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PSICOLOGIA A RAIVA É UM PEDIDO DE CUIDADO? A raiva quase sempre é uma reação ao medo. Quando se está dirigindo e uma pessoa corta a frente, nor- malmente a reação do motorista é de raiva, pois correu risco de vida, sentiu medo de que o carro que cortou sua frente poderia ter causado um acidente, além do medo de que agora com mais carros à sua frente, vai atrasar mais ou demorar a chegar. Um cachorro, quando brinca de buscar algum objeto que jogamos, sente raiva e rosna quando se tenta tirar este objeto da boca dele, pois mesmo estando condicionado a buscar e trazer, sua reação imediata é de raiva por medo de perder o prazer que o objeto causa em sua boca. Essa reação ocorre pelo acionamento de uma rede neuronal no cérebro, principalmente das amígdalas cerebrais, que processam o sentimento de medo. Esse processamento ocorre de forma inconsciente. Quan- do detectado alguma sensação de medo, se cria toda uma rede neuronal de respostas frente ao medo. Mui- tas vezes, essa rede aciona o hipotálamo e outras áreas, gerando uma reação de raiva. Uma criança, quando recebe limites, também sente medo, relacionado principalmente ao medo de per- der o prazer que estava sentindo ao receber o limite (quando estava brincando, por exemplo) ou medo de não ter o prazer que desejou e não teve autorização. Ao sentir esse medo, responde com raiva pois ainda não tem maturidade neurológica e emocional para saber sentir esse medo e tristeza e reagir de forma adequada à situação. Essa maturidade só ocorre entre os 20 e 30 anos de idade, quando nosso Lobo pré-Frontal (parte da frente do cérebro) está amadurecida e funcionando plenamente, nos dando a capacidade de autocontrole emocional. Para desenvolver essa capacidade, é necessário que a criança possa sentir raiva, possa se sentir frustrada e que um adulto cuidador saudável consiga suportar essa frustração da criança mantendo a calma e mantendo os limites impostos, sem críticas. Quando a criança se acalma e percebe que o adulto continuou cuidando dela, amando e suportou essa dor emocional, a criança desenvolve afetividade e amadurecimento emocional, aprendendo a ela mesma suportar a dor dos limites e frustrações. QUAIS OS BENEFÍCIOS DA MÚSICA À EDUCAÇÃO? Qualquer humano ao chegar na escola traz consigo ritmos, sons, melodias etc. E tudo isto deve ser apro- veitado em seu processo educacional. A oportunidade de vivenciar a música deve ser dada na infância. É preciso que a educação básica utilize a música como uma metodologia capaz de proporcionar ao indivíduo criar, investigar, conhecer, fazer. Não como uma mera disciplina. Mas de forma multidisciplinar, permitindo que todas os conteúdos se integrem. Uma criança que toca, canta ou dança, dificilmente usará de violência ou mesmo armas. Será um adolescente ou jovem ativo e sociedade, capaz de influenciar e transformar o ambiente em que vive. Em nosso país, a LEI n° 11.769/2008, trouxe a obrigatoriedade da música à educação. E a BNCC veio ratificando esta importância afirmando que ela vem para ajudar a criança em seu desenvolvi- mento integral (em seus aspectos motores, cognitivos e emocionais). Logo, faz-se necessário que cada escola espalhada por este Brasil tenha acesso a música e a educação musical. Pois, através deste domínio e expe- riência musical, todo sistema sensorial será aprimorado, além de facilitar o crescimento cultural, social, das habilidades cognitivas, expressão das emoções, talentos, contribuindo e muito, para a formação integral do aluno. BRITO (2003) diz que a criança é um ser “brincante” e, brincando, faz música, pois assim se relaciona com o mundo que descobre a cada dia. Fazendo música, ela, metaforicamente, “transforma-se” em sons, num permanente exercício: receptiva e curiosa, a criança pesquisa materiais sonoros, constrói e “descobre” instrumentos, inventa e imita motivos melódicos e ritmos, além de ouvir com prazer a música de todos os povos.