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1ºAula
Comunicação e linguagem
Prezado (a) aluno (a),
Em nossa primeira aula, iremos retomar uma reflexão acerca da 
comunicação e da linguagem, temas de grande relevância, com os quais 
certamente já teve contanto durante sua trajetória escolar, buscando 
reconhecer a importância de cada uma delas em nosso cotidiano, seja 
pessoal ou profissional.
Para que sua aprendizagem seja satisfatória/excelente, sugerimos 
que leia sempre a página inicial de cada Aula, bem como seus objetivos 
para programar e organizar seus estudos. Lembre-se ainda de que a 
Linguagem é uma área na qual você precisará fazer da pesquisa uma 
companheira constante em sua caminhada.
Ah...lembrando, você é o protagonista de sua aprendizagem! 
Portanto, conto com a sua participação ativa!
Bons estudos!
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
• refletir, analiticamente, sobre a linguagem como um fenômeno psicológico, educacional, social, histórico, cultural, 
político e, sobretudo, ideológico;
• desenvolver e manter uma visão teórico-aplicada sobre algumas das principais teorias adotadas nas investigações e 
nos usos da linguística em textos conversacionais;
• perceber a língua como o maior instrumento da prática social (níveis de linguagem) e como a forma mais elaborada 
das manifestações culturais e/ou abordagem intercultural.
Objetivos de aprendizagem
127
Linguagem e Argumentação 8
Durante os estudos desta aula, sugerimos que deixe em local de fácil 
acesso um caderno ou utilize editores de textos (como o Word ou o 
Bloco de notas, por exemplos) para anotar observações, re exões e 
conceitos-chave sobre os conteúdos aqui disponibilizados. Dentre 
suas anotações, é importante que faça mapas mentais ou esquemas 
que o ajudem a retomar os conteúdos em outros momentos. Com 
isso, conseguirá entender melhor o contexto geral sobre comunicação 
e linguagem.
Bons estudos!
1 - Breve reflexão sobre comunicação. 
2 - Processo de comunicação: um panorama teórico
3 - Linguagem, sociedade e interação humana
Seções de estudo
1 - Breve re exão sobre comunicação
Antes de iniciar o estudo efetivo de nossa aula, com 
vistas a ampliar nossos conhecimentos sobre comunicação e 
linguagem, é importante que reflita sobre a seguinte afirmação 
baseada nas ideias de Cagliari (1990, p.35).
Desde que nascemos, estamos imersos de 
alguma forma nos mundos da linguagem, da 
fala e da língua. Crescemos dentro da nossa 
família ouvindo - na maioria das vezes - nossos 
pais falarem conosco observando gestos e 
sinais, então as palavras, a linguagem, o nome 
das coisas existentes no mundo começam a ser 
importantes.
Reconhecendo essa imersão, perguntamos: mas 
como a comunicação que envolve todos os elementos da 
comunicação citados por Cagliari em (1990) vem fazendo 
parte da vida das sociedades ao longo da história? Qual a 
importância, da comunicação em nossas vidas? Seguindo 
com a reflexão sobre a comunicação, que por meio dos 
estudos de Mcluhan:
A linguagem e o diálogo já tomaram a forma de 
interação entre todas as zonas do mundo. (...) 
O computador suprime o passado humano, 
convertendo-o por inteiro em presente. Faz 
com que seja natural e necessário um diálogo 
entre culturas, mas prescindindo por completo 
do discurso (...). A palavra individual, como 
depósito de informação e sentimento, já 
está cedendo à gesticulação macrocósmica 
(McLuhan, Fiore e Agel, apud MARTINS, 
1999, p.1).
Responder a esses questionamentos é algo que 
tentaremos durante o estudo de nossa disciplina (de maneira 
geral ) fazendo com que possamos refletir sobre nossa vida. 
Contudo, podemos iniciar uma reflexão, analisando a seguinte 
imagem:
Figura 1.1 A evolução da comunicação. 
FONTE: BLOG UNIRP. A evolução da comunicação. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Afirma McLuhan que “os cidadãos do futuro terão muito 
menos necessidade que hoje de ter formação e pontos de vista 
semelhantes. Pelo contrário, serão recompensados por sua 
diversidade e originalidade” (1994, p. 294), ou seja, as tarefas 
a serem executadas não serão mecanizadas e repetitivas, mas 
passarão a ser com personalidade e criatividade.
Parece que estamos com muitos questionamentos, não é? 
Mas tenhamos calma, pois, na seção a seguir, encontraremos 
reflexões que nos levarão às respostas.
Você acadêmico de ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
deve estar se perguntando; por que tenho /devo estudar essa 
disciplina? Tenho certeza que a medida que você for lendo as 
aulas , com certeza , você observará como ela será importante, 
em seu dia a dia profissional você trabalhara com N pessoas 
então terá que ter atos comunicativos eficientes e essas aulas o 
auxiliarão muitíssimo.
Além disso leia:
Você trabalhará efetivamente com muitas pessoas e 
terá que comunicar-se bastante e com qualidade , assim essa 
disciplina tornar-se-á muito importante, ok??
Observe que mesmo para você compreender de fato 
sobre o que trata sua futura formação universitária você, 
obrigatoriamente, tem que INTERPRETAR , certo? Então , a 
partir dai você já pode mensurar como a Língua Portuguesa é 
de crucial importância , certo? Se você não for um proficiente 
leitor e não conseguir interpretar de verdade , não conseguirá 
entender sequer sobre sua profissão, não é mesmo? 
Continuemos.......
Vergílio Ferreira (apud MARQUES, s/d, p.7), um célebre 
A Engenharia de produção é o ramo da engenharia que se dedica à 
concepção, melhoria e implementação de sistemas que envolvem 
pessoas, materiais, informações, equipamentos, energia e maiores 
conhecimentos e habilidades, para que utilizando-se desse 
conhecimento especializado em matemática, física e ciências sociais, 
em conjunto com análise e projeto de engenharia, ela possa especi car, 
prever e avaliar os resultados obtidos por tais sistemas.
De modo geral, a engenharia de produção, ao enfatizar as dimensões 
do sistema produtivo nas mais diversas organizações, ocupa-se das 
atividades de projetar processos produtivos, viabilizar estratégias 
produtivas, planejar a produção, produzir e distribuir produtos que a 
sociedade valoriza. Essas atividades, tratadas em profundidade e de 
forma integrada por esta engenharia, são de grande importância para a 
elevação da competitividade das empresas e, por conseguinte, do país. 
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_de_produ%C3%A7%C3%A3o
128
9
escritor português, ao realizar o discurso de agradecimento por 
receber o prêmio ‘Europália’, fez a seguinte afirmação: “...uma 
língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os 
limites do nosso pensar e sentir”.
Note que nas palavras de Ferreira (s/d), percebe-se a 
importância dada à língua como instrumento de manifestação 
individual e social, bem como marca do reconhecimento de um 
povo. Isto porque, é com a língua e com a conquista das letras 
que nós, homens, podemos significar nosso meio, representá- 
lo, assim como representar nossas emoções, sensações e nossos 
sentimentos.
Dubois (1973) corrobora com esse pensamento ao 
entender que o revelar das letras foi uma importante descoberta 
feita pelo homem, somente podendo ser comparada, em 
importância, à descoberta do fogo. Ambas concederam a 
nós, mesmo que por caminhos diferentes, a possibilidade da 
sobrevivência, do conhecimento e da conquista da Terra.
Vale lembrar que, o homem começou a enviar suas 
tentativas comunicacionais (mensagens) por meio da linguagem 
não verbal, inicialmente nas rochas, utilizando instrumentos 
que pudessem riscar e deixar gravadas suas mensagens. Depois 
surgiram os ideogramas (desenhos que representavam ideias) e, 
mais tarde, o alfabeto.
 
A partir de 1º de janeiro de 2009, entrou em vigor a Nova 
Reforma Ortográfica. Desde então, mudanças ocorreram no 
que se refere à acentuação gráfica, ao emprego do hífen, trema 
e, sobretudo, ao nosso alfabeto. Esse, que antes se compunha 
de 23 letras, agora se compõe de 26 letras. As letras “K”, “W” 
e “Y”, usadas em apenas alguns casos, oficialmente,considerar que alguns “falam corretamente” e 
outros “falam erradamente”.
O conceito de certo e errado deixa de existir por ser a 
língua, a mesma para todos os indivíduos de uma sociedade e 
algo já impresso na mente (conceitos e imagens acústicas) de 
todos os seres de um determinado tempo e espaço. Do ponto 
de vista científico, tudo o que consideramos “erro” ao “falar 
errado” é, na verdade, algum fenômeno ou acontecimento que 
pode e deve analisado por estudos linguísticos.
Aqui interessante mostrar que na escrita há a possibilidade 
de uso dos conceitos de certo e errado, ao passo que na fala 
apenas podemos suar os conceitos de adequado ou inadequado 
dependendo da situação de uso. 
Ainda relembrando a teoria de Saussure , temos a 
linguagem exposta no nível do universal, a língua fazendo parte 
do nível do social e a fala fazendo parte do nível do individual.
Em ARQUIVOS você encontrara um texto “SAUSSURE 
E A DEFINIÇÃO DA LÍNGUA COMO OBJETO DE 
ESTUDOS” não é um texto simples, mas importante para 
você.
Sossegados até aqui? Ok, então vamos em frente, pois a próxima seção 
traz uma discussão acerca da adequação da linguagem em uso efetivo.
Como podemos perceber, a linguagem tem regras, 
princípios que precisam ser obedecidos. Geralmente, achamos 
que essas regras dizem respeito apenas à gramática normativa. 
Para a grande maioria das pessoas, expressar-se perfeitamente 
em língua portuguesa significa não cometer erros de ortografia, 
concordância verbal, acentuação etc.
Há, no entanto, outro erro, mais comprometedor do que 
o gramatical, que é o de inconformidade da linguagem ao 
contexto.
Em casa ou com amigos, nós empregamos uma linguagem 
mais informal do que nas provas da faculdade ou em uma 
entrevista para emprego, por exemplo. Ao conversar com os 
avós, não convém usar algumas gírias, pois eles poderiam ter 
dificuldades em nos compreender.
Em um trabalho/atividade que vamos elaborar no 
curso superior, precisamos empregar um vocabulário mais 
formal. Esses fatos nos levam a concluir que existem níveis de 
linguagens nos textos, dependendo do contexto de uso.
Além disso, devemos observar que esse leitor, por mais 
inteligente que possa aparentar, necessita de uma atenção para 
decodificar as palavras, reconhecer seus sentidos e identificar 
quais são as ideias existentes no texto. Assim, torna-se evidente 
que quanto menor o esforço para decodificar o texto, mais o 
leitor aprenderá sobre a mensagem.
Por exemplo, podemos observar sobre o viés empresarial:
Ao escrever a clientes, responder a solicitações, passar 
informações sobre diversos assuntos, subsidiar informações 
para a tomada de decisões, o texto deve apresentar frases curtas 
com um vocabulário simples e formal. Nem o vocabulário 
sofisticado nem as frases longas e rebuscadas contribuem 
para um rápido entendimento da mensagem, levando o leitor 
a um desperdício de tempo, quando não a uma desmotivação 
progressiva que acarretará, inconscientemente, a rejeição 
da mensagem. Não devemos nos esquecer que a mudança 
cultural imposta na linguagem das correspondências reflete 
também um estilo da vida moderna, em que a informação 
valorizada é aquela de mais fácil digestão — haja vista a grande 
influencia dos meios de comunicação em massa (FIRMINO, 
2014, s/p).
Veja o esquema abaixo e perceba como os níveis da 
linguagem se organizam:
Linguagem 
Formal,
culta ou 
padrão
Linguagem 
coloquial ou 
popular
Linguagem 
pro ssional ou 
técnica
Linguagem 
artística ou 
literária
Faz uso das 
normas
gramaticais
UtilizaGírias, 
Regionalismos 
etc.
Técnica ou 
cientí ca.
É uma 
linguagem
Literária ou 
poética.
Vejamos, então, alguns níveis de linguagem:
a) Nível formal, culto ou padrão: trata-se de uma 
linguagem mais formal, que segue os princípios da gramática 
normativa. É empregada na escola, no trabalho, nos jornais e 
nos livros em geral. Observe esse trecho de jornal:
A polêmica não é nova, nem deve extinguir-se 
tão cedo. A nal qual a legitimidade e o limite 
do uso de recursos públicos para salvaguardar 
145
Linguagem e Argumentação 26
a integridade do sistema nanceiro? (...) (Folha 
de São Paulo, 14 de março de 1996, Editorial).
b) Nível coloquial, popular: é a linguagem empregada no 
cotidiano. Geralmente é informal, incorpora gírias e expressões 
populares e não obedece às regras da gramática normativa.
Veja os exemplos abaixo:
“Sei lá! Acho que tudo vai ficar legal. Prá que então ficar 
esquentando muito? Me parece que as coisas no fim sempre 
dão certo”.
Estou preocupado (norma culta). Tô preocupado (língua 
popular).
Tô grilado (gíria, limite da língua popular).
c) Nível profissional ou técnico: é a linguagem que 
alguns profissionais, como advogados, economistas, médicos, 
dentistas etc. utilizam no exercício de suas atividades.
d) Nível artístico ou literário: é a utilização da 
linguagem com finalidade expressiva pelos artistas da palavra 
( poetas e romancistas, por exemplo) alguns gramáticos já 
incluem este item na linguagem culta ou padrão.
Assim, dominar uma língua não significa apenas
conhecer normas gramaticais, mas, sobretudo, 
empregar adequadamente essa língua em várias 
situações do cotidiano, tais como na faculdade, no 
trabalho, com os amigos, em um exame de seleção, no 
trabalho etc.
Como também é importante assegurar algumas 
características mediante as normas gramaticais e mais alguns 
níveis de linguagens em outras profissões, como: marketing, 
administração, contabilidade. 
Segundo Firmino (2014), concisão significa expressar o 
máximo de informações sem repetições e excesso de ideias. 
Assim, para cumprir esse objetivo, é preciso determinar com 
precisão as informações realmente relevantes, bem como 
avaliar o significado das palavras e expressões utilizadas, 
sendo conciso, mas que contem uma ideia significativa.
A objetividade refere-se a toda a ideia apresentada que 
direta ou indiretamente levam a informação a ser transmitida. 
Entretanto, é importante que se apresente os pontos principais 
com precisão.
Outro ponto fundamental é Clareza, contendo uma 
organização das ideias e transmitir com êxito ao seu 
interlocutor. Característica que sepode dizer ser a mais difícil 
de se executar, por exigir do emissor uma elaboração com 
que possa pensar em como essa mensagem chegará ao seu 
leitor, e se as palavras elaboradas está sendo compreendidas 
com sucesso.
Um exemplo do que estamos dizendo são as famosas 
brincadeiras verbais, muitas delas usadas como apelo de 
marketing, do tipo:
Cachorro faz mal à moça!
Na verdade, é um sanduiche cachorro-quente.
Pedro e Paulo vão se separar.
Eles não são casados entre si. Cada um vai separar-se de 
sua respectiva mulher
E assim, pode se pensar que a coerência e a conexão 
de todas as palavras e ideias a ser apresentadas fazem-se 
necessárias, para que se tenha uma lógica em seu contexto, 
seja qual for sua área ou público. Nesse sentido, nossa língua 
escrita tem uma disciplina maior do que a língua falada, e a 
relação de sentido se faz extremamente fundamental ao seu 
sentido e articulação das ideias ao seu receptor.
Imagino que você tenha relembrado os conhecimentos que acabamos 
de estudar! Contudo, caso tenha alguma dúvida, é importante que releia 
a aula e escreva-a no quadro de avisos que terei muito prazer em saná-la. 
Ah, não se esqueça de realizar as atividades propostas para a Aula 3!
Retomando a aula
Retomar conhecimentos é fundamental para sedimentar 
o processo de aprendizagem. Assim, convidamos você a 
relembrar os estudos realizados na aula 3!
1 - Linguagem, língua e fala.
Na primeira seção vimos que a linguagem é todo sistema 
de sinais convencionais que nos permite realizar atos de 
comunicação. Pode ser verbal (aquela cujos sinais são as 
palavras) e não verbal (aquela que utiliza outros sinais que 
não as palavras. Os sinais empregados pelos surdos-mudos, o 
conjunto dos sinais de trânsito, mímica, etc., constituem tipos 
de linguagem não verbal).
Ademais, reconhecemos que a línguaé um tipo de 
linguagem; é a única modalidade de linguagem baseada em 
palavras. O alemão e o português, por exemplo, são línguas 
diferentes. No entanto, a língua é a linguagem verbal utilizada 
por um grupo de indivíduos que constitui uma comunidade.
Finalmente, reconhecemos que a fala é a realização 
concreta da língua, feita por um indivíduo da comunidade num 
determinado momento. É um ato individual que cada membro 
pode efetuar com o uso da linguagem.
2 - Níveis de linguagem.
Já na segunda seção pudemos construir, dentre outros, 
conhecimentos sobre a importância de utilizar, para cada 
contexto e/ou situação comunicativa, uma linguagem adequada, 
uma vez que os níveis de linguagem dizem respeito ao uso da 
fala e escrita em uma determinada situação comunicativa. A 
linguagem se estabelece além de somente normas gramaticais. 
O emissor e o receptor devem estar em concordância para que 
haja entendimento.
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
Vale a pena ler
Vale a pena
146
27
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutores). 
A busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos 
(Colaboradores). A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001.
BLOG SEMIÓTICA. Como se definem os signos. Disponível 
em: . Acesso em: 3 
maio 2014.
MORTIMER, E. F.; CHAGAS, A. N.; ALVARENGA,
V. T. Linguagem científica versus linguagem comum nas respostas 
escritas de vestibulandos. Disponível em: . Acesso em: 3 
maio 2014.
MUNDO EDUCAÇÃO. Linguagem, língua e fala. 
Disponível em: . Disponível em: 3 
maio 2014.
PARTES. Teoria, signos e reflexão. Disponível em: . 
Acesso em: 3 maio 2014.
UNISUL. Linguagem. Disponível em: . 
Acesso em: 3 maio 2014.
Vale a pena acessar
O Clube de Leitura de Jane Austen
Vale a pena assistir
Minhas anotações
147
4ºAula
Caro(a) aluno(a),
Estamos iniciando a nossa quarta aula e nela trataremos sobre 
um tema muito interessante, as modalidades da língua oral e escrita. 
Podemos dizer que as modalidades não são somente um instrumento 
para efetivar a nossa comunicação, mas, sim, uma forma de mostrar 
socialmente aquilo que estamos pensando. Ou seja, a fala e a escrita 
são sistemas comunicativos que expressam a língua nas mais diferentes 
práticas sociais.
É inserido nesse contexto que iniciamos a nossa aula!
Que tal!? Disposto(a) a começar?
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as 
seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de:
• Compreender a amplitude da linguagem falada em suas mais variadas situações;
• Entender e perceber como e quando acorre a linguagem não verbal em contextos diversos;
• Identificar e compreender a linguagem escrita e suas engrenagens linguísticas.
149
Linguagem e Argumentação 30
a linguagem de muitas formas e todos têm suas razões de 
fazê-lo. Optamos pelo esquema que segue, por crermos que 
ele resume de maneira bastante clara as diversas linguagens, 
as quais são utilizadas para dividir, em seções, esta quarta aula!
• linguagem falada;
• linguagem não-verbal;
• linguagem escrita.
Vamos recordar? Vejamos cada uma delas?
Vamos ver o que o teórico Almeida (2000, p. 29-43), em 
seu livro S.O.S. Redação e Expressão nos apresenta:
A linguagem falada, também conhecida como coloquial, 
é a maneira mais comum de nos expressarmos em nosso dia 
a dia. Ela é, via de regra, informal, logo sem muita correção 
gramatical. Assim como afirma Gold (2010, p.13):
As situações linguísticas são muito complexas. Em um 
panorama sucinto das duas principais variações, temos:
• As variações de uso regional, que se verificam na 
entonação, no vocabulário e em algumas estruturações sintáticas, 
caracterizando uma comunidade linguística em determinado 
espaço geográfico. Esse tipo é denominado dialeto;
• As variações decorrentes de ajustes em função da 
situação contextual e do destinatário. Como consequência, 
podemos separar várias modalidades e níveis de língua: escrita, 
falada, do jurídico, dos economistas, dos internautas etc. a estas 
variações dá-se o nome de registros.
Dessa maneira, é relevante atentar-se que essas variações 
sobre dialetos e registros vão variar e ser usadas conforme a 
distinção social, origem do indivíduo, escolaridade dentre 
outros fatores. 
Observamos um exemplo sobre a variante existente entre 
a língua falada e língua escrita, segundo Gold (2010, p.14):
 
Fonte: Gold, Miriam. Redação empresarial. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015.
2 - Linguagem falada
Saber Mais
Vocês podem saber mais sobre a linguagem falada acessando o site: 
RECANTO DA LETRAS. Artigos. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Língua falada Língua escrita
Vulgar
Não existe preocupação com a norma 
gramatical, e usada por indivíduos não 
letrados, sem nenhuma alfabetização.
Vulgar
Usada por pessoas sem escolaridade.
Coloquial despreocupada
Língua usada em conversação 
corrente, podendo ter gírias, ou 
expressões familiares e um cuidado 
gramatical mínimo.
Despreocupada
Usada por pessoas escolarizadas, 
mas não exige uma importância 
gramatical/verbal com tanta rigidez, 
como a escrita de um bilhete.
Coloquial culta
Existe uma preocupação gramatical, 
utilizada em palestras, aulas e 
reuniões.
Formal
Exige seguir as normas gramaticais 
corretamente, sendo u s a d a 
em correspondências empresarial, 
apresentações e livros.
Formal
Imita em todo o processo a escrita, e 
por isso soa arti cial.
Literária
Respeita as normas vigentes da 
escrita, mas pode fugir em algum 
momento o estilo, e levando a forma 
inovadora, por exemplo, neologismo.
 
1 - Introdução
2 - Linguagem falada
3 - Linguagem não verbal
4 - Linguagem escrita
Vamos iniciar refletindo sobre a seguinte afirmação:
Português é fácil de aprender porque é uma 
língua que se escreve exatamente como se fala. 
Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, 
purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti 
cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até 
vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é 
qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis 
não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. 
Qué coisa mais doida? Num bate nada cum 
nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi 
muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é 
u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.
O comentário é do humorista Jô Soares, para a 
revista Veja. Ele brinca com a diferença entre 
o português falado e escrito. Na verdade, em 
todas as línguas, as pessoas falam de um jeito e 
escrevem de outro. A fala e a escrita são duas 
modalidades diferentes da língua e é com esse 
fato que o Jô brincou (UOL, 2014).
[...] por trás de cada texto está o sistema da 
linguagem. A esse sistema correspondem no 
texto tudo o que é repetido e reproduzido e 
tudo que pode ser repetido e reproduzido, tudo 
o que pode ser dado fora de tal texto (o dado). 
Concomitantemente, porém, cada texto (como 
enunciado) é algo individual, único e singular, e 
nisso reside todo o seu sentido (a sua intenção 
em prol da qual ele foi criado). É aquilo que nele 
tem relação com a verdade, com a bondade, 
com a beleza, com a história (BAKHTIN, s/d).
A citação de Bakhtin deixa clara a importância da 
linguagem na produção de um texto, uma vez que as 
características individuais de cada autor se fazem presentes 
na trama textual. Dessa forma, a língua portuguesa é rica e 
poderíamos nos equivocar nas mais diversas nomenclaturas 
e classificações. Há vários autores que denominam e dividem 
Seções de estudo1 - Introdução
Esse texto que acabamos de ler foram palavras ditas pelo apresentador 
Jô Soares. Com elas, convidamos você a iniciar os estudos da quarta 
aula! Vamos em frente!
O trabalho de Bakhtin é considerado in uente na área de teoria 
literária, crítica literária, sociolinguística, análise do discurso e semiótica. 
Esse pensador, “na verdade um lósofo da linguagem e sua linguística 
é considerada uma ‘trans-linguística’ porque ela ultrapassa a visão de 
língua como sistema. Isso porque, para Bakhtin, não se pode entender 
a língua isoladamente, mas qualquer análise linguística deve incluir 
fatores extralinguísticos como contexto de fala, a relação do falante 
com o ouvinte, momento histórico etc.” (EDITORA CONTEXTO, 2014).
150
31
Note que por mais que desejem falar “corretamente”, 
vocês dificilmente sairão por aí dizendo: “Ama-me, pois assim o 
fazendo, amar-te-ei”. A menos que desejem que a cara-metade 
agonize em risos ou vá namorar pessoas normais; um sussurrado 
“Eu te amo”, acompanhado de um olhar interrogativo, resolve 
tudo. A palavra falada traz consigo emoções e sentimentos 
de todo tipo. E, para atingir seu intento, o falante utiliza-se de 
entoação, da cadência e também do volume da voz, conforme 
assegura Castilho (2004, p.47).
Sabemos que a língua falada é um recurso 
rítmico e melódico, repleto de entonação, 
pausas, gestos etc. Não é possível pensar em 
outra forma de comunicação quando se pensa 
na fala. No desempenho oral, e no texto que 
dele provém diretamente, existem marcas 
especi cas como comentários metalinguísticos 
e marcadores discursivos que não são 
encontrados no texto escrito. É evidente, 
portanto, constatar a dicotomia entre a língua 
escrita como linguagem formal e língua falada 
como linguagem informal (BLOG NOSSA 
LÍNGUA FALADA, 2014).
Já pararam para pensar em quão rica é nossa oralidade? Para 
finalizar o estudo da Seção 1, sugerimos que releia a citação de 
Castilho (2004) e reflita sobre a riqueza e a linguagem não verbal.
Atenção
E então? Entendeu as primeiras considerações relevantes sobre as 
modalidades oral e escrita? Em caso de resposta a rmativa: Parabéns! 
Contudo, há muitos outros conhecimentos a serem agregados sobre 
este tema. Para tanto, sugerimos que consulte as obras, periódicos e 
sites indicados ao nal desta aula. Prosseguindo, na Seção 2, vamos 
retomar e/ ou construir novos conhecimentos sobre a linguagem não 
verbal.
3 - Linguagem não verbal
A fala e a escrita não são os únicos meios de comunicação 
existentes em nossa cultura. Assim, não se trata somente de uma 
emissão de mensagem entre pessoas a pessoa, mas importante 
ressaltar que os meios de comunicação, como, telefone, 
rádio, televisão ,dentre outros, transformam a sociedade da 
modernidade.
A contribuição desses meios técnicos para o exercício da 
comunicação é, entretanto, uma pálida imagem do que pode 
ser a comunicação humana, quando dispensa ou supera o apoio 
da palavra como recurso competente e, sobre tudo exclusivo. 
(FERRARA, 2000, p.5). Além de, todo código é constituído de 
signos que criam sua própria sintaxe e maneira de representar; 
logo para identificar seu signo e sintaxe nos leva a compreender 
o real.
O texto não verbal não exclui o signi cado, nem 
poderia fazê-lo sob pena de destruir-se enquanto 
linguagem. Seu sentido, por força, sobretudo 
da fragmentação que o caracteriza, não surge 
a priori, mas decorre da sua própria estrutura 
signi cante, do próprio modo de produzir-se no e 
entre os resíduos sígnicos que o compõem. Este 
signi cado não está dado, mas pode produzir-se. 
(FERRRARA, 2000, p.15).
 
Brasileiros abraçam-se, beijam-se e enchem-se de 
carinhos e cafunés o tempo todo. Em boa parte do mundo, 
o nosso famoso “três beijinhos” é considerado um profundo 
desrespeito. Por representar uma linguagem não verbal e 
que se estabelecem atitudes e costumes da cultura brasileira. 
Mesmo os inocentes e sonoros tapas nos braços durante um 
aperto de mão causam estranheza e, talvez, até um revide, 
dependendo do país em que estivermos. Nosso povo é 
caloroso e expressivo e utiliza muito a linguagem mímica.
Assim, mesmo sobre essa premissa percebemos 
que a linguagem não verbal mescla os códigos para que o 
entendimento seja reciproco entre o emissor e receptor da 
mensagem.
Veja a imagem:
Figura 4.1 Exemplo 1 - linguagem não verbal.
FONTE: CULTURA INFANCIA. Boletim. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Se alguém te pergunta: o time do melhor amigo perdeu 
o jogo? Um simples sorriso irônico expressa mais que 
muitas palavras. Tapinhas nas costas são quase sinônimos de 
“Parabéns! Trabalhou muito bem” e por aí vai.
A mímica é, sem dúvida, parte integrante da cultura de 
um povo, em especial do povo brasileiro, mas não é a única 
linguagem não verbal. Nessa categoria ainda temos as várias 
formas de expressão por outros meios além da fala.
Você sabia?
Estímulos aos nossos sentidos também fazem parte da linguagem não 
verbal.
Outro exemplo significativo sobre linguagem não verbal 
pode-se observar no meio mercadológico das engenharias e 
todo o processo de postura, linguagem tanto verbal como não 
verbal, por exemplo, podemos observar a imagem abaixo:
Fonte: http://blog.contratanet.com.br/comunicacao-nao-verbal-como-
ela- impacta-no-ambiente-de-trabalho/ . Acesso em 05 Agosto 2016.
151
Linguagem e Argumentação 32
O estudo da comunicação não verbal para a comunicação 
entre o ser humano tem grande relevância para o sucesso 
empresarial de toda empresa. Principalmente no que se refere 
a postura que se tem mediante aos clientes, ao estabelecer 
uma articulação de confiança.
As empresas seguindo esse prisma visam que seu 
futuro profissional tenha uma relação interpessoal tanto na 
comunicação verbal como não verbal, pois se a pessoa não 
se comunicar de maneira coerente pode passar uma imagem 
desqualificando-o sobre o que está querendo transmitir.
É por isso que a comunicação não verbal é tão importante, 
pois nosso corpo fala mais do que imaginamos.
O cheiro do gás, por exemplo: o produto em si não tem 
cheiro, mas o fabricante acrescentou uma substância de aroma 
forte para que a empresa se comunique conosco, dizendo: 
“Ei, há vazamentos, tome precauções”!
No caso, a linguagem não verbal estabeleceu comunicação 
com o indivíduo relapso utilizando-se do sentido do olfato. A 
comunicação não verbal pode dar-se igualmente por meio dos 
outros sentidos, tais como os retratados na imagem a seguir:
Figura 4.2 Exemplo 2 - linguagem não-verbal.
FONTE: REDAÇÃO CAXINAUA. Linguagem verbal e linguagem não verbal. 
Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Vejamos outro exemplo:
Quando chegamos a um cruzamento e neste há um 
semáforo aceso em vermelho, automaticamente paramos, 
pois sabemos que a cor vermelha (do semáforo) indica pare!
Figura 4.3 Exemplo 3 - linguagem não-verbal.
FONTE: Acervo pessoal.
Outros contextos também exemplificam o poder da 
comunicação não verbal, como no caso de peças de teatro, em 
que compreendemos histórias inteiras contadas, nas quais as 
únicas formas de comunicação são a dança (estímulo à visão) e 
os toques frenéticos de tambores (à audição, como na falada). 
Carinhos e apertos de mão são prontamente compreendidos 
(tato) e nada se expressa mais.
Também o silvo estridente do vigia noturno anuncia: “Ei, 
bandidos! Vão embora, por favor. Estou passando”. Músicas 
sempre nos dizem muito, e aplausos são reconhecimento 
agradável de um trabalho bem realizado.
As cores, a dança, a música e as artes em geral são também 
formas de linguagem não verbal.
Vocês, às vezes, torcendo o nariz, utilizam-se da linguagem 
não verbal para dizer-me: “a professora está me deixando 
louco!” Meu sorriso e uma mímica dizem: “Calma!!!”
Agora, que tal pensarmos mais um pouco, especi camente, sobre a 
linguagem escrita? Vamos, então, a seção 4!
Vocêpode pensar: mas, por que tivemos que gastar tantas páginas 
tratando de linguagem falada e não verbal, se o que pretendemos é 
escrever? Vamos entender?
4 - Linguagem escrita
O tema desta seção pode ser traduzido como expressão 
de ideias no papel, através das palavras de nossa língua.
Evidentemente, a linguagem escrita só veio a existir muito 
depois da falada. Ela objetiva reproduzir a fala utilizando-se dos 
signos (lembra-se do que são?) que compõem nossa língua.
Se tem dúvida sobre o que seja um signo linguístico: 
de um tempinho, vá a rede e pesquise ou busque 
mais informações em textos que estão na ferramenta 
ARQUIVOS.
Além disso, a linguagem escrita, quando utilizada com 
maestria, é capaz de agregar em, seu sentido, várias das 
características da linguagem não verbal.
Preste bastante atenção neste ponto: as palavras expressas 
no papel, seja numa redação ou num bilhete deixado para um 
colega, devem ser entendidas de pronto, pois, na maioria das 
vezes, não estaremos presentes para explicar isso ou aquilo 
contido na mensagem.
Afirma Gold (2010, p.36) que a elaboração de um texto 
que exponha de maneira clara e coerente aquilo que queremos 
dizer pode ser feita por meio de três técnicas básicas:
A fixação do objetivo – importante assegurar que seu 
objetivo esteja claro para que tudo seja compreendido em sua 
linha de pensamento, como uma boa redação de seu texto.
Exposição de uma ideia-núcleo – para a elaboração de 
qualquer texto, ao apresentar uma boa escrita deve-se levar 
em conta as principais ideias que devem contar em seu texto. 
Não é necessária a variação de muitas ideias, e sim, a clareza 
de uma única a ser desenvolvida e esclarecida, para que haja 
152
33
compreensão.
Escolha vocabular – mesmo obtendo uma apresentação 
vocabular mais neutra, para informar o destinatário o leva em 
segundo plano a diferenciar e interpretar com mais clareza e 
objetividade.
Quando um autor produz um conto, precisa ter certeza 
que vai ser entendido, pois não terá chance de redimir-se. Não 
poderá dizer: “Não, você não me entendeu. Eu quis dizer 
que...”. Ele deve ser claro e preciso.
Atenção
É importante salientar que também podemos pretender transmitir 
sentimentos e emoções, substituindo suspiros apaixonados por 
palavras certeiras ou colocando elementos na frase que expressem 
nossa intenção; que transmitam o que sentimos. Escrever não é apenas 
transportar palavras dos arquivos de nossa memória para as folhas de 
celulose. Devemos saber organizá-las de maneira inteligível para que 
façam sentido e sejam coerentes.
Drummond, como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, 
uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das 
convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário de Andrade; 
com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, 
mostrando que este não depende de um metro xo (impulso rítmico). Se 
dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra 
mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do 
próprio Mário de Andrade (VESTIBULANDO WEB, 2014).
Para ilustrar nossa aprendizagem, vejamos a imagem a 
seguir:
Figura 4.4 Ilustrando a linguagem escrita.
FONTE: AS CRÔNICAS DO BLEDOW. Homepage. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 
2014.
É importante que também sejamos capazes de transmitir 
a entoação e a cadência que pretendemos, utilizando-nos dos 
recursos de que dispomos: as palavras. E claro, devidamente 
organizadas em parágrafos e separadas por sinais de pontuação 
corretos.
Considerando que as palavras são carregadas de 
significados, caberá a nós escolhermos aquelas que melhor 
se adequarem ao texto pretendido. Para cada texto que 
produzimos temos objetivos específicos, assim temos que 
adequar o vocabulário de tal forma que o mesmo auxilie na 
coerência textual.
Vejamos o trecho do poema deDrummond:
[...]
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma tem mil faces secretas sob a face 
neutra e te pergunta, sem interesse pela 
resposta, pobre ou terrível, que lhe deres: 
Trouxeste a chave?
[...]
Esse belo fragmento convida-nos a uma reflexão quanto 
ao mundo misterioso das palavras, as quais, dependendo 
da forma como são utilizadas, revelam muito mais do que 
conceitos. Conforme se pode perceber , a linguagem do 
poeta é mágica, pois tem o poder de transformar a fantasia 
em realidade em um único texto, frase ou palavra. Para tanto, 
faz necessário trazer a “chave”, a fim de possibilitar a travessia 
da leitura no espetaculoso mundo das palavras, sobretudo 
aquelas que pertencem ao texto poético.
A partir dessas reflexões, podemos dizer que não é 
adequado escrever como falamos, uma vez que a linguagem 
falada ou coloquial é distinta da linguagem escrita, a qual 
obedece a certos padrões. Tais padrões, longe de limites, 
acrescentam recursos para que nos expressemos com estilo 
e correção. Obedecer às normas gramaticais não significa ser 
frio ou duro.
Saber Mais
Para saber mais sobre as normas gramaticais, acesse o site: UOL. Certo 
ou errado. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014. Lá você encontrará uma 
minigramática.
Como gostam de saber de tudo, vocês vão, evidentemente, 
abrir seus dicionários e procurar o significado das outras 
palavras que, por ventura, ainda não saibam sua significação, 
não é mesmo?
Mas pensemos... seria mesmo primordial utilizar palavras 
rebuscadas e quase sem uso no dia a dia para transmitir 
emoções com eficácia?
Vejamos parte do romance “O homem da Capadócia” 
(s/d) , no qual o autor também narra um combate:
Amanhece. Chacais e abutres acompanham 
o grande exército, antecipando a chacina que 
está por vir. No ar, o cheiro inconfundível 
do prenúncio de morte invade as narinas 
dos soldados, indo alojar-se diretamente em 
suas almas. À frente de seus homens, como 
sempre, o Severo Kartef segue majestoso em 
seu cavalo branco.
As escamas prateadas de sua armadura 
brilham sob o sol matutino, formando uma 
imagem inspiradora para os soldados. Sentem 
orgulho de seu rei. Ao seu lado, em um 
contraste marcante, Razniak traja suas negras 
vestes de combatente keltoi e seu semblante 
duro transmite respeito e subserviência a 
seus guerreiros. Eles o temem, mas também 
sentem segurança em seguir seu comandante.
Atendendo a um aceno de Razniak, os 
153
Linguagem e Argumentação 34
soldados param e aguardam. A dupla segue 
por mais algum tempo, indo parar no 
alto de um morro, de onde podem ver o 
acampamento inimigo, muitos metros abaixo.
[...]
Ao ouvir seus homens se aproximando, 
Kartef respira fundo e apruma-se sobre a 
montaria. Ninguém deve descon ar de sua 
enfermidade. O severo soberano da Capadócia 
leva sua espada ao alto, a luz re etindo em 
sua lâmina como se empunhasse um pedaço 
do sol. Razniak retira da sela sua grande maça 
de guerra, seu longo e musculoso braço a 
segurá- la ameaçadoramente. Os olhos negros 
do guerreiro brilham e a indiferença em sua 
face demonstra décadas de combates. Talvez 
mais. Num grito primal, o rei dispara ladeira 
abaixo em direção aos inimigos. Os soldados
igualmente soltam a fúria de suas almas, cada 
qual com seu grito particular: uns vociferam 
blasfêmias; outros tantos apenas emitem 
urros feito animais. O tropel de cavalos e 
homens torna espessa a poeira que segue em 
seu encalço.
No acampamento inimigo, o combate é tão 
breve quanto violento. Os bárbaros tentam 
uma reação, mas não são páreo para o 
exército da Capadócia. Mesmo assim lutam 
com bravura até a morte. Testemunhados 
pelo ardente sol da manhã, guerreiros a 
cavalo decepam membros e cabeças a cada 
giro de suas espadas e machados. Impiedosos, 
Razniak esmaga crânios infelizes que se 
colocam no caminho de sua maça. Elegante 
em sua fúria guerreira, Kartef brande sua 
espada com a habilidade que fez dele o 
monarca que é. Os soldados da infantaria 
formam uma mortífera máquina deguerra, 
protegidos por altos escudos e empunhando 
lanças a adas.
Como vimos, após essa leitura dos apontamentos feitos 
por Almeida (2000), depende muito do autor a escolha das 
palavras, mas o que lemos nos dois textos apresentados serviu 
para reforçar a afirmação de que a fala é uma habilidade e a 
escrita é outra habilidade, e mais: não devemos escrever como 
falamos, certo?
Se são habilidades diferentes pressupomos que fazemos 
uso determinado de cada uma de acordo com as situações as 
quais estamos expostos.
Por exemplo: geralmente pronunciamos “leiti”, mas ao 
escrevermos essa palavra, o fazemos assim “leite”. Quando 
em um diálogo pronunciamos a pergunta: “Ce tá bem?”, 
vejam como articulamos as palavras, ao passo que no texto 
escrito devemos assim fazer: “Você está bem?”
Saber Mais
Para você saber mais sobre os níveis da linguagem, assista ao vídeo 
disponível no site: YOU TUBE. Níveis da linguagem. Disponível em:
. 
Acesso em: 3 maio 2014.
Na comunicação empresarial deve-se cuidar da qualidade de sua 
produção, aonde possam trazer: textos claros, corretos gramaticalmente, 
objetivos, concisos, dentre outros.
Importante atentar-se que a priorização a norma culta ou o nível formal 
devem ser seguidos.
O nível das comunicações empresariais, 
as comunicações voltadas aos mercado, 
às pro ssões ,deve ser o da norma culta, 
pois é o único nível que dá total segurança 
de entendimento com clareza quando, 
evidentemente, bem redigido ou falado. É o 
nível das comunicações o ciais, dos textos 
jurídicos, dos estudos em geral (NADÓLSKIS, 
2003, p.78).
Poderíamos esmiuçar vários termos técnicos, mas bastam 
dois para que possamos compreender as linguagens que temos 
ao nosso dispor: a linguagem coloquial e a linguagem formal 
ou culta, essa última obediente às normas gramaticais.
Lembrem-se sempre: uma linguagem (oral e escrita) não 
é melhor ou pior que a outra: cada uma tem sua aplicação. 
Entretanto, elas são eficientes, apenas, quando bem utilizadas.
Para saber mais, Marcushi (2001, p.17) observa:
Marcuschi possui graduação em Philosophisches 
Seminar Departamento de Filoso a pela 
Pontifícia Universidade Católica do Rio 
Grande do Sul (1968) , doutorado em Letras 
pela Universitat Erlangen-Nurnberg (Friedrich-
Alexander) (1976) e pós-doutorado pela 
Universitat Freiburg (Albert- Ludwigs) 
(1988). Marcuschi tem experiência na área de 
Linguística, com ênfase em Teoria e Análise 
Linguística. Atuando principalmente nos 
seguintes temas: Filoso a da Linguagem, 
Metodologia, Epistemologia, Lógica.
Oralidade e escrita são práticas e usos da 
língua com características próprias, mas não 
su cientemente opostas para caracterizar 
dois sistemas linguísticos em uma dicotomia. 
Ambas permitem a construção de textos coesos 
e coerentes, ambas permitem a elaboração de 
raciocínios abstratos e exposições formais e 
informais e variações estilísticas, racionais, 
dialetais e assim por diante. As limitações e 
os alcances de cada uma estão dados pelo 
potencial do meio básico de sua realização: som 
de um lado e gra a de outro, embora elas não 
se limitem a som e gra a [...].
Para bem utilizarmos a linguagem escrita, ainda mais 
quando temos a responsabilidade de estar em um curso 
superior, devemos ter:
• Conhecimento sobre o assunto;
• Vocabulário amplo;
• Conhecimento das regras gramaticais.
4.1 - Conhecimento sobre o Assunto
Convido-lhes a fazer uma reflexão acerca da produção de 
um texto. Vejamos:
154
35
Somente produziremos textos de qualidade se, de fato, 
conhecermos a fundo o assunto do qual pretendemos dar 
conta. De nada adianta escolher um assunto bonito, como 
a “formalismos e técnicas e ferramentas da lógica”, se não 
temos a menor ideia do que se trata, não é mesmo?
Nesse sentido, ao escrever, devemos escolher um tema 
sobre o qual tenhamos considerável conhecimento e, ainda 
assim, se possível, abastecermo-nos do maior número possível 
de informações a respeito dele, pois quanto mais informações 
temos melhor poderemos obter mais conhecimento. É 
melhor escrever de forma simples sobre o que conhecemos 
do que rebuscadamente sobre algo que não conhecemos, 
pois isso nem seria possível, não é mesmo? Ou ainda, se não 
escolhemos o tema, mas nos delimitam o tema, temos que 
buscar informações e transformá- las em conhecimentos, 
para, então, podermos dissertar sobre tal assunto.
Atenção
Estamos entendidos? Ao escreverem é fundamental que informem- 
se, sempre, sobre o assunto. Busquem informações, materiais e leiam 
muito!
Aprendemos a escrever lendo e escrevendo!:Já ouviram 
isso?
Essa é a mais pura verdade e vamos repetir por muitas 
vezes até ficar claro o que essa mensagem quer dizer. Por que 
devemos ler? Devemos copiar o trabalho dos outros? Não! 
Claro que não! Aliás essa alternativa é perigosa!!
Ler e escrever são habilidades ímpares, mas, ao se unirem, 
conduzem-nos ao sucesso da escrituração!
Ambas habilidades tem que ser desenvolvidas em 
conjunto!!!
4.2 - Vocabulário
A importância da leitura está na forma de aprendizado da 
arte da escrita e, principalmente, enriquece nosso vocabulário. 
Uma das grandes dificuldades do estudante ou profissional, 
quando se vê no limiar da “batalha” com o papel, é justamente 
a ausência de palavras certas para se expressar. Por não 
conseguir traduzir em frases o que pensa, o produtor do texto 
simplesmente abandona sua atividade e conforma-se dizendo 
para si: “Não tenho jeito para isso” ou “É difícil demais”, ou, 
ainda, “não vou dar conta”.
Nem sempre uma pessoa tem di culdade efetiva para escrever... Muitas 
vezes trata-se, principalmente, de falta de vocabulário, ocasionado por 
pouca leitura. E ler não quer dizer ler apenas isso ou aquilo. Leiam 
jornais, revistas, livros, embalagens de creme dental, bulas de remédios, 
tudo. Tudo o que quiserem, pois não há leitura inútil!.
A leitura deve ser agradável ,principalmente nos anos 
iniciais, e, aos poucos, o leitor vai aprimorando seu gosto e 
exigindo literatura mais rica. É um processo natural e deve ser 
iniciado com prazer.
Porém, faz-se necessário que a leitura seja frequente, 
não há como se tornar um bom leitor e produtor de texto 
se vez o outra faz a leitura e a escrita! Vejamos algumas ações 
frequentes: que realizamos Escovar os dentes; Banhar-se; Ler; 
Escrever.
Observem o exemplo:
(Errada)
Solicitamos o pagamento das mensalidades nas datas aprazadas no dito 
carnê, colaborando destarte para a manutenção precípua deste sodalício 
na orientação e assistência de seus associados. (GOLD, 2010, p.19).
(Correta)
Solicitamos o pagamento das mensalidades até as datas de vencimento 
indicadas no carnê. (GOLD, 2010, p.20).
Vejam bem: será que essa linguagem tão erudita deve ser 
usadas em um grupo de trabalho? Você usaria na empresa em 
que trabalha?
O uso do vocabulário deve ser levado em consideração 
para a transmissão da mensagem há quem se pensa em passar 
o comunicado. E muitas vezes um vocabulário não é adequado 
para a mensagem mediante um recado a ser repassado, como 
observamos no exemplo exposto.
4.3 - Conhecimento das regras 
gramaticais
Apesar do risco de ouvir protestos indignados, eis o mais 
simples dos três quesitos para produzirmos bons textos: o 
conhecimento das regras da língua.
Vamos lá!
A primeira atitude é ser inteligente, afirma Almeida (2000), 
é ter ciência dos próprios limites. Ora, se houver dúvida quanto 
à grafia de determinada palavra, pesquisem no dicionário. Há 
também livros e mais livros sobre pontuação, construção de 
parágrafos, acentuação, etc. Também a leitura constante é 
poderosa aliada no domínio da gramática.
E, por fim, se a dúvida persistir, não hesite sequer por um 
momento: consulte seu professor. Não há desculpa, portanto. 
Mandem e-mail, dirijam-se ao Fórum, ao Quadro de avisos, ok?
Retomando a aula
Lembre-se de que o seu curso é a distância, portanto, 
tanto sobre os exemplos que acabou de estudar 
na Seção 3, quanto sobre os conteúdosdas aulas 
anteriores, é fundamental que interaja e nos ajude a construir uma 
efetiva comunidade colaborativa do conhecimento. Contamos com sua 
participação!
1 - Introdução.
Na primeira seção iniciamos nossas reflexões sobre 
as modalidades da linguagem, as quais foram melhor 
compreendidas e detalhadas nas seções posteriores.
2 - Linguagem falada.
Na seção 2 tratamos sobre a linguagem falada, também 
conhecida como coloquial, é a maneira mais comum de nos 
155
Linguagem e Argumentação 36
expressarmos em nosso dia a dia. Ela é, via de regra, 
informal, logo sem muita correção gramatical.
3 - Linguagem não verbal.
Já na seção 3, a linguagem não verbal é toda e qualquer 
comunicação em que não se usa palavras para explicar a 
mensagem desejada, ou seja, é quando fazemos uso de 
imagens, figuras, desenhos, símbolos, dança, tom de voz, 
postura corporal, pintura, música, mímica, escultura e gestos 
como meio de comunicação etc. Para obter uma comunicação 
tanto de modo geral, como no meio empresarial.
4 - Linguagem escrita.
Finalmente, na seção final da Aula 4, vimos que a 
linguagem escrita só veio a existir muito depois da falada. Ela 
objetiva reproduzi-la utilizando-se dos signos (lembra-se do 
que são?) que compõem nossa língua. Além disso, a linguagem 
escrita, quando utilizada com maestria, é capaz de agregar em, 
seu sentido, várias das características da linguagem não verbal.
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutores).
A busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos 
(Colaborador). A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001.
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
Vale a pena ler
AS CRÔNICAS DO BLEDOW. Homepage. 
Disponível em: . Acesso em: 3 maio 
2014.
CULTURA INFANCIA. Boletim. Disponível em: 
. 
Acesso em: 3 maio 2014.
EDITORA CONTEXTO. Livros sobre Bakhtin. 
Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
IG. Nossa língua falada. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
PORTAL SÃO FRANCISCO. Linguagem verbal 
e linguagem não verbal. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
UOL. Certo ou errado. Disponível em: . Acesso em: 
3 maio 2014. Lá você encontrará uma minigramática.
_____. Linguagem escrita e oral. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
_____. Linguagem. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
VESTIBULANDO WEB. Características de Carlos 
Drummond de Andrade. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
ZI-YU. 4 pilares. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Minhas anotações
Vale a pena
156
5ºAula
Variação linguística
Caro(a) aluno(a),
Estamos iniciando a nossa quinta aula, em que, como tema central, 
temos a variação da linguagem enquanto instrumento de interação 
social.
Assim, nos acompanhem nesse contexto linguístico presente 
neste conteúdo que contempla as variações da linguagem em uso.
Que tal!? Disposto a começar?
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as 
seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de:
• compreender a amplitude do processo de comunicação;
• entender e reconhecer que na língua há várias formas de se comunicar.
157
Linguagem e Argumentação 38
1 - A linguagem e suas particularidades sociais e regionais
2 - As variedades linguísticas
Seções de estudo
1 - A linguagem e suas particularidades 
sociais e regionais
Para potencializar sua aprendizagem sobre os conteúdos que 
estudaremos nesta aula, sugerimos que:
a) leia despreocupadamente o conteúdo a ser estudado;
b) releia o conteúdo sublinhando, ou seja, aquele que você considerar 
mais relevante no texto;
c) faça um questionário sobre o que foi lido;
d) sempre que possível, elabore grá cos, esquemas ou mapas mentais 
sobre o material estudado.
Boa aula!
Saussure, que consagrou a sua vida a estudar a língua, partiu 
precisamente do principio de que a língua não era o único sistema 
de signos que exprima ideias do qual nos servimos para comunicar. 
Imaginou por isso a semiologia como uma ciência geral dos signos 
(12), inventar, e no seio da qual a linguística, o estudo sistemático da 
língua, teria a primazia e exerceria o seu domínio. Saussure dedicou- 
se, portanto, a isolar as unidades constitutivas da língua: primeiro os 
sons ou fonemas, desprovidos de sentido, depois as unidades mínimas 
de signi cação: os monemas (muito grosseiramente, o equivalente da 
palavra) ou signos linguísticos. Ao estudar em seguida a natureza do 
signo linguístico, Saussure descreveu-a como uma entidade psíquica 
com duas faces indissociáveis, ligando um signi cante (os sons) a um 
signi cado (o conceito): o conjunto de sons árvore está ligado não à 
arvore real que pode estar diante de mim, mas sim ao conceito de 
árvore, utensílio intelectual que construí graças à minha experiência. 
Entidade que Saussure representou sob a forma do bem conhecido 
diagrama:
Sd 
St
A especi cidade da relação, na língua, entre os sons e o sentido, ou 
entre o signi cante e o signi cado foi de seguida declarada arbitrária 
(ou seja, convencional) por oposição a uma relação dita motivada por 
possuir justi cações naturais, como a analogia ou a contiguidade: 
explica Saussure: a ideia de irmã não está ligada por qualquer 
relação interior com a sequência de sons irmã, ao passo que um 
retrato desenhado ou pintado, este sim, será um signo motivado pela 
semelhança – uma pegada ou uma mão –, pela contiguidade física que 
constitui a sua casualidade. Saussure dedicou-se também a descrever 
a forma dos signos linguísticos (a sua morfologia) e as grandes regras de 
funcionamento da linguagem. Estabeleceu princípios metodológicos 
tais como os de oposição, de comutação ou de permutação; em 
suma, inaugurou uma abordagem de tal maneira nova e forte que ele 
próprio anunciou: a língua, o mais complexo e mais vasto dos sistemas 
de expressão, é também o mais característico de todos; neste sentido, 
a linguística pode tornar-se modelo geral de toda a semiologia, se bem 
que a língua seja apenas um sistema particular (apud JOLY, 1994, 32).
Vamos iniciar nossos estudos com uma reflexão!
A Carta de Pero Vaz de Caminha possui um trecho em 
que ele se refere ao seu primeiro encontro com os índios:
O capitão, quando eles vieram, estava assentado 
em uma cadeira e uma alcatifa aos pés por 
estrado, e bem vestido, com um colar d’ouro 
mui grande ao pescoço. [...] Um deles pôs olho 
no colar do capitão e começou d’acenar com a 
mão para a terra e depois para o colar, como que 
nos dizia que havia em terra ouro [...].
Curiosidade
A carta de Caminha é o primeiro texto sobre o Brasil. Não apresenta 
intenções artísticas, mas é muito signi cativa por registrar as condições 
de vida dos primeiros colonizadores e habitantes da terra descoberta. 
Ela não só informa as características dessa terra, como mostra a visão 
de mundo dos portugueses, apresentando a cultura dos índios por 
oposição à dos europeus (ACD-UFRJ, 2014).
Se tomarmos como referência a história de nosso país, 
certamente concluiremos que o Brasil é sem dúvida o país mais 
pluralizado do mundo. Além do grande número de culturas 
estrangeiras que já fazem parte do cotidiano do brasileiro, 
temos ainda peculiaridades de regiões do próprio país que 
incrivelmente variamde acordo com a região.
Para entender melhor sobre o que estamos falando, 
vamos ver se você consegue decifrar o ‘causo’ do ‘mineirim’ 
que segue. 
Figura 5.1 A linguagem e suas variações – o causo mineiro.
FONTE: GUIBLOGADO. Causo mineiro. Disponível em: . Acesso em: 15 jul. 2012.
Veja como a linguagem é interessante, pois ela é o que nos 
diferencia dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade 
de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa 
opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, 
e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social.
158
39
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os 
níveis da fala, que são basicamente o nível de formalidade e o 
de informalidade:
O padrão formal está diretamente ligado à 
linguagem escrita, restringindo-se às normas 
gramaticais de um modo geral. Razão pela 
qual nunca escrevemos da mesma maneira que 
falamos. Este fator foi determinante para a que 
a mesma pudesse exercer total soberania sobre 
as demais.
Quanto ao nível informal, este por sua vez 
representa o estilo considerado “de menor 
prestígio”, e isto tem gerado controvérsias 
entre os estudos da língua, uma vez que para 
a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve 
de maneira errônea é considerada “inculta”, 
tornando-se desta forma um estigma (BRASIL 
ESCOLA, 2014).
 
É válido ressaltar que, compondo o quadro do padrão 
informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, 
as quais representam as variações de acordo com as condições 
sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada.
É muito importante que se dedique em continuar aprendendo por 
meio de pesquisas todos os conteúdos estudados nesta seção, uma vez 
que eles serão fundamentais para sua formação acadêmica e atuação 
pro ssional, além de serem objetos de referência para a realização de 
atividades e avaliações.
Agora, vamos continuar nossa caminhada rumo ao saber, estudando as 
variações linguísticas.
2 - As variedades linguísticas
Vejamos agora algumas das variações linguísticas 
recorrentes no dia a dia. Dentre elas destacam-se: as tratadas 
nos subtópicos a seguir!
2.1 - Variações Históricas
Para entender as variações linguísticas históricas, vamos 
ler a citação a seguir:
Dado o dinamismo que a língua apresenta, 
a mesma sofre transformações ao longo do 
tempo. Um exemplo bastante representativo 
é a questão da ortogra a, se levarmos em 
consideração a palavra farmácia, uma vez que a 
mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à 
linguagem dos internautas, a qual fundamenta-
se pela supressão do vocábulos. (BRASIL 
ESCOLA, 2012).
Analisemos, pois, o fragmento exposto: “Antigamente”.
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e 
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: 
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo 
sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas 
ficavam longos meses debaixo do balaio (Carlos Drummond 
de Andrade ,apud BRASIL ESCOLA, 2012).
Note que, se compararmos com a modernidade, o 
vocabulário utilizado neste excerto pode parecer antiquado. 
Outro exemplo significativo está em pensarmos nas variações 
linguísticas em três tipos de textos: jornalístico, empresarial e 
literário.
Segue:
Texto jornalístico Texto literário Texto empresarial
Informação Emoção Ação
A conferência das 
Nações Unidas sobre 
o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento, 
ou ECO-92, que teve 
lugar no Brasil, em 
junho de 1992, deu 
novo impulso às 
questões relaciona-
das com a Amazônia.
Noite de São João 
Noite de São João 
para além do muro 
do meu quintal.
Do lado de cá, eu 
sem noite de S. João.
Porque há S. João 
onde o festejam.
Para mim há uma 
sombra de luz de fo-
gueiras na noite, um 
ruído de gargalhadas, 
os baques dos saltos.
E um grito casual de 
quem não sabe que 
eu existo. 
Pessoal, Solicito 
estarem com o rela-
tório das atividades 
trimestrais prontos 
até o dia 3 de abril. 
Nesta data, enviem 
ao gerente de TI para 
que ele os consolide 
e providencie as 
ações necessárias.
Atenciosamente, 
Carina Ert.
 
2.2 - Variações Regionais
Segundo pressupostos descritos no site Brasil Escola 
(2012), são os chamados dialetos, que são as marcas 
determinantes referentes a diferentes regiões.
Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em 
certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: 
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão 
os sotaques, ligados às características orais da linguagem 
(BRASIL ESCOLA, 2012).
2.3 - Variações sociais ou culturais
As variações sociais ou culturais estão diretamente ligadas 
aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau 
de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, 
citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira.
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos 
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre 
outros.
Já os jargões estão relacionados ao profissionalismo, 
caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, 
podemos citar os médicos, advogados, profissionais da área 
de informática, dentre outros (BRASIL ESCOLA, 2012).
Os jargões técnicos é uma maneira característica 
e específica de um determinado grupo se comunicar. 
Observa-se:
Exemplo:
Visando ajudar os órgãos no entendimento da circular 4.522/95, 
esclarecemos que, no âmbito interno, há uma delegação subentendida 
da direção da Companhia aos superintendentes de órgãos e chefes 
de serviço, pela tabela de limite de competência, para de nirem que 
159
Linguagem e Argumentação 40
contratos devem ter prosseguimento nas bases pactuadas e quais 
deverão ser objeto de reavaliação.
Resposta mais adequada:
Visando ajudar os órgãos no entendimento da circular 4.522/95, 
informamos que a Tabela de Limite de Competência em vigor na 
Companhia é válida para estabelecer quais contratos devem prosseguir 
nas bases pactuadas e quais deverão ser objeto de reavaliação.
Fonte: Gold, 2010, p.28.
Saber Mais
Para rever e acessar a outros exercícios como o disponibilizado 
nesta aula, é importante que acesse o site: BLOGSPOT. Aulas 
de língua portuguesa e literatura. Disponível em: . Acesso em 24 jul. 2012.
Agora que conhecemos sucintamente as variações da 
linguagem, vamos retomar o causo do mineirinho, citado 
como exemplo na seção anterior:
Causo de mineirinho
Sapassado, era sessetembro, taveu na cozinha 
tomano uma picumel e cuzinhano um kidicarne 
cumastumate pra fazer uma macarronada cum 
galinhassada. Quascaí desusto quanduvi um 
barui vindedenduforno, parecenum tidiguerra. 
A receita mandopô midipipocadenda galinha 
prassá. O forno isquentô, o mistorô e o 
 ofó da galinhispludiu! Nossinhora! Fiquei 
branco quineim um lidileite. Foi um trem 
doidimais! Quascaí dendapia! Fiquei sem sabê 
dondecovim, proncovô, oncontô. Oiprocevê 
quelocura! Grazadeus ninguém semaxucô! 
(CIDADE INTERNET, 2014).
Considerando os conteúdos que estudamos até o 
momento, sugerimos que procure responder mentalmente às 
seguintes indagações (BLOGSPOT, 2012):
a. Os textos apresentam aspectos interessantes de variação 
linguística. Que dialeto é utilizado para construir o texto?
b. Observando a escrita de certas palavras do texto, 
deduza: O que caracteriza esse dialeto?
c. Também é possível observar no texto variações de 
registro, especialmente quanto ao modo de expressão. O 
texto apresenta marcas da linguagem escrita ou da linguagem 
oral? Dê exemplos que justifiquem sua resposta.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar a 
nossa quinta aula, vamos recordar os temas que foram 
abordados:
Além do grande número de culturas estrangeiras que já fazem 
parte do cotidiano do brasileiro, temos ainda peculiaridades de 
regiões do próprio país que incrivelmente variam de acordo 
com a região, denominadasde variações linguísticas.
2 - As variedades linguísticas.
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, 
estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam 
as variações de acordo com as condições sociais, culturais, 
regionais e históricas em que é utilizada.
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutores).
A busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos 
(Colaborador). A coerência textual. São Paulo: Contexto, 2001.
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
Vale a pena ler
ACD-UFRJ. Tema 1 - propostas. Disponível em: 
.
Acesso em: 3 maio 2014.
BLOGSPOT. Aulas de língua portuguesa e literatura. 
Disponível em: . Acesso em 24 jul. 2012.
BRASIL ESCOLA. Variações linguísticas. Disponível 
em: . Acesso em: 15 jul. 2014.de julho, às 20 horas
CIDADE INTERNET. Mensagens engraçadas. Disponível 
em: . Acesso em: 3 maio 2014.
GUIBLOGADO. Causo mineiro. Disponível em: 
. Acesso em: 15 jul. 2012.
PARTES. Teorias, signos e reflexão. D i s p o n í v e l 
e m : . Acesso em: 3 maio 2014.
SEMIÓTICA BLOGSPOT. Como se definem os signos. 
Disponível em: . 
Acesso em: 3 maio 2014>. Acesso em: 3 maio 2014. 
UNISUL. Linguagem. Disponível em: . 
Acesso em: 3 maio 2014.
Vale a pena acessar
Vale a pena
1 - A linguagem e suas particularidades sociais e 
regionais.
O Brasil é sem dúvida o país mais pluralizado do mundo. 
160
6ºAula
Considerações sobre textos: 
elementos estruturais
Caro(a) aluno(a),
Estamos em nossa sexta aula e a partir de agora nos dedicaremos 
mais a um assunto de grande interesse para todos nós: trataremos 
sobre as noções acerca do texto e também veremos como proceder 
para elaborar textos claros e coesos.
Ademais, abordaremos questões referentes à organização textual e 
aos mecanismos de leitura contidos na compreensão e na interpretação 
de textos.
Assim, desejo que tenhamos uma grande ascensão teórica em 
relação aos temas abordados.
Bom trabalho!
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de:
• identificar e conceituar, a partir das teorias textuais, um texto e suas particularidades linguísticas referentes à 
estrutura;
• entender como acontece o processo de compreensão e de interpretação textuais.
• compreender a estrutura e a expressão textuais;
• entender e reconhecer e empregar com precisão a coesão e a coerência textuais.
161
Linguagem e Argumentação 42
1 - Noções de texto
2 - Compreensão e interpretação textual
3 - Estrutura, conteúdo e expressão
4 - Coerência e coesão textual
Seções de estudo
1 - Noções de texto
Esta aula foi preparada para que você não encontre grandes di culdades. 
Contudo, podem surgir dúvidas no decorrer dos estudos! Quando isso 
acontecer, acesse a plataforma e utilize as ferramentas “Quadro de 
avisos” ou “Fórum” para interagir com seus colegas de curso ou com seu 
tutor. Sua participação é muito importante e estamos preparados para 
ensinar e aprender com seus avanços. Lembre-se, ainda, de ler e re etir 
sobre os objetivos de aprendizagem e as Seções de Estudo da Aula 6. 
A nal, você é o protagonista de sua aprendizagem!
Contamos com a sua participação!
Na sua opinião, o texto tem segredos?
Que tal desvendarmos!
Pois bem, a palavra texto aparece com alta frequência 
no linguajar cotidiano, tanto no interior da escola quanto 
fora de seus limites. Não são estranhas a ninguém expressões 
como: “redija um texto”, “texto bem elaborado”, “o texto 
construído não está suficientemente claro”, “os atores da 
peça são bons, mas o texto é ruim”, “o redator produziu 
um bom texto etc.
Por causa, exatamente, dessa alta frequência de uso, todo 
estudante tem algumas noções sobre o que significa texto. 
Dentre essas noções, algumas ganham importância especial 
para esta e as próximas aulas, que se propõem a orientar a 
leitura e a escrituração de textos.
Nesta aula introdutória, vamos fazer duas considerações 
fundamentais sobre a natureza do texto, Platão & Fiorin 
(2002) nos sugerem as que seguem:
1.1 - Primeira consideração: O texto 
não é um aglomerado de frases
A revista Veja de 1º de junho de 1988, em matéria 
publicada nas páginas 90 e 91, traz uma reportagem sobre um 
caso de corrupção que envolvia, como suspeitos, membros 
ligados à administração do governo do Estado de São Paulo e 
dois cidadãos portugueses dispostos a lançar um novo tipo de 
jogo lotérico, designado pelo nome de “Raspadinha”.
Entre os suspeitos figurava o nome de Otávio Ceccato, 
que, no momento, ocupava o cargo de secretário de Indústria 
e Comércio e que negava sua participação na negociata.
O fragmento a seguir foi extraído da parte final da referida 
reportagem, relata a resposta de Ceccato aos jornalistas nos 
seguintes termos:
Na sua posse como secretário de Indústria 
e Comércio, Ceccato, nervoso, foi infeliz ao 
rebater as denúncias: “Como São Pedro, nego, 
nego, nego”, disse a um grupo de repórteres, 
referindo-se à conhecida passagem em que 
São Pedro negou conhecer Jesus Cristo três 
vezes na mesma noite. Esqueceu-se de que São 
Pedro, naquele episódio, disse talvez a única 
mentira de sua vida (VEJA, Ano 20, pp. 22:91).
Note que a defesa do secretário foi infeliz e desastrosa, 
produzindo efeito contrário ao que ele tinha em mente: ao 
invés de inocentá-lo, acabou por comprometê-lo!
Sob o ponto de vista da análise do texto, qual teria sido a 
razão do equívoco lamentável cometido pelo secretário?
Uma resposta adequada pode ser que ao citar a passagem 
bíblica, o acusado esqueceu-se de que ela faz parte de um texto 
e, em qualquer texto, o significado das frases não é autônomo.
(http://xantipaemarx.blogspot.com.br/2014/06/conceito-
de-texto.html)
Desse modo, não se pode isolar frase alguma do texto 
e tentar conferir-lhe o significado que se deseja. Como bem 
observou o repórter, no episódio bíblico citado pelo secretário, 
São Pedro, enquanto Cristo estava preso, foi reconhecido 
como um de seus companheiros e, ao ser indagado pelo 
soldado, negou três vezes seguidas conhecer aquele homem. 
Segundo a mesma Bíblia, posteriormente, Pedro arrependeu-
se da mentira e chorou copiosamente.
Esse relato serve para demonstrar de maneira simples 
e clara que uma mesma frase pode ter significados distintos 
dependendo do contexto dentro do qual está inserida. O 
grande equívoco do secretário, para sua infelicidade, foi o 
de desprezar o texto de onde ele extraiu a frase, sem se dar 
conta de que, no texto, o significado das partes dependem das 
correlações que elas mantêm entre si.
Para entender qualquer passagem de um texto, é necessário 
confrontá- la com as demais partes que o compõem, sob pena de dar-
lhe um signi cado oposto ao que ela de fato tem.
Em outros termos, é necessário considerar que para fazer 
uma boa leitura, deve-se sempre levar em conta o contexto em 
que está inserida a passagem a ser lida.
Entende-se por contexto uma unidade linguística maior 
em que se encaixa uma unidade linguística menor. Assim, 
a frase encaixa-se no contexto do parágrafo, o parágrafo 
encaixa- se no contexto do capítulo e o capítulo encaixa-se no 
contexto da obra toda.
Uma observação importante a fazer é que nem sempre 
o contexto vem explicitado linguisticamente. O texto mais 
amplo dentro do qual se encaixa uma passagem menor pode 
vir implícito: os elementos da situação em que se produzo 
texto podem dispensar maiores esclarecimentos e dar como 
pressuposto o contexto em que ele se situa.
Para exemplificar o que acaba de ser afirmado, observe o 
exemplo a seguir:
162
43
Exemplo com erro:
Queremos, neste momento, observar que o aceite àquela condição 
não deve ser entendido como uma aprovação à mesma, não no que 
diz respeito ao valor, que, apesar de ter ultrapassado a importância de 
R$ 350,00, que achávamos justa, dela não se afastou em demasia, mas, 
sim, quanto ao prazo de reajuste, qual seja, semestral, contrariando o 
relacionamento comercial passado, calcado no prazo de um ano, não 
nos dando sequer a chance de contra-argumentação.
Exemplo corrigido:
Porém, gostaríamos de registrar nossa insatisfação com a mudança 
do prazo de reajuste que, ao se tornar semestral, sem a possibilidade 
de negociação, contraria nosso relacionamento comercial passado, 
calcado no prazo de um ano.
Fonte: http://kerllyherenio.blogspot.com.br/2013/03/a-redacao-
empresarial. html
Toda leitura, para não ser equivocada, precisa, necessariamente, levar 
em conta o contexto que envolve a passagem que está sendo lida, 
lembrando que esse contexto pode vir manifestado explicitamente 
por palavras ou pode estar implícito na situação concreta em que é 
produzido.
Assim, podemos observar dois pontos de contradição 
para a escrita do texto no exemplo acima.
a) A forma com que o autor desenvolve seu texto nos 
deixa confuso como se somente, houvesse um amontoado de 
palavras e se apresenta muito confuso para o entendimento;
b) Ao expressar-se sobre sua indignação sobre o prazo 
de reajuste semestral, o uso formal e de poucas palavras pode 
elevar o nível de compreensão por meio desse comunicado.
Assim, podemos notar o quão importante é sabermos ler 
e escrever de fato!
1.2 - Segunda consideração: Todo 
texto contém um pronunciamento 
dentro de um debate de escala mais 
ampla
Nenhum texto é uma peça isolada, nem a manifestação da 
individualidade de quem o produziu.
De uma forma ou de outra, constrói-se um texto para, 
por meio dele, marcar uma posição ou participar de um debate 
de escala mais ampla que está sendo travado na sociedade. 
Até mesmo uma simples notícia jornalística, sob a aparência 
de neutralidade, tem sempre alguma intenção por trás, ou seja, 
nenhum texto é desprovido de ideologia.
Assim, quando finalizarmos o estudo desta aula é 
fundamental estarmos seguros sobre as seguintes questões:
a. Uma boa leitura nunca pode basear-se em fragmentos 
isolados do texto, já que o significado das partes sempre é 
determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam.
b. Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o 
pronunciamento contido por trás do texto, já que sempre se 
produz um texto para marcar posição frente a uma questão 
qualquer.
Agora, para ampliar seus conhecimentos, sugerimos 
que exercite sua leitura e a produção textual. Para tanto leia 
atentamente as instruções abaixo:
a. Para que você continue praticando a leitura e a 
escrituração de textos, sua atividade de hoje será a de redigir um 
texto dissertativo, ou seja, deverá expor, defender e argumentar 
suas ideias sobre um dos temas abaixo relacionados, lembrando 
que neste tipo de texto não deve fazer uso da primeira pessoa 
do singular (eu), nem conjugar verbos nesta pessoa (acredito).
b. Lembre-se de que leituras deverão ser feitas sobre o 
tema escolhido para que tenha argumentos para defender o 
que pensa. Não deixe para fazer este texto na última hora, 
como alguns fazem, vez que, sem tempo para reflexões, não 
poderá desenvolver uma boa atividade e, consequentemente, 
será prejudicado!
c. Seu texto terá que ter, no mínimo, 20 linhas e, no 
máximo, 28 linhas. Não escreva um texto com menos de 
quatro parágrafos.
d. A atividade é individual e não precisa ser encaminhada 
no ambiente virtual, uma vez que se trata de uma auto avaliação 
de sua aprendizagem.
Temas sugeridos:
• A leitura e o seu poder transformador.
• O desafio de conviver com as diferenças.
• A escrita como transmissão de conhecimento no 
meio empresarial.
• Viver em rede no século 21: propostas e desafios.
Conhecer o repertório de estratégias de aprendizagem e os seus hábitos 
de estudo constitui um passo fundamental para que você enriqueça 
sua capacidade de aprender, previna di culdades de aprendizagem e 
avance no desenvolvimento de seu desempenho acadêmico.
Para tanto, ao iniciar os estudos da Seção 2, aproveite a oportunidade 
para posicionar-se criticamente diante dos conteúdos e das estratégias 
didáticas propostas.
2 - Compreensão e interpretação 
textual
Segundo Oliveira (2008),
[...] é a partir da leitura que o aluno pode 
compreender e entender a realidade em que 
está inserida e chegar a importantes conclusões 
sobre o mundo em que vive e os aspectos que 
o compõem. A habilidade de leitura é essencial 
e da suporte para o estudo de outras áreas do 
conhecimento, essas habilidades ultrapassam 
a uma simples decodi cação, na verdade, vão 
além da própria compreensão do que foi lido. 
A leitura é um processo no qual o “Leitor” é 
um sujeito ativo que processa o texto e este lhe 
proporciona seus conhecimentos, o próprio 
leitor constrói o sentido do texto.
Complementando este ponto de vista, Orlandi (2006, 
p.38) afirma que “o leitor não apreende meramente um 
sentido que está lá; o leitor atribui sentido ao texto... E isto lhe 
traz informações, conhecimentos etc”.
Dessa forma, o texto tem seu sentido, e, a “cada leitura 
é uma transação que ocorre entre o leitor e o texto em um 
determinado momento e lugar. (...) O sentido não está pronto 
nem dentro do texto nem dentro do leitor, mas surge durante 
163
Linguagem e Argumentação 44
3 - Estrutura, conteúdo e expressão
a transação”. (ROSENBLATT, 2004, p. 1369 apud Leffa, 
2010, p.3).
Vejamos o esquema a seguir, o qual ponta alguns dos tipos 
de conhecimentos que incidem na compreensão de texto:
Figura 6.1 Compreensão textual.
FONTE: NEHEMIAS SLIDESHARE. Compreensão e interpretação textual. Disponível 
em: . 
Acesso em: 3 maio 2014.
Nesse contexto, podemos dizer que um texto é uma 
ocorrência linguística, na modalidade escrita, de qualquer 
extensão, dotada de significação, ou seja, apresentam unidade 
semântica e formal.
Para ser compreendido e interpretado, o texto exige 
conhecimentos de várias naturezas, conforme a figura 6.1 
demonstra.
Ainda, temos outros aspectos que devem ser levado em 
consideração nesse contexto de compreensão e interpretação, 
como representado na Figura 6.2:
Figura 6.2 Elementos de compreensão e de interpretação.
FONTE: NEHEMIAS SLIDESHARE. Compreensão e interpretação textual. Disponível 
em: . 
Acesso em: 3 maio 2014.
A partir destes elementos podemos construir inferências 
que nos darão condições de chegar ao real sentido do texto, ou 
seja, conseguiremos compreender e interpretar de forma que 
os níveis de processamento de sentido sejam contemplados.
Seguindo de um esquema das características do moderno 
texto empresarial (Gold, 2010, p.8):
CONHECIMENTO 
DO CONTEXTO 
SÓCIO-HISTÓRICO-
CULTURAL
CONHECIMENTO 
DO SISTEMA 
LINGUISTICO
CONHECIMENTO 
DOS MECANISMOS 
DE PRODUÇÃO DE 
SENTIDO
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
TEXTO
LITERAIS EXPLÍCITOS
NÃO-
LITERAIS
MECANISMOS 
DE PRODUÇÃO 
DE SENTIDO
CONTEXTO 
LINGUISTICO
VOCABULÁRIO E 
COMBINAÇÕES
IMPLÍCITOS
CORREÇÃO GRAMATICAL
LINGUAGEM ADEQUADA
TEXTO EMPRESARIAL 
MODERNO
OBJETIVIDADE 
CONCISÃO
CLAREZA 
COERÊNCIA
Saber Mais
Para ampliar seus conhecimentos, é importante que leia o texto 
referenciado a seguir: RIBEIRO, José Roberto Boelter. Por um nível 
metaplícito na construção do sentido textual. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Mas o que são estes níveis?
Segundo Poersch (1991), o primeiro nível é o explícito 
que correspondeàquelas informações que estão expressas 
na superfície textual. A compreensão desse nível depende 
meramente de uma atividade de decodificação.
O segundo nível é o implícito, em que não estão escritas 
no texto, devendo a recuperação ocorrer a partir daquilo que 
é apresentado pelo autor. Embora faça parte do texto, as 
informações implícitas não são expressas porque o emissor 
julgou desnecessário, ou seja, considerou que, a partir daquilo 
que escreveu, o leitor terá condições de inferir as informações 
não ditas.
Já o terceiro nível é o metaplícito, o qual está relacionado 
às circunstâncias de produção e veiculação do texto. Assim, 
para construir esse nível, o leitor precisa possuir informações 
que estão fora do texto: dados relativos ao autor, ao 
destinatário, à relação entre autor e destinatário, ao contexto 
histórico, geográfico, social e cultural. É importante salientar 
que o sentido metaplícito constitui o modo como o texto deve 
ser lido, o que exige do leitor a consideração dos elementos 
situacionais da comunicação.
Assim consolida-se o processo de compreensão e 
interpretação textual.
Passemos, agora, ao estudo da seção 3, na qual estudaremos 
sobre a estrutura, o conteúdo e a expressão de um texto.
3.1 - Estrutura textual
A estrutura compreende a unidade, organicidade e forma.
Vamos conhecer cada uma:
a. Unidade: a redação constitui-se de um só assunto; 
deve-se organizar em função de um só núcleo temático. Ter 
unidade é fazer com que o texto siga um “único” fio condutor 
de ideias, desenvolver a ideia que deseja.
b. Organicidade: as partes da redação (introdução, 
desenvolvimento e conclusão) devem ser organizadas como 
um todo e articuladas de forma coerente e lógica. Quando 
as partes de um texto se encaixam, a leitura do texto flui de 
maneira clara.
c. Forma: é a maneira de se apresentar o conteúdo. 
O tema poderá ser abordado de forma descritiva, narrativa 
ou dissertativa. Quando solicitar ao aluno uma descrição, 
evidentemente não se pode admitir a forma dissertativa, se a 
solicitação for uma carta comercial, não cabe ao aluno escrever 
um poema, um conto ou um texto narrativo/descritivo. Cada 
forma textual deve ser adequada ao que está sendo solicitado.
Agora, vejamos o que cabe ao conteúdo!
3.2 - Conteúdo textual
Quanto ao conteúdo, ele exige coerência e clareza e
significa a própria mensagem a ser transmitida.
Vejamos, então, de forma sucinta, a coerência, pois ela 
será novamente abordada nesta aula com mais clareza.
164
45
3.2.1 - Coerência
A redação deve apresentar um conteúdo em que haja ideias 
fundamentais e pertinentes ao tema proposto. As ideias devem 
ser elaboradas segundo critérios que possibilitem perfeita 
relação, visando ao entendimento entre emissor e receptor. 
Nesse item, a principal observação a ser feita é que não pode 
haver fuga ao tema proposto, nem inclusão de citações ou 
informações que não sejam pertinentes ao desenvolvimento 
do assunto. Um texto coerente é aquele que tem significado, 
tem sentido para o leitor.
Por exemplo, segundo Gold (2010, p.99):
CONEXÃO ENTRE AS 
ORAÇÕES
CARACTERÍSTICAS DA 
COERÊNCIA
CONEXÃO ENTRE AS 
PALAVRAS
CONEXÃO ENTRE OS 
PARAGRAFOS
FRASES:
CURTAS
CARACTERÍSTICAS
DA CLAREZA
PALAVRAS: SIMPLES
E ADEQUADAS
PROBLEMAS DE
LINGUAGEM:
POSICIONAMENTO E
AMBIGUIDADE
ELIMINAÇÃO
DE CLICHÊS
CARACTERÍSTICAS
DA CONCISÃO
MÁXIMO DE 
INFORMAÇÕES 
COM MÍNIMO DE 
PALAVRAS
ELIMINAÇÃO DAS 
REDUNDÂNCIAS E 
IDEIAS EXCESSIVAS
Assim, podemos identificar que essas características fazem 
com que a harmonia de um texto aconteça coerentemente. 
Sendo que, a conexão das palavras faz-se sobre a significação 
dos elementos; a conexão das orações eleva o elo entre as 
frases; e por fim, a conexão dos parágrafos traz a sequência e 
organização de todo o texto.
3.2.2 - Clareza
A clareza é consequência da coerência. A falta de contato 
com o tema, a abordagem tangencial ou fragmentada afetam 
a clareza por apresentar o conteúdo sem contornos definidos, 
diluídos ao longo da redação.
Outro obstáculo à clareza é a frase mal estruturada ou 
ambígua que dificulta a compreensão e distorce o sentido. 
Quanto à clareza, convém evitar o uso de palavras ou expressões 
vagas, o pleonasmo (tautologia), ou seja, a repetição da mesma 
ideia e o uso de palavras ou expressões ambíguas.
Assim, pode-se dizer que a clareza traz algumas 
características relevantes:
As palavras bem usadas podem estabelecer um significado 
coerente para o receptor da mensagem, mas se não tiver uma 
clareza pode ser distorcida e mal interpretada. Dessa maneira, 
a utilização de palavras simples e adequadas viabiliza maior 
entendimento, evite termos técnicos, além de frases curtas e 
sempre evitando a ambiguidade das palavras.
A clareza refere-se ao domínio do léxico e estrutura da língua. Para se 
conseguir boa expressão é fundamental a leitura de bons escritores e o 
manuseio habitual do dicionário.
Atenção
Para assegurar a concisão de um texto é fundamental que faça 
correções, ou seja, procure rever se utilizou formas adequadas, do 
ponto de vista da gramática normativa e do dicionário.
3.2.3 - Criatividade
Criatividade diz respeito à originalidade. Consiste em saber 
apresentar uma positiva contribuição pessoal, seja variando 
expressões comuns, seja concorrendo para a renovação de 
formas antigas. O trabalho usado mediante a sua criatividade 
pode levar o emissor ao sucesso de sua mensagem.
Há de se evitar o uso de chavões, clichês estilísticos, 
chapas, lugares comuns etc.
3.2.4 - Propriedade
A propriedade diz respeito ao uso de palavras ou 
expressões adequadas ao assunto. Evitem os casos de 
impropriedade vocabular, tais como: O paralítico andava sobre 
cadeira de rodas. A exuberante alta dos preços. O ser humano 
nasce cru. Sendo de extrema importância a organização e o 
uso das palavras em seu contexto.
3.2.5 - Concisão
Consiste em exprimir apenas o necessário, em oposição 
à prolixidade (verbosidade, verborreia). Para se conseguir tal 
síntese de pensamento, observe o seguinte:
a) Eliminar o supérfluo, ou seja, formas redundantes.
b) Eliminar o uso excessivo dos indefinidos em e uma.
c) Evitar o emprego do pronome pessoal sujeito, 
obrigatório apenas nos casos de ênfase ou antítese.
d) Eliminar pormenores desnecessários.
Por exemplo, observemos as características de concisão 
para a organização das ideias:
Assim, percebe-se que o texto deve elencar seus 
objetivos e somente informar o mínimo de informações que 
vão ser relevantes, para que o receptor possa obter maior 
compreensão. E as normas gramaticais para essa redundâncias 
nas ideias são de extrema importância.
Agora, passemos ao estudo sobre coerência e coesão!
4 - Coerência e coesão textual.
Coerência deve ser entendida como unidade de texto. 
Um texto coerente é um conjunto harmônico, em que todas 
as partes se encaixam de maneira complementar de modo 
que não haja nada destoante, nada ilógico, nada contraditório, 
165
Linguagem e Argumentação 46
1 - COERÊNCIA 
NARRATIVA
3 - COERÊNCIA 
ARGUMENTATIVA
2 - COERÊNCIA 
FIGURATIVA
nada desconexo. Como afirma Gold (2010, p.97):
Coerência é a harmonia entre uma série de 
situações ou ideias. Um texto é coerente 
quando existe harmonia entre as palavras, isto 
é, quando elas apresentam vínculos adequados 
de sentido, e quando a mensagem organiza-se 
de forma sequenciada, com início, meio e m. 
As ideias expressas devem corresponder às 
ideias pensadas. Entretanto, para que haja essa 
conexão entre palavras, é necessário conhecer 
bem o signi cado delas, assim como possuir 
um amplo repertório de vocábulos para que 
se possa encontrar o mais exato para exprimir 
aquilo que se deseja.
Com isso o que podemos observar é que a coerência 
está relacionada como um todo ao significado das palavras, 
por meio da leitura. E somente tendo ideias bem pensadas e 
expressadas que será transmitido com as devidas significações.
Seguindo com Platão e Fiorin (2002), que pontuam três 
principais níveis em que a coerência precisasão tidas 
como elementos constituintes do alfabeto pertencente à língua 
materna.(http://portugues.uol.com.br/gramatica/alfabeto-
oficial-lingua-portuguesa-.html )
Pretti (1987, p.12) também discorre sobre a importância 
da língua ao afirmar que:
Sons, gestos, imagens, diversos e imprevistos 
cercam a vida do homem moderno, compondo 
mensagens de toda ordem [...] transmitidas 
pelos mais diferentes canais, como a televisão, 
Saber Mais
Nesta aula, trataremos sobre linguagem, língua e fala. Para saber mais 
sobre esses e outros elementos da comunicação, sugerimos que 
acesse base con áveis, tais como Scielo, Google Acadêmico, dentre 
outras e utilize termos como “teoria da comunicação”, “elementos da 
comunicação”, “linguagem, língua e fala” como palavras-chave para 
realização de suas pesquisas!
Sua aprendizagem não tem fronteiras! Pesquise!
2 - Processo de comunicação: um 
panorama teórico
Você Sabia?
O primeiro alfabeto era bem reduzido... Ele era composto por 24 sinais 
consonantais que, apesar de não terem evoluído para um sistema 
totalmente alfabético, já marcavam de forma pro ciente o início do 
sistema de escrita (BINDI, 2014).
o cinema, a imprensa, o rádio, o telefone, 
o telégrafo, a internet, os cartazes de 
propaganda, os desenhos, a música e tantos 
outros. Em todos, a língua desempenha um 
papel preponderante, seja em sua forma oral, 
seja através de seu código substitutivo, escrito. 
E, através dela, o contato com o mundo que 
nos cerca é permanentemente atualizado.
Vemos, então, que a linguagem, constitutivamente, 
possibilita a comunicação, sendo, portanto, de vital 
importância para a convivência social humana. Apesar de ter 
toda essa força no campo da comunicação social, a linguagem 
também é relevante no campo “individual”, pois ao fazer uso 
dela, o homem busca integrar-se com seus pares a partir das 
“leituras” que faz individual e coletivamente, assim como do 
mundo que o cerca ao expressar o “seu” pensamento. Como 
afirma Abreu (s/d, p.7).
O trabalho do futuro dependerá, pois, do 
relacionamento. Mesmo os pro ssionais liberais 
dependem dele. O médico ou o dentista de 
sucesso não é necessariamente aquele que 
entrou em primeiro lugar no vestibular e fez 
um curso tecnicamente perfeito. É aquele que 
é capaz de se relacionar de maneira positiva 
com seus clientes, de conquistar sua con ança 
e amizade.
Perceba que em qualquer área de atuação, é fundamental 
ter o domínio da língua materna, no nosso caso, a Língua 
Portuguesa, sendo assim , todo aquele que prioriza essa 
questão, não só mantém uma ótima imagem profissional 
como, também, torna mais fácil o desempenho das suas 
tarefas. 
Vale lembrar que o pensamento individual do homem 
ocorre em determinado meio social, portanto para dizer de si, 
antes é preciso ir ao outro, porque nós somente somos seres 
individuais, porque temos o outro para auxiliar-nos na 
formação identitária do nosso “eu”. Em outras palavras, 
sempre que eu me expresso estou, de certa forma, revelando 
resquícios de outros em mim.
Observe que até agora tratamos sobre a linguagem 
humana, levando em conta que ela tem materialidade, tanto 
na forma de palavras (faladas ou escritas), quanto na forma da 
realização não verbal (gestos, sinais, símbolos, charges, cartuns, 
entre outras formas de representação), a qual possibilita ao 
homem o poder comunicativo.
Outra questão a ser considerada é o fato de que a linguagem 
humana se destaca grandemente sob dois aspectos, a saber:
• O social: marcado pela língua, isto é, sistema de 
linguagem que compreende um sistema de fonemas (de 
formas/de frases) além do sistema semântico (o significado).
• O individual: marcado pelo discurso que surge a 
partir do momento em que começamos a falar ou a escrever.
Assim, ambos vão deixar com que o conjunto entre a 
linguagem e o discurso se harmonize coerentemente para 
que possam obter a comunicação. A comunicação busca de 
forma linear, formal e objetiva transmitir ao seu ouvinte uma 
mensagem significativa.
Segundo Gold (2010) existem estratégias que estão 
129
Linguagem e Argumentação 10
sendo utilizadas no mundo inteiro, para que a informação seja 
transmitida de maneira mais objetiva. Dessa forma, para o 
andamento do trabalho e presando a qualidade aos clientes, 
é de suma importância apresentar todos os procedimentos 
desenvolvidos no dia a dia com clareza e sem obter uma 
duplicidade de sentidos. Assim, a articulação desse trabalho 
pode ser melhor aplicada, sem haver reformulações dos fatos 
e suas ações.
Na seção 3, você terá a oportunidade de refletir sobre 
a linguagem, a sociedade e a interação humana, a partir do 
estudo de trechos de um artigo!
Você poderá notar que, além do pensamento dos autores, 
inserimos intervenções explicativas, reflexões e ponderações 
com o intento de contribuir para o exercício da habilidade 
crítica de reflexão e de organizar e direcionar o conhecimento 
construído a fim de alcançarmos os objetivos propostos nesta 
disciplina.
 
O texto de Octavio Ianni (1999), descrito a seguir, 
intitulado “Língua e Sociedade” trata-se de uma introdução 
bem detalhada sobre as pesquisas que envolvem o tema da 
linguagem, desde o Renascimento até nossos dias.
Nele, o autor discorre sobre a língua como produto 
social e, ao mesmo tempo, condição de sociabilidade de 
interação humana. De maneira crítica/reflexiva vamos refletir 
sobre os “mistérios” que envolvem a palavra e, por meio de 
fragmentos (pedaços) de textos narrativos, vamos entender 
o valor que ela tem nos indicando as “metamorfoses” da 
língua.
Ao trazer exemplos de textos renomados na história, 
Ianni (1999) faz-nos pensar, com maior sistematicidade, acerca 
da linguagem no tempo atual, pontuando a importância, para 
o homem moderno, de ter acesso a textos que contemplem 
o romantismo, que trabalhem laboriosamente o sentido da 
língua.
Ademais, o autor reitera a importância da linguagem 
não verbal para a comunicação, apresenta a imagem como 
uma linguagem importante e circunscreve a língua como 
“concepção de mundo, como expressão de uma concepção 
do mundo” (IANNI, 1999).
Na próxima seção, convidamos você a continuar os estudos sobre 
linguagem. Contudo, vamos aprofundar nossa re exão tratando 
sobre seu papel na sociedade e nas interações humanas!
3 - Linguagem, sociedade e interação 
humana.
Atenção
O texto a seguir trata sobre uma questão importante para todos; 
especialmente para vocês que trabalharão constantemente com a 
língua da/na sociedade. Portanto, sugerimos que o leia com atenção e 
dedique-se em entendê-lo!
Lembre-se de que, em caso de dúvidas, comentários ou sugestões, você 
conta com o apoio de seus colegas de curso e de seu professor pelo 
ambiente virtual e nas aulas presenciais!
Antes de iniciarmos efetivamente a leitura do texto, 
é importante salientar que, agora, no nível acadêmico, é 
fundamental que se envolva na leitura de textos densos e 
que esses exigirão reflexões mais profundas sobre os temas 
estudados. Eis aqui uma oportunidade!
Língua e Sociedade
Octavio Ianni
A história do mundo moderno tem sido 
também uma história de teorias e pesquisas 
sobre a linguagem. Desde o Renascimento 
passando por Port-Royal, a Enciclopédia, a 
Ilustração, o Romantismo e o “giro linguístico”, 
têm sido notáveis as realizações dos estudos 
sobre linguagem.
Os desenvolvimentos das literaturas nacionais 
e mundiais, os intercâmbios de línguas e 
culturas, os processos de aculturação e 
transculturação, o nascimento e a expansão 
da cultura de massa e da indústria cultural, a 
criação e a difusão de tecnologias eletrônicas, 
informáticas e cibernéticas, tudo isso tem 
propiciado o surgimento de disciplinas e teorias, 
tanto quanto de hipóteses e controvérsias, 
sobre os mais diversos aspectos da linguagem. 
São muitos os momentos da história dos 
tempos modernos envolvendo desa os ou 
conquistas fundamentais sobre as implicações 
da linguagem na organização, dinâmica, crise 
ou transformação da sociedade, em âmbito 
nacional, internacionalser observada:
Vamos partir de exemplos de incoerências mais simples 
de perceber para mostrar o que é coerência.
4.1 - Coerência narrativa
É incoerente narrar uma história em que alguém 
está descendo uma ladeira num carro sem freios, que para 
imediatamente, depois de ter brecado, quando uma criança 
lhe corta a frente, certo?
Isto porque a preocupação com a coerência e a unidade 
As incoerências podem ser utilizadas para mostrar a dupla face de um 
mesmo personagem, mas esse expediente precisa car esclarecido de 
algum modo no decorrer do texto.
4.2 - Coerência figurativa
Suponhamos que se deseje figurativizar (dispor figuras) o 
tema “despreocupação”. Pode-se usar figuras como “pessoas 
deitadas à beira de uma piscina”, “drinques gelados”, “passeios 
pelos shoppings”.
Vale salientar que não caberia, no entanto, na figurativização 
desse tema, a utilização de figuras como “pessoas indo 
apressadas para o trabalho “ou fábricas funcionando a pleno 
vapor”, pois seria incoerente essa última escolha”.
Assim:
Figura 6.3 Coerência gurativa.
do texto pressupõe que se conjuguem apropriadamente esses 
elementos. Se na narrativa aparecem indicadores de que um 
personagem é tímido, frágil e introvertido, seria incoerente 
atribuir a esse mesmo personagem o papel de líder e agitador 
dos foliões por ocasião de uma festa pública.
Obviamente, a incoerência deixaria de existir se algum 
dado novo justificasse a transformação do referido personagem. 
Uma bebedeira, por exemplo, poderia desencadear essa 
mudança.
Muitos outros casos de incoerência desse tipo podem ser 
apontados. Dizer, por exemplo, que um personagem foi a uma 
partida de futebol, sem nenhum entusiasmo, pois já esperava 
ver um mau jogo, e, posteriormente, afirmar que esse mesmo 
personagem saiu do estádio decepcionado com o mau futebol 
apresentado é incoerente. Quem não espera nada não pode 
decepcionar-se. Não é verdade?
COERENTE COERENTE COERENTE INCOERENTE
FONTE: ABRE. Homepage. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014
166
47
Por coerência figurativa entende-se, então, a articulação 
harmônica das figuras do texto, com base na relação de 
significado que mantêm entre si. As várias figuras que ocorrem 
num texto devem articular-se de maneira coerente para 
constituir um único bloco temático.
Note que a ruptura dessa coerência pode produzir efeitos 
desconcertantes. Todas as figuras que pertencem ao mesmo 
tema devem pertencer ao mesmo universo de significado.
4.3 - Coerência argumentativa
Quando se defende o ponto de vista de que o homem 
deve buscar o amor e a amizade, não se pode dizer em seguida 
que não se deve confiar em ninguém e que por isso é melhor 
viver isolado.
 Num esquema de argumentação, joga-se com certos 
pressupostos ou certos dados e deles se fazem inferências ou 
se tiram conclusões que estejam verdadeiramente implicados 
nos elementos lançados como base do raciocínio que se quer 
montar. Se os pressupostos ou os dados de base não permitem 
tirar as conclusões que foram tiradas, comete-se a incoerência 
de nível argumentativo.
Vale salientar que é incoerente defender ponto de vista 
contrário a qualquer tipo de violência e ser favorável à pena de 
morte, a não ser que não se considere a ação de matar como 
uma ação violenta.
Além de salientarmos exemplo de incoerência ocorrido 
em um memorando, Gold, (2010, p.98):
Exemplo incoerente:
Informamos que deixamos de analisar a empresa 
Transbraçal Prestação de Serviços Industrial e Comércio 
LTDA., enviada através do memorando da referência, pois a 
mesma já foi avaliada com base nas Demonstrações Contábeis 
de 31/12/2003 e estas mesmas demonstrações, atualizadas 
pelos índices oficiais, não alteram a sua avaliação.
Exemplo correto, com reformulações:
Informamos que a empresa Transbraçal Prestação de 
Serviços Industrial e Comércio LTDA, já foram analisados 
com a base nas Demonstrações Contábeis de 31/12/2003, e 
estas atualizadas pelos índices, não alteram a sua avaliação.
Com tudo, percebe-se que a incoerência se dá por meio 
do mal usa dos significados da organização das palavras em seu 
contexto. Assim, pode ser transmitida uma ideia que não foi a 
mensagem a ser transmitida inicialmente.
Parabéns! Até aqui é provável que já tenha percebido o que vem a ser 
um texto coerente... Agora, convidamos a ampliar seus conhecimentos 
sobre o que vem a ser a coesão textual.
4.4 - Coesão textual
O que é coesão textual
Quando lemos com atenção um texto bem construído, 
não nos perdemos por entre os enunciados que o constituem, 
nem perdemos a noção e conjunto. Com efeito, é possível 
perceber a conexão existente entre os vários segmentos de um 
texto e compreender que todos estão interligados entre si.
Dessa forma, são várias as palavras que, num texto, 
assumem a função de conectivo ou de elemento de coesão:
a. As preposições: a, de, para, com, por, etc.;
b. As conjunções: que, para que, quando, embora, mas, 
e, ou, etc.;
c. Os pronomes: ele, ela, seu, sua, este, esse, aquele, 
que, o qual, etc.;
d. Os advérbios: aqui, aí, lá, assim etc.
A título de exemplificação do que foi dito, observe o 
texto que vem a seguir, retirado do livro de Platão e Fiorin 
(2002, p. 39, grifo nosso):
É sabido que o sistema do Império Romano 
dependia da escravidão, sobretudo para a 
produção agrícola. É sabido ainda que a 
população escrava era recrutada principalmente 
entre prisioneiros de guerra. Em vista disso, 
a paci cação das fronteiras fez diminuir 
consideravelmente a população escrava. Como 
o sistema não podia prescindir da mão de obra 
escrava, foi necessário encontrar outra forma 
de manter inalterada essa população.
Como se pode observar, os enunciados desse texto não 
estão amontoados caoticamente, mas estritamente interligados 
entre si: ao se ler, percebe-se que há conexão entre cada uma 
das partes (ver palavras em negrito).
À conexão interna entre os vários enunciados presentes no texto dá-se 
o nome de coesão. Diz-se, pois, que um texto tem coesão quando seus 
vários enunciados estão organicamente articulados entre si, quando 
há concatenação entre eles.
Saber Mais
Para saber mais sobre a coesão e lembrar os elementos coesivos de um 
texto, sugerimos que acesse o material referenciado a seguir: PORTAL 
CP2. Elementos coesivos e articuladores de argumentos. Disponível em: 
. Acesso em: 3 maio 2014.
A coesão de um texto, isto é, a conexão entre os vários 
enunciados obviamente não é fruto do acaso, mas das relações 
de sentido que existem entre eles. Essas relações de sentido 
são manifestadas, sobretudo por certa categoria de palavras, as 
quais são chamadas conectivos ou elementos de coesão. Sua 
função no texto é exatamente a de pôr em evidência as várias 
relações de sentido que existem entre os enunciados.
O uso adequado desses elementos de coesão confere 
unidade ao texto e contribui consideravelmente para a 
expressão clara das ideias. O uso inadequado sempre tem efeitos 
perturbadores, tornando certas passagens incompreensíveis.
Retomando a aula
Chegamos, assim, ao nal da sexta aula. Esperamos 
tenha compreendido as engrenagens que cercam a 
construção de um texto, bem como seus elementos.
Para sedimentar nossa aprendizagem, vamos relembrar o que 
estudamos!
167
Linguagem e Argumentação 48
1 - Noções de texto.
Na primeira seção vimos que para entender qualquer 
passagem de um texto, é necessário confrontá-la com as 
demais partes que o compõem, sob pena de dar-lhe um 
significado oposto ao que ela de fato tem.
2 - Compreensão e interpretação textual.
Prosseguindo, a seção 2, foi uma oportunidade de ampliar 
nossos conhecimentos sobre a compreensão de qualquer texto 
é feita a partir da conjugação de informações apresentados 
nos níveis explícito, implícito e metaplícito, havendo sempre 
manifestação e imbricação dos três em todo texto.
3 - Estrutura, conteúdo e expressão.Já na seção 3, estudamos a estrutura de um texto que 
compreende a unidade, organicidade e forma.
Vimos também que o conteúdo exige coerência e clareza
e significa a própria mensagem a ser transmitida.
Finalmente, quanto à expressão, esta se refere ao 
domínio do léxico e estrutura da língua. Para se conseguir 
boa expressão é fundamental a leitura de bons escritores e o 
manuseio constante, habitual, do dicionário.
4 - Coerência e coesão textual.
Podemos dizer que a coerência e a coesão colaboram 
para conferir textualidade a um conjunto de frases. Assim, 
a coerência, manifestada em grande parte no nível chamado 
macrotextual (global), é o resultado da possibilidade de se 
estabelecer alguma forma de unidade de sentido ou relação 
entre os elementos do texto.
Já a coesão é manifestada no nível microtextual (parte 
interna do texto) e se refere ao modo como os vocábulos se 
ligam dentro de uma sequência.
Vale a pena
CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 
1994.
FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais. 3. ed. 
São Paulo: Editora Ática: 1995.
KATO, M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva 
psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986.
_____. O aprendizado da leitura. São Paulo: Martins 
Fontes, 1995.
KLEIMAN, A. Oficina de Leitura: teoria e prática. 
Campinas: Pontes, Unicamp, 1993.
KOCH, Ingedore G. Villaça; Travaglia, Luiz Carlos. A 
coerência textual. 12. ed. São Paulo: Contexto, 2001.
POERSCH, J. M.; AMARAL, M. P. Como as categorias 
textuais se relacionam com a compreensão de leitura. Veritas. v.35, n 
Vale a pena ler
ABRE. Homepage. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 
2014.
BRASIL ESCOLA. Exercícios sobre coesão e coerência. 
Disponível em: . Acesso 
em: 3 maio 2014.
MUNDO EDUCAÇÃO. Coesão. Disponível em: 
. Acesso em: 3 maio 2014.
PORTAL CP2. Elementos coesivos e articuladores de 
argumentos. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
RIBEIRO, José Roberto Boelter. Por um nível metaplícito 
na construção do sentido textual. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014. 
SLIDESHARE. Compreensão e 'interpretação textual.
Disponível em: . Acesso em: 3 maio 
2014.
Vale a pena acessar
133, p. 77-89, 1989.
POERSCH, J. M. Por um nível metaplícito na construção do 
sentido textual. Letras de Hoje. v.26, n 4, p. 127-14, 1991.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artes 
Médicas, 1998.
Minhas anotações
168
7ºAula
Textualidade, mecanismo 
de construção e elementos 
gramaticais de um texto
Caro(a) aluno(a),
Dando continuidade aos nossos estudos, esta aula abordará 
questões pontuais sobre o texto! Você deve estar se perguntando por 
que sobre ainda o texto?!
Bem, o motivo é porque esta disciplina tem o grande objetivo 
de propiciar condições para que vocês se tornem leitores e redatores 
críticos; que dominem a norma culta, os recursos expressivos da 
língua que viabilizam elaboração textual coesa e coerente. Assim, 
insistentemente, em nossas aulas, não nos distanciaremos da teoria 
da linguística textual que investiga o texto como unidade básica de 
manifestações da linguagem.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de:
• compreender o que é Linguística textual e perceber a sua importância para os estudos do e no texto;
• entender os mecanismos do texto escrito;
• entender e reconhecer os elementos da textualidade.
• compreender o que é gramática do texto e como podemos tornar um texto coeso e coerente;
• entender e utilizar expressões, elementos coesivos, que introduzem determinadas ideias no texto.
169
Linguagem e Argumentação 50
1 - Linguística Textual
2 - O ato de escrever
3 - Textualidade
4 - Gramática do texto
5 - Elementos de ligação de um texto
Seções de estudo
Ah! Durante o estudo desta aula, lembre-se de que construir 
conhecimento neste mundo em constante movimento requer uma nova 
forma de ensinar e aprender. Para isso, é preciso autonomia, coragem 
(não ter medo de errar) e disposição.
Pense nisso...
Você Sabia?
O texto seria o produto físico e o discurso um processo e caz, dinâmico 
de expressão e interpretação. Como assim? Entenderam? Então vamos 
pensar um pouco mais!
Para Ulisses Infante (1996,p.49), “ a palavra texto provém do latim textum, 
que signi ca tecido, entrelaçamento. O texto resulta de um trabalho de 
tecer de entrelaçar várias partes menores a m de se obter um todo inter-
relacionado”
Percebe-se, então, que há diferenças nos conceitos demonstrados pelos 
autores; para Val, o texto tem um signi cado maior, pois ela ressalta 
que o texto, não é só um discurso falado ou escrito, mas, além disso, ele 
comunica, dá sentido e tem uma forma de ser expresso. É importante 
ressaltarmos, também, que Costa Val faz sua de nição de texto enfocando 
o discurso, permitindo, assim, enxergar que o texto é uma unidade de 
linguagem em uso e que o que as pessoas têm para dizer uma às outras 
não são palavras nem frases isoladas, são textos.
Já Guimarães (1992), conceitua o texto como algo mais simples e amplo, 
sem dar ênfase às características a mais que o texto contém, ou seja, ela 
não especi ca maiores esclarecimentos sobre o texto como Costa Val o 
faz. Infante (1996) também tem sua forma de conceituar texto, ele aborda 
o texto como uma rede de relações de ideias que se entrelaçam para 
formar um todo signi cativo.
Você Sabia?
O texto seria o produto físico e o discurso um processo e caz, dinâmico 
de expressão e interpretação. Como assim? Entenderam? Então vamos 
pensar um pouco mais!
1 - Linguística Textual 
Ribeiro (2006) nos lembra que há um bom tempo vem 
crescendo o número de pesquisadores que se interessam sobre 
as questões pertinentes ao texto, ou melhor, os pesquisadores 
que estudam “as teorias da Linguística textual” têm crescido 
consideravelmente.
Assim, quando enveredamos pelos caminhos da 
Linguística textual (LT), acabamos por perceber muitos 
pontos que se “encaixam” com a Análise do Discurso (AD), 
por isso alguns teóricos não pontuam grandes diferenças entre 
a AD e a LT, porém os usos variam e há, então, a possibilidade 
de se distinguir o texto e o discurso.
Nesse contexto, o discurso, com sua função e modo de 
operação, pode ser observado com técnicas psicolinguísticas 
e sociolinguísticas, além das técnicas linguísticas habituais. 
Outros apontamentos entre os dois conceitos são bastante 
comuns em variados textos que discorrem sobre os temas; 
mas o que pretendemos apresentar para você acadêmico é, 
justamente, uma posição que o conduza ao entendimento 
adequado à diversidade textual com que se deparará ao longo 
de seu curso e de sua vida profissional.
Há também o estudo da análise conversacional, nesse 
estudo o foco são as construções textuais que perfazem a 
prática comum no dia a dia de todos nós, além de investigar, 
também, o espaço privilegiado para a construção de 
identidades sociais no contexto real.
Como você sabe, o texto é necessário à vida de cada 
um, pois ele serve para que as pessoas possam expor seus 
pensamentos, ideias e críticas. Enfim, é uma unidade de 
linguagem que visa a informar, a transmitir conhecimentos, 
além de passar ao receptor uma unidade semântica de modo 
que faça com que ele entenda o assunto abordado percebendo-o 
como um todo significativo.
É importante ressaltarmos que nem todas as pessoas 
conceituam o texto dessa forma, cada autor (a) pensa e expressa 
de uma forma o seu entendimento, uns aprofundando mais 
e outros menos, sendo mais simples em suas considerações. 
É com respaldo nessas diferenciações de pensamentos que 
procuramos abordara seguir o que é texto na visão de, pelo 
menos, três autores para mostrar a diferença no conceito de 
cada um.
Vamos aos conceitos? Ainda têm dúvidas?
Podemos observar que ele tem um modo de conceituar 
como o de Elisa Guimarães, pois simplesmente dá sua visão, 
não se aprofundando em muitas explicações. Vimos que cada 
um desses autores revelam sua maneira de conceber o texto 
com base em diferentes pressupostos, a partir de suas vivências, 
experiências e linhas teóricas adotadas.
Vale lembrar que escrever não significa apenas preencher 
o papel com frases, pois do mesmo modo que a frase não 
pode ser vista como um amontoado de palavras, também 
não podemos dizer que o texto é um simples amontoado de 
frases, uma vez que ao escrever um texto, esse precisa ser claro, 
conciso e objetivo para parecer lógico, para se compreensível.
Val (1999) ainda nos recorda que o texto não pode ser 
somente um amontoado de frases, como já salientamos há 
pouco, precisa passar a quem recebe um sentido, para que o 
assunto abordado possa ser percebido pelo recebedor como 
significativo.
Segundo Koch (1989, p.14):
A Linguística Textual toma, pois, como objeto 
particular de investigação não mais a palavra 
ou a frase isolada, mas o texto, considerado a 
unidade básica de manifestação da linguagem, 
visto que o homem se comunica por meio 
de textos e que existem diversos fenômenos 
linguísticos que só podem ser explicados no 
interior do texto. O texto é muito mais que 
a simples soma das frases (e palavras) que o 
170
51
compõem: a diferença entre frase e texto não 
é meramente de ordem quantitativa; é, sim, de 
ordem qualitativa.
 
Para uma pessoa entender um texto, o mesmo tem que 
revelar suas ideias de maneira clara, para que aquele que as 
está recebendo possa entender e identificar como um texto 
compreensível.
Atenção
Muitas vezes, as maiores di culdades estão na concretização das 
ideias no papel, pois escrever pode não ser fácil para muitas pessoas e 
ainda não inventaram “mágicas” e fórmulas para apreender a escrever. 
Na verdade, esse é um trabalho que depende muito do interesse e 
empenho de cada um.
E como ca então, diante dessas noções de textos, o ato de escrever, 
o fazer textual? É exatamente disso que trataremos na seção seguinte!
O que vemos, às vezes, são textos sem sentido que não provocam 
em nós leitores nenhum interesse e, consequentemente, nenhum 
entendimento. Muitas vezes, tanto o texto oral com o escrito são feitos 
de forma inadequada, o que nos leva a entender que só foram feitos 
para suprir as exigências do momento do ato comunicativo.
Faz-se importante ressaltar que a leitura e a atualização de 
informações também colaboram muito na qualidade do texto, 
pois a pessoa que escreve necessita ter bastante informações 
e transformá-las em conhecimentos, para assim poder 
escrever sobre um determinado assunto, e a isso chamamos 
de intertextualidade. A intertextualidade é, dessa maneira, a 
relação que se faz com outros textos, em que a pessoa se baseia 
em outras obras e autores para escrever o seu texto, é uma 
espécie de “ajuda” e um forma de conhecer os pensamentos, as 
ideias e conhecimentos dos diversos autores. Segundo Ângela 
Kleiman (1996,p.26):
O signi cado de um texto não se limita 
ao que apenas está nele; seu signi cado 
resulta da interseção com outros. Assim, a 
intertextualidade refere-se às relações entre os 
diferentes textos que permitem que o texto 
derive seus signi cados de outros. Os textos 
incorporam modelos, vestígios, até estilos de 
outros textos e de outros gêneros.
O que seria adequado é que fosse dada importância maior 
ao ensino da produção textual, pois, muitas vezes, esse ensino é 
marginalizado, quase se tornando despercebido, e isso faz com 
que o aluno, mais tarde, sinta dificuldades na hora da escrita não 
tendo nenhuma noção de como escrever, para quem escrever 
e por que escrever; situação que não deveria acontecer, pois o 
ato comunicativo está presente e é necessário na vida de todos, 
seja ele um ato formal ou informal.
Sabemos que existem textos mais formais e menos 
formais, e cada um desses textos deve ser escrito fazendo 
uso da coerência e da coesão. Os elementos da coesão e da 
coerência são fundamentais dentro de um texto (vocês sabem 
disso), pois não se pode dizer que um texto seja texto sem haver 
sentido nas ideias e ligação dessas ideias, porque é depositando 
o sentido e fazendo a ligação das ideias que o receptor busca 
entender a intenção do que foi escrito ou falado.
Existem características que diferem os textos escritos dos 
orais, e, a grande diferença que se percebe na construção de 
um texto escrito e de um texto falado é que o texto escrito 
exige muito mais na hora de ser formulado, uma vez que 
não tem o seu interlocutor a sua disposição. Ele é elaborado 
a partir de um planejamento mais minucioso, exige-se uma 
boa estruturação, levando em conta que necessita conter 
ideias explícitas e bem articuladas, usando a clareza e a 
informatividade para que, assim, o leitor possa buscar o seu 
sentido e interpretá-lo com maior tranquilidade.
Já o texto falado, muitas vezes, não é planejado com 
antecedência, ele é incompleto, porque se constrói a partir 
da interlocução, uma vez que na maioria dos casos é feito no 
improviso momentâneo; é um texto que pode ser interrompido 
e explicado, mas, mesmo assim, é um texto difícil de se fazer, 
pois não são todas as pessoas que possuem o dom da fala e a 
facilidade em articular ideias com clareza.
Notamos essa diferença ao percebermos, muitas vezes, 
que uma notícia de jornal, dependendo do assunto, é vista de 
vários modos por diversas pessoas em lugares diferenciados, 
e é por isso que damos ênfase à importância de escrever um 
texto bem estruturado e compreensível levando em conta os 
diferentes meios de manifestação.
Segundo Kleiman (1996,p.62):
Texto é toda construção cultural que adquire 
um signi cado devido a um sistema de códigos 
e convenções: um romance, uma carta, uma 
palestra, um quadro, uma foto, uma tabela são 
atualizações desses sistemas de signi cados, 
podendo ser interpretados como texto.
2 - O ato de escrever
Ao escrever um texto é importante lembrar que esse 
para ser bem estruturado, precisa conter elementos que são 
necessários para sua formação, há que se pensar em o que 
escrever, ler sobre o assunto/tema, construir a introdução, 
o desenvolvimento e a conclusão, sempre tendo em mente 
que um tópico segue o outro, e, não se esquecer do título. É 
claro que essa sequência apresentada não é rígida, é apenas 
uma possibilidade de procedimento dentre tantas outras 
possibilidades existentes.
Segundo José Luiz Fiorin (2002, p.15): “[...] as frases não 
têm significado autônomo: num texto, o sentido de uma frase 
é dado pela correlação que ele mantém com as demais”.
A boa compreensão de um texto advém da boa escrituração; 
o produtor precisa ter em mente que sua escrita tem que parecer 
lógica e suas ideias necessitam estar relacionadas umas com as 
outras; se tal relação não acontece, podemos julgar que não 
existe um texto, mais sim um amontoado de ideias soltas.
Além de boa escrituração, a compreensão de um texto 
se dá também quando houver uma perfeita interação entre o 
autor e o leitor/receptor.
Segundo Kleiman (1999) para uma boa compreensão 
171
Linguagem e Argumentação 52
de um texto é necessário que quem o receba, busque o 
conhecimento prévio, o conhecimento linguístico, o textual 
e o de mundo, esses facilitarão o entendimento, uma vez que 
fazem parte da vivência de cada um.
Entendemos que o conhecimento prévio é o 
conhecimento adquirido ao longo da vida, ou seja, a pessoa, 
ao ler ou ouvir um texto utiliza seus conhecimentos guardados 
para atingir uma boa compreensão. Sem esse, dificilmente o 
leitor chegaria a compreender um texto.
Atenção
 Já pararam para pensar quantas vezes zeram uso desse 
conhecimento e não perceberam que o utilizavam?
O conhecimento linguístico, por sua vez, é outro 
conhecimentoque nos ajuda no momento da compreensão, 
pois é o conhecimento de vocabulário e regras da língua. 
Esse conhecimento nos permite enxergar os elementos 
linguísticos e sua organização, ou seja, como cada um encaixa 
se no texto, o modo como se inter-relacionam para veicular 
sentido aos receptores.
Outro conhecimento, também muito importante e que 
deve ser ativado na hora da compreensão, é o textual, pois se 
o receptor tiver acesso aos diversos tipos de textos ele, com 
certeza, terá mais facilidade na hora da compreensão.
Quando lemos um texto pela primeira vez, pode ocorrer 
a não compreensão daquilo que o texto quer expressar, e isso 
pode acontecer pelo desconhecimento dos conceitos textuais 
ali existentes ou da tipologia do texto adotada.
Por fim, um grande conhecimento a ser mencionado é o 
conhecimento de mundo, que é o conhecimento que temos 
acerca do mundo , o qual representa tudo o que conhecemos e 
que se encontra armazenado em nossa memória. Quando uma 
pessoa está lendo um texto deve ativar em sua memória seu 
conhecimento de mundo, pois enquanto lê, esse conhecimento 
facilitará o entendimento, o que despertará o prazer pela leitura.
Assim para se ter uma boa compreensão , tais 
conhecimentos devem ser ativados no momento do ato 
comunicativo, pois nos auxiliarão fazendo enxergar que 
quanto maior for nossa bagagem de conhecimentos, maior 
compreensão teremos sobre o que lemos , segundo Kleimam 
(1999, p.25-26):
A ativação do conhecimento prévio e, então, 
essencial à compreensão, pois é o conhecimento 
que o leitor tem sobre o assunto que lhe permite 
fazer as inferências necessárias para relacionar 
diferentes partes descritas do texto num todo 
coerente. O conhecimento linguístico, o 
conhecimento textual, o conhecimento de mundo 
devem ser ativados durante a leitura para poder 
chegar ao momento da compreensão, momento 
esse que passa desapercebido, em que as partes 
descritas se juntam para fazer um signi cado.
Ainda a respeito da aquisição da compreensão de 
um texto, é necessário também identificar sua tipologia, 
ou seja, se é um texto descritivo, narrativo ou dissertativo/ 
argumentativo. Não há como confundir esses três tipos de 
textos, cada um deles possui suas características próprias.
A narração, por exemplo, é um tipo de texto que conta fatos reais ou 
não, que ocorreram em um tempo e lugar que envolve personagens 
envoltos em um con to, enquanto a descrição é um tipo de texto 
que descreve um lugar, uma pessoa, um animal, descreve sensações, 
sentimentos , entre outras questões. Já a dissertação/ argumentação é 
um estilo de texto que retrata opiniões pessoais e exposições de ideias 
seguidas de argumentos que os comprovem; esse bastante utilizado 
por vocês!
Antes de iniciar o estudo da Seção 3, sugerimos que releia com cuidado 
os conteúdos estudados até aqui e retomem com seus colegas de curso 
e com seu professor todos os assuntos que tiver dúvida. Participe!
É importante essa abordagem sobre a tipologia textual, 
pois é por meio dela que identificamos com qual tipo de texto 
vamos nos deparar para que possamos construí-lo de maneira 
adequada. Essa adequação na construção do texto gera 
facilidades para o leitor poder entender o que lê.
Após todas as considerações expostas sobre o texto e sua 
tessitura, podemos chegar à conclusão de que texto é tudo o 
que o ser humano quer manifestar, informar ou transmitir, 
seja na escrita ou na fala, e que quando o texto é escrito de 
maneira adequada, utilizando todos os elementos possíveis 
para a compreensão, ele é melhor entendido e aceito por todos 
que o recebem.
Continuando nossa aula, vamos, na seção seguinte, 
apresentar um resumo do texto de Maria da Graça Costa Val 
(1999), “Como avaliar a textualidade?” que, como citamos no 
início desta aula, irá abordar o tópico referente à avaliação da 
textualidade.
3 - Textualidade
Utilizaremos, nesta seção, trechos retirados do capítulo I 
do livro “Redação e textualidade”, da autora Maria da Graça 
Costa Val, que aborda o assunto texto, textualidade, coerência 
e coesão, fatores pragmáticos da textualidade e coloca alguns 
critérios para a análise da coerência e da coesão, como: a 
continuidade, a progressão, a não contradição, a articulação. 
Ainda, neste primeiro capítulo, temos os critérios para a análise 
da informatividade, tais como: imprevisibilidade, suficiência de 
dados.
É válido salientar que esses elementos abordados pela 
autora são os que elegemos para finalizarmos a nossa oitava 
aula.
Vejamos, de forma sucinta, o que eles representam na 
construção da textualidade de um texto.
Inicialmente vejamos o que é um texto para Costa Val 
(1999): para que um texto seja considerado texto, é necessário 
que possua uma relação sociocomunicativa, semântica e formal.
Assim, um texto será bem compreendido quando ele 
atingir os seguintes fatores:
O pragmático tem a ver com seu funcionamento enquanto atuação 
informacional e comunicativa;
O semântico-conceitual é a base da coerência do texto; O formal refere-
se à sua coesão.
172
53
Entre os cinco fatores pragmáticos, os dois primeiros 
se referem aos protagonistas do ato de comunicação são a 
intencionalidade e a aceitabilidade.
Vamos conhecê-los:
A intencionalidade quer dizer a capacidade do produtor do texto 
produzí-lo de maneira coesa, coerente, capaz de alcançar os objetivos 
que tinha em mente, em uma determinada situação de comunicação.
A aceitabilidade é se o que o produtor produziu pode ser considerado 
um texto, se alcançou o objetivo proposto quando chegou até o locutor, 
ou seja, pode ser considerado um texto, possui coerência, coesão, é 
relevante, traz informatividade, é útil para o leitor, tudo isso vai direcionar 
se realmente é um texto.
A situacionalidade diz respeito à pertinência e relevância entre o texto 
e o contexto onde ele ocorre, isto é, é a adequação do texto à situação 
sociocomunicativa. É o que diz Maria da Graça Costa Val, “ O contexto 
pode, realmente, de nir o sentido do discurso e, normalmente, orienta 
tanto a produção quando q recepção. Em determinadas circunstâncias, 
um texto menos coeso e aparentemente menos claro pode funcionar 
melhor, ser mais adequado do que outro de con guração mais 
completa”. (Costa Val, 1999, p.12).
A situacionalidade diz respeito à pertinência e relevância entre o texto 
e o contexto onde ele ocorre, isto é, é a adequação do texto à situação 
sociocomunicativa. É o que diz Maria da Graça Costa Val, “ O contexto 
pode, realmente, de nir o sentido do discurso e, normalmente, orienta 
tanto a produção quando q recepção. Em determinadas circunstâncias, 
um texto menos coeso e aparentemente menos claro pode funcionar 
melhor, ser mais adequado do que outro de con guração mais 
completa”. (Costa Val, 1991, p.12).
A informatividade refere-se ao interesse do recebedor, pois, depende 
do grau de informação, para existir o interesse do leitor. Entretanto, Val 
faz um alerta, se o texto permanecer com elementos muito inusitados, 
correrá o risco do leitor não conseguir processá-la, então, ca o alerta, 
de produzir um texto mediano de informatividade.
Já o aspecto da intertextualidade é a capacidade de relacionar o texto 
com outros textos já produzidos, assim, a utilização de um texto, depende 
do conhecimento de outros textos que já circulam socialmente. Muitos 
textos só têm sentido quando relacionados a outros textos.
O semântico-conceitual, de que depende sua coerência. A coerência do 
texto deriva de sua lógica interna, é o sentido do texto. A esse respeito 
menciona Costa Val: “ É considerada fator fundamental da textualidade, 
porque é responsável pelo sentido do texto. Envolve não só fatores 
lógicos e semânticos, mas também cognitivos na medida em que 
depende do partilhar de conhecimento entre os interlocutores.” (Costa 
Val, 1999, p. 05)
Nessa perspectiva, um texto é considerado coerente 
quando partilhar informações também conhecidos pelo 
recebedor, isto é, conhecimentos que fazem parte da realidade 
de mundo desseleitor. Isso equivale a dizer que o texto não 
é pronto e acabado, mas vai adquirir sua complementação 
quando chega ao seu leitor. Assim, o leitor tem que deter de 
algumas informações para conseguir dá sentido ao texto.
O formal, que diz respeito à sua coesão, que éa 
manifestação linguística da coerência. Mas ela não é condição 
nem suficiência de coerência. Ela é responsável pela unidade 
formal do texto, constrói-se através de mecanismos gramaticais 
e lexicais.
Finalmente, no aspecto referente à articulação, a autora 
fala como os fatos e conceitos se encadeiam no texto, ou seja, 
se as ideias se articulam umas com as outras; isso acontece 
quando o produtor do texto faz comentários, no entanto, não 
articula esses comentários, deixando o recebedor, leitor com 
dificuldade de entendimento.
Passemos ao estudo da Seção 4!
4 - Gramática do texto
Retomemos nossos estudos a partir de uma citação sobre 
o que é texto. Vejamos:
Texto é unidade linguística comunicativa 
fundamental, produto de uma atividade verbal 
humana, que possui sempre caráter social, 
está caracterizado por seu campo semântico e 
comunicativo, assim por sua coerência profunda 
e super cial, devida à intenção (comunicativa) 
do falante criar um texto íntegro, e à sua 
estruturação mediante os conjuntos de regras: 
as próprias de nível textual e as do sistema da 
língua.” (BERNÁRDEZ, 1982, p. 85).
Note que nesta citação, percebemos que há uma 
expressão chamada de “unidade linguística”, pois bem! Esta se 
refere à unidade da língua e nela aos elementos que compõem 
a unidade discursiva. Nesse entrelaçamento linguístico, eis que 
temos os aspectos gramaticais de um texto, os quais precisam 
se organizar de uma forma harmoniosa para que a linguagem 
se efetive, ou seja, para que aquilo que se diz seja entendido 
de fato pelo receptor. Assim, nesse emaranhado linguístico, 
alguns aspectos gramaticais precisam ser entendidos para que 
possamos utilizá-los corretamente.
Na aula anterior, vimos como a coesão é importante para 
amarrarmos as ideias umas às outras, pois bem, esses aspectos 
coesivos são gramaticais. Vejamos quais aspectos gramaticais 
estão contidos na coesão textual. Para tal, tomemos a divisão 
utilizada pelos autores da área, como por exemplo, a linguista 
Ingedore Villaça Koch:
• Recursos gramaticais.
• Recursos lexicais.
Dentro da classificação dos recursos gramaticais há o 
emprego dos:
• Pronomes pessoais,
• Demonstrativos,
• Possessivos,
• Indefinidos,
• Relativos,
• Advérbios,
• As desinências etc.
Como recursos lexicais compreende-se as rotulações, as 
nominalizações, a hiponímia, sinonímia etc.
Para saber mais, veja exemplos de análise da coesão textual nos 
sites: IPEU. Interpretação de textos. Disponível em: . Acesso em> 21 Agosto 
2016. GRAUDEZ. Redação. Disponível em: . Acesso em: 21 agosto 2016.
173
Linguagem e Argumentação 54
Nesse sentido, é importante perceber que:
Quanto aos recursos coesivos (ver revisão no 
 nal do texto), consegui entendê-los, reconhecê-
los e como o autor os usou. Para evitar a repetição 
de termos já explicados anteriormente ele usou 
pronomes: ‘ela’ ,’eles, ‘daquele’, ‘essas’, ‘nos 
quais’, ‘que’ (esses eu até anotei). Quando usou 
a expressão nos moldes daquele ele se referia ao 
exame da OAB (aquele que os advogados temem) 
- e esse nome nem estava no texto, embora havia 
uma dica - ‘exame para advogados’. Daí para 
deduzir que era a OAB, foi um passo! Então, é 
um texto coeso, enxuto? - Eu acho que sim.
Passemos, agora, ao estudo da última seção de nossa 
disciplina, na qual construiremos conhecimentos sobre os 
elementos de ligação de um texto!
5 - Elementos de ligação de um texto
Os elementos de ligação no que compete à compreensão 
do texto a ser emitido com sucesso necessitam de conectores 
que vão dar a harmonia como um todo.
Segundo Pereira (2008, p.):
 
As línguas dispõem de um conjunto de elementos 
de natureza gramatical diversa que ajudam a 
organizar as ideias de um texto. Os conectores 
discursivos (conjunções, das preposições, dos 
advérbios ou de locuções diversas) permitem 
organizar a estrutura temporal, encadeiam 
parágrafos ou frases dentro de um mesmo 
parágrafo e que, devidamente usados, ajudam o 
leitor a compreender o texto.
Como afirma, Gold (2010, p.102-103) nos apresenta 
alguns apontamentos para a realização dos conectivos para 
estabelecer sentido coerente em suas ideias. Vejamos analise 
do exemplo abaixo:
Ele escreve de forma clara e precisa. Todos gostam de 
seus relatórios.
• Causa: como ele escreve de forma clara e precisa 
todos gostam de seus relatórios.
• Consequência: Ele escreve de forma tão clara e 
precisa que todos gostam de seus relatórios.
• Conclusão: Ele escreve de forma clara e precisa; 
todos gostam, portanto, de seus relatórios.
Observe atentamente o quadro a seguir:
Ideias Conectivos simples Conectivos compostos
Causa
Porque, pois, por, 
porquanto, dado, visto, 
como.
Por causa de, devido a, 
em vista de, em virtude 
de, em face de, em razão 
de, já que, visto que, 
uma vez que, dado que.
Consequência 
imprevista
Tão, tal, tamanho, 
tanto...que
De modo que, de forma 
que, de maneira que, de 
sorte que, tanto que
Consequência
Lógica
Logo, portanto, pois, 
assim
Assim sendo, por 
conseguinte
Finalidade Para, porque
Para que, a m de 
que, a m de, com o 
propósito de, com a 
intenção de, com o to 
de, com o intuito de
Condição Se, caso, mediante, 
sem, salvo
Contanto que, a não 
ser que, a menos que, 
exceto se
Oposição 
branda
Mas, porém, contudo, 
todavia, entretanto No entanto
Oposição Embora, conquanto, 
muito embora
Apesar de, a despeito 
de, não obstante, 
malgrado a, sem 
embargo de, se bem 
que, mesmo que, ainda 
que, em que pese, 
porto que, por mais 
que, por muito que
Comparação Como, qual
Do mesmo modo que, 
como se, assim
como, tal como
Tempo Quando, enquanto, 
apenas, ao, mal
Logo que, antes que, 
depois que, desde que, 
cada vez que, todas as 
vezes que, sempre que, 
assim que
Proporção À proporção que, à 
medida que
Conformidade Conforme, segundo, 
consoante, como
De acordo com, em 
conformidade com
Alternância ou
Nem...nem, ou...ou, 
ora...ora, quer... quer, 
seja...seja
Adição E, nem
Não só...mas 
também, tanto...
como, não apenas...
como
Restrição Que
Fonte: (Gold, 2010, p.102-103).
Assim sendo, os elementos devem seguir uma lógica em 
sua construção, e as palavras bem direcionadas podem formar 
objetividade e clareza em seu contexto.
Para finalizarmos a aula 7, a fim de exercitarmos nossos 
conhecimentos, sugerimos que pesquise o site referenciado 
a seguir que contém alguns exercícios com respostas sobre a 
gramática textual, ou seja, sobre a coesão: BRASIL ESCOLA. 
Exercícios sobre coesão e coerência. Disponível em: . Acesso em: 21 agosto 2016.
Retomando a aula
Parece que estamos indo bem! Então, para encerrar 
a primeira aula, vamos recordar os temas que foram 
abordados:
174
55
1 - Linguística Textual.
Na primeira seção da Aula 7, vimos que a Linguística 
Textual trata da construção e dos elementos que compõem 
um texto, que é definido como uma situação comunicativa, 
seja escrita ou falada, ou ainda, se formos além e adentrarmos 
ao texto não verbal, podemos expandir essa ideia afirmando 
que o texto é uma situação comunicativa, também icônica e 
imagológica, entre outras formas não verbais.
Vale salientar que a icônica está ligada a um texto produzido 
por meio de símbolos, como forma de representação, a 
imagológica está ligada à produção de texto através de imagens. 
Por uma questão metodológica, nesta aula abordaremos o 
texto escrito.
2 - O ato de escrever.
Na segunda seção, vimos que ao escrever um texto é 
importante lembrar que esse para ser bem estruturado,precisa 
conter elementos que são necessários para sua formação, há 
que se pensar em o que escrever, ler sobre o assunto/tema, 
construir a introdução, o desenvolvimento e a conclusão, 
sempre tendo em mente que um tópico segue o outro, e, não se 
esquecer do título. É claro que essa sequência apresentada não 
é rígida, é apenas uma possibilidade de procedimento dentre 
tantas outras possibilidades existentes.
3 - Textualidade.
Prosseguindo, na terceira seção vimos que a textualidade 
é construída a partir de elementos que fazem de um texto um 
texto, ou seja, da coerência e da coesão, dos fatores pragmáticos 
da textualidade, tais como: a continuidade, a progressão, a não 
contradição, a articulação.
4 - Gramática do texto.
Na penúltima seção, entendemos que a “unidade 
linguística” de um texto se refere à unidade da língua e nela 
aos elementos que compõem a unidade discursiva. Nesse 
entrelaçamento linguístico, eis que temos os aspectos 
gramaticais de um texto, os quais precisam se organizar de uma 
forma harmoniosa para que a linguagem se efetive, ou seja, 
para que aquilo que se diz seja entendido de fato pelo receptor.
 Assim, nesse emaranhado linguístico, alguns aspectos 
gramaticais precisam ser entendidos para que possamos utilizá- 
los corretamente, conforme foi visto na seção 4.
5 - Elementos de ligação de um texto.
As línguas dispõem de um conjunto de elementos de 
natureza gramatical diversa que ajudam a organizar as ideias 
de um texto. Os conectivos simples e compostos adequados 
para a organização das ideias (finalidade, oposição, causa, 
proporção, tempo, dentre outros) permitem organizar a 
estrutura temporal, encadeiam parágrafos ou frases dentro de 
um mesmo parágrafo e que, devidamente usados, ajudam o 
leitor a compreender o texto, conforme Gold (2010).
Vale a pena
CITELLI, A. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). A 
busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
FÁVERO, Leonor. L. Coesão e coerência textuais. 3. ed. São 
Paulo: Editora Ática: 1995.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. 
A coerência textual. 12. ed. São Paulo: Contexto, 2001.
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
VAL, Maria da Graça Costa. Redação e textualidade. São 
Paulo: Martins Fontes, 1999.
Vale a pena ler
BRASIL ESCOLA. Exercícios sobre coesão e coerência. 
Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
GRAUDEZ. Redação. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
IPEU. Interpretação de textos. Disponível em: 
. Acesso em> 20 jul. 2012.
PORTAL DAS LETRAS. Artigos. Disponível em: . Acesso em 3 maio 2014.
UNISUL. Linguagem. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Vale a pena acessar
Narradores de Javé. 
Meu pé esquerdo.
Vale a pena assistir
E então? Compreenderam o conteúdo da Aula 2?
Entretanto, para se assegurarem quanto ao êxito da aprendizagem, 
é necessário colocar o que foi aprendido em prática, você concorda? 
Para tanto, é importante que acesse o ambiente virtual e realize as 
atividades proposta como avaliação continuada desta Aula e, em 
caso de dúvidas, consulte seus colegas de curso e seu professor por 
intermédio das ferramentas virtuais ou durante as aulas presenciais.
175
8ºAula
Leitura argumentativa, gêneros 
textuais: resumo e resenha
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
• reconhecer como acontece a organização argumentativa de um texto;
• entender, reconhecer e aplicar os elementos que introduzem os argumentos em um texto de ordem crítica.
• compreender como se estruturam os gêneros resumo e resenha;
• organizar de forma clara, coerente e concisa um resumo e uma resenha;
• aplicar os conhecimentos adquiridos ao longo da disciplina.
Objetivos de aprendizagem
Caro(a) aluno(a),
Vamos, agora, fechar nossos estudos estudando, esta aula a leitura, 
a argumentação, a resenha e o resumo!
Caso tenha que estudar durante horas, sugerimos que planeje 
pausas regulares de descanso e distração. Em média, a cada 50 minutos 
de estudo, descanse 10 minutos. Aproveite este momento para se 
levantar, relaxar um pouco o corpo e a mente, ou mesmo para se 
divertir com alguma atividade que lhe cause satisfação. Isso certamente 
contribuirá para o melhor funcionamento das suas operações de 
pensamento (memória, atenção, classificação etc.) e, portanto,
para a sua aprendizagem.
Bons estudos!
177
Linguagem e Argumentação 58
1 - Ler e argumentar criticamente.
2 - Estratégias discursivas e argumentação.
3 - Resumo e Resenha
4 - Exemplos de documentos empresariais
Seções de estudo
Antes de iniciar nossos estudos, é importante saber que contextualizar 
um conteúdo signi ca situar uma ideia, um dado cientí co no tempo 
e no espaço, e mostrar a importância que isso ocupa na área do 
conhecimento e como pode ser aplicado no cotidiano da vida cotidiana. 
Além disso, é relacionar conhecimentos antigos com novos, a serem 
adquiridos, e transferir aprendizagem a novas situações. Portanto, 
não basta se informar; é preciso aprender efetivamente, justi cando e 
contextualizando as ideias para que o conhecimento seja gerado.
Aproveite esta oportunidade nal para alcançarmos os objetivos 
almejados nesta disciplina.
Bons estudos!
Por que é importante sermos capazes de ler criticamente? E como 
as mais diversas leituras realizadas podem nos auxiliar a desenvolver 
essa competência?
Como fazemos, já pararam para pensar, para interpretar fatos, atos? 
Que elementos linguísticos nos permitem fazer isso?
Atenção
A subjetividade é o mundo interno de todo e qualquer ser humano. Esse 
mundo interno é composto por emoções, sentimentos e pensamentos.
1 - Ler e argumentar criticamente.
Inicialmente é importante salientar o ato de ler e 
argumentar, que seriam ações de extrema relevância para 
pensarmos em criticidade para a compreensão de textos. Assim:
Argumentar é a arte de convencer e persuadir. 
Convencer é saber gerenciar informação, é falar 
à razão do outro, demonstrando, provando. 
Etimologicamente, signi ca vencer junto com 
o outro (com + vencer) e não contra o outro. 
Persuadir é saber gerenciar relação, é falar à 
emoção do outro. A origem dessa palavra está 
ligada à preposição per, ”por meio de” e a 
Suada, deusa romana da persuasão. Signi cava 
”fazer algo por meio do auxílio divino”. Mas 
em que convencer se diferencia de persuadir? 
Convencer é construir algo no campo das 
ideias. Quando convencemos alguém, esse 
alguém passa a pensar como nós. Persuadir é 
construir no terreno das emoções, é sensibilizar 
o outro para agir. Quando persuadimos alguém, 
esse alguém realiza algo que desejamos que ele 
realize (ABREU, 2012, p.9).
O ato de argumentação em conjunto com o convencer e 
persuadir leva a uma organização textual, por meio de ideias 
bem elaboradas. Além de, sabermos salientar que “somos nós 
que temos de nos adaptar às condições intelectuais e sociais 
daqueles que nos ouvem, e não o contrário” (ABREU, 2012, 
p.15); importante atentar-se a essa questão de linguagem e 
para quem vamos passar a mensagem.
Precisamos “ler” o mundo não é mesmo? Mas lê-lo com 
um olhar crítico! Charaudeau (2006), afirma que a leitura do 
mundo, com o foco voltado à criticidade, é uma tarefa árdua, 
na medida em que para ser crítico, o leitor, por meio de um 
olhar subjetivo de avaliação, legitima, ou não, o que leu/viu 
e ao mesmo tempo aprecia os efeitos que os fatos analisados 
exercem sobrea vida humana.
Mas o que é esse olhar subjetivo, essa subjetividade?
Subjetividade é entendida como o espaço íntimo do 
indivíduo (mundo interno) com o qual ele se relaciona com o 
mundo social (mundo externo), resultando tanto em marcas 
singulares na formação do indivíduo quanto na construção 
de crenças e valores compartilhados na dimensão cultural que 
vão constituir a experiência histórica e coletiva dos grupos e 
populações. A psicologia social utiliza frequentemente esse 
conceito de subjetividade e seus derivados como formação da 
subjetividade ou subjetivação.
Através da nossa subjetividade, construímos um espaço 
relacional, ou seja, nos relacionamos com o “outro”.
Numa pesquisa fenomenológica, a subjetividade é 
expressa ou se mostra através dos sentimentos, emoções 
e desejos do depoente para uma descrição ou o sujeito da 
narrativa. O que ocorrerá é que: quando fazemos análises 
críticas, usamos nossa subjetividade, damos nossa opinião, 
cada um de nós, a nossa maneira, expomos a apreciação de um 
fato ou um comportamento X.
Dessa forma, a presença da interdiscursividade (vozes de 
outros que permeiam o texto, mas não de forma explícita) se 
instala, constitui as avaliações distintas feitas de um e outro 
leitor sobre determinado episódio.
Como a rma Maingueneau (apud Koch, 2001), um discurso não nasce 
de maneira inocente, ele nasce a partir de algo “já-dito”, com propósitos 
já delimitados, logo, quando opinamos, analisamos criticamente 
determinada questão, queremos que nossa opinião tenha/surta efeito 
de verdade, esse efeito em determinado discurso se corpori ca porque 
se une a outras opiniões, de outras pessoas.
O que temos então?
Temos uma situação de comunicação X, em que o lugar 
de onde falamos, a autoridade que temos como “falantes” 
e as diferentes perspectivas dos nossos dizeres produzem 
sentido(s), criam “ilusões de realidade” e para tanto a polifonia e 
a intertextualidade são extremamente importantes, como verão.
1.1 - Polifonia e Intertextualidade
O termo polifonia indica as diversas vozes responsáveis 
pelas diferentes formas de pensar, pelos diferentes pontos de 
vista ou diferentes posições ideológicas que compõem algum 
enunciado, em determinado local/espaço enunciativo.
Já a intertextualidade, em sentido limitado, pode ser 
vista como a relação que um texto mantém com outros, 
pré-existentes. Nesse caso a fonte pode estar explicitamente 
178
59
Não há encaixamento/coincidência absoluta entre esses dois conceitos? 
O que temos é o conceito de polifonia sendo mais extensos que o de 
intertextualidade, ou seja, toda situação de intertextualidade é uma 
situação de polifonia, não sendo verdadeira a a rmativa contrária de que 
toda situação de polifonia seja uma situação de intertextualidade, pois 
há casos de polifonia que não podem ser vistos como manifestações de 
intertextualidade.
Você Sabia?
O texto é, então, uma tessitura de signos para servir de mensagem, de 
unidade de comunicação.
2 - Estratégias discursivas e 
argumentação.
posta no texto, com citação de fonte, inclusive, ou tratar- se de 
textos anteriormente produzidos que devem ser percebidos e 
reconstruídos pela lembrança do interlocutor (o que “conversa” 
com outro) para que os sentidos possam se estabelecer.
1.2 - Pressuposição
Pressuposição é aquele conteúdo, por assim dizer, que 
fica à margem da discussão, é o conteúdo implícito (que fica 
escondido). O locutor/produtor compartilha o conteúdo 
pressuposto com seu interlocutor/leitor, com outros, e, às 
vezes com todos de uma comunicação X.
Por exemplo, podemos citar um fato e a partir do mesmo, 
obtermos várias pressuposições acerca do assunto inicial, 
sendo implícita ou explícita. Vejamos:
O estagiário entregou vários relatórios, sendo que, a 
maioria ocorreu no mês de junho.
Contudo, a mensagem pode vir oculta ou mesmo 
subentendida nas entre linhas, para que o receptor possa tirar as 
suas próprias conclusões mediante ao texto apresentado. Não 
podemos simplesmente receber a mensagem e não refletirmos 
criticamente sobre ela, mas elencarmos e sinalizarmos de que 
maneira isso teria uma relevância e significado coerente.
Observamos a tirinha abaixo:
Fonte, disponível em: http://multieverso.blogspot.com.br/2012/04/verbos-e- ex-
pressoes-que-acionam.html
1.3 - Argumentação por autoridade
Nesse caso, usamos a “voz” de outro (e outro que goze 
de prestígio) para referendar o que pensamos, ou seja, uma 
argumentação por autoridade tem base na opinião de quem 
entende do assunto, de uma autoridade. Nele fazemos uso da 
“lição” de pessoa conhecida e reconhecida em determinada 
área ou determinado assunto para corroborar com a tese/ ideia 
que nos propusemos a defender.
Vejamos o exemplo que Trouche (2006, p. 149) nos cede:
A relação financeira entre o publicitário e o PT foi revelada 
pela revista Veja econfirmada ontem pelo presidente nacional 
do partido, José Genoino. A reportagemrelata ter tido acesso a 
documentos bancários dos arquivos do Banco Central.Marcos 
Valério afirmava, até então, que sua ligação com o partido 
se resumia àamizade com o tesoureiro Delúbio Soares e à 
participação de duas agências depublicidade das quais é sócio 
em campanhas eleitorais do PT. JB, A4, 3/7/2005.
No exemplo há uma “voz” que fala de um lugar de 
autoridade para “concordar”, “afirmar” sobre algo.
Caros alunos, vimos até agora que analisar um texto de 
forma crítica, não alienada, exige um trabalho contínuo, ao 
longo de nossas vidas, pois ler é um ato de confronto, de 
enfrentamento em que nossos conhecimentos, todos eles, são 
postos em foco.
Os textos que nos cercam têm função importante 
na construção de nossa criticidade, para tanto, temos, 
obrigatoriamente, que nos abrirmos a eles.
Seguindo com nossa aula, abordaremos as estratégias discursivas de 
um texto, contempladas na seção 2!
Conforme palavras de Lúcia Santaella (1996, p. 35), 
“toda linguagem é ideológica porque, ao refletir a realidade, 
ela necessariamente a refrata”. Ou seja, atrás de todo ato 
comunicativo há persuasão.
Assim, retomando o conceito de texto já trabalhado nesta 
disciplina muitas vezes, temos que a unidade de comunicação 
não é o signo, a palavra ou o traço, mas a organização deles 
numa matéria significante, como o texto. O signo só é ele 
mesmo dentro de uma cadeia organizada em texto e é através 
da organização dessa cadeia de signos que a mensagem se 
realiza.
Assim, o discurso, categoria conceptual, que usamos 
para afirmar que o texto é uma fala, uma narrativa, que 
tem uma dimensão intersubjetiva. É através do termo 
discurso que designamos a relação de interação entre 
EU-TU e, por ter estes sujeitos implicados em si, o 
discurso é um texto tecido de sentidos. Tudobematéaqui.
Imaginamosquesim,portantocontinuemos:
Para Koch (1992), as relações discursivas que se 
estabelecem entre enunciado (e discurso) e enunciação 
denominam-se ideológicas ou argumentativas. Assim, 
podemos dizer que as relações argumentativas implicam na 
apresentação de explicações, justificativas e razões relativas 
aos atos de enunciação anteriores.
Nesse contexto de organização de um discurso ideológico 
(argumentativo, Ducrot (1987) traz, em seu livro “O dizer e o 
dito”, as categorias da argumentação:
a. Classe argumentativa: constituída de um conjunto 
de enunciados que podem igualmente servir de argumento 
para uma mesma conclusão. Todos os argumentos têm o 
mesmo peso para levar o alocutário a concluir. São argumentos 
causais das ações enunciadas.
b. Escala argumentativa: categoria usada para 
classificar os enunciados de acordo com sua força no discurso.
179
Linguagem e Argumentação 60
Saber Mais
Para ampliar seus conhecimentos, sugerimos que acesse o site 
referenciado a seguir: GOOGLE. Produção e textos e operadores 
argumentativos. Disponível em: . Acesso em: 
agosto de 2016. Passemos, agora, ao estudo da Seção 3!
Você Sabia?
O resumo deve exprimir,em estilo objetivo, os elementos essenciais do 
texto. Por isso não cabem, num resumo, comentários ou julgamentos ao 
que está sendo condensado.
Curiosidade
O objeto resenhado pode ser um acontecimento qualquer da realidade 
(um jogo de futebol, uma comemoração solene, uma feira de livros) ou 
textos e obras culturais (um romance, uma peça de teatro, um lme, 
entre outros).
3 - Resumo e Resenha
Resumo é uma condensação fiel das ideias ou dos fatos 
contidos no texto. Resumir um texto significa reduzi-lo ao seu 
esqueleto essencial sem perder de vista três elementos:
a. cada uma das partes essenciais do texto;
b. a progressão em que elas se sucedem;
c. a correlação que o texto estabelece entre cada uma 
dessas partes.
O resumo, então, é uma redução do texto original, 
procurando captar suas ideias essenciais, na progressão e no 
encadeamento em que aparecem no texto.
Para elaborar um bom resumo, é necessário compreender 
antes o conteúdo global do texto. Não é possível ir resumindo 
à medida que se vai fazendo a primeira leitura. É evidente 
que o grau de dificuldade para resumir um texto depende 
basicamente de dois fatores: da complexidade do próprio 
texto e da competência do leitor.
Platão e Fiorin (2002), aconselham que, para fazer um 
bom resumo, é necessário:
a. Ler uma vez o texto ininterruptamente, do começo 
ao fim.
b. Realizar uma segunda leitura é sempre necessária. 
Mas esta, com interrupções, com o lápis na mão, para 
compreender melhor o significado das palavras difíceis.
c. tentar fazer uma segmentação do texto em blocos de 
ideias que tenham alguma unidade de significação.
d. Fazer a redação final com suas palavras (não 
copiar pedaços do texto), procurando não só condensar 
os segmentos, mas encadeá-los na progressão em que se 
sucedem no texto e estabelecer as relações entre eles.
Já vimos como fazer um resumo. Vamos, portanto, a 
aprender a como fazer uma resenha.
3.1 - Resenha
Resenhar significa fazer uma relação das propriedades 
de um objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos 
relevantes e descrever as circunstâncias que o envolvem.
A resenha, como qualquer modalidade de discurso 
descritivo, nunca pode ser completa e exaustiva, já que são 
infinitas as propriedades e circunstâncias que envolvem o 
objeto descrito.
Finalmente, ressalva-se que o resenhador deve proceder 
seletivamente, filtrando apenas os aspectos pertinentes do 
objeto, isto é, apenas aquilo que é funcional em vista de uma 
intenção previamente definida.
4 - Exemplos de documentos 
empresariais
4.1 - Correspondências empresariais
As correspondências empresariais veem sendo renovadas 
tanto no seu estilo como em sua linguagem, para que se 
adequem a realidade de cada tramitação de informações. 
Essa correspondência empresarial perpassa além da simples 
comunicação, e sim, vai ser um instrumento de marketing, 
mediante seu público alvo. Vejamos:
CONTROLE
CORRESPONDÊNCIA
EMPRESARIAL
INFORMAÇÃO MARKETING
FONTE: CORRESPONDÊNCIA EMPRESARIAL (GOLD, 2010, P.162).
Dessa forma, as informações a serem apresentadas em 
seu contexto visam um estilo de linguagem, as disposição dos 
elementos e a importância da transmissão de sua mensagem/ 
informação.
Afirma, Gold (2010) a correspondência empresarial desde 
1980 - 2010 vem sofrendo mudanças para a melhor recepção 
das informações. No estilo do vocabulário passa de sofisticado 
a ser mais objetivo e com clareza; e o meio de transmissão 
de carta, agora se viabiliza o trabalho via e-mail. Sendo esse 
último recurso o mais moderno e eficaz de transmitir com 
rapidez a informação almejada, mas é importante atentar-se 
que a linguagem para esse meio depende do destinatário e do 
assunto a ser discorrido no texto.
O e-mail por sua vez pode ser mais formal ou informal 
dependendo de sua linguagem e quem vai ser o destinatário. 
Podemos observar alguns exemplos:
Exemplo 1:
Pessoal,
Estou confirmando nossa reunião de quinta-feira, às 14 horas. Não 
se atrasem, pois temos vários assuntos para analisar. Vocês estão sabendo 
que as conclusões deverão ser apresentadas à diretoria na próxima segunda-
feira, portanto, tragam já os assuntos estudados.
Um abraço, Teresa
Exemplo 2:
Equipe,
Estou confirmando nossa reunião de quinta-feira, às 14 horas. 
Solicito que não se atrasem, pois temos vários assuntos para analisar. 
Como as conclusões serão apresentadas a diretoria na próxima segunda- 
feira, tragam os assuntos já estudados.
Atenciosamente. Teresa
180
61
Dessa maneira, podemos atentar que a linguagem e a 
preocupação com os recursos estudados tanto de coerência, 
coesão e gramaticais farão com que a mensagem chega com
 
clareza, podendo ser formal e/ou informal.
Assim, no meio de comunicação trabalhamos com vários 
meios de linguagem, e também levando em conta se estamos 
em uma empresa, escritório, instituição, dentre outros órgãos 
buscamos uma linguagem que se coerente. No meio empresarial 
ainda temos exemplos de ofício uma correspondência oficial, 
memorando oficial entre unidades administrativas.
Além de, outros documentos administrativos que são 
necessários para o dia a dia profissional, como: acordo, ata, 
atestado, declaração, convocação, requerimento, etc. Elementos 
esses que devemos observar as suas formalidades para que seja 
direcionada corretamente em seu contexto.
Para finalizar um exemplo de requerimento:
Retomando a aula
E então, entendeu direitinho o conteúdo? Ficou com 
alguma dúvida? Em caso a rmativo, acesse o ambiente 
virtual e utilize as ferramentas indicadas para interagir 
com seus colegas de curso e com seu professor. Participe! A nal, você 
é o protagonista de sua aprendizagem!
1 - Ler e argumentar criticamente.
Na seção inicial vimos que precisamos “ler” o mundo! 
Mas lê-lo com um olhar crítico! Entendemos, ainda, seguindo 
as ideias de Charaudeau (2006) que a leitura do mundo, com o 
foco voltado à criticidade, é uma tarefa árdua, na medida em 
que para ser crítico, o leitor, por meio de um olhar subjetivo de 
avaliação, legitima, ou não, o que leu/viu e ao mesmo tempo 
aprecia os efeitos que os fatos analisados exercem sobre a vida 
humana.
2 - Estratégias discursivas e argumentação.
Na seção 2, aprendemos que, de acordo com as palavras 
de Lúcia Santaella (1996, p. 35), “toda linguagem é ideológica 
porque, ao refletir a realidade, ela necessariamente a refrata”. 
Ou seja, atrás de todo ato comunicativo há persuasão.
Assim, retomamos o conceito de texto já trabalhado nesta 
disciplina muitas vezes, temos que a unidade de comunicação 
não é o signo, a palavra ou o traço, mas a organização deles 
numa matéria significante, como o texto. O signo só é ele 
mesmo dentro de uma cadeia organizada em texto e é através 
da organização dessa cadeia de signos que a mensagem se 
realiza.
 
3 - Resumo e Resenha.
Na terceira seção, entendemos que o resumo é uma 
redução do texto original, procurando captar suas ideias 
essenciais, na progressão e no encadeamento em que aparecem 
no texto. Finalmente, na quarta seção vimos brevemente que 
a resenha significa fazer uma relação das propriedades de um 
objeto, enumerar cuidadosamente seus aspectos relevantes e 
descrever as circunstâncias que o envolvem.
4 - Exemplos de documentos empresariais
Na quarta seção, percebemos vários exemplos de 
documentos e suas formas corretas e incorretas de trabalhar 
cada um deles. E como a sua forma de linguagem se 
viabilizam conforme a quem será destinado o receptor de 
cada mensagem, e assim, as normas gramaticais são de grande 
relevância para que a informação chegue da melhor forma 
possível, independente se for a uma instituição, órgão público 
ou particular.
Em sites de busca, você pode localizar mais informações sobre os 
temas estudados nesta aula. Desse modo, sugerimos que realize 
pesquisas e procure veri car a consistência dos sites pesquisados e 
das informações neles disponibilizadas, antes de considerá-las como 
verdadeiras. Lembre-se de que uma simples pesquisa realizada de 
forma crítica pode ser uma ótimaferramenta de aprendizagem e 
trabalho!
Vale a pena
ABREU, A. S. A arte de argumentar: gerenciando razão e 
emoção. 5. ed. São Paulo : Ateliê Editorial, 2002.
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). A 
busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. V. Desvendando os segredos do texto. São 
Paulo: Cortez, 2002.
_____; TRAVAGLIA, Luiz Carlos (Colaborador). A 
coerência textual. Editora Contexto, 2001.
MACHADO, Anna Rachel (Org.). Planejar gêneros acadêmicos. 
São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
_____(Org.). Resenha. São Paulo: Parábola Editorial, 2004. 
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: as 
formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
Vale a pena ler
181
Linguagem e Argumentação 62
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Razão e Emoção. São Paulo: Ateliê Editorial, 2012.
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GOOGLE. Produção e textos e operadores argumentaivos. 
Disponível em: . 
Acesso em: 23 jul. 2012.
PUC-RS. Intertextualidade. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
Vale a pena acessar
As duas faces de um crime.
O advogado do diabo.
YOU TUBE. Aula de português aprenda como se faz uma 
resenha critica e a resumir um texto. Disponível em: . Acesso 
em: 3 maio 2014.
Vale a pena assistir
182ou mundial. Algumas 
expressões tornam-se emblemáticas e aparecem 
como momentos marcantes da dinâmica das 
sociedades e dos dilemas do pensamento. 
Estas são algumas: Novo Mundo, Ocidente, 
Oriente, África, Mercantilismo, Globalismo, 
Você se lembra da linguagem não verbal? Tente pensar em exemplos 
deste tipo de linguagem... Lembrou? Caso tenha di culdade, sugerimos 
que pesquise sobre este tema no site de busca de sua preferência. 
Com os conhecimentos que está adquirindo, cada vez mais você 
se torna capaz de superar o senso comum sobre as informações 
disponibilizadas nos diferentes meios de comunicação e utilizá-las 
como fontes de pesquisa, sempre que considerar que se tratam de 
conhecimentos úteis!
Durante a leitura do artigo, procure anotar re exões pessoais, dúvidas e 
comentários sobre os conhecimentos construídos. Com isso, cará mais 
fácil e certamente você terá maior êxito na realização das atividades 
referentes a esta aula.
Saiba mais
Amplie seus conhecimentos sobre língua e sociedade! Para tanto, leia o 
artigo referenciado a seguir: SOARES, Magda de. Língua escrita, sociedade 
e cultura: relações, dimensões e perspectivas. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
130
11
Nacionalismo, Tribalismo, Trabalho Escravo, 
Trabalho Livre, Escravo e Senhor, Alienação 
e Revolução. E estas podem ser outras: 
Palavras, palavras, palavras. Penso, logo existo. 
Imperativo categórico. Quando as sombras da 
noite começam a cair é que levanta voo o pássaro 
de Minerva. Tudo que é sólido desmancha no ar.
Sobre as ponderações do autor, reiteramos que a linguagem 
é social, uma vez que, por meio dela interagimos com o mundo; 
disso, decorre a sua importância e a do seu ensino para as novas 
gerações, como ele mesmo afirma:
No curso do século XX, outra vez acentuam- 
se e generalizam-se as preocupações com a 
linguagem, envolvendo novos problemas; além 
dos anteriores, recolocados em novos termos. 
Em uma fórmula mais ou menos sacramentada, 
esse é o século em que se dá o “giro linguístico”, 
tal a importância e a in uência dos problemas 
de linguagem, com os quais se defrontam a 
loso a, a literatura e as ciências sociais.
O autor ainda chama a atenção para as dimensões 
histórico-sociais e civilizatórias da sociedade:
Quando se multiplicam as controvérsias, 
povoadas não só de interrogações, mas também 
de perspectivas inesperadas e inovadoras, 
muitos são levados a debruçar- se sobre as 
implicações histórico-sociais e civilizatórias 
da linguagem. Trata-se de re etir sobre os 
segredos da língua e dialeto, signo, símbolo 
e emblema, metáfora e conceito, texto e 
contexto, mímesis, narrativa e metanarrativa, 
tradução e transculturação, língua nacional e 
língua global. Outra vez, recoloca-se o desa o 
de re etir sobre as condições e as possibilidades 
do contraponto linguagem e sociedade.
Nesse sentido, a língua é entendida como produto e 
condição da vida social:
Em todas as con gurações histórico- sociais 
de vida, trabalho e cultura, a língua revela-
se produto e condição das formas de 
sociabilidade e dos jogos das forças sociais. 
Tanto no nacionalismo e tribalismo, como 
no mercantilismo, colonialismo, imperialismo 
e globalismo, os signos e os signi cados, as 
guras e as gurações da linguagem revelam- 
se constitutivas da realidade, das condições 
e possibilidades socioculturais e político- 
econômicas de indivíduos e coletividades.
 E a língua que se constitui como patamar 
da história, o sistema de signos por meio do 
qual se pronunciam o presente, o passado e o 
futuro, a história e a geogra a, as tradições e as 
premonições, os santos e os heróis, as façanhas 
e as derrotas, os monumentos e as ruínas.
Note que o autor entende a cultura como o universo 
em que a língua se constitui ao passo em que a língua entra 
decisivamente na constituição da cultura.
Ademais, cabe lembrar que o que distingue o ser humano 
é que ele pensa, mentaliza, fabula ou mitifica a sua atividade, 
real e imaginária, presente, passada e futura. A sua atividade 
social, em âmbito individual e coletivo, está sempre expressa 
em signos, símbolos e emblemas, compreendendo narrativas 
orais, escritas, pensadas e imaginadas.
Portanto, o pensamento é ele também produto e 
condição da linguagem, assim como das outras formas 
culturais. Também se constitui no mesmo curso da práxis 
social, quando as atividades se objetivam, cristalizam, 
tencionam ou explodem em criações culturais. A língua é uma 
dessas explosões, sem a qual o mundo se revela carente de 
nome, conceito, inteligência, explicação, fantasia e mito. Isso 
nos leva a concluir que a linguagem possibilita a todos nós, 
indiscriminadamente, sermos seres históricos!
Outra questão tratada pelo autor refere-se aos silêncios, 
sobre isso ele afirma que:
No mundo há muitos silêncios. [...] O silêncio 
da solidão, do medo, da dor, da raiva, da tristeza, 
da melancolia. Os silêncios que existem podem 
ser in nitos, como os silêncios extremos de 
quem está fechado em si mesmo e o silêncio do 
amor. [...] Sim, a própria palavra está em silêncio, 
antes de trans gurar-se em pensamento ou 
imaginação, sentimento ou ação, entendimento 
ou compreensão, utopia ou nostalgia. E como 
se estivesse erma de forma e movimento, som e 
sentido. Aguarda, em silêncio, o esclarecimento, 
a revelação, o deslumbramento.
Sobre a palavra, o autor ainda afirma que:
O mistério da palavra, assim como da narrativa, 
esconde-se tanto no autor como no leitor, da 
mesma forma que no texto e no contexto. 
Suspensas no ar, vistas em si, a palavra e a 
narrativa resultam abstratas. Permitem muitos 
jogos de linguagens, podem ser colocadas em 
diferentes arranjos, desdobram-se em signos, 
ou ícones, índices e símbolos, como em um 
caleidoscópio sem m. Há um momento, no 
entanto, em que se revelam vazias, ermas de 
som e sentido. Sejam quais forem as palavras, 
metáforas e conceitos, ou guras e gurações, 
em narrativas literárias, cientí cas e losó cas, 
o seu mistério sempre carece de alguma 
referência. Todas as narrativas, com as suas 
guras e gurações, ressoam alguma forma 
de vivência, que pode ser presente, passada 
ou futura, individual ou coletiva, real ou 
imaginária. São sempre partes constitutivas do 
pensamento e da realidade, dos sentimentos 
e das fantasias. O mistério e o milagre da 
narrativa sempre levam consigo algo ou muito 
da experiência, próxima ou remota, real ou 
imaginária, própria ou vicária. No limite, é 
na experiência que se escondem algumas das 
possibilidades do pensamento e do sentimento, 
da compreensão e da explicação, da intuição e 
da fabulação, que se trans guram, exorcizam, 
sublimam, clari cam ou enlouquecem em 
palavras e narrativas.
131
Linguagem e Argumentação 12
Ao tratar sobre a palavra e seus desdobramentos, somos 
levados a reconhecer algumas metamorfoses da língua, 
lembrando que, como afirma o autor:
De quando em quando, na história e na lenda 
dos povos e civilizações, embaralham- se as 
línguas e as linguagens, os signos, os símbolos 
e os emblemas, os conceitos e as metáforas. 
Confundem-se as estações, os dias e as noites, 
o futuro e o passado, a utopia e a nostalgia. 
Quando se abalam os quadros sociais e mentais 
de referência, embaralham- se os territórios e 
as fronteiras, as nações e as nacionalidades, as 
línguas e as religiões, as culturas e as civilizações.
Um exemplo histórico icônico desse embaralhamento é a 
famosa histórica bíblica da Torre de Babel, a qual representou 
um cenário no qual proliferam as linguagens de todos os 
tipos. Segundo o autor:
 
Desde Babel constrói-se a imensa biblioteca 
que constitui o mundo do pensamento e 
da fantasia, da realidade e imaginação, da 
compreensão e explicação, da utopia, nostalgia 
e escatologia, como arte, ciência e loso a.
Retomando a história da humanidade vemos que 
desde meados do século XX, não podemos concluir esta 
reflexão sem tratar das linguagens eletrônicas, informáticas,internéticas, virtuais ou pós-modernas que atualmente 
multiplicam-se e predominam.
Para Re etir sobre o que é uma palavra, vejamos um trecho do poema
Procura da poesia de Carlos Drummond de Andrade:
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos. 
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície intata.
Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. 
Convive com teus poemas, antes de escrevê-
los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te 
provocam.
Espera que cada um se realize e consuma
com seu poder de palavra
e seu poder de silêncio. (...)
Chega mais perto e contempla as palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face neutra
e te pergunta, sem interesse pela resposta
pobre ou terrível, que lhe deres: Trouxeste a 
chave?
Repara:
ermas de melodia e conceito, elas se refugiaram 
na noite, as palavras (ANDRADE, 1973, p. 196-
198).
Para sedimentar sua aprendizagem, sugerimos que procure re etir e 
anote suas intepretações sobre o poema!
E aqui chamamos, em especial, a atenção de você 
universitário(a) que cursa ENGENHARIA DE PRODUÇAO 
, pois as linguagens eletrônicas fazem e farão parte indissociável 
de seu dia dia ,tanto quanto acadêmico(a) , quanto quando estiver 
exercendo sua profissão e , com o intuito de já ir conduzindo-o(a) 
a esse mundo maravilhoso das linguagens eletrônicas sugerimos 
que dirija-se à ferramenta “ARQUIVOS”, em nossa plataforma 
UNIGRANET e proceda à leitura de um artigo científico 
intitulado “As tecnologias de comunicação e informação na 
escola; relações possíveis... relações construídas”, nesse texto o 
objetivo maior é tratar acerca das relações entre a ação educativa 
escolar e as tecnologias.
Continuemos nossas leituras...
Em poucas décadas, todas as formas de literalidade e 
oralidade, compreendendo a aula, o discurso do poder, a 
conversação, o entretenimento, a comunicação, a informação, 
a mídia, o livro, a revista, o jornal são desafiadas pela imagem, 
o videoclipe, o hipertexto, o cibertexto, a multimídia. Em 
pouco tempo, a palavra, enquanto signo da modernidade, é 
recoberta pela imagem, enquanto signo da pós-modernidade. 
Podemos afirmar ainda que, em larga medida, as linguagens 
eletrônicas, informáticas e cibernéticas são linguagens técnicas, 
instrumentais, pragmáticas. Têm sido mobilizadas no âmbito 
de organizações públicas e privadas, nacionais, regionais e 
mundiais, de modo a propiciar a operação, expansão e gestão 
de empreendimentos econômicos, financeiros, militares, 
políticos, culturais, religiosos, museus e outros.
Aqui é possível deduzir que esse pode ser o cenário no 
qual se instala e difunde a crise da palavra. Juntamente com 
a transformação dos quadros sociais e mentais de referência, 
no âmbito da vasta ruptura histórica em curso no século XXI, 
instala-se e generaliza-se a crise da palavra. Em poucas décadas, 
predominam a realidade virtual, o videoclipe, o hipertexto, o 
ciberespaço, a inteligência artificial, a estética eletrônica e outras 
realizações eletrônicas, informáticas e cibernéticas.
Finalmente, sobre linguagem, sociedade e interação 
humana talvez se possa afirmar que as diversas disciplinas e 
teorias empenhadas em elucidar os segredos da linguagem 
buscam, em última instância, decifrar o mistério de Babel, 
como alegoria, mito, ilusão ou alucinação. Babel está sempre 
à espreita, em tudo o que se diz e escreve, pensa e imagina, 
compreende e explica, sonha e fantasia. Impregna mais ou 
menos profundamente as formas de sociabilidade e os jogos 
das forças sociais, ou seja, as configurações histórico-sociais de 
vida, trabalho e cultura.
Segundo Junior (1984), essa linguagem é o sistema 
indispensável da criação e do significado no mundo. A visão 
de mundo está vinculada ao conhecimento que cada indivíduo 
possui para ampliar seus horizontes no período de sua vida. Essa 
linguagem nos possibilita uma autorreflexão sobre questões de 
vivência particular a todo o momento. A linguagem seria um 
A linguagem continua a participar decisivamente da constituição das 
coisas, gentes e ideias. Revela-se produto e condição das formas de 
sociabilidade e dos jogos das forças sociais, constituindo-se como 
componente essencial das con gurações histórico-sociais de vida, 
trabalho e cultura.
132
13
efetivamente, um produto social e é condição da sociedade 
interativa. Para fechar, entendemos que as leituras que 
realizamos podem nos conduzir às reflexões profundas que 
nos permitem “ler o mundo” que nos cerca. A linguagem 
faz com que todo o processo tecido ,via compreensibilidade, 
conduzido e seja revisto de forma coerente.
Vale a pena
ORLANDI, Eni Puccinelli. A linguagem e seu funcionamento: 
as formas do discurso. Campinas: Pontes, 1996.
ECO, Umberto; ANGONESE, Antonio (Tradutor). A 
busca da língua perfeita. Bauru: EDUSC, 2002.
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz 
Carlos (Colaborador). A coerência textual. Editora Contexto, 
2001.
Vale a pena ler
BINDI, L. F. Escrita e alfabeto. Disponível em: . Acesso 
em: 3 maio 2014.
PARTES.COM. Teoria, signo e reflexão. 
Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
SEMIÓTICA BLOGSPOT. Como se definem os signos. 
Disponível em: . 
Acesso em: 3 maio 2014.
UNISUL. Linguagem. Disponível em: . 
Acesso em: 3 maio 2014.
Vale a pena acessar
Nell
A guerra do fogo
Vale a pena assistir
ALembre-se de que, em caso de dúvidas, acessem as ferramentas 
“Fórum” ou “Quadro de avisos” para se comunicar com o(a) professor(a) 
e ou com seus colegas!
olhar sobre o mundo refletido através das particularidades em 
que cada indivíduo pode perceber diante de qualquer fato da 
nossa vida.
Assim, se dá a multiplicidade de narrativas sobre os mais 
diversos aspectos da linguagem se inserem, nas quais se 
empenham a linguística, a teoria literária, a filosofia da linguagem, 
a sociolinguística, a etnolinguística, a semiótica e a desconstrução.
Em todos os casos está em causa o esclarecimento, a 
compreensão, a revelação ou o encantamento, talvez essenciais 
à existência e à imaginação de uns e outros, em todo o mundo.
 
1 - Breve reflexão sobre comunicação.
Na primeira seção da Aula 1 tivemos a oportunidade 
de iniciar nossas reflexões sobre a comunicação, cujos 
pensamentos nos prepararam para iniciar o estudo efetivo dos 
atos comunicativos que seguem nas demais seções, uma vez 
nos conduz ao entendimento de como estamos ligados aos 
atos comunicativos desde o nosso nascimento e de que os 
mesmos se estendem por nossa vida toda .
2 - Processo de comunicação: um panorama teórico. 
Na segunda seção estudamos a língua, a qual podemos 
entender como um conjunto de signos sociais o qual o ser 
humano utiliza para a comunicação, para a troca de ideias, para 
tecer argumentação ,para dialogar ,entre outras funções.
Vimos também a linguagem como a utilização da língua, 
a qual pode ser:
a) Linguagem falada.
b) Linguagem não verbal.
c) Linguagem escrita.
Finalmente, vimos que para bem nos expressarmos, na 
linguagem escrita, precisamos pelo menos de:
a) conhecimento do assunto;
b) vocabulário;
c) domínio das regras gramaticais.
3 - Linguagem, sociedade e interação humana.
Na última seção, refletimos sobre os intercâmbios 
presentes entre a linguagem, a sociedade e a interação humana. 
Vimos, baseados nas ideias de IANNI (1999), que a língua é, 
Nossa! Fizemos uma caminhada interessante nesta aula, não acham? 
Adquirimos conhecimentos interessantes e essenciais para a nossa 
formação enquanto pro ssionais e pessoas. Para fundamentar e melhorar 
ainda mais a nossa aquisição de saberes, iremos, a seguir, dar sugestões 
de leituras, sites, lmes e vídeos que vocês podem acessar para otimizar 
as informações dadas nesta aula.
Retomando a aula
Chegamos,assim, ao nal da primeira aula. Esperamos 
que agora tenha cado claro o entendimento frente 
ao processo de comunicação e à linguagem enquanto 
processo de interação humana.
133
2ºAula
O ato de ler
Objetivos de aprendizagem
Ao término desta aula, você será capaz de:
• Reconhecer a importância da leitura e do ato de ler, de compreender e de interpretar;
• Identificar os níveis de leitura em textos.
Caro(a) aluno(a),
Nesta aula trataremos sobre um assunto interessante para a 
maioria das sociedades: a leitura e os níveis de leitura.
Você já parou para pensar sobre as diversas formas de leitura 
que temos a oportunidade de realizar? E de como é importante 
sabermos ler verdadeiramente? Vamos entender o que é esse ato de ler 
verdadeiramente!!!
Esses questionamentos serão apenas algumas das reflexões que 
faremos nesta aula.
Lembre-se, você é o protagonista da sua aprendizagem, então, 
mãos à obra!
Bons estudos!
135
Linguagem e Argumentação 16
Nesse momento sugerimos que faça uma parada 
estratégica e siga até a ferramenta “ARQUIVOS” , na 
plataforma UNIGRANET para ler um texto da pesquisadora 
Flavia Susana KRUG, intitulado “A IMPORTÂNCIA DA 
LEITURA NA FORMAÇÃO DO LEITOR”, nesse texto ela 
chama a atenção dos profissionais da educação em relação à 
necessidade de estratégias e recursos adequados para que o ato 
de leitor de desenvolva .Creio que muitos de vocês recordarão 
de como se deu a introdução de cada um no mundo da leitura e 
poderão avaliar se foi adequada ou inadequada essa introdução.
Voltemos às nossas reflexões pontuais :
Como afirmar Gold (2010), o texto escrito deve ser 
percebido e articulado como um instrumento relacionado 
à função estratégia que venha a desempenhar , essa função 
tanto pode estar voltada à área de linguagem em geral, como 
ao meio específico em que se dá o próprio texto empresarial 
ou o texto da área da engenharia ,possibilitando a cada leitor 
intervir mediante três dimensões, sejam elas: da cultura, do 
aspecto motivacional e, também, do econômico , em que cada 
qual em seu meio de trabalho poderá usa-lo conforme lhe seja 
necessário.
E o que seria o contexto? Que tal pesquisar?
Mas antes voltem à ideia de Paulo Freire vista há pouco:
Veja bem, se você ainda não entendeu o que leu, não siga 
em frente com sua leitura, como sugestão retorne à citação 
de Paulo Freire e tente entendê-la, só assim você estará 
exercitando a leitura responsável e crítica no contexto em que 
estamos inseridos.
Uma compreensão crítica do ato de ler possibilita além 
da “tradução” dos significados das palavras, ela promove o 
desvendamento daquilo que está “por trás” delas. Assim, 
podemos observar que o vocabulário para a transmissão 
da mensagem faz com que todo esse contexto possa ser 
O que você entendeu acerca da declaração que o educador Paulo 
Freire fez?
1 - O ato de ler: o que ler?
2 - Níveis de leitura de um texto
O leitor que mais admiro é aquele que não chegou até a 
presente linha. Neste momento já interrompeu a leitura e está 
continuando a viagem por conta própria (Mário Quintana).
Inspirados em Mario Quintana, iniciemos efetivamente 
nossa segunda aula! Vamos em frente!
Como primeiro passo para tratarmos sobre a leitura, 
vamos refletir sobre a prática da leitura na sociedade 
atual:
Embora estejamos no século da informação, 
a qual, em grande parte, ocorre por meio 
da imagem (uma imagem vale mais que 
mil palavras), é inegável a importância e a 
necessidade da leitura, pois desempenha 
funções informativa e recreativa, ao transmitir 
a História e a Cultura da humanidade. Até 
porque aqui , já no começo de nossa aula, 
temos que fazer uma pequena pausa re exiva 
no intuito de esclarecer que : TAMBÉM 
LEMOS IMAGENS, ou seja, não apenas 
lemos textos verbais escritos, pois a leitura 
sobre a qual nos referimos é aquela que volta-
se para o entendimento a re exão. 
A prática da leitura nos enreda desde o 
momento em que começamos a “entender” 
o mundo que nos envolve. Com a vontade de 
entender quem somos, buscamos na leitura 
(de textos escritos, orais e não-verbais) as 
respostas que almejamos, ou seja, a leitura 
nos abraça de forma a proporcionar um 
passeio pelo imaginário, pelo mundo mágico, 
pelas fantasias e pela realidade que nos cerca!
Diante do vasto mundo da leitura ,a leitura 
crítica é aquela que permite ir além do “dito”, 
além do “exposto”; ler nas “entrelinhas” 
é uma forma de ler criticamente. Mas será 
que estamos preparados para fazer tal leitura 
(EDUCADORES DE SUCESSO, 2010).
Nesse contexto, caro aluno, a leitura pode não ser 
encarada como simples decodificação ou descodificação 
de signos, ou seja, ela não é uma atividade mecânica que 
determina uma postura passiva diante do texto, mas pode e 
deve ir além. Para Paulo Freire (1985, p. 11-12):
A leitura do mundo precede a leitura da 
palavra, daí que a posterior leitura desta não 
possa prescindir da continuidade da leitura 
daquele. Linguagem e realidade se prendem 
dinamicamente. A compreensão do texto a ser 
alcançada por sua leitura crítica implica na 
percepção das relações entre o texto e o 
contexto.
Seções de estudo
1 - O ato de ler: o que ler?
Você Sabia?
“De maneira geral o leitor crítico irá conscientemente ou inconscientemente 
avaliar o original por diversos diferentes aspectos, como por exemplo:
• Coesão ou Continuidade: [...] se refere à integração entre frases, 
parágrafos, capítulos, e tramas do texto, indicando se o autor consegue 
manter uma narrativa ,por exemplo se for um livro que narre uma historia, 
onde os elementos estão sempre conectados.
• Consistência: a consistência se refere à qualidade da obra de manter 
a mesma “voz” ou forma narrativa em sua totalidade, ou dentro de cada 
trama que eventualmente justi que “vozes” diferentes.
• Coerência: a coerência se refere à capacidade do autor de criar uma 
realidade coerente para sua história, sem “surpresas” que pareçam não se 
encaixar na realidade apresentada.
• Concisão: a concisão se refere à qualidade do texto de ser conciso, 
não apresentando “pontas soltas” ou divagações que não contribuem 
para a história como um todo.
• Clareza: a clareza indica se o texto é ou não facilmente lido.
• Cadência: a cadência, ou ritmo, do texto é resultante da velocidade 
de leitura sugerida pela uidez e clareza do texto, e pela organização das 
tramas e capítulos” (UOL, 2014).
136
17
compreendido pelo interlocutor. Observe alguns exemplos que 
seguem:
Exemplo 1:
Figura 2.1 Exemplo de compreensão crítica.
FONTE: IPU – HISTÓRIAS E ATULIDADES. Charge seleção. Disponível em: .
Acesso em: 12 set. 2010.
Perceba que na imagem acima, há o contexto que 
determina a compreensão e a interpretação do texto. Dessa 
forma, o menino da imagem solicita ajuda da mãe em relação 
aquilo que ele está vendo/ouvindo na televisão, pois não 
condiz com o discurso proferido pela sua mãe sobre a mentira, 
gerando, assim, uma incoerência sobre a definição de mentira 
para a criança, a qual fica extremamente confusa, ou seja, sua 
mãe lhe ensina algo que , ao ele assistir alguma reportagem , 
não vai ao encontro com o que a mãe lhe expos. 
A maneira de ser expressar oralmente pode ser articulada 
de forma mais simples, mas com complexidade em sua 
escrita. A linguagem se dá com rebuscamento e leva ao leitor 
a compreensão, e assim, não deixa de ser apresentada a forma 
culta e coerente que deve ter um texto crítico sobre o qual 
estamos relatando no decorrer de nossa aula.
Por exemplo:
A média de produção do último ano fiscal foi maior do que 
a do ano anterior. Foram instaladas novas máquinas hidráulicas 
para a estamparia, automáticas e de alta velocidade aumentando 
o número de peças, e foi introduzida nova metodologia, a fim 
de gerar economia com tempo e mão de obra. (Gold, 2010, 
p.20).
Percebe-se que a escrita viabiliza uma clareza nas 
informações, não deixando de apresentar um vocabulário 
mais elaborado na transmissão damensagem, a escrita esta 
coerente, não deixa nenhuma informação confusa. E com isso, 
a informação/ideia principal vai sobressair dentre as demais 
apresentadas para a articulação do comunicado aos seus 
interlocutores.
Para melhor compreensão, da clareza textual e da 
importância que ha em se fazer uma seleção vocabular 
apropriada vejamos como é organizada a letra da música 
“Admirável Gado Novo”, de Zé Ramalho:
Vocês que fazem parte dessa massa que passa 
nos projetos do futuro
é duro tanto ter que caminhar e dar muito mais 
que receber.
E ter que demonstrar sua coragem à margem 
do que possa parecer
e ver que toda essa engrenagem já sente a 
ferrugem te comer.
Eh!... ô... ô... vida de gado Povo marcado eh!... 
povo feliz!
Lá fora faz um tempo confortável a vigilância 
cuida do normal
os automóveis ouvem a notícia os homens 
a publicam no jornal e correm através da 
madrugada a única velhice que chegou 
demoram-se na beira da estrada e passam a 
contar o que sobrou.
O povo foge da ignorância apesar de viver tão 
perto dela
e sonham com melhores tempos idos 
contemplam essa vida numa cela esperam 
nova possibilidade
de verem esse mundo se acabar a Arca de Noé, 
o dirigível
não voam nem se pode utuar. Não voam 
nem se pode utuar...
Percebeu como essa letra nos conduz à reflexão? Notou 
como as palavras representam muito mais do que “parecem” 
representar? Viu que o texto é coerente e que os vocábulos 
foram selecionados para servirem a intenção do autor?
Observe as palavras que Zé Ramalho selecionou para 
compor a letra. Veja que as palavras não foram aleatoriamente 
dispostas; cada uma tem uma intenção, está no texto com 
finalidade determinada. 
Assim:
A coerência diz respeito à conexão entre as ideias 
apresentadas no texto. Pode ser que algumas vezes em seu 
percurso acadêmico tenha visto que seu professor escrevia 
em seu texto: CUIDADO COM A COERÊNCIA, ou ainda 
SEU TEXTO ESTÁ INCOERENTE, essas lembranças que 
seu professor elaborava na hora da correção eram para alertar 
a você sobre a questão do sentido, seu professor estava lhe 
indicando acerca da importância de se elaborar um texto com 
SENTIDO, ok??
Sem ela, sem a coerência ,as frases, as orações ficam 
perdidas e sem lógica. Evidentemente, essa característica 
não é apenas do texto moderno, mas de toda e qualquer 
comunicação escrita ao longo dos tempos. A língua escrita 
exige um rigor e uma disciplina de expressão muito maiores 
do que a língua falada, obrigando o emissor a expressar-se com 
harmonia tanto na relação de sentido entre as palavras quanto 
no encadeamento de ideias dentro do texto (Gold, 2010, p.10).
PORÉM: alerto que esse rigor em nenhum momento tem 
a intenção de expor que a língua escrita goza de maior prestigio 
que a língua falada , mas tem a intenção de mostrar que na 
língua escrita é possível ter-se o CERTO e /ou o ERRADO 
, enquanto na língua falada não há certo e/ou errado, mas 
adequado ou inadequado dependendo do contexto.
A decodificação/descodificação da palavra escrita é uma 
necessidade óbvia, porém constitui apenas a primeira etapa do 
processo da leitura criativa/crítica . A decodificação permite a 
intelecção, ou seja, a percepção do assunto, permite entender 
o significado do que foi lido. Assim, a linguagem escrita em 
137
Linguagem e Argumentação 18
detrimento ao ato de ler e compreender o enunciado, nos leva 
a uma reflexão e entendimento com significado.
Em seguida , após a decodificação faz-se a interpretação, 
que é a continuidade da leitura de mundo( tão divulgada por 
FREIRE), realizada pelo leitor. A interpretação, muitas vezes, 
extrapola a letra do texto, pois se baseia nas relações entre 
texto e contexto.
Na letra da música que acabou de ler, viu que a sua 
interpretação foi além da letra do texto, não é mesmo?
Sendo assim, interpretar é um ato que requer dedicação 
e seriedade por parte do leitor. Cumprida as etapas anteriores, 
está o leitor apto para empreender a aplicação do conteúdo 
da leitura, de acordo com o objetivo a que se propôs. Dessa 
forma , é muito interessante determinarmos objetivos quando 
vamos processar nossas leituras, ou seja: vamos ler para quê? 
E com que finalidade?
Que tal, agora, apreendermos como fazer uma leitura 
mais elaborada?
A técnica de sublinhar, conforme muitos autores 
destacam, é de grande utilidade para a intelecção e interpretação 
do texto, facilitando o trabalho de resumir, esquematizar ou 
fichar. Podemos afirmar que sem compreensão e interpretação 
do texto, torna-se impossível empregar com eficiência as 
técnicas de resumo, resenha esquema e/ou fichamento , 
ainda , sem interpretar é impossível realizar qualquer atividade 
voltada à escrita textual que objetive clareza e harmonia entre 
as partes de um texto.
A leitura é uma atividade necessária no mundo de hoje 
e não deve restringir-se às finalidades de estudo. É preciso ler 
para se informar, para participar, para ampliar conhecimentos 
e alcançar uma compreensão melhor da realidade atual. Na 
opinião de Ezequiel T. Silva (1983, p. 46):
Optar pela leitura é, então, sair da rotina, 
é querer participar do mundo criado pela 
imaginação de determinado escritor. Ler é 
basicamente, abrir-se para novos horizontes, é ter 
possibilidade de experenciar outras alternativas de 
existência, é concretizar um projeto consciente, 
fundamentando na vontade individual.
Segundo a mesma vertente de pensamento exposta por 
Silva (1983), a linguista Sgarbi (2009,p.88) nos lembra que:
Lemos, não só a linguagem verbal (fala e escrita), como, 
também a linguagem não verbal. Quando olhamos para uma 
pintura, uma escultura ou quando observamos as reações 
do nosso corpo ou, ainda, quando assistimos a um filme, 
também, estamos fazendo leituras.
É importante que amplie continuamente seus conhecimentos. Para 
tanto, sugerimos a leitura do seguinte artigo: CAMPOS, G. P. C. O 
processo de leitura: da decodi cação à interação. Disponível em:
. Acesso em: 3 maio 2014.
E então, pronto para exercitar nossa Língua Portuguesa por meio da 
leitura? Espero que sim! Então, vamos em frente, pois temos mais 
uma seção nesta aula, a qual trata sobre as distintas formas em que 
um texto pode ser lido.
Para iniciar, reiteramos a importância de reforçar a ideia 
da importância do ato de ler e entender quais conhecimentos 
e objetivos devemos deter para nos tornarmos bons leitores, 
leitores de verdade.
Vamos começar?
Começamos, então, a perceber que um dos grandes desafios 
a ser enfrentado pela escola e pela sociedade é o de fazer com 
que os alunos aprendam a ler, mas a ler reflexivamente. Segundo 
Geraldi (2006), a leitura é um processo de interlocução entre 
leitor/autor mediado pelo texto, nisso vemos a importância do 
contato do aluno com o texto e obras literárias para que ele 
possa atribuir significado ao texto, e a partir disso conseguir 
relacioná-lo a outros textos, ou a realidade ou pensamento.
Assim, a leitura passa a ser fundamental para o domínio 
das múltiplas estruturas contidas nos textos, as quais são 
responsáveis pelo sentido. Nesse contexto, a pouca habilidade 
voltada à leitura reflete-se na escrita e, consequentemente, na 
fala, restringindo ao vocabulário.
IMPORTANTE : Jamais devemos pensar em leitura 
como hábito, pois a leitura crítica, interessante , que acrescenta 
conhecimentos não é a leitura mecânica , mas a leitura que 
conduz à reflexão ,portanto leitura não pode ser hábito ,mas 
desenvolvimento de habilidade.
Vamos em frente....
Dessa forma, a pouca habilidade leitora ,compromete o 
conhecimento prévio necessário à compreensão do texto, pois, 
segundo Ângela Kleiman (1995, p.13):
O leitor utiliza na leitura o conhecimento que 
ele já sabe, o conhecimento adquirido ao longo 
de sua vida. É mediante a interação de diversos 
níveis de conhecimento como o conhecimento 
linguístico, o textual, o conhecimento de 
mundo, que o leitor consegue construir o 
sentido do texto.
Entendemos que o conhecimentoprévio é aquele que 
auxilia ao leitor em sua compreensão de algo que esta lendo,pois 
para entender ,por exemplo, determinada parte /trecho que 
esta lendo, se o leitor tiver um conhecimento anterior sobre o 
tema abordado , com certeza , a sua compreensão fluirá muito 
melhor.
É importante fazer uma distinção entre ler e aprender a 
ler. Ler é estabelecer uma comunicação com textos verbais ou 
não verbais, por meio da busca da compreensão, enquanto a 
aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente, que 
se enriquece com novas habilidades, na medida em que se 
manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por 
isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano 
da vida escolar. 
Essa leitura, na verdade, envolveria os métodos, referentes 
à determinada área a que se observa. O profissional (mediador) 
, geralmente o professor, terá a responsabilidade de mediar e 
extrair de uma determinada leitura sua finalidade, tendo nesse 
processo objetivo claro e definido.
Quando você futuro profissional da área de 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, por exemplo, vai ler um 
2 - Níveis de leitura de um texto
138
19
o valor dessa no contexto social. Por isso, a importância da 
leitura reside, principalmente, no ato de ensinar a ler. Para 
Reina e Durigan (2003, p. 21),
[...] ensinar leitura não é responsabilidade 
exclusiva do professor de língua, mas sim 
de todos aqueles que usam esse código, 
seja para a interação, para a transmissão de 
conhecimentos, para a atuação sobre o outro, 
seja para o relacionamento com o mundo 
sensível.
Outro aspecto importante no trabalho com a leitura é a 
interdisciplinaridade vinculada à intertextualidade, pois todas 
as disciplinas, sejam das áreas das ciências exatas, agrárias, 
humanas ou qualquer outra área são discursivas, requerem 
desempenho de linguagem, e a leitura e a escrita são o fim e o 
meio de todo trabalho escolar.
Pensando em você caro(a) aluno(a) é que deixei na 
ferramenta ARQUIVOS um texto intitulado “A importância 
da leitura no ensino superior” e gostaria muito que você 
o acessasse e fizesse uma leitura de verdade, uma leitura 
compreensiva e reflexiva ,ok??Nele muitas das ideias 
desenvolvidas nesta aula serão expandidas.
Quanto à Interdisciplinaridade e sua relação com a leitura:
A interdisciplinaridade deve ir além da mera justaposição 
de disciplinas e, ao, mesmo tempo, levar o aluno a pensar, a 
ser um aluno crítico, a buscar em vários meios o que possa 
ajudá-lo a compreender melhor seu universo de leitura e de 
vida. A leitura é compreensão, produção e interação com o 
meio. O aluno deve ser ativo na sociedade, capaz de expressar 
pensamentos e incorporar significações no processo social em 
que vive.
Se um “texto remete a outros textos e esses apontam 
para outros no futuro” (KLEIMAN, 1999, p. 62), a 
interdisciplinaridade permite que os contextos dos programas 
de diversas disciplinas sejam introduzidos em decorrência da 
leitura de um texto lido em sala de aula.
Entendeu o que é interdisciplinaridade ??
Se tem dúvidas, leia o parágrafo anterior novamente.
Entretanto, a questão do ensino da leitura é ampla e pode 
situar-se na própria conceituação do que é leitura, na forma 
como é avaliada pelos professores; no papel que ocupa na 
sociedade; nos meios que são oferecidos para que ela ocorra, 
na metodologia que o professor adota para ensiná-la e na 
maneira como o aluno a compreende e valoriza.
Cansados, não!!!!!!
 Eu sei que vocês ainda têm energia para aprender muito 
mais! Ok, a partir de agora, estudaremos o ato da leitura 
(conhecimentos prévios, objetivos e hipóteses), vejamos:
O ato de ler aciona uma série de ações no pensamento do 
leitor, por meio das quais ele pode extrair novas informações 
ou remetê-las às informações anteriores.
Na interação com essas informações, aqui denominadas 
de conhecimento prévio, como já vimos, o leitor pode mantê-
las, modificá-las ou desenvolvê-las durante a assimilação do 
conteúdo, pois “[...] quando um leitor é incapaz de chagar à 
Mas, de que precisamos para realizar uma boa leitura?
artigo científico que aborde as questões relativas à Transmissão 
de dados e redes é importantíssimo que tenha previamente 
alguns conhecimento sobre esse tema, pois dessa forma, com 
certeza, a compreensão será mais rápida.
Quanto ao papel do educador é importante citar novamente 
Sgarbi (2009,p.90),a autora indica sobre essa temática :
“Para capacitar os alunos [...] para o encontro com o texto; 
constatando-o, cotejando-o e transformando-o, há que se criar 
condições concretas para que esses alunos leiam de maneira 
significativa”.
Acompanhem, também, ainda com o olhar voltado aos 
educadores ,o pensamento da autora citada a seguir. Kleiman 
(1999, p. 16) exemplifica:
[...] Os professores que lembramos e admiramos 
e que tiveram alguma in uência nas nossas 
vidas são aqueles que demonstraram gostar 
de suas matérias e conseguiram transmitir esse 
entusiasmo pelo saber.
Outra autora ratifica esse pensamento ao mencionar que:
Em outras palavras, o professor é aquele que 
precisa ser leitor e que apresenta as diferentes 
possibilidades de leitura: livros, poemas, 
notícias, receitas, paisagens, imagens, partituras, 
sons, gestos, corpos em movimento, mapas, 
grá cos, símbolos, o mundo en m: “(...) Ou o 
texto dá um sentido ao mundo, ou ele não tem 
sentido nenhum” (LAJOLO, 1994, p. 14).
Contudo, é importante ficar atento para o fato de que o 
aluno também precisa fazer a sua parte! 
Claro que o profissional da educação deve estar próximo 
ao aluno no processo de aprendizagem, sanando dúvidas, 
fazendo observações e análises, mostrando o caminho a ser 
seguido, mas permitindo que o aluno caminhe sozinho na 
busca por novos horizontes que somente a leitura pessoal pode 
revelar, porém a parte do educando é extremamente necessária, 
há que se desejar aprender a LER DE VERDADE.
 Diante da palavra, do contato com os textos que os alunos 
podem compreender a funcionalidade das palavras e o uso da 
gramática, por isso é tão importante que o aluno descubra o 
mundo da leitura. 
O professor deve ser o orientador, aquele que mostra o 
caminho a ser seguido, ele fornece as ferramentas para que o 
leitor desvende o texto e extraia dele o máximo possível. Precisa 
demonstrar ao aluno segurança, estímulo e um caminho longo 
a ser seguido, porém prazeroso e com uma ótima recompensa.
Assim, a leitura importa quando o leitor transforma a 
linguagem escrita em linguagem oral e quando o leitor consegue 
captar e dar sentido ao conteúdo da mensagem, analisando 
Saber Mais
“À leitura como processo, sempre caberá estudo e aprofundamento, pois 
envolve leitor e texto e a interação entre esses dois. A investigação dos 
fatores que contribuem para a compreensão textual requer especial
atenção, uma vez que interfere em todas as áreas do conhecimento, 
sendo objeto de estudo interdisciplinar” (LER E COMPREENDER TEXTOS, 
2014).
139
Linguagem e Argumentação 20
compreensão através de um nível de informação, ele ativa 
outros tipos de conhecimentos para compensar as falhas 
momentâneas” (KLEIMAN, 1999, p. 17).
Assim, ao ler um texto qualquer, o leitor escolhe aspectos 
relevantes, ignora outros irrelevantes ou desinteressantes, 
dando atenção aos aspectos que interessam, ou seja, àqueles 
sem os quais seria impossível compreender o texto. Por isso,
[...] a ativação do conhecimento prévio 
é essencial à compreensão, pois é o 
conhecimento que o leitor tem sobre o assunto 
que lhe permite fazer as inferências necessárias 
para relacionar diferentes partes discretas do 
texto num todo coerente (KLEIMAN, 1999, 
p. 25).
Essas inferências são hipóteses que o leitor levanta, 
antecipando informações com base nas pistas que vai 
percebendo durante a leitura. Portanto, quando chega à 
escola, o aluno já é um leitor do mundo, pois desde muito 
novo começa a observar, antecipar, interpretar e interagir, 
dando significado a seres, objetos e situações que o rodeiam:
 
O conhecimento linguístico, oconhecimento 
textual, o conhecimento do mundo devem ser 
ativados durante a leitura para poder chegar 
ao momento da compreensão, momento este 
que passa desapercebido, em que as partes 
discretas se juntam para fazer um signi cado 
(KLEIMAN, 1999, p. 26).
Você e eu fazemos a leitura de tudo que nos cerca! Essa 
aprendizagem natural da leitura deve ser considerada pelo 
professor e incorporada às suas estratégias de ensino com o 
fim de melhorar a qualidade desse processo contínuo, iniciado 
no momento em que o aluno é capaz de captar e atribuir 
significado às coisas do mundo.
Assim, a ação de ler o mundo é enriquecida na medida 
em que o educando enfrenta progressivamente numerosos e 
variados textos, pois:
A forma do texto determina, até certo ponto, 
os objetivos de leitura: há um grande número 
de textos, como romances, contos, fábulas 
(...) notícias de jornal, artigos cientí cos (...): 
parece claro que o objetivo geral ao ler o 
jornal é diferente daquele quando lemos um 
artigo cientí co (KLEIMAN, 1999, p. 33).
Note que o trabalho de leitura na escola tem por 
objetivos levar o leitor à analise e à compreensão das ideais 
dos autores e a buscar no texto os elementos básicos e 
os efeitos de sentido. E é isso que esperamos que faça a 
partir deste momento que está aprendendo mais sobre a 
maravilhosa habilidade da leitura.
Para saborear um pouco este mundo da leitura, eis que 
cito um trecho de um texto/poema de Martha Medeiros, em 
que a autora expõe seu imenso prazer em ler:
Eu, por exemplo, gosto do cheiro dos livros. 
Gosto de interromper a leitura num trecho 
especialmente bonito e encostá-lo contra o 
peito, fechado, enquanto penso no que foi lido. 
Depois reabro e continuo a viagem. […] Gosto 
do barulho das paginas sendo folheadas. Gosto 
das marcas de velhice que o livro vai ganhando: 
[…] a lombada descascando, o volume cando 
meio ondulado com o manuseio. Tem gente 
que diz que uma casa sem cortinas é uma casa 
nua. Eu penso o mesmo de uma casa sem livros 
(Martha Medeiros).
Dessa forma, cremos que a caminhada para o aprendizado 
da leitura acontece lendo , da mesma forma que aprendemos 
a escrever ,escrevendo; vendo outras pessoas lerem e 
escreverem, tentando e errando, sempre nos guiando pela 
busca do significado mediante hipóteses ou pela necessidade 
de produzir algo que tenha sentido.
Nesse contexto e de acordo com Kleiman (1999, p. 36), 
“vários autores consideram que a leitura é, em grande medida, 
um jogo de adivinhação, pois o leitor ativo, realmente engajado 
no processo, elabora hipóteses e as testa, à medida que vai 
lendo”.
Assim, para elaborar hipóteses, o leitor precisa ter acesso 
ao texto cuja leitura foi transformada em objetivo, ou seja, ele 
deve prever o tema do texto com base nas pistas dadas; então, 
para ter acesso ao texto, é preciso ter acesso ao seu código e à 
mensagem escrita.
Enfim, é preciso que professor e alunos entendam que ler 
não é um ato mecânico de decodificação: é o estabelecimento 
de relações dentro de contextos, de vivências de mundo; não 
são frases ou palavras soltas que levam o leitor a entender que 
isso seja o ato de ler.
Vale salientar que, para que esse quadro mude, é preciso 
que professor e aluno estejam verdadeiramente envolvidos. 
Nesse sentido, pensamos que o processo ensino-aprendizagem 
da leitura na sala de aula situa-se dentro de dois objetivos 
fundamentais: serve como meio eficaz para aprofundamento 
dos estudos e aquisição de cultura geral.
E, então, está percebendo como a leitura é interessante, 
importante e indispensável em nossas vidas?Imagine na sua 
vida acadêmica como a leitura fara toda a diferença positiva!!!
Fique antenado!
Na internet você pode encontrar inúmeros sites sobre o tema em 
estudo. Sugiro que realize buscas utilizando termos com palavras-
chave e procure ler alguns artigos em relação ao conteúdo e procure 
fazer uma análise crítica das informações encontradas no site!
Retomando a aula
E então? Entendeu bem as questões iniciais relacionadas a 
leitura e sua importância? Em caso de resposta a rmativa: 
Parabéns! Mas, há muitos outros conhecimentos a serem 
agregados sobre o tema. Para tanto, sugerimos que consulte as obras, 
periódicos e sites indicados ao nal desta aula.
140
21
1 - O ato de ler: o que ler?
Na primeira seção, vimos que para que possamos efetuar 
uma leitura significativa, faz-se necessário construir sentido 
através dos conhecimentos prévios que você possui sobre o 
assunto e a interação com o suporte de leitura.
Assim, para de fato obter informações corretas sobre o 
texto lido e consequentemente construir um suporte de sentido 
para a compreensão e a interpretação do texto, é preciso, ainda, 
lançar mão dos conhecimentos culturais adquiridos ao longo 
da vida, tais como as crenças, as opiniões ou atitudes.
A motivação ou objetivos diferentes atuarão na construção 
da representação sobre o evento ou o enunciado presente no 
texto, o que faz com que, ao ler um mesmo texto, diferentes 
leitores construam significados diferenciados, produzindo 
diferentes tipos de inferências.
Finalmente, na seção inicial, tivemos a oportunidade de 
começar a perceber como a leitura é importante em nossas 
vidas, além de reconhecer que é interessante sabermos “ler” 
as diversas situações às quais somos expostos e o quanto é 
importante, também, sabermos interpretar devidamente os 
diferentes textos.
2 - Níveis de leitura de um texto.
Na seção 2, estudamos os níveis de leitura de um texto, 
os quais trazem a seguinte questão à tona: a diferença entre 
fazer uma leitura e aprender a fazer uma leitura. Tais ações são 
distintas, pois no ato de ler, estabelece-se uma comunicação 
com textos verbais e não verbais via compreensão holística.
No entanto, a aprendizagem da leitura compõe uma 
ação permanente, que se enriquece com novas habilidades, na 
medida em que se manejam adequadamente textos cada vez 
mais complexos.
Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao 
primeiro ano da vida escolar, mas, sim, e ,sobretudo, a caminhada 
do leitor. Somos nós que estabelecemos o nível de leitura que 
iremos ter, uma vez que a dedicação deve ser séria e permanente 
no processo de compreensão e interpretação textual.
Nas palavras de Paulo Freire: “A leitura de mundo precede 
a leitura da palavra”.
Vale a pena
Existem inúmeros cursos sobre os conteúdos tratados nas Seções 
desta aula, inclusive gratuitos, que podem ser encontrados e realizados 
pela internet. Assim, é importante que realize pesquisas em sites de 
busca, utilizando os termos curso junto à palavra que representa a 
conceituação do termo estudado, como por exemplo: “curso leitura”. 
Aproveite a oportunidade para aprofundar e/ou ampliar ainda mais 
seus conhecimentos!
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos 
Vale a pena ler
que se completam. São Paulo: Autores Associados, 1989.
GERALDI, João Wanderley (Org.) O texto na sala de 
aula. 3. ed. São Paulo: Ática, 2001.
KATO, Mary. No mundo da escrita: uma perspectiva 
psicolinguística. São Paulo: Ática, 1986. (Série Fundamentos)
ZILBERMAN, Regina; SILVA, Ezequiel Theodoro 
da. (Orgs.) Leitura: perspectivas interdisciplinares. 2ª ed. São 
Paulo: Ática, 1991.
CAMPOS, G. P. C. O processo de leitura: da 
decodificação à interação. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
EDUCADORES DE SUCESSO. Homepage. 
Disponível em: . Acesso em 14 set. 2010.
IPU – HISTÓRIAS E ATULIDADES. Charge seleção. 
Disponível em: . Acesso em: 12 
set. 2010.
LER E COMPREENDER TEXTOS. A leitura e os 
diferentes níveis de interpretação. Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
UOL. O que é leitura crítica? Disponível em:ortografia/37/artigo265053-1.asp>. Acesso em: 3 maio 
2014.
Vale a pena acessar
O Clube de Leitura de Jane Austen
Vale a pena assistir
Minhas anotações
141
3ºAula
Ao final desta aula, vocês serão capazes de:
• compreender a amplitude do conceito e da aplicação da linguagem, da língua e da fala;
• entender e reconhecer a importância dos níveis de linguagem em diversos contextos de uso.
Objetivos de aprendizagem
Caro(a) aluno(a),
Estamos iniciando a nossa terceira aula e nela trataremos sobre 
a tríade que constituí a comunicação: Linguagem, Língua e fala. Em 
outras palavras, quando se fala em linguagem, estamos nos referindo, 
diretamente, à capacidade humana formada por leis combinatórias e 
signos linguísticos materializados pela mensagem.
Assim, de modo a tornar efetiva a linguagem verbalizada, essa se 
condiciona a dois fatores: à língua e à fala. A língua é fator resultante 
da organização de palavras, segundo regras específicas e utilizadas por 
uma coletividade. E a fala cabe à concretização da língua que cada 
indivíduo, de uma dada comunidade, irá proferir.
Iniciemos, então, nossa aula! Que tal!? Disposto a começar?
Comecemos, então, analisando os objetivos e verificando as 
seções que serão desenvolvidas ao longo desta aula.
Bom trabalho!
Bons estudos!
Linguagem, língua e fala
143
Linguagem e Argumentação 24
1 - Linguagem, língua e fala
2 - Níveis de linguagem
Seções de estudo
1 - Linguagem, língua e fala
Eis uma tríade cuja materialização vincula-se a todo e 
qualquer processo comunicativo. Embora os concebamos 
como elementos utilizados para designar a mesma realidade, 
em se tratando do ponto de vista linguístico, os mesmos não 
devem ser confundidos, talvez até como termos sinônimos 
(MUNDO EDUCAÇÃO, 2014).
Arquitetamos na consciência, uma espécie de “biblioteca” 
onde assentamos tudo o que é ouvido e entendido. 
Guardamos ideias, significados, expressões e com essa “base 
de dados” nos anunciamos verbalmente, seja pela fala ou pela 
escrita. Note que seria como se escolhêssemos, buscando na 
prateleira da biblioteca, palavra por palavra, criando estruturas 
de entendimento para a comunicação.
Isso é quase parecido com uma receita de bolo: você + é 
+ muito + legal, resultando naquilo que queremos dizer pelo 
que estamos sentindo ou sobre algo ou alguém.
Vamos pensar um pouquinho mais?
Vamos nos re etir sobre algumas importantes questões: 
Por que falamos?
Por que não fazemos uso dos sinais ou uso de símbolos, como nas 
primeiras descobertas do uso da linguagem feitas pelo homem?
Por que o homem, diferente dos outros animais, fala?
Por que somente nós temos essa faculdade e, até onde se sabe, já 
impressa em nossa consciência?
Poucas pessoas, cremos, tenham parado para ponderar 
ou interrogar sobre essas questões. Pesquisas e trabalhos 
realizados nesse sentido procuram, ainda, respostas precisas 
para a pergunta “por que o homem fala”.
Segundo Bottéro (1997), o homem, na Mesopotâmia 
antiga, berço da civilização, percebeu a necessidade de 
comunicar-se e começou a criar possibilidade de entendimento 
entre si e os outros. Usou sinais e mensagens, expostas na aba 
de vasos.
Seguindo o raciocínio de Bottéro (1997), a questão é 
que se tratava apenas de uma escrita de coisas: os significados 
diretos destes caracteres não eram as palavras de uma língua 
mas, em primeiro lugar e de modo imediato, as realidades 
expressas por estas palavras.
Assim, levando-se em conta tais informações, podemos 
inferir que em um determinado momento da humanidade, o 
homem teve a necessidade de comunicar-se de algum modo, 
assim como em um determinado momento, passou a falar.
É interessante pensar nessas questões porque refletimos 
e nos perguntamos a partir de quê ou do quê, o homem 
descobriu que possuía, além das existentes, a faculdade da 
linguagem.
Ao acompanharmos o crescimento de uma criança, cada 
vez mais notamos como a necessidade de falar é presente na 
vida humana... Ademais, percebemos o quanto o ato de falar 
faz de nós mais parte do mundo, não é mesmo?
É importante saber que algumas pesquisas na área da 
linguagem humana mostram que, no caso da criança, a primeira 
palavra murmurada já representa sua admissão no universo 
da linguagem e o abandono do estado da natureza ( estado 
primeiro/ primitivo).
Assim, pode-se dizer que é a linguagem que autoriza a 
tomada de consciência do indivíduo como entidade distinta. 
Considerando que fazemos uso da linguagem, da língua que 
nos é ensinada e, consequentemente, falamos. Só não sabemos, 
por que, justamente pela fala, que comunicamo-nos uns com 
os outros.
Outro assunto que intriga o pensamento e os mistérios 
da vida, ou melhor, reflete sobre a existência da comunicação 
falada entre os homens é por que falar, viver em sociedade com 
seres falantes, é quase uma necessidade de sobrevivência? Já 
pensou sobre isso?
Idealizemos a seguinte situação: se eu, você, todos nós, 
ficássemos sem trocar uma palavra sequer com qualquer 
pessoa que fosse durante toda a vida!
Possivelmente morreríamos de angústia...de solidão...não 
é verdade?
Claro que, se nunca tivéssemos tido contato com a fala, 
com o som emitido pelos falantes ao falarem, com a língua , 
essa realidade –de falar -não existiria...
Mas, pensemos mais um pouquinho!
Aguentaríamos ficar um dia inteiro que fosse sem falar? 
Sem falar nada, categoricamente nada? Não aguentaríamos. 
Não é mesmo?
Mas, o fato é que falamos!
Para alguns teóricos que tratam sobre os estudos da 
linguagem, a língua se constitui nos primeiros indícios de 
identificação da humanidade no homem.
A partir do uso da língua, é que foi possível ao homem 
sair de seu estado primário natural e chegar ao estado mais 
avançado, ou seja, ao estado cultural (oriundo da organização 
social).
Inúmeros estudos feitos por pesquisadores preocupados 
em descobrir o porquê de o homem ter essa necessidade do 
uso da linguagem, o porquê da fala, vêm nos mostrar que isso 
é, definitivamente, uma faculdade humana. Algo que somente 
o homem tem como característica e que o difere dos outros 
animais.
Vejamos:
Saussure (2002, p. 17), o pai da LINGUÍSTICA , em seu 
texto Curso de Linguística Geral, vai definir a língua como objeto 
de estudo e diferenciar a língua da fala. Para Saussure:
A língua é o produto social da faculdade da 
linguagem e um conjunto de convenções 
necessárias, adotadas pelo corpo social, para 
permitir o exercício dessa faculdade nos 
indivíduos. Trata-se de um tesouro depositado 
pela prática da fala em todos os indivíduos 
pertencentes à mesma comunidade, um sistema 
gramatical que existe virtualmente em cada 
cérebro ou, mais exatamente, nos cérebros dum 
conjunto de indivíduos, pois a língua não está 
144
25
2 - Níveis de linguagem
Curiosidade
O que estudando, nos ajudam a entender e a respeitar a existência dos 
sotaques regionais, as gírias e a forma que cada indivíduo tem de usar a 
língua.
completa em ninguém, e só na massa ela existe.
A fala, ao contrário da língua, para Saussure (2002, p. 
22) é algo puramente individual. “São as combinações pelas 
quais o falante realiza o código da língua no propósito de 
exprimir seu pensamento pessoa [...]”. É a maneira individual 
e particular que cada ser faz do uso da língua predominante 
em uma sociedade.
Somos educados a partir da teoria que o homem é uma animal 
racional, isto é, pensa, sente, julga as coisas, possui uma inteligência 
e, por isso, temos dois mundos distintos: o mundo dos homens e 
dos animais.
Saber mais
Para ampliar seus conhecimentos sobre as diferenças entre a 
linguagem comum e a linguagem cientí ca formal, própria dos 
textos acadêmicos/universitários, sugerimos que leia o artigo: 
MORTIMER,
E. F.; CHAGAS, A. N.; ALVARENGA, V. T. Linguagem cientí ca versus 
linguagem comum nas respostas escritas de vestibulandos. 
Disponível em: . Acesso em: 3 maio 2014.
A linguística, partindo desse conceito de língua e fala, não 
pode, então,

Mais conteúdos dessa disciplina