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1 Biomecânica do Músculo Esquelético Base Molecular da Contração Muscular 2 Estrutura e Organização do Músculo O músculo e suas características funcionais O desempenho da fibra muscular em situações de velocidade e cargas variáveis é determinado por quatro propriedades. Irritatibilidade – capacidade para responder a estimulação feita pelo neurotransmissor químico Contratilidade – capacidade do músculo encurtar-se quando o tecido muscular recebe estimulação suficiente Extensibilidade – capacidade do músculo para encompridar-se ou alongar-se além do comprimento de repouso. Elasticidade – capacidade da fibra muscular retornar ao seu comprimento de repouso depois que a força de alongamento do músculo é removida. 3 Funções do Músculo a) Contribuição para a produção do movimento esquelético b) Assistência na estabilidade articular c) Manutenção de posturas e posicionamento corporal d) Outras funções: suporte e proteção dos orgãos viscerais e tecidos internos, alteração e controle das pressões dentro das cavidades, manutenção da temperatura corporal pela produção de calor, controle das entradas e saídas do corpo pelo controle voluntário da deglutição, defecação e eliminação de urina. Papel do músculo •Movimentador primário e Movimentador Assistente: O músculo, ou músculos, primariamente responsável pela produção de um determinado movimento é chamado movimentador primário, e quanto mais forca é requerida outros músculos contribuem como movimentadores assistentes. •Agonista e Antagonista: Os músculos que criam o mesmo movimento articular sao chamados agonistas. Por outro lado, os músculos opositores ou que produzem o movimento articular oposto são chamados antagonistas. •Estabilizadores e Neutralizadores:Os músculos são também usados como estabilizadores, agindo em um segmento de modo que possa ocorrer um movimento específico em uma articulação adjacente. Os músculos sinergistas ou neutralizadores irão contrair-se para eliminar uma ação o indesejada causada por outro músculo. 4 Mecânicas da Contração Muscular �A eletromiografia vem sendo usada para estudar vários aspectos da contração, principalmente a relação de tempo entre o começo da atividade elétrica e o começo da contração muscular; Pisa Syndrome is clinically defined as the sustained lateral bending of the trunk worsened by a prolonged sitting position or by walking. Pisa syndrome, also termed lateral trunk flexion (LTF), has been rarely reported in patients affected by Parkinson’s disease (PD) and, therefore, the pathophysiology has been poorly investigated. In some cases, the hyperactivity of paravertebral muscles contralateral to the leaning side has been interpreted as a sign of dystonia; however, it is well known that paravertebral muscles flex the trunk ipsilaterally. 5 � We systematically explored the pattern of muscular activation underlying the lateral flexion of trunk in 10 PD patients (mean disease duration: 9.2 ± 3.0 years) presenting LTF for 3.6 ± 2.1 years. EMG performed during stance and during left and right lateral trunk flexion showed a continuous ipsilateral muscular hyperactivity in three patients, while in the remaining ones there was no ipsilateral activity during standing and a tonic contraction of paravertebral muscles contralateral to the leaning side. In conclusion, this EMG study investigating the synergies of paravertebral muscles during dynamic conditions detected two different patterns with a typical dystonic activation in only a minority of cases. Possible pathophysiologic mechanisms and treatment approaches are discussed. Contração Tetânica e de Somação A resposta mecânica de um músculo a um único estimulo do seu nervo motor e conhecida como tetania, que é a unidade fundamental da atividade muscular gravável. Entre a excitação e a contração há alguns milissegundos, conhecidos como período de latência, necessários para os componentes elásticos atuarem. 6 �Tempo de contração � tempo desde o começo do desenvolvimento da tensão à tensão de pico; �Tempo de relaxamento � tempo de tensão de pico até a queda de tensão a zero. �Este tempo de contração e relaxamento variam conforme o músculo, dependendo também do aquecimento. �Somação acontece quando são acrescentadas respostas mecânicas para estímulos sucessivos a uma resposta inicial; �Se um segundo estimulo acontecer durante o período de latência da primeira tetania muscular, nenhuma resposta adicional é produzida e é dito que o músculo está completamente refratário. 7 �A frequência de excitação é variável e é modulada pelas unidades motoras individuais. Quanto maior a frequência de excitação das fibras, maior a tensão produzida no músculo. �O músculo se contrai tetanicamente quando está em tensão máxima e esta for sustentada em resultado da adição . Neste caso a rapidez de estimulo supera o tempo de contração, fazendo com que haja pouco ou nenhum relaxamento muscular antes da próxima contração. 8 Comprimento do Musculo Tipos de Contração Muscular � Durante a contração, a força de contração nas alavancas ósseas na qual é fixado é conhecida como tensão muscular, e a força externa exercida no músculo é conhecida como carga ou resistência. � A medida que o músculo exerce sua força, gera um efeito chamado torque, ou momento. � O momento ou torque é obtido pelo produto da força e a distancia perpendicular do seu ponto de aplicação e o centro de movimento, ou braço de alavanca. 9 Ações Musculares Gerais Ação Muscular Isométrica – tensão muscular geralmente contra uma resistência para manter a posição. Se o músculo está ativo e desenvolve tensão, sem mudança visível ou externa na posição articular. Ação Muscular Concêntrica – músculo gera tensão ativamente com um encurtamento visível na extensão do músculo. Ação Muscular Excêntrica – quando o músculo é sujeito a um torque externo maior que o interno dentro do músculo, ocorre alongamento do músculo. 10 Produção de Força no Músculo �A força total que um músculo pode produzir depende de suas propriedades mecânicas, que podem ser descritas quando analisamos as relações de comprimento-tensão, carga-velocidade, força-tempo e também a arquitetura musculoesquelética. Relação Comprimento-Tensão � A força, ou tensão, que um músculo exerce varia com o comprimento ao qual é mantido quando estimulado. � Tensão máxima é produzida quando a fibra está em seu comprimento de repouso, pois os filamentos de actina e miosina se sobrepõem, aumentando o numero de pontes cruzadas. � Se a fibra é mantida a comprimentos mais curtos, as quedas de tensão caem. Se a fibra é alongada, além do comprimento de repouso a tensão também diminui. 11 12 13 14 � No caso das fibras que possuem um sarcômero “alongado”, ao começar a contração o número de pontes cruzadas entre os filamentos são menores que o ideal, produzindo então pouca tensão. Em comprimento de sarcômero de 3,6 µm nāo há nenhuma sobreposiçāo e consequentemente nenhuma tensāo ativa. 15 � Em situação oposta, em que os sarcômeros são encurtados, filamentos de actina e miosina já sem encontram sobrepostos, tendo então pouco “caminho” que se percorrer e poder gerar tensão. Nesse caso, a tensão gerada também não é ideal. Nesta situaçāo em que há um encurtamento do sarcômero a um tamanho menor que seu comprimento de repouso dimimui a tensāo ativa, porque dessa forma é permitido a sobreposiçāo dos filamentos finos nos terminais opostos o sarcômero, os quais sāo funcionalmente polarizados na direçāo oposta. � Em ambos os casos o resultado é o mesmo, menor tensão gerada, ou seja, menor força. 16 Potência muscular (P) é definida como o produto de forca e velocidade (F .v). Portanto para um dada relacao de força-velocidade de um músculo, sua potência instantânea é uma funçao da velocidade de contraçao (P(v)) pode ser determinada através da quantidade de velocidade de encurtamento. Para muitas aplicacoes práticas é de interessea qual velocidade de encurtamento a potência máxima absoluta é atingida. A velocidade de encurtamento em que a potência muscular máxima pode ser produzida é aprox. 31% da velocidade máxima de encurtamento. Nigg & Herzog (1999) Relação Carga-Velocidade �A relação entre a velocidade de encurtamento ou alongamento de um músculo e as cargas constantes diferentes pode ser observada em uma curva de carga-velocidade; �Onde, a velocidade de encurtamento é maior quando a carga for zero, e a medida que a carga aumenta, a velocidade diminui. 17 Curva de Forca vs. Velocidade + - Concêntrico Exêntrico 0 Ponto Isométrico Relação Força-Tempo � A força, ou tensão, é proporcional ao tempo de contração, assim, quanto mais longo for o tempo de contração, maior é a força desenvolvida, até o ponto de tensão máxima. � A contração mais lenta conduz a maior produção de força, porque há tempo para que a tensão produzida seja transmitida aos componentes elásticos paralelos ao tendão. 18 Efeito da Arquitetura do Músculo Esquelético �O arranjo dos sarcômeros afeta drasticamente as propriedades contrateis dos músculos; �Quanto mais sarcomeros em séries, mais longa será a miofibrila; �Quanto mais sarcômeros em paralelo, maior será a área de seção transversal. �A força que o músculo pode produzir é proporcional à área de seção transversal da miofibrila. �A velocidade e a excursão (alcance de trabalho) que o músculo pode produzir é proporcional ao comprimento da miofibrila. 19 Zatsiorsky (2004)Zatsiorsky(2004) Efeito do Pré-Alongamento �Quanto menor o tempo entre o estiramento de um músculo e a subsequente ação concêntrica, maior será a forca de contração. 20 Efeito da Temperatura � Elevando a temperatura muscular há um aumento de velocidade de condução no sarcolema, aumentando também a força muscular. � A temperatura muscular aumenta por meio de dois mecanismos: � Aumentando o fluxo de sangue e também através da produção de calor através do metabolismo, liberação de energia de contração e também através do atrito entre os componentes contráteis. Efeito da Fadiga � Isso ocorre quando a demanda de ATP excede o suprimento de ATP no músculo. �Portanto, você tornar-se-á mais fraco. �Em biomecânica do crescimento, fadiga muscular é observada primeiramente pela falta de coordenação de movimento e o seu efeito no aumento de cargas em tecido. 21 Diferenciação da Fibra Muscular � Existem diferenças mecânicas na resposta das fibras musculares de contração rápida e lenta. � Fibras de contração lenta – fibras oxidativas de contração lenta ou tipo I são encontradas em maiores quantidades nos músculos posturais do corpo (parte superior das costas e sóleo). Fibras com baixo tempo de contração e adequadas para trabalhos de prolongados de baixa intensidade. � Fibras de contração rápida e intermediária- tipo II a, oxidativas glicolíticas e tipo II b glicolíticas. Corredores de velocidade tem maiores concentrações de fibras de contração rápida. � A maioria dos músculos contém os dois tipos de fibras. Danos Musculares �São muitos os tipos de danos musculares, que podem gerar a limitação de movimento, inaptidão, limitação de força e até mesmo a inflamação e necrose. �Estudos mostraram que o músculo esquelético saudável tem uma capacidade de se restaurar. 22 Efeitos de Desuso e Imobilização �Esses efeitos incluem perda de resistência e força e atrofia muscular no nível microestrutural e macroestrutural, como diminuição de número e tamanho de fibras; �Mudanças bioquímicas afetam a produção de energia; �Um programa de movimento imediato pode diminuir esses danos; Efeitos do Treinamento Físico �Com o treinamento físico, há o aumento da seção transversal, o músculo fica maior e mais forte; � O alongamento aumenta a flexibilidade muscular, aumentando o alcance de movimento. Aumenta também a elasticidade e o comprimento da unidade musculotendínea 23 Princípios de Adaptações neuromusculares ao TF � Sobrecarga � Um músculo deve ser estressado com uma carga suficiente para induzir respostas adaptativas. � Atingido através da manipulação da intensidade do treinamento, duração, frequência e recuperação. � Especificidade � Adaptações são específicas à natureza da sobrecarga colocada no músculo. � Aplica-se ao tipo de exercício, ação muscular, contração, velocidade, ângulo de movimento, etc. � Progressão � As variáveis devem ser continuamente ajustadas para a manutenção da carga. 1. Qual é a estrutura contrátil do músculo esquelético? 2. O que é a unidade músculo tendinosa? 3. Qual é a diferença entre contração tetânica e de somação? 4. Caracterize contração isométrica, concêntrica e excêntrica . 5. Qual é a relação entre carga e velocidade? 6. O que é o efeito do pré-alongamento? 7. Quais são os 3 tipos de fibras musculares esqueléticas? 8. Quais são os principais efeitos da imobilização? 9. Quais são os efeitos do treinamento físico? Atividade complementar Biomecânica Muscular
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