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ALVES – ADVOGADOS ASSOCIADOS CELULAR: (16) 99776 7705 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA EGRÉGIA 2° (SEGUNDA) VARA CÍVEL DO FORO DA COMARCA DE JABOTICABAL – SÃO PAULO / BRASIL PROCESSO número/ano: XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX AÇÃO DE INDENIZAÇÃO CONDOMÍNIO DA SOLIDARIEDADE, qualificação, devidamente representado pelo Sr. Milton Mendes (síndico), qualificação, nos autos do processo em epigrafe, vem, “mui” respeitosamente a Vossa Excelência, com fundamento no artigo 335 e seguintes do código de processo civil, OFERECER CONFORME FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS ABAIXO EXPOSTOS: ALVES – ADVOGADOS ASSOCIADOS CELULAR: (16) 99776 7705 I – RESUMO DA INICIAL O requerente alega na exordial que foi atingido por um vaso de vidro lançado do apartamento 21 (vinte e um) do edifício do condomínio requerido. Em seguida, foi submetido à cirurgia no hospital municipal X para estagnar a hemorragia, permanecendo 30 (trinta) dias internados. Em decorrência do lapso temporal ficou impedido de trabalhar, deixando de executar contratos já pactuados, o que gerou a perda de R$ 50 (cinquenta) mil reais. Recebeu alta e retornou às atividades laborais. Após 22 (vinte e dois) dias se submeteu a nova cirurgia em consequência de uma infecção causada por uma gaze deixada no seu corpo na primeira intervenção médica. Assim, passou mais 30 (trinta) dias internados, causando a perda de R$ 20 (vinte) mil reais. Por fim, pediu R$ 70 (setenta) mil reais a título de lucros cessantes e 60 salários mínimos por danos morais. Contudo, a inicial não condiz com os fatos, visto que pautada em suposições, e sem suporte na legislação vigente, jurisprudência e/ou doutrina pátria. Passamos a analisar e guerrear. II – PRELIMINAR O requerente ajuizou a ação contra quem não possui legitimidade para atuar no polo passivo da contenda. O suposto prejuízo amargurado pela primeira internação foi causado pela ação de quem lançou o vaso. Nesse sentido, a legislação deixa clara a responsabilidade civil daquele que pratica o ato lesivo, sendo a pessoa que habita o apartamento do qual foi arremessado o objeto. Dispõe o artigo 938 do código civil: “Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” ALVES – ADVOGADOS ASSOCIADOS CELULAR: (16) 99776 7705 No que tange a segunda internação, a responsabilidade também cabe ao agente acima indicado, bem como, solidariamente, ao hospital municipal X e médico que agiu com imperícia, imprudência e/ou negligência. Assim colaciona o artigo 186 do código civil: “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” Portanto, plausível o reconhecimento da ilegitimidade deste polo, prevista no artigo 337, XI do código de processo civil: “Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar: ... XI - ausência de legitimidade ou de interesse processual; ...” Destarte, a inicial não condiz com os fatos narrados pela parte “exadversus”, sem nenhum amparo na legislação vigente, jurisprudência e/ou doutrina pátria. III – MÉRITO INICIALMENTE, voltamos a frisar e ratificar os termos da preliminar supra lançada nesta peça defensiva. Cabe-nos salientar que os fatos e pedidos contrapostos destoam das regras jurídicas incidentes ao caso. O requerente, ao que mais nos parece, pretende se enriquecer ilicitamente, uma vez que, além dos prejuízos supostamente sofridos, busca o dano moral sem nenhum nexo ou respaldo moral e legal. A verba requerida não encontra respaldo nas decisões de nossos tribunais e cortes superiores (Superior Tribunal de justiça / Supremo Tribunal Federal). Destacamos que o requerido em pauta não deve participar do polo passivo da demanda, pois, nada tem a ver com a ação de quem lançou o objeto no requerente. ALVES – ADVOGADOS ASSOCIADOS CELULAR: (16) 99776 7705 Em sintonia, o código civil nos traz, com transparência, em seus artigos 927, 186 e 938: “Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” “Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” “Art. 938. Aquele que habitar prédio, ou parte dele, responde pelo dano proveniente das coisas que dele caírem ou forem lançadas em lugar indevido.” Logo, não cabe ao requerido indenizar os danos sofridos pelo requerente. Tanto as consequências da primeira, quanto da segunda internação, decorrentes da atitude de um terceiro, que são responsabilidades do próprio agente infrator e, em parte, solidariamente, do hospital municipal X e médico que atuou com imperícia, imprudência e/ou negligência. Portanto, não há que se falar na responsabilização do requerido. Por derradeiro, calcado nos fatos e sob o manto da JUSTIÇA, devidamente acampado(s) pela legislação, jurisprudência e doutrina Pátria, finaliza-se supedâneo ao(s) pleito(s) “sub judice”. III – DO PEDIDO COMO MEDIDA DE PLENA APLICAÇÃO DA JUSTIÇA, REQUER: 1 – O indeferimento da petição inicial, com base no artigo 330, inciso II do CPC, diante da ilegitimidade de parte alegada; SALVO MELHOR JUIZO, REQUER: 2 – A improcedência da ação “sub judice”; SALVO MELHOR JUIZO, REQUER: 3 – A exclusão dos danos morais da condenação; http://www.planalto.gov.br/CCivil_03/leis/2002/L10406.htm#art186 ALVES – ADVOGADOS ASSOCIADOS CELULAR: (16) 99776 7705 4 – A exclusão dos R$ 20 (vinte) mil reais da condenação, atrelados à segunda internação, vez que são de responsabilidades do hospital municipal X e médico que atuou com imperícia, imprudência e/ou negligência, solidariamente, com o próprio agente infrator; OUTROSSIM, REQUER: 5 - A condenação do requerido ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios desta defensoria, estimados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa; 6 - A condenação do requerente por litigância de má-fé; ALÉM, REQUER: 7 - O deferimento dos benefícios da justiça gratuita, uma vez que o requerido não está em condições de pagar as custas, despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo próprio, nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC. 8 – Que as intimações desta defensoria sejam enviadas ao endereço abaixo: Rua xxxx, número xxxx, C.E.P. xx.xxx-xxx, bairro xxxx, cidade xxxx, estado xxxx, país xxxx. V – DAS PROVAS Protesta provar o alegado por todos os meios de provas legalmente admitidos, especificamente, depoimento pessoal, confissão, prova documental, prova testemunhal e perícia. Termos em que pede e aguarda a IMPROCEDÊNCIA DA AÇÃO. ALVES – ADVOGADOS ASSOCIADOS CELULAR: (16) 99776 7705 Cidade, dia/mês/ ano ADVOGADO OAB/SP XXX.XXX