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AULA 1 – INTRODUÇÃO A TOXICOLOGIA 
SÍMBOLO DA CAVEIRA COM OSSOS CRUZADOS, USADO PARA 
INDICAR SUBSTÂNCIAS TÓXICAS 
O crânio e ossos cruzados foi usado por muitas 
fraternidades universitárias estadunidenses e 
sociedades secretas fundadas nos séculos XIX e XX. 
No uso nas fraternidades, da caveira e ossos 
cruzados, associação comum com a morte. 
História da Toxicologia 
Papiro de Ebers (1500 a.C.): Pergaminho de 
origem egípcia continha descrição de 800 
ingredientes ativos: chumbo; cobre; venenos de 
animais; vegetais tóxicos. Venenos tinham uso 
político; Execuções do Estado feitas com venenos; 
Usados para cura ou execução. 
Sócrates: Filósofo grego condenado a morte por 
ingestão de extrato de cicuta. 
Primeira classificação dos venenos pelo médico 
Dioscorides 
Venenos Vegetais 
 
 
 
 
Venenos Animais 
 
Venenos Minerais 
 
 
 
 
Mitridates (120-63 a. C): Primeiro a realizar 
experiências toxicológicas; Chamado Rei do Ponto; 
Medo de envenenamento: testava venenos em 
seus escravos para identificar antídotos. Inventou 
o MITHRIDATICUM: mistura de gordura de cobra 
e enxofre. Tônico. Poderoso antídoto. 
Avicena (980-1037): Médico árabe; contribuiu 
com discussões dobre mecanismo de ação dos 
venenos; Neurotoxicidade; Efeitos metabólicos. 
Dizia que pedras preciosas poderiam ser 
antídotos: 
• Ametista (intoxicação álcool); 
• Topázio (evitava morte súbita). 
Maimonides (1135-1204): Médico árabe; 
desenvolveu métodos químicos (destilação, 
sublimação, cristalização) para fazer extratos 
medicamentosos e venenos. Poisons and Their 
Antidotes (tratado). 
Paracelsus (1493-1541): Desenvolveu estudos e 
ideias envolvendo Farmacologia, Toxicologia e 
Terapêutica. Postulado mais conhecido e ainda 
válido: “todas as substâncias são venenos; não há 
uma que não seja veneno. A dose correta 
diferencia o veneno do remédio.” 
OBS: Remédio é considerado tudo que é alopático, 
terapias alternativas. Ex: Chás, massagens etc. 
Fontana (1720-1805): Fundador da Toxicologia 
moderna; Experimentos com venenos de 
serpentes. 
Claude Bernard (1813-1878): Introduziu o conceito 
de toxicidade de substâncias em órgãos-alvo. 
Demonstrou o mecanismo de ação do curare 
(veneno de flechas). 
• Inibição colinérgica placa motora 
(paralisava). 
• Uso em cirurgias (relaxamento muscular); 
Paul Ehrlich (1854-1915): Estudou mecanismos de 
ação dos fármacos (farmacodinâmica) e de 
agentes tóxicos (Toxicodinâmica). Propôs a teoria 
de que: “substâncias ativas têm no organismo 
pontos específicos de ataque, ou regiões mais 
sensíveis dos tecidos onde ocorrem as interações 
químico-biológicas.”. Uma substância só terá ação 
biológica se houver um alvo específico (receptor) 
para ela. 
 
DADOS HISTÓRICOS 
❖ Antes de 1900: Era comum o uso de 
medicamentos em fase de “patente” (sem 
ensaios clínicos). Provocou vários incidentes 
de intoxicações medicamentosas. 
❖ 1930: Surgiu uma das primeiras revistas 
expressamente dedicada à toxicologia 
experimental, cuja publicação começou na 
Europa. 
Em resposta às trágicas consequências da 
insuficiência renal verificada após a utilização 
da sulfanilamida em soluções de 
dietilenoglicol, criou-se nos EUA National 
Institutes of Health (NIH). 
✓ A sulfanilamida era fabricada nos Estados 
Unidos pela empresa Massengil. 
✓ Vendia-se na forma de comprimidos e 
como pó para injetáveis; 
✓ A empresa queria fabricar um xarope 
(crianças); 
✓ Para desenvolver uma apresentação 
líquida teria que buscar um bom solvente, 
porque a sulfanilamida não dissolve em 
água; 
✓ Sulfanilamida se dissolvia bem em 
dietilenoglicol; 
✓ Substância de sabor doce, usada como 
umectante industrial e anticongelante. 
✓ A nova formulação não foi testada para 
toxicidade. 
✓ Naquela época a lei de alimentos e 
medicamentos não requeria estudos de 
segurança aos novos medicamentos. 
 
❖ 1947: O primeiro ato importante sobre 
praguicidas foi assinado. A importância desse 
ato sobre inseticidas e fungicidas foi a de que, 
pela primeira vez na história dos EUA, uma 
substância que não era nem medicamento 
nem alimento necessitava mostrar segurança 
e eficácia. 
 
❖ 1950: Ocorreu fortalecimento da FDA em seu 
comprometimento com a toxicologia. Centro 
Nacional de Pesquisa Toxicológica 
O campus de pesquisa, desempenha um papel 
crítico nas missões da FDA e do Departamento 
de Saúde e Serviços Humanos para promover 
e proteger a saúde pública. 
 
❖ 1960: Ocorreu o trágico incidente da 
talidomida, que provocou o nascimento de 
milhares de crianças com sérios defeitos 
congênitos. 
A tragédia da talidomida, foi um divisor de 
águas na regulação de medicamentos. A 
Talidomida foi descoberta Alemanha, para ser 
agregada a antibióticos, mas foi reconhecida 
mundialmente após 1957 como sedativo e 
hipnótico. 
❖ 1961: Crianças nasceram com malformações 
após suas mães terem ingerido o 
medicamento durante a gestação, usado para 
enjoou e analgesia. 
TRÁGICO INCIDENTE DA TALIDOMIDA 
A talidomida é uma substância usualmente 
utilizada como medicamento sedativo, anti-
inflamatório e hipnótico. Incentivou a busca por 
entender os efeitos dos produtos químicos sobre 
o embrião, feto e sobre o meio ambiente como um 
todo. 
Uma nova legislação foi aprovada, e novas revistas 
foram fundadas. A avaliação de risco tornou-se o 
principal objetivo das investigações toxicológicas. 
TOXICOLOGIA CONTEMPORÂNEA 
Segurança e Risco na utilização de substâncias 
químicas. Dados de estudos toxicológicos para 
controle 
regulatório em: 
• Alimentos 
• Ambiente 
• Local de trabalho 
• Medicamentos 
 
1988 – Conselho Nacional de Saúde: Estudos de 
toxicidade obrigatórios em medicamentos no 
Brasil. Determinação de estudos não-clínicos e 
clínicos. 
PRINCIPAIS OBJETIVOS DA TOXICOLOGIA: 
• Diagnóstico 
• Tratamento 
• Prevenção de Intoxicação 
DIVISÕES DA TOXICOLOGIA 
TOXICOLOGIA ANALÍTICA (QUÍMICA) 
• Detecção do agente químico: Em fluídos 
orgânicos; alimentos; água; ar. 
• Métodos precisos de química analítica para 
prevenir ou diagnosticar o xenobiótico. 
• Forense: para fins médico-legais; material 
biológico ou não; 
• Monitoramento terapêutico: acompanha 
pacientes que usam medicação com baixo 
IT 
• Monitoramento biológico: intoxicação 
ambiental ou ocupacional 
• Controle antidoping no esporte. 
TOXICOLOGIA CLÍNICA 
• Atendimento ao paciente exposto ao 
toxicante; 
• Prevenção ou diagnóstico da intoxicação; 
• Terapêutica de controle da intoxicação; 
• Aliada à toxicologia analítica na cura de 
alguém intoxicado. O primeiro analito que 
é empregado ao paciente intoxicado é o 
carvão ativado, até certo momento, 
porém, o organismo tem mais afinidade. 
TOXICOLOGIA EXPERIMENTAL 
• Estudos de mecanismo de ação tóxica; 
• Avaliação dos efeitos decorrentes da 
intoxicação; 
• Avaliação da toxicidade em diferentes 
espécies; 
• Segue parâmetros e protocolos 
internacionais (ANVISA, CNS, FDA). 
O QUE É A TOXICOLOGIA? 
Toxicologia é o estudo dos efeitos adversos das 
substâncias químicas sobre organismos vivos. O 
toxicologista é treinado para examinar a natureza 
desses efeitos (incluindo os mecanismos de ação 
bioquímicos, celulares e moleculares) e avaliar a 
probabilidade de sua ocorrência. 
QUAIS SÃO AS ÁREAS DE ATUAÇÃO? 
• Toxicologia de alimentos: Estuda os efeitos 
nocivos causados pelas substâncias químicas 
presentes nos alimentos. 
• Toxicologia Ambiental: Estuda os efeitos 
nocivos causados pelas substâncias químicas 
presentes no meio ambiente. 
• Toxicologia Social: Estudo os efeitos adversos 
causados pelo uso de drogas decorrente da 
vida em sociedade. 
• Toxicologia de medicamentos: Estuda os 
efeitos adversos dos medicamentos. 
• Toxicologia Ocupacional: Estuda os efeitos 
nocivos causados por xenobióticos presentes 
no ambiente de trabalho. 
OBS: Reação adversa é pontual, sai na bula. O efeito 
colateralé uma segunda reação, não sendo a principal 
EX: Sildenafila (para cardiopatias, mas é usado para 
disfunção erétil). 
É UMA HABILITAÇÃO BIOMÉDICA? 
CONSELHO FEDERAL NORMATIZA O EXERCÍCIO DO 
BIOMÉDICO TOXICOLOGISTA - A Toxicologia é uma 
ciência multidisciplinar que tem como objeto de 
estudo os efeitos adversos das substâncias químicas 
sobre os organismos. 
Possui vários ramos, sendo os principais: 
• TOXICOLOGIA CLÍNICA: Que trata dos pacientes 
intoxicados, diagnosticando-os e instituindo 
uma terapêutica mais adequada; 
• TOXICOLOGIA EXPERIMENTAL: Que utiliza 
animais para elucidar o mecanismo de ação, 
espectro de efeitos tóxicos e órgãos alvos para 
cada agente tóxico, além de estipular a DL50 
(dose de toxicidade máxima, leva o paciente a 
morte) e doses tidas como não tóxicas para o 
homem através da extrapolação dos dados 
obtidos com os modelos experimentais; 
• TOXICOLOGIA ANALÍTICA: Que tem como 
objetivo identificar/ quantificar toxicantes em 
diversas matrizes, sendo estas biológicas 
(sangue, urina, cabelo, saliva, vísceras etc.) ou 
não (água, ar, solo). 
Após a publicação da resolução CFBM no.135/2007 
que dispõe sobre a atribuição do biomédico na 
toxicologia, o Conselho Federal de Biomedicina 
publicou em 2019, normativa para regulamentar o 
exercício do biomédico na área de toxicologia. 
Segundo a Normativa no 002/2019, são atividades do 
Biomédico Toxicologista: 
• Coleta de matrizes biológicas e não biológicas 
• Realização de ensaios toxicológicos 
• Metodologias para identificar e quantificar 
agentes tóxicos como poluentes, fármacos, 
drogas de abuso e metabólitos e/ou 
marcadores bioquímicos com a finalidade de 
controles ocupacional, ambiental, alimentar, 
terapêutico. 
• Controle antidoping da farmacodependência; 
• Diagnóstico de intoxicação aguda, análises 
forenses e avaliação toxicológica in sílico 
(inicial), in vitro ou in vivo. 
Além disso, o biomédico habilitado em toxicologia 
pode atuar nas seguintes áreas: 
▪ Toxicologia ambiental; 
▪ Toxicologia analítica; 
▪ Toxicologia clínica; 
▪ Toxicologia de alimentos; 
▪ Toxicologia de cosméticos; 
▪ Toxicologia de medicamentos; 
▪ Toxicologia desportiva; 
▪ Toxicologia experimental; 
Além disso, o biomédico habilitado em toxicologia 
pode atuar nas seguintes áreas: 
▪ Toxicologia forense; 
▪ Toxicologia ocupacional; 
▪ Toxicologia veterinária. 
COMO OBTER A HABILITAÇÃO EM TOXICOLOGIA? 
Para obtenção de habilitação em toxicologia o 
biomédico deverá apresentar PELO MENOS UM dos 
requisitos: 
• Estágio supervisionado em toxicologia na 
graduação; 
• Pós-graduação lato ou stricto sensu em 
toxicologia; 
• Título de especialista pela Associação Brasileira 
de Biomedicina (ABBM). 
CONCEITOS EM TOXICOLOGIA 
• Droga → Qualquer substância capaz de modificar 
a função dos organismos vivos, resultando em 
mudanças fisiológicas ou de comportamento. Pode 
causar tanto maleficio quanto benefício. 
• Fármaco → Substância, ou classe química cuja 
ação farmacológica é conhecida e responsável 
pelos efeitos terapêuticos do medicamento, 
apresenta benefícios. 
 
• Efeitos Nocivos → Exposição prolongada a 
substâncias que resultem em perda funcional e do 
organismo em compensar uma nova exposição. 
Diminui capacidade de homeostasia. Aumenta 
suscetibilidade aos efeitos indesejáveis de outros 
fatores ambientais. Pode ocorrer de forma 
silenciosa ou rápida (agudo [0 a 24h] ou crônico). 
 
 
• Toxicante ou Agente Tóxico → Entidade química 
capaz de causar dano a um sistema biológico: 
I. Alteração de função 
II. Morte 
Substância nociva ou não: aspecto qualitativo. Dose 
tóxica ou não: aspecto quantitativo. 
Causa apenas danos ao usuário, pode levar problemas 
sérios ao paciente. O máximo de terapia é o mínimo 
prescrito. Pode ser tóxico para um e não tóxico para o 
outro. 
• Xenobiótico → Toda substância considerada 
estranha ao organismo. Dependendo das 
condições de exposição TODA substância pode ser 
um toxicante. Substância química que afeta o 
organismo. 
 
• Medicamentos: Maior exemplo de que a dose 
determina o potencial toxicante. Passando da dose 
máxima (superdosagem), pode ser revertido se ao 
tempo certo. Anestésicos não se podem passar da 
dose ideal (causa depressão no sistema 
cardiorrespiratório). 
 
 
• Veneno → Substância capaz de provocar 
intoxicação em baixas doses ou contato. Sempre 
causa maléfica, pode ser revertida ou não, 
depende do veneno. 
 
• Antidoto → Agente capaz de antagonizar 
(reverter) os efeitos tóxicos de uma substância. 
Compete com o toxico no receptor, tentando 
expulsá-lo. Não tem efeito sob o paciente, serve 
apenas para retirada do tóxico. 
 
 
• Toxicidade → Capacidade do agente tóxico em 
provocar efeitos nocivos em organismos vivos. 
CASCATA DE EVENTOS: 
1. Exposição 
2. Distribuição 
3. Biotransformação 
4. interação com macromoléculas (DNA) 
5. endpoint nocivo 
MEDIDA DE TOXICIDADE 
I. Varia de um órgão para outro 
II. Aguda ou crônica 
III. Idade 
IV. Genética (variação entre indivíduos) 
V. Gênero 
VI. DL50 apenas comparação da mesma espécie 
• Ação Tóxica → Mecanismo de ação de um agente 
tóxico sobre estruturas teciduais. De junção 
neuromuscular sai, se for neuronal não sai. 
• Intoxicação → Manifestação dos efeitos tóxicos. 
Processo patológico causado pelo agente tóxico. 
Evidências: Sinais e sintomas; Exames laboratoriais 
 
• Efeitos Tóxicos → Intensidade e tipo de toxicidade 
a determinada substância química: 
I. Leve: irritação ocular; 
II. Alta: danos hepáticos ou renais; 
CLASSIFICAÇÃO EFEITOS TÓXICOS 
 
1. EFEITOS IDIOSSINCRÁTICOS → Respostas 
quantitativamente anormais a certos agentes 
tóxicos provocados por alterações genéticas. 
O indivíduo pode ter uma resposta adversa com 
doses baixas (não-tóxicas) ou então ter uma 
resposta extremamente intensa com doses mais 
elevadas. Efeito adverso. 
Exemplo: sensibilidade anormal aos nitritos e 
outros agentes metemoglobinizantes, devido a 
deficiência (de origem genética) na NADH-
metemoglobina redutase. 
 
2. EFEITO ALÉRGICO → Reações adversas que 
ocorrem após uma prévia sensibilização do 
organismo ao agente toxicante ou a um produto 
quimicamente semelhante. Na primeira exposição, 
a substância age como um hapteno promovendo a 
formação dos anticorpos, que em 2 ou 3 semanas 
estarão em concentrações suficientes para 
produzir reações alérgicas em exposições 
subsequentes. Alergias químicas não apresentam 
uma relação dose-resposta, mas pode ser 
reconhecido como efeito tóxico. 
 
3. EFEITO IMEDIATO OU AGUDO → Aparece 
imediatamente após uma exposição aguda: 
exposição única ou repetida em no máximo 24 
horas. 
 
4. EFEITO CRÔNICO → Resultante de uma exposição 
crônica: exposição a pequenas doses durante 
vários meses ou anos. Dois mecanismos: 
• Somatória ou Acúmulo do Agente Tóxico no 
Organismo: a velocidade de eliminação é 
menor que a de absorção, assim ao longo da 
exposição o AT vai sendo somado no 
organismo, até alcançar um nível tóxico. 
Normalmente é reversível. 
 
• Somatória de Efeitos: dano causado é 
irreversível e aumentado a cada exposição até 
atingir um nível detectável; ou o dano é 
reversível, mas o tempo entre cada exposição 
é insuficiente para que o organismo se 
recupere totalmente. 
 
5. EFEITO RETARDADO → Ocorre após um período de 
latência mesmo quando já não mais existe a 
exposição. 
Exemplo: efeitos carcinogênicos que têm uma 
latência a 20-30 anos. 
 
6. EFEITOS REVERSÍVEIS E IRREVERSÍVEIS → 
Depende da capacidade do tecido lesado em se 
recuperar. 
• Lesões hepáticas são geralmente reversíveis já 
que este tecido tem grande capacidade de 
regeneração (quando jovem); 
• Lesões no SNC são geralmente irreversíveis 
uma vez que as células nervosas são pouco 
renovadas. Se for efeito sob os axônios pode 
regenerar, caso seja o efeito sob o corpo 
celular não se regenera. 
OBSERVAÇÃO:No caso de doenças autoimunes 
NÃO HÁ REGENERAÇÃO. 
 
7. EFEITOS LOCAIS E SISTÊMICOS 
 
• Local: Refere-se àquele que ocorre no local do 
primeiro contato entre o AT e o organismo. 
Apenas hormônios e transdérmicos passam 
pela pele e atingir o organismo. 
 
• Sistêmico: Exige uma absorção e distribuição 
da substância, de modo a atingir o sítio de ação 
onde se encontra o receptor biológico. Precisa 
cair na corrente sanguínea para desencadear o 
efeito tóxico. 
 
• Existem substâncias que apresentam os dois 
tipos de efeitos: Benzeno, chumbo. 
 
INTERAÇÃO DE AGENTES QUÍMICOS → Ocorre em 
qualquer fase da intoxicação resultando em diferentes 
tipos de efeitos: 
• ADIÇÃO: Produzido quando o efeito final de 2 
ou mais agentes é quantitativamente igual à 
soma dos efeitos produzidos 
individualmente. Ex.: Chumbo e arsênio 
atuando na biossíntese do heme (aumento da 
excreção urinária da coproporfirina). 
 
• SINERGISMO: Quando o efeito de 2 ou mais 
agentes químicos combinados é maior do que 
a soma dos efeitos individuais. Efeito maior. 
Ex.: A hepatotoxicidade resultante da 
interação entre tetracloreto de carbono e 
álcool é muito maior do que aquela produzida 
pela soma das duas ações em separado, uma 
vez que o etanol inibi a biotransformação do 
solvente clorado. 
 
• POTENCIAÇÃO: Agente tóxico tem seu efeito 
aumentado por atuar simultaneamente com 
um agente “não tóxico”. Ex.: O isopropanol 
que não é hepatotóxico, aumenta 
excessivamente a hepatotoxicidade do 
tetracloreto de carbono. 
 
• ANTAGONISMO: Quando dois agentes 
químicos interferem um com a ação do outro 
diminuindo o efeito final. Efeito desejável em 
toxicologia já que o dano resultante (se 
houver) é menor que aquele causado pelas 
substâncias separadamente. Tem uma ligação 
mais forte do que o tóxico que está no local, 
ele ocupa a vaga, não gera nenhum efeito no 
organismo. 
 
OBSERVAÇÕES: Toda forma ligada (EX: NaOH) é mais 
forte do que a forma ionizada (Na+/(OH)-); sendo assim 
a forma ligada LIPOSSOLÚVEL. 
RISCO E SEGURANÇA 
1. Risco: Probabilidade que uma substância 
produza efeito adverso ou dano sob condições 
específicas de uso (perigo). Nem sempre 
MAIOR toxicidade representa MAIOR risco. 
 
2. Segurança: Certeza prática de que não haverá 
danos a um indivíduo exposto a uma 
substância em quantidade e forma 
recomendada de uso. 
 
Possibilidade ou não de ocorrência de reação adversa.
 
INTOXICAÇÃO: TOXICOCINÉTICA 
Prof.ª Aline Curiel 
Matéria: Toxicologia 
Data: 25/08/2022 
 
Fases da intoxicação: 
• Fase de exposição 
• Fase de toxicocinética 
• Fase de toxicodinâmica (fase de ação do 
agente toxico, apresenta sinais e sintomas, 
interagiu com outras moléculas) 
• Fase clínica 
Agente químico → agente biológico → sinais e 
sintomas 
Fase de exposição 
Exposição é a medida do contato entre o Agente 
Toxicante e a superfície corpórea do organismo e 
sua intensidade depende de fatores, tais como: 
Via ou local de exposição: As principais para 
xenobióticos: 
• via gastrointestinal (ingestão); 
 
• via pulmonar (inalação) – É a intoxicação 
mais rápida. Ex da fumaça: Em um 
incêndio forma-se o Monóxido de carbono 
(incompleta), ao inalar ela se gruda a Hb 
impedindo o transporte de O2, gerando 
uma intoxicação e o paciente desmaia; 
 
• via cutânea (contato) 
Fase toxicocinética 
É o estudo do comportamento de um agente 
toxicante no organismo. Ação do organismo sobre 
o agente tóxico, procurando diminuir ou impedir a 
ação nociva da substância sobre ele. 
É de grande importância porque dela resulta a 
quantidade de AT (agente tóxico) disponível para 
reagir com o receptor biológico exercer a ação 
tóxica. São dependentes de: 
• Absorção 
• Distribuição 
• Armazenamento 
• Biotransformação 
• Excreção 
• Sendo os dois últimos partes da eliminação. 
Importante: O efeito tóxico será proporcional à 
quantidade (dose) do toxicante no tecido-alvo. 
Xenobiótico → Local da ação; O agente tóxico 
deverá se movimentar pelo organismo e para tal 
terá que transpor membranas biológicas - 
Influenciado por diferentes fatores. 
Fatores que influem no transporte por membranas 
Constituição das membranas → Xenobióticos 
atravessam as membranas de acordo com suas 
características físico-químicas: estrutura, 
espessura e área de membrana. São fluídas 
(permeáveis) por sua estrutura com ácidos 
graxos insaturados e poros. 
Absorção: Passagem do xenobiótico do meio 
externo para o meio interno atravessando 
membranas biológicas. 
Meio externo – Estomago; alvéolos; intestino. 
Meio interno - Quando chegar dentro do 
organismo, na corrente sanguínea. 
Principais vias para xenobióticos: 
1. Oral (TGI) 
2. Cutânea(dérmica) 
3. Pulmonar (respiratória) 
 
 
Principais medicamentos: 
• Intramuscular 
• Intravenoso (intoxica imediatamente; 
deve ser aplicado devagar, se for de 
forma rápida haverá uma intoxicação 
aguda). 
• Subcutâneo – Cai no adipócito, demora 
mais. 
1- Absorção Oral (TGI) → Situação comum: 
Ingestão acidental ou não de algum 
xenobiótico (Alimentos; Drogas; 
Medicamentos). 
Agente tóxico poderá sofrer absorção desde a 
boca até o reto geralmente pelo processo de 
difusão passiva. 
Poucas substâncias sofrem a absorção na 
mucosa bucal (tempo de contato pequeno). 
• Cocaína, 
• Estricnina, 
• Atropina; 
• Vários opioides (alterados em laboratório). 
Obs: Nenhuma toxina machuca a boca, mas 
pode ser absorvida. 
Níveis sanguíneos elevados pois não sofrem 
ação dos sucos gastrointestinais; 
Não sendo absorvido na mucosa bucal, o AT 
tenderá a sofrer absorção na parte do TGI 
onde existir a maior quantidade de sua forma 
não-ionizada (lipossolúvel). 
• Absorção no estômago: ácidos (a maioria 
são polares – mistura na água); 
• Absorção no intestino: bases (apolares); 
Glicoproteína P (glicose + proteína de membrana): 
Diminui absorção do xenobiótico expulsando para 
meio extracelular; 
Fatores que influem 
• Conteúdo estomacal: Absorção favorecida se o 
estômago estiver vazio; Maior contato do 
xenobiótico com a mucosa. 
 
• Secreções gastrointestinais: Sucos digestivos 
podem provocar mudanças na atividade ou na 
estrutura química do agente. Alterações no pH 
estomacal e intestinal. Altera velocidade de 
absorção. 
 
• Mobilidade intestinal: Aumento da 
mobilidade intestinal. Diminuição do tempo de 
contato do AT e mucosa. Diminuição da 
absorção. 
 
• Primeira passagem pelo fígado: Após 
absorção no TGI passam pelo fígado. Secreção 
biliar vão pro intestino novamente (ciclo 
entero-hepático [do fígado para o intestino 
em ciclo]). Aumento de biodisponibilidade 
(estrogênios); 
 
Homens, mulheres e gestantes 
 
2- Absorção Via Cutânea → A pele íntegra é uma 
barreira efetiva contra a penetração de 
substâncias químicas exógenas. 
Alguns xenobióticos podem sofrer absorção 
cutânea dependendo de fatores: 
I. Anatomia 
II. Propriedades fisiológicas da pele 
III. Propriedades físico-químicas dos agentes 
Pele permeável a vários toxicantes 
▪ Efeito Local (corrosão); 
▪ Efeito sistêmico 
Coeficiente Óleo/Água: Quando maior 
lipossolúvel, mais fácil atravessa a pele. 
Estrutura da pele 
São 3 camadas principais: 
▪ Epiderme 
▪ Derme 
▪ Hipoderme (vai direto para corrente 
sanguínea). 
Controle da absorção epidérmica: Velocidade 
limitada pela região córnea da epiderme (mais 
externa - extrato córneo contínuo). 
Substâncias lipossolúveis: Difusão passiva 
pelos lípides entre filamentos de queratina. 
Viscosidade e Volatilidade diminuem 
absorção. 
Substâncias hidrossolúveis: Penetram pela 
superfície externa do filamento de queratina 
(extrato hidratado). 
Fatores que influem 
Superfície corpórea: No homem é MAIOR do 
que na mulher podendo ter absorção 
aumentada do xenobiótico. 
▪ 1,70 a 1,77 m2 no homem 
▪ 1,64 a 1,73 m2 na mulher 
Abrasão da pele: Penetração fácil com a 
descontinuidade→ Local menos 
permeável do que a maioria de outras áreas do 
corpo. As células endoteliais dos capilares são 
muito finas com nenhum ou poucos poros 
entre elas. 
Placenta → Proteção do feto 
e troca de nutrientes. Não é 
tão efetiva quanto a BHE. 
 
ELIMINAÇÃO 
Saída do agente toxico do organismo por 
qualquer local. Toda alteração que ocorre na 
estrutura química da substância no 
organismo. Xenobióticos catalisados por 
enzimas não-específicas. A eliminação nem 
sempre é total. 
Função: Formar metabólitos mais polares 
(hidrossolúveis) para facilitar excreção. Pode 
ser biliar, fecal, suor, via respiratória e a maior 
parte excretada pela urina. 
O rim não aceita até que tenha a polarização 
adequada para ser excretada por ele. 
Composta por dois processos 
➢ BIOTRANSFORMAÇÃO 
Dois mecanismos básicos: 
• Bioativação: produz metabólitos com 
atividade igual ou superior que o 
precursor. Piridina → íon N-metil piridínico 
(5x mais tóxico). 
EX: A predinisona é um pró-fármaco 
inativo e vai se transformar em 
predinisolona pelo organismo, ou seja, 
será ativada. 
• Desativação: Produto resultante menos 
tóxico que o precursor. Ideia central do 
fígado. 
Como deixar o xenobiótico mais polar 
(hidrossolúvel) para posterior excreção? 
Reações químicas hepáticas: FASE 1 E FASE 2. 
Reações da fase 1 → Confere polaridade ao 
xenobiótico. Oxidação* Redução e Hidrólise. 
Sistema enzimático Citocromo P450: faz parte 
do sistema de oxidases mistas (enzimas da 
oxidação). É a reação mais comum na 
biotransformação. Deixa a molécula mais 
hidrossolúvel. 
O agente tóxico ainda pode não estar 
hidrossolúvel o suficiente para que seja 
excretada pelos rins. 
Reações da fase 2 (conjugação) → Adição de 
cofatores endógenos (substituintes) à 
molécula resultante da fase 1. Facilitar 
excreção: 
• Glicuronidação; 
• Sulfatação; 
• Metilação 
Neste caso a molécula não é mais reversível, 
logo, perde sua função. 
Síntese do composto endógeno que vai se ligar 
ao xenobiótico e ocorrerá uma transferência 
do composto endógeno ao xenobiótico, MUDA 
TOTALMENTE A COMPOSIÇÃO. 
Reações Extra-hepáticas 
Tecidos que podem biotransformar 
xenobióticos em menor escala: 
• Pulmonar 
• Renal 
• Intestinal - Principal: bactérias 
intestinais na circulação êntero-
hepática. Faz a ingestão de carvão 
ativado. 
• Pele 
• Mucosas 
FATORES QUE PODEM ALTERAR A 
BIOTRANSFORMAÇÃO 
INTERNOS 
• Espécie 
• Raça (extremamente importante) 
• Genética 
• Gênero 
• Idade 
• Estado nutricional 
• Patologias 
EXTERNOS 
• Indutores enzimáticos – Ajudam a excreta 
• Inibidores enzimáticos – A 
biotransformação será diminuída, pela 
inibição da enzima. 
 
➢ EXCREÇÃO 
Urinária – hidrossolúveis; 
Fecal – o que não foi absorvido no intestino e 
produtos da bile; 
Pulmonar – gases e vapores; Ex: Álcool sendo 
excretado pelo cheiro etílico. Ficar muito 
tempo sem comer, produz por exemplo a 
acetona, sai com a respiração, prejudicando o 
paciente. 
Saem produtos mais hidrossolúveis 
Renal 
Filtração glomerular; reabsorção tubular; 
Secreção tubular. 
Obs: Xenobióticos ligados a proteínas NÃO são 
filtrados por causa do tamanho. 
Influência do pH da urina: 
Ph da urina vai de 4,5 a 7,8 podendo assim ser 
ácido ou básico. Tem que estar muito 
intoxicado para sair dessa faixa de pH da urina. 
• Aumento pH com bicarbonato = Aumenta 
excreção de ÁCIDOS. 
• Diminuição do pH com cloreto de amônio 
= Aumenta excreção de BASES. 
TRATO GASTROINTESTINAL 
• O que não for absorvido anteriormente é 
excretado nas fezes; 
• Quando ocorre a absorção se tem a difusão 
passiva do sangue para intestino; 
Excreção biliar: Imprescindível para prevenir 
intoxicação; 
• Relação da concentração bile/plasma: - 
substâncias A, B e C. 
OBS: Quando não se têm a vesícula, deve se ter 
uma dieta regrada diante as gorduras. 
PULMONAR 
• Substâncias gasosas e voláteis; 
• Se for pouco solúvel no sangue, será 
rapidamente excretado pelo pulmão 
 
o gás etileno: baixa solubilidade, 
rápida eliminação; 
o clorofórmio: alta solubilidade, 
lenta eliminação. 
OUTRAS VIAS 
o Suor 
o Saliva 
o Lágrimas 
o Leite materno 
 
Dependentes de: 
• Diferenças de pH entre Plasma e 
tecidos; 
• pKa das substâncias 
• Lipossolubilidade 
• Presença transporte ativo. 
EX: Paciente chega ao hospital em estado de 
acidose, deve ser administrado no paciente 
BICARBONATO DE SÓDIO, ou seja, uma base, 
para retardar o ácido que está gerando 
complicações. 
TOXICODINÂMICA 
O QUE É 
É a INTERAÇÃO DO AGENTE TÓXICO COM O 
ORGANISMO, é a 3ª Fase da Intoxicação (fase de 
sinais e sintomas). Ação do agente tóxico sobre o 
organismo. Interage com os receptores biológicos 
e resulta o efeito tóxico (quando já está 
ocorrendo). 
O agente tóxico não tem especificidade, vai para 
todos os locais, causando diversos problemas. Age 
em todo o corpo, diferente dos fármacos que tem 
especificidade. Tóxico fica no organismo durante 
anos. 
Importância de Estudar 
• Estimar possibilidade de o agente químico 
causar efeitos deletérios, sejam eles: Imediato, 
latente ou demorado. A permeação pode 
ocorrer de forma interna ou externa. 
 
• Estabelecer procedimentos preventivos e 
estratégias de tratamento. 
 
Obs: Proteína intramembranas do tipo canal 
iônico – o fármaco pode permear livremente 
na célula, tendo assim alta lipossolubilidade, 
podendo gerar problemas celulares com 
alteração gênica → Perda de apoptose, 
gerando multiplicação desgovernada. 
 
Ex: Quando ocorre intoxicação em larga escala, 
em bairros por exemplo, pode ter sido causada 
por conta da água. 
 
• Desenvolver produtos seletivos eficazes contra 
intoxicação causada por xenobiótico. 
 
O tóxico ao sair da célula fica livre na corrente 
que chega ao fígado e após é excretado. O 
fígado faz a BIOATIVAÇÃO, na 2ª passagem ele 
fica mais fraco e é excretado. 
Neste momento o paciente já está no hospital 
em um grau elevado de toxicidade. 
 
Obs: Com carvão ativo, vai direto para excreta. 
Não há produtos específicos para a 
intoxicação, porém, podem ser utilizados 
fármacos etc. 
 
Tóxico chegou e se liga na célula de formas 
reversível e irreversível. 
Na situação reversível quando chega outra 
estrutura mais forte ela toma o lugar deste 
tóxico, ocupando seu lugar. 
 
Algumas vezes estes, fazem o efeito de 
desintoxicação e o fármaco acaba 
desencadeando efeitos no individuo 
(ANTAGONISMO). 
 
Fatores que facilitem 
• ABSORÇÃO 
• DISTRIBUIÇÃO 
• BIOATIVAÇÃO 
POTENCIALIZAM AÇÃO NO SÍTIO ALVO, 
aumentam a potência do tóxico no organismo ( + 
ação do tóxico). 
Fatores que facilitem 
• ELIMINAÇÃO 
• DESINTOXICAÇÃO 
• DISTRIBUIÇÃO PARA FORA DO LOCAL DE AÇÃO 
DIMINUEM AÇÃO NO SÍTIO ALVO, enviado para 
fora do local, logo, perdendo força, diminuindo a 
ação ( - ação do tóxico). 
Importante para determinar a TOXICIDADE de uma 
substância química 
Parâmetros avaliados: 
• DL50 – Dose letal 
• DL10 – Margem de segurança. 
Doses baixas que já intoxicam (+ toxicidade – 
dosagem) 
EX: Quando o paciente chega ao hospital sem saber 
o que ou como foi intoxicado se faz a sorologia e 
dentre os resultados pega-se os parâmetros e 
define com o que a pessoa pode estar intoxicada. 
ÍNDICE TERAPÊUTICO → Segurança 
no uso da substância. Conta 
realizada para determinar até 
quanto é seguro ingerir. 
• Índice baixo → Tóxico podendo matar. 
• Índice alta → Intoxica, mas não mata. 
MARGEM DE SEGURANÇA → 
Segurança no uso da 
substância. Até quanto é seguro ingerir 
determinada substância até que o paciente não 
tenha risco de morte. 
COMPLEXIDADE DOS SISTEMAS BIOLÓGICOS 
Ocorrência de diversas coisas ao mesmo tempo: 
• Elevado número de MECANISMOS DE AÇÃO. 
Enzimas → São extremamente importantes para a 
toxicodinâmica. Estão presentes em todo o corpo. 
AcetilCOA, vindo da glicose, produzida a partir do 
piruvato. O AcetilCOAé o maior indutor de 
feedback negativo no organismo. Feedback 
negativo no organismo. Ele inibe sistemas e vias. 
EX: Produção de ATP. 
TIPOS DE MECANISMOS 
1. Interferência com funcionamento de sistemas 
biológicos (enzimas): 
I. Inibição irreversível de enzimas: Um 
exemplo clássico deste mecanismo são os 
inseticidas organofosforados (tóxico) que 
inibem irreversivelmente a 
acetilcolinesterase (AChE), deixando de 
funcionar e fazendo sobrar muita 
Acetilcolina. Faaz ocorrer a midríase, e não 
volta mais. Estes inseticidas impede a 
degradação da ACh gerando efeitos tóxicos 
e parassimpatomiméticos (não reage, não 
age contrário a luta – parassimpático - e 
fuga – simpático, ficando irreversível). 
Obs: Ocorre disparo de sinal, que faz com 
que a sinapse ocorra, a célula fica excitável 
e gera a transmissão do sinal. 
 
II. Inibição reversível de enzimas: Inseticidas 
Carbamatos inibem AChE reversivelmente 
(liga por um tempo e volta a se soltar). 
Antagonistas do ácido fólico para tumores 
e herbicidas impedem síntese de DNA e 
proliferação. 
 
OBS: REVERSÍVEL E IRREVERSÍVEL não 
definem grau de toxicidade. 
 
III. Síntese letal: Agente tóxico é um anti-
metabólito. Quando incorporado à enzima 
sofre transformações metabólicas 
 
Resultado: um produto anormal (perde a 
conformação), não funcional e muitas 
vezes tóxico. Em altas concentrações pode 
haver: morte celular, tecidual ou de 
sistemas biológicos. 
 
OBS: TÓXICO + ENZIMA = PRODUTO 
TÓXICO. 
 
EX: Ácido fluoracético (raticidas – mata e 
causa danos) - Toma o lugar do ácido 
acético (não gera, impede o ciclo de Krebs, 
morre por parada respiratória) no ciclo do 
ácido cítrico. Formação do ácido 
fluorocítrico (altamente letal). 
 
IV. Sequestro de metais essenciais: 
Vários metais atuam como cofatores 
em vários sistemas enzimáticos (Fe 
(ideal para funcionamento), Cu, Zn, 
Mn e Co); 
 
Xenobióticos podem atuar como 
quelantes (grudam nas células) destes 
metais impedindo ação como cofator 
gerando interrupção do processo 
biológico – não gera o funcionamento 
enzimático, gerando diversos 
problemas. 
 
2. Interferência com 
transporte de oxigênio 
(ocorre muito, o ferro é o 
principal transportador de 
oxigênio na hemoglobina). 
 
Hemoglobina (Hb): Pigmento que leva O2 
dos alvéolos para os tecidos e retira CO2 
(importante no transporte de gases). 
 
HEME: 1 molécula de Fe2+; 4 moléculas de 
protoporfiria. Este complexo forma a 
COLORAÇÃO VERMELHA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Oxigênio se liga no Fe2+ formando a 
Oxihemoglobina gerando assim o transporte 
de O2. 
 
Agentes tóxicos alteram a hemoglobina, 
impedem transporte de O2 e produzem outras 
formas de hemoglobina 
 
TIPOS 
1) Carboxemoglobina (HbCO – hemoglobina 
mais ácido carbônico) que pode ser 
causada pelo CO, diclorometano. 
2) Metemoglobina (MeHb) resultante da 
exposição a anilina, acetaminofeno, 
nitritos. 
3) Sulfemoglobina (SHb), a droga oxidante 
metaclorpramida é exemplo de um agente 
sulfemoglobinizante. 
 
3. Interferência com sistema genético 
 
I. Ação citostática (atrapalha) → Alguns 
agentes tóxicos impedem a divisão celular 
inibindo o crescimento do tecido. Agentes 
alquilantes impedem duplicação do DNA 
(antitumoral) – quimioterapia não é 
focado no local do tumor. 
Radioterapia é diferente, usada para 
matar a célula tumoral – célula é CIDA. 
 
 
II. Ação carcinogênica (câncer): Xenobióticos 
produzem alterações e células crescem 
desordenadas. Produzirá crescimento de 
células anormais. Desestabilização celular. 
 
III. Ação mutagênica: Radio e quimioterapia 
geram essa ação. São substâncias que 
alterem código genético de células 
germinativas. Transmitirão erros para 
próximas gerações – não gera apoptose, 
gerando tumor, acúmulo de células. 
 
IV. Ação teratogênica (má formação na fase 
fetal - gestação: Xenobióticos produzem 
alterações em células do embrião/feto. 
Desenvolvimento defeituoso/morte. 
 
4. Interferência com as funções gerais das 
células 
 
Interferência com Neurotransmissão: 
Xenobióticos podem alterar neurotransmissão 
em nível pré-sináptico, sináptico ou pós-
sináptico. 
 
EX1: Bloqueio de receptores Nicotínicos com o 
Curare. 
 
EX2: Bloqueio na síntese ou metabolismo de 
neurotransmissores – Mercúrio (ligação 
grupamentos sulfidrila). 
 
EX3: Inibição 
liberação pré-
sináptica. Toxina 
botulínica (ACh). 
 
EX4: Estimulação da liberação de 
neurotransmissores cocaína. 
 
EX5: Bloqueio da recaptura de 
neurotransmissores. Imipramina (NA - 5HT); 
Anfetamina (NA – DA) 
 
EX6: Inibição metabolismo de 
neurotransmissores causadas por praguicidas 
organofosforados. 
 
5. Irritação direta dos tecidos 
 
Os xenobióticos reagem quimicamente com 
componentes dos tecidos (dermatite química). 
Irritação / Efeitos cáusticos / Necrosantes. 
 
 
Os xenobióticos reagem quimicamente com 
componentes dos tecidos (gases irritantes em 
mucosas). Gás fosgênio, gás mostarda, NO2, 
Acroleína, Bromo, Cloro. 
6. Reações de hipersuscetibilidade (EX: 
Intoxicação por alimentos) 
Xenobióticos que aumentam suscetibilidade do 
organismo. Aparece após exposição única ou após 
meses/anos de exposição; os efeitos desta ação 
diferem essencialmente daqueles provocados pelo 
xenobiótico originalmente. 
• Alergia Química: Xenobiótico atua como 
hapteno formando antígeno. Se tem antígeno 
forma anticorpo. Complexo 
antígeno/anticorpo. 
 
I. Sulfonamidas (antimicrobianos): 
Complexo se liga em células teciduais e 
basófilos produzindo grânulos com 
HISTAMINA e BRADICININA. 
Após uma segunda exposição ao 
xenobiótico, liberação de HISTAMINA e 
BRADICININA. 
 
II. Fotoalergia e fotossensibilização: Mesmo 
mecanismo da alergia química. 
Xenobiótico reage com a luz para formar 
produto que funciona como hapteno. 
Sempre que houver exposição ao sol na 
presença (ou não*) do xenobiótico haverá 
sintomas. 
Ex: Prometazina, sabões, desodorante 
hexaclorofeno. 
 
 
Principais Síndromes Tóxicas e 
Tratamento 
Prof.ª Aline Curiel 
Matéria: Toxicologia 
Data:29/09/2022 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
Existem nervos que vão para células e tem 
nervos que descem para locomoção 
(músculos). 
SEDATIVO-HIPNÓTICA E OPIOIDE 
Anestesia: Excesso de certa substância 
química. 
Janela terapêutica: Máx. e min. que a 
substância pode ser ingerida sem que haja 
intoxicação ou não ter o efeito desejado do 
medicamento. EX: Rivotril 2mg-4mg. 
Sinais e sintomas - O excesso dessas drogas 
causa efeitos secundários: 
• Sonolência; Letargia; 
• Torpor; Coma; Pupilas; 
• Depressão respiratória; 
• Hipotermia; Hiporreflexia; 
• Hipotensão; Bradicardia; 
• Alternando miose/midríase 
(barbitúricos); 
• Miose puntiforme (opioides) 
Principais agentes 
▪ Sedativos-hipnóticos: Barbitúricos; 
Benzodiazepínicos (Rivotril); Etanol. 
 
▪ Opioides: Codeína; Fentanil; Heroína; 
Eperidina; Morfina; Tintura de ópio. 
Por que sentimos sono ao anoitecer? 
O anoitecer é um estímulo para o sono, 
hormônio envolvido é a melatonina, o 
neurotransmissor que está envolvido GABA 
(Acido gama amino butílico), ele diminui a 
atividade do sistema nervoso central. 
Quando se tem estímulos repetitivos é uma 
maneira de induzir o sono, diminui a ação do 
SNC. 
Receptor GABAérgico: É realizada por cana 
iônico, o GABA encosta no local específico e 
quando ocorre isto ele abre o canal iônico. O 
cloreto fica na parte extracelular e quando 
ocorre a ligação do GABA o Cl- entra e 
hiperpolariza (Cloreto dentro da célula por 
processo induzido) a célula, causando a 
diminuição da ação do SNC. 
Receptor nicotínico: ACh (acetilcolina) encaixa 
na porção ALFA, porém é um receptor 
nicotínico, o sódio passa para dentro da célula, 
também ocorre sedação, porém, é muito 
rápido, mais utilizado em odontologia. 
 
Colinérgica 
Atuação como AcetilColina, favorecendo seus 
efeitos.Utiliza receptor nicotínico. ACh é 
produto da degradação da glicose. 
Acetilcolina sai da vesícula e se encaixa nos 
receptores nicotínicos, a enzima 
acetilcolinesterase desliga o acetil da colina 
deixando livre. 
SN Autônomo: Simpático é ativado quando 
ocorre um susto por exemplo, onde atua muito 
a ACh. O parassimpático é quando ocorre a 
queda da adrenalina no sistema. 
Sinais e sintomas: 
▪ Muscarínicos: Gastrointestinais; 
Hipersecreção; Incontinência urinária; 
Broncoespasmo; Hipotensão; Bradicardia; 
Miose. 
 
▪ Nicotínicos: Alterações neuromusculares; 
Cardiovasculares; Neurológica; 
Potencialmente fatal. 
Principais agentes 
Inseticidas organofosforados e carbamatos 
(fisostigmina) – cogumelos de ação 
muscarínica. 
1º Neurônio que sai da coluna, é da parte 
somática, motor, tem ACh nele, este tipo de 
receptor é o NICOTÍNICO. 
2º Neurônio crânio-sacral, tem uma parada e 
tem um ACh ligando a parte pré ganglionar ao 
pós-ganglionar este é nicotínico, se continuar 
se ligará ao muscarínico no final. 
ACh tem receptores tanto NICOTINICO quanto 
MUSCARINICO. Onde a ACh atua é colinérgico, 
onde não atua é anticolinérgico. 
3º Neurônio tem norepinefrina (NE) atuando 
em células alfa 1 e 2, beta 1 e 2 – para sistema 
simpático. 
Tipos de receptores da Acetilcolina 
OS AGENTES TÓXICOS ATUAM NESTES 
RECEPTORES. 
 Ação dos Receptores Muscarínicos 
Tipos de receptores da Acetilcolina 
 
Ação dos Receptores Nicotínicos 
Anticolinérgica 
Bloqueios 
relacionados ao ACh. 
Antagonista de 
receptor colinérgico. 
Ocorre por 
competição, 
compete com a ACh. 
Atropina era utilizado para cólicas, porém, foi 
retirado do mercado. Qualquer um deles em 
excesso podem causar certos sintomas. 
Sinais e sintomas: 
▪ Agitação; Alucinação; Confusão 
mental; Delírio; Hipertermia. 
▪ Hipertensão; Taquicardia; Pele seca; 
Rubor facial; Midríase. 
▪ Retenção urinária; Fraqueza muscular; 
Convulsão; Disritmia; Cardíaca. 
Principais agentes: Anti-histamínicos (alegra, 
polaramine); Antiespasmódicos (buscopan); 
Antiparkinsonianos (rivostignina); 
Antidepressivos (sertralina, fluoxetina); 
Plantas; Fungos. 
Adrenérgica 
São efeitos estimulantes pelo SNC, ocorrem 
com adrenalina. 
Sinais e sintomas: 
• Agitação; Paranoia; Hipertermia; 
Hipertensão. 
• Em segundo momento pode ocorrer 
Taquicardia, Palidez, Midríase; 
Piloereção 
• Hiper-reflexia; Convulsão; Disritmia 
cardíaca. 
Principais agentes: Anfetaminas (estimula 
SNC), Cocaína (Degrada neurônio, no corpo 
celular, local que não há regeneração. Causa o 
mesmo comportamento do SNC do 
esquizofrênico), Cafeína; Efedrina; Fenilefrina; 
Teofilina. 
 
 
Serotoninérgica 
Ação: Bloqueiam a recaptação das 
serotoninas, inibindo os sítio de ligação na 
membrana, deixando mais tempo atuando nas 
fendas pré-sinápticas, retirando o paciente da 
depressão. 
Sinais e sintomas: 
• Náusea; Vômitos; Diarreia; Rubor; 
Taquicardia; Hipertensão; 
• Taquipneia; Lacrimejamento; Delírio; 
Alucinação; Ataxia; 
• Hipertermia; Convulsão; Coma; 
Disritmia. 
Principais agentes: Antidepressivos Inibidores 
da Recaptação de Serotonina – drogas de 
abuso psicotomiméticas. 
Extrapiramidal aguda 
Sinais e sintomas: 
• Distonia: Crises oculógiras; Contração 
musculatura facial, Pescoço; 
• Membros; Tremores, Movimentos 
involuntários; Sialorreia; Sonolência; 
Torpor (hipnose); Coma – diminuição 
do SNC. 
Principais agentes: 
• Antipsicóticos: Utilizado para conter o 
impulso do psicopata. Haloperidol, 
clorpromazina, flufenazina, 
risperidona. 
 
• Antieméticos: metoclopramida, 
bromoprida. 
Tratamento 
1. Fundamentos: 
I. Fornece suporte de acordo com a 
necessidade (avaliação de risco); 
II. Interromper a distribuição e controlar 
a exposição, é necessário tirar o 
paciente dessa exposição; 
III. Diminuir/impedir a absorção do 
agente (lavagem gástrica); 
IV. Neutralizar/antagonizar o agente e 
seus efeitos (antídotos); 
V. Aumentar a eliminação do agente; 
 
2. Inicial e suporte: Suporte às funções orgânicas 
é o principal objetivo do tratamento de 
intoxicação aguda. 
I. Dor, ansiedade, agitação: Analgésicos 
opioides; Ansiolíticos; Relaxantes 
musculares. 
 
II. Temperatura corpórea: Hipertermia 
Hipotermia; Antipiréticos; Hidratação. 
 
III. Hipotensão e choque: Administração 
de oxigênio; Controle de glicemia; 
Controle antimuscarínico. 
 
IV. Acidose metabólica: Bicarbonato de 
sódio; Solução salina isotônica; 
Suporte ventilatório. 
 
V. Crise convulsiva: Isolada, recorrente, 
contínua; Benzodiazepínicos e 
barbitúricos; Diazepam ou midazolam 
IV. 
 
3. Descontaminação gastrointestinal (DGI) 
• Carvão ativo principalmente, casos de ingestão 
de substâncias bem absorvidas por ele. 
• Catártico não tem indicação formal. 
• Lavagem gástrica 
• Indução a vômitos; 
• Irrigação intestinal completa. 
 
4. Antídotos - Revertem os mecanismos 
toxicodinâmicos. Para o fármaco não chegar 
no receptor, ou, se ele chegou, não causar 
malefícios.Utiliza receptor nicotínico. ACh é 
produto da degradação da glicose. 
Acetilcolina sai da vesícula e se encaixa nos 
receptores nicotínicos, a enzima 
acetilcolinesterase desliga o acetil da colina 
deixando livre. 
SN Autônomo: Simpático é ativado quando 
ocorre um susto por exemplo, onde atua muito 
a ACh. O parassimpático é quando ocorre a 
queda da adrenalina no sistema. 
Sinais e sintomas: 
▪ Muscarínicos: Gastrointestinais; 
Hipersecreção; Incontinência urinária; 
Broncoespasmo; Hipotensão; Bradicardia; 
Miose. 
 
▪ Nicotínicos: Alterações neuromusculares; 
Cardiovasculares; Neurológica; 
Potencialmente fatal. 
Principais agentes 
Inseticidas organofosforados e carbamatos 
(fisostigmina) – cogumelos de ação 
muscarínica. 
1º Neurônio que sai da coluna, é da parte 
somática, motor, tem ACh nele, este tipo de 
receptor é o NICOTÍNICO. 
2º Neurônio crânio-sacral, tem uma parada e 
tem um ACh ligando a parte pré ganglionar ao 
pós-ganglionar este é nicotínico, se continuar 
se ligará ao muscarínico no final. 
ACh tem receptores tanto NICOTINICO quanto 
MUSCARINICO. Onde a ACh atua é colinérgico, 
onde não atua é anticolinérgico. 
3º Neurônio tem norepinefrina (NE) atuando 
em células alfa 1 e 2, beta 1 e 2 – para sistema 
simpático. 
Tipos de receptores da Acetilcolina 
OS AGENTES TÓXICOS ATUAM NESTES 
RECEPTORES. 
 Ação dos Receptores Muscarínicos 
Tipos de receptores da Acetilcolina 
 
Ação dos Receptores Nicotínicos 
Anticolinérgica 
Bloqueios 
relacionados ao ACh. 
Antagonista de 
receptor colinérgico. 
Ocorre por 
competição, 
compete com a ACh. 
Atropina era utilizado para cólicas, porém, foi 
retirado do mercado. Qualquer um deles em 
excesso podem causar certos sintomas. 
Sinais e sintomas: 
▪ Agitação; Alucinação; Confusão 
mental; Delírio; Hipertermia. 
▪ Hipertensão; Taquicardia; Pele seca; 
Rubor facial; Midríase. 
▪ Retenção urinária; Fraqueza muscular; 
Convulsão; Disritmia; Cardíaca. 
Principais agentes: Anti-histamínicos (alegra, 
polaramine); Antiespasmódicos (buscopan); 
Antiparkinsonianos (rivostignina); 
Antidepressivos (sertralina, fluoxetina); 
Plantas; Fungos. 
Adrenérgica 
São efeitos estimulantes pelo SNC, ocorrem 
com adrenalina. 
Sinais e sintomas: 
• Agitação; Paranoia; Hipertermia; 
Hipertensão. 
• Em segundo momento pode ocorrer 
Taquicardia, Palidez, Midríase; 
Piloereção 
• Hiper-reflexia; Convulsão; Disritmia 
cardíaca. 
Principais agentes: Anfetaminas (estimula 
SNC), Cocaína (Degrada neurônio, no corpo 
celular, local que não há regeneração. Causa o 
mesmo comportamento do SNC do 
esquizofrênico), Cafeína; Efedrina; Fenilefrina; 
Teofilina. 
 
 
Serotoninérgica 
Ação: Bloqueiam a recaptação das 
serotoninas, inibindo os sítio de ligação na 
membrana, deixando mais tempo atuando nas 
fendas pré-sinápticas, retirando o paciente da 
depressão. 
Sinais e sintomas: 
• Náusea; Vômitos; Diarreia; Rubor; 
Taquicardia; Hipertensão; 
• Taquipneia; Lacrimejamento; Delírio; 
Alucinação; Ataxia; 
• Hipertermia; Convulsão; Coma; 
Disritmia. 
Principais agentes: Antidepressivos Inibidores 
da Recaptação de Serotonina – drogas de 
abuso psicotomiméticas. 
Extrapiramidal aguda 
Sinais e sintomas: 
• Distonia: Crises oculógiras; Contração 
musculatura facial, Pescoço; 
• Membros; Tremores, Movimentos 
involuntários; Sialorreia; Sonolência; 
Torpor (hipnose); Coma – diminuição 
do SNC. 
Principais agentes: 
• Antipsicóticos: Utilizado para conter o 
impulso do psicopata. Haloperidol, 
clorpromazina, flufenazina, 
risperidona. 
 
• Antieméticos: metoclopramida, 
bromoprida. 
Tratamento 
1. Fundamentos: 
I. Fornece suporte de acordo com a 
necessidade (avaliação de risco); 
II. Interromper a distribuição e controlar 
a exposição, é necessário tirar o 
paciente dessa exposição; 
III. Diminuir/impedir a absorção do 
agente (lavagem gástrica); 
IV. Neutralizar/antagonizar o agente e 
seus efeitos (antídotos); 
V. Aumentar a eliminação do agente; 
 
2. Inicial e suporte: Suporte às funções orgânicas 
é o principal objetivo do tratamento de 
intoxicação aguda. 
I. Dor, ansiedade, agitação: Analgésicos 
opioides; Ansiolíticos; Relaxantes 
musculares. 
 
II. Temperatura corpórea: Hipertermia 
Hipotermia; Antipiréticos; Hidratação. 
 
III. Hipotensão e choque: Administração 
de oxigênio; Controle de glicemia; 
Controle antimuscarínico. 
 
IV. Acidose metabólica: Bicarbonato de 
sódio; Solução salina isotônica; 
Suporte ventilatório. 
 
V. Crise convulsiva: Isolada, recorrente, 
contínua; Benzodiazepínicos e 
barbitúricos; Diazepam ou midazolam 
IV. 
 
3. Descontaminação gastrointestinal (DGI) 
• Carvão ativo principalmente, casos de ingestão 
de substâncias bem absorvidas por ele. 
• Catártico não tem indicação formal. 
• Lavagem gástrica 
• Indução a vômitos; 
• Irrigação intestinal completa. 
 
4. Antídotos - Revertem os mecanismos 
toxicodinâmicos. Para o fármaco não chegar 
no receptor, ou, se ele chegou, não causar 
malefícios.

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