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NEOPLASIAS 
CUTANÊAS
Dr.ª Ana Carolina Cortes Ferreira
Professora da Disciplina de Dermatologia – UNIRG
NEOPLASIAS CUTÂNEAS
▪ CARCINOMA BASOCELULAR 
▪ CARCINOMA ESPINOCELULAR
▪ MELANOMA CUTÂNEO
CARCINOMA 
BASOCELULAR
CARCINOMA BASOCELULAR 
•CBC, basalioma, epitelioma basocelular
•É o mais “benigno” dos tumores malignos da pele
•É a neoplasia epitelial mais freqüente (65% casos)
•Acomete indivíduos > 40 anos
CARCINOMA BASOCELULAR 
FATORES PREDISPONENTES
•Fototipo I e II 
•Áreas expostas a radiação UV 
•Exposição a radiação 
•Exposição a arsênico
•PUVA
•História de CBC prévio 
•Síndromes associadas: Gorlin, Bazex, Albinismo
•Nevus sebáceo
•Imunossupressão
CARCINOMA BASOCELULAR 
•Origina-se de células epiteliais imaturas pluripotentes, que 
perderam sua capacidade de diferenciação e queratinização 
normais, pela ação de vários fatores (UVB).
• Pode originar-se das células basais da epiderme assim como 
de diferentes partes do aparelho folicular.
•É considerado incapaz de produzir metástases, mas possui 
malignidade local, sendo capaz de invadir e destruir tecidos 
adjacentes.
•Crescimento lento e indolente - média 0,51 mm por mês
CARCINOMA BASOCELULAR 
• Localiza-se principalmente nos 2/3 superiores da face, 
acima de uma linha que passa dos lóbulos das orelhas até 
as comissuras labiais.
•É menos comum em outras áreas da face, tronco e 
extremidades. Não ocorre em palmas, plantas e mucosas.
•Existem tipos clínicos de CBC:
CARCINOMA BASOCELULAR
SUBTIPOS CLÍNICOS
CBC NODULAR:
•É o subtipo clínico mais comum dos CBC
•Ocorre principalmente em áreas fotoexpostas da cabeça e 
pescoço
•Apresenta-se como pápula ou nódulo translucente, de 
bordas cilíndricas, com algumas formações perláceas e 
telangectasias na superfície
•As lesões grandes, com necrose central são chamadas 
úlceras roedoras
•Faz diagnóstico diferencial com nevus dérmicos e 
melanoma amelanótico
CARCINOMA BASOCELULAR
SUBTIPOS CLÍNICOS
CBC PIGMENTADO:
•É um subtipo de CBC nodular que exibe melanização 
aumentada
•Apresenta-se como pápula hiperpigmentada translucente, 
que também pode apresentar erosão
•Faz diagnóstico diferencial com melanoma nodular
CARCINOMA BASOCELULAR
SUBTIPOS CLÍNICOS
CBC SUPERFICIAL:
•Ocorre mais comumente no tronco
•Apresenta-se como uma placa eritematosa, geralmente 
bem delimitada, que lembra eczema
•Deve-se suspeitar de CBC superficial em toda placa 
isolada de eczema que não responda ao tratamento 
convencional
CARCINOMA BASOCELULAR
SUBTIPOS CLÍNICOS
CBC ESCLERODERMIFORME:
•É um subtipo de CBC que evidencia crescimento agressivo
•Clinicamente, apresenta-se como uma placa amarelada 
solitária, endurecida, plana ou levemente deprimida, de 
superfície lisa, ou como uma cicatriz, sem história de 
traumas prévios.
•Alta incidência de recorrência local 
CARCINOMA BASOCELULAR
SUBTIPOS CLÍNICOS
FIBROEPITELIOMA DE PINKUS:
•Apresenta-se como nódulo avermelhado ulcerado, 
elevado, firme, ligeiramente pedunculado
•Assemelha-se a um fibroma
•Localiza-se geralmente no dorso inferior
•Difícil de diferenciar do melanoma amelanótico
CARCINOMA BASOCELULAR
HISTOPATOLOGIA
•Os CBC são caracterizados 
pela presença de nódulos de 
células basofílicas grandes, 
dispostas em paliçada 
perifericamente, e retração do 
estroma 
CARCINOMA BASOCELULAR
DIAGNÓSTICO
•Baseia-se no diagnóstico clínico e deve ser confirmado pelo 
exame histopatológico
•No CBC pigmentado, pode ser feita a dermatoscopia, que 
auxilia no diagnóstico diferencial com melanoma.
CARCINOMA BASOCELULAR
TRATAMENTO
FATORES A SEREM AVALIADOS:
•Localização:
- Zona H = Elevada extensão subclínica
 Alta taxa de recorrência
•Tamanho = probabilidade 
de invasão
•Quantidade de lesões
•Tipo histológico
CARCINOMA BASOCELULAR
TRATAMENTO
CURETAGEM E ELETROCAUTERIZAÇÃO:
•Faz-se a curetagem, seguida de 
eletrocoagulação, com margem de 2-4mm. 
Repete-se o procedimento até excisão 
completa.
•Índice de cura= 60 a 97% de cura em 5 anos
•Indicações:
* CBC primário 
* Área de baixo risco
* Nodular ou superficial 
-como pápula áspera de ceratose actínica 
ou leucoplasia, com progressão lenta para tumor.
•São sugestões clínicas da presença de CEC a existência de 
placa persistente com escama ou crosta localizada, atrofia labial 
com manchas vermelhas ou brancas, limite do vermelhão 
apagado ou indistinguível, presença de pequenas fissuras ou 
ulcerações em áreas de queilite actínica endurada.
•Sintomas como dor ou alterações da sensibilidade devem ser 
investigados como sinal potencial de invasão perineural.
CARCINOMA ESPINOCELULAR
QUADRO CLÍNICO
CEC GENITAL:
•O CEC da vulva ocorre + comumente nos grandes lábios, e se 
inicia como pequeno nódulo verrucoso ou placa eritematosa 
erosada. Há dor e sangramento.
•Lesões de líquen escleroatrófico são também precursoras de 
CEC.
•CEC da cérvix está associado ao HPV.
•CEC escrotal se inicia como uma pequena lesão verrucosa 
pruriginosa que se torna friável com o crescimento.
•CEC do pênis ocorre geralmente em homens não-circuncisados. 
Pode estar associado a lesões precursoras (eritroplasia de 
Queyrat, condiloma, fimose, LEA).
•CEC perianal também pode ocorrer.
CARCINOMA ESPINOCELULAR
QUADRO CLÍNICO
CARCINOMA VERRUCOSO:
•Engloba vários CEC, caracterizados por tumores exofíticos de 
crescimento lento e aspecto de couve-flor que se desenvolvem 
em áreas de irritação crônica.
•Tipo I - Papilomatose oral florida: localizado na mucosa oral
•Tipo II - Condiloma acuminado gigante de Buschke-Lowenstein: 
ocorre na glande do pênis, escroto, região perianal, genitália 
feminina.
•Tipo III - Epitelioma cuniculatum: surge na planta dos pés.
•Tipo IV – ocorre em outros locais (couro cabeludo, tronco, 
extremidades).
CARCINOMA ESPINOCELULAR
QUADRO CLÍNICO
CEC DE CICATRIZES:
•Surge sobre cicatrizes décadas após a injúria inicial, 
quando há lesão cutânea e erosão persistente.
•Mais comumente ocorre nas extremidades inferiores em 
locais de úlceras de estase ou piogênicas.
•Gradualmente, surgem nódulos que evoluem para 
tumoração. 
•O surgimento de dor, drenagem de secreção ou 
sangramento deve ser investigada.
CARCINOMA ESPINOCELULAR
QUADRO CLÍNICO
CEC METASTÁTICO:
•Tem apresentações diversas.
•Pode manifestar-se como um linfonodo palpável próximo 
ao sítio do tumor ou como pápulas ou nódulos 
hiperceratóticos semelhantes ao tumor primário.
•Metástases cutâneas podem ser o primeiro sinal de 
malignidades internas.
•Surge mais frequentemente nos carcinomas de mucosas, 
dorso das mãos e cicatrizes de queimaduras.
•Raro nos carcinomas da face que surgem a partir de 
ceratoses actínicas.
CARCINOMA ESPINOCELULAR
HISTOPATOLOGIA:
•Há células espinhosas atípicas e células diferenciadas que 
formam centros córneos.
•Conforme a proporção dessas células, o tumor é 
classificado em ordem progressiva de malignidade, nos 
graus I a IV (classificação de Broders).
CARCINOMA ESPINOCELULAR
DIAGNÓSTICO:
•Quadro clínico + exame histopatológico
•Diagnóstico diferencial: ceratoses actínicas, 
queratoacantoma, CBC, disceratose de Bowen, melanoma 
amelanótico, tumores de células de Merkel, tumores 
malignos de anexos.
CARCINOMA ESPINOCELULAR
FATORES A SEREM CONSIDERADOS NO TRATAMENTO
• Idade
• Nº de lesões
• Tamanho 
- > 2 cm: Excisão ou Mohs
• Bordas 
- Mal definidas: evitar crio e C+E 
• Localização 
- Áreas de alto risco: excisão ou Mohs 
📫 Evitar curetagem em áreas de difícil mobilização 
📫 Cuidado com MMII 
• Padrão histológico
• Recorrência 
- Curetagem prejudicada pela cicatriz 
- Excisão ou Mohs
CARCINOMA ESPINOCELULAR
TRATAMENTO
CURETAGEM + ELETROCAUTERIZAÇÃO
•Técnica semelhante a mencionada anteriormente
•Repetida até tecido saudável
•2 - 5 mm de margens
•Indicação: 
 - CEC primário
 -% dos melanomas.
•Lesão nodular ou em placa de coloração negro-azulada ou 
acastanhada.
•Localiza-se preferentemente no tronco dos homens e 
pernas das mulheres.
•Ocorrem em geral na 5ª. década.
•No HSTP, apresenta agressão predominantemente dérmica, 
a partir da junção dermoepidérmica, atingindo a derme 
apenas secundariamente.
•É o melanoma de prognose mais grave.
MELANOMA CUTÂNEO 
MELANOMA LENTIGINOSO ACRAL
•É a forma mais comum em negros e asiáticos.
•Ocorre principalmente na 6ª. década de vida.
•Acomete regiões palmares, plantares e falanges terminais. 
Pode ser periungueal e subungueal.
•Apresenta uma fase de crescimento horizontal, seguida de 
fase de crescimento vertical, com grande potencial de 
metastatização.
MELANOMA CUTÂNEO 
DIAGNÓSTICO
•Quadro clínico: A = assimetria
 B = bordas
 C = cores
 D = diâmetro
 E = elevação
•Dermatoscopia 
•Biópsia excisional
•Biópsia incisional: tumores muito extensos
•Exame histopatológico
•Pesquisa do linfonodo sentinela
MELANOMA CUTÂNEO 
EVOLUÇÃO
•Grande potencial de metastatização em função da fase 
evolutiva, espessura e nível de invasão.
•Metástases podem ser locai, regionais e sistêmicas.
•As metástases satélites surgem até 2mm da cicatriz 
excisional; recidivas ou recorrências surgem no leito ou nas 
bordas da cicatriz.
•Metástases sistêmicas ocorrem por disseminação 
hematogênica, atingindo pele, subcutâneo, pulmão fígado, 
cérebro, ossos, coração, suprarenais e TGI.
MELANOMA CUTÂNEO 
TRATAMENTO
A) Exérese do tumor primário cutâneo respeitando a 
margem de excisão:
In situ 0,5cm
Até 1,5mm 1,0cm
1,5mm a 4,0mm 1,0-2,0cm
> 4,0mm 2,0-3,0cm
MELANOMA CUTÂNEO 
B) Linfadenectomia
* Indicada em melanomas de 1,5 a 4,0mm e nos 
comprometimentos clinicamente evidente
* Lesões do nível IV e V ou espessura maior de 4mm a 
linfadenectomia não é preconizada: grande chance de 
haver metástases à distância
* Biópsia aspirativa por agulha fina
 Biópsia seletiva de linfonodo sentinela.
MELANOMA CUTÂNEO 
C) Radioterapia
 * Os MMs são radioressistentes
 * Indicações:
 - Tumores não ressecáveis cirurgicamente
 - Margens cirúrgicas limitadas
 - Lentigo maligno melanoma
 - Doentes idosos e não hígidos
 - Pós-linfadenectomia
 - Comprometimento de múltiplos linfonodos
MELANOMA CUTÂNEO 
D) Quimioterapia
 * Pode ser utilizada sistemicamente ou conforme 
localização do tumor
 * Drogas: Dietil-Triazeno-Imidol-Carboxamina (DTIC)
 Nitrosuréias
MELANOMA CUTÂNEO 
SEGUIMENTO
* Acompanhamento a cada 4 a 6 meses
* Orientações ao paciente: surgimento de novas lesões
* Tumores:
Menor que 1,0mm: 6/6 meses por 2 anos
Maior que 1,0mm: 6/6 meses por 5 anos
* Exame Clínico: Local de Excisão do tumor
Palpação de cadeias ganglionares
Radiografia de Tórax
Exames clínicos (DHL, FA) ?
* Tumor maior que 4 mm
Comprometimento de linfonodos
↓
Metástases em 5 anos: 50%
↓
Associar terapias
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