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Unidade 1: História do Ensino da Arte 1. Tópico 1 – Ensino da Arte no Brasil • Origem do ensino da arte : A arte inicialmente era ensinada dentro de um contexto específico para o artesanato e o desenho técnico, ministrando as aulas para profissões específicas. • Mudanças ao longo do tempo : Uma transição para a valorização da arte como forma de expressão e de desenvolvimento pessoal. Isso incluiu o reconhecimento da importância da criatividade e da subjetividade no ensino artístico. • Influência de movimentos pedagógicos : O impacto das correntes pedagógicas, como a Pedagogia Libertadora de Paulo Freire e as ideias progressistas de John Dewey, que reforçam a autonomia do estudante e o uso da arte como ferramenta de reflexão Contexto Histórico O ensino da arte, inicialmente elitizado e focado em técnicas clássicas, foi se adaptando às novas demandas sociais e pedagógicas, acompanhando as mudanças culturais e educacionais. Fases Principais: 1. 1549 - 1808 - Início no Brasil Colonial • Colonização – catequização dos indígenas e formação das elites e lideranças religiosas – poder nas mãos dos colonizadores. • IMPOSIÇÃO da Cultura europeia – educação literária, filosófica e teológica; • Jesuítas utilizavam o ensino da arte para EVANGELIZAR – dramatização, música, poesia – arte para DOMINAÇÃO; • O ensino da arte começou voltado para a elite, com foco na imitação das técnicas europeias e nas belas artes, ligado principalmente à pintura, escultura e arquitetura. As primeiras iniciativas foram restritas e influenciadas por um modelo colonialista. 2. 1816 - MISSÃO ARTÍSTICA FRANCESA - séc XIX • Chefiada por Joachim Lebreton • Grupo de artistas importados da França, encarregados de SUBSTITUIR a concepção popular da arte e barroco brasileiro pelo NEOCLASSICISMO • Artistas como: Taunay e Debret • Enfoque nos desenhos, pintura, escultura e moda europeia – LINHAS RETAS E PURAS • 1816 – Fim do período colonial no Brasil e criação do ensino artístico – fundação da ESCOLA REAL DAS CIÊNCIAS, ARTES E OFÍCIOS no Rio de Janeiro • 1826 – Transformação da escola para IMPERIAL ACADEMIA E ESCOLA DE BELAS ARTES – contratação de artistas que atuavam no instituto da França. Victor Meirelles (Obra Batalha dos Guararapes) e Pedro Américo (Obra Independência ou morte – grito do Ipiranga) artistas brasileiros alunos. • DESENHO - elemento principal do ensino artístico. Educação voltada à INDUSTRIA – necessidades técnicas e mão de obra especializada para atender a demanda da expansão da indústria nacional. Dividiam-se em duas correntes teóricas: 1) LIBERAIS = desenho = mão de obra mais QUALIFICADA e desenvolvimento econômico mais fértil. Autores: Villares, Figueiredo e Cordeiro 2) POSITIVISTAS = desenvolvimento do RACIOCÍNIO – métodos positivos – observação. Autores: Visconti, Júnior, Bernardelli, Amoedo, da Costa 3. Movimento Modernista (Século XX) • O Modernismo brasileiro rompeu com a acadêmica das belas artes e trouxe uma nova visão do ensino da arte. Esse movimento enfatizou a liberdade criativa, a experimentação e a valorização da cultura nacional, o que impactou diretamente a forma como a arte começou a ser ensinada nas escolas. • A arte era PRATICADA por meio de desenho geométrico, canto coral e canto orfeônico • CRIANÇA = valorização da produção artística infantil. Livre expressão e liberdade criadora. Criar sem a interferência de um adulto. 1917 – Anita Malfatti – exposição de desenhos infantis- Criticada pela sociedade que via a criança como um “adulto em miniatura” desvalorizando o significado de uma expressão infantil. • PEDAGOGIA NOVA = proporcionar condições metodológicas para que o aluno possa exprimir-se subjetiva e individualizante. • SEMANA DA ARTE MODERNA – 13 a 17 de fevereiro de 1922 – Teatro Municipal de São Paulo – defendia a ARTE COM ESTILO PRÓPRIO BRASILEIRO, negando vanguardas europeias, principalmente o academicismo. Busca de renovação da arte brasileira Artistas participantes: 1. Pinturas e desenhos = Anita Malfatti, Cavalcanti, Monteiro, de Almeida Prado, Graz 2. Esculturas = Brecheret, Vellozo, Haarberg 3. Arquitetura = Maya, Przyzembel 4. Música = Vila Lobos (CONTRIBUIU para o ensino da música no Brasil), Novais, Braga, Viana • Movimento da escola nova • 1932 – Presidente Vargas tornou OBRIGATÓRIO o ensino de canto nas escolas e CRIOU o CURSO DE PEDAGOGIA DE MÚSICA E CANTO. • 1948 – criação da Escolhinha de Arte do Brasil – Augusto Rodrigues – LIVRE EXPRESSÃO. Ensino infantil e formação de professores de artes Arte na Educação A arte é essencial para o desenvolvimento humano, promovendo a criatividade, o senso crítico e a expressão individual. O ensino de arte ajuda na formação cognitiva, emocional e social dos alunos, permitindo que eles interpretem e compreendam o mundo ao seu redor por meio de diferentes linguagens artísticas. • Criatividade – teoria e prática – afetado pelos outros, nós mesmos e pelo contexto; • Sensibilidade • Criticidade • Elaboração de posicionamento • Identificação cultural • Desenvolvimento • Percepção • Imaginação • Aprender a realidade do meio ambiente • Mudar a realidade percebida Arte educador – é o profissional que trabalha com o ensino de arte – escolas, museus, galerias e etc • Anestesia – parado, estático, dessensibilizado • Estesia – aquilo que nos MOVE, nos faz PENSAR, REFLETIR. É quando a arte toca e mexe com nossos sentidos. Agir por meio da sensibilidade. 3. Teorias do Ensino da Arte As principais teorias aplicadas ao ensino da arte incluem: • Construtivismo (Piaget) : O aluno construiu seu conhecimento por meio da experimentação artística. • Teoria Sociocultural (Vygotsky) : A arte é influenciada pelo contexto social, e o professor atua como mediador. • Pedagogia Crítica (Paulo Freire) : A arte é usada como ferramenta para conscientização e transformação social. • ANA MAE BARBOSA: representação de traços ESPIRITUAIS, MATERIAIS, INTELECTUAIS e EMOCIONAIS que caracterizam a sociedade ou grupo social, seu modo de vida, sistema de valores, tradições e crenças; Não podemos entender a CULTURA DE UM PAÍS sem conhecer a ARTE; Imaginação / Meio ambiente / Criticidade / Análise da realidade / Criatividade / Mudança da realidade analisada. Conclusão A história do ensino da arte no Brasil reflete mudanças sociais, culturais e políticas. De um ensino universitário apenas à técnica e às elites, a arte tornou-se uma disciplina inclusiva, essencial para o desenvolvimento completo do aluno, promovendo a crítica, a criatividade 2. Tópico 2 – Legislação Brasileira e o ensino de arte • 1948 - Educação através da arte – Herbert Head – arte como processo/criação e não apenas uma meta da educação; • 1971 – Educação artística - obrigatória – incluída pela LDB – PRIMEIRO RECONHECIMENTO LEGAL DO ENSINO DE ARTE – arte com ênfase no processo expressivo e criativo dos alunos. Falta de formação de professores; Falta de compreensão acerca de como e qual arte é protagonista nesse ensino – ENSINO POLIVALENTE – leciona tudo e nada – não há conhecimento para aprofundamento; • Final da década de 1970 - MOVIMENTO ARTE-EDUCAÇÃO – fundamentado nos ideais da ESCOLA NOVA e EDUCAÇÃO ATRAVÉS DE ARTE. Esse movimento defendia a NÃO POLIVALENCIA – professores não eram obrigados a abordar em suas aulas linguagens artisticas com as quais não se identificava. Reivindicavam uma formação específica. • 1996 – LDB - ENSINO DA ARTE – expressões regionais – OBRIGATÓRIO na educação básica • 2008 – LDB – MÚSICA – obrigatório e não exclusivo • 2010 – Altera a LDB – Artes, música, artes plásticas e artes cênicas – OBRIGATÓRIO • 2016 – Artes visuais, dança, música e teatro – COMPONENTE CURRICULAR 3. Tópico 3 – BNCC da EI e EF • 1996 - PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais – organizavam os aspectos relacionados ao currículo, ensino da arte e demais componentes; • 2017 – Apresentaçãoda BNCC - Pensada para se adequar ao que está disposto na legislação vigente - DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS • A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é estruturada conforme cada etapa da Educação Básica, servindo como ponto de partida para uma organização curricular que respeite as especificidades de cada comunidade escolar. • Organizado através de competências, elementos e diretrizes, que tem como objetivo a equidade na estrutura educacional do país e na construção dos saberes, proporcionando aos alunos uma formação integral e homogênea. • Competências – PRINCÍPIOS NORTEADORES - conhecimento, habilidades, atitudes e valores. Competências gerais para a Educação Básica do Brasil - conhecimento; pensamento crítico, científico e criativo; repertório cultural; comunicação; cultura digital; trabalho e projeto de vida; argumentação; autoconhecimento e autocuidado; empatia e cooperação; responsabilidade e cidadania. 1) EDUCAÇÃO INFANTIL - organizada a partir de: • Direitos de Desenvolvimento e Aprendizagem – CONVIVER, BRINCAR, PARTICIPAR, EXPLORAR, EXPRESSAR, CONHECER-SE • Objetivos de aprendizagem e desenvolvimento – grupos por faixa etária (Bebês – zero a um ano e seis meses) – possibilidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento das crianças Cada objetivo possui um código, que integra as informações: • Campos de experiências – Sínteses de Aprendizagem – resultados esperados após o uso dos OBJETIVOS - O EU, O OUTRO E O NÓS; CORPO, GESTOS E MOVIMENTOS; TRAÇOS, SONS, CORES E FORMAS; ESCUTA, FALA, PENSAMENTO E IMAGINAÇÃO; ESPAÇOS, TEMPOS, QUANTIDADES, RELAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES 2) ENSINO FUNDAMENTAL - organizadas em áreas de conhecimento: ÁREA COMPONENTE CURRICULAR Linguagens Português, Artes, Educação Física e Ingles Matemática Matemática Ciências da Natureza Ciências Ciências humanas História e geografia Ensino Religioso Ensino religioso • ENSINO DA ARTE – ÁREA DE LINGUAGENS SABERES DESCRIÇÃO BNCC Artes visuais Processos e produtos artísticos e culturais, nos diversos tempos históricos e contextos sociais - Expressão visual como elemento de comunicação. Dança Pensamento e sentimento do corpo – movimento dançado – centrado naquilo que ocorre no e pelo corpo – relações entre corporeidade e produção estética. Música Sons – forma, sentido e significado no âmbito da sensibilidade subjetiva e interações sociais. Teatro Experiencia artistica multissensorial de encontro com o outro em performance – verbal, não- verbal e ação física – jogos, improvisos, atuações e encenações – interação entre atuantes e espectadores • Abordagem de seis DIMENSÕES DO CONHECIMENTO: criação, crítica, estesia, expressão, fruição e reflexão. • Para a Base, o ensino da arte precisa ser um momento de criar possibilidades, para que aluno, individualmente e no coletivo, desenvolva o lúdico, a expressão, a imaginação, a autonomia e a crítica, incluindo nesse processo suas vivências e interesses. Ainda problematizar aspectos sociais, focando em elementos culturais, econômicos, políticos, sociais, e a forma que essas perspectivas contribuem para a elaboração da produção artística. Do mesmo modo, o documento destaca a importância da pesquisa, a valorização da arte local e popular, que recria a personalidade brasileira. • Quadros as unidades temáticas, objetivos de conhecimento e as habilidades do ensino de Arte no ensino fundamental - destacam as capacidades e aptidões que o ensino de Arte no ensino fundamental precisa promover, expandir e fortalecer nos alunos - um quadro para as turmas de 1º ao 5º ano, e outro para turmas de 6º ao 9º ano. PLANO DE AULA COM A BNCC – como inserir o que está disposto na BNCC – DESENVOLVER HABILIDADES E COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS NO ESTUDANTES – Considerar o perfil da turma 1. Tema 2. Habilidades – quadros da BNCC 3. Metodologia – passo a passo 4. Materialidades – materiais utilizados 5. Observações 6. Unidade 2: Metodologias e Currículo de Arte 1. Tópico 1- PROPOSTA TRIANGULAR para o Ensino da Arte • Criada no Brasil por Ana Mae Barbosa • Influenciada por movimentos internacionais como as “Escuelas al Aire Livre” (México), Critical Studies (Inglaterra) e a Discipline Based Art Education (DBAE) (EUA) • Pós modernismo na arte-educação (1980) • ANA MAE BARBOSA: através das artes temos a representação de traços ESPIRITUAIS, MATERIAIS, INTELECTUAIS e EMOCIONAIS que caracterizam a sociedade ou grupo social, seu modo de vida, sistema de valores, tradições e crenças; • DBAE - Educação artística baseada na disciplina, estruturado da seguinte forma: 1. Fazer artístico – PRÁTICA com as LINGUAGENS da arte; 2. Crítica da arte – JULGAMENTO e AVALIAÇÃO da obra de arte; 3. Estética – FRUIÇÃO da obra de arte; 4. História da arte – CONTEÚDO HISTÓRICO acerca dos movimentos artísticos e dos períodos de desenvolvimento da arte. • PROPOSTA TRIANGULAR (inicialmente chamada de Metodologia triangular) - Implementada pela primeira vez no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo – MAC/USP. Eixos principais – pensados a partir da realidade brasileira e ideais pós-modernos: 1. Contextualização – TEMPO e HISTÓRIA - aspectos históricos, sociais, psicológicos, antropológicos, geográficos, ecológicos, biológicos. Vasto conjunto de saberes disciplinares ou não. 2. Leitura da imagem – QUESTIONAMENTOS, PROVOCAÇÕES, CURIOSIDADE e VONTADE DE TECER O ENCONTRO COM ARTE. É a busca, descoberta, despertar da capacidade crítica 3. Fazer artístico – CRIAÇÃO EM/COM ARTE – Ateliê de criação em arte na escola. 2. Tópico - PESQUISA E NO ENSINO DA ARTE • METODOLOGIAS DE PESQUISA e Ensino • ARTOGRAFIA 1. A metodologia é uma das tendências da pesquisa educacional baseada em arte (PEBA) 2. Compreende três dimensões de ser e estar no contexto educacional – tripla atuação: professor, artista e pesquisador 3. Pesquisa educacional baseada em arte – grande área de pesquisa 4. Pesquisa viva – lugar de reflexão, fluxos contínuos e curvas de movimento intenso – relações entre o fazer artístico, a prática investigativa da pesquisa e as percepções acerca da docência. 5. É um processo de ensino e aprendizagem mútuo: enquanto crio, pesquiso, ensino e aprendo. 6. Desmistificar nas crianças a ideia de que os artistas estão distantes (professor, tio, vizinha) • CARTOGRAFIA 1. Metodologia de pesquisa que se destina ao acompanhamento de processos, à CRIAÇÃO DE MAPAS e registro de todos os movimentos que compõem o processo de ensino e pesquisa. 2. Idealizada pelos filósofos Gilles Deleuze e Félix Guatarri 3. RIZOMAS – criação de mapas, os quais apresentam conexões e processos de pesquisa 4. Evidencia os processos de ensino e não apenas os resultados – registra todo o percurso desenvolvido na aula, que está em constante movimento e transformação. 5. Observação e intervenção. 3. Tópico - O DESENHO INFANTIL • Autora ROSA IAVELBERG ( ): • Na contemporaneidade existem três compreensões que regem as discussões sobre o desenho infantil: os momentos do desenvolvimento da linguagem gráfica da criança que vamos apresentar a seguir estão ligados a algumas compreensões: 1) o desenho da criança não pode ser dividido em fases que vão da garatuja ao realismo; 2) as etapas deste desenvolvimento não são iguais em todo o mundo; 3) o desenho infantil se relaciona com o desenho dos adultos e das outras crianças. • No século XIX, existiu uma concepção de que a criança deveria copiar os desenhos dos adultos para chegar ao mesmo nível. • No século XX, essa concepção é substituída pela ideia de livre expressão, muito difundida nas escolinhas de arte e na Semana de Arte Moderna de 1922 e a exposição de Anita Malfati, na Semana da Arte Moderna de 1922. • A autora Rosa Iavelberg compreende o desenho infantil acontece pela existência de uma “cultura desenhista” e tem cinco movimentos: 1. Desenho de ação – linhas sem significadosimbólico, não tem referente real ou imaginado. O desenho é uma ação, sobre uma superfície, que implica em algo para ser visto. Ex.: linhas, traços, linhas onduladas, vaivêm. 2. Desenho de imaginação I - É o que mostra imagens com significados simbólicos lidos pela criança, feitos de maneira não aleatória, mas dando sequência às suas aprendizagens. Ex.: figuras maiores, figuras geométricas 3. Desenho de imaginação II - É aquele que articula os símbolos antes separados, agora relacionando-os entre si. Surgem histórias, ambientes e diferentes imagens que compõem partes e o todo do desenho. Ex.: formas articuladas em uma só narrativa 4. Desenho de apropriação - É o momento no qual se intensifica o interesse por assimilar regularidades da linguagem do desenho articuladas à cultura na qual a criança está inserida. Ex.: composição e aproximação de modelos de imagens existentes. 5. Desenho de proposição - É o desenho que alcança as formas avançadas de manifestação, como se dão na arte. O jovem ainda não tem a competência de um artista maduro, mas começa a se orientar para isso. Ex.: personagens; alcança as formas avançadas de manifestação, como se dão na arte. • Autores como Lucket (1913), Lowenfeld (1947) e Kellogg (1989) também desenvolveram teorias sobre o desenho infantil. • ESTEREÓTIPOS - Os estereótipos são prejudiciais para o desenvolvimento dos processos criativos das crianças, pois formam modelos prontos e impedem os impulsos criativos nos momentos de contato com a arte. A falta de incentivo à criação, o uso de irmãos como exemplos e interferências indesejadas dos professores são motivos que podem levar as crianças a criarem estereótipos em seus desenhos. • A criança DEVERÁ ser protagonista do processo. O docente media o ato criativo, fornecendo apoio e atenção no processo de desenvolvimento da linguagem gráfica da criança. • Gara tuja – autor que discutia essa ideia = LOWENFELD (1947) Abordagem SUPERADA- pois as crianças partem de realidades e contextos distintos – levar em consideração as questões culturais que permeiam o cotidiano da criança. • A arte na escola tem uma função social – desenvolvimento da cognição, intelecto, pensamento crítico e inúmeros outros fatores que interferem na visão de mundo. 4. Tópico 4 - OLHARES A PARTIR DA CULTURA • Chamamos de Multiculturalismo a existência de diversas culturas diferentes em um mesmo contexto. • A interculturalidade é a inter-relação entre essas culturas. O ensino da arte precisa ser pautado na interculturalidade, visando a inclusão e a valorização desta diversidade. • Existem metodologias voltadas ao ensino de arte que problematizam as imagens e a cultura no contexto contemporâneo, como: 1. A Estética do Cotidiano é uma teoria e metodologia de ensino que discute as relações entre os objetos e artefatos culturais e o valor estético destinado a esses objetos, possibilitando a criação de propostas interculturais para o ensino da arte. Richter (2008) – objetos ou atividades presentes na vida comum. A arte não se separa do sistema capitalista – estruturada em valores estéticos e econômicos. 2. A Cultura Visual é uma teoria e metodologia que discute a relação das imagens com a história, as questões políticas e sociais do nosso tempo e do passado, buscando um aprendizado que leve em consideração as manifestações visuais que permeiam a sociedade contemporânea. Design, publicidades, marketing ou mídias sociais. Comparação de imagens – reflexão sobre os tempos históricos, mudanças sociais e culturais. O estudante, ao opinar e debater sobre a visualidade, nos revela suas posições e visões de mundo. • A arte reflete o seu tempo, condições políticas do seu contexto, diversidade cultural do seu povo e a visão do artista sobre o mundo. • As formas de fazer arte e as questões que envolvem o acesso e a divulgação das artes no nosso tempo se configuram de outras formas, por meio das mídias sociais e outras possibilidades trazidas pelo avanço tecnológico. Unidade 3: Métodos e Técnicas do Ensino da Arte 1. Tópico 1 - AS LINGUAGENS DA ARTE: ARTES VISUAIS, MÚSICA, DANÇA E TEATRO • A arte na escola é composta por quatro linguagens artísticas (BNCC): 1. ARTES VISUAIS – Antes chamada de Artes Plásticas – mudança de nome após o advento da fotografia e da revolução industrial. São aquelas que possibilitam aos espectadores a apreciação artística visual nos diversos tempos históricos e contextos sociais. Exemplos dessa área: A) Pintura: uso de tinta, suportes clássicos como telas. Ex.: Abaporu – Tarsila do Amaral Usar na mediação informações sobre a obra, artista, vídeos para o aluno entender o porque das formas e do conteúdo. Escola – tinta guache, tinta de tecido, tinta acrílica, tinta verniz B) Escultura: arte tridimensional – altura, largura e volume. Quatro técnicas – adição (modelagem - argila); talha (subtração – mármore, pedra, sabão, madeira); construção (agregação – ferro, papel, cimento); moldagem (moldes são preenchidos com cera, cimento, argila, gesso) C) Desenho: giz de cera, carvão, caneta naquim, giz pastel seco e oleoso D) Gravura: criação de uma MATRIZ – gerar cópias Xilogravura (madeira – gravado com goivas/entalhe); Gravura em metal (placa de metal – gravado com ácidos); Litogravura (pedra calcária – lápis ou tintas gordurosas) E) Fotografia e as diferentes linguagens tecnológicas: inventada no século XIX. 2. MÚSICA - é a linguagem que se apresenta por meio dos sons e dos silêncios. Faz parte de RITUAIS, TRADIÇÕES e CULTURAS que variam e dependem da ORIGEM e da CONSTITUIÇÃO SOCIAL, POLÍTICA e ÉTNICA de cada lugar. Está presente em nosso cotidiano e faz parte da história da humanidade, modificando-se ao longo do tempo por meio dos formatos de acesso, desde os Vinis, CDs e, até hoje, com as plataformas de Streaming. Artistas como Toquinho, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso – é importante que os estudantes conheçam os artistas que fazem parte da nossa cultura e que cantam sobre a realidade e vida do nosso país. BNCC – ampliação e produção de conhecimentos musicais – percepção, experimentação, reprodução, manipulação e criação de materiais sonoros diversos. Inter-relacionar a diversidade. Conhecer o CONTEXTO que a obra foi produzida – reflete acontecimentos daquele tempo. 3. ARQUITETURA, DESIGN E MODA Arte sofre influência de outras áreas, como a sociologia, filosofia e história. Arquitetura – é a linguagem que lida com a apropriação dos espaços e lugares – nas aulas contrastar o passado e presente. Arquitetos famosos e discutidos no Brasil - Oscar Niemeyer e Roberto Burle Marx Moda e design – se apropriam da estética artística para elaboração de produtos conceituais. Utilizar a ESTÉTICA DO COTIDIANO – analisar o cotidiano das crianças e as obras presentes no seu dia a dia. 4. DANÇA - é a linguagem que desenvolve as dimensões corpóreas e está ligada ao MOVIMENTO. Ao longo da história foi se desenvolvendo na relação com a CULTURA DE CADA LUGAR. Forma de INTEGRAÇÃO, EXPRESSÃO e COMUNICAÇÃO. Experimentação com o corpo, improviso e espontaneidade. No Brasil, as diversas culturas existentes em nosso país nos presenteiam com danças diversas, que estão intrinsecamente ligadas às culturas que aqui existem – DANÇA GAÚCHA, PAU DE FITA, DANÇA ALEMÃ, DANÇA DO BATUQUE, FREVO. BNCC – pensamento e sentimento do corpo – discutir e significar relações entre corporeidade e produção estética. 5. TEATRO - é a linguagem que trabalha com a improvisação, a dramaturgia e a encenação. Idade antiga – teatro feito pelos gregos – precursores desta arte. O fazer teatral pode ser realizado coletivamente ou individualmente, mas sempre na relação com o espectador, por meio de jogos, improvisações, atuações e encenações. BNCC – possibilita a intensa troca de experiências entre os alunos e aprimora a percepção estética, a imaginação, a consciência corporal, a intuição, a memória, a reflexão e aemoção. 2. Tópico 2 - REGISTRO E AVALIAÇÃO EM ARTES • Criatividade, conhecimento sensível, prospecções, evoluções com as técnicas e etc – a avaliação está diretamente ligada com as METODOLOGIAS utilizadas pelo professor para proposições. • Os registros são significativos para o processo de avaliação em arte, sendo utilizados como memória das práticas artísticas realizadas pelas crianças. • O Portfólio é uma importante ferramenta para o acompanhamento processual do desenvolvimento da criança, podendo conter materiais em diversas mídias (IMAGENS, TEXTOS ou VÍDEOS) para partilhar com as famílias e para pensar uma avaliação pautada em processos e não em resultados. • Portfólio para ROSA IAVELBERG: Conjunto de produções materiais ou virtuais, a pasta de cada um, é uma extensão do aluno. Ele identifica a importância do conjunto de seus trabalhos, que serão compartilhados com seus familiares. Eles devem ser incentivados a ver, juntamente com a criança, o que ela fez na escola. Deverá conter no portfólio: Os desenhos propostos pelo professor e trabalhos em que o aluno escolheu o que e como fazer. • A leitura de imagem poderá ser um caminho interessante para provocar a interação e o debate a partir das visualidades, dos contextos e das visões de mundo de cada estudante. Estudantes possam tecer relações entre o que VEEM e com os CONTEXTOS HISTÓRICOS, SOCIAIS, POLÍTICOS E CULTURAIS, em que aquela obra foi criada. • A curadoria educativa é um importante processo para uma mediação efetiva, que proporcione experiências artísticas e estéticas, assim como provocações para pensar a vida e o cotidiano dos estudantes. Planejamento das aulas – despertar FRUIÇÃO, baseada em EXPERIÊNCIA, VIDA, LINGUAGEM 3. Tópico 3 - OUTRAS RELAÇÕES ENTRE ARTE E EDUCAÇÃO • A infância é uma construção social e nem sempre as crianças foram vistas como são hoje. Nos anos de 1500 elas ERAM VISTAS COMO ADULTOS EM MINIATURA, sendo RETRATAS assim EM DIVERSAS OBRAS DE ARTE. • Artistas que pintaram o tema INFÂNCIA – Candido Portinari, Ivan Cruz e Ricardo Ferrari. • As brincadeiras tradicionais ou brincadeiras de infância estão presentes na obra de diversos artistas, que retratam suas memórias e lembranças desta fase de suas vidas. • A relação das crianças com o brincar é INFLUENCIADA pelos fenômenos SOCIAIS, POLÍTICOS, HISTÓRICOS e CULTURAIS. • A educação estética é o processo de sensibilização do outro para essa percepção de mundo a qual nos referimos. Uma percepção humana, que compreenda a realidade a partir daquilo que ela é e não de uma idealização, buscando uma transformação social. A estesia é o contrário da anestesia. Estesiar os sentidos é promover autonomia e novas percepções de mundo por meio da sensibilização dos sentidos – ESPAÇO, TEMPO, SOM, AÇÃO, IMAGENS, PRÓPRIO CORPO e as DIFERENTES MATÉRIAS. Estesia articula a sensibilidade e percepção – formas de conhecer a si mesmo, o outro e o mundo. A sensibilidade é da forma como nosso corpo percebe os acontecimentos e as experiências no mundo. • MEDIAR – propiciar espaços de recriação da obra. • A arte na educação é uma possibilidade de recriar o mundo, de perceber a vida de outras formas e maneiras.