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Marcelo Henrique Dos Santos INOVAÇÃO E ECONOMIA CRIATIVA E-book 4 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 A GESTÃO DA INOVAÇÃO�������������������������������������4 A GESTÃO DA INOVAÇÃO NA PRÁTICA EMPRESARIAL ���������������������������������������������������������15 A TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO NAS EMPRESAS MULTINACIONAIS ������������������19 A HIBRIDIZAÇÃO DO CONHECIMENTO �������� 23 Conteúdo e valor agregado ����������������������������������������������������25 CONSIDERAÇÕES FINAIS �����������������������������������30 SÍNTESE �������������������������������������������������������������������� 32 2 INTRODUÇÃO Nesta unidade, vamos discutir sobre a gestão da ino- vação e a gestão da inovação na prática empresarial� A globalização da atividade econômica e o conse- quente aumento de investimentos estrangeiros fez com que um número crescente de empresas pas- sasse a administrar as entidades localizadas em vários países estrangeiros� Para encontrar a sinergia é necessário desenvolver a vantagem competitiva da sede, criando, assim, um senso de comunidade� Empresas multinacionais, frequentemente, trans- ferem as práticas de gerenciamento em operação dentro do país para as subsidiárias estrangeiras� Ao longo de nossa disciplina estudaremos que a es- tratégia baseada no conhecimento pode ser dividida em três níveis: a pilotagem de conceitos, que seria a atividade de inovação que é caracterizada por uma lógica “prudencial”; a aprendizagem conjunta, que ex- põe a aprendizagem no nível interno e com os clientes envolvidos; e a concepção da estratégia, que é a estra- tégia baseada nos dois anteriores tipos de pilotagem� Além disso, vamos refletir sobre a gestão da inova- ção a partir da perspectiva do conhecimento (con- siderado como um componente-chave em grandes atividades de exploração das empresas), exigindo vários tipos de conhecimento, como a concepção de serviços, a implementação do marketing, a gestão de sistemas e redes de informação� Bons estudos! 3 A GESTÃO DA INOVAÇÃO Howell e Higgins (1990) sugerem que existem quatro tipos de inovação organizacional: ● Inovação de produtos (que resulta em novos pro- dutos e serviços ou aprimoramentos nos antigos produtos/serviços); ● Inovação de processos (que resulta em processos aprimorados dentro da organização, por exemplo: reengenharia de processos de negócios); ● Inovação em gerenciamento (que melhora a ma- neira como a organização é gerenciada); ● Inovação de marketing (incluindo as funções de promoção de produtos, preços e distribuição)� SAIBA MAIS No vídeo intitulado Inovação, Tecnologia e Novas Tendências, disponível no link: https://www.youtu- be.com/watch?v=DyLJH_Q48s8, é possível refletir sobre as questões relativas às incertezas provo- cadas pelos avanços tecnológicos� Ao longo da palestra, conseguimos refletir sobre as transfor- mações que devem ser vistas como um espaço para tornar o “ser” mais “humano”� A partir dessa classificação, surge uma dúvida: de que maneira é possível reconhecer os comporta- mentos inovadores, particularmente, com referência a produtos e serviços? 4 https://www.youtube.com/watch?v=DyLJH_Q48s8 https://www.youtube.com/watch?v=DyLJH_Q48s8 A maioria das empresas dá indicações implícitas do fato de que estão tentando mudar e melhorar a maneira como conduzem seus negócios� Procuram reduzir o desperdício ao mínimo, tentam controlar o fluxo de caixa e treinam os funcionários para apri- morar as suas ações� FIQUE ATENTO Embora as atividades acima sejam essenciais, a organização que está conscientemente envolvida também terá um alto grau de foco na inovação� Assim, o processo será reconhecido pela maioria do pessoal e pela gerência como uma parte inte- grante do tecido corporativo� Os seguintes recursos são característicos de uma organização envolvida no desenvolvimento de novos produtos e serviços: a) Procura de novas ideias As ideias são o ponto de partida para a inovação� Uma organização inovadora incentiva seus funcioná- rios a procurar ideias para novos produtos e serviços, dentro e fora da organização� Os funcionários são “habilitados” a procurar novas ideias, familiarizando- -se com o mercado da organização e das mudanças na tecnologia� b) Formulação de estratégia A organização inovadora estará preparada para de- dicar energia e tempo à formulação da estratégia� 5 A inovação de novos serviços e produtos é um pro- cesso interativo que requer um delicado equilíbrio de estrutura e flexibilidade. As organizações inovadoras sacrificam o rígido sis- tema de comando para desenvolver estratégias que contêm recursos como: ● O quadro de inovação é claro e bem definido e seguido de perto, a partir da estratégia geral de negócios� ● A estratégia principal da organização exige que a inovação seja uma estratégia relacionada com o conceito� Podem surgir inovações, mas elas preci- sam estar em conformidade com o negócio principal oferecido pela empresa� ● Os conceitos são testados e as alternativas são investigadas com diferentes perspectivas sendo con- sideradas durante o processo de tomada de decisão� ● Os fornecedores de componentes e subsistemas são convidados a fazer parte da estratégia do pro- cesso de formulação� ● Clientes líderes são identificados e o conhecimen- to é compartilhado� c) Recursos eficazes A organização inovadora envolverá o fornecimen- to correto de alterações de produtos e serviços� A pesquisa e o desenvolvimento são vistos como uma parte importante do futuro da organização� Os fun- cionários envolvidos na pesquisa e desenvolvimento trabalham em direção a um objetivo comum e ex- 6 pressam um sentimento de conquista, mesmo que os novos produtos não tenham 100% de sucesso em testes de pré-venda� Os recursos nem sempre são investidos na equipe ou organização� Alguns recursos podem estar dis- poníveis através da cooperação externa� Isso impli- ca a capacidade de negociar e inovar por meio de parcerias� d) Gerência da inovação de produtos Gerenciar a inovação de produtos envolve gerenciar a estrutura e a cultura da organização, bem como gerenciar vínculos externos e o próprio processo de inovação� O desenvolvimento de novos produ- tos pode ser considerado um funil (WHEELWRIGHT; CLARK,1992)� O conceito de estrutura de tópicos é compactado em um design detalhado que é ainda mais reduzido através do teste no produto que será lançado. O processo refina e reduz o risco de falha, dessa forma, o funil é muito eficaz ao trabalhar em equipes multifuncionais, nas quais, contudo existe o perigo de o projeto pode ser aprimorado em vez de refinado. e) Implementação A implementação de um novo serviço ou produto é acompanhada por elogios à organização como uma empresa inovadora� A aclamação é sustentada por uma mistura de confiança e preocupação. A maioria dos funcionários expressará confiança em seu novo produto porque a diligência e o esforço levaram à propriedade do conceito, mas eles também se preo- 7 cupam porque sabem que o processo de inovação é praticamente infinito. f) Reconhecimento da inovação em processos e procedimentos Os processos e procedimentos de uma organização são os sistemas de suporte que permitem aos pro- dutos e serviços serem desenvolvidos, produzidos e entregues ao cliente� Reconhecer a inovação em processos e procedimentos é, normalmente, uma questão interna de conhecimento e experiência da maneira como a organização dá suporte a seus em- preendimentos comerciais� Essa inovação requer um conhecimento dos fatores que afetam a eficiência e a eficácia do produto/serviço dentro da organização. Os seguintes recursos são características de uma organização que está inovando seus processos e procedimentos: ● Empresas inovadoras possuem sistemas de mo- nitoramento não invasivos, altamente eficazes, que alertam continuamente a gerência sobre mudan- ças nas circunstâncias e alterações nos padrões deentrega� ● Os processos atuam como uma base firme, sobre a qual é possível construir planos de projeto, coo- peração interdepartamental e a normatização de comportamentos� ● A inovação de processos é bastante comum na maioria das organizações modernas porque é de competência da equipe e sua respectiva gerência projetar, implementar e monitorar as mudanças 8 necessárias, sem influências externas. Por outro lado, uma das primeiras respostas da organização a uma influência externa é reposicionar suas funções internas para atender à ameaça ou oportunidade prevalecente� ● Os funcionários das organizações que aprimoram continuamente seus sistemas podem sofrer com o excesso de mudança� No entanto, funcionários moti- vados e bem informados não apenas adotam pronta- mente as inovações, mas, muitas vezes, aprimoram a inovação, expressando suas próprias opiniões e cooperando com a mudança e na implementação de novos procedimentos� ● Claramente, as mudanças no processo devem se concentrar no apoio à estratégia mais ampla da organização, desenvolvendo competitividade e dando sustentabilidade ao negócio� ● Inovações que aperfeiçoam processos e procedi- mentos podem ter possuir resultados tangíveis ou intangíveis� As inovações de processos difíceis normalmente usam computadores ou máquinas e a melhoria pode ser facilmente observada (por exemplo, uma quanti- dade maior de produção é alcançada)� Inovações de processos flexíveis são mais difíceis de reconhecer, pois envolvem pessoas e seus com- portamentos no trabalho diário e em momentos de crise. O fluxo do trabalho em uma fábrica pode ser planejado, mas os funcionários podem afetar radi- calmente o sucesso ou fracasso do plano� 9 g) Reconhecimento da inovação nas práticas de gestão Cooper (1994) apresentou um modelo de seis está- gios, representando uma visão geral do processo que auxilia no desenvolvimento de novos produtos� Esse processo envolve a conexão entre os estágios que Cooper chama de “portões de palco”� Esses portões são controlados pelos gerentes de produto e pelos líderes do projeto� Em todos os casos, o papel do gerente é o de tomar decisões relacionadas à ade- quação do produto para passar ao próximo estágio� O modelo ilustra a importância do gerente dentro do processo de inovação� Essa importância está acima de qualquer habilidade que o gerente tem para pro- mover ou contribuir diretamente para a inovação� Igual importância deve ser dada à capacidade do gerente, externa ao processo de inovação, pois ela possui um papel fundamental para gerenciar os re- cursos e sistemas de suporte que afetam o processo� O gerente dentro de um ambiente de inovação deve executar as seguintes funções e atividades: ● Ele precisa ajudar e facilitar a mudança que está acontecendo dentro do departamento� Isso deve ser feito dando suporte gerencial e logístico, conforme a situação das demandas� ● Cada gerente precisa entender e avaliar a estra- tégia que está sendo seguida� Ele deve disseminar a estratégia para a força de trabalho e comunicar mudanças, melhorias e variações para os departa- mentos apropriados� Os gerentes precisam incentivar 10 o envolvimento e o comprometimento precoces com os projetos, pois é necessário que o seu departamen- to tenha “propriedade” da inovação, como um todo� ● O gerente precisa criar e manter um ambiente aberto e motivacional� Em uma organização que obtém vantagem competitiva por meio de gestão da inovação, os gestores são reconhecidos e tendem a orientar (diferentemente de dar ordens/mandar)� ● Em relações de trabalho mais próximas, surge a necessidade de clareza e desempenho desejados: os indicadores que fornecem medidas com as quais o progresso pode ser medido� Recompensas são frequentemente tratadas, vinculando uma proporção do valor pago ao andamento do projeto� ● Leva tempo para o gerente desenvolver seus su- bordinados e também buscar oportunidades para aprimorar o próprio desenvolvimento pessoal� O trei- namento deve ser visto como investimento, e não como custo; e o aprendizado como um hábito, em vez de um evento pouco frequente� ● As carreiras de gerenciamento, dentro de organi- zações inovadoras, tendem a mostrar uma diferen- ça acentuada na escalada da hierarquia-padrão� O gerente pode obter promoção se movendo entre as diversas áreas da organização� ● Os gerentes de inovação bem-sucedidos são bons líderes, de natureza persistente, e com grande vontade de evoluir (mesmo com os possíveis riscos existentes nos processos)� 11 h) Reconhecimento da inovação nas estratégias e técnicas de marketing e distribuição Em termos mais simples, o marketing e a distribuição preocupam-se em levar o produto ou serviço à aten- ção do comprador� Isso envolve muito mais do que apenas criar uma consciência do produto, envolve a criação do desejo e a facilidade de compra, além da satisfação� O marketing, assim como o processo de distribuição, está se tornando mais sofisticado quanto maiores os níveis de tecnologia para auxiliar na análise de dados primários, e também no desen- volvimento de novos canais de entrega� As inovações em marketing e distribuição rompem o padrão normal, mas não de maneira a ofender os clientes (existentes e potenciais)� Podemos reco- nhecer as inovações porque percebemos que o re- sultado mudou o relacionamento com os clientes� Por exemplo, a Intel lançou a campanha “Red X” para atrair a atenção dos consumidores, em vez da tradi- cional abordagem de venda para os fabricantes de PC� A Ben & Jerry’s oferece sorvete grátis para mães e mulheres grávidas, no dia das mães� Essas e outras inovações resultaram do processo de “pensar fora da caixa”� A estratégia de inovação em marketing, distribuição e produtos pode ser dividida em quatro categorias, conforme descrito abaixo: 12 ● Tecnológico (produtos novos e inovadores em um mercado não inovador) As necessidades conhecidas dos clientes são satis- feitas com novos produtos e serviços� Um exemplo disso é o uso da fibra ótica que substitui os fios de cobre nos sistemas telefônicos� O resultado é uma melhoria nos serviços e a clareza das chamadas� O principal impulso de marketing seria expressar os melhores níveis de desempenho� A inovação, nesse caso, é impulsionada pelo desenvolvedor� ● Diferenciado (produtos existentes em um mer- cado existente) Neste caso, o produto e o mercado são relativamente bem conhecidos e a única maneira de diferenciar os produtos é usar o preço, embalagens ou suporte ao produto� ● Arquitetura (produtos existentes em um novo mercado) O profissional de marketing inovador tentará incen- tivar uma nova designação de clientes para aceitar um produto ou serviço estabelecido por adoção e re- combinação� O marketing necessário para estimular essa mudança de percepção deriva do conhecimento de colaborações e dos produtos, de forma paralela� 13 ● Complexo (novos produtos e serviços sendo in- troduzidos em novos mercados) O desenvolvimento da máquina multimídia ou do escritório integrado de TI evoluiu, vinculando tecnolo- gias similares para obter maior eficiência e variabili- dade� Ao comercializar esses produtos, as empresas requerem um alto grau de imaginação e intuição� O papel do marketing inovador pode ser observado na representação de um produto ou serviço, ou no grau de novidade que é empregado na maneira que o pro- duto é projetado para atrair a atenção do consumidor� REFLITA Você consegue imaginar as estratégias e a cria- tividade para gerenciar os desafios atuais e futu- ros dos negócios? É fundamental a participação da equipe de desenvolvimento no processo de inovação, empreendedorismo e design thinking� Com essas práticas você adquirirá as habilidades essenciais para impulsionar a inovação em sua organização ou equipe, superar barreiras, abraçar estrategicamente os riscos e aprender com os “er- ros”� Com essa nova dinâmica, é possível construir uma organização eficaz e manter umacultura de inovação, gerenciar a interação entre propriedade e crescimento, além de maximizar o sucesso de empresas em estágio inicial� 14 A GESTÃO DA INOVAÇÃO NA PRÁTICA EMPRESARIAL Devido à globalização da atividade econômica e ao consequente aumento de investimento estrangeiro, um número crescente de empresas administram en- tidades localizadas em vários países estrangeiros� Para criar uma sinergia é necessário desenvolver a vantagem competitiva da empresa-mãe (sede) e criar um senso de comunidade� Às vezes, por uma simples conveniência, empresas multinacionais transferem suas práticas de gerenciamento em operação den- tro do país para subsidiárias estrangeiras (SMITH; ELGER, 2000)� Acesse o Podcast 1 em Módulos Até mesmo as multinacionais adotam uma estrutura dividida, “tipo M”, ou em rede� Portanto, essas práti- cas enraizadas nas MNC (Multinational Companies), às vezes, criam dificuldades para as subsidiárias es- trangeiras. A conscientização, portanto, dos desafios inerentes a essa situação está atrelada ao processo de gerenciamento das operações e ao desenvolvi- mento de novas práticas, como a hibridização do conhecimento – o que poderia levar os produtos e serviços inovadores mais adequados aos diferentes contextos de suas subsidiárias� A hibridização como prática e como fonte para promover a inovação orga- nizacional é uma combinação de compartilhamento 15 https://famonline.instructure.com/files/184261/download?download_frd=1 de conhecimento da matriz com as suas subsidiárias� (CHEBBI, et al�, 2011) FIQUE ATENTO Para pensar nas difíceis fases do processo de inovação, temos de estudar a geração, seleção e avaliação das ideias� Assim, a criatividade e a tran- sição para a inovação podem assumir um caráter verdadeiramente estratégico para as empresas ino- vadoras, com todo o conhecimento no epicentro� Alguns autores tentaram integrar a criatividade ao processo de inovação� Getz (2002) sugere que a ati- vidade de pesquisa e desenvolvimento (P&D) deve ser removida da realidade do mercado; e que deve ser incluído o que ele chamou de “a execução da ideia”� A criatividade pode até ser considerada o pri- meiro passo em direção ao “intraempreendedorismo” (CARRIER, 1997), por tornar a inovação mais dinâ- mica� Outro trabalho importante foi apresentado por Flynn, et al� (2003), que propõem um modelo integra- dor chamado de “funil de inovação”� Esse modelo in- tegra um processo de subcriatividade e subinovação, que distinguem dois funis principais: o primeiro diz respeito ao processo criativo (análise do ambiente, identificação da geração de oportunidades e ideias); e o segundo transforma ideias criativas em inova- ções reais (objetivos, equipes e recursos)� Em seu modelo, os autores se concentraram principalmente na criatividade, propondo uma ferramenta baseada 16 em técnicas de criatividade (como brainstorming, por exemplo)� SAIBA MAIS No vídeo intitulado Perspectivas sobre a ciência e a tecnologia no Brasil, disponível no link: https:// www.youtube.com/watch?v=a-8Sf1hUtBk, é possí- vel refletir sobre o futuro da produção científica no Brasil� Ao longo da discussão, o palestrante Carlos Henrique de Brito Cruz indaga ao público onde o Brasil está inserido, em um contexto global, na geração de novos conhecimentos e tecnologias� O que você acha? Embora todos os autores citados sejam reconhecidos por introduzir as primeiras reflexões integrativas so- bre criatividade no processo de inovação, a pesquisa destaca a falta de operacionalização da transforma- ção das ideias� Segundo Stoycheva e Lubart (2001), essa fase transitória é estratégica porque pode ser incluída dentro de uma lógica de “preconcepção”, pois cada empresa deve pensar em novas faixas criativas, sem abrir mão dos objetivos planejados� Segundo Hatchuel e Weil (2003), essa estratégia ba- seada no conhecimento pode ser dividida em três níveis: 1. Pilotagem de conceitos: a atividade de inovação é caracterizada por uma lógica “prudencial”� Tem como objetivo explorar o espaço estratégico, a fim de gerar novas ideias com valor potencial; 17 https://www.youtube.com/watch?v=a-8Sf1hUtBk https://www.youtube.com/watch?v=a-8Sf1hUtBk 2. Aprendizagem conjunta: a aprendizagem ocorre no nível interno e com os clientes; 3. A concepção da estratégia: a estratégia é basea- da nos dois tipos anteriores de pilotagem� Além disso, o conhecimento surge novamente como um componente-chave em grandes atividades de exploração das empresas, exigindo vários tipos de conhecimentos, como a concepção de serviços, a implementação do marketing, a gestão de sistemas e redes de informação� Chebbi, et al� (2012) destacam que as ideias de novos negócios devem ser formu- ladas em um cenário de exploração: esse procedi- mento garante uma melhor homogeneidade e uma coordenação interna� Nesse cenário, os atores são convidados a explorar e analisar os conceitos inova- dores e isso requer a troca contínua de conhecimen- tos entre os colaboradores, o que facilita a transição de uma ideia criativa para uma inovação real� Acesse o Podcast 2 em Módulos 18 https://famonline.instructure.com/files/184262/download?download_frd=1 A TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTO NAS EMPRESAS MULTINACIONAIS O fenômeno da transferência de conhecimento in- traorganizacional nas empresas multinacionais é um assunto fundamental (KOTABE, et al�, 2007)� Para alcançar uma transferência bem-sucedida é neces- sário melhorar a capacidade da unidade receptora e melhorar o desempenho inovador (WILLIAMS, 2007)� No entanto, o aprendizado e a experimentação com base nessas duas atividades, dependem de os flu- xos serem vertical (entre a sede e subsidiárias) ou horizontal (entre as subsidiárias)� A transferência de conhecimento de cima para baixo era normal- mente usada partindo da sede para as subsidiárias (SZULANSKI, 1996)� Essas transferências eram pro- movidas por fatores específicos: propriedade, custos de transação, e exploração de vantagens específicas ligadas a imperfeições do mercado� Nesse caso, a sede formula a estratégia global e especifica os resul- tados esperados de cada subsidiária� As unidades lo- cais recebem e implementam o conhecimento global mas, às vezes, é preciso adaptá-lo ao seu contexto� A predominância desse modelo pode ser justificada por três abordagens teóricas: redução dos custos de transação, dependência de recursos da sede, e a teo- ria da agência (JENSEN; MECKLING, 1976)� A sede 19 desempenha o papel de líder, enquanto as subsidiá- rias desempenham o papel de agentes� Podemos assumir que essa prática é usada exclusivamente pelas multinacionais, que projetam e desenvolvem estratégias globais (BARTLETT; GHOSHAL, 1989)� Essa estratégia é baseada em uma segunda supo- sição de que as necessidades dos clientes são ho- mogêneas em todo o mundo, resultando em uma padronização de produtos (VRONTIS, et al�, 2009)� Com o novo design das multinacionais como rede diferencial (BARTLETT; GHOSHAL, 1989), o valor das subsidiárias cresceu� Considerando que as controla- das possuem uma estreita colaboração com os clien- tes e fornecedores locais, a riqueza dos contextos tornou-se uma fonte de conhecimento tecnológico, de produção e gestão do conhecimento ou marketing (BJÖRKMAN, et al�, 2004)� As subsidiárias podem ser vistas como grandes atores, uma vez que contribuem para aumentar o capital de conhecimento da sede e das unidades “irmãs”� Dessa forma, o conhecimento transferido das subsidiárias é mais do que apenas explorado, pois pode ser desenvolvido (ALMEIDA; GRANT, 1998) através de um processo de aprendi- zagem/experimentação� Ao contrário da transferên- cia “de cima para baixo” ou “de baixo para cima”, os fluxos caracterizam qualquer MNC seguindo uma estratégia multidoméstica� Esse princípio, de acordo com Bartlett e Ghoshal (1989), é a implementação de um processo de inovação local que ocorre dentro das subsidiárias� 20 Essas duas facetas complementares da transferênciade conhecimento parecem ser muito dicotômicas� A transferência de conhecimento entre dois atores deve ser estudada na sede ou na subsidiária; esta continua sendo a extração de conhecimento de seu contexto original, alterando-o para um novo contexto� Por um lado, na transferência de cima para baixo, o conhecimento circula entre diferentes contextos institucionais – nesse caso, as adaptações locais são muito difíceis� Por outro lado, a transferência de baixo para cima depende muito da capacidade de absorção da sede e de sua sensibilidade� Para superar essas dificuldades, as MNC precisam desenvolver novas práticas baseadas na comuni- cação e na reciprocidade para promover mais inte- ração entre a sede e as subsidiárias (MONTEIRO, et al�, 2008)� A mistura do conhecimento local e glo- bal torna-se muito importante� Segundo Bartlett e Ghoshal (1989), isso pode ser estabelecido quando as MNC têm uma estratégia transnacional� Rede, tro- ca, hibridização são palavras-chave dessa orientação� SAIBA MAIS No artigo intitulado A estratégia internacional e a transferência de conhecimento em multinacionais atuando em rede: análise do caso de três subsi- diárias localizadas no Brasil, disponível no link: http://www.anpad.org.br/admin/pdf/simposio20. pdf, é possível refletir sobre a gestão das empresas multinacionais� Segundo os autores, essas organi- 21 http://www.anpad.org.br/admin/pdf/simposio20.pdf http://www.anpad.org.br/admin/pdf/simposio20.pdf zações devem transferir o conhecimento disperso em diferentes localidades ao redor do globo, de modo rápido e eficiente, para transformar essa dinâmica em uma vantagem empresarial� 22 A HIBRIDIZAÇÃO DO CONHECIMENTO A hibridização aparece como uma prática organiza- cional baseada em atividades de ajuste sucessivo entre o modelo inicial da sede e a subsidiária, levando à construção conjunta de um modelo híbrido� Mas, e quanto a suas características, conteúdo e valor agregado? A hibridização pode ser implementada quando dois atores (ou mais) estão interagindo em um determi- nado contexto, levando a um novo modelo gerencial� Essa dinâmica significa que a prática é mais do que uma simples adaptação ao local (meio ambiente)� Surge como a interação entre diferentes sistemas, jurídicos ou institucionais; diferentes contextos políti- cos, diferentes mercados e estruturas de habilidades, diferentes infraestruturas (TOLLIDAY, et al�, 1998)� De acordo com essa definição, a transferência de conhecimento não será possível se a hibridização não ocorrer� Nesse contexto, o conhecimento deve ser modificado em uma primeira etapa e, em seguida, torna-se possível para as organizações para transferi- -lo em um segundo momento� Muitos pesquisadores estudaram a hibridização em diversas formas de coletividade, ações como redes, clusters, alianças ou aquisições – ligada à colabora- ção interorganizacional� Nas redes entre empresas, é possível observar o desenvolvimento de vínculos 23 estreitos e dinâmicos para alcançar uma ação es- tratégica (GULATI, et al., 2000). No caso específico de clusters, a competitividade pode ser aprimorada por meio da hibridização do conhecimento entre dois atores principais: o cluster industrial (firmas) e o institucional (campi de ensino superior, agências de transferência de tecnologia, unidades de P&D) (ASHEIM; ISAKSEN, 1997)� Uma coordenação econômica pode ser estabelecida por meio da interação local do usuário-produtor e da combinação entre competências locais e globais dis- poníveis em P&D (LUNDVALL, 1992)� A hibridização também pode ocorrer em uma perspectiva de apren- dizado em um contexto de alianças estratégicas� Nessa configuração, os relacionamentos interorga- nizacionais são canais que promovem e aprimora- ram os fluxos de informações e outros recursos de uma posição para a outra, dentro de uma estrutura social� Para as alianças cruzadas, as combinações de recursos entre parceiros são vistas como chave para o sucesso (ANTONELLI, 2005)� Estudar a hibridização do conhecimento dentro de uma organização interorganizacional é muito impor- tante, mas não é relevante para as MNC� Na verdade, o contexto, o objetivo e o poder relativo entre os ato- res dessas instituições são diferentes� Percebemos que muitas das empresas multinacionais preferem a transferência de conhecimento “de cima para baixo”, com procedimentos padronizados; apesar de essas organizações estarem cada vez mais conscientes da falta de eficiência dessa prática. De fato, aplicar 24 a transferência de cima para baixo significa que a sede não pode usar os recursos das subsidiárias de maneira eficiente e isso pode levar a um reduzido desempenho da inovação� Para evitar essa situação, a empresa pode desenvolver uma prática hibridiza- da para melhorar suas capacidades de inovação transnacionais� Nas MNC, o conhecimento e a hibridização podem resultar de múltiplas interações entre difusão (glo- bal) e adaptação (local)� Por um lado, a sede tenta manter seu conhecimento em cada subsidiária – a difusão dos processos, métodos e práticas de ge- renciamento de recursos e de marketing, e também o conhecimento técnico devem garantir a mesma maneira de trabalhar em todo o grupo� Por outro lado, a adaptação é o ajuste das práticas globais às especificidades dos países institucionais. A efi- cácia da hibridização do conhecimento depende do envolvimento das subsidiárias, de sua reciprocidade e comunicação (YAHIAOUI, 2007)� Conteúdo e valor agregado Apesar da importância do equilíbrio entre o pro- cesso de transferência do conhecimento global e local, poucos pesquisadores estudaram a prática de hibridização nas multinacionais� No campo da Gestão Internacional de Recursos Humanos (GIRH), por exemplo, Yahiaoui (2007) pesquisou a adoção das práticas de transferência da gestão de recursos humanos da sede para suas subsidiárias estrangei- 25 ras e destacou que certas práticas são fortemente hibridizadas ou transferidas unilateralmente, como o gerenciamento de carreira� Outras práticas são neutras e transferidas modera- damente ou hibridizadas, como a remuneração ou o recrutamento� A autora destacou a importância de alocar mais espaço para as necessidades isomórfi- cas, por meio da análise das reações das partes in- teressadas das subsidiárias e da interação da gestão que envolve a tomada de codecisão entre a sede e a subsidiárias� Essa cohibridização de práticas de GIRH leva ao desenvolvimento de novas práticas mais adequadas às subsidiárias no seu contexto lo- cal� Portanto, vários componentes do processo de hi- bridização influenciam essas práticas e deve-se levar em consideração fatores como a natureza da prática, a organização do RH e seu nível de centralização, a estrutura da empresa, categorias de funcionários, apostas para os atores, treinamento local, procedi- mentos organizacionais, políticas internacionais de gestão de recursos humanos e estratégias, etc� Considerando a hibridização em um contexto de inovação, muitos pesquisadores identificaram vá- rios tipos de conhecimento a serem misturados aos globais, tais como: necessidades e restrições locais, resultados locais e comerciais, entre outros (SUBRAMANIAM, VENKATRAMAN, 2001)� Ao consi- derar esses tipos de conhecimento, a sede obtém ou- tros conhecimentos híbridos para conceber um novo produto transnacional� Essa variedade de contexto nos leva a destacar a importância da hibridização 26 na produção de novos conhecimentos: melhora a integração das considerações globais e especifici- dades locais (pressões institucionais, culturas) em diferentes níveis e auxilia na melhoria dos relaciona- mentos e da comunicação entre as subsidiárias e a sede (CHEBBI, et al�, 2011)� No contexto estratégico, a combinação de conhecimento local e global cria inovações adequadas a serem adotadas por clien- tes em vários países� Para as MNC, a convergência entre os conhecimentos da sede e das subsidiárias impulsionam um processo integrado�Ao mobilizar o design de Bartlett e Ghoshal (1989), é possível considerar que a criação de novos conheci- mentos é feita por meio da combinação de requisitos locais com um alto grau de padronização, levando à hibridização� Portanto, a hibridização do conheci- mento nas MNC é definida como um processo que combina a unidade global nas práticas com as uni- dades locais; uma mistura entre o conhecimento dos atores que implicam em uma ação estratégica comum� Conforme discutido anteriormente, esse processo parece dinâmico, involuntário e não de- terminístico� Na verdade, as interações múltiplas entre a sede e suas subsidiárias podem substituir as tentativas de ajuste� Dentro do campo da inovação, a hibridização pode ser considerada uma inovação organizacional� Embora as inovações tecnológicas tenham sido objeto de inúmeras pesquisas, as realidades orga- nizacionais não são disseminadas como deveriam (GODOWSKI, 2003)� De acordo com a literatura sobre 27 inovação organizacional nas MNC, deve-se aumentar a importância das novas práticas organizacionais� Para essas estruturas divididas, descentralizadas e de rede, a transferência se tornou uma prática domi- nante, uma rotina organizacional difundida� Para ser mais competitivas, novas práticas devem ser criadas� Assim, a inovação organizacional é definida como a implementação de uma prática gerencial vista como nova pela organização, que afeta o funcionamento de seu sistema social, tanto nas relações entre in- divíduos quanto em seu próprio trabalho� Segundo Rogers (2003), isso está vinculado a um processo de “reinvenção” desde o processo de transferência do conhecimento (transformação)� É isso que Boyer et al. (1998) qualificam como “hibridização criativa”� Por outro lado, quando as subsidiárias utilizam seus recursos como argumento para aplicar pressão e mudar o conteúdo ou o sentido de cada inovação, torna-se um “resistivo da hibridização” (FERNER, et al�, 2005)� O sucesso da implementação da hibridização do conhecimento requer um alto grau de reciprocidade entre os atores, uma integração das capacidades de inovação transnacionais e a conscientização dos conhecimentos no contexto local� Esse tópico apresentou a hibridização como uma prática inovadora nas MNC, ou empresas multina- cionais� A combinação de conhecimentos da matriz com suas subsidiárias constitui uma nova prática que leva a diversos valores agregados em diferentes 28 níveis, como uma empresa homogênea (aspectos da cultura das capacidades das multinacionais e da inovação transnacional)� Essa nova prática é inter- rompida com toda a centralização da transferência de conhecimentos e sublinha a importância de ter em conta as especificidades locais, como as pres- sões institucionais e culturais, as necessidades e restrições locais, comerciais e do conhecimento, etc� Caso contrário, a hibridização é um processo invo- luntário, baseado no envolvimento de cada ator das subsidiárias� Além disso, o processo de inovação é enriquecido com ambas as práticas, globais e locais, melhorando ao mesmo tempo a competitividade da empresa inteira� Isso evidencia a importância da hibri- dização para o desenvolvimento de novos produtos na economia criativa� 29 CONSIDERAÇÕES FINAIS Tanto a teoria quanto a prática destacam que os mo- delos mais avançados de gerenciamento da inova- ção lutam para superar a abordagem de “oferta” que entende a inovação como um processo sequencial simples, linear e impulsionado pela geração de novos conhecimentos� Os modelos inovadores recomen- dam, por um lado, envolver toda a organização no processo de inovação; e, por outro lado, articular e interagir com um conjunto diversificado de atores externos: clientes, fornecedores, universidades, cen- tros de pesquisa e até concorrentes� Ao longo desta unidade estudamos que, para con- solidar essa intensa articulação interna e externa, as empresas precisam construir parcerias e acordos formais e informais para sistematizar e facilitar as relações e a troca de conhecimentos entre seus di- versos atores� Esta unidade apresentou os problemas e dificuldades que as empresas enfrentam para conseguir realizar a gestão da inovação� Em primeiro lugar, é evidente que, além de uma clara articulação entre os novos modelos de gestão da inovação, é necessária uma estratégia tecnológica específica. Essa articulação se torna ainda mais relevante quando se consideram os desafios a serem enfrentados nos relacionamen- tos dentro de uma rede de atores que têm objetivos muito diversos� Em segundo lugar, os modelos, as iniciativas e realizações devem ser intensamente di- 30 vulgadas para obter maior aderência (principalmente técnica)� Em terceiro lugar, as pessoas envolvidas na gestão dos modelos baseados em articulação intensa devem ser treinadas para gerenciar redes e desenvolver habilidades para quebrar a resistência em relação a esse tipo de ação� Quarto, considerando que a colaboração dos acordos envolve um conjunto diversificado de atores, a adoção de um modelo ins- titucional que garanta as iniciativas e projeta mais independência e autonomia é de extrema importân- cia� Estudamos que tais modelos devem permitir a configuração das estruturas de governança híbridas que sejam ágeis o suficiente para corresponder às demandas constantemente variadas por recursos� 31 SÍNTESE A hibridização do conhecimento • Prática organizacional; • Conteúdo e valor agregado. A transferência de conhecimento em empresas multinacionais • Transferência de conhecimento intraorganizacional; • MNC (Multinational Companies – Empresas Multinacionais). A gestão da inovação na prática empresarial • Processo criativo; • Pilotagem de conceitos; • Aprendizagem conjunta; • A concepção da estratégia. A gestão da inovação • Inovação de produtos; • Inovação de processos; • Inovação em gerenciamento; • Inovação de marketing. Inovação e Economia Criativa Introdução • A gestão da inovação e a gestão da inovação na prática empresarial; • pilotagem de conceitos; • aprendizagem conjunta; • concepção da estratégia. 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