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BULLYING NA ESCOLA RESUMO Este projeto de pesquisa foi desenvolvido através de pesquisas bibliográficas com objetivo de ter uma visão mais ampla sobre os desafios de crianças que sofreram ou sofrem bullying na escola. Bullying é um termo usado para definir violência física ou verbal feita de maneira constante e repetitiva. Esse tipo de agressão acontece em qualquer classe social, normalmente realiza esse tipo de agressão a considera como brincadeira entre colegas ou uma simples piadinha. Esse tipo de “brincadeira de mau gosto” pode abalar o emocional a criança agredida por uma vida toda, causando um grande prejuízo emocional, muitas vezes irreversível. O bullying não é um problema novo nas escolas, por muito tempo vem se arrastando, prejudicando até mesmo o rendimento escolar das crianças violentadas e isolamento dos demais colegas. A violência nas escolas acontece, na maioria das vezes em salas de aula, nesses casos a criança que sofre a agressão tem alguma diferença física ou social das demais. Nos casos em que a violência acontece com mais gravidade, o violentado entram em depressão e em alguns casos o levando até ao suicídio. É importante que toda a escola se mobilize ao desenvolver meios para esse tipo de violência, tão constante no meio escolar possa ser minimizado. Palavras-chave: Bullying. Prevenção. Ambiente escolar. 1. INTRODUÇÃO Esse projeto de pesquisa tem como tema “bullying nas escolas”, um dilema que as escolas vêm enfrentando por muitos anos, afetando os mais vulneráveis. O bullying é um comportamento abusivo e agressivo, praticado por uma pessoa ou grupo contra outra pessoa ou grupo com intenção de ferir ou humilhar. A LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação define um dos principais objetivos da escola, a formação do aluno. A escola deve capacitar o aluno para viver em sociedade. No ambiente escolar se reúne crianças com diferente vivência social, econômica e diferentes raças. Por mais que os alunos sejam conscientizados sobre a importância de respeitar o próximo, o ambiente escolar ainda enfrenta uma grande intolerância social. O ambiente escolar é um grande espaço para a socialização, por meio disso, práticas de bullying podem prejudicar o desenvolvimento do educando. A prática de violência praticada na escola, por aqueles que se sentem mais poderosos, podem ser trabalhadas por alunos, professores, pedagogos, direção e demais funcionários das escolas para que essa situação seja minimizada. As atitudes violentas nas escolas se identificam como uma questão social,onde se enquadra o bullying, que hoje é uma grande preocupação das escolas. Considerando a grande violência física e moral no ambiente escolar, que as escolas vem trabalhando com as crianças e adolescentes valores de relacionamento pessoal e respeito pelo outro. Todos os funcionários da escola e família devem trabalhar juntos na construção de valores morais no ambiente escolar e social, considerando Cléo Fante (2005, p.213): A educação é o caminho que conduz à paz. A solidariedade, a tolerância e o amor são os ingredientes que compõem o antídoto contra a violência e que dever ser aplicado no coração de cada criança, de cada adolescente, de cada jovem, enfim, no coração de todos os seres humanos, em especial no coração daqueles que se dedicam à arte de educar. O desenvolvimento desse projeto de pesquisa nos mostra meios para apresentar aos nossos alunos valores fundamentais a serem praticados no meio social. Possibilita aos educadores uma reflexão das práticas pedagógicas e presente na metodologia de ensino e aprendizagem promovendo práticas preventivas das ações de bullying. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 BULLYING NAS ESCOLAS E SUAS CARACTERÍSTICAS A prática do bullying é uma agressão física, psicológica, virtuais e muitas outras, agindo de maneira repetitiva contra uma pessoa normalmente mais vulnerável as outras. O bullying normalmente é ocorrido no ambiente escolar, inicialmente em sala de aula, mas essa agressão pode surgir em outros ambientes sociais, como trabalho, em sua própria casa, ambiente de lazer e outros mais. Durante o projeto de pesquisa foi analisado as características do agredido e do agressor. Os sinais de que a vítima e o agressor apresentam, são importantes para que os pais das vítimas possam ficar atentos em identificar se seus filhos estão sofrendo esse tipo de agressão ou até mesmo se apresentando como agressor. Para o autor, o bullying. Compreende todas as atividades agressivas intencionais e repetitivas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, sendo executados dentro de uma relação desigual de poder. Essa assimetria de poder associada ao bullying pode ser conseqüente da diferença de idade, tamanho, desenvolvimento físico ou emocional, ou do maior apoio dos demais estudantes (LOPES NETO, 2005 p.165). A vítima de bullying apresenta característica específica da agressão sofrida. Caracteriza-se diferente das demais ou pela estética como, por exemplo, ter excesso de peso ou usar óculos, condição financeira faixa, dificuldade intelectual. Os alunos que alcançam notas altas, em muitos casos também sofrem perseguições por aqueles que não alcançam um bom desempenho. Essas crianças normalmente são introvertidas, passiva, pouco assertiva e em muitas vezes, incapaz de se defender. Esse tipo de agressão nas escolas pode prejudicar muito o aluno em questões psicológicas prejudicando o rendimento do aluno e sua autoconfiança. Esse prejuízo emocional pode causar conseqüências na vida da vítima por toda vida, em casos mais graves provocando até o seu suicídio. As agressões constantes e duradouras podem gerar conseqüências graves. Essa agressividade nas escolas pode gerar muitos problemas para os alunos e para a instituição. Dessa forma, os funcionários da escola e pais, devem ficar atentos aos sinais de agressão, principalmente nas que se caracterizam mais graves e prolongadas. O aluno agredido demonstra dificuldade para se concentrar nos conteúdos, podem apresentar estresse e desinteresse pelas aulas e pela escola despertando nele o desejo de não frequentá-la. Os professores devem ficar atentos a essas agressões em sala de aula, identificar qual a causa dessa atitude e buscar meios de solucionar esse problema. O bullying escolar segundo (GUARESCHI, 2008, p. 17): É um fenômeno devastador, podendo vir a afetar a auto-estima e a saúde mental dos adolescentes, assim como desencadear problemas como anorexia, bulimia, depressão, ansiedade e até mesmo o suicídio. Muitas crianças vitimas do bullying desenvolvem medo, pânico, depressão, distúrbios psicossomáticos e geralmente evitam voltar a escola quando esta nada faz em defesa da vitima. Esse tipo de agressão caracterizada por bullying gera um ambiente de medo e angustia na escola, o professor perde o domínio da turma ocasionando um desempenho ruim do conteúdo lecionado. O agressor que provoca o bullying, normalmente escolhe vítimas vulneráveis, que não conseguem administrar a situação. O agressor normalmente discute, age com agressividade, é uma criança ou adolescentes hiperativos. O bullying apresenta três características fundamentais que distingue as principais agressões causadas pelos agressores. A primeira característica citada é a intencional, nela o agressor se objetiva sempre em maltratar e causar sofrimento e mal estar na vítima. Em segundo temos a freqüência, nessa característica as agressões são repetitivas, acontecem com freqüência, por um grande período de tempo com caráter continuado. A terceira característica muito freqüente é o desequilíbrio de poder, nesse o agressor é a criança que domina sobre outra criança que não consegue se defender, mais vulnerável e em muitos casos tímida, setornando uma vítima constante. O bullying pode ser definido em diferentes formas, o agressor define sua forma de agressão ao analisar sua vítima e identificar alguma diferença dos demais e usar contra a vítima. Uma das agressões muito usada é a forma física, que se define por agressão ou roubo a vítima. Temos também a forma emocional, nesse, a criança é excluída dos demais, não é permitida de participar dos momentos em grupo, brincadeiras e qualquer outro tipo de relação com os outros. A forma racista, que apesar de muita conscientização social ainda é uma agressão muito sofrida no meio escolar, nesse caso a criança é excluída do grupo simplesmente pela cor da pele, diferença cultural ou racial. Por fim temos a forma ciberbullying, nessa agressão o agressor recorre a internet ou telemóveis para difamar o outro com comentários embaraçosos. O bullying é um tipo de agressão que causa um sofrimento doloroso para o agredido envolvendo seu social e emocional. As agressões acontecem com mais freqüência na sala de aula, recreio e /ou periferia da escola. Os agressores enfrentam algum tipo de frustração emocional, são tolerantes a frustração sentindo prazer em provocar a vítima. Se sente a vontade em magoar, causar sofrimento, destruição para se sentir no poder, tem dificuldade em fazer amigos e não gostam da escola. No ambiente familiar sofre carência emocional, falta de disciplina ou punição e falta de transmissão de valores ou normas. Wikipédia (2011,sp) : "Se o comportamento agressivo não é desafiado na infância, há o risco de que ele se torne habitual. Realmente, há evidência documental que indica que a prática do bullying durante a infância põe a criança em risco de comportamento criminoso e violência doméstica na idade adulta." As vítimas do bullying deixam transparecer alguns sinais sofridos pela violência, os pais e educadores devem estar atentos a esses sinais. As características mais freqüentes são, objetos escolares perdidos ou danificados, roupas rasgadas, hematomas sem explicação, perda de interesse pela escola, perda súbita de amigos, isolamento, dificuldade de concentração e adormecer, pesadelos, medo de sair de casa, baixa autoestima, diminuição rendimento escolar, Isolamento, Sintomas psicossomáticos, dores de cabeça, alteração de humor, dificuldade de falar o que está acontecendo na escola. Os pais e escolas devem ficar atentos a estes sinais devendo provocar meios para minimizar ou acabar com essa violência que trás muito sofrimento e prejuízo para criança e adolescente. 2.2 PREVENÇÃO E ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS DO BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR O bullying tem sido muito freqüente no ambiente escolar, em alguns casos até mesmo no próprio lar ou meio social que convivem. É essencial que os funcionários da escola e família estejam atentos e informados quanto aos primeiros sintomas que pode identificar uma agressão ou o próprio agressor. Profissionais da saúde, pais e professores devem trabalhar em conjunto proporcionando meios eficazes para o combate ao bullying. O trabalho em conjunto é necessário para que possam observar o comportamento da criança ou adolescente em vários ambientes do seu convívio social (escola, casa e outros mais). As condições psicológicas desse indivíduo deve também ser observadas por um profissional da saúde. A vítima de bullying de ser encorajada a encarar seus problemas, participar dos grupos sociais e ser orientada a comunicar a alguém, que possa lhe ajudar, se está sofrendo ou presenciando algum tipo de agressão, seja ela, emocional ou física. Os educadores devem estar bem informados e preparados para identificar o bullying, saber como resolver esse tipo de conflito de forma que possa resolver totalmente o problema sem causas mais danos a vítima, caso necessário encaminhar para um profissional da saúde e saber como lidar com o agressor. É dever de toda equipe educacional de promover projetos que visam o bem estar social e físico do seu aluno, proporcionando uma educação de qualidade, preparando o indivíduo para viver em sociedade. É de suma importância a identificação dos primeiros sintomas da agressão pelo professor e família, identificando precocemente o bullying é uma forma de resolver o problema sem mais consequências agravantes, mas, essa identificação logo no inicio não é fácil, pois, normalmente a criança que sofre a agressão tem medo de contar e acaba sofrendo sozinho, podendo trazer muito sofrimento físico e emocional. Em vários casos do bullying em sala de aula, o professor não consegue identificar quando ele acontece, dificultando alguma intervenção do problema. Na maioria das vezes o bullying em sala de aula interrompe o andamento do conteúdo aplicado pelo professor, faz com que ele tenha dificuldade de expor o assunto prejudicando o andamento da aula e consequentemente a aprendizagem dos alunos. Os direitos do individuo são assegurados por lei, contido na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. A que o Brasil prevê assegura que: Todos os povos e todas as nações [..] se esforce através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades e pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva […]. (DUDH, 1948, p.4) A educação é um direito de todos e um instrumento para mudança social possibilitando à quebra de discriminação social, do estímulo a reflexão e do pensamento crítico. Dessa forma, para que o conteúdo do professor não seja prejudicado, é preciso que o educador reúna alguns membros da sala e colha informação sobre a prática de bullying acorrida na sala de aula e com isso crie atividades educativas para que o problema seja sanado. E fundamenta que o agressor sofra punição para entender a gravidade do ocorrido. A gestão escolar juntamente com sua equipe pode convidar um profissional da saúde para realizar algumas palestras, trabalhos em sala, encontros coma a finalidade de conscientizar os alunos a convivência saudável entre todos. Os professores, juntamente com a coordenação pedagógica, podem desenvolver projetos que trabalhe o convívio social, respeito pelo outro através de teatro, brincadeiras, palestras, e outros mais. O psicólogo José Augusto Pedra, em uma revista eletrônica Saúde Abril, afirma que: Gestos, tons de voz, toques e expressões faciais marcam a moçada muito mais do que discursos, especialmente até os 7 anos de idade. Lógico: pais que vivem ausentes ou estressados por causa do trabalho e que costumam usar gritos, tapas e murros para exercer sua autoridade vão transmitir esse modelo de relacionamento aos filhos, mesmo sem perceber. As crianças incorporam comportamentos e acabam reproduzindo-os quando estão em um ambiente sem hierarquia, seja como vítimas, seja como agressoras (2008, p. 02). Para Pereira (2009, p. 53) o padrão de família ideal “aquela que predominasse o amor, o carinho, a afeição e o respeito. Mas nem sempre isso acontece. Nesses casos, muitas crianças e jovens se desvirtuam e passam a reproduzir o que aprendem com seus familiares”. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS O projeto de pesquisa buscou apresentar diferentes situações referentes ao bullying nas escolas. As principais características das crianças e adolescentes que sofrem a agressão e são tímidas, apresentam características físicas ou intelectuais. O bullying não deve ser encarado como algo simples que começa e termina na escola, esse tipo de violência pode perseguir uma individuo por toda a vida. A violência na escola precisa ser tratada e banida, podem-se usar métodos preventivos reunindo professores, pais, alunos e comunidades. Uma constante observação dos sinais da agressão é fundamental para eliminar comportamentos agressivos. O bullying tem formas diferentes de se apresentar, ele se manifestade acordo com cada situação. A prevenção do bullying contribui para o pleno desenvolvimento da criança e do adolescente, possibilitando seu convívio e integração ao meio em que vive. As escolas vêm se prevenindo com práticas anti-bullying, com interações que envolvem pais, alunos, professores e demais funcionários. Uma prevenção desse tipo de problema pode ajudar no desenvolvimento desses alunos que sofrem constantes agressões e por muitas vezes se calam diante do problema. O combate dessa violência colabora para uma sociedade mais plena e justa. Para todo esse processo de combate e prevenção do bullying é preciso à participação e colaboração ativa de todos para que possa construir para uma sociedade melhor. É possível enfrentar o bullying com conscientização da escola, realizando um bom planejamento e estratégia para combater a violência e saber identificar a causa que levou o ato da agressão, que haja atitude, compromisso e responsabilidade de toda a comunidade escolar. Percebe-se a participação dos pais como peça fundamental, com diálogo, demonstração de amor, carinho e atenção. Durante o projeto de pesquisa se pode perceber que o ato de violência, o indivíduo que provoca o bullying, deve ser entendido como realização de atos cruéis, nocivo e precisa ser levado a sério e deixar de considerar suas atitudes apenas como “brincadeiras de criança” e ter um olhar mais crítico, identificando a gravidade do problema e o quanto pode prejudicar o individuo agredido, muitas vezes, sequelas para a vida toda. Acredita-se que a realização de projetos de prevenção ao bullying nas escolas pode contribuir para a melhora de relações interpessoais e melhoria do desempenho escolar dos alunos. Finalizando esse trabalho de pesquisa, que o bullying deve ser trabalhado nas escolas com todos os funcionários, alunos e pais. Todos devem estar cientes das causas e conseqüência que essa agressão pode causar na vida da criança ou adolescente agredido, promover métodos de prevenção e combate ao bullying, com isso promover a harmonia, integração e bem estar social. Para finalizar, acreditamos que o bullying é um fenômeno de extrema complexidade e que precisa ser investigado de maneira minuciosa, para que seja possível compreender suas diversas faces. 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL ESCOLA. Bullying. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying.htm CALIMAN, G. Estudantes em situações de risco e prevenção. Ensaio: Aval Políticas Públicas em Educação, vol. 14, nº 52, Rio de Janeiro, Jul/Set 2006. 383 – 396 p. Disponível em:http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010440362006000300007&script=sci_abstract&tln g=pt. Acesso em 10 Nov. 2017. https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/bullying.htm COSTANTINI, A. Bullying, como combatê-lo?: Prevenir e enfrentar a violência entre jovens. Disponível em:http://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/administracao/violencia- escolar-bullying-papel-familia-escola.htm. Acesso em: 10 Nov. 2017. FANTE, Cleo. 2005. Fenômeno bullying: como prevenir a violência nas escolas e educar para a paz. 2ª edição. Campinas. Editora Versus, 224 p. LOPES NETO, A. A. Bullying: Comportamento Agressivo entre Estudantes. Jornal de Pediatria, (Rio J.) nº. 81, nº.5 suppl. Porto Alegre Nov. 2005. 164 – 172. MARTINS, Maria José D. Agressão e vitimização entre adolescentes, em contexto escolar: um estudo empírico. Revista Análise Psicológica. Out. 2005, v.23, nº.4, p.401-425. ISSN 0870-8231. MELLO, Guiomar Namo de. Sucesso na aprendizagem fortalece o aluno para a vida. Revista Nova Escola. Editora Abril. Abr. 2005, ano XX, nº 181. NUNES, M. F. HERMAN, T. B., AMORIM, C. 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