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O Tribunal do Júri possui um procedimento bifásico, na primeira fase ocorre o juízo de formação de culpa (judicium accusatione), na segunda fase ocorre o julgamento da causa pelo Conselho de sentença (judicium causae). Ao receber a denúncia, o juiz ordenará a citação do acusado para responder a acusação em 10 dias (art. 406 CPP). Não apresentada a resposta no prazo legal o juiz nomeará defensor que a apresentará em 10 dias, trata-se de ato estrutural do processo e sua falta gera nulidade absoluta (art. 408 CPP). O art. 397 CPP que prevê a absolvição sumária se aplica ao procedimento júri com fundamento no art. 394§ 4ºCPP e pela aplicação dos arts. 395/398. Outra corrente entende que o procedimento do júri é sui generis, já há a possibilidade do juiz absolver sumariamente o réu depois da audiência (art. 415 CPP). No tribunal do júri se aplica o princípio da especialidade, art. 394§ 3ºCPP. A estrutura da audiência de instrução é idêntica ao procedimento ordinário, com a oitiva da vítima na hipótese de tentativa, art. 411 CPP. Denis Sampaio entende que são indispensáveis a manifestação defensiva através de alegações finais. Decisões no encerramento da primeira fase: I- pronúncia (art. 413 CPP)é uma decisão processual, um juízo de admissibilidade, decisão interlocutória mista não terminativa, o que significa dizer que a pronúncia apenas verifica a admissibilidade da pretensão acusatória, por isso não possui repercussão no juízo cível. O juiz deverá fundamentar sua decisão com indicação da materialidade do fato e indícios de autoria ou participação (não pode valorar a prova ou analisar o mérito, se o fizer é nula por excesso de linguagem). Ex: a materialidade do delito se encontra consubstanciada no auto de exame cadavérico e os indícios de autoria conforme depoimento da testemunha X. Recurso cabível contra a decisão de pronúncia: RESE. Nessa fase do procedimento a dúvida milita em favor da sociedade, in dubio pro societate. Outra corrente, entende que a dúvida milita em favor do réu, decisão da 2ª turma do STF, in dubio pro reo. É possível a exclusão de qualificadora na decisão de pronúncia? Uma primeira corrente não admite porque qualificadora é mérito. Para a segunda corrente o juiz tem poderes implícitos, se ele pode impronunciar o réu de toda imputação também poderá excluir uma qualificadora. STF admite a exclusão de qualificadora desde que manifestamente improcedente. Na dúvida quanto a qualificadora ela deve ser reconhecida, in dubio pro societate. A decisão de exclusão de qualificadora na pronúncia qual o recurso cabível? Primeira corrente, caberá apelação (416 CPP), não está recorrendo da decisão de pronúncia e sim de impronúncia em relação a qualificadora. Para o STJ caberá RESE (581, IV CPP) porque o Ministério Público está recorrendo de uma decisão de pronúncia. Sendo possível a aplicação do princípio da fungibilidade. É possível Emendatio Libelli em decisão de pronúncia? Conforme art. 418 CPP o juiz pode dar definição diversa ainda que o acusado fique sujeito a pena mais grave. Ex: Ministério público denuncia mãe que matou filho após o parto e tipifica no art. 121 CP, pode o juiz na decisão de pronúncia classificar no art. 123 CP. É possível a Mutatio Libelli? https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636447/artigo-406-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636242/artigo-408-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641837/artigo-397-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10635385/artigo-415-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10636094/artigo-411-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10635669/artigo-413-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10635060/artigo-418-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625629/artigo-121-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/codigo-penal-decreto-lei-2848-40 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10625040/artigo-123-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91614/codigo-penal-decreto-lei-2848-40 Sim, pode aditar a denúncia até a decisão de pronúncia. Transitada em julgado a decisão de pronúncia ela não pode mais ser alterada. Tem uma única exceção prevista no art. 421 CPP, circunstância superveniente que altere a classificação do crime. Não se pode aditar para incluir qualificadora ou causa de aumento. Ex: denunciado por homicídio tentado, após a pronúncia a vítima morre. O juiz remeterá o processo ao MP para aditar a denúncia para constar homicídio consumado, art 421§ 1º CPP. Ex: decisão de pronúncia por homicídio simples, MP não recorreu, apenas a defesa. Tribunal deu provimento e anulou todo o processo desde a citação. E o juiz pronúncia por homicídio qualificado, não pode reformatio in pujus. Obs.: A simples leitura da pronúncia no Plenário do Júri não leva à nulidade do julgamento, que somente ocorre se a referência for utilizada como argumento de autoridade que beneficie ou prejudique o acusado. STJ. AgRg no AREsp 429.039, j. 27/09/2016. II- impronúncia (art. 414 CP) segundo a doutrina é uma decisão interlocutória mista terminativa, põe termo ao processo sem julgamento do mérito. Para o CPP trata a impronúncia como uma sentença, caberá recurso de apelação (416 CPP). A impronúncia faz coisa julgada formal, porque se houver prova nova, poderá ser oferecida nova denúncia. Prova nova é aquela substancialmente nova e altera o acervo probatório existente até então. A defesa pode recorrer da impronúncia? Embora não tenha repercussão na esfera cível, a doutrina entende que sim, tem legitimidade e interesse para bsucar uma absolvição sumária que faz coisa julgada material e impede a propositura de uma ação civil ex delicto. Ex: impronúncia por ausência de provas de indícios de autoria do réu que cumpria pena no regime semiaberto e se encontrava no estabelecimento penal na hora que ocorreu o crime de que fora acusado. MP recorreu da impronúncia, assim como a defesa, para obter a absolvição sumária. III- absolvição sumária: (art. 415 CPP) quando: a) provada a inexistência do fato; b) não ser o acusado autor ou partícipe do fato; c) o fato não constituir crime; d) causa de isenção de pena ou de exclusão do crime - excludente de ilicitude (o procedimento comum prevê a possibilidade de absolvição sumária por “manifesta causa excludente de ilicitude” art. 397, I, CPP). A absolvição sumária não mais desafia recurso de ofício porque o artigo 574 II CPP está tacitamente revogado porque faz referência a texto do art. 411 já revogado. Em 2008 o STF decide que absolvição sumária de inimputável com medida de segurança viola o princípio da presunção de inocência. Em seguida entre em vigor o novo procedimento, não se aplica a absolvição sumária aos casos de inimputabilidade, somente se esta for a única tese defensiva. Se tiveroutra tese defensiva terá que pronunciar (a concorrência de outras teses defensivas permite a absolvição própria do acusado quando do julgamento pelo plenário). Crítica: O art. 415, parágrafo único CPP, se mostra manifestamente inconstitucional porque o júri é soberano e pode absolver o réu pelo motivo que ele quiser. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634789/artigo-421-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/862873351/agravo-regimental-no-agravo-em-recurso-especial-agrg-no-aresp-429039-mg-2013-0376439-2 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619139/artigo-574-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10619074/inciso-ii-do-artigo-574-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10635385/artigo-415-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10635177/paragrafo-1-artigo-415-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 IV- despronúncia: o réu é pronunciado na primeira instância, mas o Tribunal dá provimento ao recurso defensivo para despronucniar o réu. V- desclassificação da infração: (art. 419 CPP) Desclassificação própria: o juiz desclassifica a infração para outra que não seja da competência do tribunal do júri e remeterá ao juiz competente. Ex: tentativa de homicídio para lesão corporal. Desclassificação imprópria: o juiz desclassifica a infração para outra que também seja da competência do júri. Ex: homicídio para infanticídio. Desclassificação na sessão de julgamento pelo Conselho de Sentença: Perpetuação da jurisdição com sentença proferida pelo juiz presidente, exceto se o crime remanescente tiver competência constitucional. a) Crime desclassificado para lesão corporal leve de competência do JECRIM: não é constitucional, perpetua a jurisdição e nesse caso o juiz presidente deverá verificar a possibilidade de medidas despenalizadoras (transação penal, suspensão condicional do processo, ANPP), se não for o caso, profere sentença. b) Crime desclassificado para lesão corporal grave de competência do juiz singular: não é constitucional, perpetua a jurisdição e nesse caso o juiz presidente deverá verificar a possibilidade de medidas despenalizadoras (suspensão condicional do processo) se não for o caso, profere sentença. c) Crime desclassificado para lesão corporal gravíssima de competência do juiz singular: não é constitucional, perpetua a jurisdição e nesse caso o juiz presidente deverá proferir sentença. d) Crime desclassificado para lesão corporal no âmbito da violência doméstica, não importando a natureza da lesão, competência do juiz singular: não é constitucional, perpetua a jurisdição e nesse caso o juiz presidente deverá proferir sentença. e) Crime desclassificado para lesão corporal praticada por militar em situação de atividade contra um civil: a competência da justiça militar é constitucional, os autos serão encaminhados para auditoria de justiça militar, está aqui a exceção. Preparação para julgamento: Preclusa a pronúncia, as partes tem o prazo de 5 dias para arrolar no máximo 5 testemunhas e requerer diligências. Cumpre ressaltar que no caso de ter sido cassado o primeiro julgamento, não poderá haver inovação probatória no segundo julgamento. Ex: MP arrola como testemunhas, José, João e Joaquim. Esse julgamento é cassado porque o Tribunal entende que a decisão foi manifestamente contrária a prova dos autos, no novo julgamento o MP substitui João por Maria. Esse requerimento deve ser indeferido. A falta de manifestação defensiva na forma no art. 422 CPP não gera nulidade, o que gera nulidade (relativa) é a falta de intimação se ficar provado o prejuízo, se a defesa tinha testemunhas a arrolar ou diligências a requerer. Alistamento dos jurados: Anualmente, serão alistados pelo presidente do Tribunal do Júri nas comarcas de: - mais de 1.000.000 de habitantes: de 800 a 1.500 jurados. - mais de 100.000 habitantes: de 300 a 700 jurados. - nas comarcas de menor população (menos de 100 mil): de 80 a 400 jurados. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634653/artigo-422-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 Publicação da listagem: A primeira lista é publicada em 10 de outubro e pode ser impugnada até a publicação da listagem definitiva em 10 de novembro. Sorteio dos jurados: Para cada reunião periódica serão sorteados 25 jurados, para que inicie o julgamento devem estar presentes pelo menos 15 jurados, dos quais 7 serão sorteados para formar o conselho de sentença. Art. 433. O sorteio, presidido pelo juiz, far-se-á a portas abertas, cabendo-lhe retirar as cédulas até completar o número de 25 (vinte e cinco) jurados, para a reunião periódica ou extraordinária. § 1º O sorteio será realizado entre o 15º (décimo quinto) e o 10º (décimo) dia útil antecedente à instalação da reunião. O jurado que tiver integrado o Conselho de Sentença nos 12 (doze) meses que antecederem à publicação da lista geral fica dela excluído. Marido e mulher podem estar entre os 25 jurados sorteados, mas não podem estar no mesmo conselho de sentença (7 sorteados). Princípio do ineditismo da causa: Não poderá servir o jurado que tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior e no caso do concurso de pessoas, houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado. Princípio da imparcialidade do jurado: Não poderá servir o jurado que tiver tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado. Ex: João é julgado por conselho de sentença em que participa a jurada Aline. Não pode esta participar do conselho de sentença de Joaquim que praticou o crime em concurso com João. Súmula 206 do STF: É nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo. Antes se entendia que a nulidade é relativa devendo a parte comprovar o prejuízo. No exemplo acima se Aline funcionou no julgamento de João, está proibida de participar do julgamento de Joaquim, mas se mesmo assim participa, tendo o júri condenado o réu por 7x0 a participação de Aline não foi decisiva, não causou prejuízo, em razão da incomunicabilidade dos jurados, os outros não são contaminados. Porém se o resultado foi 4x3, aí sim poderia se afirmar que a sua participação causou prejuízo. Art. 483 § 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado. Hoje, se encerra a votação no 4º voto para se garantir o sigilo dos votos. Então podemos afirmar que o julgamento do corréu com participação de jurado que participou do júri do corréu é de nulidade absoluta. Aproveitamento para computar o mínimo de jurados para instalação da sessão: Art. 451. Os jurados excluídos por impedimento, suspeição ou incompatibilidade serão considerados para a constituição do número legal exigível para a realização da sessão. Da Organização da Pauta Salvo motivo relevante que autorize alteração na ordem dos julgamentos, terão preferência: https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1503907193/constituicao-federal-constituicao-da-republica-federativa-do-brasil-1988I – os acusados presos; II – dentre os acusados presos, aqueles que estiverem há mais tempo na prisão; III – em igualdade de condições, os precedentemente pronunciados. Antecedência da organização da pauta e após o sorteio dos jurados: Em seguida à organização da pauta, o juiz presidente determinará a intimação do Ministério Público, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Defensoria Pública para acompanharem, em dia e hora designados, o sorteio dos jurados que atuarão na reunião periódica. Depois de sorteados os jurados não pode haver alteração na pauta. Desaforamento: (art. 427/428 CPP) É a transferência do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. Não pode ser feita automaticamente para a capital. Ex: Crime cometido em Arraila do Cabo será desaforado para a comarca de Cabo Frio. Hipóteses: 1) Se o interesse da ordem pública o reclamar; 2) Se houver dúvida sobre a imparcialidade do júri; 3) Se houver risco à segurança pessoal do acusado; 4) Se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. - Nesse caso o juiz não pode representar. Quem pode requerer: - requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado; - mediante representação do juiz competente; Competência: O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. A súmula 712 exige o contraditório na decisão de desaforamento: S. 712 STF: É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa. Momento: após o trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Não cabe na fase de inquérito, nem na primeira fase do júri. Adiamento do Júri: se faltar o juiz presidente, se faltar o promotor de justiça será adiado para o primeiro desimpedido da mesma reunião (art. 455 CPP), se faltar o defensor porque a defesa técnica é indispensável, devem estar presente pelo menos 15 jurados. Presença do réu: é um direito dispensável, não se pode obrigar o réu a estar presente. Réu solto regularmente intimado não comparece, será julgado a sua revelia. Se ele estiver preso será requisitado, mas caso não queira estar presente, basta subscrever petição dispensando sua presença: Art. 457. O julgamento não será adiado pelo não comparecimento do acusado solto, do assistente ou do advogado do querelante, que tiver sido regularmente intimado. § 2º Se o acusado preso não for conduzido, o julgamento será adiado para o primeiro dia desimpedido da mesma reunião, salvo se houver pedido de dispensa de comparecimento subscrito por ele e seu defensor. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631403/artigo-455-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 Ausência de testemunha: Se foi arrolada em caráter imprescindível e encontrada no endereço indicado, caso a testemunha não compareça determinará a condução coercitiva ou adia o julgamento para o primeiro dia desimpedido. Art. 461. O julgamento não será adiado se a testemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido a sua intimação por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 deste Código, declarando não prescindir do depoimento e indicando a sua localização. § 1o Se, intimada, a testemunha não comparecer, o juiz presidente suspenderá os trabalhos e mandará conduzi-la ou adiará o julgamento para o primeiro dia desimpedido, ordenando a sua condução. Ausência de testemunha fora da terra: na primeira fase será ouvida por carta precatória. Na segunda fase a prova é produzida perante o conselho de sentença, se a testemunha não comparecer o julgamento não será adiado. O juiz onde tramita o processo não tem poderes para praticar ato fora de sua jurisdição, não sendo possível determinar sua condução coercitiva. Réu no plenário não pode estar de algemas: Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. Sorteio dos jurados: cada parte pode sem qualquer fundamentação recusar até 3 jurados (defesa/acusação). Assistente não participa da formação do conselho. São 3 recusas por réu, se a defesa defense 3 réus, pode recusar até 9 jurados. Formação do Conselho de Sentença: Os jurados serão investidos na jurisdição. Art. 472. Formado o Conselho de Sentença, o presidente, levantando-se, e, com ele, todos os presentes, fará aos jurados a seguinte exortação: Em nome da lei, concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça. Os jurados, nominalmente chamados pelo presidente, responderão: Assim o prometo. Tempo dos debates: art. 477 CPP Acusação: 1:30h / Defesa: 1:30h Réplica: 1 h / Tréplica: 1 h Mais de um acusador ou mais de um defensor: combinarão entre si, de forma a não exceder o determinado neste artigo. Havendo mais de 1 (um) acusado: Acusação: 1:30h / Defesa: 1:30h Réplica: 1 h / Tréplica: 1 h Admite-se a inovação na tréplica? O tema é controvertido, a primeira corrente não admite porque viola o princípio do contraditório já que o MP não terá outra oportunidade sobre a nova tese apresentada.Para o MP pouco importa a tese defensiva, plenitude de defesa. Art. 478. Durante os debates as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer referências: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art422 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art422 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10629315/artigo-477-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 I – à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado; II – ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório por falta de requerimento, em seu prejuízo. Poderá ser feita a leitura da pronúncia. Art. 479 Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando- se ciência à outra parte. Contagem processual de trás para frente. No CPP a contagem de dias são corridos. Ex: julgamento marcado para sexta-feira, quinta, quarta, terça será o último dia. Juntada de documentos: Quanto a juntada, importa saber se a parte contrária tomou ciência desse documento. Havendo concordância o documento pode ser exibido no dia do julgamento. Se documento é exibido contra a vontade da parte contrária, deve-se consignar em ata que documento novo está sendo apresentado, consignar em ata, apreensão e juntada aos autos. Ordem de quesitação: M-A-A-D-Q-A I – a materialidade do fato; II – a autoria ou participação; III – se o acusado deve ser absolvido; IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. Aparte - intervenção de uma das partes: Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última - A impugnação a quesitaçãono júri deve ser imediata e não "antes da leitura da sentença em plenário". Conforme art. 484 do Código de Processo Penal, após formular os quesitos o juiz- presidente os lerá, indagando às partes se têm qualquer objeção a fazer, o que deverá constar obrigatoriamente em ata. - Alegação de excludente de ilicitude será analisada no quesito genérico de absolvição, já que tal tese pode levar à absolvição do acusado. - Ao Tribunal do Júri compete o julgamento dos crimes dolosos contra a vida e dos delitos conexos, salvo os eleitorais e os militares. Se os jurados votarem pela absolvição do acusado do crime doloso contra a vida, afere-se que reconheceram sua competência para o julgamento do feito, logo, ao Conselho de sentença também caberá o julgamento da infração conexa. - O Superior Tribunal de Justiça possui entendimento que a formulação de quesitos complexa, dificultando o entendimento dos jurados, é causa de nulidade do julgamento. - A afirmação pelos jurados da existência de crime de homicídio tentado prejudica a análise do quesito de desistência voluntária. https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627983/artigo-484-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91622/codigo-processo-penal-decreto-lei-3689-41