das Escrituras em que o termo diabolos é usado como referência a Satanás. A primeira menção a Satanás nas histórias bíblicas está em Jó 1 e 2, quando ele ataca e acusa Jó, cujas reação e vitória subsequente o silenciaram por séculos. Então, Satanás provocou Davi a contar Israel, medindo sua força pelos números, e não pelo Deus vivo. Ele é um instigador que tentará nos induzir a atitudes que não e baseiam na fé (1Cr 21:1). Satanás aparece no culto de adoração e se opõe ao sumo sacerdote de Israel. Depois, ele se opõe a Jerusalém e a Israel (Zc 3). Sua próxima artimanha é tentar Jesus, o Segundo Adão, por três vezes, da mesma forma como havia tentado nosso primeiro ancestral, Adão (Mt 4). Suas abordagens não mudaram, e ele ainda lança diante de nós a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Satanás influenciou Pedro para que ele atrapalhasse o compromisso que Jesus tinha com a cruz em Mateus 16:22. Em Lucas 10:18, Jesus nos diz que viu a queda de Satanás. Ele nos admoesta, em Marcos 4:15, afirmando que Satanás tentará roubar a palavra de fé dos nossos corações. Ele fez uma mulher ficar aleijada por dezoito anos (Lc 13:16), invadiu o coração de Judas para que ele traísse a Jesus (Lc 22:3) e cirandou o discípulo Pedro como trigo (v. 31)! Na igreja primitiva, vemos Satanás encher os corações de Ananias e Safira, fazendo-os mentir para o Espírito Santo (At 5:3). Diz-se que as pessoas perdidas que aceitam a Cristo são libertas “do poder de Satanás” (At 26:18). Ele pode matar cristãos disciplinados ao fazê-los comprometer o testemunho de Cristo e da igreja com um comportamento imoral (1Co 5:5). Satanás ataca a fidelidade no casamento e o prazer sexual (1Co 7:5), tenta trapacear os cristãos (2Co 2:11) e pode se disfarçar como um mensageiro dos céus (2Co 11:14). Ele tenta impedir a obra da igreja (1Ts 2:18) e pode operar sinais e prodígios (2Ts 2:9). Satanás ataca usando ociosidade, fofocas e intromissões (1Tm 5:13), blasfemando, matando, atacando as sinagogas e enganando (Ap 2: 9,13). Embora Satanás use muitos métodos de opressão, não fique desanimado ou abatido. Ele pode ser esmagado sob os pés de todo cristão fiel (Rm 16:20). Lembre-se de que a vitória no Calvário garante a nossa vitória hoje. Um dia Satanás será lançado no inferno, que foi preparado para ele e para todos os seus demônios (Ap 20:10). O DIABO Como inimigo, ele semeia joio na boa terra para nos enganar (Mt 13:24-29) e é designado pai de todos aqueles que não creem em Jesus (Jo 8:44). O diabo oprime (At 10:38), pode dominar um local físico (Ef 4:27) e arma ciladas para atacar os cristãos (Ef 6:11). O diabo provoca orgulho, afronta e aprisiona (1Tm 3:6-7; 2Tm 2:26), mas só tem o poder da morte com a permissão de Jesus. O diabo deseja devorar como o leão e aprisionar os cristãos em cadeias espirituais (1Pe 5:8; Ap 2:10). Como se pode ver, o inimigo é uma força resoluta na terra. Podemos resistir ao diabo e ele fugirá dos cristãos: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). Aleluia! Capítulo 12 A HIERARQUIA DO INFERNO Na série de filmes épicos Star Wars, tanto o mal quanto o bem praticavam a Força, isto é, um poder invisível que tinha um lado bom e um lado negro. A Força do lado negro era representada por um personagem perverso chamado Darth Vader, que antes era Anakin Skywalker. Porém, ele se voltou para o mal. É curioso observarmos que essa situação remete a algo que já aconteceu antes. Nos capítulos anteriores, aprendemos que Lúcifer, um anjo de Deus e mensageiro de luz, se voltou para o lado negro, tornando-se Satanás. Nas Escrituras Sagradas, o mal nunca é uma força indefinível; ele tem individualidade e personalidade. Satanás comanda as forças das trevas. Seu nome era Lúcifer, que significa “portador de luz”, “estrela da manhã”, “luz certa”. Sua luz era o reflexo da luz de Deus, mas ele se tornou Satanás, que quer dizer “acusador” ou “adversário”. Em hebraico Ha-Satan significa “o maior adversário”. Satanas em grego significa “o acusador”. Satanás é chamado de dragão (Ap 20:2), termo originado da palavra grega derkomai, que quer dizer “medonho ao olhar” e que era usada para representar uma criatura monstruosa e temida. No mesmo versículo, Satanás é chamado de “antiga serpente”, que em grego é archaios ophis e significa “olhos da velha cobra”. Essa é a serpente que tem tentado nos ferir há anos. Por fim, ele é chamado de “diabo”, que é diabolos em grego, palavra que significa “aquele que lança”. A ideia é representar alguém lançando uma flecha ou, em nossos dias, alguém atirando em outra pessoa. Satanás pode facilmente aparecer como um anjo de luz (2Co 11:14), uma criatura monstruosa, uma víbora disfarçada,liberta das amarras do inimigo experimenta um incrível despertar para a vida espiritual. De repente, os olhos são abertos e é possível contemplar tudo o que, em Cristo, se pode obter. No início dos anos 50, antes de os cruzeiros ficarem tão conhecidos, um homem pobre comprou uma passagem de Londres para os Estados Unidos a fim de visitar sua família. A bordo, ele se isolou e nunca se aproximava da sala de jantar. No fim da viagem, alguns passageiros perguntaram por que ele não fazia as refeições. “Eu só tive dinheiro para pagar a passagem. Mas eu trouxe queijo e biscoitos para me alimentar”, ele afirmou. “Senhor, as refeições estão incluídas no preço da passagem”, seus companheiros de viagem garantiram. É possível viver o Cristianismo dessa maneira. Precisamos saber que, em Cristo, temos a provisão necessária para esta vida e para o futuro. 2. A LIBERDADE EM CRISTO É FONTE DE ALEGRIA Então nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico. – SALMO 126:2 Jamais vi pessoas tão tristes quanto as que hoje frequentam as igrejas e participam de reuniões religiosas. Elas parecem estar reprimidas e presas às tradições, denominações ou ao orgulho. Onde está o contentamento, o louvor sincero, o grito de alegria e os cânticos de júbilo? Não é de se admirar que tantos cristãos e igrejas estejam desinteressados e enfraquecidos. Neemias 8:10 diz: “A alegria do Senhor é a vossa força”. Pouco antes de ser crucificado, Jesus orou dizendo: “...e estas coisas eu falo no mundo, para que eles tenham a minha alegria consumada em si mesmos” (Jo 17:13). Alguém poderia discordar e dizer que Jesus se referia à alegria futura no céu. Entretanto, Ele acrescenta: “Eu não oro para que tu os tires do mundo, mas que tu os guardes do mal” (v.15). É esse “do mal” que impede a nossa alegria na vida cristã. A alegria é um direito e privilégio de todo cristão. Certa vez, eu estava pregando sobre a liberdade espiritual em uma igreja a leste do Tennessee. Eu mantive o foco na liberdade espiritual contra a opressão e a depressão (Veja capítulo 17). Quando terminei de pregar, orei com as pessoas repreendendo os maus espíritos e derramando o fruto do Espírito, incluindo a alegria. Depois, li Isaías 61:3: “...para dar-lhes.. a veste de louvor em lugar de espírito de opressão”. E em seguida, Romanos 14:17: “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo”. De repente, uma jovem, antes extremamente tímida, começou a rir, chorar e a gritar: “Louvado seja o Senhor! Estou livre! Estou livre!” O sentimento de sua liberdade explodiu em alegria e contagiou os que estavam ao seu redor. A alegria é um direito garantido a todo cristão. 3. A LIBERDADE EM CRISTO É EVIDÊNCIA PARA OS NÃO CRISTÃOS Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então disseram entre os pagãos: O Senhor fez grandes coisas por eles. O Senhor fez grandes coisas por nós, pelas quais estamos alegres. – SALMO 126:2-3 A alegria da libertação do cativeiro é uma evidência notória para os não cristãos que estão ao nosso redor. A liberdade dos que viveram na escravidão dá testemunho disso. Os cristãos que não conseguem enfrentar as adversidades da vida com fé e alegria não dão um bom testemunho de Cristo. Contudo, quando um incrédulo vê o fiel lidar com a raiva, a amargura, o orgulho, a depressão e outros problemas de forma vitoriosa, ele é alcançado pela mensagem de Cristo. Entenda, amigo, que seu modo de viver faz parte do seu testemunho. Uma jovem esposa passou a vivenciar a verdadeira liberdade em Cristo após ter enfrentado as investidas de Satanás por meio da depressão. Apesar de seus problemas e dificuldades permanecerem inalterados, sua perspectiva mudou quando ela se voltou para Cristo. Pouco tempo depois, seus filhos e marido também O aceitaram. Depois disso, outros da família se converteram ao Senhor. A vida em Cristo é um testemunho para os não cristãos. 4. A LIBERDADE EM CRISTO TRAZ AVIVAMENTO Traze-nos outra vez do nosso cativeiro, ó Senhor, como os córregos do sul. – SALMO 126:4 Estive em Israel pouco tempo atrás, e estava combinado que passaríamos pela região sul, normalmente muito seca. Nosso tour à Masada foi adiado por um dia devido às chuvas em Jerusalém. O sul de Israel, perto do mar Morto, é o ponto mais baixo da terra; assim, as chuvas da parte alta de Israel abastecem os leitos dos rios no sul, e as águas das nascentes trazem vida à terra. Que bela imagem de renovação! A libertação dos fiéis jorra a corrente da vida de Deus na igreja. Segundo Lucas 11:24, os lugares áridos são habitados pelos demônios. Quando há avivamento, os inimigos de Deus são dissipados (Sl 68:1). O verdadeiro avivamento só acontece quando a igreja está firmada em Cristo e se apossa da liberdade a ela concedida. Batalha espiritual não implica em destruir para renovar, mas sim transformar para renascer. Quando os cristãos vivenciam o poder libertador da Boa-Nova de Cristo, o poder de Deus os reveste. Mas o Espírito de Deus se manifestará trazendo avivamento apenas quando a igreja se libertar da carnalidade. 5. A LIBERDADE EM CRISTO PROMOVE TESTEMUNHO Aqueles que semeiam em lágrimas colherão com alegria. Aquele que vai adiante e chora, carregando sementes preciosas, voltará sem dúvida com regozijo, trazendo seus molhos consigo. –SALMO 126:5-6 Esses versos tão conhecidos são geralmente usados como base de sermões que encorajam a igreja a assumir um espírito vitorioso. No entanto, o plantio e a colheita só são produtivos quando as pessoas se livram da escravidão espiritual para habitar na terra prometida da vida cheia do Espírito. Como é inútil o chamado para o plantio e a colheita em um terreno espiritual pedregoso ou infértil. É no solo fértil da vontade de Deus que os fiéis encontram, na Bíblia, as sementes preciosas da vida eterna. Apenas por meio da liberdade é possível verdadeiramente plantar em lágrimas e colher com alegria. Deus promete reflorescimento e colheita para aqueles que voltam para casa depois de se libertarem da escravidão. Assim, os fiéis podem vivenciar a liberdade que os leva a dar um novo testemunho. O livro que está em suas mãos é resultado do confronto direto desta década contra as forças das trevas. Lutei corpo a corpo contra as forças demoníacas e me regozijei ao vê-las fugir, aterrorizadas e vencidas, deixando suas vítimas em paz. O autor Jack Taylor nos lembra de que Satanás e os demônios são forças decisivas, mas que eles já estão derrotados. A vitória foi conquistada na cruz e no túmulo vazio, ainda que nossa luta na terra continue. Você não tem de viver derrotado, sob o jugo da escravidão. A alegria da vitória e da libertação pode ser sua. Ainda que limitado, este manual pode ajudar as igrejas e os cristãos que procuram saber um pouco mais sobre a batalha espiritual. Precisamos restaurar a unidade e buscar crescimento no corpo de Cristo para não vivermos em derrota. Se enfrentarmos juntos a batalha contra Satanás, o avivamento estará à nossa espera. Eu convoco todos os seguidores de Cristo a um treinamento para a guerra. Não veremos nenhuma revolução moral nem mudanças nos conceitos corrompidos da cultura do Ocidente sem que haja luta espiritual. O aumento dos militantes islamitas não será interrompido até que a igreja se aposse da verdade e entre na batalha fortalecida pelo Espírito Santo. A vitória é nossa, mas temos de lutar para merecê-la. Notas da Introdução Nota 1 - Ted Rowlands e Michael Cary, “Army Honors Dead, Searches for Motive in Fort Hood Shootings”, CNN.com, 7 de Novembro de 2009, http://www.cnn.com/2009/CRIME/11/06/texas.fort.hood.shootings/index. html (acesso em 28 de abril de 2010). [Voltar] Nota 2 - Aaron Cooper, Ted Rowlands, Barbara Star e Brian Todd, “Fort Hood Suspect Charged With Murder”, CNN.com, 12 de Novembro de 2009, http://www.cnn.com/2009/CRIME/11/12/fort.hood.investigation/index. html (acesso em 28 de abril de 2010). [Voltar] PARTE I CONHECENDO SEU INIMIGO Capítulo 1 UM DESPERTAR DIFÍCIL No clássico filmeum acusador, um assassino ou um inimigo mortal. Jesus descreve nosso adversário e sua missão quando diz: “O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir” (Jo 10:10). O EXÉRCITO DO INFERNO Eu acredito que Satanás seja um grande imitador, e que ele tenha organizado seu exército com base nos santos anjos. A carta aos Efésios identifica essas forças das trevas na seguinte escala de autoridade: “Porque não lutamos contra carne e sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra os governantes das trevas deste mundo, contra a maldade espiritual em regiões celestiais” (Ef 6:12). Principados Os seres demoníacos de maior autoridade são os principados. A palavra principados é traduzida do grego como arche, que significa “chefe”. Esses são os chefes dos demônios, que correspondem aos arcanjos entre os santos anjos. Esses príncipes têm domínio sobre as almas das pessoas (Ef 2:1-3), e um principado é o que designa os espíritos demoníacos que operam a desobediência. Tais príncipes também governam sobre os continentes e nações. Em Daniel 10:12-13, Gabriel diz ao profeta que um principado da Pérsia o impediu por três semanas de chegar ao seu destino, e ele precisou convocar o arcanjo Miguel para lutar contra aquele demônio da Pérsia. Esses demônios estão sujeitos a Cristo (Ef 1:20-22), e também estão sujeitos aos cristãos cheios do Espírito, como lemos em Efésios 2:6; esse trecho nos revela que Cristo “nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais”. Potestades Os próximos na escala de comando das trevas são chamados de “potestades”, que se originou da palavra grega exousia, que significa “autoridade delegada”, como a de um policial. Esses demônios parecem operar de forma invisível em centros governamentais, como em governos nacionais. Essas potestades não podem nos separar do amor de Deus (Rm 8:38), e tais poderes serão abalados no final dos tempos (Mt 24:29). Esses poderes, assim como os principados, estão sujeitos a Cristo (1Pe 3:22). Príncipes das trevas Este próximo nível de líderes demoníacos afeta a ordem criada. “Príncipes das trevas” é traduzido no grego como kosmokrator, que significa “agarrar e dominar governos pela causa do mal e das trevas”. Kosmas diz respeito à “preparação ou ordem”, e esses príncipes querem dominar os órgãos do governo, as leis, e as cortes. Hostes espirituais do mal As hostes espirituais do mal significam literalmente em Grego “farsas espirituais”. A palavra mal é porneia, de qual derivam termos como fornicação e pornografia. Esses são os espíritos imundos com os quais nos deparamos diariamente. Os nomes de alguns desses espíritos são conhecidos por nós. Belzebu significa “senhor das moscas”. Abaddon, ou Apol yon, significa “destruidor”, e Demônio significa “tormento das mentes”. Esses espíritos de menor autoridade são aqueles que enfrentamos diariamente. O exército de Satanás é bem organizado, e suas legiões empregam uma variedade de métodos e planos. Precisamos estar prontos para encarar esse inimigo infernal e revelar suas táticas. Capítulo 13 DESMASCARANDO O INIMIGO Não tenha dúvidas: há uma guerra de verdade acontecendo contra um inimigo real! Uma vez que você assumir sua posição em Cristo, o próximo passo é conhecer o inimigo para se equipar propriamente. Vamos examinar o perigoso exército infernal que está à disposição de Satanás. Apocalipse 12:9 faz referência ao início dos tempos dizendo: “E o grande dragão foi lançado fora, aquela antiga serpente, chamada de Diabo, e Satanás, que engana todo o mundo; ele foi lançado à terra, e os seus anjos foram lançados com ele”. Como dissemos anteriormente, esses anjos caídos receberam muitos nomes diferentes nas escrituras: demônios, principados, potestades, príncipes das trevas, espíritos do mal, espíritos imundos e outros. Lembre-se de que, segundo Apocalipse 12:4, um terço dos anjos caiu: “E a sua cauda [de Satanás] arrastou a terça parte das estrelas do céu”. “Estrelas do céu” é uma referência simbólica aos anjos. O EXÉRCITO DO INFERNO SE ARMA CONTRA NÓS Jesus Cristo frequentemente confrontava os demônios como parte integrante do Seu ministério. Lucas registra que, quando Jesus deu início ao ministério, Ele citou Isaías 61:1-2: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor tem me ungido para pregar boas novas ao pobre. Ele tem me enviado para atar as feridas do dilacerado, para proclamar liberdade aos cativos...para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4:18-19). Certamente, Jesus sabia que Sua missão era resgatar a humanidade das amarras e da opressão do inimigo. Pelo menos nove vezes vemos Jesus Cristo confrontando os demônios no Novo Testamento. Mostrarei mais detalhes sobre as ações demoníacas em capítulos posteriores, mas agora, brevemente, descreverei o que aprendemos sobre os demônios a partir de um acontecimento da vida de Jesus. Em Lucas 8:26-39, temos o encontro entre o endemoniado da terra dos gadarenos com Jesus, segundo a versão do nosso médico amado. E eles chegaram à terra dos gadarenos, que está defronte da Galileia. E, quando ele desembarcou, saiu-lhe ao encontro, vindo da cidade, um homem que desde muito tempo estava possesso de demônios, e não usava roupas, nem habitava em alguma casa, mas nos sepulcros. Mas, vendo a Jesus, gritando, caiu diante dele, e disse em alta voz: O que tenho eu para fazer contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Eu suplico-te que não me atormentes. (Porque tinha ordenado ao espírito imundo que saísse daquele homem. Porque frequentemente se apoderara dele; e guardavam-no preso, com correntes e cadeias; e, quebrando os grilhões, era impelido pelo demônio para os desertos). E Jesus perguntou-lhe, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: Legião; porque muitos demônios tinham entrado nele. E pediram-lhe para que não os mandasse para o abismo. E havia ali uma manada de muitos porcos pastando no monte; e pediram-lhe que lhes permitisse entrar neles; e ele lhos permitiu. Então, os demônios saindo do homem, entraram nos porcos; e a manada correu violentamente a um lugar íngreme para o lago, e se afogaram. E aqueles que os alimentavam, vendo o que havia acontecido, fugiram e foram anunciá-lo na cidade e nos campos. Então, eles saíram para ver o que tinha acontecido, e vieram a Jesus, e encontraram o homem de quem haviam saído os demônios assentado aos pés de Jesus, vestido e em perfeito juízo, e eles ficaram com medo. E também os que tinham visto aquilo, contaram-lhes como o possuído por demônios havia sido curado. Então, toda a multidão da terra ao redor dos gadarenos pediu-lhe para que se afastasse deles, porque estavam tomados por grande temor; e entrando ele no barco, retornou. E o homem de quem haviam saído os demônios, lhe pedia para que pudesse estar com ele, mas Jesus o despediu, dizendo: Retorna para a tua própria casa, e mostra quão grandes coisas Deus fez por ti. E ele foi pelo seu caminho, publicando por toda a cidade quão grandes coisas Jesus lhe fizera. Agora, observemos os demônios e suas características nesses versículos. Os demônios têm personalidades, são rápidos, parecem expressar sentimento de medo, promovem a impureza, atormentam e criam desordem mental. Mas a verdade gloriosa é que eles estão sujeitos às ordens de Jesus Cristo! UMA PESSOA PODE SER POSSUÍDA POR DEMÔNIOS? A palavra grega que descreve a condição de uma pessoa afetada por um demônio é daimonizomai, que foi traduzida como “possuído por demônio” na versão bíblica King James. De acordo com William Arndt e F. Wilber Gingrich, essa palavra está no tempo presente, na voz ativa e com a terminação na voz passiva.[Nota 1] Uma pessoa nessa condição pode ser descrita como “sob controle demoníaco passivo”. Em outras palavras, ela é levada a ter um certo nível de passividade por um demônio. C. Fred Dickason ressalta corretamente que o termo possessão nunca aparece relacionada a um contexto demoníaco no Novo Testamento.[Nota 2] Um demônio pode possuir um descrente, mas o cristão pode ser demonizado pelo inimigo, ou seja,ele ou ela é controlado, mas não possuído! A intensidade da demonização nos cristãos é limitada. Os demônios podem usar as vozes das pessoas, confundir, criar imagens, tornar insano, ter múltiplas personalidades e causar limitações na fala, na audição e na locomoção. Em Lucas 8:26-39, citado anteriormente, observamos certas façanhas como força física incomum, acessos de raiva, personalidades múltiplas e degenerativas, resistência a Jesus, clarividência (eles sabiam quem era Jesus) e transferência oculta (os demônios entraram nos suínos). Alguns desses serão discutidos detalhadamente depois. O notável pastor alemão Kurt Koch e o psiquiatra alemão Alfred Lechler fizeram pesquisas sobre demonização na Alemanha. Eles concluíram o seguinte a respeito dos indivíduos demonizados: houve resistência à Bíblia, estado de transe, contrariedade às orações e reação negativa ao nome de Jesus.[Nota 3] OS DEMÔNIOS PODEM AFETAR CRISTÃOS? Uma das grandes estratégias de Satanás é fazer os cristãos acreditarem que estão imunes às influências demoníacas. Um cristão cheio do Espírito que anda em obediência a Cristo está totalmente protegido do inimigo. Entretanto, embora o espírito do cristão desobediente esteja protegido do inimigo, sua mente e corpo podem estar sujeitos a ataques. Um cristão pode dar “lugar ao diabo” (Ef 4:27). Quando ele vive em pecado e não o confessa, o inimigo encontra lugar em sua vida e constrói um padrão de pensamento a partir daquele pecado ou atitude. 2 Coríntios 10:4-5 descreve a construção do pensamento enquanto fortaleza, e os demônios podem invadir essa fortaleza da vida do cristão. Tais demônios não podem possuir o cristão mais do que uma barata pode possuir uma casa. As baratas são sujas, bagunçam e podem te causar problemas, mas elas não conseguem possuir a sua casa. Da mesma forma, os demônios podem perturbar, oprimir, deprimir e conter o cristão; eles não podem destruí- lo, mas podem distraí-lo. Na próxima parte deste livro, vamos expor suas ações para que, como cristão, você fique atento. DESMASCARANDO A AÇÃO DEMONÍACA Depois de exposta a dinastia demoníaca nos capítulos anteriores, vejamos mais detalhadamente a personalidade e a atuação dos demônios. Lembre-se de que o reino de Satanás está em conflito direto com o Reino de Deus, e que, embora vencido, Satanás ainda tem uma influência dominante na terra. Em Mateus 4:8-9 ele oferece o mundo, seu poder e sua glória para Jesus. Leia sobre essa tentação. Novamente, o diabo o levou a um monte altíssimo, e lhe mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória. E disse-lhe: Todas estas coisas eu te darei, se prostrado, me adorares. – Mateus 4:8-9 Satanás tem inúmeras forças demoníacas à sua disposição: “E nós sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno” (1Jo 5:19). Em Lucas, Jesus falou sobre a atuação dessas entidades demoníacas em uma passagem incomum: “Quando o espírito imundo tem saído do homem, ele anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, ele diz: ‘Eu tornarei para minha casa, de onde saí’. E, chegando, acha-a varrida e ornamentada. Então, ele vai e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele; e eles entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro” (Lc 11:24-26). De todas, acredito que esta seja a imagem mais clara do pensamento e da ação demoníaca descrita na Bíblia. Leia atentamente esses versículos e você verá os seguintes fatos perturbadores sobre a atuação dos demônios. Em primeiro lugar, os demônios podem habitar tanto dentro quanto fora dos seres humanos. Em segundo lugar, eles viajam à vontade. O versículo diz que eles andam “por lugares secos, buscando repouso” (v.24). Parece que eles preferem viajar por terra à água. Em Marcos 5, Jesus mandou os demônios entrarem em uma manada de porcos e os lançou ao mar da Galileia; eles conseguem se mover pela atmosfera deste planeta. Em terceiro lugar, os demônios precisam de um ser humano hospedeiro para descansar: eles andam “por lugares secos, buscando repouso”, e é provável que se sintam cansados até acharem um humano para incorporar. Em quarto lugar, os demônios podem se comunicar usando a voz de seus hospedeiros. Nas Escrituras, em muitas ocasiões eles falam usando o corpo dos humanos. Lucas 11:24 deixa claro que os demônios conseguem usar a fala, e em Marcos 5:7 eles falam com Jesus usando o corpo de um humano hospedeiro: “Não me atormentes”. Em quinto lugar, os demônios têm personalidades e identidades individuais. Observe em Lucas 11:24, quando ele diz: “[Eu] Tornarei. .”. Os demônios não são forças impessoais; assim como os anjos, eles têm nomes e personalidades. Em sexto lugar, os demônios consideram o corpo em que habitam como sua casa! Em Lucas 11:24, o demônio fala sobre seu último hospedeiro humano: “Tornarei para minha casa, de onde saí”. Eles são possessivos e procuram apropriar-se da vida humana que invadem. Pense nisso – um demônio vangloriando-se para outros membros da legião por fazer de um corpo a sua morada. Por isso Paulo nos admoesta em Efésios 4:27: “Não deis lugar ao diabo”. Se você der lugar ao inimigo, ele providenciará uma caixa de correio e afirmará que seu corpo é o endereço dele. No filme Morando Com o Perigo, um jovem casal compra uma grande casa e a reforma. Para pagar o que devem, eles alugam parte dela para um homem. No entanto, ele se recusa pagar o aluguel, perturba o casal, abre um processo judicial contra eles e faz de suas vidas um inferno. A casa foi possuída por um homem louco que assume o controle de tudo. Essa história ilustra de maneira clara a estratégia dos demônios. O demônio se aproximará silenciosamente para morar naquela pequena área de sua vida que você recusa entregar para Jesus. A partir daquele ponto, ele tentará assumir o controle e arruinar sua existência. Em sétimo lugar, os demônios podem incutir pensamentos e afetar a saúde mental. Em Lucas 11:25, vemos uma referência à mente humana: “E, chegando, acha-a varrida e ornamentada”. O demônio volta à pessoa que foi liberta e encontra a mente limpa e em ordem. Mas na verdade, essa pessoa não tem plenitude espiritual. O Espírito Santo não está presente em sua vida, nem em seu espírito, e não ocupa sua mente nem controla seu corpo. Essa pessoa voltou a cometer o mesmo pecado. Talvez a ira tenha sido a fortaleza da qual ela foi liberta, mas ao invés de crescer no Senhor, enchendo sua mente com as Escrituras e com louvor, ela comete o mesmo erro de antes. O demônio consegue ver o vazio naquele indivíduo e ataca a sua mente, que está desprovida do Espírito Santo. Em oitavo lugar, os demônios conseguem lembrar, pensar e planejar. Observe, em todos esses versículos, as estratégias aplicadas por essas entidades. Eles são espertos e não devem ser subestimados. Em nono lugar, os demônios podem se comunicar entre si. Em Lucas 11:26, aquele demônio se comunica com outros sete. Quando alguém dá lugar a uma entidade demoníaca, essa entidade muito possivelmente levará outros demônios consigo. A Bíblia nos fala do “espírito de temor” (2Tm 1:7), e em 1 João 4:18, as Escrituras nos revelam que o amor é como uma arma que “lança fora o temor”, acrescentando que “o temor tem consigo a pena”. Jesus fala dos “atormentadores” quando menciona aqueles que não perdoam: “E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que ele pagasse tudo o que lhe devia. Assim também meu Pai celeste fará convosco, se de coração não perdoardes cada um as ofensas do seu irmão” (Mt 18:34-35). Portanto, o demônio do temor pode trazer o demônio da pena, ou melhor, do castigo, e a falta de perdão pode abir as portas para os atormentadores na vida de alguém. Os demônios são como as baratas, como dissemos antes: eles tendem a se multiplicar, caso não sejam exterminados pelo poder de Deus. Em décimo lugar, os níveis de maldade seguem a hierarquia dos demônios. Lucas 11:26 diz que o demônio “vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele”. As entidades demoníacas vivem em vários níveis de maldade,e no contexto de Lucas, um demônio chama outros sete para ocupar seu hospedeiro. Se a pessoa tolera um pequeno mal, o maior mal lhe sobrevirá. Em décimo primeiro lugar, os demônios são um problema para os cristãos hoje. Efésios 6:12 nos diz que estamos engajados em uma batalha corpo a corpo “contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”. Embora não possam possuir o espírito do cristão, eles podem afligir o corpo e oprimir a mente. Devemos estar muito atentos para reforçar a vitória da cruz sobre essas forças malignas. Em décimo segundo lugar, os demônios tentam enganar os cristãos pelo ensino de falsas doutrinas. 1 Timóteo 4:1 diz: “Ora, o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, alguns deixarão a fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios”. Atualmente, os demônios têm seduzido e enganado muitas pessoas por meio de falsos ensinamentos. O fato de alguém andar sempre com a Bíblia e agir como cristão não significa que seu ministério tenha a unção de Deus. A fraude religiosa é a pior de todas as atuações demoníacas. Ao concluir este capítulo, entenda que ignorar as verdades sobre as forças demoníacas é inútil e arriscado. Se não encararmos a verdade sobre nosso inimigo, deixamos nós mesmos e nossa igreja despreparados para a guerra que se trava. Quantas mortes espirituais teremos que presenciar até que a igreja acorde para a realidade da batalha espiritual? Notas do Capítulo 13 Nota 1 - William F. Arndt e F. Wilber Gingrich, A Greek-English Lexicon of the New Testament (Chicago: University of Chicago Press, 1979). [Voltar] Nota 2 - C. Fred Dickason, Demon Possession and the Christian: A New Perspective (Wheaton, IL: Crossway Books, 1989). [Voltar] Nota 3 - Kurt E. Koch, Occult Bondage and Deliverance (Grand Rapids, MI: Kregel Publications, 1972). [Voltar] Capítulo 14 PROTOCOLOS DEMONÍACOS Nos governos do mundo, existem exércitos e estratégias de guerra visíveis. As formas mais veladas e sutis de guerra são chamadas de operações secretas, isto é, estratégias secretas executadas por todos os ramos das forças armadas; além disso, operações especiais e agências como o FBI e a CIA também realizam operações secretas. Igualmente, Satanás usa estratégias secretas, e muito do que ele faz está disfarçado e escondido da nossa visão. AS CILADAS DE SATANÁS O termo cilada vem da palavra grega methodeia. Em português, método também se origina dessa palavra. Methodeia deriva de duas outras palavras gregas: meta, que significa “em meio a”, e hodos, que significa “percorrer um caminho ou fazer uma jornada”. Satanás quer interromper sua jornada, acabar com a sua visão, mudar seu rumo e tirar você do eixo! Como ele faz isso? Satanás usa a tentação para desviar as pessoas dos caminhos de Deus. Tentação é peirasmos, que significa “solicitar” ou “chamar à ação”. Ele usa suas armas para nos afastar de Deus e nos levar à prática do mal. No entanto, Satanás pode até nos tentar, mas a concupiscência do homem precisa aceitar e ceder a essa tentação. Que homem algum, ao ser tentado, diga: Por Deus sou tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal, e a nenhum homem tenta. Mas cada homem é tentado, quando atraído e seduzido pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, gera o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte. – TIAGO 1:13-15 Jesus Cristo foi tentado, mas Ele não pecou. Não devemos confundir tentação com pecado. Todos nós devemos resistir às tentações, não permitindo que os desejos enganosos dominem nosso pensamento e nos afastem de Deus. A Bíblia nos ensina que as tentações são comuns aos seres humanos (1Co 10:13), e também nos revela que as riquezas são um forte motivo de tentação (1Tm 6:9). Devemos orar: “E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal” (Mt 6:13). É interessante que a palavra pirataria também se origina da palavra grega peirasmos. A tentação é o meio que Satanás usa para roubar sua vida preciosa. Satanás usa a perversão para destruir as coisas boas. A palavra perverso (usada em Isaías 19:14) vem do hebraico avah, que significa “tornar torto”; às vezes, essa palavra é traduzida como “iniquidade”. No grego, ela é diastrepho, que significa “torcer” ou “distorcer”. Satanás transforma as coisas boas em ruins. Por exemplo, o sexo no casamento heterossexual é um presente de Deus, mas Satanás o tem distorcido, transformando-o em homossexualismo, pornografia e abuso. Satanás usa de imitações para afastar as pessoas do verdadeiro Deus, e muitas religiões são cópias ruins dos ensinamentos divinos. A maior cópia inventada por Satanás será o Anticristo, que virá imitar os milagres de Jesus. Ele irá até erguer- se de um golpe fatal e será adorado como Deus (Veja 2 Tessalonicenses 2:9; Apocalipse 13:13-18). Além disso, Satanás pode transfigurar a adoração e a pregação (2Co 11:14). Por esse motivo, devemos testar aqueles que afirmam ter o Espírito Santo para que não nos confundamos com o que é falso (1Jo 4:1-3). OS DEMÔNIOS ENGANAM Apocalipse 12:9 declara que Satanás enganou todo o mundo. A palavra engano retrata alguém que acredita em uma mentira como se ela fosse verdade. Uma pessoa enganada é aquela que acredita que o certo é errado, e que o errado é certo. Satanás é o enganador, e ele pratica seu engano em muitas esferas. Basicamente, o engano é usado para confundir a Palavra de Deus; se Satanás convencer alguém de que Deus é mentiroso, ele pode levar essa pessoa a violar os princípios de vida determinados pelo Pai. Outra área de atuação do engano é quanto à pessoa e à obra de Cristo. Os demônios usam a perversão para distorcer o plano de Deus. Satanás corrompe todos os desejos físicos que Deus nos concedeu. O desejo pela comida pode ser distorcido para a gula. O álcool, dado por Deus para fins medicinais, se tornou o pior problema social da América (Veja Provérbios 20:1; 23:1-3, 20-21, 29-35). O sexo é um presente concedido por Deus ao homem e à mulher que se unem em casamento. Agora, essa dádiva foi transformada em todo tipo de maldade que se possa imaginar. As Escrituras proíbem o sexo antes do casamento e as relações homossexuais, enquanto Satanás diz que são práticas aceitáveis. O mundo chama isso de “preferência sexual”. Satanás corrompe os planos de Deus e gera imitadores que distorcem esses planos para confundir as pessoas. Quando Moisés esteve diante do faraó e sua vara se transformou em serpente, os feiticeiros do rei do Egito fizeram o mesmo (Êx 7:11-22). Havia, e sempre haverá até a volta de Cristo, muitos lobos em pele de cordeiro. Por fim, Satanás promoverá o Anticristo, que será uma imitação de Jesus. Portanto, é necessário testar o espírito que fala pelo homem. Teste pela palavra de Deus. “Amados, não creiais em todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque muitos falsos profetas têm aparecido no mundo” (1Jo 4:1). A ferramenta mais poderosa usada por Satanás contra os cristãos é a que ele usou contra Jó: ou seja, acusação. Satanás irá nos acusar de pecados que Deus já perdoou. Ele é caluniador e mentiroso, e acusou Jó de servir a Deus apenas por causa das bênçãos materiais. Jó foi inocentado e Deus saiu vitorioso. Satanás usou o tempo, a morte, a família, a doença e as amizades falsas, mas nem com tudo isso Jó amaldiçoou a Deus nem O considerou injusto. Satanás dirá que Deus é o culpado pelos seus problemas e te fará lembrar dos seus pecados. Ele te acusará e tentará frustrar e destruir sua fé. Nossa defesa é a confissão dos pecados, segundo 1 João 1:9, e nós não estamos condenados; fomos perdoados. Talvez um dos meios mais eficazes de Satanás operar no mundo seja rebelando-se contra a autoridade, e o governo humano foi investido para frustrar seus propósitos de ilegalidade. Quando uma rebelião ou uma anarquia derrubam um governo, elas sempre resultam em um regime ainda mais repressor. O fracasso da autoridade nas nações, casas e igrejas resultaráem um governo severo ou na total destruição. O ataque à bomba de 1993 ao World Trade Center, na cidade de Nova York, e o trágico ataque de 1995, também à bomba, ao edifício do governo na cidade de Oklahoma são exemplos claros de rebelião por influência demoníaca. A Bíblia nos admoesta quanto a esse pecado. A rebelião de Saul é descrita como feitiçaria, e sua obstinação como iniquidade e idolatria (1Sm 15:23). Satanás conseguiu destruí-lo por meio da rebelião. Viver em desacordo com a autoridade é perigoso! A autoridade investida por Deus deve ser consagrada e honrada em nossas igrejas. Dentre outros métodos de Satanás estão a tentação da carne, o ocultismo, o charlatanismo religioso, o medo e a intimidação. A vitória é conquistada pelo cristão que utilizar as armas concedidas por Deus. Somente os despreparados conhecerão a derrota! Quando Eliot Ness e o Ministério da Fazenda começaram a atacar a máfia de Capone, em Chicago, o FBI não tinha autorização para usar armas. Somente depois da morte de alguns agentes, o governo finalmente concordou com o uso de armamentos. Nosso rei permitiu que andássemos armados! Vamos nos revestir com a armadura de Deus e viver em vitória! Capítulo 15 SINTOMAS DA ATUAÇÃO DEMONÍACA O tema da doença mental é muito controverso entre os cristãos. Dentro de algumas escolas de pensamento, há equilíbrio e pontos de vista bíblicos. Primeiramente, é preciso esclarecer que nenhum problema mental é resultados de ataques demoníacos. Além disso, um bom tratamento psicológico feito com profissionais cristãos é importante e recomendável quando um indivíduo está enfrentando problemas. Da mesma forma, a administração de medicamentos pode ser necessária quando ocorrem desequilíbrios químicos. Apenas quando os medicamentos e a terapia não trazem cura, é possível dizer que esses sintomas apontam para uma atuação demoníaca. Listarei a seguir catorze sintomas da atuação demoníaca. Ao lê-los, tenha em mente que alguns deles podem ser causados por outros fatores que não a opressão dos demônios. Os seis primeiros sintomas são severos e foram retirados do relato sobre o endemoniado de Gadara, em Marcos 5. O homem em questão havia sido amarrado em um cemitério por causa do seu comportamento instável e agressivo. Ao lermos Marcos 5:1-15, vemos claramente os sintomas da atuação demoníaca. Sintoma 1: Incapacidade de viver normalmente (Marcos 5:1-5) Assim como as influências da legião incapacitaram aquele homem de conviver com seus amigos e sua família, um desejo incomum de ficar sozinho, seguido de uma profunda solidão, muitas vezes se manifestará. A pessoa cada vez mais terá um comportamento indiferente, sem desejar nenhum tipo de mudança. Sintoma 2: Comportamento agressivo (Marcos 5:4) A agressividade, muitas vezes, será evidente no comportamento da vítima. Um temperamento explosivo, violento e uma raiva incontrolável são características perigosas que dominam o indivíduo e aqueles que o amam. Sintoma 3: Mudança de personalidade (Marcos 5:9,12) Múltiplas personalidades existem na maioria dos casos sérios desse tipo de opressão. Aquele homem tinha uma “legião” de espíritos em sua vida. Nem todos os casos de múltiplas personalidades são demoníacos, mas na maioria deles há alguma atividade demoníaca envolvida. Mudanças de personalidade, extremas ou moderadas, podem evidenciar a atuação de espíritos malignos. Sintoma 4: Inquietação e insônia (Marcos 5:5) No versículo 5, vemos que o homem clamava pelos sepulcros “de dia e de noite”; ele não conseguia dormir. A insônia pode ser um sintoma de problemas físicos ou espirituais, e Deus abençoa Seus filhos com o sono (Sl 127:2). Então, se você não consegue dormir noite após noite e se não existe nenhuma razão médica para esse distúrbio, o diabo pode estar te atormentando. Não se esqueça; você tem o direito de descansar em Jesus! Em Salmos 3, temos uma imagem da batalha. Nesse capítulo, Davi estava sendo perseguido por seus inimigos. No versículo 3, ele clamou ao Senhor: “Mas tu, ó Senhor, és um escudo para mim”. Nos versículos 5 e 6, ele clamou dizendo: “Eu me deitei e dormi; acordei, porque o Senhor me sustentou. Não terei medo de dez milhares de pessoas que se puseram contra mim ao meu redor”. Davi ainda diz em Salmos 4:8: “Eu tanto me deitarei em paz quanto dormirei; porque tu, Senhor, somente me fazes habitar em segurança”. O sono é um presente que Deus concede a todos aqueles que nele confiam. Sintoma 5: A terrível angústia interior (Marcos 5:5) Aquele homem estava profundamente atormentado na mente e no coração, e pode-se perceber vários níveis de angústia naqueles que são afligidos pelos demônios. O sofrimento e angústia são emoções normais para todos nós. Entretanto, a angústia persistente que não foi solucionada após tratamento adequado, aconselhamento, apoio e orações pode ser demoníaca. Sintoma 6: Autoflagelação e suicídio (Marcos 5:5) Nesse versículo, vemos o homem endemoniado se ferindo. Em Marcos 9:14-29, lemos a história de um homem cujo filho era surdo e mudo por causa de um demônio: “E este, onde quer que o apanhe, derruba-o... e muitas vezes isto o tem lançado no fogo, e dentro da água, para o destruir” (vv. 18,22). Jesus expulsa o demônio: “E o espírito gritou, e agitando-o com violência, saiu dele; e ele estava como um morto, de modo que muitos diziam: Ele está morto. Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou” (vv. 26-27). Os demônios podem induzir as pessoas à autoflagelação, e podem até levá-las ao suicídio. Sintoma 7: Doença inexplicável sem justificativa médica Quando os exames médicos não revelam nenhuma causa da enfermidade, devemos olhar para a mente e o espírito a fim de encontrar respostas. Às vezes, as doenças são psicológicas, e um bom aconselhamento pode trazer a cura. Outras vezes, trata-se da batalha contra os demônios. Vemos um exemplo deste sintoma em Lucas 13:11-16, com a história da mulher afligida por um “espírito de enfermidade” (v.11). Jesus chamou-a de “filha de Abraão, a qual... Satanás havia prendido” (v.16). Certamente ela era uma filha de Deus e era fiel à sua sinagoga, mostrando-se disposta a aprender mais sobre Deus. “Jesus... disse-lhe: ‘Mulher, tu estás liberta da tua enfermidade’.E ele impôs suas mãos sobre ela; e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus” (vv. 12,13) Existem doenças físicas causadas por demônios denominados “espíritos de enfermidade”. Sintoma 8: Comportamento compulsivo A dependência do álcool, das drogas, do sexo, da comida, dos jogos e de outras coisas abre caminho para a influência e o controle demoníacos. Não estou dizendo que os demônios causam esses tipos de problemas, visto que, obviamente, as pessoas são responsáveis pelas suas próprias más escolhas. Mas qualquer coisa que faça alguém se descontrolar o deixa suscetível ao controle do inferno. Sintoma 9: Comportamento sexual anômalo Quando o filho de Jezabel perguntou sobre a paz, Jeú respondeu: “Que paz, enquanto as prostituições da tua mãe, Jezabel, e as suas feitiçarias são tantas?” (2Rs 9:22). Em Ezequiel 16:20-51, o espírito da prostituição é mencionado várias vezes, e tal espírito infectou a nação de Israel com os pecados de Sodoma (versículos 49- 50). Eles sacrificavam até os próprios filhos (versículos 20-21). Homossexualidade, adultério, fornicação e infanticídio são provocados pelo espírito da prostituição. Oseias 4:12 diz: “porque o espírito da prostituição os conduziu ao erro, e se prostituíram, apartando-se da sujeição ao seu Deus”. Leia ainda o que diz Oseias 5:4: “Eles não condenarão as suas ações a fim de voltarem para o seu Deus, porque o espírito das prostituições está no meio deles, e não conhecem o Senhor”. A nação e o povo que se entregam aos pecados sexuais e abominações são governados pelo espírito da prostituição. Veja o que diz Naum 3:4: “Por causa da multidão das prostituições da prostituta formosa, a amante das feitiçarias, que vendeu nações através das suas prostituições, e famílias pelas suas feitiçarias”. Nações e famílias são entregues às amarrasespirituais pelas feitiçarias do espírito da prostituição. Quando adulteramos e nos envolvemos com o pecado sexual, abrimos caminho em nossas vidas para esse espírito demoníaco. Devemos lutar contra esse principado que domina nossa nação. Sintoma 10: Derrota, fracasso e depressão na vida cristã Paulo escreveu em 2 Coríntios 2:14: “Agora, graças a Deus, que sempre nos faz triunfar em Cristo”. Perceba que esse versículo é precedido por uma exortação de Paulo a fim de que perdoemos uns aos outros “para que Satanás não obtenha vantagem sobre nós, porque não ignoramos os seus objetivos” (vv.10-11). Um dos propósito de Satanás é tirar proveito de nossas situações e nos roubar a vida vitoriosa que recebemos em Cristo. O salmista clamou: “Por isso eu sei que tu me favoreces, porque meu inimigo não triunfa sobre mim” (Sl 41:11). Esse sintoma se manifesta pela incapacidade de louvar e adorar. Salmos 92:1-4 é um testemunho do poder do louvor. Ele culmina no versículo 4, no qual Davi diz: “Pois tu, Senhor, fizeste-me feliz por meio da tua obra; triunfarei nas obras das tuas mãos”. E novamente diz: “Salva-nos, ó Senhor, nosso Deus, e recolhe- nos do meio dos pagãos, para que demos graças ao teu nome santo, e triunfemos no teu louvor” (Sl 106:47). Sintoma 11: Comportamento e envolvimento com o oculto Deuteronômio 18:9-12 nos apresenta uma lista das obras do oculto e da bruxaria, incluindo sacrifício de crianças; adivinhação; vidência; presságios; feitiçaria; e o trabalho daqueles que fazem magias, invocam aparições mediúnicas, espíritos e daqueles que invocam os mortos. O versículo 15 é uma instrução para que o povo ouça a palavra que vem do profeta de Deus e para que ande em retidão. O envolvimento com coisas ocultas é claramente um sintoma de controle demoníaco. Sintoma 12: Dificuldade de fala Em Mateus 9:32-33, Jesus expulsou o demônio e o homem mudo passou a falar. A dificuldade da fala pode ser física, emocional, mental e, em alguns casos, demoníaca. A linguagem e maldição podem ser influenciadas pelo inimigo. Sintoma 13: Engano doutrinário 1 Timóteo 4:1 nos admoesta que, nos últimos tempos, espíritos enganadores ensinarão as doutrinas dos demônios. Hoje, são abundantes os rituais religiosos e o charlatanismo, e o motivo pelo qual esses enganadores têm atraído tantas pessoas é a instrução do poder demoníaco. Sintoma 14: Legalismo religioso Gálatas 3:1 fala com o cristão que corre o risco de submeter-se às leis: “Quem vos encantou a fim de que não obedecessem à verdade?”. A igreja da Galácia trocou o ministério da fé que operava maravilhas (v.5) por um ministério de leis cheio de normas e regras. Paulo classificava esse erro como feitiçaria. Algumas pessoas extremamente religiosas estão sujeitas às tradições, leis humanas e às aparências. Os demônios prosperam em ambientes como esses, especialmente os controladores. É muito mais fácil manter um ritual e listar regras do que andar em fé. Se existe algo que tenta substituir a fé na obra completa de Cristo, esse algo é uma doutrina dos demônios. PARTE IV CONHECENDO AS ESTRATÉGIAS DO SEU INIMIGO Capítulo 16 A ESTRATÉGIA DO MEDO Em Jó 3:25, encontramos as seguintes palavras: “Porque aquilo que eu grandemente temia me sobreveio; e aquilo o que eu receava me sobreveio”. Satanás foi a Jeová é disse: “Quero permissão para tocar em Jó”, e Deus assim concedeu. Entretanto, a única razão pela qual o inimigo teve acesso a Jó – mesmo com a permissão – foi porque Jó lhe deu espaço. Eu acredito que havia dois pecados do medo na vida de Jó. Ele temia que algo acontecesse com seus filhos e temia que algo acontecesse com os seus bens. E viveu assim até o fim de seus dias. O medo é um ímã para os demônios. Ele atrairá o inimigo e fará acontecer as coisas que você expressou com a sua boca. É preciso entender que o medo não é somente um sentimento, mas também que ele é um espírito. Em 2 Timóteo 1:7, lemos: “Deus não nos deu o espírito de medo, mas de poder, e de amor, e de uma mente sã”. Eu acredito que espíritos de intimidação e covardia vêm até nós e nos paralisam, nos impedindo de prosseguir da forma que Deus quer que prossigamos. Esse não é um simples “probleminha”; na verdade, acho que o medo tem matado pessoas: “O coração dos homens desfalecerá por medo da expectativa daquilo que sobrevirá a terra; porque os poderes do céu serão abalados” (Lc 21:26). O medo é um ímã mortal que pode destruir a sua vida e acabar com a sua felicidade. Na Bíblia, o oposto de medo não é coragem, mas sim fé e esperança. IDENTIFIQUE SEUS MEDOS Que tipos de medo te inundam e fazem sua vida fracassar? É hora de analisar a si mesmo e de ver quais medos existem em você. Medo da vida Todos os dias, encontro pessoas que têm medo de viver plenamente. Este foi o primeiro medo que surgiu no mundo. Depois de Adão e Eva terem caído em pecado, Deus apareceu para falar com eles e Adão admitiu, “Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque eu estava nu, e me escondi” (Gn 3:10). Adão não conseguia nem seguir sua rotina normal no jardim! Talvez o seu medo seja de que as pessoas conheçam quem você realmente é e de que elas te evitem. Você tem medo de que alguma coisa que você tenha feito, algo que só você e Deus sabem, venha à tona. Você teme a verdade. Entretanto, se existe algum lugar nesse mundo onde você possa viver uma vida transparente, esse lugar é a igreja! É preciso compartilhar suas dificuldades e seus fracassos, lidando com eles seguramente. Deus julga o medo tão severamente quanto qualquer outro pecado descrito no Bíblia. Mateus 25 contém a parábola dos talentos. Um servo recebeu cinco talentos, outro recebeu dois e o terceiro recebeu apenas um. O que recebera cinco investiu e duplicou aquela quantia; assim também o fez aquele que recebera dois talentos. Deus espera algo do Seu investimento! Ele quer ver seus resultados a partir do que Ele plantou. Entretanto, o que recebera um talento o escondeu. Vejamos sua justificativa: “Senhor, eu soube, que és um homem duro, que colhes onde não semeaste, e ajuntas onde não espalhaste. E receoso, eu fui e escondi na terra o teu talento” (versos 24-25). O servo atemorizado não conhece de verdade o Deus a quem servimos, e ele tinha uma percepção errada a Seu respeito. E qual foi a resposta de seu senhor? Ele não disse: “Pobre velhinho, servo amedrontado!”. Mas disse: “Tomai, portanto o talento dele, e dai-o ao que tem os dez talentos” (v.28). O que você não usa, você perde. O impacto do medo vai além das questões espirituais; ele pode afetar também o seu trabalho. Talvez você esteja com medo de dar o próximo passo e avançar, ou com medo de assumir um cargo de gerência por temer das responsabilidades, que serão maiores do que todas as que você já enfrentou até agora. Prefere-se a zona de conforto ao invés do progresso. Alguém que está lendo este livro talvez um dia teve uma grande ideia, mas você quis não arriscar porque teme o fracasso. A história nos conta que Abraham Lincoln perdeu todas as eleições para as quais se candidatou, exceto uma – a candidatura para a presidência! E se ele tivesse desistido? Os americanos não teriam visto um dos seus melhores presidentes. Há pessoas que têm medo de levantar de manhã e cumprir sua rotina. Eu te desafio a quebrar esse espírito e a acreditar que você pode ser tudo o que Deus te capacita a ser. Medo da morte E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também participou das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse aqueles que, por terem medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. – HEBREUS 2:14-15 Muitas pessoas têm um medo terrível da morte. Acredito que este seja o motivo de tantos médicos prescreverem exames para pacientes que não têm doença alguma. Por exemplo, muitas pessoas acordam de madrugada com falta de ar. Talvez elas estejam sofrendo de terror noturno, um ataque demoníaco para a saúde. Se você está salvo, por que temer a morte? Todos os cristãos deveriam seorgulhar: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1:21). O céu não é um destino a ser temido! Já ouvi pessoas dizerem: “Sabe, eu quero ir para o céu, mas ainda não estou pronto”. Bem, eu estou pronto para ir hoje! Eu sentiria falta da minha família, e eles também sentiriam muito a minha falta. Mas após ter morrido na cruz e ressurgido da sepultura, Ele iluminou o corredor da morte para sempre! Não terei medo! “Sim, ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum; porque tu estás comigo; tua vara e o teu cajado me consolam” (Sl 23:4). Nem mesmo na morte estamos sós. Medo do inimigo Aqui está a resposta apropriada para quando você enfrentar o inimigo: “Porque eu ouvi a calúnia de muitos; o medo estava em todo lado; enquanto eles juntos tomavam conselhos contra mim, intentaram tomar a minha vida. Mas eu confiei em ti, ó Senhor; ... Tu és o meu Deus. Meus tempos estão na tua mão; livra- -me da mão de meus inimigos, e daqueles que me perseguem” (Sl 31:13-15). Eu não tenho que temer o diabo nem seus emissários encarnados na terra. Jesus derrotou os principados e potestades! Ele tirou as entidades celestiais dos seus tronos e revelou o inimigo. Não tenho que temer as cartas do tarô ou o horóscopo, nem tenho que me consultar com nenhum médium para saber o que acontecerá amanhã. Eu afirmo como o salmista Davi: “Os meus tempos estão nas tuas mãos”. Medo do homem O temor do homem traz um laço, mas o que puser sua confiança no Senhor estará a salvo. – PV 29:25 Esse é um medo poderoso para muitas pessoas no mundo hoje. Existe alguém na sua vida que desperta um medo atemorizante em você? Existe algo que te faça concordar com as pessoas ou fazer o que elas fazem, mesmo que elas estejam erradas, simplesmente porque você teme o que elas possam pensar de você? Esse tipo de medo é algo que realmente tem contido os jovens hoje. A pressão dos amigos ou o medo do que os companheiros pensam pode custar uma vida. O medo de ser diferente e o medo da opinião dos outros podem ser muito fortes. Não estou dizendo que você tem que ser desagradável, mas esta é a pura verdade: não importa o que todos pensam, importa o que Deus pensa! Os jovens e os adultos precisam lutar para que o medo do homem não mais atrapalhe a realização dos propósitos de Deus em suas vidas. Medo da insignificância As pessoas têm muito medo de que suas vidas sejam inúteis. Penso na história de Abraão: ele deixou a fama e a fortuna em Ur dos Caldeus, deixou sua bela casa e foi morar em uma tenda onde ninguém o conhecia. “Depois dessas coisas, a palavra do Senhor veio a Abrão em uma visão, dizendo: ‘Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, e a tua recompensa será infinitamente grande’” (Gn 15:1). Você pode dizer: “Não fui o funcionário do mês, embora eu tenha merecido”. Mas Deus viu seu esforço e o levou em consideração. Talvez você diga: “Ninguém nunca reconheceu meu empenho, e ninguém aprecia o que eu faço”. Então, eu preciso te contar: a sua maior recompensa é Deus. Deixe-me lembrar da história da mulher que quebrou um vaso de alabastro e chorou aos pés de Jesus. Ninguém sabe o seu nome; alguns estudiosos acreditam que fosse Maria. O que sabemos realmente foi que Jesus Se agradou com o que ela fez! Ninguém sabe o nome da viúva que deu tudo o que tinha ao templo, mas Jesus sabe, pois ela é importante para Ele. Se você tem complexo de inferioridade, é preciso aceitar o fato de que Jesus Cristo é o único que pode dar sentido e importância à sua vida. E um dia, quando chegar ao céu, você verá que tudo o que foi semeado nesta vida ainda está lá! Certa noite, eu estava vendo TV com alguns amigos quando um seriado começou. Um amigo disse: “Veja só, satisfação da carne. É tudo tão mundano!”. E eu prontamente respondi: “Deixe-os. Talvez aquela pequena estátua de ouro seja tudo o que eles conseguirão em reconhecimento dessa vida”. Sabe de uma coisa, eu tenho algo melhor para mim – uma coroa na glória. Meu Salvador me conhece pelo nome e sabe quantos fios de cabelo tenho na cabeça, e minha vida está em Suas mãos. Eu não tenho que temer o sentimento de insignificância ou me sentir perdido na multidão! Medo do futuro Porque eu sei os pensamentos que tenho sobre vós, diz o Senhor, pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. – JEREMIAS 29:11 Você não precisa temer o amanhã. Quem conhece Jesus Cristo não tem motivos para temer o futuro. Quando meu filho Ronnie Jr ainda era pequeno, ele adorava sair para passear comigo. Mesmo quando tinha quatro ou cinco anos, ele sentava eufórico no banco de passageiro, ainda que fosse para um breve passeio. Ao relembrar isso, acho interessante que em nenhum momento ele me perguntava: “Papai, você colocou bastante gasolina no carro?”, ou “Papai, você está com dinheiro?” ou “Papai, você sabe mesmo para onde estamos indo?” Meu filho não precisava me fazer essas perguntas; ele segurava na minha mão e aquilo era o bastante. Ele estava pronto para sair, porque confiava em mim e sabia que, estando comigo, suas necessidades seriam supridas. Mesmo sendo um refrigerante da loja de conveniência do posto ou um lanche de algum fast food, ele sabia que não passaria fome no nosso passeio. Se precisasse de um banheiro, eu encontraria um. E ele podia confiar que seu pai saberia o caminho de volta para casa na hora de voltar. Não posso prever seu futuro, mas posso afirmar uma coisa: como cristão, o que te espera na eternidade é maravilhoso e você não precisa temer. ENCARANDO SUAS PRÓPRIAS FORTALEZAS DO MEDO Se você sente algum medo descontrolado, como medo de um animal, do escuro, de multidões, da escassez, de certos lugares ou de certas horas do dia, saiba que esses medos irão persistir. Você precisa tratá-los. 1 Pedro 3:14 diz: “Se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis”. Já 2 Timóteo 1:7 nos revela “Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação”. A Bíblia nos fala que o medo precisa ser eliminado. O medo atrai os demônios. E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem para nós. Deus é amor; e aquele que habita em amor, habita em Deus, e Deus nele. Nisto o nosso amor é aperfeiçoado, para que tenhamos ousadia no dia do julgamento; porque, como ele é, assim somos nós também neste mundo. – 1 João 4:16-17 O versículo 18 diz ainda: “Não há temor no amor, mas o amor perfeito lança fora o medo”. Esse tipo de espírito não vai embora tão facilmente. Você pode tomar tantos tranquilizantes e calmantes quanto quiser, e pode até se embriagar, fumar, tomar pílulas para dormir, ir ao cinema ou ao teatro para esquecer seu medo temporariamente. Mas quando você acordar, ou retomar a sobriedade, ele estará diante de você novamente. LEGIÕES ASSUSTADORAS DO MEDO Ao envolver-se com o espírito do medo, ele traz consigo seus companheiros atormentadores. O medo nunca vem sozinho, e seu maior amigo é o tormento. O tormento envolve noites mal dormidas, ou a desconfiança de que seu marido está sendo infiel, quando na verdade ele não está, ou a dificuldade de falar a verdade. Essas são apenas algumas formas de ser atormentado. O medo e o tormento chegam até você por meio dos maus relacionamentos. Algumas pessoas talvez alimentem o medo por causa de algo que aconteceu no passado e que nunca ficou resolvido. Em Mateus 18, Jesus contou a parábola de um homem que havia perdoado alguém que lhe devia muito dinheiro. Entretanto, o homem que fora perdoado se lembrou de alguém que também lhe devia uma pequena quantidade de dinheiro, mas ele não perdoou a pequena dívida e molestou seu devedor. Quando o mestre soube do ocorrido, ele chamou o homem que havia perdoado e perguntou: “‘Servo perverso, perdoei-te toda aquela dívida, porque tu me suplicaste. Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu conservo, como eu também tive misericórdia de ti?’ E, indignado, o seu senhor o entregou aos atormentadores, até que ele pagasse tudo o que lhe devia” (Mt 18:32-34). A história terminacom um alerta: “Assim também meu Pai celeste fará convosco, se de coração não perdoardes cada um as ofensas do seu irmão” (v.35). A razão para algumas pessoas viverem atormentadas pelo medo é porque algo lhes aconteceu no passado. Talvez elas tenham sido machucadas ou tenham sofrido algum tipo de abuso. Você pode estar prostrado ou sofrendo pela rejeição de alguém que é importante. Ou talvez se trate de uma agressão física ou verbal, mas em qualquer um desses casos você pode estar sendo atormentado porque não conseguiu se livrar da dor e perdoar aquele que te feriu. Qual é o objetivo da parábola do servo impiedoso? É nos mostrar que Deus conhece o coração. Ele está olhando para você e está dizendo que conhece todos os seus pensamentos e suas ações. Ele enviou Seu Filho ao Calvário para derramar Seu sangue e perdoar todas as nossas dívidas. Portanto, não importa quem te magoou ou qual é a profundidade das suas feridas – ou se aquela pessoa se desculpou ou não por ter feito o que fez –, pois assim como o servo, você deve perdoar. Senão, você estará preso a ela por toda a sua vida, e demônios atormentadores tirarão o seu sono e a sua paz. Eu não tenho nenhuma solução rápida e fácil para você. É preciso simplesmente aprender a lidar com as suas mágoas. Talvez você tenha se ajoelhado centenas de vezes diante do altar, mas seu alívio foi passageiro porque você agarrou aquele problema e o levou consigo quando saiu pela porta. Pouco tempo depois, alguém disse algo que te magoou e logo toda aquela angústia estava de volta. O medo e o tormento aparecem quando você não consegue perdoar. Eu estava pregando em uma série de encontros quando uma moça me pediu que orasse por ela. O Espírito Santo revelou-me imediatamente qual era a necessidade daquela jovem e me instruiu a dizer: “Você tem que perdoar seu pai”. Ela abaixou a cabeça, se ajoelhou e disse: “Não!”. Não era ela que dizia aquilo. Era um espírito atormentador que estava dominando sua vida há vinte e dois anos. Toda sua composição, sua beleza e seu dinheiro (muito dinheiro) não a ajudaram, porque ela estava atormentada pelo fato de seu pai ter agido injustamente; e ela nunca superou aquele trauma. Deus quer que não somente peçamos perdão, mas que perdoemos aqueles que agiram de forma errada conosco. Talvez você pense que isso é injusto, mas o que precisamos na vida não é de justiça – e sim de misericórdia! No Espírito, vejo Jesus derramar Seu sangue enquanto você lê, e vejo o romper das amarras. Os velhos medos estão desaparecendo, e a nova vida está surgindo enquanto você segura este livro! EXPULSANDO O MEDO Como você pode se livrar desse medo? O apóstolo João deu a resposta quando escreveu: “o amor perfeito lança fora o medo” (1 João 4:18). Jesus vive em nossos corações, e Seu perfeito amor está em nós. Cristo derramou o Seu amor por meio do Espírito Santo. Surge a pergunta: “Como se livrar do medo?” Mandando ele sair! Você deve perdoar aquele que te magoou e dizer: “Agora, seu espírito lamentável e desprezível do medo, e todos os seus espíritos atormentadores, eu perdoei aqueles que me magoaram. Você foi vencido. Vá embora!” Eles têm que sair, pois o amor é o antídoto. Esqueça a dor e agarre-se ao amor de Deus. RETENDO A SUA LIBERDADE Uma vez liberto do medo, com se manter livre? Veja novamente o que Deus nos diz: “Porque eu sei os pensamentos que tenho sobre vós, diz o Senhor, pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais” (Jr 29:11). Imagine Deus pensando em nós; isso me apavora um pouco. Mesmo quando você não está pensando nele, Ele está pensando em você. Seus pensamentos não são maliciosos ou intolerantes, mas são pensamentos de paz. Shalom em hebraico não significa apenas “bons sentimentos”, mas também significa “prosperidade”. Quando Jeremias escreveu isso, ele o fez para o povo que estava cativo na Babilônia há setenta anos. Muitos não viveriam o suficiente para voltar para suas casas. Eles estavam indo para um lugar desconhecido, e era um lugar a ser temido. Mas Deus queria fazê-los saber que a esperança os aguardava no futuro. VIVA EM LIBERDADE Como viver diante de tamanha agitação? Como viver em esperança e não temer, mesmo quando algumas coisas em sua vida parecem estar fora de controle? Assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, para todos que foram levados cativos, que eu deportei de Jerusalém para Babilônia: Constrói casas, e habitai nelas, e plantai jardins, e comei o seu fruto. Tomai vós esposas e gerai filhos e filhas, e tomai esposas para vossos filhos, e dai vossas filhas para maridos, para que possam dar à luz filhos e filhas, multiplicai-vos ali e não vos diminuais. E buscai a paz da cidade, para onde eu vos fiz transportar em cativeiro, e orai ao Senhor por ela, porque na sua paz, vós tereis paz. –JEREMIAS 29:4-7 Deixe-me apresentar outro antídoto para o medo: aproveite o que Deus concedeu a você e não se sinta culpado por isso. Talvez, ao comprar alguma coisa nova, você sinta a necessidade de se explicar para as outras pessoas. Pode ser que você tenha receio de que elas pensem: “Poxa, como ele é pretensioso. Olha quanta extravagância!”. Mas Deus disse: “Aproveite a benção que eu te concedi”. IGNORE OS COMENTÁRIOS NEGATIVOS Não escute as pessoas negativas. “Porque assim diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel: ‘Não vos engane os vossos profetas, e vossos adivinhadores, que estão no meio de vós, nem escutai os vossos sonhos, os quais vós induzis para que sejam sonhados. Porque eles vos profetizam falsamente em meu nome; eu não os enviei, diz o Senhor’”. (Jr 29:8-9) Quando Deus te dá um sonho, quase sempre aparece alguém com um discurso desanimador sobre ele! Uma boa maneira de vislumbrar o futuro com esperança é buscar o que Deus quer para sua vida, ouvir a Sua voz, e acreditar no seu sonho. Ignore os destruidores de sonhos! CONFIE NA BOA PALAVRA DE DEUS Para manter o medo longe, você precisa firmar sua esperança na Palavra de Deus. Jeremias 29:10 prometeu: “Porque assim diz o Senhor: ‘Após se completarem setenta anos em Babilônia, eu vos visitarei e cumprirei a minha boa palavra em vós, fazendo-vos retornar para este lugar’”. Demorou setenta anos para que o sonho de Israel se realizasse, mas Deus cumpriu a promessa que havia feito. Você precisa parar de temer o que a sua família e os outros pensam, e para isso não é preciso ser grosseiro. Segure firme em Suas promessas e diga para si mesmo: “Eu não me preocupo se as outras pessoas são negativas em relação ao meu sonho – Deus tem a palavra!” DEUS SE REVELA DIARIAMENTE Com certeza, eu não rendo muito de manhã, mas minha esposa e eu traçamos uma rotina. Paulette me chama: “Querido, o café está pronto”. Aproximadamente às 6:30 da manhã, com a xícara de café na mão, nós nos sentamos em frente à TV e assistimos juntos a um dos nossos programas devocionais favoritos. Em cinco minutos de transmissão, estou pronto para atacar o inferno! Como mantemos viva a esperança? Acreditando que cada amanhã é um presente de Deus. Quando você acordar amanhã, ainda que seja uma segunda- feira, abra seus olhos e diga: “Bom dia, Senhor. Como vai você? O que faremos hoje, Senhor?”. Ainda que vá para o seu trabalho secular, você está a serviço de Deus, que sabe todas as coisas e tem um plano para nossas vidas. Além disso, você verá que a oração afasta o medo. Leia Jeremias 29:12 “Então me invocarei, e ireis, e orareis a mim, e eu vos escutarei”. Primeiro Ele disse: “Estou pensando em você!” E agora Ele diz: “Eu te escutarei!”. Temos que alimentar nossa paixão por Deus. Veja o que diz Jeremias 29:13: “E vós buscar-me-eis, e me encontrareis, quando vós procurardes por mim com todo o vosso coração”. O versículo 14 nos diz que Deus é o Deus da esperança. Ele diz: “E eu serei encontrado de vós”. Pode parecer que Deus está brincando de esconde-esconde com você, mas no final Ele dirá: “Eu estou aqui! Se você me buscar de todo o seu coração, você irá me encontrar”. Nessa busca constante pela glória de Deus, você perceberá que Ele está presenteem todas as circunstâncias da sua vida. Eu costumo dizer para Paulette que nosso namoro começou assim: eu corri atrás dela até ela me pegar! É confortante saber que você irá procurar Deus até Ele te pegar. O amor perfeito afasta o medo, e um futuro feliz e confiante pode ser seu. Agora mesmo você pode pedir para Deus acrescentar o que falta em sua vida. O medo está prestes a ser dissipado para sempre: Em nome de Jesus, eu ordeno que o espírito do medo se revele e ordeno que ele solte suas amarras pelo poder da Palavra de Deus. Eu te coloco diante do Senhor Jesus, que disse: “Não temas”; cujo nascimento anunciou a chegada de um novo tempo. Ordeno que seu poder seja quebrado e que você saia pelo nome que está acima de todos os nomes. Agora, Espírito Santo, venha substituir o medo por frutos – amor, alegria, paz, longanimidade, brandura, bondade, mansidão e domínio próprio. Venha, em plenitude de poder. Concede-nos a paz de Deus e uma mente sã. Vem, Jeová, e toca minha vida. Em nome de Jesus, amém. Capítulo 17 A ESTRATÉGIA DA DEPRESSÃO Existe cura definitiva para a depressão? As estatísticas revelam que um grande número de americanos espera por uma cura rápida. Em 2001, estimou-se que vinte e oito milhões de americanos tomavam antidepressivos. Alguns estudos revelam que pelo menos um em cada quatro americanos toma medicamentos para tratamento psiquiátrico, mas especialistas acreditam que esse número ainda é baixo.[Nota 1] Nosso Senhor Jesus, quando começou Seu ministério, sabia em que tipo de mundo Ele estava. Seu primeiro sermão foi pregado na passagem de Isaías 61. Jesus começou Seu ministério dizendo: O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor tem me ungido para pregar boas novas ao pobre. Ele tem me enviado para atar as feridas do dilacerado, para proclamar liberdade aos cativos e a abertura da prisão para aqueles que estão encarcerados. Para proclamar o ano aceitável do Senhor, e o dia da vingança do nosso Deus, para confortar todos que pranteiam. Para nomear aqueles que pranteiam em Sião, para dar-lhes beleza em lugar de cinzas, o óleo de alegria em lugar de pranto, a veste de louvor em lugar de espírito de opressão, para que eles possam ser chamados árvores de justiça, a plantação do Senhor, para que ele possa ser glorificado. – ISAÍAS 61:1-3 Nessa passagem, vemos literalmente o libertador proclamando libertação. Eis a voz do salvador emitindo o chamado à liberdade ao seu espírito! Então, por que, a depressão é considerada o maior problema dos cristãos professos na América? Ter depressão significa estar abatido – com um sentimento de desânimo e de desesperança. Ela pode afetar o corpo e pode causar uma intensa sensação de fadiga que se abate sobre a pessoa. Na verdade, existem estudos que comprovam que muitos problemas psicológicos, bem como algumas doenças relacionadas à fadiga, são consequências da depressão. A Bíblia não chama isso de depressão, mas sim de espírito da opressão. Há um demônio envolvido, e Davi o chamou de “ser decaído”. A depressão é um estado de lamento em sua vida; é um peso de opressão mediante as circunstâncias. Você fica sujeito às circunstâncias da sua vida. PORTAS ABERTAS PARA A DEPRESSÃO Muitas coisas podem deixar a sua vida aberta para o espírito da depressão. Observemos brevemente algumas delas. As circunstâncias Em Isaías 61, Jesus disse que veio “para pregar boas novas” Uma causa óbvia da depressão são as circunstâncias negativas, ou más notícias. Johnny Cash cantava uma música sobre as más notícias se propagando como fogo descontrolado; na verdade, na letra da música ele diz que as pessoas o chamavam de “Fogo Selvagem”. Assim também acontece com o diabo – ele ficaria satisfeito por ser chamado de “Velho Fogo Selvagem”! Mas Jesus não é assim, pois Ele não veio para nos dar más notícias. Até mesmo a palavra evangelho significa “boas-novas”. Jesus veio anunciar que a noite escura passou. Ele veio te libertar! Muitos de vocês convivem com o espírito da opressão por causa das circunstâncias negativas que têm afetado sua vida. As doenças Além das circunstâncias, doenças físicas e mentais também podem te levar à depressão. Se você está doente fisicamente há muito tempo, isso pode atrair um espírito de depressão. As despesas com os tratamentos médicos também são circunstâncias negativas, assim como distúrbios mentais podem ser uma das causas de uma alma deprimida. Entretanto, é importante lembrar que nem todos os problemas mentais são causados por demônios. Os padrões de pensamento Às vezes, pensamentos equivocados dominam a sua vida, e fica difícil vê-la pelas lentes claras da realidade. Você enxerga pelos óculos escuros das suas próprias circunstâncias, e tudo e todos parecem escurecidos pelas suas próprias experiências. Por isso que, ocasionalmente, a filha de um homem adúltero e infiel acha que todos os homens são adúlteros e infiéis. É hora de se livrar dos velhos óculos do passado. As cadeias do vício A servidão demoníaca e os vícios podem te aprisionar. Isaías 61 nos diz que Jesus veio proclamar libertação aos cativos. Deus não quer que você viva deprimido como prisioneiro do inimigo. Ele veio consolar aqueles que choram. A rejeição A rejeição pode manter você profundamente deprimido. Se me permite, eu gostaria de parafrasear Isaías 61:2 da seguinte maneira: “E ele veio para declarar o ano da aceitação do Senhor”. Jesus veio para dizer que Deus não te rejeitou, mas que você fez isso com Ele. Cristo veio para que você fosse aceito. Talvez você esteja deprimido porque o inimigo da rejeição te acometeu, e você acreditou no que o diabo disse sobre a sua vida. Mas vou te revelar um segredo: Deus te ama do jeito que você é! As mortes e perdas Talvez você esteja deprimido porque perdeu alguém. Saiba que Jesus afirmou ter vindo para confortar todos aqueles que choram em Sião. Ele veio com o óleo da alegria. Entenda isso: não há nada de errado em chorar por um motivo verdadeiro. Se alguém da sua família faleceu, você não está possuído pelo demônio, nem demonizado só por estar triste pela perda. É natural sentir tristeza quando alguém morre. Às vezes, as pessoas bem-intencionadas tentam confortar aqueles que perderam um companheiro ou alguém amado dizendo: “Bem, Jesus sabe todas as coisas. Sinta-se abençoado por saber que ele(a) está no céu.” Embora essa palavra seja verdadeira, no momento do pranto você não se sente abençoado. Leva tempo para alguém superar a perda. Quando meu pai morreu, minha mãe levou bastante tempo para se ajustar à nova realidade. Ela amava Jesus de todo o seu coração, mas na terra meu pai era a sua base forte. Ela passava até as meias dele! Ela o amava, e ele a amava. Quando ele partiu, minha mãe não sabia o que fazer. Ela tentou arrumar um emprego que servisse como escape, mas só trabalhou no primeiro dia. Cada um deve ter seu tempo para passar pelas fases do luto. Entretanto, se depois de um ano da perda você ainda estiver pranteando, é hora de retirar as vestes de pranto e colocar as vestes de louvor. Não permita que o inimigo te arraste a uma depressão sombria. A falta de direção Você pode estar deprimido porque sua vida está sem direção. Em Isaías 61:3, lemos: “Para nomear aqueles que pranteiam em Sião”. Ordenar é a mesma palavra usada para coroar um rei. Saiba que Deus tem um lugar para você. Se você se entregar a Ele, deixando-o acabar com a depressão em sua vida, O Senhor Todo-poderoso te colocará em Seu trono. Quando você está no centro da Sua vontade, na Sua direção, o motivo da depressão desaparece! Fracasso Jesus disse: “para dar-lhes beleza em lugar de cinzas” (Is 61:3). Deus espera que você coloque os seus fracassos diante dele. Se você acreditar em Cristo, Ele pode usar seus fracassos muito mais do que jamais usou os seus sucessos. Bill e Glória Gaither escreveram a canção “Something Beautiful”, que fala sobre Deus tomando os nossos fracassos e os transformando em algo belo. Procure essa música e escute-a; ela irá te abençoar tanto quanto abençoou a mim. Talvez você estejasaiam da minha vida!”. E pelo poder e pelo sangue de Jesus, os espíritos fogem! Notas do Capítulo 17 Nota 1 - Commonsense Rebellion: Debunking Psychiatry, Confronting Society (n.p.: Continuum International Publishing Group, 2001), citado em Christopher Kemp, “Respectable Drugs and the Mental Health Craze,” CityBeAtcom, 9 de Agosto de 2001, ht p:/ www.citybeAt-com/cincinnati/article-6075-respectable- drugs-and-the-mental-health-craze.html (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Capítulo 18 A ESTRATÉGIA DA AFLIÇÃO Lucas nos conta a história de uma mulher, uma filha de Deus, que sofreu com um ataque de Satanás sobre seu corpo físico: E ele ensinava em uma das sinagogas no shabat. E eis que estava ali uma mulher que tinha um espírito de enfermidade fazia dezoito anos; e estava curvada, e não podia de modo algum endireitar-se. E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: Mulher, tu estás liberta da tua enfermidade. E ele impôs suas mãos sobre ela; e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus. E o governante da sinagoga respondeu com indignação, porque Jesus havia curado no dia do shabat, e disse à multidão: Seis dias há em que o homem deve trabalhar; nestes, pois, vinde para serdes curados, e não no dia do shabat. O Senhor respondeu-lhe, e disse: Hipócritas! No shabat não solta da manjedoura cada um de vós o seu boi ou jumento, e não o leva para beber água? E não devia esta mulher, sendo filha de Abraão, a qual há dezoito anos Satanás havia prendido, ser solta desta prisão no dia do shabat? E, dizendo ele estas coisas, todos os seus adversários ficaram envergonhados, e todo o povo se alegrava por todas as coisas gloriosas que eram feitas por ele. – Lucas 13:10-17 Aquela mulher tinha todos os sintomas de uma pessoa aleijada, mas Jesus diz, claramente, que o próprio Satanás a manteve presa por dezoito anos. Satanás era o culpado por ter transformado a vida daquela mulher em um verdadeiro inferno. O passado daquela mulher revelava que ela era uma cristã justa e temente a Deus. Ela frequentava a igreja assiduamente, e estava na sinagoga onde Jesus ensinava. Ela era de boa família – “filha de Abraão”, diz a passagem. Mas como filha, ela vivia aquém dos seus direitos. Embora alguns garantam que o inimigo não pode afetar os cristãos, vemos claramente que aquela mulher era uma cristã fiel, e ainda assim ela estava quase inválida por causa da sua condição. O versículo 16 nos diz que a filha de Abraão estava “presa” por Satanás. Em grego, a palavra presa significa “atada por correntes” ou “mantida por obrigação”. Ela estava casada com a sua doença, e se via aprisionada e incapacitada por aquela enfermidade, sujeitando-se à sua autoridade. Um espírito de enfermidade enviado por Satanás causou aquela escravidão. Aquela pobre mulher não conseguia agir e trabalhar devido à sua condição física. Podemos imaginar suas dificuldades para ser uma esposa e mãe eficiente. Satanás queria impedi-la de ser e fazer tudo o que ela poderia para o reino de Deus. As autoridades médicas estão plenamente conscientes hoje de que muitas doenças físicas são resultado de uma mente enferma. As pessoas apresentam muitos sintomas diferentes, mas não se pode identificar a doença ou a causa do problema físico. A mulher da passagem bíblica não recebeu ajuda da sua igreja. Ela voltava semana após semana, mas eles pareciam não poder ajudá-la. E quando Jesus a tocou e a curou, os líderes da igreja O criticaram porque, segundo eles, ele não agiu de modo aceitável. Mas a cura estava a caminho! “E, vendo-a Jesus, chamou-a a si, e disse-lhe: ‘Mulher, tu estás liberta da tua enfermidade’. E ele impôs suas mãos sobre ela; e imediatamente ela se endireitou, e glorificava a Deus” (Lc 13:12,13). Eu creio que toda doença causada por um espírito de enfermidade pode ser curada pela libertação. O relato de Lucas sobre o ministério de cura de Jesus nos dá fortes indícios disso; ele escreveu: “Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder; o qual andava fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus estava com ele” (At 10:38). A declaração de Lucas nos diz muitas coisas sobre Jesus. Primeiramente, Ele operava sob a unção do Espírito Santo. O mesmo Espírito Santo pode nos equipar, dar poder e capacitar nos dias de hoje! Em segundo lugar, a unção do Espírito Santo é liberada para fazer bem. O ministério de libertação tem a função de libertar vidas, e deve fazer parte de todas as igrejas. Muitas congregações têm substituído atividades religiosas mortas pelo poder do Espírito Santo. Em terceiro lugar, as doenças podem ser causadas ou pioradas pelo diabo. Não tenha dúvidas: o inimigo da sua alma deseja tornar você ineficaz, assim como fez com a mulher em Lucas 13. Essas enfermidades desaparecerão quando o poder do inimigo for invalidado. Ao escolher uma igreja para congregar, você precisa ver se existe uma atuação autêntica do reino de Deus naquele lugar. Jesus disse: “Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, então o reino de Deus é chegado a vós” (Mt 12:28). Quando enfrentamos as forças das trevas e vencemos, fica evidente que Deus estendeu o Seu domínio e reina sobre a igreja. Sua palavra nos revela outros exemplos de espíritos enfermos: E ali estava na sinagoga deles um homem com um espírito imundo; e ele gritava, dizendo: Deixe-nos sozinhos; o que temos nós contigo, Jesus de Nazaré? Vieste destruir-nos? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus. Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te, e sai dele. Então o espírito imundo, convulsionando-o, e gritando em alta voz, saiu dele. – Marcos 1:23-26 Vemos ainda outro registro no evangelho de Lucas: E, eis que um homem da multidão gritou, dizendo: Mestre, eu te suplico que olhes para meu filho, porque ele é meu único filho. Eis que um espírito o toma, e ele de repente grita; e ele toma-o até ele espumar novamente, e com dificuldade o abandona, ferindo-o. E eu pedi aos teus discípulos que o expulsassem, e eles não puderam. E, respondendo Jesus, disse: Ó geração incrédula e perversa! Até quando eu estarei contigo e vos suportarei? Traze-me aqui o teu filho. E, quando ele se aproximava, o demônio o derrubou e o agitou. E Jesus repreendeu o espírito imundo, e curou o menino, e o entregou novamente ao seu pai. – Lucas 9:38-42 Os espíritos de enfermidade e impureza, e os espíritos surdos e mudos, se manifestam por meio de doenças. PASSOS PARA A CURA LIBERTADORA Os cristãos podem ser curados, especialmente quando suas enfermidades são causadas por ataques ou por cadeias satânicas. São necessárias sete medidas para a cura. 1. Tenha um claro parecer médico. Certifique-se de que seu problema não é originalmente físico. Eu conheci um homem que sofria de depressão, e os antidepressivos pareciam lhe causar efeito contrário; sua depressão só aumentava. Ao se consultar com um médico, ele descobriu que tinha diabetes! Quando a sua taxa de açúcar foi controlada, sua depressão se foi! Se procedimentos médicos e exames não indicarem anormalidades ou a causa do problema, então siga os passos para a libertação. Deve-se agir da mesma forma se o médico fizer o diagnóstico, mas não conseguir encontrar a cura; passe pelo processo de libertação. 2. Esteja bem com Deus. Todos os pecados devem ser confessados e colocados sob o sangue de Jesus. Qualquer pecado escondido dará um local para o inimigo se esconder em seu corpo. 3. Encha-se com o Espírito Santo. Sujeite-se ao Espírito Santo para um preenchimento revigorante, e certifique-se de que os que te auxiliam na libertação tenham feito o mesmo. 4. Vista a armadura de Deus (Ef 6:10-18). Todo cristão precisa se revestir diariamente para a batalha, porque Deus disse: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (v.11). 5. Ore e declame a Palavra de Deus, principalmente Suas promessas de liberdade e cura. Encontrei dez meios de cura disponíveis nas Escrituras para os cristãos! Deus pode usar qualquer um deles para lançar cura sobreShenandoah, Jimmy Stewart descreve a vida de um patriarca viúvo que mora em uma grande fazenda no vale Shenandoah, na Virgínia. Com o irromper da Guerra Civil, ele procura proteger sua família e cuidar dos seus negócios. Entretanto, a guerra chega à sua fazenda deixando uma filha e um filho mortos e outro desaparecido. No auge da história, enquanto a família estava em adoração, o filho desaparecido volta para casa. Isto é um retrato da vida dos seres humanos. Apesar dos nossos esforços, Satanás logo fará das nossas vidas um campo de batalha. Eu vivenciei um despertar maravilhoso, mas difícil, que me levou para a linha de frente da batalha. UM DESPERTAR MARAVILHOSO Algumas das pessoas mais infelizes que conheço são cristãs declaradas e praticantes. Enquanto me apressava para o oeste em direção a Albuquerque, eu sabia que já havia me tornado um membro daquela tribo! Mas por quaisquer outras razões, depois de dez anos de um ministério intenso e bem-sucedido, eu queria parar. Aquela não era uma simples síndrome de viajante – uma doença que afeta os membros da igreja cujos sintomas incluem, entre outros, a infundada convicção de que servir em outro local preencherá o vazio de um relacionamento espiritual perdido. Não era isso; aquela agonia terrível indicava o desejo de deixar o ministério. Enquanto viajava a 900 quilômetros por hora para dar uma palestra, eu escrevia meu pedido de demissão do ministério. Seria o fim? Na verdade, eu não tinha ideia de que o Deus Vivo tinha outros planos. Eu estava prestes a iniciar uma jornada rumo à plenitude. Eu cheguei na noite anterior ao dia da minha palestra e logo me senti frustrado com a sala da minha preleção. Ela era a única do corredor – ficava distante de tudo. Consultei a programação para checar quem seriam os outros palestrantes e vi que eu conhecia o pregador convidado, mas nunca tinha ouvido falar na mulher que também estava escalada. Mas a mensagem daquela mulher sobre oração e conhecimento de Deus impactaria profundamente o meu coração orgulhoso. No dia seguinte, sentei-me ao fundo do auditório e acompanhei o desenrolar de sua história. Ela era esposa de um professor universitário que havia se tornado diretor denominacional do estado, mas mergulhou em uma crise profunda após a morte súbita de seu marido. Ele havia sido sua fonte espiritual e sua rocha. Sentada ao fundo da ambulância, ela se deu conta de que toda a vida compartilhada por eles, até então, estava bruscamente chegando ao fim. Naquele momento ela precisava de Jesus como nunca, e Ele provou ser fiel. Aquela mensagem afetou meu sentimento de autopiedade e autossuficiência. Eu estava certo. Eu trabalhei duro. Li todos os livros sobre crescimento espiritual, e, ainda assim, havia perdido a intimidade com Deus. Triste e abatido, senti Sua Palavra sufocar aquele meu desejo de me afastar do ministério. Lutando por dentro, voltei para o quarto e me joguei na cama aos prantos. Naquela noite, enquanto dormia, ouvi alguém chamar meu nome. Acordado, fui até a porta mas não encontrei ninguém. Logo peguei no sono e, novamente, acordei ao ouvir alguém me chamar pela segunda vez. E, depois, pela terceira vez. Como na história de Samuel, eu sentia que era Deus me despertando do sono. Para mim, aquele foi um despertar maravilhoso. Senti um forte desejo de abrir minha Bíblia e ler os Salmos 91-95, e Deus graciosamente falou comigo por meio daquelas palavras. Repare que Ele não Se afastou; mas eu sim! Ele ainda estava lá, no local secreto, aguardando por mim. Deus estava com “óleo fresco” para ungir minha vida espiritual apática. Aquele pequeno quarto se transformou em um santuário, e a presença de Jesus me envolveu. Em Salmos 91:1-2, lemos: “Aquele que habita no lugar secreto do Altíssimo, permanecerá debaixo da sombra do Onipotente. Eu direi do Senhor: Ele é o meu refúgio e a minha fortaleza, meu Deus; nele eu confiarei”. Eu redescobri a importância da vida devocional. Percebi que estamos em uma batalha espiritual enfrentando as forças infernais e invisíveis das trevas. A oração voltou a fazer parte da minha vida. “Ele clamará por mim, e eu o responderei; estarei com ele na tribulação; eu o livrarei e o honrarei” (v.15). As orações começaram a fluir do meu coração ainda enfermo – orações de arrependimento, louvor e intercessão. Naquela noite, Deus me visitou com a plenitude do Seu Espírito Santo. Aqueles versículos tomaram vida! Deus falou comigo por meio da Sua preciosa Palavra. Eis a mensagem que dele recebi naquela noite. O salmo 92:10-15 desafiou meu coração a entender a plenitude do Espírito Santo. O versículo 10 diz: “serei ungido com óleo fresco”. Quando li os outros versículos desse salmo, consegui compreender o que estava à minha disposição o tempo todo na unção do Espírito Santo. Meus olhos e ouvidos se abririam e contemplariam as maravilhas de Deus (Sl 92:11). Minha vida novamente floresceria e cresceria (v.12). Eu voltaria a ter prazer na casa do Senhor (v.13). A velhice não influenciaria a minha vida espiritual (v.14). Minha boca se abriria em louvor ao Senhor pela Sua misericórdia (v.15). Após a palestra daquele dia, voltei para casa pensando que tudo mudaria para melhor! Eu mal sabia que tinha acabado de dar início a uma árdua jornada com Jesus – uma jornada de vales obscuros em meio ao topo das montanhas. Eu não imaginava o quanto eu precisaria desesperadamente dos recursos que havia redescoberto. O ano seguinte seria, como diria Charles Dickens, “o melhor... e o pior de todos os tempos”. A vida na plenitude do Espírito não é feita apenas de adoração. O inimigo viu a obra que Deus começou em mim e planejou ataques constantes mirando em tudo o que é precioso em minha vida. UM DESPERTAR DIFÍCIL Isso eu ouvi de um boxeador que estava tomando vários golpes. Seu treinador gritava: “Fique firme, Joe. Você está ganhando”. Depois de muitos rounds, Joe se voltou para o treinador e disse: “Eu estou ganhando? Gostaria que alguém dissesse isso a ele”. Foi assim que me senti quando minha vida se tornou um verdadeiro campo de batalha, em todos os aspectos, por um período de dois anos. A depressão morava em nossa casa. Quando retornei do encontro com Deus que havia mudado a minha vida, passei por momentos de muitas dificuldades em meu lar. DIFICULDADES NO LAR No outono de 1990, tanto minha filha quanto minha esposa sofreram acidentes de carro em um intervalo de dias. Heather, minha filha, não teve nenhum ferimento grave, e milagrosamente seu carro não caiu em um riacho que se formou com a enxurrada. Contudo, ela levou uma pancada na cabeça que causou problemas recorrentes, incluindo pequenos traumas. Minha esposa, Paulet e, quase perdeu a vida. Ainda me lembro daquela manhã de setembro e do homem que me disse ao telefone que Paulet e havia se acidentado perto de casa. Eu dirigi pela estrada 153 e vi uma cena assustadora diante de mim. Paulette estava presa há quarenta e cinco minutos nas ferragens do seu pequeno carro. Todos os ossos do lado esquerdo da parte superior do seu corpo estavam quebrados ou esmagados. Até mesmo alguns dentes se quebraram com a batida. Ela entrou em choque e quase morreu, mas a equipe de resgate conseguiu salvá-la. Por três meses, ela precisou de cuidados especiais. Em março de 1991, meu pai faleceu de repente. Depois de lutar a vida inteira contra a dependência do álcool, ele se libertou e foi ordenado diácono aos cinquenta e nove anos. Nós ficamos muito íntimos. Na noite de domingo, que antecedeu sua morte, nós nos falamos no telefone por uma hora. Meu pai me dava muito apoio. E, aos sessenta e nove anos, ele se foi. PROBLEMAS NA IGREJA Uma mulher que morava em frente à igreja se suicidou. Depois, sua melhor amiga foi internada em um hospital psiquiátrico. Ela também ameaçava se suicidar se eu não fosse vê-la imediatamente. Então, fui visitá-la com outros ministros. Quando entramos na sala, a mulher começou a falar com vozes estranhas. Um dos ministros que possui o dom da oração na batalha espiritual começou a identificar e expulsarsua vida: (1) a presença do galardão e da unção para curar a igreja ou o indivíduo (1Co 12:9); (2) a imposição de mãos por outros cristãos (Mc 16:18); (3) os presbíteros da igreja orando e ungindo com óleo (Tg 5:14); (4) ler a Palavra para o doente (Mc 11:23); (5)concordar em oração com outros cristãos (Mt 18:19-20); (6) sua própria fé (Mc 11:23); (7) participar da ceia do Senhor (Lc 22: 14-20); (8) o nome de Jesus (Jo 14: 13); (9) orar pelos outros (Jó 42:10); (10) a fé de outros se movendo em favor da sua cura (Mc 4:40). 6. Mande o espírito de enfermidade sair. Depois de demonstrar sua autoridade, respire fundo até sentir seu corpo e alma relaxados. 7. Alegre-se com o seu livramento. A liberdade deve ser mantida pela caminhada firme com Deus. Os demônios desejam voltar para o seu hospedeiro; e, se houver espaço, eles voltarão para se vingar. Volte-se para Deus em adoração e permita que Ele preencha todas as lacunas da sua vida. Capítulo 19 A ESTRATÉGIA DO ERRO Muitos cristãos não estão andando em liberdade. Antes de revelarmos alguns espíritos que estão afligindo a igreja hoje, vamos estabelecer as fundações. LEMBRE-SE DO BÁSICO A batalha espiritual envolve alguns procedimentos básicos. Primeiro, você precisa saber quando é hora de lutar, e deve lutar quando os motivos forem claros. Quando não houver dúvidas sobre a opressão e os conflitos, você tem que atuar! Segundo, use as armas espirituais apropriadas – a oração e a Palavra de Deus. Ao se afastar da oração e da Palavra de Deus, você provavelmente será abatido! Aparentemente, você até pode vencer uma luta aqui e outra ali, mas perderá a guerra espiritual se não estiver armado com a Palavra de Deus e mergulhado em oração. Por último, você deve manter o desejo de lutar e de conhecer seu inimigo. Quando se sabe que o diabo está por trás do conflito, é possível golpeá-lo com mais força e com muito mais rapidez, livrando-se dele. Muitos estão lutando contra as pessoas ao nosso redor, mas eles não são o nosso inimigo. Nunca se esqueça do seu opositor. Senão, você inconscientemente abordará o primeiro espírito inimigo – o espírito do erro. RECONHEÇA ERROS E FRUSTRAÇÕES Estabelecidas as fundações, você deve seguir em frente para se tornar um guerreiro perspicaz. E todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de Deus; mas este é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e já agora está no mundo. Vós sois de Deus, filhinhos, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. Eles são do mundo, por isso falam do mundo, e o mundo os ouve. Nós somos de Deus; aquele que conhece a Deus nos ouve; aquele que não é de Deus não nos ouve. Nisto conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro. –1 João 4:3-6 Esse espírito invasor é possivelmente o que mais escraviza na igreja; não se trata apenas de um mau hábito. Acreditar em uma mentira, repetir uma mentira, fazer uma fofoca mentirosa e aceitar uma mentira te deixam à mercê de um demônio chamado espírito do erro. Você deixa sua vida exposta ao controle do inimigo! Tenho viajado por igrejas por todo país e encontrado muitas pessoas. Espanta-me ver as doutrinas estranhas e alteradas que essas pessoas teimosamente abraçam e seguem. Elas estão escravizadas por uma mentira. O diabo é um mentiroso, e mentir faz parte da sua natureza. Por isso é tão importante que o cristão aceite somente a verdade. Dr. Neil Anderson começa seu maravilhoso best-seller The Bondage Breaker com a seguinte afirmação: “A liberdade conquistada pelo conflito espiritual e pelo cativeiro [guerra espiritual] não é um encontro com o poder; é um encontro com a verdade”[Nota 1]. Nós precisamos entender que a maioria das batalhas espirituais acaba no momento em que o indivíduo abraça a verdade. Por isso é importante encararmos o fato de que nós estamos engajados em uma guerra, e que a maior arma do inimigo contra nós é a mentira. QUASE, MAS NÃO TOTALMENTE Imagine que você seja o controlador de uma estação de trem de última geração. Seu trabalho é fazer com que os computadores e os horários dos trens estejam sintonizados. O que seria mais perigoso – um relógio com atraso de cinco horas ou um relógio com atraso de trinta segundos? Claro que, se o relógio estivesse atrasado cinco horas, qualquer um dos seus funcionários (e clientes!) notaria o erro, e ele seria ajustado. Entretanto, um atraso de trinta segundos poderia custar a vida de centenas de pessoas na agitada e lotada estação de embarque! Algo que se pareça verdadeiro é mais perigoso do que a mentira descarada e óbvia. Essa é uma grande verdade no contexto da igreja, tanto na doutrina errada quanto no pobre julgamento daqueles que escutam e abraçam esse erro. Acreditar em algo que é “quase verdade” tem feito muitos cristãos construírem fortalezas do mal em suas vidas. Paulo diz o seguinte: “Porque, embora andando na carne, não guerreamos segundo a carne” (2Co 10:3). É muito fácil culparmos algum outro cristão quando temos lutas e conflitos. Entretanto, muito frequentemente seu problema é com o inimigo: “Porque não lutamos contra carne e sangue” (Ef 6:12). Embora percamos muito tempo agitando, lutando, falando, pressionando, reclamando, correndo, discutindo e debatendo sobre os problemas da carne, não estamos lutando uns contra os outros na igreja! Uma meia verdade é uma mentira; contar parte da história é uma mentira. Não há nada perigoso demais com Deus: “Destruindo imaginações, e toda a altivez que se exalta contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo o pensamento à obediência de Cristo” (2Co 10:5). Eu creio que toda barreira na vida de uma pessoa começa com uma mentira. A RAIZ DO ERRO Jesus disse: “Vós sois de vosso pai, o diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não permaneceu na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele fala mentira, fala do que lhe é próprio; porque é um mentiroso, e pai dela” (Jo 8:44). Seja do movimento Nova Era, do humanismo ou de qualquer outra fonte, os enganos e os erros provêm de Satanás, que é o pai de todas as mentiras. Não se esqueça disso: não existe mentira inocente, fofoca inocente ou boato inocente! Essas coisas abrem portas para o inimigo, e se você participa delas, sua velha natureza carnal ainda está sendo controlada por Satanás, o pai da mentira. As palavras de Tiago sobre o uso de nossas línguas são muito fortes: “Mas a língua nenhum homem pode domar. É um mal indisciplinado, cheio de veneno mortal” (Tiago 3:8). É fácil imaginarmos a língua mentirosa como uma chama do inferno, destruindo tudo o que está em seu caminho! Na hora em que você põe uma mentira na sua língua e começa a propagá-la, sua boca fica “cheia de peçonha mortal”! Você magoará não somente a si mesmo, mas também àqueles que estão ao seu redor. Os cristãos são facilmente sugados pelas meias verdades e doutrinas do erro. Você consegue identificar alguns desses exemplos na sua vida e nas suas conversas? • Velhas lendas e superstições; • Sextas-feiras treze; • Não passar embaixo de escadas; • Pé de coelho “da sorte”; • Usar cristais; • Ler horóscopos; • Assistir ou ouvir programas de entrevistas ou “reality” shows (acreditando em tudo sem verificar o que é verdadeiro). Você não precisa de um pé de coelho nem de um amuleto da sorte para ser abençoado. “O meu Deus, suprirá todas as vossas necessidades, segundo as suas riquezas, em glória, por Cristo Jesus” (Fp 4:19). Alguns cristãos se convenceram de que ler o horóscopo todos os dias é uma prática inocente, mas isso abre as portas da sua vida para as mentiras do inimigo. Recebemos um alerta claro que nos instrui dizendo: “Todavia, recusa as fábulas profanas e de velhas e exercita-te a ti mesmo em piedade” (1Tm 4:7). Outras mentiras crescem cada vez mais em nossa cultura de entretenimento de hoje. Embora diversão seja uma coisa boa, muitos cristãos gastam o dinheiro do cinema em filmes que contêm conteúdos questionáveis. Com o passar dotempo, eles acham que esses conteúdos não os deixam mais tão desconfortáveis quanto antes. A fornicação, a sodomia, a fala vulgar, a extrema violência. . em pouco tempo você será abrandado pela mentira. E existe também o “respeitável” pecado da fofoca. Fique atento quando alguém começar uma conversa com “eu não estou fofocando, mas...”ou “você ouviu falar disso ou daquilo? Eu vou te dizer para que você possa orar. .”. Melhor ficar alerta quando ouvir esse tipo de coisa! Aqui também há raízes do espírito do erro. Quando ceder e estimular a fofoca, você estará automaticamente entregue a uma fortaleza. Ao ouvi-la de alguém, você compartilha suas ofensas. E então, você continua a espalhá-la entre amigos e parentes. As pessoas que começaram a fofoca não estão mais envolvidas; mas ela continua sendo propagada por outras pessoas. O que está acontecendo? Fortalezas – de amargura, raiva, rancor e discórdia – estão sendo construídas nas mentes e corações de outros ao seu redor! Então, o que fazer quando uma pessoa chega contando uma história sobre alguém que foi injusto com ela? “Querido irmão, Mateus 18 diz que você deve conversar com alguém que te ofendeu. Tente restaurar a amizade com aquele irmão ou irmã!” Pela minha experiência, a maioria das pessoas consegue resolver seus conflitos quando se sentam juntas e tentam. Quando não há tentativa de reconciliação, todo tipo de rancor e pensamento pode surgir. A paranoia e o desespero podem crescer. Todos seremos ofendidos em algum momento. O interessante é que, na maioria das vezes, não vale a pena se desgastar com as ofensas! Quando um problema ou situação te consumir, imagine-se descobrindo que está com um tumor incurável? O problema ainda seria tão grande e tão surpreendente? Às vezes, quando estamos perto demais, parece que o problema é o fim do mundo, mas pela perspectiva de Deus, não vale a pena perder a amizade de um irmão! Se você e seu irmão não resolverem o problema, a Bíblia diz que vocês devem chamar um amigo em comum para conversar. E se isso não resolver o problema, peça para a igreja intervir no assunto. Até que isso aconteça, ninguém precisa saber do problema, falar sobre ele ou propagá-lo pela fofoca! A FORÇA DO ERRO O erro é uma doença generalizada, e muito do que ouvimos na mídia não passa de grandes mentiras. Por isso devemos zelar pela verdade, vivendo-a, abraçando-a e pregando-a para aqueles que estão ao nosso redor. Aqueles que estão presos ao erro normalmente não percebem que estão atados. Precisamos trazê-los para a luz da verdade. Os que estão crescendo no Senhor serão capazes de discernir o erro. O espírito do anticristo está agindo em nossa nação. Esse espírito nega a divindade de Cristo e se coloca contra tudo aquilo em que acreditamos, alimentando a ilegalidade e o fracasso da sociedade. Humanismo secular é o nome mais sofisticado que damos para o espírito do erro. Dr. Bil Bright, falecido diretor da Campus Crusade for Christ, uma vez disse: “Você já parou para pensar no porquê de nossa sociedade estar ficando mais e mais secular e no porquê de as orações e a leitura da Bíblia não serem mais bem- vindas nas escolas públicas? A religião do humanismo é grandemente responsável. Você já se perguntou por que a sociedade hoje está muito mais tolerante à liberdade sexual, homossexualismo, incesto e ao aborto? A religião do humanismo é grandemente responsável”.[Nota 2] Tiago 5:19-20 nos alerta que tal erro leva à morte: “Irmãos, se algum dentre vós se tem desviado da verdade, e alguém o converter, saiba ele que, aquele que converte um pecador do erro do seu caminho, salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados”. No momento em que negamos uma mentira ou nos recusamos a aceitá-la, estamos lutando contra a proliferação do pecado. Contudo, se deixarmos a mentira correr, veremos corpos espiritualmente estirados por todo lugar. Lembro-me da fábula infantil do escorpião e do sapo. O escorpião pediu para o sapo carregá-lo até o outro lado do rio. O sapo, relutante, temendo a picada mortal, tentou educadamente recusar, mas as palavras eloquentes do escorpião o convenceram. No meio da travessia, o escorpião picou o sapo. “Por que você fez isso? Agora nós dois iremos morrer!”, exclamou o sapo sentindo o veneno correr pelo seu corpo. O escorpião respondeu: “Mas minha natureza é picar”. A natureza de Satanás é destruir. Talvez você esteja lendo este livro e já tenha recusado o presente da salvação que Cristo concede livremente. Talvez você esteja vivendo há anos como cristão mas, no seu interior, você sabe que nunca passou por uma mudança verdadeira. Se isso acontece com você, faça essa oração agora: Senhor, perdoa-me por eu ter acreditado em uma mentira por tanto tempo. Agora sei que, sem Cristo, estou perdido. Aceito seu sacrifício e ressurreição como minha única esperança. Aceito a Jesus como Senhor e Salvador da minha vida. Em nome de Jesus, amém. Outros talvez estejam passando pela tentação oferecida pelo atraente e infeccioso erro. Não dê ouvidos a esse escorpião! Permita-se aceitar somente a verdade. Permaneça na Palavra de vida de Deus e na verdade justa que ela contém – você pode viver e amar a vida seguindo os princípios desta verdade! Faça esta oração: Em nome de Jesus eu amarro o espírito do erro e ordeno que ele saia da minha mente. Eu recuso todas as mentiras e pensamentos tortuosos que tens trazido até mim. Eu, aqui e agora, recebo em minha vida o espírito da verdade. Amo você, Jesus, e agradeço por me ajudar a livrar-me das mentiras. Notas do Capítulo 20 Nota 1 - Associated Press, “Amanda Knox Judges: Murder Was Impulsive”, CBSNews.com. 4 de março de 2010, http://www,cbsnews.com/ stories/2010/03/04/world/main6266494.shtml? source=related_story&tag= related (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Nota 2 - De acordo com citação em Percy Williams, “The Christian Family Series: The Role of the Church in Creating and Maintainig Strong Families”. The Vision Speaks, vol. 48, Edição 1, Primavera de 2004, http://www.thechurchofgodntj.org/strongfamilies.html (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Capítulo 20 A ESTRATÉGIA DA PERVERSÃO O Espírito da prostituição e o espírito da perversão normalmente trabalham de mãos dadas, e são demônios que levam o homem à imoralidade sexual. Eles odeiam a humanidade e estão atacando os jovens de hoje com muita força. Na América, esses espíritos têm dominado a mídia de entretenimento em todos os níveis. Nossa nação de jovens idolatra e aplaude muitos apresentadores de TV que estão demonizados por essas entidades. Tiger Woods, profissional do golfe e sem dúvida o maior jogador de golfe que já existiu, era demais. Há não muito tempo, o mundo inteiro o invejava. Parecia que ele tinha tudo – dinheiro, fama, influência, uma bela mulher e filhos. Mas após um acidente de carro, descobriu-se que Tiger Woods sofria de uma compulsão sexual [N.T.: Tiger Woods sofreu um acidente de carro logo após uma briga com sua esposa, que descobriu que ele tinha relacionamentos extraconjugais]. Seu vício lhe custou milhões de dólares de endosso, e sua popularidade limitou-se ao escândalo recente e às especulações dos tabloides. Michael Jackson, considerado o rei do pop, morreu em 2009 após uma década, ou mais, de muitas controvérsias sobre relacionamentos questionáveis com crianças. Em uma das petições contra Jackson, as evidências eram tão alarmantes que ele saiu do tribunal dizendo que não queria ser exposto publicamente. A exposição aconteceu assim mesmo, e o império de Jackson desmoronou diante dos nossos olhos. Ainda assim, o público correu para comprar ingressos para o filme da turnê “This is it”. Mesmo morto, o filme/documentário sobre o último show fez milhões de dólares, que, claro, são inúteis para Jackson agora. A estudante universitária americana Amanda Knox foi declarada culpada pelo assassinato de sua colega de quarto na Itália, e condenada a vinte e seis anos de prisão. Ela parecia ter tudo o que uma jovem poderia desejar, incluindo inteligência e beleza. Apósuma noite demoníaca impregnada de perversão, Knox e seu namorado estupraram e mataram Meredith Kercher.[Nota 1] A vida de Amanda Knox está acabada, e tudo o que ela pôde fazer ao ouvir a sentença foi chorar e lamentar: “Não, não!”[Nota 2]. Mas era tarde demais. Eu pessoalmente já vi cemitérios imensos para as vítimas da AIDS em países do terceiro mundo, comprovando as consequências mortais do tráfico com os demônios da perversão. Normalmente as pessoas não esperam que esse pecado lhes cause problemas, mas no fim elas são aprisionadas por ele. Talvez você tenha se sentido em uma zona de conforto quando viu o título deste capítulo, pensando: “Eu não tenho problemas com pecados sexuais. Nunca me prostituí nem me relacionei com prostitutas, e eu me mantenho longe da pornografia e dos romances baratos. Certamente este capítulo não serve para mim”. Entretanto o espírito da prostituição tem como problema central a idolatria. Tudo o que toma o controle da sua vida pode se tornar um ídolo. Isso inclui carreira, esporte, uma pessoa, uma causa ou um projeto importante, comida, TV, hobbies ou sexo. 1 Coríntios 6:12 esclarece que: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não serei levado sob o poder de nenhuma”. Os que estão sob o controle da prostituição e perversão têm mais do que simplesmente um problema sexual; eles sempre têm outras causas enraizadas na mente e no espírito, o que os levam a essas ações exteriores. A CRIAÇÃO DOS ÍDOLOS Deus começa os Dez Mandamentos com uma instrução fundamental: “Não terás outros deuses diante de mim...eu o Senhor teu Deus, sou um Deus ciumento” (Êx 20:3,5). As manifestações dos espíritos de prostituição e perversão começam quando você dá prioridade a outras coisas que não ao Senhor. Quando você dedica seu coração a qualquer coisa que não seja o Senhor Jesus Cristo, você se prostitui. Você está se vendendo por menos do que o melhor de Deus. A Bíblia nos revela muitas razões para que o espírito da prostituição e da perversão entre na vida de alguém. Fracasso dos pais Maus tratos de qualquer forma têm um trágico resultado que pode mais tarde levar a criança a fazer associações erradas, e que podem perdurar durante a vida adulta. Por essa razão, vamos definir abuso infantil como: “qualquer ato recente ou falta de ato por parte dos pais ou dos responsáveis pela criança que resulte em morte, danos físicos ou emocionais sérios, abuso sexual ou exploração; ou um ato ou falta de ato que represente um risco iminente de dano grave.”[Nota 3] Temos libertado prostitutas por meio do nosso ministério e descobrimos que a maioria delas foi vítima de abuso sexual pelo pai, padrasto ou por alguma outra pessoa que exercia autoridade sobre ela. Outras foram vítimas de estupro algumas vezes, e Satanás conseguiu entrar por meio daquele abuso. A maioria dos homossexuais que tenho aconselhado também foram vítimas de relacionamentos sexuais prematuros e de abusos. Outros não tiveram uma figura masculina como modelo ou sofreram abuso sexual por parte do pai. As más atitudes dos pais resultam em maldição de gerações. Problemas sexuais no casamento Se um casal não tem uma vida sexual saudável, o cônjuge privado está sujeito aos ataques do inimigo, pois a tentação da carne pode levá-lo ao pecado. A Bíblia diz: “Não vos defraudeis um ao outro, exceto se com consentimento, por algum tempo, para que se deem ao jejum e oração; e ajuntai-vos novamente, para que Satanás não vos tente pela vossa falta de autocontrole” (1Co 7:5). Existe todo um processo: desejos errados, sedução, ações erradas, pecado e morte. “Mas cada homem é tentado, quando atraído e seduzido pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, gera o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte” (Tg 1:14-15). Hoje, os apelos sexuais estão em todo lugar. A internet se tornou uma nova fonte do mal. As salas de bate-papo e o fácil acesso à pornografia podem ser um terreno fértil para relacionamentos ilícitos. Exposição prematura a materiais contendo sexo explícito O inimigo quer poluir a mente, e quanto mais jovem a pessoa for, melhor. Até as crianças podem acessar os piores materiais, e essa exposição prematura pode abrir portas para os espíritos demoníacos. A televisão, os filmes e a internet são janelas tanto para a mente do jovem quanto do adulto, e não há para onde fugir nessa nossa era da informação. Os estudantes fazem as tarefas de casa na internet, e toda a cultura educacional e estrutura social estão fundadas na tecnologia da informação; pessoas de todas as áreas trabalham por meio dela. Em outras palavras, se esconder da tecnologia não é a resposta. A tecnologia não é má; ela é neutra. Claro que não queremos voltar para 1955, quando muitas pessoas rejeitaram a tecnologia considerando que fosse uma fonte do mal. Mas precisamos ficar de guarda contra nosso inimigo, sabendo que Satanás deseja destruir completamente as nossas famílias e as nossas vidas. Precisamos respeitar nossas mulheres e nossos maridos. Os pais devem controlar seus filhos no computador, monitorar os programas de televisão e filmes, e protegê-los de qualquer tentação. Os avós devem também ter influência sobre os netos, principalmente se os pais estiverem ausentes. Algo inocente e útil como as redes sociais da internet pode criar vias para a perversão sexual entrar em nossas casas. Veja um exemplo vivido por um querido amigo meu: Há algumas noites, meu filho mais novo foi visitar sua avó. Uma das brincadeiras favoritas dele é jogar vídeo game online. Um amigo da escola, que agora sabemos sofria de abusos em casa, falou para meu filho entrar em um site da web. O nome parecia inofensivo para meu filho (como também seria para qualquer um), mas ao entrar no site (sem supervisão e sem controles de segurança), ele ficou chocado com o que viu. Meu filho correu até a avó chorando e confessou. Aquele incidente poderia ser evitado se estivesse sob o controle dos pais e melhor monitorado. Após recompensá-lo pela confissão, também confessamos ter ocorrido uma falha no nosso sistema de monitoramento e oramos com ele. Uma vida devocional sem disciplina Aqueles que estão comprometidos com Jesus Cristo e que O buscam diariamente provavelmente permanecerão intocáveis pelo espírito da perversão. Os cristãos devem ter uma vida de autocontrole e devem ficar longe das coisas que tentam a carne. Buscar a Deus diariamente significa ter uma vida ativa de oração, que inclui agradecimento e louvor. Os anjos habitam entre os louvores a Deus, e há proteção em nossa devoção diária a Ele! Buscar a Deus diariamente também inclui uma vida de estudo intenso. A Bíblia ilumina nossos passos e expulsa os demônios. Envolvimento com o oculto Esta é a porta de entrada para a prostituição. Jezabel estava envolvida com práticas ocultas, embora se sentasse no trono de Israel, uma nação constituída por Deus. Ela seduziu os servos de Deus e usurpou o reinado de sua verdadeira liderança. Aqueles que foram libertos do envolvimento com o ocultismo e feitiçaria me falaram sobre práticas sexuais que fizeram parte da sua iniciação. Existe uma relação entre a rebelião espiritual e a prostituição. Muitos ministros e membros de igrejas são vítimas do espírito da prostituição quando se rebelam contra a vontade de Deus. Quando nos afastamos de Sua proteção por causa da nossa desobediência, entregamos aos demônios a chave do nosso autocontrole e da nossa reputação. A sociedade está extremamente interessada no oculto. Parece que em todos os canais de televisão, caçadores de fantasmas e feiticeiros são estudados, imitados e dignos da confiança alheia. No sudeste de Tennessee, existem muitos grupos autodenominados caçadores de fantasmas que vão a qualquer lugar onde acreditam haver assombrações. Pense na seguinte definição para oculto: “um conhecimento perverso e retorcido do paranormal que se opõe ao conhecimento de Deus por meio de Jesus Cristo”. LIÇÕES EM OSEIAS O livro de Oseias é um livroincomum. Toda a história desse profeta se desenrola a partir do seu casamento com Gomer, uma idólatra e prostituta, e Oseias suportou a dor de amar uma mulher controlada por tal espírito. Gomer deu três filhos a ele, dos quais o último se chamava “não meu.” Gomer tinha uma compulsão sexual e abandonou Oseias para se tornar prostituta no templo do deus Baal; ela teria morrido como escrava se Oseias não tivesse, com amor e misericórdia, a comprado de volta. Sua vida de adultério ilustra a infidelidade de Israel a Deus. Como vemos, quando uma pessoa se distancia de Deus, fica fácil se desviar de todos os outros compromissos da vida. O livro de Oseias marca a vida de alguém dominado pelo espírito da prostituição. Atente para os sete passos abaixo: 1. A pessoa dominada por esse espírito não conhece a Deus (Oseias 5:4). 2. Ele(a) viola a lei de Deus (Oseias 4:2-3). 3. A destruição vem sobre ele(a) (Oseias 4:6). 4. A prosperidade se torna um meio para fazer o mal, e não para abençoar (Oseias 4:7). 5. As pessoas adoram as coisas, e não a Deus (Oseias 4:12). 6. A igreja se torna uma hipocrisia (Oseias 4:15). 7. Deus castiga aquele que se deixa controlar pelo espírito da idolatria e da prostituição (Oseias 4:9). O Novo Testamento também menciona as condutas decadentes do pecador. Um claro caminho rumo ao julgamento se torna evidente para aqueles que se entregam à prostituição e à perversão. Romanos 1:17-32 os lista da seguinte maneira: 1. Recusa à vida da fé (v.17) 2. Rejeição a Deus (vv.18-22) 3. Troca da glória de Deus por um ídolo (vv.21-23) 4. Troca da verdade de Deus por mentiras (vv.24-25) 5. Aceitação da perversão sexual (vv.26-27) 6. Entrega, por Deus, aos artifícios da perversão (v.28) 7. Destruição da sociedade (vv.29-32) Os que seguem por esse caminho destrutivo fazem uma escolha terrível. Essa escolha é espiritualmente justificada com base na gratificação instantânea e no prazer mental ou físico, que não podem ser – nem serão – duradouros. O juízo de Deus sobre eles é triplo. Ele os entrega à impureza, à paixão vil e à mente maliciosa. As ramificações dessas fortalezas destrutivas atacam duas áreas. Primeiro, a pessoa abre sua vida para a destruição. E isso acompanha o fracasso moral, a angústia mental e o inferno emocional. Perigos físicos e mentais, como as doenças, depressões e AIDS, podem até causar a morte. O grande poeta Lord Byron escreveu seus próprios fracassos morais e suas consequências: Meus dias são uma folha amarela; As flores e frutos do amor, tudo acabou; O remorso, a ferida e o sofrimento Foi tudo o que me restou![Nota 4] Os princípios básicos da sociedade se desintegram seguidos pela reprovação moral. Os demônios da prostituição minam a família e as normas sociais, causando destruição. O que são normas sociais? Elas não são claramente definidas para aqueles que estão distantes do corpo da igreja. Nossa televisão e nosso governo estão definindo as normas sociais com um marketing inteligente e divertido. Até mesmo alguns cristãos infiéis estão se entregando às mentiras perpetuadas nas igrejas e no trabalho porque seu senso de normas sociais está distorcido. O último exemplo disso foi Cindy McCain posando para uma sessão de fotos com uma fita adesiva cobrindo sua boca em apoio ao casamento gay para o NOH8, um protesto fotográfico contra a Proposição 8, que proíbe casamentos e que foi aprovada na Califórnia em 2008.[Nota 5] Apesar de toda clareza do PR pelo partido republicano, ela causou um grande impacto neste. As taxas de divórcios são tão altas dentro da igreja quanto fora dela. Essa é uma prova verdadeira da influência da nossa mídia retorcida e da visão do governo atual no que tange a ser uma família. Casamentos em ruínas e filhos desviados testificam o poder destrutivo da perversão. AMARRANDO A IDOLATRIA Para vencer essa fortaleza do mal, você precisa ter a certeza de que Jesus é o Senhor. Examine o seu coração e veja se Ele reina no trono da sua vida. Você mantém algum desejo ou algum aspecto do seu coração e da sua mente distantes do Senhor? Entregue-os a Ele. Em seguida, destrua todos os ídolos que estão no seu coração. Se existe algo que ocupe mais o seu tempo, talento e afeto do que sua dedicação a Deus, entenda que isso é um ídolo e tome uma atitude imediatamente! Por último, amarre os espíritos da idolatria e da prostituição que possam estar enraizados na sua vida. Pare por um instante e ore: Senhor Jesus, perdoe-me por deixar algo ou outro alguém dominar a minha vida. Confesso que só Tu és o Senhor e rejeito cada mentira de Satanás e cada ídolo que colocou na minha vida. Em nome de Jesus, eu amarro esses espíritos destrutivos e peço que Tu me purifiques de todo erro que possa ter entrado em minha vida. Obrigado pela liberdade que tenho em Ti; em nome de Jesus, amém. Notas do Capítulo 20 Nota 1 - Associated Press, “Amanda Knox Judges: Murder Was Impulsive”, CBSNews.com. 4 de março de 2010, http://www,cbsnews.com/ stories/2010/03/04/world/main6266494.shtml? source=related_story&tag= related (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Nota 2 - CBS/Associated Press, “Amanda Knox Found Guilty of Murder”, CBSNews.com. 4 de dezembro de 2009, http://www,cbsnews.com/ stories/2009/12/04/world/main5893278.shtml (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Nota 3 - Child Welfare Information Gateway, “What Is Child Abuse and Neglect?” ChildWelfare.gov, http://www.childwelfare.gov/pubs/factsheets/ whatiscan.cfm (acesso em 21 de abril de 2010). [Voltar] Nota 4 - Lord Byron, “On My Thirty-sixth Year,” Bartleby.com. http://www. bartleby.com/100/368.187.html (acesso em 1 de junho de 2010). [Voltar] Nota 5 - Fotos da Campanha NOH8: Cindy McCain, http://www. noh8campain.com/photo- gallery/familiar-faces/photo/5722 (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Capítulo 21 A ESTRATÉGIA DA CONFUSÃO A promessa para todos nós na igreja é o fluir da presença de Deus. Esse fluir é representado por rios e ribeiros. No último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se algum homem tem sede, deixai-o vir a mim, e beber. Quem crê em mim, como diz a escritura, do seu ventre fluirão rios de água viva. (Mas isso ele falou do Espírito, que haviam de receber os que nele cressem; porque o Espírito Santo ainda não fora dado, pois Jesus ainda não tinha sido glorificado). – João 7:37-39 Há um rio, seus córregos alegrarão a cidade de Deus, o lugar santo dos tabernáculos do Altíssimo. – Salmos 46:4 Quando nos reunimos em adoração, rios fluem de nossos corações, assim como o poder do ministério. Você precisa deixá-lo fluir no seu espírito, mas frequentemente esse fluir é impedido por espíritos obscuros. Vejamos o espírito de Leviatã e aprendamos a lidar com a sua armadilha da confusão. Amaldiçoem-na aqueles que amaldiçoam o dia, que estão prontos para levantar o seu pranto. – Jó 3:8 Podes tu fisgar o leviatã com um anzol? Ou sua língua com um cordão que tu deixas cair? Podes pôr um anzol no seu nariz, ou furar sua mandíbula com um espinho? Fará ele muitas súplicas a ti? Falará ele palavras suaves a ti? Fará ele um pacto contigo, ou o tomarás tu por servo para sempre? Brincarás com ele como com um pássaro, ou o prenderás por causa de tuas donzelas? Farão teus companheiros um banquete com ele, ou o repartirão entre os mercadores? – Jó 41:1-6 Então, vemos Leviatã ser mencionado novamente no livro de Isaías. Naquele dia o Senhor com sua dolorosa, grande e forte espada punirá leviatã, a serpente perfurante, leviatã, aquela serpente tortuosa. E ele matará o dragão que está dentro do mar. – ISAÍAS 27:1 E novamente no livro de Salmos: “Ali vão os navios; lá está aquele leviatã, a quem tu fizeste para brincar com ele” (Sl 104:26). Aqui está um animal que simboliza o mal. O Leviatã é um espírito gigante que atrapalha o fluir dos propósitos, do poder e da prosperidade de Deus em sua vida. O nome significa literalmente “retorcer”. Ele é a grande força demoníaca que confunde tudo para impedir que Deus flua, e é chamado de serpente enroscadora.De acordo com O Dicionário da Bíblia Ilustrada de Easton, Leviatã é usado figurativamente para representar um “cruel inimigo”.[Nota 1] O Brown- Driver-Briggs Hebrew Lexicon diz que ele é um dragão parecido com um dinossauro, uma besta que é inimigo do povo de Deus.[Nota 2] Para nós, Leviatã e suas características são a imagem de um grande inimigo escondido na igreja que sufoca o fluir! Vejamos de perto o que Jó nos diz sobre o espírito escondido nos nove primeiros versículos de Jó 41. Aqui, as Escrituras nos revelam as fortes características de Leviatã. A Bíblia nos fala de um espírito formidável e assustador, que não é facilmente detectado ou pego por razões naturais. Na carne, nenhum humano pode batalhar contra ele. EIS O INIMIGO Nº1 DA IGREJA! Por que dizemos que ele é o inimigo número 1 da igreja? Veja de perto. Ele está escondido: você consegue tirar com anzol ou atar com uma corda? Ele está escondido debaixo d’água. A água na Bíblia representa muitas coisas: 1. A Palavra; 2. O fluir da vontade de Deus; 3. Toda a humanidade. Leviatã tenta se esconder onde a Palavra e o fluir do Espírito de Deus estão se movendo entre as pessoas. Normalmente, não vemos sua atuação até muitos estarem feridos, pois ele fica escondido até que Deus o exponha. Outra razão para ele ser nosso inimigo numero um é que ele não vive em acordos e pactos. Quando alguém é afetado por esse espírito, ele destrói os relacionamentos em acordo. Esse espírito destrói casamentos, parcerias em negócios, amizades e, o pior de todos, as igrejas. Se você não consegue mais suportar, pode ser Leviatã agindo. Mas me acompanhe e eu mostrarei que a culpa não é de ninguém. As investidas desta serpente servem para distorcer a verdade. Veja novamente em Isaías 27:1: “. .a serpente tortuosa. .”. É assim que esse espírito enganador atua. Algo é dito sobre a Palavra e, antes mesmo de você escutar, a serpente distorce o que foi dito! Você entende errado. Talvez você diga alguma coisa para o seu (sua) parceiro(a) com boa intenção, mas ele(a) fica chateado(a) com isso. Algumas decisões são tomadas na igreja e “ponto final”; mas você sente que algo a mais deveria ser feito. Ou alguém infectado por Leviatã distorce o que foi dito e cria discórdia (lembre-se de Adão e Eva). Essa serpente se coloca entre você e eu e torce a verdade; ela se mete entre amigos e cônjuges trazendo confusão; ela se mete na vida da igreja e distorce tudo. Talvez Leviatã seja como um crocodilo, que é perigoso quando a maré sobe, mas no período de seca tem que ir para outro lugar em busca de água. O crocodilo tem sangue frio, então seu metabolismo age parcialmente de acordo com o meio em que vive; assim, para se manter frio, o crocodilo precisa estar na água ou se afundar na lama. Se a água nesse exemplo simbolizar o mover do Espírito de Deus, vamos analisar o quanto Leviatã pode ser ameaçador se comparado a um crocodilo. O crocodilo sabe que a sua presa sempre procurará a água, então todo o seu plano se baseia em esconder-se e circundar seu alimento, aparentando ser inofensivo por muitos dias. Mas, de repente, o crocodilo toma a sua presa e se contorce ao redor dela até tirar a sua vida. O ataque é muito rápido. Depois de torcê-la, o crocodilo afoga a vítima nas águas barrentas profundas. O inimigo abordará pessoas boas e as torcerá até confundi-las; em seguida, ele as levará para o abismo, não restando chance para escaparem. Também lemos em Isaías 27:1 que primeiro ele ataca, e depois foge. Por isso as pessoas frequentemente abandonam o companheiro ou o amigo, e deixam a igreja. Ele coloca um espírito de fuga nelas, ou melhor, uma atitude de desistência. Pelo fato de a maioria das pessoas desconhecer esse espírito que as abate e sufoca, elas se veem sem alternativas e preferem abandonar as situações difíceis. Logo, em uma situação de pânico e confusão, elas correm procurando claridade. Leviatã tem atacado a maternidade. Uma forma deturpada de feminismo divulgada pela mídia parece dar à mulher um poder inocente, mas na realidade as mulheres estão evitando a responsabilidade de criar seus filhos em nome da liberdade. As mulheres estão fugindo da maternidade, ou pela prática diabólica do aborto ou simplesmente passando a responsabilidade da criação dos seus filhos para os ex-maridos e avós. As jovens americanas, seguindo maus exemplos como o de Britney Spears, estão sendo con-torcidas e confundidas. A geração passada ficou conhecida como “órfã” por causa dos milhões de pais que fugiram de suas responsabilidades. Podemos prever a forte tendência de que a próxima geração não terá pai nem mãe – órfãos espirituais que naturalmente serão presas mais fáceis para as forças demoníacas. Leviatã está atacando as igrejas. Mesmo depois das orações terem sido abolidas nas escolas e da errônea separação entre o estado e a igreja, os pais podiam descansar sabendo que seus filhos aprenderiam os direitos e valores que fazem deste um grande país. Em vez disso, ainda que a Bíblia seja rigorosa quanto a este tema, um precedente está sendo estabelecido na educação sexual, que inclui o ensino do homossexualismo enquanto uma alternativa de vida. Como cristãos, estamos desguarnecidos da nossa liberdade para discordar. As mentes brilhantes que um dia regiam as instituições educacionais agora temem ser atacadas pela mídia ou perder o financiamento do governo, caso eles discordem. Leviatã distorce os fatos históricos, distorce depoimentos de homossexuais declarados e distorce o apoio da comunidade até que uma escola seja inundada pelas ondas do que chamamos de tolerância. É evidente que Leviatã atua hoje, assim como os resultados escolares estão cada vez piores e os alunos do Ensino Médio menos instruídos do que em qualquer outro momento da história. ESSE INIMIGO PODE SER VENCIDO Naquele dia o Senhor com sua dolorosa, grande e forte espada punirá leviatã, a serpente perfurante, leviatã, aquela serpente tortuosa. E ele matará o dragão que está dentro do mar. – ISAÍAS 27:1 Leviatã já está vencido pela espada do Senhor, que é severa, grande e forte. A espada do Senhor é a Palavra e o Espírito, como vemos em Efésios 6:17: “. .e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”. Lemos também em Hebreus que a espada traz discernimento: “Porque a palavra de Deus é viva e poderosa, e mais aguda do que qualquer espada de dois gumes, penetrando até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. E não há criatura alguma que não se manifeste à sua vista; porém todas as coisas estão nuas e abertas aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hb 4:12-13). Essa espada nos ajuda a reconhecer Leviatã, e não há como fazê-lo sem o Espírito Santo e a Palavra. Quando a igreja estiver determinada a ouvir Jesus, a espada entrará em ação e Leviatã fugirá! O que devemos fazer? Reconhecer que nossa soberba vem do inimigo. Veja este último versículo sobre Leviatã: “Ele contempla todas as coisas altivas; ele é um rei sobre todos os filhos do orgulho” (Jó 41:34). Ele é o rei de toda a soberba! O orgulho nos afasta de Deus e faz com que nos sintamos ofendidos facilmente. Ele nos faz cair e nos afasta dos planos de Deus. Como em todas as suas cartas, fala sobre estas coisas, nas quais há algumas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, e como também as outras escrituras, para sua própria destruição. Vós, portanto, amados, visto que sabeis destas coisas de antemão, cuidai para que não vos deixeis levar pelo erro dos perversos, e acabeis caindo de vossa própria firmeza. Porém crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, tanto agora, como para sempre. Amém. – 2 PEDRO 3:16-18 (GRIFO DO AUTOR) Uma última consideração: observe essas palavras – torcem, perdição, engano, arrebatados. Esse é o trabalho de Leviatã! E como o vencemos? Você acabou de ler a resposta – crescendo na Palavra, crescendo na graça (amor e perdão) e crescendo no conhecimento (intimidadecom Jesus). Notas do Capítulo 21 Nota 1 - Matthew George Easton, Easton’s Illustrated Bible Dictionary (New York: T. Nelson and Sons, 1894), s.v. “Leviathan”, 420. [Voltar] Nota 2 - PCStudy Bible, Bíblia online, Brown-Driver-Briggs Hebrew Lexicon, copyright © 1993, Woodside Bible Fellowship, Ontario, Canada; Licenciado por Institute of Creation Research; usado com permissão; s.v. “Leviathan.” [Voltar] Capítulo 22 A ESTRATÉGIA DO VENENO Os cristãos que vivem cheios do Espírito e em união fluem juntos como um rio forte do poder de Deus: “Há um rio, seus córregos alegrarão a cidade de Deus, o lugar santo dos tabernáculos do Altíssimo” (Sl 46:4). Entretanto, em Apocalipse nós encontramos a descrição de um desastre do fim dos tempos: “E o terceiro anjo soou, e caiu uma grande estrela do céu, queimando como se fosse uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes de águas. E o nome da estrela se chama Absinto; e a terça parte das águas se transformou em absinto; e muitos homens morreram por causa das águas, porque elas se tornaram amargas” (Ap 8:10-11). O Espírito Santo revelou-me que este fato tem uma implicação espiritual. Eis uma “estrela cadente” que polui os rios e as fontes das águas! O rio é o fluir de Deus, e as fontes de águas representam o Espírito Santo em Seu povo: “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, mas a água que eu lhe der, se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4:14). A palavra absinto em grego é absinthos. Nesse contexto, trata-se de um demônio que caiu na terra para envenenar a água e espalhar morte pelos rios da vida de Deus. No Antigo Testamento esse demônio também é mencionado: “Para que não haja entre vós homem, nem mulher, nem família, nem tribo, cujo coração se desvie hoje do Senhor nosso Deus, para ir e servir os deuses dessas nações; para que não haja entre vós, uma raiz que produza fel e absinto” (Dt 29:18). Vejamos as palavras veneno e fel: veneno, originalmente rosh, significa “cabeça de peçonha”; esse termo era usado para se referir ao veneno de uma cobra ou o veneno de algumas partes das plantas. Fel origina-se da palavra laanah, e se refere ao veneno que amaldiçoa! Quando o absinthos vem, ele torna a pessoa amargurada e as consequências são terríveis! O ABSINTHOS COMEÇA PEQUENO De onde vêm as guerras e brigas entre vós? Porventura não vêm disto, das concupiscências que guerreiam nos vossos membros? Cobiçais, e nada tendes; matais, e desejais ter, e não podeis obter; combateis e guerreais, e nada tendes, porque não pedis. Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para consumirdes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Qualquer que quiser ser amigo do mundo, torna-se um inimigo de Deus. Pensais vós que a escritura diz em vão: O Espírito que em nós habita tem ciúmes? – TIAGO 4:1-5 Repare que as palavras são quem produz o veneno. Nós aprendemos que Leviatã, o espírito tortuoso, pode causar confusão. E onde há confusão, o veneno também está. Tu és laçado pelas palavras da tua boca, tu és tomado pelas palavras da tua boca. – Provérbios 6:2 Uma pessoa má, um homem malévolo, anda com a boca perversa, ele pisca com seus olhos, fala com os pés e ensina com os dedos; a perversidade está no seu coração, ele maquina coisas ruins continuamente; ele semeia discórdia. Portanto sua calamidade virá repentinamente; subitamente será quebrado, sem reparação. Estas seis coisas o Senhor odeia; sim, sete são abominações para ele: O olhar orgulhoso, a língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, o coração que maquina ideias perversas, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha falsa que fala mentiras, e aquele que semeia discórdia entre irmãos. –Provérbios 6:12-19 O ABSINTHOS SE ESPALHA RAPIDAMENTE O veneno se espalha rapidamente de uma pessoa para outra; como uma pequena fagulha entre as árvores pode incendiar uma floresta, assim age o absinthos. Note que o veneno contamina o corpo inteiro; uma pequena porção dele pode enfraquecer todo o corpo da igreja. “Os caminhos de Sião pranteiam, porque ninguém comparece às festas solenes; todos os seus portões estão desolados; seus sacerdotes suspiram; suas virgens estão aflitas, e ela está amargurada” (Lm 1:4). O ABSINTHOS IMPEDE A BENÇÃO E TRAZ MALDIÇÃO O absinthos impede o fluir da benção que nós deveríamos liberar uns para os outros. É isso mesmo: nós deveríamos abençoar uns aos outros! Estamos acostumados a ficar em nossos santuários como bebês em uma cadeirinha e a gritar: “Comida, Papai”. Transferimos a responsabilidade da nossa alimentação espiritual para os nossos pastores, professores e líderes da igreja. Nós não percebemos a grande benção que existe em compartilhar, aprender, abençoar e estar em comunhão com aqueles que estão sentados ao nosso lado, porque estamos muito ocupados tentando descobrir se eles estão na mesma esfera de influência ou se têm a mesma posição socioeconômica que nós. Ou talvez estejamos dando muita ênfase ao passado deles. A inveja na igreja entre líderes, pastores, professores e diáconos envenena e reduz o fluir do Espírito de Deus para gotas de água. Um líder de grupo de estudo estava apoiando um ministro de outra igreja que estava cheio de amargura. O ministro estava falando mal do trabalho, dizendo que o número de pessoas nas reuniões era muito pequeno. Então, o líder de grupo tentou dar alguns conselhos administrativos baseados no sucesso do seu grupo de estudo. O ministro, cheio de amargura, exclamou: “Eu não ensino em pequenos grupos. Eu tenho um ministério”. Ele não entendeu o valor e não recebeu a benção de um companheiro combatente! O veneno que brota da inveja e do orgulho nos impede de ouvir as maneiras pelas quais podemos melhorar nossas vidas, negócios e ministérios. Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Limpai vossas mãos, vós pecadores; e purificai vossos corações, vós de duplo ânimo. Estai aflitos, e lamentai e chorai; converta-se o vosso riso em pranto, e a vossa alegria em pesar. Humilhai-vos diante do Senhor, e ele vos exaltará. Não faleis mal uns dos outros, meus irmãos. Aquele que fala mal de seu irmão, e julga a seu irmão, fala mal da lei, e julga a lei; e, se tu julgas a lei, já não és um cumpridor da lei, mas juiz. Há um legislador que é capaz de salvar e destruir. Quem és tu, porém, que julgas a outrem? – TIAGO 4:7-12 O absinthos é um veneno mortal para sua vida espiritual e impede que você produza os frutos de Deus. Você não pode amaldiçoar e abençoar ao mesmo tempo. Vamos à igreja e repetimos mecanicamente “Deus te abençoe”, mas quando saímos dela, assassinamos com palavras os colegas de trabalho, os membros da igreja, os professores, os estudantes e até os nossos cônjuges, ensinando subliminarmente aos nossos filhos a arte de assassinar com palavras. E muitas vezes, nesse mesmo momento, estamos abençoando o alimento à mesa. Consequentemente, relatórios frequentes de comida contaminada são registrados em nossas casas e restaurantes, e os medicamentos para estômago e intestino são prescritos agora mais do que nunca. Enquanto isso, nossas conversas assassinas ecoam pelas paredes e entram em nossas vidas. Outro dito cristão muito desgastado é, quando alguém pergunta como você está, responder: “estou na benção”. Uma língua assassina não é abençoada, e Deus odeia a língua mentirosa! Na próxima vez que você ouvir “Deus te abençoe” ou “estou na benção”, não julgue, mas pergunte a si mesmo: “Será que eu, com a minha língua, estou me permitindo ser abençoado; e será que eu tenho o favor de Deus baseado nas minhas conversas?”. O ABSINTHOS É A SABEDORIA DO INFERNO DESENCARNADA Agora vemos as fontes desse espírito mais claramente. Elas são: • Mundanas ( epigeios) – que estão por toda terra; • Sensuais ( psache) – que vêm da alma e da emoção, não do espírito; • Demoníacas ( daimonia) – que vêm da opressão demoníaca! Esse espírito abreportas para a inveja, egoísmo, confusão e todas as coisas más que existem. COMO PODEMOS ANDAR LIVRES DO ABSINTHOS? Primeiro, devemos andar no Espírito usando a sabedoria pura e pacífica do céu. Quem é o homem sábio e dotado de conhecimento entre vós? Que mostre pelo seu bom comportamento as suas obras com a mansidão da sabedoria. Mas, se tendes uma amarga inveja, e contenda em vossos corações, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade. Esta sabedoria não desce do alto, mas é terrena, sensual e diabólica. Porque onde há inveja e contenda, aí há confusão e toda a obra do mal. Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente pura, depois pacífica, gentil, e fácil de ser invocada, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia. E o fruto da justiça é semeado na paz daqueles que praticam a paz. – TIAGO 3:13-18 Precisamos que Deus fale ao nosso ser contaminado. Ele trará perdão e derramará benção sobre nossas vidas, e os frutos do Espírito fluirão em nós. Para andarmos em liberdade, nós devemos nos livrar das palavras torpes como nos instrui Efésios 4:31: “Toda amargura, e ira, e cólera, e tumulto, e blasfêmias, e toda a malícia seja tirada de entre vós”. Além disso, devemos mostrar perdão e desculpar os outros. Gosto da palavra perdão porque quando alguém é perdoado, seus crimes não são mais motivos de acusação, investigação, discussão ou explicação. Se alguém é perdoado de uma pena de prisão, ele ou ela já estiveram encarcerados, mas agora estão livres. E é simples assim. Numa linguagem popular, eles estão “livres do anzol”. Efésios 4:32 nos diz: “E sede amáveis uns para com os outros, compassivos, perdoando- vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou por causa de Cristo”. Finalmente, devemos procurar a paz – correr atrás dela, persegui-la e usar todos os nossos recursos para viver em paz com os outros. A palavra paz significa que todos em uma sociedade ou relacionamento operam de forma harmoniosa. Isso não significa que agimos da mesma maneira. Celebramos nossas diferenças na busca em comum pela justiça ao invés de exigirmos cristãos modelados em forma, que aparentam, agem e pensam da mesma maneira. Segui a paz com todos os homens, e a santidade, sem a qual nenhum homem verá o Senhor. Examinando diligentemente para que nenhum homem fracasse da graça de Deus; para que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos sejam contaminados. – HEBREUS 12:14-15 Isso significa que não devemos dar lugar às más conversas, às mágoas, nem deixar que o veneno se alastre pelas nossas vidas. Livre-se disso e promova a paz! Esteja atento às palavras “vos perturbe”. A palavra perturbar em grego é enochleo, que significa “ser assediado por uma multidão”. Quando a Igreja se Transforma em Multidão seria um ótimo título para um livro bem diferente. Quantos ministros já não sofreram nas mãos de uma multidão tirana? Até os americanos do passado temiam tanto a tirania das massas descontroladas por uma razão errônea quanto a tirania dos reis. Na verdade, a estrutura do nosso governo é parcialmente baseada nesses medos. Na Revolução Francesa, o rei Luís XVI e sua esposa, Maria Antonieta, foram decapitados por causa da indiscrição dos tabloides, que exageraram sobre a vida pessoal da monarquia. Os quatro anos seguintes foram os mais sangrentos da história da França, pois mais de quarenta mil pessoas morreram na guilhotina. [Nota 1] Os governos seguintes continuaram fracassando, em parte por causa dos rumores, exageros e das fofocas assassinas que causaram morte e caos. Finalmente, ao invés de um rei e ao invés da democracia, os Franceses se submeteram a Napoleão Bonaparte, que é conhecido por alguns historiadores como déspota. Não há nada pacífico em uma multidão movida por rumores. Quantas igrejas têm substituído a paz pelo despótico Satanás? A solução está em compartilhar, evitar confronto, perdoar e não abandonar; assim, você terá a paz! Notas do Capítulo 22 Nota 1 - Fullerton.edu, “The French Revolution”, http://faculty.fullerton.edu/ nfitch/history110b/rev.html (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Capítulo 23 A ESTRATÉGIA DA MORTE Continuemos a revelar alguns espíritos escondidos que impedem o fluir de Deus. Neste capítulo, iremos focar em Caim, o primeiro filho de Adão e Eva; embora fosse um presente de Deus, ele se voltou para o inimigo: “Não como Caim, que era do maligno, e assassinou o seu irmão. E por que o assassinou? Porque as suas próprias obras eram más e as de seu irmão justas” (1Jo 3:12). Como no caso de Jezabel, vemos o espírito que agiu em Caim ainda operando no Novo Testamento. Estes, porém, falam mal do que não sa bem; mas aquilo que naturalmente conhecem, como animais irracionais, nestas coisas se corrompem. Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim, e correram gananciosamente em direção ao erro de Balaão por recompensa, e pereceram na rebelião de Coré. – JUDAS 10-11 Existem aqueles que escolhem o “caminho de Caim”, homem conhecido por ter assassinado seu irmão em uma disputa de adoração! Pela fé Abel ofereceu a Deus um sacrifício mais excelente do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que ele era justo, testificando Deus sobre os seus dons, e através disso, depois de morto, ainda fala. – HEBREUS 11:4 Abel era um homem de fé, enquanto Caim agia pelas suas próprias forças. Hoje, matamos com as palavras, e não com armas. O ódio não é uma emoção; ele é uma ação, e as palavras erradas e os falsos testemunhos podem matar. Leia novamente o que diz o livro de Judas e pergunte a si mesmo se esse espírito tem atacado você e sua igreja. Esse espírito opera tipicamente nas famílias: “E Adão conheceu Eva, sua mulher; e ela concebeu e teve Caim, e disse: ‘Concebi um homem do Senhor’. E ela também teve Abel, irmão dele. E Abel era um guardador de ovelhas, mas Caim era cultivador da terra” (Gn 4:1-2). Caim não tinha problemas com pessoas de fora, mas com seus próprios familiares. Quantas vezes o fluir tem sido interrompido por causa dos conflitos familiares? E quando eu falo “família”, refiro-me também à igreja, que é a família de Deus. Esse espírito também rejeita a liderança e acredita que há uma forma melhor de fazer as coisas. E no passar do tempo, aconteceu que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. E Abel, ele também trouxe das primícias e da gordura do seu rebanho. E o Senhor teve consideração por Abel e por sua oferta. – GÊNESIS 4:3-4 Deus havia claramente instruído àquela primeira família que Ele apenas se aproximaria se houvesse um sacrifício com sangue. No portão do Éden, entre os querubins que o guardavam, Jeová derramou sangue de animais para vestir nossos primeiros pais. Caim rejeitou a instrução de Sua autoridade, Adão e Eva, e achou que teria um caminho melhor. Na família da igreja sempre existem “opositores”, isto é, pessoas que estão sempre prontas para criticar quaisquer decisões. O discordar honesto é bem- vindo, se proposto da maneira correta; entretanto, a rebelião que ataca e destrói a liderança é feitiçaria, que, como já discutimos, é um elemento do oculto que traz consigo uma série de outros demônios fortes. Note que esse espírito expressa raiva e sarcasmo: “Mas por Caim e por sua oferta ele não teve consideração. E Caim ficou muito irado, e o seu semblante caiu” (Gn 4:5). O espírito da morte não aceitará correção, como aconteceu com Caim. Quando viu que estava errado, Caim não se arrependeu. Ao invés disso, ele sentiu raiva, o que ficou estava estampado em seu rosto. O mesmo espírito pode ser visto na parábola do filho pródigo: “E ele lhe disse: O teu irmão chegou; e teu pai matou o novilho cevado, porque ele o recebeu são e salvo. E ele se irritou e não queria entrar; portanto, saindo o pai, lhe rogava” (Lc 15:27-28). Quando o filho pródigo voltou para casa, o filho mais velho foi quem ficou com raiva e cortou relações com ele. Em nossa igreja local, centenas de pessoas têm sido batizadas, e milhares têm aceitado a Cristo como Salvador; mas existem aqueles que nãoirão se alegrar por causa do espírito de Caim. Continuando a leitura de Gênesis, vemos que esse espírito não ouvirá a Palavra de Deus: “E o Senhor disse a Caim: ‘Por que estás irado? E por que o teu semblante está caído?’” (Gn 4:6). Aqui, a Palavra de Deus veio até Caim. Deus disse para ele que tudo poderia ser remediado, mas esse tipo de espírito não aceita a Palavra. Esse espírito abre portas para outros espíritos desastrosos: “Se tu fazes bem, não serás aceito? E se não fazes bem, o pecado jaz à porta. E para ti será o desejo dele, e tu governarás sobre ele” (Gn 4:7). Deus nos alerta que, como Caim, se nos recusarmos a mudar, as portas estarão abertas para o pecado. O texto de Hebreus declara que o pecado é como uma besta feroz pronta para avançar pela porta adentro. Se você é um pai ou uma mãe que vive nesse espírito, você abrirá portas que destruirão seus filhos! Esse espírito bloqueia a vida: “E Caim falou com Abel, seu irmão; e aconteceu que, quando eles estavam no campo, Caim se levantou contra Abel, seu irmão, e o assassinou” (Gn 4:8). Caim matou Abel, que não tinha feito nada além de adorar e servir a Deus! Esse espírito interrompe a adoração da igreja; por isso há contendas no ministério de música. Além disso, esse espírito ataca em tempos de colheita para desfazer os planos de Deus. Leia o versículo 8 novamente: “E Caim falou com Abel, seu irmão; e aconteceu que, quando eles estavam no campo, Caim se levantou contra Abel, seu irmão, e o assassinou”. Caim atacou seu irmão no campo, em tempos de colheita, e as discórdias normalmente se levantam nas igrejas quando é tempo de colheita. O espírito de Caim não apenas acertou seu alvo, mas matando o que lida com o campo, mata também aqueles que dependem da colheita. O espírito de Caim, observado por essa perspectiva, promove assassinato espiritual em massa. Durante a Grande Depressão, a marca da tirania de Joseph Stalin dominou toda a Rússia, conhecida na época como União Soviética. Durante a escassez de comida, Stalin estava sendo alvo de tentativas de assassinato e rumores de que seria retirado do poder. Sua paranoia se concentrou na comunidade agrícola politicamente forte conhecida como os Kulaks. Stalin enviou um pequeno exército àquela comunidade e saqueou os depósitos de grãos reservados para a primavera. Fazendo isso, Stalin acusou falsamente os fazendeiros de esconder os grãos. Milhares (e posteriormente milhões) desses fazendeiros foram executados. Os russos não tiveram muito para comer, mas a verdadeira fome os acometeu mais tarde, porque não tinham sementes para plantar na primavera.[Nota 1] Esse espírito amaldiçoa os portadores: “E o Senhor disse a Caim: Onde está Abel, teu irmão? E ele disse: Eu não sei; sou eu guardador do meu irmão? E ele disse: O que tu fizeste? A voz do sangue de teu irmão está clamando a mim desde a terra. E agora tu és amaldiçoado desde a terra, que abriu a sua boca para receber o sangue do teu irmão da tua mão” (Gn 4:9-11). Quando você mata a adoração, a colheita e a liderança na igreja com fofocas, falatório e rebelião, essa é a consequência! Você, sua família e suas finanças serão amaldiçoados. É possível que a miséria e as dificuldades na nossa economia nacional ocorram devido a ataques aos líderes das igrejas pela nação inteira? Precedentes históricos parecem indicar que todos os grandes ataques à igreja e à liderança resultaram na queda da economia, e até mesmo guerras. Esse espírito cria vagabundos espirituais: E ele disse: ... quando tu cultivares a terra, ela não te dará mais a sua força; fugitivo e errante serás na terra. E Caim disse ao Senhor: Meu castigo é maior do que eu posso suportar. Eis que tu me expulsaste neste dia da face da terra; e de tua face eu estarei escondido; e serei fugitivo e errante na terra. E acontecerá que todo aquele que me encontrar me matará. E o Senhor lhe disse: Portanto, todo aquele que matar Caim, a vingança será tomada sobre ele sete vezes. E o Senhor fixou uma marca sobre Caim, para que qualquer que o achas-se não o matasse. – GÊNESIS 4:10,12-15 Esse espírito não permitirá que você encontre uma igreja para congregar. Você ira vagar; e por onde quer que vá, você irá se deparar com a mesma multidão. Sua vida será marcada por um espírito inquietante. Uma pessoa espiritualmente marcada é reconhecida em qualquer igreja que frequentar por aqueles que têm o dom de discernir os espíritos. Essa marca também pode se estender pela vida profissional, fora dos muros da igreja. Aquele que carrega a marca do assassinato perde amigos e família, porque não se pode confiar no espírito de Caim. LIBERTANDO-SE DO ESPÍRITO DE CAIM Como viver livre do controle e dos efeitos desse espírito assassino? Admita a necessidade de refrear sua língua. A morte e a vida estão no poder da língua; e aqueles que a amam comerão do seu fruto. – PROVÉRBIOS 18:21 Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado. –Mateus 12:36-37 Se algum homem entre vós parece ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu próprio coração, a religião desse homem é vã. – TIAGO 1:26 Peça a Deus um coração puro e pensamentos retos. Ó geração de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca. – Mateus 12:34 Suplico-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, de apresentardes os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. – ROMANOS 12:1-2 Peça a Deus que purifique sua língua com fogo. No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi também o Senhor assentado sobre um trono, alto e exaltado, e a orla de seu manto encheu o templo. Acima situavam- se os serafins. Cada um tinha seis asas; com duas cobriam sua face e com duas cobriam seus pés e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, santo, santo, é o Senhor dos exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E os umbrais da porta moveram-se à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça. Então disse eu: Ai de mim! Porque eu estou arruinado. Porque sou um homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros. Porque meus olhos têm visto o Rei, o Senhor dos Exércitos. Então, voou um dos serafins em minha direção, tendo uma brasa viva em sua mão, a qual ele tinha tirado do altar com uma tenaz. E ele colocou sobre a minha boca e disse: Veja! Isto tocou teus lábios e tua iniquidade é removida, e teu pecado purificado. Também eu ouvi a voz do Senhor, dizendo: Quem irei eu enviar, e quem irá por nós? Então disse eu: Aqui estou eu, envia-me. E ele disse: Vai! E dize a este povo: Ouvi vós de fato, porém não entendais, e vede vós de fato, mas não compreendais. – ISAÍAS 6:1-9 Depois desse encontro, Isaías estava pronto para servir! Agora faça esta oração: Senhor, perdoa-me por demonstrar o espírito de Caim, o espírito assassino, em minha vida. Eu admito que tenho agido erradamente com os outros, e estou arrependido de todas as palavras negativas que falei sobre eles. Comprometo-me contigo hoje afirmando que, com Sua ajuda, mudarei as minhas palavras de maldição para palavras de bênçãos. Obrigado pelo dom da fala e por poder, por meio dele, abençoar aqueles que estão em minha vida. Senhor, com a Sua ajuda eu vou me esforçar para ser uma benção na minha família, na minha igreja, em meio daqueles que tem autoridade sobre mim e de todos os que estão ao meu redor. Amém. Notas do Capítulo 23 Nota 1 - Fullerton.edu, “The French Revolution”, http://faculty.fullerton.edu/ nfitch/history110b/rev.html (acesso em 4 de maio de 2010). [Voltar] Capítulo 24 A ESTRATÉGIA DA OPRESSÃO Um dos perigos na batalha espiritual é dar espaço para o inimigo retornar à sua vida. No Antigo Testamento, essesespaços são chamados de “cordas dos ímpios”. O Senhor é justo; cortou em pedaços as cordas dos perversos. Sejam todos eles confundidos e virados para trás, aqueles que odeiam Sião. – SALMO 129:4-5 Aqui as cordas são enroladas ao redor do ímpio como uma cobra. Quanto ao ímpio, as suas iniquidades o prenderão, e com as cordas do seu pecado será detido. Ele morrerá sem instrução, e na grandeza da sua loucura se perderá. – Provérbios 5:22-23 O Novo Testamento identifica o espírito que se enrosca e serpenteia em torno de nós como uma corda, ou como “píton”: “E aconteceu que, indo nós à oração, uma certa jovem possuída por um espírito de adivinhação nos saiu ao encontro, a qual dava grande lucro aos seus senhores adivinhando” (At 16:16). Nesse caso, vemos uma mulher sendo apertada até a morte por “píton”. O inimigo deseja se enroscar em você e te comprimir até tirar a sua vida! PÍTON – A VOZ DO PASSADO A palavra para esse espírito no Antigo Testamento é ‘ owb’, que também significa “espírito familiar”. A menina falava pelos demônios para consultar as pessoas que já haviam morrido. Essa manifestação nos dias de hoje se dá por pecados, tendências, fracassos e maldições de gerações. E tu serás derrubada, e falarás desde o chão e tua fala sairá baixa, proveniente do pó, e tua voz será como a de alguém que tem um espírito familiar, desde o chão, e tua fala será um sussurro desde o pó. – ISAÍAS 29:4 Existem entidades que tentam acompanhar a história da sua família! Quero deixar claro que “pítons” falou do pó, de debaixo da terra. Resumindo, o passado te amarra e tenta espremer a sua vida. Nosso passado está morto! Muitas vezes, o nosso passado representa morte, destruição, e desespero. Às vezes, somos infectados por uma atitude nostálgica que aperta as cordas e os sonhos futuros. Essa atitude nostálgica infecta a igreja, e nós nos apegamos a formas de adoração e pontos de vista tradicionais em vez de deixamos Deus fazer “novas todas as coisas”. Existe uma forma saudável de construir baseando-se no passado, traçando perspectivas das circunstâncias presentes e edificando o futuro. Vejamos uma conversa entre Deus e Moisés para termos uma vaga ideia da visão de Deus para um passado, um presente e um futuro saudáveis. Moisés desejava desesperadamente ver a face de Deus: E disse: Não podes ver a minha face, porque nenhum homem me verá e viverá. E disse o Senhor: Vê, há um lugar junto a mim, e tu ficarás sobre a rocha. E acontecerá, quando a minha glória passar, que eu te porei em uma fenda da rocha, e te cobrirei com a minha mão enquanto eu passar, e tirarei a minha mão, e tu me verás pelas minhas costas; mas a minha face não será vista. – ÊXODO 33:20-23 Foi Moisés quem narrou a criação do planeta Terra, a queda do homem e as vidas de Abraão, Isaque e Jacó. Nenhum humano entendeu o passado melhor do que Moisés; e ele ainda queria ver a face de Deus porque sabia que a única esperança de conseguir levar o povo à Terra Prometida seria se Deus estivesse com ele em sua jornada. Moisés conhecia e entendia os triunfos e fracassos da condição humana pela sua experiência do passado. A promessa de Moisés só estaria assegurada se o favor de Deus recaísse sobre ele. E Moisés aprendeu que Deus está sempre no controle. Deus poderia ter Se desenhado e entregue o desenho a Moisés, dado uma descrição por escrito da Sua glória ou poderia ter negado o pedido que Lhe foi feito. Mas Deus marcou um lugar e uma determinada hora para mostrar a Moisés, de relance, por onde Ele passava. Não há futuro em seu passado porque Deus está sempre seguindo em frente. Se demorarmos nos corredores do passado, checando nossas vitórias e fracassos para aprender com nossos erros, perderemos o que Deus está fazendo agora e Suas promessas para nosso futuro. PÍTON – O EMPILHAMENTO DE MÁS CIRCUNSTÂNCIAS Terrores tomam conta dele como as águas, uma tempestade o rouba à noite. – Jó 27:20 No futebol americano, qualquer time pode ser penalizado por “empilhamento”, e o pior “empilhamento” acontece quando um time perde a bola. Satanás não segue regras. Quando cometemos um erro ou perdemos muito tempo celebrando a vitória do passado, ele “empilha”. A palavra inundar em hebraico significa “estar rodeado por água”. O inimigo tentará rodear você. PÍTON – O PODER DOS RELACIONAMENTOS ERRADOS Não se engane: As comunicações malignas corrompem as boas maneiras. – 1 CORÍNTIOS 15:33 Existe uma coisa chamada pressão dos amigos que nada mais é do que um grupo de demônios que estão ao redor daqueles que não estão vivendo corretamente. Na sua família também podem existir os assassinos de sonhos. Às vezes, as cordas do inimigo são as fitas do avental da mamãe. Outras vezes, as cordas são membros controladores da família. Píton adora teologia cultural desgastada e passa muito tempo navegando em websites apologéticos, debatendo e discutindo, estrangulando os cristãos jovens e inseguros com dúvidas e descrenças. Assim, com a pressão dos amigos e os assassinos de sonhos, píton certamente pode parecer “uma inundação”. E se não estiver firme na Palavra, você será levado pela correnteza da destruição. Ora, o Senhor havia dito a Abrão: Sai-te do teu país, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para uma terra que eu te mostrarei. E eu farei de ti uma grande nação, e eu te abençoarei, e farei teu nome grande; e tu serás uma bênção. E eu abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem, e em ti todas as famílias da terra serão abençoadas. Assim, Abrão partiu, como o Senhor lhe havia falado, e Ló foi com ele. E Abrão tinha setenta e cinco anos de idade quando ele partiu de Harã. E Abrão tomou Sarai, sua esposa, e Ló, filho de seu irmão, e todas as posses que haviam ajuntado, e as almas que eles tinham obtido em Harã, e eles saíram para a terra de Canaã, e para a terra de Canaã eles vieram. – GÊNESIS 12:1-5 Abraão teve que se afastar de sua família e cultura para encontrar seu verdadeiro propósito. Paulo teve que deixar o espírito sufocante dos fariseus. LIVRANDO-SE DO ESPÍRITO DE PÍTON Então, como cortar a cobra ao meio e fazê-la te libertar? 1. Temos que orar e jejuar. “Por isto todos os que são piedosos orarão a ti, no tempo em que tu podes ser encontrado; certamente nas enchentes de grandes águas elas não chegarão até ele” (Sl 32:6). “Não é este o jejum que eu tenho escolhido? Soltar os grilhões da perversidade, desfazer as pesadas cargas e permitir ao oprimido ir livre, e que vós quebreis todo jugo?” (Is 58:6). Quando oramos e jejuamos, o que está ao nosso redor se desfaz e nós conseguimos nos proteger. 2. Devemos buscar a presença do Senhor. “Tu és o meu esconderijo; tu me preservarás da dificuldade; tu me cercarás com canções de libertação. Selá” (Sl 32:7). Encontramos a Sua presença quando nos reunimos na congregação. Na igreja, Deus desmascara píton e nos envolve com cânticos de livramento. 3. Precisamos experimentar o poder do Espírito Santo. “Então, eles temerão o nome do Senhor desde o oeste, e a glória dele desde o nascer do sol. Quando o inimigo vier a entrar como uma inundação, o Espírito do Senhor erguerá um estandarte contra ele” (Is 59:19). O Espírito Santo levanta uma bandeira contra o inimigo. Aqui está o Jeová Nissi – nossa bandeira de vitória. 4. Precisamos confessar a promessa da Palavra. “Com relação a mim, este é meu pacto com eles, diz o Senhor. Meu Espírito que está sobre ti e minhas palavras, as quais eu tenho colocado em tua boca não se afastarão da tua boca, nem da boca de tua descendência, nem da boca da descendência da tua descendência, diz o Senhor, desde agora em diante e para sempre” (Is 59:21). Ao invés do espírito sufocante de píton que surge do nosso passado, liberando as más circunstâncias e minando os relacionamentos, você pode mudar seu destino e o destino dos seus descendentes para sempre. Como? Declarando a Palavra de Deus! Coloque a Palavra na sua boca e nas bocas dos seus filhos. Deus promete mudar sua família para sempre! Diga ao espírito de píton: “Hoje você sai!” .Capítulo 25 A ESTRATÉGIA DA POBREZA O oposto de maldição na Bíblia é benção. Maldição é quando dificuldades, aflição, doença, escassez ou outras questões negativas abatem uma família ou um indivíduo por muito tempo. Benção é quando a presença de Deus concede saúde, abundância, favor e contentamento para uma família ou indivíduo. Em muitas famílias e igrejas temos visto a maldição da pobreza, e esse espírito atua trazendo uma escassez repentina que gera medo. Por sua vez, esse medo geralmente traz espíritos de tormento, incluindo depressão, falta de motivação, discussões e desespero. Até mesmo as pessoas ricas têm medo de perder suas riquezas, e por isso elas não dizimam e não contribuem como deveriam. Mas a Bíblia diz: “Manda aos que são ricos neste mundo que não sejam altivos, nem confiem na incerteza das riquezas, mas no Deus vivo, que abundantemente nos dá todas as coisas para deleites” (1Tm 6:17). Gostaria de admoestar todo aquele que Deus tem abençoado: 1. Não se orgulhe de seus feitos. O Senhor “te dá força para adquirires riqueza”, e “a bênção do Senhor é que enriquece; e não traz consigo dores” (Dt 8:18; Pv 10:22). 2. Não ponha sua fé nas riquezas e bens materiais. 3. Confie que o “Deus vivo” guarnecerá o seu futuro. 4. Aproveite o que Deus lhe deu, mas não acumule às escondidas! 5. Compartilhe o que você tem com os outros. 6. Lembre-se de preservar o tesouro no céu. LIVRANDO-SE DO ESPÍRITO DA POBREZA Agora, para aqueles que se sentem amaldiçoados pela escassez ou medo de perder o que têm, qual é a saída? Como reverter e acabar com a maldição para se ter bênçãos? Deus me revelou que Salmos 112 é a resposta positiva que podemos dar. Essa resposta irá cancelar as forças negativas do inimigo e liberar a favorável corrente das bênçãos de Deus. Temor reverente diante do Senhor da aliança Louvai ao Senhor. Abençoado é o homem que teme ao Senhor. – SALMO 112:1 Temor não significa medo, mas reverência a Jeová, o grande EU SOU. Esse é o nome que Deus disse a Moisés diante da sarça ardente. Esse é Seu nome da aliança como provedor e protetor do Seu povo. Você está submisso em reverência ao Senhor que guarda a aliança? Diga: “Eu temo o Deus da aliança!”. Alegre obediência aos mandamentos do Senhor Louvai ao Senhor. Abençoado é o homem ... que se deleita grandemente em seus mandamentos. – SALMO 112:1 Essa pessoa não se sente amedrontada diante dos mandamentos do Senhor. Ela entende quando Deus diz: “Você não deve”, pois ela sabe que isso significa “Não sofra”. Quando Deus nos dá uma palavra positiva, ela significa: “Ajude-se a ser feliz!”. Quanto às ofertas, o mandamento dos dízimos e suas promessas que encontramos nas Escrituras são os mais desobedecidos pelos cristãos: “Trazei todos os dízimos para o armazém, para que haja alimento na minha casa, e provai-me agora com isto, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e derramar sobre vós uma bênção, que não haverá espaço suficiente para recebê-la” (Ml 3:10). Esperança de um futuro melhor Fartura e riquezas estarão em sua casa, e sua justiça dura para sempre. – SALMO 112:3 1. Força. Essa é uma promessa para a sua descendência: a geração futura será poderosa na terra se andar corretamente. 2. Provisão. Se seus descendentes caminharem na justiça, Deus continuará multiplicando o seu legado. Percepção da orientação de Deus nas trevas Sobre o reto levanta-se a luz nas trevas; ele é gracioso, e cheio de compaixão e justo. – SALMO 112:4 Temos aqui a promessa da direção de Deus quando as trevas encobrem o caminho. Deus promete nos dar sabedoria para tomar as decisões apropriadas nos momentos difíceis. Jeosafá disse: “Senhor, não sabemos o que fazer; mas os nossos olhos estão postos em Ti” (2Cr 20:12, parafraseado). Espírito generoso e misericordioso Sobre o reto levanta-se a luz nas trevas; ele é gracioso, e cheio de compaixão e justo. Um bom homem mostra favor e empresta; ele guiará seus negócios com discrição. Ele dispersou, ele deu aos pobres; sua justiça dura para sempre; seu chifre será exaltado com honra. – SALMO 112:4-5,9 Essa pessoa não é amaldiçoada pelo espírito da pobreza porque ela tem um espírito misericordioso. Ela empresta, espalha e dá aos necessitados do reino. A palavra espalhar é usada no sentido de semear. Uma pessoa de espírito misericordioso é honesta e cuidadosa nas finanças, e é dedicada ao trabalho. Aqui está a chave que abre o fluir dos céus em sua vida: “Dai, e vos será dado, boa medida, prensada, remexida e transbordante, vos darão no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes vos medirão novamente” (Lc 6:38). Viver pela fé, e não pelo medo Ele não terá medo das más notícias; seu coração é firme, confiando no Senhor. Seu coração está estabelecido, ele não terá medo, até que ele veja o seu desejo sobre os seus inimigos. – SALMO 112:7-8 Essa pessoa não checa as oscilações econômicas na Wal Street nem age baseada nos relatos dos homens! Em momentos de dificuldade ela confia no Senhor, e prova isso ao não reter os dízimos e as ofertas. Ela não permite que o inimigo a intimide e atrapalhe a obra de Deus, pois ela sabe que, seja lá o que o inimigo faça, Deus reverterá para o bem. Permitir que Deus seja glorificado Ele dispersou, ele deu aos pobres; sua justiça dura para sempre; seu chifre será exaltado com honra. – SALMOS 112:9 A palavra força representa posição. Deus concederá Sua glória aos abençoados e lhes dará honra e favor. Essa é a Sua promessa. Estamos aqui para quebrar o espírito da pobreza, para expulsá-lo, demonstrar a nossa fé, e não o medo. Hoje o Senhor romperá a ação do espírito da pobreza em você e na igreja. Capítulo 26 A ESTRATÉGIA DO LEGALISMO É mais fácil viver seguindo regras estipuladas por alguém do que obedecer e seguir o Espírito Santo! Lamento dizer que, nos meus quase quarenta anos de ministério, eu fui tanto culpado quanto vítima do legalismo. A primeira vez em que vivi o legalismo da igreja, eu era aluno do Ensino Médio, e isso aconteceu em meados dos anos 60. No furor da guerra do Vietnã, enquanto Dr. Martin Luther King Jr marchava para minha cidade natal em Montgomery, Alabama, nosso pastor nos alertava sobre o perigo traiçoeiro do baile de formatura! Quando fui ministrar na Igreja Batista Central, em Chat anooga, no ano de 1979, travou-se uma guerra nas igrejas conservadoras sobre a questão das mulheres usarem calças e sobre o comprimento dos cabelos dos homens. Até mesmo óculos com armações arredondadas eram supostamente banidos em alguns círculos, com a justificativa de que eles te identificavam como um liberal! Sair de um círculo cristão para outro pode ser um verdadeiro choque cultural por causa do legalismo. Nunca vou me esquecer do comentário de um amigo sobre sua visita a alguns cristãos em um país europeu. Na congregação, ouviu-se falar de algumas mulheres que lamentavam a questão do uso excessivo de maquiagem pelas mulheres americanas. Enquanto falavam tristemente sobre o declínio do cristianismo tradicional na América, aquelas mulheres europeias derramavam lágrimas em seus copos de cerveja! Será que confundimos nossas mensagens com nossos próprios gostos e preferências culturais? Como estamos delimitando a diferença entre o que Deus exige e o que o homem deseja? E como evitar que nossas igrejas corrompam a mensagem de Deus com regras hipócritas que atrapalham a obra de Deus? Um dos demônios mais traiçoeiros que luta contra a igreja, dividindo-a e impedindo que haja renovação, é o legalismo. Ele pode ser definido simplesmente pela substituição do plano de salvação de Deus pelas obras do homem, e pode ser relacionado às leis do Antigo Testamento. Alguns querem acrescentar algo ao simples evangelho da morte e ressurreição de Cristo e à nossa fé nesse sacrifício. Esse é o núcleo do legalismo. Outros querem acrescentar normas culturais que não têm fundamento bíblico às práticas da vida cristã. E há aqueles que querem adicionar traços denominacionais à definição de espiritualidade. E ainda há outros queaqueles espíritos do inferno. Em menos de uma hora, treze demônios se manifestaram como espíritos de suicídio, avareza, morte, doença, depressão, medo, rebelião, rejeição, dentre outros. Todos tinham nomes de pessoas, mas quando se perguntava sobre a natureza de seus nomes reais, na autoridade de Jesus, eles revelavam somente depois de muita luta. Aquela doce senhora ainda está se recuperando e necessita de acompanhamento por causa das feridas deixadas pelo inimigo. Mas ela está melhor agora, e eu acredito que ficará totalmente curada no futuro. Essa experiência me fez abrir os olhos para um outro mundo. De repente, entendi que o que antes eu considerava teoria era batalha de verdade! Talvez eu, como pastor, tivesse agido até então como um Dom Quixote espiritual, lutando contra moinhos de vento enquanto meu povo vivia em cativeiro, não é? Prostrei-me de joelhos e o Espírito de Deus gentilmente me falou: “Hoje eu te dou o que outrora me pediste”. Sim, eu queria a realidade de Deus, e eu estava descobrindo, pelas minhas próprias dores e pelo livramento de outros, uma direção e uma paixão renovadas pelo ministério. Imediatamente, o Senhor me levou a convidar um amigo ministro para fazer uma conferência sobre batalha espiritual. Éramos amigos de longa data, e nele a presença de Deus era notória. Nós e outras pessoas oramos durante meses pelo poder revigorante de Deus. O bispo J. Tod Zeiger aceitou o convite e pregou sobre “Fortalezas na Vida do Cristão”. Desde o primeiro culto, Deus já estava libertando pessoas. A igreja foi tomada pelo avivamento de tal modo que o encontro teve de acontecer outra vez. Literalmente, centenas de pessoas tiveram suas vidas mudadas naquele dia. Desde então, vimos outras centenas sendo libertas por meio da oração e da batalha espiritual. As histórias de alguns desses casos serão relatas mais adiante. Muitos estavam infelizes. Alguns anos antes, no ministério de Jack Taylor, Deus me revelou a verdade sobre o louvor e a adoração. Posteriormente, em um seminário sobre adoração com o Dr. Jack Hayford, Deus mostrou que minha adoração era deficiente e me ensinou a adorar e a exaltar Jesus em público. À medida que os velhos costumes, ideias e tradições eram deixados para trás, algumas pessoas se sentiam desconfortáveis. Surpreendentemente, um dos membros da igreja me acusou de amedrontar as pessoas e de não ser um verdadeiro Batista. O inimigo já havia incitado um pequeno grupo para tentar impedir a renovação e o avivamento que estava acontecendo. Naquele período, um de nossos membros havia perdido seu marido, que sofreu um enfarte. Ela foi deixada com um filho e uma filha adolescentes. Segundo os médicos, seu coração também estava com problemas e havia a possibilidade de ela ter que passar por uma cirurgia muito arriscada. Quando fiquei sabendo da notícia, minha esposa e eu fomos imediatamente orar com ela antes de sua internação. O Espírito Santo me falou claramente: “Essa doença não vem de mim, e não permanecerá”. Orei pela minha amiga repreendendo todo espírito de enfermidade e morte. Milagrosamente, quanto a examinaram no dia seguinte, todos os sintomas haviam desaparecido! Depois disso, os membros que se opuseram ao avivamento e àquele ministério se afastaram. Por três anos, a igreja passou por altos e baixos. Por fim, todos os que criaram resistência foram revelados, e alguns deles também foram declarados culpados por atos criminosos. A igreja sobreviveu a essa dificuldade e a um processo de milhões de dólares. DIFICULDADES PESSOAIS Em meio a todas essas lutas eu fui acometido por uma enfermidade. Uma quinta-feira à noite, Kelli, minha filha mais velha, veio passar a noite conosco porque ela havia sonhado que eu estava doente. Naquela noite, aproximadamente 1:00 da manhã, eu acordei sentindo mal-estar e tonteira. Fui ao banheiro e lá desmaiei, perdendo a consciência. Minha filha ouviu o barulho e logo foi ver o que tinha acontecido. Enquanto estava desmaiado, eu me senti em paz. Vislumbrei, de relance, o brilho e a glória de um outro mundo e, por um momento, eu senti o cheiro desse outro mundo. E então, ao longe, eu ouvi a voz de Kel i me chamando: “Papai, papai...” e eu acordei. Fiquei uma semana hospitalizado por causa de problemas cardiovasculares e até hoje tomo remédios todos os dias para estabilizar as batidas do meu coração. Essa experiência me ensinou o verdadeiro segredo da batalha espiritual: a batalha não é nossa, mas do Senhor. Meu cardiologista veio me visitar e disse: “Pastor, você precisa praticar o que prega se quiser viver.” Depois disso, Deus me ensinou o que compartilharei com você neste livro. Ele pode preparar você para fazer a Sua obra e realizar a Sua vontade. PERÍODOS DE GUERRA E PAZ Descobri que a intensidade da guerra espiritual é periódica. Os ciclos de Deus incluem períodos de descanso, e mesmo assim Ele também quer que combatamos “o bom combate da fé” (1Tm 6:12). Precisamos estar atentos o tempo todo para o ataque do nosso inimigo. “Sede sóbrios, sede vigilantes; porque o vosso adversário, o diabo, anda em derredor, como um leão que ruge, buscando a quem possa devorar” (1Pe 5:8). Cabe a nós resistir às suas investidas. “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4:7). O conteúdo seguinte tem como objetivo te equipar para a batalha contra as forças espirituais que se opõem a você. Os cristãos andam em um campo minado. Ainda assim, a vitória é nossa. Deus raramente nos poupa das dificuldades, mas Ele nos direciona pelos vales escuros e quer nos ensinar que não conseguimos sobreviver sem Ele. Devemos nos equipar totalmente com a armadura espiritual e com os outros recursos que já são nossos. Capítulo 2 TOMANDO POSSE DA VITÓRIA As batalhas na guerra, muitas vezes, são conquistadas ou perdidas antes mesmo do primeiro confronto. No fim das contas, são as estratégias desenvolvidas e decisões tomadas que revelam o vencedor! E isso também se aplica à luta espiritual. Nosso manual de guerra, a Bíblia Sagrada, registra uma vitória que já foi determinada e conquistada. Com a encarnação, vida, morte e ressurreição de Jesus, o Messias, Deus deu o golpe decisivo e declarou vitória sobre Satanás e sua força. O mundo de hoje parece desprezar essa realidade. O crescimento do Islamismo radicalista, com suas ameaças terroristas tentando dominar o mundo, é um novo oponente nas linhas de frente da batalha. Com ataques mais sutis contra o Cristianismo e seus valores, a “guerra cultural” acontece na educação, no governo e na mídia. Contudo, o Novo Testamento claramente afirma que os cristãos já foram retirados do reino das trevas e levados para o reino de Jesus Cristo (Cl 1:13). Embora invisível, e ainda não totalmente manifesto, o reino de Deus se revelou em Jesus Cristo de Nazaré. Além disso, a igreja, apesar de suas falhas, soma hoje mais de um bilhão de pessoas. As conversões ao Cristianismo excedem as conversões ao Islamismo! A promessa de Jesus é verdadeira: “as portas do inferno não prevalecerão contra ela [a igreja]” (Mt 16:18). No reino invisível, Jesus Cristo desarmou os poderes das trevas e manifestou publicamente Seu triunfo sobre eles. “De uma vez por todas, a batalha decisiva contra o poder do mal foi pelejada e vencida; todavia, o longo confronto continua, pois a manifestação do Dia da Vitória ainda está por vir.”[Nota 1] O mal não deve ser justificado pela natureza, educação, psicologia ou evolução. Há uma atuação de forças malignas por trás das histórias de terríveis atrocidades humanas! As Escrituras revelam um fato oculto do mal que, implicitamente, afetou toda a história e toda a humanidade. Leia o que o saudoso professor James S. Stewart escreveu em seu livro A Faith to Proclaim: Se Paulo voltasse aos dias de hoje e olhasse o trágico conflito do nosso mundo, ele ainda diria que “não temos que lutar contra a carne e o sangue”, nem contra homens e nações, Cesarismo ou Comunismo, como se os interesses da democracia fossem sinônimos da justiça de Deus; não é nada tão simplesquerem acrescentar seus gostos pessoais, preferências e aversões àquilo que seria próprio para um cristão. Tudo o que é acrescido ao Evangelho se torna um novo evangelho e é inaceitável aos olhos de Deus. Acredito que o mundo não tem rejeitado nossa mensagem, mas tem rejeitado a nossa caricatura da mensagem. Olhar os excessos de um Islã legalístico e a escravidão que ele desencadeou deve ser um chamado para as igrejas cristãs. Se nossa obrigação for alcançar um bilhão de muçulmanos com o evangelho de Cristo, então é melhor termos mais para oferecer do que um conjunto de regulamentos para se seguir. PAULO FALA SOBRE O LEGALISMO Quando Jesus veio ao mundo, a fé dos judeus tinha se transformado em extremo legalismo, pois as regras tinham substituído o relacionamento com Deus. O legalismo tinha escravizado as pessoas, mas Jesus veio para libertá-las. Gálatas 3 é o argumento chave de Paulo para contrastar a lei e a fé. Muitos gálatas que tinham se convertido a Cristo estavam se voltando para o judaísmo e para a lei. Gálatas 3:7 nos diz: “Sabei, pois, que aqueles que são da fé são chamados filhos de Abraão”. Um verdadeiro judeu que faz parte da família de Deus é “da fé”. Sendo assim, todos os que creem são filhos de Abraão. Paulo faz dois apelos aos gálatas. 1. O apelo espiritual O apelo de Paulo aos gálatas tem como base a experiência pessoal deles. Ó insensatos gálatas, quem vos encantou a fim de que não obedecessem à verdade, quando entre vós, diante de vossos olhos, Jesus Cristo foi evidentemente apresentado e crucificado? Apenas quero saber de vós isto: Recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela fé naquilo que ouviram? Sois assim tão tolos? Depois de terdes começado pelo Espírito, quereis agora ser aperfeiçoados pela carne? Padecestes tantas coisas em vão? Se é que foi em vão! Aquele que vos ministra o Espírito e realiza milagres entre vós, o faz pelas obras da lei, ou pela fé naquilo que ouviram? – GÁLATAS 3:1-5 A experiência deles com o Espírito Santo é mencionada três vezes. Paulo usa a palavra insensato, que quer dizer “desprovido de razão”. Aqueles cristãos tinham perdido o bom senso! Você entenderá porque o legalismo torna o cristão “irracional” quando ler suas implicações espirituais. O legalismo é uma enganação demoníaca. “Quem vos fascinou. .”. O termo grego aqui é baskaino, e significa “enfeitiçar”. Essa é uma referência óbvia a um espírito enganador que levou aqueles cristãos ao erro. Muitas armadilhas estranhas que os homens têm acrescentado à prática do Cristianismo existem por causa do engano de Satanás, ou do seu “feitiço”. O legalismo desobedece à verdade. “... para não obedecerdes à verdade. .”. Esses cristãos seguiram o engano por um caminho de desobediência. A verdade divina foi substituída por uma mentira que eles seguiram e, portanto, eles viveram em desobediência à vontade de Deus. O legalismo desonra a cruz. “... perante os olhos de quem Jesus Cristo foi evidenciado, crucificado, entre vós?” Paulo declarou que Jesus Cristo foi “evidenciado” ou exposto. Parece-nos que a crucificação de Cristo foi abordada de tal maneira que eles foram dramaticamente salvos pela sua mensagem. O Cristo crucificado comoveu a igreja da Galácia, mas eles voltaram suas costas para a cruz com insensatez e retornaram à Lei. Fazendo isso, aquele povo desonrou o sacrifício feito por Jesus na cruz. O legalismo renuncia o Espírito. “... recebestes o Espírito...”. Os cristãos tinham recebido o Espírito Santo, e Ele começou a operar. Mas hoje, eles tentam viver segundo a Lei e de acordo com a carne. O Espírito Santo possibilita a oferta de uma vida em sacrifício a Deus, e a carne não pode fazer o que foi iniciado pelo Espírito. É impressionante ver como muitos cristãos são salvos pela obra do Espírito de Deus, mas depois tentam viver o Cristianismo de acordo com o que os homens dizem ser apropriado. O legalismo desconsidera o que é milagroso. Paulo ministrou aos gálatas pelo Espírito, e outros milagres foram manifestos pelo mesmo poder. A Lei não tem poderes sobrenaturais. Os milagres acontecem quando a Palavra de Deus é pregada com o poder do Espírito e quando as pessoas a recebem com fé. Nessa passagem, aprendemos que a pregação só será efetiva “pela pregação da fé”. Alguns só escutam a mensagem de forma crítica; outros escutam intelectualmente; muitos escutam com preconceito, e há aqueles que não dão ouvidos a ela! Mas se você ouvir com fé, a Palavra de Deus pode transformar-se em prática de vida. O capítulo 3 de Hebreus nos admoesta sobre aqueles que rejeitam ouvir, e nos diz que, se não ouvirmos com fé, seremos endurecidos. Hebreus 4:2 nos faz ainda outra admoestação: “Porque para nós o evangelho foi pregado, assim também como a eles, mas a palavra pregada não lhes serviu, não estando esta misturada com a fé daqueles que a ouviram”. Se a pregação não estiver acompanhada pela fé, ela não será proveitosa. A igreja da Galácia tinha perdido o bom senso. A fé tinha sido substituída pelas obras, e a graça pela lei. O próximo apelo que Paulo faz vem direto das páginas do Antigo Testamento. 2. O apelo das Escrituras Paulo achou necessário destacar a doutrina da salvação pela graça com exemplos do Antigo Testamento. Em Gálatas 3:6-7, Paulo cita a conversão de Abraão como exemplo, no Antigo Testamento, da salvação pela fé. Em Gênesis 15:6, lemos sobre Abraão: “E ele creu no Senhor, e ele lhe atribuiu isto por justiça”. Com isso, vemos que naquele tempo Deus salvava as pessoas da mesma forma com que nos salva hoje. Gálatas 3 dá continuidade a esse tema a partir da conversão de Abraão até a aliança que Deus fez com ele: “Prevendo a escritura que Deus justificaria os gentios pela fé, pregou o evangelho a Abraão, dizendo: Em ti todas as nações serão abençoadas. De modo que aqueles que são da fé são abençoados com o fiel Abraão” (Gl 3:8-9). Essa aliança inclui tanto os judeus quanto os gentios, e a promessa de benção por meio da semente de Abraão é para todos. Paulo continua dizendo: “Porque todos quantos são das obras da lei estão sob a maldição, pois está escrito: Maldito é todo aquele que não observa todas as coisas escritas no livro da lei para cumpri-las. Que nenhum homem é justificado pela lei perante Deus, isso é evidente, porque o justo viverá pela fé. E a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas deverá viver nelas” (Gl 3:10-12). A lei não pode salvar; ela só pode amaldiçoar. Se alguém não consegue cumprir toda a lei, ele é amaldiçoado por ela. A única maneira de acabar com a maldição da Lei é ter uma vida de fé. Não vivemos sob as restrições do legalismo, mas sob o poder da graça. Gálatas 3:11 cita Habacuque 2:4. Se um homem escolhe a Lei, ele vive sob a bênção e a maldição dela. Mas como todos os homens pecaram, nós estamos sob a maldição da Lei até que recebamos a Cristo, que tomou sobre Si as nossas maldições. Cristo veio para nos livrar e nos redimir da terrível maldição das amarras do pecado. Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se por nós uma maldição, porque está escrito: Maldito é todo aquele que for pendurado em uma árvore; para que a bênção de Abraão pudesse vir sobre os gentios por meio de Jesus Cristo; para que possamos receber a promessa do Espírito através da fé. – GÁLATAS 3:13-14 A citação de Paulo em Deuteronômio 21:23 nos lembra de que ser crucificado era um sinal evidente para os judeus de que aquele homem era maldito diante de Deus. Jesus tomou aquela maldição por nós: “Aquele que em seu próprio corpo levou os nossos pecados sobre o madeiro, para que nós, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes curados” (1Pe 2:24). Quando Cristo gritou, “Meu Deus, meu Deus, por que tu me abandonaste?” (Mc 15:34), Ele estava suportando as nossas maldições para que pudéssemos ser livres. E foi pela morte de Cristo que a promessa da bênção de Deus, feita a Abraão, foi cumprida. Quando cremos nele, recebemos a promessa do Espírito e vivemos na liberdade da fé. No fim de Gálatas 3, Paulo resumeseu raciocínio contrastando a lei e a promessa. Primeiro, ele enfatiza que a lei veio depois da promessa. Deus fez uma promessa a Abraão quatrocentos anos antes de entregar a Lei a Moisés para a nação de Israel. A lei não cancelou a promessa. Paulo também nos lembra de que a Lei foi estabelecida por causa da maldade: “Então, para que serve a lei? A lei foi acrescentada por causa das transgressões, até que viesse a semente para quem a promessa fora feita; e foi estabelecida por anjos pelas mãos de um mediador. Ora, um mediador não é um mediador de um apenas, mas Deus é um só” (Gl 3:19-20). A Lei chegou ao povo por meio de um mediador. A salvação prometida a Abraão foi trazida na pessoa de Jesus Cristo! Quando estudamos mais tarde os argumentos de Paulo, aprendemos que a Lei expõe o pecado: “É então a lei contrária às promessas de Deus? De modo nenhum. Se tivesse existido uma lei que pudesse vivificar, em verdade, a justiça teria vindo pela lei. Mas a escritura concluiu tudo sob o pecado, que a promessa pela fé de Jesus Cristo possa ser dada aos que creem. De modo que a lei foi a nossa pedagoga, para trazer-nos a Cristo, a fim de que pudéssemos ser justificados pela fé” (Gl 3:21-22,24). A Lei pode revelar o pecado, mas ela não pode nos livrar do pecado. Outra tradução usa a palavra tutor para descrever o papel da Lei em nossos corações. A palavra grega usada era paidagogos. Nos tempos da Bíblia, esse termo se referia ao escravo que era escolhido para treinar um menino até que ele se tornasse adulto. Na arte dos antepassados, esse tutor único era descrito com uma vara em sua mão. Os paidagogos eram geralmente severos, muito parecidos com os sargentos treinadores dos fuzileiros navais. O propósito da Lei era nos levar à exaustão com nossa condição de perdidos para nos forçar a encarar e confessar nossa total inabilidade e incapacidade de salvação. Éramos literalmente aprisionados e vigiados pela Lei. Mas ela nos leva a Cristo, que nos liberta e nos faz Sua família. Como cristãos, permanecemos juntos em Cristo em plena fraternidade. Somos partes da promessa feita a Abraão; somos herdeiros de Deus. Não deixemos que preferências culturais, denominações e posições milenares nos dividam. Celebremos o fato de todos sermos salvos pelo sangue de Jesus! PARTE V GARANTINDO A VITÓRIA SOBRE O INIMIGO Capítulo 27 A VITÓRIA NO CALVÁRIO O entendimento bíblico da batalha espiritual começa no final, e não no começo. Isso é justo porque é importante mantermos nosso foco em Cristo, e não no poder do inimigo. Satanás não tem nenhuma autoridade legítima sobre qualquer cristão; ele é um usurpador e um transgressor na terra de Deus. Não podemos admitir sua reivindicação arrogante do reinado deste mundo. Isso seria uma traição a Cristo, que se entregou à cruz e não se curvou diante do inimigo quando foi tentado no deserto. Devemos ir direto ao cerne da batalha espiritual: a batalha já está ganha! Satanás está sob julgamento desde o Éden. Não podemos nos esquecer de que o julgamento de Satanás foi anunciado no Éden e consumado no Calvário! Devemos proclamar que o que foi proferido sobre Satanás no Éden foi executado: “E eu colocarei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; ela ferirá a tua cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3:15). Apesar da sua força, ele não prevaleceu sobre aquele que lhe era mais forte. No clássico O Peregrino, de John Bunyan, Temeroso e Desconfiado desistem da sua jornada à cidade de Deus quando veem dois leões. O narrador diz: “os leões estavam acorrentados, mas de onde o Cristão estava não podia ver as correntes que os prendiam”.[Nota 1] Satanás e as forças do inferno estão em uma pequena coleira desde o Calvário. Nós não estamos lutando para a vitória, mas pela vitória. O objetivo da guerra espiritual é adotar e reforçar a vitória da cruz sobre o inimigo. Não devemos superestimá-lo, nem subestimá-lo. Não somos duelistas que acreditam que Deus e o diabo são igualmente fortes e que lutam pelo controle do homem. Satanás não coexiste com Deus, e os poderes das trevas foram vencidos na cruz. A passagem extraordinária de Colossenses 2 tem seu clímax no versículo 15 com a gloriosa afirmação da vitória de Cristo: “E, despojando os principados e potestades, os expôs abertamente, triunfando sobre eles em si mesmo”. A maioria das pessoas vê na cruz o sacrifício de Cristo para o nosso perdão. Nós vemos Seu exemplo único de amor incondicional e vemos a demonstração do amor de Deus por nós. Tudo isso é verdade, mas existe ainda outra verdade sobre o que aconteceu naquela cruz. Uma batalha espiritual cósmica foi travada naquele dia. Esse foi o dia culminante de todo o ódio de Satanás por Jesus. Satanás tentou matar Jesus no Seu nascimento usando a tirania de Herodes; tentou Jesus no deserto para desviar os planos do Pai e colocou diante do Senhor a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. Ele tentou Jesus no corpo, na alma e no espírito. Mas Jesus o venceu com a Palavra de Deus. Não podemos ter dúvidas quanto ao claro propósito da vinda de Jesus a este mundo: Ele veio para batalhar contra Satanás. O Senhor Jesus deixou o céu e invadiu a esfera de Satanás, sendo foi rejeitado pelos homens e odiado por Satanás. Em Seu primeiro discurso na sinagoga em Nazaré, Jesus citou Isaías 61:1: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque o Senhor tem me ungido para pregar boas novas ao pobre. Ele tem me enviado para atar as feridas do dilacerado, para proclamar liberdade aos cativos e a abertura da prisão para aqueles que estão encarcerados”. Jesus via nosso mundo como cativo, cego, desiludido e ferido, isto é, vítima das consequências desastrosas do controle de Satanás. Ao longo do Seu ministério, Jesus confrontou as forças do inferno e as expulsou. Muitas vezes, Ele fez cegos enxergarem – e Ele ainda abre os olhos daqueles que Satanás cegou e ainda liberta os cativos de seu cativeiro. Jesus viu a obra destrutiva de Satanás e agiu. A Bíblia está cheia de versículos que revelam essas verdades. Em uma das muitas afirmações sobre o propósito do Senhor ter vindo a este mundo, João diz: “Para este propósito o Filho de Deus foi manifestado: para que pudesse destruir as obras do diabo” (1Jo 3:8). Pouco antes da crucificação, Jesus disse: “Agora é o juízo deste mundo; agora será expulso o príncipe deste mundo” (Jo 12:31). Quando foi preso, Jesus disse para os que O prenderam: “Eu tenho estado diariamente convosco no templo, não estendestes as mãos contra mim; mas esta é a vossa hora, e o poder das trevas” (Lc 22:53). O mundo em que Ele ministrava estava dominado por Satanás: “E nós sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo jaz no maligno” (1Jo 5:19). E mais uma vez, Seu propósito é declarado pelo autor de Hebreus: “E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também participou das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo” (Hb 2:14). O apóstolo Paulo não tinha dúvidas sobre o que aconteceu na esfera espiritual no dia da crucificação de Jesus. A passagem de Colossenses 2:6-15 nos dá em detalhes o panorama espiritual da batalha cósmica travada no Calvário naquele dia, revelando a nossa vitória. Paulo diz que três coisas importantes aconteceram na cruz que os olhos naturais não puderam ver. A CRUZ DESPOJOU SATANÁS Poderes espirituais hostis reinaram sobre o homem e o mundo, e esse reino teve sua origem no pecado e na Queda. Mas Jesus veio para derrotá-los: “E, despojando os principados e potestades, os expôs abertamente, triunfando sobre eles em si mesmo” (Cl 2:15). A palavra “despojar” significa “desapossar”, “saquear” ou “roubar”. No original do grego, trata-se do tempo verbal aoristo, que significa “despojado de uma vez e para sempre”. Não haverá outro confronto; a batalha já foi decidida para sempre. A cena sugerida por essa palavra é a de um inimigo caído que teve sua espada, armadura, escudo, posição e riqueza tomados. As Escriturasnos ensinam que Satanás foi destituído de direito, poder e autoridade sobre aqueles que se curvaram aos pés da cruz e receberam o precioso sangue de Cristo como expiação dos seus pecados. E o que Jesus tomou de Satanás? Vemos em Romanos 8:33-34 que Ele tirou o direito de Satanás nos acusar: “Quem acusará alguma coisa aos escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é o que condenará? É Cristo que morreu, sim, que foi ressuscitado, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós”. De Satanás foi tirado o direito de nos matar. Não somos mais culpados, e lhe foi tirado o direito de propriedade sobre nós. Ele não tem armas nem meios de nos manter presos. A CRUZ EXPÔS SATANÁS Cristo “os expôs publicamente”. Alguém pode discordar dessa palavra e dizer: “Mas não foi Cristo o exposto publicamente naquele dia?” Sim, Ele foi. Rasgaram as Suas vestes e O expuseram diante dos homens que gritavam: “salve- se a si mesmo, se este é o Cristo, o escolhido de Deus”. Mas não podemos nos esquecer de que também havia outra exposição pública acontecendo na esfera espiritual invisível. Na esfera espiritual, Cristo expôs publicamente Satanás e todas as forças demoníacas. Jesus os exibiu diante do mundo dos anjos, do mundo dos demônios, do mundo espiritual e diante dos “justos aperfeiçoados”. E eles não viram Satanás como anjo de luz, modo pelo qual ele normalmente se manifesta, mas viram sua verdadeira natureza. Eles o viram como um mentiroso sujo e asqueroso. Satanás e todas as forças demoníacas foram vistos em sua verdadeira natureza. Satanás e todo o seu exército agitaram-se em grande fúria contra o aparentemente indefeso Filho de Deus. Satanás veio como Apoliom, o destruidor. Quando a poeira da batalha se dissipou, havia uma cruz vazia e um túmulo vazio. Jesus derrotou Satanás em seu território. Ele foi mostrado como o adversário vencido que é – exposto como em um outdoor, e estavam expostos à vista de todos. Satanás é sempre um espetáculo público de derrota quando o povo de Deus declara a vitória do Calvário. Em Sua ascensão, Jesus atravessou a atmosfera declarando que nem a lei da gravidade nem os poderes do inferno poderiam segurá-Lo. A CRUZ VENCEU SATANÁS Dr. James S. Stewart, pregador escocês e ex-capelão da rainha da Inglaterra, apoiava os fundamentos da fé na igreja anglicana quando ainda não se era comum fazê-lo. Dr. Stewart exigia um retorno à verdade; ele afirmava que uma batalha cósmica havia se travado na cruz. Atrás da cruz, há uma figura do homem decadente. Os pecados da humanidade, tal como o orgulho, a inveja, a ganância, o falso moralismo, a religião, a injustiça política e a indiferença levaram nosso Salvador à cruz. E por trás deles, estavam os principados e potestades do mal. As pessoas eram movidas por forças que iam além das suas. [Nota 2] Jesus escolheu morrer pelo Seu povo porque Ele sabia que o inimigo, com sua força, mantinha o laço da morte sobre eles. E Cristo, ainda mais forte, veio trazer os cativos à liberdade. Ele agiu na história não apenas para resgatar os pecadores, mas também para expor o erro do dualismo. Em todo lugar, as pessoas temiam os deuses da superstição. Jesus não apenas os venceu, mas anunciou que eles se curvariam diante dele e confessariam que Ele é o Senhor. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho das coisas nos céus, e coisas na terra, e coisas debaixo da terra, e para que toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. – FILIPENSES 2:9-11 O poder de Satanás foi destruído na cruz, e o triunfo sobre Satanás finalmente chegou. O verbo “triunfar” significa “conquistar completa e irreversivelmente”. Entretanto, a pergunta persiste: “Se Satanás foi despojado, exposto e vencido na cruz, por que minha vida está tão distante da vitória?”. Primeiro, se não está salvo, você está vulnerável aos ataques e à presença do inimigo em sua vida. Não há outro meio de ser vitorioso sobre Satanás, a não ser pelo sangue de Jesus, derramado pelos seus pecados. Segundo, se você é cristão, Satanás só atacará se você permitir. A Bíblia nos admoesta: “Não deis lugar ao diabo” (Ef 4:27). Se você deu lugar ao diabo por meio de uma vida pecaminosa, você colocou um tapete de boas-vindas para o inimigo entrar em sua vida e te escravizar. Muitos cristãos levam vidas tão fracassadas e deprimentes que não honram ao Senhor nem servem de exemplo para outros. Esses cristãos fazem parte de uma igreja fraca e anêmica que não reflete aquilo que Cristo realizou na cruz. Por acaso Jesus morreu para que hoje tivéssemos uma igreja cheia de pessoas enfermas, deprimidas e presas ao inimigo? Há vitória na cruz! O sangue nos purificou dos pecados e aniquilou o poder do inimigo. Cada martelada nos pregos que cravaram Suas santas mãos cravava também os pregos no caixão de Satanás. Todos os cristãos estão libertos. A morte de Cristo foi uma batalha na qual Deus alcançou uma vitória imortal, e o conflito foi violento e misterioso. Nosso Senhor morreu para vencer a batalha e ressurgiu dos mortos para nos garantir a vitória. Temos vitória em Jesus todos os dias. Quando Satanás se aproxima, nós simplesmente o fazemos lembrar do nosso Salvador. Se ele nos acusar, apontamos para o perdão. E se ele nos tentar, nós o afrontamos com as palavras do Senhor. E se ele tenta nos tocar, declaramos que ele não tem autoridade sobre o que é propriedade de Deus. Notas do Capítulo 27 Nota 1 - Matthew George Easton, Easton’s Illustrated Bible Dictionary (New York: T. Nelson and Sons, 1894), s.v. “Leviathan”, 420. [Voltar] Nota 2 - PCStudy Bible, Bíblia online, Brown-Driver-Briggs Hebrew Lexicon, copyright © 1993, Woodside Bible Fellowship, Ontario, Canada; Licenciado por Institute of Creation Research; usado com permissão; s.v. “Leviathan.” [Voltar] Capítulo 28 ALICERCES PARA A VITÓRIA Em 2 Timóteo 2:3-4, todo cristão é descrito como um soldado em guerra. Se quiserem alcançar a vitória, o plano de batalha dos soldados deve ser guardado em alicerces firmes do ensino da Palavra de Deus. A maior cilada do inimigo está em perverter e negar a verdade. Os alicerces de Deus são fortes e nós precisamos descansar nossa fé, planejamento e estratégia de luta sobre três sólidas bases bíblicas e espirituais: 1. A obra consumada de Cristo; 2. A união dos crestes com Cristo; 3. A obra do Espírito de Cristo no cristão hoje. O ALICERCE DA OBRA CONSUMADA DE CRISTO Tudo o que temos e podemos aproveitar na esfera do Espírito tem base no glorioso fato de que o filho de Deus veio encarnado, invadiu este mundo infestado de demônios e conquistou a vitória por Sua morte e ressurreição sobre a cruz. Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com poder; o qual andava fazendo o bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus estava com ele. – ATOS 10:38 Como Deus conquistou essa vitória? Leia Atos 10:39-40: “ao qual mataram, pendurando-o em um madeiro; a este, Deus ressuscitou ao terceiro dia, e o manifestou abertamente”. No início dos anos 50, o falecido Professor James S. Stewart, na conferência de Lyman Beecher, na Universidade de Yale, lamentou a falta de ensinamento sobre os demônios e a derrota destes, a qual só é alcançada por meio da cruz: “Eu gostaria de introduzir o tema da pregação da cruz sugerindo que, se para muitos contemporâneos os impactos de Newton, Darwin e Freud têm negado a existência do divino, eles têm, com mais intensidade ainda, negado o satânico”. [Nota 1] Posteriormente, ele afirma: “A retirada da dimensão satânica tem tido o seu impacto sobre a teologia cristã. . uma força usurpadora pessoal viva e tirânica. . e não simplesmente uma fobia humana ou um ego dividido”.[Nota 2] A morte de Jesus fez pelo menos quatro coisas para garantir a vitória. 1. Ele resolveu a questão do pecado. Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos acesso pela fé a esta graça, naqual estamos firmes, e nos regozijamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança; e a esperança não nos envergonha, porque o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que é dado a nós. –ROMANOS 5:1-5 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito. – ROMANOS 8:1 E incorruptível, Jesus morreu em nosso lugar para quitar nossa dívida de pecado e para que Satanás não tivesse mais o direito de nos acusar. 2. Ele veio para que você fosse aceito. Para louvor da glória da sua graça, pela qual nos fez aceitáveis a si no Amado. – EFÉSIOS 1:6 Você agora tem um valor eterno. 3. Ele veio para derrotar Satanás. Ele nos livrou do poder das trevas, e nos transferiu para o reino do seu amado Filho. – COLOSSENSES 1:13 E, despojando os principados e potestades, os expôs abertamente, triunfando sobre eles em si mesmo. – COLOSSENSES 2:15 E já que os filhos são participantes da carne e do sangue, ele também participou das mesmas coisas, para que através da morte ele destruísse aquele que tinha o poder da morte, isto é, o diabo; e livrasse aqueles que, por terem medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão. – HEBREUS 2:14-15 Aquele que comete pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para este propósito o Filho de Deus foi manifestado: para que pudesse destruir as obras do diabo. – 1 JOÃO 3:8 A morte expiatória de Cristo foi a batalha de todos os tempos. Vitórias invisíveis estavam sendo conquistadas. O teólogo Gustav Aulen declara que Jesus é “Christus Victor”.[Nota 3] Sua morte foi triunfante. P.T. Forsyth disse: “A terrível necessidade do mundo é menor do que a impressionante vitória de Cristo. E os demônios que encontramos já foram destinados ao inferno junto ao Satanás que Cristo derrotou. A maldade do mundo é, apesar de tudo, como ‘touro na rede’, uma fera acorrentada se batendo até a morte”.[Nota 4] João Calvino, ao comentar Colossenses 2:8-15, disse: “Não existe nenhum tribunal tão esplêndido, nenhum trono tão majestoso, nenhuma manifestação de triunfo tão notável, nenhuma carruagem tão elevada quanto o mastro [da cruz] em que Cristo venceu a morte e o diabo... pisando-os sob seus pés”.[Nota 5] O grande teólogo Alemão Oscar Cul man, no seu livro Christ and Time, fala sobre a obra consumada de Cristo: “Os principados e potestades entre a Ressurreição e a Parusia [Segunda Vinda] estão amarrados a uma corda, mas ainda em liberdade para manifestar seu caráter demoníaco, mas embora estejam atados, pois Cristo já venceu todos os demônios: a cruz e a ressurreição são a batalha decisiva que definiu o rumo da guerra e definiu a luta, mesmo que o Dia da Vitória ainda esteja longe de chegar”.[Nota 6] Nós precisamos entender que lutamos sobre os alicerces de uma vitória que já foi conquistada! Cristo veio anular tudo o que herdamos do primeiro Adão. Portanto, como por um homem o pecado entrou no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram; (porque até a lei, o pecado estava no mundo; mas o pecado não é imputado quando não há lei. No entanto, a morte reinou desde Adão até Moisés, até mesmo sobre aqueles que não tinham pecado à semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de vir. Mas o dom gratuito também não é como a transgressão. Porque, se pela transgressão de um morreram muitos, muito mais abundou a graça de Deus para os muitos, e o dom pela graça de um homem: Jesus Cristo. E não foi assim o dom como transgressão, por um só que pecou. Porque o juízo veio por uma transgressão, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas transgressões para justificação. Porque, se pela transgressão de um homem, a morte reinou por meio de um, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por meio de um, Jesus Cristo). Portanto, assim como pela transgressão de um veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também pela justiça de um veio o dom gratuito sobre todos os homens para justificação de vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos. Além disso, veio a lei, para que a transgressão abundasse; mas onde o pecado abundou, superabundou a graça; para que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a vida eterna, por Jesus Cristo, nosso Senhor. – ROMANOS 5:12-21 No Jardim do Éden, Satanás usurpou a herança da humanidade e entronizou a morte como rei da terra. Um “segundo Adão” – Jesus Cristo – foi convocado para quebrar os grilhões dos principados e potestades, e para resgatar a raça da extinção (Rm 5:17). Eu e você temos que nos apropriar da obra realizada por Cristo se quisermos gozar da Sua vitória. E isso nos leva ao segundo alicerce. O Alicerce da Nossa União com Cristo Respondeu-lhe Jesus, dizendo: Na verdade, na verdade eu te digo: Se um homem não nascer de novo, ele não pode ver o reino de Deus. – João 3:3 E vos vivificou, estando mortos em transgressões e pecados, nos quais, no passado, caminhastes, conforme o curso deste mundo, conforme o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós vivíamos, em tempos passados, nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e da mente; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é rico em misericórdia, pelo seu grande amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus; para mostrar nas épocas vindouras as abundantes riquezas da sua graça, pela sua benignidade para conosco através de Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de nós; é dom de Deus. Não de obras, para que nenhum homem se glorie. – Efésios 2:1-9 No novo nascimento (João 3:3), somos vivificados pelo Espírito Santo (Ef 2:1-9) e levados a uma união vital com Cristo. Romanos 5:10 diz: “Porque se nós, sendo inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, muito mais, tendo sido reconciliados, seremos salvos pela sua vida”. Na verdade, Sua morte assegurou nossa salvação e Sua vida nos trouxe a salvação. Deus transforma as nossas vidas ao trocá-las pela vida de Cristo. Segundo o Novo Testamento, agora somos identificados com Cristo em todos os aspectos da Sua obra consumada. Nossa morte com Cristo Estou crucificado com Cristo, não obstante, eu vivo, porém, não eu, mas Cristo vive em mim. – Gálatas 2:20 Nosso sepultamento com Cristo Romanos 6:4 declara que tudo o que recebemos de Adão foi sepultado com Cristo; o batismo é uma representação desse sepultamento. Portanto, fomos sepultados com ele para morte pelo batismo, para que assim como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida. Nossa ressurreição com Cristo Porque, se fomos plantados juntamente com ele na semelhança da sua morte, também o seremos na semelhança da sua ressurreição; sabendo isto, que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado pudesse ser destruído, para que não sirvamos mais ao pecado. – Romanos 6:5-6 E vos vivificou, estando mortos em transgressões e pecados, nos quais, no passado, caminhastes, conforme o curso deste mundo, conforme o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nós vivíamos, em tempos passados, nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e da mente; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é rico em misericórdia,pelo seu grande amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossos pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos). – Efésios 2:1-5 Espiritualmente, a pessoa salva é resgatada da morte. Embora nossos corpos não tenham sido elevados, o aspecto da ressurreição está presente em nosso espírito por meio do Espírito Santo. Na verdade, o Espírito Santo é o “penhor” ou garantia da ressurreição do nosso corpo. A vida eterna habita em cada cristão. Em quem também vós confiastes, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa, o qual é a garantia da nossa herança, até a redenção da possessão adquirida, para louvor da sua glória. – Efésios 1:13-14 Entronizados com Cristo Estando nós ainda mortos em nossos pecados, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus. – Efésios 2:5-6 Em Efésios 1:20-21, percebemos que, quando decidimos ficar ao lado de Cristo e nos sentar com Ele, ficamos então “acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio”. E tudo aquilo que antes estava sobre as nossas cabeças fica sob os nossos pés. Nossa posição estratégica é plenamente definida com Cristo. Primeira João 4:17 diz: “porque, qual ele é, somos nós também neste mundo”. Isso nos leva ao alicerce final, a plenitude do Espírito Santo. O ALICERCE DE PLENITUDE E PODER DO ESPÍRITO SANTO O Senhor da terra hoje é a terceira pessoa da Trindade, o bendito Espírito Santo, e este habita em cada cristão. Ele pode, entretanto, ser ignorado, insultado, entristecido e apagado. Mas anseia preencher, abençoar e produzir frutos em cada cristão. Só o Espírito Santo pode transformar a Palavra de Deus em espada do Espírito. E tomai o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. – Efésios 6:17 Porque a palavra de Deus é viva e poderosa, e mais aguda do que qualquer espada de dois gumes, penetrando até a divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração. – Hebreus 4:12 Só o Espírito Santo possibilita a oração eficaz. Semelhantemente o Espírito também nos ajuda em nossas fraquezas; porque não sabemos o que devemos orar como convém, mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos que não podem ser proferidos. – Romanos 8:26 Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo. – Judas 1:20 Só o Espírito Santo dá o entendimento da Palavra de Deus. Por isso também, depois de ter ouvido falar da vossa fé no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar graças por vós, fazendo menção de vós em minhas orações; para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê o espírito de sabedoria e de revelação no conhecimento dele, tendo os olhos do vosso entendimento iluminados, para que saibais qual é a esperança do seu chamado, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos. – Efésios 1:15-18 As Escrituras nos falam sobre o dom da revelação do conhecimento e do entendimento por meio do Espírito Santo. O Espírito de Deus nos possibilita entender e praticar a verdade espiritual. O Espírito Santo fortalece o nosso homem interior. (…) que sejais fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior. – Efésios 3:16 O Espírito Santo deseja encher todo cristão. Efésios 5:18 diz: “Mas enchei-vos do Espírito”. “Encher” não é nada menos do que manter o total controle do indivíduo. Esse é o senhorio de Cristo atuando na vida do cristão. Um cristão cheio do Espírito não pode ser derrotado por Satanás e suas forças demoníacas. Quando somos preenchidos pelo Espírito, vivemos em constante estado de triunfo. Notas do Capítulo 28 Nota 1 - Stewart, A Faith to Proclaim. [Voltar] Nota 2 - Ibid. [Voltar] Nota 3 - Gustav Aulen, Christus Victor: An Historical Study of The three Main Types of the Idea of the Atonement (n.p.: Society for Promoting Christian Knowledge, 1945). [Voltar] Nota 4 - P. T. Forsyth, “The Fatherhood of Death”, em Missions in State – and Church (New York: A. C. Armstrong and Son, 1908), ht p:/ www.archive. org/stream/missionsinstatec00fors/missionsinstate00fors_djvu.txt (acesso em 5 de maio de 2010). [Voltar] Nota 5 - Matthew George Easton, Easton’s Illustrated Bible Dictionary (New York: T. Nelson and Sons, 1894), s.v. “Leviathan”, 420. [Voltar] Nota 6 - Cul man, Christ and Time, 198. [Voltar] Capítulo 29 RECURSOS PARA A VITÓRIA Vamos resumir e listar as verdades que Deus tem revelado a nós. Existem cinco recursos infalíveis que garantem a vitória espiritual. 1º Recurso – assumir a autoridade Primeiro, o fiel deve assumir a autoridade de sua posição em Cristo. Em Efésios 2:6, Paulo declara que fomos elevados com Cristo e assentados com Ele nos lugares celestiais. Em Efésios 1:20-21, descobrimos que os principados e potestades estão sob os nossos pés quando assumimos nosso direito à autoridade em Cristo. O cristão está revestido de autoridade em virtude da sua união com Cristo. Essa autoridade é exercida pelo poder do Espírito Santo, que habita em nós. Temos de nos posicionar contra o inimigo com uma fé firme e inabalável. Não podemos ter medo de ordenar que o inimigo saia da nossa presença e pare de interferir em nossas vidas. 2º Recurso – a Palavra de Deus O segundo recurso infalível é a Palavra de Deus. No Novo Testamento, descobrimos que dois termos do grego são usados para traduzir “palavra” referindo-se à Escritura. Um é logos, que representa a palavra em todo seu significado e entendimento. Rhema é o outro, e significa “a palavra dita e aplicada”, ou seja, “a palavra revelada”. Efésios 6:17 chama as Escrituras de “a espada do Espírito, que é a palavra de Deus”. Nesse versículo, palavra é rhema, que significa a palavra dita, aplicada, revelada e liberada. Satanás e seus demônios irão fugir do cristão preparado, que proclama a Palavra de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo, quando tentado por Satanás no deserto, usou apenas as Escrituras para expulsá-lo (Veja Mateus 4:1-11). 3º Recurso – oração e jejum O terceiro recurso é a parceria da oração e do jejum. Em Efésios 6:18, o cristão equipado com toda a armadura recebe a seguinte instrução: “Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito. .” Em casos extremos, a oração deve ser acompanhada pelo jejum. Em Marcos 9:14-29, Jesus encontrou um pai desesperado com um filho endemoniado. Enquanto Jesus estava no monte da transfiguração, Seus discípulos fracassaram na tentativa de libertar o menino. A questão para o pai foi a fé: “E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer, todas as coisas são possíveis ao que crê” (Mc 9:23). Jesus expulsou o demônio e desafiou Seus discípulos dizendo: “Este tipo não sai de modo algum, senão pela oração e pelo jejum” (v.29). O jejum deve acompanhar a oração do fiel que enfrenta a batalha espiritual. Isaías 58:6-12 define o jejum como a privação da própria necessidade para ajudar o necessitado. Este é o tipo de jejum que Deus escolheu para derrotar o inimigo. Não é este o jejum que eu tenho escolhido? Soltar os grilhões da perversidade, desfazer as pesadas cargas e permitir ao oprimido ir livre, e que vós quebreis todo jugo? – ISAÍAS 58:6 A oração e o jejum são eficazes contra o inimigo. 4º Recurso – louvor e adoração O quarto recurso é o louvor e a adoração. No Antigo Testamento, o louvor era usado como uma arma. 2 Crônicas 20 registra a história de Jeosafá e sua batalha contra os amonitas e os moabitas. Observe a estratégia para a vitória: • O líder oferece uma oração fervorosa a Deus. 2 Crônicas 20:6-12 nos mostra as palavras dessa poderosa oração. Jeosafá confessa a total confiança em Deus pela vitória, e confessa que seus olhos estão somente nele. • Total atenção é dada à Palavra de Deus, que é proclamada por um homem cheio do Espírito de Deus. Em 2 Crônicas 20:13-17, lemos que,após a oração, a palavra profética é declarada a Jaaziel. Ele prega contra o medo e encoraja a fé. A Palavra é lançada com poder! • O louvor e a adoração fluem. Em 2 Crônicas 20:18-22, Jeosafá enviou os coros para que cantassem “com voz muito alta” (v.19). E enquanto louvavam “a majestade santa” (v.21), a invisível atuação de Deus agiu no curso da batalha. “E, quando começaram a cantar e a dar louvores, o Senhor pôs emboscadas contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que vieram contra Judá, e foram desbaratados” (v.22). Salmos 149:6 diz: “Estejam em sua boca os altos louvores de Deus, e uma espada de dois fios na sua mão”. O louvor é uma forte arma contra o inimigo. 5º Recurso – presença e virtudes de Cristo O quinto recurso é a presença e as virtudes do Senhor Jesus Cristo. Existem quatro verdades vitais sobre Jesus que garantem vitória em nossa vida. • Você tem o sangue de Jesus para os seus pecados. Primeira João 1:7 nos diz: “o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. Satanás e seus demônios só invadem onde os pecados não confessados lhes dão lugar. O sangue é uma arma indubitável: “E eles o [Satanás] venceram pelo sangue do Cordeiro. .” (Ap 12:11). • Você tem a cruz de Jesus para cuidar da sua carne. “Pois aqueles que são de Cristo já crucificaram a carne com as paixões e concupiscências” (Gl 5:24). Essa identificação com a cruz de Cristo protege você das ciladas do pecado. Gálatas 2:20 diz: “Estou crucificado com Cristo, não obstante, eu vivo, porém, não eu, mas Cristo vive em mim. E a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou, e entregou-se a si mesmo por mim”. O Cristo que habita em nós opera nos cristãos que vivem pela fé. • Você tem o nome de Jesus para derrotar o inimigo. Em Atos 16:18, Paulo expulsa o demônio de uma jovem ordenando ao espírito: “Eu te ordeno em nome de Jesus Cristo para sair dela”. Na Bíblia, os nomes representam o caráter e a autoridade de uma pessoa. O nome de Jesus Cristo não é uma palavra mágica, mas sim o reconhecimento da maravilhosa presença de Jesus e de Seu poder em todas as situações. Filipenses 2:10 nos diz: “Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho das coisas nos céus, e coisas na terra, e coisas debaixo da terra”. Os demônios se prostram diante do nome de Jesus Cristo. • A fé em Jesus é a nossa garantia de proteção. Efésios 6:16 nos fala sobre tomar “sobretudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno”. Os cristãos devem acreditar em Deus diante das acusações do inimigo, nas crises das circunstâncias e no turbilhão das dificuldades. Aquele que tem fé acredita em Deus antes que algo aconteça, e até que aconteça – porque Deus assim o disse! Capítulo 30 O POSICIONAMENTO DO CRISTÃO DIANTE DA VITÓRIA A guerra do Golfo é um clássico exemplo de estratégia de batalha. Nenhum confronto foi iniciado até que tudo e todos estivessem na posição correta. Então, o ataque aéreo começou. Os aviões aliados levaram a guerra para o céu e depois para a terra. E então, as tropas terrestres invadiram para resgatar o território perdido e libertar os cativos. A batalha espiritual também usa esse mesmo tipo de estratégia. Os cristãos precisam conhecer seu inimigo, conhecer sua força e se posicionar. Essa posição de batalha é descrita em Efésios 6:10: “fortalecei-vos no Senhor”. A salvação é Cristo em você. Sua posição de vitória é você em Cristo! ENTENDENDO A POSIÇÃO DE EXALTAÇÃO DO CRISTÃO A descrição favorita de Paulo para um cristão é “em Cristo.” Efésios usa essa expressão repetidamente para especificar os privilégios de ser um cristão. Os cristãos precisam ser “fiéis em Cristo Jesus”. Temos a possibilidade de viver na fé porque estamos em Cristo. Também “todas as bênçãos espirituais” (Ef 1:3) são nossas em Cristo. Temos certeza da nossa aceitação na família divina porque “nos deu gratuitamente no Amado” (v.6). Na verdade, ao lermos Efésios 1, veremos que todas as necessidades desta vida e da vida futura são esclarecidas quando entendemos o que significa estar em Cristo. Normalmente o foco é Cristo estar presente na vida do cristão. Mas no livro de Efésios, o foco é o cristão estar em Cristo. Para alcançarmos os propósitos deste estudo é importante notarmos que “em Cristo” o cristão é exaltado e entronizado acima dos principados e potestades “e... ressuscita juntamente... e assenta nas regiões celestes em Cristo Jesus” (Ef 2:6). Os lugares celestiais são onde Cristo está entronizado: “que manifestou em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o colocou à sua própria destra nos lugares celestiais, muito acima de todo principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo nome que se nomeia, não só neste mundo, mas também no que há de vir. E colocou todas as coisas sob seus pés” (Ef 1:20-22). Quando entendemos nossa posição em Cristo, então entendemos claramente que tudo o que está debaixo dos Seus pés está também debaixo dos pés do cristão. Como embaixadores do céu, os cristãos têm a autoridade do trono de Jesus Cristo! Nossa batalha contra Satanás e seus demônios acontece nos lugares celestiais: “Porque não lutamos contra carne e sangue, mas contra os principados, contra as potestades, contra os governantes das trevas deste mundo, contra a maldade espiritual em regiões celestiais” (Ef 6:12). Você e eu não temos em nós mesmos nenhuma autoridade sobre os demônios. Mas essas forças espirituais do mal sabem muito bem da autoridade que temos em Cristo Jesus. Embora o embaixador de um país more em outro país, ele ainda é cidadão do seu país. Quando o embaixador dos EUA fala, ele usa a autoridade de Washington DC e todo o poder dos Estados Unidos. Do mesmo modo, somos cidadãos do céu, e aqui na terra nós falamos com toda a autoridade do céu. ENTENDENDO O PROPÓSITO ETERNO DO CRISTÃO O propósito eterno de Deus para todo cristão é fazer com que sejamos semelhantes a Cristo. Nosso propósito não é lutar para adquirir a vitória, pois nosso Senhor já ganhou a batalha decisiva no Calvário. Nós lutamos pela Sua vitória e estamos aqui para reforçá-la: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6:10). O verbo fortalecer está conjugado no tempo presente do modo imperativo, isto é, temos uma ordem contínua. Observamos que o sujeito é fortalecido por uma força exterior. Poderíamos também traduzir como “continue sendo fortalecido”, mas não é o cristão que exercita seus músculos espirituais. Ele recebe e se apropria da força advinda de Deus. Deus permite que Satanás guerreie contra os cristãos. Embora fundamentalmente isso seja um mistério, diversos motivos podem ser observados com clareza. 1. As batalhas contra Satanás aperfeiçoam o cristão no uso das Escrituras. 2. Essas batalhas terrestres nos libertam para um reino de exaltação no próximo mundo: “Porque eu considero que os sofrimentos deste tempo presente não são dignos de serem comparados com a glória que há de ser revelada em nós” (Rm 8:18). 3. A guerra espiritual nos ensina sobre a tragédia da condição do homem por causa da queda da humanidade. O ódio de Satanás pela raça humana e seus incansáveis esforços para controlar o destino do homem são claramente expostos na batalha espiritual. 4. O homem conhece a sua absoluta impotência diante do inimigo quando está longe de Cristo. C. S. Lewis disse: “A educação sem valores parece tornar o homem um demônio mais astuto”.[Nota 1] 5. A batalha espiritual previne que o cristão esteja conformado demais com esse mundo. Os confrontos regulares nos conscientizam de que estamos em um território hostil. Por último, essa guerra nos ensina que o servo não está acima do seu mestre! Nosso Senhor também foi um soldado. Ele lutou até derramar o Seu sangue; Ele lutou e levou a vitória. 6. Agora é dever do cristão reforçar a vitória de Jesus. Nosso Senhor não era inexperiente na batalha; Ele encarou Satanás no início do Seu ministério, quando foi tentado, e no final do Seu ministério aqui na terra, no jardim e na cruz. O propósito de Deusé que todo cristão saiba lutar seguindo Seu exemplo. ENTENDENDO O PODER DO CRISTÃO Deixe-me lembrá-lo novamente: “Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder” (Ef 6:10). Quando um cristão entende sua posição, ele começa a se apropriar do poder de Jesus. O que é “força do seu poder”? Esse mesmo termo é usado em Efésios 1:19-20. A ação do Seu poder é o mesmo poder que trouxe o corpo morto de Jesus à vida. Esse é o mesmo poder que O exaltou acima de todos aos mais altos lugares celestiais e sobre a terra. É o mesmo poder que Paulo tinha em mente quando escreveu: “Eu posso fazer todas as coisas por meio de Cristo, que me fortalece” (Fp 4:13). Quando alguém aceita a Cristo como Senhor, ele dá início à sua vitória. A batalha é terrível e violenta, mas nós estamos do lado vitorioso. Como nos apropriar dessa vitória e vivê-la? A oração, a Palavra e a fé são o caminho. Nós recebemos poder ilimitado quando desejamos viver para o Senhor, e uma vida repleta do Espírito Santo provê a força de que precisamos. Satanás tem dois objetivos principais. Primeiro, ele deseja manter o maior número possível de pessoas longe da salvação de Cristo. Segunda Coríntios 4:4 nos revela sua terrível estratégia: “. . para que a luz do glorioso evangelho de Cristo, que é a imagem de Deus, brilhe para eles”. Satanás acredita que sua única esperança de adiamento [do seu castigo] é iludir tantos humanos que Deus reverteria Seus planos de redenção, e assim provaria ser injusto. Segundo, Satanás deseja neutralizar os cristãos, frustrando-os e desencorajando-os. Acorde para a verdade! Se você não tomar sua posição em Cristo na batalha, o inimigo te destruirá. Agora mesmo você pode tomar sua posição em Cristo. Faça a seguinte oração: Pai Celestial, eu me prostro em louvor e submissão diante de Ti. Eu Te louvo porque o sangue de Jesus me reveste, e faço isso pelo Espírito Santo, que habita em mim e enche meu ser. Rendo-me mais uma vez a Ti como sacrifício vivo; repudio a conformidade deste mundo e Te louvo pela obra transformadora de Cristo. Eu renuncio a Satanás e aos seus demônios, e declaro que eles não têm direito de interferir na minha oração. Oro ao Deus vivo e verdadeiro, e repreendo toda interferência do inimigo. Peço, Senhor, que repreendas Satanás e recebo agora minha posição de exaltação em Cristo. Reconheço que a armadura de Deus não é outra senão Cristo! Minha espada é a Palavra de Deus e o louvor. Louvo a Ti, Jesus, para que estando eu contigo em Seu trono, o inimigo fique sob os meus pés. Repreendo, repudio e renuncio tudo o que Satanás tem posto diante de mim; eu o confronto pelo sangue de Jesus e ordeno que saia em nome de Jesus Cristo. Declaro a todos os principados e potestades que sei quem sou em Cristo, e que viverei em Cristo e em Sua vitória sobre eles. Em nome do poderoso Jesus, amém. Notas do Capítulo 30 Nota 1 - C. S. Lewis Society of Califórnia, “Citações de C. S. Lewis”, ht p:/ www.lewissociety.org/quotes.php (acesso em 5 de maio de 2010). [Voltar] Capítulo 31 ARMANDO-SE PARA A VITÓRIA O velho hino “Stand Up for Jesus” tem um verso que diz assim: “Vista a armadura do evangelho / vista cada peça em oração.”[Nota 1] Esse pensamento reflete o que Paulo está dizendo à igreja. Tendo declarado a posição de batalha do cristão em Efésios 6:10 e sua postura diante da batalha nos versículos 11-13, Paulo fala da armadura que deve ser usada nessa batalha. Tanto o versículo 11 quanto o 13 convocam o cristão para ‘vestir’ toda a armadura de Deus. Essa ordem final inclui todos os aparatos da armadura. A palavra grega para “toda a armadura”, panóplia, vem de pan, que significa “toda” e hoplon, que significa “armamento”. A panóplia (“toda armadura”) inclui todos os equipamentos do soldado. Um estudioso traduziu: “vista a magnífica armadura.” Quando Paulo escreveu o livro de Efésios, ele escreveu de acordo com o seu conhecimento pessoal dos soldados romanos. Ele estava algemado a um guarda quando escreveu: “Eu, Paulo, sou o prisioneiro de Jesus Cristo...” (Ef 3:1); “Eu, o preso do Senhor, rogo-vos.. ” (Ef 4:1). Ele se declara “embaixador em cadeias” (Ef 6:20). Paulo viu no soldado romano uma maravilhosa ilustração da verdade espiritual. Entenda que a armadura é simbólica: ela nada mais é do que Cristo em Si. Todo cristão conhece a Cristo como Salvador, mas o problema está em quando não nos apropriamos de tudo o que Senhor traz consigo. O que faz a diferença não é tonar Cristo disponível a nós, mas tomar posse dele. É como alguém que tem um milhão de dólares no banco, mas vive na pobreza. Se ele nunca sacar e se apropriar do dinheiro, qual é a vantagem de tê-lo? Romanos 13:14 diz: “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façam provisão para a carne, para cumprir suas cobiças”. O verbo revestir vem da palavra grega enduo, também encontrada em Efésios 6:11. Paulo escreveu a Timóteo: “Sê forte na graça que há em Cristo Jesus” (2Tm 2:1). Nas batalhas da vida, Cristo é a resposta – mas temos de nos apropriar dos Seus recursos. Existem três peças da armadura que devem, sem exceção, sempre acompanhar o soldado: o cinto, a couraça e os calçados (Ef 6:14-15). Os outros equipamentos devem ser usados sempre que necessários. A ênfase aqui é que é possível esquecer peças da armadura como o escudo, o capacete e a espada, pois essas devem ser usadas somente durante a batalha. Neste capítulo destacaremos o cinto da verdade. O CINTO DA VERDADE ILUSTRA A INTEGRIDADE O cinto tinha três utilidades primordiais para o soldado romano. Ele mantinha todas as armas e equipamentos juntos, prendia suas vestes (assim ele não tropeçaria nem cairia a caminho da batalha) e era ornamental, mostrando as medalhas e brasões pelo heroísmo na batalha. Aqui ele é uma arma espiritual, mas as funções são as mesmas. Ele é chamado de cinto da verdade, sendo assim, ele representa o Senhor Jesus Cristo, que disse: “Eu sou... a verdade” (Jo 14:6). Ele também representa a Palavra de Deus, que nos protege de tropeçar nos obstáculos do mundo. E, por último, ele revela a honestidade e integridade que deve caracterizar a vida de todo aquele que conhece Jesus Cristo. O CINTO DA VERDADE EXIBE A INSPIRAÇÃO PARA A INTEGRIDADE Como já destacamos, o Senhor Jesus Cristo é a armadura do cristão. Isaías 11:5 fala sobre Jesus: “E justiça será o cinto que envolve seus lombos, e fidelidade o cinturão que cinge sua cintura”. Quando Jesus enfrentou Satanás, Ele afirmou a verdade da Palavra de Deus (Mateus 4). Ele olhou para os fariseus que se opunham a Ele e disse: “Quem dentre vós me convence de pecado?” (Jo 8:46). Pilatos olhou para Jesus e perguntou: “Que é a verdade?”. E depois declarou: “Eu não acho nenhuma culpa nele” (Jo 18:38). Até mesmo o ladrão na cruz exclamou: “mas este homem nada fez de errado” (Lc 23:41). Nosso Senhor Jesus Cristo falou e viveu a verdade. E Ele ainda é a verdade hoje. Apocalipse 1:12-13 descreve Jesus glorificado: Ele está adornado ou cingido com um cinto de ouro. Toda Sua glória está atrelada à Sua verdade. O cinto representa o Senhor Jesus Cristo e Sua Palavra presentes na vida de alguém. Sua verdade, Seu caráter e Sua integridade estão refletidos em nosso viver. Um estudante de música entrou no estúdio do seu professor e perguntou: “Que boas notícias você tem hoje?”. O professor pegou um martelo e bateu contra o diapasão. Então ele disse: “Essa nota é Lá; ela será Lá amanhã; ela era Lá quinhentos anos atrás. E ela será Lá daqui a quinhentos anos”. A vida só permanece unida se estiver atada a verdades imutáveis. Jesus Cristo e Sua Palavra são o diapasão que dá à nossa vida uma referência imutável para vivermos em harmonia neste mundo contraditório. O CINTO DA VERDADE NOS ENSINA A IMPORTÂNCIA DA INTEGRIDADE Esse cinto da verdade é revelado pela honestidade e integridade do fiel. Nossas vidas precisam ser vividas de forma que as pessoas vejam a verdade. Assim como os soldados romanos usavam o cinto para firmar suas vestes e evitar que tropeçassem, a verdade da Palavra de Jesus também nos protege de tropeçardiante do mundo que nos observa. Além disso, as medalhas de vitória presas ao cinto da integridade são provas da sua reputação. Efésios 4:14-16 admoesta os cristãos sobre as falsas doutrinas e mestres enganadores. O versículo 15 nos desafia a falar “a verdade em amor” para que “cresçamos em tudo”. Não podemos nos esquecer de que o nosso inimigo pode tentar destruir nossa honestidade e caráter. Conhecemos a verdade? Jesus é a verdade. Podemos consultar os grandes filósofos, mas Sócrates, Platão e Kant não terão a resposta. Podemos buscar os grandes líderes do passado, mas eles não terão a resposta. Jesus Cristo tem a resposta para nós hoje. Ele provou Sua honestidade quando ressurgiu dentre os mortos. Precisamos admitir a verdade sobre nós mesmos e receber a verdade de Jesus hoje. Quando assim fizermos, a integridade será uma característica da nossa vida. O CORAÇÃO DO GUERREIRO Portanto, estai firmes, tendo ... vestida a couraça da justiça. – Efésios 6:14 A segunda peça da armadura necessária para os santos soldados é a couraça da justiça. A palavra grega para couraça é thorax. Essa peça era feita de metal e couro, e era amarrada ao redor do corpo do soldado, da cabeça até a coxa. Ela protegia os órgãos vitais, incluindo coração e pulmões. Na armadura do cristão, ela é chamada de couraça da justiça. A palavra justiça significa literalmente “ser considerado certo ou ser justificado”. Os órgãos internos eram considerados pelas pessoas do século primeiro como o centro dos desejos e das emoções. Espiritualmente, um ataque à mente e às emoções é muito perigoso. Satanás deseja “bagunçar” sua mente, pois ele é um acusador e caluniador. O que é a justiça que protege nossas mentes e corações? Primeiro consideraremos o que ela não é. Perceba que existe uma justiça impotente. Todos nós, porém, somos como uma coisa impura, e todas as nossas justiças são como trapos imundos. – Isaías 64:6 Romanos 3:10 cita várias passagens do Antigo Testamento, declarando: “Não há nenhum justo, nem sequer um”. Nesse versículo, entendemos que essa justiça não é a justiça humana. Essa justiça não é um atributo natural do homem. Não se trata de uma atividade religiosa, caridade ou bondade humana. Até a nossa melhor atitude está manchada pelo pecado. A justiça do homem é o bem que não é bom o suficiente. Jesus disse: “Se a vossa justiça não exceder a justiça dos escribas e fariseus, de modo algum entrareis no reino do céu” (Mt 5:20). Os fariseus eram bons exteriormente, e Paulo era um fariseu antes da sua conversão. Seu testemunho em Filipenses 3:4-9 era o de que, sendo um fariseu, ele era religioso, zeloso e não havia nele motivo de acusação. Tudo isso significa simplesmente que não podemos ser justos (com Deus) pelos nossos próprios méritos! Como pode então uma pessoa ser justa? Receba uma justiça imputada. Jesus disse: “Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6:33). Seu reino e a Sua justiça são necessários em nossas vidas, mas como podemos obter a justiça de Deus? Romanos 3:19-26 nos diz claramente que Jesus Cristo é o justo de Deus: “Sendo justificados livremente pela sua graça através da redenção que há em Jesus Cristo; a quem Deus estabeleceu para ser uma propiciação através da fé no seu sangue, para declarar a sua justiça pela remissão dos pecados que são passados, na paciência de Deus” (versos 24-25). O único dilema que Deus enfrentou foi, sendo justo, ter que fazer com que os pecadores também se tornassem justos. Esse dilema foi resolvido quando Cristo derramou Seu sangue em sacrifício pelos pecados da humanidade. Ele morreu para sofrer o castigo e suportar a maldição da lei contra todos nós. Romanos 3:21-22 declara que a justiça de Deus pode ser revelada e recebida. Em 2 Coríntios 5:21, lemos como isso é possível: “Porque aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós, para que fôssemos feitos justiça de Deus nele”. A Escritura nos diz que somos justos porque Ele imputou sua justiça em nós: “e se algum homem pecar, temos um advogado com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (1Jo 2:1). A Escritura também diz que nós somos justos “assim como ele é justo” (1Jo 3:7). Romanos 5:17-19 declara que a justiça de Deus é um dom da Sua graça. Além disso, esse dom nos capacita para reinarmos em vida. A justiça de Jesus nos dá a marca da realeza! Todas essas passagens revelam que a justiça é um dom e uma obra de Deus. Justo é o Filho de Deus em nossas vidas, e nós a recebemos por meio da fé. A couraça foi designada para desviar os ataques do inimigo, e a justiça de Cristo protege o cristão do mesmo jeito. Aceitar a Jesus e saber que Ele também nos aceita, desvia as flechas de rejeição que recebemos dos outros. Quando sabemos que Deus nos vê como alguém 100% justo, isso desvia as humilhações, a culpa e as acusações feitas pelo inimigo. A justiça protege da inferioridade. A igualdade com Cristo é a chave para uma imagem saudável. O mundo diz que nós não somos nada, mas Deus diz: você é da realeza (veja Romanos 5:17). O inimigo diz que nós não temos futuro, mas Deus está preparando um lugar para nós reinarmos com Ele na glória. O diabo dirá que nós não temos valor e que o que nós fazemos é sem importância. Alguém disse: “Todos os ‘nascidos de novo’, como membros da futura noiva de Cristo, são extremamente significantes e importantes, e de grande relevância nas obras, realizações e projetos criativos de Deus, como qualquer outra mente inteligente do universo”. Não podemos controlar os outros. Satanás virá contra nós com todos os tipos de ataques. Ele só prevalece contra nós quando agimos erroneamente. Quando respondemos de maneira errada – seja movidos pela raiva, teimosia, autocomiseração ou autoflagelação – fracassamos em não nos apropriarmos da couraça da justiça. Somente o que toca o nosso espírito pode realmente nos machucar. Se deixamos o que nos acontece ou o que dizem sobre nós sufocar o que Deus diz, então não estamos usando a couraça. O que motivou o filho pródigo a sair do chiqueiro? Ele se lembrou de quem era: ele era um filho! Quando voltou para casa, seu pai disse: “porque este meu filho estava morto, e vive novamente” (Lc 15:24). A couraça da justiça protege contra a imoralidade. Quando temos consciência de que somos justos em Jesus e de que faremos parte do Seu reino, não aceitamos viver em uma posição inferior. Por que um herdeiro de Deus aceitaria viver como um animal? Por que um santo se sujeitaria a viver como um condenado? Por que um rei viveria como um escravo? Houve um tempo em que as pessoas viveram para proteger o nome da família. Quando percebemos que temos Cristo e que Ele é a nossa justiça, essa motivação nos capacita a viver o que somos em Jesus. Você não é um pecador salvo pela graça; você foi um pecador. Agora você é um santo e um membro da família. Por que você aceitaria ser menos do que é? E por espontânea vontade, entregamos nossos corpos para serem instrumentos da Sua justiça (Rm 6:13). A justiça de Jesus controla o nosso comportamento. A justiça protege da insegurança. Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. – Romanos 14:17 Mas buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. – Mateus 6:33 Quando Jesus é o rei de nossas vidas, somos beneficiados com a Sua justiça, e todas as outras coisas na vida irão bem. Os acontecimentos em nossas vidas são formas de Deus dizer: “Reconheça o Meu reino e receba a Minha justiça”. O que você precisa fazer? Faça a seguinte oração: Senhor, não tenho justiça sozinho e entrego meu pecado pela Tua justiça. Senhor, eu recebo a Tua justiça, me coloco diante do Pai e confesso alegremente que sou agora, e serei para sempre, o que disseres que eu sou. Declaro ser Teu filho, santo, herdeiro de Deus, parte da Tua noiva e do Teu corpo. Senhor, eu entrego o meu corpo como um instrumento de justiça. Reconheço que tudo o que tinha em mim de Adão agora está morto,e que tudo o que sou em Jesus me torna propriedade Tua. Senhor, aceito a Bíblia como Teu sopro de vida e reconheço 2 Timóteo 3:16, que nos diz que toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para instruir com justiça. Senhor, eu Te agradeço porque a Tua morte me torna justo diante do Pai. Em nome de Jesus, amém. A CAMINHADA DO GUERREIRO E calçados os vossos pés na preparação do evangelho da paz. – Efésios 6:15 O próprio Jesus Cristo é a armadura de Deus: “Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo” (Rm 13:14). Revestir-se da armadura consiste em reconhecer quem é Jesus, quem somos em Cristo, e aceitar tudo o que Ele tem para nossa vida. A peça da armadura que iremos examinar agora é o calçado do guerreiro. Grandes generais já disseram no passado que um exército se movimenta baseado em duas coisas: sua comida e seus pés. E isso era especialmente aplicado ao exército romano, que tinha que marchar grandes distâncias sobre terrenos pedregosos. Os calçados romanos para batalha eram de solado grosso de couro com pregos que funcionavam como garras de chuteira. Eles eram presos aos pés e pernas com cordões de couro, e serviam para três coisas: 1. Garantir pisadas firmes. Os pregos se firmavam ao chão para evitar que os soldados escorregassem; 2. Proteger. Naquele tempo, os inimigos colocavam estacas pontiagudas de madeira no chão. Um soldado descalço teria um grave ferimento no pé, e uma infecção o eliminaria da batalha; 3. Dar mobilidade. Os calçados possibilitariam que o exército se movesse rapidamente para o local de batalha. Nossos calçados espirituais servem essencialmente para os mesmos propósitos. Eles nos ajudam a perceber claramente o tipo de solo em que pisamos e o que nos faz seguir em frente. As características dos calçados Os sapatos da batalha espiritual do cristão são descritos como “o evangelho da paz”. Nós estamos firmes no solo do evangelho, palavra que significa “boas novas”. O que são as boas novas? Em 1 Coríntios 15:1-4, Paulo descreve o evangelho como a morte, o sepultamento e a ressurreição de Cristo. Nossa firme pisadura está na imutável mensagem de Jesus Cristo. Existem ainda algumas verdades imutáveis e inalteráveis. Muitas pessoas estão escorregando e pisando em falso na fé. Muitos substitutos são oferecidos para o Evangelho, e Paulo confrontou esse problema em Gálatas 1:6-10. Esse falso evangelho tinha as seguintes marcas: ele era diferente, pervertido, abominável e agradava o homem. Gálatas 5:1 diz: “Firmemo-nos, portanto, na liberdade com que Cristo nos libertou”. Portanto, temos um só Evangelho e um só caminho para a salvação: “E em nenhum outro há salvação, porque não há nenhum outro nome dado aos homens debaixo do céu, pelo qual devamos ser salvos” (At 4:12, leia também os versículos 10-11). Devemos nos firmar nessas verdades. A estabilidade dos calçados Este é o tempo das folhagens secas espirituais, que são levadas pelo vento das circunstâncias e das falsas doutrinas. Os calçados nos dão estabilidade, evitando que caiamos durante a batalha. É possível, mesmo no campo de batalha deste mundo, ter uma vida estável. Efésios 6:15 nos fala sobre o evangelho da paz. A palavra paz é traduzida do grego eirene, e em hebraico é shalom. A paz é um bem-estar, uma sensação de alegria. E é possível ter paz com Deus enquanto travamos uma batalha contra o diabo. Portanto, sendo justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos regozijamos na esperança da glória de Deus. – Romanos 5:1-2 Quando sabemos que temos paz com Deus por intermédio do sangue de Jesus, Satanás não pode nos amedrontar. W. D. Cornel deveria estar sentindo a paz de Deus quando escreveu a letra de Maravilhosa Paz. Paz, paz, maravilhosa paz Que desce do Pai que no céu está. Encha o meu espírito para sempre – eis o meu clamor. Em insondáveis ondas de amor.[Nota 2] Se você permitir que o diabo confunda os seus pensamentos e te cause ansiedade, consequentemente, toda sua vida se tornará instável. Tiago 1:8 nos alerta: “O homem de coração dobre é inconstante em todos os seus caminhos”. Não permita que o inimigo tire os seus sapatos. Lembre-se, em Cristo você tem o que o mundo procura – paz (Rm 5:1-2) e liberdade (Gl 5:1). A mobilidade dos calçados A palavra preparação é traduzida da palavra grega que significa “prontidão”, e representa a ideia de alguém que esteja pronto para batalhar a qualquer hora. Também aprendemos em Efésios que a vida do cristão é uma caminhada: • Não devemos andar por caminhos errados (Ef 2:2); • Devemos andar nas Suas obras (Ef 2:10); • Devemos andar dignamente (Ef 4:1); • Devemos andar em amor (Ef 5:1-2); • Devemos andar na luz (Ef 5:8). Não conseguiremos caminhar direito se não estivermos usando os calçados do Evangelho. Muitos cristãos estão se arrastam e caminham lentamente; outros vagueiam pelo mundo sem seus calçados e estão feridos ou mancando. Hoje a igreja está paralisada e com os músculos atrofiados. Antes da Segunda Guerra Mundial, o General Charles De Gaul e escreveu uma série de notas alertando a França sobre um novo tipo de guerra que estava para acontecer. Os franceses tinham construído a Linha Maginot na sua fronteira, e essa linha defensiva consistia em apontar armas poderosas para a Alemanha. De Gaulle alertou a nação de que novas armas, como aviões de caça e tanques, tornariam suas defesas obsoletas. Porém, ninguém atentou para as suas palavras e a França se tornou uma nação cativa.[Nota 3] As igrejas que constroem suas próprias linhas de defesa ficarão estagnadas. Precisamos estar prontos para avançar com o Evangelho, e nossa oportunidade para servir é hoje. Devemos usar nossos recursos agora mesmo para espalhar o Evangelho de Jesus Cristo. Precisamos nos preparar para lutar na linha de frente, onde a batalha pelas almas está sendo travada. Não podemos recuar nessa guerra. Devemos estar com os pés firmados na verdade de Jesus, mantendo a estabilidade do coração mesmo em meio aos conflitos. Precisamos nos preparar para avançar e nos posicionar onde a batalha é mais intensa. Aquiles, um herói da mitologia grega, foi ferido no calcanhar. Essa era a única parte do seu corpo que estava exposta, e aquela ferida o matou. Não podemos ficar descalços se quisermos sobreviver e triunfar. A FÉ DO GUERREIRO Tomando, sobre tudo, o escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do maligno. – Efésios 6:16 Nas guerras do passado, os arqueiros mergulhavam suas flechas em piche, colocavam fogo nas extremidades das lanças e as atiravam em direção ao inimigo. O soldado desatento que fosse atingido por uma daquelas flechas inflamadas teria uma ferida agonizante. Com suas roupas em chamas, ele teria sérias queimaduras. Para se proteger das terríveis flechas, os romanos inventaram um largo escudo no formato de uma porta. Esses escudos mediam aproximadamente 30X15 centímetros. Eles eram revestidos em couro e encharcados de água, protegendo assim os guerreiros à frente da batalha dos dardos inflamados do inimigo. Paulo usa essa arma para ilustrar a fé. Ele mudou o verbo da língua grega de ter para tomar ao descrever o uso das últimas três armas (Ef 6:16-17). Podemos “tomar” o escudo, o capacete e a espada. Podemos escolher nos apropriar da fé, ou não nos apropriar dela. O que é a fé? No Novo Testamento, ter fé é acreditar ao ponto de se comprometer, e é acreditar e agir de acordo com o que Deus disse. A fé é tão importante quanto ao que ela se refere. Posso acreditar que uma cadeira é firme, mas eu não exercito a fé bíblica até que eu me sente naquela cadeira. Aqui a fé é como um escudo, como esse que foi usado pelos soldados romanos para se defender e para avançar contra o inimigo. Se eu coloco minha fé no escudo, preciso saber mais sobre ele. Tomando o escudo Para tomar o escudo, precisamos entender qual – ou melhor, quem – é o escudo nas Escrituras. Em Gênesis 14 e 15, descobrimos a identidade do nosso escudo. Nessescapítulos, Abraão tem uma grande vitória. O rei de Sodoma oferece uma recompensa, mas ele sabiamente a recusa. Em vez de aceitá-la, Abraão dá o dízimo a Melquisedeque pouco depois de recusar a oferta do mundo. E Deus diz a Abraão: “Não temas, Abrão; eu sou o teu escudo, e a tua recompensa será infinitamente grande” (Gn 15:1). Abraão põe a sua vida nas mãos de Deus, O qual era o escudo que Abraão precisava para viver em um mundo hostil. Davi também tomou o escudo da fé. Ele disse: “Mas tu, ó Senhor, és um escudo para mim” (Sl 3:3). No Salmo 84:11 lemos: “Pois o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória. Nenhuma coisa boa ele reterá daqueles que andam retamente”. Nós levamos o escudo da fé quando confiamos no Senhor. Habacuque 2:4 diz: “o justo pela sua fé viverá”. Habacuque escreveu isso em uma época em que o mal prosperava, o inimigo ameaçava e o povo de Deus precisava de renovação. Ele fez perguntas angustiadas a Deus, que lhe respondeu: “Viva pela fé”. Esse versículo é citado ainda em Romanos 1:17, Gálatas 3:11 e Hebreus 10:38. A fé não só nos traz vida, mas é também a maneira como vivemos nossas vidas. Somos salvos pela fé na Palavra de Deus sobre Seu filho. Nós também vivemos pela fé: “a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, que me amou, e entregou-se a si mesmo por mim” (Gl 2:20). O compositor Robert Grant expressou seu pensamento da seguinte maneira: Adoremos ao Rei, a Ele toda a glória, Com gratidão louvemos pelo Seu poder e Seu amor; Nosso Escudo e Protetor, o Ancião de Dias, Pavilhão de esplendor, cingido com louvor.[Nota 4] O escudo testado O teste da fé nos faz lembrar do inimigo que enfrentamos diariamente no campo de batalha da vida. Isso não deveria nos surpreender ou espantar, pois nosso Senhor foi testado pelo inimigo na tentação do deserto. Quando o apóstolo Paulo escreveu sobre esse escudo da fé, ele estava na prisão. O escudo da fé não nos protege da vida. Paulo enfrentou circunstâncias difíceis, fraquezas físicas, trabalho exaustivo e duras decepções, ainda que tivesse um escudo. Nossa fé pode ser testada, mas Deus não permitirá que nada toque em nós sem a Sua permissão. O escudo não nos fará sentirmos confortáveis neste mundo. O escudo é Cristo, e enfrentamos tudo pela Sua graça. O diabo irá arremessar seus dardos violentos. Às vezes eles vêm em forma de tentações, distrações, acusações, fantasias e depressões. Às vezes eles vêm em forma de perseguição! Toda a fúria desses dardos inflamados do inferno pode ser resolvida por Jesus. Esse escudo pode nos proteger de tudo o que Satanás lança sobre nós. Como a fé atua diante dos ataques do inimigo? Com a Palavra de Deus, sempre! A fé está na pessoa de Deus, na Palavra de Deus, e nas Suas promessas. Quando Satanás te acusar, responda com a Palavra de Deus. Deixe a cruz de Cristo responder o inimigo e repreenda as suas lanças inflamadas. Talvez alguém pergunte: “E se eu não me lembrar de nenhuma passagem das Escrituras? Então apenas clame ao Senhor. Quando uma criança está em apuros, sem saber o que fazer, ela grita: “Papai!”. Querido amigo, quando você não souber o que dizer, apenas clame ao Senhor! O escudo triunfante Tudo o que Satanás lançar na direção do cristão, Deus pode desviar. “E esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé” (1Jo 5:4). A fé é sempre vitoriosa. O exército romano sempre colocava seus melhores guerreiros na frente da batalha. Às vezes, aquela linha se estendia na distância de quase dois quilômetros e o exército podia avançar por trás daquela formação de soldados corajosos que seguiam atrás do escudo. A igreja avança por trás do poderoso escudo da fé. Sem fé, nós ficamos indefesos e inúteis para Deus. Não podemos agradá-Lo sem fé, pois ela é a chave para a vitória. Vivemos pela fé, a “linha de frente” do Cristianismo. A fé nos protege de Satanás, e por meio dela nos apropriamos das promessas de Deus. A fé é sempre vitoriosa. A MENTE DO GUERREIRO E tomai o capacete da salvação... – Efésios 6:17 Todo cristão é um santo e um soldado, um adorador e um guerreiro, na fé e na luta! Como guerreiros, lutamos em uma posição de combate e de vitória. Travamos a batalha na posição certa, porque somos alertados a permanecer firmes! Estamos equipados com toda a armadura adequada para nos levar aos campos de batalha desta vida. Enfrentamos um inimigo inteligente e agressivo que mira em áreas decisivas em nossas vidas no ataque. A palavra grega para “diabo” (diabolos) significa “difamador, falso acusador, caluniador”. É “aquele que arremessa”. Ele é um acusador. Deus nos concede a armadura que protege nossa fé e derrota nossos inimigos. Essa armadura inclui os atributos do Senhor Jesus Cristo. • Quando recebemos o cinto da verdade, Jesus diz: “Eu sou... a verdade” (Jo 14:6). • Quando recebemos a couraça da justiça, Jesus é o justo de Deus (1Co 1:30). • Quando calçamos os calçados da paz, Jesus diz: “A minha paz vos dou” (Jo 14:27). • Quando erguemos o escudo da fé, apenas Jesus pode responder as duras acusações do inferno. O próximo é o capacete da salvação. O capacete dos romanos, feito de metal, cobria a cabeça e os ossos da face, protegendo os soldados contra os ataques mortais do inimigo. Da mesma forma, o capacete da salvação protege o cristão dos ataques de Satanás. Vejamos como ele ataca o nosso intelecto. O ataque à mente Vivemos em um mundo corrupto no qual as pessoas são governadas por um “sentimento perverso” (Rm 1:28). Os cristãos são instruídos a não andar “como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente” (Ef 4:17). O dramaturgo George Bernard Shaw escreveu: “A ciência na qual depositei a minha fé está arruinada... Por ela ajudei a destruir a fé de milhões de adoradores... E agora, olhe para mim e veja a tragédia de um ateu que perdeu a sua fé”.[Nota 5] Nosso mundo fala sobre “sexo seguro” em vez de falar sobre a vida moral. Nossa nação sabe muito sobre direitos e pouco sobre responsabilidades. Até mesmo a igreja pode rege o seu ministério de acordo com o mundo. Romanos 8:6 nos diz: “Porque a mentalidade carnal é morte”. A mentalidade carnal significa pensar segundo a carne. Em Lucas 12:29, Jesus nos admoesta sobre a mente confusa: “Nem sejais de mente duvidosa”. Esse termo é traduzido da palavra grega meteorizo, de onde temos em português a palavra meteoro. O significado é “estar no ar, suspenso, indeciso”. Muitos aceitam a condição de viver sem respostas. Filipenses 4:6 nos diz: “Não estejais inquietos por coisa alguma”. Muito desânimo e depressão são causados por preocupações desnecessárias. Não podemos encher nossas mentes com a enganação. 2 Coríntios 2:11 nos alerta sobre a mente negligente: “para que Satanás não obtenha vantagem sobre nós, porque não ignoramos os seus objetivos”. Que tolice viver na ignorância das enganações de Satanás. Deus quer que pensemos retamente. A garantia da mente O capacete é chamado de capacete da salvação. A salvação é a libertação do cristão de sua perda do reino de Deus e de sua posição de condenado na vida. A salvação tem três aspectos: 1. A salvação é um evento do passado. Nos conselhos da eternidade, na história da cruz e na conversão pessoal, a salvação é um acontecimento que começou no passado. 2. A salvação é uma experiência atual. A salvação continua na vida do cristão. “Aquele que começou a boa obra em vós a realizará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp 1:6). A salvação continua atuando na vida do cristão. 3. A salvação é uma expectativa prometida. A salvação aponta para a esperança futura do cristão. Romanos 13:11 nos fala dessa esperança futura: “porque a nossa salvação agora está mais perto de nós do que quando cremos”. Eu estou convencido de que o capacete da salvação é a nossa garantia da proteção de Deus até o dia da Sua volta. Em 1 Tessalonicenses 5:4-9, o capacete é claramente definido como a “esperança da salvação.” Podemos manter nossas cabeças erguidas e evitar que nossas mentes sejam confundidas tendo em mente que o Senhor está no controle e que Elee fácil assim – Deus tenha piedade de nossa imaginação superficial, que acredita que nossas leis são irrepreensíveis e nossas mãos são limpas. Não, a verdadeira batalha ultrapassa todos esses limiares e alcança o mais profundo do reino invisível, no qual forças ameaçadoras inflamam e investem contra o domínio de Cristo. E a única maneira de prevalecer contra a mística paixão demoníaca é com a Súvauis e com a paixão do Senhor. O que seria de nós se não fosse propósito de Cristo acender sua chama em nossos corações? “Eu vim para lançar fogo na terra” (Lc 12:49).Pois somente o Espírito pode vencer espírito. Os filhos das trevas são mais ousados a esse respeito do que os filhos da luz. O diabo sabe muito bem reprimir as emoções. De nada adianta, em tempos em que as forças espirituais do mal estão espalhadas pela terra e que ânimos sobressaltados estão dividindo o mundo, termos uma teologia sem consistência e sem paixão: não é bom colocar um Cristianismo morno contra um paganismo ardente. As investidas do demônio devem ser combatidas com o fogo divino. Como de fato deve ser: pois Cristo já venceu o mundo”[Nota 2]. A igreja precisa redescobrir a batalha espiritual. Precisamos abrir nosso arsenal bíblico e espiritual e equipar o povo de Deus para impor a fé diante do inimigo. Mesmo que a vitória já seja nossa, ainda habitamos neste mundo e é nossa obrigação reforçar a conquista de Cristo. Sua vinda caracterizou uma mudança de rumo nas antigas batalhas, um marco na história da humanidade! Por isso, decidi começar este livro pelo fim, e não pelo começo. O apóstolo João lutou contra o inimigo e foi considerado uma ameaça tão grande ao governo e à cultura que foi exilado na ilha de Patmos. Os governantes daquela época respiraram aliviados, acreditando que tinham se livrado daquele homem que incitava a fé no Cristianismo. Naquele exílio solitário, temos um panorama surpreendente do futuro de Deus, que se desdobraria para todos nós! Assim como os grandes dramas que se resolvem em um ato final, Deus já escreveu o último ato dos nossos dias. No livro de Apocalipse, o muro que separa a eternidade do nosso mundo de hoje é demolido. História e profecia se unem enquanto Deus põe fim a essa guerra antiga. Apocalipse capítulo 5 é o ponto principal da luta humana. Por ser representado diante do trono de Deus, vemos a história, os mistérios e a vitória da humanidade. E eu vi na destra do que estava assentado no trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos. E eu vi um forte anjo proclamando em alta voz: Quem é digno de abrir o livro e romper os seus selos? E nenhum homem no céu, nem na terra, nem debaixo da terra, era capaz de abrir o livro, nem de olhar para ele. E eu chorei muito, porque nenhum homem foi achado digno de abrir e ler o livro, nem de olhar para ele. – APOCALIPSE 5:1-4 DESVENDANDO OS SEGREDOS DO LIVRO Na cena descrita acima, o livro está na mão direita de Jeová, que está em Seu trono. O livro está nas mãos daquele que tem toda a autoridade, o que se indica pelo trono e pela mão direita. A mão representa a autoridade e o domínio. O livro está escrito por dentro e por fora, e está selado com sete selos. O que foi escrito dentro não pode ser lido. Os sete selos indicam que o livro está completamente fechado. Assim, os decretos escritos em seu interior não podem ser desfeitos por nenhuma força humana. Para entender o mistério do livro, precisamos descobrir o que ele significa. Existem mais de quatrocentas citações ou referências a trinta e um livros do Antigo Testamento em Apocalipse. A história dos judeus nos dá uma dica a respeito do livro, e essa dica pode ser encontrada na leis da redenção e na celebração do jubileu. Antigamente, em Israel, uma família não poderia nunca privar completamente um herdeiro de suas terras, de liberdade ou de seus direitos. Segundo a lei dos judeus, alguém poderia ter suas terras confiscadas se as penhorasse e não conseguisse pagar sua dívida; ou esse alguém poderia ainda perder sua liberdade se tornando servo de outrem para pagar sua dívida. E a viúva sem filhos tinha o direito de casar-se com o irmão do seu falecido marido para gerar um filho herdeiro. Eu explicarei melhor. Se, por motivo de falência, alguém perdesse sua propriedade, liberdade ou direitos de família, esses poderiam ser resgatados! A redenção era um indicativo de que todas as dívidas haviam sido quitadas. Se alguém passasse por uma dessas situações, a perda seria registrada em um livro, o livro seria selado e o preço da redenção seria escrito do lado de fora. Tanto a pessoa que teve sua propriedade confiscada quanto um parente próximo (de sangue) poderia retomar o patrimônio. Isso está claramente ilustrado no livro de Rute. Elimeleque e Noemi hipotecaram sua propriedade em Belém e foram morar em Moabe (Jordão). Ali morreu Elimeleque, e também seus filhos Malom e Quiliom. Noemi ficou viúva com as duas noras, Orfa e Rute. Rute voltou com Noemi para Belém em extrema pobreza. Noemi era uma viúva sem dinheiro; Rute era gentia. Noemi tinha um parente (de sangue) chamado Boaz, que era rico e que estava disposto a redimi-la. Entretanto, ele teria também que redimir Rute casando-se com ela e deixando um herdeiro para a família de Elimeleque. Nessa história, havia ainda outro parente próximo que declarou não poder redimir Rute. Ele deixou claro essa impossibilidade descalçando seus sapatos. Então, Boaz redime a propriedade de Noemi, se casa com Rute, e redime toda a família. O livro na mão de Deus representa os fracassos do homem desde os tempos de Adão até os dias de hoje. Ele registra a batalha de Satanás contra a humanidade e contra os propósitos de Deus. No livro, está todo pecado, toda guerra, toda sepultura, toda lágrima, toda derrota e todo pesar da raça humana. Na realidade, o livro é o registro e a razão de todo o mal e de todas as atitudes malignas da terra. Assim como o livro de Noemi, que continha todas as suas perdas, há um livro que registra toda a miséria humana. A antiguidade vem à tona conforme, nessa escritura, o drama dos séculos se desdobra. Na mão de Deus está o registro de toda a história! A tragédia do jardim do Éden transformou a terra em um imenso cemitério. Nosso mundo continua sendo desolado por guerras, devastado por catástrofes, acometido por doenças, perseguido pelo terror, limitado pela morte e marcado pelo medo. O rio do pecado e dos erros flui pelas páginas da história. A tirania de Satanás e as limitações da morte têm abatido as esperanças da humanidade. Esse é o conteúdo do livro. AS LÁGRIMAS DA HUMANIDADE O apóstolo João, que corajosamente ficou ao lado da cruz e sobreviveu à tortura e ao exílio, não foi abalado pelo inimigo, mas hoje chora diante deste cenário. As lágrimas de João são as nossas lágrimas. Elas representam o desgosto de todos aqueles que um dia se sentiram derrotados pelos fracassos. O livro selado fala sobre a inadequação humana. Ninguém pode abrir o livro da escravidão humana! Somente com o fim dos selos seria possível abrir as portas do inferno e libertar a humanidade. Mas todo poder, sabedoria, educação e progresso são inadequados. Lágrimas de desespero molharam a terra no decorrer dos anos. Eis o registro das investidas de Satanás e dos estragos à humanidade e ao planeta, causados pelos demônios. CONTEMPLE O REDENTOR O preço da redenção está escrito do lado de fora do livro. • Um compatriota, Jesus Cristo, fez-se homem para nos redimir. • O compatriota deve estar capacitado para redimir: somente Jesus Cristo tinha como pagar o alto preço da nossa liberdade: com Seu precioso sangue. • O compatriota deve estar sinceramente disposto: Jesus Cristo sofreu para nos libertar. O anjo bradou: “Quem é digno de abrir o livro e romper os seus selos?” (Ap 5:2). A resposta é que um segundo Adão veio para o campo de batalha. Ele é o Leão de Judá; o Messias judeu que surgiu para libertar o mundo. Maior do que Davi, o novo rei veio exigir o que é Seu por direito. Quando João olha para o Leão, ele vê o Cordeiro! A vitóriaestá voltando. Os psicólogos dizem que para mantermos uma mente sã precisamos ter alguém para amar, fazer algo útil e ter esperança no futuro. Num nível prático, isso é verdade. Saber que a sexta-feira se aproxima nos ajuda a encarar a semana. Saber que a dor presente passa e que a cura acontecerá em breve ajuda as pessoas a passarem por doenças e cirurgias. A esperança do céu e de uma vida melhor nos ajuda a seguir por esta vida. Tito 2:13 diz: “Aguardando a abençoada esperança e o aparecimento glorioso do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo”. Hebreus 6:18-19 diz: “Para que .. pudéssemos ter uma poderosa consolação, nós, que procuramos refúgio na esperança colocada diante de nós. Esperança essa que temos como âncora da alma”. O precursor, nosso Senhor, vai à frente de nós para glorificar e ancorar nossas almas ao Seu trono. Não há nada que o mundo possa fazer que nossa âncora de esperança não possa segurar. Lembro-me agora de outro grande hino de fé “Que Firme Alicerce”: Que firme alicerce, vós santos do Senhor Adquirem pela fé em Sua gloriosa Palavra. . E embora a alma o inferno tente abater Não vou, nunca, jamais desistir.[Nota 6] A resposta da mente Como podemos, então, controlar nossa mente e nossos pensamentos? Primeiro devemos nos arrepender conscientemente. O arrependimento vem da palavra grega metanoia, que quer dizer “mudança de pensamento”. Em segundo lugar, precisamos receber com consciência. “Que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5). “Mas nós temos a mente de Cristo” (1Co 2:16). “Ora, como Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também com o mesmo pensamento” (1Pe 4:1). Em terceiro lugar, temos que renovar a nossa mente. “Suplico-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, de apresentardes os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1-2). Esses versículos nos ensinam que, entregando os nossos corpos a Ele e recusando nos conformar com este mundo, teremos nossas mentes renovadas. Essa é uma necessidade diária. Passos para uma mente renovada Como renovar a mente? Filipenses 4 estabelece os passos para lidar com pensamentos confusos e uma mente indecisa. 1. Alegrar-se no Senhor. “Regozijai-vos sempre no Senhor; e outra vez digo: Regozijai-vos. Seja a vossa moderação notória a todos os homens. O Senhor está próximo” (Fp 4:4-5). O louvor é um ótimo antídoto para a aflição. O louvor promove a proximidade de Deus. 2. Suplicar ao Senhor. “Não estejais inquietos por coisa alguma; mas em tudo, pela oração e súplica com ação de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus” (Fp 4:6). A oração é um antídoto para a mente em agonia. Entregue a Deus as suas necessidades. 3. Descansar em Cristo. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes, através de Cristo Jesus” (Fp 4:7). Deixe a paz de Deus proteger a sua mente. 4. Refletir nas coisas boas de Deus. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. Estas coisas que aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco” (Fp 4:8-9). Tenha bons pensamentos. Use a Bíblia para conter os pensamentos maus. 5. Relaxar no Senhor. “Regozijei-me grandemente no Senhor, porque finalmente o vosso cuidado por mim floresceu novamente; porque já éreis cuidadosos, mas vos faltava oportunidade. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi, seja qual for o meu estado, a estar contente com isso. Eu sei como estar humilhado e sei também como ter abundância; em todo lugar e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a sofrer necessidade. Eu posso fazer todas as coisas por meio de Cristo, que me fortalece” (Fp 4:10-13). Deus promete suprir todas as nossas necessidades. Pela fé agradecemos a Deus e recebemos de Suas mãos tudo o que necessitamos. Você está usando o capacete da salvação? Você tem vivido em esperança? Sua mente está clara? Seus pensamentos são retos? Jesus Cristo te dará uma nova mente. Você precisa se arrepender? Você precisa receber? Você precisa renovar a sua mente? Jesus quer ajudá-lo hoje. A ESPADA DO GUERREIRO E tomai o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos. – Efésios 6:17-18 Essa parte da guerra convoca todos os cristãos para se posicionarem contra Satanás. Agora Satanás vem em nossa direção – por meio do sistema do mundo em que vivemos e pela nossa carne. Todas as peças que estudamos até agora são armas de defesa. Com elas podemos nos defender dos ataques do inimigo. • Com nosso cinto e couraça temos integridade e identidade em Cristo. Satanás não pode atacar nosso caráter. • Com nossos calçados e escudo temos equilíbrio e confiança. Satanás não pode afetar nosso comprometimento com Deus. • Com nosso capacete temos a segurança e garantia das coisas boas de Deus. Satanás não pode destruir nossa confiança. Tiago 4:7 nos diz, “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Armas defensivas mantêm Satanás à distância, mas somente as armas ofensivas podem fazê-lo fugir! Deus nos deu como arma ofensiva a espada do Espírito. A palavra espada se refere à espada romana de dois gumes, usada em combate corpo a corpo. Essa arma perfeitamente balanceada era manejada com habilidade pelos soldados romanos que praticavam diariamente durante horas até conseguir usá-la perfeitamente. Vamos ver a respeito dela e de seu uso. A espada e o soldado “Tomai. . a espada”. A verbo tomar está no tempo verbal imperativo aoristo no texto grego. Essa é uma ordem para o santo soldado tomar posse de uma vez por todas daquilo que Deus concede. A arma ofensiva que Deus oferece é a Sua Palavra. A Palavra de Deus deve ser usada para atacar o inimigo, Satanás. Essa espada não é de invenção humana. Ela foi inventada por decreto divino. Ela não foi moldada pelo fogo terreno, mas pelas chamas ardentes da majestosa presença de Deus. O martelo da inspiração celestial afiou a espada que é manejada pela mão do cristão. Hebreus 4:12-13 nos revela que a Palavra de Deus é uma espada viva. Ela é penetrante e eficaz. A espada afiada da Palavra de Deus expulsa o mal. Nesta passagem a espada está nas mãos do nosso grande Sumo Sacerdote, o Senhor Jesus. Usando a espada como uma ferramenta cirúrgica, ele penetra nas nossas vidas, discernindo pensamentos e intenções. Com essa espada Ele realizou a cirurgia da salvação. Após usar a espada em você, o santo, Jesus coloca a espada em suas mãos. O segredo da habilidade de luta do Rei Arthur era sua espada, Excalibur. Essa espada era especial porque concedia extraordinário poder a qualquer guerreiro comum! E assim também acontece com o cristão. A espada do Espírito é para ele uma arma de poder ilimitado. A espada do Espírito “Tomai... a espada do Espírito”. Note que a espada está ligada ao Espírito de Deus. Ter a espada do Espírito não é simplesmente ter a Bíblia! O Espírito Santo inspirou a Bíblia (2Pe 1:21). Somente o Espírito Santo pode nos ensinar a Bíblia: “Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas” (Jo 14:26). João 16:13 diz a respeito do Espírito Santo: “ele vos guiará a toda a verdade.” Sem o Espírito Santo as verdades da Bíblia não podem ser entendidas: “Mas o homem natural não recebe as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; nem pode conhecê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1Co 2:14). O poder do Espírito Santo direciona o uso da Palavra na vida do cristão. Outra maneira defoi conquistada pelo Cordeiro. Em Apocalipse, o Cordeiro de Deus é digno de adoração (Ap 5:12), é autor da ira (Ap 6:16) e é o responsável pela vitória contra Satanás (Ap 12:11). Apocalipse 5:5 declara que Jesus, o Cordeiro de Deus, “venceu”. Quando contemplamos o Cordeiro, vemos que Ele está de pé, e não deitado em uma cova. Ele tem a coroa de toda autoridade. Ele traz as marcas da batalha, mas está de pé em eterno triunfo. A palavra venceu corresponde em Grego à palavra nikao; traduzida como “predominar”, “conquistar”, “prevalecer” e “triunfar”. O uso do tempo verbal aoristo no grego significa “agora e para sempre”. Jesus Cristo prevaleceu sobre o poder de Satanás agora e para sempre. A IGREJA TRIUNFANTE A história pode ser traçada pelas sete igrejas do Apocalipse. Embora literalmente elas sejam igrejas, as sete parecem representar uma linha do tempo. Cada uma delas é chamada para triunfar; da mesma forma que a palavra vencer é usada para descrever a vitória de Jesus. Os que congregam na igreja podem vencer o inimigo. Ao que vencer, permitirei que assente comigo em meu trono, assim como eu também venci e estou assentado com meu Pai em seu trono. – APOCALIPSE 3:21 Podemos vencer, assim como Cristo venceu. Podemos compartilhar com Ele uma vida de conquistas no trono. Nossa vitória só é possível por meio do Seu sangue. E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra do seu testemunho; e eles não amaram as suas vidas até a morte. – APOCALIPSE 12:11 Nossa herança está vinculada à batalha espiritual. Se prevalecermos, como filhos e filhas de Deus teremos direito à rica herança agora e no futuro. Aquele que vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho. – APOCALIPSE 21:7 O LIVRO DA GUERRA Então, veremos o livro que traz as batalhas humanas aberto. E assim, a loucura, a desgraça e a estratégia do inimigo serão desvendados. Além disso, aprenderemos a lutar contra ele e, por fim, saberemos oprimir ao invés de sermos oprimidos. Assumiremos a posição de vitoriosos, e não de vítimas. Notas do Capítulo 2 Nota 1 - Oscar Cul man, Christ and Time (n.p.:n.p., 1964),84. [Voltar] Nota 2 - James S. Stewart, A Faith to Proclaim (London: Hodder e Stoughton, 1962), 102-103. [Voltar] Capítulo 3 EQUÍVOCOS SOBRE A BATALHA ESPIRITUAL Em 3 de Janeiro de 1980, o mundo ouviu a terrível notícia de que Joy Adamson tinha sido morta na reserva de Shaba Game, no norte do Quênia, onde ela observava o comportamento dos leopardos. Ainda mais chocante foi a primeira versão da morte de Adamson – que ela teria sido atacada por um leão. Seu corpo foi encontrado na estrada próximo ao acampamento em Mawson, e logo ficou claro para George Adamson e as autoridades que aquele havia sido um ato de responsabilidade humana. Suas feridas foram causadas por perfurações de uma arma semelhante a um punhal, e não pelas presas ou garras de um leão. Além disso, sua barraca tinha sido invadida e o conteúdo que ela guardava em um baú estava espalhado pelo local. Embora as autoridades já estivessem convencidas de que o assassinato fora causado por uma pessoa, a verdadeira história sobre sua morte ainda é um mistério.[Nota 1] Não cometa o erro de acreditar que você pode domar o atormentador. Você não pode conviver pacificamente com o inimigo. Cedo ou tarde, ele destruirá os tolos e desatentos. Há alguns equívocos perigosos que impedem a vitória e a liberdade espiritual. Ora, o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, alguns deixarão a fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios. – 1 TIMÓTEO 4:1 Os últimos tempos serão marcados pelo abandono da fé. Dentre a apostasia estarão as pessoas seduzidas por espíritos enganadores e pelas doutrinas demoníacas. 1 Coríntios 10:20 nos fala sobre a religião sem Cristo, que é classificada como sacrifício “aos demônios, e não a Deus”. 2 Coríntios 11:13-15 nos admoesta sobre os falsos ministros: “Porque tais são falsos apóstolos, obreiros enganosos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz. Portanto, não é grande coisa, se os seus ministros também são transformados em ministros da justiça; cujo fim será conforme as suas obras”. Efésios 6:11 desafia a todos nós: “revesti-vos de toda a armadura de Deus”. Nos dias de hoje, muitos cristãos são enganados porque não creem no poder de Satanás e na terrível influência dos demônios. 1 Timóteo 1:18 nos convoca: “combatesse uma boa guerra”. 1 Timóteo 6:12 faz o mesmo: “Luta o bom combate da fé”. Os cristãos têm ignorado o inimigo e permitido que ele atue livremente em suas vidas. A seguir, vou esclarecer alguns equívocos perigosos. Os demônios só agiam na época de Cristo, e hoje só agem nas culturas pagãs. Não há nada na Bíblia que restrinja a atuação demoníaca a um determinado tempo ou cultura. Pelo contrário, as Escrituras nos falam sobre nossa batalha constante. 2 Coríntios 2:11 nos alerta “para que Satanás não obtenha vantagem sobre nós, porque não ignoramos os seus objetivos”. Um dos artifícios do inimigo é fazer com que as pessoas não acreditem na sua existência e atuação. Os demônios não podem incomodar os cristãos. Há muita discussão a respeito do termo possessão demoníaca. No Novo Testamento não há essa expressão; melhor usar o termo endemoniado. Nenhum cristão pode ser totalmente dominado pelos demônios, mas todos os cristãos podem ser oprimidos, perseguidos e afetados pela atuação do inimigo. Em Atos 5:3, Satanás encheu o coração de Ananias para que ele mentisse ao Espírito Santo. Os fiéis que não se arrependem são entregues a Satanás para a destruição da carne (1Co 5). Efésios 6:10-17 nos fala sobre a nossa luta contra os poderes das trevas, na qual apagamos os dardos inflamados do inimigo e permanecemos firmes aos seus ataques. O inimigo pode atacar a mente e o corpo do cristão. Os cristãos precisam abraçar o livramento como parte de sua salvação. Na oração do Senhor, em Mateus 6:13, vemos que precisamos pedir diariamente: “livra-nos do mal”. Somente o envolvimento com o oculto incita manifestações demoníacas. O envolvimento com o ocultismo leva à demonização. Entretanto, tal envolvimento não é o único meio para a opressão do inimigo. Todo cristão está sujeito a tentações, enganos, opressão e ataques. A atuação demoníaca resulta apenas em comportamentos extremos, como violência e pecado brutal. Como testificamos em Marcos 5, é verdade que a pessoa endemoniada tem comportamentos extremos. Entretanto, leia Marcos 1:23-24. Há um homem, oprimido por um demônio, clamando na sinagoga. Mas não há nenhuma manifestação de violência. Isso também se aplica a Lucas 13:10-16, em que há uma mulher chamada de “filha de Abraão”, dominada por “um espírito de enfermidade”. A palavra enfermidade é astheneia em grego, que significa “débil”, “sem força”, “fraco”, “impotente”. Jesus disse: “estás livre” (v.12). A palavra livre é apoluo, que significa “libertar completamente e manter solto”. A opressão demoníaca abateu aquela mulher, que ficou doente e desamparada por muito tempo. Ela era uma cristã fiel, mas estava sendo atribulada por Satanás há dezoito anos. Jesus a libertou no dia de adoração! Os cristãos estão em perigo quando afrontam os demônios. Muitas vezes eu ouço pessoas amedrontadas dizerem: “Eu não quero mexer com essas coisas nem me envolver nessa luta”. Caro amigo, Jesus pôs as mãos sobre aquela pobre mulher e ela foi liberta. Os demônios estão sob a autoridade dos cristãos, e eles só nos afetarão se dermos oportunidades. Que tipo de cirurgião não operaria com medo de machucar o paciente? Que médico não cuidaria de uma enfermidade com medo de se contaminar? Os médicos se vestem adequadamente para se proteger e fazem seu trabalho. Da mesma forma, devemos vestir a armadura de Deus e libertar os necessitados. (Para mais informações sobre esse assunto, veja o capítulo 31, “Armando-se para a Vitória”). Os cristãos devem ter medo de tocar ou de se aproximar de alguém endemoniadoO medo atrai o ataque do inimigo. No entanto, o endemoniado não é um transmissor. Quem está firme em Deus não tem motivo para temer o inimigo. Os cristãos podem clamar pelo sangue de Jesus sem entendimento ou sem fé. Não podemos “clamar” pelo sangue de Jesus como se ele fosse um amuleto da sorte! Nós honramos o poder do sangue de Jesus e acreditamos que ele pode purificar, proteger e libertar. O poder do sangue se manifesta quando é aplicado à vida do cristão. Apocalipse 12:11 fala sobre o poder vitorioso do sangue contra Satanás: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro, e pela palavra do seu testemunho; e eles não amaram as suas vidas até a morte”. O sangue está relacionado ao perdão e cancela o direito de ataque do inimigo. O clamor pelo sangue não é feito a Satanás, e sim ao Pai. O sangue repreende Satanás! Não é necessário instrução na batalha espiritual. Recentemente, um pastor que havia sido membro de uma igreja por muito tempo me disse ela viveu anos sem esse ensinamento. Eu respondi: “Veja a sua igreja e a minha. Metade dos seus membros não frequentam assiduamente. O pecado é notório. Depressão e opressão dominam muitas dessas pessoas”. Ignorar a verdade leva ao caos. 2 Coríntios 2:11 nos alerta: “porque não ignoramos os seus objetivos”. Os cristãos podem ignorar Satanás e a existência da batalha espiritual. Certa vez um evangelista me disse que Satanás é um tigre sem dentes! A frase parece boa, mas será que isso é verdade? Vejamos o que diz 1 Pedro 5:8-9: “Sede sóbrios, sede vigilantes; porque o vosso adversário, o diabo, anda em derredor, como um leão que ruge, buscando a quem possa devorar; ao qual resisti firmes na fé”. Sabemos que o nosso inimigo já está derrotado, mas ele ainda é perigoso. Não é mais necessário resistir ao diabo. Resistir ao diabo é necessário e importante, apesar de ser uma tática de defesa. Existe um lado ofensivo da batalha espiritual em que o terreno conquistado pelo inimigo precisa ser retomado. Efésios 4:27 nos alerta quanto ao “dar lugar ao diabo”. Em Mateus 12:43, vemos que os demônios buscam “lugares”. É a mesma palavra encontrada em Efésios 4:27! Precisamos resgatar aqueles que foram aprisionados pelo inimigo. Colossenses 1:13 fala sobre a salvação: “nos livrou do poder das trevas”. Em Mateus 16, Jesus fala sobre a igreja: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Nessas palavras, vemos que a igreja ataca as portas da fortaleza do inferno. Em João 12:31, Jesus afirma que, pela cruz, o inimigo seria “expulso”. Todos os que estão perdidos vivem sob o domínio do “príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência” (Ef 2:2). Quando Paulo estava diante do rei Agripa, ele revelou sua missão: “para abrir- lhes os olhos, e os converteres das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus, para que eles possam receber o perdão dos pecados, e herança. .” (At 26:18). Salvação é o renascimento para aqueles que estão nas trevas sob o domínio de Satanás. A liberdade dos ataques é imediata. Às vezes, é preciso travar uma batalha longa e intensa para que a vida esteja livre de todos os invasores. Anos após sua chegada ao ministério, Timóteo enfrentou uma dura batalha contra o medo. Deus completará Sua obra se O deixarmos agir. “Deus não nos deu o espírito de medo, mas de poder, e de amor, e de uma mente sã” (2Tm 1:7). A liberdade é conquistada no final da batalha. Não, esse é apenas o começo de uma vida de discipulado. O terreno retomado deve ser defendido. Os pecados devem ser purificados e seu compromisso deve ser reafirmado. Devemos vestir a armadura e mantê-la, até o dia em que a trocaremos por vestes brancas! Notas do Capítulo 3 Nota 1 - NotableBiographies.com, “Joy Adamson,” http://notablebiographies.com/A-An/Adamson- Joy.html (acesso em 1 de junho de 2010). [Voltar] Capítulo 4 TREINANDO PARA REINAR A vida do cristão é uma vitória conquistada, mas também é uma batalha a ser travada. Quando escrevo sobre esse assunto, faço-o com as cicatrizes de guerra de um veterano, e muito tenho a compartilhar do que aprendi nas frentes de batalha. O guerreiro espiritual deve estar preparado para lutar até o fim. Em meio à fumaça e ao fogo da batalha, aprendi muito do que agora compartilho com o corpo de Cristo. A igreja dever ser um “arsenal espiritual” e deve levar o treinamento de seu povo mais a sério. A vida de Davi é um exemplo de batalha que precede uma maior unção e autoridade. Pelo estudo do progresso e da vasta experiência de Davi, deixemos o Senhor nos treinar para reinar. A DIFERENÇA DO MESTRE Davi ganhou destaque como soldado, deixando assim o anonimato enquanto pastor de ovelhas. Desde o início, Davi se mostrou um menino especial. Em uma cultura de predominância de pele morena, cabelos negros e olhos escuros, Davi era ruivo de pele clara. Ele era chamado de “olhos brilhantes”. A Bíblia diz que Davi tinha na cabeça uma gloriosa coroa ruiva. Sua pele era clara e seus olhos eram azuis. Ele era tão diferente que recebeu a função de pastor de ovelhas e trabalhava longe de casa. Quando Samuel chegou procurando por um próximo rei, Davi não estava na lista de candidatos de seu pai, Jessé. O GUERREIRO ADORADOR Sozinho com as ovelhas, Davi desenvolveu o espírito de adoração. O Espírito Santo compôs cânticos que chamamos de “salmos” por meio dele. Aquele jovem adorador também defendia suas ovelhas. Ele matou um urso e um leão para defender o rebanho de seu pai. Como vemos, o pastor precisa desenvolver um espírito de adoração. Esse compromisso desperta o coração do guerreiro. Os hábitos de Davi eram estranhos e incomuns para os outros. Mas os poetas são soldados poderosos! UNGIDO MAS INEXPERIENTE Davi foi descoberto por Samuel, que o ungiu rei de Israel. Ele seria o sucessor de Saul. Entretanto, Saul ainda estava vivo! Quando Davi matou o gigante Golias, ele imediatamente se tornou um herói nacional. Então, Saul levou Davi para sua casa e cuidou dele como um filho. Por um tempo, tudo parecia muito bem. Mas um dia Davi descobriu que Saul queria matá-lo e foi forçado a fugir para o deserto. Em meio àquela dificuldade, Deus ensinou Davi a dominar e superar toda e qualquer adversidade. À SOMBRA DO PASTOR Talvez você pense que não está cumprindo seus propósitos e vivendo seus sonhos. Será que você está sendo treinado para aprender a agir e vencer? A unção de Davi o levaria ao trono, mas primeiro ele teria que passar por aquela experiência no deserto. No campo com as ovelhas, Davi conheceu o Grande Pastor. Ele resume Seu rebanho na passagem maravilhosa de Salmo 23: O Senhor é meu pastor; nada me falta.Ele me faz deitar em verdes pastos; ele me conduz ao lado das águas serenas. Ele restaura a minha alma; me guia no caminho da justiça por causa do seu nome. Sim, ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum; porque tu estás comigo; tua vara e o teu cajado me consolam. Tu preparas uma mesa para mim na presença dos meus inimigos; tu unges minha cabeça com óleo; meu cálice transborda. Certamente a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida, e eu habitarei na casa do Senhor para sempre. Nesse salmo, Davi confessa sua fé em Jeová, o “Eu sou”, como Deus do pacto. Davi O chama de Rohi – o pastor, e declara sua fé: “Nada me falta – Ele é o Deus provedor”. O Senhor traz descanso, pois Ele é o Shalom – nossa paz. Davi aprendeu a buscar o Senhor porque sabia que Ele era Nissi – o estandarte. Ao considerar sua vida enquanto pecador que busca viver em retidão, Davi citou o “caminho da justiça” porque ele cria em Jeová Tsidkenu. Ele compreendeu que nunca estaria sozinho porque Jeová Shammah estava sempre presente! O relacionamento de Davi com Deus o preparou para lidar com o povo de Deus, mesmo que um momento de provação fosse necessário. Davi precisava aprender a não confiar na carne. Ele tinha a unção, mas a armadura de Saul não cabia nele. A casa de Saul não era para ele. Na verdade, Davi desejava ser diferente para viver segundo os planos de Deus. Alémdo tratamento diferenciado recebido na casa de Jessé, Davi também se sentiu um intruso na casa de Saul. Deus tinha o plano de erguer uma casa distinta só para Davi. SEU LUGAR NO EXÉRCITO DE DEUS Neste novo milênio, aqueles que têm o coração em Deus talvez não se encaixem em lugar algum. A casa de Jessé representa a tradição – zona de conforto para a maioria das pessoas. Davi não se sentia à vontade naquele ambiente tradicional nem seus irmãos estavam confortáveis com sua presença. O pastor fiel não se envergonha de cantar, sorrir, dançar e celebrar a glória de Deus. Sua única preocupação é guiar, alimentar e proteger seus animais. Ele se arrisca por novos caminhos em busca de alimento para seu rebanho. Esse pastor não teme Lúcifer, o leão que ruge, ou o urso da opressão. A casa de Saul representa aqueles que se apegam apenas às últimas tendências religiosas. O povo de Saul admirava o espírito guerreiro de Davi, aquele que venceu o temível Golias. Saul gostava da maneira como Davi aquietava as almas conturbadas. Mas mesmo assim, no fim das contas, o povo de Saul rejeitou a unção e Davi não conseguiu permanecer naquela casa de inconsistência religiosa. Davi seguiu em frente com a certeza da unção para liderança. Obviamente ele não se adequava à estrutura do passado. A guerra se aproximava daquele povo e de suas terras, mas Davi precisava de um exército motivado para lutar. Assim como Davi, você foi chamado e ungido, mas onde vai habitar? Quem te ajudará a sair do local de desajustes para o trono de um monarca em sua vida espiritual? Deus tem um plano para você, embora pareça estranho à princípio. Ele está te preparando para sair da caverna, ser coroado e vencer! Jeremiah Denton foi um prisioneiro de guerra no Vietnã por sete anos. Depois disso, ele foi eleito para o senado de Alabama. Quando perguntaram de onde ele tirava forças durante o difícil período na prisão, ele respondeu que era dos versículos da Bíblia que ele tinha memorizado.[Nota 1] Embora fisicamente sua condição fosse a de um prisioneiro, sua alma estava livre e vitoriosa! A CAVERNA ANTES DA COROA Não era fácil ser ungido rei enquanto o rei atual ainda estivesse no controle. Davi foi perseguido e odiado por ser o escolhido de Deus. O Antigo Testamento nos conta a história de como Davi fugiu do descontrolado rei Saul para as regiões áridas da Filístia. Para desviá-lo do caminho, o inimigo tentou atraí-lo para outra direção. Davi fugiu para a cidade de Gate, onde Golias, o gigante morto por ele, havia nascido. Ali, Davi foi reconhecido e temeu que Aquis, rei de Gate, quisesse matá-lo. Davi fingiu estar mentalmente doente e escapou da morte, mas também não encontrou abrigo no território inimigo. Essa história é o retrato da igreja saindo do período de letargia e entrando no período de batalha! O treinamento de Davi na sua “igreja-caverna” assemelha-se ao que precisamos na igreja de hoje. A IGREJA-CAVERNA Davi escapou de Saul e Gate e achou refúgio na caverna de Adulão. Então, ouviu-se em Belém que o suposto rei estava em uma caverna, e cerca de quatrocentos defensores corajosos começaram a procurá-lo. Mas eles não pareciam uma grande multidão! A Palavra de Deus assim descreve: “E todos os que estavam em aflição, e todos os que estavam em dívida, e todos os que estavam descontentes juntaram-se a ele; e ele se tornou capitão sobre eles; e com ele havia cerca de quatrocentos homens” (1Sm 22:2). Ali começava a formação do exército de Davi – os angustiados, os necessitados e os desgostosos. Que começo inesperado para um exército que o levaria ao trono de Israel! A caverna seria o começo para a igreja de Davi. Alguns dizem que não se pode construir algo grandioso em uma caverna! Pensa-se que não é viável construir uma igreja em um lugar distante e desabitado. Alguns acreditam que não se pode edificar a igreja em pessoas descontentes e sem dinheiro! Na realidade, aquelas pessoas aparentemente desqualificadas de Davi se tornariam um exército poderoso para Deus! (Veja 1 Crônicas 12:22) TREINAMENTO ESPIRITUAL BÁSICO Quando os jovens se alistam no exército, eles primeiro passam por semanas de treinamento rigoroso. Eles precisam estar física, emocional e mentalmente preparados para lutar contra o inimigo. Um site sobre estratégias militares diz o seguinte sobre os recrutas da Marinha dos Estados Unidos: “Após completar o treinamento com sucesso, incluindo um teste severo e uma prova final de resistência em equipe, o recruta é transformado, tanto física quanto mentalmente, em parte vital de um time altamente efetivo. Então, e somente então, o recruta é condecorado com uma patente da Marinha.”[Nota 2] É interessante observar que Davi também seguia esses processos de treinamento, como lemos no livro de Salmos: “Ele ensina as minhas mãos para a guerra, de maneira que um arco de aço é quebrado pelas minhas mãos” (Sl 18:34). No prefácio desse salmo, lemos que ele foi escrito por Davi na ocasião de sua fuga de Saul e de seus inimigos. Acredito que esse salmo represente o manual de treinamento de Davi para seu povo. Deus deseja que estejamos capacitados para a batalha espiritual! SEIS ITENS ESSENCIAIS PARA O GUERREIRO Atualmente, a maioria dos serviços armados necessita de um treinamento básico de seis a treze semanas. Durante esse período, os recrutas têm um líder chamado instrutor militar. Após o treinamento básico, o jovem soldado ou marinheiro começa a aparentar e agir de forma diferente. À medida que lê este livro, eu oro para que você seja transformado a fim de atuar melhor nas guerras espirituais mais intensas. Um exército tímido e mal treinado não tem condições de enfrentar os terroristas do inferno! Não, devemos nos moldar espiritualmente, vestir nossa armadura e ir para frente da batalha. O destino da humanidade está por um fio. Davi treinou seus quatrocentos soldados com a verdade encontrada no salmo 18, que contém seis admoestações necessárias para todo guerreiro. 1. Sujeite-se à autoridade – submissão Porque tu salvarás o povo humilde, mas os olhos altivos tu os abaterás. – SALMOS 18:27 O soldado deve começar o dia disposto a obedecer ordens. Ao chegar ao campo de treinamento, nada do que ele tem lhe pertence mais! Seu cabelo é cortado, seu vestuário é selecionado e seus horários são determinados pelo seu líder. Por um período, perde-se a liberdade e aprende-se a ser submisso. É essencial entendermos que, se quisermos que o diabo fuja de nós, precisamos estar submissos a Deus. Tiago 4:7 nos diz: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Um dos meus amigos da época da escola era rebelde por natureza. Suas roupas e suas atitudes eram incomuns. Por fim, um dia ele abandou a escola para viver livremente. Por escolha própria? Ele se alistou na Marinha. Não acreditei quando o vi depois do treinamento! Seu cabelo grande agora estava cortado e ele vestia uma farda oficial da Marinha dos Estados Unidos em vez de jeans. Ele aprendeu a seguir ordens! Hebreus 12:1-2 nos dá instruções militares: Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. 2. Inflame-se pela causa – paixão Porque tu acenderás a minha vela. – SALMOS 18:28 O segundo objetivo do campo de treinamento é inspirar o recruta para que ele tenha paixão pela causa do país. Quando as forças forem iguais, aquele que tiver maior paixão pela luta vencerá. Na nossa luta contra o inimigo, temos que inflamar para conquistar as almas dos homens para o Reino de Deus. Uma das coisas mais admiráveis sobre os fundamentalistas islâmicos é a sua paixão desenfreada pela causa. Eles estão dispostos a morrer para cumprir seus propósitos. Embora seus ensinamentos sejam enganosos e seus métodos sejam devastadores, elesse inflamam pelo que acreditam. Nenhuma arma militar pode dar fim a tal paixão; isso deve acontecer nos fiéis que se apaixonaram por Jesus Cristo. 3. Prepare-se para a batalha – disciplina O Senhor meu Deus iluminará as minhas trevas. –SALMOS 18:28 Deus “iluminará” os Seus soldados. Recebemos a armadura adequada e as instruções corretas. Toda igreja deve se tornar um arsenal espiritual, preparando seus membros para a luta contra as trevas. 4. Acredite na vitória – visão Porque por ti eu corri através de uma tropa, e pelo meu Deus saltei sobre um muro. – SALMOS 18:29 Nesse momento, o recruta declara a sua fé. Pelo poder de Deus, ele consegue derrotar uma tropa. Com a força de Deus, ele consegue saltar uma muralha. O exército do inimigo e os obstáculos caem diante do soldado espiritual que tem fé. 5. Conheça as suas armas – poder Quanto a Deus, seu caminho é perfeito; a palavra do Senhor é provada; ele é um broquel para todos aqueles que nele confiam. Porque quem é Deus, salvo o Senhor? Ou quem é uma rocha, salvo o nosso Deus? É Deus que me cinge de força e torna o meu caminho perfeito. Ele ensina as minhas mãos para a guerra, de maneira que um arco de aço é quebrado pelas minhas mãos. – SALMOS 18:30-32,34 Observe que Deus tem um plano de batalha perfeito. A palavra perfeito significa “totalmente completo”. Devemos lutar segundo o Seu plano. Além disso, Jeová nos deu uma espada afiada de dois gumes – Sua Palavra. Precisamos manejá-la corretamente se quisermos ser vitoriosos. Deus também nos garante um escudo de proteção: a fé. Jeová exercita nossos dons para que nossas mãos sejam fortalecidas para guerrear. Podemos usar nosso “arco de cobre” para vencer o inimigo. Os arqueiros espirituais podem abater os principados nos céus! 6. Dê o próximo passo – excelência Ele torna os meus pés como os pés das corças, e põe-me nos meus lugares altos. – SALMOS 18:33 O campo de treinamento nos leva ao próximo passo da batalha. Podemos conquistar as montanhas diante de nós. Nossos pés precisam estar fortes para andarmos com firmeza. Os pés do cervo deixam “rastros”, o que significa que a pisadura da pata traseira sempre irá coincidir com as marcas deixadas pela pata dianteira. Nosso Deus nos faz seguir as Suas pegadas, acompanhando Seus rastros. O manual de Davi, em Salmo 18, moldou aqueles quatrocentos homens desamparados transformando-os em máquinas militares que conquistariam o reino. Nós também podemos dar o próximo passo se nos prepararmos e formos disciplinados. O restante deste livro te ajudará a conhecer seu inimigo, entender a batalha, equipar-se para o confronto e prosseguir em vitória. Notas do Capítulo 4 Nota 1 - Eu ouvi o Senador Denton afirmar isso em uma reunião que participei. [Voltar] Nota 2 - De acordo com a citação em “Top Ten Armies of the World”, StrategyPage.com, http://www.strategypage.com/militaryforums/30-2212/page23.aspx (acesso em 29 de abril de 2010). [Voltar] PARTE II TRAÇANDO A HISTÓRIA DO SEU INIMIGO Capítulo 5 BATALHA ALÉM DAS ESTRELAS Há algo muito errado em nosso mundo que não pode ser explicado pela razão humana. Infelizmente, a maior parte do mundo, principalmente a sociedade ocidental, rejeita a existência do mal sobrenatural. O ocidente é a única sociedade cultural, histórica e contemporânea que rejeita a ideia da existência dos espíritos malignos. Desde o Iluminismo, as escolas ocidentais têm tentado explicar o mundo com justificativas verificáveis e racionalistas. Não há espaço para os espíritos bons ou maus nesta era “científica”. Apesar de muito ter sido descoberto pela ciência, ainda existe um grande ponto cego no que diz respeito ao lado espiritual do ser humano. Para os cristãos, não resta outra alternativa a não ser encarar o fato bíblico, histórico e até mesmo contemporâneo de que há um inimigo sobrenatural. Por causa da literatura e dos filmes grotescos, a ideia de um ser maligno supremo é vista por muitos como piada. Satanás é caricaturado como um vilão de roupas vermelhas com rabo, chifres e um tridente. Esta é uma grave subestimação do inimigo. Sun Tzu, o filósofo chinês, escreveu o clássico A Arte da Guerra há aproximadamente vinte anos atrás. Esse livro se tornou um manual de como alcançar vitória no campo de batalha. O autor fala sobre o inimigo: “Se conheces os demais e te conheces a ti mesmo, nem em cem batalhas correrás perigo; se não conheces os demais, porém te conheces a ti mesmo, perderás uma batalha e ganharás outra; se não conheces a os demais nem te conheces a ti mesmo, correrás perigo em cada batalha”.[Nota 1] Essa é a realidade da batalha espiritual. Precisamos conhecer o nosso inimigo tendo também total entendimento de nossa própria identidade. O cristão deve equilibrar a ferocidade do inimigo com os poderosos recursos que estão a nosso favor na batalha espiritual. Quando isso acontecer, diremos como o profeta Eliseu: “Não temas; porque aqueles que estão conosco são mais do que aqueles que estão com eles” (2Rs 6:16). A FORMAÇÃO DE SATANÁS O nome Satanás aparece menos de vinte vezes no Antigo Testamento. A total revelação do nosso antigo adversário acontece no Novo Testamento. Vemos Satanás presente no Jardim do Éden na aurora da existência do homem na terra. Estamos engajados em uma batalha que está além das estrelas, definida antes mesmo do início da história; de fato, uma batalha além do tempo! Fazemos parte de uma guerra intensa que começou no reino atemporal a que chamamos eternidade. Nosso universo, com todas as suas galáxias, com o sistema solar e com a vastidão, dimensão e mistério de espaço, foi criado por Deus no início de tudo. Existem outros reinos e dimensões além do nosso universo. Apesar de sua beleza, há algo errado na criação! A presença do mal, da morte e das guerras são evidentes no nosso planeta. A raça humana tem um inimigo que nos odeia e que quer nos destruir. • Satanás se revela como uma serpente em Gênesis 3, tentando nossos pais da antiguidade e destruindo sua habitação. • Ele testa Jó e fracassa. • Satanás provoca Davi para que ele confie em números e não em Deus: “E Satanás se levantou contra Israel, e incitou Davi a enumerar Israel” (1Cr 21:1). • Vemos Satanás resistir o ministério de adoração nos tempos de Zacarias: “E ele me mostrou Josué, o sumo sacerdote, posicionado diante do anjo do Senhor, e Satanás de pé, à sua direita para se lhe opor. E o Senhor disse a Satanás: O Senhor te repreenda, ó Satanás; o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreenda; não é este um tição tirado do fogo?” (Zc 3:1-2). De onde vem esse inimigo? Qual será o mistério do pré-histórico mal? Temos que juntar várias passagens do Antigo e do Novo Testamento para entender o mal e sua origem. Em Isaías 14:12-15, vemos a cena da queda de Satanás. Descobrimos que Satanás era conhecido como Lúcifer, que significa “portador de luz” ou “estrela da manhã”. PECADOS E FRACASSOS DE SATANÁS O orgulho derrubou Lúcifer. 1. Ele caiu da dimensão de glória – do céu dos céus (Is 14:12). 2. Ele debilitava as nações (Is 14:12). 3. Ele desejou o lugar supremo de Deus. Ele queria ser adorado pela congregação e ficar acima da glória da Shekinah – a nuvem da divina presença. (Is 14: 13-15). COMO ELE ERA ANTES DA QUEDA? Muito nos esclarece a passagem de Ezequiel 28:11. Assim com Isaías, Ezequiel prediz a queda dos reis. Ele proclamou contra os reis de Tiro e de Sidom, e vai além da descrição dos reis da terra nesta profecia. Há muitas razões pelas quais muitos acreditam que esta passagem se refere a Satanás. Primeiramente, não há referências históricas que comprovem a existência de um rei com aquelas descrições em Tiro. Durante aquele período, houve um príncipe que governou, mas que foi deposto. O rei de Tiro seria o pai daquele príncipe. Em segundo lugar, o versículo 13 diz: “Estiveste no Éden, jardim de Deus”. Em Gênesis 3, vemos que as únicas pessoas no Jardim do Éden eram Deus, Adão, Eva e a serpente. Como obviamente nenhum dos outros se encaixa nessa descrição, seguramente afirmamos e concordamos com muitosestá voltando. Os psicólogos dizem que para mantermos uma mente sã precisamos ter alguém para amar, fazer algo útil e ter esperança no futuro. Num nível prático, isso é verdade. Saber que a sexta-feira se aproxima nos ajuda a encarar a semana. Saber que a dor presente passa e que a cura acontecerá em breve ajuda as pessoas a passarem por doenças e cirurgias. A esperança do céu e de uma vida melhor nos ajuda a seguir por esta vida. Tito 2:13 diz: “Aguardando a abençoada esperança e o aparecimento glorioso do grande Deus e nosso Salvador Jesus Cristo”. Hebreus 6:18-19 diz: “Para que .. pudéssemos ter uma poderosa consolação, nós, que procuramos refúgio na esperança colocada diante de nós. Esperança essa que temos como âncora da alma”. O precursor, nosso Senhor, vai à frente de nós para glorificar e ancorar nossas almas ao Seu trono. Não há nada que o mundo possa fazer que nossa âncora de esperança não possa segurar. Lembro-me agora de outro grande hino de fé “Que Firme Alicerce”: Que firme alicerce, vós santos do Senhor Adquirem pela fé em Sua gloriosa Palavra. . E embora a alma o inferno tente abater Não vou, nunca, jamais desistir.[Nota 6] A resposta da mente Como podemos, então, controlar nossa mente e nossos pensamentos? Primeiro devemos nos arrepender conscientemente. O arrependimento vem da palavra grega metanoia, que quer dizer “mudança de pensamento”. Em segundo lugar, precisamos receber com consciência. “Que haja em vós a mesma mente que houve também em Cristo Jesus” (Fp 2:5). “Mas nós temos a mente de Cristo” (1Co 2:16). “Ora, como Cristo padeceu por nós na carne, armai-vos também com o mesmo pensamento” (1Pe 4:1). Em terceiro lugar, temos que renovar a nossa mente. “Suplico-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, de apresentardes os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm 12:1-2). Esses versículos nos ensinam que, entregando os nossos corpos a Ele e recusando nos conformar com este mundo, teremos nossas mentes renovadas. Essa é uma necessidade diária. Passos para uma mente renovada Como renovar a mente? Filipenses 4 estabelece os passos para lidar com pensamentos confusos e uma mente indecisa. 1. Alegrar-se no Senhor. “Regozijai-vos sempre no Senhor; e outra vez digo: Regozijai-vos. Seja a vossa moderação notória a todos os homens. O Senhor está próximo” (Fp 4:4-5). O louvor é um ótimo antídoto para a aflição. O louvor promove a proximidade de Deus. 2. Suplicar ao Senhor. “Não estejais inquietos por coisa alguma; mas em tudo, pela oração e súplica com ação de graças, sejam as vossas petições conhecidas diante de Deus” (Fp 4:6). A oração é um antídoto para a mente em agonia. Entregue a Deus as suas necessidades. 3. Descansar em Cristo. “E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes, através de Cristo Jesus” (Fp 4:7). Deixe a paz de Deus proteger a sua mente. 4. Refletir nas coisas boas de Deus. “Tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai. Estas coisas que aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso fazei; e o Deus de paz será convosco” (Fp 4:8-9). Tenha bons pensamentos. Use a Bíblia para conter os pensamentos maus. 5. Relaxar no Senhor. “Regozijei-me grandemente no Senhor, porque finalmente o vosso cuidado por mim floresceu novamente; porque já éreis cuidadosos, mas vos faltava oportunidade. Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi, seja qual for o meu estado, a estar contente com isso. Eu sei como estar humilhado e sei também como ter abundância; em todo lugar e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a sofrer necessidade. Eu posso fazer todas as coisas por meio de Cristo, que me fortalece” (Fp 4:10-13). Deus promete suprir todas as nossas necessidades. Pela fé agradecemos a Deus e recebemos de Suas mãos tudo o que necessitamos. Você está usando o capacete da salvação? Você tem vivido em esperança? Sua mente está clara? Seus pensamentos são retos? Jesus Cristo te dará uma nova mente. Você precisa se arrepender? Você precisa receber? Você precisa renovar a sua mente? Jesus quer ajudá-lo hoje. A ESPADA DO GUERREIRO E tomai o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus. Orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito, e vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos. – Efésios 6:17-18 Essa parte da guerra convoca todos os cristãos para se posicionarem contra Satanás. Agora Satanás vem em nossa direção – por meio do sistema do mundo em que vivemos e pela nossa carne. Todas as peças que estudamos até agora são armas de defesa. Com elas podemos nos defender dos ataques do inimigo. • Com nosso cinto e couraça temos integridade e identidade em Cristo. Satanás não pode atacar nosso caráter. • Com nossos calçados e escudo temos equilíbrio e confiança. Satanás não pode afetar nosso comprometimento com Deus. • Com nosso capacete temos a segurança e garantia das coisas boas de Deus. Satanás não pode destruir nossa confiança. Tiago 4:7 nos diz, “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”. Armas defensivas mantêm Satanás à distância, mas somente as armas ofensivas podem fazê-lo fugir! Deus nos deu como arma ofensiva a espada do Espírito. A palavra espada se refere à espada romana de dois gumes, usada em combate corpo a corpo. Essa arma perfeitamente balanceada era manejada com habilidade pelos soldados romanos que praticavam diariamente durante horas até conseguir usá-la perfeitamente. Vamos ver a respeito dela e de seu uso. A espada e o soldado “Tomai. . a espada”. A verbo tomar está no tempo verbal imperativo aoristo no texto grego. Essa é uma ordem para o santo soldado tomar posse de uma vez por todas daquilo que Deus concede. A arma ofensiva que Deus oferece é a Sua Palavra. A Palavra de Deus deve ser usada para atacar o inimigo, Satanás. Essa espada não é de invenção humana. Ela foi inventada por decreto divino. Ela não foi moldada pelo fogo terreno, mas pelas chamas ardentes da majestosa presença de Deus. O martelo da inspiração celestial afiou a espada que é manejada pela mão do cristão. Hebreus 4:12-13 nos revela que a Palavra de Deus é uma espada viva. Ela é penetrante e eficaz. A espada afiada da Palavra de Deus expulsa o mal. Nesta passagem a espada está nas mãos do nosso grande Sumo Sacerdote, o Senhor Jesus. Usando a espada como uma ferramenta cirúrgica, ele penetra nas nossas vidas, discernindo pensamentos e intenções. Com essa espada Ele realizou a cirurgia da salvação. Após usar a espada em você, o santo, Jesus coloca a espada em suas mãos. O segredo da habilidade de luta do Rei Arthur era sua espada, Excalibur. Essa espada era especial porque concedia extraordinário poder a qualquer guerreiro comum! E assim também acontece com o cristão. A espada do Espírito é para ele uma arma de poder ilimitado. A espada do Espírito “Tomai... a espada do Espírito”. Note que a espada está ligada ao Espírito de Deus. Ter a espada do Espírito não é simplesmente ter a Bíblia! O Espírito Santo inspirou a Bíblia (2Pe 1:21). Somente o Espírito Santo pode nos ensinar a Bíblia: “Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas” (Jo 14:26). João 16:13 diz a respeito do Espírito Santo: “ele vos guiará a toda a verdade.” Sem o Espírito Santo as verdades da Bíblia não podem ser entendidas: “Mas o homem natural não recebe as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; nem pode conhecê-las, porque elas são discernidas espiritualmente” (1Co 2:14). O poder do Espírito Santo direciona o uso da Palavra na vida do cristão. Outra maneira de