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DIREITO PENAL PARTE I (AVA1) 
Curso Direito Penal 1 – Rogerio Grego 
1)Função do Direito Penal 
A finalidade do Direito Penal é proteger 
os bens jurídicos mais importantes e 
necessários para a sobrevivência da 
sociedade, por meio da cominação, aplicação 
e execução de penas. Quando esta tutela não 
mais se faz necessária, ele deve afastar-se e 
permitir que os demais ramos do direito 
assumam, sem a ajuda, esse encargo de 
protegê-lo. 
a) Imputáveis: Indivíduos que possuem a 
capacidade de entender o caráter ilícito de 
suas ações e de se autodeterminarem. 
Possuem plena capacidade metal e podem 
ser responsabilizados criminalmente. 
b) Inimputáveis: Indivíduos que em razão de 
condições como a saúde mental, 
desenvolvimento mental incompleto ou 
retardo, e outras causas que afetem sua 
capacidade de entender a ilicitude de seus 
atos, NÃO podem ser responsabilizados 
criminalmente, adotando medidas de 
segurança como: tratamento médico, 
internação psiquiátrica. 
* Os menores de 18 anos respondem pelo 
ECA. 
2) A seleção dos bens jurídicos-penais 
A fonte de seleção está na Constituição Federal 
de 1988 que orienta o legislador com os 
valores fundamentais e indispensáveis para 
a manutenção da sociedade. Na Carta magna, 
que abriga os valores como: Liberdade, 
segurança, bem-estar social, igualdade e 
justiça. O Direito Penal deve intervir quando 
esse bem é atacado ou sofre ameaça. 
3) Códigos Penais do Brasil 
→ 1° e único Código Criminal de 1830; 
→ Código Penal de 1940: Atual; 
→ Ao todo o Brasil teve 7 códigos. 
 
3.1) Código Penal de 1940 
a) Parte Geral (arts.1° a 120°) 
→ Define princípios; instrução; destinada à 
edição de normas que vão orientar o 
intérprete quando a verificação a 
ocorrência; define quando é 
considerado crime; conceitos 
fundamentais; elenca causas que 
excluem o crime; dita regra que são 
aplicadas ao C.P. e a legislação 
extravagante. 
b) Parte Especial (arts.121° a 360) 
→ Define crimes e comina penas. 
4) Código Penal x Legislação Penal Especial 
Ambos são fundamentais para o 
funcionamento do sistema judicial, 
complementam-se na regulação das condutas 
ilícita e na definição e suas respectivas penas. 
a) Legislação Penal Especial: Inclui leis fora 
do C.P, que também regulam crimes e 
infrações penais especiais. Criadas para 
atender a necessidades ou áreas de 
criminalidade específicas, muitas vezes 
relacionada a avanços sociais e tecnológicos. 
Ex. Lei de drogas; Lei Maria da Penha etc. 
b) Código Penal: É a principal norma que regula 
os crimes e comina penas. Trata de crimes 
comuns, abrangendo a maioria das infrações 
penais, como: Homicídio, furto, roubo, crimes 
contra a honra etc. 
Diferenças principais: 
→ Abrangência: O C.P. é geral, aplicando-
se a um leque amplo de crimes. Já a 
L.P.E. trata de crimes específicos que 
requerem um tratamento diferenciado. 
→ Sistemática: O C.P. é estruturado de 
forma consolidada, enquanto a 
legislações especiais são leis 
complementares, criadas para tratar de 
nova demandas criminai. 
 
 
5) Princípios do Direito Penal 
a) Última ratio/ intervenção mínima: O Direito 
Penal só deve intervir quando todos os outros 
ramos do direito falharem. 
R – Reduzido grau e reprovabilidade do 
comportamento; 
I –Inexpressividade da lesão jurídica; 
M- Mínima ofensividade da conduta; 
A - Ausência de periculosidade social da 
ação. 
b) Princípio da Legalidade: Não há crime sem 
lei anterior que o defina. (art.5, CF/1988). 
→ Consequências: Segurança jurídica; 
proteção ao indivíduo; previsão legal; 
limite estatal; proteção aos direitos 
individuais, nulidade de atos ilegais. 
→ Funções: Proibir a irretroatividade da 
lei; proibir a criação de crimes e penas 
pelo costume; proibir o emprego de 
analogia para criar crime; proibir 
incriminações vagas e indeterminada. 
- Nasce do anseio de estabelecer na sociedade 
regras permanentes e válidas que fossem obra 
de razão e pudessem abrigar os indivíduos, 
uma conduta arbitrária e imprevisível da parte 
dos governantes; 
- Tudo o que não for expressamente proibido 
é lícito em Direito Penal; 
- Toda imposição de regra pressupõe uma lei 
penal; 
- É inviolável; 
1)Legalidade formal: Obediência aos tramites 
procedimentais previstos pela CF para que 
determinado diploma legal possar vir a fazer 
parte do ordenamento jurídico. 
2)Legalidade Material: Obediência ao 
conteúdo da lei. 
c) Princípio da Anterioridade: Não há crime 
em lei anterior que o defina. Não há pena sem 
prévia cominação legal. (art. 2°, C.P.). 
d) In dubio pro réu: Na dúvida, absolva o réu. 
e) Irretroatividade da lei: A lei só retroage em 
benefício do réu. 
f) Jus puniende: Poder Exclusivo do Estado de 
impor sanções/penas á aqueles que cometem 
crimes e criação de infrações. 
g) Jus puniende positivo: Poder do Estado para 
criar tipos penais e executar decisões 
condenatórias. 
h) Jus puniende negativo: Faculdade de 
derrogar preceitos penais ou restringir o 
alcance e figuras delitivas (delitos). --> Função 
do STF quando declara que há 
inconstitucionalidade de lei penal. 
i) Ne bis in idem: Ninguém pode ser 
julgado/condenado pelo mesmo fato 2x. 
j) Dignidade da pessoa humana: Assegura a 
integridade física, moral e psicológica de todo 
ser humano, proibindo tratamentos 
degradantes, cruéis e desumanos. 
j) Bagatela/insignificância: A punição deve ser 
proporcional à lesão causada, não sendo 
necessário recorrer aos meios judiciais em 
casos de condutas que não sejam 
suficientemente graves. 
k) Erga omnes: Para todos. 
l) la llege e´ uguale per tutti: A lei é igual para 
todos. 
6) Individualização da pena --> Cominação+ 
aplicação+ execução 
Assegura que a punição aplicada ao 
condenado seja adequada à gravidade o crime, 
as circunstâncias e as características pessoas 
do réu. Ocorre em 3 fases: 
1- Legislativa: O legislador define os tipos 
penai, e as penas máximas e mínima. 
--> Cominação: Privação ou restrição 
de liberdade; perda de bens; multa; 
prestação social alternativa; suspensão 
ou interdição de direitos. 
2- Judicial: Durante o julgamento, o juiz fiz 
a pena dentro dos limites da lei, levando 
em conta agravantes, atenuantes e 
outros fatores. 
--> Aplicação 
3- Executória: Na fase de cumprimento de 
pena, são aplicadas medidas como 
progressão de regime e benefícios 
legais. 
 
 Adequação social: Impede a punição 
de atos que, embora tipificados como 
crime, são aceitos pela sociedade como 
normais e legítimos, evitando a 
criminalização de condutas 
socialmente aceitas. Ex. Boxe, pois 
embora o ato de agredir alguém seja 
tipificado como crime de lesão corporal, 
é aceito no contexto desportivo. 
 
7) Proibir incriminações vagas e 
indeterminadas: 
 
É vedado a criação de hipóteses 
que de alguma forma, venham a 
prejudicar o agente, seja criando crimes, 
incluindo novas causas de aumento de 
pena de circunstâncias agravantes. Se o 
fato não previsto, não pode o intérprete 
socorrer-se das analogias a fim de tentar 
abranger fatos similares aos legislados 
em prejuízo do agente. 
 
8) Vigência e validade da lei 
A lei penal formalmente editada 
pelo Estado, pode, decorrido o período 
de vacatio legis, ser considerada em 
vigor. Contudo, a sua vigência não é o 
suficiente para que ela possa ser 
efetivamente aplicada. Assim, somente 
depois de conferir a sua conformidade 
com o texto condicional (for 
recepcionada), é que ela terá plena 
aplicabilidade, sendo considerada 
válida. 
 
9) Analogias no Direito Penal 
É uma forma de autointegração 
da norma, consistente em aplicar a uma 
hipótese não prevista na lei a disposição 
legal relativa a um caso semelhante, 
atendo-se, assim, ao brocardo bi eadem 
ratio, ubi eadem legis dispositio. 
Analogia jurídica ou juris é aquela 
em que os princípios gerais do direito 
são utilizados a fim de que seja suprida 
uma lacuna existente. 
 
• In bonam partem: Em benefício do 
agente. 
 
“Por analogia, costuma-se fazer 
referência a um raciocínio que permite 
transferir a soluçãoprevista para 
determinado caso a outro não regulado 
expressamente pelo ordenamento 
jurídico, mas que comparte com o 
primeiro certo caracteres essenciais ou 
a mesma ou suficiente razão, isto é, 
vinculam-se por uma matéria relevante 
simili ou a pari. “Luiz Regis. 
 
“Não cabe ao Julgador aplicar 
uma norma, por assemelhação, em 
substituição a outra validamente 
existente, simplesmente por entender 
que o legislador deveria ter regulado a 
situação de forma diversa da que 
adotou; não se pode, por analogia, criar 
sanção que o sistema legal não haja 
determinado, sob pena de violação do 
princípio da reserva legal” Recurso 
especial. 
“É preciso notar, porém, que a 
analogia pressupõe falha, omissão da 
lei, não tendo aplicação quando 
estiver claro no texto legal que a mens 
legis quer excluir de certa 
regulamentação determinados casos 
semelhantes.” 
 
a) Analogia legal: Aquela que é levada 
a efeito quando o intérprete aplica a 
um caso omisso uma determinada 
lei que regula caso semelhante. 
b) Analogia in malam partem: 
Prejudica o réu. 
→ In lege: Aplicação de uma norma 
específica a casos semelhantes que 
não estão expressamente previstos 
em lei; 
→ Per analogiam: Aplicação de 
normas já existentes, mas não para a 
criação de novas condutas 
tipificadas ou penas; 
→ Não se pode usar de forma que 
amplie o alcance da norma em 
desfavor do réu. 
10) Infração Penal 
É o gênero que abrange as 
condutas violadoras da lei penal, 
dividias em crimes/delitos e 
contravenções penais. A distinção entre 
elas, está na gravidade das condutas e 
as penas aplicáveis. 
 Pena em abstrato = Pena prevista no 
C.P.; 
 Pena em concreto = Pena adequada 
ao caso concreto. 
11) Crime x Contravenção 
Art. 1º/ Lei 3.914/1941: Considera-se 
crime a infração penal a que a lei 
comina pena de reclusão ou de 
detenção, quer isoladamente, quer 
alternativa ou cumulativamente com a 
pena de multa; contravenção, a infração 
penal a que a lei comina, isoladamente, 
pena de prisão simples ou multa, ou 
ambas, alternativa ou 
cumulativamente. 
A exemplo do fato de que não se 
pune a tentativa de contravenção 
penal (LCP, art. 4º), sendo que nos 
crimes isso deverá ser verificado em 
cada tipo penal; as ações penais, nas 
contravenções penais, são sempre de 
iniciativa pública incondicionada (LCP, 
art. 17), podendo, no entanto, variar, de 
acordo com o crime em análise, em 
ações penais de iniciativa pública 
incondicionada, condicionada ou 
mesmo privada (CP, art. 100) etc. 
a) Crime/delito: Alta gravidade; 
podem ser punidos com reclusão 
(prisão fechada) ou multa. Ex. 
Homicídio, roubo, estupro. 
b) Contravenção Penal: Menor 
gravidade; puníveis com prisão 
simples (regime aberto ou 
semiaberto) ou multa; ofende bens 
jurídicos não tão importantes como 
aqueles protegidos quando se cria a 
figura típica de um delito, ação 
pública incondicionada é uma 
modalidade de ação penal em que o 
M.P. pode iniciar e conduzir o 
processo criminal sem depender da 
vontade da vítima ou de qualquer 
outra condição. Ex. Jogos de azar, 
perturbação ao sossego. 
11) Elementos do crime 
“A tipicidade, a antijuridicidade/ilicitude 
e a culpabilidade são três elementos 
que convertem uma ação em um delito.” 
1- Tipicidade: 
 a) Enquadramento na lei penal; 
c) Ação ou omissão; 
d) Resultado; 
e) Nexo causal (material/normativo: 
1- Nexo causal material: Relação 
direta e objetiva entre a conduta do 
agente e o resultado produzido, é a 
conexão FÍSICA entre a AÇÃO e o 
RESULTADO. 
2- Nexo causal normativo: Relação 
entre a conduta e o resultado, 
considerando as normas jurídicas. 
 O foco é analisar se a 
conduta foi uma causa adequada 
para o resultado, levando em conta a 
previsibilidade e a tipicidade do ato 
F) Dolo: O agente tem a intenção de 
cometer o crime ou assume o risco. É a 
vontade livre consciente; 
Todo crime é doloso, somente 
havendo a possibilidade de punção 
pela prática de conduta culposa se a 
lei assim previr expressamente. 
→ O dolo é a regra; a culpa, a 
exceção. 
G) Culpa: O agente não tem a intenção 
de cometer o crime, mas o faz por 
negligência, imprudência ou imperícia. 
Ex. Homicídio, incêndio, lesão corporal. 
A conduta humana voluntária 
(ação ou omissão) que produz resultado 
antijurídico não querido, mas previsível, 
e excepcionalmente previsto, que podia, 
com a devida atenção, ser evitado. 
Faz-se necessária a ocorrência 
de um resultado, como regra, 
naturalístico. (exceção art. 228/229). 
a) Conduta humana voluntária, 
comissiva ou omissiva; 
b) Inobservância de um dever objetivo 
de cuidado (negligência, 
imprudência e imperícia); 
c) O resultado lesivo não querido, 
tampouco assumido pelo agente; 
d) Nexo de causalidade entre a conduta 
do agente que deixa de observar o 
seu dever de cuidado e o resultado 
lesivo dela advindo; 
e) Previsibilidade; 
f) Tipicidade. 
 
 
f) Dolo eventual: Assume o risco de 
produzi-lo (Foda-se). O agente não 
quer diretamente produzir o 
resultado, mas se este vier a 
acontecer, pouco importa. (art. 18) 
 
g) Culpa consciente: Excesso de 
confiança (Fodeu). O agente, 
sinceramente, acredita que pode 
evitar o resultado. 
 
→ Álcool + direção = Dolo 
eventual. (não é regra!!) - 
Qualificadora. 
 
 Concepção hipotética de Tyren: 
 Proporção da punição ao crime. A 
pena deve corresponder a gravidade 
do fato típico e de acordo com o 
impacto social. 
 
2- Antijurídico/ilicitude: Violação do 
ordenamento jurídico, quando o agente não 
atua em: Estado de necessidade, legítima 
defesa, estrito cumprimento do dever legal e 
exercício regular do direito (art. 23, C.P.). 
→ Quanto ao consentimento do 
indivíduo: 
a) Que o ofendido tenha capacidade 
para consentir; 
b) Que o bem sobre qual recaia a 
conduta do agente seja disponível; 
c) Que o consentimento tenha sido dado 
anteriormente, ou pelo menos uma 
relação de simultaneidade. 
Ausente um desses requisitos, o 
consentimento do ofendido não afasta a 
ilicitude do fato. 
3- Culpabilidade: Capacidade do 
agente de se responsabilizar pelo 
ato. 
→ Imputável/inimputável; 
→ Possibilidade agir de outra forma; 
→ Menores de 18; 
→ Doenças mentais; 
→ Potencial consciência sobre a 
ilicitude do fato; 
→ Possibilidade de conduta adversa. 
OBS: 
- Importunação sexual somente 
passou a ser crime em 2008, antes 
era uma contravenção. 
- Conduta imoral não 
necessariamente está respaldado 
na lei. 
- O tipo penal deve ser claro, 
normativo e preciso. 
11) Classificação dos crimes (art. 14) 
a) Crime impossível: Mesmo que o 
agente tente cometer o crime, é 
impossível que ele se consuma. 
Art.17: Não se pune a tentativa quando 
por ineficácia absoluta do meio por ele 
utilizado na execução do crime ou por 
absoluta impropriedade do objeto 
contra o qual recaia a sua conduta, é 
impossível consumar-se o crime. 
- Há previsão legal no ordenamento 
jurídico da infração penal que o 
agente pretendia praticar; 
- Ineficácia absoluta do meio: 
Quando os meios utilizados para 
cometer o crime são absolutamente 
incapazes de produzir o resultado 
pretendido. Ex. Tentar matar alguém 
que já está morto; tentar realizar 
aborto sem feto; envenenar alguém 
sem veneno. 
- Impossibilidade relativa: Apesar de 
haver alguma chance do crime ser 
consumado, a situação impede a 
consumação. Ex. Tentar roubar algo 
de um bolso vazio. 
 
c) Crime comum: Pode ser cometido 
por qualquer pessoa, não exige uma 
condição especial. Ex. Homicídio, 
furto, roubo, lesão corporal. 
d) Crime próprio: Só podem ser 
cometidos por pessoas que 
possuem uma condição ou 
qualidade específica do agente ativo 
e passivo, conforme exigido pela lei. 
Ex. Aborto e infanticídio. 
e) Crime de mão própria: Não pode ser 
cometido por terceiros, apenas a 
própria pessoa pode cometer. Ex. 
Crime de falso testemunho, lesão 
corporal, homicídio. 
f) Crime simples: Apena uma infração 
penal. 
g) Crime complexo: duas ou mais 
infrações penais. 
h) Crime comisso: Violação da lei por 
meio de uma ação positivado 
agente. 
i) Crime omissivo: Ocorre com a 
FALTA de ação do agente, se 
abstendo de agir quando deveria 
agir. 
i.1) Crime omissivo próprio: Ocorre 
quando a simples ausência de ação já 
configura o crime, sem precisar de 
resultado. (lei mandatária) Ex. Omissão 
de socorro. 
i.2) Crime omissivo impróprio: Ocorre 
quando o agente não realiza uma ação 
que tinha o dever legal de realizar e essa 
omissão gera um resultado específico. 
Nesse tipo de crime, é exigido 
que o agente tenha um dever legal de 
evitar esse resultado, posição de 
garantidor. Ex. Relações familiares ou 
contratuais, obrigação profissional, 
condutas anteriores que colocaram a 
vítima nessa situação. 
Apenas há esse tipo de delito 
quando gera um resultado. 
j) Crime consumado: Ocorre quando 
todos os elementos do tipo penal 
são cumpridos e o resultado 
pretendido é efetivamente 
alcançado. (Art.14) 
k) Crime tentado: Ocorre quando o 
agente começa a executar o crime, 
mas não se consuma por 
circunstâncias alheias a sua 
vontade. (art.14, II) 
1- A conduta seja dolosa, que exista 
uma vontade livre e consciente de 
querer praticar determinada infração 
penal; 
2- O agente ingresse, obrigatoriamente, 
na fase de execução; 
3- Não consiga chegar a consumação 
do crime, por circunstâncias alheias 
a sua vontade. 
OBS: Tentativa de uma contravenção 
não é punível. 
l) Crime material: CONDUTA+ 
RESULTADO. Ex. o material do crime 
de homicídio é o corpo morto. 
m) Crime formal: A consumação ocorre 
com a prática da conduta, 
independe de resultado. Ex. Crime 
de ameaça. 
n) Crime de mera conduta: O que 
importa é apenas a ação ou omissão 
do agente, sem que exija um 
resultado. NÃO TEM RESULTADO Ex. 
Violação de domicílio. 
o) Crimes hediondos: Infrações 
penais consideradas gravíssimas, 
devido a crueldade, periculosidade e 
impacto social. 
p) Crimes assemelhados: Apesar de 
não estarem diretamente listados na 
lei de crimes hediondos, tem 
tratamento semelhante devido a 
natureza cruel, como: tráfico de 
drogas, terrorismo, tortura. 
12) Infrações penais de menor 
potencial ofensivo – Lei n° 9.099/95. 
Crimes e contravenções penais 
com pena máxima de 2 anos, recebem 
tratamento mais brando, buscando 
rápida solução e evitando o 
encerramento em casos de menor 
gravidade. 
- Aplicação de medidas alternativas: 
Prestação de serviços sociais a 
comunidade e multas; 
- Juizados Especiais; 
- Ex. Ameaça, desacato, calúnia, furto 
simples, lesão corporal leve. 
13) Institutos jurídicos 
Instrumento jurídico utilizado 
para proteger o direito à liberdade de 
locomoção de um indivíduo que está 
sendo ameaçado ou já está privado de 
sua liberdade de forma ilegal. 
a) Habeas corpus: Ação judicial para 
garantir liberdade diante de prisão ilegal. 
b) Mandado de segurança: Protege o 
direito líquido e certo de uma pessoa 
física e jurídica, ameaçada ou lesada 
por ato abusivo de autoridade. 
c) Ação popular: Permite que qualquer 
cidadão questione atos administrativos. 
* Crimes que não prescrevem: 
racismo, tortura, terrorismo, tráficos 
de drogas, genocídio etc. 
14) Termos do Direito 
a) Iter criminis: Designa as etapas que o 
indivíduo percorre até a consumação de 
um crime, em 4 etapas: 
1- Cogitação: Pensamento inicial de 
cometer o crime (não é punível). 
2- Preparação: Preparativos ou 
planejamentos para o crime. Nesta 
etapa o indivíduo pode tomar ações em 
direção ao crime, mas dependendo da 
legislação e do contexto, essas ações 
podem ou não serem puníveis. 
3- Execução: Momento em que o autor 
começa a realizar o crime, tentando 
concretizar o ato ilícito, mesmo que o 
resultado ainda não tenha sido 
alcançado. Esta fase pode incluir a 
tentativa de crime, caso o ato não seja 
consumado. 
4- Consumação: Ocorre quando o 
crime se realiza plenamente, cumprindo 
todos os elementos necessários para a 
sua caracterização. 
5- Exaurimento: Ocorre quando o crime 
se realiza plenamente, cumprindo todos 
os elementos necessários para a sua 
caracterização. 
15) Desistência voluntária (art.15) 
O agente por livre vontade, 
interrompe a execução do crime antes 
de completar todos os atos necessários 
para a consumação. Mesmo que ele 
tenha dado início á execução, ele 
desiste espontaneamente antes de 
concluir o ato. 
- O processo de execução ainda está 
ocorrendo 
- Formula de Frank: Se o agente 
disser: “posso prosseguir, mas não 
quero” = desistência voluntaria; 
- Se o agente disser “quero 
prosseguir, mas não posso” = crime 
tentado. 
- Quando o agente desiste, mesmo 
podendo ter continuado, apenas 
responde pelos atos já cometido e 
não pela tentativa de homicídio. 
16) Arrependimento eficaz (art.15) 
O agente após realizar todos os 
atos da consumação do crime, toma 
uma ação para evitar que o resultado 
ocorra. É considerado eficaz se a 
intervenção do agente for bem-sucedida 
em impedir o resultado. --> a execução 
já foi encerrada. 
16) Arrependimento posterior (art.16) 
Quando o agente, após 
consumar o crime, reparou o dano e 
restitui voluntariamente o bem a vítima. 
É aplicável a crimes sem violência e 
grave ameaça e arrependimento deve 
ocorrer antes do início da ação penal. 
O arrependimento não exclui o crime, 
mas pode permitir a redução de pena 
entre 1 e 2/3, incentivando o agente a 
reparar os danos causados. 
17) Lei penal no tempo 
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por 
fato que lei posterior deixa de considerar 
crime, cessando em virtude dela a 
execução e os efeitos penais da 
sentença condenatória. 
 Parágrafo único - A lei posterior, que de 
qualquer modo favorecer o agente, 
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que 
decididos por sentença condenatória 
transitada em julgado. 
Lei excepcional ou temporária: Art. 3º - 
A lei excepcional ou temporária, embora 
decorrido o período de sua duração ou 
cessadas as circunstâncias que a 
determinaram, aplica-se ao fato 
praticado durante sua vigência. 
18) Abolitio criminis 
Quando o legislador, atento às 
mutações sociais resolve não mais 
continuar a incriminar determinada 
conduta, retirando do ordenamento 
jurídico-penal a infração que a previa, 
pois passou a entender que o Direito 
Penal não mais fazia necessário á 
proteção de determinado bem. 
Quando uma nova lei extingue 
um crime, ou seja, deixa de considerar a 
conduta como criminosa, essa extinção 
retroage e ninguém pode ser 
processado ou punido por um ato que 
deixou de ser crime. 
Faz cessar todos os efeitos 
penais da sentença condenatória, 
permanecendo, contudo, seus efeitos 
civis. 
19) Norma Penal em branco 
É uma norma que não define 
completamente uma conduta 
criminosa, dependendo de outra norma 
(geralmente infralegal) para completar 
seu conteúdo. 
São: 
- Incompletas: Descrição genérica, 
precisando de complementação 
- Previsão em lei: Deve estar 
expressamente prevista na 
legislação. 
Tipos: 
- Simples: Menciona apenas a norma 
a ser aplicada; 
- Complexa: Faz referência a normas 
que podem variar. 
Importância: Flexibilidade, permitindo 
adaptações rápidas a novas realidades 
sociais; especificada detalham 
condutas em áreas técnicas sem 
sobrecarregar a lei penal. 
20) Termos em latim 
a. Novatio legis incriminadora: Criação 
de uma nova lei que tipifica uma 
conduta como criminosa, tornando um 
ato anteriormente permitido em crime. 
→ Aplica-se apenas a fatos que ocorrem 
após a vigência da nova lei. 
b. Novatio legis in mellis: Mudança na 
lei penal que beneficia o réu. 
→ A lei retroage em benefício do réu. 
c. Novatio legis in pejus: Alteração na 
norma penal que agrava a situação do 
réu, tipificando uma conduta já 
existência de forma mais grave. 
→ Em regra, a nova lei não retroage, 
assim, não se aplica a fatos que 
ocorreram antes da nova lei, a menos 
que a nova norma determine 
explicitamente sua aplicação retroativa. 
d. Inter criminis - É um instituto jurídico 
para os crimes dolosos, é o caminho do 
crime. 
3 fases: 
a) Cogitação; 
b) preparação (atos preparatórios); 
c) execução(atos de execução); 
d)consumação; 
e) exaurimento. 
21) Garantidores 
→ São pessoas que têm o dever legal de 
agir para impedir um resultado 
danoso ou lesivo. A omissão de um 
garantidor, quando a lei exige que ele 
aja, pode resultar em 
responsabilidade criminal. 
→ A figura do garantidor surge no 
Código Penal no crime omissivo 
impróprio, também conhecido como 
comissivo por omissão. Esse crime 
ocorre quando o agente não executa 
uma atividade que a lei exige. 
A posição de garantidor pode ser 
assumida por pessoas que: 
→ Têm por lei a obrigação de cuidado, 
proteção ou vigilância; 
→ Assumiram a responsabilidade de 
impedir o resultado; 
→ Criaram o risco da ocorrência do 
resultado com seu comportamento 
anterior. 
22) Teoria do Erro (art. 20) 
Conceito jurídico utilizado para analisar 
situações em que uma pessoa pratica 
um ato acreditando estar na legalidade 
ou sem consciência de uma 
determinada condição que tornaria seu 
ato ilegal. 
 
a) Erro do tipo: Ocorre quando alguém 
não conhece um fato, uma 
circunstância que pertence ao tipo 
legal, não reconhece que seu ato é 
tipificado como crime. 
→ Afastando a vontade e a consciência 
do agente, exclui sempre o dolo. 
Entretanto, há situações em que se 
permite a punição em virtude de sua 
conduta culposa, se houver previsão 
legal. 
b) Erro de proibição (art.21): Ocorre 
quando o agente sabe o que está 
fazendo, mas não compreende que 
seu ato é ilícito, por desconhecer a 
proibição legal. Esse erro pode ser 
evitável ou inevitável. 
→ Pode excluir a culpabilidade; 
→ Se for evitável a pena pode ser 
reduzida; 
→ Pode ser por falta de conhecimento 
ou não buscou saber da lei. 
 
c) Erro sobre a pessoa: O agente se 
engana quanto a identidade da 
vítima. 
→ Responde pelo crime que iria 
cometer om a pessoa visada; 
→ A lei considera a intenção original do 
agente. 
d) Erro determinado por terceiros: 
Quando o agente é induzido a 
cometer um crime por influência ou 
ação de outra pessoa, podendo a 
culpa ser excluída. 
e) Erro na execução: Ocorre quando o 
agente deseja atingir uma pessoa, 
mas por erro, atingi outra. Ex. 
Dispara contra uma pessoa e 
acidentalmente atinge outra. 
f) Erro sobre o objeto: O agente erra 
sobre o objeto do crime. 
23) Concausas 
→ Fatores/eventos que junto com a 
ação ou omissão do agente, 
contribuem para a produção de um 
resultado criminoso. 
A) Concausa absolutamente 
independe: São aquelas que não 
possuem nenhuma ligação causal 
com a conduta do agente, de modo 
que o resultado ocorre por fatores 
alheios a sua ação ou omissão. 
Neste caso, mesmo que agente 
tenha realizado uma conduta que 
poderia levar ao resultado, a causa 
independente é TOTALMENTE 
responsável pelo desfecho. 
a.1) Preexistentes: Uma causa anterior 
a ação do agente que, por si só, é 
suficiente para gerar o resultado. Ex. 
Uma pessoa envenenada por outra 
pessoa morre antes de ser atingida por 
uma tentativa de homicídio de um 
segundo agente. 
a.2) Concomitante: Ocorre no mesmo 
momento de ação do agente, mas o 
resultado acontece exclusivamente por 
essa causa independente. 
Ex. O agente tenta matar uma pessoa 
em um acidente de carro, mas, no 
mesmo instante, um raio atinge a vítima 
e causa sua morte. 
a.3) Spuerveniente: Ocorre após a ação 
do agente e rompe a relação causal 
entre a conduta do agente e o resultado. 
Ex. A vítima de uma agressão médica 
leve recebe lata e, em um segundo 
momento, morre em um acidente sem 
qualquer relação com a agressão inicial. 
B) Concausa relativamente 
independente: Apesar de 
possuírem uma ligação com a ação 
do agente, tem uma certa 
autonomia. Elas influenciam o 
resultado, mas não rompem 
completamente com o nexo causal 
entre a conduta do agente e o evento 
final. Assim, o resultado é uma 
combinação entre a conduta do 
agente e a causa relativamente 
independente. 
b.1) Preexistente: Ocorre antes da ação 
do agente, mas é agravada ou 
potencializada pela sua conduta. 
→ Ex.: Léo com dolo de matar, atira no 
pé da vítima, só que ela é hemofílica 
(dificuldade de coagulação do 
sangue) ; 
→ Os dois fatores contribuíram para a 
morte; 
→ Responde pelo homicídio 
consumado. 
b.2) Concomitante: Ocorre no mesmo 
momento da ação do agente e colabora 
com o resultado. 
→ Ex.: A desfere um tiro no pé de B, o 
estresse o faz eclodir um colapso 
cardíaco. 
→ Responde pelo resultado: 
Homicídio. 
b.3) Superveniente: Ocorre após a ação 
do agente, mas continua contribuindo 
para o resultado. 
→ Ex. :A com dolo de matar, desfere um 
tiro em B. O tiro pega no pé da vítima. 
A vítima é socorrida e internada no 
hospital. (tentado) 
→ a) No dia da internação, ocorre o 
incêndio que mata a vítima. 
(tentado). - fator externo 
→ A vítima morre de infecção 
hospitalar: Consumação do 
homicídio. - Ligação direta com o 
tiro. 
 
 
 
 
 
QUESTÕES: 
1) Qual o conceito de criminologia? 
R: Estuda o crime como um problema social. 
Não examina o fato criminoso isoladamente, 
mas em conjunto formado pela: infração, autor 
do fato, vítima e meios de controle social. 
2)Quais os métodos de estudo da 
criminologia? 
R: São dois. O método empírico que utiliza a 
observação e o método interdisciplinar, que se 
vale de outras disciplinas para obter 
conclusões. 
3)Caio, jovem de 19 anos de idade adora 
bailes funk. Certa noite, conhece Ticia, 
jovem de 13 anos e meio, que não aparenta a 
idade que tem e que só entrou no baile, que é 
proibido para menores de 18 anos, porque 
pulou o muro do clube. Caio se apaixona por 
Ticia e mantém com ela relações sexuais, 
recebendo dias depois uma intimação 
judicial para responder pelo crime de 
estupro de vulnerável. A partir dos fatos 
narrados, aponte a responsabilidade penal. 
R: Não há crime, pois o agente agiu em erro do 
tipo (idade), não havendo culpa, conforme o 
art. 20 do C.P. . 
4) Capitu auxilia seu companheiro Bentinho a 
fugir da ação de autoridade pública. Bentinho 
foi condenado por crime e roubo. A partir de 
tais fatos, responda: 
a) Capitu deverá responder pelo crime de 
“favorecimento pessoal” previsto no art.348 do 
Código Penal? 
R: De acordo com o mesmo art.348, parágrafo 
segundo, não, pois ela é respaldada pela lei por 
ser companheira do réu. 
5) Maria abandona seu marido, pessoa idosa, 
e que necessita de seus cuidados. O 
delegado indicia Maria nas penas do art.133, 
parágrafo terceiro, inciso II do C.P. . Caso 
Maria fosse companheira da vítima e não 
cônjuge, haveria alguma alteração no 
enquadramento policial? 
R: Não, pois não pode-se fazer analogia in 
malam partem. 
6)Mulher moradora da região amazônica, 
onde não há médicos, é estuprada por um 
forasteiro. A mulher acaba por engravidar. 
Conhecendo a lei, sabe que neste caso o 
aborto é legal, desde que praticado por 
médicos. Como já se disse, não há médicos 
na região, mas há uma experiente parteira 
que se dispõem a interromper a gestação. A 
partir de tais fatos, a presente parecer 
jurídico, que possa solucionar este 
imbróglio? 
R: O artigo 128, II, do Código Penal Brasileiro 
permite o aborto sem punição quando a 
gravidez resulta de estupro, desde que 
realizada por um médico. O entendimento do 
legislador, neste caso, foi de proteção à vítima, 
aliviando-a do ônus de uma gravidez 
decorrente de violência sexual; A Constituição 
Federal de 1988 (art. 6o e art. 196) assegura o 
direito à saúde e o dever do Estado de garantir o 
acesso universal e igualitário aos serviços de 
saúde. Diante da ausência de médicos na 
região, pode-se argumentar que a ineficiência 
do Estado em provar esses serviços viola esse 
direito, especialmente em um contexto de 
urgência e vulnerabilidade como o presente 
caso. 
R: Culpa exclusiva da vítima + sem denúncia ao 
motorista + tem que socorrer a vítima. 
b) se o motorista foi pego no radar estando em 
alta velocidade? 
• Em Direito Penal as culpas não se 
compensam/anulam. 
• Nesse caso, o condutor responde por 
culpa consciente - homicídio 
consumado. 
• OBS: Caio e Ticio discutem de forma 
agressiva. Caio com dolo de lesionar 
empurra Ticio, não percebendo que 
próximo havia uma escada. Tício 
tropeça , rola a escada e morre. 
→ Lesão corporal dolosa com homicídio 
culposo. 
→ Trata-se de crime preterdoloso (ocorre 
quando o agente tem a intenção de 
cometer um crime, mas acaba 
cometendo um crime mais grave por 
culpa.) com dolo antecedente e culpa 
consciente. 
7) Exímio atirador de facas, em que a pessoa 
que com ele trabalha fica presa a um alvo 
giratório. O atirador representa como 
possível o fato de acertar na pessoa que se 
encontra presa ao alvo. No entanto, em razão 
de sua habilidade pessoal, confia 
sinceramente que esse resultado não vá 
ocorrer. Caso erre o alvo, estaremos diante 
de um crime culposo (homicídio ou lesão 
corporal), que deverá a ele ser imputado a 
título de culpa consciente. 
8) em uma manifestação popular, um dos 
participantes resolva soltar um rojão de 
fogos em direção a determinado policial, seu 
vizinho, aproveitando a ocasião para se 
vingar de uma animosidade anterior que 
havia entre eles. Tal policial, contudo, estava 
ao lado de outro companheiro de farda, que 
também é visto pelo agente. Ainda assim, 
mesmo antevendo como possível acertar o 
outro policial, que o agente sequer conhecia 
e nada tinha contra ele, leva adiante seu 
plano criminoso, acende o rojão e faz a mira, 
vindo, contudo, a atingir a pessoa que se 
encontrava ao lado de seu vizinho. Nesse 
caso, embora o agente não quisesse 
diretamente a produção desse resultado, 
havia assumido, aceitado o risco de produzi-
lo, 
 
OBS: Na interpretação analógica ele discrimina 
pra você o que ele quer que você leia, e em 
certo momento ele deixa em aberto – e isso não 
é uma analogia em Direito Penal. Na 
interpretação analógica, o legislador descreve 
uma situação e, depois, deixa o texto "em 
aberto" para que outros casos semelhantes 
também possam ser incluídos na mesma 
norma, mesmo que não especifiquem 
expressamente especificados. No Direito 
Penal, a interpretação analógica ocorre quando 
a lei menciona um exemplo específico e, em 
seguida, utiliza expressões genéricas que 
possibilitam a aplicação da norma a situações 
análogas. 
• A distinção entre interpretação analógica e 
analogia reside na forma como cada uma trata 
o texto da lei e os casos não previstos por ela: 
1. Interpretação Analógica: Ocorre quando a 
própria lei já menciona , ao menos 
parcialmente, um exemplo específico e, em 
seguida, utiliza um termo genérico ou 
expressão ampla para incluir outros casos 
semelhantes. Na interpretação analógica, a 
norma já traz uma descrição que permite 
abranger outros casos semelhantes. Em outras 
palavras, a lei diz algo específico e, em seguida, 
usa um termo geral que sugere a aplicação a 
situações análogas. No caso de aborto em 
situação de estupro, o Código Penal menciona 
a necessidade de um médico (ou seja, alguém 
com qualificação), mas não especifica outras 
condições onde os médicos poderiam ser 
indisponíveis.

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