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ANDRAGOGIA
2
Neide Rodriguez Barea
Londrina
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2024
 ANDRAGOGIA
1ª edição
3
2024
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
Homepage: https://www.cogna.com.br/
Diretora Sr. de Pós-graduação & OPM
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Alessandra Cristina Fahl
Ana Carolina Gulelmo Staut
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Camila Braga de Oliveira Higa
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Leonardo Ramos de Oliveira Campanini
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Coordenador
Giani Vendramel de Oliveira
Revisor
Adriana dos Santos Cunha
Editorial
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Márcia Regina Silva
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_____________________________________________________________________________ 
Barea, Neide Rodriguez
Andragogia/ Neide Rodriguez Barea, – Londrina: Editora 
e Distribuidora Educacional S.A 2024.2024.
32 p.
ISBN 978-65-5903-529-8
1. Educação 2. Aprendizagem 3. Heutagogia I. Barea, 
Neide Rodriguez. II. Título
CDD 370
________________________________________________________________________________________ 
 Raquel Torres – CRB 8/10534
B248a 
© 2024 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
https://www.cogna.com.br/
4
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina __________________________________ 05
Andragogia: a educação de jovens e adultos ________________ 07
Modelo andragógico e estilos de aprendizagem _____________ 18
Métodos, técnicas e práticas andragógicos __________________ 30
Heutagogia e a aprendizagem autodirigida __________________ 43
ANDRAGOGIA
5
Apresentação da disciplina
Olá, estudante!
Nesta disciplina, você conhecerá a Andragogia com mais profundidade, 
entendendo seus preceitos, sua importância e como se constitui como 
modelo de estudo sobre a aprendizagem de estudantes adultos. Além 
de aprender sobre os pilares andragógicos e estilos de aprendizagem, 
você entenderá a diferença entre a Pedagogia, Andragogia e Heutagogia. 
Daremos foco na aprendizagem autodirigida, pois é um caminho que se 
mostra muito potente para o momento presente e para o futuro.
Na primeira aula, abordamos a origem da Andragogia e seus princípios, 
bem como sua importância para os dias atuais. 
Na segunda e na terceira aula, tratamos do método andragógico, um 
conjunto de orientações que favorecerá a dinâmica de aprendizagem do 
adulto e que o andragogo (isto é, o professor de adultos) pode empregar 
de acordo com as diversas situações e objetivos de aprendizagem. 
Enfocamos as melhores práticas didáticas e técnicas que levarão 
ao sucesso de aprendizagem, entendendo o papel fundamental do 
estudante em seu processo de aquisição do conhecimento. 
Por fim, na nossa última aula, abordamos a Heutagogia, ou seja, quando 
o estudante organiza o seu próprio processo de aprendizagem e a 
aprendizagem autodirigida, na qual ele próprio substitui o professor.
Certamente você já foi um professor de adultos, muito provavelmente 
isso aconteceu de forma não intencional. Ao finalizar esta disciplina, 
você estará preparado para atuar de forma mais assertiva e eficaz na 
6
formação de adultos, inclusive organizando melhor os seus próprios 
processos de aprendizagem!
Aproveite!
7
Andragogia: a educação de jovens 
e adultos
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Adriana dos Santos Cunha
Objetivos
• Compreender as diferenças entre a Pedagogia e a 
Andragogia.
• Identificar as características da aprendizagem do 
adulto e as diferenças em relação à aprendizagem 
da criança.
• Conhecer os pressupostos da Andragogia.
8
1. Pedagogia e Andragogia – as diferenças 
entre os processos de aprendizagem das 
crianças e dos adultos
Olá, estudante, seja muito bem-vindo a esta disciplina! 
Para iniciar, vamos refletir um pouco sobre situações que permeiam 
a educação de adultos. Em primeiro lugar, é importante que você se 
lembre que muitos adultos e idosos, hoje em dia, foram crianças e 
jovens que não puderam estudar por diversos motivos:
• Não conseguiam acompanhar as aulas e acabavam desistindo, 
porque a escola não se preocupava com educandos que 
precisavam de acompanhamento individualizado e maior suporte;
• Abandonavam a escola porque precisavam trabalhar para ajudar o 
sustento da família;
• Os pais não permitiam que as meninas concluíssem os estudos 
porque, dessa forma, elas ficavam responsáveis por cuidar dos 
irmãos mais novos enquanto os pais saíam para trabalhar.
• Repetências múltiplas desestimulavam a continuidade dos estudos 
e os alunos abandonavam a escola.
Você também precisa saber que quando falamos de educação de 
adultos, estamos englobando a população jovem e idosa também, de 
acordo com termos e nomenclaturas que aparecem em legislações e 
políticas públicas.
A Andragogia também se refere aos estudos realizados após a educação 
básica, inclusive para os educandos que concluíram esta etapa no 
período esperado e para a educação profissional e processos de 
aprendizagens diversos ao longo da vida.
9
Figura 1 – Andragogia
Fonte: Shutterstock.com.
Aqui você iniciará os estudos sobre o fascinante universo da 
aprendizagem do adulto, que é o seu próprio modelo de aprendizagem, 
já que ultrapassou a etapa da educação básica e se encontra na etapa 
do ensino superior.
Estudar sobre a aprendizagem do adulto é estudar sobre si próprio, sobre 
suas preferências e sobre a forma como você e outros adultos constroem 
e organizam seus conhecimentos. Para isso, vamos conhecer as principais 
diferenças do processo de ensino e aprendizagem direcionado a crianças 
(Pedagogia) e adultos (Andragogia), pois um profissional que trabalha com 
adultos não pode cometer equívocos e direcionar o processo de forma 
inadequada para jovens, adultos e idosos.
Também aprofundaremos os pressupostos da Andragogia, o seja, as 
melhores premissas identificadas para que o processo de ensino e 
aprendizagem de adultos seja bem-sucedido.
Então, para começar, vamos entender a diferença entre Pedagogia e 
Andragogia.
10
A Pedagogia é a ciência que estuda os processos de aprendizagem de 
bebês, crianças e jovens em período escolar, investigando e construindo 
métodos e técnicas que favoreçam a aquisição dos conhecimentos 
construídos pela humanidade. O foco é a educação, seus processos e as 
relações com a sociologia, história, filosofia, psicologia e economia na 
formação dos educandos.
As primeiras referências aos pedagogos foram encontradas na Grécia 
Antiga: eram escravos cultos, capturados em guerras nas quais a Grécia 
saia vencedora, que cuidavam e ensinavam crianças, acompanhando-as 
nas escolas da época. 
Até meados do século XVIII, as crianças eram consideradas 
miniadultos. Foi somente após o trabalho pioneiro de Jean-Jacques 
Rousseau sobre a infância, apresentado no livro Emílio ou Da 
educação em 1762, que essa percepção começou a mudar. Rousseau 
explicou que as crianças são distintas dos adultos em seu processo 
de desenvolvimento e exigem tratamento especial, que leve em conta 
suas singularidades, desenvolvimento físico e emocional, bem como 
sua capacidade cognitiva (Cambi, 1999).
Friederich Froebel foi um dos primeiros educadores voltado ao universo 
infantil. Também era um estudioso do desenvolvimento humano 
e defendia que o indivíduo passava por cinco etapas: a infância, a 
meninice, a puberdade, a mocidade e a maturidade. Sendo assim, os 
processos escolares devem acompanhar e respeitara característica de 
cada etapa. Froebel foi o criador dos “jardins de infância”, defendendo 
a ideia de que esta etapa da educação deve ajudar os pequenos a 
florescerem (Cambi, 1999).
A Pedagogia entende que os educandos precisam se apropriar de 
conhecimentos e desenvolver habilidades, atitudes e competências 
essenciais à vida em sociedade, ou seja, aprender sobre o mundo e 
11
a se tornarem cidadãos ativos. O professor é o principal gestor do 
processo de ensino e aprendizagem e deve se basear na proposta 
nacional organizada para desenvolver suas ações e conduzir seus 
estudantes. Esta proposta é a Base Nacional Comum Curricular — BNCC 
(Brasil, 2018). Além disso, considera também as orientações do Projeto 
Pedagógico da escola na qual trabalha.
Quando falamos de Andragogia, há outros critérios a serem observados. 
Os adultos já possuem uma visão de mundo e já atuam nele, tendo 
constituído seu sistema de valores e desenvolvido habilidades e 
competências, o que leva a novas reflexões sobre o processo de ensino 
e aprendizagem e à necessidade de um método de trabalho educacional 
apropriado a este público. É o que vamos conhecer agora.
2. Andragogia: a educação de jovens, adultos 
e idosos
Você já parou para refletir sobre o seu processo de aprendizagem e 
como ele é diferente de quando você era criança? Você já desenvolveu 
suas preferências e sabe como conduzir seus estudos. A forma como 
adultos aprendem é muito diferente da forma como crianças aprendem: 
você não precisa mais experimentar e vivenciar tudo, é capaz de 
compreender ideias complexas a partir da comunicação oral, da leitura, 
da explanação e de suas próprias pesquisas. Alguns temas não são mais 
do seu interesse, você não procura por eles, já tem autonomia para 
fazer escolhas. E é capaz de se dedicar e se aprofundar em temas que 
são relacionados ao seu foco, interesse ou necessidade. Agora, como 
adulto(a), você já tem experiências e conhecimentos diversos, além de 
interesses bem mais definidos. 
12
A Andragogia é entendida como a arte de ensinar adultos, considerando-
os como pessoas que possuem experiências, valores e interesses 
próprios, que precisam ser considerados durante o processo de ensino e 
aprendizagem. Neste sentido, seria melhor definir a Andragogia como a 
arte de orientar adultos a aprenderem.
O pedagogo alemão Alexander Kapp utilizou o termo Andragogia 
pela primeira vez em 1833, explicando que o adulto tem condições de 
aprendizagem diferentes das crianças e que precisam ser atendidas. A 
palavra Andragogia deriva dos termos gregos: andros (homem) + agein 
(conduzir) + logos (ciência), significando a ciência da educação de adultos. 
Portanto, a Andragogia podia ser entendida como uma oposição à 
Pedagogia. O termo se popularizou a partir de 1970, quando Malcolm 
Knowles o empregou em diversos livros que publicou (Lopes, 2018).
Knowles; Holton e Swanson (2011) evidenciaram algumas percepções 
sobre a aprendizagem de adultos:
1. Diferente da criança, o educando adulto está pronto para 
aprender e tem maior clareza de suas necessidades de 
aprendizagem, dessa forma consegue dialogar com seus 
orientadores (professores) e consigo mesmo e decidir o que 
aprenderá e de que forma fará isso, escolhendo as melhores 
estratégias para si;
2. O educando adulto possui motivação intrínseca, ou seja, ele é auto 
orientado para a aprendizagem dos temas que são importantes 
para ele, pois seu interesse está voltado à aplicação direta do 
objeto estudado;
3. O adulto é capaz de assumir responsabilidade sobre o que deseja 
aprender, portanto é fundamental permitir que ele participe das 
decisões sobre as temáticas e prazos de estudo;
4. As experiências que o adulto acumulou são os principais filtros 
pelos quais um conhecimento é considerado importante ou 
13
não, ou seja, ele remente tudo aquilo que está estudando às 
experiências que vivenciou, decidindo se o conteúdo é válido ou 
não para sua vida;
5. O professor exerce o papel de um orientador e um companheiro 
que entende as necessidades do aluno e o norteia em relação à 
sua aprendizagem, estimulando-o.
Oliveira (2018, p. 8) considera que o adulto é o “indivíduo maduro o 
suficiente para assumir as responsabilidades por seus atos diante 
da sociedade” e apresenta catorze princípios que contribuem para a 
Andragogia, observados no quadro a seguir.
Quadro 1 – Princípios que contribuem para a educação de adultos
Princípio Descritivo
1
O adulto possui um tipo de consciência (crítica ou ingênua) que 
o leva a um tipo de comportamento frente à aprendizagem 
(postura proativa ou retroativa, respectivamente).
2 Compartilhar experiências é fundamental para o adulto.
3
O processo de ensino e aprendizagem de adultos funciona 
melhor quando baseado na interação e diálogo entre professor 
e educando, em um formato de liberdade e aprendizagem 
mútua, já que o professor também aprende.
4
A motivação do adulto relaciona-se com a negociação sobre 
seu interesse em participar da aprendizagem, ou seja, as 
temáticas precisam ser do seu interesse.
5 A aprendizagem é o centro das atividades do educando adulto.
6 A decisão sobre o que aprender é do adulto, ele é o centro do 
processo de ensino e aprendizagem.
7
A aprendizagem do adulto envolve a aquisição de 
conhecimentos, o desenvolvimento de habilidades, atitudes e 
valores, construindo competência sobre aquilo que estuda.
8
Adultos aprendem melhor quando o processo está organizado 
desta forma: sensibilização (motivação), pesquisa (estudo), 
discussão (esclarecimento), experimentação (prática), 
conclusão (convergência) e compartilhamento (sedimentação).
14
Princípio Descritivo
9
A motivação da aprendizagem do adulto está relacionada à 
experiência: quanto mais ele puder falar de suas histórias, 
discutir ideias, dar opiniões, apresentar o que compreendeu, 
chegar a conclusões, mais estará conectado com o aprender.
10 A essência do processo de ensino e aprendizagem de adultos é 
o diálogo.
11
Os assuntos vivenciados como práxis (prática reflexiva e ativa 
que promove melhorias no contexto de vida) são mais bem 
aprendidos.
12
O professor não pode se colocar na figura de Deus, 
entendendo-se como ser superior no processo de ensino 
e aprendizagem, a relação com o adulto que aprende é de 
parceria e orientação mútua.
13
Um professor que adote técnicas de educação tradicionais leva 
o educando adulto a se sentir inferiorizado, dificultando sua 
aprendizagem.
14
Um processo de educação que visa “depositar” conhecimentos 
no repertório do educando adulto, sem sua participação e 
colaboração, estabelece uma hierarquia entre professor e 
aluno e dificulta o processo de aprendizagem.
Fonte: adaptado de Oliveira (2018).
Estes princípios norteiam como o processo de educação deve ser 
estruturado para o público adulto. O sucesso da aprendizagem 
do adulto está em conhecer suas características e preferências e 
respeitá-lo, envolvendo-o em um processo dialógico acerca das 
decisões sobre sua aprendizagem.
3. Pilares da Andragogia
Andragogo é o profissional que orienta o processo de aprendizagem 
de adultos, considerando suas características e interesses. Em 
relação processo andragógico, Knowles; Holton e Swanson (2011) 
desenvolveram pilares que precisam ser considerados pelo andragogo, 
apresentados a seguir.
15
Figura 2 – Pilares da Andragogia
Fonte: adaptada de Knowles, Holton e Swanson (2011).
16
É preciso considerar que um dos aspectos mais significativos 
do processo de ensino e aprendizagem do educando adulto é a 
flexibilidade. É preciso que o andragogo saiba fazer as adaptações 
necessárias, os ajustes pertinentes e dê espaço e abertura para a 
participação do aprendiz, que pode envolver-se com decisões sobre 
os temas que deseja e/ou precisa aprender. Quando perceber que o 
estudante está desmotivado ou diminuiu sua prontidão para aprender, 
o professor pode estabelecer um diálogo para entender o que está 
acontecendo e buscar exemplos e orientações para ajudar o educandoa 
retomar o processo de aprendizagem, bem como empregar estratégias 
didáticas que auxiliem o educando a retomar sua orientação para 
aprendizagem.
Conectando à realidade: exemplos práticos 
Você costuma fazer seminários nas disciplinas que está es udando? 
Lembra dos seminários que fez quando estava na graduação? Como você 
se sentia? Era difícil, tinha insegurança de apresentar? Ou não? E quando 
finalizava, como se sentia? Agora, bem cá entre nós — você concorda que 
os seminários deixaram marcas profundas na sua aprendizagem? Foram 
os processos, apesar de tensos, mais profícuos para sua aquisição de 
conhecimentos e dos quais você se lembra até hoje?
Pois bem, uma estratégia didática das mais eficazes para a aprendizagem 
do educando adulto é a realização de seminários, que levam o educando 
a pesquisar, buscar relações com os conteúdos estudados em sala 
de aula e com situações da vida cotidiana. O fato de apresentar os 
resultados da pesquisa e contextualizá-los leva o aprendiz adulto a 
exercitar os seis pilares da Andragogia.
17
Esperamos que você tenha aproveitado os estudos deste tema e tenha 
ampliado seu repertório sobre a aprendizagem de adultos e sobre a sua 
própria aprendizagem!
Referências 
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 
2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. Acesso em: 3 jan. 
2024.
CAMBI, F. História da Pedagogia. São Paulo: UNESP, 1999.
KNOWLES, M. S.; HOLTON, E. F.; SWANSON, R. Aprendizagem de resultados: uma 
abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução 
de Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Eselvier, 2011.
LOPES, E. B. Andragogia – Arte de ensinar adultos. Curitiba: Instituto Emater, 2018.
OLIVEIRA, A. B. de. Andragogia - a educação de adultos. Disponível em: 
https://www.academia.edu/5366286/ANDRAGOGIA_ANDRAGOGIA_A_
EDUCA%C3%87%C3%83O_DE_ADULTOS. Acesso em: 3 jan. 2024. 
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/. 
https://www.academia.edu/5366286/ANDRAGOGIA_ANDRAGOGIA_A_EDUCA%C3%87%C3%83O_DE_ADULTOS.
https://www.academia.edu/5366286/ANDRAGOGIA_ANDRAGOGIA_A_EDUCA%C3%87%C3%83O_DE_ADULTOS.
18
Modelo andragógico e estilos de 
aprendizagem
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Adriana dos Santos Cunha
Objetivos
• Aprofundar os conhecimentos sobre as 
características da aprendizagem do adulto.
• Refletir sobre a proposta de um modelo andragógico 
para educação de adultos.
• Conhecer as perspectivas de Barbe, Fleming e Kolb 
sobre os estilos de aprendizagem andragógico.
• Ser capaz de elaborar propostas metodológicas e 
estratégias didáticas voltadas ao público jovem e 
adulto.
19
1. Introdução
Olá, estudante! Seja bem-vindo a esta aula! Hoje vamos estudar 
temas importantes para a Andragogia que exploram os estilos de 
aprendizagem de adultos para você entender os processos psicológicos 
e cognitivos que envolvem a aquisição do conhecimento. Estes temas 
são conhecidos como estilos de aprendizagem.
Já sabemos que a forma como os adultos aprendem é diferente da 
forma como as crianças aprendem, já que a relação com os novos 
conhecimentos se dá de forma diferente, variando de acordo com as 
experiências, vivências e interesses do aprendente adulto. O processo 
de aprender de adultos possui características próprias, que foram 
investigadas por dois pesquisadores, os quais estruturaram propostas 
conhecidas como estilos de aprendizagem.
Os estilos de aprendizagem foram estruturados a partir de pesquisas 
e experiências realizadas por Walter Burke Barbe (que propôs um 
modelo de aprendizagem andragógico, conhecido como Modelo de 
Barbe, posteriormente aprofundado por Neil Fleming no Modelo Vark) 
e por David Kolb (que ressaltou a importância da experimentação e da 
observação, apresentando uma proposta de aprendizagem experiencial).
Por fim, vamos refletir sobre a constituição de um modelo andragógico 
de educação voltado à aprendizagem do adulto, tema focal para 
profissionais que atuam, precisam ou desejam atuar como andragogos. 
Vamos lá?
2. Modelo de Barbe e Modelo Vark
Um estilo de aprendizagem é composto por características:
20
• Cognitivas (processos cerebrais de aquisição, acomodação e 
aplicação de conhecimentos);
• Afetivas (gerenciamento de emoções e do sistema de valores) e
• Psicológicas (envolvendo a motivação e a dedicação).
Walter Burke Barbe nasceu em 1926 e dedicou-se a estudar o processo 
de aprendizagem, identificando, com sua equipe, três canais sensoriais 
que são os mais utilizados para aprender, chamados: visual, auditivo e 
cinestésico, modelo bastante conhecido pelos educadores e reconhecido 
pela neurociência. Posteriormente, o modelo proposto por Barbe e 
equipe foi incorporado por Fleming (2001) que acrescentou mais um 
estilo de aprendizagem: leitura e escrita. Vamos começar com o Modelo 
de Barbe (Barbe; Milone Jr., 1981).
De uma forma simples, a aprendizagem ocorre a partir das informações 
que chegam ao cérebro e são processadas, sendo memorizadas no 
sistema de conhecimentos que o indivíduo já possui (Cosenza; Guerra, 
2011). E como essas informações chegam ao cérebro? É preciso que 
certos canais as transportem. Veja alguns exemplos:
• ao analisar um quadro, o estudante está utilizando principalmente 
o canal visual — ao longo desta análise, o aprendiz está aprendendo 
sobre pinceladas, mistura de cores, sombra e luz, perspectiva, 
intencionalidade do pintor, mensagem transmitida etc.;
• ao assistir uma palestra, o estudante está utilizando principalmente 
o canal auditivo — neste caso, ele está colhendo informações a partir 
da organização de ideias e da fala de outra pessoa;
• ao praticar os fundamentos de um esporte, o estudante está 
aprendendo através dos movimentos, experimentação e 
controle da força e dos membros do corpo, portanto utilizando 
o canal cinestésico.
21
Assim, o Modelo de Barbe considera a existência de três estímulos 
que conduzem à aprendizagem: visual, cinestésico e auditivo. Barbe e 
Milone Jr. (1981) consideram que os indivíduos têm suas preferências 
em relação à utilização dos canais de aprendizagem, ou seja, alguns 
estudantes preferem aprender ouvindo, outros preferem aprender 
fazendo e outros preferem aprender observando, porém todos 
são capazes de utilizar os três canais que, inclusive, são utilizados 
simultaneamente, com predominância de um deles. E isso é bastante 
óbvio: aprendemos melhor quando usamos o canal de nossa 
preferência. No entanto, cabe ressaltar que nem sempre o canal de 
preferência do estudante é a melhor forma de aprender. Veja, por 
exemplo, um estudante de Artes Plásticas: ele pode ter o canal visual 
como preferido, porém, a aprendizagem das técnicas de pintura 
ocorrerá melhor pelo canal cinestésico.
Posteriormente, Fleming (2001) acrescentou mais um estilo de 
aprendizagem: leitura e escrita e estruturou um modelo, que intitulou de 
VARK (Visual, Auditivo, Leitura e Escrita = Read, Cinestésico = Kinesthetic).
Figura 1 – Estilos de aprendizagem
Fonte: adaptada de Fleming (2001).
22
De acordo com Barbe e Milone Jr. (1981) e Fleming (2001), o estilo de 
aprendizagem visual está associado ao campo que a visão consegue 
alcançar e as informações são obtidas a partir de imagens, formas, 
gráficos e pela leitura, inclusive a leitura corporal. Aprendizes com 
preferência por este estilo de aprendizagem conseguem memorizar até 
mesmo o local da página em que a informação está escrita, gostam de 
assistir aula e têm boa análise estética.
As aulas para estes estudantes devem ter informações visuais 
suficientes sem serem excessivas. Há uma tendência destes estudantes 
olharem a situação de forma panorâmica e só depois focarem nos 
detalhes. Gostam de utilizar códigos de cores para ressaltar informações 
(tais como marcadores com cores diferentes para diferentes assuntos) 
e, se conhecerem a técnica, gostam de utilizar mapas mentais para seus 
registros, em vez de resumos.
Já estudantes com preferência pelo estilo auditivo acabamretendo 
mais facilmente as informações que foram ouvidas, portanto quando o 
professor explica o que deve fazer (fornecendo orientações orais) acaba 
favorecendo a aprendizagem. Pode acontecer que esses aprendizes 
repitam em voz alta as orientações, como uma forma de reforçá-las, e 
também pode ser que acabem verbalizando suas considerações, sendo 
esta uma maneira de memorizar a aprendizagem. Estímulos auditivos, 
como música de fundo suave, tendem a ajudar esses alunos, desde que 
não atrapalhem a audição da fala.
As aulas preparadas para esses alunos devem conter elementos sonoros, 
os estudantes podem pedir para gravar a aula para ouvi-la posteriormente. 
O professor deve permitir e estimular a leitura de textos em voz alta.
Estudantes que preferem construir e manipular objetos, se movimentar, 
fazer experiências, fazer demonstrações provavelmente têm preferência 
pela cinestesia. As aulas para estudantes que preferem o canal 
23
cinestésico devem ter trabalhos em grupo, apresentações no formato de 
teatro ou dramatizações, dinâmicas, experiências, jogos e brincadeiras.
Já o estilo de aprendizagem chamado leitura e escrita (Fleming, 2001) está 
relacionado à preferência pela decodificação e codificação da linguagem, 
ou seja, são estudantes que gostam de ler e escrever e utilizam essas 
habilidades para aprender cada vez mais. As aulas, para esses estudantes, 
devem ter momentos de leituras em diversos portadores de texto e 
momentos para que o educando possa registrar suas ideias, fazendo 
resumos, resenhas e pequenos textos de sua autoria.
Talvez você esteja se perguntando qual é a diferença entre os estilos visual 
e de leitura e escrita. O estilo visual está relacionado mais diretamente à 
leitura de imagens, gráficos, esquemas e poucas palavras. O estilo de leitura 
e escrita está mais associado à leitura e interpretação de textos densos, 
estruturados, nos quais o autor vai desenvolvendo suas ideias.
O andragogo pode conhecer os estilos de aprendizagem de seus alunos 
a partir de entrevistas e testes específicos que podem ser localizados na 
internet e, a partir de tais conhecimentos, elaborar suas aulas de acordo 
com os canais de aprendizagem que discutimos neste tópico.
3. A aprendizagem experiencial de Kolb
David Kolb (1984) é um profundo pesquisador das teorias de Dewey, 
Lewin e Piaget e utilizou os achados dessas teorias para elaborar seis 
proposições da Aprendizagem Experiencial:
1. A aprendizagem deve ser entendida como um processo e não 
como um resultado (fim em si mesma).
2. O processo da aprendizagem é contínuo e se baseia em 
experiências.
24
3. O processo de aprendizagem exige a resolução de conflitos 
decorrentes das diferentes visões de mundo.
4. Aprender é um processo holístico de adaptação à realidade.
5. A aprendizagem envolve trocas entre o aprendiz e o ambiente.
6. Aprendizagem é o processo de construção do próprio 
conhecimento.
Para Kolb (1984, p. 38) a aprendizagem experiencial é “o processo 
pelo qual o conhecimento é construído através da transformação da 
experiência” e se constitui como um ciclo que envolve quatro modos 
de aprendizagem: experiência concreta (EC), observação reflexiva (OR), 
conceituação abstrata (CA) e experimentação ativa (EA), descritos no 
quadro a seguir.
Quadro 1 – Modos de aprendizagem
Fonte: adaptado de Souza et al. (2013).
25
Kolb (1984) explica que as informações são captadas e internalizadas 
pelo estudante a partir de duas dimensões opostas. A preensão é a 
dimensão composta pela combinação da experiência concreta (EC) 
e da conceituação abstrata (CA) — nesta dimensão, a aprendizagem 
ocorre pela apreensão (captação da realidade a partir dos 
cinco sentidos: audição, olfato, tato, paladar e visão) seguida da 
compreensão (interpretação das informações captadas e formalização 
da aprendizagem). A transformação é a dimensão composta pela 
combinação da experimentação ativa (EA) e da observação reflexiva (OR) 
— nessa dimensão, a aprendizagem ocorre pelos processos de intenção 
(ação interna de reflexão sobre as situações às quais o estudante está 
exposto) e extensão (manipulação ativa do objeto de conhecimento).
A figura a seguir demonstra como as dimensões se relacionam.
Figura 2 – Modelo da aprendizagem experiencial
Fonte: Schmitt e Domingues (2016, p. 366).
26
Kolb (1984) entendeu que os aprendizes possuem preferências em 
relação à forma como aprendem e, a partir da combinação dos modos 
de aprendizagem em duplas, propôs quatro estilos de aprendizagem.
Quadro 2 – Estilos de aprendizagem propostos por Kolb
Fonte: adaptado de Souza et al. (2013).
Souza et al. (2013) explica que o aprendiz de estilo divergente é criativo, 
compreende as pessoas, identifica problemas, gera grande quantidade 
de ideias, tem mente aberta. O estudante de estilo assimilador planifica 
com facilidade, cria modelos, é capaz de pontuar problemas, desenvolve 
teorias e conceitos e é paciente. Já o estudante de estilo convergente 
compreende e resolve problemas, toma decisões, racionaliza as 
deduções, fundamentando-as, e é lógico. Por fim, o aprendiz de estilo 
acomodador é líder, assume riscos, é prático, faz com que os projetos 
aconteçam e adapta-se com facilidade.
O conhecimento destes estilos permite ao andragogo preparar melhor 
suas aulas e dosar os desafios propostos, bem como a composição de 
grupos heterogêneos.
27
4. Refletindo sobre um modelo andragógico 
de aprendizagem de adultos
Vamos refletir um pouco sobre o que estudamos nesta aula. 
Principalmente a partir da década de 1970, a educação de adultos 
começou a ser foco de pesquisas. Com a evolução da tecnologia, as 
transformações digitais, necessidade de qualificação da mão de obra, 
a ampliação da indústria, do comércio e das necessidades sociais, o 
aumento da longevidade e a procura por novos sentidos para vida, a 
identificação do propósito individual, a busca pela escolarização que 
não foi concluída no período esperado, a formação continuada, as 
novas descobertas científicas, todos esses fatores e muito mais levaram 
adultos e idosos a continuarem estudando.
Porém, a aplicação de técnicas voltadas a crianças e adolescentes 
não é funcional para adultos, tendo em vista que a motivação para 
a aprendizagem do adulto é outra. Ele tem objetivos claros e vai em 
busca destes com motivação e velocidade. Nesse sentido, é preciso que 
a escola e os professores adotem uma metodologia própria voltada à 
educação de adultos.
Essa metodologia deve considerar características próprias do público-
alvo:
1. Há motivação para aprendizagens específicas (por exemplo: uma 
nova técnica para ser aplicada no trabalho, um conhecimento 
aprofundado ou uma competência que permitirá avanço na 
carreira ou algo transformador para a vida do aprendiz;
2. Há um volume significativo de conhecimento que já foi adquirido 
e de experiências vividas que são importantes para o adulto e que 
ele emprega como base para adquirir os novos conhecimentos;
3. Adultos gostam de trocar experiências e aprender uns com os 
outros.
28
Dessa forma, o andragogo precisa refletir sobre as práticas que 
adotará ao ensinar adultos. Em primeiro lugar, não poderá ter atitude 
autoritária e ensinar de forma exclusivamente expositiva, afastando-
se de seus alunos e colocando-se em posição superior em relação 
a eles. Pelo contrário, deve conhecer cada um de seus educandos, 
entender suas motivações e propor aulas dinâmicas, interessantes, que 
permitam a participação dos estudantes e que os levem a ampliar seus 
conhecimentos e suas práticas.
Conectando à realidade: exemplos práticos
Nesta aula estudamos sobre estilos e aprendizagem. Você já parou para 
refletir sobre seu próprio estilo de aprendizagem? Neste Conectando 
à realidade, você vai ter a oportunidade de descobrir seu estilo de 
aprendizagem.
Primeiro, vá à internet e pesquise por: Inventário de Estilo de Aprendizagem 
de Kolb. Localize a página chamada Teste de Aprendizagem de Kolb e 
responda as 12 questões.
Em seguida,receba o resultado. Como você prefere aprender? As 
considerações representam sua forma de aprender?
Após analisar seu resultado, veja os demais estilos de aprendizagem e 
compare com os conteúdos que estudamos nesta aula!
Esperamos que você tenha aproveitado esta aula e perceba que o que 
estudamos hoje está relacionado diretamente também à sua própria 
aprendizagem!
29
Referências
BARBE, W. B.; MILONE JR., M. N. What we know about modality strengths. 
Educational Leadership (Association for Supervision and Curriculum 
Development), p. 378–380, fev. 1981. Disponível em: http://www.ascd.org/ASCD/pdf/
journals/ed_lead/el_198102_barbe.pdf. Acesso em: 14 jan. 2024.
COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação: como o cérebro 
aprende. Porto Alegre (RS): Artmed, 2011.
FLEMING, N. D. Teaching and learning styles: VARK strategies. Christchurch, New 
Zealand: N. D. Fleming, 2001.
KOLB, D. Experiential learning: experience as the source of learning and 
development. Englewood Cliffs, NJ (USA): Prentice Hall, 1984.
SCHMITT, C. S.; DOMINGUES, M. J. C. S. Estilos de aprendizagem: um 
estudo comparativo. Avaliação, Campinas; Sorocaba, SP, v. 21, n. 2, 
p. 361-385, jul. 2016. Disponível em: https://www.scielo.br/j/aval/a/
CgyjHL3TRXbgwRdWphLbcks/?format=pdf. Acesso em: 17 jan. 2024.
SOUZA, G. H. S. et al. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino 
dos professores do curso de Administração. In: RACE, C. Ed. Especial Anpad, p. 
9-44, 2013. 
http://www.ascd.org/ASCD/pdf/journals/ed_lead/el_198102_barbe.pdf. 
http://www.ascd.org/ASCD/pdf/journals/ed_lead/el_198102_barbe.pdf. 
https://www.scielo.br/j/aval/a/CgyjHL3TRXbgwRdWphLbcks/?format=pdf.
https://www.scielo.br/j/aval/a/CgyjHL3TRXbgwRdWphLbcks/?format=pdf.
30
Métodos, técnicas e práticas 
andragógicos
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Adriana dos Santos Cunha
Objetivos
• Identificar as características da aprendizagem do 
adulto, os estilos de aprendizagem e o modelo 
andragógico.
• Conhecer e explorar técnicas, metodologias e 
práticas didáticas voltadas ao público andragógico, 
incluindo as tecnológicas.
• Ser capaz de elaborar propostas metodológicas e 
estratégias didáticas voltadas ao público jovem e 
adulto.
31
1. O Método andragógico de Malcolm 
Knowles
Olá, estudante! Seja bem-vindo a esta aula!
Vamos iniciar o estudo deste tema com uma reflexão. Gostaria que você 
se lembrasse da última vez que você ensinou alguma coisa a um adulto. 
Pode ser um exemplo simples, como indicar a direção para chegar em 
determinado local ou qual condução tomar para chegar em tal local. 
Pode ser uma receita culinária. E pode ser também uma aula sobre 
alguma temática.
Reflita como isso ocorreu. Que tipo de linguagem utilizou? Foi 
uma linguagem infantil ou adotou uma linguagem adequada para 
seu aprendiz? Provavelmente utilizou uma linguagem adequada à 
necessidade do seu aprendiz, talvez tenha gesticulado um pouco e 
respondeu as dúvidas que ele teve, apresentando até algumas “dicas”. 
Precisou fazer uma introdução para sensibilizar ou motivar seu 
aprendiz? Provavelmente não, porque ele buscava uma informação 
precisa ou um conhecimento específico. É bem provável que você tenha 
sido bastante objetivo.
Isso já nos mostra que a forma de aprendizagem é particularizada, assim 
como deve ser a forma de ensiná-los.
Malcolm Knowles é conhecido como o “pai” da Andragogia por sua 
preocupação em entender como o adulto aprende e por produzir vasto 
material sobre o assunto. Sua grande preocupação foi transformar a 
ideia de que a Andragogia é o processo de ensinar/educar adultos para 
a ideia de ajudá-los a aprender. Assim, considerando a Andragogia como 
a ciência da educação de adultos, Knowles desenvolveu um método de 
trabalho educacional baseado em seis pilares, o qual chamou de Método 
Andragógico (Knowles; Holton e Swanson, 2011). Os seis pilares são:
32
I. Necessidade de saber.
II. Autoconceito do aprendiz.
III. Papel das experiências prévias.
IV. Prontidão para aprender.
V. Orientação para aprendizagem.
VI. Motivação.
Vamos conhecê-los com mais detalhes:
A necessidade é o que leva o adulto a se organizar e buscar 
conhecimento, pois algum desafio ou desejo se apresenta, 
impulsionando-o nessa busca. A aprendizagem só acontece mesmo 
quando faz sentido para o adulto, ou seja, ele precisa entender o que 
será aprendido e qual sua relevância no seu contexto de vida. Não 
adianta ensinar química se não fizer sentido para o educando. Adultos 
demandam uma grande energia em descobrir os benefícios de aprender 
determinado tema e se preocupam com possíveis dificuldades que 
podem encontrar quando estão estudando. Adultos se tornam mais 
disponíveis para a aprendizagem quando percebem sua importância. 
Assim, é importante que o andragogo consiga estimular seu estudante 
a perceber a relação do novo conhecimento com seu dia a dia, 
auxiliando-o a se engajar.
Em termos práticos, o andragogo deve empregar estratégias que levem 
o educando à necessidade de aprender e pode fazer isso utilizando 
dinâmicas, textos motivacionais, perguntas inquietantes e até mesmo 
imagens provocativas. É fundamental que haja contextualização da 
nova aprendizagem e tanto o andragogo quanto os educandos podem 
se responsabilizar por essa etapa. Aliás, quanto mais os educandos se 
mobilizarem, maior será o engajamento com a aprendizagem.
O autoconceito do aprendiz está intimamente relacionado com a 
necessidade de saber. Esse pilar indica que o adulto quer ser tratado 
33
como um adulto e qualquer digressão pode levá-lo à desmotivação. 
Uma fala infantilizada ou um material inapropriado pode ser suficiente 
para gerar afastamento do adulto em relação à aprendizagem. Por outro 
lado, adultos apreciam o respeito à sua autonomia, tanto de atitudes 
quanto de pensamento. Dessa forma, um andragogo centralizador traz 
a sensação de perda de autonomia para seus estudantes, o que pode 
afetar suas emoções em relação à aprendizagem.
O andragogo deve tratar o adulto como adulto, respeitando e 
valorizando seus conhecimentos, experiências de vida, necessidades e 
desejos. Para isso, precisa conhecer seus educandos, descobrir o que 
eles já sabem, suas experiências e suas necessidades de aprendizagem. 
E isso se faz com uma postura aberta, permitindo a participação nas 
escolhas dos temas a serem estudados e na forma como isso será 
conduzido. Ou seja, é necessário que o andragogo, no início e durante 
o processo, faça reuniões de alinhamento de expectativas e de ação, 
estimulando a participação de todos os educandos e respeitando as 
decisões (o andragogo deve se posicionar sempre, porém as decisões 
acabam tendo caráter mais coletivo).
O adulto é um aprendiz que traz uma bagagem enorme de 
conhecimentos e experiências prévias. O novo conhecimento é 
constituído a partir dessas experiências e será acomodado e consolidado 
sobre elas. Sempre que um conhecimento novo é apresentado, o 
aprendente busca em suas experiências e conhecimentos prévios algo 
que seja próximo e possa servir como um suporte para absorver as 
novas informações. Caso esse novo conhecimento seja muito diferente 
daquilo que já está estabelecido, ou até mesmo inédito, o adulto pode 
entender que não é um conhecimento válido (veja, por exemplo, 
como é difícil que o adulto aceite novas teorias ou se desprenda 
de crendices populares quando são refutadas cientificamente). As 
experiências prévias têm o papel de certezas subjetivas que o adulto 
construiu ao longo da vida, sendo muito difícil reformulá-las, mas não 
34
impossível. Para isso, o andragogo precisará trazer novas experiências e 
apresentar novos pontos de vistas, novas habilidades e o valor do novo 
conhecimento para o dia a dia.
A prontidão para aprender relaciona-se de forma lógica com o pilar da 
necessidade de aprender, ou seja, quanto mais houver necessidade 
de aprender, mais pode haver prontidão para a aprendizagem. Um 
outro fator que influencia a prontidão para aprender é a percepção deque o conhecimento é importante para o seu dia a dia. Como Knowles, 
Holton e Swanson (2011, p. 74) explicam “os adultos ficam prontos para 
aprender as coisas que têm de saber e para as quais precisam se tornar 
capazes de realizar a fim de enfrentar as situações da vida real”. Isso 
quer dizer que a maturidade para aprender leva um tempo e também 
está associado à necessidade ou desejo de aprender.
Nem sempre o andragogo pode esperar o tempo do educando. Muitas 
vezes, é preciso usar técnicas específicas para motivar o educando 
e estimular sua prontidão, tais como: fazer exercícios de simulação, 
construir projetos etc.
O quinto pilar do Método Andragógico é a orientação para a aprendizagem. 
Adultos “assimilam novos conhecimentos, percepções, habilidades, valores 
e atitudes de maneira mais eficaz quando são apresentados a contextos 
de aplicação a situações da vida real” (Knowles; Holton e Swanson, 2011, p. 
74). A orientação para a aprendizagem trata-se do foco intenso que o adulto 
consegue dar ao objeto de estudo, quando ele é significativo para sua vida. 
Essa orientação não se relaciona à idade ou à quantidade de experiências 
vividas, mas à importância do novo conhecimento. O andragogo deve 
empregar diferentes estratégias para evidenciar o valor do conhecimento 
ao educando que não estiver orientado para essa aprendizagem.
Por fim, a motivação é um conjunto de fatores biológicos, psicológicos 
e sociais que influenciam o comportamento do aprendiz e o leva a agir 
35
e buscar atingir seus objetivos. A motivação pode estar relacionada a 
fatores externos (promoção no trabalho, reconhecimento social, obter 
uma nota alta na avaliação etc.) e a fatores internos (satisfação, melhoria 
na autoestima, maior qualidade de vida etc.). Em geral, os fatores 
internos são mais fortes que os externos e o andragogo pode ressaltar 
os fatores que levariam o educando a mobilizar sua motivação para 
aprender, a partir do conhecimento que tem sobre seus alunos.
Knowles; Holton e Swanson (2011) explicam o que o Modelo 
Andragógico deve ser revisto e adaptado a cada situação de 
aprendizagem e há muitos outros fatores que influenciam o sucesso 
ou não da aquisição de conhecimentos por adultos. Eles esclarecem 
que esse modelo precisa ter flexibilidade e se adaptar a cada caso. 
Também ressaltam o papel do andragogo, que deve escolher e 
focalizar as melhores estratégias visando a aprendizagem bem-
sucedida de seus educandos.
Uma das críticas a este modelo é que ele é bastante focado no processo 
de ensino e aprendizagem, mas menciona pouco as mudanças sociais 
decorrente desse processo. Por outro lado, não se pode esperar que a 
Andragogia dê conta de todos os impactos que a educação de adultos 
pode promover, não seria possível realizar tal feito. A Andragogia visa 
ajudar adultos em seu processo de aprendizagem, independentemente 
de propósitos específicos, mas sendo aberta a vários deles, de acordo 
das situações a serem enfrentadas.
2. Metodologias, técnicas e práticas 
andragógicas
Já sabemos que a educação de adultos possui características próprias e 
até mesmo um método desenvolvido, chamado Método Andragógico.
36
Método é um conjunto de princípios e, como vimos, o Método 
Andragógico possui seis. A metodologia é a forma de aplicar o 
método. Existem diversas metodologias de ensino e aprendizagem, 
tais como: tradicionalista, construtivista, sociointeracionista, 
freireana, montessoriana, entre outras. Considerando as 
características da aprendizagem do aluno adulto e o Método 
Andragógico, aprofundaremos três metodologias de ensino e 
aprendizagem e suas respectivas técnicas e práticas. São elas: as 
metodologias ativas, a aprendizagem baseada em problemas e a 
aprendizagem baseada em projetos.
As metodologias ativas, de acordo com Bacich e Moran (2018), são 
aquelas que promovem a ação do educando para a aquisição de 
conhecimentos em oposição à passividade encontrada na simples 
transmissão de informações. A ação, neste caso, está relacionada 
tanto aos processos cognitivos de investigação, dedução, assimilação 
e acomodação do conhecimento quanto ao próprio movimento 
corporal que leva à manipulação e exploração do ambiente e dos 
objetos de aprendizagem. A isso se junta a construção de uma visão 
crítica e a problematização da realidade acerca do que se estuda 
no momento. As metodologias ativas são diversas, vamos enfocar 
aqui a gamificação, a sala de aula invertida, os estudos de caso e os 
seminários, aprofundados a seguir.
37
Figura 1 – Quatro exemplos de metodologias ativas
Fonte: elaborada pela autora.
A aprendizagem baseada em problema é aquela em que se apresenta 
um problema ao educando ou ao grupo para que seja solucionado. Por 
exemplo: o que deve ser feito para solucionar o problema de poluição 
do riacho que passa atrás da escola?
38
Para que essa metodologia atinja o seu potencial de aprendizagem, 
é interessante que o problema seja real e que envolva a 
interdisciplinaridade. Para resolver esse problema, os educandos 
precisarão compor conhecimentos em Biologia, Geografia, Políticas 
Públicas, Química, Matemática, Língua Portuguesa, História, 
Urbanização, Sociologia, entre outros.
A aprendizagem baseada em projeto visa a construção de um 
projeto para resolução de um problema ou demanda, o qual não 
necessariamente precisa estar associado a uma situação real. Por 
exemplo, construir o projeto de um centro de atendimento a idosos. 
Nesse caso, a proposta é produzir um projeto para a captação de 
recursos e implementação da instituição.
3. Novas tecnologias de informação e 
comunicação, ensino híbrido e a educação a 
distância (EAD)
As novas tecnologias, principalmente as de informação e comunicação, 
propiciaram um enorme avanço nos processos de aprendizagem de 
adultos. Todo o conhecimento divulgado na internet, a partir de redes 
sociais, blogs, portais, jornais eletrônicos, e-mails, vídeos e aplicativos, 
entre outros, são fontes cada vez mais acessíveis para aquisição de 
conhecimentos associadas ao Método Andragógico, pois saciam a 
necessidade de saber, respeitam o autoconceito do aprendiz, se 
relacionam com as experiências prévias, com a prontidão e a orientação 
para aprender e estimulam a motivação.
Munhoz (2017) trabalha com o interessante conceito de Redes Sociais 
Digitais (RDS) em conectividade. Para ele, “o segredo da aprendizagem 
está associado à capacidade que pode ser adquirida durante a 
39
construção dessas redes de relacionamento e a navegação por elas de 
forma segura, objetiva e favorável” (Munhoz, 2017, p. 90).
Assim, as RDS podem exercer um papel muito importante no processo 
de aprendizagem do adulto, principalmente se for orientado com 
objetividade e em parceria com o andragogo.
Figura 2 – Exemplos de RDS
Fonte: adaptada de Munhoz (2017).
O uso de tecnologia e das RDS em sala de aula pode favorecer muito a 
dinâmica do andragogo, aprimorando sua prática e trazendo elementos 
inovadores, diferenciados e estimulantes que favorecem o foco, a 
atenção, a aquisição e a consolidação da aprendizagem do aluno adulto.
O ensino híbrido integra experiências de aprendizagem que mesclam o 
modelo presencial e a distância. Ainda pode ter caráter on-line e off-line e 
as aulas a distância podem ser síncronas ou assíncronas.
Para a aprendizagem do adulto, principalmente aquela que ocorre após 
a educação básica, o ensino híbrido tem se mostrado uma metodologia 
muito interessante, pois tem um grau de flexibilidade importante para o 
40
adulto que enfrenta desafios da vida cotidiana e precisa administrar seu 
tempo conforme ajusta a sua demanda.
O sistema híbrido propõe que uma parte da aprendizagem ocorra 
individualmente e outra parte ocorre em grupo, como uma sala de 
aula, com a presença de um professo. Isso leva o educando adulto a 
uma postura muito mais ativa, consciente e engajada em relação à sua 
própria aprendizagem. Semelhante à sala de aula invertida, o momento 
coletivo no ensino híbrido é dedicado a debates,esclarecimento de 
dúvidas e aprofundamento dos conteúdos estudados, bem como 
aplicação prática deles.
Por fim, falamos da educação a distância, um formato que tem sido 
adotado para alguns cursos de graduação, pós-graduação e formação 
continuada (por exemplo, a formações específicas de cunho profissional 
e/ou de interesse do educando). Nesta metodologia, há aulas on-line 
síncronas e/ou assíncronas, indicações de leituras e estudos para 
aprofundamento do conhecimento, exercícios, desafios, projetos e 
avaliações, sendo que todas as ações são mediadas pela tecnologia 
(computador, tablet ou smartphone). O educando pode entrar em 
contato com seu professor ou tutor utilizando recursos como e-mail, chat 
e videochamadas.
A educação a distância vem ganhando cada vez mais espaço no cenário 
educacional, porque agrega vários elementos interessantes para a 
formação de adultos, como a assincronicidade, que lhe permite estudar 
no horário mais conveniente; a liberdade geográfica, que lhe permite 
acessar o curso de qualquer lugar; a facilidade de alternar entre diversos 
contextos (inicia uma aula, interrompe, estuda um texto, volta para a 
aula, responde uma questão, volta para a aula, faz anotações etc.), entre 
outras tantas facilidades, que conectam a educação a distância com os 
seis pilares do Método Andragógico.
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Conectando à realidade: exemplos práticos 
A realidade da sala de aula na educação de adultos
Imagine que você foi escolhido para fazer um processo de formação 
de adultos na empresa na qual trabalha. A dificuldade que a empresa 
encontra é que parte dos trabalhadores não está mais motivada: alguns 
colaboradores chegam atrasados, não cumprem prazos estabelecidos e 
demonstram insatisfação. Por outro lado, há uma parte dos funcionários 
que está satisfeita, porém não consegue avançar em suas tarefas por 
conta da postura dos demais colegas. A diretoria da empresa acredita 
que uma formação sobre valores, ética, responsabilidade profissional e 
mundo do trabalho ajudaria a melhorar a motivação dos trabalhadores e 
favoreceria o clima de colaboração entre todos.
Com base nos conhecimentos estudados nesta aula, você será capaz de 
elaborar o minicurso que a empresa solicita em quatro encontros.
Aplicabilidade:
• Começar conhecendo seus colegas de trabalho e identificando seus 
valores, interesses, desafios e o motivo de insatisfação;
• Realizar dinâmicas (tais como dramatizações) em que eles precisem 
abordar temáticas pertinentes às relações de trabalho, por exemplo: 
peça que alguns participantes demonstrem como é sua rotina desde 
que saem de casa até que voltem;
• Criar grupos de estudo e delegar temas para que apresentem, 
tais como: cooperação, ética no dia a dia, postura profissional, 
responsabilidade, entre outros.
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• Manejar situações de insatisfação orientando ao próprio educando 
que busque, em suas experiências e conhecimentos, o motivo de 
estar trabalhando neste local e os ganhos diretos e indiretos de 
seu trabalho (ganhos diretos: salário, férias, 13º. salário, seguridade 
social; indiretos: reconhecimento social, autoestima, valor próprio, 
capacidade intelectual, entre outros).
Esperamos que você tenha aproveitado bastante esta aula e que 
os conhecimentos trazidos aqui contribuam com o exercício da sua 
profissão.
Referências
 BACICH, L.; MORAN, J. (org.). Metodologias ativas para uma educação inovadora: 
uma abordagem teórico-prática. Porto Alegre: Penso, 2018.
KNOWLES, M. S.; HOLTON, E. F.; SWANSON, R. Aprendizagem de resultados: uma 
abordagem prática para aumentar a efetividade da educação corporativa. Tradução: 
Sabine Alexandra Holler. Rio de Janeiro: Eselvier, 2011.
MUNHOZ, A. S. Andragogia: a educação de jovens e de adultos em ambientes 
virtuais. Curitiba: InterSaberes, 2017.
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Heutagogia e a aprendizagem 
autodirigida
Autoria: Neide Rodriguez Barea
Leitura crítica: Adriana dos Santos Cunha
Objetivos
• Compreender as diferenças entre a Andragogia e a 
Heutagogia.
• Refletir sobre a formação continuada como um 
processo vital para o desenvolvimento profissional e 
pessoal de adultos.
• Compreender a aprendizagem autodirigida, suas 
técnicas e ferramentas.
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1. Heutagogia
Olá, seja bem-vindo ao estudo deste tema!
Você já ouviu falar do termo Heutagogia? Talvez você esteja estranhando 
bastante o título deste tema… o que isso significa? Vamos descobrir? 
Mas antes, vamos entender um pouco mais o contexto atual e a 
necessidade de desenvolvermos práticas heutagógicas.
Vivemos um tempo de rápidas e profundas transformações, com a geração 
de novos conhecimentos diários e novas exigências para a vida moderna 
em sociedade. O trabalho se tornou mais exigente, o cuidado com a saúde 
e com a alimentação exigem novas informações e novas práticas. As 
relações sociais não se limitam mais ao bate-papo e se tornaram espaços 
de troca de conhecimentos. Nos preocupamos mais com a fazer o dinheiro 
render e estudamos sobre aplicações financeiras. Hobbies ficaram mais 
especializados e aos poucos estamos introduzindo práticas de outras 
culturas, tais como meditação. Buscamos conhecimentos para a mente e 
para nosso prazer. Antigos saberes são refutados, novas descobertas são 
realizadas, novas práticas são implementadas.
As propostas e exigências do mundo contemporâneo levam as pessoas 
a estudarem como prática de sobrevivência e de adaptação ao mundo e 
termos como lifelong learning ou aprendizagem durante toda a vida ou, 
ainda, formação continuada se tornam cada vez mais comuns.
Estudar é uma rotina e uma exigência que não nos abandonará mais. 
Ninguém pode pensar que deixará de estudar ao final da educação 
básica ou do ensino superior. A modalidade de estudo apenas se 
transforma, se torna autodirigida.
E para dar conta de todos os desafios modernos, o adulto encontra 
uma forma própria, autônoma e autodirigida, de ampliar seus 
conhecimentos. Isso é a Heutagogia.
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Figura 1 – Diferença entre Andragogia e Heutagogia
Fonte: elaborada pela autora.
Heutagogia vem da junção de dois termos:
Bellan (2008, p. 18) define Heutagogia como “uma progressão natural 
da Pedagogia (ensino de crianças) e da Andragogia (ensino de adultos), 
sendo então que, nesta proposta, o aprendiz determina o que e como 
vai aprender”.
Na Heutagogia, a aprendizagem é autodirecionada, isto é, o estudante 
é o gestor de sua aprendizagem e ele mesmo programa seu processo 
de aquisição do conhecimento. Para tanto, o educando precisará 
desenvolver quatro grandes habilidades:
a. Autodidatismo: estudar e adquirir conhecimento por si 
próprio, independente de professores e orientações externas, 
independência e proatividade;
46
b. Autodisciplina: motivação intrínseca para buscar os resultados que 
deseja, envolvendo a capacidade de saber priorizar o que precisa 
ser feito, afastar distratores e evitar a procrastinação;
c. Autorregulação: capacidade de gerenciar as emoções e retomar a 
rota ou organizar nova rota de aprendizagem, compromisso.
d. Auto-organização: ordenamento dos materiais, horários e 
demais elementos para dar condições de atingir o objetivo de 
aprendizagem proposto.
Assim, é o estudante que decide o que e como vai aprender, de acordo 
com suas experiências, necessidades, disponibilidade de tempo e 
disponibilidade cognitiva (ou seja, capacidade de assimilação de 
conhecimento e desenvolvimento de novas habilidades).
2. Aprender a aprender
Aprender a aprender é um dos quatro pilares da educação propostos 
pela Unesco (Delors, 1998), o princípio básico, aquele que norteará os 
outros três: aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos.
O aprender a aprender considera o propósito e as razões que levam 
o educando a buscar as novas aprendizagens, aproveitando seu 
estilo de aprender na produção de um caminho (projeto, etapas, 
planos) eficientes para aquisição do conhecimento. Na Heutagogia, o 
educando substitui o professor e realiza o processo de aprendizagem 
por si próprio, identificando o objetivo da aprendizagem,selecionando 
os recursos e os materiais necessários, estudando efetivamente e 
realizando o processo de avaliação da aprendizagem. Tal como em uma 
viagem, o educando tem o controle de sua aprendizagem e decide o 
caminho que vai tomar.
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Isso não quer dizer que o percurso é solitário. O educando que opta 
por um processo heutagógico pode contar com diversos recursos 
materiais e pessoais.
Quadro 1 – Processo heutagógico e recursos de aprendizagem
Fonte: elaborado pela autora.
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Independentemente de como o educando vai organizar o seu processo 
de aprendizagem heutagógico, é certo que ela dependerá de sua 
capacidade crítica e questionadora.
A capacidade crítica permitirá ao educando questionar as teorias em 
uso, podendo compreendê-las e aceitá-las ou, até mesmo, abandoná-
las em favor de uma nova teoria (qualquer destas situações promoverá 
sua aprendizagem). Se ele não interrogar as teorias em uso, ele 
apenas as reproduzirá, sem transformar-se, portanto, sem aprender. 
O questionamento das teorias em vigor é que permite ao educando 
transformar sua prática e seu conhecimento.
Vejamos um exemplo: imaginemos um operário de fábrica que 
tem como objetivo progredir na carreira e obter uma remuneração 
melhor. Ele pode estudar para se tornar um funcionário público, ele 
pode se capacitar para buscar um cargo de liderança na empresa 
em que trabalha ou em outra, ele pode se tornar um empreendedor, 
ele pode querer mudar de carreira, entre outras possibilidades. 
Porém, independente de qual seja sua opção, ele precisará aprender 
novos conhecimentos, desenvolver novas habilidades e aprimorar 
suas competências. E isso promoverá transformações em seus 
conhecimentos, em suas práticas, em suas crenças e na construção de 
seus valores.
Segundo Inácio, Juliani e Bleicher (2016), o processo de aprendizagem 
autodirigida organiza-se em três etapas:
1. Planejamento;
2. Monitoramento e
3. Avaliação.
A figura a seguir demonstra a composição de cada uma das etapas.
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Figura 2 – Etapas da aprendizagem autodirigida
Fonte: adaptada de Inácio, Juliani e Bleicher (2016).
Para fechar nossos estudos sobre a Heutagogia e a aprendizagem 
autodirigida, é preciso focarmos no processo de avaliação.
Quando fazemos um curso formal, a avaliação da aprendizagem é 
estruturada de acordo com os objetivos do curso, os quais se espera que 
o educando tenha alcançado. São utilizados instrumentos como provas, 
trabalhos de conclusão de curso, seminários, entrevistas, resumos, 
redações, papers e apresentações, entre outros.
Mas, e quando estamos falando da aprendizagem autodirigida, aquela 
que o educando estuda por conta própria, de acordo com seus objetivos 
e planejamento, como ele pode saber que realmente aprendeu?
Bem, nestes casos, ele pode usar alguns instrumentos e práticas 
específicas, tais como:
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• Autoavaliação: significa comparar os objetivos que ele se propôs 
a alcançar e verificar, através de comparativos entre seus 
conhecimentos prévios e os novos conhecimentos, se houve 
acréscimo e se isso foi suficiente. Pode utilizar algum tipo de 
checklist que ele mesmo elabora.
• Experimentar os novos conhecimentos: como isso ocorre? Imagine 
um cozinheiro que quer incrementar uma receita: ele estuda 
novos sabores, novos temperos, verifica se combinam e coloca em 
prática (confecciona a nova receita), é a partir do resultado e da 
degustação que saberá se aprendeu. No caso de uma situação do 
trabalho, o aprendiz pode testar a nova técnica aprendida em um 
momento prático, por exemplo.
• Buscar por feedback: esta opção funciona melhor quando o 
processo de aprendizagem foi voltado para a mudança de um 
comportamento, por exemplo, e o educando pergunta em que 
aspectos a pessoa ou as pessoas podem evidenciar a melhoria 
(está mais calmo para resolver uma situação, menos estressado, 
tem sido mais assertivo, conduz melhor as orientações para seus 
subordinados etc., explicitando situações reais).
• Refletir: muitas vezes não é possível conseguir feedbacks porque o 
foco da aprendizagem não consegue ser evidenciado externamente, 
neste caso é o próprio educando que precisa analisar e refletir se 
atingiu os objetivos que procurava com seu estudo.
• Revisar: é um processo que consiste em retomar os estudos para 
ter a certeza da aprendizagem – ao retomar o estudo, o aprendiz 
consegue ter noção se aprendeu de fato ou se as informações 
ainda são novas, o que significa que a aprendizagem não foi 
consolidada em novos conhecimentos.
Por fim, o processo de retomada passa a ser necessário quando o 
educando percebe que não atingiu os objetivos que havia proposto 
inicialmente.
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Conectando à realidade: exemplos práticos 
O termo lifelong learning, em tradução livre para o português, significa 
aprendizagem ao longo da vida e você ouvirá falar dele cada vez mais. 
Também pode ser entendido como aprendizagem contínua e expressa o 
dinamismo do mundo atual. Parte da premissa que nunca é tarde para 
aprender algo novo e está muito alinhado às demandas do mercado de 
trabalho e às demandas corporativas.
O lifelong learning é uma capacidade dos profissionais mais bem 
preparados para enfrentar os desafios emergentes, residindo na 
habilidade de antever, acompanhar e conjugar-se às transformações do 
mercado de trabalho e da sociedade.
Vejamos um exemplo, para que você possa entender melhor. Imagine 
uma empresa que fabrica sapatos de couro. Essa empresa vai muito 
bem, tão bem que decidiu ampliar seu portifólio de produtos e 
agora vai produzir bolsas de couro. Como os colaboradores vão se 
posicionar frente a esta novidade? Farão enfrentamentos, do tipo: 
“Não fui contratado para desenvolver uma nova linha de produtos”? 
“Sou especializado em sapatos, não quero me envolver com bolsas, 
isso é muito feminino para mim”? Ou buscarão informações, novos 
conhecimentos, novas perspectivas, buscarão entender do novo o 
mercado que se apresenta, dos estudos financeiros, desenvolverão 
designs alinhados com a marca e procurarão vender mais?
No primeiro grupo de pessoas podem estar aqueles com perfil mais 
acomodado, sem proatividade e com pouco interesse em se transformar. 
No segundo grupo estão os preparados para enfrentar os desafios e, 
mesmo não conhecendo o novo produto, vão estudar, se transformar e 
buscar novas oportunidades comerciais e profissionais.
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O que acontecerá, ninguém pode dizer exatamente, mas é provável 
que o segundo grupo se adapte melhor e encontre maiores e melhores 
oportunidades, pois demonstraram abertura ao novo, interesse, 
capacidade de buscar novos conhecimentos e de se envolver no novo 
desafio. Já o primeiro grupo, se conseguir permanecer no emprego, ficará 
em posição estacionada.
Veja, nesse exemplo, a empresa não informou antecipadamente os 
colaboradores para que se preparassem, o desafio foi lançado (em defesa 
da empresa: a gestão estratégica dos negócios não pode ser discutida de 
forma ampla, é preciso sigilo para ter vantagem competitiva) e espera-se 
uma postura dos trabalhadores, minimamente de engajamento.
Como você se posicionaria frente uma situação de inovação no trabalho? 
Faria adesão ou enfrentamento? Aqui fica a reflexão.
Esperamos que esta aula ajude você a compreender os princípios 
da Heutagogia e que perceba o quanto, como adultos, já temos 
incorporados vários valores da aprendizagem autodirigida e do 
movimento lifelong learning.
Referências
BELLAN, Z. Heutagogia: aprenda a aprender mais e melhor. Santa Bárbara D’Oeste: 
SOCEP, 2008.
DELORS, J. Educação: um tesouro a descobrir. São Paulo: Cortez, 1998.
INÁCIO, F. L.; JULIANI, D. P.; BLEICHER, S. Aprendizagem autodirigida. EduCAPES, 
2016. Disponível em: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/734901/2/
Aprendizagem_Autodirigida_impresso.pdf. Acesso em: 12 fev. 2024.
LOPES, E. B. Andragogia: arte de ensinar adultos. Curitiba: Emater – Instituto 
Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, 2018.
https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/734901/2/Aprendizagem_Autodirigida_impresso.pdf.https://educapes.capes.gov.br/bitstream/capes/734901/2/Aprendizagem_Autodirigida_impresso.pdf.
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	Sumário
	Apresentação da disciplina 
	Andragogia: a educação de jovens e adultos 
	Objetivos 
	1. Pedagogia e Andragogia - as diferenças entre os processos de aprendizagem das crianças e dos adu
	2. Andragogia: a educação de jovens, adultos e idosos 
	3. Pilares da Andragogia 
	Referências 
	Modelo andragógico e estilos de aprendizagem 
	Objetivos 
	1. Introdução 
	2. Modelo de Barbe e Modelo Vark 
	3. A aprendizagem experiencial de Kolb 
	4. Refletindo sobre um modelo andragógico de aprendizagem de adultos 
	Referências 
	Métodos, técnicas e práticas andragógicos 
	Objetivos 
	1. O Método andragógico de Malcolm Knowles 
	2. Metodologias, técnicas e práticas andragógicas 
	3. Novas tecnologias de informação e comunicação, ensino híbrido e a educação a distância (EAD) 
	Referências 
	Heutagogia e a aprendizagem autodirigida 
	Objetivos 
	1. Heutagogia 
	2. Aprender a aprender 
	Referências

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