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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Artigos Versão Online ISBN 978-85-8015-080-3 Cadernos PDE I Concepções Pedagógicas da Educação Brasileira e a Concepção do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Professores Edvaldo e Maria Janete Carneiro – Ensino Médio Jurema Aparecida Gonçalves Paulowski1 Isabel Cristina Neves2 RESUMO Este artigo tem como objetivo apresentar a discussão sobre a importância do conhecimento das concepções pedagógicas da educação brasileira e a concepção da Diretriz curricular do estado do Paraná para confrontar com a concepção do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Professores Edvaldo e Maria Janete Carneiro – Ensino Médio, município de Turvo, produzido como atividade conclusiva do PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional. A proposta culminou em um curso de extensão com oito encontros onde se utilizou do caderno pedagógico com cinco unidades didáticas que propôs atividades com questões norteadoras partindo da leitura de textos, reportagens, vídeos disponíveis através de links ou dowloads e duas palestras ministrada por professor da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. Levou os participantes a uma reflexão sobre como as teorias da educação interferem e/ou direcionam a prática pedagógica. Foi importante buscar processos de formação que promovam a articulação entre as proposições teóricas e a prática escolar através de uma abordagem dialética. Palavras-chave: Concepções; Método; Avaliação; Ensino; Aprendizagem. INTRODUÇÃO A educação no Brasil está longe de alcançar os padrões de qualidade, apesar dos muitos esforços que se tem feito. Em 1996 a LDB aumentou de 180 para 200 os dias letivos, porém ao consultar os dados no INEP, nota-se que o aumento dos dias letivos, não influenciou a aprendizagem dos que frequentam os bancos escolares, apesar de terem se passado 18 anos. Houve avanços significativos quanto ao acesso à escola, porém não se alcançou os parâmetros que se definiu como sendo o ideal. Houve aumento no acesso, porém, baixou a qualidade do ensino, fator que mais preocupa tanto os órgãos governamentais quanto a sociedade em geral. 1 Professora PDE. Pedagoga da Rede Estadual da Educação Básica no Estado do Paraná. Especializada em Supervisão, Administração e Orientação Educacional, Psicopedagogia Clínica e Institucional e Neuropedagogia na Educação. 2 Professora Orientadora da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO. Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Ponta Grossa. Quanto à formação dos profissionais da educação houve um grande avanço, porém, quanto ao rendimento dos alunos na aprendizagem, pouco se avançou. Muitas crianças e jovens chegam à escola e à universidade sem ter clareza do que pretendem. Não veem sentido no que estão aprendendo. Estão matriculados, mas não se interessam em aprender o que lhes é ensinado. O professor tem aí um papel fundamental porque é ele que constrói sentido, transforma o obrigatório em prazeroso, seleciona de forma crítica o que se deve aprender. O baixo rendimento de quem conclui o ensino médio e até cursos superiores, preocupa os responsáveis pela educação no Brasil e também a sociedade em geral porque está refletindo na baixa qualidade no campo profissional, pelo despreparo dos que estão ingressando na carreira profissional das mais diversas áreas. O campo de trabalho aumentou, porém, faltam profissionais preparados para suprir a demanda. Nesta direção, Castro, (2011) diz que: “[...] a realidade atual do mercado de trabalho é uma só: empregos existem e pessoas interessadas também, o que falta são trabalhadores qualificados que se encaixem nas exigências das empresas”. Embora tenha aumentado significativamente o número daqueles que concluem um curso universitário, aumentou também o despreparo dos mesmos quando inicialmente assumem funções na área que se formam, e que deveriam estar muito bem preparados. O fato é que nos bancos escolares tem se facilitado muito para que todos possam concluir pelo menos o ensino médio e todos concluem, embora com rendimento baixo e mediano. Assim, saem do ensino médio, despreparados para o ensino superior, e muitos concluem o ensino superior sem o devido preparo profissional cobrado pela sociedade atual que exige cada vez, maior e melhor qualificação. Assim como no âmbito econômico, a educação passa por parâmetros de medida da sua qualidade como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB e dos índices de aprovação, evasão e repetência, obtidas pelo Censo Escolar. Os resultados dessas avaliações oscilam entre baixo e bom, sem demonstrar verdadeiro aumento na melhoria da qualidade da Educação, como por exemplo, o estado do Paraná que já atingiu o melhor índice entre os estados brasileiros, mas não conseguiu se consagrar como melhor na educação, embora tenha atingido a meta nos anos de 2007, 2009 e 2011. Em 2013 baixou 3 pontos como mostra a tabela abaixo: ESTADO DO PARANÁ - ENSINO MÉDIO 2005 2007 2009 2011 2013 3.3 3.7 3.9 3.7 3.4 *O estado do Paraná em 2013 não atingiu a meta que seria 3.9. MÉDIAS EM NÍVEL DE BRASIL - ENSINO MÉDIO NA REDE ESTADUAL: 2005 2007 2009 2011 2013 3.0 3.2 3.4 3.4 3.4 * Em 2013 não atingiu a meta que seria 3.6 Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP 2013. Obs: Os resultados marcados em verde referem-se ao IDEB que atingiu a meta. Diante disso, os parâmetros que medem a educação no Brasil não demonstram o real avanço na melhoria da qualidade porque, se assim fosse, esses avanços seriam gradativos e sucessivos de forma crescente, sem os eventuais retrocessos. Isso tem contribuído para o aumento da preocupação dos profissionais da educação, principalmente direção, equipe pedagógica e os professores que atuam diretamente com os estudantes porque, apesar de que os índices insatisfatórios consideram fatores como o contexto social, condições físicas e materiais da escola, é sobre o processo de ensino e aprendizagem que recai o peso maior. À escola resta se adequar e implementar práticas pedagógicas que assegurem a contemplação de tais demandas pois ficam sempre a cargo dos profissionais da educação que trabalham diretamente com os estudantes, os esforços na busca de um ensino de qualidade para que os alunos sejam bem sucedidos. Devido a isso muitos professores têm se frustrado ficando doentes porque muitas vezes se sentem sozinhos e desamparados nessa luta constante pela melhoria da qualidade na educação. A educação não terá qualidade se não proporcionar mudança de vida do professor, do aluno e de toda a comunidade porque qualidade tem a ver com a melhoria de vida como um todo, de todas as pessoas, a partir da comunidade escolar. O tema qualidade na educação está sendo debatido não só no Brasil, mas também em outros países. Isso vem acontecendo porque a educação está passando por transformações e porque seus objetivos não estão sendo alcançados. Na busca pela resolução destas questões, entram as concepções pedagógicas, principalmente a concepção do contexto atual que é a que deve embasar o Projeto Pedagógico da Escola. É esta concepção que propõe o como ensinar, aprender e avaliar. A educação dos sujeitos é totalmente determinada pelo meio social em que ele cresce e se desenvolve, mas de forma indireta, através de sua ideologia, pelos estímulos sociais estabelecidos no processo de desenvolvimento histórico consolidados pelos gostos estéticos, normas jurídicas, regras morais, sociais e culturais. De acordo com Paulo Freire: O professor que não leva a sério sua formação, que não estuda e que não se esforça para estar à altura de sua tarefa não tem força moralpara coordenar as atividades de sua classe. Isto não significa, porém, que a opção e a prática democrática do professor ou da professora sejam determinadas por sua competência científica. Há professores e professoras cientificamente preparados, mas autoritários a toda a prova. O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor (FREIRE, 1996, p.36). Quais seriam, então, as competências necessárias aos professores? Conhecimento? Liberdade? Projeto/Política? Formação e Amor? Na educação enquanto visão dialética se tornou clássica a afirmação de Paulo Freire: “Ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo”. (FREIRE, 1981b, p. 79) O professor precisa ser curioso, dar sentido ao que faz e novos sentidos ao que fazem os seus alunos. Precisa deixar de ser um lecionador e ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem. É um aprendiz permanente, um cooperador, um construtor de sentidos e um organizador da aprendizagem. Ao professor habilidoso também é necessário que se pergunte e saiba: o quê, o porquê, como, quando, onde, com quem e para quê está ensinando e aprendendo. Partindo desta concepção, desenvolve-se toda a crítica à educação bancária, superada através do diálogo, da problematização, da curiosidade epistemológica, da participação ativa do educando, da valorização do seu saber e da sua cultura. Esta reflexão é essencial para demonstrar aos educadores que o referencial teórico tem implicações em sua prática pedagógica e principalmente na concepção de homem que este pretende formar. É importante também para uma clareza epistemológica e metodológica que permitam debates críticos e profundos sobre o resultado do trabalho desenvolvido em sala de aula. As Principais Tendências Pedagógicas na prática escolar brasileira As tendências pedagógicas definem o papel do homem e da educação na escola, na sociedade e no mundo, repercutindo na prática docente em sala de aula pelos elementos que envolvem o ato de ensinar e de aprender. As tendências saem de movimentos sociais e filosóficos. Graças aos movimentos sociais e filosóficos, as tendências pedagógicas brasileiras foram influenciadas pelo momento cultural e político da sociedade e formaram a prática pedagógica do país. A ação do professor é sempre intencional e por isso estudar as principais tendências brasileiras, é necessário para fazer relação entre a teoria e prática, fundamental na pedagogia. Para um bom fazer pedagógico, é necessária a vivência das propostas pedagógicas. Existe a racionalidade técnica e a racionalidade prática. Na racionalidade técnica o professor reproduz modelo e na racionalidade prática o professor produz teoria, reflete sobre sua prática e realiza pesquisa, assim como incentiva o aluno à pesquisa. As diferentes tendências pedagógicas se refletem no ecletismo do ensino atual. São ideias organizadas que subsidiam e justificam a prática educativa. O estudo das diferentes linhas pedagógicas do ensino brasileiro fornecem diretrizes à ação docente, embora cada professor dê sentido individual sobre elas. São processos de discussão permanente entre teoria e prática a fim de construir um comportamento coerente na prática pedagógica. A autonomia da escola na construção de sua Proposta Pedagógica, assegurada pela LDB 9394/96, exigem uma atualização constante do professor e através da reflexão dessas tendências pedagógicas e dos seus pressupostos de aprendizagem, o professor terá condições de avaliar e definir os fundamentos teóricos empregados na sua prática em sala de aula. De acordo com Libâneo: A pedagogia investiga a natureza das finalidades da educação como processo social, no seio de uma determinada sociedade, bem como as metodologias apropriadas para a formação dos indivíduos, tendo em vista o seu desenvolvimento humano para tarefas na vida em sociedade (LIBÂNEO, 1994, p. 52). As principais tendências pedagógicas efetivadas na educação brasileira se dividem em duas linhas de pensamento pedagógico: As Tendências Liberais e as Tendências Progressistas. Tendências Pedagógicas Liberais: Principais características As Tendências Liberais não tem a ver com algo livre, mas com a estimulação da sociedade capitalista e de classes. Prega que o aluno é preparado para viver na sociedade de acordo com suas aptidões, e com as normas desse tipo de sociedade, numa cultura individual. Neste sentido a reflexão de Libâneo é que: [...] a pedagogia liberal sustenta a ideia de que a escola tem por função preparar os indivíduos para o desempenho de papéis sociais, de acordo com aptidões individuais. Isso pressupõe que o indivíduo precisa adaptar-se aos valores e normas vigentes na sociedade de classe, através do desenvolvimento da cultura individual. Devido a essa ênfase no aspecto cultural, as diferenças entre as classes sociais não são consideradas, pois, embora a escola passe a difundir a ideia de igualdade de oportunidades, não leva em conta a desigualdade de condições. (LIBÂNEO, 1990, p. 14) As principais características das tendências liberais são: Justificam o sistema capitalista; dão ênfase na liberdade e nos direitos e interesses individualistas na sociedade. O conhecimento é repassado pronto e acabado onde se faz a reprodução de modelos, certa supremacia de autoridade e se perpetua a sociedade capitalista. A forma de organização social é baseada na propriedade privada dos meios de produção e teoria não crítica. Por sua vez, a escola é mera reprodutora dos conhecimentos acadêmicos e totalmente desvinculada da parte política, sem dar importância à contextualização com a sociedade. O período de maior predominância das tendências liberais foi de 1549 a 1985. Tendências Pedagógicas Progressistas: Principais características Sustentam as finalidades sociopolíticas da educação e partem de uma análise crítica das realidades sociais. Não condizem com as ideias implantadas pelo capitalismo. Foi desenvolvida pela análise marxista da sociedade. Na escola predomina os aspectos sociais, políticos e culturais, mas com a possibilidade de transformação social. A educação possibilita a compreensão da realidade histórico social e explicita o papel do sujeito como construtor e transformador de sua realidade. Hera crítica, política, voltada para o povo e busca mudança na sociedade. Prega que se são os sujeitos que fazem história, essa história tem que ser significada e ressignificada. Trabalha com a forma de poder de forma dialética e é instrumento de luta dos professores ao lado de outras práticas sociais, sustentando a finalidade sociopolítica da educação. Período de maior predominância a partir de 1960 a 1990. O entendimento dos objetivos, conteúdos e métodos da educação se modifica conforme as concepções de homem e da sociedade que, em cada contexto econômico e social de um momento da história humana, caracterizam o modo de pensar, o modo de agir e os interesses das classes e grupos sociais. A pedagogia, portanto, é sempre uma concepção da direção do processo educativo subordinada a uma concepção político- social. (LIBÂNEO, 1994, p. 52) Tendência Pedagógica Histórico Crítica Esta concepção articula educação e sociedade onde o ponto de partida do ensino é a prática social que é comum entre professores e alunos embora do ponto de vista pedagógico, professores e alunos apresentam diferentes níveis de conhecimento e experiência desta prática social. O método é dialético e se pauta na problematização que tem como objetivo identificar as questões que precisam ser resolvidas dentro da prática social, e quais conhecimentos são necessários dominar para a resolução dos problemas sociais. O sujeito é crítico, participativo, transformador e autônomo. O professor é o mediador do conhecimento empíricoe científico, significativo e contextualizado e a avaliação é um momento de aprendizagem. No Brasil, a Pedagogia Histórico Crítica apareceu no final dos anos 70, focando os conteúdos em confronto com as realidades sociais e enfatizando o conhecimento histórico. Tenta preparar o aluno para o mundo adulto capacitado para participar de forma organizada e ativa na democratização da sociedade quando aprende conteúdos que contribuem para a socialização. O ensino e aprendizagem tem o aluno como o centro, o professor é o elo de mediação entre o conteúdo e o aluno e o conhecimento é construído pela experiência pessoal e subjetiva tanto por parte do aluno quanto por parte do professor. Essa tendência busca instrumentalizar-se com teorias e práticas necessárias à solução dos problemas identificados que dependem da transmissão dos conhecimentos do professor, para que essa apropriação aconteça. Até porque o conhecimento é produzido socialmente e preservado historicamente. Através da catarse efetiva-se a incorporação dos instrumentos culturais e a forma elaborada de entender a transformação social. Por último, acontece a prática social como ponto de chegada dos alunos numa compreensão que já se buscava no ponto de partida. Aqui a prática social é alterada qualitativamente pela mediação da ação pedagógica. Sobre essa transformação Saviani (1985, p. 76) se refere à educação como sendo “uma atividade que supõe uma heterogeneidade real e uma homogeneidade possível; uma desigualdade no ponto de partida e uma igualdade no ponto de chegada”. Saviani se apoia em Gramsci e define a escola como “uma instituição cujo papel consiste na socialização do saber elaborado e não do saber espontâneo, do saber sistematizado e não do saber fragmentado, da cultura erudita e não da cultura popular”. (SAVIANI, 1991, p. 103). O Projeto Político Pedagógico da escola que se fundamenta na Pedagogia Histórico Crítica é pautado nas reflexões sobre o conceito de educação e de escola. De acordo com essa Pedagogia, Saviani (1991, p.16, 17) propõe: a) Identificação das formas mais desenvolvidas em que se expressa o saber objetivo produzido historicamente, reconhecendo as condições de sua produção e compreendendo as suas principais manifestações bem como as tendências atuais de transformação; b) conversão do saber objetivo em saber escolar de modo a torná-lo assimilável pelos alunos no espaço e tempo escolares; c) provimento dos meios necessários para que os alunos não apenas assimilem o saber objetivo enquanto resultado, mas aprendam o processo de sua produção bem como as tendências de sua transformação. Para Saviani o trabalho educativo é: [...] o ato de produzir direta e intencionalmente, em cada indivíduo singular, a humanidade que é produzida histórica e coletivamente pelo conjunto de homens [...] o que não é garantido pela natureza deve ser produzido historicamente pelos homens (SAVIANI, 1991, p. 21). Ainda assim, para a atividade educativa, o saber objetivo funciona como matéria prima sobre o saber natural e espontâneo. O método, segundo Saviani, é essencial ao processo pedagógico, porém, ele por si só não se garante e nem garante a qualidade da compreensão da prática social. É necessário que os professores, responsáveis pela mediação pedagógica, sejam agentes sociais ativos, uma vez que também são elementos objetivos da prática social. Nesse sentido é que Saviani (1985, p. 77) valoriza e conceitua a educação como “uma atividade mediadora no seio da prática social global”. Essa mediação deve servir de critério para o grau de democratização no interior das escolas porque a natureza da prática pedagógica vem converter uma desigualdade real em uma igualdade possível. Diante disso, entende-se que Saviani concebe o professor como um agente social ativo, comprometido politicamente com as transformações da sociedade. Dermeval Saviani tem seu nome consagrado entre os pensadores comprometidos com a luta pela democracia porque dedicou e dedica parte de sua vida pela educação, e a considera como instrumento de mudança social e transformação da realidade. Ele é personalidade marcante na educação brasileira e a Pedagogia Histórico Crítica significa um avanço na construção coletiva de uma sociedade democrática, na medida em que centra as preocupações na educação escolar e no saber objetivo, universal que justifica a própria existência da escola. O Projeto Político Pedagógico da Escola e a prática dos professores Na escola é necessário o estudo das tendências pedagógicas, principalmente as que fazem parte das duas que marcaram a educação no Brasil: Liberais e Progressistas para a sua prática pedagógica, mas também é necessário conhecer aquela que norteia as ações da escola, contida em seu Projeto Político Pedagógico. Entre tantos outros que falam do que é e para quê projeto, Moacir Gadotti escreve que: Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente (GADOTTI, 1997, p. 37). Comumente, não se usa uma concepção pedagógica de forma isolada em toda a docência, mas se procura analisar cada uma e ver a que melhor convém ao desempenho acadêmico no contexto em que se encontra. Por ser um processo histórico, uma não substitui a outra, mas ambas convivem com a prática escolar. Assim Libâneo se pronuncia: A educação escolar é uma atividade social que, através de instituições próprias, visa à assimilação dos conhecimentos e experiências humanas acumuladas no decorrer da história, tendo em vista a formação dos indivíduos, enquanto seres sociais (LIBÂNEO, 1994, p. 52). Como é o projeto político pedagógico que funciona como a mola mestra de todo o pensar e o agir dentro da escola, mediado por construções de conhecimento social e histórico, necessita que se tenha conhecimento das concepções pedagógicas pelas quais a educação no Brasil passou para se ancorar naquela que se adequaria ao contexto histórico atual. [...] o projeto político pedagógico da escola pública, eixo ordenador e integrador do pensar e do fazer do trabalho educativo. Se concebido adequadamente, revela quem é a comunidade escolar, quais são seus desafios com relação à boa formação, à conquista da autonomia e da gestão democrática, capaz esta de organizar, executar e avaliar o trabalho educativo de todos os sujeitos da escola... Eis o nosso desafio, recolocar o projeto político pedagógico no centro de nossas discussões e práticas, concebendo-o como instrumento singular para a construção da gestão democrática. (SILVA, 2003, p. 298) O Projeto Político Pedagógico é o eixo norteador para toda a ação educativa porque nele é que as finalidades políticas da escola são traçadas. E segundo Vasconcellos, o Projeto Político Pedagógico da escola é “[...] justamente a ferramenta, o instrumento, a mediação que propiciará a mudança.” (VASCONCELLOS, 2002, p. 27) Assim acontece em todas as ações dos sujeitos que fazem parte da escola, sejam elas acadêmicas ou não. Embora estejam inseridos na escola sujeitos advindos de contextos dos mais diversos, nela são todos iguais porque participam dos mesmos objetivos e com a mesma finalidade. Isto porque todos fazem parte do mesmo projeto educativo. Segundo Libâneo: A atuação da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos para assumirem suas posições na sociedade. O compromisso da escola é com a cultura, os problemas sociais pertencem à sociedade. O caminho cultural em direção ao saber é o mesmo para todos os alunos, basta que se esforcem (LIBÂNEO, 1989, p.23). O Currículo reflete a concepção pedagógica da escola: Se é Liberal ou se é Progressista. Se as ações dentro da escolasão reguladas, limitadas, a escola é Liberal. Se as ações são ampliadas, a escola segue a linha pedagógica Progressista. No Projeto Político Pedagógico consta o Currículo da Escola que é o coração, a identidade da escola em sua tipificação e se apresenta no estilo formal real sem deixar de estar embutido nele o currículo oculto. É formal porque é documento e por ser documento toda escola tem que ter. É real nas ações que realmente se pratica e é oculto no “jeito” de ser do professor(a): em seus hábitos, no que traz de sua cultura embutido em suas ações, nas relações interpessoais, nas normas escolares. São aprendizagens que acontecem regularmente no interior da escola e que não consta no planejamento. No currículo oculto está implícita a cultura, o jeito de ser da escola. É como diz Silva: [...] o que se aprende no currículo oculto são fundamentalmente atitudes, comportamentos, valores e orientações...” (SILVA, 2001, p. 78) Confirmando que o currículo oculto existe e que também é importante dentro da escola Sacristán diz: A acepção do currículo como conjunto de experiências planejadas é insuficiente, pois os efeitos produzidos nos alunos por um tratamento pedagógico ou currículo planejado e suas consequências são tão reais e efetivos quanto podem ser os efeitos provenientes das experiências vividas na realidade da escola sem tê-las planejado, às vezes nem sequer ser conscientes de sua existência. É o que conhece como currículo oculto. (SACRISTÁN, 1998, p. 43) Cada professor trabalha e avalia os conteúdos de sua disciplina, mas a forma como se trabalha e avalia deve estar de acordo com a linha pedagógica, metodológica e avaliativa, descritas no Projeto Político Pedagógico da escola. Aqueles que só repassam o conteúdo e que nada constrói, realizam um trabalho que qualquer um que sabe ler faz. O que deve diferenciar é a autonomia de estudo, a autonomia de produção. Segundo Silva: A construção coletiva deve considerar a história da comunidade escolar, afirmar os fundamentos políticos, filosóficos e os valores. Assegurar uma boa formação e processos constantes de vivências democráticas, a capacidade de melhorar os conflitos existentes nas relações interpessoais, primar pela capacidade inventiva e criativa de todos, conduzir com presteza processos de avaliação processual e revitalizar a gestão democrática com efetiva participação de todos os membros da escola e da comunidade onde a escola está geograficamente situada. (SILVA, 2003, p. 297) Na linha Progressista, o sujeito é o centro e nela se trabalha o cognitivo, o social, o emocional, o psicomotor, o físico e o espiritual que são as dimensões do desenvolvimento humano. No planejamento da escola deve-se priorizar todas essas dimensões e o que geralmente se prioriza é apenas o cognitivo e assim, embora a escola seja Progressista, os Planos de Trabalhos dos professores são tecnicista. IMPLEMENTAÇÃO DA PROPOSTA A implementação da proposta de intervenção pedagógica foi um curso de extensão com certificação de 32 horas pela Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO e teve como público alvo professores, diretores e pedagogos. O tema do curso: “As concepções pedagógicas brasileiras e a concepção do projeto político pedagógico do Colégio Estadual Professores Edvaldo e Maria Janete Carneiro – Ensino Médio”. Teve início no dia sete de agosto com término no dia quatro de novembro de dois mil e quinze. No primeiro dia do curso houve a introdução do tema com as seguintes atividades: Prezi refletindo sobre a importância do professor na educação formal; leitura e discussão do texto “Fundamentos dos Parâmetros Curriculares Nacionais – A tradição pedagógica brasileira” e a resolução de atividades. No segundo dia de curso contamos com a participação do Professor Doutor em Educação Adair Ângelo Dalarosa, da Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, que ministrou uma palestra sobre as concepções pedagógicas brasileiras. No terceiro dia de curso realizamos o estudo e análise da concepção pedagógica que embasa a proposta pedagógica oficial do estado do Paraná: DCE – Diretriz Curricular Estadual. No quarto dia do curso aconteceu mais uma Palestra ministrada pelo professor Doutor em Educação Adair Ângelo Dalarosa da – UNICENTRO, com o tema: ”Pedagogia Histórico Crítica”. No quinto dia aprofundamos o tema: ”Pedagogia Histórico Crítica” através da resolução de atividades propostas em uma webquest elaborada com esse objetivo. No sexto dia de curso a proposta aos participantes era a de fazer a Análise da Concepção Pedagógica do Projeto Político Pedagógico do Colégio. No sétimo e penúltimo dia do curso fizemos o confronto dos dados coletados através do questionário respondido pelos(as) professores(as) do colégio, com o método de trabalho e avaliação descritos no projeto político pedagógico. E no último dia do curso, aconteceu a pesquisa de diferentes métodos de trabalho e avaliação que melhor identifica a concepção pedagógica do PPP do Colégio que, agora já sabemos, é a Histórico Crítica. Os professores participantes do curso comentaram sobre o quanto foi importante estudar sobre as concepções pedagógicas e gostaram de se aprofundar no estudo das concepções pedagógicas, principalmente a pedagogia histórico crítica, pois não tiveram essa formação no curso da graduação. Frequentemente elogiavam o curso entre os professores do colégio que não participaram do curso. CONTRIBUIÇÕES DO GTR (GRUPO DE TRABALHO EM REDE) O Grupo de Trabalho em Rede – GTR, também foi parte da efetivação da proposta de implementação do PDE- Programa de Desenvolvimento Educacional. Desenvolvido de forma online no segundo semestre de 2015, dividido em três módulos onde se propôs em cada módulo, leitura, discussão e o desenvolvimento de atividades sobre o tema para melhorar a compreensão desta mesma proposta com pedagogos de vinte escolas da Rede Estadual do Paraná. Através das discussões e trocas de experiências, os participantes contribuíram com a aprendizagem do tema compartilhando vivências dentro da realidade de cada um. As discussões foram valiosas e em muito contribuíram para a aprendizagem uns dos outros. Os objetivos propostos no projeto do PDE foram cem por cento atingidos no curso do GTR. Isso se deu pelo fato de termos dedicado três meses aos estudos propostos pelo curso e também ao fato de que o grupo de pedagogos inscritos serem profissionais experientes, com muitos anos de trabalho na rede estadual, alguns com muitos anos de trabalho na mesma escola, alguns com ampla experiência nos três níveis da educação básica: educação infantil, ensino fundamental e ensino médio e ainda alguns com experiência também na educação de jovens e adultos, ensino técnico e formação de docente. Várias pedagogas já haviam feito o PDE. As atividades propostas no curso do GTR foram desenvolvidas com muita qualidade. As discussões e os textos produzidos pelos cursistas foram de alto nível e os cursistas gostaram muito do curso, conforme relato abaixo: “Considerei relevante o seu projeto, pois devemos oportunizar aos profissionais o estudo das concepções pedagógicas para estabelecermos relações com a nossa realidade para serem definidos os rumos da educação na instituição de ensino. Gostei muito da seleção de atividades propostas: palestras, estudo, pesquisa e análise de dados e acredito que se encaixam muito bem como proposta de estudo no colégio onde trabalho. Se eu tiver dificuldade de conseguir os palestrantes, procuraria um vídeo que tratasse do assunto e também um filme que abordasse a problemática. Parabéns pelo seu trabalho!” (Profa. Eliza) Os pedagogos participantes do curso elogiaram muito o tema desenvolvido, destacando a sua importância para os professores da escola onde trabalham: “As Tendências Pedagógicas precisam ser trabalhadas em todas as escolas,mas na minha escola acredito que é de suma importância já que trabalhamos com cursos Técnicos e os nossos professores, na maioria, não fizeram Licenciatura, por isso o motivo de colocar-lhes a par das discussões pedagógicas vigentes. E os materiais que foram disponibilizados aqui me ajudarão a fazer esse trabalho.” (Profa. Estefania) “Acredito que o estudo aprofundado sobre as concepções, ajudará a definir claramente o rumo da avaliação, pois sabemos que o processo avaliativo da nossa escola ainda está longe de ser aquele que é considerado ideal.” (Profa. Vanderli Maria) “O projeto do PDE, pode contribuir muito com a nossa realidade escolar, pois todos os professores precisam de um aprofundamento maior sobre as concepções, pois sempre analisamos vários temas relacionados à educação, mas acredito que esse aprofundamento nas concepções pedagógicas é essencial, pois isso definido e claro, todas as ações da escola direcionarão para o mesmo rumo. E no curso de Formação de Docentes, isso é mais urgente, pois estamos formando professores, que num futuro próximo estarão atuando nas escolas.” (Profa. Vanderli Maria) Disseram gostar da Produção didática, da forma como foi elaborada: “Colega, achei sua Produção Didática muito bem elaborada, com atividades diversificadas que, com certeza, muito contribuirá para a formação dos professores, e para o trabalho pedagógico da escola.” (Profa. Eliza) Elogiaram o curso do GTR, falando das atividades propostas e elogiando a atuação da tutora do curso: “Acredito que o material deste GTR está dentro de nossa realidade educacional e muito contribuiu como fundamentação teórica, enriquecendo minha prática pedagógica. A partir das interações, podemos perceber que foi um momento de complemento das informações, gerando diversas sugestões de trabalho. Percebi que as dificuldades encontradas na minha instituição também se assemelham com os demais colegas. Isso nos faz refletir numa mudança, em nível de estado. ficou evidente que as modificações vindas neste GTR vieram aperfeiçoadas, visto que, ao se exigir mais, nos faz aprimorar nossos conhecimentos. Eu agradeço por mais esta oportunidade de aprendizado.” (Profa. Dalva) “O GTR vem nos proporcionar uma reflexão a cada atividade desenvolvida, pois as temáticas nos fazem buscar novos dados científicos para que possamos enriquecer nossa prática educativa. Os temas são relevantes e a troca de informações com os demais cursistas acrescenta nossos conhecimentos.” (Profa. Mara Sandra) “Considerei os materiais de apoio muito bons. Os mesmos estão de acordo com a realidade vivida por nós em nossas escolas. Considerei os vídeos indicados nos materiais complementares como a "linha do tempo da história da educação" e a palestra de Libâneo, muito enriquecedores para nossa formação. Os textos apresentados também me fizeram refletir muito e como sempre me deixar muito angustiada ao confrontar com a nossa prática diária nas escolas. Mesmo com pouco tempo para acessar as atividades e os fóruns, acredito que houve de minha parte uma aprendizagem significativa.” (Profa. Luciane) “O tema deste GTR está sendo muito importante para minha prática pedagógica, o assunto abordado é do meu interesse, um aprendizado muito relevante. Tenho dificuldades na auto avaliação por não ter essa prática nos cursos, mas considero importante esta reflexão. Os materiais didáticos são muito bons e adequados, leitura dinâmica e acessível. Glossário: Muito bom, uma reflexão sobre as palavras dentro do texto faz toda a diferença no entendimento. Fóruns: Ótimo! Muito bom socializar as experiências e espero ter contribuído neste trabalho também. Diários: Muito bom, foi possível aprofundar e fazer relação com a minha prática pedagógica, pois o conhecimento exige estudos e reflexões, para depois mudanças significativas.” (Profa. Josefa Rosana) “Colegas Jurema e Estefania, muito interessante esta oportunidade que o GTR está nos proporcionando de trocarmos sugestões de atividades.” (Profa. Eliza) “Apesar da correria e da falta de tempo para realizar as atividades estou aprendendo muito e várias dúvidas que ainda possuía sobre o tema estão sendo esclarecidas com as leituras.” (Profa. Luciane) “O material apresentado foi muito oportuno para minha prática pedagógica como pedagoga. Pude reforçar ainda mais meus conhecimentos principalmente sobre a importância e a forma de construir o PPP.” (Profa. Dalva) “Acredito que este estudo nos proporcionou uma reflexão de nossa prática pedagógica e nos fez compreender que a parte documental tem que estar ao conhecimento de todos. Cada atividade nos possibilitou detectar os pontos positivos e negativos de nossa prática educativa. Agradeço ainda a compreensão recebida no desenvolver das atividades o que me proporcionou um grande aprendizado em várias áreas e quanto à produção didático pedagógica, gostei muito da sua elaboração.” (Profa. Mara Sandra) “... pesquisei conforme as orientações indicadas, na interação com as demais professoras e acabamos aprendendo muitas sugestões de textos, vídeos que nos auxiliam ainda mais quando precisamos planejar as reuniões pedagógicas. Gostei muito dessa atividade.” (Profa. Estefania) “Gostei muito dos textos que li, dos vídeos assistidos e das postagens dos colegas de curso e da minha tutora. Aprendi muito e vi muitas sugestões para trabalhar na minha escola.” (Profa. Estefania) "Agradeço a professora Jurema pela dedicação e orientação do trabalho. Quero relatar também que esse GTR contribuiu bastante para aumentar o meu conhecimento sobre questões essenciais para um ensino de qualidade.” (Profa. Vanderli Maria) “Obrigada Jurema pela oportunidade nesses estudos. Garanto a você que aprendi muito neste período e parabéns pelo seu trabalho!” (Profa. Luciane) “Gostei muito de ter participado deste GTR, que além de oportunizar o conhecimento sobre as Concepções pedagógicas brasileiras, sinaliza para a concepção pedagógica do PPP e nos propôs buscar um plano de ação para minimizar nossos problemas, além da troca de experiências com outros colegas pedagogos.” (Profa. Eliza Maria) Esta professora fala sobre o que leu no relato de implementação: “O diferencial deste trabalho é que os professores puderam buscar atividades, trabalhos direcionados na sua área de atuação, como se estivessem preparando aulas em grupo. Achei positivo, pois, primeiro se prepararam com o conteúdo para depois aplicá-lo. Não é isto que pedimos para nossos alunos: pratiquem , estudem, pesquisem...?” (Profa. Dalva) “Analisando as ações do relato da implementação e o projeto de intervenção, pode- se observar que todas as ações atingiram de forma relevante o problema apresentado pela escola em relação a falta de um aprofundamento teórico sobre as concepções pedagógicas e principalmente aquela que embasa o PPP da escola, e isso desencadeia numa desarticulação do trabalho pedagógico. Então, as primeiras ações foram voltadas para um aprofundamento de todas as concepções, através de estudos e palestra, Depois as ações seguintes proporcionaram uma análise maior em relação a concepção que embasam a DCE e o PPP da escola. E por último a pesquisa de métodos de trabalho e avaliação que venham de encontro com essa concepção. Esses estudos, reflexões e pesquisas realizadas contribuirão para a mudança na prática pedagógica em sala de aula, pois a partir do momento que essas questões ficam claras, a ações realizadas na escola serão mais articuladas.” (Profa. Vanderli Maria) Esta professora fala das atividades do módulo 3- Implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola: “Este último módulo foi muito produtivo, pois os temas abordados pelos cursistas nas interações vão de encontro à realidade das nossas escolas, e o projeto da professora Jurema proporcionou rever as tenências pedagógicas e quais pontos importantesna trajetória da educação, principalmente na prática diária em sala de aula. Considero importante retomar alguns aspectos para estudar com nossos professores.” (Profa. Rosane Aparecida) Assim, através das reflexões apontadas pelos participantes da proposta de Implementação como do Grupo de Trabalho em Rede, pode-se afirmar que os objetivos propostos para este trabalho, foram alcançados. CONSIDERAÇÕES FINAIS Considerando que a Produção Didático-pedagógica buscou alternativas de superação de problemas percebidos nas práticas pedagógicas dos professores e da importância de buscar processos de formação que promovam a articulação entre as proposições teóricas e a prática escolar através de uma abordagem dialética, especialmente aos pedagogos, como articuladores do trabalho educativo na escola, constata-se que é fundamental promover encontros pedagógicos que possam constituir-se como um espaço de aprofundamento teórico, discussão e análise da prática docente na busca de propostas de intervenção no contexto escolar de acordo com a pedagogia Histórico Crítica que é a que fundamenta o Projeto Político Pedagógico do Colégio. Tanto nos encontros do curso de extensão, na Implementação Pedagógica na Escola quanto no curso do Grupo de Trabalho em Rede, ficou claro a importância do estudo e da reflexão sobre as Concepções Pedagógicas, indispensáveis à construção pelos professores da sua práxis educativa. REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), Brasília. Disponível em: . Acesso em: 04-08-2014 FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura) ______. Educação e Mudança. Trad. Moacir Gadotti e Lílian Lopes Martin. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. ______. Paulo. Pedagogia do Oprimido, 9ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981b GADOTTI, Moacir. Projeto Político-Pedagógico da Escola: fundamentos para a sua realização. In: GADOTTI, Moacir. e ROMÃO, J. E. (orgs.). Autonomia da Educação: princípios e propostas. São Paulo: Cortez, 1997. LIBÂNEO, José Carlos. Didática: teoria da instrução e do ensino. In. ____. Didática. São Paulo: Cortez, 1994. Cap. 3. p. 51-76. (Coleção Magistério: Série Formação do Professor). ______. José Carlos. Democratização da escola pública: a pedagogia crítico- social dos conteúdos. 8. ed. São Paulo: Loyola, 1989. (Coleção Educar, 1) SACRISTÁN, José Gimeno. Currículo: Uma Reflexão Sobre a Prática. 3. Ed. Tradução Ernani Ferreira da Fonseca Rosa. Porto Alegre: ArtMed, 1998. SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. 8a. ed. São Paulo, Cortez/Autores Associados, 1985. ______. Dermeval. Pedagogia históricocrítica: Primeiras aproximações. 2. ed. São Paulo: Cortez/Autores Associados, 1991. SILVA, Maria. Abadia. Do projeto político do Banco Mundial ao projeto político- pedagógico da escola pública brasileira. Cadernos CEDES, n.61 Campinas dez. 2003. SILVA, Tomaz Tadeu da. Quem escondeu o currículo oculto. In Documento de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 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