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O determinante dela é dado por: det(A) = cos(θ) cos(θ) – sen(θ)(–sen(θ)) det(A) = cos2(θ) + sen2(θ) = 1 onde essa última igualdade é uma identidade trigonométrica fundamental. Veja, na Figura 1, alguns vetores dessa forma. 2.221.81.61.41.210.80.60.40.20–0.2–0.4–0.6–0.8–1–1.2–1.4–1.6–1.8–2 1.6 1.4 1.2 1 0.8 0.6 0.4 0.2 –0.2 –0.4 –0.6 –0.8 –1 90º 45º Figura 1. Representação de vetores com coordenadas determinadas por valores de seno e cosseno. A matriz do exemplo anterior é de rotação. Ainda é possível ver a relação entre dependência e independência linear e geometria. Para encerrar este tópico, veja, ainda, um teorema apresentado em Ni- cholson (2015). Um conjunto de vetores { } em ℝn é linearmente dependente se, e somente se, pelo menos um dos vetores pode ser escrito como combinação linear dos demais. 9O espaço vetorial ℝn: dependência e independência linear Combinações lineares e geometria Na seção anterior, você estudou sobre a relação entre matrizes invertíveis, sistemas lineares e independência linear de conjuntos de vetores. Agora, você terá maior contato com a geometria dos espaços ℝn e algumas de suas relações com conjuntos geradores, dependência e independência linear. Em continuação ao tópico anterior, um corolário imediato daquele teorema pode ser enunciado como em Nicholson (2015). Corolário: sejam u→ e v→ vetores não nulos em ℝ3 ou ℝ2, então: 1. {u→, v→} é linearmente dependente se, e somente se, os vetores são paralelos; 2. {u→, v→} é linearmente independente se, e somente se, os vetores não são paralelos. Esse simples resultado pode nos ajudar a estabelecer alguns testes muito úteis para a compreensão de algumas propriedades geométricas. No plano euclidiano, por exemplo, é muito importante conhecer quando dois vetores são paralelos. Veja o exemplo a seguir. Considere os vetores v1 = , v2 = –1 2 10 –20 Eles são paralelos? Podemos verificar, por inspeção direta, se existe α ∈ ℝ, tal que v1 = αv2 . Por outro lado, pelos resultados estudados até este ponto, sabemos que tais vetores são paralelos se, e somente se, forem linearmente dependentes. E eles assim serão se o determinante da matriz a seguir for igual a zero: A = –1 10 2 –20 Temos: det(A) = –1 × (–20) – (2 × 10) = 20 – 20 = 0 Logo, os vetores são, de fato, paralelos. Observe que, em ℝ3 não podemos utilizar determinante para verificar a condição de paralelismo. O espaço vetorial ℝn: dependência e independência linear10 Uma consequência importante desse corolário é a possibilidade de deter- minar se duas retas em ℝ2 são paralelas ou não, com o simples cálculo de um determinante. Em ℝ3, temos algumas possibilidades quanto à geometria de espaços gerados. Conjuntos com um único vetor não nulo dão origem a retas em ℝ3. Conjunto com dois vetores linearmente independentes geram, como su- bespaços, planos em ℝ3. Por fim, conjuntos com três vetores linearmente independentes geram o próprio espaço ℝ3. Unindo essa informação com a ideia de que, em transformações matriciais, as colunas geram o espaço imagem, podemos determinar a geometria do espaço imagem por meio da dependência ou independência linear dos vetores coluna da matriz da transformação. Veja o exemplo a seguir. Considere a matriz: A = 4 1 5 –7 5 –2 9 –3 6 Qual a geometria do espaço imagem dessa transformação: reta, plano ou todo o espaço? Um primeiro teste que podemos fazer é o cálculo do determinante da matriz. Se o determinante for diferente de zero, as colunas serão linearmente independentes e, portanto, gerariam o espaço. Obtemos que o determinante da matriz é igual a zero. Logo, as colunas não são linearmente independentes, e existem números a, b, c ∈ ℝ, não todos nulos, que sejam solução do sistema: 4a + b + 5c =0 –7a + 5b – 2c = 0 9a – 3b + 6c =0 Resolvendo esse sistema linear, pelo método de eliminação gaussiana, por exemplo, obtemos a solução a = 1, b = 1, c = –1 Temos, portanto: 1 + 1 – 1 = 4 –7 9 1 5 –3 5 –2 6 0 0 0 11O espaço vetorial ℝn: dependência e independência linear