Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

PRIScIllA negReIROS 182
tica na América do Sul. Segundo o artigo 4º desse tratado: “ O Conselho 
de Chefes de Estado e de Governo, ou na falta deste, o Conselho de 
Ministros das Relações Exteriores, poderá estabelecer, em caso de 
ruptura ou ameaça de ruptura da ordem democrática, entre outras, 
as medidas detalhadas abaixo, destinadas a restabelecer o processo 
político institucional democrático. Estas medidas entrarão em vigor 
na data de adoção da respectiva decisão: (a) suspensão do direito de 
participar nos diferentes órgãos e instâncias da UNASUL, bem como do 
gozo dos direitos e prerrogativas decorrentes do Tratado Constitutivo 
da UNASUL; (b) fechamento parcial ou total das fronteiras terrestres, 
incluindo a suspensão e/ou limitação do comércio, transporte aéreo 
e marítimo, comunicações, fornecimento de energia, serviços e 
abastecimento; (c) promover a suspensão do Estado afetado no âmbito 
de outras organizações regionais e internacionais; (d) promover, ante 
terceiros países e/ou blocos regionais, a suspensão dos direitos e/ou 
prerrogativas do Estado afetado; (e) adoção de sanções políticas e 
diplomáticas adicionais.
E:Incorreta. O item está incorreto porque, apesar de existir a previsão de 
formação de um Parlamento para a UNASUL com sede em Cochabamba, 
ainda não foi criado o tratado específico que determine sua criação. 
Segundo o artigo 17 do Tratado Constitutivo da UNASUL: “A formação 
de um Parlamento Sul-americano com sede na cidade de Cochabamba, 
Bolívia, será matéria de um Protocolo Adicional ao presente Tratado”. 
Esse artigo foi o mais controvertido para a aprovação do Tratado 
Constitutivo pelo Congresso brasileiro, já que muitos congressistas o 
consideravam redundante em função da existência dos parlamentos 
do MERCOSUL e da Comunidade Andina. Gabarito “D”
(Diplomacia – 2010 – CESPE) Em maio de 2008, foi realizada, 
em Brasília, a Reunião Extraordinária de Cúpula de Chefes 
de Estado e de Governo que resultou na criação da União de 
Nações Sul-Americanas (UNASUL). Sobre esse tema, julgue 
C ou E. 
(1) A UNASUL constitui um bloco regional financeiro-comercial 
voltado à proteção dos mercados sul-americanos diante da 
concorrência de bens e serviços procedentes de economias 
industrializadas, principalmente Estados Unidos da América, 
Europa e Japão. 
(2) Um dos objetivos da UNASUL é apoiar a implantação de 
infraestrutura física regional que permita a intensificação 
dos fluxos de comércio, o aprimoramento de prestação de 
serviços e a redução dos tempos e do custo do trânsito de 
bens, pessoas e serviços entre os países membros. 
(3) A UNASUL tem como prioridade eliminar as assimetrias 
existentes na região, contribuindo, inclusive, para que os 
países membros passem a estabelecer com o Brasil um 
comércio superavitário. 
(4) Constitui meta da UNASUL gerar condições políticas pro-
pícias para que os países sul-americanos atuem de forma 
uníssona em foros multilaterais, tais como a Assembleia 
Geral, o Conselho de Segurança das Nações Unidas 
(CSNU) e a Organização Mundial do Comércio (OMC). 
1: Errada. O item está incorreto porque a UNASUL não constitui um 
bloco regional financeiro-comercial. A UNASUL é uma organização 
internacional, com personalidade jurídica desde 2011, cujo objetivo 
é promover a integração regional, com base na convergência de 
interesses em torno da consolidação de uma identidade própria e do 
desenvolvimento econômico e social da região.
2: Certa. Um dos pilares mais importantes da UNASUL concentra-se na 
integração da infraestrutura sul-americana. O projeto IIRSA (Integração 
da Infraestrutura Regional Sul-Americana) foi, neste sentido, lançado no 
ano 2000, com objetivo de estabelecer projetos, além de uma metodolo-
gia na área de infraestrutura da região da América do Sul. O advento da 
UNASUL em 2008 serviu de catalisador para a reestruturação da IIRSA. 
A necessidade de aprofundar a discussão dos projetos e, sobretudo, 
de buscar alternativas em nível político e não apenas técnico para a 
questão crucial do financiamento levou à criação, em agosto de 2009, 
por decisão presidencial, do Conselho de Infraestrutura e Planejamento 
da UNASUL (Cosiplan), que gerencia atualmente a IIRSA. A IIRSA é 
financiada pelos membros da UNASUL, além de instituições financeiras 
multilaterais regionais como o Banco Interamericano de Desenvolvi-
mento (BID) a Cooperação Andina de Fomento (CAF) e o Fundo para o 
Desenvolvimento do Prata (FONPLATA), e principalmente pelo Banco 
Nacional do Desenvolvimento (BNDES) do Brasil. Os projetos da IIRSA 
concentram-se em 10 eixos regionais, nas áreas de transporte, energia 
e comunicação. 
3: Errada. O item está incorreto, porque não é objetivo da UNASUL 
que seus Estados membros estabeleçam um comércio superavitário 
com o Brasil. Entre os principais objetivos da organização destacam-se 
àqueles presentes no artigo 3º do Tratado Constitutivo: o fortalecimento 
do diálogo político entre os Estados Membros que assegure um espaço 
de concertação para reforçar a integração sul-americana e a participa-
ção da UNASUL no cenário internacional; o desenvolvimento social e 
humano com equidade e inclusão para erradicar a pobreza, superar as 
desigualdades na região e avançar no acesso universal à educação, à 
seguridade social e aos serviços de saúde; o desenvolvimento de uma 
infra infraestrutura para a interconexão da região (como mencionado 
no item anterior); a integração energética, bem como a industrial e 
produtiva; o intercâmbio de informação e de experiências em matéria de 
defesa; a cooperação setorial como um mecanismo de aprofundamento 
da integração sul-americana, mediante o intercâmbio de informação, 
experiências e capacitação.
4: Errada. O item está incorreto porque a UNASUL não tem como meta 
atuar de forma uníssona nos foros multilaterais. Mesmo que a UNASUL 
promova a concertação política entre seus membros, o objetivo é 
estabelecer uma maior integração regional e não uma atuação comum 
em foros internacionais. Além disso, membros da UNASUL, como a 
Argentina e o Brasil divergem em temas como a reforma do Conselho 
de Segurança. Exemplos de atuação conjunta em foros multilaterais é 
a atuação do Grupo dos Vinte (G20 comercial), criado na OMC, durante 
a Conferência de Cancún, que defende posições comuns na área 
agrícola, ou o grupo G4, que reúne a Alemanha, Japão, Índia e Brasil, 
e defende uma posição comum sobre a Reforma das Nações Unidas, 
mais especificamente a reforma do Conselho de Segurança da ONU. 
Gabarito 1E, 2C, 3E, 4E
4. a polítIca externa arGentIna; a 
arGentIna e o brasIl
(Diplomacia – 2010 – CESPE) A aproximação Brasil-Argentina, 
a partir de 1985-86, teve, entre outras, a seguinte motivação:
(1) o interesse puramente econômico, sobretudo da liberaliza-
ção comercial.
(2) o compromisso de criar o MERCOSUL, estabelecendo-se, 
desde logo, uma tarifa externa comum.
(3) a disposição para cooperarem mutuamente na área de 
energia nuclear.
(4) o acordo prévio de incorporar ao processo o Uruguai e o 
Paraguai, mas de excluir o Chile.
1: Errado. O item está incorreto, porque os anos 1980 marcam uma 
aproximação política, econômica, além de aproximações na área de 
cooperação nuclear. Em fins de novembro de 1985, o Presidente 
do Brasil, José Sarney, e o Presidente da Argentina, Raúl Alfonsín, 
assinaram a Declaração do Iguaçu, que cria documentos essenciais 
da nova etapa de construção da estabilidade estrutural e econômica 
entre Brasil e Argentina. Na mesma ocasião é assinada a Declaração 
Conjunta sobre Política Nuclear, que sublinha a vocação pacífica dos 
projetos nucleares. Esses acordos mostravam uma maior cooperação 
política entre os países. 
2: Errado. O item está incorreto, porque a aproximação de 1985-1986 
entre a Argentina e o Brasil ainda não tinha o objetivo de criar um 
mercado comum nos moldes do MERCOSUL. Podem-se destacar 
dois tratados principais no período: a Declaração de Iguaçu de 1985 
e a Ata para a Integração de 1986. O “Programa para a Integração 
Argentino-Brasileira”,firmado em 1986 era um acordo bilateral que 
tinha como objetivo a criação de um espaço econômico comum com 
a abertura dos respectivos mercados e o estímulo progressivo dos 
setores de cada país. 
3: Certo. A Declaração Conjunta sobre Energia Nuclear, assinada pelos 
Presidentes Sarney e Alfonsín, em Foz do Iguaçu, em novembro de 
1985, foi o primeiro passo para a reativação da cooperação bilateral 
entre o Brasil e a Argentina. Três questões são levantadas nas negocia-
ções da declaração: a importância da tecnologia nuclear para o desen-
volvimento dos dois países; o reconhecimento explícito de que ambos 
enfrentavam dificuldades crescentes no suprimento de equipamentos 
e materiais nucleares; e a reafirmação dos propósitos exclusivamente 
pacíficos da colaboração. Foi criado, consequentemente, um Grupo de 
1835. POlítIcA InteRnAcIOnAl
Trabalho conjunto sob a responsabilidade das chancelarias e integrados 
por membros das respectivas comissões e empresas nucleares.
Sugestão de leitura: VARGAS, Everton Vieira. Átomos na integração: 
a aproximação Brasil-Argentina no campo nuclear e a construção do 
Mercosul. Rev. bras. polít. int. [online]. 1997, vol.40, n.1, pp. 41-74.
4: Errado. O item está incorreto, primeiramente, porque a incorporação 
do Uruguai e do Paraguai ao processo de integração ocorreu apenas na 
década de 1990, com a Assinatura do Tratado de Assunção em 1991. 
Entre 1985 e 1986, os acordos tinham uma predominância bilateral 
entre Brasil e Argentina. Além disso, não houve em momento algum 
acordo prevendo a exclusão do Chile do processo. O Chile é membro 
observador do Mercosul desde 1996. 
Gabarito 1E, 2E, 3C, 4E
(Diplomacia – 2007 – CESPE) A formação do MERCOSUL se 
deu em razão de uma tendência histórica, em que diversos 
fatores concorreram para estimular a cooperação entre Brasil 
e Argentina. Acerca desse processo, julgue (C ou E) os itens 
subsequentes. 
(1) O regime militar brasileiro iniciou entendimentos com o 
governo argentino no sentido de evitar uma possível corrida 
nuclear. 
(2) Em 1986, os presidentes Sarney e Alfonsín foram os signa-
tários do Tratado de Assunção, que criou o MERCOSUL. 
(3) A globalização da década de 90 do século XX acentuou 
assimetrias entre os sistemas produtivos do Brasil e os da 
Argentina. 
(4) O acordo destinado à criação da zona de livre comércio 
entre MERCOSUL e União Europeia foi concluído durante 
o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. 
1: Certa. Em 1979, o Brasil e a Argentina já delimitavam as bases 
da normalização das relações na região. A solução da “Questão de 
Itaipu”, no mesmo ano, proporcionou a melhora do relacionamento 
bilateral. Sobre a questão nuclear, é importante ressaltar que os anos 
1970, durante os governos militares brasileiro e argentino, houve 
forte estímulo de desenvolvimento de tecnologias nuclear. O Brasil, 
por exemplo, firmou um importante acordo com a Alemanha Oci-
dental em 1975 para a compra de oito reatores nucleares, afirmando 
sua intenção de enriquecer urânio. Da mesma maneira, a Argentina 
iniciava no período a instalação de usinas nucleares, o que gerava 
uma forte disputa regional pela liderança nuclear, além de suspeitas 
em relação à possibilidade de construção de armas nucleares em 
algum dos dois países. Argentina e Brasil iniciaram, no entanto, no 
fim dos anos 1970, uma maior cooperação na área nuclear com o 
objetivo de diminuir as desconfianças mútuas. A primeira etapa destes 
acordos foi a avaliação mútua dos respectivos programas nucleares, 
e o consequente Acordo de Cooperação para o Desenvolvimento e 
Aplicação dos Usos Pacíficos da Energia Nuclear, firmado em maio 
de 1980. O acordo serviu como marco inicial da cooperação bilateral 
na área nuclear e representou um passo importante na relação de 
ambos os países. Com a redemocratização na Argentina (1983) e no 
Brasil (1985), os objetivos de aproximação foram se consolidando, o 
que resultou na Declaração de Iguaçu em 1985, que tinha o objetivo 
duplo de criar um Grupo de Trabalho de Alto Nível bilateral e firmar 
compromissos de cooperação pacífica nuclear. Durante a década de 
1980 foram firmados outros acordos sobre cooperação nuclear, com 
destaque para a Declaração de Iperó de 1988, que abriu a discussão 
sobre a possibilidade de um novo Tratado de Tlatelolco (1967), que 
estabelecesse salvaguardas próprias da integração bilateral. Na década 
de 1990, no âmbito da integração nuclear, destacam-se a Declaração 
de Fiscalização Mútua, firmada em novembro de 1990, que marca a 
terceira etapa da cooperação bilateral nuclear entre Brasil e Argentina, 
criando um Sistema Comum de Contabilidade e Controle (SCCC) e a 
possibilidade de inspeções recíprocas. Em 1991, firma-se o Acordo 
para o Uso Exclusivamente Pacífico da Energia Nuclear, em Guadalajara, 
México, criando a Agência Brasileiro-Argentina de Contabilidade e 
Controle de Materiais Nucleares (ABACC), com personalidade jurídica 
e sede no Rio de Janeiro.
2: Errada. O item está incorreto, porque o Tratado de Assunção data 
de 1991 e foi assinado pelos presidentes Fernando Collor, do Brasil; 
Carlos Menem, da Argentina, Andrés Rodriguez, do Paraguai e Luis 
Alberto Lacalle, do Uruguai. O acordo que foi assinado em 1986, pelos 
presidentes José Sarney e Raul Alfonsín, foi a Ata para Integração 
Brasileiro-Argentina que instituiu o Programa de Integração e Coo-
peração Econômica (PICE). O PICE estabelecia o princípio da simetria e 
previa tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados, adotando 
a estratégia de integração gradativa por setores industriais. O PICE 
foi uma marca importante no processo de integração regional e sua 
evolução resultou no Tratado de Integração Brasil-Argentina dos anos 
1988. Na primeira fase do PICE foram firmados 12 protocolos, com 
o objetivo de fortificar trocas comerciais e promover mecanismos de 
assistência recíproca, além de promover o fim das barreiras tarifárias 
no comércio bilateral. 
3: Certa. Apesar do MERCOSUL ter estimulado de forma significativa o 
comércio bilateral entre Brasil e Argentina, o item está correto ao afirmar 
que a abertura econômica promovida em ambos sistemas produtivos 
nos anos 1990, acentuaram simetrias. A abertura econômica promovida 
pela Argentina foi muito mais rápida que a brasileira. Nos anos 1990, 
grande parte das barreiras tarifárias às importações foi removida do 
comércio argentino, efetuando uma liberalização geral do comércio, 
como demandava o Consenso de Washington. Já no Brasil, o processo 
de abertura foi muito mais lento, com um maior protecionismo, movido 
pelas preocupações sobre o imenso parque industrial brasileiro. Essas 
assimetrias foram destacadas, principalmente, durante as negociações 
de liberalização do comércio estabelecidas no MERCOSUL e na nego-
ciação sobre uma Tarifa Externa Comum para o bloco. 
4: Errada. O item está incorreto, porque não foi concluído qualquer 
tratado de livre comércio entre MERCOSUL e União Europeia. As 
negociações entre MERCOSUL e União Europeia iniciaram-se em 1995, 
com a assinatura do “Acordo-Quadro lnter-regional de Cooperação”, 
com objetivo de implementar um programa de liberalizarão progres-
siva dos fluxos comerciais recíprocos. O Acordo-Quadro, de natureza 
ampla e aberta, contemplava objetivos de aproximação e cooperação 
nas mais variadas áreas (comércio, meio ambiente, transportes, 
ciência e tecnologia e combate ao narcotráfico, entre outros), além 
de responder à investida americana na América consubstanciada pela 
ALCA. As negociações para um acordo de livre comércio iniciaram-se 
em 1999, entre MERCOSUL +Chile e União Europeia. Foram realizadas, 
até 2004, 16 reuniões do Comitê de Negociações Birregionais (CNB). 
No entanto, diante de impasses na negociação em 2004, o processo 
de estabelecimento de uma zona de livre comércio Mercosul-UE per-
deu o ímpeto. Em 2010, após uma reunião em Madri intrablocos, as 
negociações foram relançadas. 
Gabarito 1C, 2E, 3C, 4E
Sugestão: OLIVEIRA, Odete Maria de. A integração bilateralBrasil-
-Argentina: tecnologia nuclear e Mercosul. Rev. bras. polít. int. [online]. 
1998, vol.41, n.1, pp. 5-23.
(Diplomacia – 2007 – CESPE) A respeito da política externa 
argentina na primeira década do século XXI, julgue (C ou E) 
os itens seguintes. 
(1) ( ) Mesmo com o esgotamento do realismo periférico que 
orientou a política externa argentina durante o governo 
Menem, o objetivo primordial de manter relacionamento 
privilegiado com os EUA permanece inalterado na Argentina 
da atualidade. 
(2) ( ) No governo de Nestor Kirshner, a política externa 
argentina tem sido subordinada à necessidade de se 
restabelecerem condições para a retomada do equilíbrio 
econômico, o que explica a prioridade conferida às rela-
ções com os países da Organização para Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o alinhamento com 
as políticas preconizadas pelos organismos econômicos 
multilaterais. 
(3) ( ) No plano regional, é prioridade para a Argentina a con-
solidação do MERCOSUL. Isso se manifesta no decidido 
apoio argentino às iniciativas de se solucionarem os litígios 
mantidos com os demais membros do bloco. 
(4) ( ) Alinhados ideologicamente, Brasil e Argentina tratam, 
de forma convergente, de temas globais, como o enfrenta-
mento do terrorismo internacional e a reforma do Conselho 
de Segurança da ONU. 
1: Errada. O “realismo periférico” foi uma doutrina de política externa 
adotada durante o Governo de Carlos Menem (1989-1999) e Fernando 
de La Rua (1999-2001) na Argentina. O pilar desta política era que o 
alinhamento com os Estados Unidos seria uma das precondições 
PRIScIllA negReIROS 184
para o desenvolvimento da economia argentina. A doutrina foi a 
resposta encontrada pelo governo argentino para o dilema da crise 
da dívida externa nos anos 1980 e a estagnação do modelo de Estado 
desenvolvimentista. O termo “realismo periférico”, para qualificar esta 
política, surgiu na obra de Carlos Escudé de 1991, que fazia uma análise 
histórica da política externa dos governos argentinos que, segundo o 
autor, “executavam políticas de poder sem poder, acreditando aplicar 
uma teoria realista a sua política exterior, mas sem possuir a posição 
de uma grande potência e continuando a ser uma potência periférica” 
(Escudé, Realismo Periférico. Buenos Aires: Planeta, 1992, p. 18). 
Segundo Escudé, já que a Argentina era um país periférico na política 
internacional, enfrentar grandes potências, como os Estados Unidos, 
acarretava grandes custos. Seria necessário, portanto, vincular-se 
de forma direta com essa potência, atuando de forma realista, mas 
periférica. A reformulação da política foi então construída na premissa 
que traria ganhos econômicos à Argentina e de que era necessário 
romper com os erros do passado. Escudé teve influência direta na 
política externa argentina do período já que era assessor do então 
Ministro das Relações Exteriores, Guido di Tella. Durante os anos 1990, 
a Argentina adotou posições diplomáticas norteadas pelo Consenso de 
Washington (que propunha medidas liberais de comércio aos países em 
desenvolvimento), que caracterizaram a abertura comercial e financeira, 
privatizações, esforços para controlar a inflação e gastos do governo 
federal. A crise de 2001, no entanto, significou o fim do realismo 
periférico na política externa argentina, afinal, ela foi constituída com 
a justificativa de trazer o crescimento econômico e prosperidade para 
a Argentina e garantir o apoio dos EUA no desenvolvimento nacional. 
A crise de 2001 foi, no entanto, uma das piores crises econômicas da 
história argentina e acabou com a política externa de alinhamento. A 
economia argentina só voltou a ganhar uma maior estabilidade após a 
eleição do Presidente Ernesto Kirschner em 2003. Seu governo marcou 
a retomada do crescimento e a estabilização política na Argentina, mas 
a área diplomática ficou marcada pelos atritos com o Brasil, o Chile 
e os Estados Unidos. O item está, portanto, certo em sua primeira 
parte, ao afirmar que o realismo periférico orientou a política argentina 
durante o governo Menem, mas erra ao afirmar que o relacionamento 
privilegiado com os Estados Unidos foi mantido. Kirschner adotou 
durante seu governo uma retórica bastante crítica à ordem econômica 
global e aos Estados Unidos, o que alimentou as tensões entre os 
dois países. É interessante notar que os principais líderes americanos 
quando de passagem pela América do Sul não visitaram a Argentina 
nos anos Kirschner, embora tenham estado em países como o Uruguai, 
o Paraguai e o Brasil. 
2: Errada. A política externa durante o governo Kirschner teve que atuar 
sob um contexto de isolamento argentino do mercado internacional de 
capitais, fruto da crise econômica de 2001 e da moratória da dívida 
argentina. Essa variante, ao contrário do que afirma o item, acabou 
isolando a Argentina das grandes potências econômicas e dando como 
alternativa ao governo Néstor Kirchner a busca de afinidades com outras 
economias do continente como a Venezuela de Hugo Chávez. Foram 
evidenciados vários acordos entre Buenos Aires e Caracas desde 2003, o 
que foi mantido no governo de Cristina Kirchner, esposa e sucessora. No 
comércio internacional, a estratégia argentina foi atuar conjuntamente 
com o Brasil na OMC nas questões sobre agricultura. Igualmente, as 
relações dentro do MERCOSUL melhoraram e pode-se constar forte 
avanço do peso do bloco na política argentina. 
3: ANULADA. Este item foi anulado com a justificativa que houve erro 
material ao inserir-se na prova uma versão não finalizada do item 
que, por essa razão, era passível de questionamentos. Assim, fez-se 
necessária a anulação do item. 
4: Errada. As relações entre a Argentina e o Brasil durante os primeiros 
anos da administração Kirchner foram marcados por pontos de discor-
dância e pontos de cooperação. As pretensões de Brasília em assumir 
um papel de liderança regional não agradaram aos argentinos, mas 
houve importante cooperação em temas do comércio internacional 
(Mercosul e OMC) e na Missão das Nações Unidas para Estabilização 
do Haiti (MINUSTAH). O item está incorreto, portanto, porque não 
houve alinhamento ideológico entre ambos os países e convergência 
em todos os temas da agenda bilateral. Buenos Aires não apoiou o 
protagonismo internacional brasileiro em sua ambição de conseguir 
um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, em sua 
participação no G8 e em fóruns da OCDE, ou mesmo no lançamento 
da Comunidade de Nações Sul-Americanas (União de Nações Sul-
-Americanas - UNASUL, a partir de 2008). Além disso, houve o veto 
de Kirchner sobre uma possível moderação brasileira da crise das 
papeleras com o Uruguai. Uma famosa frase que teria sido proferida 
pelo então presidente argentino em 2005 mostra o incômodo argentino 
“Há um lugar na Organização Mundial do Comércio, o Brasil quer; há 
um lugar na ONU, o Brasil quer; há um lugar na FAO, ... Eles quiseram 
até eleger o papa”. Apesar de certas discordâncias, houve cooperação 
na guerra global contra o terrorismo liderada pelos Estados Unidos 
após os ataques terroristas de 11 de setembro 2011. Kirchner e Lula 
cooperaram conjuntamente sobre a questão da Tríplice Fronteira entre 
Argentina, Brasil e Paraguai, apoiando a ação policial e de inteligência 
na área, como no Fórum 3+1 e no grupo de trabalho dedicado ao tema 
do terrorismo no Mercosul. 
Gabarito 1E, 2E, 3ANULADA, 4E
(Diplomacia – 2000 - CESPE) Entre as iniciativas abaixo, identi-
fique qual não marcou a política externa argentina durante a 
presidência de Carlos Menem (1989-1999): 
(A) a aproximação com os Estados Unidos.
(B) A retirada da Argentina do Movimento dos Não Alinhados.
(C) A apresentação de proposta de criação, no âmbito das 
Nações Unidas, dos “capacetes brancos”, força que atuaria 
em casos de crise humanitária.
(D) A solução de importantes disputas territoriais com o Chile.
(E) O lançamento do processo de integração bilateral com o 
Brasil, que posteriormente levaria à constituiçãodo Merco-
sul.
A: Correta. “Acreditando ter encontrado atalho para alçar a Argentina 
ao Primeiro Mundo, Menem optou por adotar as recomendações do 
Consenso de Washington e alinhar-se à superpotência vencedora da 
Guerra Fria” (CANDEAS, W.). A Argentina, portanto, aliou-se aos Estados 
Unidos, adotando uma política externa de alinhamento em matérias 
econômicas, de segurança, entre outras. 
B: Correta. A decisão argentina de sair do Movimento de Países NãoA-
linhados durante o governo Menem rompe com a atuação tradicional 
da política externa argentina. Ela faz parte do ideal argentino dos anos 
1990 de ingressar no Primeiro Mundo e alcançar uma maior aproxi-
mação com os Estados Unidos. Como enfatizou o próprio Presidente 
Menem em uma entrevista: “debemos buscar nuestra inserción en 
el grupo de naciones del Primer Mundo (...) Argentina debe encarar 
una retirada gradual, sin estridencias, pero persistente, del llamado 
“Movimiento de No Alineados”. En América Latina, debe aceptarse que 
nada logrará a espaldas o en contra de los Estados Unidos de América” 
(Sopena Germán. Entrevista com Carlos Menem. Diario La Nación. 
30.Septiembre.1989, p. 9)
C: Correta. A Argentina buscou, nos anos 1990, uma agenda bilateral de 
caráter prático com os EUA em relação a temas que eram sensíveis para 
os norte-americanos como segurança, narcotráfico, meio ambiente, 
corrupção, governança. A Comissão dos “Capacetes Brancos”, criada 
em outubro de 1993 e vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, 
tinha como objetivo a prestação de ajuda humanitária e auxílio técnico 
em situações de crises internacionais como furacões, maremotos, 
terremotos, entre outros. A proposta atraiu a atenção dos americanos 
que ofereceram apoio, endossando junto às Nações Unidas o projeto. 
Até os dias atuais, a Comissão tem trabalhado com frequência em 
parceria com o sistema ONU e em Operações de Paz.
D: Correta. Alfonsín resolveu umas das mais graves questões de fron-
teira com o Chile, a disputa pelas ilhas do canal Beagle. Em 1979 foi 
estipulado uma mediação papal para o conflito, que acabou favorecendo, 
em seu laudo de 1984, o Chile. Em 1984, o governo Alfonsín levou a um 
plebiscito o laudo do Vaticano que favorecia o país vizinho. A maioria da 
população optou pelo sim e o governo chileno tomou posse do território 
que quase havia levado os dois países à guerra em 1979. Alfonsín 
via a resolução da disputa no Beagle como um modo de afastar os 
militares de um tema sensível, fortalecendo assim a redemocratização. 
No entanto, os conflitos só foram definitivamente resolvidos durante 
a administração Menem na Argentina com a assinatura dos últimos 
acordos que estabeleceram a paz na região.
E: Incorreta. O item está incorreto porque o lançamento do processo 
de integração bilateral com o Brasil não ocorreu sob a presidência de 
Carlos Menem na Argentina, mas sob a presidência de Raul Alfonsín. 
Mesmo se não houve o lançamento da iniciativa durante o mandato de 
Menem, seu governo foi marcado pela manutenção nas negociações 
que resultaram no MERCOSUL, em 1991, pelo Tratado de Assunção. 
1855. POlítIcA InteRnAcIOnAl
Em 1990, os presidentes Menem e Fernando Collor assinam a “Ata de 
Buenos Aires”, que previa a conformação do espaço econômico comum 
em cinco anos, reduzindo para 1995 o prazo anterior (1998) previsto 
pelo Tratado de Integração de 1988. Sobre essa base será assentada 
a primeira fase do Mercosul.
Sugestão de Leitura: Candeas, Alessandro Warley. Relações Brasil-
-Argentina: uma análise dos avanços e recuos. Rev. Bras. Polít. Int. 
48 (1): 178-213 [2005]
Gabarito “E”
5. a polítIca externa norte- 
-amerIcana e relações com o brasIl 
(Diplomacia – 2011 – CESPE) Julgue (C ou E) os seguintes itens, 
a respeito das relações entre Brasil e Estados Unidos da 
América (EUA). 
(1) No plano energético, muito embora esses dois países 
tenham assinado, em 2007, acordo para incentivar a 
produção e o consumo de biocombustíveis, persistem 
dificuldades para o acesso do etanol brasileiro ao mercado 
norte-americano, em decorrência de elevadas tarifas e taxas 
de importação incidentes sobre o produto brasileiro. 
(2) As divergências entre Brasil e EUA, visíveis ao final da 
Segunda Guerra Mundial, aguçaram-se com o afasta-
mento bilateral durante o período militar no Brasil, com as 
discordâncias em torno da constituição da Área de Livre 
Comércio das Américas (ALCA) e com os desentendimentos 
que prevaleceram, de parte a parte, durante o governo do 
presidente Lula. 
(3) A despeito das divergências existentes entre os dois países 
durante a presidência de George W. Bush, o Brasil apoiou 
os EUA na chamada guerra contra o terror, deflagrada após 
os atentados de 11 de setembro de 2001, e na intervenção 
no Iraque, em 2003. 
(4) No âmbito comercial, as medidas antidumping de caráter 
discricionário, a fixação de quotas, as tarifas altas e as 
barreiras técnicas impostas ao Brasil pelos EUA vêm afe-
tando as exportações brasileiras; ao mesmo tempo, o Brasil 
enfrenta restrições para importar daquele país determinadas 
tecnologias necessárias para o desenvolvimento de setores 
econômicos não tradicionais. 
1: Certo. O Brasil e os Estados Unidos, como afirma o item, assi-
naram em março de 2007, um Memorando de Entendimento sobre 
Biocombustíveis, com o objetivo de expansão da cooperação no setor 
de biocombustíveis. O Memorando tratava sobre a promoção de obje-
tivos comuns de segurança energética, desenvolvimento sustentável 
e proteção do meio ambiente. Além disso, o memorando, assinado 
durante a visita do então Presidente George W. Bush pela América 
Latina, visava impulsionar a cooperação entre os dois países em novas 
tecnologias para biocombustíveis e estimular investimentos do setor 
privado. O Memorando foi expandido em 2008 com a inclusão de mais 
cinco países da África, da América Central e do Caribe, interessados em 
desenvolver suas indústrias domésticas de biocombustíveis. Atualmente 
já são nove os beneficiados da cooperação Brasil-EUA (Guatemala, 
Honduras, Jamaica, Guiné-Bissau, Senegal, El Salvador, Haiti, República 
Dominicana e São Cristóvão e Névis). No entanto, persistem ainda 
dificuldades para o acesso ao etanol brasileiro no mercado norte-
-americano, que não foram resolvidas com os acordos. A produção 
do etanol brasileiro, obtido a partir da cana de açúcar, é mais barata 
do que a do etanol americano, obtido através de milho. Até dezembro 
de 2011, os americanos cobravam a tarifa de 54 centavos de dólar por 
galão (ou 14 centavos por litro) para o etanol importado. Depois de 
mais de 30 anos de subsídios e tarifas, o Congresso americano decidiu 
deixar de renovar a tarifa imposta à importação de etanol e de subsídios 
ao produto. Vale ressaltar, no entanto, que devido problemas na safra 
de cana de açúcar, o mercado brasileiro não cobre a demanda interna, 
tendo que importar etanol. 
2: Errado. Para analisar o item, facilita o estudo dividir os períodos 
determinados sobre a relação bilateral Brasil-EUA. O primeiro período 
citado foi o final da Segunda Guerra, no qual o item está incorreto 
ao afirmar que houve afastamentos nas relações bilaterais. Segundo 
Monica Hirst, o período do pós-Segunda Guerra marca um importante 
alinhamento brasileiro à política levada a cabo em Washington. Os 
Estados Unidos continuaram, durante este período, sendo os maiores 
parceiros comerciais e fornecedores de investimentos no país. O 
segundo período, durante o governo militar, está igualmente incor-
reto, afinal, mesmo se houve uma prevalência da autonomia brasileira 
nas relações bilaterais entre EUA e Brasil e, consequentemente, um 
afastamento, este período não foi uniforme. Durante os anos de Cas-
tello Branco no poder (1964-67) ocorrerá o que Amado Cervo chamará 
de “passo fora da cadência”, ou o alinhamento brasileiro em relação 
aos Estados Unidos. A partir de 1967, há uma prevalência da autono-
mia brasileira e de uma política mais universalista. Sobre o terceiro 
período e as negociações na ALCA,houve discordâncias entre o Brasil 
e os Estados Unidos sobre temas de fundamental importância para 
o Brasil e outros países participantes, como a inclusão da legislação 
antidumping e subsídios agrícolas no acordo, o que acabou levando 
ao congelamento das negociações para uma Área de Livre Comércio 
nas Américas. Enfim, o último período, que ressalta a prevalência 
de desentendimentos durante o governo Lula entre Brasil e os 
Estados Unidos, pode ser qualificado (de acordo com outras provas 
do CESPE que tratam sobre o tema) como um período de esfriamento 
das relações, já que o Brasil divergiu dos EUA na grande maioria das 
votações na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). Segundo 
Cristina Pecequillo, em seu artigo intitulado “A New Strategic Dialogue: 
Brazil-US Relations in Lula’s Presidency (2003-2010)”, as relações 
entre Brasil e Estados Unidos no período são consequência da volta 
do multilateralismo como meta da política externa brasileira, além da 
nova inserção brasileira no contexto internacional. 
3: Errado. Depois dos atentados terroristas do 11 de setembro de 2001, 
os EUA seguiram em um projeto de Guerra Contra o Terror levado ao 
cabo pelo Governo de George W. Bush, que resultaram nas operações 
militares no Afeganistão em 2001 e no Iraque em 2003. Em 2002, a 
Estratégia de Segurança Nacional, que ficou conhecida como a Dou-
trina Bush, determinava a possibilidade de ação de modo preventivo 
e preemptivo. A posição brasileira, logo após os ataques terroristas 
às Torres Gêmeas e ao Pentágono em 2001, foi o de engajamento na 
luta contra o terrorismo, demonstrada no voto a favor da aprovação 
da resolução 1373, do Conselho de Segurança, que foi adotada sob 
o auspício do Capítulo VII da Carta da ONU e estabelecia o Comitê 
Antiterrorismo (CAT). Dentre do Comitê, o Brasil é um dos Estados 
com atuação mais ativa. O item está incorreto, no entanto, porque o 
Brasil não apoiou a intervenção no Iraque em 2003. Em 2001, durante 
a intervenção no Afeganistão, o então Presidente Fernando Henrique 
Cardoso não expressou apoio formal à atuação americana, mesmo que 
houvesse o entendimento de que a ação era apoiada pelo Conselho de 
Segurança (CUNHA, Ciro Leal. Terrorismo internacional e a política 
externa brasileira após o 11 de setembro. FUNAG, 2009 p.138). Já em 
relação à Guerra do Iraque em 2003, o então Presidente Lula, em seu 
discurso à nação de 20/03/2003 (www.itamaraty.gov.br) lamentou a 
intervenção no Iraque, em particular, o recurso à força e sem autorização 
expressa do Conselho de Segurança das Nações Unidas. A posição 
brasileira quanto à resposta ao terrorismo é a preferência por respostas 
multilaterais ao tema. 
4: Certo. De acordo com o Resumo Executivo de 2003-2010 publicado 
pelo Ministério das Relações Exteriores, a manutenção de um prote-
cionismo seletivo a favor de setores como agricultura e manufaturas 
tradicionais, tanto nos cronogramas de redução tarifária como na recusa 
em negociar regionalmente subsídios agrícolas e práticas abusivas de 
antidumping é uma das discordâncias entre Brasil e Estados Unidos 
no campo comercial. 
Gabarito 1C, 2E, 3E 4C
(Diplomacia – 2008 – CESPE) As relações do Brasil com alguns 
dos seus principais parceiros passaram por ajustes a partir da 
década de noventa do século passado. Acerca desse assunto, 
julgue (C ou E) os itens abaixo. 
(1) Apesar de ainda apresentarem aspectos a serem aperfeiço-
ados, as relações entre Brasil e Estados Unidos da América 
têm-se caracterizado, a partir de meados da década citada, 
pelo esforço de ambos os países no desenvolvimento de 
uma agenda bilateral positiva. 
(2) Em razão do protecionismo agrícola da União Europeia, as 
relações do Brasil com os países da Europa Ocidental não 
registraram, no período citado, qualquer evolução impor-
tante, seja no que se refere ao relacionamento econômico, 
seja no que diz respeito ao diálogo político. 
PRIScIllA negReIROS 186
(3) Assistiu-se a intenso processo de atualização e dinami-
zação das relações econômicas do Brasil com a Ásia a 
partir da década mencionada, sendo esse relacionamento 
de alta prioridade para o Brasil. Contudo, ao contrário do 
que hoje ocorre nas relações entre a América do Sul e os 
países Árabes, ainda não existe, no plano birregional, foro 
específico para o diálogo entre países da América Latina e 
da Ásia. 
(4) Na década de noventa do século XX, o processo de inte-
gração regional começou por iniciativa do Uruguai e do 
Paraguai, aos quais se juntaram o Brasil e a Argentina, 
para constituir o MERCOSUL. 
1: Certo. Mônica Hirst define os anos 1990 no que cabe às relações 
Brasil- Estados Unidos como um período de ajustamento. Se por um 
lado, as críticas americanas sobre a falta de ajuste da economia brasileira 
aos princípios do Consenso de Washington e as relações comerciais 
entre os países trazia algumas tensões nas relações bilaterais. Por 
outro, a redemocratização brasileira permitiu uma inserção internacional 
brasileira mais assertiva em temas de direitos humanos, meio ambiente 
e não proliferação nuclear. As relações com os Estados Unidos neste 
período, como afirma o item, caracterizam-se por uma aproximação e 
uma interação cordial entre ambos os países. 
2: Errado. A partir dos anos 1990, as relações bilaterais entre Brasil 
e União Europeia promoveram uma cooperação cada vez maior. No 
campo econômico, as relações foram extremamente importantes, tanto 
em termos comerciais quanto financeiros e, se tomarmos o continente 
em sua totalidade, a Europa foi a região que mais interagiu com o Brasil 
no período. As relações comerciais entre o Brasil e a União Europeia 
encontram problemas em relação às barreiras tarifárias e não tarifárias 
impostas aos produtos agrícolas por parte da União Europeia, ligados 
à Política Agrícola Comum (PAC). No entanto, esses problemas não 
impediram negociações comerciais. Em 1995 é negociado um Acordo 
entre União Europeia e Mercosul que buscava estabelecer uma área de 
livre comércio. Além deste objetivo econômico concreto, as negociações 
tinham um caráter de convivência de valores. Ao contrário do que afirma 
o item, o período mostrou uma importante evolução no campo político 
no que diz respeito a promoção e a defesa da democracia e dos direitos 
humanos. Neste campo, o diálogo mais importante foi estabelecido no 
âmbito do MERCOSUL e trouxe, indiretamente, o fortalecimento do 
Brasil como ator internacional. 
3: Errado. Durante os anos 1990, o Leste Asiático passou a repre-
sentar uma área de expressão estratégica no processo de inserção 
internacional brasileira com conteúdo tanto econômico quanto político 
(ALTEMANI). O Japão, a Coreia do Sul e a China eram economias com 
forte destaque no período, e o Brasil passa, portanto, a visualizar a região 
asiática como espaço especial de atuação. A atuação brasileira na Ásia 
passa a ser prioritária para o Brasil. O item está, no entanto, incorreto, 
porque em 1999 foi institucionalizado, por uma iniciativa de Cingapura 
e do Chile, o Fórum de Cooperação América Latina - Ásia do Leste 
(FOCALAL) com o objetivo de promover diálogo político e econômico e a 
cooperação entre os países membros, sendo entendido como potencial 
instrumento para reforçar a presença de ambas as regiões no cenário 
internacional. O Fórum constitui o mecanismo mais abrangente de 
cooperação envolvendo a Ásia do Leste e a América Latina e reúne 34 
países: 18 da América Latina (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, 
Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, México, Nicarágua, 
Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Uruguai e Venezuela) 
e 16 da Ásia do Leste (Brunei, Camboja, China, Cingapura, Coreia do 
Sul, Filipinas, Indonésia, Japão, Laos, Malásia, Mongólia, Mianmar, 
Tailândia, Vietnã, Austrália e Nova Zelândia). Já foram realizadas quatro 
Reuniões de Chanceleres, sendo que a primeira delas aconteceu em 
Santiago, no Chile, em 2001, e estabeleceu três Grupos de Trabalho 
(Política, Cultura, Educação e Esporte - sob acopresidência de Colômbia 
e Coreia do Sul; Economia e Sociedade - sob a copresidência de Equa-
dor e Filipinas; e Ciência e Tecnologia - copresidido por Brasil e Nova 
Zelândia). A II Reunião Ministerial ocorreu em 2004, em Manila, e tratou 
de temas de interesse de ambas as regiões como terrorismo, tráfico 
de pessoas, lavagem de dinheiro, entre outros. A III Reunião ocorreu 
em Brasília em 2007 e enfatizou a necessidade de combate a pobreza e 
da promoção do sistema multilateral de comércio. Enfim, a IV e última 
Reunião ocorreu em 2010 em Tóquio, onde foi aprovada a criação de 
um secretariado virtual, que ficou à cargo da Coreia. Vale ressaltar que 
atualmente 17% das exportações brasileiras vão para a China e mais de 
1/5 do comércio total brasileiro é com a Ásia. Em dezembro de 2011, 
o Brasil assinou o Tratado de Amizade e Cooperação com a ASEAN, 
tornando-se o único país latino-americano a aproximar-se formalmente 
do bloco do sudeste asiático. O atual embaixador do Brasil para a ASEAN 
é o senhor Paulo Alberto Da Silveira Soares.
4: Errado. O item está incorreto, porque o MERCOSUL não é resultado 
da aproximação política entre o Uruguai e o 
Paraguai, mas principalmente da aproximação, durante os anos 1980, do 
Brasil e da Argentina, nos respectivos governos de José Sarney e Raúl 
Alfonsín. Os primeiros acordos entre Argentina e Brasil surgiram ainda 
no contexto do regime militar com a assinatura do Acordo Tripartite em 
1979 que resolvia os problemas diplomáticos entre ambos os países na 
questão da construção da hidrelétrica de Itaipu pelo Brasil. Em 1980, há 
a assinatura de um importante acordo nuclear entre Brasil e Argentina 
que indica uma nova era nas relações entre os países. A aproximação 
comercial ocorrerá definitivamente com a Declaração de Iguaçu em 1985, 
que assume o compromisso de aprofundar as relações econômicas entre 
os países. Em 1986, com a instituição do Programa de Integração e Coo-
peração Econômica (PICE) e, posteriormente, em novembro de 1988, com 
a assinatura do Tratado de Integração, Cooperação e Desenvolvimento, 
vem sendo firmado o interesse na formação de um espaço econômico 
comum entre a Argentina e o Brasil. O Tratado de 1988 tinha o objetivo 
de fixar uma zona de livre comércio em um prazo de 10 anos, que vai 
ser antecipado, em 1990, com a Ata de Buenos Aires, que será o último 
instrumento de caráter apenas bilateral dos antecedentes do Mercosul. Em 
dezembro de 1990, Argentina e Brasil assinam junto à ALADI (Associação 
Latino-Americana de Integração), um acordo de complementação eco-
nômica (ACE 14), que regeria as suas relações econômicas e comerciais 
até a criação de uma união aduaneira. O Uruguai e o Paraguai tornam-se, 
em seguida, signatários desse acordo e promovem, em 26 de março de 
1991, a assinatura do Tratado de Assunção (entre os quatro países), o 
que criou o MERCOSUL.
Gabarito 1C, 2E, 3E, 4E
6. relações do brasIl com os demaIs países 
do HemIsférIo 
(Diplomacia – 2009 – CESPE) Com relação à primeira Cúpula da 
América Latina e do Caribe sobre Integração e Desenvolvimento 
(CALC), sediada pelo Brasil, em dezembro de 2008, na Costa 
do Sauipe, na Bahia, julgue (C ou E) os itens seguintes.
(1) A CALC decidiu, nessa reunião, estabelecer formalmente 
uma Organização dos Estados da América Latina e do 
Caribe, denominada OEALC.
(2) Houve, na conferência, amplo apoio à proposta de reingresso 
de Cuba no sistema interamericano, além de manifestações 
de condenação do embargo comercial dos Estados Unidos, 
incluindo-se pedidos para o fim da aplicação de medidas 
restritivas como a Lei Helms- Burton, que impõe sanções a 
empresas e países que fizerem negócios com Cuba.
(3) Os chefes de Estado e de Governo integrantes da Cúpula 
decidiram intensificar o diálogo, a interação e a sinergia 
entre os mecanismos regionais e sub-regionais de inte-
gração na região, por meio de projetos comuns e temas 
prioritários para os países envolvidos.
(4) Durante a reunião da CALC, os líderes ressaltaram a urgên-
cia de se promover uma conclusão exitosa da Rodada Doha 
da Organização Mundial do Comércio, como garantia da 
realização dos objetivos de desenvolvimento, mediante um 
acordo equilibrado e equitativo para o acesso a mercados 
para agricultura e produtos industriais.
1: Errada. Com objetivo de fortalecer as relações entre os países da 
região, o Brasil propôs, em 2008, sediar I Cúpula da América Latina e do 
Caribe sobre Integração e Desenvolvimento (CALC), na Costa do Sauipe, 
Bahia. A I Cúpula contou com a participação dos trinta e três países que 
compõem a América Latina e o Caribe: Antígua e Barbuda, Argentina, 
Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Colômbia, 
Cuba, Dominica, El Salvador, Equador, Granada, Guatemala, Guiana, 
Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, 
República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Neves, São Vicente 
e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela. O 
item está incorreto, porque não foi determinado estabelecer nenhuma 
organização formal entre os países da América Latina e Caribe durante 
esta reunião.

Mais conteúdos dessa disciplina