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Transportes I APRESENTAÇÃO Nesta Unidade de Aprendizagem é apresentado um panorama global sobre os transportes e sobre como ele é gerenciado durante o processo logístico. O transporte, normalmente, representa a maior despesa logística. Os gestores comprometem ou gerenciam mais de 60% das despesas logísticas totais de uma empresa típica e são também responsáveis pela movimentação do estoque através da cadeia de suprimentos de uma empresa e para os clientes. Atualmente, existe uma ampla gama de opções de transporte para apoiar a logística da cadeia de suprimentos. A escolha mais importante é utilizar transportadoras contratadas ou uma frota própria operada pela empresa. Muitos gestores de transportes optam por utilizar uma combinação de serviços de transportes próprios e contratados. Quando a decisão é contratar serviços de transportes, os gestores de uma empresa têm uma ampla gama de opções. Além do transporte, muitos prestadores de serviço também oferecem uma grande variedade de serviços com valor agregado, como separação de produtos, sequenciamento, modificação e entrega just in time ou garantida. A precisão na entrega do produto ajuda uma empresa a reduzir o estoque, armazenamento e manuseio de materiais. Desse modo, o valor do serviço de transporte pode ser maior que aquele referente a simples movimentação do produto de um local para o outro. À medida que as expectativas operacionais se tornam mais precisas, os ciclos de atividade do pedido até a entrega se tornam mais curtos e as margens de erro operacional se aproximam de zero; os gestores bem-sucedidos acabam descobrindo que não existe transporte barato, a menos que ele seja gerenciado de maneira eficaz e eficiente e as compras, a produção e a gestão do relacionamento com os clientes não satisfarão as expectativas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Apresentar as funcionalidades e os participantes dos transportes no processo logístico.• Demonstrar e discutir sobre a estrutura de transportais através dos modais de transportes.• Classificar os modais de transporte.• DESAFIO A composição dos modais de transporte no Brasil configura-se como um grande desafio para as organizações. A alta concentração no modal rodoviário aliada à precária infraestrutura nas rodovias acaba por elevar o chamado "custo Brasil", o que prejudica a competitividade de nossas organizações. Na sua opinião, quais são os fatores que representam os gargalos na estrutura de transportes do Brasil? O que seria necessário para melhorar esta situação? INFOGRÁFICO Neste infográfico, apresenta-se os fundamentos do transporte no processo logístico, funções, funcionalidades, modais de transporte e sua classificação. CONTEÚDO DO LIVRO Nesta unidade, estudamos os princípios mais importantes da economia dos transportes pois, normalmente, ele representa a maior despesa na maioria das operações logísticas. O conhecimento da economia neste setor é essencial para a gestão eficaz da logística. Os principais fatores envolvidos com os custos são a distância, o volume, a densidade, a capacidade de acondicionamento, o manuseio, o risco e os fatores de mercado. Acompanhe um trecho da obra Gestão logística da cadeia de suprimentos, de Bowersox, Closs e Cooper, que serve de base teórica para a nossa Unidade de Aprendizagem. Catalogação na publicação: Júlia Angst Coelho – CRB 10/1712 B193g Ballou, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial [recurso eletrônico] / Ronald H. Ballou ; tradução Raul Rubenich. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Bookman, 2007. Editado também como livro impresso em 2006. ISBN 978-85-60031-46-7 1. Logística Empresarial. 2. Administração – Material – Logística. I. Título. CDU 658.7 54 PARTE I • INTRODUÇÃO E PLANEJAMENTO Estratégia de Transporte Decisões sobre transportes envolvem seleção dos modais, o volume de cada embarque, as rotas e a programação. São decisões sobre as quais pesam fatores como a proxi- midade, ou distância, entre os armazéns, os clientes e as fábricas, fatores esse que, adicionalmente, têm influência sobre a localização do armazém. Os níveis de estoque também dependem das decisões sobre transporte que va- riam conforme o volume de cada remessa. Os níveis de serviço aos clientes, a localização das instalações, o estoque e os transportes são das mais im- portantes áreas em matéria de planejamento, em face do impacto que as decisões tomadas em cada uma delas acabam tendo sobre a lucratividade, o fluxo de caixa e o retorno do investimento. Cada uma das áreas de decisão é inter-relacionada e a estratégia do transporte precisa ser planejada levando-se em conta o possível efeito de compensação*. A Conceituação do Problema de Planejamento Logístico/CS Outra maneira de abordar o problema do planejamento logístico é observá-lo como uma rede abstrata de liga- ções e nós, como aparece na Figura 2-4. As ligações da * N. de R. T.: Tradução adotada para a palavra trade-off. _Ballou/Ronald_02 18.09.06 10:20 Page 54 CAPÍTULO 2 • ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DA LOGÍSTICA/CADEIA DE SUPRIMENTOS 55 rede representam a movimentação de mercadorias entre os vários pontos de estocagem. Esses pontos – lojas de varejo, armazéns, fábricas ou vendedores – são os nós. É possível a existência de várias ligações entre qualquer elenco de nós, de maneira a representar formas alterna- tivas de serviços de transporte, rotas diferenciadas e produtos também diferentes. Os nós representam pon- tos em que o fluxo dos estoques experimenta uma para- da temporária – por exemplo, num armazém geral – an- tes do transporte para uma loja de varejo, a caminho do consumidor final. Essas atividades de transporte-armazenagem para fluxos de estoques representam tão-somente uma parte do sistema logístico total. Além delas, existe uma rede de fluxos de informação. A informação deriva de ga- nhos com as vendas, custos dos produtos, níveis de es- toques, utilização de armazenagem, previsões, tarifas de transporte e outros. Ligações na rede de informação normalmente consistem em métodos postais ou eletrô- nicos para a transmissão entre variados pontos geográ- ficos. Os nós são os vários pontos de coleta e processa- mento de dados, entre eles o funcionário que cuida do processamento dos pedidos e prepara conhecimentos de embarque,10 ou um computador que atualiza os registros de estoques. Como conceito, a rede de informação é muito se- melhante à rede de fluxo de mercadorias, pois ambas podem ser vistas como uma coleção de ligações e nós. Contudo, há uma grande diferença entre elas: no canal de distribuição (em direção ao consumidor final), as mercadorias têm fluxo normalmente “para baixo”, ao passo que a informação flui principalmente, mas não na totalidade, “para cima” no canal (em direção às fontes de matérias-primas). A rede do fluxo de mercadorias e a rede de informa- ção combinam-se para formar um sistema logístico. As redes são combinadas uma vez que projetar cada uma delas em separado pode resultar num projeto sem a qua- lidade necessária para a totalidade do sistema. Assim, as redes são interdependentes. Por exemplo, o projeto da rede de informação exerce influência sobre os prazos do ciclo de pedidos para o sistema. Os prazos dos ciclos de pedidos, por sua vez, afetam os níveis de estoques que precisam ser mantidos nos nós da rede de mercadorias. A disponibilidade de estoques afeta os níveis de servi- ços aos clientes, e estes, por seu turno, afetam os prazos de ciclo de pedidos e o projeto da rede de informação. Além disso, há outras interdependências que obrigam a que se veja o sistema logístico como um todo, em vez de por partes. O planejamento logístico é um problema de proje- to. A rede deve ser construída como uma configuração de armazéns, pontos de varejo, fábricas, alocação de es- toques, serviços de transporte e sistemas de processa- mento de informação que possam atingir um equilíbrioótimo entre os rendimentos derivados do nível de servi- ços ao cliente estabelecido pelo projeto da rede e os cus- tos ligados à criação e operação dessa rede. FIGURA 2-4 Um diagrama abreviado de uma rede para um sistema logístico. Nós de origem Nós intermediários Armazéns Nós de destino Clientes PlantasFontes de matéria-prima Suprimentos Demanda Lojas varejistas Direção geral do fluxo de informações Intercâmbio eletrônico de dados (EDI) Intercâmbio eletrônico de dados (EDI) T ra ns fe rê nc ia s in te rin st al aç õe s Pedidos por telefone Compras pelos clientes Aquaviário Ferro viário Ferroviário Piggyback UPS Rodoviário Retirada pelo cliente Entrega local 10 O conhecimento de embarque é um acordo contratual entre o embarcador e o transportador estabelecendo as condições sob as quais será feito o transporte. _Ballou/Ronald_02 18.09.06 10:20 Page 55 56 PARTE I • INTRODUÇÃO E PLANEJAMENTO Quando Planejar11 No processo de planejamento, a questão mais importan- te é saber quando a rede deve ser planejada ou remode- lada. Quando não há sistema logístico, como é comum nos casos de uma nova empresa ou de novos itens in- cluídos numa linha de produtos já tradicional, a neces- sidade de planejar uma rede logística é óbvia. Contudo, em muitos dos casos nos quais já funciona uma rede lo- gística, é preciso tomar uma decisão quanto a modificar a rede existente ou no sentido de permitir que continue a operar, mesmo quando não pareça configurar o me- lhor dos projetos. Uma resposta definitiva a esta questão não pode ser dada antes de se fazer o planejamento real. Podemos, contudo, apresentar diretrizes gerais para a avaliação e auditoria da rede nas cinco áreas-chave da demanda, serviços aos clientes, características dos pro- dutos, custos logísticos e política de precificação. Demanda Tanto o nível da demanda quanto sua dispersão geográ- fica influem poderosamente sobre a configuração das redes logísticas. É comum que as empresas passem por crescimento ou declínio desproporcional em uma região do país quando comparados com os de outras regiões. Mesmo que as condições existentes apontem apenas a necessidade de expansão ou redução das instalações existentes, mudanças consideráveis e velozes nos pa- drões da demanda podem tornar obrigatório que se ins- talem novos armazéns ou fábricas em áreas de rápido crescimento, e que, ao mesmo tempo, sejam fechadas instalações em mercados de crescimento lento ou em declínio. Um crescimento desproporcional semelhante, mesmo na ordem de poucos pontos percentuais ao ano, muitas vezes é o que basta para justificar um novo pla- nejamento das redes. Serviço ao Cliente Os serviços ao cliente, no seu sentido mais amplo, in- cluem disponibilidade de estoques, rapidez de entrega e agilidade e precisão no processamento dos pedidos. Os custos relacionados a estes fatores têm aumento maior à medida que se aperfeiçoa o nível destes serviços aos clientes. Portanto, os custos de distribuição serão sem- pre muito sensíveis ao nível dos serviços ao cliente, es- pecialmente quando este nível já estiver num elevado patamar. Reformular a estratégia logística é uma necessidade comum quando o nível dos serviços é alterado em fun- ção da força da concorrência, revisões de políticas ou de metas de serviços arbitrariamente diferentes daquelas a partir das quais a logística original teve base. Mudanças de pequena monta no nível de serviços, contudo, espe- cialmente quando já se mostram reduzidos, não bastam para desencadear a necessidade de um replanejamento. Características dos Produtos Os custos logísticos são sensíveis a características tais como peso do produto, volume (cubagem), valor e ris- co. No canal logístico, essas características podem ser alteradas por meio do desenho da embalagem ou do es- tado final do produto durante o embarque ou estoca- gem. Embarcar uma mercadoria desmontada pode in- fluir significativamente na relação peso-volume e sobre as tarifas de armazenagem e transporte a ela relaciona- das. E porque alterar as características de um produto pode mudar substancialmente um dos elementos dos custos no mix logístico com reduzida mudança para os demais, isto acaba criando um novo ponto de equilíbrio de custos para o sistema logístico. Assim, quando as ca- racterísticas do produto sofrem alterações considerá- veis, o replanejamento do sistema logístico pode ser be- néfico. Custos Logísticos Os custos a que a empresa se sujeita em matéria de su- primento físico e de distribuição física acabam determi- nando a freqüência com que seu sistema logístico preci- sa ser replanejado. Sendo todos os outros fatores iguais, e constituindo os custos logísticos uma fração pequena do total, uma empresa produtora de mercadorias de alto valor (por exemplo, peças de máquinas ou computado- res) normalmente pouca atenção prestará à otimização da estratégia logística. Quando, porém, os custos logís- ticos são elevados, como é usual no caso de produtos químicos embalados e de produtos alimentícios, a estra- tégia logística passa a constituir uma preocupação fun- damental. Com custos logísticos elevados, mesmo os menores aperfeiçoamentos proporcionados pelo repla- nejamento freqüente podem representar substanciais re- duções de custos. Política de Precificação Alterações na política de precificação sob a qual as mercadorias são compradas ou vendidas têm conse- qüências para a estratégia logística, especialmente por- que essa política define a responsabilidade por determi- nadas atividades logísticas. O fornecedor que passa do preço de fábrica F.O.B. (que não inclui os custos do transporte) para um preço contra entrega (que inclui os custos do transporte) normalmente libera a empresa 11 Adaptado de Ronald H. Ballou, “How to Tell When Distribution Strategy Needs Revision”, Marketing News, May 1, 1982, Seção 2, pág. 12. _Ballou/Ronald_02 18.09.06 10:20 Page 56 CAPÍTULO 2 • ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DA LOGÍSTICA/CADEIA DE SUPRIMENTOS 57 compradora da responsabilidade de prover ou contratar o transporte necessário. Da mesma forma, a política de preços afeta ainda a transferência da titularidade das mercadorias e da responsabilidade pelo transporte no canal de distribuição. Embora os custos sejam transferíveis ao longo do canal logístico seja qual for o tratamento a eles dispen- sado pelo mecanismo de precificação, existem empre- sas que planejam seu sistema logístico a partir dos cus- tos pelos quais são diretamente responsáveis. Se a em- presa tem uma política de preços segundo a qual é o cliente que paga pela entrega das mercadorias, a estra- tégia daí resultante normalmente inclui poucos pontos de estocagem, a não ser que haja restrições aos servi- ços aos clientes exijam tais pontos. Dada a importân- cia dos custos com o transporte na soma total dos cus- tos logísticos, mudanças registradas em políticas de preços tendem a desencadear reformulações de estra- tégias. Sempre que houver mudanças em uma ou várias dessas áreas, o replanejamento da estratégia logística precisa ser estudado. A seguir, examinaremos alguns dos princípios e conceitos da logística que são úteis na formulação de estratégias. Diretrizes para a Formulação de Estratégias Muitos dos princípios e conceitos que orientam o plane- jamento logístico são decorrência da natureza especial das atividades logísticas, principalmente o transporte. Outros são resultado de fenômenos econômicos e de mercado gerais. Todos eles proporcionam insight quan- to a qual deve ser a estratégia logística e estabelecem o cenário para uma análise mais detalhada. Vários deles serão agora delineados e demonstrados. Conceito de Custo Total Constitui peça central para o escopo e o projeto do sis- tema logístico a análise de compensação (trade-off), que leva ao conceito do custo total. A compensação do custo é o reconhecimento de que os padrões de custos das várias atividades da empresa freqüentemente reve- lam características que as colocam em conflito mútuo. Gerencia-se esse conflito medianteum equilíbrio entre as atividades de maneira a que sejam coletivamente oti- mizadas. A Figura 2-5, por exemplo, mostra que quan- do se escolhe um serviço de transporte, o custo direto desse serviço e o efeito indireto do custo sobre os níveis de estocagem no canal logístico – decorrentes dos dife- rentes índices de desempenho dos transportadores – es- tão em conflito mútuo. A opção econômica mais ade- quada ocorre no ponto em que a soma de ambos os cus- tos é mais baixa, como é mostrado pela linha pontilha- da na Figura 2-5. Escolher um serviço de transporte com base nas ta- rifas mais baixas ou na promessa de maior rapidez nem sempre é o melhor método. Portanto, a questão básica na logística é a da gestão do conflito de custos. Sempre que houver substanciais conflitos de custos entre ativi- dades, será necessário gerenciá-los de maneira coorde- nada. A rede, como se descreveu anteriormente, incor- FIGURA 2-5 Conflito generalizado entre custos de transporte e de esto- que como uma função das características de serviços de transporte. C us to Ferroviário Rodoviário Aéreo Custo total Custo de estoque (inclui estocagem e trânsito local) Custo do serviço de transporte Serviço de transporte (maior rapidez e confiabilidade) _Ballou/Ronald_02 18.09.06 10:20 Page 57 58 PARTE I • INTRODUÇÃO E PLANEJAMENTO pora a maior parte dos potenciais conflitos de custos re- levantes para a logística. O conceito do custo total se aplica a algo bem mais abrangente que o problema da seleção do serviço de transporte. Exemplos adicionais de problemas logísti- cos, em que uma compensação de custos é a melhor in- dicação, são mostrados na Figura 2-6. O problema da determinação do nível de serviço ao cliente está ilustra- do na Figura 2-6(a). Quanto melhor for o nível dos ser- viços prestados aos clientes, menor será o número de clientes perdidos em decorrência de situações de falta de estoque, entrega lenta e inconfiável, e atendimento inadequado de pedidos. O custo das vendas perdidas di- minui com a melhoria dos serviços. Contrabalançar o custo das vendas perdidas é o custo da manutenção do nível do serviço. Serviços melhorados normalmente significam que se deve pagar mais pelo transporte, pro- cessamento de pedidos e níveis de estocagem. A melhor compensação ocorre num ponto ligeiramente abaixo do serviço 100% ao cliente (serviço perfeito). A Figura 2-6(b) apresenta as considerações econô- micas básicas na determinação do número de pontos de estocagem em uma rede logística. Quando os clientes compram em pequenas quantidades e os pontos de esto- cagem são reabastecidos em grandes quantidades, o custo do transporte a partir dos pontos de estocagem su- pera os custos de entrada e por isso os custos do trans- porte diminuem quando o número de pontos de estoque é aumentado. À medida, porém, que aumenta o número de pontos de estocagem, o nível de estoque para o con- junto da rede cresce e os custos de estoques igualmente são majorados. Mais ainda, o nível de serviços ao clien- te é afetado por esta decisão. O problema consiste em equilibrar os custos combinados de estoque-transporte em comparação com a contribuição que o nível de ser- viços proporcionados ao cliente para a lucratividade. A Figura 2-6 (c) ilustra o problema de estabelecer o nível do estoque de segurança. Como o estoque de segu- rança aumenta o nível médio dos estoques e afeta o ní- vel dos serviços aos clientes por meio da disponibilida- de do estoque, o custo das vendas perdidas diminui. Au- mentar o nível médio dos estoques aumentará o custo de manutenção do estoque. Os custos de transporte perma- necem relativamente intocados. Outra vez, busca-se um equilíbrio entre esses custos conflitantes. Por fim, a Figura 2-6(d) mostra os aspectos básicos de um problema de programação multiprodutos. Os custos de produção são afetados pela seqüência em que FIGURA 2-6 Algumas compensações logísticas generalizadas. Custo em vendas perdidas C us to s 0 0 Serviço ao cliente aperfeiçoado 100% (a) Determinação do nível de serviços ao cliente Custos totais Custos de transporte, processamento de pedidos e estocagem C us to s 0 0 0 (b) Determinação do número de armazéns em um sistema logístico Aumento do número de pontos de estocagem Rendimento R en di m en toCustos totais Custos de estoque Custos do transporte C us to s 0 0 (c) Estabelecendo níveis de estoques de segurança Nível médio da estocagem Custos totais Custos da manutenção de estoques Custos com vendas perdidas C us to s 0 0 Custos totais Custos de transporte dos estoques (d) Estabelecendo a seqüência de rodadas de produção para itens múltiplos Tamanho de lote de produto e alternativas de seqüenciamento de produto Custos de produção _Ballou/Ronald_02 18.09.06 10:20 Page 58 CAPÍTULO 2 • ESTRATÉGIA E PLANEJAMENTO DA LOGÍSTICA/CADEIA DE SUPRIMENTOS 59 as mercadorias são produzidas e pelos tamanhos dos lo- tes. À medida que se altera a seqüência de produção, os custos de estocagem aumentam, pois os pedidos não chegarão necessariamente no tempo ótimo para a repo- sição de estoques desfalcados. O efeito disto é aumentar o nível médio da estocagem. A melhor seqüência de produção e de tamanho de lote são encontradas no pon- to em que os custos combinados de produção e estoca- gem podem ser minimizados. Esses exemplos ilustram o conceito de custo total da maneira como aplicado aos problemas internos da empresa e especificamente aos problemas logísticos. Surgem, porém, ocasiões em que decisões tomadas por uma empresa num canal de distribuição afetam os cus- tos logísticos de outra firma. As políticas de estoque de um comprador, por exemplo, afetam tanto os custos de estoque do remetente quanto os custos operacionais do transportador. Nesse caso, faz-se necessário ampliar os limites do sistema além da própria função logística da empresa, quando possível englobando várias empresas. Desta forma, a equação do custo total seria expandida, e o escopo do processo gerencial ultrapassaria os limites legais da empresa. A conclusão é que o conceito do custo total, ou, alter- nativamente, do sistema total, não tem limites transparen- tes. Embora seja possível argumentar que sempre há um ponto em que todas as atividades do sistema econômico são economicamente relacionadas ao problema logístico da empresa, a tentativa de avaliar todas as variadas com- pensações de custos que podem relacionar-se a qualquer problema decisório é inútil. Fica para a capacidade de de- cisão da administração o julgamento sobre os fatores a serem considerados relevantes e a decisão de incluí-los na análise. Isso define se a análise de custo total incluirá apenas fatores no âmbito da função logística como a de- finimos, ou se a análise deverá ser ampliada para incluir outros fatores sob o controle da empresa e mesmo outros que ficam além do controle imediato da empresa, como ocorre no todo da cadeia de suprimentos. O conceito de custo total é a compensação de todos os custos que estão em conflito mútuo de custos e que podem afetar o resul- tado de uma determinada decisão logística. Aplicação Um dos maiores conglomerados do setor de produtos do mar construía uma gigantesca instalação de arma- zenagem em St. Louis. O fator principal na opção por aquele ponto fora justamente a sua localização, espe- cialmente apropriada para minimizar os custos com o transporte. No entanto, um estudo paralelo que in- cluiu os efeitos da consolidação dos estoques sobre os custos do transporte mostrou que a melhor localiza- ção para o armazém seria mesmo em Chicago. Essa análise mais abrangente comprovou diferenças de custos tão acentuadas que a companhia vendeu o ar- mazém pretendido, já parcialmente construído, e transferiu a estocagem para Chicago. Distribuição Diferenciada Nem todos os produtos devem ter o mesmo nível em matéria de serviços aos clientes. Esse é um princípio fundamental do planejamento logístico. Exigências di- ferenciadas de serviços aos clientes, características di- ferenciadasde produtos e níveis diferenciados de ven- das entre os múltiplos itens que uma empresa normal distribui indicam a conveniência da adoção de estraté- gias múltiplas de distribuição para a linha de produtos. Muitos gerentes têm feito uso desse princípio quando classificam seus produtos em um número limitado de grupos, como alto, médio e baixo volume de vendas, aplicando então um nível diferenciado de estoque a ca- da um deles. Em menor extensão, o princípio é igual- mente aplicável à locação dos estoques. Quando uma empresa armazena todos os produtos em todas as suas instalações de estocagem, pode estar fazendo isso para simplificar a administração, mas o fato é que essa é uma estratégia que não leva em conta as diferenças ine- rentes entre produtos e seus custos, o que, por sua vez, conduz a custos de distribuição mais altos do que os necessários. Uma estratégia melhorada deveria, em primeiro lu- gar, diferenciar os produtos que exigem transporte pós- armazenagem daqueles que é preciso despachar direta- mente aos clientes a partir de fábricas, vendedores ou outros pontos de origem. Porque a estrutura de tarifas de transporte induz os embarques em volumes propor- cionais a veículos lotados, os produtos deveriam ser di- vididos primeiramente de acordo com o tamanho do embarque. Os clientes que fazem pedidos em quantida- des de alto volume deveriam ser atendidos diretamente, ficando o atendimento de todos os demais para ser feito a partir de armazéns. Do volume restante das vendas, os produtos deve- riam ser diferenciados por localização. Ou seja, os itens de alto giro deveriam ser postos nos armazéns de cam- po situados nos pontos mais remotos do canal de distri- buição. Itens de médio volume deveriam ser postos em um número menor de localizações regionais. Os itens de baixo giro deveriam ser postos apenas em pontos de estocagem centralizados, como as fábricas. Como resul- tado, cada ponto de estoque poderia conter um mix dife- renciado de produtos. _Ballou/Ronald_02 18.09.06 10:20 Page 59 154 PARTE III • ESTRATÉGIA DO TRANSPORTE OPÇÕES DE SERVIÇO ÚNICO Os cinco modais básicos de transportes oferecem servi- ços diretos aos usuários. Isso ocorre em contraposição à utilização do “intermediador do transporte”, por exem- plo, o despachante de cargas, que vende serviços de transporte mas normalmente tem pouca ou nenhuma ca- pacidade de movimentação direta. O serviço de modal exclusivo também faz contraste com aqueles que envol- vem dois ou mais modais independentes de transporte. Ferroviário A ferrovia é basicamente um transportador de longo curso e de baixa velocidade para matérias-primas (car- vão, madeira, produtos químicos) e para produtos ma- nufaturados de baixo custo (alimentos, papel e produtos florestais), e prefere mover cargas completas. Em 1999, a viagem média foi de 712 milhas,3 à velocidade média de 20 milhas por hora.4 A distância média diária percor- rida por vagão foi de 64 milhas por dia em linha de transporte.5 Essa velocidade relativamente baixa e a cur- ta distância diária percorrida refletem o fato de que a maior parte (86%) do tempo em trânsito é empregada em operações de carga e descarga, movendo-se de um lugar a outro dentro dos terminais, classificação e mon- tagem de vagões nos trens, ou no tempo ocioso caracte- rístico das temporadas de baixa demanda dos vagões. O serviço ferroviário existe em duas formas legais, comum ou privada. Um transportador comum, ou públi- co, vende seus serviços a todos os embarcadores e é normatizado pelos regulamentos econômicos6 e de se- gurança das agências governamentais com ingerência sobre o setor. Os transportadores privados, de sua parte, servem exclusivamente aos respectivos proprietários. Devido ao escopo limitado das suas operações, os trans- portadores privados não necessitam de regulamentação econômica. O movimento ferroviário é quase totalmen- te público. O serviço ferroviário comum é principalmente de carga completa (CL – carload). Esta diz respeito a um tamanho predeterminado de embarque, normalmente próximo ou excedente à capacidade média do vagão, sendo-lhe aplicada uma taxa estabelecida. É possível oferecer uma taxa por cwt para múltiplas CLs (equiva- 3 Rosalyn A . Wilson, Transportation in America 2000, 18ª ed. (Washington, DC: ENO Transportation Foundation, 2000), pág. 51. 4 Statistical Abstract of the U.S.: 2000, pág. 695. 5 Statistical Abstract of the U.S.: 1989, pág. 606. 6 Pouca regulamentação econômica federal restou depois da aprovação da Lei Ferroviária Staggers, de 1980, que promoveu a desregulamentação econô- mica do transporte ferroviário. Existem ainda algumas regulamentações go- vernamentais no âmbito dos Estados norte-americanos. _Ballou/Ronald_06 18.09.06 10:35 Page 154 CAPÍTULO 6 • FUNDAMENTOS DO TRANSPORTE 155 lente a 100 libras, ou 45,36 kg) mais barata que a taxa de carga fracionada (LCL – less than carload), reflexo do menor tempo de manobras necessário para embar- ques de grandes volumes. Atualmente quase todo o transporte ferroviário é feito na modalidade CL, o que reflete a tendência pelo movimento de grandes volu- mes. Vagões de carga maiores, com uma capacidade média de 83 toneladas, estão sendo usados, havendo igualmente trens de mercadoria única (trens unitários) de 100 ou mais vagões que oferecem reduções de 25 a 40% em relação às tarifas CL em fretes exclusivos. As ferrovias oferecem uma diversidade de serviços especiais aos embarcadores, desde o transporte de gra- néis como carvão e cereais até vagões especiais para produtos refrigerados e automóveis novos, que exigem cuidados e equipamentos diferenciados. Há também serviços especiais como o de urgência com garantia de entrega em um determinado número de horas; inúmeros privilégios em escalas, que permitem carga e descarga parciais entre os pontos de origem e destino; coleta e entrega; distribuição e redespacho, que garantem rotei- rização em circuito e mudanças do destino final de um carregamento em pleno percurso. Rodoviário Em contraste com a ferrovia, o serviço rodoviário é o transporte de produtos semiprontos ou acabados com li- nha de alcance médio de 717 milhas para carga fracio- nada (LTL – less than truckload) e de 286 milhas para cargas completas (TL – truckload).7 Outro contraste é que as cargas rodoviárias têm sempre menor porte que as ferroviárias. Mais da metade dos carregamentos ro- doviários tem menos de 10.000 libras, ou volume LTL. As vantagens inerentes do transporte rodoviário são o serviço porta-a-porta, sem necessidade de carga ou des- carga entre origem e destino, transbordo esse inevitável nos modais ferroviário e aéreos; a freqüência e disponi- bilidade do serviço, e a velocidade e comodidade ine- rentes ao serviço porta-a-porta. Os transportes rodo e ferroviários mostram algumas distinções evidentes, embora em permanente concorrên- cia pela movimentação de inúmeros produtos iguais. Em primeiro lugar, além da classificação comum e privado dos transportadores, o transporte rodoviário oferece ain- da serviços contratados. Estes não precisam se preocu- par em servir a todos os embarcadores, ao contrário do que fazem os transportadores comuns. Os embarcadores fazem um arranjo contratual com a finalidade de conse- guir o serviço mais apto a atender a determinadas neces- sidades especiais do seu negócio sem incorrer nas despe- sas de capital e problemas administrativos relacionados com a propriedade privada de uma frota de caminhões. Em segundo lugar, pode-se considerar que os cami- nhões tenham menor capacidade de transportar todos os tipos de cargas em comparação com os trens, em função de normas de segurança rodoviárias que limitam as di- mensões e o peso dos fretes. A maior parte desses fretes não pode ter comprimento igual ao do caminhão padrão – que fica entre 40 e 53 pés (12,20 e 16,15 metros) –, com exceção da carreta dupla ou tripla, nem largura e altura superior a 8 pés (2,43 metros), a fim de garantir passagem livre em todos os tipos de rodovias. Há equi- pamentos especialmente projetadosque conseguem transportar cargas de dimensões fora dos padrões. Em terceiro lugar, o transporte rodoviário propor- ciona entrega razoavelmente rápida e confiável para fre- tes tipo LTL. O carreteiro precisa completar apenas uma carga antes de dar-lhe seguimento, ao contrário da em- presa de transporte ferroviário que não pode pensar em partir antes de completar um trem de 50 ou mais va- gões. Na comparação final, então, o transporte rodoviá- rio tem uma vantagem em qualidade e possibilidade de serviços no mercado das cargas de menor porte. Aéreo O transporte aéreo passa a ser levado em consideração por um número crescente de embarcadores como o servi- ço regular, embora suas taxas sejam mais de duas vezes superiores às do transporte rodoviário e 16 vezes mais ca- ras que as do transporte ferroviário. O grande atrativo do transporte aéreo é a sua inigualável rapidez origem-desti- no, principalmente em grandes distâncias. O trecho mé- dio do transporte aéreo é de 1.001 milhas.8 Jatos comer- ciais têm velocidade de cruzeiro de 545 a 585 milhas por hora, embora a velocidade média aeroporto-a-aeroporto fique em torno da metade dessa velocidade de cruzeiro devido ao tempo de taxiamento e espera em cada aero- porto e também àquele necessário para ascender e retor- nar da altitude de cruzeiro. Essa velocidade, porém, não é diretamente comparável com a de outros modais, pois os tempos de coleta e entrega, e também de manobras em terra, não estão incluídos. Todos esses elementos preci- sam ser combinados para representar o tempo porta-a- porta do transporte aéreo. Como o manuseio e movimen- to terrestres são os elementos mais lentos do tempo de entrega total porta-a-porta, é possível reduzir a tal ponto o tempo geral de entrega que uma eficientíssima opera- ção rodoviária ou ferroviária chegue a equiparar-se ao tempo do transporte aéreo. Claro que tudo isso varia caso a caso. 7 Transportation in America 2000, pág. 51. 8 Ibid. _Ballou/Ronald_06 18.09.06 10:35 Page 155 156 PARTE III • ESTRATÉGIA DO TRANSPORTE A confiabilidade e disponibilidade do serviço aéreo podem ser qualificadas como boas sob condições opera- cionais normais. A variabilidade do tempo de entrega é baixa em valores absolutos, embora o serviço aéreo se- ja extremamente sensível em termos de manutenção mecânica, condições do tempo e congestionamento de tráfego. A variabilidade, quando comparada com os tempos médios de entrega, chega a qualificar o trans- porte aéreo como um dos modais menos confiáveis. A capacidade do serviço aéreo tem sofrido enormes restrições em decorrências das dimensões físicas do es- paço de carga e limitações de potência das aeronovaes. Isto, contudo, vai sendo contornado e superado à medi- da que aviões de maior capacidade e potência entram em serviço. Aviões “jumbo” como o Boeing 747 e o Lockheed 500 (versão comercial do aparelho militar C5A) transportam de 125 a 150 toneladas de carga. Os custos por tonelada-milha, porta-a-porta, poderão bai- xar para menos da metade dos níveis atuais em função dos benefícios representados por novas tecnologias, pe- la desregulamentação e pelos programas de aperfeiçoa- mento da produtividade. Uma vez tudo isto integral- mente resolvido, o transporte aéreo será um sério con- corrente das formas de serviço de transportes de super- fície premium. O transporte aéreo tem uma vantagem adicional em termos de perdas e danos. Conforme um estudo já clás- sico de Lewis, Culliton e Steele,9 o quociente entre cus- tos de reclamações e receita dos fretes ficava em 60% do apresentado pelos transportes rodo/ferroviários. De maneira geral, o transporte aéreo necessita embalagem menos protetora se o manuseio em terra não representa exposição maior a danos que na fase de trânsito, e os roubos em aeroportos não são excessivos. O serviço de transporte aéreo existe nas formas le- gais comuns, contratado e privado. Existem sete tipos de serviço aéreo direto: 1) transportadores de carga geral de linha*; 2) transportadores de carga geral (cargo); 3) li- nhas aéreas regionais; 4) transportadores suplementares; 5) táxi aéreo; 6) linhas aéreas comutadoras; 7) empresas internacionais. São mais de uma dezena as empresas aé- reas operando atualmente nas rotas mais movimentadas do mercado norte-americano. Essas empresas oferecem serviço de carga concomitante às suas operações nor- mais de passageiros. Todas as empresas de carga aérea são somente transportadoras comuns (apenas carga). O serviço é concentrado à noite, com tarifas em média 30% menores que as dos transportadores de carga geral de linha. O transporte aéreo regional de carga oferece “conexão” com transportadores nacionais para centros urbanos de menor população, serviços esses tanto de carga quanto de passageiros. Transportadores suplemen- tares (charter) operam de maneira semelhante aos trans- portadores de carga geral de linha, com exceção da au- sência de serviços regulares. Linhas aéreas comutadoras são semelhantes a empresas de serviços locais que “ocu- pam” as linhas abandonadas pelas grandes empresas desde a desregulamentação. Em geral, há mais aviões de pequeno porte em operação do que aqueles para trans- portadores de carga geral. Os táxis aéreos são aparelhos menores, principalmente helicópteros e pequenos aviões de asas fixas, oferecendo serviços de passageiros e carga entre as áreas suburbanas e os aeroportos. A maior parte desses serviços opera sem cronogramas fixos. Os trans- portadores internacionais movimentam cargas e passa- geiros para além das fronteiras nacionais. Aquaviário Os serviços de transporte aquaviário têm escopo limita- do por vários motivos. O serviço nacional é confinado ao sistema interno de vias aquáticas, que exige, nos EUA, que os embarcadores sejam localizados nas res- pectivas vias ou que utilizem outro modal de transporte em combinação com o hidroviário. Além disso, o servi- ço hidroviário é em média geral mais lento que o ferro- viário. A velocidade média do sistema hidroviário do rio Mississippi, por exemplo, fica entre 5 a 8 milhas por ho- ra, dependendo do itinerário. A extensão média da linha de transporte é de 481 milhas nos rios, 507 milhas nos Grandes Lagos e de 1.648 milhas ao longo das costas dos EUA.10 A confiabilidade e disponibilidade do servi- ço hidroviário dependem principalmente das condições do tempo. O movimento nas vias aquáticas na região Norte dos EUA durante o inverno é impossível, e inun- dações e secas podem interromper o serviço em outras épocas. É muito grande a capacidade disponível em ma- téria de transporte hidroviário, com a capacidade de transporte de 40 mil toneladas, havendo também navios com dimensões padronizadas de 26 por 275 pés e 35 por 195 pés. Capacidade e manuseio vão sendo incrementa- dos à medida que os navios de carga de grande calado se desenvolvem, enquanto aperfeiçoamentos e progressos tais como a navegação por satélite e radar, batímetros aperfeiçoados e pilotagem automática contribuem para um serviço com pontualidade cada vez maior. Os serviços aquaviários são fornecidos em todas as formas legais, e a maioria dos produtos transportados 9 Howard T. Lewis, James W. Culliton, and Jack W. Steele, The Role of Air Freight in Physical Distribution (Boston: Division of Research, Graduate School of Business Administration, Harvard University, 1956), pág. 82. * N. de R. T.: Refere-se às linhas aéreas de passageiro que também transpor- tam cargas. 10 Transportation in America 2000, pág. 51. _Ballou/Ronald_06 18.09.06 10:35 Page 156 CAPÍTULO 6 • FUNDAMENTOS DO TRANSPORTE 157 por essa via está desregulamentada. Além do transporte privado desregulamentado, cargas líquidas em granelei- ros e outras de grande volume, como carvão, areia e ce- reais, que perfazem acima de 80% do total de toneladas- milha transportado anualmente por hidrovia, são isen- tas. Além das commodities em grandes volumes, os transportadores aquaviários, especialmente os que tra- balham com transporte internacional, lidam com outros produtos altamente valorizados. Essas cargas sãotrans- portadas em contêineres11 e em navios porta-contêiner para reduzir o tempo de manuseio, facilitar o transbor- do intermodal e reduzir perdas e danos. Os custos em perdas e danos resultantes do trans- porte hidroviário são considerados baixos em relação aos de outros modais, pois o dano não é a maior das preocupações quando se trata de produtos de alto volu- me e reduzido preço, e as perdas derivadas de atrasos não são sérias (os compradores em geral mantêm gran- des estoques). Reclamações envolvendo transporte de bens de alto valor, como no transporte marítimo, são bem maiores (cerca de 4% da receita do transporte por mar). É necessário muito cuidado com a embalagem a fim de proteger os bens, especialmente contra os even- tuais danos causados por manejo inadequado durante as operações de carga e descarga. Dutovias O leque de serviços e capacidades do transporte duto- viário é ainda extremamente limitado. Os produtos cujo transporte por dutos é o mais viável são petróleo cru e seus derivados. Estão em marcha, no entanto, algumas experiências visando à movimentação de produtos sóli- dos suspensos em um líquido, um tipo de pasta fluida, ou contidos em cilindros que se moveriam numa cama- da líquida no interior do duto. Se inovações como essas se mostrarem economicamente viáveis, sem dúvida o serviço dutoviário passará por uma grande expansão. O problema é que já foram realizadas anteriormente expe- riências com carvão suspenso num líquido que não de- ram resultados favoráveis, em função da erosão registra- da nos dutos utilizados. A movimentação dos produtos via dutos é muito lenta, não passando de três a quatro milhas por hora. Em compensação, ela é do tipo 24 horas/dia, sete dias por semana, o que torna a velocidade efetiva bem maior quando comparada com a de outros modais. A capacidade dos dutos é alta, levando-se em conta que um fluxo de três milhas/hora num duto de 12 polega- das de diâmetro pode transportar 89 mil galões por hora. Em relação ao tempo em trânsito, o serviço duto- viário é o mais confiável de todos os modais, já que são quase nulas as interrupções causadoras de variabilidade desse tempo. O tempo não constitui fator significativo, e o equipamento de bombeamento é altamente confiá- vel. Além disso, a capacidade disponível de dutos é li- mitada tão-somente pelo uso que outros embarcadores possam estar fazendo no momento em que se precisar das instalações. Os danos e perdas dos produtos nos dutos são redu- zidos porque: 1) líquidos e gases não são sujeitos a da- nos em grau semelhante ao dos produtos manufaturados; 2) o número de riscos que podem afetar uma operação dutoviária é limitado. Há responsáveis por tais perdas e danos, quando ocorrem, pois os dutos têm normalmente o status de transportadores comuns, mesmo que em sua maioria sejam formalmente operadores privados. A fim de detalhar a qualidade dos serviços ofereci- dos pela indústria dos transportes, a Tabela 6-3 mostra uma cotação dos vários modais usando as quatro carac- terísticas de custo e desempenho estabelecidas no iní- cio desta seção. É necessário reconhecer que, sob cir- cunstâncias específicas de tipo de produto, distância percorrida pela carga, gerenciamento dos transportado- res, relações usuário-transportador e condições de tem- po, essa cotação pode sofrer alterações, podendo igual- mente não existir disponibilidade de serviços de deter- minados modais. SERVIÇOS INTERMODAIS Cresceu nos últimos anos a utilização do transporte de mercadorias em processos que utilizem mais de um mo- dal. Além dos óbvios ganhos econômicos que isso pro- porciona, o crescimento do transporte internacional tem sido um dos principais motores dessa mudança. A prin- cipal característica da intermodalidade é o livre inter- câmbio de equipamentos entre os diversos modais. Por exemplo, o contêiner que é a carga de um caminhão po- de ser embarcado e transportado em avião, ou o vagão ferroviário embarcado num navio com o uso de um guindaste. Semelhante intercâmbio de equipamentos cria serviços de transporte indisponíveis para o opera- dor que usa somente um único modal. Serviços coorde- nados normalmente são um comprometimento entre os operadores que oferecem serviços individualmente. Ou seja, os custos e as características de desempenho esta- rão classificados de acordo com aqueles de cada um dos modais participantes. 11 Contêineres são “caixas” padronizadas, normalmente medindo 8 × 8 × 10 pés, 8 × 8 × 20 pés, ou 8 × 8 × 40 pés, nos quais a carga é manejada como uma unidade, e que, como unidades, são facilmente transbordadas para ou- tros modais de transporte. _Ballou/Ronald_06 18.09.06 10:35 Page 157 158 PARTE III • ESTRATÉGIA DO TRANSPORTE Existem nada menos de dez combinações de serviços intermodais possíveis: 1) trem-caminhão; 2) trem-navio; 3) trem-duto; 4) caminhão-avião; 5) navio-avião; 6) ca- minhão-navio; 7) caminhão-duto; 8) navio-duto; 9) na- vio-avião; 10) avião-duto. Nem todas essas combinações são práticas. Algumas das que são viáveis ainda não con- quistaram a confiança do mercado. Apenas o rodoviário- ferroviário, ou piggyback, como os americanos batizaram essa combinação de semi-reboque com vagão platafor- ma, tem sido amplamente utilizado. As combinações na- vio-caminhão, apelidadas, também pelos norte-america- nos, de fishyback, estão conquistando espaço, principal- mente no transporte internacional de bens de alto valor. Em proporções bem menores, as combinações cami- nhão-avião e trem-navio têm se mostrado viáveis, embo- ra com utilização ainda muito limitada. Semi-reboque sobre Vagão O flatcar (TOFC = trailer on flatcar, ou ainda piggyback) é o transporte de semi-reboques em vagões plataforma ferroviários, normalmente em trajetos bem maiores que os normalmente cobertos em caminhão. O TOFC é uma combinação da conveniência e flexibilidade do transpor- te rodoviário com a economia da ferrovia em longos per- cursos. A taxa é normalmente mais baixa do que a exclu- sivamente rodoviária e tem permitido ao transporte pesa- do rodoviário inclusive expandir seu alcance econômico. De sua parte, a ferrovia consegue com isso atrair parte do transporte que, de outra forma, seria feito exclusivamen- te via rodoviária. O embarcador lucra com a conveniên- cia do serviço porta-a-porta de longa distância e taxas ra- zoáveis. Esses fatores todos se combinam para tornar o piggyback o mais procurado em matéria de serviços coor- denados. O número de vagões plataforma ferroviários transportando semi-reboques e contêineres teve um firme e notável aumento, de 554.000 em 1960 para 9.740.000 em 1996 (anualizados), ou 55% dos carregamentos ferro- viários.12 São cinco as modalidades de serviços TOFC ofere- cidas no mercado norte-americano, dependendo do pro- prietário do equipamento rodo e ferroviário e da estru- tura tarifária estabelecida. Esses planos são: • Plano I. As ferrovias transportam os semi-re- boques de transportadores rodoviários comuns. A conta é cobrada pelas empresas rodoviárias, ficando as ferrovias com um percentual ou co- brando uma taxa fixa pelo transporte dos semi- reboques. • Plano II. As ferrovias usam seus próprios semi- reboques e contêineres que são transportados em seus próprios vagões plataforma a fim de propor- cionar serviço porta-a-porta. As ferrorias contra- tam camioneiros locais para cuidar da coleta nos terminais de origem à entrega nos terminais de destino. Os embarcadores negociam apenas com as ferrovias e conseguem preços comparáveis aos fretes rodoviários comuns. • Plano II 1/4. Semelhante ao Plano II, exceto em que as ferrovias se encarregam da coleta ou da entrega, ou mesmo das duas operações. • Plano II 1/2. As ferrovias entram com os semi- reboques ou contêineres e os embarcadores se encarregam de movimentá-los a partir dos termi- nais ferroviários e em direção a eles. TABELA 6-3 Classificação relativa de modais de transporte por custo e características de desempenho operacionala Características de desempenho Tempo médio Variabilidade do tempo de entrega Modal de Custobde entregac Absoluta Percentual d Perdas e danos transporte 1 = maior 1 = mais rápido 1 = menor 1 = menor 1 = menor Ferroviário 3 3 4 3 5 Rodoviário 2 2 3 2 4 Aquaviário 5 5 5 4 2 Dutoviário 4 4 2 1 1 Aéreo 1 1 1 5 3 a Presume-se que o serviço esteja disponível. b Custo por tonelada-milha. c Velocidade porta-a-porta. d Taxa da variação absoluta do tempo de entrega em relação ao tempo médio de entrega. Fonte: Estimativas do autor quanto ao desempenho médio em uma variedade de circunstâncias. 12 “Intermodal Traffic Creeps Upward”, Daily Trucking ant Transportation News (July 24, 1996). _Ballou/Ronald_06 18.09.06 10:35 Page 158 CAPÍTULO 6 • FUNDAMENTOS DO TRANSPORTE 159 • Plano III. Os embarcadores ou transportadores podem colocar seus próprios semi-reboques ou contêineres – vazios ou carregados – em vagões plataforma por uma taxa fixa. A taxa cobre de rampa a rampa, ou seja, a coleta e entrega consti- tuem responsabilidade dos embarcadores. • Plano IV. Os embarcadores fornecem não ape- nas semi-reboques e contêineres, mas também o equipamento ferroviário indispensável a esse transporte. A ferrovia cobra uma taxa fixa pela movimentação dos vagões, vazios ou lotados. O pagamento à ferrovia é pelo uso das vias e pela força propulsora. • Plano V. Duas ou mais empresas de transporte rodoviário e ferroviário compartilham os custos do serviço TOFC. Cada uma pode contratar fretes para a outra, o que tem como resultado a amplia- ção do território em que a primeira delas normal- mente opera para as áreas que são servidas com exclusividade pela segunda – e vice-versa. Frete Conteinerizado Pela modalidade TOFC, o semi-reboque inteiro é trans- portado num vagão plataforma. Mas também é possível visualizar o semi-reboque de duas formas: 1) como um contêiner, ou caixa, em que a carga é embalada; 2) co- mo o chassis do semi-reboque. Em um serviço intermo- dal rodo-ferroviário é possível transportar apenas o se- mi-reboque, deixando-se de pagar pelo peso morto da subestrutura e dos rodados. Este serviço é chamado de contêiner no vagão plataforma (COFC – container-on- flatcar). O contêiner padrão é um equipamento transferível a todos os modais de transporte de superfície, exceto o du- toviário. Como o frete conteinerizado entre um remanejo oneroso de pequenas cargas no ponto de transferência in- termodal oferece uma capacidade de serviço porta-a-por- ta quando combinado com caminhão, os transportadores hidroviários usam navios porta-contêineres, que lhes dão condições de proporcionar as melhores combinações de serviços navio-caminhão. Esse tipo de serviço experi- menta constante expansão, especialmente em decorrên- cia da intensificação do comércio internacional. O contêi- ner é igualmente utilizável em combinações com serviços aéreos, sendo a mais promissora destas, até agora, o mis- to avião-caminhão. O contêiner é importante para o transporte aéreo porque os altos custos deste tornam proi- bitiva movimentação do chassis de um caminhão-rebo- que. A utilização de imensos contêineres no transporte aéreo é ainda limitada pelas próprias dimensões dos aviões disponíveis e pelo reduzido tamanho das cargas que os aviões normalmente comportam, mas, à medida que as tarifas do transporte aéreo continuarem baixando, principalmente em decorrência da entrada em serviço de aviões de carga cada vez maiores, o serviço coordenado avião-caminhão certamente irá experimentar uma grande e continuada expansão. A tarefa de coordenar os serviços de transporte vai depender do tamanho de contêiner adotado como pa- drão. Um contêiner grande demais para um reboque ou incompatível com o equipamento que a estes serve ine- vitavelmente excluirá a participção deste tipo de veícu- lo. O mesmo argumento serve para os demais modais. As dimensões-padrão dos contêiners são 8 × 8 × 20 pés e 8 × 8 × 40 pés. Ambas as medidas são compatíveis com o semi-reboque padrão, de 40 pés, e com a maioria dos outros modais. Observação A movimentação de carga em contêineres surgiu em 1956, quando Malcom McClean transportou os pri- meiros trailers de carga rebocados por um navio-tan- que da II Guerra Mundial que zarpou de Newark, No- va Jersey, para Houston, no Texas. Pouco depois disso, fez-se a primeira conversão de um navio de carga para acomodar engradados do tamanho de vagões em seu deque de carga. O serviço de contêineres expandiu-se a partir de então de Porto Rico para a Europa e o Ocea- no Pacífico. A idéia de McClean reduziu o tempo de manobra no terminal, os roubos nos portos e os custos dos seguros. Hoje, 75% do comércio norte-americano com o mundo são transportados em grandes contêine- res, e não mais nos engradados, tonéis, sacos e caixo- tes anteriormente empregados.13 13 “McClean Makes Containers Shipshape, 1956”, Wall Street Journal, No- vember 29, 1989, pág. B1. _Ballou/Ronald_06 18.09.06 10:35 Page 159 Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. DICA DO PROFESSOR Para consolidar seus estudos, apresenta-se, neste vídeo, as funções e funcionalidades do transporte, os modais de transportes, a classificação dos modais e, ainda, algumas dicas importantes. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! EXERCÍCIOS 1) (Enade - Prova de Administração, 2009) Você é consultor e estuda o mercado de esmagamento de soja no Brasil. Os produtos comercializados nesse mercado são farelo de soja e óleo vegetal. As plantações de soja estão espalhadas por todo o interior do país. A margem de lucro dos produtos é muito pequena, e a logística representa um custo significativo da operação. O transporte é feito via modal rodoviário e o volume de soja colhida é muito superior ao volume somado de farelo e óleo. Para ter um desempenho sustentável em longo prazo, é necessário que as empresas tenham: I. um grande volume de esmagamento; II. proximidade de centros de plantação de soja; III. frota de transporte próprio; IV. localização perto de uma grande capital metropolitana; Estão CORRETAS somente as afirmativas: A) I e III. B) II e III. C) I e II. D) III e IV. E) I e IV. (Enade - Prova de Administração, 2009) Uma empresa está formulando diretrizes para o transporte do produto, referenciando-se no custo total. Com base na figura, identifique o argumento CORRETO. 2) A) O uso de transporte ferroviário acarreta um custo maior de estocagem. B) O transporte ferroviário é o de maior custo dentre os demais. C) O uso do transporte aéreo implica um maior custo de estocagem. D) O transporte rodoviário apresenta um custo de transporte maior que o aéreo. E) Os transportes aéreo e rodoviário possuem os menores custos de transporte. 3) (Petrobras - Engenheiro(a) de Produção Júnior, 2014) O quadro apresenta o resultado de uma pesquisa de satisfação, em relação ao modo de transportes de uma determinada região, com o total de pessoas para cada situação. De acordo com os dados dessa pesquisa, marque a alternativa CORRETA em que a probabilidade de uma pessoa: A) utilizar o modo rodoviário é de 53,3% e de utilizar o modo rodoviário e estar satisfeita é de 20%. B) utilizar o modo ferroviário é de 30% e de utilizar o modo ferroviário e estar satisfeita é de 16,7%. C) utilizar o modo rodoviário é de 63,3% e de utilizar o modo rodoviário e estar satisfeita é de 33,3%. D) estar satisfeita é de 63,3%. E) utilizar o modo ferroviário é de 36,7%. 4) (Enade - Tecnologia em logística, 2012) Normalmente, o transporte é o elemento que mais impacta os custos logísticos de uma empresa, chegando a absorver, em média, dois terços desses custos. A administração da atividade de transporte envolve a escolha do modal de transporte mais adequado em função de suas vantagens e desvantagens para cada situação. (BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2006. Adaptado). A respeito de modais detransporte, avalie as informações a seguir: I. O modal aéreo é veloz e caro, apresentando uma relação desempenho versus custo viável, quando se trata do envio de cargas de alto valor agregado. II. O modal rodoviário caracteriza-se pela baixa flexibilidade, sendo utilizado para complementar o transporte entre os pontos de embarque e desembarque. III. O modal ferroviário apresenta leadtimes lentos, baixo custo de frete, e flexibilidade e capilaridade baixas com os destinos fixos. IV. O modal hidroviário é o transporte que utiliza o meio aquático para a movimentação de cargas e passageiros. É CORRETO apenas o que se afirma em: A) I e II. B) I e IV. C) II e III. D) I, III e IV. E) II, III e IV. (Brasil Escola. Exercícios sobre transporte rodoviário) 5) A matriz de transporte é diversificada, sendo que cada modalidade apresenta pontos positivos e negativos. Marque a alternativa que indica uma das maiores vantagens do transporte rodoviário. A) Ele apresenta baixos custos para viagens de longas distâncias. B) A construção e a manutenção das rodovias possuem baixos valores. C) Ele é dinâmico e ágil, sendo muito prático para percorrer pequenas distâncias. D) Sua capacidade de transporte de carga é bem maior se comparada às outras modalidades. E) A manutenção dos veículos é inexistente. NA PRÁTICA Observe como as empresas fazem a escolha de seus modais de transporte e quais critérios são utilizados na prática. Acesse o link e conheça mais sobre a gestão de transportes em indústrias de pequeno e médio porte no Brasil. Gestão do transporte em indústrias de pequeno e médio portes no Brasil: o que este tipo de embarcador deseja? Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! SAIBA MAIS Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Conheça os principais tipos de modais de transporte de cargas Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! O TRANSPORTE DE CARGAS NO BRASIL E SUA IMPORTÂNCIA PARA A ECONOMIA Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!