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Doenças Exantemáticas 1 Doenças Exantemáticas SARAMPO Doença viral infectocontagiosa, prevenivel por vacina Causa vasculite generalizada É uma doença de notificação compulsória Etiologia RNA vírus da família Paramyxoviridae e gênero Morbillivirus Transmissão Por secreções nasofaríngeas, aerossóis O vírus continua viável por até 1hora suspenso no ar Os pacientes transmitem o vírus no período de 3 dias antes até 4 a 6 dias após o início da erupção Quadro clínico Período de incubação dura de 7 a 21 dias ou de 8 a 12 dias Pródromos: de 4 a 7 dias Febre alta com o auge no aparecimento do exantema Coriza hialina Conjuntivite com fotofobia e lacrimejamento Prostração Cefaleia Tosse seca e constante Manchas de Koplik: patognomônico, lesões avermelhadas com manchas brancas no centro na superfície interna da bochecha ao nível dos pré-molares. Doenças Exantemáticas 2 Fase toxêmica/exantemática: Exantema maculopapular morbiliforme generalizado Surge inicialmente na região retroauricular com progressão cefalocaudal Pode confluir Período de convalescença: O exantema desaparece na mesma progressão como evoluiu, tornando-se acastanhado e deixando uma descamação furfurácea A tosse pode durar por mais tempo Linfadenopatia cervical e occipital pode ser proeminente A persistência da febre pode indicar complicação Diagnóstico Anamnese + exame físico + epidemiologia Sorologia Elisa. Detecção de anticorpos IgM específicos 1 a 2 dias após aparecimento do exantema), soroconversão ou aumento na Doenças Exantemáticas 3 titulação de anticorpos IgG 4x entre a fase aguda e a fase de covalescença) Detecção viral por RT PCR em amostras de orofaringe, nasofaringe, urina, liquor ou em tecidos do corpo (pós-óbito). Tratamento Manutenção da hidratação Antitérmicos Vitamina A 6 meses: 50.000 unidades/dia VO 1x ao dia por 2 dias entre 6 e 12 meses: 100.000 unidades por dia VO 1x ao dia por 2 dias 12 meses: 200.000 unidades VO 1x ao dia por 2 dias Prevenção Vacinação com a tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) aos 12 meses Vacinação com a tetraviral (tríplice + varicela) aos 15 meses Imunoglobulina até 6 dias após exposição RUBÉOLA Etiologia Togavírus Vírus RNA, do gênero Rubivirus e da família Matonaviridae Transmissão Perdigotos contaminados inalados por pessoas susceptíveis Transmissibilidade 7 dias antes a 57 dias após o aparecimento do exantema Via transplacentária = síndrome da rubéola congênita Quadro clínico Período de incubação de 14 a 21 dias Doenças Exantemáticas 4 Pródromos Febre baixa Dor de garganta Olhos vermelhos Dor de cabeça Anorexia Linfadenopatia Exantema: dura cerca de 3 dias Exantema maculopapular róseo Início em face e progressão cefalocaudal Sinal de Forchheimer: lesões petequiais em palato mole Sinal de Theodor: a linfonodomegalia cervical, principalmente retroauricular Doenças Exantemáticas 5 Síndrome da rubéola congênita Surdez Catarata Cardiopatia Microcefalia Retardo psicomotor Baixo peso ao nascer Púrpura neonatal Óbito Diagnóstico Clínica + laboratório + epidemiologia Leucopenia Neutropenia Trombocitopenia Sorologia IgM e IgG RTPCR Tratamento Sintomático Prevenção Vacinação com a tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) aos 12 meses Vacinação com a tetraviral (trípice + varicela) aos 15 meses Vacinação até 72h após contato para pacientes susceptível Isolamento de 7 dias após o início do exantema VARICELA Doença de notificação obrigatória para casos graves internados e óbitos Etiologia Doenças Exantemáticas 6 Vírus varicela-zoster, vírus de DNA da família Herpesviridae Permanece latente no organismo após infecção primária Transmissão Contato com secreções de orofaringe e das lesões cutâneas = disseminação aérea ou contato direto Transmissibilidade: 1 a 2 dias antes do exantema, até todas as lesões formarem crosta Quadro clínico Incubação de 10 a 21 dias Pródromos: ocorre particularmente em crianças mais velhas e adultos 24 a 48h antes do exantema Febre Cefaleia Anorexia Mal-estar Dor abdominal leve Exantema Exantema polimórfico pruriginoso Início em couro cabeludo e face, com progressão cefalocaudal e centrípeta Pode acometer inclusive mucosas Presença simultânea de lesões em várias fases de evolução Doenças Exantemáticas 7 Síndrome da varicela congênita Pouco frequente Lesões cicatriciais cutâneas Malformações de membros Malformações cerebrais Coriorretinite Catarata Microfitalmia Diagnóstico Essencialmente clínico Para diagnóstico de certeza: sorologia, isolamento viral e citologia das lesões (células gigantes mutinucleadas) Tratamento Analgésicos Antitérmicos Anti-histaminico Aciclovir 20mg/Kg/dose, 5x ao dia por 5 dias. Todos maiores de 12 anos Portadores de: Doença cutânea crônica Doença pulmonar crônica Usuários crônicos de corticosteroides, mesmo aerossol Usuários de salicilatos Doenças Exantemáticas 8 Prevenção Vacinação com tetraviral aos 15 meses Vacinação varicela isolada aos 18 meses PNI ou 4 anos MS Imunoglobulina para: Imunodeprimidos Gestantes Menores de 9 meses internados Filhos de mães que desenvolveram a doença 5 dias antes ou 2 dias depois do parto Alguns prematuros Complicações A principal é a infecção cutânea bacteriana secundária por S. aureus Síndrome de Reye: associação da infecção por influenza e varicela com uso de AAS sintomas bifásicos, inicia com os sintomas da doença de base, seguido por encefallopatia aguda → pode levar a morte EXANTEMA SÚBITO Conhecido como roséola Etiologia Herpes vírus humano 6 e 7 HHV6 é mais comum que o HHV7 Transmissão Perdigotos Período de transmissibilidade é principalmente durante o período febril Quadro clínico Período de incubação de 5 a 15 dias Início súbito de febre alta contínua que dura de 3 a 4 dias, sem toxemia e cessa bruscamente No período de febre podemos observar: Doenças Exantemáticas 9 Bom estado geral Irritabilidade Anorexia Convulsão febril (lembrando que o exantema súbito é uma das causas mais comuns de convulsão febril) Linfonodomegalia cervical suboccipital Hiperemia de orofaringe, palpebral e de membrana timpânica Exantema surge de modo súbito após o período febril Exantema maculopapular róseo Inicia no ronco e dissemina cabeça e membros Duração de horas a 2 ou 3 dias Desaparece sem deixar descamação ou hiperpimentação O exantema pode até passa despercebido Diagnóstico Essencialmente clínico: Anamnese + exame físico Pode ser coletados sorologia e PCR para detecção do DNA viral, mas não há recomendação Tratamento Apenas sintomático Prevenção Não existe Complicações São raras Doenças Exantemáticas 10 Encefalite Desmielinização aguda disseminada Cerebelite Hepatite Miocardite MONONUCLEOSE INFECCIOSA Síndrome clínica conhecida popularmente como doença do beijo Etiologia Vírus Epstein-Barr EBV DNA vírus da família herpesvírus, do tipo y-herpesvírus EBV1 é o mais comum EBV2 tem potencial oncogênico Transmissão Secreções orais Contato sexual Pessoas infectadas podem eliminar o vírus cerca de até 6 meses após a doença aguda, e de forma intermitente durante toda a vida (reativação) Quadro clínico Período de incubação de 30 a 50 dias A maioria dos sintomas duram menos de 10 dias Febre Cefaleia Mal-estar Linfonodomegalia Esplenomegalia Hepatomegalia é mais rara Doenças Exantemáticas 11 Dor de garganta com hipertrofia de amígdalas e exsudato Petéquias em palato Sinal de Hoagland= edema periorbitário Exantema Na evolução normal da doença não ocorre exantema Pode ser desencadeada pela administração de penicilina ou ampicilina ao paciente O exantema maculopapular leve e pruriginoso resultado de uma hipersensibilidade transitória à penicilina Diagnóstico Sintomas típicos com leucograma evidenciando linfócitos atípicos O diagnóstico é confirmado por sorologia IgM e IgG ou detecção do genoma viral por PCR TratamentoSintomático Na presença de obstrução importante das vias aéreas superiores pela hipertrofia de amígdalas Dexametasona 0,25mg/kg de 6/6h Complicações Obstrução de via aérea superior Meningoencefalite Anemia hemolítica e trmbocitopenia Rotura esplênica DOENÇA DE KAWASAKI Doença inflamatória aguda sistêmica, manifestada como uma vasculite de artérias de médio calibre com predileção pelas artérias coronárias Etiologia Causa não é totalmente definida Doenças Exantemáticas 12 Suspeita-se de origem infecciosa e uma predisposição genética Transmissão Não se sabe se é uma doença transmissível Quadro clínico A doença é autolimitada, pode durar de 2 a 12 semanas e as manifestações podem não estar todas presentes simultaneamente Febre é considerado o primeiro sintoma da doença 1 dia de febre = primeiro dia de doença Elevada, geralmente acima de 38,5°C Pouco responsiva a antitérmicos Duração por um período maior ou igual a 5 dias Conjuntivite Geralmente precoce Bilateral Não exsudativa Alterações de mucosa oral Lábios hiperemiados, edemaciados e rachados Faringite não exsudativa Língua em aspecto de morango Exantema polimórfico Costuma ser precoce Pode ser maculopapular, escarlatiniforme, urticariforme, micropustular, psoriásico Linfadenopatia cervical Menos frequente Linfadenopatia única, maior que 1,5cm Alterações de extremidades Eritema de palmas de mãos e plantas de pés associado ou não a um edema endurecido no dorso de mãos e pés Doenças Exantemáticas 13 Na fase de recuperação: descamação em extremidades Outros achados Cardiovasculares: ritmo de galope, taquicardia, derrame pericárdico, miocardite linfocítica, redução da perfusão periférica; Aparelho respiratório: infiltrado peribrônquico ou intersticial; Gastrointestinal: diarreia, vômitos, hepatite, icterícia, hidropsia da vesícula biliar; Urinário: uretrite, hidrocele Sistema nervoso central: irritabilidade, meningite asséptica, paralisia facial; Artrite: acomete grandes articulações e comporta-se de forma autolimitada Fâneros: deformidades ungueais denominadas linhas de Beau. Diagnóstico Baseia-se em achados clínicos Doenças Exantemáticas 14 Achados laboratoriais: não são utilizados como critérios diagnósticos Aumento da VHS e da PCR Leucocitose com desvio à esquerda Ferritina sérica elevada Aumento de linfócitos na fase de convalescença Plaquetose nos casos mais graves na segunda semana da doença; poucas crianças desenvolve plaquetopenia de consumo Linfopenia da fase aguda Linfocitose na convalescença Anemia normo/normo Leucocitúria Discreto aumento de transaminasees Pleocitose liquórica sem hipoglicorraquia Aumento de triglicérides Hiponatremia: associada a um risco elevado de aneurismas de coronária Ecocardiograma: dilatações de coronárias, aneurismas de tamanhos variados Doença de Kawasaki incompleta Doenças Exantemáticas 15 Critérios laboratoriais complementares Anemia Contagem de plaquetas 450.000 após o sétimo dia de febre Albumina 3,0 g/dL Nível ALT elevado Contagem de leucócitos 15.000/mm³ 10 leucócitos/campo no exame de urina A SBP (baseada no consenso europeu de reumatologia pediátrica), considera também a hiponatremia para o diagnóstico da DK incompleta. Tratamento O objetivo é diminuir o processo inflamatório e diminuir o risco de aneurismas de coronária Iniciada até o 10° dia de febre, diminui em 5 vezes o risco de desenvolvimento de aneurismas de coronárias Imunoglobulina 2g/kg EV Ácido acetilsalicílico em dose anti-inflamatória até melhora da febre: 80100mg/Kg/dia dividido em 4 tomadas 6/6h) Doenças Exantemáticas 16 Ácido acetilsalicílico em dose antitrombótica após 48h sem febre, por at ´8 semanas: 35mg/kg/dia Prevenção Não se sabe Complicações Aneurisma de coronária Disfunção de múltiplos órgãos Perda auditiva neurossensorial Síndrome de ativação macrofágica Pericardite ERITEMA INFECCIOSO Etiologia Parvovírus humano B19 Esse vírus tem como células-alvo, a linhagem eritroide Transmissão Por perdigotos Transmissibilidade ocorre cinco a 10 dias após a exposição, dura cerca de cinco dias e no período exantemático a pessoa já não costuma ser transmissor Quadro clínico Incubação de 4 a 14 dias Não há pródromos Primeiro sinal: exantema maculopapular em face, que se concentra na região das bochechas, poupando região perioral, testa e nariz → aspecto de “asa de borboletaˮ ou “face esbofeteadaˮ Doenças Exantemáticas 17 Evolui acometendo MMSS e MMII, inicialmente em face extensora, posteriormente flexora e por fim o tronco → aspecto rendilhado Exantema pode persistir por período longo e pode se exacerbar ou reaparecer quando a criança é exposta ao sol, após exercícios e a temperaturas altas e/ou baixas Afebril Pode acompanhar artralgias e artrites Síndrome das luvas e meias Apresentação incomum Lesões purpúricas simétricas e eritematosas indolores nas mãos e nos pés, eventualmente, na bochecha, cotovelos, joelhos e nádegas Diagnóstico Essencialmente clínico Diagnóstico de certeza com sorologia IgM e IgG para parvovírus humano B19 ou PCR para detecção de RNA viral Hemograma pode mostrar uma redução de hemoglobinas e de reticulócitos Tratamento Doenças Exantemáticas 18 Sintomático Transfusão sanguínea na presença de anemia grave Prevenção Não há Complicações Crise aplásica transitória em pacientes com anemia hemolítica crônica → febre, mal-estar, letargia, sinais de anemia profunda(palidez, taquicardia e taquipneia Em grávidas pode causar aborto, óbito fetal, anemia fetal ou hidropisia DOENÇA MÃOPÉBOCA Trata-se de uma entervirose Etiologia Coxsackie A 16 ou enterovirus 71 Transmissão Fecal-oral Transmissibilidade antes do aparecimento dos sintomas até semanas após a infecção Quadro clínico Pródromos Febre baixa Irritabilidade Anorexia Exantema Lesões vesiculares na boca que rapidamente se rompem, transformando-se em úlceras dolorosas de tamanho variável Lesões papulovesiculares em mãos e pés Em lactentes é frequente o acometimento perineal Lesões desaparecem sem deixar cicatrizes Doenças Exantemáticas 19 Diagnóstico Essencialmente clínico Tratamento Sintomático Prevenção Cuidados higiênicos Crianças afetadas devem ser afastadas da creche e do convívio com outras crianças Complicações Raramente ocorre disseminação grave da doença, como mioclonias, tremores, ataxia e paralisia de nervos cranianos, que evolui para falência cardiorrespiratória DENGUE Etiologia Vírus da dengue é um vírus de RNA do gênero Flavivírus da família Flaviviridae Existem 4 sorotipos: DEN1, DEN2, DEN3 E DEN4 Transmissão Transmissão vetorial pela picada do mosquito Aedes aegyptis Quadro clínico Doenças Exantemáticas 20 Fase febril: 27 dias, a maioria não evolui para a fase crítica Febre alta 39 a 40°C de surgimento abrupto Prostração Cefaleia Dor retroorbitária Exantema maculopapular difuso e progressivo que não poupa as mãos e os pés Mialgia Artralgia Diarreia Anorexia Náuseas Vômitos Fase crítica: início com a defervescência da febre, entre o 3° e 7° dia o início da doença, acompanhada do surgimento dos sinais de alarme Letargia e/ou irritabilidade Hipotensão postural e/ou lipotimia (sensação de desmaio) Doenças Exantemáticas 21 Vômitos persistentes Sangramento de mucosas Serosites Dor abdominal intensa e continua Hepatomegalia 2cm abaixo do rebordo costal direito Aumento do hematócrito Fase de recuperação: Reabsorção gradual do conteúdo extravasado Melhora clínica progressiva Normalização ou aumento do débito urinário Pode ocorrer bradicardia e alteração do ECG Exantema com ou sem prurido generalizado Diagnóstico Anamnese + exame físico + epidemiologia Detecção do antígeno viral NS1 até o 5° dia de sintomas Sorologias IgM e IgG apenas após o 6° dia dos sintomas Estratificação de gravidade Doenças Exantemáticas 22 Tratamento Critérios de internação hospitalarPresença de sinais de alarme ou de choque, sangramento grave ou comprometimento grave de órgão (grupos C e D. Recusa na ingestão de alimentos e líquidos. Doenças Exantemáticas 23 Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória. Diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade. Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde. Comorbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática etc. Outras situações a critério clínico. Critérios de alta hospitalar Estabilização hemodinâmica durante 48 horas. Ausência de febre por 48 horas. Melhora visível do quadro clínico. Hematócrito normal e estável por 24 horas. Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3 Prevenção Eliminar criadouros do mosquito: água parada Uso de repelentes Usar telas contra mosquito nas portas e janelas Vacina com vírus atenuado ZIKA Etiologia Vírus Zika, um vírus de RNA da família Flaviviridae Transmissão Vetorial pelo mosquito Aedes aegypti Transmissão congênita Relação sexual Transfusão sanguínea Doenças Exantemáticas 24 Quadro clínico Manifestações após período de incubação em média de 3 a 6 dias Febre baixa diferente das outras arboviroses Exantema que pode ou não ser pruriginoso, afetando também as mão e os pés Hiperemia conjuntival Dor muscular e dor articular ZIKA congênita Microcefalia Atraso no crescimento do feto Cérebro pequeno Alteração nos olhos Hipertonia Epilepsia Irritabilidade Mal formação do cérebro e das articulações Diagnóstico Anamnese + exame físico + epidemiologia Até o 7° dia de infecção: RTPCR Após 7 dias pode ser feito com sorologia IgM e IgG Tratamento Hidratação VO Antitérmicos Analgésicos Anti-histamínicos, se prurido ZIKA congênita Acompanhamento com neuropediatra, otorrino, oftalmo, fisioterapeuta e fono Doenças Exantemáticas 25 Prevenção Eliminar criadouros do mosquito: água parada Uso de repelentes Usar telas contra mosquito nas portas e janelas Preservativos durante relação sexual Complicações Síndrome de Guillain-Barré Abortamento e microcefalia CHIKUNGUNYA Etiologia Vírus da chikungunya CHIKV Da família Togaviridae Gênero Alphavirus Transmissão Transmissão vetorial pelo Aedes aegypti ou albopictus Transmissão congênita Transfusão sanguínea Quadro clínico Início após período de incubação de 3 a 7 dias Doenças Exantemáticas 26 Infecção recente Febre alta repentina 39°C Cefaleia Dor muscular ou nas articulações (bilateral, simétrica, acometendo pequenas e grandes articulações, com ou sem edema) Alteração na cor da pele Manchas e placas avermelhadas Bolhas na pele de forma extensa principalmente nos bebês (impetigo bolhoso) Sangramento nasal, gengival e equimoses Aftas Crises convulsivas e meningoencefalite Sinais de gravidade Acometimento neurológico Dor torácica, palpitação e arritmias Dispneia Redução de diurese ou elevação abrupta de ureia e creatinina Doenças Exantemáticas 27 Sinais de choque, instabilidade hemodinâmia Vômitos persistentes Sangramento de mucosas e descompensação de doeça de base Formas atípicas Diagnóstico Anamnese + exame físico + epidemiologia Confirmado por exames de sangue detectando o vírus ou os anticorpos contra o vírus PCRRNA Exames laboratoriais são inespecíficos Leucopenia com linfopenia 1000 células/mm3 Trombocitopenia 100000 é rara VHS e PCR geralmente elevadas Elevação discreta de enzimas hepáticas, creatinina e CPK Tratamento Sintomático + suporte clínico se necesário Hidratação Antitérmicos Analgésicos Repouso sem sobrecarga das articulações Compressas frias nas articulações acometidas Se evoluir com sinais de gravidade deve ser realizada a internação Doenças Exantemáticas 28 Prevenção Eliminar criadouros do mosquito: água parada Uso de repelentes Usar telas contra mosquito nas portas e janelas Complicações Dor articular crônica Mielorradiculopatias Miocardite Hepatite causada pelo víru Doenças Exantemáticas 29 ESCARLATINA Etiologia Estreptococo beta hemolítico do grupo A Streptococcus pyogenes) Estreptococos infectados por determinados bacteriófagos produzem exotoxinas pirogênicas estreptocócicas A, B e C que são responsáveis pelo exantema da escarlatina Transmissão Secreções respiratórias Período de transmissibilidade ocorre desde os pródromos até a resolução do quadro ou até 24h após início do tratamento (antibiótico) Período de incubação de 4 a 7 dias. Quadro clínico Exantema eritematoso difuso que ocorre em associação a um episódio de faringite Pródromos Febre alta 39°C a 40°C Mal-estar e prostração Cefaleia Dor de garganta = faringite Dor abdominal e até vômitos Língua em frambroesa: papilas edemaciadas e avermelhadas Exantema Aparece de 24 a 48h após período de incubação Exantema micropapular em lixa: difuso, clareia a digitopressão, inicia-se em torno do pescoço e se espalha por tronco e membros, Doenças Exantemáticas 30 poupa palmas das mãos e plantas do pé. Sinal de Pastia: acentuação do exantema em região de dobras Sinal de Filatov: bochechas eritematosas com palidez perioral Descamação furfurácea: após o desaparecimento do exantema (após 3 a 4 dias do começo da erupção), inicialmente na face seguindo em direção caudal. Descamação laminar: principalmente em mãos e pés Diagnóstico É clínico Cultura de swab de orofaringe é o padrão-ouro Doenças Exantemáticas 31 Existe também o teste rápido de detecção de antígenos Não é necessário solicitar exames complementares: no leucograma pode aparecer leucocitose com desvio a esquerda Tratamento Sintomático Anti-histamínico se apresentar prurido Analgésicos Antitérmicos Antibioticoterapia Penicilinas Penicilina benzatina 600.000 unidade IM (se 27Kg), dose única ou 1.200.000 unidades IM (se 27Kg), dose única. Amoxicilina 250mg/5mL por 10 dias Para alérgicos a penicilinas Azitromicina 200mg/5mL por 5 dias Eritromicina 50mg/mL por 10 dias Clindamicina 150mg/mL por 10 dias Cefalexina 500mg/5mL por 10 dias Prevenção Não há Complicações Supurativas: linfadenite cervical, abscesso peritonsilar e abscesso retrofaringeano. Não supurativas: febre reumática e glomerulonefrite pós- estreptocócica. A febre reumática é potencialmente prevenível quando o tratamento antibiótico é feito nos primeiros 9 dias de doença. Doenças Exantemáticas 32 Já a glomerulonefrite não é prevenível, mesmo com a antibioticoterapia adequada e precoce, se houver ocorrido infecção por uma cepa nefritogênica.