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A IMPORTÂNCIA DA SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINAS PARA QUADROS DE DEPRESSÃO REFRATÁRIA Orientador(a): Fernanda Vieira Wruca 2024 1- INTRODUÇÃO A depressão refrataria é uma forma persistente da depressão, quando não há respostas para tratamentos convencionais, como por exemplo: psicoterapia e antidepressivos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 5% da população mundial sofre de depressão, e aproximadamente 30% dos casos podem evoluir para a forma refratária. Os sintomas variam desde tristeza profunda, perda de interesse em atividades diárias, até fadiga crônica, alterações no apetite e sono, e pensamentos suicidas (que é o mais perigoso). A falta de resposta a tratamentos convencionais reforça a importância de abranger para outros tratamentos, como a suplementação de vitaminas. Deficiências nas vitaminas B12, D e folato têm sido associadas a desequilíbrios no humor e no comportamento, agravando quadros depressivos. 1- INTRODUÇÃO A relação entre a suplementação vitamínica e a depressão refratária está ligada à capacidade dessas vitaminas em modular processos neurológicos e imunológicos. O folato e a vitamina B12 atuam na metilação do DNA, processo crucial para a expressão de genes relacionados à função cerebral. Além disso, a suplementação adequada pode otimizar a resposta dos pacientes a antidepressivos, melhorando a eficácia dos tratamentos e oferecendo uma nova perspectiva para o manejo da depressão refratária. 2- OBJETIVOS Investigar as deficiências vitamínicas mais comuns em pacientes com depressão refratária. Avaliar a literatura científica sobre os efeitos da suplementação vitamínica no tratamento da depressão. Propor um protocolo de suplementação baseado nos achados de deficiências e suas possíveis relações com os sintomas depressivos. 3- MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi de natureza bibliográfica, com revisão sistemática de estudos clínicos, ensaios controlados randomizados e meta-análises que abordaram o impacto da suplementação vitamínica em quadros de depressão, com foco na refratária. Foram incluídos estudos realizados nos últimos 10 anos, com amostras de pacientes diagnosticados com depressão refratária e que apresentaram intervenções com suplementação vitamínica. Excluímos estudos com amostras pequenas, sem controle rigoroso ou que não abordassem diretamente a questão das deficiências vitamínicas. 4 - RESULTADOS A suplementação com vitamina D, por exemplo, tem demonstrado melhorar os sintomas depressivos em pacientes com níveis insuficientes dessa vitamina, especialmente em casos com comorbidades como a síndrome da fadiga crônica. Já a vitamina B12, crucial para a produção de serotonina e dopamina, também teve resultados promissores na melhoria dos sintomas depressivos. 5- DISCUSSÃO Possíveis Mecanismos de Ação As vitaminas do complexo B são essenciais para a síntese de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina, que estão diretamente envolvidos no controle do humor. Já a vitamina D influencia a expressão de genes relacionados ao sistema imunológico e à neuroplasticidade, o que pode contribuir para a redução dos sintomas depressivos. Implicações Clínicas A suplementação de vitaminas deve ser considerada uma estratégia complementar no manejo de pacientes com depressão refratária. Ela não substitui tratamentos tradicionais, como os antidepressivos e psicoterapia, mas pode ser uma alternativa viável para potencializar os resultados terapêuticos, especialmente quando existem deficiências detectáveis. 6- CONCLUSÃO Conclusão Principal A pesquisa indica que a suplementação de vitaminas pode ter um papel importante no tratamento da depressão refratária, especialmente em casos onde deficiências nutricionais são identificadas. No entanto, mais estudos clínicos rigorosos são necessários para estabelecer protocolos de tratamento mais precisos. Recomendações É fundamental que os profissionais de saúde considerem a avaliação nutricional como parte do tratamento de pacientes com depressão refratária, podendo incluir a suplementação vitamínica de maneira individualizada. REFERÊNCIAS 1 Machado-Vieira R, Salvadore G, Diazgranados N, Zarate CA. Ketamine and the next generation of antidepressants with a rapid onset of action. Pharmacol Ther. 2009;123(2):143-50. 2 Fava M. 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