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Conteudista: Prof.ª M.ª Fernanda Geny Calheiros Silva Revisão Textual: Esp. Letícia Morelli Zambon Objetivos da Unidade: Introduzir os conceitos acerca do planejamento dietético voltado a indivíduos saudáveis; Compreender métodos de estimativa energética e correlacioná-la com necessidades nutricionais; 📄 Material Teórico 📄 Material Complementar 📄 Referências Introdução ao Planejamento Dietético para Indivíduos Sadios Energia e Nutrientes: Conceitos e Unidades de Medida O conceito de energia é essencial em várias áreas do conhecimento, incluindo a Física, a Química, a Biologia e a Nutrição. Nesse sentido, é amplamente reconhecido que a energia pressupõe a capacidade de realização de trabalho ou ação. Essa energia pode manifestar-se sob as mais variadas formas: quando movemos um objeto (energia cinética), quando armazenamos energia em algum sistema (energia potencial) ou quando aquecemos alguma superfície (energia térmica) (GASPAR, 2005). Página 1 de 3 📄 Material Teórico Figura 1 – Alimento: a energia que nos move! Fonte: Getty Images #ParaTodosVerem: na imagem, é possível visualizar uma representação de cartela de comprimidos; preenchendo os espaços que seriam correspondentes aos medicamentos, estão alimentos in natura, sendo eles: laranja, maçã, pimentão vermelho, limão, melancia, kiwi, couve, pêra, framboesa e tomate. Fim da descrição. Do ponto de vista da Nutrição, é extensivamente discutido que a energia é essencial para o funcionamento dos organismos vivos. O corpo humano obtém energia por via da ingesta alimentar, e essa energia é expressa em quilocalorias (kcal) ou quilojoules (kJ). Nesse contexto, os alimentos fornecem energia principalmente por meio dos macronutrientes: carboidratos, proteínas e gorduras (lipídios). Cada um deles fornece uma quantidade específica de energia. Carboidratos e proteínas fornecem cerca de 4 quilocalorias por grama (4 kcal/g), já gorduras (lipídios) são catalogados como fontes mais concentradas de energia, fornecendo cerca de 9 quilocalorias por grama (9 kcal/g). Portanto, os nutrientes, sejam eles macronutrientes, sejam micronutrientes, são substâncias essenciais para a recuperação, a manutenção e a promoção de saúde. Seus conceitos sintetizados são apresentados a seguir. Você Sabia? O conceito de caloria é associado diretamente à quantidade de energia que é necessária para elevar 1 grama de água em 1 grau Celsius. Trazendo para a realidade da Nutrição, do ponto de vista da alimentação e do metabolismo humano, as calorias são medidas em termos de quilocalorias, em que 1 kcal equivale a 1.000 calorias. Carboidratos: também conhecidos como hidratos de carbono ou açúcares, são uma das principais classes de nutrientes encontrados nos alimentos. Eles desempenham um papel fundamental na nutrição e fornecem uma fonte importante de energia para o corpo humano; Proteínas: importantes para a construção e o reparo de tecidos, além de serem essenciais para várias funções do corpo; Cada nutriente apresenta, no entanto, unidades de medida que são aplicáveis na rotina, adequadas ao padrão internacional de medidas denominado Dietary Reference Intakes. Ou seja, em qualquer lugar do mundo, a unidade de medida reconhecida para dados nutrientes será a mesma, favorecendo a linguagem universal da saúde. Nesse contexto, o Quadro 1, apresentado a seguir, expõe as unidades de medidas adotadas para macronutrientes e os principais micronutrientes de atenção na prática clínica. Quadro 1 – Unidades de Medidas Adotadas para Macronutrientes e Principais Micronutrientes Nutrientes Unidade de medida Carboidratos Grama (g) Proteínas Grama (g) Lipídios Grama (g) Colesterol Miligramas (mg) Fibras Grama (g) Lipídios (gorduras): fonte concentrada de energia e essenciais para a absorção de vitaminas lipossolúveis; Vitaminas: nutrientes orgânicos necessários em pequenas quantidades para várias funções metabólicas no corpo; Minerais: elementos inorgânicos essenciais para várias funções corporais, como formação de ossos, transporte de oxigênio e regulação do metabolismo. Nutrientes Unidade de medida Sódio Miligramas (mg) Cálcio Miligramas (mg) Ferro Miligramas (mg) Magnésio Miligramas (mg) Zinco Miligramas (mg) Selênio Microgramas (mcg) Potássio Miligramas (mg) Vitamina C Miligramas (mg) Vitamina A Microgramas RAE* (mcg) Vitamina E Miligramas (mg) Vitamina B12 Microgramas (mcg) Vitamina K Microgramas (mcg) Vitamina D Microgramas (mcg) *RAE: Equivalente de Atividade de Retinol. Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, 1998; 2000; 2001; 2005; 2011; 2019 Fatores Determinantes do Gasto Energético Individual Como mencionado no tópico anterior, a energia está relacionada à capacidade de realizar uma ação ou um trabalho, e tal conceito pode se aplicar a diversas áreas de conhecimento. Quando falamos de nutrição, uma expressão popular consegue representar com clareza uma das implicações da energia no contexto de saúde: “Saco vazio não para em pé”. Todos os processos fisiológicos demandam energia, desde o ato de abrir os olhos pela manhã até a digestão dos alimentos ingeridos em refeições; em todos esses casos podemos inferir que há trabalho, consequentemente, gasto energético. Esse gasto energético pode apresentar grande variação de organismo para organismo, sendo, portanto, influenciado por diversos fatores de forma individual. O Gasto Energético Total (GET) compreende o total de energia necessária para as funções vitais do organismo, o chamado Gasto Energético Basal (GEB); o gasto associado às atividades físicas do cotidiano é o Gasto Energético da Atividade Física (GEAF); e a energia gasta para processos de digestão, absorção e metabolismo dos alimentos ingeridos é denominada Efeito Térmico do Alimento (ETA). Ou seja, GET = GEB + GEAF + ETA O GEB, também chamado de Taxa Metabólica Basal (TMB), expõe o conceito relacionado à quantidade mínima de energia que o organismo necessita para manutenção das funções vitais de um corpo em repouso, sendo elas: a respiração, a regulação da temperatura corporal, a circulação sanguínea e o funcionamento de órgãos. Em indivíduos saudáveis, o GEB pode variar entre cerca de 60% e 70% do gasto diário; no entanto, vale salientarmos que o metabolismo basal de um individuo é influenciado por idade, sexo, etilismo, tabagismo, composição corporal, uso de fármacos, nível de estresse físico e emocional, condições ambientais, fatores genéticos e hormonais. Figura 2 – Gasto Energético Basal: energia necessária para manutenção das funções vitais Fonte: Adaptada de MAHAN et al., 2022 #ParaTodosVerem: na imagem, é possível visualizar uma representação de um gráfico em formato de pizza. Na legenda, a parte em verde-claro equivale ao teor residual, igual a 16%; verde-lodo, aos músculos, com um total de 22%; azul- claro, adiposo, sendo igual a 3%; amarelo, com um percentual de 25%, correspondente ao cérebro; verde-escuro, com 20%, correlacionando-se ao fígado; azul-escuro, com 11%, associado aos rins; e marrom, em 3%, correspondente ao coração. Fim da descrição. Você Sabia? Quando indivíduos estão em locais onde a temperatura do ambiente é O GEAF, também chamado de Nível de Atividade Física (NAF), correlaciona-se ao teor energético gasto para a realização de atividades físicas. Nesse espectro, podemos incluir as atividades básicas (ex.: caminhar) e os exercícios físicos planejados (ex.: correr). O GEAF pode variar significativamente, de 15% a 30%, e está diretamente relacionado ao estilo de vida dos indivíduos. Logo, quanto mais fisicamente ativo o individuo for, maior será o seu gasto energético. Para o cálculo do GET, devemos usar os valores tabelados de GEAF e então multiplicá- lo pelo GEB. O GEAF se apresenta como uma relação entre o GET e o GEB e não possui uma escala em consenso na literatura. Para fins de acompanhamento, utilizaremos as escalas descritas por Mahan et al., (2022), que serão apresentadas a seguir nesta unidade. O ETA, também chamadode Termogênese Induzida pela Dieta (TID), compreende os processos digestivos, absortivos, metabólicos e de armazenamento dos alimentos. O gasto energético associado ao ETA pode variar entre 5% e 15%, sendo variável de acordo com o tipo de alimento consumido, bem como com a quantidade das porções. Para entendermos com mais clareza, vamos refletir sobre algumas situações cotidianas? O Quadro 2, exposto a seguir, traz algumas situações ou condições que podem interferir diretamente no gasto energético. Quadro 2 – Variação do Gasto Energético em Diferentes Condições muito quente ou muito fria, o corpo gasta energia a mais para manter a temperatura interna de acordo com os limites de normalidade, sendo a faixa de temperatura-alvo em torno de 36 °C a 37,5 °C. Situação ou condição Impacto no gasto energético Idade Com o avançar da idade, o metabolismo basal tende a reduzir em razão da variação da composição corporal (redução da massa magra) e de alterações hormonais. Sexo Homens tendem a possuir taxa metabólica basal de 5% a 10% mais elevada em relação às mulheres, principalmente no que tange à maior concentração de massa magra. Composição corporal O músculo consome mais energia em repouso, quando comparado à gordura. Logo, indivíduos com percentual de gordura mais elevado e teor de massa magra mais baixo tendem a ter GEB mais baixo. Nível de atividade física Um atleta de elite, que pratica atividade física em nível profissional, apresenta maior gasto energético durante exercício e atividades cotidianas, quando comparado a um indivíduo sedentário. Situação ou condição Impacto no gasto energético Estilo de vida Tabagismo: a nicotina, presente no cigarro, pode aumentar temporariamente o GEB, levando ao aumento do gasto energético. A longo prazo, é observado efeito contrário, com redução do GEB em razão dos danos causados ao sistema respiratório e cardiovascular; Consumo de álcool: o álcool reduz temporariamente o GEB, pois o corpo prioriza a metabolização do álcool em detrimento dos demais nutrientes, gerando aumento dos depósitos de gordura. A longo prazo, o álcool consumido de forma crônica pode colaborar com a instalação de distúrbios metabólicos (ex.: resistência à insulina), que pode afetar o gasto energético. Clima Pessoas que vivem em regiões de clima tropical apresentam um GEB de 5% a 10% mais alto do que aqueles que vivem em zonas temperadas. Situação ou condição Impacto no gasto energético Febre A febre eleva o GEB em aproximadamente 7% para cada grau de aumento da temperatura corporal quando supera os 37 °C. Fonte: Adaptado de MAHAN et al., 2022 Métodos para Estimativa do Gasto Energético Humano Conhecer o valor energético de um alimento é uma ferramenta essencial no que tange ao planejamento dietético, como amplamente discutido nas unidades anteriores. No entanto, para construção de um planejamento dietético individualizado, o conhecimento acerca da estimativa de gasto energético do indivíduo se faz insubstituível, para definição do balanço calórico, determinando, a partir da junção desses dados, a meta de ingesta diária com olhar direcionado a atingir o objetivo estabelecido para o paciente e/ou cliente. Portanto, identificar o GET do indivíduo assistido permite ao profissional nutricionista construir a intervenção pautada no controle de peso; monitorar as atividades que promovam menor ou maior gasto energético; avaliar o desempenho do metabolismo, considerando fatores individuais, tais como: sexo, idade, composição corporal e afins; e manter sua saúde, a partir da oferta de um planejamento equilibrado, promovendo bem-estar físico e mental. Para definição do GET individual, alguns métodos podem ser empregados. Vamos conhecê-los a seguir. Calorimetria Direta Trata-se de um método robusto, de engenharia complexa, que utiliza equipamentos de alto custo. Esses equipamentos permitem a monitorização da quantidade de calor produzida por um indivíduo em uma sala de confinamento. No período de testes, o indivíduo é submetido a uma quantidade moderada de atividades, que não são classificadas como representativas da vida cotidiana, em razão de sua limitação. Calorimetria Indireta Nesse método, é realizada a quantificação do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico em um período predeterminado. Os valores obtidos em consumo de oxigênio são convertidos a GET por meio da equação de Weir e da utilização de uma constante (quociente respiratório), que é igual a 0,85. Para realização do teste, quando em indivíduos saudáveis, é recomendado jejuar por 5 horas, evitar uso de cafeína por 4 horas, e evitar bebidas alcoólicas e cigarro por no mínimo 2 horas. Quanto à realização de exercício previamente ao exame, a recomendação é de que, para praticantes de exercício moderado, seja aguardado um período de 2 horas após a atividade; para exercícios intensos, de resistência, é recomendado um período de 14 horas. Após a preparação, o examinado deve ser submetido a um estado estacionário, em repouso por cerca de 20 minutos que antecedem a realização do procedimento. Quociente Respiratório Trata-se de um cálculo que pode ser realizado a partir da medição do consumo de oxigênio e da produção de gás carbônico. Esse dado indica a matriz alimentar que está sendo metabolizada. Água Duplamente Marcada É uma técnica denominada como padrão ouro no que tange à determinação das necessidades energéticas em humanos. Nessa análise, é promovida a administração de uma dose oral de água marcada com dois isótopos: óxido de deutério (D2O ou 2H2O) e oxigênio-18 (H2 18O). Os isótopos são eliminados e a taxa de eliminação é medida durante um intervalo de tempo, sendo de 10 a 14 dias, por meio de urina, plasma ou saliva. Trata-se de uma técnica aplicada, principalmente, em pesquisas em razão do alto custo dos isótopos utilizados e dos equipamentos necessários. Estimativas das Necessidades Energéticas – Equações Preditivas As equações preditivas são ferramentas usadas para estimar as necessidades energéticas de uma pessoa com base em fatores como idade, sexo, altura, peso e nível de atividade física. Existem várias equações disponíveis, cada uma com suas próprias variáveis e formulações, que foram desenvolvidas ao longo dos anos. As equações para estimar ou medir o gasto energético começam com o Gasto Energético Basal. Os fatores adicionais para o efeito térmico dos alimentos e para atividades devem ser acrescentados. Uma maneira simplificada de prever adicionais por atividade física ao GET é usar estimativas do grau de atividade física, que são então multiplicadas pelo GEB medido ou previsto. Por exemplo, para estimar o GET para a atividade mínima, aumente o GER em 10% a 20%; para atividade moderada, aumente o GER em 25% a 40%; e, para atividades extenuantes, aumente o GER em 45% a 60%. Adiante, os fatores utilizados serão discutidos individualmente. Estimativa do Gasto Energético de Adultos e Idosos Sadios Como explanado nos tópicos anteriores, a estimativa do gasto energético pode ser realizada a partir do somatório do Gasto Energético Basal (GEB) com o Gasto Energético da Atividade Física (GEAF) e o Efeito Térmico do Alimento (ETA). Nesse contexto, surgiram as equações preditivas, que fornecem o valor correspondente ao GEB. Calculando o Gasto Energético Basal, Também Chamado de Taxa Metabólica Basal Para fins de estimativa, são utilizadas equações que usam como base o sexo do indivíduo, sua idade, seu peso e sua altura. Atualmente, diversas fórmulas estão disponíveis, sendo as mais utilizadas as equações de Harris-Benedict (1919), Mi�in- St. Jeor (1990) e FAO/OMS (1985). No Quadro 3, é possível identificar as equações preditivas mais utilizadas e suas especificações. As equações de Harris-Benedict¸ elencadas, até recentemente, como algumas das mais utilizadas para estimativa do GEB em indivíduos sadios ou enfermos, foram apontadas por Frankenfild et al., (2003) como equações que superestimam o GEB em indivíduos classificadoscomo eutróficos e portadores de obesidade. No mesmo estudo, ao avaliar as fórmulas de Mi�in-St. Jeor foi identificada maior precisão, quando o mesmo público foi avaliado. Quadro 3 – Equações Preditivas do Gasto Energético Basal para Adultos e Idosos mais Utilizadas Equações de Harris-Benedict Feminino 655 + (9,6 x P) + (1,9 x A) – (4,7 x I) Masculino 66 + (13,8 x P) + (5,0 x A) – (6,8 x I) Em que, P = Peso (kg), A = Altura (cm) e I = Idade (anos) Equações FAO/OMS Feminino 18 a 30 anos: (14,818 x P) + 486,6 30 a 60 anos: (8,126 x P) + 845,6 + 60 anos: (9,082 x P) + 658,5 Masculino 18 a 30 anos: (15,057 x P) + 692,2 30 a 60 anos: (11,472 x P) + 873,1 + 60 anos: (11,711 x P) + 587,7 Em que, P = Peso (kg) Equações de Mi�in-St Jeor Feminino (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) – 161 Masculino 10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) + 5 Em que, P = Peso (kg), A = Altura (cm) e I = Idade (anos) Fonte: Adaptado de MAHAN et al., 2022 Adicionando Gasto Energético da Atividade Física Devemos usar estimativas do grau de atividade física e aplicar um fator adicional ao GEB para levar em conta as atividades diárias. Isso pode ser feito multiplicando o GEB pela estimativa apropriada do nível de atividade física, de acordo com o Quadro 4 a seguir. Quadro 4 – Categoria de Gasto Energético Adicional da Atividade Física e Equivalente em Caminhada Nível de atividade Gasto energético adicional da atividade física Equivalente em caminhada (km/dia) Sedentário 1,0 – 1,39 0 – 3,4 km Baixa atividade 1,4 – 1,59 3,4 km – 7 km Ativo 1,6 – 1,89 7,1 km – 16,5 km Muito ativo 1,9 – 2,5 16,6 km – 37 km Fonte: Adaptado de MAHAN et al., 2022 Considerando o Efeito Térmico dos Alimentos Devemos considerar o ETA, que é a energia gasta durante a digestão, a absorção, o metabolismo e o armazenamento dos alimentos consumidos. Em geral, o ETA representa cerca de 10% do Gasto Energético Total, mas pode variar dependendo da composição da dieta. Somando os Componentes Agora, basta somarmos o GEB estimado com os adicionais para atividades físicas e o ETA para obter uma estimativa do Gasto Energético Total (GET) de um adulto ou idoso saudável. Existem mais formas de estimar as necessidades energéticas? Além das fórmulas e das referências citadas, a Necessidade Energética Estimada (EER) pode ser obtida a partir das equações das Dietary Reference Intakes (DRIs), que se apresentam como de fácil aplicação na prática clínica, em razão da proposta de dados necessários (idade em anos, altura em centímetros, peso em quilogramas e nível de atividade física – sedentário, pouco ativo, ativo ou muito ativo). No ano de 2023, as DRIs para energia foram atualizadas, sendo as principais mudanças relacionadas à população de referência. Se, antes, as DRIs para energia eram representativas apenas da população saudável, hoje são indicadas para o público em geral. O Quadro 5 expõe as equações preditivas contidas no material, de acordo com o nível de atividade física, a idade e o sexo. Quadro 5 – Equações preditivas das Necessidades Energéticas das DRIs para Indivíduos Adultos e Idosos, de Acordo com o Nível de Atividade Física, a Idade e o Sexo Idade Sexo NAF* EER (kcal/dia) 19+ anos Masculino Sedentário EER = 753.07 – (10.83 × idade) + (6.50 × altura) + (14.10 × peso) Idade Sexo NAF* EER (kcal/dia) Pouco Ativo EER = 581.47 – (10.83 × idade) + (8.30 × altura) + (14.94 × peso) Ativo EER = 1,004.82 – (10.83 × idade) + (6.52 × altura) + (15.91 × peso) Muito Ativo EER = -517.88 – (10.83 × idade) + (15.61 × altura) + (19.11 × peso) Idade Sexo NAF* EER (kcal/dia) Feminino** Sedentário EER = 584.90 – (7.01 × idade) + (5.72 × altura) + (11.71 × peso) Pouco Ativo EER = 575.77 – (7.01 × idade) + (6.60 × altura) + (12.14 × peso) Ativo EER = 710.25 – (7.01 × idade) + (6.54 × altura) + (12.34 × peso) Muito Ativo EER = 511.83 – (7.01 × idade) + (9.07 × altura) + (12.56 × peso) *NAF = Nível de Atividade Física. **Equações preditivas não contemplam gestantes e lactantes. Fonte: Adaptado de DRIs, 2023 Vamos aplicar o conhecimento? Estudo de caso: Paciente JVD, sexo masculino, 63 anos, negro, casado, aposentado há cerca de 02 anos, trabalhava como marceneiro. Realizou atendimento nutricional ambulatorial no dia 06/05/2024, encaminhado pelo geriatra para reeducação alimentar. Relata antecedentes familiares, pai e mãe falecidos por cardiopatias, e irmã com hipercolesterolemia, nega história familiar de DM ou neoplasias. Nega antecedentes patológicos pessoais. Diz ser ex-tabagista (por 10 anos) e etilista. Reside com a esposa e 01 filha. Alega prática de atividade física diária (caminhada de 7 km ao dia). TGI normal. Antropometria Vamos calcular a estimativa do Gasto Energético Basal com as fórmulas de Harris- Benedict, as equações da FAO/OMS e as equações de Mi�in-St Jeor. Em seguida, vamos descobrir o Gasto Energético Total desse paciente, considerando o Gasto Energético da Atividade Física. Gasto Energético Basal (GEB) Quadro 6 – Gasto Energético Basal de Acordo com as Equações de Harris-Benedict, da FAO/OMS e de Mi�in-St Jeor Peso atual: 65,9; Altura estimada: 1,68 m; IMC: 23,36 Kg/m2 (Eutrofia). Equações de Harris-Benedict GEB = 66 + (13,8 x P) + (5,0 x A) – (6,8 x I) GEB = 66 + (13,8 x 65,9 kg) + (5,0 x 168 cm) – (6,8 x 63) GEB = 66 + 909,42 + 840 - 428,4 GEB = 1387 kcal Equações FAO/OMS GEB = (11,711 x P) + 587,7 GEB = (11,711 x 65,9 kg) + 587,7 GEB = 1359,5 kcal Equações de Mi�in-St Jeor GEB = (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) + 5 GEB = (10 x 65,9 kg) + (6,25 x 168 cm) – (5 x 63) + 5 GEB = 659 + 1050 – 315 + 5 GEB = 1399 kcal Cálculo do Gasto Energético Total (GET) Para essa etapa, faz-se necessário resgatar no Quadro 4 (categoria de Gasto Energético Adicional da Atividade Física e equivalente em caminhada) qual fator melhor condiz com o nível de atividade física do paciente. Nesse caso, o paciente realiza caminhada que totaliza 7 km por dia, estando, portanto, correlacionado ao Adicional de Atividade Física de 1,59, valor esse que será multiplicado ao GEB encontrado no passo anterior. Quadro 6 – Gasto Energético Basal de Acordo com as Equações de Harris-Benedict, da FAO/OMS e de Mi�in-St Jeor Equações de Harris-Benedict GEB = 66 + (13,8 x P) + (5,0 x A) – (6,8 x I) GEB = 66 + (13,8 x 65,9kg) + (5,0 x 168cm) – (6,8 x 63) GEB = 66 + 909,42 + 840 – 428,4 GEB = 1387 kcal GET = GEB X GEAF GET = 1387 x 1,59 GET = 2205,3 kcal Equações FAO/OMS GEB = (11,711 x P) + 587,7 GEB = (11,711 x 65,9 kg) + 587,7 GEB = 1359,5 kcal GET = GEB X GEAF GET = 1359,5 x 1,59 GET = 2161,6 kcal Equações de Mi�in-St Jeor GEB = (10 x P) + (6,25 x A) – (5,0 x I) + 5 GEB = (10 x 65,9 kg) + (6,25 x 168 cm) – (5 x 63) + 5 GEB = 659 + 1050 – 315 + 5 GEB = 1399 kcal GET = GEB X GEAF GET = 1399 x 1,59 GET = 2224,4 kcal Para as equações adotadas, o Gasto Energético Total desse paciente, ou seja, sua necessidade nutricional em energia, segundo as fórmulas preditivas, é de: A definição de qual fórmula preditiva será utilizada dependerá de alguns fatores, tais como objetivo da estimativa, precisão desejada (por meio da seleção de fórmulas que foram validadas em grupos específicos), disponibilidade de informações e contexto clínico. Necessidades Nutricionais para Indivíduos Sadios: Macronutrientes e Micronutrientes Na área da Nutrição, é crucial reconhecermos que a falta de adequação nos tipos ou nas quantidades de macronutrientes ou micronutrientes, de ingestão de fluidos ou mesmo de atividade física pode resultar em deterioração da saúde, gerando comprometimento do sistema imunológico, bem como podendo evoluir com a ocorrência de disfunções e doenças. Em 1993, a Food and Nutrition Board (FNB) publicou um piloto para o desenvolvimento das recomendações nutricionais, as chamadas Ingestões Dietéticas de Referência (DRIs). Equações de Harris-Benedict: 2.205,3 kcal; Equações FAO/OMS: 2.161,6 kcal; Equações de Mi�in-St Jeor: 2.224,4 kcal.As DRIs, em sua construção, contemplam os mais diversos cenários de saúde, bem como ciclos da vida. Para tanto, em seu modelo mais atual, há quatro categorias: A Ingestão Adequada refere-se à quantidade de um nutriente categorizado como suficiente para suprir as necessidades dietéticas de uma pessoa saudável. Essa medida é determinada a partir de dados científicos sobre as demandas nutricionais de diferentes grupos populacionais e é usada como uma referência para avaliar a adequação da ingestão dietética de indivíduos. O Requisito Médio Estimado, por outro lado, é uma medida usada para estimar a quantidade média de determinado nutriente que é considerada adequada para atender às necessidades da maioria da população saudável. É uma referência utilizada em conjunto com outras medidas, como a Ingestão Adequada (IA), para avaliar a suficiência da ingestão dietética de nutrientes. A Dose Diária Recomendada representa a quantidade de um nutriente que se faz suficiente para suprir as demandas de quase toda a população saudável (97% a 98%). Trata-se de um conceito aplicado como meta de ingesta alimentar, e não como ponto de referência. O Nível Máximo de Ingestão Tolerável, como o próprio termo sugere, é o valor mais alto de um nutriente que pode ser consumido sem culminar com efeitos adversos à saúde. Ingestão Adequada (IA); Requisito Médio Estimado (RME); Dose Diária Recomendada (DDR); Nível Máximo de Ingestão Tolerável (NMIT). Para os macronutrientes, as DRIs apontam intervalos de distribuição aceitáveis de macronutrientes, sendo essas informações disponíveis no Quadro 8 a seguir. Quadro 8 – Intervalos de Distribuição Aceitáveis de Macronutrientes para Adultos, de Acordo com as DRIs Nutriente Porcentagem da ingestão energética diária >19 anos Proteína 10% a 35% Carboidrato 45% a 65% Gordura 20% a 35% Ômega 3 0,6% a 1,2% Ômega 6 5% a 10% Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, 2002; 2005 Vale salientarmos que os nutrientes expostos nas DRIs são apresentados de acordo com grupos etários, gênero e estado reprodutivo das mulheres. Os valores correspondentes às doses diárias recomendadas de vitaminas e minerais para adultos podem ser consultados no Quadro 9 a seguir. Quadro 9 – Doses Diárias Recomendadas de Vitaminas e Minerais para Adultos, de Acordo com as DRIs *Valores não representativos de mulheres gestantes ou lactantes. Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, 1997; 1998; 2000; 2005; 2011; 2019 #ParaTodosVerem: no quadro apresentado, é possível visualizar vitaminas subdivididas entre tipos (vitamina A, C, D, E, K, Tiamina, Riboflavina, Niacina, B6, Folato, B12, Ácido Pantotênico, Biotina e Colina) e suas quantidades diárias recomendadas para indivíduos do sexo masculino e feminino, nas faixas etárias de 19 a 30 anos, 31 a 50 anos, 51 a 70 anos e acima de 70 anos. Abaixo, o quadro apresenta dados acerca dos teores recomendados para minerais, sendo eles: Cálcio, Cromo, Cobre, Flúor, Iodo, Ferro, Magnésio, Manganês, Molibdênio, Fósforo, Selênio, Zinco, Potássio e Sódio, além de suas quantidades diárias recomendadas para indivíduos dos sexos masculino e feminino, nas faixas etárias de 19 a 30 anos, 31 a 50 anos, 51 a 70 anos e acima de 70 anos. No que tange às vitaminas, para indivíduos do sexo masculino, de 19 a 30 anos, as recomendações são de: Vitamina A (900 μg), Vitamina C (90 mg), Vitamina D (15 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (120 μg), Tiamina (1,2 mg), Riboflavina (1,3 mg), Niacina (16 mg), Vitamina B6 (1,3 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg), Colina (550 mg); 31 a 50 anos: Vitamina A (900 μg), Vitamina C (90 mg), Vitamina D (15 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (120 μg), Tiamina (1,2 mg), Riboflavina (1,3 mg), Niacina (16 mg), Vitamina B6 (1,3 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg), Colina (550 mg); 51 a 70 anos: Vitamina A (900 μg), Vitamina C (90 mg), Vitamina D (15 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (120 μg), Tiamina (1,2 mg), Riboflavina (1,3 mg), Niacina (16 mg), Vitamina B6 (1,7 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg) e Colina (550 mg); e acima de 70 anos: Vitamina A (900 μg), Vitamina C (90 mg), Vitamina D (20 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (120 μg), Tiamina (1,2 mg), Riboflavina (1,3 mg), Niacina (16 mg), Vitamina B6 (1,7 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg) e Colina (550 mg). Para o sexo feminino, de 19 a 30 anos, Vitamina A (700 μg), Vitamina C (75 mg), Vitamina D (15 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (90 μg), Tiamina (1,1 mg), Riboflavina (1,1 mg), Niacina (14 mg), Vitamina B6 (1,3 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg), Colina (425 mg); de 31 a 50 anos: Vitamina A (700 μg), Vitamina C (75 mg), Vitamina D (15 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (90 μg), Tiamina (1,1 mg), Riboflavina (1,1 mg), Niacina (14 mg), Vitamina B6 (1,3 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg), Colina (425 mg); 51 a 70 anos: Vitamina A (700 μg), Vitamina C (75 mg), Vitamina D (15 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (90 μg), Tiamina (1,1 mg), Riboflavina (1,1 mg), Niacina (14 mg), Vitamina B6 (1,5 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg), Colina (425 mg); e acima de 70 anos: Vitamina A (700 μg), Vitamina C (75 mg), Vitamina D (20 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (90 μg), Tiamina (1,1 mg), Riboflavina (1,1 mg), Niacina (14 mg), Vitamina B6 (1,5 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2.4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg), Colina (425 mg). No que tange aos minerais, para indivíduos do sexo masculino, de 19 a 30 anos: Cálcio (1.000 mg), Cromo (35 μg), Cobre (900 μg), Flúor (4 mg), Iodo (150 μg), Ferro (8 mg), Magnésio (400 mg), Manganês (2,3 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (11 mg), Potássio (3.400 mg), Sódio (1.500 mg); 31 a 50 anos: Cálcio (1.000 mg), Cromo (35 μg), Cobre (900 μg), Flúor (4 mg), Iodo (150 μg), Ferro (8 mg), Magnésio (420 mg), Manganês (2,3 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (11 mg), Potássio (3.400 mg), Sódio (1.500 mg); 51 a 70 anos: Cálcio (1.000 mg), Cromo (30 μg), Cobre (900 μg), Flúor (4 mg), Iodo (150 μg), Ferro (8 mg), Magnésio (420 mg), Manganês (2,3 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (11 mg), Potássio (3.400 mg), Sódio (1.500 mg); e acima de 70 anos: Cálcio (1.200 mg), Cromo (30 μg), Cobre (900 μg), Flúor (4 mg), Iodo (150 μg), Ferro (8 mg), Magnésio (420 mg), Manganês (2,3 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (11 mg), Potássio (3.400 mg), Sódio (1.500 mg). Para o sexo feminino, de 19 a 30 anos: Cálcio (1.000 mg), Cromo (25 μg), Cobre (900 μg), Flúor (3 mg), Iodo (150 μg), Ferro (18 mg), Magnésio (310 mg), Manganês (1,8 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (8 mg), Potássio (2.600 mg), Sódio (1.500 mg); 31 a 50 anos: Cálcio (1.000 mg), Cromo (25 μg), Cobre (900 μg), Flúor (3 mg), Iodo (150 μg), Ferro (18 mg), Magnésio (320 mg), Manganês (1,8 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (8 mg), Potássio (2.600 mg), Sódio (1.500 mg); 51 a 70 anos: Cálcio (1.200 mg), Cromo (20 μg), Cobre (900 μg), Flúor (3 mg), Iodo (150 μg), Ferro (8 mg), Magnésio (320 mg), Manganês (1,8 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (8 mg), Potássio (2.600 mg), Sódio (1.500 mg); e acima de 70 anos: Cálcio (1.200 mg), Cromo (20 μg), Cobre (900 μg), Flúor (3 mg), Iodo (150 μg), Ferro (8 mg), Magnésio (320 mg), Manganês (1,8 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (8 mg), Potássio (2.600 mg) e Sódio (1.500 mg). Fim da descrição. Vamos praticar? No tópico anterior, conhecemos o paciente JVD. Vamos relembrar o caso clínico: Paciente JVD, sexo masculino, 63 anos, negro, casado, aposentadohá cerca de 02 anos, trabalhava como marceneiro. Realizou atendimento nutricional ambulatorial no dia 06/05/2024, encaminhado pelo geriatra para reeducação alimentar. Relata antecedentes familiares, pai e mãe falecidos por cardiopatias, e irmã com hipercolesterolemia, nega história familiar de DM ou neoplasias. Nega antecedentes patológicos pessoais. Diz ser ex-tabagista (por 10 anos) e etilista. Reside com a esposa e 01 filha. Alega prática de atividade física diária (caminhada de 7 km ao dia). TGI normal. Antropometria No início da discussão acerca do caso, calculamos o valor energético total, considerando a avaliação antropométrica do paciente, utilizando três fórmulas. Para seguirmos com a discussão, vamos elencar uma delas para definirmos as necessidades em macronutrientes e micronutrientes do paciente. No caso atual, a estimativa adotada será a obtida a partir das Equações de Mi�in-St Jeor, retornando um valor energético total de 2224,4 kcal. De acordo as recomendações contidas nas DRIs, a distribuição entre macronutrientes deve ser procedida considerando as faixas a seguir: Peso atual: 65,9. Altura estimada: 1,68 m. IMC: 23,36 Kg/m2 (Eutrofia). Quadro 10 – Cálculo dos valores de macronutriente em percentual, calorias e gramas Macronutriente Percentual Valor em calorias Valor em gramas Proteína 10% 222,4 kcal ÷ 4* = 56,1 g Carboidrato 60% 1.334,64 kcal ÷ 4* = 333,7 g Gordura 30% 667,32 kcal ÷ 9* = 74,1 g Somatório 100% 2.224,4 kcal – Para os micronutrientes, vamos avaliar o sexo e a faixa etária do paciente. O enunciado da questão expõe que ele é do sexo masculino e tem 63 anos. Os dados obtidos após a análise das DRIs estão dispostos no Quadro 11 a seguir. Quadro 11 – Micronutrientes Específicos para Indivíduos do Sexo Masculino na Faixa Etária de 51 a 70 anos Proteína: 10 a 35%; Carboidrato: 45 a 65%; Gordura: 20 a 35%. Fonte: Adaptado de Institute of Medicine, 1997; 1998; 2000; 2005; 2011; 2019 #ParaTodosVerem: no quadro, é possível visualizar vitaminas subdivididas entre tipos (vitamina A, C, D, E, K, Tiamina, Riboflavina, Niacina, B6, Folato, B12, Ácido Pantotênico, Biotina e Colina) e suas quantidades diárias recomendadas para indivíduos do sexo masculino na faixa etária de 51 a 70 anos. Abaixo, o quadro apresenta dados acerca dos teores recomendados para minerais, sendo eles: Cálcio, Cromo, Cobre, Flúor, Iodo, Ferro, Magnésio, Manganês, Molibdênio, Fósforo, Selênio, Zinco, Potássio e Sódio, além de suas quantidades diárias recomendadas para indivíduos do sexo masculino na faixa etária de 51 a 70 anos. No que tange às vitaminas, para indivíduos do sexo masculino, de 51 a 70 anos: Vitamina A (900 μg), Vitamina C (90 mg), Vitamina D (15 μg), Vitamina E (15 mg), Vitamina K (120 μg), Tiamina (1,2 mg), Riboflavina (1,3 mg), Niacina (16 mg), Vitamina B6 (1,7 mg), Folato (400 μg), Vitamina B12 (2,4 μg), Ácido Pantotênico (5 mg), Biotina (30 μg) e Colina (550 mg). Quanto aos minerais, para indivíduos do sexo masculino, de 51 a 70 anos: Cálcio (1.000 mg), Cromo (30 μg), Cobre (900 μg), Flúor (4 mg), Iodo (150 μg), Ferro (8 mg), Magnésio (420 mg), Manganês (2,3 mg), Molibdênio (45 μg), Fósforo (700 mg), Selênio (55 μg), Zinco (11 mg), Potássio (3.400 mg) e Sódio (1.500 mg). Fim da descrição. A partir da definição desses dados, torna-se possível a construção de um planejamento alimentar pautado nas demandas nutricionais individuais do paciente, ou seja, na determinação das quantidades ideais de cada nutriente a serem incluídas na dieta de acordo com as necessidades específicas de cada pessoa. Para desenvolver um planejamento alimentar individualizado, é importante considerar fatores como idade, sexo, peso, altura, nível de atividade física, estado de saúde e metas pessoais, como perda de peso, ganho de massa muscular ou controle de condições médicas específicas, quando houver. Além disso, é fundamental considerar as preferências alimentares, as restrições dietéticas e a disponibilidade de alimentos ao desenvolver um plano alimentar. O objetivo é criar uma dieta equilibrada, variada e adequada às necessidades nutricionais individuais do paciente, promovendo, assim, a saúde e o bem-estar a longo prazo. Um planejamento alimentar personalizado não apenas atende às necessidades nutricionais do paciente, mas também pode ajudar a prevenir deficiências nutricionais, promover a manutenção de um peso saudável, melhorar o desempenho atlético e controlar condições médicas como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Esses tópicos serão abordados com maior amplitude na quarta unidade. Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Vídeos Como Avaliar o Metabolismo (Calorimetria Indireta)? O vídeo a seguir aborda a calorimetria indireta do ponto de vista da funcionalidade do procedimento, bem como o passo a passo de sua realização. Página 2 de 3 📄 Material Complementar DRIs - Ingestão Diária Recomendada | Recomendações Nutricionais e Valores No vídeo a seguir, é possível acompanhar, esquematicamente, como é realizada a utilização das DRIs (Ingestão Dietética Recomendada). Como avaliar o metabolismo (calorimetria indireta)?Como avaliar o metabolismo (calorimetria indireta)? https://www.youtube.com/watch?v=UVRUFmrKEBc Leitura As Necessidades Energéticas Basais Medidas por Calorimetria Indireta Versus Equações Preditivas. A Avaliação da População Portuguesa Justifica-se? O artigo a seguir discute o comparativo dos valores de necessidades energéticas basais estimadas em relação aos obtidos a partir da calorimetria indireta. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE DRIs - Ingestão Diária Recomendada | Recomendações NutricionaDRIs - Ingestão Diária Recomendada | Recomendações Nutriciona…… https://actaportuguesadenutricao.pt/wp-content/uploads/2023/06/13_AR.pdf https://www.youtube.com/watch?v=-8-Ok-c35fA Ingestão de Energia e Nutrientes Segundo Consumo de Alimentos Fora do Lar na Região Nordeste: uma Análise do Inquérito Nacional de Alimentação 2008- 2009 O artigo apresenta uma discussão com base nos dados do Inquérito Nacional de Alimentação, de 2008/2009, com olhar voltado ao consumo de alimentos fora de casa. Clique no botão para conferir o conteúdo. ACESSE https://www.scielo.br/j/rbepid/a/vSR6kXmLFs76KhNtGbgkkQN/?lang=pt&format=pdf FRANKENFIELD, D. C., et al. Validation of several established equations for resting metabolic rate in obese and nonobese people. Journal of the American Dietetic Association, v. 103, n. 9, p. 1152-1159, 2003. GASPAR, A. Física, 1. ed. São Paulo: Ática, 2003. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for calcium, phosphorus, magnesium, vitamin D, and fluoride. Washington (DC): National Academy Press, 1997. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes: a risk assessment model for establishing upper intake levels for nutrients. Washington (DC): National Academy Press, 1998a. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for thiamin, riboflavin, niacin, vitamin B6, folate, vitamin B12, pantothenic acid, biotin, and choline. Washington (DC): National Academy Press, 1998b. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for vitamin C, vitamin E, selenium, and carotenoids. Washington (DC): National Academy Press, 2000. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for Vitamin A, Vitamin K, Arsenic, Boron, Chromium, Copper, Iodine, Iron, Manganese, Molybdenum, Nickel, Silicon, Vanadium, and Zinc. Washington (DC): National Academy Press, 2001. Página 3 de 3 📄 Referências INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium, copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and zinc. Washington (DC): National Academy Press, 2002. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes: applications in dietary planning. Washington (DC): National Academy Press, 2003. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for water, potassium,sodium, chloride, and sulfate. Washington (DC): National Academy Press, 2004. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for energy, carbohydrate, fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Washington (DC): National Academy Press, 2005. INSTITUTE OF MEDICINE. Dietary reference intakes for calcium and vitamin D from the Institute of Medicine: what clinicians need to know. Washington (DC): National Academy Press, 2011. ______. Dietary reference intakes for Sodium and Potassium. Washington (DC): National Academy Press, 2019. ______. Dietary reference intakes for energy. Washington, DC: The National Academies Press, 2023. LEHNINGER, A. L.; NELSON, D. L.; COX, M. M. Lehninger Principles of Biochemistry. 6th ed. New York: Freeman, W. H. & Company, 2013. 1340 p. MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. L. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2022. 1228 p. RIBEIRO, E. P. Química de alimentos. 2. ed. São Paulo: Blucher, 2007. (e-book)