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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3
Cadernos PDE
I
Concepções Pedagógicas da Educação Brasileira e a Concepção do Projeto 
Político Pedagógico do Colégio Estadual Professores Edvaldo e Maria Janete 
Carneiro – Ensino Médio 
 
Jurema Aparecida Gonçalves Paulowski1 
 Isabel Cristina Neves2 
RESUMO 
Este artigo tem como objetivo apresentar a discussão sobre a importância do conhecimento das 
concepções pedagógicas da educação brasileira e a concepção da Diretriz curricular do estado do 
Paraná para confrontar com a concepção do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual 
Professores Edvaldo e Maria Janete Carneiro – Ensino Médio, município de Turvo, produzido como 
atividade conclusiva do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional. A proposta culminou em 
um curso de extensão com oito encontros onde se utilizou do caderno pedagógico com cinco 
unidades didáticas que propôs atividades com questões norteadoras partindo da leitura de textos, 
reportagens, vídeos disponíveis através de links ou dowloads e duas palestras ministrada por 
professor da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. Levou os participantes a uma 
reflexão sobre como as teorias da educação interferem e/ou direcionam a prática pedagógica. Foi 
importante buscar processos de formação que promovam a articulação entre as proposições teóricas 
e a prática escolar através de uma abordagem dialética. 
 
Palavras-chave: Concepções; Método; Avaliação; Ensino; Aprendizagem. 
 
INTRODUÇÃO 
A educação no Brasil está longe de alcançar os padrões de qualidade, apesar 
dos muitos esforços que se tem feito. Em 1996 a LDB aumentou de 180 para 200 os 
dias letivos, porém ao consultar os dados no INEP, nota-se que o aumento dos dias 
letivos, não influenciou a aprendizagem dos que frequentam os bancos escolares, 
apesar de terem se passado 18 anos. 
Houve avanços significativos quanto ao acesso à escola, porém não se 
alcançou os parâmetros que se definiu como sendo o ideal. Houve aumento no 
acesso, porém, baixou a qualidade do ensino, fator que mais preocupa tanto os 
órgãos governamentais quanto a sociedade em geral. 
 
1
 Professora PDE. Pedagoga da Rede Estadual da Educação Básica no Estado do 
Paraná. Especializada em Supervisão, Administração e Orientação Educacional, 
Psicopedagogia Clínica e Institucional e Neuropedagogia na Educação. 
2
 Professora Orientadora da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. 
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. 
Quanto à formação dos profissionais da educação houve um grande avanço, 
porém, quanto ao rendimento dos alunos na aprendizagem, pouco se avançou. 
Muitas crianças e jovens chegam à escola e à universidade sem ter clareza do que 
pretendem. Não veem sentido no que estão aprendendo. Estão matriculados, mas 
não se interessam em aprender o que lhes é ensinado. O professor tem aí um papel 
fundamental porque é ele que constrói sentido, transforma o obrigatório em 
prazeroso, seleciona de forma crítica o que se deve aprender. 
O baixo rendimento de quem conclui o ensino médio e até cursos superiores, 
preocupa os responsáveis pela educação no Brasil e também a sociedade em geral 
porque está refletindo na baixa qualidade no campo profissional, pelo despreparo 
dos que estão ingressando na carreira profissional das mais diversas áreas. O 
campo de trabalho aumentou, porém, faltam profissionais preparados para suprir a 
demanda. Nesta direção, Castro, (2011) diz que: “[...] a realidade atual do mercado 
de trabalho é uma só: empregos existem e pessoas interessadas também, o que 
falta são trabalhadores qualificados que se encaixem nas exigências das empresas”. 
Embora tenha aumentado significativamente o número daqueles que 
concluem um curso universitário, aumentou também o despreparo dos mesmos 
quando inicialmente assumem funções na área que se formam, e que deveriam 
estar muito bem preparados. O fato é que nos bancos escolares tem se facilitado 
muito para que todos possam concluir pelo menos o ensino médio e todos 
concluem, embora com rendimento baixo e mediano. Assim, saem do ensino médio, 
despreparados para o ensino superior, e muitos concluem o ensino superior sem o 
devido preparo profissional cobrado pela sociedade atual que exige cada vez, maior 
e melhor qualificação. 
Assim como no âmbito econômico, a educação passa por parâmetros de 
medida da sua qualidade como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – 
IDEB, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB e dos índices 
de aprovação, evasão e repetência, obtidas pelo Censo Escolar. 
Os resultados dessas avaliações oscilam entre baixo e bom, sem demonstrar 
verdadeiro aumento na melhoria da qualidade da Educação, como por exemplo, o 
estado do Paraná que já atingiu o melhor índice entre os estados brasileiros, mas 
não conseguiu se consagrar como melhor na educação, embora tenha atingido a 
meta nos anos de 2007, 2009 e 2011. Em 2013 baixou 3 pontos como mostra a 
tabela abaixo: 
ESTADO DO PARANÁ - ENSINO MÉDIO 
 
2005 2007 2009 2011 2013 
3.3 3.7 3.9 3.7 3.4 
 *O estado do Paraná em 2013 não atingiu a meta que seria 3.9. 
 
MÉDIAS EM NÍVEL DE BRASIL - ENSINO MÉDIO NA REDE ESTADUAL: 
 
2005 2007 2009 2011 2013 
3.0 3.2 3.4 3.4 3.4 
 * Em 2013 não atingiu a meta que seria 3.6 
 
 Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP 
2013. 
 Obs: Os resultados marcados em verde referem-se ao IDEB que atingiu a 
meta. 
Diante disso, os parâmetros que medem a educação no Brasil não 
demonstram o real avanço na melhoria da qualidade porque, se assim fosse, esses 
avanços seriam gradativos e sucessivos de forma crescente, sem os eventuais 
retrocessos. 
Isso tem contribuído para o aumento da preocupação dos profissionais da 
educação, principalmente direção, equipe pedagógica e os professores que atuam 
diretamente com os estudantes porque, apesar de que os índices insatisfatórios 
consideram fatores como o contexto social, condições físicas e materiais da escola, 
é sobre o processo de ensino e aprendizagem que recai o peso maior. À escola 
resta se adequar e implementar práticas pedagógicas que assegurem a 
contemplação de tais demandas pois ficam sempre a cargo dos profissionais da 
educação que trabalham diretamente com os estudantes, os esforços na busca de 
um ensino de qualidade para que os alunos sejam bem sucedidos. Devido a isso 
muitos professores têm se frustrado ficando doentes porque muitas vezes se sentem 
sozinhos e desamparados nessa luta constante pela melhoria da qualidade na 
educação. 
A educação não terá qualidade se não proporcionar mudança de vida do 
professor, do aluno e de toda a comunidade porque qualidade tem a ver com a 
melhoria de vida como um todo, de todas as pessoas, a partir da comunidade 
escolar. O tema qualidade na educação está sendo debatido não só no Brasil, mas 
também em outros países. Isso vem acontecendo porque a educação está passando 
por transformações e porque seus objetivos não estão sendo alcançados. 
Na busca pela resolução destas questões, entram as concepções 
pedagógicas, principalmente a concepção do contexto atual que é a que deve 
embasar o Projeto Pedagógico da Escola. É esta concepção que propõe o como 
ensinar, aprender e avaliar. 
A educação dos sujeitos é totalmente determinada pelo meio social em que 
ele cresce e se desenvolve, mas de forma indireta, através de sua ideologia, pelos 
estímulos sociais estabelecidos no processo de desenvolvimento histórico 
consolidados pelos gostos estéticos, normas jurídicas, regras morais, sociais e 
culturais. De acordo com Paulo Freire: 
O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda e que não 
se esforça para estar à altura de sua tarefa não tem força moralpara 
coordenar as atividades de sua classe. Isto não significa, porém, que a 
opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam 
determinadas por sua competência científica. Há professores e professoras 
cientificamente preparados, mas autoritários a toda a prova. O que quero 
dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do 
professor (FREIRE, 1996, p.36). 
 
Quais seriam, então, as competências necessárias aos professores? 
Conhecimento? Liberdade? Projeto/Política? Formação e Amor? Na educação 
enquanto visão dialética se tornou clássica a afirmação de Paulo Freire: “Ninguém 
educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se 
educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. (FREIRE, 1981b, p. 79) 
O professor precisa ser curioso, dar sentido ao que faz e novos sentidos ao 
que fazem os seus alunos. Precisa deixar de ser um lecionador e ser um 
organizador do conhecimento e da aprendizagem. É um aprendiz permanente, um 
cooperador, um construtor de sentidos e um organizador da aprendizagem. Ao 
professor habilidoso também é necessário que se pergunte e saiba: o quê, o porquê, 
como, quando, onde, com quem e para quê está ensinando e aprendendo. 
Partindo desta concepção, desenvolve-se toda a crítica à educação bancária, 
superada através do diálogo, da problematização, da curiosidade epistemológica, da 
participação ativa do educando, da valorização do seu saber e da sua cultura. 
Esta reflexão é essencial para demonstrar aos educadores que o referencial 
teórico tem implicações em sua prática pedagógica e principalmente na concepção 
de homem que este pretende formar. É importante também para uma clareza 
epistemológica e metodológica que permitam debates críticos e profundos sobre o 
resultado do trabalho desenvolvido em sala de aula. 
 
As Principais Tendências Pedagógicas na prática escolar brasileira 
 
As tendências pedagógicas definem o papel do homem e da educação na 
escola, na sociedade e no mundo, repercutindo na prática docente em sala de aula 
pelos elementos que envolvem o ato de ensinar e de aprender. As tendências saem 
de movimentos sociais e filosóficos. Graças aos movimentos sociais e filosóficos, as 
tendências pedagógicas brasileiras foram influenciadas pelo momento cultural e 
político da sociedade e formaram a prática pedagógica do país. 
A ação do professor é sempre intencional e por isso estudar as principais 
tendências brasileiras, é necessário para fazer relação entre a teoria e prática, 
fundamental na pedagogia. Para um bom fazer pedagógico, é necessária a vivência 
das propostas pedagógicas. Existe a racionalidade técnica e a racionalidade prática. 
Na racionalidade técnica o professor reproduz modelo e na racionalidade prática o 
professor produz teoria, reflete sobre sua prática e realiza pesquisa, assim como 
incentiva o aluno à pesquisa. 
As diferentes tendências pedagógicas se refletem no ecletismo do ensino 
atual. São ideias organizadas que subsidiam e justificam a prática educativa. O 
estudo das diferentes linhas pedagógicas do ensino brasileiro fornecem diretrizes à 
ação docente, embora cada professor dê sentido individual sobre elas. São 
processos de discussão permanente entre teoria e prática a fim de construir um 
comportamento coerente na prática pedagógica. 
A autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, 
assegurada pela LDB 9394/96, exigem uma atualização constante do professor e 
através da reflexão dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de 
aprendizagem, o professor terá condições de avaliar e definir os fundamentos 
teóricos empregados na sua prática em sala de aula. 
De acordo com Libâneo: 
A pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação como 
processo social, no seio de uma determinada sociedade, bem como as 
metodologias apropriadas para a formação dos indivíduos, tendo em vista o 
seu desenvolvimento humano para tarefas na vida em sociedade 
(LIBÂNEO, 1994, p. 52). 
 
As principais tendências pedagógicas efetivadas na educação brasileira se 
dividem em duas linhas de pensamento pedagógico: As Tendências Liberais e as 
Tendências Progressistas. 
 
Tendências Pedagógicas Liberais: Principais características 
 
 As Tendências Liberais não tem a ver com algo livre, mas com a estimulação 
da sociedade capitalista e de classes. Prega que o aluno é preparado para viver na 
sociedade de acordo com suas aptidões, e com as normas desse tipo de sociedade, 
numa cultura individual. 
 Neste sentido a reflexão de Libâneo é que: 
[...] a pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função 
preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo 
com aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se 
aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do 
desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto 
cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, 
embora a escola passe a difundir a ideia de igualdade de oportunidades, 
não leva em conta a desigualdade de condições. (LIBÂNEO, 1990, p. 14) 
 
 As principais características das tendências liberais são: Justificam o sistema 
capitalista; dão ênfase na liberdade e nos direitos e interesses individualistas na 
sociedade. O conhecimento é repassado pronto e acabado onde se faz a 
reprodução de modelos, certa supremacia de autoridade e se perpetua a sociedade 
capitalista. 
 A forma de organização social é baseada na propriedade privada dos meios 
de produção e teoria não crítica. Por sua vez, a escola é mera reprodutora dos 
conhecimentos acadêmicos e totalmente desvinculada da parte política, sem dar 
importância à contextualização com a sociedade. O período de maior predominância 
das tendências liberais foi de 1549 a 1985. 
 
Tendências Pedagógicas Progressistas: Principais características 
 
 Sustentam as finalidades sociopolíticas da educação e partem de uma análise 
crítica das realidades sociais. Não condizem com as ideias implantadas pelo 
capitalismo. Foi desenvolvida pela análise marxista da sociedade. 
 Na escola predomina os aspectos sociais, políticos e culturais, mas com a 
possibilidade de transformação social. A educação possibilita a compreensão da 
realidade histórico social e explicita o papel do sujeito como construtor e 
transformador de sua realidade. Hera crítica, política, voltada para o povo e busca 
mudança na sociedade. Prega que se são os sujeitos que fazem história, essa 
história tem que ser significada e ressignificada. Trabalha com a forma de poder de 
forma dialética e é instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas 
sociais, sustentando a finalidade sociopolítica da educação. Período de maior 
predominância a partir de 1960 a 1990. 
O entendimento dos objetivos, conteúdos e métodos da educação se 
modifica conforme as concepções de homem e da sociedade que, em cada 
contexto econômico e social de um momento da história humana, 
caracterizam o modo de pensar, o modo de agir e os interesses das classes 
e grupos sociais. A pedagogia, portanto, é sempre uma concepção da 
direção do processo educativo subordinada a uma concepção político-
social. (LIBÂNEO, 1994, p. 52) 
 
Tendência Pedagógica Histórico Crítica 
 
 Esta concepção articula educação e sociedade onde o ponto de partida do 
ensino é a prática social que é comum entre professores e alunos embora do ponto 
de vista pedagógico, professores e alunos apresentam diferentes níveis de 
conhecimento e experiência desta prática social. O método é dialético e se pauta na 
problematização que tem como objetivo identificar as questões que precisam ser 
resolvidas dentro da prática social, e quais conhecimentos são necessários dominar 
para a resolução dos problemas sociais. 
 O sujeito é crítico, participativo, transformador e autônomo. O professor é o 
mediador do conhecimento empíricoe científico, significativo e contextualizado e a 
avaliação é um momento de aprendizagem. 
 No Brasil, a Pedagogia Histórico Crítica apareceu no final dos anos 70, 
focando os conteúdos em confronto com as realidades sociais e enfatizando o 
conhecimento histórico. Tenta preparar o aluno para o mundo adulto capacitado 
para participar de forma organizada e ativa na democratização da sociedade quando 
aprende conteúdos que contribuem para a socialização. O ensino e aprendizagem 
tem o aluno como o centro, o professor é o elo de mediação entre o conteúdo e o 
aluno e o conhecimento é construído pela experiência pessoal e subjetiva tanto por 
parte do aluno quanto por parte do professor. 
 Essa tendência busca instrumentalizar-se com teorias e práticas necessárias 
à solução dos problemas identificados que dependem da transmissão dos 
conhecimentos do professor, para que essa apropriação aconteça. Até porque o 
conhecimento é produzido socialmente e preservado historicamente. Através da 
catarse efetiva-se a incorporação dos instrumentos culturais e a forma elaborada de 
entender a transformação social. Por último, acontece a prática social como ponto 
de chegada dos alunos numa compreensão que já se buscava no ponto de partida. 
Aqui a prática social é alterada qualitativamente pela mediação da ação pedagógica. 
 Sobre essa transformação Saviani (1985, p. 76) se refere à educação como 
sendo “uma atividade que supõe uma heterogeneidade real e uma homogeneidade 
possível; uma desigualdade no ponto de partida e uma igualdade no ponto de 
chegada”. 
Saviani se apoia em Gramsci e define a escola como “uma instituição cujo 
papel consiste na socialização do saber elaborado e não do saber espontâneo, do 
saber sistematizado e não do saber fragmentado, da cultura erudita e não da cultura 
popular”. (SAVIANI, 1991, p. 103). 
O Projeto Político Pedagógico da escola que se fundamenta na Pedagogia 
Histórico Crítica é pautado nas reflexões sobre o conceito de educação e de escola. 
De acordo com essa Pedagogia, Saviani (1991, p.16, 17) propõe: 
a) Identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber 
objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua 
produção e compreendendo as suas principais manifestações bem como as 
tendências atuais de transformação; 
b) conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo 
assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares; 
c) provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas 
assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas aprendam o processo 
de sua produção bem como as tendências de sua transformação. 
 
Para Saviani o trabalho educativo é: 
 [...] o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, 
a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de 
homens [...] o que não é garantido pela natureza deve ser produzido 
historicamente pelos homens (SAVIANI, 1991, p. 21). 
Ainda assim, para a atividade educativa, o saber objetivo funciona como 
matéria prima sobre o saber natural e espontâneo. 
 O método, segundo Saviani, é essencial ao processo pedagógico, porém, ele 
por si só não se garante e nem garante a qualidade da compreensão da prática 
social. É necessário que os professores, responsáveis pela mediação pedagógica, 
sejam agentes sociais ativos, uma vez que também são elementos objetivos da 
prática social. Nesse sentido é que Saviani (1985, p. 77) valoriza e conceitua a 
educação como “uma atividade mediadora no seio da prática social global”. Essa 
mediação deve servir de critério para o grau de democratização no interior das 
escolas porque a natureza da prática pedagógica vem converter uma desigualdade 
real em uma igualdade possível. Diante disso, entende-se que Saviani concebe o 
professor como um agente social ativo, comprometido politicamente com as 
transformações da sociedade. 
 Dermeval Saviani tem seu nome consagrado entre os pensadores 
comprometidos com a luta pela democracia porque dedicou e dedica parte de sua 
vida pela educação, e a considera como instrumento de mudança social e 
transformação da realidade. Ele é personalidade marcante na educação brasileira e 
a Pedagogia Histórico Crítica significa um avanço na construção coletiva de uma 
sociedade democrática, na medida em que centra as preocupações na educação 
escolar e no saber objetivo, universal que justifica a própria existência da escola. 
 
O Projeto Político Pedagógico da Escola e a prática dos professores 
 
Na escola é necessário o estudo das tendências pedagógicas, principalmente 
as que fazem parte das duas que marcaram a educação no Brasil: Liberais e 
Progressistas para a sua prática pedagógica, mas também é necessário conhecer 
aquela que norteia as ações da escola, contida em seu Projeto Político Pedagógico. 
Entre tantos outros que falam do que é e para quê projeto, Moacir Gadotti escreve 
que: 
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. 
Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, 
atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em 
função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o 
presente (GADOTTI, 1997, p. 37). 
 
 Comumente, não se usa uma concepção pedagógica de forma isolada em 
toda a docência, mas se procura analisar cada uma e ver a que melhor convém ao 
desempenho acadêmico no contexto em que se encontra. Por ser um processo 
histórico, uma não substitui a outra, mas ambas convivem com a prática escolar. 
Assim Libâneo se pronuncia: 
 A educação escolar é uma atividade social que, através de instituições 
próprias, visa à assimilação dos conhecimentos e experiências humanas 
acumuladas no decorrer da história, tendo em vista a formação dos 
indivíduos, enquanto seres sociais (LIBÂNEO, 1994, p. 52). 
 
 Como é o projeto político pedagógico que funciona como a mola mestra de 
todo o pensar e o agir dentro da escola, mediado por construções de conhecimento 
social e histórico, necessita que se tenha conhecimento das concepções 
pedagógicas pelas quais a educação no Brasil passou para se ancorar naquela que 
se adequaria ao contexto histórico atual. 
[...] o projeto político pedagógico da escola pública, eixo ordenador e 
integrador do pensar e do fazer do trabalho educativo. Se concebido 
adequadamente, revela quem é a comunidade escolar, quais são seus 
desafios com relação à boa formação, à conquista da autonomia e da 
gestão democrática, capaz esta de organizar, executar e avaliar o trabalho 
educativo de todos os sujeitos da escola... Eis o nosso desafio, recolocar o 
projeto político pedagógico no centro de nossas discussões e práticas, 
concebendo-o como instrumento singular para a construção da gestão 
democrática. (SILVA, 2003, p. 298) 
 
 
 O Projeto Político Pedagógico é o eixo norteador para toda a ação educativa 
porque nele é que as finalidades políticas da escola são traçadas. E segundo 
Vasconcellos, o Projeto Político Pedagógico da escola é “[...] justamente a 
ferramenta, o instrumento, a mediação que propiciará a mudança.” 
(VASCONCELLOS, 2002, p. 27) Assim acontece em todas as ações dos sujeitos 
que fazem parte da escola, sejam elas acadêmicas ou não. 
 Embora estejam inseridos na escola sujeitos advindos de contextos dos mais 
diversos, nela são todos iguais porque participam dos mesmos objetivos e com a 
mesma finalidade. Isto porque todos fazem parte do mesmo projeto educativo. 
Segundo Libâneo: 
A atuação da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos 
para assumirem suas posições na sociedade. O compromisso da escola é 
com a cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade. O caminho 
cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, basta que se 
esforcem (LIBÂNEO, 1989, p.23). 
 
 O Currículo reflete a concepção pedagógica da escola: Se é Liberal ou se é 
Progressista. Se as ações dentro da escolasão reguladas, limitadas, a escola é 
Liberal. Se as ações são ampliadas, a escola segue a linha pedagógica 
Progressista. 
No Projeto Político Pedagógico consta o Currículo da Escola que é o coração, 
a identidade da escola em sua tipificação e se apresenta no estilo formal real sem 
deixar de estar embutido nele o currículo oculto. É formal porque é documento e por 
ser documento toda escola tem que ter. É real nas ações que realmente se pratica e 
é oculto no “jeito” de ser do professor(a): em seus hábitos, no que traz de sua cultura 
embutido em suas ações, nas relações interpessoais, nas normas escolares. São 
aprendizagens que acontecem regularmente no interior da escola e que não consta 
no planejamento. No currículo oculto está implícita a cultura, o jeito de ser da escola. 
É como diz Silva: [...] o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente 
atitudes, comportamentos, valores e orientações...” (SILVA, 2001, p. 78) 
Confirmando que o currículo oculto existe e que também é importante dentro 
da escola Sacristán diz: 
A acepção do currículo como conjunto de experiências planejadas é 
insuficiente, pois os efeitos produzidos nos alunos por um tratamento 
pedagógico ou currículo planejado e suas consequências são tão reais e 
efetivos quanto podem ser os efeitos provenientes das experiências vividas 
na realidade da escola sem tê-las planejado, às vezes nem sequer ser 
conscientes de sua existência. É o que conhece como currículo oculto. 
(SACRISTÁN, 1998, p. 43) 
 
 Cada professor trabalha e avalia os conteúdos de sua disciplina, mas a forma 
como se trabalha e avalia deve estar de acordo com a linha pedagógica, 
metodológica e avaliativa, descritas no Projeto Político Pedagógico da escola. 
Aqueles que só repassam o conteúdo e que nada constrói, realizam um trabalho que 
qualquer um que sabe ler faz. O que deve diferenciar é a autonomia de estudo, a 
autonomia de produção. Segundo Silva: 
A construção coletiva deve considerar a história da comunidade escolar, 
afirmar os fundamentos políticos, filosóficos e os valores. Assegurar uma 
boa formação e processos constantes de vivências democráticas, a 
capacidade de melhorar os conflitos existentes nas relações interpessoais, 
primar pela capacidade inventiva e criativa de todos, conduzir com presteza 
processos de avaliação processual e revitalizar a gestão democrática com 
efetiva participação de todos os membros da escola e da comunidade onde 
a escola está geograficamente situada. (SILVA, 2003, p. 297) 
 
 Na linha Progressista, o sujeito é o centro e nela se trabalha o cognitivo, o 
social, o emocional, o psicomotor, o físico e o espiritual que são as dimensões do 
desenvolvimento humano. No planejamento da escola deve-se priorizar todas essas 
dimensões e o que geralmente se prioriza é apenas o cognitivo e assim, embora a 
escola seja Progressista, os Planos de Trabalhos dos professores são tecnicista. 
 
IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA 
 A implementação da proposta de intervenção pedagógica foi um curso 
de extensão com certificação de 32 horas pela Universidade Estadual do Centro 
Oeste – UNICENTRO e teve como público alvo professores, diretores e pedagogos. 
O tema do curso: “As concepções pedagógicas brasileiras e a concepção do projeto 
político pedagógico do Colégio Estadual Professores Edvaldo e Maria Janete 
Carneiro – Ensino Médio”. 
Teve início no dia sete de agosto com término no dia quatro de novembro de 
dois mil e quinze. 
No primeiro dia do curso houve a introdução do tema com as seguintes 
atividades: Prezi refletindo sobre a importância do professor na educação formal; 
leitura e discussão do texto “Fundamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais – 
A tradição pedagógica brasileira” e a resolução de atividades. 
No segundo dia de curso contamos com a participação do Professor Doutor 
em Educação Adair Ângelo Dalarosa, da Universidade Estadual do Centro Oeste – 
UNICENTRO, que ministrou uma palestra sobre as concepções pedagógicas 
brasileiras. 
No terceiro dia de curso realizamos o estudo e análise da concepção 
pedagógica que embasa a proposta pedagógica oficial do estado do Paraná: DCE – 
Diretriz Curricular Estadual. 
No quarto dia do curso aconteceu mais uma Palestra ministrada pelo 
professor Doutor em Educação Adair Ângelo Dalarosa da – UNICENTRO, com o 
tema: ”Pedagogia Histórico Crítica”. 
No quinto dia aprofundamos o tema: ”Pedagogia Histórico Crítica” através da 
resolução de atividades propostas em uma webquest elaborada com esse objetivo. 
No sexto dia de curso a proposta aos participantes era a de fazer a Análise da 
Concepção Pedagógica do Projeto Político Pedagógico do Colégio. 
No sétimo e penúltimo dia do curso fizemos o confronto dos dados coletados 
através do questionário respondido pelos(as) professores(as) do colégio, com o 
método de trabalho e avaliação descritos no projeto político pedagógico. E no último 
dia do curso, aconteceu a pesquisa de diferentes métodos de trabalho e avaliação 
que melhor identifica a concepção pedagógica do PPP do Colégio que, agora já 
sabemos, é a Histórico Crítica. 
Os professores participantes do curso comentaram sobre o quanto foi 
importante estudar sobre as concepções pedagógicas e gostaram de se aprofundar 
no estudo das concepções pedagógicas, principalmente a pedagogia histórico 
crítica, pois não tiveram essa formação no curso da graduação. Frequentemente 
elogiavam o curso entre os professores do colégio que não participaram do curso. 
 
CONTRIBUIÇÕES DO GTR (GRUPO DE TRABALHO EM REDE) 
 O Grupo de Trabalho em Rede – GTR, também foi parte da efetivação da 
proposta de implementação do PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional. 
Desenvolvido de forma online no segundo semestre de 2015, dividido em três 
módulos onde se propôs em cada módulo, leitura, discussão e o desenvolvimento de 
atividades sobre o tema para melhorar a compreensão desta mesma proposta com 
pedagogos de vinte escolas da Rede Estadual do Paraná. 
Através das discussões e trocas de experiências, os participantes 
contribuíram com a aprendizagem do tema compartilhando vivências dentro da 
realidade de cada um. 
 As discussões foram valiosas e em muito contribuíram para a aprendizagem 
uns dos outros. Os objetivos propostos no projeto do PDE foram cem por cento 
atingidos no curso do GTR. Isso se deu pelo fato de termos dedicado três meses 
aos estudos propostos pelo curso e também ao fato de que o grupo de pedagogos 
inscritos serem profissionais experientes, com muitos anos de trabalho na rede 
estadual, alguns com muitos anos de trabalho na mesma escola, alguns com ampla 
experiência nos três níveis da educação básica: educação infantil, ensino 
fundamental e ensino médio e ainda alguns com experiência também na educação 
de jovens e adultos, ensino técnico e formação de docente. Várias pedagogas já 
haviam feito o PDE. As atividades propostas no curso do GTR foram desenvolvidas 
com muita qualidade. As discussões e os textos produzidos pelos cursistas foram de 
alto nível e os cursistas gostaram muito do curso, conforme relato abaixo: 
 “Considerei relevante o seu projeto, pois devemos oportunizar aos 
profissionais o estudo das concepções pedagógicas para estabelecermos relações 
com a nossa realidade para serem definidos os rumos da educação na instituição de 
ensino. Gostei muito da seleção de atividades propostas: palestras, estudo, 
pesquisa e análise de dados e acredito que se encaixam muito bem como proposta 
de estudo no colégio onde trabalho. Se eu tiver dificuldade de conseguir os 
palestrantes, procuraria um vídeo que tratasse do assunto e também um filme que 
abordasse a problemática. Parabéns pelo seu trabalho!” (Profa. Eliza) 
Os pedagogos participantes do curso elogiaram muito o tema desenvolvido, 
destacando a sua importância para os professores da escola onde trabalham: “As 
Tendências Pedagógicas precisam ser trabalhadas em todas as escolas,mas na 
minha escola acredito que é de suma importância já que trabalhamos com cursos 
Técnicos e os nossos professores, na maioria, não fizeram Licenciatura, por isso o 
motivo de colocar-lhes a par das discussões pedagógicas vigentes. E os materiais 
que foram disponibilizados aqui me ajudarão a fazer esse trabalho.” (Profa. 
Estefania) 
“Acredito que o estudo aprofundado sobre as concepções, ajudará a definir 
claramente o rumo da avaliação, pois sabemos que o processo avaliativo da nossa 
escola ainda está longe de ser aquele que é considerado ideal.” (Profa. Vanderli 
Maria) 
“O projeto do PDE, pode contribuir muito com a nossa realidade escolar, pois todos 
os professores precisam de um aprofundamento maior sobre as concepções, pois 
sempre analisamos vários temas relacionados à educação, mas acredito que esse 
aprofundamento nas concepções pedagógicas é essencial, pois isso definido e 
claro, todas as ações da escola direcionarão para o mesmo rumo. E no curso de 
Formação de Docentes, isso é mais urgente, pois estamos formando professores, 
que num futuro próximo estarão atuando nas escolas.” (Profa. Vanderli Maria) 
 Disseram gostar da Produção didática, da forma como foi elaborada: 
“Colega, achei sua Produção Didática muito bem elaborada, com atividades 
diversificadas que, com certeza, muito contribuirá para a formação dos professores, 
e para o trabalho pedagógico da escola.” (Profa. Eliza) 
 Elogiaram o curso do GTR, falando das atividades propostas e elogiando a 
atuação da tutora do curso: 
“Acredito que o material deste GTR está dentro de nossa realidade educacional e 
muito contribuiu como fundamentação teórica, enriquecendo minha prática 
pedagógica. A partir das interações, podemos perceber que foi um momento de 
complemento das informações, gerando diversas sugestões de trabalho. Percebi 
que as dificuldades encontradas na minha instituição também se assemelham com 
os demais colegas. Isso nos faz refletir numa mudança, em nível de estado. ficou 
evidente que as modificações vindas neste GTR vieram aperfeiçoadas, visto que, ao 
se exigir mais, nos faz aprimorar nossos conhecimentos. Eu agradeço por mais esta 
oportunidade de aprendizado.” (Profa. Dalva) 
“O GTR vem nos proporcionar uma reflexão a cada atividade desenvolvida, pois as 
temáticas nos fazem buscar novos dados científicos para que possamos enriquecer 
nossa prática educativa. Os temas são relevantes e a troca de informações com os 
demais cursistas acrescenta nossos conhecimentos.” (Profa. Mara Sandra) 
“Considerei os materiais de apoio muito bons. Os mesmos estão de acordo com a 
realidade vivida por nós em nossas escolas. Considerei os vídeos indicados nos 
materiais complementares como a "linha do tempo da história da educação" e a 
palestra de Libâneo, muito enriquecedores para nossa formação. Os textos 
apresentados também me fizeram refletir muito e como sempre me deixar muito 
angustiada ao confrontar com a nossa prática diária nas escolas. Mesmo com pouco 
tempo para acessar as atividades e os fóruns, acredito que houve de minha parte 
uma aprendizagem significativa.” (Profa. Luciane) 
“O tema deste GTR está sendo muito importante para minha prática pedagógica, o 
assunto abordado é do meu interesse, um aprendizado muito relevante. Tenho 
dificuldades na auto avaliação por não ter essa prática nos cursos, mas considero 
importante esta reflexão. Os materiais didáticos são muito bons e adequados, leitura 
dinâmica e acessível. Glossário: Muito bom, uma reflexão sobre as palavras dentro 
do texto faz toda a diferença no entendimento. Fóruns: Ótimo! Muito bom socializar 
as experiências e espero ter contribuído neste trabalho também. Diários: Muito bom, 
foi possível aprofundar e fazer relação com a minha prática pedagógica, pois o 
conhecimento exige estudos e reflexões, para depois mudanças significativas.” 
(Profa. Josefa Rosana) 
“Colegas Jurema e Estefania, muito interessante esta oportunidade que o GTR está 
nos proporcionando de trocarmos sugestões de atividades.” (Profa. Eliza) 
 “Apesar da correria e da falta de tempo para realizar as atividades estou 
aprendendo muito e várias dúvidas que ainda possuía sobre o tema estão sendo 
esclarecidas com as leituras.” (Profa. Luciane) 
“O material apresentado foi muito oportuno para minha prática pedagógica como 
pedagoga. Pude reforçar ainda mais meus conhecimentos principalmente sobre a 
importância e a forma de construir o PPP.” (Profa. Dalva) 
“Acredito que este estudo nos proporcionou uma reflexão de nossa prática 
pedagógica e nos fez compreender que a parte documental tem que estar ao 
conhecimento de todos. Cada atividade nos possibilitou detectar os pontos positivos 
e negativos de nossa prática educativa. Agradeço ainda a compreensão recebida no 
desenvolver das atividades o que me proporcionou um grande aprendizado em 
várias áreas e quanto à produção didático pedagógica, gostei muito da sua 
elaboração.” (Profa. Mara Sandra) 
 “... pesquisei conforme as orientações indicadas, na interação com as demais 
professoras e acabamos aprendendo muitas sugestões de textos, vídeos que nos 
auxiliam ainda mais quando precisamos planejar as reuniões pedagógicas. Gostei 
muito dessa atividade.” (Profa. Estefania) 
“Gostei muito dos textos que li, dos vídeos assistidos e das postagens dos colegas 
de curso e da minha tutora. Aprendi muito e vi muitas sugestões para trabalhar na 
minha escola.” (Profa. Estefania) 
"Agradeço a professora Jurema pela dedicação e orientação do trabalho. Quero 
relatar também que esse GTR contribuiu bastante para aumentar o meu 
conhecimento sobre questões essenciais para um ensino de qualidade.” (Profa. 
Vanderli Maria) 
“Obrigada Jurema pela oportunidade nesses estudos. Garanto a você que aprendi 
muito neste período e parabéns pelo seu trabalho!” (Profa. Luciane) 
“Gostei muito de ter participado deste GTR, que além de oportunizar o conhecimento 
sobre as Concepções pedagógicas brasileiras, sinaliza para a concepção 
pedagógica do PPP e nos propôs buscar um plano de ação para minimizar nossos 
problemas, além da troca de experiências com outros colegas pedagogos.” (Profa. 
Eliza Maria) 
 Esta professora fala sobre o que leu no relato de implementação: 
“O diferencial deste trabalho é que os professores puderam buscar atividades, 
trabalhos direcionados na sua área de atuação, como se estivessem preparando 
aulas em grupo. Achei positivo, pois, primeiro se prepararam com o conteúdo para 
depois aplicá-lo. Não é isto que pedimos para nossos alunos: pratiquem , estudem, 
pesquisem...?” (Profa. Dalva) 
“Analisando as ações do relato da implementação e o projeto de intervenção, pode-
se observar que todas as ações atingiram de forma relevante o problema 
apresentado pela escola em relação a falta de um aprofundamento teórico sobre as 
concepções pedagógicas e principalmente aquela que embasa o PPP da escola, e 
isso desencadeia numa desarticulação do trabalho pedagógico. Então, as primeiras 
ações foram voltadas para um aprofundamento de todas as concepções, através de 
estudos e palestra, Depois as ações seguintes proporcionaram uma análise maior 
em relação a concepção que embasam a DCE e o PPP da escola. E por último a 
pesquisa de métodos de trabalho e avaliação que venham de encontro com essa 
concepção. Esses estudos, reflexões e pesquisas realizadas contribuirão para a 
mudança na prática pedagógica em sala de aula, pois a partir do momento que 
essas questões ficam claras, a ações realizadas na escola serão mais articuladas.” 
(Profa. Vanderli Maria) 
 Esta professora fala das atividades do módulo 3- Implementação do projeto 
de intervenção pedagógica na escola: 
“Este último módulo foi muito produtivo, pois os temas abordados pelos cursistas 
nas interações vão de encontro à realidade das nossas escolas, e o projeto da 
professora Jurema proporcionou rever as tenências pedagógicas e quais pontos 
importantesna trajetória da educação, principalmente na prática diária em sala de 
aula. Considero importante retomar alguns aspectos para estudar com nossos 
professores.” (Profa. Rosane Aparecida) 
Assim, através das reflexões apontadas pelos participantes da proposta de 
Implementação como do Grupo de Trabalho em Rede, pode-se afirmar que os 
objetivos propostos para este trabalho, foram alcançados. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Considerando que a Produção Didático-pedagógica buscou alternativas de 
superação de problemas percebidos nas práticas pedagógicas dos professores e da 
importância de buscar processos de formação que promovam a articulação entre as 
proposições teóricas e a prática escolar através de uma abordagem dialética, 
especialmente aos pedagogos, como articuladores do trabalho educativo na escola, 
constata-se que é fundamental promover encontros pedagógicos que possam 
constituir-se como um espaço de aprofundamento teórico, discussão e análise da 
prática docente na busca de propostas de intervenção no contexto escolar de acordo 
com a pedagogia Histórico Crítica que é a que fundamenta o Projeto Político 
Pedagógico do Colégio. 
Tanto nos encontros do curso de extensão, na Implementação Pedagógica na 
Escola quanto no curso do Grupo de Trabalho em Rede, ficou claro a importância do 
estudo e da reflexão sobre as Concepções Pedagógicas, indispensáveis à 
construção pelos professores da sua práxis educativa. 
 
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Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Brasília. Disponível em: 
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