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Aula 10 SIA - Civil II - 2013

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Curso de Direito Civil II 
Prof. Ciro Ferreira dos Santos
Aula 10 – MODALIDADES DE PAGAMENTO
Pagamento em Consignação
Conceito
Pressupostos
Modalidades: depósito bancário e depósito judicial
Efeitos jurídicos
Pagamento com Sub-Rogação
Conceito
Pressupostos
Modalidades: sub-rogação legal e sub-rogação convencional
Efeitos jurídicos
Dação em Pagamento
Conceito
Pressupostos
Efeitos jurídicos
Remissão
Conceito
Pressupostos
Espécies
Efeitos jurídicos
PAGAMENTO EM CONSIGNAÇÃO (arts. 334 a 345, CC)
Ensina Paulo Nader (2010, p. 295) que a expressão “consignare” (“cum” e “signare”?) foi primeiramente utilizada para designar o ato de depositar. Mas Papiniano usou o vocábulo “obsignatio”, do verbo “?obsignare”, pôr seu selo em, no sentido de depositar uma importância em dinheiro. O vocábulo consignação encerra a lembrança da antiga prática de se colocar a “res debita” em um saco amarrado e lacrado com sinete?.
O Direito Romano clássico não reconhecia essa modalidade de pagamento e, a essa época, frustrada a tentativa de pagamento, poderia o devedor realizar o depósito “in publico”, também conhecido como uma forma de oferta real que não liberava o devedor, fazendo apenas cessar os efeitos da mora. Foi com Justiniano que o depósito passou a ser utilizado como forma de pagamento e consequente liberação do devedor.
Atualmente, no Direito brasileiro, o pagamento em consignação é tido como meio indireto de cumprimento da obrigação, sendo um instituto uno que se forma a partir de regras de Direito material e de Direito processual conforme se depreende dos arts. 334 a 345, CC. Nesse sentido, afirma Washington de Barros Monteiro (p. 269) que “a consignação é simultaneamente instituto de direito civil e de processo. A substância e os seus efeitos são de direito privado, mas a forma constitui matéria de direito adjetivo”
Paulo Nader (2010, p. 296) define o pagamento em consignação como ?ato jurídico pelo qual o devedor, diante da impossibilidade de pagar ao credor, libera-se da obrigação, depositando a “res debita”, que pode consistir em dinheiro, coisas móveis e imóveis. Via de regra o obstáculo que se antepõe ao devedor é a recusa do credor. Esta pode ser justa ou não. Apenas a segunda confere a procedência ao pleito judicial?.
Quando se fala em consignação é comum se mencionar que o devedor não tem apenas o dever de realizar o pagamento, mas também o direito. Sobre essa assertiva, esclarece Inácio de Carvalho Neto (2009, p. 211-212) que na verdade, entretanto, se o devedor tivesse o direito de pagar não se compreenderia o direito de remissão que a lei concede ao credor, e haveria que se reconhecer, além disso, ao devedor, o direito de se indenizar os danos sofridos com o não-cumprimento, no momento em que ele queria e podia cumprir.
Tal direito de indenização a lei não lhe reconhece. Se, porém, o credor não quiser remitir a dívida, não pode contestar-se ao devedor o legítimo interesse de se desonerar mediante a consignação, desde que o credor não queira ou não possa prestar a cooperação necessária ao cumprimento. [...]. E é precisamente para acudir a situações desta natureza, satisfazendo o legítimo interesse do credor em se liberar do vínculo obrigacional, apesar da falta de cooperação do credor, que a lei permite o pagamento em consignação, como lhe chama o Código Civil, ou a consignação em pagamento, como diz o Código de Processo Civil (arts. 890 e ss.).
O pagamento em consignação deve ser considerado meio excepcional de cumprimento da obrigação e pode ser realizado nas hipóteses enumeradas no art. 335, CC: dificuldade ou resistência (expressa ou tácita) injusta do credor (inc. I); omissão do credor em dívida “quérable” (inc. II); incapacidade do credor para receber, não possuindo representante legal (inc. III); credor desconhecido (ex.: títulos ao portador) ou ausente; residência do credor em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil quando se tratar de dívida portável; dúvida sobre a identidade do credor (inc. IV); litígio sobre o crédito da obrigação (trata-se de litígio sobre a ?res debita?) (inc. V). Saliente-se, no entanto, que não cabe consignação em face de credor incapaz ou antes do vencimento da dívida.
O pagamento em consignação constitui caracterização da mora “accipiendi” e pode ocorrer em duas modalidades:
a) Depósito bancário o art. 334, CC, autoriza que o devedor ou terceiro realizem o depósito em estabelecimento bancário oficial. 
Bancos oficiais são os bancos múltiplos com carteira comercial e os bancos comerciais federais e estaduais e a Caixa Econômica Federal, conforme Resolução n. 2.814/01, BACEN.
Nas localidades onde não houver estabelecimento oficial o depósito pode ser realizado em instituições bancárias privadas.
O depósito deve ser realizado na localidade designada como lugar do pagamento (art. 337, CC).
Por meio de carta com aviso de recebimento a instituição bancária cientificará o credor, concedendo-lhe dez dias para a declaração de recusa. Não se manifestando, presume-se que aceitou. Recusando o depósito o consignante deverá propor a respectiva ação no prazo de trinta dias, instruindo-a com o comprovante do depósito e com a recusa do credor. Caso a ação não seja proposta, o depósito fica sem efeito e o consignante poderá levantá-lo.
b) Depósito judicial o art. 334, CC, também autoriza o depósito judicial que se fará por meio da ação de consignação que deve ser ajuizada no lugar do pagamento.
A ação de consignação em pagamento tem natureza declaratória.
Se não houve depósito bancário prévio, o consignante deverá depositar o objeto do pagamento no prazo de cinco dias contados do deferimento.
Sendo o objeto da obrigação composto por prestações periódicas, devem ser elas depositadas a medida que forem se vencendo.
A mora do devedor por si não impede a consignação se isso ainda não provocou consequências irreversíveis e o pagamento ainda é útil ao credor.
A doutrina tem entendido possível a consignação de dívidas ilíquidas uma vez que o ?quantum? pode ser discutido nas fases postulatória e probatória.
Tratando-se de coisa incerta, sendo do credor a escolha, antes de proceder o depósito o devedor deve dar oportunidade para o credor realizar a concentração (art. 342, CC).
A certidão passada pela Secretaria do juízo em caso de procedência da ação constitui documento de quitação da dívida.
O devedor poderá fazer o levantamento do depósito realizado se a ação for julgada improcedente ou se o credor não declarar que a aceita ou não contestar o pedido (art. 338, CC), caracterizando desistência da ação.
Após a aceitação ou contestação do pedido o devedor só poderá fazer o levantamento com anuência expressa do credor (art. 340, CC), o que configuraria novação.
Os credores do credor só poderão realizar o levantamento do depósito se tiverem expressa autorização deste.
São efeitos jurídicos do pagamento em consignação:
a) O depósito por si não constitui pagamento, nem tem efeito de liberar o devedor e extinguir a obrigação.
b) O depósito não provoca a transferência de domínio. Esta apenas ocorrerá quando o credor fizer o seu levantamento ou houver trânsito em julgado da procedência da ação de consignação.
c) Com o depósito cessam as garantias pessoais e reais (art. 337, CC) que só subsistirão no caso de improcedência da ação de consignação.
Para que a consignação tenha força de pagamento é preciso que seja realizada observando as pessoas, o objeto, o modo e o tempo ajustados para o pagamento da obrigação (art. 336, CC).
PAGAMENTO EM SUB-ROGAÇÃO (arts. 346 a 351, CC)
O instituto da sub-rogação (“subrogatio”) não é de origem romana, mas contribuíram para sua formação a “beneficium cedendarum actionum” e a “sucessio in locum”. A fusão destes institutos ocorreu apenas no Direito Canônico que nominou o resultado de sub-rogação (legal). Foi o Código Napoleônico a primeira legislação a fazer referência ao instituto, tendo o seu ingresso na legislação brasileira ocorrido de forma progressiva.Ensinam Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2008, p. 322-323) que ?temos o fenômeno da sub-rogação quando na relação jurídica se verifica a substituição de uma pessoa por outra, ou de um objeto por outro. Portanto, o verbo sub-rogar sempre exalta a ideia de substituir, modificar. [...]. A função primordial da sub-rogação é de índole substitutiva, pelo fato de conceder a um terceiro a possibilidade de substituir o credor, podendo ser ressarcido pelo devedor em momento ulterior. Secundariamente, há uma função de garantia, eis que o credor terá a segurança de recebimento do pagamento?.
A sub-rogação aproxima-se da cessão de crédito, mas não se confundem. Na sub-rogação a transmissão da titularidade se opera sempre onerosamente, enquanto na cessão pode ocorrer também de forma gratuita. A sub-rogação se funda no pagamento; a cessão em declaração de vontade. O cessionário de crédito não possui ação pessoal contra o devedor, mas apenas aquelas que lhe foram transmitidas pelo cedente. O sub-rogado possui sempre ação pessoal para recorrer contra o devedor. A cessão pressupõe a prática de um ato negocial; a sub-rogação se opera como efeito do pagamento. Na sub-rogação, portanto, há uma combinação de regras de cessão de crédito e de pagamento.
A sub-rogação é uma exceção à regra de que o pagamento extingue a obrigação. No caso da sub-rogação o pagamento apenas promove uma alteração na obrigação, sendo, portanto, forma de pagamento indireto.
Espécies de sub-rogação:
a) Sub-rogação pessoal ou subjetiva: consiste na substituição do credor por terceiro que efetua o pagamento ou empresta o necessário ao adimplemento, assumindo os direitos de titular da relação obrigacional (Paulo Nader, p. 371). É essencial para sua caracterização a continuidade da obrigação.
b) Sub-rogação real ou objetiva: ocorre pela substituição de uma coisa por outra na relação obrigacional. O art. 1.911, CC, prevê duas subespécies de sub-rogação real.
Sub-rogação judiciária: ocorre quando algum credor, na tutela indireta de seus interesses, substitui o devedor, que se revela negligente no exercício de seus direitos e ações.
c) Sub-rogação legal: ocorre automaticamente quando verificadas as hipóteses do art. 346, CC (taxativo). Assim, são hipóteses de sub-rogação legal: a) credor que paga a dívida de devedor comum; adquirente de imóvel hipotecado; pagamento por terceiro a fim de conservar direito sobre o imóvel; terceiro interessado em dívida pela qual era ou podia ser obrigado. Também são hipóteses legais de sub-rogação: art. 1.407, CC; art. 12, Lei de Locações; art. 130, CTN. À sub-rogação legal subordina seus efeitos aos preceitos da cessão de crédito, salvo disposições incompatíveis (art. 348, CC).
d) Sub-rogação convencional: decorre de acordo expresso de vontade entre terceiro não interessado e credor ou entre terceiro e devedor (art. 347, CC), mas a avença só produzirá efeitos perante terceiros com o registro do contrato no Cartório de Títulos e Documentos (art. 129, Lei de Registros Públicos)[8].
São pressupostos da sub-rogação:
a) Existência do vínculo obrigacional.
b) “Res debita” representada por obrigação de dar ou de fazer fungível.
c) Pagamento por iniciativa de terceiro.
d) Substituição do credor primitivo pelo terceiro.
A lei não exige forma especial. No entanto, tratando-se de sub-rogação convencional a doutrina manifesta-se pela necessidade de se impor forma solene.
São efeitos da sub-rogação:
A sub-rogação constitui efeito do pagamento seu principal efeito consiste na substituição do credor primitivo pelo terceiro que efetuou o pagamento.
Se o pagamento for parcial, a sub-rogação também será parcial. Neste caso, o credor originário deverá ter preferência sobre o sub-rogado (art. 351, CC).
A sub-rogação pessoal também tem como efeito a continuidade da relação obrigacional. Altera-se apenas o credor originário. 
A sub-rogação pessoal tem efeito liberatório porque exonera o devedor em face do credor originário; e translativo quando permite a transmissão de atos com seus acessórios (art. 349, CC).
Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até a soma que tiver desembolsado (art. 350, CC).
Sendo a sub-rogação convencional, deverão lhe ser aplicadas as regras da cessão de crédito.
O devedor poderá opor ao sub-rogado as defesas que possuía em face do credor originário.
A sub-rogação legitima o sub-rogado a promover a execução ou a continuá-la.
DAÇÃO EM PAGAMENTO (arts. 356 a 359, CC)
Dação, do latim, “datio” / “dationis” significa entrega. A dação em pagamento como meio indireto de pagamento já era prevista no Direito Romano (“datio in solutium”). Conceitua Paula Nader (2010, p. 351) ?é negócio jurídico bilateral [e liberatório] pelo qual o “debitor” cumpre a obrigação com prestação diversa da devida originalmente. O adimplemento se faz com objeto diferente do estabelecido no ato negocial, mas com a concordância do “creditor”. Trata-se, desta forma, de exceção à regra geral de pagamento prevista no art. 313, CC, configurando-se negócio jurídico bilateral e oneroso de alienação.
São pressupostos da dação em pagamento:
a) Existência de vínculo obrigacional.
b) Cumprimento da obrigação. Não basta acordo visando a troca da coisa devida, é necessário que haja “animus solvendi”.
c) O ato tem caráter translatício, conforme a natureza dos bens dados em substituição (art. 307, CC) e, portanto, exige capacidade para entrega e capacidade para aceitação.
d) Diversidade da prestação oferecida. Pressupõe a disponibilidade da coisa.
e) Consentimento do credor (exige capacidade para anuir).
Não há possibilidade de realizar ação judicial para obrigar o credor a receber coisa diversa.
O consentimento pode ser expresso ou tácito. 
A dação pode ser realizada em obrigações em que há solidariedade passiva, sem a necessidade do consentimento de todos os devedores. No entanto, havendo solidariedade ativa, entende-se ser necessário o consentimento de todos os credores.
Veda-se a dação em pagamento:
a) No caso de venda de ascendente a descendente sem a concordância dos demais descendentes (art. 496, CC).
b) Quando não se fizer reserva de bens ou renda necessária à subsistência (art. 548, CC).
c) Em vendas decorrentes de autorização judicial, salvo anuência expressa.
Efeitos da dação em pagamento:
a) Admite-se qualquer tipo de substituição da ?res debita? (art. 356, CC).
b) Se a dação constituir em pagamento com bem móvel ou imóvel, a fixação de seu preço deverá obedecer as regras da compra e venda (art. 357, CC).
c) Se a dação se dá por substituição da coisa por título de crédito, aplicar-se-ão as regras das cessões de crédito (art. 358, CC).
d) Aplicam-se à dação as regras da evicção (art. 359, CC).
e) A dação em pagamento também impõe ao devedor a responsabilidade pelos vícios redibitórios (art. 441, CC).
REMISSÃO (arts. 385 a 388, CC)
Já era instituto conhecido no Direito Romano que previa duas espécies de remissão: “acceptilatio” e “pactum de non petendo”. Conceitua Paulo Nader (2010, p. 417) dá-se a remissão da dívida quando o titular do crédito, sem prejuízo de terceiro, espontaneamente libera o devedor da obrigação, sem pagamento, e este a aceita. Na linguagem comum, é ato de renúncia; sob o aspecto jurídico, o ato de remitir não se confunde com o de renunciar, pois enquanto aquele é negócio jurídico bilateral, este é unilateral. 
A remissão, portanto, é declaração receptícia de vontade.
Diferencia-se dos demais modos indiretos de pagamento porque o dever de prestar a cargo do devedor, extingue-se, sem que o direito de crédito chegue a funcionar e sem que haja, por conseguinte, uma qualquer satisfação, nem sequer potencial ou indireta, do interesse do credor. 
Na remissão o direito de crédito extingue-se, sem chegar a ser exercido, porque o credor assim o quer, abdicando voluntariamente dele (Inácio de Carvalho Neto, 2010, p. 343).
São pressupostos da remissão (art. 386, CC):
a) Intenção de perdoar.b) Capacidade para o ato (deve ser aferida no momento que se efetivou) e livre disposição dos bens (legitimação).
c) Aceitação do devedor (pode ser expressa ou tácita).
d) Não prejuízo de terceiro.
e) Forma livre (arts. 386 e 387, CC).
f) A remissão pode estar sujeita a termo ou a condição.
g) Pode abranger dívidas futuras, uma vez que irrelevante o vencimento da dívida.
h) Pode ter origem em ato ?inter vivos? ou ?causa mortis?.
Espécies de remissão:
a) Total: alcança a integralidade da prestação.
b) Parcial: alcança parte da prestação (percentagem, juros, ...).
c) Expressa: decorre de declaração de vontade expressa do credor e aceitação do devedor.
d) Tácita: ocorre quando a dívida é representada por instrumento particular e o credor o entrega voluntariamente ao devedor, criando uma presunção de pagamento (art. 324, CC) e provando a desoneração do devedor (art. 386, CC).
Efeitos da remissão:
Os efeitos da remissão se operam a partir do momento em que o devedor aceita a liberalidade.
Estando a dívida garantida por bem penhorado, a entrega deste bem ao seu dono representa apenas remissão quanto à garantia e não quanto à dívida (art. 387, CC).
Se o credor libera da obrigação um dos co-devedores os demais continuam coobrigados, descontada a quota remitida (arts. 277 e 388, CC).
A remissão é um ato de disposição meramente abdicativo.
Caso Concreto 1
(CESPE Juiz do Trabalho TRF - 5ª Região/2010) A mitigação do pacta sunt servanda pelo novo Código Civil permite que o juiz imponha ao credor a dação em pagamento, conforme as circunstâncias do caso concreto.
Gabarito: 
Errado. A dação em pagamento sempre decorre da vontade das partes, não podendo ser imposta pelo juiz (art. 356, CC).
Caso Concreto 2
Lucas e Luciano são irmãos. Lucas passa por sérios problemas financeiros. Visando ajudá-lo Luciano empresta-lhe em contrato de mútuo gratuito o equivalente a R$ 40.000,00 a serem pagos no prazo de um ano. Na data do vencimento, Lucas entrega ao irmão a quantia de R$ 10.000,00 (dez mil reais) e recebe quitação dívida no valor de quarenta mil reais. Lucas fica com dúvida se seu irmão errou no preenchimento do recebo e se ainda deve alguma coisa, por isso, procura-lhe para orientá-lo. Que modalidade(s) de pagamento(s) pode(m) ser identificada(s) nesta hipótese? Justifique sua resposta indicando se Lucas obteve ou não quitação da dívida.
Gabarito: 
Aparentemente não há erro no preenchimento da quitação. Pode-se notar o pagamento parcial com relação aos dez mil reais e remissão (também parcial) com relação ao restante da dívida (arts. 385 e 386, CC).
Questão Objetiva 1
(CESPE 2010 OAB Unificado) Assinale a opção correta de acordo com o Código Civil brasileiro.
a) A sub-rogação objetiva ou real ocorre pela substituição de uma das partes, sem a extinção do vínculo obrigacional.
b) Caso o sub-rogado não consiga receber a importância devida, ele poderá cobrá-la do credor original.
c) Aplica-se à dação em pagamento o regime jurídico dos vícios redibitórios.
d) Opera-se novação quando o devedor oferece nova garantia ao credor.
Gabarito: Letra “C” conforme art. 359, CC. A letra A se refere à sub-rogação subjetiva e não objetiva. A letra B está errada conforme arts. 349 e 351, CC. A letra D está errada conforme art. 361, CC.
Questão Objetiva 2
(FUMARC BDMG 2011) A consignação em pagamento tem lugar se: 
I. o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma; 
II. o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III. o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV. ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V. pender litígio sobre o objeto do pagamento;
Baseando-se nas assertivas acima, é CORRETO afirmar:
a) As assertivas I, III, IV e V estão corretas e a assertiva II está errada.
b) As assertivas III, IV e V estão corretas e as assertivas I e II estão erradas.
c) Apenas a assertiva I está incorreta.
d) Todas as assertivas estão corretas.
Gabarito: Letra “D” conforme art. 335, CC.
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