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MICROBIOLOGIA 
 
Aula 01- Microbiota 
Conceitos 
Colonização: presença de um microrganismo dentro ou sobre um hospedeiro, com 
crescimento e multiplicação, mas sem 
qualquer expressão clínica evidente ou 
resposta imune detectada no hospedeiro no 
momento em que é isolado. A colonização 
normal em humanos começa durante o processo 
de nascimento e por meio de contatos 
subsequentes com ambientes inanimados ou 
animados até que uma flora "normal" 
delicadamente equilibrada seja estabelecida. 
Infecção: refere-se a qualquer situação em que um 
microrganismo se estabelece e cresce no interior 
de um hospedeiro, sendo este prejudicado ou 
não. 
Microbiota: descreve os microrganismos vivos 
encontrados em um ambiente definido, como a microbiota oral e intestinal. 
Microbioma: se refere à coleção de genomas de todos os microrganismos no ambiente, 
o que inclui não apenas a comunidade dos microrganismos, mas também os elementos 
estruturais microbianos, metabólitos e as condições ambientais. 
 Importância: Associação Simbiótica Associação em que uma espécie vive 
dentro da outra (sem conotação de prejuizo ou benefício) O microbioma tem 
sido relacionado a importantes funções metabólicas, imunológicas e nutricionais, 
e, por isso necessita cuidado. Seus principais componentes, as bactérias, devem 
estar constantemente em simbiose, que é o equilíbrio entre as bactérias 
comensais (boas) e as patógenas (ruins). O oposto, disbiose, ocorre quando há 
desequilíbrio nessa relação, desencadeando um padrão de microbiota pró-
inflamatória, especialmente no intestino. 
❖Mutualismo: benefício entre as duas espécies envolvidas 
❖Comensalismo: uma espécie utiliza outra espécie como seu ambiente físico e 
para obtenção de nutrientes 
❖Parasitismo: prejuízo. 
Microbiota normal: Dentro do útero sabemos que existem bactérias no líquido amniótico 
que são deglutidas e importantes para maturar o sistema imune dessa criança. Essas 
bactérias são herdadas da flora intestinal da mãe e terão uma ação sobre essa criança. 
Geralmente, a diversidade da microbiota aumenta no tempo entre a infância e a idade 
adulta e diminui na idade mais avançada (acima de 70). Antes da formação de uma 
composição de microbiota intestinal relativamente estável Por volta dos 3 anos, a 
microbiota intestinal das crianças se torna comparável à dos adultos, com três filos 
microbianos principais, incluindo Firmicutes , Bacteroidetes e Actinobacteria se tornando 
dominantes. Posteriormente, na idade mais avançada, as mudanças na dieta e no sistema 
imunológico afetam potencialmente a composição da microbiota intestinal humana. 
Especificamente, os idosos tendem a apresentar diminuição de Bifidobacterium e 
aumento de Clostridium e Proteobacteria. 
Microbiota Anfibiontica: A microbiota anfibiôntica desempenha um papel crucial na saúde 
humana, agindo como uma barreira contra patógenos e exercendo importantes funções 
metabólicas, imunológicas e relacionadas ao desenvolvimento de tecidos 
 Funções: favorecer a digestão, produção de vitaminas, proteger hospedeiro 
contra microrganismos patogênicos 
 Fatores que controlam sua composição: 
 Temperatura; 
 - pH 
 - água; 
 - oxigenação; 
 - Nutrientes e fatores complexos como ação de componentes 
Classificações da Microbiota: A microbiota pode ser classificada em residente (ou 
autóctone) e transitória (ou alóctone). 
Microbiota residente autóctone: consiste em tipos relativamente fixos de 
microrganismos, encontrados com regularidade em determinada área, podendo 
sofrer alterações relacionadas com a idade, em algumas regiões do organismo. 
Se for perturbada, pode recompor-se prontamente. Constituído pelos 
microrganismos em níveis populacionais estáveis num local anatômico específico 
e numa determinada época da vida do hospedeiro. 
 Microbiota transitória alóctone: é formada por microrganismos provenientes do meio 
ambiente, que habitam a pele e as mucosas por horas, dias ou semanas, não se 
estabelecendo de forma permanente. Estes microrganismos são transportados 
para um local anatômico através dos alimentos, bebidas ou ar, ou podem ser 
provenientes da pele ou das membranas respiratórias superiores; 
 
Microbiota da Pele: A pele apresenta diferentes microambientes, e normalmente o que 
caracteriza cada região é a umidade. Por isso, alguns microrganismos se encontram em 
um estado de dormência. Outro fator é o pH da pele que é levemente ácido, devido a 
quantidade de ácidos orgânicos produzidos por Staphylococcus e secreções oleosas e 
salinas, pelas glândulas sebáceas e sudoríparas, respectivamente. Esse pH faz com que 
certos microrganismos não sejam capazes de se instalar. Regiões com temperaturas altas 
corporais w com maior concentração de lipídios favorecem proliferação. 
 Bactérias predominantes: Staphylococcus epidermidis (maior população- 90% 
do microbiota) e Propionibacterium acnes (causa acne). Staphylococcus 
aureus está presente em menor quantidade, principalmente nas fossas nasais. 
 Presença de fungos: Candida. 
Microbiota do TGI: Alguns microrganismos da boca desembocam no estômago, onde o 
pH é bastante baixo, chegando a valores entre 2 e 3, o que acarreta a morte de tais 
microrganismos. Por esta razão o estômago contém menos de 10 bactérias viáveis por 
milímetro de fluido gástrico.. Caso ultrapassem 
rapidamente o estômago, ou sejam ingeridos com a 
comida, alguns microrganismos podem até resistir ao 
baixo pH, como é o caso das micobactérias.; O 
intestino delgado é dividido em duodeno, jejuno e 
íleo. O duodeno contém poucos microrganismos 
porque recebe o suco gástrico, a ação da bile e a 
secreção pancreática. Na porção distal do íleo, a 
microbiota torna-se mais parecida com a do cólon. É 
no íleo que o pH se torna mais alcalino. Com isso 
bactérias anaeróbias Gram negativas e membros da 
família Enterobacteriaceae começam a se 
estabelecer; O intestino grosso ou cólon apresenta a 
maior comunidade microbiana no corpo. O cólon pode ser visto como um local onde 
ocorre uma enorme fermentação e a microbiota consiste basicamente de anaeróbios. A 
microbiota intestinal tem papel em manter o estado de tolerância (Neutralização) 
Firmicutes e Bacteroidetes: são dois filos de bactérias que representam mais de 90% da 
microbiota intestinal humana e são essenciais para a saúde: 
Firmicutes: Se divide em mais de 200 gêneros, entre os quais estão Lactobacillus, 
Bacillus, Clostridium, Enterococcus 
Bacteroidetes: É composto principalmente por Bacteroides e é um dos filos 
predominantes no intestino humano 
Infecção endógena: É causada por microrganismos que já estão presentes no 
organismo do paciente e que se tornam patogênicos. É mais comum em pessoas com o 
sistema imune enfraquecido. 
Infecção exógena: É causada por microrganismos que não fazem parte da microbiota 
do paciente. Pode ser adquirida por meio de contato com mãos de profissionais de 
saúde, ou por causa de procedimentos, medicamentos ou alimentos contaminados. 
 
Probióticos: constitui-se em um suplemento alimentar que contem organismos vivos que 
trazem benefícios ao hospedeiro, fazendo com que sua microbiota desempenhe melhor 
sua função. Os microrganismos comumente utilizados nestes produtos são lactobacilos 
e bifidobactérias. Para que um probiótico seja considerado efetivo, este deve ter 
características como trazer benefícios para o hospedeiro; não ser patogênico, nem tão 
pouco tóxico; conter grande quantidade de células viáveis; ser capaz de ser 
metabolizado e de sobreviver no aparelho digestivo; manter-se vivo durante o seu 
uso e estocagem; aderir a mucosa intestinal do hospedeiro e ser de fácil cultivo. 
Prebióticos: é um ingrediente não digerível presente em um alimento que beneficia o 
hospedeiro ao selecionar e estimular o crescimento de uma determinada bactéria já 
existente no trato intestinal. Algumas características são necessárias para que um 
alimentono trato respiratório, facilitando a colonização. Esse é o primeiro passo 
para a infecção. Após aderir às células epiteliais, a bactéria consegue invadir a mucosa, 
que é a camada de proteção das vias respiratórias. Isso permite que a infecção se espalhe 
para tecidos mais profundos e que a bactéria acesse a corrente sanguínea, levando a 
infecções mais graves, como meningite e pneumonia. 
 3. Píli: Os pílios são estruturas semelhantes a "fios" que se 
estendem da superfície da bactéria e auxiliam na adesão a superfícies. Os pílios 
permitem que o Streptococcus pneumoniae se fixe às células epiteliais da mucosa 
do trato respiratório e da orofaringe (parte posterior da garganta). Isso é crucial 
para a colonização e para que a bactéria resista à eliminação, como pela ação do 
muco ou pela tosse. 
 
 Tratamento e profilaxia: A prevenção se dá por vacina, eficaz para pelo menos 
dois terços das 0 linhagens patogênicas. A penicilina (é um beta lactâmico) e 
seus derivados (macrolídeos e fluoroquinolonas) são escolhas para o 
tratamento também. 
 
Streptococcus pyogenes: é um coco gram-positivo do grupo A que pode causar infecções 
piogênicas (faringite, celulite, impetigo, erisipela – infecções cutaneas), infecções 
toxigênicas (escarlatina – língua de framboesa, fasceíte necrosante - infecção 
bacteriana destrutiva e rapidamente progressiva do tecido subcutâneo e fáscia 
superficial, associada a altos índices de morbimortalidade. ) e infecções imunológicas 
(glomerulonefrite e febre reumática). Presente na flora normal (garganta e pele). A 
consequencia de uma infecção de garganta ocasionada por S.pyogenes é a febre 
reumática. 
 Fator de virulência: A proteína M é um dos fatores de virulência mais importantes 
do S. pyogenes, existindo mais de 150 sorotipos diferentes dessa proteína. A 
principal função da proteína M é proteger a bactéria contra a fagocitose. Por 
destruir a C3 convertase, a proteína M impede que as células imunes marquem a 
bactéria para fagocitose, tornando-a altamente resistente. A cápsula de S. 
pyogenes também possui função antifagocitária, ajudando a proteger a bactéria 
da destruição pelas células do sistema imunológico. A cápsula impede o 
reconhecimento e a adesão por fagócitos, dificultando a eliminação da bactéria 
pelo sistema imune. O ácido lipoteicoico é uma molécula encontrada na parede 
celular das bactérias Gram-positivas, incluindo S. pyogenes. Ele é crucial para a 
adesão da bactéria ao tecido epitelial do hospedeiro, o que facilita a colonização 
inicial e o início da infecção. 
 Tratamento e profilaxia: Penicilina G/Cefalosporinas 1a ou 2a gerações 
 
Enterococcus spp: são cocos anaeróbicos facultativos Gram-positivos 
em cadeias curtas e médias, que causam infecções difíceis de tratar 
no ambiente nosocomial. Eles são uma causa comum de ITUs, 
bacteremia e endocardite infecciosa e raramente causam infecções 
intra-abdominais e meningite. Eles têm resistência intrínseca a 
alguns antibióticos e adquirem e transferem resistência a outras 
bactérias por meio de elementos genéticos móveis. Os 
enterococos são encontrados no solo, na água, nos alimentos, no 
esgoto, nas plantas, na pele humana, na cavidade oral e no intestino grosso, constituindo 
menos de 1% da microbiota total. Os enterococos são altamente resilientes e podem 
sobreviver a condições difíceis como antissépticos e desinfetantes comuns, promovendo 
sua persistência generalizada em itens inanimados comuns de hospitais 
 Mecanismos de Resistência: Beta-lactâmicos: Baixa afinidade das PBPs para 
cefalosporinas. 
 Aminoglicosídeos: Transporte ativo deficiente, 
mas sinergia com beta-lactâmicos. 
 Lincosamidas (Clindamicina): Baixa afinidade 
dos ribossomos. 
 Sulfonamidas e Trimetoprim: Vias metabólicas 
não dependentes de ácido fólico. 
 Vancomicina: Modificação do alvo na parede 
celular (resistência adquirida também comum). 
 
Staphylococcus spp: São cocos gram positivos, não esporulantes, Catalase positivos (≠ 
estrepto), aeróbicos ou anaeróbicos facultativos; Quimioorganotróficos, presente em 
Metabolismos respiratório ou fermentativo; Grupo heterogêneo, microbiota normal do 
homem e animais; Imóveis (não tem flegelos); crescem em meio contendo NaCl 0,5%. O 
gênero Staphylococcus pertence à família Micrococcaceae, atualmente com cerca de 33 
espécies, 17 delas podem ser encontradas em amostras biológicas humanas, e 
geralmente, esse gênero faz parte da microbiota da pele humana normal, e uma das 
principais espécies deste gênero é o S. aureus 
Staphylococcus aureus: Principal espécie; São cocos gram positivos, conhecidos também 
como S. dourado, porque a coloração de suas colônias 
varia desde o acinzentado até o amarelo-ouro, em que 
a pigmentação aumenta conforme o tempo de 
incubação prolongado. Estas bactérias apesar de 
poderem ser encontradas na microbiota da pele de até 
15% dos seres humanos, são capazes de causar danos 
ao corpo, sendo estas bactérias oportunistas, e de 
grande preocupação na área médica. Possui coagulase 
positiva. 
 Fatores de virulência: Como se não bastassem as enzimas que causam danos ao 
organismo, essas bactérias também têm a propriedade de liberarem toxinas, 
para facilitarem sua invaginação, multiplicação e resistência, lesionando ainda 
mais tecidos do organismo humano. As principais toxinas liberadas por essa 
bactéria são de 4 tipos: 
Toxina esfoliativa ou Toxina epidermolítica – ou seja, que causam a lise 
das células epidérmicas, ocorrendo a descamação generalizada da pele, 
causando uma doença conhecida como Síndrome da pele escaldada. 
Toxina da Síndrome do choque tóxico – que em 80% dos casos, está 
relacionado com a menstruação (não trocar de absorvente) Ela pode causar 
febre, vômito, diarreias, trombocitopenia, e exantema descamativo na palma 
das mãos e da planta dos pés. 
Enterotoxinas (de A – F) – estas são produzidas por cerca de 50% dos S. 
aureus, resistentes a enzimas gastrointestinais, e que causam intoxicação 
alimentar (carnes,sorvetes,saladas...) 
Exotoxinas – que são duas, a hemolisinas, como o nome indica, é uma 
toxina que possui um factor dermonecrótico, atuando principalmente sobre 
o músculo liso vascular. E a toxina leucocidina, que tem a capacidade de 
lisarem leucócitos. 
 Infecções cutâneas: terçol, furunculoses, abscessos, impetigo, celulite, infecções 
de sítio cirúrgico 
 Sinal característico: abscesso purulento (pus) 
 Complicações: Sepse,Osteomielite,Artite,Meningite. 
 Tratamento e profilaxia: Meticilina 
 
Staphylococcus aureus MRSA : A sigla MRSA que dizer Methicillin-resistant 
Staphylococcus aureus, em português, Staphylococcus aureus resistente à meticilina. A 
meticilina é um antibiótico da família das penicilinas. O MRSA é, portanto, um 
Staphylococus resistente ao tratamento convencional através das penicilinas. A 
transmissão é feita pelo contato entre pessoas, principalmente através das mãos. Isto é 
um grande problema no meio hospitalar onde os profissionais de saúde têm contato 
com vários doentes no mesmo dia, podendo levar o MRSA de um para outro. 
 Indivíduos com mais chances de contaminação: queimaduras ou traumas, 
doenças de pele graves como psoríase, comprometimento imunológico ou após 
cirurgias; 
 Tratamento: se estiver apenas colonizado não precisa de tratamento para a 
doença mas, podem causar infecções terceiros, é importante eliminá-la. 
 
Staphylococcus epidermidis: é um coco gram-positivo, catalase-positivo, 
coagulase-negativo em aglomerados,comumente infecta dispositivos 
protéticos e cateteres IV produzindo biofilmes. Infecção cutânea, Infecção 
Hospitalar 
 Tratamento e profilaxia: Meticilina, oxacilina, vancomicina 
 
 
Aula 04- PrincipaisCocos Gram Negativos 
 
Bactérias gram-negativas (GNB) estão entre os problemas de saúde pública mais 
significativos do mundo devido à sua alta resistência a antibióticos. Esses 
microrganismos têm importância clínica significativa em hospitais porque colocam os 
pacientes na unidade de terapia intensiva (UTI) em alto risco e levam a alta morbidade e 
mortalidade. Dois grandes grupos, Enterobacteriaceae e os não fermentadores, são 
responsáveis pela maioria dos isolados clínicos; no entanto, existem outros organismos 
gram-negativos clinicamente preocupantes, incluindo, mas não se limitando a Neisseria 
, Haemophilus spp ., Helicobacter pylori e Chlamydia trachomatis . 
 
Neisseria meningitidis (Meningococo): Bactéria gram-negativa em forma de coco. Possui 
diversos sorogrupos, de acordo com o antígeno polissacarídeo da cápsula. Os mais 
frequentes são os sorogrupos A, B, C, W135 e Y (não há vacina para todos). Podem 
também ser classificados em sorotipos e subtipos, de acordo com os antígenos proteicos 
da parede externa do meningococo 
 Tratamento e profilaxia: A vacina meningocócica protege contra a bactéria 
Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo, que é a principal 
causadora de meningite bacteriana em crianças e a segunda principal em 
adultos. Existem diferentes tipos de vacinas meningocócicas, disponíveis na rede 
pública e privada de saúde: 
Meningocócica C (Conjugada): É a vacina oferecida pelo SUS, e é aplicada em 
três doses: aos 3 e 5 meses de idade, e uma dose de reforço aos 12 
meses. Adolescentes e adultos que não tenham recebido as doses podem tomar 
a qualquer momento. 
Meningocócica ACWY: É recomendada pelo PNI para adolescentes entre 11 e 
14 anos. 
Meningocócica B: É oferecida apenas pela rede privada de saúde 
Mesmo pessoas vacinadas contra meningite podem, em alguns casos, contrair a doença 
por vários motivos. Algumas vacinas contra meningite requerem doses múltiplas para 
garantir imunidade plena. Se uma pessoa não recebeu todas as doses recomendadas ou 
reforços, a imunidade pode não ser suficiente para protegê-la. Existem diferentes tipos 
de meningite causados por várias bactérias e vírus, e as vacinas protegem apenas contra 
os sorotipos específicos: 
Meningite bacteriana pode ser causada por diferentes bactérias, como Neisseria 
meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e 
Haemophilus influenzae tipo b (Hib). As vacinas disponíveis cobrem os sorogrupos 
mais comuns, como Neisseria meningitidis dos grupos A, B, C, W e Y. No entanto, se uma 
pessoa for exposta a uma cepa diferente daquela coberta pela vacina, ela ainda pode 
contrair a meningite. 
Os antibióticos que podem ser utilizados para o tratamento da meningite são: Penicilina 
G, Cloranfenicol, cefalosporina de 3ª geração. 
 
Enterobacteriaceae: São bacilos, não esporulados, têm motilidade variável, crescem na 
presença e ausência de oxigênio, são fermentadores de glicose, Elas representam cerca 
de 80% dos isolados gram-negativos com uma miríade de doenças gerais/espécies 
causadoras em humanos, incluindo infecções do trato urinário, pneumonia, diarreia, 
meningite, sepse, choque endotóxico e muitas outras. Apresentam flagelo peritriquio 
(estão em volta de toda a célula) 
Principais espécies; Escheriquia coli (E.coli), Salmonella, Klebsiella e etc 
 
Escherichia coli (E. coli): É um bacilo gram-negativo que é um 
organismo causador de muitas doenças diarreicas, incluindo 
diarreia do viajante e disenteria. E. coli é o patógeno mais comum 
que leva à cistite descomplicada e também resulta em outras 
doenças extraintestinais, incluindo pneumonia, bacteremia e 
infecções abdominais, como peritonite bacteriana espontânea. 
 Fatores de virulência: A membrana externa é feita de uma bicamada lipídica, 
proteínas associadas e lipopolissacarídeo (LPS), resultando em uma reação tóxica 
se lisada. Cepas patogênicas de E. coli têm fatores de virulência distintos 
codificados em plasmídeos, transposons e bacteriófagos. 
 (ETEC) Causa: Diarreia aquosa, principalmente em viajantes e crianças em países 
em desenvolvimento. 
 Mecanismo: Produz enterotoxinas que causam aumento da secreção de 
líquidos no intestino. 
 (EPEC) Causa: Diarreia infantil, especialmente em bebês 
 Mecanismo: Adere às células intestinais e destrói as microvilosidades, 
prejudicando a absorção de nutrientes. 
 (EHEC) Causa: Colite hemorrágica (diarreia com sangue) e pode levar à síndrome 
hemolítico-urêmica (SHU), uma complicação grave que afeta os rins. 
Mecanismo: Produz a toxina Shiga, que danifica o revestimento dos vasos 
sanguíneos. 
 (EIEC) Causa: Diarreia com sangue e febre. (fatal) 
 Mecanismo: Invade as células do intestino grosso, causando inflamação. 
 (EAEC) Causa: Diarreia persistente, principalmente em crianças e viajantes. 
 Mecanismo: Adere ao intestino de forma agregada, formando biofilmes 
e causando inflamação. 
 (UPEC) Causa: Infecções do trato urinário (ITU). 
 Mecanismo: Possui fatores que permitem aderir ao trato urinário e 
evitar a eliminação pela urina. 
 
 Profilaxia e tratamento: Amoxicilina, Trimetropim, Cefalosporina,Ampicilina 
 
 
Salmonella: Salmonella é um grupo de bactérias gram-
negativas que pertencem à família Enterobacteriaceae. A 
taxonomia atual divide o gênero Salmonella em 2 espécies 
( Salmonella enterica e Salmonella bongori ) com 
aprovação pendente para uma terceira espécie ( Salmonella 
subterranea). S. enterica contém 6 subespécies. Em geral, a 
infecção por Salmonella pode estar envolvida em bacteremia 
e infecções focais, como osteomielite, meningite, gastroenterite e infecções do trato 
urinário. 
 Fatores de virulência: Um tipo de fator de virulência produzido pelo S. typhi 
(Salmonela Tifoide) e não pelo NTS (Salmonella não tifoide) inclui o antígeno Vi, 
que é uma cápsula polissacarídica que previne a fagocitose e a destruição de 
células imunes. Outro fator de virulência específico para a Salmonella tifoide 
inclui a toxina tifoide. A toxina tifoide é feita quando a bactéria Salmonella é 
intracelular e secretada através de vesículas para o espaço extracelular, levando 
à redução de neutrófilos circulantes, letargia e outras complicações neurológicas. 
Outros fatores de virulência significativos incluem os flagelos, que ajudam a 
promover a motilidade da bactéria e o sistema de secreção tipo III, que permite 
o processo de fixação e inserção em células humanas não fagocíticas. Através do 
uso desses fatores de virulência, a Salmonella entra no epitélio intestinal através 
das células M antes de atingir as células linfoides das placas de Peyer. 
 Tratamento e profilaxia: Amoxiclina, levofloxacina, ciproflaxacina, cefalosporina, 
trimetroprim 
 
	Aula 01- Microbiota
	Aula 02- relação parasito-hospedeiroCocos Gram Negativos 
 
Bactérias gram-negativas (GNB) estão entre os problemas de saúde pública mais 
significativos do mundo devido à sua alta resistência a antibióticos. Esses 
microrganismos têm importância clínica significativa em hospitais porque colocam os 
pacientes na unidade de terapia intensiva (UTI) em alto risco e levam a alta morbidade e 
mortalidade. Dois grandes grupos, Enterobacteriaceae e os não fermentadores, são 
responsáveis pela maioria dos isolados clínicos; no entanto, existem outros organismos 
gram-negativos clinicamente preocupantes, incluindo, mas não se limitando a Neisseria 
, Haemophilus spp ., Helicobacter pylori e Chlamydia trachomatis . 
 
Neisseria meningitidis (Meningococo): Bactéria gram-negativa em forma de coco. Possui 
diversos sorogrupos, de acordo com o antígeno polissacarídeo da cápsula. Os mais 
frequentes são os sorogrupos A, B, C, W135 e Y (não há vacina para todos). Podem 
também ser classificados em sorotipos e subtipos, de acordo com os antígenos proteicos 
da parede externa do meningococo 
 Tratamento e profilaxia: A vacina meningocócica protege contra a bactéria 
Neisseria meningitidis, também conhecida como meningococo, que é a principal 
causadora de meningite bacteriana em crianças e a segunda principal em 
adultos. Existem diferentes tipos de vacinas meningocócicas, disponíveis na rede 
pública e privada de saúde: 
Meningocócica C (Conjugada): É a vacina oferecida pelo SUS, e é aplicada em 
três doses: aos 3 e 5 meses de idade, e uma dose de reforço aos 12 
meses. Adolescentes e adultos que não tenham recebido as doses podem tomar 
a qualquer momento. 
Meningocócica ACWY: É recomendada pelo PNI para adolescentes entre 11 e 
14 anos. 
Meningocócica B: É oferecida apenas pela rede privada de saúde 
Mesmo pessoas vacinadas contra meningite podem, em alguns casos, contrair a doença 
por vários motivos. Algumas vacinas contra meningite requerem doses múltiplas para 
garantir imunidade plena. Se uma pessoa não recebeu todas as doses recomendadas ou 
reforços, a imunidade pode não ser suficiente para protegê-la. Existem diferentes tipos 
de meningite causados por várias bactérias e vírus, e as vacinas protegem apenas contra 
os sorotipos específicos: 
Meningite bacteriana pode ser causada por diferentes bactérias, como Neisseria 
meningitidis (meningococo), Streptococcus pneumoniae (pneumococo) e 
Haemophilus influenzae tipo b (Hib). As vacinas disponíveis cobrem os sorogrupos 
mais comuns, como Neisseria meningitidis dos grupos A, B, C, W e Y. No entanto, se uma 
pessoa for exposta a uma cepa diferente daquela coberta pela vacina, ela ainda pode 
contrair a meningite. 
Os antibióticos que podem ser utilizados para o tratamento da meningite são: Penicilina 
G, Cloranfenicol, cefalosporina de 3ª geração. 
 
Enterobacteriaceae: São bacilos, não esporulados, têm motilidade variável, crescem na 
presença e ausência de oxigênio, são fermentadores de glicose, Elas representam cerca 
de 80% dos isolados gram-negativos com uma miríade de doenças gerais/espécies 
causadoras em humanos, incluindo infecções do trato urinário, pneumonia, diarreia, 
meningite, sepse, choque endotóxico e muitas outras. Apresentam flagelo peritriquio 
(estão em volta de toda a célula) 
Principais espécies; Escheriquia coli (E.coli), Salmonella, Klebsiella e etc 
 
Escherichia coli (E. coli): É um bacilo gram-negativo que é um 
organismo causador de muitas doenças diarreicas, incluindo 
diarreia do viajante e disenteria. E. coli é o patógeno mais comum 
que leva à cistite descomplicada e também resulta em outras 
doenças extraintestinais, incluindo pneumonia, bacteremia e 
infecções abdominais, como peritonite bacteriana espontânea. 
 Fatores de virulência: A membrana externa é feita de uma bicamada lipídica, 
proteínas associadas e lipopolissacarídeo (LPS), resultando em uma reação tóxica 
se lisada. Cepas patogênicas de E. coli têm fatores de virulência distintos 
codificados em plasmídeos, transposons e bacteriófagos. 
 (ETEC) Causa: Diarreia aquosa, principalmente em viajantes e crianças em países 
em desenvolvimento. 
 Mecanismo: Produz enterotoxinas que causam aumento da secreção de 
líquidos no intestino. 
 (EPEC) Causa: Diarreia infantil, especialmente em bebês 
 Mecanismo: Adere às células intestinais e destrói as microvilosidades, 
prejudicando a absorção de nutrientes. 
 (EHEC) Causa: Colite hemorrágica (diarreia com sangue) e pode levar à síndrome 
hemolítico-urêmica (SHU), uma complicação grave que afeta os rins. 
Mecanismo: Produz a toxina Shiga, que danifica o revestimento dos vasos 
sanguíneos. 
 (EIEC) Causa: Diarreia com sangue e febre. (fatal) 
 Mecanismo: Invade as células do intestino grosso, causando inflamação. 
 (EAEC) Causa: Diarreia persistente, principalmente em crianças e viajantes. 
 Mecanismo: Adere ao intestino de forma agregada, formando biofilmes 
e causando inflamação. 
 (UPEC) Causa: Infecções do trato urinário (ITU). 
 Mecanismo: Possui fatores que permitem aderir ao trato urinário e 
evitar a eliminação pela urina. 
 
 Profilaxia e tratamento: Amoxicilina, Trimetropim, Cefalosporina,Ampicilina 
 
 
Salmonella: Salmonella é um grupo de bactérias gram-
negativas que pertencem à família Enterobacteriaceae. A 
taxonomia atual divide o gênero Salmonella em 2 espécies 
( Salmonella enterica e Salmonella bongori ) com 
aprovação pendente para uma terceira espécie ( Salmonella 
subterranea). S. enterica contém 6 subespécies. Em geral, a 
infecção por Salmonella pode estar envolvida em bacteremia 
e infecções focais, como osteomielite, meningite, gastroenterite e infecções do trato 
urinário. 
 Fatores de virulência: Um tipo de fator de virulência produzido pelo S. typhi 
(Salmonela Tifoide) e não pelo NTS (Salmonella não tifoide) inclui o antígeno Vi, 
que é uma cápsula polissacarídica que previne a fagocitose e a destruição de 
células imunes. Outro fator de virulência específico para a Salmonella tifoide 
inclui a toxina tifoide. A toxina tifoide é feita quando a bactéria Salmonella é 
intracelular e secretada através de vesículas para o espaço extracelular, levando 
à redução de neutrófilos circulantes, letargia e outras complicações neurológicas. 
Outros fatores de virulência significativos incluem os flagelos, que ajudam a 
promover a motilidade da bactéria e o sistema de secreção tipo III, que permite 
o processo de fixação e inserção em células humanas não fagocíticas. Através do 
uso desses fatores de virulência, a Salmonella entra no epitélio intestinal através 
das células M antes de atingir as células linfoides das placas de Peyer. 
 Tratamento e profilaxia: Amoxiclina, levofloxacina, ciproflaxacina, cefalosporina, 
trimetroprim 
 
	Aula 01- Microbiota
	Aula 02- relação parasito-hospedeiro

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