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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SÃO PAULO - SP Processo nº: ________________________ Reclamante: Dario Silva Reclamada: Alpha Ltda. Alpha Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº ________________, com sede à _____________________________, São Paulo - SP, CEP ______________, por seu advogado infra-assinado, com escritório na ____________________, onde recebe intimações e notificações, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, apresentar a presente: CONTESTAÇÃO à reclamação trabalhista ajuizada por Dario Silva, pelos fatos e fundamentos que passa a expor. I. DOS FATOS O Reclamante, Sr. Dario Silva, alega ter trabalhado na empresa Reclamada, Alpha Ltda., como auxiliar de escritório no período de janeiro a dezembro de 2015. Anteriormente, o Reclamante trabalhou por dez anos no Aeroporto de Congonhas, São Paulo, junto à pista de pouso, conforme descrito na inicial. O Reclamante sustenta que adquiriu surdez em razão das atividades desempenhadas no Aeroporto de Congonhas e alega que tal moléstia deve ser equiparada a acidente de trabalho. Em razão disso, ajuizou a presente ação visando à responsabilização da empresa Reclamada e requer o pagamento de uma pensão mensal vitalícia e indenização por danos morais no valor de 500 (quinhentos) salários mínimos. II. DA PRELIMINAR II.1. Da Incompetência Absoluta da Justiça do Trabalho Inicialmente, cumpre destacar que a Justiça do Trabalho é incompetente para julgar o presente feito, uma vez que a moléstia alegada pelo Reclamante decorre de atividades desempenhadas em outro vínculo de emprego, com outra empresa, que não a Reclamada. O artigo 114 da Constituição Federal de 1988 delimita a competência da Justiça do Trabalho às relações de trabalho e emprego. No presente caso, o dano alegado pelo Reclamante é decorrente de atividades realizadas no Aeroporto de Congonhas, que não possuem qualquer relação com as atividades desempenhadas na empresa Reclamada. Dessa forma, requer-se que Vossa Excelência reconheça a incompetência da Justiça do Trabalho para julgar a presente demanda e determine a remessa dos autos à Justiça Comum, conforme determina o artigo 113, § 2º, do Código de Processo Civil. III. DO MÉRITO III.1. Da Impossibilidade de Reconhecimento de Moléstia Profissional A Reclamada nega, peremptoriamente, que a surdez alegada pelo Reclamante tenha sido adquirida em decorrência das atividades desenvolvidas na empresa. As funções desempenhadas pelo Reclamante como auxiliar de escritório não o expuseram a riscos que pudessem causar tal moléstia. As atividades desempenhadas pelo Reclamante na Reclamada foram exclusivamente administrativas, em ambiente fechado, sem exposição a ruídos que pudessem resultar em perda auditiva. Dessa forma, inexiste nexo causal entre a suposta surdez e o período de trabalho do Reclamante na Reclamada. III.2. Da Ausência de Nexo Causal Não há qualquer prova nos autos que demonstre o nexo causal entre a moléstia alegada e o período em que o Reclamante trabalhou na Reclamada. A documentação apresentada pelo Reclamante não comprova que a surdez foi adquirida durante o vínculo empregatício com a Reclamada. Ademais, o Reclamante trabalhou anteriormente por dez anos no Aeroporto de Congonhas, local em que há intensa exposição a ruídos. Assim, é mais razoável supor que a moléstia do Reclamante tenha origem nesse período, não havendo qualquer responsabilidade da Reclamada pelos danos alegados. III.3. Da Inexistência de Dano Moral Alega o Reclamante que a empresa Reclamada deve ser condenada ao pagamento de indenização por danos morais no valor de 500 (quinhentos) salários mínimos. Contudo, para a caracterização do dano moral, é necessário demonstrar o ato ilícito, o dano e o nexo de causalidade entre o ato e o dano. No presente caso, não há ato ilícito praticado pela Reclamada, uma vez que as atividades desempenhadas pelo Reclamante não causaram a suposta surdez. Portanto, não se verifica o dano moral alegado, sendo indevido qualquer pagamento a esse título. IV. DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Reclamada: 1. Seja acolhida a preliminar de incompetência absoluta da Justiça do Trabalho, com a consequente remessa dos autos à Justiça Comum; 2. No mérito, que sejam julgados improcedentes os pedidos do Reclamante, por ausência de nexo causal entre a moléstia alegada e as atividades desempenhadas na Reclamada; 3. A condenação do Reclamante ao pagamento de honorários advocatícios, nos termos do artigo 791-A da Consolidação das Leis do Trabalho; 4. Provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente documental, pericial e testemunhal. Nestes termos, pede deferimento. São Paulo, __ de ___________ de 2024. Nome: Maria Eduarda Costa de Queiroz Prof.ª: Ana Paula Pratica Civil I 7° Período