Prévia do material em texto
Bactérias As bactérias, representantes do Reino Monera, são procariontes que habitam uma ampla gama de ambientes terrestres e aquáticos, muitas vezes associadas a outros organismos ou formando colônias. Elas se apresentam em diversas formas, incluindo esféricas (cocos), com formato de bastonetes (bacilos), longas e espiraladas (espirilos), em formato de vírgulas (vibriões), em duplas (diplococos) ou em arranjos de cadeia (estreptococos) e cachos (estafilococos). Internamente, a estrutura das bactérias é composta por um nucleóide, consistindo em uma única molécula circular de DNA que controla as características e atividades celulares. O citoplasma, uma solução aquosa que contém enzimas e substâncias de reserva, abriga os ribossomos responsáveis pela síntese de proteínas e que se movem livremente no citoplasma. A membrana plasmática, envoltório que controla as trocas de substâncias com o exterior, pode formar invaginações para processos vitais, como a respiração ou a fotossíntese. A parede celular, uma estrutura semirrígida de polissacarídeos e polipeptídeos, confere proteção contra vírus e substâncias tóxicas. Além disso, as bactérias possuem uma cápsula gelatinosa que protege contra a dessecação, vírus, células fagocitárias e anticorpos. É interessante observar que a penicilina e outros antibióticos atuam inibindo a produção da cápsula. Os pili ou fímbrias, apêndices filamentosos, e os flagelos, permitem a aderência da bactéria a substratos sólidos, bem como a movimentação da célula, respectivamente. A genética e patogenicidade bacteriana são fundamentais para entender o funcionamento dos organismos procariontes, que apresentam uma estrutura simples em comparação com células eucariontes de outros reinos. Uma característica marcante das bactérias é a presença de um único cromossomo haploide, que reside no citoplasma. Por exemplo, a bactéria Escherichia coli possui um cromossomo de cerca de quatro milhões de pares de bases, que se estende por aproximadamente 1 mm quando desenrolado, representando cerca de 10% do seu peso microbiano. Além disso, algumas bactérias podem conter plasmídeos, cromossomos circulares menores, que podem conter genes de resistência. A replicação do DNA é um passo crucial antes da divisão celular bacteriana, sendo um processo semiconservativo no qual uma nova fita de DNA é produzida a partir de uma fita mais antiga. A DNA girase desenrola e separa as duas fitas, enquanto a DNA polimerase adiciona novas bases nitrogenadas, criando uma fita nova. As bases nitrogenadas se ligam de acordo com regras específicas, como Timina (T) com Adenina (A) e Citosina (C) com Guanina (G). A DNA ligase completa a fita nova, resultando em duas moléculas de DNA de fita dupla, cada uma contendo uma fita da bactéria mãe e outra da filha. A reprodução das bactérias, geralmente assexuada por divisão binária, envolve a duplicação do cromossomo bacteriano e a subsequente divisão celular, resultando em duas bactérias idênticas. Além disso, a "reprodução sexuada" por conjugação envolve a transferência de material genético de uma célula bacteriana para outra através de pilis sexuais. O fator F é importante nesse processo, com células F+ atuando como doadoras e F- como receptoras. A transformação é outro método em que fragmentos de material genético de uma célula são incorporados no cromossomo de outra, às vezes utilizada em engenharia genética para introduzir genes de diferentes espécies em células bacterianas. A transdução é um processo de transferência de material genético entre células bacterianas mediado por bacteriófagos, que injetam seu material genético na célula hospedeira, que por sua vez é incorporado pelas células descendentes. O crescimento bacteriano é afetado por diversos fatores ambientais, como a disponibilidade de nutrientes, umidade, temperatura e pH. As bactérias obtêm energia através da quebra de ligações químicas envolvendo oxigênio, carbono e nitrogênio. As bactérias representam uma vasta gama de microrganismos que desempenham papéis cruciais tanto na manutenção da saúde quanto no desenvolvimento de doenças infecciosas. Divididas em diferentes categorias com base em suas características de coloração e necessidades ambientais, as bactérias aeróbias e anaeróbias possuem exigências distintas em termos de oxigênio. Enquanto as bactérias aeróbias requerem agitação e a adição de oxigênio para prosperar, as anaeróbias retiram o oxigênio usando agentes redutores, como o tioglicolato, convertendo-o em água. No contexto das bactérias Gram-positivas, sua classificação é determinada pela cor adquirida após a aplicação da técnica de coloração de Gram. Revelando um tom azul característico sob essa coloração, as bactérias Gram-positivas podem se apresentar em forma de cocos ou bacilos. No entanto, é alarmante observar que essas bactérias estão desenvolvendo resistência crescente a antibióticos, um exemplo notável sendo o Staphylococcus aureus resistente à meticilina (SARM), conhecido por sua resistência a uma série de antibióticos relacionados à penicilina, e frequentemente associado a infecções hospitalares. Por outro lado, as bactérias Gram-negativas, tingidas em tonalidades vermelhas pela coloração de Gram, possuem características distintas, como uma cápsula protetora que as defende da fagocitose pelos glóbulos brancos do sangue. Além disso, sua membrana externa proporciona uma camada adicional de proteção contra certos antibióticos, como a penicilina. É importante destacar que essa membrana é conhecida por liberar endotoxinas, substâncias tóxicas que podem desencadear uma série de reações prejudiciais no hospedeiro. Consequentemente, as bactérias Gram-negativas têm sido associadas a uma série de infecções, como pneumonia, peritonite e infecções do trato urinário. O estudo detalhado dessas bactérias e suas características é crucial não apenas para o entendimento de sua biologia, mas também para o desenvolvimento de estratégias eficazes de tratamento e prevenção de infecções bacterianas. Streptococcus O gênero Streptococcus engloba diversas espécies bacterianas, sendo classificadas em três grupos com base em suas características de hemólise. Os Streptococcus beta-hemolíticos, como S. pyogenes e S. agalactiae, causam hemólise total. Os Streptococcus alfa-hemolíticos, como S. pneumoniae, causam hemólise parcial, enquanto os Streptococcus gama-hemolíticos, como S. faecalis e S. viridans, não causam hemólise. Streptococcus pyogenes, um beta-hemolítico, normalmente coloniza a pele e as mucosas de indivíduos saudáveis e é transmitido por contato direto, aerossóis e fômites contaminados. As manifestações clínicas das infecções por esse microrganismo podem ser superficiais, profundas ou tóxicas, variando em gravidade. Streptococcus pneumoniae, um alfa-hemolítico, reside nas vias aéreas superiores de uma parcela significativa da população. A infecção ocorre principalmente por contato direto, envolvendo aerossóis. A perda de resistência natural ou diminuição da imunidade pode predispor a infecções por S. pneumoniae, resultando frequentemente em pneumonia com extravasamento de líquido nos alvéolos, causando resposta inflamatória com produção de pus. Os sintomas incluem dificuldade respiratória, dor pleural, febre, calafrios e expectoração sanguinolenta. Streptococcus agalactiae, outro beta-hemolítico, é comumente encontrado em gestantes e pode ser transmitido ao bebê durante o parto, levando a infecções neonatais. Também afeta pessoas acima dos 60 anos, obesas e com doenças crônicas. Os sintomas variam dependendo de onde a bactéria se dissemina, podendo envolver febre, calafrios, náuseas, alterações no sistema nervoso, tosse, dificuldade respiratória, dor no peito, inchaço em articulações, vermelhidão e aumento da temperatura local quando atinge articulações e ossos. Principais Cocos Gram negativos (-) Os principais cocos Gram-negativos de interesse médico pertencem à família Neisseriaceae, com destaque para o gênero Neisseria, que inclui Neisseria gonorrhoeae e Neisseria meningitidis. Esses micro-organismostêm características distintivas, como a formação de pares, imobilidade, cápsula polissacarídica, fermentação de carboidratos com produção de ácido sem gás e a capacidade de produzir oxidase. Observa-se que os gonococos podem conter plasmídios, enquanto o meningococo raramente os possui. A Neisseria gonorrhoeae é associada a doenças sexualmente transmissíveis, afetando o trato genitourinário, os olhos, o reto e a garganta. Nos homens, os sintomas incluem micção dolorosa com a presença de pus cremoso amarelado, enquanto nas mulheres, é comum uma infecção primária endocervical com corrimento muco-purulento. Além disso, essa bactéria pode causar oftalmia neonatal gonocócica em recém-nascidos, resultando em conjuntivite e risco de cegueira, sendo tratada com instilação de tetraciclina, eritromicina ou nitrato de prata. Por sua vez, a Neisseria meningitidis é conhecida por causar meningite, uma infecção grave do sistema nervoso central. Existem vários tipos dessa bactéria, como A, B, C, Y e W-135. A Neisseria meningitidis produz proteases que afetam a imunoglobulina IgA e possui pili, o que a torna tóxica. Meningites bacterianas, incluindo as causadas por meningococos, pneumococos e hemófilos, são mais graves e geralmente transmitidas pelas vias respiratórias ou em associação com infecções do ouvido. Os sintomas da meningite bacteriana incluem febre alta, mal-estar, vômitos, dor de cabeça intensa, rigidez no pescoço (dificuldade para encostar o queixo no peito) e manchas vermelhas espalhadas pelo corpo. Em bebês, a moleira pode ficar elevada. Em contraste, as meningites virais geralmente apresentam sintomas mais leves, semelhantes aos de gripes e resfriados, sendo mais comuns em crianças e incluindo febre, dor de cabeça, rigidez da nuca (em menor grau), inapetência e irritabilidade. Estas informações são fundamentais para o estudo das características, sintomas e impacto na saúde pública desses cocos Gram-negativos de interesse médico. Principais bacilos gram positivos(+) Os principais bacilos gram-positivos de interesse médico incluem o gênero Clostridium. Esses microrganismos podem ser encontrados no solo e em ambientes aquáticos. São anaeróbios e possuem a capacidade de produzir diversas toxinas, o que os torna relevantes para a saúde humana. Dentre as espécies do gênero Clostridium, o Clostridium tetani merece destaque. Estes bacilos são móveis e esporulados, também são anaeróbios. A virulência deste microrganismo está associada à produção da toxina tetanospasmina, que atua como uma neurotoxina, causando os característicos espasmos musculares do tétano, e à Tetanolisina, uma hemolisina. Outras espécies de Clostridium importantes do ponto de vista médico incluem o C. botulinum, que causa o botulismo; o C. perfringens, associado à gangrena gasosa e infecções alimentares; e o C. difficile, que está relacionado à diarreia associada a antibióticos e colite pseudomembranosa. Portanto, o estudo desses bacilos gram-positivos é fundamental para compreender as doenças que causam e desenvolver estratégias de prevenção e tratamento. Micobactérias As micobactérias pertencem à família Mycobacteriaceae e são agrupadas no gênero Mycobacterium, que inclui mais de 170 espécies. Duas delas se destacam devido às doenças que causam: Mycobacterium tuberculosis, responsável pela tuberculose humana, e Mycobacterium leprae, que provoca a hanseníase. A tuberculose, causada pelo Mycobacterium tuberculosis, é uma doença infecto-contagiosa que afeta diversos órgãos, incluindo os pulmões, olhos, rins, músculos e o cérebro (meninges). Os sintomas comuns incluem tosse, produção de catarro, febre, sudorese, cansaço, dor no peito, falta de apetite, emagrecimento e escarro com sangue. É importante observar que alguns pacientes podem ser assintomáticos. Já a hanseníase, causada pelo Mycobacterium leprae, é transmitida pelas secreções das vias aéreas superiores, incluindo gotículas de saliva. A doença pode afetar os nervos periféricos, os olhos e outros órgãos. O período de incubação pode variar de 6 meses a 6 anos. Os sintomas da hanseníase incluem manchas na pele de cor parda, esbranquiçadas ou eritematosas, alterações na temperatura local, dormência das regiões do corpo, perda da sensibilidade local que pode resultar em feridas, perda de dedos e outras partes do organismo, além de caroços ou inchaço nas partes mais frias do corpo. Principais bacilos gram negativo(-) A família Enterobacteriaceae inclui bactérias como Escherichia coli, Shigella, Salmonella e Klebsiella, que têm relevância médica significativa. Por exemplo, Escherichia coli é uma causa comum de infecções do trato urinário, especialmente em crianças com anormalidades urinárias e mulheres jovens. Esta bactéria pode colonizar a uretra e a bexiga, causando sintomas como queimação ao urinar e, em casos mais graves, pielonefrite com dor e febre. Salmonella é conhecida por causar graves intoxicações alimentares, com sintomas que incluem febre, dor de cabeça, náuseas, vômitos, falta de apetite, cólicas e diarreia com presença de sangue. A incubação ocorre após o consumo de alimentos contaminados. Shigella é responsável por intoxicações alimentares e pode causar sintomas como febre, náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia com fezes sanguinolentas e urgência para defecar. Klebsiella, especialmente a variedade KPC (Klebsiella pneumoniae carbapenemase), é uma superbactéria que pode causar pneumonia, infecções sanguíneas e do trato urinário, com sintomas como febre, prostração e tosse. Além disso, Enterococcus spp. habita o trato gastrointestinal humano e é reconhecido como um agente importante em infecções hospitalares, causando uma variedade de infecções, incluindo endocardite, infecções do trato urinário, prostatite, infecção intra-abdominal, celulite e infecções em feridas. Finalmente, Vibrio cholerae é responsável pela cólera, transmitida principalmente pela contaminação fecal da água e alimentos. Os sintomas clássicos da cólera incluem diarreia líquida semelhante a "água de arroz", vômitos e cãibras musculares. Vírus Os vírus, minúsculos agentes infecciosos, são compostos por partículas virais conhecidas como vírions, cada um capaz de desencadear infecção. Em termos de tamanho, os vírus podem variar de 10 a 100 vezes menores que as bactérias, com uma média entre 20 e 300 nanômetros, o que significa que só podem ser visualizados sob um microscópio eletrônico. Sua estrutura básica consiste em uma capa de proteína envolvendo um núcleo de ácido nucleico, que pode ser DNA ou RNA. Ao invadir células vivas, os vírus usam o sistema de síntese dessas células para multiplicar-se, induzindo a síntese de ácido nucléico viral e proteínas que os ajudam a infectar novas células. Fora do ambiente celular, os vírus permanecem inativos, incapazes de realizar suas funções vitais. Embora sejam incapazes de crescer em condições laboratoriais padrão, os vírus podem ser cultivados em placas de Petri, desde que as células estejam crescendo simultaneamente. Esses microrganismos têm uma estrutura simples, mas são altamente adaptados para sua função de invasão e replicação, representando desafios significativos no contexto das doenças infecciosas. Dada sua capacidade de se replicar apenas dentro de células hospedeiras, os vírus têm a capacidade de evoluir rapidamente, o que pode levar a surtos e epidemias graves. Portanto, a compreensão dessas características gerais e estruturais é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção e tratamento de doenças virais, além de evidenciar a importância da pesquisa contínua na área da virologia. Os vírus representam entidades biológicas intrigantes que desafiam a fronteira entre a vida e a não vida. Ao contrário das células eucarióticas, eles carecem de enzimas que possam transcrever RNA para mRNA no núcleo ou citoplasma, ou ainda DNA para mRNA no citoplasma. O genoma viral pode variar de DNA de fita dupla, comum em muitos vírus de procariotos, a RNA de fita dupla predominante em vírus de fungos e RNA de fita simples prevalenteem vírus de plantas. Alguns desses microrganismos possuem enzimas que promovem a destruição da própria célula hospedeira, liberando-se para se propagar e infectar outros organismos, perpetuando assim seu ciclo de vida infeccioso. A estrutura básica de um vírus, denominada vírion, é composta por ácido nucleico envolto por uma membrana de proteína e, em certos casos, por uma camada externa chamada envelope, que contém lipídeos, carboidratos e proteínas. Os capsômeros, unidades fundamentais de proteínas que constituem os capsídeos, podem conferir ao vírus diversas formas, desde esféricas a poliédricas, com vários vértices, até formatos alongados e helicoidais, que se assemelham a bastões, característicos de muitos vírus que atacam células vegetais. Além disso, há a peculiar forma dos bacteriófagos, que se aderem a bactérias e se assemelham a criaturas com cabeça, corpo e apêndices semelhantes a pernas de animais. Um exemplo notável são os colifagos, vírus que atacam a bactéria Escherichia coli. As proteínas virais desempenham papéis essenciais para a sobrevivência e a replicação do vírus, incluindo a proteção do ácido nucleico, a ligação a receptores nas células, a penetração da membrana celular e a facilitação da replicação do ácido nucleico. Elas também iniciam programas de replicação dentro da célula hospedeira, impulsionando assim o ciclo de vida viral. Essa intrincada interação entre a estrutura viral e as funções das proteínas contribui para a compreensão da complexidade dos mecanismos de infecção e propagação viral. A multiplicação viral é um processo complexo que segue princípios fundamentais do dogma central da biologia, onde o fluxo de informações genéticas é crucial. Assim como as células vivas, os vírus também seguem uma sequência de eventos que envolvem a transcrição e a tradução de seu material genético para produzir proteínas essenciais para sua replicação e propagação. Alguns vírus utilizam o RNA como seu material genético principal. No caso do HIV, por exemplo, o RNA viral é transcrito em DNA por meio de uma enzima chamada transcriptase reversa. Esse DNA é então integrado ao genoma da célula hospedeira e passa a ser transcrito em RNA e traduzido em proteínas virais, permitindo que o vírus se multiplique e se espalhe no organismo. Por outro lado, há vírus como o da hepatite B, que empregam um processo um tanto mais intrincado. Aqui, o DNA viral é transcrito em RNA, seguido de uma etapa de tradução reversa na qual o RNA é convertido novamente em DNA. Esse DNA é então transcrito em RNA e, finalmente, traduzido em proteínas virais, contribuindo para a disseminação da infecção. Além disso, existem diferentes estratégias de replicação viral, incluindo a replicação de vírus de DNA e a replicação de vírus de RNA. A replicação de vírus de DNA envolve a síntese de novas moléculas de DNA viral usando a maquinaria celular hospedeira, enquanto a replicação de vírus de RNA requer a síntese de cadeias de RNA a partir de modelos de RNA virais. Em contraste, o processo de replicação do bacteriófago é um exemplo notável de como os vírus podem interagir com bactérias. Os bacteriófagos são vírus que infectam bactérias e utilizam estratégias específicas para se replicarem, muitas vezes envolvendo a injeção de seu material genético nas células bacterianas e sua subsequente montagem e liberação. - Influenza (Gripe) · Causada pelo vírus da influenza, que possui RNA de hélice única. · Pertence à família dos Ortomixovirus. · Tipos: A, B e C. · Pandemias são geralmente desencadeadas pelo vírus tipo A, que é mais patogênico. - Sarampo, Catapora, Rubéola e Caxumba · São transmitidas por saliva e gotículas, afetando principalmente crianças. · A rubéola é particularmente perigosa para mulheres grávidas, pois pode causar anomalias no embrião. - Poliomielite (Pólio) · Pode provocar paralisia em alguns casos, afetando o sistema nervoso. · Não há cura específica, tratamento fisioterápico é utilizado em casos de paralisia. · Prevenção: Vacinação. - Febre Amarela · Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, causando febre, vômitos e lesões no fígado. · Prevenção envolve o combate ao mosquito e a vacinação. - Raiva (Hidrofilia) · Doença quase sempre fatal que ataca o sistema nervoso. · Transmitida por animais domésticos, sendo obrigatória a vacinação e o recolhimento de animais soltos. · Procedimentos de higiene são necessários após mordidas. - Hepatite A · Inflamação do fígado causada por vírus transmitidos por água, alimentos contaminados e outros meios. · Evolução costuma ser benigna, mas cuidados médicos e isolamento são necessários. - Dengue · Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, com sintomas como febre, dores no corpo e olhos, cansaço e falta de apetite. · Não há tratamento específico, repouso e hidratação são recomendados. · Prevenção semelhante à da febre amarela. - AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) · Causada pelo vírus HIV, que ataca o sistema imunológico, principalmente linfócitos T4. · Pode levar a condições como o Sarcoma de Kaposi. · Prevenção através do uso de preservativos. - Coronavírus (COVID-19) · Sintomas comuns incluem febre, tosse, cansaço e perda de paladar ou olfato. · Sintomas menos comuns envolvem dor de garganta, dor de cabeça, entre outros. · Sintomas graves incluem dificuldade respiratória e dores no peito. · Prevenção principal é a vacinação. Fungos Os fungos, pertencentes ao Reino Fungi, constituem uma variedade diversa de organismos heterótrofos, caracterizados por sua estrutura unicelular ou filamentos hifais. Seu corpo consiste em micélio, composto por hifas tubulares de paredes quitinosas, que os capacitam a crescer em ambientes úmidos e em substratos orgânicos. Dentre seus representantes notáveis estão os bolores, as leveduras, os cogumelos e as orelhas-de-pau, alguns dos quais podem agir como parasitas em plantas e animais. Em relação às suas características celulares, os fungos exibem uma organização eucariótica com núcleo envolto por membrana, além de DNA linear associado a histonas. Suas células possuem nucléolos, responsáveis pela síntese de RNA ribossomal, e mitocôndrias, envolvidas na respiração e fosforilação oxidativa. Seu modo de metabolismo é heterotrófico, dependendo da absorção de nutrientes do ambiente, e pode variar de saprófito a parasita, predador ou simbionte. Em suas interações com outros organismos, muitos fungos estabelecem associações simbióticas benéficas, como as micorrizas, que melhoram a absorção de nutrientes e água pelas plantas. Suas paredes celulares desempenham um papel crucial na manutenção da forma celular, proteção do citoplasma e facilitação das interações parasitárias e simbióticas. Essas paredes consistem em uma matriz de polissacarídeos solúveis em água, como glicanas e glicoproteínas, além de um componente microfibrilar composto por quitina e glicanas insolúveis em água. Apesar de ausência de celulose, algumas espécies podem conter lipídeos e melaninas em suas paredes celulares. Além disso, os fungos apresentam diferentes estratégias de infecção, como a produção de hifas especializadas, como apressórios e haustórios, para se fixarem nos hospedeiros e absorverem nutrientes, ou ainda a liberação de enzimas que desdobram as macromoléculas para absorção. Embora algumas espécies atuem como necrotróficos, outras desenvolvem associações mutualísticas, enfatizando a versatilidade adaptativa dos fungos no reino biológico. Os fungos exibem uma notável diversidade morfológica em suas estruturas somáticas e reprodutivas, sendo essa variação a base dos sistemas de identificação. O sistema somático dos fungos é composto por células únicas ou múltiplas. As formas unicelulares, denominadas leveduras, assumem uma aparência oval ou esferoide alongada, superando as bactérias em tamanho, com dimensões variando de 1 a 5 µm por 50 µm. Apesar de sua imobilidade, em meios de cultura, formam colônias lisas e brilhantes, assemelhando-se à morfologia bacteriana. Por outro lado, as formas multicelulares, conhecidas como bolores, se desenvolvem como um conjuntode células reunidas pelas extremidades, formando uma estrutura tubular chamada de hifa, e o conjunto dessas hifas é conhecido como micélio. As hifas exibem uma característica de finura, com um diâmetro que varia entre 5 e 10 µm, e são transparentes e rígidas. Seu crescimento ocorre por alongamento nas pontas, uma vez que, nessa região, a ligação dos polissacarídeos ainda não está firmemente fixada, permitindo a inclusão de outras unidades e, consequentemente, o crescimento contínuo. O processo de crescimento também pode se manifestar em outras partes das hifas, levando à formação de ramificações distintas. Um aspecto notável dos fungos é a capacidade de cada fragmento contendo núcleos ser capaz de gerar novos indivíduos, demonstrando uma notável habilidade de reprodução e propagação. A diversidade morfológica dos fungos, desde as leveduras unicelulares até as complexas estruturas filamentosas dos bolores, é fundamental para entender sua biologia e papel no ambiente, bem como para estabelecer métodos precisos de identificação e classificação. Os fungos, seres vivos pertencentes ao reino Fungi, apresentam uma diversidade de estratégias reprodutivas, podendo reproduzir-se de maneira assexuada, também conhecida como reprodução somática ou vegetativa, ou de forma sexuada, teleomórfica. Na reprodução assexuada, os fungos utilizam métodos como fragmentação, em que porções do micélio se separam e dão origem a novos indivíduos, e fissão binária, que envolve a divisão direta da célula. Além disso, o brotamento ou gemulação ocorre quando protuberâncias se desenvolvem e se separam do organismo original para se tornarem independentes. Outro método comum é a formação de esporos, os quais representam uma forma de reprodução assexuada comum entre muitas espécies de fungos. Por outro lado, a reprodução sexuada nos fungos envolve a união de dois núcleos compatíveis, podendo um indivíduo produzir diferentes tipos de "machos" e "fêmeas", podendo ser compatíveis ou não. Esse processo ocorre em três fases distintas. Inicialmente, temos a plasmogamia, que é a fusão de dois protoplastos de várias maneiras possíveis. Em seguida, ocorre a cariogamia, que é a fusão dos dois núcleos. Por fim, a meiose é realizada, resultando na divisão reducional e reduzindo o número de cromossomos ao estado haploide. No que diz respeito à nutrição, os fungos possuem uma gama variada de necessidades nutricionais, incluindo carbono, oxigênio, hidrogênio, nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio, enxofre e uma série de micronutrientes, como boro, manganês, cobre, molibdênio, ferro e zinco. Muitas espécies de fungos não dependem da luz para seu desenvolvimento, enquanto outras necessitam dela para a formação de estruturas de reprodução, sendo consideradas fototróficas. Além disso, os fungos apresentam uma faixa ampla de temperatura para crescimento, desde psicrófilos, que não crescem acima de 20ºC, até termófilos, que não crescem abaixo de 20ºC, com a maioria das espécies mesófilas, com temperatura ótima de crescimento entre 15ºC e 40ºC. A umidade também desempenha um papel crucial, com a faixa ideal ficando em torno da saturação, assegurando condições favoráveis para o crescimento e desenvolvimento dos fungos. Os fungos desempenham uma série de funções vitais na natureza, o que os torna elementos indispensáveis para a ecologia do planeta. Em primeiro lugar, sua participação na decomposição da matéria orgânica e na ciclagem de nutrientes é fundamental para a sustentabilidade dos ecossistemas. A capacidade dos fungos de quebrar compostos complexos e transformá-los em nutrientes disponíveis é crucial para o equilíbrio dos ecossistemas terrestres e aquáticos. Além disso, os fungos são valorizados por sua contribuição para a produção de alimentos, incluindo variedades como cogumelos e outras formas de biomassa. Sua habilidade única de sintetizar uma ampla gama de substâncias, como álcool, ácidos orgânicos, enzimas, vitaminas, corantes e antibióticos, é altamente explorada pela indústria alimentícia, farmacêutica e de biotecnologia. Embora desempenhem funções benéficas, alguns fungos também podem agir como parasitas, afetando negativamente a saúde de animais, plantas e outros microrganismos. No entanto, muitos fungos estabelecem relacionamentos simbióticos, como aqueles que promovem o crescimento das plantas, e exemplos notáveis como os líquens, uma simbiose entre fungos e algas que serve de alimento para uma variedade de animais em regiões de tundras. Em termos de classificação, o reino Fungi é composto por dois grupos principais, Eumycota (fungos verdadeiros) e Mixomycota (fungos gelatinosos). Dentro do filo Eumycota, encontramos quatro classes distintas - Phycomycetes, Ascomycetes, Basidiomycetes e Deuteromycetos - diferenciadas pelo tipo de processo sexual que cada uma apresenta. Em sua maioria, os fungos são imóveis, embora certos grupos estejam equipados com flagelos e alguns sejam capazes de movimento ameboide. Enquanto a maioria dos fungos é aeróbia, os filamentosos se destacam nesse aspecto, enquanto as leveduras, por sua vez, possuem uma natureza facultativa em relação à sua exigência de oxigênio. Essas características anatômicas e fisiológicas distintas definem a diversidade e a importância dos fungos no contexto biológico mais amplo. Parasitas O reino Protista abriga uma grande diversidade de microorganismos unicelulares conhecidos como protozoários. São organismos heterotróficos que se destacam por suas dimensões variáveis, podendo medir de 3 a impressionantes 700 micrômetros. A taxonomia dos protozoários é vasta, com mais de 50.000 espécies descritas até o momento. Eles podem ser encontrados em habitats específicos, sempre em ambientes úmidos, incluindo água doce, salobra ou salgada, solo e até no interior do corpo de outros protistas, plantas ou animais. Quando se trata da estrutura dos protozoários, sua reprodução pode ocorrer assexuadamente por divisão binária, cissiparidade, brotamento ou gemulação. Alguns protozoários também são capazes de realizar a reprodução sexuada, como é o caso dos ciliados, que se reproduzem por conjugação, ou de alguns esporozoários, que alternam formas sexuadas e assexuadas em seus ciclos de vida. Em relação à nutrição, os protozoários podem ser holofíticos (autotróficos), obtendo energia através da fotossíntese a partir de pigmentos citoplasmáticos, ou holozóicos (heterotróficos), ingerindo partículas orgânicas, que são posteriormente digeridas por enzimas e os metabólitos expelidos. A ingestão pode ocorrer por fagocitose, envolvendo partículas sólidas, ou por pinocitose, envolvendo partículas líquidas. Além disso, alguns protozoários podem ser saprozóicos, absorvendo substâncias inorgânicas já decompostas e dissolvidas no meio líquido, enquanto outros são mixotróficos, capazes de se alimentar por mais de um método. A excreção nos protozoários pode ocorrer por difusão dos metabólitos através da membrana celular ou pela expulsão dos metabolitos através do vacúolo contrátil, uma estrutura que recolhe e periodicamente contrai para liberar os resíduos. Esse vacúolo é também responsável pela osmorregulação. Em relação à respiração, existem protozoários aeróbicos, que vivem em ambientes ricos em oxigênio, e protozoários anaeróbicos, que se adaptam a ambientes com baixa concentração de oxigênio, como é o caso dos parasitas do trato digestivo. No que diz respeito à locomoção, os protozoários podem ser classificados em diferentes grupos. Os sarcodíneos ou rizópodes utilizam pseudópodes, extensões celulares que funcionam como "falsos pés", para se locomover, como é o caso das amebas. Os flagelados, por sua vez, nadam com o auxílio de flagelos, que são longos filamentos vibratórios, como observado na giárdia. Os ciliados possuem cílios ao longo de seus corpos, que utilizam na locomoção, como exemplificado pelo paramécio. Por fim, os esporozoários não têm estruturas de locomoção, como é o caso do plasmódio, um parasita da malária. Os tipos de hospedeiros são categorizados em definitivos e intermediários, dependendodas fases do parasita que eles hospedam. O hospedeiro definitivo abriga o parasita em sua fase madura ou forma sexuada, enquanto o hospedeiro intermediário abriga o parasita em sua fase larval ou assexuada. Um exemplo notável de hospedeiro definitivo é o ser humano, que serve como o hospedeiro definitivo para o Trypanosoma cruzi, em que a fase sexuada ocorre no organismo humano. Por outro lado, o caramujo atua como hospedeiro intermediário para o Schistosoma mansoni, o agente causador da esquistossomose, hospedando sua fase larval ou assexuada. Os vetores, por sua vez, podem ser de dois tipos principais: biológicos e mecânicos. Um vetor biológico permite a multiplicação ou desenvolvimento do agente etiológico, enquanto um vetor mecânico serve apenas como transporte para o parasita, sem permitir sua multiplicação. Esses vetores desempenham um papel crítico na disseminação de doenças parasitárias, como a malária e a doença de Chagas. Além disso, os parasitas podem ser classificados com base em sua localização nos hospedeiros. Os ectoparasitas se instalam nas partes externas dos hospedeiros, como sanguessugas, piolhos e pulgas, enquanto os endoparasitas se localizam nas partes internas dos hospedeiros, como tênias, lombrigas e o esquistossomo. Considerando o número de hospedeiros envolvidos, temos os parasitas heteroxênicos, que requerem hospedeiros definitivos e intermediários para completar seu ciclo evolutivo. Um exemplo é o ciclo de vida das leishmanioses. Por outro lado, os parasitas homoxênicos ou monoxênicos completam seu ciclo evolutivo com apenas um tipo de hospedeiro. O Ascaris lumbricoides e o Trichomonas vaginalis são exemplos de parasitas que seguem esse padrão. O primeiro subfilo, Mastigophora, é notável por abrigar a maioria das espécies de protozoários que exibem movimento flagelar. Muitos membros desse subfilo apresentam um par de flagelos, podendo estes ter comprimentos iguais ou desiguais. Os flagelos, estruturas longas e finas que se projetam da célula, desempenham um papel crucial na locomoção e na orientação desses organismos em ambientes aquáticos. Esses protozoários estão adaptados a habitats aquáticos diversos, desde águas doces até ambientes marinhos, onde utilizam seus flagelos para se locomover e procurar alimentos. Por outro lado, o subfilo Sarcodina é caracterizado pela presença de pseudópodos, extensões citoplasmáticas temporárias que auxiliam na locomoção e na captura de presas. Essas estruturas de aparência ameboide possibilitam aos protozoários do subfilo Sarcodina uma notável capacidade de mudar de forma, permitindo-lhes se mover e se alimentar de forma eficiente em diversos ambientes. Os pseudópodos estendem-se a partir do corpo celular, permitindo que os protozoários se locomovam por meio de movimentos ameboides, fundindo-se com o substrato para impulsionar o deslocamento ou capturar partículas alimentares. Filo Apicomplexa O filo Apicomplexa é caracterizado pela presença do "complexo apical" e todas as espécies pertencentes a este grupo são parasitas. Um exemplo notável desse filo é o protozoário Toxoplasma gondii, causador da toxoplasmose, uma infecção intracelular que pode afetar diversas espécies, incluindo pássaros, roedores, animais silvestres, mamíferos (como bovinos, suínos, caprinos, ovinos) e seres humanos de todas as idades. Os únicos hospedeiros definitivos do T. gondii são gatos e outros felídeos. A transmissão da toxoplasmose pode ocorrer por via oral, como a ingestão de carnes cruas ou mal passadas, consumo de água contaminada, frutas e verduras cruas que abrigam oocistos do parasita, manipulação de alimentos ou utensílios de cozinha contaminados, transmissão de mãe para feto durante a gestação (toxoplasmose congênita), transfusão de sangue e transplante de órgãos se os doadores estiverem infectados. Os sintomas da toxoplasmose podem variar e incluem dor de cabeça e garganta, manchas pelo corpo (exantema máculo-papular), confusão mental, convulsões, encefalite, aumento do fígado e baço, moléstias pulmonares e cardíacas, linfonodos aumentados, dificuldade para enxergar que pode levar à cegueira, problemas de audição e lesões na retina (coriorretinite). O diagnóstico da toxoplasmose é realizado por meio de exames laboratoriais que detectam anticorpos contra o parasita, tomografia computadorizada, ressonância magnética e, em casos graves, pode ser necessária a biópsia de uma pequena amostra de tecido cerebral para identificar a presença de cistos. Além da toxoplasmose, outra infecção causada por protozoários é a criptosporidiose, provocada por Cryptosporidium. Estes protozoários coccídios se reproduzem nas células epiteliais do intestino delgado e seus oocistos infecciosos são eliminados nas fezes. Os sintomas da criptosporidiose incluem diarreia aquosa profusa, cólica abdominal, náuseas, anorexia, febre e mal-estar. O tratamento, especialmente para diarreia persistente, pode envolver a administração de nitazoxanida, enquanto pessoas com HIV positivas também podem ser tratadas com esse medicamento. Em casos de diarreia grave, é necessário o fornecimento de líquidos e antidiarreicos. O diagnóstico da criptosporidiose pode ser realizado por meio de ensaios imunoenzimáticos (EIA) para detecção de antígenos e exame microscópico das fezes para identificar os oocistos do Cryptosporidium. Filo Nemathelminthes O Filo Nemathelminthes inclui parasitas humanos notáveis, como o Enterobius vermicularis, popularmente conhecido como "oxiúro". Este nematóide é altamente prevalente em climas temperados, mesmo em áreas com infraestrutura sanitária adequada. As infecções por oxiúros são mais comuns em crianças e, na maioria dos casos, são assintomáticas. Os principais sintomas incluem coceira e irritação na região anal, que são mais intensos à noite, coincidindo com a migração das fêmeas adultas para essa região. O ciclo de vida do Enterobius ocorre inteiramente no lúmen intestinal, com ovos, larvas e vermes maduros presentes no interior do hospedeiro humano. A infecção ocorre quando os ovos são ingeridos. As fêmeas depositam milhares de ovos no ambiente, e a profilaxia envolve medidas como tomar banhos frequentes, manter roupas íntimas, roupas de dormir e roupas de cama limpas, e lavar as mãos regularmente, especialmente após o uso do banheiro, para prevenir infecções ou reinfecções. Outro nematóide relevante é o Ascaris lumbricoides, conhecido como "lombriga". Esses parasitas podem atingir até 33 cm de comprimento e seus ovos são resistentes a extremos de temperatura e umidade. A transmissão ocorre pela ingestão de alimentos contaminados ou pela mão à boca. Medidas de saneamento básico adequadas e o cuidado na lavagem de vegetais são essenciais para a prevenção. O diagnóstico laboratorial da enterobíase é realizado com o uso de uma fita adesiva de celofane colocada na região perianal, que é posteriormente examinada no microscópio. Em casos graves de Ascaris lumbricoides, podem ocorrer complicações, como a migração anômala de vermes adultos nos ductos biliares e pancreáticos ou no fígado, levando a cólica biliar, colecistite aguda, pancreatite e abscesso hepático. O tratamento de infecções por nematódeos intestinais pode envolver medicamentos essenciais recomendados pela OMS, como benzoimidazólicos, Albendazol, Mebendazol, Levamisol, pamoato de pirantel e ivermectina. É importante adotar medidas de higiene pessoal e saneamento para prevenir a propagação dessas infecções parasitárias. Filo Platyhelminthes O Filo Platyhelminthes compreende um grupo de vermes achatados que podem causar a doença da teníase. Essa infecção é causada por dois tipos de vermes da mesma família, Taenia saginata e Taenia solium, com diferentes fontes de infecção: carne bovina mal cozida ou crua para Taenia saginata e carne suína mal cozida ou crua para Taenia solium. A Taenia saginata pode atingir até 10 metros de comprimento no intestino humano e é segmentada em cabeça, pescoço e corpo. A Taenia solium é um pouco menor, com 2 a 9 metros de comprimento no intestino delgado. A profilaxia da teníaseenvolve medidas como impedir o acesso de suínos e bovinos às fezes humanas, melhorar o sistema de água, esgoto e tratamento de fossas, tratar em massa os casos humanos em populações-alvo e promover a educação em saúde. Além disso, é importante orientar as pessoas a evitar o consumo de carne crua ou mal cozida e melhorar as práticas de criação de animais, juntamente com a inspeção rigorosa da carne e fiscalização dos matadouros. No caso da Esquistossomose, a infecção ocorre quando as pessoas entram em contato com água doce contaminada com caramujos que são os hospedeiros intermediários do parasita Schistosoma. Os ovos do Schistosoma presentes na água são liberados pelas fezes ou urina de pessoas infectadas. Os parasitas podem sobreviver na água por cerca de 48 horas. A profilaxia da esquistossomose envolve a eliminação dos caramujos, a não natação em águas contaminadas, a não ingestão de água onde vivem os caramujos e a prevenção da contaminação de rios, lagos, açudes e reservatórios de água pelos ovos do esquistossomo. Os esquistossômulos, formas imaturas do parasita Schistosoma, afetam diversas partes do corpo antes de atingirem o sistema porta hepático, onde amadurecem em vermes adultos. Com o tempo, a infecção leva à fibrose hepática, mas não necessariamente à hipertensão portal e esplenomegalia. O tratamento da esquistossomose envolve o uso do medicamento praziquantel, que afeta o funcionamento dos vermes adultos, principalmente inibindo a bomba de sódio/potássio dos esquistossomos. No entanto, o praziquantel não é eficaz contra as formas imaturas do parasita.