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<p>ACESSE AQUI ESTE</p><p>MATERIAL DIGITAL!</p><p>INGRID COSTA BRAZ</p><p>ASSISTÊNCIA DE</p><p>ENFERMAGEM</p><p>NO CENTRO</p><p>CIRÚRGICO</p><p>Coordenador(a) de Conteúdo</p><p>Barbara Mayer</p><p>Projeto Gráfico e Capa</p><p>Arthur Cantareli Silva</p><p>Editoração</p><p>Nivaldo Vilela de Oliveira Junior</p><p>Design Educacional</p><p>Kátia Salvato</p><p>Revisão Textual</p><p>Cindy Luca</p><p>Ilustração</p><p>Eduardo Aparecido Alves</p><p>Fotos</p><p>Shutterstock e Envato</p><p>Impresso por:</p><p>Bibliotecária: Leila Regina do Nascimento - CRB- 9/1722.</p><p>Ficha catalográfica elaborada de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).</p><p>Núcleo de Educação a Distância. BRAZ, Ingrid Costa;</p><p>Assistência de Enfermagem no Centro Cirúrgico / Ingrid Costa Braz.</p><p>- Florianópolis, SC: Arqué, 2024.</p><p>164 p.</p><p>ISBN papel 978-65-6137-538-2</p><p>ISBN digital 978-65-6137-536-8</p><p>1. Assistência 2. Enfermagem 3. EaD. I. Título.</p><p>CDD - 610.73</p><p>EXPEDIENTE</p><p>FICHA CATALOGRÁFICA</p><p>N964</p><p>03506815</p><p>https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/20897</p><p>RECURSOS DE IMERSÃO</p><p>Utilizado para temas, assuntos ou con-</p><p>ceitos avançados, levando ao aprofun-</p><p>damento do que está sendo trabalhado</p><p>naquele momento do texto.</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você</p><p>terá indicações de filmes</p><p>que se conectam com o</p><p>tema do conteúdo.</p><p>INDICAÇÃO DE FILME</p><p>Uma dose extra de</p><p>conhecimento é sempre</p><p>bem-vinda. Aqui você terá</p><p>indicações de livros que</p><p>agregarão muito na sua</p><p>vida profissional.</p><p>INDICAÇÃO DE LIVRO</p><p>Utilizado para desmistificar pontos</p><p>que possam gerar confusão sobre o</p><p>tema. Após o texto trazer a explicação,</p><p>essa interlocução pode trazer pontos</p><p>adicionais que contribuam para que</p><p>o estudante não fique com dúvidas</p><p>sobre o tema.</p><p>ZOOM NO CONHECIMENTO</p><p>Este item corresponde a uma proposta</p><p>de reflexão que pode ser apresentada por</p><p>meio de uma frase, um trecho breve ou</p><p>uma pergunta.</p><p>PENSANDO JUNTOS</p><p>Utilizado para aprofundar o</p><p>conhecimento em conteúdos</p><p>relevantes utilizando uma lingua-</p><p>gem audiovisual.</p><p>EM FOCO</p><p>Utilizado para agregar um con-</p><p>teúdo externo.</p><p>EU INDICO</p><p>Professores especialistas e con-</p><p>vidados, ampliando as discus-</p><p>sões sobre os temas por meio de</p><p>fantásticos podcasts.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>PRODUTOS AUDIOVISUAIS</p><p>Os elementos abaixo possuem recursos</p><p>audiovisuais. Recursos de mídia dispo-</p><p>níveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem.</p><p>4</p><p>111U N I D A D E 3</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .112</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO: CONCEITOS E EQUIPE QUE COMPÕE A</p><p>UNIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .130</p><p>VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS NA CENTRAL DE MATERIAIS E</p><p>ESTERILIZAÇÃO (CME) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .148</p><p>7U N I D A D E 1</p><p>CONCEITOS BÁSICOS EM CENTRO CIRÚRGICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8</p><p>CENTRO CIRÚRGICO: CONCEITOS E ATIVIDADES REALIZADAS</p><p>NA UNIDADE . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24</p><p>ASSISTÊNCIA EM CENTRO CIRÚRGICO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42</p><p>61U N I D A D E 2</p><p>CENTRO CIRÚRGICO: ESTRUTURA FÍSICA E EQUIPE DE ENFERMAGEM . . . . . . . . .62</p><p>SRPA, ÉTICA E HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM E COMPLICAÇÕES NO PÓS-</p><p>OPERATÓRIO IMEDIATO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .94</p><p>5</p><p>SUMÁRIO</p><p>UNIDADE 1</p><p>MINHAS METAS</p><p>CONCEITOS BÁSICOS</p><p>EM CENTRO CIRÚRGICO</p><p>Compreender o que é centro cirúrgico.</p><p>Conhecer os profissionais que atuam nesse setor.</p><p>Entender a finalidade e os objetivos do centro cirúrgico.</p><p>Aprender a estrutura física do centro cirúrgico.</p><p>Conhecer a história dos procedimentos cirúrgicos.</p><p>Compreender as atribuições da equipe de enfermagem.</p><p>Saber a importância do enfermeiro que atua no centro cirúrgico.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>O enfermeiro que atua no centro cirúrgico deve ter espírito dinâmico, domí-</p><p>nio sobre a equipe e deter o poder do dimensionamento das salas cirúrgicas de</p><p>acordo com o mapa. É preciso sempre priorizar as urgências/emergências dos</p><p>pacientes e saber lidar com os conflitos das equipes médicas.</p><p>Frente a essa vivência, é possível perceber a importância da presença do enfer-</p><p>meiro no setor do centro cirúrgico, na recuperação pós-anestésica e na central de</p><p>materiais. Nesses locais, esse profissional atua como líder da equipe de enfermagem,</p><p>gerenciador de problemas, pessoas e materiais e no cuidado direto com o paciente,</p><p>visando à segurança e a uma assistência de excelência. Atuar em um setor complexo</p><p>e que exige maiores responsabilidades, como o centro cirúrgico, fez, em um primeiro,</p><p>momento, aflorar sentimentos de medo, insegurança e ansiedade. Isso proporcionou</p><p>uma maior exigência em relação aos estudos, postura e conhecimentos.</p><p>O conceito de enfermagem no centro cirúrgico é muito amplo, porque carac-</p><p>teriza a real necessidade da assistência e do apoio em um dos setores e departa-</p><p>mentos de maior importância no ramo hospitalar. E quando pensamos na relação</p><p>do profissional com as práticas a serem executadas no período pós-operatório?</p><p>Quais são as técnicas usadas? Quais diretrizes devem ser obedecidas?</p><p>Quando analisamos o papel do enfermeiro no centro cirúrgico, devemos, pri-</p><p>meiro, averiguar a fundo o quanto esse profissional é de suma importância para o</p><p>andamento de todas as operações que visam ao bem-estar do paciente durante os</p><p>períodos, pré, trans e pós-operatório. Tendo isso em mente, o papel do enfermeiro</p><p>se torna algo além de uma simples função, afinal, assim como nós já estudamos,</p><p>esse papel pode ser considerado uma especialização para quem o executa.</p><p>O tema abordado no podcast nos mostrará os aspectos estruturais e funcionais</p><p>de uma unidade cirúrgica. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>CENTRO CIRÚRGICO</p><p>É possível definir a cirurgia como a parte terapêutica empenhada no trata-</p><p>mento de enfermidades usando processos operatórios manuais e instrumen-</p><p>tais. Ela não se limita à operação, mas também se preocupa com a patologia,</p><p>a clínica, a terapêutica cirúrgica, a conveniência e os cuidados pré, trans e</p><p>pós-operatórios (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os cirurgiões aparecem na história como pessoas que dispunham de um</p><p>conhecimento superior quanto às noções de anatomia. Essas noções eram</p><p>aprendidas a partir da análise de animais comumente sacrificados em tempos</p><p>antigos (SAMPAIO, 2018).</p><p>O ambiente cirúrgico, muitas vezes, chamado de centro cirúrgico (CC),</p><p>pode ser definido como o local onde são realizados os procedimentos anestésico-</p><p>cirúrgicos, além de abranger a recuperação pós-anestésica e operatória imediata.</p><p>De acordo com a organização hospitalar, há, também, a Central de Materiais e</p><p>Esterilização (CME) (SAMPAIO, 2018).</p><p>O CC constitui uma das unidades mais complexas do ambiente hospitalar</p><p>por conta das próprias características e particularidades. Ele tem um conjunto</p><p>de áreas e instalações que asseguram as melhores condições de segurança para o</p><p>paciente na efetivação da cirurgia (SAMPAIO, 2018).</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Nós te convidamos a aprofundar os seus conhecimentos sobre o tema, ao ler</p><p>o artigo denominado Centro cirúrgico: desafios e estratégias do enfermeiro nas</p><p>atividades gerenciais.</p><p>ter sido posicionado na mesa cirúrgica e preparado</p><p>com os panos de campo estéreis. Panos impermeáveis, grandes, devem cobrir toda</p><p>a mesa de instrumento. Para abri-los, os panos de campo e o invólucro externo</p><p>precisam ser posicionados na mesa de instrumento e a superfície exposta da cor-</p><p>tina é presa suavemente embaixo. A superfície inferior do campo exposta deve ser</p><p>gentilmente segurada, e as pontas e, depois, os lados, devem ser desdobrados. Uma</p><p>vez aberto o pano, pessoas não esterilizadas não devem tocá-lo (SAMPAIO, 2018).</p><p>Após aberto o pacote de instrumentos, eles devem ser posicionados de modo</p><p>que possam ser facilmente alcançados. A disposição dos instrumentos é geral-</p><p>mente determinada pela preferência do cirurgião, mas agrupar os instrumentos</p><p>similares (tesouras e afastadores, por exemplo) facilita o devido uso. Sempre que</p><p>uma cavidade do corpo é aberta, os tampões devem ser contados no começo do</p><p>procedimento (antes de a incisão ser feita) e, novamente, antes de se fechar a in-</p><p>cisão, para garantir que nenhum tampão tenha sido inadvertidamente deixado na</p><p>cavidade. Instrumentos contaminados e tampões sujos não devem ser colocados</p><p>de volta na mesa de instrumentos (SOBECC, 2017; SAMPAIO, 2018).</p><p>Os instrumentais cirúrgicos utilizados no ambiente hospitalar são tidos como</p><p>recursos materiais e têm extrema importância dentro de uma instituição, seja</p><p>com fins lucrativos, ou não, pois representam 75% do capital dos estabelecimen-</p><p>tos de assistência à saúde. Portanto, a forma de administrá-los reflete diretamente</p><p>nos custos hospitalares. O excesso de instrumentais processados e não utilizados</p><p>pode resultar no aumento de custos, além da depreciação, da deterioração e do</p><p>desperdício deles (SOBECC, 2017; SAMPAIO, 2018).</p><p>5</p><p>1</p><p>Um procedimento cirúrgico é uma prática médica que envolve uma interven-</p><p>ção no corpo humano. Essa intervenção geralmente demanda cortes e o corpo.</p><p>A partir disso, tudo é manipulado pelo cirurgião. Embora seja, de fato, um ato</p><p>que causa um ferimento, tudo é controlado. Existem diversos cuidados adotados</p><p>para que a prática seja segura e indolor (SAMPAIO, 2018).</p><p>As características dos padrões de descrição para os instrumentais cirúrgicos</p><p>foram definidas de acordo com cada tipo de instrumento. Os instrumentos cirúrgi-</p><p>cos se enquadram na RDC n° 185, de 22 de outubro de 2001, da Agência Nacional</p><p>de Vigilância Sanitária (Anvisa) como “produto médico invasivo cirurgicamente</p><p>– Produto médico invasivo que penetra no interior do corpo humano através da su-</p><p>perfície corporal por meio ou no contexto de uma intervenção cirúrgica”, podendo</p><p>ser também “produto médico de uso único – Qualquer produto médico destinado a</p><p>ser usado na prevenção, diagnóstico, terapia, reabilitação ou anticoncepção, utilizá-</p><p>vel somente uma vez, segundo especificado pelo fabricante” (BRASIL, 2001, p. 26).</p><p>No universo de pinças, tesouras, bisturis, afastadores, curetas e tantos outros</p><p>instrumentos, com diversos modelos, formatos de pontas e tamanhos, aplica-</p><p>ções específicas e outras características, cada instrumental faz parte de uma</p><p>determinada categoria (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os itens identificados como instrumentais cirúrgicos foram classificados</p><p>considerando a tecnologia da cirurgia (convencionais, videocirurgia e instru-</p><p>mentais para endoscopia, e materiais específicos para a cirurgia robótica) e o tipo</p><p>de uso, isto é, se de uso único ou reutilizável. Foram nominados de instrumentos</p><p>cirúrgicos convencionais aqueles que são utilizados em cirurgias abertas, con-</p><p>servadoras (BRASIL, 2003; SAMPAIO, 2018).</p><p>No que diz respeito aos instrumentos de diérese, os principais são, como</p><p>já descritos, os bisturis, as tesouras, as serras e as agulhas, o trépano, as ruginas</p><p>entre outros instrumentos capazes de separar os tecidos com fim operatório</p><p>(BRASIL, 2003; SAMPAIO, 2018).</p><p>Em relação aos instrumentos de hemostasia e preensão, a hemostasia é</p><p>entendida como o controle ou a interrupção do fluxo sanguíneo. Ela pode ser</p><p>classificada como temporária ou definitiva, além de preventiva ou corretiva</p><p>(BRASIL, 2003; SAMPAIO, 2018).</p><p>Os instrumentos de síntese são os responsáveis pelas manobras destinadas</p><p>à reconstituição anatômica e/ou funcional. Para isso, são utilizadas agulhas</p><p>e pinças especiais para conduzi-las, denominadas porta-agulhas. Eles são</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>fundamentais para a confecção das suturas, já que a maioria das agulhas são</p><p>curvas e os espaços cirúrgicos são exíguos (BRASIL, 2003; SAMPAIO, 2018).</p><p>Já os elementos mecânicos são usados para afastar os tecidos secciona-</p><p>dos ou separados, expondo os planos anatômicos ou órgãos subjacentes. São</p><p>classificados como estáticos (autofixantes) ou dinâmicos (manuais) (BRASIL,</p><p>2003; SAMPAIO, 2018).</p><p>Os afastadores manuais são de posicionamento variado, que é alterado</p><p>pela necessidade do momento operatório. Já os estáticos mantêm uma posição</p><p>predeterminada durante todo o procedimento operatório, sendo de grande valia</p><p>quando há um número reduzido de assistentes, que podem, então, assumir outros</p><p>papéis dentro da cirurgia (BRASIL, 2003; SAMPAIO, 2018).</p><p>ANATOMOPATOLÓGICO</p><p>Anatomopatológico representa fragmentos de órgãos ou órgãos retirados du-</p><p>rante o procedimento cirúrgico. O anatomopatológico que está sendo extraído da</p><p>cirurgia deve ser acondicionado em um recipiente adequado. Deve-se perguntar</p><p>ao cirurgião o nome da peça e o destino do material, e receber e acondicionar o</p><p>material em um frasco estéril, imerso em solução de formol tamponado 10%. O</p><p>volume ideal é 10 vezes o volume da peça. O frasco deve ter o tamanho ideal para</p><p>o bom acondicionamento da peça. Os materiais que serão submetidos à cultura</p><p>microbiana não devem ser submersos em formol tamponado 10%, devendo ser</p><p>encaminhados, no prazo máximo de uma hora, para o laboratório de análises</p><p>clínicas. Também é necessário identificar o recipiente com etiqueta contendo os</p><p>dados do paciente, data e hora da coleta, nome do médico requisitante e nome</p><p>da amostra/peça (SOBECC, 2017).</p><p>A etiqueta deve ser colocada de maneira que seja possível visualizar a peça e não</p><p>deve ser colocada na tampa. Também é preciso tampar o frasco de forma que fique</p><p>bem vedado e realizar um teste para verificar o fechamento, evitando que ocorra</p><p>extravasamento do líquido. Nos casos em que o ato cirúrgico originar mais de uma</p><p>peça, elas precisam ser identificadas por números no recipiente e no pedido. Depois,</p><p>é necessário encaminhar para local próprio, destinado para a guarda das peças, até</p><p>que seja enviado ao laboratório acompanhado da solicitação e do pedido de exame</p><p>anatomopatológico devidamente preenchido e de forma legível (SOBECC, 2017).</p><p>5</p><p>1</p><p>COMPLICAÇÕES INTRAOPERATÓRIAS</p><p>A cirurgia é uma área extensa de cuidados e que inclui muitas técnicas diferentes. Em</p><p>alguns procedimentos cirúrgicos, o tecido, como um abscesso ou um tumor, é remo-</p><p>vido. Em outros, os bloqueios são abertos. Em outros procedimentos, ainda, artérias</p><p>e veias são conectadas em novos locais para fornecer um fluxo sanguíneo adicional</p><p>para as áreas que não o recebem em quantidade suficiente (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os riscos de uma cirurgia, ou seja, a probabilidade de a cirurgia levar à morte</p><p>ou a um problema sério, dependem do tipo de cirurgia e das características da</p><p>pessoa. Os riscos, normalmente, são mais altos entre idosos. No entanto, os riscos</p><p>são determinados mais pela saúde geral do que pela idade. Distúrbios crônicos</p><p>que aumentam o risco cirúrgico e outros distúrbios tratáveis, como desidratação,</p><p>infecções e desequilíbrios nos líquidos e nos eletrólitos corporais, especialmente</p><p>insuficiência cardíaca e angina, devem ser controlados com tratamento da me-</p><p>lhor forma possível antes de uma cirurgia (SAMPAIO, 2018).</p><p>As complicações no intraoperatório podem não ser passíveis de prevenção</p><p>quando consideradas as características individuais de cada sujeito. Entretanto, todos</p><p>os esforços precisam ser direcionados para que o evento, quando ocorrer, seja bem</p><p>atendido, evitando dessa forma,</p><p>complicações adicionais maiores (SOBECC, 2017).</p><p>As complicações cirúrgicas ainda são um desafio no tratamento operatório</p><p>dos pacientes. Elas constituem uma possibilidade real no dia a dia do cirurgião.</p><p>Há diversos motivos relacionados às causas das complicações. Mesmo que o</p><p>cirurgião adote uma técnica cirúrgica adequada, a cirurgia não está livre das</p><p>intercorrências. O risco de eventos adversos diminui muito com um cuidadoso</p><p>processo de avaliação pré-operatória, o que inclui estado nutricional do paciente,</p><p>condição pulmonar e cardíaca do doente e outras questões relacionadas a possí-</p><p>veis comorbidades e medicações em uso (SOBECC, 2017).</p><p>As complicações relacionadas à cirurgia, quando não controladas e revertidas</p><p>imediatamente, podem gerar transtornos tanto para a equipe cuidadora quanto</p><p>para o paciente, haja vista que pode aumentar o tempo de cirurgia e, consequen-</p><p>temente, o tempo anestésico. A partir disso, são geradas outras complicações,</p><p>como o risco aumentado de infecções pós-operatórias (SOBECC, 2017).</p><p>No caso das complicações que podem ocorrer no período intraoperatório, toda</p><p>a equipe precisa estar preparada para atender prontamente qualquer intercorrência,</p><p>seja ela previsível, ou não, para o momento. Dessa forma, o papel do enfermeiro é</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>bastante evidente, haja vista que é o responsável pela qualidade do treinamento da</p><p>equipe que assiste a sala operatória, que prevê e provê materiais de emergências e</p><p>outros itens utilizados em cada procedimento cirúrgico específico (SOBECC, 2017).</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>À medida que nos aprofundamos nos temas relacionados à enfermagem</p><p>perioperatória, é crucial refletirmos sobre a aplicação prática desses aprendizados</p><p>em nosso futuro ambiente profissional. Os conhecimentos adquiridos até agora</p><p>não são apenas teóricos, mas representam habilidades essenciais que moldarão</p><p>o nosso desempenho no dinâmico cenário da saúde.</p><p>Compreender a importância do Sistema de Assistência de Enfermagem Pe-</p><p>rioperatória (SAEP) não apenas nos equipa com o entendimento das melhores</p><p>práticas em assistência durante o período perioperatório, mas também reforça a</p><p>nossa responsabilidade na promoção da segurança e do bem-estar do paciente.</p><p>A realização de técnicas de paramentação cirúrgica não é apenas uma</p><p>tarefa rotineira, mas uma demonstração de profissionalismo e comprometimento</p><p>com a assepsia e a segurança no ambiente cirúrgico. Essa habilidade não apenas</p><p>contribui para a prevenção de infecções, mas também ressalta a nossa dedicação</p><p>em garantir procedimentos cirúrgicos seguros e eficientes.</p><p>Ao abordar o preparo pré-operatório, estamos adquirindo a expertise neces-</p><p>sária para organizar de maneira eficaz o ambiente cirúrgico, assegurando que</p><p>todos os recursos estejam prontos para o procedimento. Isso não apenas otimiza</p><p>o tempo no centro cirúrgico, mas também demonstra a nossa capacidade de</p><p>antecipar e atender às necessidades do paciente e da equipe cirúrgica.</p><p>5</p><p>4</p><p>O conhecimento sobre a instrumentação cirúrgica e os instrumentais não é</p><p>apenas uma competência técnica, mas uma ferramenta valiosa para a participa-</p><p>ção efetiva em procedimentos cirúrgicos. Essa habilidade não somente impacta</p><p>diretamente a qualidade do cuidado ao paciente, mas também contribui para a</p><p>eficiência operacional no ambiente cirúrgico.</p><p>A compreensão do fluxo do anatomopatológico é um aspecto crítico, pois</p><p>destaca a importância da gestão adequada das amostras, garantindo as respec-</p><p>tivas integridade e rastreabilidade. Esse conhecimento não só contribui para o</p><p>diagnóstico preciso, mas também evidencia a nossa preocupação com a quali-</p><p>dade e a segurança dos processos.</p><p>Finalmente, a compreensão das complicações intraoperatórias não apenas</p><p>nos prepara para enfrentar desafios imprevistos, mas também enfatiza a impor-</p><p>tância da vigilância constante e da prontidão para uma ação rápida. Isso não</p><p>apenas ressalta a nossa capacidade de pensar rapidamente em situações críticas,</p><p>mas também destaca a nossa dedicação à segurança do paciente.</p><p>Ao aplicar essas habilidades no ambiente profissional, esteja certo de que</p><p>você está se preparando não apenas para atuar, mas para se destacar em um</p><p>mercado de trabalho que exige profissionais capacitados, comprometidos e aptos</p><p>a enfrentar os desafios do cenário de saúde atual.</p><p>UNIASSELVI</p><p>5</p><p>5</p><p>1. O enfermeiro deve estar sempre avaliando o estado de saúde do paciente em todas as</p><p>fases do tratamento. Assim, precisa considerar os aspectos fisiológicos e psicossociais para</p><p>a realização da Sistematização da Assistência em Enfermagem.</p><p>Considerando a fase perioperatória, assinale a alternativa correta:</p><p>a) A fase perioperatória engloba 2 fases distintas, sendo trans e pós-operatória.</p><p>b) A fase perioperatória engloba 3 fases distintas, sendo pré, trans e pós-operatória.</p><p>c) A fase perioperatória engloba 1 fase, sendo transoperatório.</p><p>d) A fase perioperatória engloba 1 fase, sendo pré-operatório.</p><p>e) A fase perioperatória engloba 3 fases distintas, sendo pré, trans e alta hospitalar.</p><p>2. Com a evolução da cirurgia, o desafio é transformar o ato cirúrgico em uma atividade</p><p>científica e em uma escolha terapêutica segura. Os enfermeiros que atuam no período</p><p>perioperatório devem ter habilidades e competências para planejar um cuidado indivi-</p><p>dualizado ao paciente cirúrgico.</p><p>Considerando a fase perioperatória, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - Consiste em três fases.</p><p>II - O período perioperatório não possui fase.</p><p>III - O período perioperatório não tem participação alguma da enfermagem.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>1</p><p>3. A assistência de enfermagem na SRPA tem o objetivo de assistir o paciente até que ele</p><p>tenha se recuperado dos efeitos dos anestésicos por meio da observação dos sinais vi-</p><p>tais. Objetiva-se que a consciência e as funções motoras e sensitivas retornem aos níveis</p><p>normais.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - O enfermeiro deverá inspecionar prontamente o paciente, enquanto avalia o padrão</p><p>respiratório.</p><p>PORQUE</p><p>II - Sem esse procedimento, não se saberá o grau de cura em que se encontra o paciente.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>5</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução-RDC nº 185,</p><p>de 22 de outubro de 2001. Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 138, n. 212, p. 25-29,</p><p>6 nov. 2001.</p><p>BRASIL. Ministério da Saúde. Profissionalização de auxiliares de enfermagem. Cadernos do</p><p>aluno. Saúde do adulto. Assistência cirúrgica/atendimento de emergência. 2. ed. Brasília, DF:</p><p>Ministério da Saúde; Rio de Janeiro: Fiocruz, 2003.</p><p>FENGLER, F. C.; MEDEIROS, C. R. G. Sistematização da assistência de enfermagem no período</p><p>perioperatório: análise de registros. Revista SOBECC, v. 25, n. 1, p. 50-57, 2020.</p><p>SAMPAIO, M. de O. Enfermagem em centro cirúrgico. Londrina: Editora e Distribuidora Educa-</p><p>cional S.A., 2018.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>5</p><p>8</p><p>1. Opção B.A fase perioperatória engloba três fases distintas, sendo pré, trans e pós-operatória.</p><p>2. Opção A.</p><p>3. Opção C.A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>GABARITO</p><p>5</p><p>9</p><p>UNIDADE 2</p><p>MINHAS METAS</p><p>CENTRO CIRÚRGICO: ESTRUTURA</p><p>FÍSICA E EQUIPE DE ENFERMAGEM</p><p>Conhecer a Sala de Recuperação</p><p>Pós-Anestésica (SRPA).</p><p>Compreender o período pré-operatório imediato.</p><p>Entender os cuidados ao paciente na SRPA.</p><p>Compreender a escala de Aldrete e Kroulik.</p><p>Analisar a estrutura física da unidade.</p><p>Reconhecer o papel do enfermeiro na SRPA.</p><p>Entender o papel da equipe de enfermagem no Centro Cirúrgico.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 4</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>A principal função de um enfermeiro no centro cirúrgico é prestar assistência</p><p>ao paciente. Contudo, engana-se quem acredita que a atuação desse profissio-</p><p>nal se restringe a isso. Além da assistência, o enfermeiro, no Centro Cirúrgico,</p><p>também pode realizar atividades administrativas que contribuem para que o</p><p>setor funcione perfeitamente e de forma eficaz.</p><p>O enfermeiro é o profissional que conhece o paciente, avalia as condições</p><p>físicas e emocionais dele e busca construir uma relação de confiança para</p><p>identificar as principais necessidades a serem atendidas. É ele quem atua não</p><p>apenas no atendimento direto ao paciente, mas também no preparo psicológico</p><p>dele. É essencial que esse profissional tenha uma abordagem calma, otimista e</p><p>compreensiva, principalmente para entender quais são as principais aflições do</p><p>paciente e tomar as medidas necessárias para acalmá-lo. No pré-operatório, o</p><p>enfermeiro também é o responsável pelo preparo físico do paciente.</p><p>Além disso, o enfermeiro atua no cuidado do leito no qual o paciente será aco-</p><p>modado, avaliando a limpeza e a esterilização tanto no pré quanto no pós-operatório.</p><p>As atividades gerenciais do enfermeiro são ações feitas com a finalidade de assegurar</p><p>a qualidade da assistência de enfermagem e o bom funcionamento da instituição.</p><p>No Centro Cirúrgico (CC), temos a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA).</p><p>Que tal conhecer mais a respeito dessa estrutura e da importância dela dentro do</p><p>CC? Esse será o tema abordado em nosso podcast. Recursos de mídia disponí-</p><p>veis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Descubra a vital importância do enfermeiro na Sala de Recuperação Pós-</p><p>Anestésica (SRPA). Leia o artigo que destaca as intervenções cruciais realizadas</p><p>pelo enfermeiro e explora as complicações que podem surgir nesse ambiente</p><p>essencial para a recuperação pós-anestésica. Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA (SRPA)</p><p>O Centro Cirúrgico (CC) é um setor isolado e de grande complexidade dentro</p><p>do ambiente hospitalar. Trata-se de um setor dinâmico, estressante e hostil. Ele</p><p>apresenta um ambiente físico frio e fechado, o que estimula o silêncio e o distan-</p><p>ciamento entre a equipe multidisciplinar e o paciente, transformando o cuidado</p><p>em um trabalho mecânico e sem humanização na assistência. Dentro do Centro</p><p>Cirúrgico, temos a Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA), que constitui</p><p>uma parte do bloco cirúrgico, o que facilita o acesso da equipe. Na ocorrência</p><p>de complicações pós-operatórias, o paciente poderá ser avaliado rapidamente e,</p><p>caso seja necessário, poderá ser encaminhado novamente à Sala de Operações.</p><p>Os objetivos da SRPA são proporcionar a recuperação dos pacientes e prevenir</p><p>e detectar precocemente as complicações relacionadas ao procedimento anestésico-</p><p>-cirúrgico. O foco da assistência de enfermagem na SRPA é assistir o paciente até que</p><p>ele tenha se recuperado dos efeitos dos anestésicos e os sinais vitais, a consciência e as</p><p>funções motoras e sensitivas dele retornem aos níveis pré-operatórios (CARVALHO;</p><p>BIANCHI, 2016; SOBECC, 2017).</p><p>O enfermeiro que atua na SRPA precisa planejar o cuidado, visando res-</p><p>tabelecer o equilíbrio fisiológico do paciente com o menor índice de compli-</p><p>cações possível. Para o alcance desses objetivos, o enfermeiro deve identificar</p><p>os diagnósticos de enfermagem e assistir o paciente de forma individualizada</p><p>(CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018).</p><p>A enfermagem no Centro Cirúrgico engloba as três fases: a pré, a trans e a</p><p>pós-operatória. Essas fases ocorrem de forma sequencial, sendo necessárias,</p><p>em cada fase, as intervenções para a enfermagem (CARVALHO; BIANCHI,</p><p>2016; SAMPAIO, 2018).</p><p>Os principais objetivos da assistência de enfermagem no perioperatório são</p><p>diminuir o risco cirúrgico, propiciando um ambiente seguro para o paciente, e</p><p>promover a recuperação e a reabilitação no pós-operatório. A enfermagem pe-</p><p>rioperatória atua em um contexto caracterizado por rápidas mudanças tecnoló-</p><p>gicas, econômicas e culturais, as quais implicam adaptação contínua e requerem</p><p>programas de educação permanente efetivos e atualizados.</p><p>1</p><p>4</p><p>A assistência de enfermagem ao paciente no perioperatório inclui o cuidado</p><p>direto e o respectivo gerenciamento, bem como o constante questionamento,</p><p>resultando na realização de pesquisas na área de enfermagem. A recuperação,</p><p>a segurança e o bem-estar do paciente cirúrgico e da família dele constituem os</p><p>principais resultados a serem alcançados pela equipe de enfermagem durante os</p><p>períodos pré, trans e pós-operatório (CARVALHO; BIANCHI, 2016).</p><p>O paciente deve ser encaminhado à SRPA logo após o término do procedi-</p><p>mento anestésico-cirúrgico. Essa transferência deve ser realizada pelo enfermei-</p><p>ro, técnico em enfermagem e/ou membro da equipe cirúrgica e pelo anestesista.</p><p>A responsabilidade da transferência do paciente é do anestesiologista, que deve</p><p>permanecer na cabeceira da cama/maca para a manutenção das vias aéreas.</p><p>Essa fase é um momento que requer cuidado e atenção, pois o paciente está</p><p>sob efeitos residuais de anestésicos e com os reflexos prejudicados, podendo apre-</p><p>sentar dor, náuseas, frio, tremores e sentimentos de solidão e temor relacionados</p><p>às expectativas diante dos resultados da cirurgia. O transporte deve proporcionar</p><p>segurança e, para tanto, é preciso manter a cabeceira da cama/maca elevada, com</p><p>as grades laterais elevadas, e promover o aquecimento térmico. Também se deve</p><p>utilizar, quando necessário, suporte de oxigênio e oximetria de pulso (CARVA-</p><p>LHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018).</p><p>O enfermeiro precisa avaliar o estado de saúde do paciente em todas as</p><p>fases do tratamento dele, considerando os aspectos fisiológicos e psicossociais.</p><p>Além disso, deve:</p><p>■ Estabelecer os diagnósticos de enfermagem e as respectivas intervenções.</p><p>■ Participar do ensino ao paciente e dos familiares dele.</p><p>■ Assegurar a implementação de medidas de prevenção e controle de in-</p><p>fecções.</p><p>■ Estabelecer o cuidado de enfermagem.</p><p>■ Aplicar estratégias para tentar diminuir o medo e a ansiedade desenca-</p><p>deados pelo procedimento cirúrgico, bem como avaliar os resultados.</p><p>A assistência de enfermagem precisa estar organizada a partir de um método</p><p>científico que contribua para a avaliação do paciente, a identificação dos diag-</p><p>nósticos de enfermagem e o planejamento da assistência com base no Processo</p><p>de Enfermagem (CARVALHO; BIANCHI, 2016).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Para a avaliação e o plano de cuidado do paciente na SRPA, algumas escalas</p><p>são utilizadas. No entanto, muitas foram elaboradas e validadas por médicos,</p><p>como a escala de Aldrete e Kroulik. Essa escala é de 1970 e, nos dias atuais,</p><p>ainda é a mais utilizada na SRA, mas não avalia complicações ou riscos. Até o</p><p>momento, não existe um instrumento que atenda às necessidades dos cuidados</p><p>de enfermagem, os quais são prestados em tempo integral ao paciente.</p><p>A escala de Aldrete e Kroulik é utilizada, desde a criação, na avaliação e na</p><p>evolução dos pacientes no período pós-anestésico mediante a análise da atividade</p><p>muscular, da respiração, da circulação, da consciência e da saturação de oxigênio</p><p>(CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018).</p><p>Período pós-operatório imediato</p><p>Os cuidados pós-operatórios têm início ao final da cirurgia e continuam na sala</p><p>de recuperação e ao longo da internação até o período de alta (CARVALHO;</p><p>BIANCHI, 2016).</p><p>A fase pós-operatória é a terceira fase da experiência</p><p>cirúrgica. Ela se en-</p><p>contra didaticamente dividida em três etapas:</p><p>1</p><p>1</p><p>■ 1) Imediata: corresponde às primeiras 12 ou 24 horas após o término da ci-</p><p>rurgia.</p><p>■ 2) Mediata: inicia-se após as primeiras 24 horas e se desenvolve por um perío-</p><p>do variável até o dia da alta hospitalar.</p><p>■ 3) Tardia: sucede a etapa anterior e se estende por um a dois meses, até a</p><p>completa cicatrização das lesões (CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO,</p><p>2018; SOBECC, 2017).</p><p>O período Pós-Operatório Imediato (POI) corresponde ao período em que o</p><p>paciente está se recuperando da anestesia. Ele tem início na recepção do paciente</p><p>na Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). As primeiras SRPA surgiram em</p><p>1800. No entanto, esse ambiente somente ficou amplamente estabelecido após</p><p>a Segunda Guerra Mundial. Em 1947, o The Journal of The American Medical</p><p>Association publicou um estudo que avaliou 306 óbitos ocorridos no pós-ope-</p><p>ratório, identificando os seguintes fatores de risco: controle inadequado do pa-</p><p>ciente, oxigenação insuficiente, administração excessiva de agente anestésico,</p><p>erros de julgamento clínico, seleção inadequada do agente anestésico, supervisão</p><p>inadequada, erros de técnica, problemas com sedação, obstrução de vias aéreas</p><p>no período intraoperatório e laringoespasmo. Alguns desses fatores ainda ocor-</p><p>rem nos dias atuais, mas com menor frequência, em decorrência dos avanços nas</p><p>técnicas de anestesia e na tecnologia de monitoração, que possibilitam um maior</p><p>controle dos sinais vitais (CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018).</p><p>Com a modernização da anestesia, cresceu a demanda por um cuidado pós-</p><p>-anestésico sistematizado. Ao mesmo tempo, houve uma maior oferta de tecno-</p><p>logia, o que possibilitou a avaliação com maior precisão e rapidez do paciente</p><p>no POI. Observaram-se, assim, uma redução da morbidade e da mortalidade</p><p>dos pacientes e uma diminuição do período de hospitalização. Não se pode pre-</p><p>ver com exatidão como será o futuro. Todavia, acredita-se que as SRPA e os</p><p>enfermeiros continuarão desempenhando um importante papel para o sucesso</p><p>da recuperação de pacientes submetidos a procedimentos anestésico-cirúrgicos</p><p>(CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>O paciente deve ser encaminhado à SRPA pelo circulante de sala e pelo anes-</p><p>tesista responsável pelo ato anestésico. Eles devem transmitir as informações e</p><p>as intercorrências do transoperatório ao profissional que atua na SRPA, o qual</p><p>realiza a admissão do paciente, auxiliando no posicionamento dele de forma</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>confortável, promovendo aquecimento, realizando a monitorização, verificando</p><p>a permeabilidade de acessos venosos, drenos, sondas e outros cateteres, man-</p><p>tendo-os abertos ou fechados, conforme orientação do cirurgião. A partir disso,</p><p>inicia-se a assistência pós-operatória imediata (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os cuidados de enfermagem ao paciente no Pós-Operatório Imediato (POI)</p><p>começa com a avaliação do nível de consciência e a avaliação dos sinais. Os re-</p><p>sultados dessas avaliações são comparados com os resultados apresentados no</p><p>pré-operatório. Logo após, deve ser avaliado o padrão respiratório, em que se</p><p>observa a expansibilidade do tórax, além da profundidade respiratória, utilizando</p><p>a oximetria de pulso para a verificação de saturação de oxigênio do paciente.</p><p>A frequência cardíaca e o ritmo do pulso também são avaliados utilizando o</p><p>cardioscópio. Para a avaliação contínua dos pacientes, é necessário que as uni-</p><p>dades de SRPA disponham de monitores multiparâmetros. Deve-se verificar a</p><p>temperatura axilar, a presença de dor e os estados psicológico e emocional. Outra</p><p>função que deve ser avaliada no momento da admissão do paciente é a mobili-</p><p>dade dos membros inferiores, sobretudo, em pacientes submetidos à bloqueio</p><p>espinhal ou peridural (SAMPAIO, 2018).</p><p>As complicações que mais acontecem na SRPA são: hipotermia, hipoxemia,</p><p>edema pulmonar, apneia, tremores, náuseas e vômitos, retenção urinária, altera-</p><p>ções do ritmo cardíaco, hipertensão arterial, hipotensão, depressão respiratória,</p><p>sangramento, dor e o próprio posicionamento cirúrgico como fator desencadeante</p><p>de complicações no pós-operatório imediato (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>Para a avaliação do estado fisiológico dos pacientes submetidos ao procedi-</p><p>mento anestésico-cirúrgico, tem-se utilizado, na maioria das SRPA, o índice de</p><p>Aldrete e Kroulik. Esse índice se baseia na avaliação dos sistemas cardiovas-</p><p>cular, respiratório, nervoso central e muscular. Cada resposta referente a cada</p><p>item recebe uma pontuação que varia de 0 a 2. Após a avaliação de cada item,</p><p>somam-se os escores, obtendo-se um escore total, que subsidiará o julgamento</p><p>de alta, ou não, do paciente da SRPA. Assim, a máxima pontuação no índice</p><p>é de 10 pontos e considera-se que o paciente está apto a receber alta da SRPA</p><p>quando atingir pontuação igual ou superior a 8 (CARVALHO; BIANCHI, 2016;</p><p>SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>1</p><p>8</p><p>Com a mesma finalidade, o índice de Aldrete e Kroulik para pacientes ambu-</p><p>latoriais abrange a avaliação dos sistemas cardiovascular, respiratório, nervoso</p><p>central e muscular, adicionada aos parâmetros do curativo, dor, deambulação,</p><p>alimentação e diurese. Cada resposta referente a cada item recebe uma pon-</p><p>tuação que varia de 0 a 2. Após a avaliação de cada item, somam-se os escores,</p><p>obtendo-se um escore total, o qual subsidiará o julgamento de alta, ou não, do</p><p>paciente ambulatorial da SRPA. Assim, a máxima pontuação nesse índice é 20</p><p>e considera-se que o paciente está apto a receber alta da SRPA quando atingir</p><p>pontuação igual ou superior a 18 (CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO,</p><p>2018; SOBECC, 2017).</p><p>Um aspecto de extrema importância na SRPA é a avaliação da função respi-</p><p>ratória. O enfermeiro deverá estar atento ao padrão respiratório, principalmen-</p><p>te se o paciente apresentar fatores de risco para complicações respiratórias no</p><p>POI, como idade avançada, obesidade, tabagismo, doenças pulmonares prévias</p><p>(como doença pulmonar obstrutiva crônica – DPOC), pós-operatório de cirur-</p><p>gias abdominais e de cabeça/pescoço, pós-operatório de cirurgias de emergência,</p><p>pós-operatório de cirurgias de longa duração (mais de três horas), pós-anestesia</p><p>geral e uso de opioides e de bloqueadores neuromusculares.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>Dentre os problemas respiratórios mais comuns e importantes no POI, está a hi-</p><p>poxemia, definida como a diminuição da concentração de oxigênio no sangue. É</p><p>uma complicação comum e potencialmente séria, dependendo do grau. A manei-</p><p>ra mais fidedigna de identificar o grau da hipoxemia é mediante análise dos gases</p><p>sanguíneos (gasometria), isto é, mediante a análise da pressão parcial de oxigênio</p><p>(PaO2) e da pressão parcial de gás carbônico (PaCO2) presentes tanto no sangue</p><p>arterial quanto no sangue venoso. A hipoxemia pode ser resultado da hipoventi-</p><p>lação, da obstrução das vias aéreas, do broncoespasmo ou do laringoespasmo e</p><p>das atelectasias, e tem, como fatores predisponentes, a anestesia geral, o tempo</p><p>prolongado do procedimento anestésico e o tabagismo (CARVALHO; BIANCHI,</p><p>2016; SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>APROFUNDANDO</p><p>Os pacientes que recebem a anestesia regional sob sedação recuperam o nível</p><p>de consciência minutos após deixarem a sala de cirurgia. Por outro lado, os pa-</p><p>cientes submetidos à anestesia geral, normalmente, permanecem sonolentos</p><p>em decorrência do uso de medicamentos hipnóticos e opioides, que deprimem o</p><p>Sistema Nervoso Central, adicionado ao efeito residual dos relaxantes muscula-</p><p>res, deixando-os mais suscetíveis à depressão respiratória. Outros fatores de risco</p><p>adicionais para o aparecimento do diagnóstico de enfermagem são a idade avan-</p><p>çada e a obesidade, considerando-se que os idosos já apresentam um somatório</p><p>de alterações orgânicas e funcionais, além da solubilidade lipídica dos agentes</p><p>anestésicos e dos relaxantes musculares, deixando-os mais suscetíveis à depressão</p><p>respiratória (CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018; SOBECC,</p><p>2017).</p><p>Na assistência de enfermagem pós-operatória, além da observação dos sinais</p><p>vitais, é importante considerar a existência de dispositivos utilizados para a manu-</p><p>tenção e a preservação de funções vitais, como aqueles que são introduzidos duran-</p><p>te o ato cirúrgico com finalidades específicas (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>Os drenos são artigos introduzidos em uma ferida ou cavidade e possuem a</p><p>finalidade de facilitar a saída de fluidos ou ar para evitar acúmulos em espaços po-</p><p>tenciais e drenar coleções e secreções, como hematomas, pus, seromas, em outras</p><p>regiões nas quais não há possibilidade de exposição e limpeza. Os cateteres ou</p><p>sondas são materiais semelhantes a tubos que podem ser constituídos por diferen-</p><p>1</p><p>1</p><p>tes tipos de materiais e têm diferentes calibres. Eles são introduzidos no organismo,</p><p>com a finalidade de infundir e retirar líquidos ou, ainda, para dilatação e desobs-</p><p>trução de órgãos ocos ou tubulares (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>Os drenos e cateteres são dispositivos muito presentes nos pacientes em pós-</p><p>-operatório, sendo importante que toda a equipe que atua nessa fase do período</p><p>perioperatório tenha conhecimento do tipo de dispositivo e a finalidade dele,</p><p>para que seja prestada uma assistência adequada e segura. Em certos casos, esses</p><p>drenos e cateteres podem ser tracionados pela manipulação do paciente de for-</p><p>ma inadequada, pela agitação psicomotora que ele venha a apresentar no POI e</p><p>durante a reversão da anestesia ou, ainda, quando o paciente começa a acordar</p><p>e retomar a consciência e percebe a presença do dispositivo e tenta retirá-lo</p><p>(SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>A equipe de enfermagem precisa estar atenta a essas possibilidades de intercor-</p><p>rências relacionadas aos drenos e cateteres, para que as medidas preventivas e as</p><p>intervenções para impedir tais situações sejam tomadas de forma ágil e rápida. Além</p><p>disso, a equipe deve estar atenta à finalidade dos dispositivos instalados no paciente,</p><p>como avaliar a quantidade de volume drenado e o aspecto da secreção, realizando o</p><p>registro das informações e comunicando qualquer alteração ao enfermeiro e à equipe</p><p>médica responsável pelo paciente (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>Conforme as recomendações da SOBECC para atuação do enfermeiro no</p><p>perioperatório, com base na análise dos registros de enfermagem, observou-se</p><p>deficiência nos registros e na adesão à SAEP, considerando a alta tecnologia dis-</p><p>ponível no mercado atualmente e as exigências da legislação (SOBECC, 2017).</p><p>O enfermeiro é o responsável pelo gerenciamento do período transopera-</p><p>tório do paciente, tendo ciência de que as intercorrências com instrumentais</p><p>e demais equipamentos interferem diretamente na qualidade e na segurança</p><p>assistencial, produzindo impacto na rotina de todos os profissionais envolvidos.</p><p>Inseridos no contexto institucional, os profissionais do Centro Cirúrgico (CC)</p><p>tornam-se dependentes da adequada provisão e disponibilidade de insumos</p><p>necessários para a realização de uma assistência livre de riscos aos pacientes</p><p>(CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018).</p><p>O exercício das atividades gerenciais do enfermeiro no Centro Cirúrgico</p><p>(CC) requer, de modo bastante peculiar, agilidade na tomada de decisões, co-</p><p>nhecimento técnico-científico, organização e planejamento das atividades, ha-</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 4</p><p>bilidade no trabalho em equipe, flexibilidade e comunicação eficiente com os</p><p>demais profissionais. As estratégias elencadas pelos enfermeiros convergiram</p><p>ao desenvolvimento da habilidade gerencial, ao discutirem a própria atuação no</p><p>Centro Cirúrgico (CARVALHO; BIANCHI, 2016; SAMPAIO, 2018).</p><p>No Brasil, não há legislação específica sobre as atividades do enfermeiro no</p><p>Centro Cirúrgico. As atividades do enfermeiro de Centro Cirúrgico (CC) no</p><p>cenário brasileiro circundam predominantemente nas áreas gerenciais e assis-</p><p>tenciais e, em menor proporção, na área de ensino (TREVILATO et al., 2023).</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O campo de atuação de um enfermeiro é amplo. O enfermeiro de Centro Cirúrgi-</p><p>co possui uma atuação que vai além do que costumam retratar os filmes de ficção.</p><p>A função do enfermeiro se inicia antes da cirurgia e prossegue após a realização</p><p>dos procedimentos. Esse profissional se dedica, inclusive, ao dimensionamento</p><p>das salas operatórias. Leia, a seguir, um relato de caso encontrado na literatura.</p><p>Enfermeira Cristina, que atua como gestora das unidades cirúrgicas de um</p><p>hospital do interior, está atravessando um momento de mudanças e vem toman-</p><p>do decisões para a resolução de situações relacionadas à equipe multiprofissional,</p><p>à implantação de novos processos e protocolos e ao desenvolvimento do instru-</p><p>mento de SAEP para aplicação nas unidades. No que diz respeito ao período</p><p>transoperatório, surge uma questão relacionada ao posicionamento do paciente</p><p>na mesa e à prevenção das complicações decorrentes dessa ação. Assim, como</p><p>a enfermeira Cristina poderia avaliar e monitorar esses eventos adversos rela-</p><p>cionados ao posicionamento do paciente na mesa cirúrgica? Essas informações</p><p>deveriam estar contidas no instrumento de SAEP?</p><p>1</p><p>1</p><p>A enfermeira Cristina deverá envolver a equipe de enfermeiros para discutir</p><p>a elaboração de indicadores de qualidade frente às complicações que comumente</p><p>ocorrem, como queimaduras elétricas e lesões de pele provocadas pelo atrito com</p><p>a mesa e o colchão durante o ato cirúrgico. A SAEP precisa ser elaborada de forma</p><p>que as informações referentes ao posicionamento na mesa cirúrgica e à colocação</p><p>de proteção, como coxins, locais de apoio e outras informações relevantes para o</p><p>monitoramento, estejam contidas em registro (SAMPAIO, 2018; SILVA et al., 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1. A equipe de enfermagem possui um papel fundamental na assistência ao paciente. Na Sala</p><p>de Recuperação Anestésica, deve-se receber o plantão e o registro com as informações</p><p>clínicas necessárias para realizar o planejamento da assistência no Pós-Operatório Imediato</p><p>(POI) prescritas pelo enfermeiro.</p><p>Considerando as equipes médica e de enfermagem, assinale a alternativa correta:</p><p>a) As equipes médica e de enfermagem devem ser treinadas e habilitadas a prestar cui-</p><p>dados de forma individualizada e de alta complexidade.</p><p>b) As equipes médica e de enfermagem devem ser treinadas e habilitadas a prestar cuida-</p><p>dos de forma ordenada e de baixa complexidade.</p><p>c) As equipes médica e de enfermagem devem ser treinadas e habilitadas a prestar cuida-</p><p>dos intensivos e de média complexidade.</p><p>d) As equipes médica e de enfermagem devem ser treinadas e habilitadas a prestar cuida-</p><p>dos sem complexidade e de menor riscos.</p><p>e) As equipes médica e de enfermagem devem ser treinadas e habilitadas a prestar cuida-</p><p>dos visando ao lucro para a instituição hospitalar.</p><p>2. Os primeiros Centros Cirúrgicos (CC) surgiram na Antiguidade, com a finalidade de facilitar</p><p>o trabalho da equipe médica. Somente na era moderna houve a centralização das salas de</p><p>cirurgia e de áreas comuns do CC, como lavabos, vestiários e laboratórios.</p><p>Considerando os equipamentos básicos, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - São fixos na parede acima da cabeceira de cada leito.</p><p>II - São fixos no leito do paciente, facilitando o uso deles.</p><p>III - Não são fixos e o acesso a eles se dá pela disponibilidade em uma maca próxima ao leito.</p><p>IV - Os equipamentos básicos só podem ser encontrados no almoxarifado.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II e IV, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>3. O procedimento cirúrgico é, hoje, uma das modalidades terapêuticas mais utilizadas para</p><p>o diagnóstico e o tratamento de inúmeras doenças. O ambiente do Centro Cirúrgico (CC)</p><p>deve ter finalidades e objetivos claramente definidos dentro da estrutura hospitalar, a fim</p><p>de gerar atendimento diferenciado, segurança e satisfação</p><p>ao paciente atendido.</p><p>Considerando os aspectos organizacionais da SRPA, e com base nas informações apresen-</p><p>tadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas:</p><p>I - Outro aspecto organizacional da SRPA que é importante e cada vez mais frequente</p><p>na atualidade se trata da utilização de leitos de retaguarda para a Unidade de Terapia</p><p>Intensiva (UTI).</p><p>PORQUE</p><p>II - Após o procedimento anestésico-cirúrgico, inicia-se um período considerado crítico</p><p>para o paciente, que deve permanecer sob a observação e os cuidados constantes da</p><p>equipe de enfermagem.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>5</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>CARVALHO, R. de; BIANCHI, E. R. F. (org.). Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. 2.ed.</p><p>Barueri: Manole, 2016.</p><p>SAMPAIO, M. de O. Enfermagem em centro cirúrgico. Londrina: Editora e Distribuidora Educa-</p><p>cional S.A., 2018.</p><p>SILVA, A. R. S. da et al. Manual de Normas e Rotinas da CME. [S. l.]: Empresa Brasileira de Serviços</p><p>Hospitalares (EBSERH); Universidade Federal do Vale do São Francisco; Hospital Universitário</p><p>do Vale do São Francisco, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-u-</p><p>niversitarios/regiao-nordeste/hu-univasf/acesso-a-informacao/normas/protocolos-institu-</p><p>cionais/ManualdeNormaseRotinasdaCME.pdf. Acesso em: 16 jan. 2024.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>TREVILATO, D. D. et al. Atividades do enfermeiro de centro cirúrgico no cenário brasileiro: sco-</p><p>ping review. Acta Paulista De Enfermagem, v. 36, 2023.</p><p>1</p><p>1</p><p>https://repositorio.usp.br/result.php?filter%5B%5D=author.person.name:%22Carvalho,%20Rachel%20de%22</p><p>https://repositorio.usp.br/result.php?filter%5B%5D=author.person.name:%22Bianchi,%20Estela%20Regina%20Ferraz%22</p><p>1. Opção A.</p><p>2. Opção A.</p><p>3. Opção A.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>SRPA, ÉTICA E HUMANIZAÇÃO</p><p>DO CUIDADO</p><p>Conhecer a SRPA e as escalas utilizadas.</p><p>Estudar a escala de Aldrete e Kroulik.</p><p>Compreender a importância da SAEP.</p><p>Explorar o papel do enfermeiro na SRPA.</p><p>Estudar a ética profissional.</p><p>Entender a importância da humanização do cuidado.</p><p>Compreender o papel do enfermeiro do Centro Cirúrgico (CC).</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 5</p><p>1</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>A partir do conhecimento, neste momento, adentraremos em uma nova etapa</p><p>do saber. Assim, juntos, analisaremos a assistência de enfermagem no Centro</p><p>Cirúrgico (CC). O que podemos entender desse tópico? Qual é a real necessidade</p><p>e a importância de uma assistência de enfermagem no Centro Cirúrgico? Por que</p><p>a implementação dessa assistência é tão importante dentro do setor hospitalar?</p><p>Mediante análises e estudos, esperamos que você possa adquirir os requisitos</p><p>necessários para verificar os tópicos que estudaremos.</p><p>Olá, estudante! Esperamos que, nas próximas etapas, você possa adquirir todo o</p><p>conhecimento específico sobre a assistência de enfermagem no Centro Cirúrgico</p><p>(CC) e as respectivas características.</p><p>Apanhe o seu caderno e uma caneta ou qualquer dispositivo para a realização de</p><p>anotações. Esteja preparado para o nosso podcast! O tema será escala de Aldrete</p><p>e Kroulik. Sinta-se à vontade! Esperamos que, ao final, você possa ter adquirido os</p><p>requisitos e as qualificações necessários. Recursos de mídia disponíveis no con-</p><p>teúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Explore as últimas descobertas na área de cuidados paliativos no artigo</p><p>Humanização no Centro Cirúrgico: a percepção do Técnico de Enfermagem.</p><p>Aprofunde-se nas questões atuais e nos desafios enfrentados no campo dos</p><p>cuidados paliativos. Não perca a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos</p><p>nesse importante campo da saúde. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>SRPA E AS ESCALAS DO CUIDADO</p><p>A equipe da Sala de Recuperação Pós-Anestésica</p><p>(SRPA) é composta por técnicos de enfermagem,</p><p>enfermeiros, médicos anestesiologistas e outros pro-</p><p>fissionais de saúde treinados em cuidados pós-ope-</p><p>ratórios. Eles trabalham em conjunto para garantir a</p><p>recuperação adequada e rápida dos pacientes.</p><p>Na SRPA, temos, como escala de avaliação, o Ín-</p><p>dice de Aldrete e Kroulik, que foi criado e validado</p><p>em 1970. Em 1995, ele foi submetido a uma revisão</p><p>pelos próprios autores. É utilizado, desde a criação,</p><p>na avaliação e na evolução dos pacientes no período</p><p>pós-anestésico pela análise da atividade muscular,</p><p>da respiração, da circulação, da consciência e da</p><p>saturação de oxigênio.</p><p>A pontuação varia de 0 a 2 pontos para cada pa-</p><p>râmetro: zero (0) indica condições de maior gravida-</p><p>de; um (1) corresponde a um nível intermediário; e</p><p>dois (2) representa as funções restabelecidas. Desde</p><p>a criação, o Índice de Aldrete e Kroulik tem sido uti-</p><p>lizado nos Estados Unidos, no México, na Colômbia,</p><p>no Panamá, na Argentina, no Brasil e na Espanha,</p><p>além de ter sido implantado em muitos hospitais de</p><p>outros países (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>De acordo com o Índice de Aldrete e Kroulik, a</p><p>maioria dos pacientes em SRPA atinge a pontuação</p><p>máxima na avaliação dos parâmetros clínicos após</p><p>duas horas de permanência na unidade. Contudo, a</p><p>temperatura não é incluída na avaliação proposta por</p><p>Aldrete e Kroulik (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>8</p><p>1</p><p>No dia a dia na SRPA, observa-se empiricamente que, mesmo o paciente tendo</p><p>recebido alta com 10 de pontuação conferido pelo índice de Aldrete e Kroulik, é</p><p>possível que a hipotermia ainda esteja presente e persista durante o transporte do</p><p>paciente, podendo se agravar até a chegada dele na unidade de origem e aumentar</p><p>a possibilidade de intercorrências decorrentes desse quadro. Sendo assim, ques-</p><p>tiona-se a relação entre a temperatura corporal do paciente e o indicativo de alta</p><p>determinado pelo Índice de Aldrete e Kroulik (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>O paciente em pós-operatório imediato que se encontra em processo de</p><p>regressão da anestesia pode apresentar algumas complicações que variam de</p><p>intensidade. Elas podem se tornar graves quando não observadas e tratadas pre-</p><p>cocemente. As principais complicações que ocorrem no pós-operatório imediato</p><p>e requerem atenção da equipe que assiste o paciente são:</p><p>SONOLÊNCIA:</p><p>complicação frequente no paciente cirúrgico, principalmente naqueles submetidos à</p><p>anestesia geral. Assim, a avaliação do nível de consciência desses pacientes precisa</p><p>ser verificada a partir de estímulos. Qualquer alteração observada deve ser comunica-</p><p>da imediatamente (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>SEDE:</p><p>complicação comum decorrente, em geral, da utilização de atropina durante a anes-</p><p>tesia, o que leva à diminuição das secreções e causa secura da mucosa oral. Como o</p><p>paciente ainda não deve ingerir líquidos, pode-se utilizar uma compressa umedecida</p><p>na região oral (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>DOR:</p><p>essa complicação deve ser rigorosamente observada, pois pode estar relacionada a</p><p>outras intercorrências e complicações, principalmente quando o paciente está em uso</p><p>de dispositivos, como drenos, sondas e cateteres. A dor, em geral, está localizada na</p><p>região da incisão cirúrgica e deve evoluir para melhora de forma gradativa. A intensida-</p><p>de da dor também deve ser verificada continuamente (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>NÁUSEAS/VÔMITOS:</p><p>complicação mais comum. Ela ocorre devido à ação dos anestésicos, que causam a</p><p>diminuição do peristaltismo, e aos resíduos contidos no trato gastrointestinal. Devem</p><p>ser observados de forma rigorosa, com o intuito de evitar a aspiração,</p><p>que pode levar a</p><p>uma complicação respiratória grave.</p><p>RETENÇÃO URINÁRIA:</p><p>complicação comum em pacientes submetidos a procedimentos cirúrgicos pélvicos,</p><p>abdominais e ortopédicos em membros superiores. É decorrente, em geral, da raquia-</p><p>nestesia. Ocorre a incompetência de eliminar a urina. A bexiga, então, fica cheia, po-</p><p>dendo causar dor e desconforto. Ela deve ser detectada precocemente e, nesse caso,</p><p>será necessário realizar cateterismo vesical de alívio (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>DISTENSÃO ABDOMINAL:</p><p>no pós-operatório imediato, pode ocorrer um aumento do volume do trato gastroin-</p><p>testinal, devido ao acúmulo de gases e fezes (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>8</p><p>1</p><p>ÉTICA PROFISSIONAL</p><p>Para ser um bom profissional, é necessário, além de ter os conhecimentos ne-</p><p>cessários, as habilidades técnicas e a experiência, trabalhar com base na ética.</p><p>Independentemente da sua área, há posturas que precisam ser seguidas.</p><p>A ética compreende a experiência da “morada humana”, que não significa</p><p>um determinado espaço físico, mas uma teia de relações interpessoais ou in-</p><p>terprofissionais de onde emergem as relações entre os moradores e os vizinhos.</p><p>Essas relações acontecem segundo critérios de valores, crenças e visões de mundo</p><p>que se fundam em princípios ou fundamentos, para que a convivência humana</p><p>aconteça da forma mais harmoniosa possível (COFEN, 2017).</p><p>COMPLICAÇÕES RESPIRATÓRIAS:</p><p>podem ser consideradas as complicações mais graves no pós-operatório imediato e,</p><p>portanto, requerem mais atenção, pois, quando não detectadas precocemente e trata-</p><p>das, podem acarretar em danos permanentes e óbito. A hipóxia é uma delas: ela acon-</p><p>tece quando há baixa oxigenação circulante do cérebro e pode ocorrer com a queda</p><p>da língua decorrente do efeito anestésico. Outras complicações respiratórias incluem</p><p>o broncoespasmo, que pode ocorrer durante o ato anestésico ou por obstrução das</p><p>vias aéreas provocada pelo tubo endotraqueal ou presença de secreção brônquica e</p><p>edemas de vias aéreas (glote) (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES:</p><p>também podem ocorrer alterações e obstruções em veias e artérias de membros</p><p>superiores, geralmente, em pós-operatório de procedimentos cirúrgicos pélvicos, or-</p><p>topédicos, abdominais e cirurgias vasculares. Outra complicação importante que deve</p><p>ser observada é a hemorragia, que se trata do extravasamento de sangue através de</p><p>uma veia ou artéria. A hemorragia pode levar a complicações mais graves, como o</p><p>hematoma, que acontece quando o extravasamento de sangue é local e permanece</p><p>acumulado, causando obstruções e prejuízo na irrigação de órgãos e tecidos. Além</p><p>dessas complicações, pode ocorrer o choque, complicação mais grave e que constitui</p><p>uma situação de emergência decorrente da falta ou do fornecimento insuficiente de</p><p>sangue ou oxigênio aos tecidos (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>No caso da ética na enfermagem, estamos falando de princípios que de-</p><p>vem nortear a prática profissional, a relação com outros profissionais de saúde</p><p>e instituições e, ainda, o atendimento a pacientes e familiares (COFEN, 2017).</p><p>Há várias teorias éticas e modelos de análise teórica que podem orientar a</p><p>nossa forma de ser e agir profissionalmente. Mesmo levando em consideração</p><p>que referências filosóficas e teóricas nos ajudam a pensar criticamente, é sempre</p><p>bom ter em mente que a aplicação rotineira de métodos nunca é um substituto</p><p>satisfatório para a inteligência crítica (COFEN, 2017).</p><p>Edgar Morin explica, em estudos sobre a ética, que esse imperativo se origina</p><p>em uma fonte interior ao indivíduo, que o sente no espírito como a injunção de</p><p>um dever. Ao mesmo tempo, provém de uma fonte externa, como a cultura, as</p><p>crenças, as normas de uma comunidade. Cada um vive para si e para o outro em</p><p>uma relação dialógica ao mesmo tempo, de forma complementar e antagônica.</p><p>Portanto, ser sujeito é associar egoísmo e altruísmo. O autor assinala que é impor-</p><p>tante reconhecer, nessa visão, o aspecto vital do egocentrismo e a potencialidade</p><p>fundamental do desenvolvimento do altruísmo.</p><p>É preciso reconhecer nesse contexto que o olhar</p><p>sobre a ética deve levar em consideração o fato de</p><p>que a exigência dela é vivida subjetivamente. O</p><p>universalismo ético tem um componente racional e</p><p>um componente místico justificado pela herança da</p><p>ascendência religiosa que marcou o pensamento ético no decorrer dos tempos. A</p><p>ética não propõe a soberania da razão. Ela é frágil. Permanece incerta e inacabada;</p><p>nunca está pronta e deve incessantemente regenerar-se (COFEN, 2017).</p><p>Pensar nos dilemas éticos do trabalho da enfermagem significa enfrentar</p><p>situações embaraçosas, qualquer que seja o campo de atuação profissional. A</p><p>verdade é que o dilema nos coloca diante da dificuldade de escolher a solução</p><p>ideal diante de um raciocínio que parte de premissas contraditórias e mutua-</p><p>mente excludentes em relação a uma determinada situação, ambas ingratas ou</p><p>contrárias ao nosso sentir.</p><p>Nesse contexto, surge a importância de construirmos uma cultura ética no co-</p><p>tidiano do exercício profissional para não nos perdermos pelo viés do utilitarismo.</p><p>Nesse viés, decidem aqueles que têm o poder de decisão, isto é, autonomia sobre os</p><p>outros que vivem à margem, que terminam por serem penalizados. Na sociedade</p><p>A ética não propõe a</p><p>soberania da razão.</p><p>Ela é frágil</p><p>8</p><p>4</p><p>em que vivemos, na qual há uma profunda desigualdade social, cresce e se fortalece</p><p>um cenário desumano do descuido e do abandono. Assim, a ética do cuidar assume</p><p>uma importância cada vez maior diante das fragilidades da vida (COFEN, 2017).</p><p>No exercício cotidiano dos profissionais de saúde, são inúmeras as arbitrarie-</p><p>dades registradas a cada novo dia, mesmo em se tratando de instituições que se</p><p>destinam ao ensino e à pesquisa, ao campo de aprendizagem, portanto, a estudantes</p><p>de diferentes cursos. Em decorrência disso, emerge a importância de haver uma</p><p>parceria entre o ensino e o serviço dentro de um pacto ético envolvendo docentes</p><p>e profissionais de saúde, com vistas a melhor direcionar e informar a ação discente</p><p>no processo de aprendizagem. Essa experiência é marcante, podendo se tornar edi-</p><p>ficante quando o fazer técnico e o comportamento ético se misturam e constituem</p><p>uma unidade, ou seja, são entendidos como ações inseparáveis (COFEN, 2017).</p><p>Na enfermagem, o cuidar representa a essência, embora outros profissio-</p><p>nais igualmente cuidem. No entanto, é importante refletir sobre o sentido que</p><p>conferimos à nossa atividade laboral. Sabemos que o trabalho não é um fim em</p><p>si mesmo, e sim a vida, assim como nos lembra Comte-Sponville. Entretanto,</p><p>como um meio, isto é, como uma necessidade de realização do ser humano, dá</p><p>sentido às vidas de quem cuida e do ser cuidado. Portanto, são fundamentais a</p><p>consciência e o envolvimento de quem o executa. É preciso buscar a interação</p><p>entre o cuidador e aquele que recebe o cuidado (COFEN, 2017).</p><p>HUMANIZAÇÃO DO CUIDADO NO CENTRO CIRÚRGICO</p><p>Humanização e cuidado são inseparáveis. Entende-se por humano a natureza hu-</p><p>mana bondosa e humanitária, que tem o mesmo sentido de humanidade, no qual</p><p>se inclui benevolência, clemência e compaixão. Humanizar é a prática do humano.</p><p>Visto que somos humanos, o que realizamos é humano, sendo, portanto, próprio</p><p>ao ser humano visar ao bem-estar da humanidade tanto individual como coletiva-</p><p>mente. Esse é o verdadeiro sentido de humanizar (GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>A humanização do cuidado foi interpretada como um processo que objetiva</p><p>melhorar o atendimento ao cliente, proporcionando-lhe bem-estar e acolhimen-</p><p>to, e que envolve a interação entre equipe e paciente. O acolhimento é traduzido</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>como o ato de dar proteção e guarida. Envolve ética, atendimento igualitário e in-</p><p>dividualizado, responsabilização, cuidado e apoio ao paciente. Dentre as medidas</p><p>de humanização adotadas, destacaram-se a atenção ao paciente nos momentos</p><p>de admissão e o preenchimento</p><p>da checklist de cirurgia segura. Esse grupo de</p><p>profissionais considera importante a assistência humanizada, porém, na prática</p><p>profissional, encontra dificuldades na efetiva implementação, devido à demanda</p><p>de trabalho, em especial, o burocrático (GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>O profissional da enfermagem possui um papel importante na equipe de cui-</p><p>dados à saúde durante todo o ciclo de vida e envolve ações técnicas e humanitárias.</p><p>Dessa forma, na formação dos profissionais de saúde nos cuidados de fim de vida,</p><p>o enfoque do preparo deve ir além da técnica (GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>O cuidado integral no processo saúde-doença precisa ser ofertado de acordo</p><p>com as necessidades individuais, focando no acolhimento e na clínica ampliada</p><p>mediante um olhar holístico, sempre colocando o paciente como o protagonista</p><p>e respeitando a autonomia dele. Essa forma de entender o processo saúde-doença</p><p>vem sofrendo mudanças com o tempo, tendo em vista a necessidade de se olhar</p><p>a multidimensionalidade envolvida nesse processo, e não apenas a patologia.</p><p>Contudo, ainda se observa a dificuldade encontrada pelos profissionais de saúde</p><p>em estabelecer relações para além da técnica (GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>A assistência humanizada para as pessoas com doenças ameaçadoras da vida</p><p>visa proporcionar conforto e prevenção de agravos e oferecer apoio emocional</p><p>e social ao paciente e aos familiares, já que, nesse momento da finitude, surge a</p><p>necessidade de receber apoio da equipe de saúde e apoio espiritual para auxiliar</p><p>no enfrentamento desse processo e na busca de significados para o adoecimento</p><p>(GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>As comunicações verbal e não verbal, se prestadas de forma adequada,</p><p>favorecem a promoção do cuidado efetivo e o alívio dos sintomas emocionais,</p><p>como medos e inseguranças, que acompanham a fase do adoecimento (GUI-</p><p>MARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>Cuidado é precaver o outro, aplicar o pensamento e algo a alguém. Envolve</p><p>refletir, tratar, considerar e atender a nós e ao outro na saúde, na aparência e/ou na</p><p>apresentação. Portanto, é inquietar-se por algo ou alguém. Se morrer o cuidado,</p><p>morre, também, o ser (GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>8</p><p>1</p><p>A assistência humanizada na saúde é um</p><p>direito de qualquer pessoa e é um dever de todo</p><p>profissional, principalmente da equipe de en-</p><p>fermagem, a qual assiste o paciente diariamente</p><p>e passa a maior jornada de trabalho junto a ele.</p><p>Assim, a assistência de enfermagem e de todos</p><p>os profissionais da área de saúde deve ser hu-</p><p>manizada (GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>Na assistência, a humanização é vista como</p><p>uma forma de incorporar o amor nas relações</p><p>profissionais e interpessoais. É deixar de lado</p><p>todos os tipos de ressentimentos, fortalecendo</p><p>a capacidade de se colocar no lugar do outro,</p><p>passando, assim, a realizar os cuidados ao pa-</p><p>ciente com todo respeito e dignidade (GUI-</p><p>MARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>A humanização na assistência deve estar</p><p>voltada não apenas para as ciências biológicas,</p><p>mas também para a compreensão e o desenvol-</p><p>vimento de valores das ciências humanas. Isso</p><p>direciona o profissional de saúde para que “olhe”</p><p>a pessoa, e não apenas um organismo doente,</p><p>procurando as causas desse adoecimento.</p><p>O ensino e o conhecimento das ciências</p><p>humanas ajudam a incorporar atitudes éticas</p><p>e humanizadas no atendimento, as quais estão</p><p>diretamente ligadas ao ato de cuidar, ou seja,</p><p>à prática da enfermagem. Entretanto, muitos</p><p>profissionais encontram situações complicadas</p><p>no dia a dia devido a diversos fatores, como</p><p>baixos salários, desvalorização da profissão pe-</p><p>los outros profissionais e sobrecarga das ativi-</p><p>dades, que acabam influenciando na qualidade</p><p>da assistência (GUIMARÃES; MAGNI, 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 5</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O enfermeiro deve estar preparado para todo tipo de cenário no âmbito hospi-</p><p>talar. Todavia, deve sempre se lembrar de prestar uma assistência com qualidade</p><p>e de forma humanizada.</p><p>A enfermagem é uma profissão que surgiu com o passar do tempo e tem uma</p><p>relação com a história da civilização. A enfermagem adquiriu um papel prepon-</p><p>derante por ser uma profissão que procura promover o bem-estar do ser humano,</p><p>considerando a liberdade, a unicidade e a dignidade dele, atuando na promoção</p><p>da saúde, na prevenção de enfermidades, no transcurso de doenças e agravos, nas</p><p>incapacidades e no processo de morrer. O enfermeiro também possui os papéis</p><p>de líder da equipe técnica e mediador de conflitos, visando sempre à excelência</p><p>na qualidade do trabalho ofertado.</p><p>Na Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP) para</p><p>aplicação nas unidades, todas as fases do período perioperatório são supervisio-</p><p>nadas pelos enfermeiros. Além do mais, os pacientes são assistidos com um pla-</p><p>nejamento de assistência individualizado e direcionado às próprias necessidades.</p><p>No entanto, considere que foi observado pelos enfermeiros de uma unidade de</p><p>Centro Cirúrgico que vêm ocorrendo alguns eventos adversos e falhas na assis-</p><p>tência no pós-operatório imediato.</p><p>Esses eventos estão gerando intercorrências na Sala de Recuperação Pós-</p><p>-Anestésica (SRPA) decorrentes da transmissão de informações inadequadas e</p><p>incompletas entre o circulante de sala e o profissional que atua na SRPA. Além</p><p>disso, o anestesista responsável pelo ato anestésico e acompanhamento no in-</p><p>traoperatório comumente não está presente no momento de transferência do</p><p>paciente da sala cirúrgica para a SRPA. Dessa forma, como os enfermeiros devem</p><p>agir? Como tornar a comunicação mais efetiva entre os profissionais e reduzir o</p><p>impacto dessa falta na assistência?</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>8</p><p>8</p><p>Os enfermeiros que atuam diretamente na assistência deverão acompanhar</p><p>a troca de informações entre os profissionais e fazer uma abordagem acerca da</p><p>importância da comunicação efetiva para minimizar falhas e eventos adversos.</p><p>Também é pertinente a realização de um treinamento sobre complicações e in-</p><p>tercorrências do pós-operatório imediato, incluindo a importância da detecção</p><p>precoce delas e do tratamento imediato (SAMPAIO, 2018).</p><p>UNIASSELVI</p><p>8</p><p>9</p><p>1. A SAEP é uma valiosa ferramenta para que o paciente seja assistido de forma integral,</p><p>contínua, segura e humanizada pela enfermagem. Trata-se de um instrumento metodoló-</p><p>gico que sistematiza a prática e proporciona percepção, interpretação e antecipação das</p><p>respostas individuais às alterações de saúde.</p><p>Antes de adentrar na SRPA, o paciente se recupera em um determinado período, que é:</p><p>a) Período Pós-Operatório Imediato (POI).</p><p>b) Período Pós-Operatório Mediato (POM).</p><p>c) Período trans-operatório (PTO)</p><p>d) O paciente se recupera na sala de recepção do CC.</p><p>e) O paciente se recupera dentro do quarto.</p><p>2. A SAEP é fundamental para uma assistência de qualidade. Entretanto, não é um processo</p><p>fácil para o enfermeiro e a equipe, requerendo que os profissionais tenham iniciativa e</p><p>proatividade para superar os obstáculos evidenciados no Centro Cirúrgico.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - O Processo de Enfermagem (PE) é descrito como um método sistemático de prestação</p><p>de cuidados humanizados.</p><p>PORQUE</p><p>II - Enfoca na obtenção de resultados para restaurar, manter e promover a saúde por meio</p><p>de uma abordagem de solução de problemas.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>9</p><p>1</p><p>3. A utilização da SAEP auxiliará o paciente e a família a compreender e a se preparar para</p><p>o tratamento anestésico-cirúrgico. Ela prevê e controla os recursos</p><p>materiais e humanos,</p><p>reduzindo ao máximo os riscos inerentes aos ambientes do Centro Cirúrgico e da sala de</p><p>recuperação pós-operatória.</p><p>Considerando as cinco fases encontradas no processo de enfermagem, analise as afirma-</p><p>tivas a seguir:</p><p>I - Coleta de dados.</p><p>II - Diagnóstico de enfermagem.</p><p>III - Planejamento da assistência.</p><p>IV - Implementação da negociação.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I e IV, apenas.</p><p>b) II e III, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) II, III e IV, apenas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>9</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>COFEN. Resolução COFEN nº 564/2017. Aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de</p><p>Enfermagem. [S. l.]: COFEN, [2017]. Disponível em: https://www.cofen.gov.br/resolucao-cofen-</p><p>-no-5642017/. Acesso em: 18 jan. 2024.</p><p>GUIMARÃES, T. B.; MAGNI, C. Reflexões sobre a humanização do cuidado na presença de uma</p><p>doença ameaçadora da vida. Mudanças, São Paulo, v. 28, n. 1, p. 43-48, jun. 2020.</p><p>RIBEIRO, E.; FERRAZ, K. M. C.; DURAN, E. C. M. Atitudes dos enfermeiros de centro cirúrgico dian-</p><p>te da sistematização da assistência de enfermagem perioperatória. Revista SOBECC, São Paulo,</p><p>v. 22, n. 4, p. 201-207, out./dez. 2017.</p><p>SAMPAIO, M. de O. Enfermagem em centro cirúrgico. Londrina: Editora e Distribuidora Educa-</p><p>cional S.A., 2018.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>9</p><p>1</p><p>1. Opção A.</p><p>2. Opção A.</p><p>3. Opção D.</p><p>GABARITO</p><p>9</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DA</p><p>ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM</p><p>E COMPLICAÇÕES NO PÓS-</p><p>OPERATÓRIO IMEDIATO</p><p>Entender os aspectos da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE).</p><p>Conhecer a forma correta de prescrever a SAE.</p><p>Saber prescrever a SAE de forma correta.</p><p>Avaliar a efetividade da SAE frente ao paciente.</p><p>Entender a importância da SAE na assistência em enfermagem.</p><p>Refletir sobre as complicações do Pós-Operatório Imediato (POI).</p><p>Conhecer os cuidados de enfermagem necessários no POI.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 6</p><p>9</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Estudante, neste tema, você conhecerá a assistência a ser prestada no período</p><p>pós-operatório como enfermeiro presente na unidade de Centro Cirúrgico (CC)</p><p>responsável pela realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem</p><p>(SAE). A SAE garante que os procedimentos sejam realizados de forma padro-</p><p>nizada, seguindo metodologias já testadas.</p><p>A SAE ocorre desde Florence Nightingale, considerada a precursora da en-</p><p>fermagem, quando, ao participar como voluntária na Guerra da Crimeia com</p><p>outras 38 mulheres, em 1854, teria conseguido reduzir a mortalidade local de</p><p>40% para 2%. Nightingale sempre defendeu que as enfermeiras deveriam estar</p><p>submetidas a uma forte organização disciplinar.</p><p>Você também reconhecerá a importância da atuação do enfermeiro junto</p><p>à equipe na execução das atividades relacionadas à assistência a ser prestada, à</p><p>admissão do paciente em recuperação pós-anestésica e aos cuidados com drenos,</p><p>sondas e cateteres. Não só, mas também conhecerá a importância da observa-</p><p>ção contínua e da detecção precoce das possíveis intercorrências para realizar</p><p>a intervenção de forma efetiva e adequada, evitando complicações potenciais.</p><p>Explore os detalhes fascinantes da Sistematização da Assistência de Enfermagem</p><p>(SAE) em nosso podcast dedicado a esse tema essencial. Não perca a oportuni-</p><p>dade de aprofundar os seus conhecimentos e adquirir insights valiosos sobre a</p><p>prática da enfermagem. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do</p><p>ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Descubra a abordagem inovadora da Sistematização da Assistência de Enfermagem</p><p>(SAE) e o papel dela como um cuidado interativo, complementar e multiprofissional</p><p>no artigo Sistematização da Assistência de Enfermagem: vislumbrando um cuidado</p><p>interativo, complementar e multiprofissional. Não perca a chance de enriquecer a</p><p>sua compreensão sobre a importância da SAE! Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM (SAE)</p><p>O processo de enfermagem é um método utilizado para implantar, na prática profis-</p><p>sional, uma teoria de Enfermagem. Após a escolha da teoria de Enfermagem, torna-se</p><p>necessária a utilização de um método científico para que os conceitos da teoria sejam</p><p>aplicados. A teoria deve ser fundamentada e escolhida de acordo com as condições</p><p>do cliente, da instituição ou do profissional que a utilizará (BARRETO et al., 2020).</p><p>No Brasil, Wanda de Aguiar Horta foi a primeira teórica a apresentar estudos</p><p>sobre o tema. Horta propôs a sistematização das ações de enfermagem por inter-</p><p>médio da aplicação do processo de enfermagem, o que contribuiu para o registro</p><p>e a documentação de ocorrências e procedimentos realizados por integrantes da</p><p>equipe de enfermagem para a análise e a organização do cuidado prestado e para</p><p>o reconhecimento social da profissão (BARRETO et al., 2020).</p><p>O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) considera que a implantação da</p><p>Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) contribui efetivamente para</p><p>a melhoria da qualidade e deve ser aplicada em todos os clientes, com prioridade</p><p>àqueles críticos. Deve ser utilizada por toda a instituição de saúde como atividade</p><p>privativa do enfermeiro e em todos os setores hospitalares (BARRETO et al., 2020).</p><p>Existem, atualmente, diferentes maneiras de sistematizar a assistência de en-</p><p>fermagem. Dentre elas, pode-se mencionar os planos de cuidados, os protocolos,</p><p>a padronização de procedimentos e o processo de enfermagem, visto que a SAE</p><p>direciona a atuação do enfermeiro no exercício das atividades profissionais e faci-</p><p>lita o desenvolvimento da assistência ao paciente. Nesse contexto, a implantação</p><p>de um método para sistematizar a assistência de enfermagem deve ter como pre-</p><p>missa um processo individualizado, holístico, planejado, contínuo, documentado</p><p>e avaliado (BARRETO et al., 2020).</p><p>A SAE é um valioso instrumento para a assistência do paciente de forma</p><p>integralizada, contínua, segura e humanizada pela enfermagem. Ela é composta</p><p>por cinco fases: visita pré-operatória de enfermagem, planejamento, implemen-</p><p>tação, avaliação e reformulação da assistência a ser planejada. Nessa linha de</p><p>pensamento, a SAE atua com o objetivo de conduzir e organizar o trabalho da</p><p>equipe de enfermagem conforme os recursos humanos, os instrumentos e os</p><p>métodos, facilitando o trabalho do enfermeiro.</p><p>9</p><p>1</p><p>Ainda, a SAE tem a própria definição calcada no planejamento e na ordena-</p><p>ção da execução das atividades com enfoque coletivo e individual e de caráter</p><p>privativo do enfermeiro. Nesse sentido, o processo de enfermagem se constitui</p><p>como uma ação revestida de significados possível de ser utilizada pelos enfer-</p><p>meiros como metodologia para a prestação de cuidados. Entretanto, apresenta</p><p>desafios para a respectiva implementação. A enfermagem faz uso da sistematiza-</p><p>ção da assistência de enfermagem como um modelo de processo de trabalho que</p><p>possibilita sistematizar a assistência e direcionar o cuidado, contribuindo para a</p><p>segurança do usuário e dos profissionais no sistema de saúde, especialmente, no</p><p>Centro Cirúrgico (CC) (BARRETO et al., 2020).</p><p>No hospital, o Centro Cirúrgico (CC) é o local onde acontece grande parte</p><p>dos eventos adversos à saúde dos pacientes. A causa desses eventos é multifatorial</p><p>e atribuída à complexidade dos procedimentos, à interação das equipes</p><p>interdisciplinares e ao trabalho sob pressão, pois, apesar de as intervenções</p><p>cirúrgicas integrarem a assistência à saúde, contribuindo para a prevenção de</p><p>agravos à integridade física e à perda de vidas, elas estão associadas considera-</p><p>velmente aos riscos de complicações (BARRETO et al., 2020).</p><p>A participação do enfermeiro no Centro Cirúrgico (CC) tem merecido</p><p>atenção por envolver especificidades e articulações indispensáveis à gerência do</p><p>cuidado a pacientes com necessidades complexas, as quais requerem conheci-</p><p>mento</p><p>científico, manejo tecnológico e humanização extensiva a familiares em</p><p>decorrência do impacto que o risco cirúrgico propicia (BARRETO et al., 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>A checklist de cirurgias seguras foi desenvolvida pela Organização Mundial</p><p>da Saúde (OMS) e também é chamada de lista de verificação. Ela tem a finalidade</p><p>de auxiliar as equipes operatórias na redução da ocorrência de erros e possíveis</p><p>danos ao cliente, visando reforçar a segurança operatória com práticas corretas,</p><p>promovendo uma melhor comunicação e trabalho em equipe.</p><p>Como prática baseada em evidências, a checklist encontra-se dividida em três</p><p>momentos: antes da indução anestésica, antes do início da incisão cirúrgica e antes</p><p>de o paciente deixar a sala operatória, devendo ser coordenada por um elemento</p><p>da equipe que atua na unidade de Centro Cirúrgico, que é composta por cirur-</p><p>giões, anestesiologistas, enfermeiros, técnicos e demais profissionais envolvidos.</p><p>Diante disso, é importante que essa equipe trabalhe interdisciplinarmente,</p><p>uma vez que todos são os responsáveis pela segurança do cliente, cada qual no</p><p>desempenho da própria função, garantindo o sucesso do procedimento cirúrgico</p><p>(SAMPAIO, 2018; SILVA et al., 2020).</p><p>Assim, ocorre a integração e a interação entre a equipe usando a checagem</p><p>como um meio de comunicação interpessoal, o que facilita a assistência ao pa-</p><p>ciente. O relacionamento interpessoal é o segundo item de estresse apontado</p><p>pelos profissionais do Centro Cirúrgico, atrás somente da sobrecarga de trabalho.</p><p>Logo, a utilização da checklist visa diminuir o atrito provocado por situações</p><p>inesperadas. Além disso, a apresentação dos membros da equipe antes do proce-</p><p>dimento melhora a segurança do paciente (SAMPAIO, 2018; SILVA et al., 2020).</p><p>COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO</p><p>Após um procedimento anestésico-cirúrgico, o paciente precisa de um tempo de</p><p>recuperação. O manejo dele inclui atividades de monitorização e tratamento, com</p><p>atenção especial às condições hemodinâmicas e ventilatórias. Sendo assim, os centros</p><p>cirúrgicos têm a chamada Sala de Recuperação Pós-Anestésica (SRPA). Todos os pa-</p><p>cientes no pós-operatório imediato vão para essa sala e permanecem em observação</p><p>e acompanhamento do médico anestesiologista responsável até que a consciência</p><p>seja recuperada e os sinais vitais estejam estabilizados. Durante esse período, são</p><p>analisados e monitorados o estado de consciência, a intensidade da dor, a respiração</p><p>e a circulação desde a admissão até a alta (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>9</p><p>8</p><p>O paciente deve ser encaminhado à SRPA pelo cir-</p><p>culante de sala e pelo anestesista responsável pelo ato</p><p>anestésico, que devem transmitir as informações e as</p><p>intercorrências do transoperatório ao profissional que</p><p>atua na SRPA, o qual faz a admissão do paciente e auxi-</p><p>lia no posicionamento dele de forma confortável, pro-</p><p>movendo aquecimento, realizando a monitorização e</p><p>verificando a permeabilidade de acessos venosos, dre-</p><p>nos, sondas e outros cateteres, mantendo-os abertos</p><p>ou fechados, de acordo com a orientação do cirurgião.</p><p>A partir disso, inicia-se a assistência pós-operatória</p><p>imediata (SAMPAIO, 2018; SOBECC, 2017).</p><p>Os cuidados de enfermagem ao paciente no Pós-</p><p>-Operatório Imediato (POI) têm início com a avalia-</p><p>ção do nível de consciência. Além disso, são avaliados</p><p>os sinais, os quais são comparados com os resultados</p><p>apresentados no pré-operatório. Em seguida, deve ser</p><p>avaliado o padrão respiratório, em que se observa a</p><p>expansibilidade do tórax, além da profundidade res-</p><p>piratória. Utiliza-se, também, a oximetria de pulso</p><p>para a verificação da saturação de oxigênio que o</p><p>paciente apresenta. Da mesma forma, deve-se avaliar</p><p>a frequência cardíaca e o ritmo do pulso utilizando</p><p>o cardioscópio.</p><p>É necessário que as unidades de SRPA disponham</p><p>de monitores multiparamétricos para a avaliação</p><p>contínua da evolução do paciente até a estabilidade</p><p>dos sinais vitais. Dando continuidade à admissão do</p><p>paciente e à assistência pós-operatória, deve-se veri-</p><p>ficar a temperatura axilar, a presença de dor e os esta-</p><p>dos psicológico e emocional. Outra função que deve</p><p>ser avaliada no momento de admissão do paciente é a</p><p>mobilidade dos membros inferiores, principalmente</p><p>em pacientes submetidos à bloqueio espinhal ou pe-</p><p>ridural (SAMPAIO, 2018).</p><p>UNIASSELVI</p><p>9</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>Quando o paciente está estável e bem adaptado psicologicamente, com os</p><p>sistemas orgânicos funcionando perfeitamente de acordo as necessidades fisio-</p><p>lógicas do organismo e com balanço hidreletrolítico, nutrição e balanço ácido-</p><p>básico normais, comumente, ele tolera muito bem uma intervenção cirúrgica.</p><p>Porém, todos os pacientes que são submetidos à uma cirurgia possuem risco</p><p>de complicações pós-operatórias, principalmente aqueles previamente debili-</p><p>tados. Os componentes fisiológicos e metabólicos que garantem a homeostasia</p><p>do organismo sofrem modificações circunstanciais associadas a procedimentos</p><p>cirúrgicos. Essas alterações podem variar de acordo com o biotipo do paciente</p><p>e com o tipo de cirurgia. Além disso, em situações de trauma, são consideradas</p><p>a gravidade e a extensão das lesões (SAMPAIO, 2018).</p><p>É de fundamental importância o conhecimento do processo anestésico para</p><p>o profissional enfermeiro que atua em Centro Cirúrgico e recuperação pós-anes-</p><p>tésica, pois o paciente, ao ser submetido a um procedimento cirúrgico, também é</p><p>submetido a um procedimento anestésico, ou seja, o processo que denominamos</p><p>“ato anestésico-cirúrgico”. Assim, em todas as fases do período perioperatório,</p><p>são avaliadas as condições clínicas do paciente cirúrgico não somente para a</p><p>realização da cirurgia, mas também para a realização da anestesia. Na fase pré-</p><p>-operatória, são realizados, além do exame físico, os procedimentos diagnósticos</p><p>de imagem e os exames laboratoriais para a verificação das condições que podem</p><p>causar intercorrências ao ato anestésico-cirúrgico (SAMPAIO, 2018).</p><p>Em alguns países, a especialidade de enfermagem em anestesia é reconhecida.</p><p>Entretanto, o profissional enfermeiro presta auxílio ao anestesiologista na execu-</p><p>ção da indução anestésica e no preparo dos medicamentos e dos equipamentos,</p><p>tendo participação mínima na avaliação do paciente e no desenvolvimento do</p><p>plano anestésico devido aos órgãos governamentais e às sociedades médicas, que</p><p>demonstram preocupação na valorização de outros profissionais não médicos,</p><p>associada à má qualidade da assistência oferecida nos serviços de saúde.</p><p>No Brasil, a prática da enfermagem em anestesia é muito reduzida: assim, a</p><p>equipe de enfermagem atua somente como auxiliar. Isso prejudica a produção de</p><p>trabalhos experimentais sobre o tema. Logo, podemos compreender que o en-</p><p>fermeiro poderia atuar diretamente com o anestesiologista, pautando-se no co-</p><p>nhecimento científico para uma assistência segura, eficiente e de qualidade, o que</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>definiria o papel do enfermeiro frente ao procedimento anestésico por meio de</p><p>protocolos e orientação do plano de assistência. Isso permitiria determinar, além de</p><p>outras ações, a importância desse profissional na sala operatória (SAMPAIO, 2018).</p><p>Qualquer tipo de cirurgia causa uma significativa lesão tecidual e inflamação.</p><p>Essa resposta inflamatória natural é ocasionada por uma cascata de citocinas,</p><p>as quais são liberadas por macrófagos e por células endoteliais, que, uma vez na</p><p>corrente sanguínea, agem no hipotálamo, elevando a produção de prostaglan-</p><p>dina, que aumenta a temperatura média de termorregulação (SAMPAIO, 2018).</p><p>O tipo de cirurgia, a presença de infecção sintomática ou subclínica, o uso</p><p>de drogas, hemoderivados e dispositivos invasivos e as evidências de síndromes</p><p>inflamatórias ou infecciosas são características que podem auxiliar na diferen-</p><p>ciação de um evento febril fisiológico de uma condição patológica. Além disso, o</p><p>tempo de aparecimento direciona o diagnóstico, porque a provável etiologia está</p><p>relacionada ao número de dias decorridos desde a operação</p><p>A leitura desse artigo proporcionará insights valiosos sobre</p><p>o papel do enfermeiro nesse ambiente crucial da assistência à saúde. Acesse-o</p><p>agora para enriquecer a sua compreensão sobre o assunto. Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>1</p><p>1</p><p>O centro cirúrgico tem como objetivos prestar assistência de forma integral</p><p>aos pacientes submetidos aos atos operatórios e favorecer a prática de ensino e</p><p>o desenvolvimento de pesquisas (SAMPAIO, 2018).</p><p>O CC é constituído por um conjunto de áreas e instalações que permitem</p><p>efetuar a cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente e pro-</p><p>porcionem conforto para a equipe que o assiste. É uma área crítica, considerada</p><p>um ambiente com potencial risco de infecção hospitalar e na qual são realizados</p><p>procedimentos de risco (SAMPAIO, 2018).</p><p>A unidade de CC, além do alto nível de complexidade, agrega fatores cau-</p><p>sadores de estresse no trabalho, principalmente nas inter-relações setoriais e</p><p>profissionais. Além disso, há que se lembrar que o centro cirúrgico expõe os</p><p>funcionários do serviço, usuários e pacientes a uma infinidade de fatores que</p><p>aumentam a probabilidade de riscos à saúde, como os gases inalatórios residuais</p><p>liberados no ambiente (SAMPAIO, 2018).</p><p>PROFISSIONAIS QUE ATUAM NESTE SETOR</p><p>As especificidades das atividades desenvolvidas no centro cirúrgico exigem uma</p><p>equipe capacitada, qualificada e que, principalmente, tenha consciência da im-</p><p>portância do trabalho em equipe para alcançar os resultados e prestar uma assis-</p><p>tência de qualidade e segura ao paciente. Em relação à organização e à gestão do</p><p>centro cirúrgico, o desenvolvimento do trabalho em equipe é fundamental. Cada</p><p>profissional que atua no setor deve ser habilitado para as atividades que desempe-</p><p>nha, de acordo com as responsabilidades e as funções definidas (SOBECC, 2017).</p><p>As principais equipes que atuam no centro cirúrgico são:</p><p>■ Equipe cirúrgica: composta por médico cirurgião, médico assistente e</p><p>instrumentador cirúrgico.</p><p>■ Equipe de anestesiologia: composta pelo médico anestesista e auxiliar</p><p>de anestesia.</p><p>■ Equipe de enfermagem: composta pelo enfermeiro coordenador da</p><p>unidade, enfermeiro assistencial e técnico de enfermagem.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>Além dessas equipes, podemos citar a equipe administrativa, composta por</p><p>escriturário, secretária, recepcionista, e a equipe de limpeza. Também são co-</p><p>muns, em alguns centros cirúrgicos, outros profissionais, como perfusionista,</p><p>técnico em raios X, técnico de laboratório e outros que possam estar presentes</p><p>na unidade para a realização de alguma atividade específica (SOBECC, 2017).</p><p>A equipe cirúrgica é composta, na prática, por cirurgiões, auxiliares ou assistentes</p><p>e instrumentadores. Entretanto, os papéis do anestesista, do enfermeiro assistencial e</p><p>dos circulantes são indispensáveis na dinâmica cirúrgica (SAMPAIO, 2018).</p><p>O cirurgião é o responsável integral pelo ato operatório. Ele deve manter</p><p>o controle, a ordem e a harmonia na cirurgia, além da notificação dos procedi-</p><p>mentos realizados durante a cirurgia (SAMPAIO, 2018).</p><p>O enfermeiro assistencial é o responsável pelos procedimentos técnicos</p><p>mais complexos, como a realização de cateterismos e outros procedimentos que</p><p>são da competência dele. É prevista a presença de, pelo menos, um enfermeiro</p><p>assistencial para cada quatro salas operatórias (SAMPAIO, 2018).</p><p>O trabalho da enfermagem compreende quatro processos: cuidar/assistir,</p><p>administrar/gerenciar, ensinar/educar e investigar/pesquisar. Para o processo ad-</p><p>ministrar/gerenciar, ênfase deste tema, o trabalho do enfermeiro de CC abrange</p><p>as seguintes ações: orientar e dirigir a equipe nas atividades assistenciais, buro-</p><p>cráticas e tecnológicas (SAMPAIO, 2018).</p><p>1</p><p>1</p><p>ESTRUTURA FÍSICA DO CENTRO CIRÚRGICO</p><p>Para acessar as dependências do centro cirúrgico, é necessária a utilização de</p><p>roupa privativa, a qual deve ser usada somente nas dependências da unidade de</p><p>cirurgia, e calçados fechados, sendo vedada a utilização deles nas demais depen-</p><p>dências do hospital, assim como o uso de adornos, lentes de contato e acessó-</p><p>rios durante qualquer procedimento cirúrgico e pelas dependências do centro</p><p>cirúrgico (SAMPAIO, 2018). A entrada do pessoal técnico não lotado no setor</p><p>na sala de cirurgia apenas será permitida com autorização prévia do cirurgião e</p><p>do enfermeiro responsável pelo setor (SAMPAIO, 2018).</p><p>Para que essa estrutura funcione adequadamente e atinja as metas a que se</p><p>propõe, é vital a integração com as unidades que atuam como serviços de apoio</p><p>ou de suporte à unidade de CC. Entre esses serviços, destacam-se: banco de</p><p>sangue, laboratório, serviço de anatomia patológica, radiologia, farmácia, supri-</p><p>mentos/almoxarifado, transporte, fornecedores e engenharia/manutenção. Além</p><p>disso, são inclusos os serviços terceirizados, como esterilização por métodos</p><p>específicos, limpeza e lavanderia (SAMPAIO, 2018).</p><p>O centro cirúrgico é dividido em áreas específicas por ser um local crítico,</p><p>com maior risco de transmissão de infecções em virtude dos procedimentos ali</p><p>realizados. As técnicas assépticas padronizadas têm o objetivo de proporcionar maior</p><p>controle do ambiente operatório, diminuindo os riscos de contaminação do paciente.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>As áreas irrestritas ou não restritas são aquelas cuja circulação de pessoas</p><p>é livre, de modo que não exigem cuidados especiais, nem o uso de uniforme</p><p>privativo. São exemplos: elevadores, corredores externos que levam ao centro</p><p>cirúrgico, vestiários e local de transferência de macas. As áreas semirrestritas</p><p>permitem a circulação de pessoal e de equipamentos, de modo que não interfira</p><p>no controle e na manutenção da assepsia cirúrgica. Nesses locais, é necessário</p><p>o uso de uniforme privativo e de propés ou calçados adequados. São exemplos:</p><p>secretária, copa e salas de conforto e de guarda de equipamentos.</p><p>As áreas restritas são aquelas que têm limites definidos para a circulação</p><p>de pessoal e de equipamentos. Nelas, deve-se empregar rotinas próprias para</p><p>controlar e manter a assepsia local. Além do uniforme privativo, é necessário</p><p>o uso de máscaras que cubram a boca e o nariz. São exemplos: salas cirúrgicas,</p><p>antessalas, lavabos e corredores internos (SAMPAIO, 2018).</p><p>ATRIBUIÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM</p><p>Sendo a equipe de enfermagem formada por profissionais diretamente ligados ao</p><p>cuidado assistencial perioperatório, é fundamental o envolvimento dela na cons-</p><p>trução dos indicadores de qualidade da assistência, além de mantê-la atualizada</p><p>sobre os resultados e o processo de melhoria dessa qualidade. O bom gerencia-</p><p>mento de uma unidade de centro cirúrgico é um elemento fundamental para a</p><p>tomada de decisão. Nos últimos anos, o avanço tecnológico no centro cirúrgico e</p><p>a complexidade da assistência de enfermagem perioperatória envolvem a revisão</p><p>do processo de trabalho e dos resultados alcançados, levantando questões éticas</p><p>e legais nunca antes confrontadas (SAMPAIO, 2018).</p><p>A equipe de enfermagem deve buscar trabalhar e prestar assistência indivi-</p><p>dualizada ao paciente, tendo em vista as particularidades de cada procedimento</p><p>cirúrgico ao qual ele será exposto (SAMPAIO, 2018).</p><p>A equipe de enfermagem é composta por enfermeiros (coordenador e as-</p><p>sistente), técnicos e auxiliares de enfermagem e, em algumas instituições, pelo</p><p>auxiliar administrativo, que está sob a responsabilidade do enfermeiro do CC. O</p><p>enfermeiro é o profissional capacitado para exercer tanto a função de coordena-</p><p>dor quanto a função assistencial, que envolve o ato anestésico-cirúrgico. Em algu-</p><p>mas instituições de saúde, a organização das atividades do enfermeiro tem funções</p><p>1</p><p>4</p><p>bem definidas conforme a descrição de cargos que ele</p><p>assume, seja voltado para as ações de coordenação,</p><p>seja para as ações assistenciais. Em outras situações,</p><p>o enfermeiro assume a responsabilidade por ambos</p><p>os papéis, fato que exige maior organização para a</p><p>priorização das tarefas</p><p>(SAMPAIO, 2018).</p><p>A principal causa da febre nas primeiras 72 horas é a atelectasia pulmonar, estan-</p><p>do relacionada à anestesia geral e às cirurgias abdominais altas. Atualmente, avalia-se</p><p>a atelectasia como um evento que ocorre concomitantemente à febre. Depois de 72</p><p>horas e, em especial, do 5º ao 8º dia de pós-operatório, alerta-se para a possibilidade</p><p>de eventos mais graves, geralmente, de origem infecciosa (SAMPAIO,</p><p>2018).</p><p>As complicações da ferida operatória estão entre as mais</p><p>comumente encontradas, sendo, nor-</p><p>malmente, de fácil resolução e apresen-</p><p>tando pouco impacto na morbi-</p><p>mortalidade cirúrgica. Todavia,</p><p>como exceção, alguns pacientes</p><p>podem sofrer um processo in-</p><p>feccioso profundo e com gra-</p><p>ves repercussões sistêmicas.</p><p>A sequência da incisão é pele,</p><p>tecido celular subcutâneo, ca-</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>mada profunda (formada por aponeurose e músculos) e, por fim, cavidade. Ao</p><p>final do procedimento, todas essas camadas são fechadas e fazem parte da ferida</p><p>operatória. As complicações podem estar localizadas em um ou mais desses pla-</p><p>nos (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os problemas são (SAMPAIO, 2018):</p><p>■ Os seromas: acúmulo de soro e de linfa no tecido celular subcutâneo.</p><p>■ Os hematomas: acúmulo de sangue e de coágulos sobre a ferida opera-</p><p>tória no tecido subcutâneo. É decorrente da hemostasia inadequada, que</p><p>pode ser resultado de falha na técnica cirúrgica ou de coagulopatia.</p><p>■ A deiscência: separação dos folhetos músculo-aponeuróticos no abdome.</p><p>■ Os processos infecciosos.</p><p>As complicações gastrointestinais podem ser de três tipos: a deiscência de anas-</p><p>tomose, as fístulas gastrointestinais e a obstrução intestinal (SAMPAIO, 2018).</p><p>A deiscência de anastomose representa uma descontinuidade parcial em al-</p><p>gum ponto de uma anastomose em uma cirurgia do aparelho digestivo. É uma</p><p>das complicações mais graves, porque permite o extravasamento do conteúdo</p><p>intraluminal do trato digestivo, que pode seguir trajetos distintos e ocasionar pe-</p><p>ritonite difusa, levar ao surgimento de abscessos intra-abdominais ou promover</p><p>o aparecimento de fístulas (SAMPAIO, 2018).</p><p>Alguns fatores de risco para a deiscência são tensão excessiva na linha de</p><p>sutura, suprimento sanguíneo insuficiente para as estruturas a serem anasto-</p><p>mosadas, anastomoses pancreático-entéricas, doenças colorretais, cirurgias do</p><p>esôfago, sepse, coleção de líquido próximo à anastomose, radioterapia prévia e</p><p>doença de Crohn (SAMPAIO, 2018).</p><p>As fístulas são definidas como uma comunicação entre duas superfícies</p><p>epiteliais, sendo uma delas um órgão ou uma víscera oca. No trato digestivo,</p><p>essa complicação pode ocorrer entre dois órgãos ou entre um órgão digestivo e</p><p>outra estrutura não relacionada. As fístulas adquiridas mais frequentes são as do</p><p>trato gastrointestinal, podendo ser traumáticas, espontâneas e pós-operatórias.</p><p>Vale ressaltar que a deiscência anastomótica definida previamente é um caso</p><p>importante de fístula (SAMPAIO, 2018).</p><p>As respostas endócrina e metabólica ao trauma e à manipulação de alças</p><p>podem contribuir para uma atonia intestinal do pós-operatório. A obstrução</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>intestinal precoce (primeiros 30 dias da cirurgia), que ocorre no pós-operatório,</p><p>pode ser de caráter funcional ou mecânico (uma barreira física impede a pro-</p><p>gressão do conteúdo intestinal) (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os casos funcionais são classificados em íleo pós-operatório e íleo adinâmi-</p><p>co. Na apresentação pós-operatória, não há fator precipitante de importância</p><p>e a adinamia do intestino se resolve em dois a quatro dias, sendo parte de uma</p><p>resposta normal à agressão cirúrgico-anestésica. No íleo adinâmico ou paralítico,</p><p>a obstrução intestinal se resolve mais tardiamente e são encontrados um ou mais</p><p>distúrbios precipitantes (SAMPAIO, 2018).</p><p>A obstrução mecânica no pós-operatório precoce é um evento raro e ocorre em</p><p>menos de 1% dos casos, sendo as aderências a condição mais frequente. Embora</p><p>sejam de pouca importância no pós-operatório, as aderências são a principal causa</p><p>de obstrução intestinal do delgado fora desse período. Na presença de obstrução</p><p>intestinal, encontramos vômitos, distensão abdominal e cólica (SAMPAIO, 2018).</p><p>No âmbito respiratório, os sintomas leves podem incluir garganta inflama-</p><p>da, tosse e dispneia, enquanto as complicações severas incluem ventilação me-</p><p>cânica prolongada, hipoxemia grave, sepse e pneumonia. As complicações mais</p><p>importantes e mórbidas são a atelectasia pulmonar, a insuficiência respiratória,</p><p>a exacerbação de condições respiratórias preexistentes e o tromboembolismo</p><p>pulmonar (SAMPAIO, 2018).</p><p>A função pulmonar é alterada simplesmente pela realização de um procedimento</p><p>cirúrgico. A capacidade funcional residual do pulmão pode ser reduzida em até 1,5</p><p>L em procedimentos com anestesia geral. A perda de tônus muscular promove a</p><p>redução do volume e da capacidade de ventilação e da perfusão, sobretudo, na região</p><p>basal dos pulmões, promovendo atelectasia e colapso alveolar (SAMPAIO, 2018).</p><p>Qualquer procedimento cirúrgico causa uma significativa lesão tecidual e</p><p>gera um processo inflamatório. Essa inflamação natural é ocasionada por uma</p><p>cascata de citocinas liberadas por células endoteliais e macrófagos. Uma vez na</p><p>corrente sanguínea, elas agem no hipotálamo, aumentando a produção de prosta-</p><p>glandina, o que eleva a temperatura média de termorregulação (SAMPAIO, 2018).</p><p>As complicações pós-operatórias também podem ser de três tipos dis-</p><p>tintos: gerais, específicas ou especiais. A complicação geral é aquela que pode</p><p>acontecer com qualquer paciente, independentemente do tipo de procedimento</p><p>cirúrgico, sendo as mais comuns as hemorragias, a atelectasia pulmonar, a doença</p><p>tromboembólica e a insuficiência renal aguda. As específicas têm relação direta</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 6</p><p>com o órgão operado, podendo variar a frequência e a ocorrência em função do</p><p>tipo de anestesia, dos cuidados pós-cirúrgicos, das comorbidades associadas e</p><p>do grau de injúria. Já as especiais acometem os pacientes que já possuem alguma</p><p>condição clínica prévia à intervenção cirúrgica (SAMPAIO, 2018).</p><p>O aparecimento de febre nos três primeiros dias pós-operatórios é, na maior parte</p><p>dos casos, causado por atelectasia e pneumonite. Entre o terceiro e o sexto dia após</p><p>a cirurgia, deve-se pensar em infecção urinária ou incisional, infecção de cateteres</p><p>vasculares, tromboflebite de membros inferiores e peritonite localizada ou genera-</p><p>lizada. Já entre o sexto e o décimo dia, surgem os abscessos incisionais e as coleções</p><p>purulentas como complicações sépticas causadoras de febre (SAMPAIO, 2018).</p><p>Nenhuma intervenção cirúrgica está livre de complicações. Após o trauma</p><p>operatório, o organismo se encontra fragilizado e mais propenso a desenvolver</p><p>doenças. As complicações pós-operatórias podem ocorrer ainda na sala de recupe-</p><p>ração pós-anestésica e podem ser divididas quanto ao momento em que ocorrem</p><p>em imediata, mediata e tardia. Dentre as complicações mais comuns, estão a febre,</p><p>as relacionadas aos sistemas respiratório, cardiovascular e gastrointestinal, e as</p><p>associadas à ferida operatória. As principais complicações pós-operatórias servem</p><p>de alerta a todos os profissionais de saúde envolvidos em uma cirurgia quanto à</p><p>importância do reconhecimento e do manejo precoces dessas complicações, a fim</p><p>de minimizar a morbimortalidade relacionada ao procedimento (SAMPAIO,2018).</p><p>Os profissionais, em sua maioria, acreditam que a SAEP é indispensável para</p><p>um atendimento de qualidade aos pacientes. Contudo, enfrentam dificuldades</p><p>para implantá-la. Essas dificuldades estão relacionadas à falta de tempo, à sobre-</p><p>carga de trabalho e à equipe administrativa, que, por vezes, não compreende a im-</p><p>portância da atuação do enfermeiro na assistência ao paciente no perioperatório,</p><p>desviando o profissional da função assistencial para a gerência (SAMPAIO, 2018).</p><p>No Brasil, mesmo com as recomendações da Associação Brasileira de En-</p><p>fermeiros de Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica</p><p>e Centro de Material e</p><p>Esterilização (SOBECC) e da Association of periOperative Registered Nurses</p><p>(AORN) no que tange à adoção de um modelo de assistência, a fim de nortear</p><p>as ações dos enfermeiros no Centro Cirúrgico (CC), a maior parte dos hospi-</p><p>tais ainda não adotou um modelo formal. Utiliza-se o planejamento baseado na</p><p>programação cirúrgica, em que o enfermeiro gerencia os recursos materiais e</p><p>humanos para a previsão e a provisão do ato anestésico-cirúrgico.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>A maior crítica a esse modelo é a falta de registros, o que prejudica o plane-</p><p>jamento da assistência individualizada e a adequação dos recursos humanos e</p><p>materiais para a realização do procedimento anestésico-cirúrgico. Além disso, a</p><p>falta de registros deslegitima o trabalho desenvolvido pela equipe de enfermagem</p><p>e não respalda o enfermeiro em caso de ocorrências jurídicas (SAMPAIO, 2018).</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O trabalho do enfermeiro de Centro Cirúrgico (CC) nasceu para atender às</p><p>necessidades da equipe cirúrgica. Em outras palavras, houve a necessidade de</p><p>desdobrar o trabalho médico, ao organizar uma unidade em que fossem reali-</p><p>zadas as cirurgias e fosse realizado o preparo dos materiais e dos equipamentos</p><p>indispensáveis ao procedimento cirúrgico.</p><p>A SAE é um instrumento de trabalho essencial ao enfermeiro, porque ela o</p><p>norteará na qualidade da assistência a ser prestada pela equipe. O enfermeiro ca-</p><p>pacitado na própria área se destacará entre os demais. Leia, a seguir, um exemplo,</p><p>na prática, das funções que o enfermeiro precisa exercer sobre a própria equipe.</p><p>A enfermeira Cristina, gestora das unidades cirúrgicas de um hospital do interior,</p><p>vem desenvolvendo, na própria gestão, várias mudanças e adequações de processos.</p><p>Contudo, agora, depara-se com a seguinte situação: a Unidade de Centro Cirúrgi-</p><p>co (CC) dispõe de um profissional técnico de enfermagem que realiza a função de</p><p>auxiliar de anestesia. Entretanto, a Unidade de Cirurgia Ambulatorial não dispõe</p><p>desse profissional nessa função. Assim, a equipe de médicos anestesiologista, por ser</p><p>a mesma em ambas as unidades, solicita que esse funcionário atenda à demanda anes-</p><p>tésica das cirurgias ambulatoriais. Como a enfermeira poderá resolver tal situação?</p><p>Inicialmente, a enfermeira Cristina deverá realizar uma reunião com os enfer-</p><p>meiros de ambas as unidades, solicitando-os a adequação das escalas, visando à dis-</p><p>ponibilização de um técnico para a função de auxiliar de anestesia.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>1. O enfermeiro lança mão de estratégias disponíveis na instituição, como o uso da comuni-</p><p>cação via telefone e da rede computadorizada de informação, tanto para a obtenção de</p><p>dados individualizados para o planejamento da assistência no período transoperatório</p><p>quanto para a avaliação da assistência prestada.</p><p>Considerando as frequências de avaliação, é necessário levar em consideração o estado de</p><p>cada paciente, sendo sempre prioridade aqueles que se encontram:</p><p>a) Instáveis.</p><p>b) Estáveis.</p><p>c) Críticos.</p><p>d) Médios a graves.</p><p>e) Graves.</p><p>2. A assistência de enfermagem perioperatória ao paciente consciente, ou não, deve pro-</p><p>porcionar respeito pelo indivíduo como proteção aos direitos humanos dele e à dignidade</p><p>pessoal, à satisfação das necessidades sentidas e à prevenção de acidentes e lesões pas-</p><p>síveis de acontecer por negligência, imperícia ou omissão de estado de alerta.</p><p>Considerando as avaliações a serem realizadas pelo enfermeiro com base na melhora do</p><p>quadro do paciente, devem ser iniciadas as avaliações pelos níveis de:</p><p>I - Consciência.</p><p>II - Fala.</p><p>III - Psicológico.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>3. Todos os pacientes no pós-operatório imediato vão para SRPA e permanecem em obser-</p><p>vação e acompanhamento do médico anestesiologista responsável até que a consciência</p><p>seja recuperada e os sinais vitais estejam estabilizados.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - Pode-se destacar outros problemas relacionados ao sistema respiratório, como irritação</p><p>da mucosa traqueal, muitas vezes, resultante da introdução do tubo endotraqueal, e</p><p>pneumonia aspirativa, resultante da aspiração de conteúdo gástrico.</p><p>PORQUE</p><p>II - Os problemas relacionados ao sistema respiratório são resultados de práticas mal exe-</p><p>cutadas pela equipe de enfermagem.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BARRETO, M. da S. et al. Sistematização da assistência de enfermagem: a práxis do enfermeiro</p><p>de hospital de pequeno porte. Escola Anna Nery, v. 24, n. 4, 2020.</p><p>SAMPAIO, M. de O. Enfermagem em centro cirúrgico. Londrina: Editora e Distribuidora Educa-</p><p>cional S.A., 2018.</p><p>SILVA, A. R. S. da et al. Manual de Normas e Rotinas da CME. [S. l.]: Empresa Brasileira de Serviços</p><p>Hospitalares (EBSERH); Universidade Federal do Vale do São Francisco; Hospital Universitário</p><p>do Vale do São Francisco, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-u-</p><p>niversitarios/regiao-nordeste/hu-univasf/acesso-a-informacao/normas/protocolos-institu-</p><p>cionais/ManualdeNormaseRotinasdaCME.pdf. Acesso em: 16 jan. 2024.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>1. Opção A.</p><p>2. Opção A.</p><p>3. Opção C.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>UNIDADE 3</p><p>MINHAS METAS</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS</p><p>E ESTERILIZAÇÃO</p><p>Entender o que é uma Central de Materiais e Esterilização (CME).</p><p>Compreender a estrutura física da CME.</p><p>Conhecer o fluxo dos materiais.</p><p>Estudar os materiais que são processados nessa unidade.</p><p>Analisar a dinâmica da unidade.</p><p>Entender a importância da CME dentro de um hospital.</p><p>Saber a importância do enfermeiro na CME.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 7</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Olá, estudante! Esperamos que, nas próximas etapas, você possa adquirir todo</p><p>o conhecimento específico sobre a Central de Materiais e Esterilização (CME),</p><p>incluindo as respectivas características e o papel do enfermeiro nessa unidade.</p><p>A CME desempenha um papel vital na garantia da segurança e da qualidade</p><p>dos materiais usados em procedimentos de saúde. As características fundamen-</p><p>tais dela envolvem o recebimento, o processamento, a esterilização e a distribui-</p><p>ção de instrumentos e equipamentos médicos.</p><p>O enfermeiro, nessa unidade, assume um papel central na coordenação das</p><p>atividades, garantindo que todos os processos sigam normas rigorosas, promo-</p><p>vendo a segurança do paciente e a eficácia dos procedimentos clínicos. O conheci-</p><p>mento técnico do enfermeiro é essencial para assegurar a correta esterilização dos</p><p>materiais, contribuindo para um ambiente hospitalar seguro e livre de infecções.</p><p>Você, como futuro enfermeiro, já parou para pensar no papel que desempe-</p><p>nhará nessa unidade? Já teve a curiosidade de saber como ocorre a dinâmica do</p><p>cuidado indireto dentro da enfermagem?</p><p>Você está convidado a mergulhar no fascinante universo da CME por meio do nosso</p><p>podcast. Descubra os segredos e as nuances dessa área essencial da saúde. Não</p><p>perca essa oportunidade de conhecimento e sintonize agora mesmo! Recursos</p><p>de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Venha desbravar os bastidores da CME conosco! Assista aos vídeos indicados,</p><p>pois eles são fascinantes e revelam o funcionamento e os desafios dessa unidade</p><p>essencial. Não perca a oportunidade de conhecer</p><p>ainda mais o universo hospitalar.</p><p>Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de</p><p>aprendizagem .</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO (CME)</p><p>A história da criação e do desenvolvimento da CME está diretamente ligada ao de-</p><p>senvolvimento das técnicas cirúrgicas ao longo dos tempos. Inicialmente, as inter-</p><p>venções cirúrgicas não despertavam o interesse dos praticantes da medicina, devido</p><p>à divisão hierárquica que havia entre o saber e o fazer. Os pioneiros na realização de</p><p>procedimentos cirúrgicos, considerados de categoria inferior, eram os “cirurgiões</p><p>barbeiros” e os curandeiros (COSTA et al., 2020).</p><p>A cirurgia começava a ser uma real demanda na evolução da medicina, e</p><p>os profissionais viam-se forçados a criar novas técnicas cirúrgicas que lhes per-</p><p>mitissem acessar as diversas estruturas do corpo humano. Para que isso fosse</p><p>possível, todavia, era preciso criar instrumentais que viabilizassem a execução</p><p>dos procedimentos. Dessa forma, foram criados diversos tipos de instrumentais</p><p>que atendiam às mais diversas técnicas cirúrgicas sem, contudo, receberem um</p><p>tratamento adequado quanto à limpeza e à conservação, já que, na época, a tec-</p><p>nologia era escassa (COSTA et al., 2020).</p><p>Além disso, o mais importante para os cirurgiões era evitar que aqueles instru-</p><p>mentais pudessem servir de fonte de contaminação para os pacientes, já que os es-</p><p>tudos de Pasteur e Kock, na época, demonstraram que os microrganismos eram os</p><p>responsáveis pela transmissão de doenças aos seres humanos (COSTA et al., 2020).</p><p>A descoberta de microrganismos patogênicos fez com que surgisse a necessi-</p><p>dade de adoção de certas medidas preventivas, como a assepsia nos procedimen-</p><p>tos cirúrgicos, a lavagem das mãos (instituída por Semmelweis), a separação dos</p><p>pacientes feridos e infectados dos demais e o cuidado com as roupas e os artigos</p><p>de uso direto nos pacientes, atitude que foi realizada por Florence Nightingale</p><p>durante a Guerra da Criméia, em 1862 (COSTA et al., 2020).</p><p>Em consequência das precárias condições com que as cirurgias eram reali-</p><p>zadas, os índices de infecção eram altíssimos, tornando urgente a criação de um</p><p>local próprio para preparar e processar os instrumentais utilizados nos diversos</p><p>procedimentos. Assim, a preocupação com o material utilizado nos procedimen-</p><p>tos invasivos e o ambiente surgiu em meados do século XIX, na chamada Era</p><p>Bacteriológica (COSTA et al., 2020).</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>Nesse contexto, Joseph Lister conseguiu, a partir do tratamento dos fios de sutura</p><p>e das compressas usados nos pacientes com solução de fenol, diminuir a mortali-</p><p>dade pós-cirúrgica. Esse fato impulsionou a evolução das técnicas de esterilização</p><p>de materiais médico-hospitalares (COSTA et al., 2020).</p><p>Diante disso, surgiu a necessidade de se instalar, nas instituições hospitala-</p><p>res, locais apropriados para o tratamento desses materiais. As primeiras CMEs</p><p>tinham uma estrutura logística muito simples e eram carentes de uma sistema-</p><p>tização técnico-administrativa (COSTA et al., 2020).</p><p>Na estrutura hospitalar brasileira, até a década de 1940, não havia CMEs:</p><p>todos os processos de preparo, esterilização e armazenamento de materiais eram</p><p>feitos no centro cirúrgico. A partir dos anos de 1950, com o surgimento de novos</p><p>métodos de limpeza e esterilização de materiais e o advento de instrumentos es-</p><p>pecializados para cirurgias mais complexas, passou-se a destinar uma área própria</p><p>para o preparo de materiais (COSTA et al., 2020).</p><p>No início dos anos de 1970, alguns hospitais, especialmente os grandes e os</p><p>universitários, iniciaram a implantação de setores destinados às atividades de lim-</p><p>peza autônomas e independentes do Centro Cirúrgico (CC). Surgiu, desse modo,</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>a CME, a qual era chefiada por um enfermeiro e composta por algumas áreas,</p><p>tais como recepção, expurgo, preparo, esterilização e guarda (armazenamento e</p><p>distribuição de materiais) (COSTA et al., 2020).</p><p>O desenvolvimento tecnológico ocorrido nas últimas décadas na área da</p><p>saúde impulsionou as atividades desenvolvidas nas CMEs de forma vertiginosa,</p><p>colocando-a como um setor de vital importância no ambiente hospitalar, dada</p><p>a magnitude do trabalho ali desenvolvido (COSTA et al., 2020).</p><p>O processo de esterilização foi proposto entre os anos de 1950 e 1960. O</p><p>objetivo era garantir a qualidade dos processos que eram feitos ali e torná-los mais</p><p>baratos. Naquele tempo, a CME se dedicava em garantir a qualidade dos proce-</p><p>dimentos cirúrgicos. Além disso, a prevenção de infecções de sítio cirúrgico era o</p><p>principal objetivo dela. Com o desenvolvimento da tecnologia médica e o aumento</p><p>da complexidade da atenção prestada nos serviços de saúde, o uso de equipamentos</p><p>limpos e desinfetados ou esterilizados passou a ser uma necessidade. Os equipa-</p><p>mentos invasivos se multiplicaram e passaram a ser usados em outras áreas do</p><p>hospital, cabendo à CME apoiar a prevenção de infecções, como pneumonia ou</p><p>infecção urinária (SILVA et al., 2020).</p><p>Por definição, entende-se que a CME é uma unidade funcional de apoio</p><p>técnico às demais unidades dos Estabelecimentos Assistenciais de Saúde (EAS).</p><p>A unidade responde pelo processamento dos artigos médicos desde a etapa de</p><p>limpeza até a esterilização, o que inclui o controle de qualidade do material no</p><p>local de guarda do destinatário. Essa unidade a nível hospitalar se encontra</p><p>na área dotada de infraestrutura física, recursos materiais e humanos e equi-</p><p>pamentos para processar os artigos médicos a serem utilizados nos demais</p><p>setores do hospital.</p><p>Essa unidade também é conhecida como o “coração do hospital”. Costuma-se</p><p>fazer essa analogia, porque, a exemplo do coração, que é o órgão motor da circula-</p><p>ção e do oxigênio de todo o nosso organismo, a CME responde pelo suporte técnico</p><p>e operacional de todos os setores que compõem um hospital (SILVA et al., 2020).</p><p>O coração pulsa e a CME impulsiona e abastece, com materiais esterilizados</p><p>(livres de microrganismos, bactérias, vírus e fungos), o CC, o berçário, a unidade</p><p>de terapia intensiva, a unidade de internação, o pronto-socorro, a unidade de</p><p>diagnóstico, entre outros (SILVA et al., 2020).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Ao aumentar a abrangência da CME, cresceu, também, a importância dela</p><p>na garantia da qualidade do cuidado prestado ao paciente/cliente, o que vai muito</p><p>além do eixo central de esterilização e do CC. O impacto daquilo que ocorre na</p><p>CME é visível e tem garantido cirurgias e cuidados seguros a muitas pessoas. A</p><p>falta de boas práticas tem sido relacionada a surtos de infecções e danos aos pa-</p><p>cientes. Somente a implementação dessas boas práticas, as quais são baseadas em</p><p>evidências, pode evitar que situações negativas ocorram, garantindo a qualidade</p><p>e a segurança da assistência prestada.</p><p>O uso de materiais esterilizados para a prevenção das infecções de sítio ci-</p><p>rúrgico é a primeira recomendação e é, possivelmente, a de maior impacto na pre-</p><p>venção dessas infecções. A limpeza e a esterilização do material cirúrgico são boas</p><p>práticas inquestionáveis e fundamentais. Elas são tão essenciais que, por questões</p><p>éticas, paradoxalmente, o impacto delas somente pode ser medido pela falta ou</p><p>quebra desse processo, quando ocorrem surtos e infecções de sítio cirúrgico, e</p><p>não pela presença dessas ações quando o desfecho é favorável ao paciente (SILVA</p><p>et al., 2020). A CME é uma unidade destinada à limpeza, ao acondicionamento,</p><p>à esterilização, à guarda e à distribuição dos produtos para as demais unidades de</p><p>assistência à saúde (SILVA et al., 2020).</p><p>A RDC nº 15, de 2012, dispõe sobre os requisitos de boas práticas para o</p><p>processamento de produtos para a saúde. Assim, estabelece os requisitos de</p><p>boas práticas para o funcionamento dos serviços que fazem o processamento</p><p>de produtos para a saúde, visando à segurança do paciente e dos profissionais</p><p>envolvidos (SILVA et al., 2020).</p><p>As atividades desenvolvidas na CME são: receber, conferir,</p><p>lavar, desinfetar e separar</p><p>os artigos para a saúde, receber as roupas vindas da lavanderia, preparar os artigos</p><p>e as roupas, esterilizar os artigos e as roupas mediante métodos químicos e/ou físi-</p><p>cos, realizar o controle microbiológico, conferir o prazo de validade da esterilização</p><p>desses produtos, acondicionar e distribuir os instrumentais e as roupas esterilizados,</p><p>zelar pela segurança e proteção dos funcionários desse setor, estabelecer proto-</p><p>colos de segurança e registrar os processos executados no setor (BRASIL, c2024).</p><p>APROFUNDANDO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>A CME é uma parte fundamental do contexto hospi-</p><p>talar. Ela é o local responsável pelo expurgo, preparo,</p><p>esterilização e distribuição dos materiais e dos equipa-</p><p>mentos usados no centro cirúrgico e demais unidades</p><p>de um hospital. A grande importância dela se deve às</p><p>atividades nela desenvolvidas, as quais envolvem as</p><p>ações de terceiros, médicos e outros profissionais de</p><p>enfermagem em procedimentos críticos e semicríticos</p><p>junto aos pacientes (SILVA et al., 2020).</p><p>Considerada uma unidade vital, a CME necessita de</p><p>funcionários preparados adequadamente para cada área</p><p>e funções que assumam. Os administradores dos hospi-</p><p>tais devem estar conscientes dessa necessidade, dando,</p><p>portanto, maior atenção a esses profissionais, os quais,</p><p>embora não estejam prestando assistência direta ao pa-</p><p>ciente, executam atividades extremamente importantes</p><p>(assistência indireta) (SILVA et al., 2020).</p><p>Usar equipamentos ou instrumentos esterilizados</p><p>e/ou desinfetados é sugerido em todos os manuais e</p><p>publicações das instituições internacionais e nacionais</p><p>para a prevenção de infecções que são transmitidas em</p><p>serviços de saúde. Um bom exemplo é a desinfecção de</p><p>artigos respiratórios, traqueias, tubos e equipamentos</p><p>de assistência ventilatória, o que é essencial para a pre-</p><p>venção de pneumonia. Outro exemplo é a utilização de</p><p>cálices limpos e desinfetados, o que evita a colonização</p><p>da bolsa coletora e reduz as chances de uma infecção</p><p>urinária (SILVA et al., 2020).</p><p>A quebra de técnica no processo de esterilização ou</p><p>desinfecção foi descrita como a causa de vários surtos</p><p>de infecção de sítio cirúrgico ou de infecções ocorridas</p><p>depois de procedimentos endoscópicos. Todas essas</p><p>infecções poderiam ter sido evitadas, mas, por não te-</p><p>rem sido, acarretam um alto custo para os pacientes e</p><p>o sistema de saúde. Alcançar a prestação de serviços de</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>saúde com segurança e qualidade depende</p><p>da aplicação de processos e procedimentos</p><p>seguros e baseados em evidência científica.</p><p>A aplicação desses dois fatores exige dos</p><p>profissionais uma leitura crítica e atenta de</p><p>artigos científicos atuais e selecionados pela</p><p>excelência (SILVA et al., 2020).</p><p>A Associação Brasileira de Enfermeiros</p><p>de Centro Cirúrgico, Recuperação Anesté-</p><p>sica e Centro de Material e Esterilização</p><p>(SOBECC) auxilia os profissionais nesse</p><p>caminho do conhecimento, melhorando a</p><p>qualidade e a segurança do trabalho que se</p><p>realiza na CME por meio das informações e</p><p>dos artigos publicados (SILVA et al., 2020).</p><p>A CME é um setor destinado à recep-</p><p>ção, ao expurgo, à limpeza, à descontami-</p><p>nação, ao preparo, à esterilização, à guarda</p><p>e à distribuição dos materiais utilizados no</p><p>estabelecimento de saúde. Ela pode estar lo-</p><p>calizada dentro ou fora da edificação usuá-</p><p>ria dos materiais (SOBECC, 2017).</p><p>Para isso, a CME deve ter, no</p><p>mínimo:</p><p>■ Sala de recepção e limpeza.</p><p>■ Sala de desinfecção química,</p><p>quando aplicável.</p><p>■ Sala de preparo e esterilização.</p><p>■ Área de monitoramento do</p><p>processo de esterilização.</p><p>■ Sala de armazenamento e</p><p>distribuição de materiais</p><p>esterilizados.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>Além do mais, deve haver uma separação física da área de recepção e limpeza</p><p>das demais áreas. Não só, mas, obrigatoriamente, é preciso ter uma bancada que</p><p>permita a conferência dos materiais, uma caixa para o descarte de materiais perfu-</p><p>ro-cortantes e recipientes para o descarte de materiais biológicos (SOBECC, 2017).</p><p>A área física deve permitir o fluxo contínuo e unidirecional, de modo a evi-</p><p>tar o cruzamento de artigos sujos com os limpos e esterilizados e garantir que</p><p>o profissional da área contaminada não transite pelas áreas limpas e vice-versa.</p><p>O acesso do pessoal deve ser restrito apenas aos profissionais que trabalham no</p><p>setor (SOBECC, 2017).</p><p>O profissional da CME deve utilizar vestimenta privativa, o que inclui touca e</p><p>calçado fechado em todas as áreas consideradas restritas. Nas áreas de descarga de</p><p>secadoras e termodesinfectadoras e carga e descarga de autoclaves, a utilização de</p><p>luvas de proteção térmica impermeável é imprescindível. Na sala de recepção e lim-</p><p>peza, o protetor facial pode substituir o uso de máscara e óculos (SOBECC, 2017).</p><p>A CME é um setor extremamente importante no hospital, pois, a partir do</p><p>processamento de materiais, contribui para o combate às Infecções Relacionadas</p><p>à Assistência à Saúde (IRAS), ao reduzir ou causar a morte microbiana que está</p><p>contida nos artigos contaminados (SOBECC, 2017)</p><p>A atuação do profissional da enfermagem nesse setor perpassa pelos pro-</p><p>cessos de limpeza, desinfecção e esterilização, os quais devem ser bem conduzi-</p><p>dos, porque são essenciais à prevenção e ao controle de IRAS, destacando, desse</p><p>modo, a importância da CME nos serviços de saúde (SOBECC, 2017).</p><p>O enfermeiro que assume a supervisão desse setor deve estar sempre atua-</p><p>lizado e ter capacidade administrativa e de liderança. Além do mais, precisa, a</p><p>partir da educação permanente, atualizar a equipe sobre o processo de trabalho</p><p>para o bom funcionamento do setor (SOBECC, 2017).</p><p>À medida que houve a necessidade de incorporar novos materiais e novas</p><p>técnicas para tratá-los, exigiu-se dos profissionais o desenvolvimento de</p><p>habilidades no que diz respeito à redução de custos, sem, no entanto, compro-</p><p>meter a assistência. Para tanto, houve a necessidade de estabelecer modos de</p><p>trabalho que se adequassem aos avanços tecnológicos da área (SILVA et al., 2020).</p><p>No futuro das CMEs, é possível demarcar a crescente demanda por novos saberes</p><p>e fazeres, além de dinâmicas mais adequadas à realidade das instituições de saúde, a</p><p>fim de que esses setores não se tornem obsoletos e possam atender de maneira satis-</p><p>fatória à demanda de serviços e à essência do próprio trabalho (SILVA et al., 2020).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO NA CENTRAL DE MATERIAIS</p><p>E ESTERILIZAÇÃO (CME)</p><p>A CME garante que os instrumentos médicos dos hospitais ou das clínicas se-</p><p>jam reutilizados com segurança, assegurando um atendimento de qualidade aos</p><p>pacientes (COSTA et al., 2020).</p><p>Na CME, é feito o recebimento dos materiais sujos e contaminados para des-</p><p>contaminação, esterilização e, posteriormente, distribuição aos setores do hospital.</p><p>A distribuição é feita não apenas ao centro cirúrgico, mas também às unidades de</p><p>internação, ambulatório, emergência, dentre outros (COSTA et al., 2020).</p><p>A manutenção e o controle de rotina dos métodos esterilizantes devem ser de</p><p>responsabilidade do enfermeiro, de acordo com a norma vigente. A atuação</p><p>do enfermeiro na CME é importante para garantir que todos os processos sejam</p><p>realizados dentro das normas e dos processos de descontaminação e esterilização.</p><p>O Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), por meio de resoluções, norma-</p><p>tiza que os profissionais de enfermagem sejam os responsáveis nas CMEs e nas</p><p>empresas que prestam esse tipo de serviço (COSTA et al., 2020).</p><p>A atuação do enfermeiro na CME garante que todos os processos sejam rea-</p><p>lizados de maneira satisfatória. Esse profissional administrará e desenvolverá</p><p>atividades técnico-assistenciais, além de gerir as pessoas (COSTA et al., 2020).</p><p>Além disso, cabe a ele o processo de controle de infecção. Isso, porque o manu-</p><p>seio dos produtos utilizados no processo sem conhecimento científico pode trazer</p><p>sérios problemas à saúde da equipe da CME e dos pacientes (COSTA et al., 2020).</p><p>O desenvolvimento da CME está relacionado</p><p>com a transformação do hos-</p><p>pital como local de intervenções no corpo biológico, principalmente as cirurgias,</p><p>a partir da emergência do capitalismo. A compreensão do enfermeiro como res-</p><p>ponsável pela CME pode ser buscada no papel que a enfermagem representou</p><p>nessa transformação, o que foi dado pela organização do ambiente terapêutico</p><p>(COSTA et al., 2020).</p><p>Considerando que o trabalho na CME é parte constitutiva de uma estrutura</p><p>maior da prática de saúde atualmente dominante, porém dotada de especificida-</p><p>de, este estudo pretende, sob a vertente da percepção dos enfermeiros da CME,</p><p>introduzir subsídios que possam ampliar a análise da realidade do trabalho desse</p><p>profissional e do papel transformador que ele assume no cuidar da saúde em geral</p><p>e pela enfermagem (COSTA et al., 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>http://www.cofen.gov.br/</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>O processo de trabalho na CME coordenado pelo enfermeiro é bastante sis-</p><p>tematizado. Ele apresenta fases distintas de produção e pouca possibilidade de</p><p>variação. A lógica dele se aproxima antes da produção industrial do que da pro-</p><p>dução de assistência direta aos clientes. No processo de trabalho da assistência</p><p>direta, ainda que ele ocorra sob um mesmo modelo tecno-assistencial, o clínico,</p><p>a tecnologia leve (relacional) está sempre presente, assim como existe a variabi-</p><p>lidade do objeto de trabalho (o próprio homem) e, em consequência, distintos</p><p>resultados ou produtos. Já pela própria natureza do processo de trabalho no</p><p>centro do material, o que justamente não se deseja ou admite é a variabilidade</p><p>dos produtos ou resultados (COSTA et al., 2020).</p><p>Foi sob essa concepção que a enfermagem moderna se desenvolveu, assu-</p><p>mindo ações de organização do ambiente terapêutico. Nesse caso, o trabalho</p><p>na CME pode ser considerado um processo de cuidar, ao garantir segurança</p><p>aos procedimentos de intervenção no corpo biológico por meio de tecnologias</p><p>leve-duras e duras (COSTA et al., 2020).</p><p>Independentemente das vertentes do cuidado, ele é amplamente considerado</p><p>pela enfermagem como campo de ação específico. Autores de outras áreas, en-</p><p>tretanto, não compartilham dessa prerrogativa, o que torna implícito que outros</p><p>profissionais da saúde também cuidam (COSTA et al., 2020).</p><p>O cuidado passou a ser social e politicamente valorizado a partir da impor-</p><p>tância que começou a ser dada ao corpo na emergência do capitalismo. As ações</p><p>iniciais e eminentemente preventivas, tendo, como instrumento, o saber da epide-</p><p>miologia, foram introduzidas por Nightingale no hospital e possibilitaram a trans-</p><p>formação dele, assim como o surgimento da enfermagem moderna e o primeiro</p><p>significado de cuidado específico sobre o ambiente e o corpo (COSTA et al., 2020).</p><p>Mesmo sendo um trabalho específico e tradicional do enfermeiro, ele não</p><p>se reveste de um caráter identificador do cuidado de enfermagem, porque se</p><p>dá como instrumento de trabalho de profissionais que realizam diretamente a</p><p>assistência. A atividade dominante e a gerência do processamento de artigos mé-</p><p>dico-hospitalares confirmam e reforçam a estrutura tradicional da prática atual</p><p>da enfermagem, que é caracterizada pela divisão técnica e social do trabalho e</p><p>dada a partir das necessidades do modelo clínico dominante. Em consequência</p><p>disso, não há condições de participar diretamente de uma nova racionalidade</p><p>para o cuidado de enfermagem pelo enfermeiro (COSTA et al., 2020).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>O enfermeiro da CME não realiza um cuidado assistencial diretamente ao</p><p>paciente, mas direciona o cuidado aos materiais que serão usados no cuidado</p><p>aos pacientes. Contudo, a finalidade do processo de trabalho dos enfermeiros de</p><p>CME se baseia na necessidade da produção de materiais em condições seguras</p><p>de uso e, por conseguinte, está diretamente ligada à qualidade da assistência</p><p>prestada (COSTA et al., 2020).</p><p>A atuação da enfermagem na CME se dá prioritariamente com a presença</p><p>desses profissionais como responsáveis técnicos pelo serviço. Sendo assim, é</p><p>fundamental que o enfermeiro desenvolva habilidades técnicas, gerenciais e hu-</p><p>manísticas para lidar com tamanha complexidade (COSTA et al., 2020).</p><p>Para tanto, é aconselhável que o enfermeiro tenha embasamento teórico sobre</p><p>os diferentes tipos de processamento de produtos, as substâncias mais indicadas</p><p>para cada tarefa e como avaliar a efetividade das ações (COSTA et al., 2020).</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem.</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O trabalho na CME é altamente complexo e, portanto, há muitos aspectos a</p><p>serem estudados. Pesquisas futuras podem:</p><p>■ Investigar a qualidade da manutenção dos registros e do desenvolvimento</p><p>de protocolos e procedimentos operacionais padronizados.</p><p>■ Avaliar as etapas de processamento na CME e em instalações terceirizadas.</p><p>■ Medir os efeitos do estresse ocupacional nos trabalhadores de enferma-</p><p>gem na CME.</p><p>■ Explorar como o conflito de papéis influencia a efetividade do trabalho</p><p>nessa unidade</p><p>■ Interpretar o histórico da relação entre a enfermagem e o processamento</p><p>de produtos utilizados em cuidados à saúde antes e depois da centralização.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>https://www.ceen.com.br/humanizacao-na-enfermagem/</p><p>https://www.ceen.com.br/humanizacao-na-enfermagem/</p><p>https://www.ceen.com.br/enfermeiro-de-sucesso/</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 7</p><p>A atenção à saúde não se constitui diretamente como objeto de trabalho de-</p><p>senvolvido pela gerência, mas pode ser entendida como a finalidade indireta do</p><p>trabalho gerencial em saúde. Para que a atenção à saúde seja alcançada, o profis-</p><p>sional que exerce a gerência faz uso de instrumentos do trabalho administrativo,</p><p>tais como o planejamento, a organização, a coordenação e o controle. A qualidade</p><p>da assistência à saúde demanda a existência de recursos humanos qualificados e</p><p>recursos materiais compatíveis/adequados com a oferta de cuidados orientada</p><p>pelas necessidades de saúde.</p><p>O gerenciamento realizado pelo enfermeiro resulta da composição histórica</p><p>da força de trabalho em enfermagem, a qual sempre promoveu uma divisão</p><p>técnica e social. Seja pelas vantagens obtidas ao ocupar espaços de poder mais</p><p>elevados nessa cadeia hierárquica, seja pela cisão provocada entre o gerencia-</p><p>mento e a execução desde os primórdios da Enfermagem Moderna, o processo</p><p>de trabalho gerencial foi mantido como privativo do enfermeiro, reforçando o</p><p>status quo dessa categoria profissional aliado à garantia da responsabilidade legal</p><p>dela sobre a equipe.</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>1. As boas práticas para o processamento de produtos para saúde estabelecem os requisitos</p><p>de boas práticas para o funcionamento dos serviços que realizam o processamento de</p><p>produtos para a saúde, visando à segurança do paciente e dos profissionais envolvidos.</p><p>Uma CME pode estar localizada dentro como fora do ambiente hospitalar. Essa informação</p><p>está correta de acordo com a Portaria:</p><p>a) Portaria nº 1884/94.</p><p>b) Portaria nº 1999/80.</p><p>c) Portaria nº 1034/56.</p><p>d) Portaria nº 3029/77.</p><p>e) Portaria nº 1999/95.</p><p>2. A Central de Material e Esterilização (CME) é uma unidade destinada à limpeza, ao acondi-</p><p>cionamento, à esterilização, à guarda e à distribuição dos produtos para as demais unidades</p><p>de assistência à saúde. É local de desenvolvimento das técnicas de tratamento dos artigos.</p><p>Considerando os componentes presentes na CME, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - Autoclave.</p><p>II - Expurgo.</p><p>III - Esterilização.</p><p>IV - Farmácia.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II e IV, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>3. A Central de Materiais e Esterilização (CME) é uma unidade especializada e composta por</p><p>vários setores onde são realizados procedimentos específicos e interdependentes que são</p><p>de fundamental importância para a segurança do paciente.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - É desejável que a qualificação</p><p>do responsável técnico da CME seja o enfermeiro especia-</p><p>lista em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material e Esterilização.</p><p>PORQUE</p><p>II - De acordo com as leis de diretrizes e bases, o programa pedagógico do currículo míni-</p><p>mo da graduação e da pós-graduação contempla o processamento de produtos para</p><p>saúde (recebimento, limpeza, desinfecção, inspeção, preparo, embalagem, esterilização,</p><p>armazenamento e distribuição). Essas etapas devem ser supervisionadas por profissionais</p><p>competentes e qualificados.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>COSTA, R. da et al. Papel dos trabalhadores de enfermagem no centro de material e esteriliza-</p><p>ção: revisão integrativa. Escola Anna Nery, v. 24, n. 3, 2020.</p><p>SILVA, A. R. S. da et al. Manual de Normas e Rotinas da CME. [S. l.]: Empresa Brasileira de Serviços</p><p>Hospitalares (EBSERH); Universidade Federal do Vale do São Francisco; Hospital Universitário</p><p>do Vale do São Francisco, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-u-</p><p>niversitarios/regiao-nordeste/hu-univasf/acesso-a-informacao/normas/protocolos-institu-</p><p>cionais/ManualdeNormaseRotinasdaCME.pdf. Acesso em: 16 jan. 2024.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção A.</p><p>2. Opção D.</p><p>3. Opção A.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>MINHAS METAS</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS E</p><p>ESTERILIZAÇÃO: CONCEITOS E</p><p>EQUIPE QUE COMPÕE A UNIDADE</p><p>Estudar a equipe de enfermagem dentro da Central de Materiais e Esterilização (CME).</p><p>Analisar o fluxo dos materiais dentro da CME.</p><p>Conhecer o processo de limpeza.</p><p>Compreender o processo de desinfecção.</p><p>Aprender o processo de preparo dos materiais.</p><p>Explorar o processo de esterilização.</p><p>Entender a validação dos processos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 8</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Neste tema, exploraremos a centralidade da Central de Materiais e Esterilização</p><p>(CME) no cenário hospitalar, entendendo o papel vital desempenhado pela equi-</p><p>pe de enfermagem nesse ambiente de assistência indireta ao paciente. A atuação</p><p>dedicada nesse cuidado indireto não apenas previne Infecções Relacionadas à</p><p>Assistência à Saúde (IRAS), mas também desempenha um papel crucial na oti-</p><p>mização de custos hospitalares.</p><p>A CME emerge como o verdadeiro coração da instituição de saúde, uma vez</p><p>que todas as demais unidades dependem dos materiais cuidadosamente prepa-</p><p>rados nesse setor. Ao entendermos a relevância desse centro, evidenciamos não</p><p>apenas a função logística dele, mas também a importante contribuição dele para</p><p>a segurança e a eficácia do atendimento hospitalar. Aprofundaremos ainda mais</p><p>esse universo, explorando os processos, os desafios e os avanços dessa unidade</p><p>essencial para a excelência na prestação de cuidados de saúde.</p><p>Você já se questionou sobre o intrínseco processo de esterilização e os objetivos</p><p>dele no contexto cirúrgico? Você está convidado a mergulhar conosco nesse tema</p><p>mediante o nosso podcast sobre esterilização. Descubra como esse processo es-</p><p>sencial funciona e qual é o papel fundamental dele no ambiente cirúrgico. Esta-</p><p>mos ansiosos para compartilhar esse conhecimento contigo! Recursos de mídia</p><p>disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Que tal explorar os métodos de esterilização de forma simples e prática? Não perca</p><p>tempo e assista ao vídeo Métodos de Esterilização. Amplie os seus conhecimentos</p><p>sobre esse tema essencial na área da saúde. Acesse agora e aproveite! Recursos</p><p>de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>EQUIPE DE ENFERMAGEM NA CENTRAL DE MATERIAIS E</p><p>ESTERILIZAÇÃO (CME)</p><p>A CME é o ambiente institucional em que ocorre o processamento necessário e</p><p>altamente especializado de produtos para a saúde. Algumas funções dessa central</p><p>incluem adquirir, receber, limpar, descontaminar, embalar, esterilizar e fornecer</p><p>produtos reutilizáveis, processados e seguros nos procedimentos clínicos exe-</p><p>cutados em unidades consumidoras, como enfermarias, centros de terapia in-</p><p>tensiva, ambulatórios e centros cirúrgicos. Esses procedimentos exigem equipes</p><p>qualificadas e bem treinadas e equipamentos especializados (SILVA et al., 2020;</p><p>SOBECC, 2017).</p><p>No Brasil, a legislação relativa à CME é vasta e complexa, ao abarcar diferen-</p><p>tes níveis de governança e áreas de especialização. Além das regulamentações</p><p>da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que fornecem diretrizes</p><p>abrangentes sobre os procedimentos de esterilização e processamento de ma-</p><p>teriais, as CMEs também precisam observar as Normas Regulamentadoras do</p><p>Ministério do Trabalho e Emprego, as quais estabelecem os padrões para a saúde</p><p>e a segurança no trabalho (BRASIL, c2024; SOBECC, 2017).</p><p>De acordo com a RDC nº 15/2012, a equipe da CME deve ser composta por</p><p>profissionais qualificados e capacitados, tais como enfermeiros, técnicos e auxi-</p><p>liares de enfermagem. A RDC não especifica um número exato de profissionais</p><p>para a equipe da CME, mas enfatiza a necessidade de garantir que haja recursos</p><p>humanos suficientes para atender adequadamente à demanda dos serviços pres-</p><p>tados (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>Além disso, é importante que haja um enfermeiro responsável pela supervisão</p><p>e coordenação das atividades da CME, garantindo a qualidade e a segurança dos</p><p>processos e serviços. A RDC nº 15 estabelece que o enfermeiro responsável pela</p><p>CME deve ter formação em enfermagem e experiência ou capacitação específica na</p><p>área de processamento de produtos para saúde (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>Apesar da fundamental importância do trabalho desenvolvido, há uma des-</p><p>valorização desse setor pelos profissionais do hospital. Dentre os motivos, des-</p><p>tacam se (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017):</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>■ Historicamente, é um setor que recebia trabalhadores com algum pro-</p><p>blema de saúde, problemas de comportamento, dificuldade de relacio-</p><p>namento ou aqueles que não tinham domínio sobre os cuidados diretos</p><p>aos pacientes.</p><p>■ É um setor fechado e isolado dos outros setores do hospital.</p><p>■ As atividades desenvolvidas se assemelham com o trabalho doméstico.</p><p>Para além do conhecimento do processo de trabalho na CME, de forma a ga-</p><p>rantir o adequado processamento dos materiais, é fundamental um programa</p><p>de educação permanente em saúde que alcance todos os profissionais, de modo</p><p>a contribuir para a atualização e para aprimorar as práticas de trabalho. Ao en-</p><p>fermeiro da CME, figuram competências no que diz respeito à modernização do</p><p>processo de trabalho, atualização e valorização da equipe.</p><p>Ao pensar nos elementos do processo de trabalho na enfermagem, percebe-se</p><p>que ela é uma profissão inserida e fundamental para o funcionamento da CME.</p><p>O enfermeiro que assume a supervisão desse setor deve estar sempre atualizado</p><p>e precisa ter capacidade administrativa e de liderança. Além disso, a partir da</p><p>educação permanente, deve atualizar a equipe sobre o processo de trabalho para</p><p>o bom funcionamento do setor (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>A atuação do profissional da enfermagem nesse setor perpassa pelos pro-</p><p>cessos de limpeza, desinfecção e esterilização, que devem ser bem conduzidos,</p><p>pois são essenciais à prevenção e controle de IRAS, destacando, desse modo, a</p><p>importância da CME nos serviços de saúde (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>Os trabalhadores de enfermagem de várias unidades hospitalares costuma-</p><p>vam esterilizar os produtos utilizados nos cuidados à saúde antes de se tornar um</p><p>serviço centralizado.</p><p>À medida que os conhecimentos sobre limpeza, desinfecção</p><p>e esterilização avançaram, o processamento de produtos para a saúde se tornou</p><p>mais complexo, caro e demorado. Em muitos países, os serviços de esterilização</p><p>centralizados, a escassez desses trabalhadores e os custos crescentes de mão de</p><p>obra os levam a abandonar essas atividades, gerando a necessidade do cargo de</p><p>técnico de CME. No entanto, em países subdesenvolvidos, esses profissionais</p><p>continuam a processar os produtos em prol da saúde e a gerenciar os CME (SIL-</p><p>VA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>O trabalho na CME é altamente complexo e, por-</p><p>tanto, há muitos aspectos a serem estudados. As pesqui-</p><p>sas futuras podem (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017):</p><p>■ Investigar a qualidade da manutenção de regis-</p><p>tros e o desenvolvimento de protocolos e proce-</p><p>dimentos operacionais-padrão.</p><p>■ Avaliar as etapas de processamento na CME e</p><p>em instalações terceirizadas.</p><p>■ Medir os efeitos do estresse ocupacional nos tra-</p><p>balhadores de enfermagem na CME.</p><p>■ Explorar como o conflito de papéis influencia a</p><p>efetividade do trabalho nessa unidade.</p><p>■ Interpretar o histórico da relação entre a en-</p><p>fermagem e o processamento de produtos uti-</p><p>lizados em cuidados à saúde antes e depois da</p><p>centralização.</p><p>A educação permanente é imprescindível para promo-</p><p>ver atualizações acerca das novas tecnologias, pois o se-</p><p>tor é caracterizado como crítico e de alta complexidade.</p><p>Assim, a presença de profissionais incapacitados pode</p><p>resultar em risco para a segurança do paciente e a quali-</p><p>dade da assistência (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>A atuação da enfermagem na CME é de suma im-</p><p>portância aos ambientes clínicos. Isso, porque, além de</p><p>oferecer tratamento adequado para cada artigo que che-</p><p>ga ao setor, contribui diretamente para a segurança do</p><p>paciente (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>Portanto, é essencial conhecer os tratamentos para</p><p>cada material envolvido, coordenar os integrantes desse</p><p>departamento, avaliar a qualidade das atividades exe-</p><p>cutadas e prever alterações que possam comprometer o</p><p>serviço (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>O enfermeiro também deve se atualizar constantemente sobre as novas formas de</p><p>contaminação microbiológica provenientes de fluidos corporais e agentes químicos</p><p>que possam adentrar no ambiente hospitalar (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>A atuação da enfermagem na CME se dá prioritariamente com a presença</p><p>desses profissionais como responsáveis técnicos pelo serviço. Sendo assim, é fun-</p><p>damental que o enfermeiro desenvolva habilidades técnicas, gerenciais e humanís-</p><p>ticas para lidar com tamanha complexidade (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>Para tanto, é aconselhável que o enfermeiro tenha embasamento teórico sobre os</p><p>diferentes tipos de processamento de produtos, as substâncias mais indicadas para</p><p>cada tarefa e a avaliação da efetividade das ações (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>A rotina de uma CME é bastante complexa e exige a atuação frequente do</p><p>enfermeiro em todas as etapas. Nesse contexto, ele trabalha com indicadores bioló-</p><p>gicos que identificam contaminações nos processos (SILVA et al., 2020; SOBECC,</p><p>2017). Outro ponto fundamental é a qualificação das rotinas, principalmente</p><p>aquelas que envolvem a solicitação, a entrega e a conferência dos itens. Trata-se</p><p>de algo que depende de outros profissionais (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>O enfermeiro deve levantar as causas da ineficiência, apontar sugestões de</p><p>melhorias e entrar em acordo com os supervisores de outros setores. Juntos, eles</p><p>precisam traçar a opção mais racional (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>Portanto, é visível que a atuação da enfermagem na CME é complexa e de-</p><p>manda profissionais cada vez mais preparados para lidar com essas atividades. É</p><p>essencial que o enfermeiro tenha embasamento teórico, saiba trabalhar em equipe</p><p>e busque sempre por melhorias nos serviços (SILVA et al., 2020; SOBECC, 2017).</p><p>LIMPEZA</p><p>A limpeza diz respeito ao processo de remoção de sujidades realizado pela apli-</p><p>cação de energia mecânica (fricção), química (soluções detergentes, desincrus-</p><p>tantes ou enzimáticas) ou térmica. A utilização associada de todas essas formas</p><p>de energia aumenta a eficiência da limpeza. A matéria orgânica presente (óleo,</p><p>gordura, sangue, pus e outras secreções) envolve os microrganismos, protegen-</p><p>do-os da ação do agente esterilizante.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Por essa razão, a limpeza constitui o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados</p><p>de higiene com os artigos e as áreas hospitalares, além de ser o primeiro passo nos</p><p>procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização. A limpeza dos artigos deve ser</p><p>feita de maneira escrupulosa e meticulosa, procurando-se escolher, para cada tipo de</p><p>material, a melhor maneira de executar essa tarefa (RAMOS et al., 2000).</p><p>Quanto aos produtos de limpeza, temos:</p><p>DETERGENTES:</p><p>são produtos que contêm tensoativos na formulação, com a finalidade de limpar</p><p>mediante a redução da tensão superficial, umectação, dispersão, suspensão e emulsi-</p><p>ficação da sujeira (RAMOS et al., 2000).</p><p>DETERGENTE ENZIMÁTICO:</p><p>produto à base de enzimas e surfactantes, não-iônico, com pH neutro, destinado a</p><p>dissolver e a digerir sangue, restos mucosos, fezes, vômito e outros restos orgânicos</p><p>de instrumental cirúrgico, endoscópios e artigos em geral. As enzimas que promovem</p><p>a quebra da matéria orgânica são basicamente de três tipos:</p><p>• Proteases: decompõem as proteínas.</p><p>• Amilases: decompõem os carbohidratos.</p><p>• Lipases: decompõem as gorduras.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>Depois do processo de limpeza, faz-se necessário avaliar as condições de limpe-</p><p>za do artigo antes que ele seja encaminhado para a área de preparo. A inspeção</p><p>deve ser rigorosa e pode ser auxiliada por meio de lentes de aumento ou outros</p><p>recursos similares (SILVA et al., 2020).</p><p>DESINFECÇÃO</p><p>É o processo físico (radiação ultravioleta, pasteurização) ou químico (solução</p><p>germicida) que elimina muitos ou todos os microrganismos na forma vegeta-</p><p>tiva em objetos inanimados, com exceção de esporos bacterianos (RAMOS et</p><p>al., 2000; COSTA et al., 2020).</p><p>ALTO NÍVEL:</p><p>ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz sobre todas as bactérias nas formas</p><p>vegetativas, micobactérias, fungos, vírus e alguns dos esporos bacterianos (RAMOS et</p><p>al., 2000; SOBECC, 2017).</p><p>NÍVEL INTERMEDIÁRIO:</p><p>ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz contra micobactérias, bactérias na</p><p>forma vegetativa e maioria dos fungos e vírus, mas não é eficaz contra os esporos</p><p>bacterianos (RAMOS et al., 2000).</p><p>BAIXO NÍVEL:</p><p>ocorre quando a ação dos desinfetantes é eficaz contra a maioria dos fungos, alguns</p><p>vírus, mas não é eficaz contra microrganismos resistentes, como a micobactéria ou</p><p>esporos bacterianos (RAMOS et al., 2000).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>ESTERILIZAÇÃO</p><p>A esterilização é o processo de destruição de todas as formas de vida microbiana,</p><p>fungos, vírus, bactérias nas formas vegetativa e esporulada. Ela pode ser realizada por</p><p>meios físicos, químicos e físico-químicos (RAMOS et al., 2000; COSTA et al., 2020).</p><p>Dentre os processos físicos, encontram-se a esterilização por vapor saturado</p><p>sob pressão e por calor seco-estufa de Pasteur (BRASIL, c2024). O processo de</p><p>esterilização pelo vapor saturado sob pressão é realizado em autoclaves, ten-</p><p>do, como princípio, a destruição dos microrganismos pela ação combinada de</p><p>tempo, temperatura, pressão e umidade, promovendo a termo a coagulação e a</p><p>desnaturação das proteínas da estrutura genética celular. Os tipos de autoclave</p><p>são gravitacionais e pré-vácuo (RAMOS et al., 2000).</p><p>A esterilização por calor seco é feita por meio de uma estufa que pode ser de</p><p>convecção por gravidade ou de convecção mecânica. A estufa é um equipamento</p><p>elétrico que propaga calor seco, tem baixo poder de penetração e realiza a este-</p><p>rilização de forma irregular e lenta. A destruição dos microrganismos se dá por</p><p>meio da oxidação e da</p><p>dessecação celular (RAMOS et al., 2000).</p><p>Dentre os equipamentos de esterilização, temos:</p><p>• AUTOCLAVES A VAPOR:</p><p>são câmaras de aço inox equipadas com uma ou duas portas dotadas de válvula de</p><p>segurança, manômetros de pressão e indicador de temperatura, geralmente, locali-</p><p>zado na linha de drenagem da câmara. Para que haja esterilização, é necessário que</p><p>o vapor entre em contato com todos os artigos colocados na câmara e isso só ocorre</p><p>quando o ar é removido adequadamente. As autoclaves podem ser divididas em dois</p><p>tipos básicos: autoclave gravitacional (evacuação do ar por gravidade) e autoclave</p><p>pré-vacuo (evacuação mecânica do ar).</p><p>• AUTOCLAVE GRAVITACIONAL (EVACUAÇÃO DO AR POR GRAVIDADE):</p><p>o ar frio, mais denso, tende a sair por um ralo colocado na parte inferior da câmara,</p><p>quando o vapor é admitido. Esse processo é relativamente lento e permite a perma-</p><p>nência de ar residual. A fase de secagem é limitada, pois não possui capacidade para</p><p>a completa remoção do vapor, podendo apresentar umidade no material ao final do</p><p>processo. Em geral, processos em autoclaves gravitacionais são adequados para a</p><p>esterilização de materiais desempacotados (RAMOS et al., 2000).</p><p>1</p><p>1</p><p>8</p><p>AUTOCLAVE PRÉ-VÁCUO (EVACUAÇÃO MECÂNICA DO AR):</p><p>nesse sistema, o ar é removido previamente para aformação de vácuo. Quando o vapor</p><p>é admitido, ele penetra instantaneamente nos pacotes, com pouca chance de perma-</p><p>nência de ar residual. Devido a esse mecanismo, o processo é mais rápido e eficiente. A</p><p>bomba de sucção forma o vácuo num único pulso (alto vácuo) ou a partir de seguidas</p><p>injeções e retiradas rápidas de vapor em temperatura ligeiramente inferior à do processo</p><p>(pulsos de pressurização). O sistema mais eficiente é o de pulsos de pressurização, pois</p><p>existe grande dificuldade em obter vácuo num único pulso (RAMOS et al., 2000).</p><p>ESTERILIZAÇÃO POR CALOR SECO/ESTUFA:</p><p>baseia-se na utilização do calor gerado por uma fonte. Requer o uso de altas tempera-</p><p>turas e um longo tempo de exposição, pois, como o ar quente se propaga lentamente</p><p>no material, a esterilização exige um aquecimento prolongado. A distribuição dele</p><p>dentro da câmara não ocorre de maneira uniforme, sendo recomendado que não se</p><p>utilize o centro da estufa, visto que ele concentra os chamados pontos frios. A carga</p><p>deve ser o mais uniforme possível e as caixas devem conter uma quantidade limitada</p><p>de instrumentais. O calor seco, por não ser tão penetrante quanto o vapor, deve ser uti-</p><p>lizado somente quando não for possível usar a autoclavação, como nos casos de óleos</p><p>e pós (RAMOS et al., 2000).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS DENTRO DA CME</p><p>O controle do processo de esterilização se dá por intermédio de indicadores</p><p>físicos, químicos e microbiológicos, os quais podem estar interligados a um sis-</p><p>tema automatizado de gestão (RAMOS et al., 2000).</p><p>Indicadores externos/ fita indicadora rolo/fita teste: são fitas autoadesi-</p><p>vas utilizadas unicamente para diferenciar os pacotes processados dos não pro-</p><p>cessados. Por serem um indicador visual, facilitam a detecção de problemas nos</p><p>equipamentos e falhas do servidor responsável pela esterilização. A fita indicado-</p><p>ra possui listras claras que se tornam escuras (marrom/grafite) após a passagem</p><p>pelo calor, não deixa resíduo após autoclavagem e deve estar presente em todos</p><p>os pacotes de materiais estéreis distribuídos pelo hospital (RAMOS et al., 2000).</p><p>Teste de Bowie & Dick/Indicador de ar residual: é usado para determi-</p><p>nar a eficácia do sistema de vácuo na autoclave de pré-vácuo. Foi desenvolvido</p><p>para detectar bolhas de ar e avaliar a habilidade do equipamento em reduzir o ar</p><p>residual da câmara a um nível suficiente para prevenir a compactação da carga</p><p>quando o vapor é introduzido após a eliminação do ar. O teste deve ser feito dia-</p><p>riamente no primeiro ciclo do dia, após o ciclo de aquecimento (antes da primeira</p><p>carga processada), seguindo as orientações do fabricante da autoclave sobre o</p><p>tempo, a temperatura e o uso correto do indicador. A folha indicadora deverá ser</p><p>colocada no interior de um pacote a ser esterilizado sobre o dreno (purgador),</p><p>com a câmara vazia. Esse pacote pode ser preparado utilizando campos lavados</p><p>e dobrados, empilhados até a altura de 25 a 28 cm. Esse indicador mudará para</p><p>a cor preta após completado o ciclo, evidenciando a ausência de bolhas de ar. A</p><p>presença de áreas mais claras indica ar residual na câmara (RAMOS et al., 2000).</p><p>Tira de indicador químico para vapor (Comply): é uma tira composta</p><p>por substâncias químicas que reagem às condições do processo. Oferece resposta</p><p>mediante uma nítida mudança de coloração: ( - ) grafite e ( + ) cinza claro/outros.</p><p>Monitora a pressão do vapor saturado no interior do pacote e caixas, assegurando</p><p>a exposição dos artigos às condições mínimas de tempo e temperatura. Usado</p><p>em cada pacote, aponta problemas locais causados por falhas humanas ou avarias</p><p>mecânicas na autoclave (RAMOS et al., 2000).</p><p>Integrador químico para ciclo de vapor (Sterigage): é um dispositivo que</p><p>indica se os materiais dentro do pacote foram expostos às três variáveis críticas:</p><p>temperatura, tempo e presença de vapor saturado, condições necessárias para a</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>esterilização. Pode ser utilizado em todos os processos de esterilização a vapor.</p><p>Aconselha-se colocar, no mínimo, um integrador por ciclo de esterilização e no</p><p>interior de caixas e pacotes grandes. A leitura é fornecida de maneira precisa e é</p><p>de fácil interpretação pela mudança de coloração (RAMOS et al., 2000).</p><p>Indicador Biológico (Attest): é um sistema que contém a suspensão de es-</p><p>poros dos tipos Bacillus stearothermophilus (autoclave) e Bacillus subtilis (estufa</p><p>ou peróxido de hidrogênio). Representa uma preparação padronizada de esporos</p><p>bacterianos, de modo a produzir suspensões contendo em torno de 106 esporos por</p><p>unidade de papel filtro. É o único meio capaz de assegurar que todas as condições</p><p>de esterilização estão adequadas, porque os microrganismos são testados quanto</p><p>ao crescimento, ou não, após a aplicação do processo (RAMOS et al., 2000).</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O processo de trabalho dos enfermeiros é teórico-prático, interdependente e</p><p>complementar ao trabalho da saúde, caracterizado por um conjunto de elemen-</p><p>tos (objeto, instrumentos e finalidade) adaptados às especificidades da profissão.</p><p>Por isso, apresenta-se de modo próprio e peculiar.</p><p>Os elementos se articulam à medida que as ações desenvolvidas atuam sobre um</p><p>objeto por meio de instrumentos que trarão resultados a uma finalidade, o que de-</p><p>pende de pessoas e das relações que elas estabelecem entre si e o ambiente de trabalho.</p><p>Durante o processo de trabalho, os enfermeiros têm a possibilidade de atuar</p><p>em diferentes dimensões práticas que envolvem “cuidar”, “educar”, “gerenciar” e</p><p>“pesquisar”. Essas dimensões permitem-lhe atuar em organizações de saúde, ensino</p><p>e pesquisa, as quais são compostas por vários setores, dentre os quais está a CME.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 8</p><p>Na CME, os elementos do processo de trabalho do enfermeiro são diferentes,</p><p>pois eles se articulam para atender às especificidades do trabalho desenvolvido.</p><p>O setor se caracteriza como uma área de atuação peculiar do enfermeiro que, no</p><p>próprio cotidiano, utiliza uma gama de conhecimentos empíricos, científicos e</p><p>tecnológicos para a coordenação do trabalho desenvolvido.</p><p>A partir do exposto, destaca-se a importância de conhecer a prática do enfer-</p><p>meiro na CME durante o processo de trabalho e os elementos que o compõem,</p><p>a fim de compreender o que, para quem, como e por que as ações são realizadas.</p><p>A abordagem do tema é fundamental devido à complexidade e à peculiaridade</p><p>do trabalho do profissional no setor.</p><p>A respeito das funções na CME, o enfermeiro revela competências exigidas</p><p>que circundam a administração do setor, o desenvolvimento</p><p>de atividades técni-</p><p>co-assistenciais e a administração de recursos humanos. Para tanto, o profissional</p><p>necessita somar, à estrutura física da CME, um conjunto de saberes estruturados</p><p>que venham lhe conferir competência e responsabilidade pelo setor. Nesse en-</p><p>tendimento, a competência é utilizada para empregar diferentes tecnologias de</p><p>enfermagem sobre os próprios objetos de trabalho, com o intuito de transfor-</p><p>má-los e, assim, alcançar as finalidades propostas para o processo de trabalho.</p><p>A CME é essencial para o funcionamento de diversas áreas no hospital e</p><p>funciona 24 horas todos os dias. Segundo a Resolução RDC nº 307, de 14 de no-</p><p>vembro de 2002, ela é considerada uma unidade de apoio técnico, que assegura</p><p>boas condições dos artigos para os atendimentos dos pacientes. É nessa unidade</p><p>que acontece desde a inspeção dos materiais (instrumental, roupas cirúrgicas e</p><p>outros) até a liberação deles.</p><p>Manter uma CME no hospital significa ter um local específico para o pre-</p><p>paro de materiais para a esterilização e a higienização dos equipamentos e dos</p><p>suprimentos médicos. Trata-se de uma assistência indireta essencial, para que os</p><p>pacientes estejam seguros e recebam um atendimento adequado.</p><p>Com a CME, é possível que o equipamento de saúde tenha as devidas condi-</p><p>ções para oferecer atendimento e assistência à saúde dos pacientes infectados por</p><p>vírus e bactérias, além dos sadios. Sem esse cuidado, muitas pessoas, incluindo</p><p>os próprios profissionais de saúde, poderiam se infectar.</p><p>Assim, os profissionais de saúde que atuam na CME são tão importantes à</p><p>biossegurança e ao cuidado com os pacientes quanto a equipe médica e de en-</p><p>fermagem que atendem às pessoas diretamente.</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>1. A validação da esterilização depende de um conjunto de etapas denominadas “qualifica-</p><p>ção”, com a certificação da adequabilidade dos parâmetros avaliados. A finalidade é garantir</p><p>a inexistência de probabilidade de sobrevivência dos microrganismos.</p><p>Considerando os processos encontrados na esterilização, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Físico.</p><p>b) Geográfico.</p><p>c) Térmico.</p><p>d) Criogênico.</p><p>e) Físico-químico.</p><p>2. A esterilização por vapor saturado sob pressão é o processo que oferece maior segurança</p><p>ao meio hospitalar. Ele é o método preferencial para o processamento de um material</p><p>termo-Resistente, ao destruir todas as formas de vida em temperaturas entre 121°C e 132°C.</p><p>Considere as afirmativas que determinam a forma como age o agente químico:</p><p>I - Por contato.</p><p>II - Por indução.</p><p>III - Por condução.</p><p>IV - Por alquimia.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II e IV, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>3. O processamento de materiais na Central de Materiais e Esterilização (CME) é um processo</p><p>meticuloso e complexo que envolve várias etapas críticas. O objetivo principal é garantir</p><p>que todos os instrumentos e equipamentos sejam adequadamente limpos, desinfetados</p><p>ou esterilizados para evitar a propagação de infecções.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - Todo material, ao chegar na área de preparo e acondicionamento, deve ser inspecionado</p><p>quanto à funcionalidade, limpeza e integridade.</p><p>PORQUE</p><p>II - Em seguida, os artigos são acondicionados em diferentes tipos de caixas e embalagens,</p><p>de acordo com a padronização e métodos de esterilização existentes na instituição.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>4</p><p>4</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>COSTA, R. da et al. Papel dos trabalhadores de enfermagem no centro de material e esteriliza-</p><p>ção: revisão integrativa. Escola Anna Nery, v. 24, n. 3, 2020.</p><p>RAMOS, E. M. do N. M. et al. Central de Material e Esterilização – Manual Técnico. Brasília: Se-</p><p>cretaria de Saúde (SES); Fundação Hospitalar do Distrito Federal (FHDF); Núcleo Normativo de</p><p>Enfermagem (NNE); Departamento de Recursos Médico-Assistenciais (DRMA), 2000. Disponível</p><p>em: https://portalidea.com.br/cursos/6867127331217061d06a4a67d8247a1d.pdf. Acesso em: 16</p><p>jan. 2024.</p><p>SILVA, A. R. S. da et al. Manual de Normas e Rotinas da CME. Empresa Brasileira de Serviços</p><p>Hospitalares (EBSERH), 2020. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/hospitais-uni-</p><p>versitarios/regiao-nordeste/hu-univasf/acesso-a-informacao/normas/protocolos-institucio-</p><p>nais/ManualdeNormaseRotinasdaCME.pdf. Acesso em: 16 jan. 2024.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>1</p><p>4</p><p>5</p><p>1. Opção E.</p><p>2. Opção A.</p><p>3. Opção A.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>MINHAS ANOTAÇÕES</p><p>1</p><p>4</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS</p><p>NA CENTRAL DE MATERIAIS E</p><p>ESTERILIZAÇÃO (CME)</p><p>Compreender a legislação RDC nº 15/2012</p><p>Conhecer os testes que temos na Central de Materiais e Esterilização (CME).</p><p>Entender o teste de Bowie Dick.</p><p>Compreender o período de incubação de cada indicador.</p><p>Entender o processo de leitura dos indicadores biológicos.</p><p>Estudar os indicadores químicos.</p><p>Raciocinar sobre a importância da fiscalização do enfermeiro nos processos.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 9</p><p>1</p><p>4</p><p>8</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>O monitoramento da eficácia dos processos de esterilização na Central de Ma-</p><p>teriais e Esterilização (CME), é fundamental para garantir a qualidade e a segu-</p><p>rança dos materiais médico-cirúrgicos utilizados no atendimento aos pacientes.</p><p>O monitoramento envolve o uso de indicadores físicos, químicos e biológicos</p><p>para avaliar a eficácia dos processos de esterilização e identificar possíveis falhas.</p><p>Você já se perguntou se, na CME, temos uma legislação que nos norteia? Você</p><p>está convidado a conferir este podcast: o tema é a RDC nº 15./2012 Recursos de</p><p>mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>O indicador biológico é um teste de extrema importância a ser feito na CME. No</p><p>vídeo a seguir, aprenderemos a realizar esse teste na prática.</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA (RDC) Nº 15 /2012</p><p>A CME possui um longo histórico que acompanha os profissionais de saúde e</p><p>os procedimentos cirúrgicos. A função dela é zelar pelas melhores condições,</p><p>para que os cirurgiões possam realizar procedimentos invasivos com o máximo</p><p>de cuidado contra as infecções pós-cirúrgicas. A CME é um setor essencial para</p><p>a unidade hospitalar, visto que prima pela segurança e maior qualidade, tendo,</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>como profissionais que atuam nesse ambiente, os enfermeiros e os técnicos em</p><p>enfermagem, que são fundamentais para a complexidade que o setor possui. Eles</p><p>atuam diante das tecnologias para manusear os equipamentos que se destinam</p><p>a manter os equipamentos cirúrgicos com um padrão de esterilização que não</p><p>possa proporcionar chances de contaminação ( SOBECC, 2017).</p><p>A CME do tipo semicentralizada teve início na década de 1950. Nela, cada</p><p>unidade tem a função de preparar os próprios materiais e os encaminha para</p><p>que possam ser esterilizados em local único, que pode ser na própria unidade</p><p>hospitalar ou em outro local. Vale destacar que a CME é o setor responsável pela</p><p>biossegurança no âmbito hospitalar, tendo, como um dos termos principais, a</p><p>contenção, que é utilizada para descrever os métodos de segurança utilizados</p><p>na manipulação de materiais infecciosos no meio laboratorial onde estão sendo</p><p>manuseados e/ou mantidos. O objetivo da contenção é eliminar ou reduzir a</p><p>exposição da equipe de saúde aos riscos que o meio ambiente laboral proporcio-</p><p>na, em geral, os agentes potencialmente perigosos, os quais podem influenciar a</p><p>qualidade das cirurgias, por exemplo (SOBECC, 2017).</p><p>Na CME, temos várias normas e rotinas a serem seguidas. A que merece destaque</p><p>é a Resolução RDC nº 15, de 15 de março de 2012, que dispõe a respeito dos requisitos</p><p>relacionados às boas práticas para o devido processamento dos produtos disponíveis</p><p>à saúde. A resolução cita, no Art. 3º, que ela se aplica a todas as CMEs que dispõem</p><p>de seus serviços, seja na saúde pública ou privada, seja em instituições de cunho civil</p><p>ou militar, seja em organizações voltadas para o processamento de todos os produtos</p><p>que são necessários para a saúde (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>A RDC nº 15 /2012 visa estabelecer os requisitos mínimos para as boas práti-</p><p>cas dos processamentos dos produtos destinados à saúde nesse ambiente. Assim,</p><p>faz exigências para a CME, tendo, como objetivo, a segurança dos pacientes e de</p><p>todos os profissionais e colaboradores envolvidos nesse setor de grande impor-</p><p>tância para a área da saúde (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>Assim, a RDC nº 15/2012 é uma norma regulamentadora que tem como</p><p>principal função estabelecer e regulamentar os requisitos de boas práticas ao</p><p>funcionamento dos serviços que realizam o processamento de produtos na área</p><p>de saúde. A finalidade é a segurança do paciente e de todos os profissionais en-</p><p>volvidos (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>A RDC nº 15, de 2012, divide a CME em duas classes:</p><p>■ Classe I: realizará o processamento de produtos para a saúde não críti-</p><p>cos, semicríticos e críticos de conformação não complexa, passíveis de</p><p>processamento (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>■ Classe II: realizará o processamento de produtos para a saúde não críti-</p><p>cos, semicríticos e críticos de conformação complexa e não complexa,</p><p>passíveis de processamento (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>Importante ressaltar que é possível a terceirização do processamento dos pro-</p><p>dutos para saúde, desde que formalizado mediante contrato de prestação de</p><p>serviço. No caso dos materiais complexos, a limpeza automatizada (em equi-</p><p>pamento de eficiência comprovada) deve ser precedida de limpeza manual</p><p>(BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>Essa regulamentação se aplica às CMEs dos serviços de saúde públicos, pri-</p><p>vados, civis e militares, além das empresas envolvidas no processamento de pro-</p><p>dutos para a saúde (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>De acordo com a RDC nº 15 /2012, o processamento de materiais deve ser</p><p>dividido por fases: limpeza, desinfecção e/ou esterilização. O objetivo é evi-</p><p>tar a contaminação cruzada entre os materiais sujos e os já descontaminados</p><p>(BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>Uma das principais áreas de foco da RDC nº 15 /2012 é a criação de um Plano de</p><p>Manutenção objetivando a realização de manutenções preventivas e corretivas</p><p>de acordo com a criticidade dos equipamentos. Além disso, a resolução define a</p><p>necessidade de registro das manutenções realizadas e a rastreabilidade das peças</p><p>utilizadas (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>A equipe que atua na CME deve ter treinamento da equipe responsável pela</p><p>manutenção dos equipamentos, garantindo que eles tenham o conhecimento e</p><p>as habilidades necessárias para executar e realizar as tarefas de maneira adequa-</p><p>da e segura. A RDC nº 15 /2012 também estabelece critérios para a qualificação</p><p>técnica dos fornecedores de serviços de manutenção e a importância de avaliar</p><p>as competências dos técnicos envolvidos. Em resumo, a RDC nº 15 é um marco</p><p>regulatório que molda os padrões de manutenção dos equipamentos hospitalares</p><p>no Brasil (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>A RDC nº 15 garante que a manutenção seja realizada de acordo com nor-</p><p>mas rigorosas, garantindo a qualidade e a segurança dos dispositivos médicos</p><p>e contribuindo para a excelência dos cuidados de saúde. Ao compreenderem e</p><p>aderirem a essa regulamentação, as instituições de saúde reforçam o compro-</p><p>misso delas com a conformidade e a qualidade (BRASIL,2012; SOBECC, 2017).</p><p>O descumprimento da RDC nº 15 /2012 é classificado como infração sani-</p><p>tária, com penalidades nos âmbitos civil, administrativo e penal (BRASIL,2012</p><p>SOBECC, 2017). Esse delito significa infringir uma determinação do poder pú-</p><p>blico que objetiva impedir a introdução ou a propagação de doença contagiosa.</p><p>As infrações sanitárias podem ser classificadas em leves, graves e gravíssimas. Já</p><p>as multas podem variar entre 2 mil reais para as infrações leves e 1 milhão e qui-</p><p>nhentos para as infrações gravíssimas. Além do mais, nos casos de reincidência,</p><p>as multas são aplicadas em dobro (BRASIL, 2012; SOBECC, 2017).</p><p>Dentre as infrações, temos (SOBECC, 2017):</p><p>■ Leves: a instituição infratora é beneficiada por uma circunstância ate-</p><p>nuante.</p><p>■ Graves: são verificadas quaisquer circunstâncias agravantes.</p><p>■ Gravíssimas: é averiguada a existência de duas ou mais circunstâncias</p><p>agravantes.</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>INDICADORES BIOLÓGICOS</p><p>Os indicadores biológicos têm a função de</p><p>monitorar e verificar a eficácia dos processos</p><p>de esterilização e desinfecção em ambientes</p><p>onde a eliminação de microrganismos pa-</p><p>togênicos é essencial para o cuidado a ser</p><p>realizado (SOBECC, 2017).</p><p>Eles são utilizados em várias áreas, como</p><p>hospitais, clínicas odontológicas, indústrias</p><p>farmacêuticas, laboratórios e outras instala-</p><p>ções que requerem altos padrões de higiene</p><p>e segurança (SOBECC, 2017).</p><p>Nesses indicadores, encontramos mi-</p><p>crorganismos específicos, como esporos</p><p>bacterianos, que são considerados os mais</p><p>resistentes aos processos de esterilização</p><p>(SOBECC, 2017).</p><p>Esses microrganismos são dispostos em</p><p>locais estratégicos, podendo ser dentro de</p><p>embalagens ou em dispositivos, com o objeti-</p><p>vo de simular a presença de possíveis agentes</p><p>contaminantes. Após a exposição aos agentes</p><p>esterilizantes, os indicadores biológicos são</p><p>analisados para determinar se os microrga-</p><p>nismos foram efetivamente eliminados, ou</p><p>não, comprovando a eficácia do processo de</p><p>esterilização (SOBECC, 2017).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>A principal função dos indicadores biológicos é fornecer uma avaliação direta</p><p>e confiável sobre a eficácia do processo de esterilização ou desinfecção. Os resul-</p><p>tados obtidos nos levam a garantir que os instrumentos médicos, os equipamen-</p><p>tos ou os materiais utilizados não apresentam risco de infecção para pacientes,</p><p>clientes ou usuários (SOBECC, 2017).</p><p>O indicador biológico possui uma preparação padronizada de esporos bac-</p><p>terianos projetada para produzir suspensões contendo dez esporos por unidade</p><p>de papel-filtro. Para as autoclaves, utiliza-se, como bioindicadores, esporos de</p><p>bacilos termófilos Bacillus stearothermophilus em um meio de cultura e com</p><p>indicador de pH. O processo permite assegurar que o conjunto de todos os</p><p>parâmetros críticos de esterilização encontram-se adequados, porque, após a</p><p>aplicação do processo, os microrganismos são diretamente testados quanto ao</p><p>crescimento, ou não (SOBECC, 2017).</p><p>Devemos usar uma incubadora para colocar o indicador biológico. Ela é</p><p>importante para garantir a validade e a precisão dos resultados obtidos após</p><p>a esterilização ou a desinfecção de equipamentos, instrumentos ou materiais</p><p>médicos (SOBECC, 2017).</p><p>A incubadora fornece um ambiente controlado e favorável para o desenvolvi-</p><p>mento e o crescimento dos microrganismos contidos nos indicadores biológicos,</p><p>facilitando a avaliação correta da eficácia do processo de esterilização. Existem</p><p>várias razões importantes para usar uma incubadora como indicador biológico.</p><p>Dentre elas, podemos destacar:</p><p>INCUBAÇÃO CONTROLADA:</p><p>há uma atmosfera controlada, garantindo que as condições de temperatura, umidade</p><p>e tempo de incubação sejam mantidas consistentes e adequadas para o crescimento</p><p>dos microrganismos (SOBECC, 2017).</p><p>TEMPO DE INCUBAÇÃO ADEQUADO:</p><p>cada indicador biológico terá um tempo específico de incubação necessário para que</p><p>os microrganismos possam se desenvolver e indicar se foram eliminados pelo processo</p><p>de esterilização. A incubadora garante que esse tempo seja respeitado (SOBECC, 2017).</p><p>1</p><p>5</p><p>4</p><p>BOWIE & DICK</p><p>A autoclave necessita passar por</p><p>(SAMPAIO, 2018).</p><p>Atualmente, os hospitais estão trabalhando com</p><p>técnicos de enfermagem em áreas em que há pa-</p><p>cientes em condições críticas, assim como é o caso</p><p>do CC. De acordo com o Decreto nº 94.406/1987,</p><p>que regulamenta o exercício profissional, as ativi-</p><p>dades desenvolvidas pelos técnicos de enfermagem</p><p>são consideradas de maior complexidade (BRASIL,</p><p>1987). Contudo, em sala operatória (SO), essas ati-</p><p>vidades podem ser desenvolvidas pelos auxiliares de</p><p>enfermagem, porque são comuns para ambos.</p><p>O técnico/auxiliar de enfermagem trabalha</p><p>em colaboração com o enfermeiro assistencial e as</p><p>atividades dele no CC propriamente dito, geralmen-</p><p>te, são as que ele desempenha como circulante de SO.</p><p>A SOBECC recomenda que as atividades específicas</p><p>e que envolvam procedimentos anestésico-cirúrgi-</p><p>cos complexos sejam feitas preferencialmente pelo</p><p>enfermeiro assistencial ou, na falta dele, pelo técnico</p><p>de enfermagem, com conhecimentos técnico-cientí-</p><p>ficos especializados para tais (SOBECC, 2017).</p><p>O técnico de enfermagem tem a função de cir-</p><p>culante de sala operatória. Dessa forma, é o respon-</p><p>sável por verificar as condições de funcionamento</p><p>dos aparelhos e solicitar a manutenção desses apare-</p><p>lhos quando necessário. Além disso, deve realizar a</p><p>checagem dos equipamentos que serão utilizados no</p><p>procedimento cirúrgico antes do início, identificar e</p><p>encaminhar peças cirúrgicas, provisionar os recursos</p><p>necessários ao paciente e às especificidades de cada</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>intervenção cirúrgica a ser realizada, proceder a montagem e a desmontagem da</p><p>sala operatória e auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica e do anestesiolo-</p><p>gista na indução e reversão do procedimento anestésico. Não só, mas também</p><p>precisa fazer o registro de todas as informações referentes ao transoperatório no</p><p>prontuário do paciente, realizar o controle de gastos dos materiais utilizados,</p><p>encaminhar o paciente para a sala de recuperação anestésica, auxiliar o enfer-</p><p>meiro sempre que necessário e comunicar a ele situações imprevistas, solicitando</p><p>a presença em casos de emergência (SAMPAIO, 2018).</p><p>A IMPORTÂNCIA DO ENFERMEIRO QUE ATUA NO CENTRO</p><p>CIRÚRGICO</p><p>A caracterização do exercício profissional do enfermeiro pode ser desenvolvida</p><p>a partir de “modelos teóricos do papel”, em uma abordagem interdisciplinar ou</p><p>multidisciplinar, sob os pontos de vista intrapessoal e interpessoal, além do re-</p><p>lacionamento do homem com o meio físico-sócio-cultural (SAMPAIO, 2018).</p><p>No centro cirúrgico, o enfermeiro é o responsável por acompanhar o paciente</p><p>desde a entrada no bloco até o período perioperatório, com o intuito de atender</p><p>todas as necessidades do cliente. Existem dois tipos de classificação para o pro-</p><p>fissional enfermeiro: o coordenador e o assistencial (SOBECC, 2017).</p><p>É ele quem planeja, gerencia, administra e realiza as atividades e os proce-</p><p>dimentos que ocorrem na unidade. Dessa forma, no que diz respeito ao geren-</p><p>ciamento da unidade, o enfermeiro deve cada vez mais assumir a função de</p><p>líder e coordenador do ambiente, visto que é da competência dele prever, prover,</p><p>implementar, avaliar e controlar os recursos humanos e materiais.</p><p>Assim, a qualidade e a eficiência da atuação do enfermeiro podem ser ava-</p><p>liadas pelo transcorrer do ato anestésico-cirúrgico com o menor risco possível</p><p>para o paciente e pela satisfação da equipe multidisciplinar em trabalhar nesse</p><p>setor (SOBECC, 2017).</p><p>A atuação do enfermeiro no centro cirúrgico é pautada em dois interesses: os</p><p>técnicos e os práticos. As definições das atribuições desse profissional são emba-</p><p>sadas no conhecimento por meio da atuação técnico-científica e da participação</p><p>na organização. A busca pela segurança no período transoperatório tem se confi-</p><p>1</p><p>1</p><p>gurado uma importante atividade gerencial do enfermeiro. No entanto, ao avaliar</p><p>a percepção dos profissionais de saúde sobre a cultura de segurança no CC de</p><p>um hospital público, em uma pesquisa recente, observou-se um distanciamento</p><p>entre os gestores e os demais profissionais, com condições precárias de trabalho</p><p>e fragilidade na cultura de segurança (SOBECC, 2017).</p><p>No Brasil, alguns trabalhos sobre a utilização de instrumentos para a promoção</p><p>de segurança e a prevenção de eventos adversos no CC identificaram que a equipe</p><p>de enfermagem contribui com registros indispensáveis para o desenvolvimento de</p><p>ações seguras e cabe ao enfermeiro, enquanto líder, adotar e estimular tais iniciati-</p><p>vas. Existe um caminho longo de aceitação da responsabilidade político-social que</p><p>o enfermeiro desempenha no centro cirúrgico. O foco principal desse profissional é</p><p>garantir a segurança ao paciente na execução dos procedimentos anestésicos-cirúr-</p><p>gicos que serão realizados pelos diferentes membros da equipe cirúrgica. Sabe-se</p><p>que ocorre variação na atuação do enfermeiro quando comparamos diferentes</p><p>realidades e estabelecimentos de assistência à saúde (SOBECC, 2017).</p><p>A responsabilidade desse profissional pela coordenação da assistência de en-</p><p>fermagem prestada ao paciente deve ser considerada independentemente do tipo</p><p>de organização em que ele atua: filantrópico, privado ou público. O conhecimento</p><p>dos processos dentro do CC é dinâmico, haja vista a alta complexidade dos proces-</p><p>sos e das relações de trabalho que contribuem para que o enfermeiro se desenvolva</p><p>nessa unidade. Nesse contexto, é necessário que esse profissional busque captações</p><p>para o desenvolvimento de novas práticas dentro das unidades de atendimento.</p><p>Essas atualizações devem englobar, inclusive, formações a respeito das legislações</p><p>vigentes nacionais e internacionais, de modo a garantir maior segurança ao pacien-</p><p>te. A organização do trabalho do enfermeiro pode ser dividida em cinco etapas:</p><p>coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento da assistência de enfer-</p><p>magem, implementação da assistência, avaliação de enfermagem (SOBECC, 2017).</p><p>Os enfermeiros do centro cirúrgico se afastam do cuidado direto ao paciente</p><p>dando prioridade ao suprimento de materiais e de equipamentos para a unidade,</p><p>e aos cuidados técnicos. É notável a importância de todos os procedimentos que</p><p>cercam o centro cirúrgico, porém não se pode negar a necessidade de um cuidado</p><p>diferenciado, especialmente no centro cirúrgico (SAMPAIO, 2018).</p><p>Ao enfermeiro, é atribuída a responsabilidade de gerenciar a unidade com</p><p>competência técnico-administrativa, estabelecer condutas éticas a toda equipe</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 1</p><p>do centro cirúrgico, manter um ambiente seguro e educar o paciente a respeito</p><p>da própria doença, do tratamento, da promoção à saúde e do autocuidado, pro-</p><p>movendo o cuidado ao paciente cirúrgico com qualidade (SAMPAIO, 2018).</p><p>O enfermeiro, durante o desempenho do próprio papel administrativo, deve</p><p>desenvolver o planejamento em todas as fases, sendo o responsável pela organi-</p><p>zação, direção, liderança e controle dos processos. Na assistência, o enfermeiro</p><p>tem o papel de promover um atendimento individualizado, qualificado e seguro,</p><p>sendo o responsável pelo paciente durante o período perioperatório de forma</p><p>integral, devendo todo o processo de enfermagem ser documentado em pron-</p><p>tuário (SOBECC, 2017).</p><p>Quanto ao ensino e à pesquisa, o enfermeiro não necessita ser precisamen-</p><p>te um docente para exercer esse papel, pois o papel de educador é intrínseco</p><p>a esse profissional. Assim, ele pode desenvolver programas de treinamento e</p><p>capacitação à equipe e favorecer o processo ensino-aprendizagem por meio da</p><p>colaboração com os alunos e docentes que possam passar por estágios práticos</p><p>na unidade. Além disso, deve incentivar e estimular a pesquisa, aspecto de funda-</p><p>mental importância para o desenvolvimento de novas tecnologias, participando</p><p>de estudos e investigações e proporcionando um ambiente favorável para pro-</p><p>moção desses estudos (SAMPAIO, 2018).</p><p>O enfermeiro é um membro importante enquanto integrante da equipe</p><p>multidisciplinar que atua no centro cirúrgico, já que as ações que desempe-</p><p>nha são imprescindíveis</p><p>testes que mostram a eficiência e a eficácia delas</p><p>no processo de esterilização. Os testes precisam ser realizados diariamente e há</p><p>alguns pré-requisitos:</p><p>■ Retirar o maior volume possível de ar da câmara interna da autoclave e</p><p>de dentro das cargas.</p><p>■ Esterilizar e combinar tempo, temperatura e pressão durante um determina-</p><p>do tempo de acordo com as orientações da Norma Internacional e Nacional</p><p>(NBR), realizando uma boa penetração do agente esterilizante na carga.</p><p>Efetuados os testes, se o resultado for satisfatório, o equipamento estará pronto</p><p>para o uso pretendido. É válido lembrar que, se o pacote está molhado, ele se</p><p>encontra contaminado (SOBECC, 2017).</p><p>O Teste de Bowie & Dick foi criado, em 1961, pelos doutores J. Bowie e Sr.</p><p>J. Dick. Todavia, a conclusão desse trabalho foi publicada oficialmente, somente</p><p>em 16 de março de 1963, no The Lancet British Medical Journal com o título The</p><p>Bowie And Dick Autoclave Tape Test. O Teste de Bowie & Dick é um teste-pa-</p><p>drão para testar autoclaves que se proponham a esterilizar cargas com alto grau</p><p>de dificuldade na retirada de ar, causando uma boa penetração do vapor, sendo</p><p>utilizado até os dias atuais (SOBECC, 2017).</p><p>Vale recordar que, ao fecharmos a porta de uma autoclave, temos 100% de</p><p>ar dentro da câmara interna e, ao não retirarmos esse ar e introduzirmos vapor,</p><p>haverá a formação de muitas bolhas de ar que impedem a atuação da tempe-</p><p>ratura e da pressão. Portanto onde houver ar, não haverá esterilização, motivo</p><p>pelo qual o ar precisa ser eliminado de dentro da câmara interna durante todo</p><p>o processo (SOBECC, 2017).</p><p>O Teste de Bowie & Dick é uma folha-teste com indicador químico tipo 2</p><p>sem chumbo e sensível ao vapor. Ela é posicionada dentro de um pacote, entre</p><p>várias camadas de papel. Esse “cenário” simula a situação real de uma carga com</p><p>alto grau de dificuldade de penetração e esterilização. Portanto, opera com uma</p><p>margem de segurança para a qualificação da eficiência da autoclave testada. O</p><p>pacote-teste do tipo Bowie & Dick é colocado na bandeja sozinho o mais próximo</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>possível do dreno, dentro da câmara e inox, a fim de ser submetido ao processo</p><p>de esterilização com três pré-vácuos, pressão de 2,3 kPa a 134 °C durante 3,5</p><p>minutos (SOBECC, 2017).</p><p>Após ser submetido ao ciclo de esterilização, a qualificação só ocorre quando</p><p>é constatada mudança uniforme de coloração, de acordo com a prescrição do</p><p>fabricante do Teste do tipo Bowie & Dick. Caso se constatem áreas com man-</p><p>chas de coloração mais claras e/ou esfumadas nas linhas escuras da folha-teste,</p><p>isso indica falha no sistema de remoção do ar e falha na penetração do agente</p><p>esterilizante (vapor). A autoclave não pode, nem deve ser utilizada, porque não</p><p>estaria qualificada para o processo (SOBECC, 2017).</p><p>INDICADORES QUÍMICOS</p><p>Os indicadores químicos para monitorização do processo de esterilização são</p><p>elaborados com componentes especiais que, devido à estrutura, reagem apenas na pre-</p><p>sença integrada dos seguintes fatores: tempo, pressão e temperatura (SOBECC, 2017).</p><p>Os Indicadores Químicos (IQ), assim como o próprio nome diz, monito-</p><p>ram o processo de esterilização quimicamente. A tecnologia empregada nesse</p><p>tipo de indicador faz com que ocorra uma reação entre o meio de esterilização</p><p>e o indicador, podendo, assim, identificar o processo como aprovado apenas se</p><p>ocorrer o meio ideal para esterilização (SOBECC, 2017).</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>Eles podem apontar uma falha potencial no ciclo de esterilização pela mudança</p><p>na coloração ou por outros mecanismos, tais como a fusão de sólidos à tempe-</p><p>ratura e ao tempo de exposição predeterminados. Os IQ comercialmente dis-</p><p>poníveis oferecem informações diferenciadas. Alguns são capazes de avaliar a</p><p>temperatura atingida pelo equipamento sem integrar com o tempo de exposição,</p><p>enquanto outros respondem ao resultado da integração de todos os parâmetros</p><p>essenciais para garantir a esterilização (SOBECC, 2017).</p><p>Os IQ atualmente disponíveis são:</p><p>INDICADOR QUÍMICO TIPO 1</p><p>é um indicador de processo conhecido como indicador externo de exposição. Há</p><p>tintas termocrômicas impregnadas em fita adesiva (fita zebrada), em um sistema de</p><p>barreira estéril, como papel grau cirúrgico e em etiquetas de identificação do material.</p><p>Tem como objetivo identificar e diferenciar os produtos expostos à esterilização da-</p><p>queles que não foram (GRAZIANO, 2013; SOBECC, 2017).</p><p>INDICADOR QUÍMICO TIPO 2</p><p>conhecido como teste de Bowie & Dick, é utilizado em testes específicos, somente</p><p>em autoclave a vapor com sistema de vácuo. É especialmente útil para verificar a</p><p>presença de gases não condensáveis que estão presentes quando ocorrem falhas na</p><p>remoção do ar das autoclaves, na fase de acondicionamento, falha na vedação das</p><p>portas e na presença de fissuras nas tubulações. A recomendação para a realização</p><p>do teste de Bowie & Dick é diária, antes da primeira carga ser processada (GRAZIANO,</p><p>2013; SOBECC, 2017).</p><p>INDICADOR QUÍMICO TIPO 3</p><p>trata-se de um indicador de único parâmetro, reagindo apenas a uma variável crítica</p><p>do processo de esterilização, como a temperatura atingida pela autoclave. Na prática,</p><p>esse indicador não é utilizado e não está disponível para comercialização (GRAZIANO,</p><p>2013; SOBECC, 2017).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>INDICADOR QUÍMICO TIPO 4</p><p>é elaborado para reagir a duas ou mais variáveis críticas de esterilização, por exemplo,</p><p>tempo e temperatura, e tem a intenção de indicar a exposição com valor declarado</p><p>(VD) das variáveis, por exemplo, 134 ºC a 3 minutos (GRAZIANO, 2013; SOBECC, 2017).</p><p>INDICADOR QUÍMICO TIPO 5 (INTEGRADOR)</p><p>atualmente é o mais indicado para monitoramento da esterilização de produtos para</p><p>saúde em autoclave. Deve reagir a todas as variáveis críticas do processo de esteriliza-</p><p>ção. Os VD são gerados para serem equivalentes ou excederem os requisitos de de-</p><p>sempenho preconizados para o indicador biológico. Nas autoclaves, esse IQ monitora,</p><p>além da temperatura e do tempo mínimo de exposição, a qualidade do vapor, que</p><p>deve ter, pelo menos, 95% de umidade (GRAZIANO, 2013; SOBECC, 2017).</p><p>INDICADOR QUÍMICO TIPO 6 (EMULADOR)</p><p>é um indicador emulador (simulador) designado para reagir a todas as variáveis críticas</p><p>do processo de esterilização com ponto de viragem quando 95% do ciclo estiver</p><p>concluído. O uso do IQ tipo 6 específico confere maior segurança aos ciclos expandi-</p><p>dos, como os de 7, 12 e 18 minutos a 134 ºC. Nessas condições, a escolha do IQ tipo 6</p><p>(emulador) confere maior segurança quando comparado ao IQ tipo 5 (integrador), pois,</p><p>em cerca de 2 minutos ou menos, o IQ tipo 5 (integrador) sinaliza condições satisfatórias</p><p>com a viragem da cor da tinta termocrômica ou fusão da pastilha com derretimento,</p><p>avançando até a faixa de aceitação (GRAZIANO, 2013; SOBECC, 2017; COSTA et al., 2020).</p><p>Em conclusão, a utilização de Integradores Químicos (IQ) para o monitoramento</p><p>do processo de esterilização representa um avanço crucial na garantia da eficácia</p><p>desse procedimento vital em ambientes de saúde. Ao integrarem os fatores de</p><p>tempo, pressão e temperatura, esses indicadores químicos desempenham um</p><p>papel essencial na identificação de falhas potenciais nos ciclos de esterilização,</p><p>proporcionando um monitoramento confiável e preciso.</p><p>Os diversos tipos de IQ disponíveis, como os indicadores químicos do tipo 1,</p><p>tipo 2, tipo 4, tipo 5 (integrador) e tipo 6 (emulador), oferecem opções especializa-</p><p>das para atender às necessidades específicas de diferentes processos de esterilização.</p><p>1</p><p>5</p><p>8</p><p>Desde a identificação visual simples até a reação a múltiplas variáveis críticas, esses</p><p>indicadores desempenham um papel crucial na segurança dos procedimentos.</p><p>É evidente que, ao escolher o indicador químico apropriado, é possível for-</p><p>talecer a eficácia do controle de esterilização, garantindo que os produtos para a</p><p>saúde estejam livres de microrganismos patogênicos. Essa abordagem não apenas</p><p>contribui para a segurança</p><p>do paciente, mas também assegura a conformidade</p><p>com as normas e as regulamentações, promovendo a qualidade e a excelência</p><p>nos serviços de saúde.</p><p>Em última análise, a implementação desses avanços tecnológicos na moni-</p><p>torização da esterilização não apenas atende aos padrões exigidos, mas também</p><p>eleva a confiabilidade e a eficiência dos processos, refletindo um compromisso</p><p>contínuo com a segurança e o bem-estar dos pacientes.</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 9</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>A CME é de suma importância, uma vez que garante que o equipamento de</p><p>saúde esteja livre de agentes contaminantes causadores de infecções. Sem o cui-</p><p>dado da CME, os pacientes e até mesmo os próprios profissionais de saúde ficam</p><p>expostos e podem se infectar.</p><p>Desse modo, os profissionais que atuam na CME têm grande importância</p><p>para a biossegurança e o cuidado com os pacientes, bem como as equipes médicas</p><p>e de enfermagem que atendem às pessoas diretamente.</p><p>Diante do cenário atual, a CME passou a ser mais reconhecida. Os processos</p><p>realizados na CME começaram a seguir normas estabelecidas pela Agência de</p><p>Vigilância Sanitária (Anvisa), no Brasil, e pelo Centro de Controle de Doenças</p><p>(CDC), nos Estados Unidos, a fim de garantir que os produtos destinados ao uso</p><p>ao paciente estejam seguros e livre de bactérias ou vírus.</p><p>A assistência indireta que é prestada pela CME deve seguir um padrão de</p><p>qualidade, garantindo a segurança ao paciente e da equipe envolvida nas ativi-</p><p>dades do hospital.</p><p>Sobre a prática profissional do enfermeiro da CME, é possível dizer que essa</p><p>unidade tem como função primordial oferecer o suporte para o cuidado aos</p><p>pacientes em diferentes situações de atendimento. Deste modo, trata-se de um</p><p>trabalho específico, cuja atividade dominante é a gerência do processamento</p><p>dos diferentes artigos médico-hospitalares (BARTOLOMEI; LACERDA, 2006).</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. A limpeza de um instrumental cirúrgico deve ser rigorosa, sendo uma das etapas mais</p><p>importantes do processo de esterilização. Nessa etapa, deve ser removida toda a sujidade,</p><p>pois as cargas microbianas formam barreiras e protegem os microrganismos, impedindo</p><p>que os agentes esterilizantes penetrem nos artigos, tornando as etapas subsequentes</p><p>ineficientes e comprometendo a esterilização.</p><p>Quando encontrar o resultado positivo (+) do indicador biológico, o que isso significa? Assi-</p><p>nale a alternativa correta:</p><p>a) Presença de matéria.</p><p>b) Falha no sistema.</p><p>c) Presença de manutenção.</p><p>d) A energia estiver escassa.</p><p>e) A máquina está com problemas.</p><p>2. A incubadora fornece um ambiente controlado e favorável para o desenvolvimento e o</p><p>crescimento dos microrganismos contidos nos indicadores biológicos, permitindo a ava-</p><p>liação correta da eficácia do processo de esterilização.</p><p>Considere o número das gerações dos indicadores biológicos nas afirmativas a seguir:</p><p>I - 1° geração.</p><p>II - 2° geração.</p><p>III - 3° geração.</p><p>IV - 4° geração.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) II e IV, apenas.</p><p>c) III e IV, apenas.</p><p>d) I, II e III, apenas.</p><p>e) I, II, III e IV.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>3. A leitura dos indicadores biológicos acontece para verificar se ocorreu crescimento bac-</p><p>teriano. Se houver crescimento, isso indica uma falha no processo de esterilização, e me-</p><p>didas corretivas devem ser tomadas antes do uso dos instrumentos ou dos equipamentos</p><p>esterilizados.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - Todos os testes biológicos realizados nas autoclaves devem ser registrados em planilhas</p><p>de controle da CME.</p><p>PORQUE</p><p>II - A finalidade é possibilitar o arquivamento, pois a documentação será útil para as avalia-</p><p>ções da CCIH e da vigilância sanitária municipal e estadual.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BARTOLOMEI, S. R. T.; LACERDA, R. A. Trabalho do enfermeiro no Centro de Material e seu lugar</p><p>no processo de cuidar pela enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem Da USP, v. 40, n.</p><p>3, p. 412-417, 2006.</p><p>BRASIL. Central de material e esterilização. c2024. 52 slides. Disponível em: https://www.ufpe.</p><p>br/documents/40070/1837975/ABNT+NBR+6023+2018+%281%29.pdf/3021f721-5be8-4e6d-</p><p>-951b-fa354dc490ed. Acesso em: 16 jan. 2024.</p><p>COSTA, R. da et al. Papel dos trabalhadores de enfermagem no centro de material e esteriliza-</p><p>ção: revisão integrativa. Escola Anna Nery, v. 24, n. 3, 2020.</p><p>GRAZIANO, K. U. CME – Os 22 DESAFIOS em busca de segurança para o paciente. In: V Semi-</p><p>nário de Prevenção e Controle de Infecção em Serviço de Saúde de Santa Catarina. Anais [...]</p><p>Secretaria da Saúde de Santa Catarina, 2013. Disponível em: https://www.saude.sc.gov.br/index.</p><p>php/informacoes-gerais-documentos/vigilancia-em-saude/ceciss/materiais-seminario-ce-</p><p>ciss/palestras-v-seminario?format=html. Acesso em: 16 jan. 2024.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>1</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção B.</p><p>2. Opção D.</p><p>3. Opção A.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>4</p><p>unidade 1</p><p>Conceitos básicos</p><p>em centro cirúrgico</p><p>Centro cirúrgico: conceitos e atividades realizadas</p><p>na unidade</p><p>Assistência em</p><p>centro cirúrgico</p><p>unidade 2</p><p>CENTRO CIRÚRGICO: ESTRUTURA FÍSICA E EQUIPE DE ENFERMAGEM</p><p>SRPA, ÉTICA E HUMANIZAÇÃO</p><p>DO CUIDADO</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM E COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO</p><p>unidade 3</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS</p><p>E ESTERILIZAÇÃO</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO: CONCEITOS E EQUIPE QUE COMPÕE A UNIDADE</p><p>VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS NA CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO (CME)</p><p>U01.pdf</p><p>unidade 1</p><p>Conceitos básicos</p><p>em centro cirúrgico</p><p>Centro cirúrgico: conceitos e atividades realizadas</p><p>na unidade</p><p>Assistência em</p><p>centro cirúrgico</p><p>unidade 2</p><p>CENTRO CIRÚRGICO: ESTRUTURA FÍSICA E EQUIPE DE ENFERMAGEM</p><p>SRPA, ÉTICA E HUMANIZAÇÃO</p><p>DO CUIDADO</p><p>SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA EM ENFERMAGEM E COMPLICAÇÕES NO PÓS-OPERATÓRIO IMEDIATO</p><p>unidade 3</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS</p><p>E ESTERILIZAÇÃO</p><p>CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO: CONCEITOS E EQUIPE QUE COMPÕE A UNIDADE</p><p>VALIDAÇÃO DOS PROCESSOS NA CENTRAL DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO (CME)</p><p>Forms - Uniasselvi:</p><p>Button 28:</p><p>para que os procedimentos sejam realizados de acordo</p><p>com as condições ideais, técnicas e assépticas, o que possibilita que o processo</p><p>anestésico cirúrgico seja desempenhado com sucesso. Tendo o enfermeiro essa</p><p>responsabilidade, cabe a ele identificar as atividades burocráticas e resolvê-las,</p><p>assim como supervisionar o trabalho da equipe de enfermagem e o funciona-</p><p>mento dos equipamentos, possibilitando não só a segurança do paciente, como</p><p>também da equipe como um todo (SAMPAIO, 2018).</p><p>As atribuições do enfermeiro de centro cirúrgico são bastante complexas,</p><p>remetendo-se a diversas competências, dentre elas, a assistencial, a administra-</p><p>tiva, o ensino e a pesquisa. O papel assistencial é de suma importância, visto que</p><p>compete ao enfermeiro a assistência ao paciente e à família, sendo que a comu-</p><p>nicação entre todos os indivíduos envolvidos é fundamental para a continuidade</p><p>do cuidado de forma individualizada (SAMPAIO, 2018).</p><p>1</p><p>8</p><p>O enfermeiro elabora o levantamento de dados sobre o paciente, coleta e</p><p>organiza os dados do paciente, estabelece o diagnóstico de enfermagem, desen-</p><p>volve e implementa um plano de cuidados de enfermagem e avalia os cuidados</p><p>em termos dos resultados alcançados pelo paciente. Entende-se que esse processo</p><p>é utilizado, a fim de planejar e implementar a assistência ao paciente cirúrgico,</p><p>possibilitando o andamento das demandas da unidade e favorecendo a realização</p><p>dos cuidados de forma individualizada e integral. Isso promove a humanização</p><p>da assistência de enfermagem.</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O enfermeiro tem, em sua responsabilidade, o papel de executar tarefas que visem</p><p>à melhoria contínua do paciente e ao respectivo bem-estar. Um profissional de en-</p><p>fermagem, mesmo com experiência na área, necessita se familiarizar com o novo</p><p>ambiente de trabalho e com as características específicas do setor em que atuará.</p><p>A principal função do enfermeiro não é somente o desafio de cuidar, mas</p><p>também o de inspecionar e observar todos os procedimentos aos quais ele(a) será</p><p>responsabilizado. Lembre-se de que, para que o mercado de trabalho identifique</p><p>como excelente o seu profissionalismo, tudo o que estudamos deve ser aplicado</p><p>e executado de forma organizada e com zelo. Ao realizar todo procedimento</p><p>nos mínimos detalhes, tenha a certeza de que o seu profissionalismo refletirá em</p><p>muitas oportunidades de conquista dentro de sua área de atuação.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>1. Para realização de qualquer procedimento cirúrgico, temos o período perioperatório, que</p><p>é o tempo que envolve o ato cirúrgico. Ele está subdividido em três etapas. São elas: pré-</p><p>-operatório, operatório e pós-operatório.</p><p>Considerando um dos períodos perioperatórios, assinale a alternativa correta:</p><p>a) Período pré-operatório imediato: desde o momento em que o paciente recebe a notícia</p><p>de que não será submetido ao tratamento cirúrgico até às 14 horas que antecedem a</p><p>cirurgia.</p><p>b) Período pré-operatório imediato: desde o momento em que o paciente recebe a notícia</p><p>de que será submetido ao tratamento cirúrgico até às 27 horas que antecedem a cirurgia.</p><p>c) Período pré-operatório imediato: desde o momento em que o paciente recebe a notícia</p><p>de que será submetido ao tratamento cirúrgico até às 24 horas que antecedem a cirurgia.</p><p>d) Período pré-operatório imediato: desde o momento em que o paciente recebe a notícia</p><p>de que será submetido ao tratamento cirúrgico até às 24 horas que antecedem a cirurgia.</p><p>e) Período pré-operatório imediato: desde o momento em que o paciente não recebe a</p><p>notícia de que será submetido ao tratamento cirúrgico.</p><p>2. O centro cirúrgico é considerado uma unidade especial do hospital. O objetivo dele é a</p><p>realização de procedimentos cirúrgicos de qualquer especialidade. Os procedimentos</p><p>realizados são os anestésico-cirúrgicos, os diagnósticos e os terapêuticos tanto em caráter</p><p>eletivo quanto emergencial.</p><p>A unidade de centro cirúrgico pode ser definida como:</p><p>I - Uma das fases de uma cirurgia.</p><p>II - Conjunto de elementos destinados à cirurgia e à recuperação.</p><p>III - Lugar que possui uma ala de recuperação anestésica</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>3. O centro cirúrgico é uma unidade dentro do hospital responsável pela realização de</p><p>procedimentos anestésico-cirúrgicos, diagnósticos e terapêuticos. As cirurgias ocorrem</p><p>tanto de forma eletiva como emergencial. Trata-se de um local em que encontramos uma</p><p>equipe multiprofissional que conduz o trabalho em equipe.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - O centro cirúrgico é um dos sistemas mais importantes em um sistema hospitalar.</p><p>PORQUE</p><p>II - Além da infraestrutura e dos recursos materiais e humanos, é necessária a integração</p><p>com todas as outras áreas do hospital.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>1</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>BRASIL. Decreto no 94.406, de 8 de junho de 1987. Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho</p><p>de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências. Brasília, DF:</p><p>Presidência da República, [1987]. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-</p><p>to/1980-1989/d94406.htm. Acesso em: 28 nov. 2023.</p><p>SAMPAIO, M. de O. Enfermagem em centro cirúrgico. Londrina: Editora e Distribuidora Educa-</p><p>cional S.A., 2018.</p><p>SOBECC. Práticas Recomendadas. 7. ed. São Paulo: SOBECC, 2017.</p><p>1</p><p>1</p><p>1. Opção C. Período pré-operatório imediato: desde o momento em que o paciente recebe a</p><p>notícia de que será submetido ao tratamento cirúrgico até às 24 horas que antecedem a</p><p>cirurgia.</p><p>2. Opção D.</p><p>3. Opção A. As asserções I e II são verdadeiras e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>GABARITO</p><p>1</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>CENTRO CIRÚRGICO: CONCEITOS E</p><p>ATIVIDADES REALIZADAS</p><p>NA UNIDADE</p><p>Compreender os termos e os tempos cirúrgicos.</p><p>Estudar a montagem da sala cirúrgica.</p><p>Conhecer a classificação das cirurgias quanto ao potencial de contaminação.</p><p>Entender os cuidados da equipe de enfermagem no processo perioperatório.</p><p>Estudar a prevenção e o controle das infecções em sítio cirúrgico.</p><p>Compreender o protocolo de cirurgia segura.</p><p>Aprender a fazer a abertura de forma estéril.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 2</p><p>1</p><p>4</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>No centro cirúrgico (CC), são realizados procedimentos cirúrgicos, diagnósticos</p><p>e terapêuticos tanto em caráter eletivo quanto emergencial. Nesse local, ocorrem</p><p>processos complexos, demandando alto investimento para implantação e fun-</p><p>cionamento. O ambiente cirúrgico tem a dinâmica do cuidado de enfermagem</p><p>voltado à objetividade das ações, cuja intervenção invasiva é de natureza técnica</p><p>e de recursos materiais com alta complexidade, precisão e eficácia. Assim, são</p><p>necessários profissionais habilitados para atender às interfaces atribuídas à di-</p><p>nâmica de trabalho, visando à recuperação do paciente.</p><p>Devido às particularidades do serviço, a interação social no cuidado, muitas</p><p>vezes, é limitada. Diante desse contexto, os enfermeiros encontram-se com o de-</p><p>safio de organizar as diferentes atribuições que compõem o próprio processo de</p><p>trabalho, implicando no gerenciamento do cuidado de enfermagem no período</p><p>transoperatório. Essa condição compreende a conexão entre as dimensões geren-</p><p>cial e assistencial do enfermeiro, como o planejamento e a delegação de ações, na</p><p>previsão e na provisão de recursos materiais e humanos e na capacitação da equipe</p><p>de</p><p>trabalho, objetivando a melhoria dos cuidados e a assistência segura ao paciente.</p><p>Com o crescimento da Covid-19, os hospitais apresentaram um desgaste na</p><p>estrutura de atendimento, com sobrecarga para os profissionais da saúde diante</p><p>da elevada demanda emergencial e da crescente falta de leitos de Unidade de</p><p>Tratamento Intensivo (UTI), expondo os sistemas de saúde públicos e privados a</p><p>uma dimensão mais grave da crise sanitária brasileira: a do componente hospita-</p><p>lar. A disposição da estrutura assistencial hospitalar, historicamente insuficiente,</p><p>é impactada com a demanda por um grande número de leitos hospitalares desti-</p><p>nados ao cuidado de vítimas do coronavírus, sobretudo, as mais graves.</p><p>A pandemia de Covid-19 impôs mudanças na dinâmica da equipe e na organiza-</p><p>ção da carga de trabalho, com o aumento dos Equipamentos de Proteção Individual</p><p>(EPIs) e da preparação das instalações. No centro cirúrgico, foi necessário realizar</p><p>mudanças quanto à dinâmica das cirurgias, ao uso de EPIs pelas equipes durante o</p><p>procedimento cirúrgico e às orientações voltadas à limpeza correta da sala.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Você já se perguntou se a linguagem utilizada em nosso dia a dia é a mesma que</p><p>os cirurgiões utilizam? O tema abordado neste podcast nos mostrará as termi-</p><p>nologias utilizadas em uma unidade cirúrgica. Recursos de mídia disponíveis no</p><p>conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>VAMOS RECORDAR?</p><p>Você está convidado a assistir ao vídeo Posicionamento Seguro do Paciente Cirúrgico:</p><p>Mais que uma Ação, uma Obrigação! para aprofundar os seus conhecimentos</p><p>sobre práticas seguras no ambiente cirúrgico. Esse conteúdo aborda questões</p><p>cruciais relacionadas ao cuidado e à segurança durante o posicionamento do</p><p>paciente. Não perca a oportunidade de enriquecer a sua formação! Recursos de</p><p>mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>TERMOS CIRÚRGICOS, POSICIONAMENTO E TEMPOS</p><p>CIRÚRGICOS</p><p>Terminologia cirúrgica é o conjunto de termos que expressam o segmento cor-</p><p>póreo afetado e a intervenção feita para tratar a afecção. Ao utilizar uma termi-</p><p>nologia correta, é possível ter a definição de termos cirúrgicos, mostrando os</p><p>tipos de cirurgias. Isso facilita o preparo dos instrumentais e dos equipamentos</p><p>que serão utilizados em cada tipo de cirurgia (SAMPAIO, 2018).</p><p>São utilizados prefixos e sufixos em cirurgia, com destaque aos procedimentos e</p><p>aos exames, com os sufixos: -ectomia, -tomia, -stomia, -pexia, -plastia, -rafia e -scopia,</p><p>além de terminologia diversa e epônimos. O objetivo da terminologia é fornecer uma</p><p>assistência segura e facilitar a comunicação entre os profissionais (SAMPAIO, 2018).</p><p>1</p><p>1</p><p>A terminologia cirúrgica também segue a regra gramatical apresentada.</p><p>A raiz representa o segmento anatômico relacionado à intervenção cirúrgica,</p><p>enquanto os afixos determinam o diagnóstico ou o tratamento cirúrgico a ser</p><p>realizado (SAMPAIO, 2018).</p><p>Tempos cirúrgicos</p><p>Os tempos cirúrgicos são os procedimentos consecutivos realizados desde o</p><p>início até o término da cirurgia. De modo geral, as intervenções cirúrgicas são</p><p>realizadas em quatro tempos básicos, de acordo com a etapa do procedimento a</p><p>ser realizada pelo cirurgião (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os tempos cirúrgicos podem ser divididos em quatro partes. São eles:</p><p>DIÉRESE:</p><p>consiste no tempo cirúrgico em que há a abertura de tecidos do corpo por planos.</p><p>Nesse momento, são usadas lâminas de bisturi, serra, tesoura, rugina, cisalha, costóto-</p><p>mo, bisturi elétrico, osteótomo e/ou goiva.</p><p>HEMOSTASIA:</p><p>consiste em impedir, deter ou prevenir o sangramento.</p><p>EXÉRESE (CIRURGIA PROPRIAMENTE DITA):</p><p>é realizado o procedimento de fixação, reparação ou extirpação de alguma parte do</p><p>organismo.</p><p>SÍNTESE:</p><p>é realizada a aproximação final dos tecidos por planos seccionados, desde o foco da</p><p>cirurgia até o tecido cutâneo. Neste tempo cirúrgico, utilizam-se agulhas, fios, porta</p><p>agulhas, pinças e grampos (SAMPAIO, 2018).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Na sala cirúrgica, existem três tipos de mesas cirúrgicas: a mesa do instrumen-</p><p>tador, a mesa do primeiro auxiliar e a mesa auxiliar de Mayo. A mesa de Mayo</p><p>tem dimensão de 50 cm x 35 cm e é exclusiva para uso do cirurgião. O objetivo da</p><p>montagem dessa mesa é dinamizar e facilitar o trabalho do cirurgião, tornando</p><p>o ato operatório mais eficiente. O material ali exposto depende da necessidade</p><p>cirúrgica. Nessa mesa, os cabos dos instrumentos são voltados para o próprio</p><p>assistente, pois ele fará o uso (SAMPAIO, 2018).</p><p>Para a montagem da mesa, o instrumentador, já paramentado, escolherá o local</p><p>da sala menos movimentado, iniciando sistematicamente a organização da mesa</p><p>cirúrgica. Deverá ser colocado um campo impermeável e estéril sobre as mesas ins-</p><p>trumentais para amortecer choques e criar uma barreira antibacteriana, o que impe-</p><p>dirá a contaminação de instrumentos. Os instrumentos cirúrgicos são dispostos de</p><p>maneira ordenada e lógica e acompanham os tempos da cirurgia (SAMPAIO, 2018).</p><p>CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS QUANTO AO POTENCIAL DE</p><p>CONTAMINAÇÃO</p><p>A classificação das cirurgias por potencial de contaminação leva em conta o</p><p>número de microrganismos presentes no tecido a ser operado. De acordo com</p><p>o Ministério da Saúde, as cirurgias são classificadas em:</p><p>1</p><p>8</p><p>CUIDADOS DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NO PROCESSO</p><p>PERIOPERATÓRIO</p><p>O enfermeiro é o profissional responsável pela realização da Sistematização da</p><p>Assistência de Enfermagem Perioperatória (SAEP). Assim, no período transope-</p><p>ratório, deve realizar o plano de cuidados, com a finalidade primordial de evitar</p><p>complicações decorrentes do ato anestésico-cirúrgico. Além disso, deve prestar</p><p>assistência ao paciente enquanto membro da equipe multiprofissional. Portanto,</p><p>em conjunto com o cirurgião e o anestesista, pode ajudar a decidir a melhor ma-</p><p>neira e auxiliar no posicionamento do paciente, de forma que as ações a serem</p><p>feitas durante o ato anestésico-cirúrgico sejam facilitadas (SAMPAIO, 2018).</p><p>LIMPAS:</p><p>realizadas em tecidos estéreis ou de fácil descontaminação na ausência de um pro-</p><p>cesso infeccioso local, sem penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário,</p><p>em condições ideais de sala de cirurgia. Exemplo: cirurgia de ovário.</p><p>POTENCIALMENTE CONTAMINADAS:</p><p>realizadas em tecidos de difícil descontaminação na ausência de supuração local, com</p><p>penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário, sem contaminação significati-</p><p>va. Exemplo: redução de fratura exposta.</p><p>CONTAMINADAS:</p><p>realizadas em tecidos recentemente traumatizados e abertos, de difícil descontamina-</p><p>ção, com processo inflamatório, mas sem supuração. Exemplo: apendicite supurada.</p><p>INFECTADAS:</p><p>realizadas em tecido com supuração local, tecido necrótico e feridas traumáticas</p><p>sujas. Exemplo: cirurgia do reto e ânus com pus (SAMPAIO, 2018).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>Durante o posicionamento do paciente na mesa cirúrgica, deve-se considerar</p><p>o tempo cirúrgico e os efeitos das drogas anestésicas, porque o procedimento</p><p>pode ter uma longa duração, fazendo com que o paciente permaneça por um</p><p>longo período na mesa cirúrgica e sob o efeito de relaxantes musculares, que</p><p>podem causar distensões e dor, dependendo da posição a qual a técnica ope-</p><p>ratória exige. O enfermeiro tem o papel de identificar os riscos relacionados ao</p><p>posicionamento do paciente na mesa cirúrgica, para que possa realizar o plane-</p><p>jamento de intervenções que minimizem as complicações e auxiliem no processo</p><p>de recuperação (SAMPAIO, 2018).</p><p>A assistência no período transoperatório envolve diferentes atividades. Entre-</p><p>tanto, todas as ações visam à segurança e à promoção de cuidados adequados às</p><p>necessidades individuais de cada paciente. Durante a realização do ato cirúrgico,</p><p>é essencial que a equipe de enfermagem assista ao paciente, observando todas as</p><p>reações que ele pode apresentar nessa fase que é tão importante e na qual o trata-</p><p>mento</p><p>cirúrgico proposto é efetivamente realizado. No período transoperatório,</p><p>é necessária interação interpessoal entre os membros da equipe multiprofissional</p><p>envolvida (SAMPAIO, 2018).</p><p>No ato anestésico-cirúrgico e no embasamento técnico-científico para a exe-</p><p>cução das ações necessárias, é preciso usar parâmetros biológicos e fisiológicos</p><p>para a avaliação constante do paciente, substituindo o cuidado automatizado e</p><p>mecânico pela promoção da humanização durante toda a assistência prestada</p><p>na sala operatória (SAMPAIO, 2018).</p><p>PREVENÇÃO E CONTROLE DAS INFECÇÕES EM SÍTIO</p><p>CIRÚRGICO</p><p>Atualmente, as Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) estão inti-</p><p>mamente relacionadas ao tema “segurança do paciente”, exercendo forte pressão</p><p>sobre as organizações de assistência à saúde. São consideradas eventos adver-</p><p>sos que geram várias consequências deletérias, como elevação dos custos da</p><p>assistência, aumento do tempo de internação e crescimento da morbidade e da</p><p>mortalidade. Diversas instituições públicas e privadas, internacionais e nacionais,</p><p>somam esforços, ao publicarem orientações para a prevenção e o controle das in-</p><p>fecções, norteando as ações básicas a serem adotadas pelos profissionais da saúde.</p><p>1</p><p>1</p><p>O Center for Disease Control and Prevention (CDC), dos Estados Unidos,</p><p>referência mundial, publica periodicamente guidelines que indicam medidas</p><p>preventivas para o controle das infecções. No Brasil, a Agência Nacional de Vi-</p><p>gilância Sanitária (Anvisa) segue as orientações do CDC, visto que os guidelines</p><p>são atualizados com embasamento técnico-científico, trazendo recomendações</p><p>de medidas preventivas categorizadas por grau de evidência. Em 2007, o CDC</p><p>publicou o Guideline for Isolation Precaution, resultado da revisão e da atualiza-</p><p>ção do Guideline for Isolation Precautions in Hospitals, de 1996, mantendo dois</p><p>níveis de precauções para prevenir a transmissão de agentes infecciosos, a saber:</p><p>as precauções-padrão e as precauções com base em transmissão.</p><p>As precauções-padrão (PP) incluem um conjunto de medidas práticas para</p><p>a prevenção da infecção que precisam ser aplicadas a todos os pacientes e em</p><p>todos os contextos de assistência à saúde, independentemente da suspeita ou</p><p>da confirmação da presença de um agente infeccioso. A implementação dessas</p><p>precauções é a principal estratégia para a prevenção da transmissão dos agentes</p><p>infecciosos associada aos cuidados de saúde entre pacientes e profissionais.</p><p>O centro cirúrgico (CC), considerado uma área crítica, realiza inúmeros</p><p>procedimentos complexos e invasivos para atendimento dos pacientes, motivo</p><p>suficiente para preocupação e mobilização intensa com os riscos e o controle das</p><p>infecções nesse ambiente, tanto em relação aos profissionais quanto em relação</p><p>aos pacientes. Este tema exibe as recomendações das precauções-padrão atua-</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>lizadas do último Guideline for Isolation Precautions, publicado em</p><p>2007 pelo CDC. As precauções-padrão são entendidas como aquelas</p><p>que devem ser aplicadas a todos os pacientes, particularizando-se a</p><p>situação do transoperatório. Discute, também, as precauções baseadas</p><p>na transmissão e as limitações das precauções-padrão no controle das</p><p>Infecções de Sítio Cirúrgico (ISC), ao considerar os pacientes como</p><p>fontes de contaminação e de infecção na Sala de Operações (SO). Por</p><p>fim, apresenta os fundamentos para direcionar o estabelecimento de</p><p>rotinas práticas para o cuidado do ambiente da unidade de CC e das</p><p>SO, especialmente a limpeza (SAMPAIO, 2018).</p><p>Na Antiguidade, a presença de pus na incisão demarcava a ideia</p><p>de sinal de saúde, isto é, remetia à melhora clínica. Com o passar dos</p><p>anos, descobriu-se que o pus é um dos sinais de alerta para infecções</p><p>(SAMPAIO, 2018). Segundo a Portaria do Ministério da Saúde nº</p><p>2616/98, a infecção hospitalar é adquirida após a admissão do pacien-</p><p>te, manifesta-se durante a internação ou após a alta e está relacionada</p><p>à internação ou aos procedimentos hospitalares. As infecções hospi-</p><p>talares são problemas de saúde pública de primeira ordem em todos</p><p>os hospitais do mundo e a instituição de medidas de controle pode</p><p>auxiliar na diminuição delas (SAMPAIO, 2018).</p><p>O controle da contaminação ambiental no centro cirúrgico é ne-</p><p>cessário para reduzir a incidência da infecção hospitalar por meio da</p><p>degermacão e da paramentação para a realização dos procedimen-</p><p>tos cirúrgicos. A compreensão dos profissionais sobre a natureza das</p><p>características dos principais microorganismos patogênicos e não</p><p>patogênicos encontrados no ambiente hospitalar é extremamente</p><p>importante (SAMPAIO, 2018).</p><p>PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA</p><p>Os resultados cirúrgicos melhoraram de forma significativa e os pro-</p><p>cedimentos cirúrgicos altamente complexos se tornaram rotineiros.</p><p>Por outro lado, o avanço tecnológico tornou o ambiente cirúrgico mais</p><p>inseguro (SAMPAIO, 2018).</p><p>1</p><p>1</p><p>São necessárias ações que objetivem reduzir essas ocorrências. Fomentar a cul-</p><p>tura de segurança nas instituições de saúde, principalmente no centro cirúrgico,</p><p>pode influenciar diretamente a diminuição dos eventos adversos e da mortali-</p><p>dade, resultando em melhorias na qualidade da assistência à saúde dos pacientes</p><p>(SAMPAIO, 2018). A intervenção cirúrgica integra os cuidados de saúde, e as</p><p>complicações em procedimentos operatórios se tornaram importantes causas de</p><p>morte e invalidez, trazendo implicações significativas à saúde pública.</p><p>A Organização Mundial da Saúde (OMS), atenta ao problema relativo a segu-</p><p>rança do paciente, criou o segundo desafio global para a segurança do paciente, o</p><p>programa “Cirurgias Seguras Salvam Vidas”, propondo a implantação da Lista de Ve-</p><p>rificação de Segurança Cirúrgica, conhecido por checklist, com diretrizes e critérios</p><p>de identificação. O objetivo era garantir a segurança dos pacientes cirúrgicos, com</p><p>vistas à redução da taxa das principais complicações cirúrgicas (SAMPAIO, 2018).</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>A OMS usou três princípios para desenvolver a checklist: simplicidade, ampla</p><p>aplicabilidade e possibilidade de mensuração do impacto. Ele permite que as</p><p>equipes, ao seguirem de forma eficiente as etapas críticas de segurança, possam</p><p>minimizar os riscos evitáveis mais comuns e que colocam em risco as vidas e</p><p>comprometem o bem-estar dos pacientes cirúrgicos (SAMPAIO, 2018).</p><p>No ano de 2013, diante das ações da OMS, o Ministério da Saúde estabeleceu o</p><p>Protocolo para Cirurgia Segura em anexo à RDC nº 36/2013. O Protocolo reforça a</p><p>estratégia de utilizar a checklist de cirurgia segura como uma ferramenta para melhorar</p><p>a segurança dos pacientes cirúrgicos e reduzir o risco de incidentes (SAMPAIO, 2018).</p><p>A segurança do paciente assume importância primordial no centro cirúrgico</p><p>por se tratar de um ambiente com particularidades. Nele, são realizadas técnicas</p><p>específicas com grande diferenciação e estrutura singular que impactam os res-</p><p>pectivos resultados (SAMPAIO, 2018).</p><p>Ainda em 2013, o Ministério da Saúde do Brasil aderiu à campanha “Cirur-</p><p>gias Seguras Salvam Vidas”, com o intuito de ampliar a adesão dos hospitais à</p><p>lista elaborada por especialistas e, assim, contribuir com as equipes cirúrgicas na</p><p>redução de erros e danos ao paciente (SAMPAIO, 2018). Para que um ambiente</p><p>se torne seguro, são necessárias a elaboração e a implementação de estratégias e</p><p>ferramentas, como protocolos, checklists, entre outros (SAMPAIO, 2018).</p><p>Na tentativa de reduzir as complicações que levam à perda de vidas, a pro-</p><p>posta inicial para a implantação da Lista de Verificação de Segurança Cirúrgica</p><p>(LVCS) preconizado pela OMS contempla 10 objetivos relacionados à segurança</p><p>do paciente cirúrgico. São eles:</p><p>1- A equipe operará o paciente certo e o sítio cirúrgico certo.</p><p>2- A equipe usará métodos conhecidos para impedir danos na administração</p><p>de anestésicos, enquanto protege o paciente da dor.</p><p>3- A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para a perda de via</p><p>aérea ou de função respiratória que ameace a vida.</p><p>4- A equipe reconhecerá e estará efetivamente preparada para o risco de</p><p>grandes perdas sanguíneas.</p><p>5- A equipe evitará a indução de reação adversa a drogas ou reação alérgica</p><p>sabidamente de risco ao paciente.</p><p>6- A equipe usará, de maneira sistemática, métodos conhecidos para mini-</p><p>mizar o risco de infecção do sítio cirúrgico.</p><p>1</p><p>4</p><p>7- A equipe impedirá a retenção inadvertida de compressas ou de instrumen-</p><p>tos nas feridas cirúrgicas.</p><p>8- A equipe manterá seguros e identificará precisamente todos os espécimes</p><p>cirúrgicos.</p><p>9- A equipe se comunicará efetivamente e trocará informações críticas para</p><p>a condução segura da operação.</p><p>10- Os hospitais e os sistemas de saúde pública estabelecerão vigilância de</p><p>rotina sobre a capacidade, o volume e os resultados cirúrgicos (SAMPAIO, 2018).</p><p>Para o paciente que necessita realizar uma cirurgia, é fundamental que os proce-</p><p>dimentos anestésicos e cirúrgicos ocorram com qualidade e que a cultura de se-</p><p>gurança do paciente possibilite que os possíveis erros sejam minimizados a partir</p><p>da aplicação do Protocolo para Cirurgia Segura da OMS (SAMPAIO, 2018). A</p><p>equipe de enfermagem, sob supervisão legal do enfermeiro, pode em muito con-</p><p>tribuir para esses processos. O preenchimento da lista de cirurgia segura é feito</p><p>em maior parte pela equipe de enfermagem do que pelo restante da equipe. Além</p><p>disso, a maioria dos estudos é coordenado pela enfermagem (SAMPAIO, 2018).</p><p>A proposta da checklist de cirurgia segura é auxiliar as equipes cirúrgicas a seguir,</p><p>de forma sistemática, os passos críticos de segurança em todos os procedimentos</p><p>cirúrgicos de qualquer hospital do mundo, independentemente do grau de com-</p><p>plexidade, melhorando os padrões de segurança da assistência. Após a aplicação</p><p>da checklist em diferentes instituições hospitalares, os resultados apontaram uma</p><p>redução dos eventos adversos, comprovando a eficácia na melhoria da segurança</p><p>dos pacientes. A checklist de cirurgia segura possui os itens essenciais da assistência</p><p>cirúrgica e serve como uma barreira para evitar falhas humanas (SAMPAIO, 2018).</p><p>ABERTURA DE FORMA ESTÉRIL</p><p>A abertura de forma estéril impede a contaminação do material esterilizado,</p><p>garantindo que o procedimento invasivo ocorra de forma asséptica no que tange</p><p>aos materiais utilizados no paciente.</p><p>1. Lave as mãos.</p><p>2. Coloque o pacote sobre uma superfície limpa e seca.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 2</p><p>3. Posicione o pacote de modo que a dobra de cima do invólucro fique de</p><p>frente para você. Retire a fita adesiva.</p><p>4. Puxe a dobra de cima do pacote, abrindo de modo que a ponta se abra.</p><p>Mantenha o seu braço fora das bordas externas do pacote aberto.</p><p>5. Abra as dobras laterais uma de cada vez.</p><p>6. Abra a dobra mais próxima de você por último.</p><p>7. O interior do invólucro é considerado estéril, podendo ser usado como</p><p>base de campo esterilizado (SAMPAIO, 2018).</p><p>Ao longo deste tema, exploramos conceitos fundamentais para a compreensão do</p><p>ambiente cirúrgico. Você adquiriu conhecimentos sobre termos cirúrgicos, tem-</p><p>pos cirúrgicos e montagem adequada da sala cirúrgica. Além disso, exploramos</p><p>a classificação das cirurgias quanto ao potencial de contaminação e os cuidados</p><p>essenciais da equipe de enfermagem no processo perioperatório.</p><p>Focamos, também, na importância da prevenção e do controle de infecções</p><p>em sítio cirúrgico, destacando o papel crucial da enfermagem nesse contexto. Ao</p><p>abordarmos o protocolo de cirurgia segura, buscamos fortalecer a compreensão</p><p>sobre as práticas que visam garantir a segurança do paciente.</p><p>Por fim, discutimos a realização da abertura de forma estéril, destacando a re-</p><p>levância desse procedimento para o sucesso da intervenção cirúrgica. Esperamos</p><p>que esses conhecimentos contribuam para a sua formação e prática profissional.</p><p>Confira a aula referente a este tema. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo</p><p>digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>EM FOCO</p><p>1</p><p>1</p><p>NOVOS DESAFIOS</p><p>O enfermeiro desempenha um papel fundamental no ambiente cirúrgico. Ele</p><p>sempre deve estar realizando aprimorações técnicas e científicas, a fim de acom-</p><p>panhar a evolução dos procedimentos cirúrgicos. Ao absorver os conhecimentos</p><p>valiosos deste tema sobre enfermagem cirúrgica, você está dando passos signi-</p><p>ficativos em direção a uma atuação profissional mais qualificada e responsável.</p><p>Os conceitos de termos e tempos cirúrgicos, agora, são parte integrante da sua</p><p>bagagem de conhecimento, fornecendo a base necessária para se comunicar de</p><p>maneira eficaz no ambiente cirúrgico.</p><p>A compreensão da montagem da sala cirúrgica é crucial, pois você se torna</p><p>apto à contribuir para a preparação adequada do espaço, garantindo eficiência e</p><p>segurança durante as intervenções. Conhecer a classificação das cirurgias quanto</p><p>ao potencial de contaminação delas permite que você avalie os riscos envolvidos</p><p>e implemente medidas preventivas com precisão.</p><p>Os cuidados da equipe de enfermagem no processo perioperatório ganham</p><p>destaque, dado que você aprendeu a desempenhar um papel essencial no suporte</p><p>ao paciente antes, durante e após a cirurgia. A ênfase na prevenção e no controle</p><p>de infecções em sítio cirúrgico ressalta a importância da sua contribuição para</p><p>a segurança e o bem-estar dos pacientes.</p><p>O entendimento do protocolo de cirurgia segura é uma habilidade valiosa</p><p>para evitar erros e garantir práticas padronizadas. Ao aprender a realizar aber-</p><p>turas de forma estéril, você está adquirindo uma competência técnica essencial</p><p>para o sucesso das intervenções cirúrgicas.</p><p>Essas habilidades e conhecimentos não são apenas requisitos acadêmicos,</p><p>mas ferramentas práticas que moldarão a sua atuação no futuro ambiente profis-</p><p>sional. O mercado de trabalho valoriza profissionais capacitados na enfermagem</p><p>cirúrgica e as suas perspectivas são promissoras, ao aplicar, de forma competente,</p><p>esses aprendizados em ambientes hospitalares e clínicas especializadas.</p><p>Continue a investir no aprimoramento constante, pois cada conceito absor-</p><p>vido aqui se traduzirá em práticas seguras e eficientes no cenário profissional.</p><p>Estamos confiantes de que o seu desenvolvimento durante este curso contribuirá</p><p>significativamente para a sua trajetória profissional de sucesso.</p><p>UNIASSELVI</p><p>1</p><p>1</p><p>1. As Infecções em Sítio Cirúrgico (ISC) são as maiores fontes de morbidade e mortalidade</p><p>entre os pacientes submetidos a cirurgias. As ISC estão entre as causas que prolongam o</p><p>tempo de internação, em média, em mais de sete dias.</p><p>Considerando o conceito de cirurgia limpa, assinale alternativa correta:</p><p>a) Feridas abertas acidentalmente ou cirurgias com quebra importante de técnica asséptica</p><p>ou grande contaminação do trato gastrintestinal.</p><p>b) O sítio cirúrgico entra nos tratos respiratório, genital, gastrointestinal ou urinário em</p><p>condições controladas e sem contaminação acidental.</p><p>c) Lesões traumáticas antigas com tecido desvitalizado, corpo estranho, contaminação</p><p>fecal, quando há perfuração inesperada de víscera.</p><p>d) Sítio cirúrgico sem sinais de inflamação e sem contato com trato respiratório, alimentar,</p><p>genital e urinário.</p><p>e) Cirurgias em que ocorrem perfurações dos órgãos.</p><p>2. A equipe cirúrgica deve ter domínio técnico e científico, conhecendo cada tempo cirúrgico</p><p>e os instrumentais que serão utilizados em cada cirurgia, para que ocorra a apresentação</p><p>correta deles ao cirurgião, contribuindo, assim, para o sucesso da cirurgia.</p><p>Considerando os tempos cirúrgicos, analise as afirmativas a seguir:</p><p>I - Diérese é onde ocorre a separação de planos anatômicos ou tecidos. São realizados os</p><p>processos de corte.</p><p>II - Hemostasia é o processo de controlar a hemorragia durante o intraoperatório.</p><p>III - Exérese é o ato cirúrgico propriamente dito.</p><p>É correto o que se afirma em:</p><p>a) I, apenas.</p><p>b) III, apenas.</p><p>c) I e II, apenas.</p><p>d) II e III, apenas.</p><p>e) I, II e III.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>8</p><p>3. Dentro dos tempos cirúrgicos, temos a hemostasia, em que se estanca, temporária ou</p><p>definitivamente, o sangramento dos vasos seccionados durante</p><p>a diérese. Nesse tempo,</p><p>usamos pinças de Halsted, de Kelly, de Crile, de Rochester e de Moynihan.</p><p>Com base nas informações apresentadas, avalie as asserções a seguir e a relação proposta</p><p>entre elas:</p><p>I - O tamponamento compressivo é realizado mediante a colocação de gases cirúrgicas</p><p>ou compressas posicionadas no sítio do sangramento.</p><p>PORQUE</p><p>II - O procedimento realizado dura cerca de 5 minutos, podendo melhorar as condições</p><p>locais, facilitando a hemostasia definitiva, quando necessária.</p><p>A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:</p><p>a) As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>b) As asserções I e II são verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I.</p><p>c) A asserção I é uma proposição verdadeira e a II é uma proposição falsa.</p><p>d) A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.</p><p>e) As asserções I e II são falsas.</p><p>AUTOATIVIDADE</p><p>1</p><p>9</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>SAMPAIO, M. de O. Enfermagem em centro cirúrgico. Londrina: Editora e Distribuidora Educa-</p><p>cional S.A., 2018.</p><p>4</p><p>1</p><p>1. Opção D.</p><p>Sítio cirúrgico sem sinais de inflamação e sem contato com trato respiratório, alimentar,</p><p>genital e urinário.</p><p>2. Opção E.</p><p>3. Opção A. As asserções I e II são verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I.</p><p>GABARITO</p><p>4</p><p>1</p><p>MINHAS METAS</p><p>ASSISTÊNCIA EM</p><p>CENTRO CIRÚRGICO</p><p>Compreender importância d Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperató-</p><p>ria (SAEP).</p><p>Aprender técnicas de paramentação cirúrgica.</p><p>Conhecer o preparo pré-operatório.</p><p>Estudar a instrumentação cirúrgica.</p><p>Conhecer determinados instrumentais.</p><p>Entender o fluxo do anatomopatológico.</p><p>Compreender as complicações intraoperatórias.</p><p>T E M A D E A P R E N D I Z A G E M 3</p><p>4</p><p>1</p><p>INICIE SUA JORNADA</p><p>Você, como enfermeiro responsável pelas unidades cirúrgicas de um hospital</p><p>público do interior, realiza a gestão administrativa e assistencial e tem encontrado</p><p>várias situações que necessitam de soluções rápidas. Além disso, muitas vezes, são</p><p>necessárias tomadas de decisões compartilhadas com os enfermeiros assistenciais</p><p>das Unidades de Centro Cirúrgico e de Cirurgia Ambulatória.</p><p>Você já teve que realizar a adequação e a organização das escalas da equipe</p><p>de enfermagem, promover treinamento à equipe e, em conjunto com a equipe</p><p>de residência médica, organizar protocolos de atendimento aos pacientes. Ago-</p><p>ra, será necessário fazer a implantação do protocolo da Organização Mundial</p><p>da Saúde (OMS), a checklist Cirurgias Seguras Salvam Vidas. Contudo, você</p><p>encontra dificuldade de envolvimento das equipes cirúrgicas e de anestesiologia</p><p>para a realização do processo.</p><p>Diante do contexto apresentado, como envolver a equipe multiprofissional</p><p>para a realização da ação em questão? Poderão ser compartilhadas ações com en-</p><p>fermeiros e equipe de enfermagem, já que eles já têm conhecimento do protocolo</p><p>e o estão aplicando?</p><p>Você já teve a curiosidade de saber como se paramentar em uma cirurgia? O</p><p>tema do podcast nos mostrará como devemos realizar a técnica correta de</p><p>paramentação. Recursos de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente</p><p>virtual de aprendizagem .</p><p>PLAY NO CONHECIMENTO</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>DESENVOLVA SEU POTENCIAL</p><p>IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE</p><p>ENFERMAGEM PERIOPERATÓRIA (SAEP)</p><p>A elaboração da Sistematização da Assistência de Enfermagem Perioperatória</p><p>(SAEP) é feita usando os instrumentos e as ferramentas disponíveis desde o aten-</p><p>dimento prestado no período pré-operatório. O planejamento da assistência de</p><p>enfermagem deve ser realizado em conformidade com as necessidades indivi-</p><p>duais de cada paciente e as especificidades do procedimento anestésico-cirúr-</p><p>gico ao qual foi submetido. Assim, a sistematização da assistência precisa estar</p><p>pautada na individualização e na humanização (FENGLER, 2020).</p><p>A SAEP é um modelo que promove a assistência entre os períodos pré, trans e</p><p>pós-operatório, possibilitando o planejamento e o controle em cada fase do desen-</p><p>volvimento da assistência operatória. Ela abrange as ações de enfermagem no centro</p><p>cirúrgico (CC), com o propósito de assistir o paciente e a família de forma integral,</p><p>tendo em vista uma assistência de enfermagem de qualidade. Além disso, promove</p><p>uma intervenção adequada, planejada e fundamentada, voltada aos problemas de</p><p>cada paciente no perioperatório e à avaliação dos resultados (FENGLER, 2020).</p><p>VOCÊ SABE RESPONDER?</p><p>Você está convidado a explorar o artigo Enfermagem em Centro Cirúrgico: Trinta</p><p>Anos Após a Criação do Sistema de Assistência de Enfermagem Perioperatória. Esse</p><p>material oferece uma perspectiva única sobre o desenvolvimento e a evolução da</p><p>enfermagem perioperatória ao longo das últimas três décadas.</p><p>Ao mergulhar nesse conteúdo, você terá a oportunidade de compreender as</p><p>transformações ocorridas nessa área crucial da enfermagem e identificar as práticas</p><p>e as tendências que moldaram o cuidado cirúrgico ao longo do tempo. Recursos</p><p>de mídia disponíveis no conteúdo digital do ambiente virtual de aprendizagem .</p><p>4</p><p>4</p><p>A SAEP está diretamente ligada à implementação da enfermagem integral e</p><p>contínua, diminuindo os riscos para o paciente, promovendo a segurança, de-</p><p>terminando um serviço de qualidade e prevenindo e reduzindo a incidência de</p><p>acontecimentos impróprios nos serviços de saúde. A partir da SAEP, ocorre o di-</p><p>recionamento da atuação do enfermeiro no exercício das próprias atividades pro-</p><p>fissionais e é simplificado o desenvolvimento da assistência (FENGLER, 2020).</p><p>CHECKLIST PARA UMA CIRURGIA SEGURA</p><p>A checklist para cirurgias seguras foi desenvolvido pela Organização Mundial</p><p>da Saúde (OMS). Também chamado de “lista de verificação”, tem a finalidade</p><p>de auxiliar as equipes operatórias na redução da ocorrência de erros e de possí-</p><p>veis danos ao cliente, objetivando reforçar a segurança operatória com práticas</p><p>corretas, promovendo uma melhor comunicação e trabalho em equipe. Como</p><p>prática baseada em evidências, a checklist encontra-se dividida em três momen-</p><p>tos: antes da indução anestésica, antes do início da incisão cirúrgica e antes de o</p><p>paciente deixar a sala operatória, devendo ser coordenado por um elemento da</p><p>equipe que atua na unidade de centro cirúrgico, que é composta por cirurgiões,</p><p>anestesiologistas, enfermeiros, técnicos e demais profissionais envolvidos. Assim,</p><p>é importante que essa equipe trabalhe interdisciplinarmente, uma vez que todos</p><p>são os responsáveis pela segurança do cliente, cada qual no desempenho da pró-</p><p>pria função, garantindo o sucesso do procedimento cirúrgico (FENGLER, 2020).</p><p>O rastreamento e o controle de eventos adversos podem caracterizar indi-</p><p>cadores de qualidade da assistência em saúde, demonstrando a necessidade de</p><p>investimento em treinamento, educação permanente e conscientização dos pro-</p><p>fissionais. Acredita-se que, mediante a implementação da checklist da campanha</p><p>de cirurgia segura da OMS, pode haver uma diminuição das complicações pós-</p><p>-operatórias, dos erros e da mortalidade dos pacientes cirúrgicos.</p><p>Dessa forma, podemos compreender que a melhoria da segurança na assis-</p><p>tência cirúrgica acontecerá quando as instituições utilizarem a Lista de Verifi-</p><p>cação de Segurança Cirúrgica da OMS ou realizarem verificações de segurança</p><p>similares para a promoção de uma cirurgia segura, de maneira sistemática,</p><p>estabelecendo a vigilância da rotina da capacidade, do volume e dos resultados</p><p>(FENGLER, 2020).</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>5</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>O enfermeiro que atua na recuperação pós-anestésica</p><p>necessita observar e avaliar constantemente, a fim de</p><p>realizar a aplicação de ações permanentes, como:</p><p>■ Fazer técnicas complementares para o alívio da dor.</p><p>■ Promover o tratamento de ansiedade e outros</p><p>distúrbios psicológicos.</p><p>■ Estar atento à permeabilidade de vias aéreas,</p><p>realizando a desobstrução e a colocação de câ-</p><p>nula orofaríngea, quando necessário.</p><p>■ Realizar a ausculta pulmonar e cardíaca.</p><p>■ Monitorar o débito cardíaco.</p><p>■ Avaliar uma eventual</p><p>diminuição e relação com</p><p>choque hemorrágico.</p><p>■ Monitorizar a frequência cardíaca.</p><p>■ Aferir possíveis arritmias e intercorrências.</p><p>Os diagnósticos e as intervenções em re-</p><p>cuperação pós-anestésica estão interliga-</p><p>dos e quase sempre se repetem. Dessa</p><p>forma, o enfermeiro deve estar capaci-</p><p>tado e ter a prática embasada em co-</p><p>nhecimento técnico e científico para</p><p>fornecer uma assistência sistema-</p><p>tizada no período pós-anestésico,</p><p>com a garantia da qualidade e da se-</p><p>gurança no atendimento prestado</p><p>ao paciente sob a própria respon-</p><p>sabilidade (FENGLER, 2020).</p><p>O objetivo da Lista de Ve-</p><p>rificação de Segurança Cirúrgica</p><p>(checklist da OMS) não é prescrever</p><p>uma abordagem única, mas assegurar</p><p>que elementos-chave de segurança</p><p>sejam incorporados dentro da rotina</p><p>4</p><p>1</p><p>da sala de operações. Isso maximizará a chance de obter melhores resultados para os</p><p>pacientes sem que ocorra ônus indevido no sistema e nos prestadores. Entende-se</p><p>que, em aproximadamente todos os cenários, os padrões representarão uma mu-</p><p>dança nas rotinas. Entretanto, os padrões foram incluídos com base em evidências</p><p>sólidas e/ou no consenso entre especialistas de que esses padrões poderiam levar a</p><p>progressos tangíveis na assistência e poderiam salvar vidas em todos os ambientes,</p><p>desde os mais ricos até os mais pobres (FENGLER, 2020).</p><p>O enfermeiro deve direcionar as ações realizadas para a promoção de uma</p><p>assistência humanizada e permitir ao paciente a melhor experiência pós-ci-</p><p>rúrgica, fortalecendo e estimulando o trabalho em equipe na busca por um</p><p>atendimento de qualidade (FENGLER, 2020).</p><p>PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO</p><p>O paciente cirúrgico é aquele indivíduo que será submetido a um procedimento</p><p>cirúrgico eletivo, ou seja, previamente agendado, que apresenta menos riscos.</p><p>Contudo, também é aquele paciente submetido às intervenções imediatas, isto</p><p>é, situações de urgência e emergência que podem gerar risco de morte. A partir</p><p>do momento em que é indicada a intervenção cirúrgica, o paciente passará</p><p>sucessivamente pelas fases pré-operatória, transoperatória e pós-operatória, que</p><p>constituem o período perioperatório, sendo fundamental que a assistência pres-</p><p>tada em cada uma dessas fases seja segura, de qualidade e adequada às necessi-</p><p>dades individuais, com a finalidade de obter um resultado satisfatório em todo</p><p>o processo e o sucesso do procedimento realizado (SAMPAIO, 2018).</p><p>O período pré-operatório da cirurgia eletiva se inicia no momento em que</p><p>o paciente toma a decisão de prosseguir com a intervenção cirúrgica e termina</p><p>com a transferência dele para a mesa cirúrgica. Na atenção ao paciente no pré-</p><p>-operatório, a equipe de enfermagem é a responsável pelo preparo dele, desen-</p><p>volvendo alguns cuidados, tais como orientação, preparo físico e emocional e</p><p>avaliação, com a finalidade de diminuir o risco cirúrgico, promover a recuperação</p><p>e evitar as complicações no pós-operatório, uma vez que essas geralmente estão</p><p>associadas a um preparo pré-operatório inadequado (SAMPAIO, 2018).</p><p>A orientação para o paciente retirar esmalte, joias, piercing e dentadura, a</p><p>qual é requerida aos participantes, encontra respaldo na literatura. A indicação</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>1</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>de retirar o esmalte das unhas se justifica pela necessidade de visualizar o retorno</p><p>venoso das extremidades. Além disso, durante o intraoperatório, o paciente faz</p><p>uso do oxímetro de pulso para o registro da saturação de oxigênio e frequência</p><p>cardíaca. Alguns autores informam a existência de aspectos que alteram ou limi-</p><p>tam a eficiência do uso do oxímetro, causando leituras incorretas, como anemia,</p><p>vasoconstrição periférica, cor do esmalte de unha, luz fluorescente e movimen-</p><p>tação do paciente (SOBECC, 2017; SAMPAIO, 2018).</p><p>O procedimento cirúrgico é um processo que pode provocar incômodo, preocu-</p><p>pação e até transtornos emocionais ao indivíduo e à família, geralmente, devido ao</p><p>desconhecimento, ou seja, ao medo do desconhecido e à apreensão sobre o resultado</p><p>e o sucesso da cirurgia. Por esse motivo, o pré-operatório compreende uma das fases</p><p>mais importantes de todo o processo e pode direcionar a assistência de todo o período</p><p>perioperatório para um resultado positivo e satisfatório (SAMPAIO, 2018).</p><p>É nesse momento que o enfermeiro deve auxiliar o paciente e a família</p><p>dele em relação aos anseios e às dúvidas, pois esses sentimentos podem gerar</p><p>desconforto emocional e psicológico, causando impacto nas outras fases do pro-</p><p>cesso. A ansiedade, por exemplo, é considerada responsável por intercorrências</p><p>nas fases intra e pós-operatória, pois pode ocasionar problemas físicos e clínicos,</p><p>tais como hipertensão, e consequente possibilidade de aumento de sangramento,</p><p>dor no pós-operatório, além de outras situações relacionadas.</p><p>Por essa razão, é fundamental que o enfermeiro exerça o papel de educador.</p><p>Todas as dúvidas, os anseios e os medos devem ser sanados a partir de informa-</p><p>ções que devem ser fornecidas de forma clara e objetiva tanto para o paciente</p><p>quanto para o familiar que o acompanha, buscando reduzir a ansiedade e a preo-</p><p>cupação (SAMPAIO, 2018).</p><p>INSTRUMENTAIS</p><p>O instrumental pode ser definido como o material utilizado na realização de</p><p>procedimentos cirúrgicos, na retirada de pontos, nos exames, nos tratamentos</p><p>e nos curativos. Em sua grande maioria, são feitos de aço inoxidável devido à</p><p>maior durabilidade (SAMPAIO, 2018).</p><p>4</p><p>8</p><p>Cada tipo de instrumento cirúrgico é feito para</p><p>um uso em particular e deve ser empregado apenas</p><p>para esse propósito. A utilização de instrumentos em</p><p>procedimentos para os quais eles não foram feitos não</p><p>é permitida (SAMPAIO, 2018).</p><p>Os instrumentos cirúrgicos são caros e carecem</p><p>de cuidados especiais durante o manejo, a limpeza e</p><p>o armazenamento. É necessária a atenção do instru-</p><p>mentador para qualquer tipo de alteração do material</p><p>cirúrgico, como a necessidade de limpeza, reparo ou</p><p>rigidez das articulações (SOBECC, 2017).</p><p>Os instrumentais especiais são utilizados</p><p>somente em alguns tempos de determinadas</p><p>cirurgias, ou seja, são instrumentais específicos. Os</p><p>comuns são os instrumentais básicos, que compõem</p><p>todas as caixas cirúrgicas e podem ser usados em</p><p>qualquer tipo de intervenção. Eles têm as seguintes</p><p>funções: diérese, como a lâmina de bisturi e as te-</p><p>souras; hemostasia, como a pinça Kelly; preensão,</p><p>como a pinça Allis e as pinças de campo ou Backhaus;</p><p>separação, como os afastadores; e síntese, como os</p><p>porta-agulha (SOBECC, 2017).</p><p>Durante a cirurgia, os instrumentos devem estar em</p><p>ordem. Instrumentos inutilizados no tempo cirúrgico</p><p>não devem permanecer soltos pelo campo operatório,</p><p>mas organizados para posterior necessidade. Todo o</p><p>material usado na cirurgia que teve contato com o pa-</p><p>ciente ou o campo estéril deve ser descontaminado após</p><p>o procedimento cirúrgico (SOBECC, 2017).</p><p>Deve ser selecionado um método de limpeza e</p><p>descontaminação econômico e eficiente, com o ob-</p><p>jetivo de evitar a contaminação cruzada para outros</p><p>pacientes ou potencial exposição dos profissionais</p><p>aos patógenos. Após a cirurgia, o instrumentador</p><p>UNIASSELVI</p><p>4</p><p>9</p><p>TEMA DE APRENDIZAGEM 3</p><p>fica responsável pelo recolhimento de todo instrumental utilizado nas mesas</p><p>e pela destinação do material para a limpeza, de acordo com as normas do</p><p>hospital (SAMPAIO, 2018).</p><p>Depois de devidamente encaminhado o material para a limpeza, o instru-</p><p>mentador pode retirar a vestimenta. Posteriormente, o material usado durante a</p><p>cirurgia deve ser limpo completamente, primeiro, devido às sujidades aparentes</p><p>por meio manual e, depois, mecânico. A limpeza segue com o processo de de-</p><p>sinfecção do material para diminuir o risco de infecções hospitalares. Os instru-</p><p>mentos são, diante disso, reunidos em conjuntos, empacotados e esterilizados</p><p>para que possam ser utilizados em uma próxima cirurgia (SAMPAIO, 2018).</p><p>As mesas de instrumento devem ter ajuste de altura para permitir que sejam</p><p>posicionadas de acordo com cada um dos cirurgiões. A mesa de instrumento não</p><p>deve ser aberta até o paciente</p>