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MICROBIOLOGIA Aula 01- Microbiota Conceitos Colonização: presença de um microrganismo dentro ou sobre um hospedeiro, com crescimento e multiplicação, mas sem qualquer expressão clínica evidente ou resposta imune detectada no hospedeiro no momento em que é isolado. A colonização normal em humanos começa durante o processo de nascimento e por meio de contatos subsequentes com ambientes inanimados ou animados até que uma flora "normal" delicadamente equilibrada seja estabelecida. Infecção: refere-se a qualquer situação em que um microrganismo se estabelece e cresce no interior de um hospedeiro, sendo este prejudicado ou não. Microbiota: descreve os microrganismos vivos encontrados em um ambiente definido, como a microbiota oral e intestinal. Microbioma: se refere à coleção de genomas de todos os microrganismos no ambiente, o que inclui não apenas a comunidade dos microrganismos, mas também os elementos estruturais microbianos, metabólitos e as condições ambientais. Importância: Associação Simbiótica Associação em que uma espécie vive dentro da outra (sem conotação de prejuizo ou benefício) O microbioma tem sido relacionado a importantes funções metabólicas, imunológicas e nutricionais, e, por isso necessita cuidado. Seus principais componentes, as bactérias, devem estar constantemente em simbiose, que é o equilíbrio entre as bactérias comensais (boas) e as patógenas (ruins). O oposto, disbiose, ocorre quando há desequilíbrio nessa relação, desencadeando um padrão de microbiota pró- inflamatória, especialmente no intestino. ❖Mutualismo: benefício entre as duas espécies envolvidas ❖Comensalismo: uma espécie utiliza outra espécie como seu ambiente físico e para obtenção de nutrientes ❖Parasitismo: prejuízo. Microbiota normal: Dentro do útero sabemos que existem bactérias no líquido amniótico que são deglutidas e importantes para maturar o sistema imune dessa criança. Essas bactérias são herdadas da flora intestinal da mãe e terão uma ação sobre essa criança. Geralmente, a diversidade da microbiota aumenta no tempo entre a infância e a idade adulta e diminui na idade mais avançada (acima de 70). Antes da formação de uma composição de microbiota intestinal relativamente estável Por volta dos 3 anos, a microbiota intestinal das crianças se torna comparável à dos adultos, com três filos microbianos principais, incluindo Firmicutes , Bacteroidetes e Actinobacteria se tornando dominantes. Posteriormente, na idade mais avançada, as mudanças na dieta e no sistema imunológico afetam potencialmente a composição da microbiota intestinal humana. Especificamente, os idosos tendem a apresentar diminuição de Bifidobacterium e aumento de Clostridium e Proteobacteria. Microbiota Anfibiontica: A microbiota anfibiôntica desempenha um papel crucial na saúde humana, agindo como uma barreira contra patógenos e exercendo importantes funções metabólicas, imunológicas e relacionadas ao desenvolvimento de tecidos Funções: favorecer a digestão, produção de vitaminas, proteger hospedeiro contra microrganismos patogênicos Fatores que controlam sua composição: Temperatura; - pH - água; - oxigenação; - Nutrientes e fatores complexos como ação de componentes Classificações da Microbiota: A microbiota pode ser classificada em residente (ou autóctone) e transitória (ou alóctone). Microbiota residente autóctone: consiste em tipos relativamente fixos de microrganismos, encontrados com regularidade em determinada área, podendo sofrer alterações relacionadas com a idade, em algumas regiões do organismo. Se for perturbada, pode recompor-se prontamente. Constituído pelos microrganismos em níveis populacionais estáveis num local anatômico específico e numa determinada época da vida do hospedeiro. Microbiota transitória alóctone: é formada por microrganismos provenientes do meio ambiente, que habitam a pele e as mucosas por horas, dias ou semanas, não se estabelecendo de forma permanente. Estes microrganismos são transportados para um local anatômico através dos alimentos, bebidas ou ar, ou podem ser provenientes da pele ou das membranas respiratórias superiores; Microbiota da Pele: A pele apresenta diferentes microambientes, e normalmente o que caracteriza cada região é a umidade. Por isso, alguns microrganismos se encontram em um estado de dormência. Outro fator é o pH da pele que é levemente ácido, devido a quantidade de ácidos orgânicos produzidos por Staphylococcus e secreções oleosas e salinas, pelas glândulas sebáceas e sudoríparas, respectivamente. Esse pH faz com que certos microrganismos não sejam capazes de se instalar. Regiões com temperaturas altas corporais w com maior concentração de lipídios favorecem proliferação. Bactérias predominantes: Staphylococcus epidermidis (maior população- 90% do microbiota) e Propionibacterium acnes (causa acne). Staphylococcus aureus está presente em menor quantidade, principalmente nas fossas nasais. Presença de fungos: Candida. Microbiota do TGI: Alguns microrganismos da boca desembocam no estômago, onde o pH é bastante baixo, chegando a valores entre 2 e 3, o que acarreta a morte de tais microrganismos. Por esta razão o estômago contém menos de 10 bactérias viáveis por milímetro de fluido gástrico.. Caso ultrapassem rapidamente o estômago, ou sejam ingeridos com a comida, alguns microrganismos podem até resistir ao baixo pH, como é o caso das micobactérias.; O intestino delgado é dividido em duodeno, jejuno e íleo. O duodeno contém poucos microrganismos porque recebe o suco gástrico, a ação da bile e a secreção pancreática. Na porção distal do íleo, a microbiota torna-se mais parecida com a do cólon. É no íleo que o pH se torna mais alcalino. Com isso bactérias anaeróbias Gram negativas e membros da família Enterobacteriaceae começam a se estabelecer; O intestino grosso ou cólon apresenta a maior comunidade microbiana no corpo. O cólon pode ser visto como um local onde ocorre uma enorme fermentação e a microbiota consiste basicamente de anaeróbios. A microbiota intestinal tem papel em manter o estado de tolerância (Neutralização) Firmicutes e Bacteroidetes: são dois filos de bactérias que representam mais de 90% da microbiota intestinal humana e são essenciais para a saúde: Firmicutes: Se divide em mais de 200 gêneros, entre os quais estão Lactobacillus, Bacillus, Clostridium, Enterococcus Bacteroidetes: É composto principalmente por Bacteroides e é um dos filos predominantes no intestino humano Infecção endógena: É causada por microrganismos que já estão presentes no organismo do paciente e que se tornam patogênicos. É mais comum em pessoas com o sistema imune enfraquecido. Infecção exógena: É causada por microrganismos que não fazem parte da microbiota do paciente. Pode ser adquirida por meio de contato com mãos de profissionais de saúde, ou por causa de procedimentos, medicamentos ou alimentos contaminados. Probióticos: constitui-se em um suplemento alimentar que contem organismos vivos que trazem benefícios ao hospedeiro, fazendo com que sua microbiota desempenhe melhor sua função. Os microrganismos comumente utilizados nestes produtos são lactobacilos e bifidobactérias. Para que um probiótico seja considerado efetivo, este deve ter características como trazer benefícios para o hospedeiro; não ser patogênico, nem tão pouco tóxico; conter grande quantidade de células viáveis; ser capaz de ser metabolizado e de sobreviver no aparelho digestivo; manter-se vivo durante o seu uso e estocagem; aderir a mucosa intestinal do hospedeiro e ser de fácil cultivo. Prebióticos: é um ingrediente não digerível presente em um alimento que beneficia o hospedeiro ao selecionar e estimular o crescimento de uma determinada bactéria já existente no trato intestinal. Algumas características são necessárias para que um alimentono trato respiratório, facilitando a colonização. Esse é o primeiro passo para a infecção. Após aderir às células epiteliais, a bactéria consegue invadir a mucosa, que é a camada de proteção das vias respiratórias. Isso permite que a infecção se espalhe para tecidos mais profundos e que a bactéria acesse a corrente sanguínea, levando a infecções mais graves, como meningite e pneumonia. 3. Píli: Os pílios são estruturas semelhantes a "fios" que se estendem da superfície da bactéria e auxiliam na adesão a superfícies. Os pílios permitem que o Streptococcus pneumoniae se fixe às células epiteliais da mucosa do trato respiratório e da orofaringe (parte posterior da garganta). Isso é crucial para a colonização e para que a bactéria resista à eliminação, como pela ação do muco ou pela tosse. Tratamento e profilaxia: A prevenção se dá por vacina, eficaz para pelo menos dois terços das 0 linhagens patogênicas. A penicilina (é um beta lactâmico) e seus derivados (macrolídeos e fluoroquinolonas) são escolhas para o tratamento também. Streptococcus pyogenes: é um coco gram-positivo do grupo A que pode causar infecções piogênicas (faringite, celulite, impetigo, erisipela – infecções cutaneas), infecções toxigênicas (escarlatina – língua de framboesa, fasceíte necrosante - infecção bacteriana destrutiva e rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia superficial, associada a altos índices de morbimortalidade. ) e infecções imunológicas (glomerulonefrite e febre reumática). Presente na flora normal (garganta e pele). A consequencia de uma infecção de garganta ocasionada por S.pyogenes é a febre reumática. Fator de virulência: A proteína M é um dos fatores de virulência mais importantes do S. pyogenes, existindo mais de 150 sorotipos diferentes dessa proteína. A principal função da proteína M é proteger a bactéria contra a fagocitose. Por destruir a C3 convertase, a proteína M impede que as células imunes marquem a bactéria para fagocitose, tornando-a altamente resistente. A cápsula de S. pyogenes também possui função antifagocitária, ajudando a proteger a bactéria da destruição pelas células do sistema imunológico. A cápsula impede o reconhecimento e a adesão por fagócitos, dificultando a eliminação da bactéria pelo sistema imune. O ácido lipoteicoico é uma molécula encontrada na parede celular das bactérias Gram-positivas, incluindo S. pyogenes. Ele é crucial para a adesão da bactéria ao tecido epitelial do hospedeiro, o que facilita a colonização inicial e o início da infecção. Tratamento e profilaxia: Penicilina G/Cefalosporinas 1a ou 2a gerações Enterococcus spp: são cocos anaeróbicos facultativos Gram-positivos em cadeias curtas e médias, que causam infecções difíceis de tratar no ambiente nosocomial. Eles são uma causa comum de ITUs, bacteremia e endocardite infecciosa e raramente causam infecções intra-abdominais e meningite. Eles têm resistência intrínseca a alguns antibióticos e adquirem e transferem resistência a outras bactérias por meio de elementos genéticos móveis. Os enterococos são encontrados no solo, na água, nos alimentos, no esgoto, nas plantas, na pele humana, na cavidade oral e no intestino grosso, constituindo menos de 1% da microbiota total. Os enterococos são altamente resilientes e podem sobreviver a condições difíceis como antissépticos e desinfetantes comuns, promovendo sua persistência generalizada em itens inanimados comuns de hospitais Mecanismos de Resistência: Beta-lactâmicos: Baixa afinidade das PBPs para cefalosporinas. Aminoglicosídeos: Transporte ativo deficiente, mas sinergia com beta-lactâmicos. Lincosamidas (Clindamicina): Baixa afinidade dos ribossomos. Sulfonamidas e Trimetoprim: Vias metabólicas não dependentes de ácido fólico. Vancomicina: Modificação do alvo na parede celular (resistência adquirida também comum). Staphylococcus spp: São cocos gram positivos, não esporulantes, Catalase positivos (≠ estrepto), aeróbicos ou anaeróbicos facultativos; Quimioorganotróficos, presente em Metabolismos respiratório ou fermentativo; Grupo heterogêneo, microbiota normal do homem e animais; Imóveis (não tem flegelos); crescem em meio contendo NaCl 0,5%. O gênero Staphylococcus pertence à família Micrococcaceae, atualmente com cerca de 33 espécies, 17 delas podem ser encontradas em amostras biológicas humanas, e geralmente, esse gênero faz parte da microbiota da pele humana normal, e uma das principais espécies deste gênero é o S. aureus Staphylococcus aureus: Principal espécie; São cocos gram positivos, conhecidos também como S. dourado, porque a coloração de suas colônias varia desde o acinzentado até o amarelo-ouro, em que a pigmentação aumenta conforme o tempo de incubação prolongado. Estas bactérias apesar de poderem ser encontradas na microbiota da pele de até 15% dos seres humanos, são capazes de causar danos ao corpo, sendo estas bactérias oportunistas, e de grande preocupação na área médica. Possui coagulase positiva. Fatores de virulência: Como se não bastassem as enzimas que causam danos ao organismo, essas bactérias também têm a propriedade de liberarem toxinas, para facilitarem sua invaginação, multiplicação e resistência, lesionando ainda mais tecidos do organismo humano. As principais toxinas liberadas por essa bactéria são de 4 tipos: Toxina esfoliativa ou Toxina epidermolítica – ou seja, que causam a lise das células epidérmicas, ocorrendo a descamação generalizada da pele, causando uma doença conhecida como Síndrome da pele escaldada. Toxina da Síndrome do choque tóxico – que em 80% dos casos, está relacionado com a menstruação (não trocar de absorvente) Ela pode causar febre, vômito, diarreias, trombocitopenia, e exantema descamativo na palma das mãos e da planta dos pés. Enterotoxinas (de A – F) – estas são produzidas por cerca de 50% dos S. aureus, resistentes a enzimas gastrointestinais, e que causam intoxicação alimentar (carnes,sorvetes,saladas...) Exotoxinas – que são duas, a hemolisinas, como o nome indica, é uma toxina que possui um factor dermonecrótico, atuando principalmente sobre o músculo liso vascular. E a toxina leucocidina, que tem a capacidade de lisarem leucócitos. Infecções cutâneas: terçol, furunculoses, abscessos, impetigo, celulite, infecções de sítio cirúrgico Sinal característico: abscesso purulento (pus) Complicações: Sepse,Osteomielite,Artite,Meningite. Tratamento e profilaxia: Meticilina Staphylococcus aureus MRSA : A sigla MRSA que dizer Methicillin-resistant Staphylococcus aureus, em português, Staphylococcus aureus resistente à meticilina. A meticilina é um antibiótico da família das penicilinas. O MRSA é, portanto, um Staphylococus resistente ao tratamento convencional através das penicilinas. A transmissão é feita pelo contato entre pessoas, principalmente através das mãos. Isto é um grande problema no meio hospitalar onde os profissionais de saúde têm contato com vários doentes no mesmo dia, podendo levar o MRSA de um para outro. Indivíduos com mais chances de contaminação: queimaduras ou traumas, doenças de pele graves como psoríase, comprometimento imunológico ou após cirurgias; Tratamento: se estiver apenas colonizado não precisa de tratamento para a doença mas, podem causar infecções terceiros, é importante eliminá-la. Staphylococcus epidermidis: é um coco gram-positivo, catalase-positivo, coagulase-negativo em aglomerados,comumente infecta dispositivos protéticos e cateteres IV produzindo biofilmes. Infecção cutânea, Infecção Hospitalar Tratamento e profilaxia: Meticilina, oxacilina, vancomicina Aula 04- PrincipaisCocos Gram Negativos Bactérias gram-negativas (GNB) estão entre os problemas de saúde pública mais significativos do mundo devido à sua alta resistência a antibióticos. Esses microrganismos têm importância clínica significativa em hospitais porque colocam os pacientes na unidade de terapia intensiva (UTI) em alto risco e levam a alta morbidade e mortalidade. Dois grandes grupos, Enterobacteriaceae e os não fermentadores, são responsáveis pela maioria dos isolados clínicos; no entanto, existem outros organismos gram-negativos clinicamente preocupantes, incluindo, mas não se limitando a Neisseria , Haemophilus spp ., Helicobacter pylori e Chlamydia trachomatis . Neisseria meningitidis (Meningococo): Bactéria gram-negativa em forma de coco. Possui diversos sorogrupos, de acordo com o antígeno polissacarídeo da cápsula. Os mais frequentes são os sorogrupos A, B, C, W135 e Y (não há vacina para todos). Podem também ser classificados em sorotipos e subtipos, de acordo com os antígenos proteicos da parede externa do meningococo Tratamento e profilaxia: A vacina meningocócica protege contra a bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo, que é a principal causadora de meningite bacteriana em crianças e a segunda principal em adultos. Existem diferentes tipos de vacinas meningocócicas, disponíveis na rede pública e privada de saúde: Meningocócica C (Conjugada): É a vacina oferecida pelo SUS, e é aplicada em três doses: aos 3 e 5 meses de idade, e uma dose de reforço aos 12 meses. Adolescentes e adultos que não tenham recebido as doses podem tomar a qualquer momento. Meningocócica ACWY: É recomendada pelo PNI para adolescentes entre 11 e 14 anos. Meningocócica B: É oferecida apenas pela rede privada de saúde Mesmo pessoas vacinadas contra meningite podem, em alguns casos, contrair a doença por vários motivos. Algumas vacinas contra meningite requerem doses múltiplas para garantir imunidade plena. Se uma pessoa não recebeu todas as doses recomendadas ou reforços, a imunidade pode não ser suficiente para protegê-la. Existem diferentes tipos de meningite causados por várias bactérias e vírus, e as vacinas protegem apenas contra os sorotipos específicos: Meningite bacteriana pode ser causada por diferentes bactérias, como Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e Haemophilus influenzae tipo b (Hib). As vacinas disponíveis cobrem os sorogrupos mais comuns, como Neisseria meningitidis dos grupos A, B, C, W e Y. No entanto, se uma pessoa for exposta a uma cepa diferente daquela coberta pela vacina, ela ainda pode contrair a meningite. Os antibióticos que podem ser utilizados para o tratamento da meningite são: Penicilina G, Cloranfenicol, cefalosporina de 3ª geração. Enterobacteriaceae: São bacilos, não esporulados, têm motilidade variável, crescem na presença e ausência de oxigênio, são fermentadores de glicose, Elas representam cerca de 80% dos isolados gram-negativos com uma miríade de doenças gerais/espécies causadoras em humanos, incluindo infecções do trato urinário, pneumonia, diarreia, meningite, sepse, choque endotóxico e muitas outras. Apresentam flagelo peritriquio (estão em volta de toda a célula) Principais espécies; Escheriquia coli (E.coli), Salmonella, Klebsiella e etc Escherichia coli (E. coli): É um bacilo gram-negativo que é um organismo causador de muitas doenças diarreicas, incluindo diarreia do viajante e disenteria. E. coli é o patógeno mais comum que leva à cistite descomplicada e também resulta em outras doenças extraintestinais, incluindo pneumonia, bacteremia e infecções abdominais, como peritonite bacteriana espontânea. Fatores de virulência: A membrana externa é feita de uma bicamada lipídica, proteínas associadas e lipopolissacarídeo (LPS), resultando em uma reação tóxica se lisada. Cepas patogênicas de E. coli têm fatores de virulência distintos codificados em plasmídeos, transposons e bacteriófagos. (ETEC) Causa: Diarreia aquosa, principalmente em viajantes e crianças em países em desenvolvimento. Mecanismo: Produz enterotoxinas que causam aumento da secreção de líquidos no intestino. (EPEC) Causa: Diarreia infantil, especialmente em bebês Mecanismo: Adere às células intestinais e destrói as microvilosidades, prejudicando a absorção de nutrientes. (EHEC) Causa: Colite hemorrágica (diarreia com sangue) e pode levar à síndrome hemolítico-urêmica (SHU), uma complicação grave que afeta os rins. Mecanismo: Produz a toxina Shiga, que danifica o revestimento dos vasos sanguíneos. (EIEC) Causa: Diarreia com sangue e febre. (fatal) Mecanismo: Invade as células do intestino grosso, causando inflamação. (EAEC) Causa: Diarreia persistente, principalmente em crianças e viajantes. Mecanismo: Adere ao intestino de forma agregada, formando biofilmes e causando inflamação. (UPEC) Causa: Infecções do trato urinário (ITU). Mecanismo: Possui fatores que permitem aderir ao trato urinário e evitar a eliminação pela urina. Profilaxia e tratamento: Amoxicilina, Trimetropim, Cefalosporina,Ampicilina Salmonella: Salmonella é um grupo de bactérias gram- negativas que pertencem à família Enterobacteriaceae. A taxonomia atual divide o gênero Salmonella em 2 espécies ( Salmonella enterica e Salmonella bongori ) com aprovação pendente para uma terceira espécie ( Salmonella subterranea). S. enterica contém 6 subespécies. Em geral, a infecção por Salmonella pode estar envolvida em bacteremia e infecções focais, como osteomielite, meningite, gastroenterite e infecções do trato urinário. Fatores de virulência: Um tipo de fator de virulência produzido pelo S. typhi (Salmonela Tifoide) e não pelo NTS (Salmonella não tifoide) inclui o antígeno Vi, que é uma cápsula polissacarídica que previne a fagocitose e a destruição de células imunes. Outro fator de virulência específico para a Salmonella tifoide inclui a toxina tifoide. A toxina tifoide é feita quando a bactéria Salmonella é intracelular e secretada através de vesículas para o espaço extracelular, levando à redução de neutrófilos circulantes, letargia e outras complicações neurológicas. Outros fatores de virulência significativos incluem os flagelos, que ajudam a promover a motilidade da bactéria e o sistema de secreção tipo III, que permite o processo de fixação e inserção em células humanas não fagocíticas. Através do uso desses fatores de virulência, a Salmonella entra no epitélio intestinal através das células M antes de atingir as células linfoides das placas de Peyer. Tratamento e profilaxia: Amoxiclina, levofloxacina, ciproflaxacina, cefalosporina, trimetroprim Aula 01- Microbiota Aula 02- relação parasito-hospedeiroCocos Gram Negativos Bactérias gram-negativas (GNB) estão entre os problemas de saúde pública mais significativos do mundo devido à sua alta resistência a antibióticos. Esses microrganismos têm importância clínica significativa em hospitais porque colocam os pacientes na unidade de terapia intensiva (UTI) em alto risco e levam a alta morbidade e mortalidade. Dois grandes grupos, Enterobacteriaceae e os não fermentadores, são responsáveis pela maioria dos isolados clínicos; no entanto, existem outros organismos gram-negativos clinicamente preocupantes, incluindo, mas não se limitando a Neisseria , Haemophilus spp ., Helicobacter pylori e Chlamydia trachomatis . Neisseria meningitidis (Meningococo): Bactéria gram-negativa em forma de coco. Possui diversos sorogrupos, de acordo com o antígeno polissacarídeo da cápsula. Os mais frequentes são os sorogrupos A, B, C, W135 e Y (não há vacina para todos). Podem também ser classificados em sorotipos e subtipos, de acordo com os antígenos proteicos da parede externa do meningococo Tratamento e profilaxia: A vacina meningocócica protege contra a bactéria Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo, que é a principal causadora de meningite bacteriana em crianças e a segunda principal em adultos. Existem diferentes tipos de vacinas meningocócicas, disponíveis na rede pública e privada de saúde: Meningocócica C (Conjugada): É a vacina oferecida pelo SUS, e é aplicada em três doses: aos 3 e 5 meses de idade, e uma dose de reforço aos 12 meses. Adolescentes e adultos que não tenham recebido as doses podem tomar a qualquer momento. Meningocócica ACWY: É recomendada pelo PNI para adolescentes entre 11 e 14 anos. Meningocócica B: É oferecida apenas pela rede privada de saúde Mesmo pessoas vacinadas contra meningite podem, em alguns casos, contrair a doença por vários motivos. Algumas vacinas contra meningite requerem doses múltiplas para garantir imunidade plena. Se uma pessoa não recebeu todas as doses recomendadas ou reforços, a imunidade pode não ser suficiente para protegê-la. Existem diferentes tipos de meningite causados por várias bactérias e vírus, e as vacinas protegem apenas contra os sorotipos específicos: Meningite bacteriana pode ser causada por diferentes bactérias, como Neisseria meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e Haemophilus influenzae tipo b (Hib). As vacinas disponíveis cobrem os sorogrupos mais comuns, como Neisseria meningitidis dos grupos A, B, C, W e Y. No entanto, se uma pessoa for exposta a uma cepa diferente daquela coberta pela vacina, ela ainda pode contrair a meningite. Os antibióticos que podem ser utilizados para o tratamento da meningite são: Penicilina G, Cloranfenicol, cefalosporina de 3ª geração. Enterobacteriaceae: São bacilos, não esporulados, têm motilidade variável, crescem na presença e ausência de oxigênio, são fermentadores de glicose, Elas representam cerca de 80% dos isolados gram-negativos com uma miríade de doenças gerais/espécies causadoras em humanos, incluindo infecções do trato urinário, pneumonia, diarreia, meningite, sepse, choque endotóxico e muitas outras. Apresentam flagelo peritriquio (estão em volta de toda a célula) Principais espécies; Escheriquia coli (E.coli), Salmonella, Klebsiella e etc Escherichia coli (E. coli): É um bacilo gram-negativo que é um organismo causador de muitas doenças diarreicas, incluindo diarreia do viajante e disenteria. E. coli é o patógeno mais comum que leva à cistite descomplicada e também resulta em outras doenças extraintestinais, incluindo pneumonia, bacteremia e infecções abdominais, como peritonite bacteriana espontânea. Fatores de virulência: A membrana externa é feita de uma bicamada lipídica, proteínas associadas e lipopolissacarídeo (LPS), resultando em uma reação tóxica se lisada. Cepas patogênicas de E. coli têm fatores de virulência distintos codificados em plasmídeos, transposons e bacteriófagos. (ETEC) Causa: Diarreia aquosa, principalmente em viajantes e crianças em países em desenvolvimento. Mecanismo: Produz enterotoxinas que causam aumento da secreção de líquidos no intestino. (EPEC) Causa: Diarreia infantil, especialmente em bebês Mecanismo: Adere às células intestinais e destrói as microvilosidades, prejudicando a absorção de nutrientes. (EHEC) Causa: Colite hemorrágica (diarreia com sangue) e pode levar à síndrome hemolítico-urêmica (SHU), uma complicação grave que afeta os rins. Mecanismo: Produz a toxina Shiga, que danifica o revestimento dos vasos sanguíneos. (EIEC) Causa: Diarreia com sangue e febre. (fatal) Mecanismo: Invade as células do intestino grosso, causando inflamação. (EAEC) Causa: Diarreia persistente, principalmente em crianças e viajantes. Mecanismo: Adere ao intestino de forma agregada, formando biofilmes e causando inflamação. (UPEC) Causa: Infecções do trato urinário (ITU). Mecanismo: Possui fatores que permitem aderir ao trato urinário e evitar a eliminação pela urina. Profilaxia e tratamento: Amoxicilina, Trimetropim, Cefalosporina,Ampicilina Salmonella: Salmonella é um grupo de bactérias gram- negativas que pertencem à família Enterobacteriaceae. A taxonomia atual divide o gênero Salmonella em 2 espécies ( Salmonella enterica e Salmonella bongori ) com aprovação pendente para uma terceira espécie ( Salmonella subterranea). S. enterica contém 6 subespécies. Em geral, a infecção por Salmonella pode estar envolvida em bacteremia e infecções focais, como osteomielite, meningite, gastroenterite e infecções do trato urinário. Fatores de virulência: Um tipo de fator de virulência produzido pelo S. typhi (Salmonela Tifoide) e não pelo NTS (Salmonella não tifoide) inclui o antígeno Vi, que é uma cápsula polissacarídica que previne a fagocitose e a destruição de células imunes. Outro fator de virulência específico para a Salmonella tifoide inclui a toxina tifoide. A toxina tifoide é feita quando a bactéria Salmonella é intracelular e secretada através de vesículas para o espaço extracelular, levando à redução de neutrófilos circulantes, letargia e outras complicações neurológicas. Outros fatores de virulência significativos incluem os flagelos, que ajudam a promover a motilidade da bactéria e o sistema de secreção tipo III, que permite o processo de fixação e inserção em células humanas não fagocíticas. Através do uso desses fatores de virulência, a Salmonella entra no epitélio intestinal através das células M antes de atingir as células linfoides das placas de Peyer. Tratamento e profilaxia: Amoxiclina, levofloxacina, ciproflaxacina, cefalosporina, trimetroprim Aula 01- Microbiota Aula 02- relação parasito-hospedeiro