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Atividade de tributário Responda as questões da forma mais objetiva possível! 1) O que significa dizer que o crédito está com a exigibilidade suspensa? Significa que o crédito tributário, apesar de existir, não pode ser cobrado pelo Fisco. A exigibilidade é a possibilidade de o Fisco cobrar o crédito tributário. Quando ela é suspensa, o Fisco fica impedido de praticar atos de cobrança, como expedir certidão de dívida ativa, inscrever o débito na dívida ativa, ou iniciar execução fiscal. As hipóteses de suspensão da exigibilidade do crédito tributário estão previstas no artigo 151 do Código Tributário Nacional (CTN). São elas: • Moratória: é a concessão de prazo para o pagamento do crédito tributário, sem a incidência de multa e juros. • Depósito do montante integral: o contribuinte pode depositar o montante integral do crédito tributário, suspendendo a exigibilidade até o julgamento da ação judicial. • Recurso administrativo: o contribuinte pode recorrer de uma decisão administrativa, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário até o julgamento do recurso. • Recurso judicial: o contribuinte pode ingressar com ação judicial, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário até o julgamento da ação. • Embargos à execução fiscal: o contribuinte pode embargar a execução fiscal, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário até o julgamento dos embargos. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário é um instituto importante para o contribuinte, pois lhe confere uma proteção contra a cobrança indevida do crédito tributário. Exemplo: Uma empresa é autuada pela Receita Federal por não recolher o imposto de renda. A empresa pode ingressar com recurso administrativo contra a autuação. Enquanto o recurso administrativo estiver pendente de julgamento, a exigibilidade do crédito tributário fica suspensa. O Fisco não pode cobrar o imposto de renda da empresa, nem inscrever o débito na dívida ativa, nem iniciar execução fiscal. Outro exemplo: Um contribuinte é notificado pelo Fisco para pagar um tributo. O contribuinte pode depositar o montante integral do tributo, suspendendo a exigibilidade do crédito tributário. O Fisco não pode cobrar o tributo do contribuinte, nem inscrever o débito na dívida ativa, nem iniciar execução fiscal. 2) Existe a isenção heterônoma? Explique. A resposta a essa pergunta depende da interpretação da Constituição Federal. O artigo 151, III, da Constituição proíbe a concessão de isenções tributárias heterônomas, ou seja, aquelas que são concedidas por um ente político diverso do que possui a competência para instituir o tributo correspondente. No entanto, há exceções a essa regra. Por exemplo, o artigo 155, § 2º, XII, "g", da Constituição permite que a União, por lei complementar, exclua do ICMS as exportações de bens e serviços. Essa isenção é concedida pela União, mas incide sobre um tributo de competência estadual. Outra exceção é a prevista no artigo 151, § 1º, da Constituição, que permite que os tratados internacionais celebrados pelo Brasil prevejam isenções tributárias. Nesse caso, a isenção é concedida por um ente externo ao Brasil, mas tem validade no ordenamento jurídico brasileiro. Portanto, a resposta à pergunta "Existe a isenção heterônoma?" é: sim, mas com exceções. A seguir, são apresentados os principais argumentos a favor e contra a existência da isenção heterônoma: Argumentos a favor: • A isenção heterônoma pode ser necessária para garantir a efetividade de tratados internacionais. • A isenção heterônoma pode ser utilizada para promover o desenvolvimento econômico ou social. • A isenção heterônoma pode ser utilizada para corrigir distorções no mercado. Argumentos contra: • A isenção heterônoma pode violar o princípio da autonomia dos entes políticos. • A isenção heterônoma pode gerar injustiça fiscal. • A isenção heterônoma pode gerar conflitos entre os entes políticos. 3) Administração Tributária: objeto, finalidade e limitações. Objeto da Administração Tributária O objeto da Administração Tributária é o conjunto de atividades desenvolvidas pelo Estado para a arrecadação e fiscalização dos tributos. Essas atividades abrangem, entre outras, a elaboração de leis e regulamentos tributários, a cobrança de tributos, a fiscalização do cumprimento das obrigações tributárias, a aplicação de penalidades e a solução de conflitos tributários. O objeto da Administração Tributária é definido pela Constituição Federal, que estabelece os princípios e as normas básicas do Direito Tributário. O Código Tributário Nacional (CTN) também é um importante instrumento normativo da Administração Tributária, pois estabelece regras gerais sobre a arrecadação e a fiscalização dos tributos. Finalidade da Administração Tributária A finalidade da Administração Tributária é arrecadar recursos para o Estado, de modo a financiar as suas atividades e garantir o bem-estar social. A arrecadação tributária é essencial para o funcionamento do Estado, pois permite que ele preste serviços públicos, como educação, saúde, segurança e infraestrutura. Além da arrecadação, a Administração Tributária também tem a finalidade de fiscalizar o cumprimento das obrigações tributárias. A fiscalização tributária é importante para garantir que todos os contribuintes paguem os tributos devidos, evitando a sonegação e a evasão fiscal. Limitações da Administração Tributária A Administração Tributária está sujeita a uma série de limitações legais, que visam proteger os direitos dos contribuintes. Essas limitações estão previstas na Constituição Federal, no CTN e em outras leis tributárias. Algumas das principais limitações da Administração Tributária são: • O princípio da legalidade, que estabelece que a Administração Tributária só pode agir com base em lei. • O princípio da igualdade, que estabelece que todos os contribuintes devem ser tratados de forma igual perante a lei. • O princípio do contraditório e da ampla defesa, que garantem aos contribuintes o direito de serem ouvidos e de apresentar provas antes de serem penalizados. A Administração Tributária deve respeitar essas limitações para garantir que sua atuação seja justa e imparcial. 4) Discorrer sobre a preferência do crédito tributário na hipótese de falência decretada ou de deferimento do processamento da recuperação judicial. A preferência do crédito tributário na hipótese de falência decretada ou de deferimento do processamento da recuperação judicial é um tema de grande relevância no direito brasileiro. Isso porque, em ambos os casos, ocorre a suspensão das execuções individuais contra o devedor, o que pode dificultar o recebimento dos créditos tributários. No caso da falência, o crédito tributário ocupa a terceira posição na ordem de preferência, após os créditos trabalhistas e os créditos com garantia real. Isso significa que, após o pagamento dos créditos trabalhistas, os créditos tributários serão satisfeitos, desde que não sejam objeto de garantia real. No caso da recuperação judicial, o crédito tributário não é afetado pela suspensão das execuções individuais. No entanto, a lei estabelece que os créditos tributários serão pagos de forma parcelada, nos termos do plano de recuperação judicial. A preferência do crédito tributário é justificada pelo princípio da supremacia do interesse público. Os tributos são receitas públicas essenciais para o financiamento das atividades do Estado. Por isso, é importante que o Estado tenha prioridade no recebimento de seus créditos, mesmo em caso de falência ou recuperação judicial. No entanto, a preferência do crédito tributário também pode gerar conflitos com outros interesses legítimos, como os interesses dos credores trabalhistas e dos credores com garantia real. Por isso, é importante que a lei estabeleça um equilíbrio entre esses interesses. A seguir, serão analisados os aspectos mais relevantes da preferência do crédito tributáriona hipótese de falência decretada ou de deferimento do processamento da recuperação judicial. Ordem de preferência na falência A ordem de preferência dos créditos na falência está prevista no artigo 83 da Lei de Falências e Recuperação de Empresas (Lei nº 11.101/2005). De acordo com esse artigo, os créditos são classificados da seguinte forma: 1. Créditos trabalhistas Os créditos trabalhistas são os créditos decorrentes de relação de trabalho, tais como salários, indenizações, contribuições previdenciárias e fiscais. Esses créditos possuem preferência absoluta, ou seja, têm prioridade sobre todos os outros créditos, inclusive os tributários. 2. Créditos com garantia real Os créditos com garantia real são aqueles que possuem garantia de bens do devedor, tais como hipoteca, penhor e alienação fiduciária. Esses créditos possuem preferência sobre os créditos trabalhistas, mas não sobre os créditos tributários. 3. Créditos tributários Os créditos tributários são os créditos decorrentes de relação tributária, tais como impostos, taxas e contribuições. Esses créditos possuem preferência sobre os créditos quirografários, mas não sobre os créditos com garantia real. Pagamento dos créditos tributários na falência Os créditos tributários vencidos e vincendos, inclusive os acessórios, serão pagos na falência, na ordem prevista no artigo 83 da Lei de Falências e Recuperação de Empresas. O pagamento dos créditos tributários será realizado após o pagamento dos créditos trabalhistas e dos créditos com garantia real. Os créditos tributários vencidos serão pagos preferencialmente aos créditos tributários vincendos. Pagamento dos créditos tributários na recuperação judicial A suspensão das execuções individuais contra o devedor não afeta a exigibilidade dos créditos tributários. No entanto, a lei estabelece que os créditos tributários serão pagos de forma parcelada, nos termos do plano de recuperação judicial. O plano de recuperação judicial deve prever o pagamento dos créditos tributários vencidos até a data do pedido de recuperação judicial, em até 60 (sessenta) meses, contados do deferimento do plano. Os créditos tributários vincendos serão pagos nos termos do plano de recuperação judicial. No entanto, o plano não pode prever o pagamento desses créditos em prazo superior a 60 (sessenta) meses, contados do deferimento do plano. Conclusão A preferência do crédito tributário na hipótese de falência decretada ou de deferimento do processamento da recuperação judicial é um tema complexo e controverso. No entanto, é importante que a lei estabeleça um equilíbrio entre os interesses legítimos do Estado e dos demais credores. 5) Assinale a alternativa que traz apenas hipóteses de extinção do crédito tributário. a) decadência, isenção e dação em pagamento em bem imóvel; B) prescrição, decadência e depósito do montante integral; C) pagamento, prescrição e decadência; D) Nenhuma das alternativas está correta. A resposta correta é (C), pagamento, prescrição e decadência. As hipóteses de extinção do crédito tributário estão previstas no art. 156 do Código Tributário Nacional (CTN), que estabelece as seguintes possibilidades: • Pagamento: é a entrega de dinheiro ou bens em espécie à Fazenda Pública, em cumprimento de obrigação tributária. • Prescrição: é o perecimento da pretensão de cobrança do crédito tributário pelo decurso do tempo. • Decadência: é o perecimento do direito de lançar o crédito tributário pelo decurso do tempo. As demais alternativas não são hipóteses de extinção do crédito tributário, pois: • Isenção: é a dispensa do pagamento de tributo, com base em lei. • Dação em pagamento em bem imóvel: é a entrega de um bem imóvel pelo devedor, em cumprimento de obrigação tributária. Portanto, a única alternativa que traz apenas hipóteses de extinção do crédito tributário é a letra (C).